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DIFERENTES MTODOS DE COLETA DE FEZES SOBRE
OS COEFICIENTES DE DIGESTIBILIDADE APARENTE
PARA O TAMBAQUI (Colossoma macropomum)
Carolinne Silva da Mota
Orientador: Prof. Dr. Igo Gomes Guimares
JATA-GO
2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIS
CAMPUS JATA
CURSO DE ZOOTECNIA
TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIS
CAMPUS JATA
CURSO DE ZOOTECNIA
TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO
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DIFERENTES MTODOS DE COLETA DE FEZES SOBRE OS
COEFICIENTES DE DIGESTIBILIDADE APARENTE PARA O TAMBAQUI
(Colossoma macropomum)
Relatrio de projeto orientado apresentado ao Colegiado do Curso de Zootecnia, como
parte das exigncias para a obteno do ttulo de
Bacharel em Zootecnia.
Orientador
Prof. Dr. Igo Gomes Guimares
JATA-GO
2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIS
CAMPUS JATA
CURSO DE ZOOTECNIA
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CAROLINNE SILVA DA MOTA
AVALIAO DE DIFERENTES MTODOS DE COLETA DE FEZES SOBRE
A ESTIMATIVA DOS COEFICIENTES DE DIGESTIBILIDADE APARENTE
PARA O TAMBAQUI (Colossoma macropomum)
Relatrio de projeto orientado apresentado
ao Colegiado do Curso de Zootecnia, como
parte das exigncias para a obteno do ttulo de
Bacharel em Zootecnia.
APROVADA em 9 de outubro de 2012.
_____________________________________________
Prof. Dr. Otto Mack Junqueira
Membro da Banca
_____________________________________________
MS. Janana Gomes Arajo
Membro da Banca
_____________________________________________
Prof. Dr Igo Gomes Guimares
Orientador
JATA-GO
2012
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Dedico ao meu pai, Sebastio Antnio da Mota,
a minha me Jacy Silva da Mota e a meu irmo
Jair Silva da Mota. Distncia ou tempo algum
apagaro do meu corao o amor e dedicao,
ensinamentos e apoio de vocs recebidos.
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AGRADECIMENTOS
Ao meu querido orientador, Igo Gomes Guimares, que foi durante todo esse
tempo de orientao atencioso e dedicado, sempre me mostrando o caminho certo, e
sendo malevel com meus exageros e ataques de loucura, voc sempre ser meu
exemplo. O meu sincero obrigada.
A minha querida Co-Orientadora Janana Gomes Arajo, que meu grande
exemplo de como ser uma boa aluna, professora, orientadora, profissional, pessoa,
amiga, me, esposa, mulher. Tenho muito orgulho de falar que trabalhei ao seu lado. O
meu extremo obrigada.
Universidade Federal de Gois, que me acolheu de braos abertos e me
proporcionou um ensino de qualidade e me ensinou a ter espao na sociedade, sendo
justa e correta. Obrigada.
Universidade Federal Rural da Amaznia (UFRA), que me ofereceu com muito
custo, a primeira fase da minha formao, foi em suas instalaes que descobri como a
vida. Obrigada.
Pontifica Universidade Catlica de Gois (PUC), que me cedeu suas instalaes,
equipamentos, funcionrios e condio para execuo desse trabalho, me tratando de
igual com seus alunos. Obrigada.
Aos professores: Raquel Salgado, Josemir Gonalves, Maria do Socorro, Eduardo,
Luiz Rennan, Kaliandra Alves, Mrcia, Vincios, Roberta de Assis, Vera Banys, Arthur,
Karina, Mrcia, Fernando, obrigada por terem e estarem contribuindo com a minha
formao.
Aos meus amigos: Thalita Araujo, Fabiany Gonalves, Paulo Henrique Arruda,
Alexandre Figueiredo, Carla Furtado, Dyulie Antunes, Murillo Machado, Nayara, que
so meus amigos e companheiros de todas as horas.
Aos meus colegas de graduao: Mateus, Gilberto, Eduardo, Mrcia, Thayane,
Vanessa, Rozilda, Iracema, Nayane, Lara, Samara, Diego, Machel, Virgilho, Gabriel,
Cigano, Hugo, Vincios, Nayana, e a todos aqueles que diretamente ou indiretamente
me ajudaram na minha formao e na construo de um belo grupo de amizades.
Aos meus amigos do grupo de Pesquisa em Organismos Aquticos LAPAQ-
UFG- Jata, Thiago Quirino, Thiago Morais, Alana Lucena, CristielleColto e ao Tiago
Aguiar quem me ajudoubastante para realizao deste trabalho. Obrigada.
Ao Senhor Jos Neves, tcnico do Laboratrio de Solos e todos os funcionrios da
PUC-GO Bloco G, que me ajudaram interinamente com a maior dedicao e carinho
como dado a uma filha.
Ao meu querido Bile (Sandro Henrique), pelo amor e compreenso oferecido
durante todo esse trabalho, levantando de madrugada, dormindo tarde, escutando
atentamente meus choros e desesperos, voc segurou minhas mos quando meus joelhos
j no aguentavam mais segurar o meu corpo. Obrigada.
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LISTA DE ILUSTRAES
Anexo I
Figura I. Sistema Guelph (Fonte: CHO, C.Y.; COWEY, C.B.; WATANABE, T..
Methodological approaches to research and development. In: Cho, C.Y., Cowey, C.B.,
Watanabe, T. (Eds.), Finfish Nutrition in Asia. IDRC, Ottawa, Canada, pp. 1080.
1985.)
Figura II. Coleta mecnica (Fonte: CHOUBERT, G.; DE LA NOUE Jr., J.; Luquet, P.
Digestibility in fish: improved device for the automatic collection of feces.
Aquaculture 29, 185189. 1982.)
Anexo II
Grfico 1. Coeficientes de digestibilidade aparente do fsforo nas fezes do tambaqui
sobre diferentes tempos de coleta (60, 120, 240 e 480 minutos) pelo mtodo de
decantao.
Grfico 2. Coeficientes de digestibilidade aparente da matria seca nas fezes do
tambaqui sobre diferentes tempos de coleta (60, 120, 240 e 480 minutos) pelo mtodo
de decantao.
Grfico 3. Coeficientes de digestibilidade aparente da energia nas fezes do tambaqui
sobre diferentes tempos de coleta (60, 120, 240 e 480 minutos) pelo mtodo de
decantao.
Figura I. Aqurio de alimentao (Fonte: Arquivo Pessoal).
Figura II. Animais experimentais (Fonte: Arquivo Pessoal).
Figura III. Incubadoras adaptadas para coleta de fezes por decantao (Fonte: Arquivo
Pessoal).
Figura IV. Coleta noturna de contedo fecal (Fonte: Arquivo Pessoal).
Figura V. Recipiente coletor de fezes acoplado a incubadora (Fonte: Arquivo Pessoal).
Figura VI. Identificao e armazenamento das amostras fecais (Fonte: Arquivo
Pessoal).
Figura VII. Trato digestrio do tambaqui todo removido (Fonte: Arquivo Pessoal).
Figura VIII. Corte longitudinal do trato digestrio at o cecos pilricos (Fonte: Hugo
Vinicius Pereira).
Figura IX. Remoo das fezes de dentro do trato digestrio com pincel (Fonte:Hugo
Vinicius Pereira).
Anexo III
Normas para preparao de trabalhos cientficos para publicao na Revista Brasileira
de Zootecnia.
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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SMBOLOS
CDA= Coeficiente de digestibilidade aparente.
CDAPB = Coeficiente de digestibilidade aparente da Protena Bruta.
CDAMS = Coeficiente de digestibilidade aparente da Matria Seca.
CDAP = Coeficiente de digestibilidade aparente do Fsforo.
CDAEB = Coeficiente de digestibilidade aparente da Energia Bruta.
PB = Protena bruta.
EB = Energia bruta.
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SUMRIO
CAPTULO 1 - CONSIDERAES GERAIS ....................................................................................... 1
1.2 MTODOS DE COLETA .................................................................................................. 6
CAPTULO 2 - PROJETO ORIENTADO .......................................................................................... 15
2.1 RESUMO .......................................................................................................................... 15
2.2 ABSTRACT ...................................................................................................................... 16
2.3 INTRODUO ................................................................................................................ 17
2.4 MATERIAL E MTODOS .............................................................................................. 18
2.4.1 rea e animais experimentais .................................................................................... 18
2.4.2 Dieta experimental ..................................................................................................... 19
2.4.3 Metodologia para coleta de fezes pelo mtodo de decantao ................................... 20
2.4.4 Metodologia de coleta de fezes pelo mtodo de dissecao ...................................... 22
2.4.5 Clculo dos CDAs e anlises qumicas ...................................................................... 22
2.4.6 Delineamento experimental e anlise estatstica dos dados ....................................... 23
2.5 RESULTADOS ................................................................................................................. 24
2.6 DISCUSSO .................................................................................................................... 27
2.7 CONCLUSO .................................................................................................................. 33
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CAPTULO 1 - CONSIDERAES GERAIS
Nos ltimos anos, o cultivo intensivo e semi-intensivo de peixes tem sido
crescente no Brasil, principalmente pelo interesse nas espcies nativas tropicais, como o
pacu (Piaractus mesopotamicus) e o tambaqui (Colossoma macropomum), que
apresentam grande potencial para a piscicultura, uma vez que possuem carne de
excelente qualidade, alm da facilidade na adaptao de criao em cativeiro (Abimorad
& Carneiro, 2004).
A produo aqucola mundial tem crescido significativamente, atingindo a marca
de 60 milhes de toneladas em 2010. Este crescimento decorre da alta demanda por
pescado pela populao, com crescimento mdio anual de 6,6%, chegando a um
consumo 18,4 kg per capita/ano (The Stateof World Fisheries and Aquaculture- Sofia,
2012).
O tambaqui o segundo maior peixe de escamas do Brasil, sendo a principal
espcie da Amaznia cultivada no pas, cuja produo nacional em 2008 foi de 46 mil
toneladas (MPA, 2010b) tendo um crescimento de 66% em relao ao ano de 2007, o
que destaca o rpido crescimento desta espcie em territrio nacional. Segundo o
IBAMA (2008), o tambaqui o 4 pescado mais cultivado do pas, perdendo somente
para o camaro, tilpia e carpa. Entre 2003 e 2009, a produo desta espcie cresceu
123%, com taxa mdia anual de 14% (MPA, 2010b).
Pertencente classe Actinopterygii, ordem Characiformes e famlia Characidae
(Britski, 1977), o tambaqui um peixe de piracema nativo das bacias dos rios
Amazonas e Orinoco, com alto potencial para a aquicultura. A popularidade do
tambaqui atribuda facilidade de produo de alevinos, rpido crescimento,
resistncia a elevadas temperaturas da gua dos viveiros, ao manuseio, e baixos nveis
de oxignio dissolvido necessrio (Silva et al., 1986; Arajo-Lima & Gomes, 2005;
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Porto, et al. 2005; Paula, 2009). Esta espcie, em situao de hipxia, apresenta
adaptaes comportamentais e fisiolgicas para suportar a adversidade como: aumento
da respirao e batimento cardaco, aumento da afinidade da hemoglobina pelo
oxignio, reduo do metabolismo e baixa taxa de crescimento (Val & Almeida-Val,
1995; Gomes et al., 2006).
Durante a dcada de 80 alguns pesquisadores caracterizaram o tambaqui como
tendo hbito alimentar onvoro com tendncia herbvoria, sendo ainda considerada
espcie filtradora e frugvora (Goulding et al., 1980; Carvalho et al., 1981; Flamm et al.,
1983; Machado-Allinson et al., 1982; Piedade et al., 1985; Soares et al., 1986; Goulding
& Carvalho, 1982; Saint Paul et al., 1986).
Mesmo estando em grande expanso produo de espcies nativas, em especial
do tambaqui, os estudos so escassos sobre manejo alimentar, nutricional, reprodutivo e
comportamento desta espcie, os quais so dominados por algumas instituies de
ensino e pesquisa, e setores privados, como fbricas de rao. Mesmo assim, a
exigncia nutricional especifica do tambaqui ainda no foi tabulada como j existem
relatos especficos para a tilpia no Brasil e no mundo (Furuya, 2010 e NRC, 2011).
Portanto, a criao do tambaqui depende especialmente em sistemas semi-intensivos ou
intensivos de produo e do uso de raes balanceadas e de boa qualidade, permitindo
melhor aproveitamento dos nutrientes pela espcie, j que os custos com alimentao
so relativamente altos, representando o maior percentual dos custos operacionais (em
torno de 70%).
Do ponto de vista da aquicultura sustentvel, para a formulao ideal de rao
deve-se levar em considerao a digestibilidade dos ingredientes, a qual pode ser
influenciada por vrios fatores, como a densidade de estocagem, a qualidade e a
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quantidade dos alimentos, influncia do sexo, idade, tamanho, tempo, frequncia
alimentar e, principalmente, dos mtodos de avaliao da digestibilidade.
A determinao doscoeficientes de digestibilidade aparente (CDA) dos nutrientes
medida pela diferena (expressa como percentagem) entre a ingesto de nutrientes e a
excreo de nutrientes fecais com a utilizao de marcadores indigestveis. Sendo
assim, a melhor forma de produzir dietas nutricionalmente balanceadas, quantificando a
capacidade desses animais de digerir e assimilar os nutrientes dos alimentos. Portanto,
experimentos de digestibilidade tm fundamental importncia para a quantificao de
valores nutricionais para formulao de dietas espcie-especificas nutricionalmente
balanceada.
A digestibilidade de uma dieta ou de um ingrediente pode ser determinada direta
ou indiretamente. O ambiente aqutico o grande desafio para pesquisas de
digestibilidade em peixes, pois dificulta a separao das fezes na gua, a mensurao do
consumo de alimento, alm da contaminao com o alimento no ingerido. O mtodo
direto, que tem como objetivo a coleta total das fezes, no tem sido utilizado
rotineiramente para determinao dos coeficientes de digestibilidade dos alimentos para
peixes, principalmente pelo estresse ocasionado e dificuldade de coleta, apesar de
existirem tcnicas adaptadas para coleta total de excretas, como: cmara metablica
(Halver et al., 1989), sistema de filtragem contnua adaptada para a coleta total de fezes
(Choubert et al., 1979; Choubert et al., 1982) e sistema de bolsa coletora de fezes (Vidal
Junior, 2000).
No mtodo indireto, os coeficientes de digestibilidade aparente so estimados pela
diferena de concentrao de um marcador indigestvel e dos nutrientes no alimento e
nas fezes, de forma que a coleta total das fezes no necessria (Halver et al., 1989).
Contudo, a coleta das fezes pode ser efetuada de duas maneiras: a) as excretas podem
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ser obtidas diretamente do tanque ou aqurio de cultivo aps a defecao (coleta com o
peixe dentro da gua); b) as amostras podem ser coletadas diretamente do intestino
posterior antes de serem defecadas pelo peixe (coleta com o peixe fora da gua) (Portz
et al. 2001).
A fim de evitar a lixiviao de nutrientes na gua, vrios autores tm ressaltado
que mtodos de coleta de fezes fora do ambiente aqutico, como o mtodo de
dissecao (Smith & Lovell, 1971; Smith & Lovell, 1973; Austreng et al., 1978;
Windell et al., 1978; Henken et al., 1985), ou o mtodo de compresso ou massagem
abdominal (Inaba et al., 1962; Nose et al., 1967; Austreng et al., 1978; Windeil et al.,
1978; Vens-Cappel et al., 1985) e de suco anal (Lovell et al., 1977; Windell et al.,
1978; Brown et al., 1985) apresentam-se como tcnicas mais adequadas, como para o
salmo (Salmo salar), que produz fezes que se dissipam facilmente na gua. A
lixiviao pode ser altamente significativa no mtodo indireto por decantao, quando
grandes instalaes so utilizadas para a manuteno destes peixes, devido distncia
que os excrementos teriam de percorrer na gua, antes que pudessem ser recolhidos por
decantao ou remoo fsica (Abimorad & Carneiro, 2004).
Porm, tais mtodos requerem a manipulao frequente dos peixes, acarretando
em estresse. Alm destes fatores, estes mtodos de coleta podem incorrer no erro de
subestimar a digestibilidade devido aos peixes possurem a caracterstica de absorver os
nutrientes at a regio final do intestino, ou seja, o nus.
Outros autores criaram metdos que visavam a coleta das fezes dentro da gua,
como a cmara metablica (Smith et al.,1971), pipetagem imediata das fezes (Alliot et
al., 1978), decantao, (Cho et al., 1985) ou por filtrao contnua (Choubert et al., 1979;
Choubert et al.,1982). Estes mtodos, mesmo sendo eficientes em diminuir a
mortalidade e o estresse nos animais, tm como principal problema a tendncia a
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acelerar a lixiviao (De La Noiie & Choubert, 1986), exceto a filtrao contnua, que
o mais eficiente em minizar a lixiviao dos nutrientes na gua.
Todos os mtodos de coleta de fezes existentes apresentam vantagens e
desvantagens, particularmente em relao facilidadeda coleta da amostra e da natureza
representativa das fezes recolhidas. No entanto, a coleta de amostras representativas de
fezes em peixes menores de 1 kg problemtica, tanto no mtodo direto como no
indireto. Como por exemplo, a utilizao de uma cmara de metabolismo (Smith et al.,
1971) impraticvel devido ao tamanho do peixe, como tambm o mtodo dissecao,
devido necessidade do sacrificio dos animais, bem como a dificuldade de coleta.
Mtodos que contam coma coleta de fezes na gua so propensos a
superestimativa do CDA como um resultado da lixiviao dos nutrientes a partir das
fezes (Smith et al., 1980; Brown & Robinson,1989; Spyridakis et al., 1989; Hajen et al.,
1993). Neste contexto, Cho et al.(1982) concluiram que as fezes so mais vulnerveis
lixiviao quando os peletes fecais eram quebrados durante o processo de coleta e
quando o tempo de contato das fezes com a gua maior, entretanto, Satoh et al. (1992)
trabalhando com truta arco-ris (Oncorhynchus mykiss) afirmaram que o tempo de
recuperao fecal tem pouco efeito sobre a lixiviao de nutrientes.
Portanto, as tcnicas de coleta de fezes podem afetar os resultados do CDA.
Windell et al. (1978) e Vens-Cappell (1985), trabalhando com truta arco-ris
(Oncorhynchus mykiss), e Abimorad e Carneiro (2004), trabalhando com pacu
(Piaractus mesopotamicus), demonstraram claramente que os valores de digestibilidade
podem variar de acordo com o mtodo de coleta de fezes. Assim, erros inerentes aos
vrios mtodos devem ser quantificados, a fim de selecionar o mtodo mais apropriado
que gerem dados mais fidedignos de digestibilidade.
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1.2 MTODOS DE COLETA
A cincia da nutrio de peixes comeou quase 80 anos atrs. Muitos
pesquisadores desde este tempo vem tentado avaliar a eficincia de alimentos para
peixes (Belal et al., 2005), aprimorando tecnologias, metodologias e usando tcnicas
semelhantes s utilizadas para determinao de digestibilidade em animais
homeotrmicos (aves, ovinos, caprinos, bovinos, sunos, entre outros). Porm algumas
destas tcnicas no poderiam ser feitas sem aceitar um nvel de erro significativo devido
aos peixes viverem em ambiente diferente.
Na avaliao de alimentos para animais, desejvel ter um mtodo rpido e
simples para a determinao da digestibilidade, e para os animais domsticos ensaios de
digesto so realizados rotineiramente. Para os peixes, o ambiente aqutico dificulta a
medio do consumo de rao e separao das fezes na gua.
Delmondes & Bomfim (2004), destacaram todas as metodologias de coleta de
fezes de peixes para determinao de coeficientes de digestibilidade, relatando
caractersticas e desvantagens de cada mtodo de coleta.
Uma das metodologias mais utilizadas em trabalhos de digestibilidade o mtodo
caracterizado como decantao, desenvolvido por Cho et al. (1985), sendo tambm
chamado de Sistema Guelph. Consiste de tanque (s) com fundo inclinado ou
afunilado e sistema (s) de drenagem comum a uma nica coluna de decantao (Anexo
I, Figura I). Os peixes so livremente alimentados neste sistema e aps um perodo de
alimentao, as fezes so coletadas por 9-16 h. No final do perodo, a coluna de
sedimentao aberta e as fezes so removidas, sendo seu principal problema a
lixiviao de nutrientes (Cho et al., 1985; Allan et al., 2000). Segundo Storebakken et
al. (1998), o mtodo de decantao adequado para obteno de fezes de peixes
pequenos, porm, um nmero relativamente alto de unidades animais deve ser
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considerado, j que se tratando de uma coleta com grande quantidade de gua a perda
principalmente por lixiviao, muito alta, superestimando os valores de
digestibilidade.
Mesmo sendo ainda um mtodo muito utilizado, alm do problema de lixiviao o
mtodo de Sistema Guelph ainda tem uma desvantagem em sua metodologia, pois o
contedo fecal acaba ficando aderido em sua estrutura (Abimorad e Carneiro, et al.
2004), principalmente os indicadores inertes, como o xido de crmio, no expressando
assim os valores reais de digestibilidade, j que ela calculada de acordo com a
concentrao deste indicador nas fezes.
Observando os problemas no Sistema Guelph, Choubert et al. (1982) criaram uma
nova tcnica, desenvolvida com o objetivo de minimizar os efeitos estressores para os
peixes causados pelos mtodos j existentes e diminuir as perdas ocorridas por
movimentao do bolo fecal, denominada coleta mecnica (Anexo I, Figura II). Neste
mtodo, a gua passa por uma tela separadora que se move atravs de esteira, separando
todas as fezes e depositando-as em uma caixa de coleta. Porm, neste mtodo
necessrio equipamento especializado e um sistema de drenagem projetado
especialmente para o viveiro ou tanque (Portz et al., 2001).
Outra tcnica desenvolvida para esse tipo de trabalho se trata da pipetagem direta
no fundo do tanque, desenvolvida por Watanable & Ohta (1995), onde os tanques
possuem fundo com leve declividade para acumulao das fezes em determinado ponto
para serem removidas da gua atravs de fina mangueira de pipetagem para uma coluna
separada do tanque. Sua desvantagem est na possibilidade de maior lixiviao dos
componentes das fezes, em virtude do turbilhonamento proporcionado com a sifonagem
e pelo contato direto dos peixes com as fezes possibilitando assim o consumo das
excretas.
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Nas tcnicas de coleta com os peixes dentro da gua, a lixiviao de materiais para
a gua o nico erro importante, que acarreta na maior estimativa da digestibilidade
(Percival et al.,2001). Segundo Spyridakis et al. (1989), h tendncia dos mtodos que
utilizam material fecal naturalmente evacuado na gua apresentarem valores maiores de
digestibilidade, em razo da lixiviao de nutrientes na gua, como se essa frao de
nutriente tivesse sido aproveitada pelo peixe.
Observando os problemas nas metodologias existentes, tcnicas de coleta de fezes
com o peixe fora da gua foram desenvolvidas para superar o problema de lixiviao
atravs da coleta de fezes diretamente a partir do trato intestinal dos peixes.
Nose et al. (1960) desenvolveu a tcnica denominada como compresso ou
massagem abdominal, onde o peixe previamente anestesiado e as fezes so extradas
atravs de uma cuidadosa compresso ventral. A desvantagem deste mtodo a
possibilidade de contaminao das fezes pela urina, estresse, coleta de fludos do
intestino ou material no digerido ou absorvido, e necessidade de peixes de tamanho
superior (ao redor de 100g) na quantidade mnima de 30 animais (Nose et al.,1961;
Austreng et al., 1978; Storebakken et al., 1998; Percival et al., 2001).
Outro mtodo testado em alguns trabalhos foi denominado suco anal (Lovell et
al., 1977; Windell et al., 1978; Brown et al., 1985), que se trata de uma cnula
introduzida no nus do peixe previamente anestesiado, realizando-se uma leve suco
empregada com o auxilio de uma seringa para coleta fecal na regio posterior do
intestino. A desvantagem desse mtodo se trata do decorrente estresse provocado pela
manipulao excessiva dos peixes e coleta dos fluidos e/ou epitlio intestinal ou de
material no digerido ou absorvido (Percival et al., 2001).
A dissecao outro mtodo de coleta de fezes bastante utilizado, porm a
desvantagem de se ter que sacrificar os animais torna o mtodo invivel, do ponto de
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vista tico. Os peixes so previamente anestesiados e sacrificados, realizando corte
longitudinal sob a cavidade abdominal para a coleta do contedo fecal na parte terminal
do intestino. O problema desse mtodo est relacionado com a possibilidade de ocorrer
redistribuio de material fecal no trato intestinal aps a eutansia, passando material
menos digerido para o intestino posterior, alm de ser necessria uma quantidade alta de
animais para a coleta de amostras suficiente para anlises (Austreng et al., 1978;
Storebakken et al., 1998; Allan et al., 1999; Percival et al., 2001). Este mtodo pode ser
realizado sem que os peixes passem um perodo de adaptao dieta, possibilitando a
utilizao dos animais imediatamente aps o ensaio de crescimento, quando o estresse
j no prejudicial para o desempenho do peixe.
Cho et al.(1985), trabalhando com truta arco-iris (Oncorhynchus mykiss),
avaliaram a suco anal, extruso e dissecao e observaram que houve subestimao
da digestibilidade dos nutrientes por contaminao com fluido corporal, epitlio
intestinal, e as enzimas em excesso.
Henken et al. (1985) com o objetivo de comparar metodologias de coleta de fezes
com o bagre africano (Aquamonstrus devastadorus), obtiveram material para anlise a
partir das seguintes tcnicas: coleta total (fezes por sedimentao e sem o uso de
marcador); pela dissecao do tero final do intestino dos peixes, a partir de rao
marcada com o Cr2O3, e coleta por sedimentao tambm com rao marcada com o
Cr2O3. Concluram que os valores dos coeficientes de digestibilidade obtidos pelo
ltimo mtodo foram mais seguros.
Portz et al. (2001) observaram que as estimativas de digestibilidade dos
ingredientes da trutas arco-ris (Oncrhynchus mykiss) obtidos a partir de anlises de
fezes coletadas por decantao, teriam valores cerca de 10% inferiores aos da anlise
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das fezes coletadas diretamente do peixe, o que indica que alguns nutrientes so
lixiviados na gua.
A determinao de um mtodo de coleta de fezes eficiente e que demostre os
valores reais de digestibilidade dos nutrientes no tem s importncia na piscicultura, e
sim para todos os organismos aquticos, como relatado por Mourio et al. (2006), que
trabalharam com diferentes mtodos de coleta de fezes para determinao da
digestibilidade proteica r-touro (Rana catesbeiana), concluram que as informaes
obtidas com uma espcie no devem ser generalizadas exatamente para outras, devido a
fatores especficos como comportamento e consistncia das fezes. Portanto, novos
estudos deveriam ser realizados e podem ser to importantes a ponto de impedir a
utilizao de determinados mtodos.
Desta forma, a coleta de fezes a atividade que exige maior ateno e preciso em
experimentos de digestibilidade, independentemente da escolha do mtodo. Em
trabalhos com a truta arco-ris, Smith et al. (1980) mostraram que significativa
quantidade de nitrognio fecal pode ser lixiviada na gua antes da coleta,
superestimando os coeficientes de digestibilidade. Portanto, um mtodo de coleta de
fezes mais adequado para os estudos de digestibilidade em peixes indispensvel para
que se obtenha preciso nos resultados (Austreng et al., 1978; Smith et al., 1980).
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2. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ABIMORAD, E.G.; CARNEIRO, D.J. Mtodos de Coleta de Fezes e Determinao dos
Coeficientes de Digestibilidade da Frao Protica e da Energia de Alimentos para o
Pacu, Piaractus mesopotamicus (Holmberg, 1887), Revista Brasileira de
Zootecnia, v.33, n.5, p.1101-1109, 2004.
ALLAN, G.J., ROWLAND, S.J., PARKINSON, S., STONE, D.A.J., JANTRAROTAI,
W. 1999. Nutrient digestibility for juvenile silver perch Bidyanus bidyanus:
development of methods. Aquaculture 170, 131145.
ALLAN, G.L.; PARKINSON, S.; BOOTH, M.A.; STONE, D.A.J.; ROWLAND, S.J.;
FRANCES, J.; WARNER-SMITH, R. Replacement of fish meal in diets for
Australian silver perch, Bidyanus bidyanus: I. Digestibility of alternative
ingredients. Aquaculture v.186, p.293310, 2000.
ALLIOT, E.; PASTOREAUDT, A.; PELAEZ HUDLET, J. et al. Utilisation des farines
vgetales et des levedures cultives sur alcanes pour I alimentation du bar
(Dicentrarchus labrax). In: WORLD SYMPOSIUM FINFISH NUTRITION
FISHFEED TECHNOLOGY, 1978, Hambur. Proceedings Berlin: Heenemann,
1978. V. 2, p.229-238.
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CAPTULO 2 - DIFERENTES MTODOS DE COLETA DE FEZES SOBRE OS
COEFICIENTES DE DIGESTIBILIDADE APARENTE PARA O TAMBAQUI
(Colossoma macropomum)
2.1 RESUMO
O presente estudo teve como objetivo determinar o melhor mtodo de coleta de
fezes do tambaqui, comparando os mtodos de decantao em diferentes tempos de
coleta (60, 120, 240 e 480 minutos) e o mtodo de dissecao. Foram utilizados oitenta
juvenis de tambaqui (167,546,71g), distribudos em quatro tanques experimentais.
Aps a coleta de fezes pelo mtodo de decantao, os peixes foram sacrificados depois
de receberem cinco refeies com intervalos de duas horas um dia antes do sacrifcio,
sendo o material fecal recolhido aps os cecos pilricos. As variveis avaliadas foram
coeficiente de digestibilidade aparente da protena bruta (CDAPB), matria seca
(CDAMS), fsforo (CDAP) e da energia bruta (CDAEB). Conclui-se que o CDAPB dos
tempos de coleta por decantao no tiveram diferena, porm em comparao entre os
mtodos, o CDAPB foi menor no mtodo de dissecao. Houve diferena significativa
(P
-
16
2.2 ABSTRACT
The present study aimed to determine the best faeces collection method for
tambaqui by comparing the sedimentation method at different sampling times (60, 120,
240 and 480 minutes) and the dissection method. Eighty tambaqui juveniles (167,54
6,71g) were randomly stocked into four experimental aquaria. After the collection of
faeces by sedimentation, fishes were sacrificed after receiving five meals with intervals
of two hours a day before the sacrifice, and fecal material being collected after the
pyloric caeca. The variables evaluated were apparent digestibility coefficients of crude
protein (ADCCP), dry matter (ADCDM), phosphorus (ADCP) and gross energy (ADCGE).
ADCCP were not affected by sampling time in the sedimentation method. However,
ADCCP were lower in the dissection method compared to sedimentation. There were
significant differences (P
-
17
2.3 INTRODUO
Vrias metodologias tm sido utilizadas para determinar os coeficientes de
digestibilidade dos nutrientes em ingredientes e raes para peixes. Dentre os mtodos
mais empregados, destacam-se: a) pipetagem direta no fundo do tanque (Watanable &
Ohta, 1995), b) filtragem contnua (Choubert et al., 1979), c) coleta mecnica (Choubert
et al., 1982), d) decantao (Cho et al., 1985), e) extruso (Nose et al., 1960), f) suco
anal (Lovell et al., 1977) e g) dissecao (Austreng et al., 1978).
Trabalhos recentes (Delmondes & Bomfim, 2004), tm demonstrado preocupao
com o estresse a que so submetidos os peixes independente do mtodo utilizado, e
principalmente sobre a confiabilidade de cada mtodo, j que problemas como
contaminao das fezes e lixiviao dos nutrientes podem interferir nos valores reais
dos coeficientes de digestibilidade dos alimentos contidos nas dietas.
Estudos sobre a digestibilidade da protena, energia, matria seca e de minerais
dos principais produtos e subprodutos produzidos no Brasil utilizados na elaborao de
raes so de fundamental importncia nos aspectos nutricional e econmico,
resultando em maior preciso no balanceamento das dietas para organismos aquticos.
Portanto, para determinar a exigncias de peixes, e principalmente do tambaqui
(Colossoma macropomum), fundamental que se conhea o nvel de aproveitamento
dos ingredientes da dieta.
Experimentos de digestibilidade realizados com peixes, especialmente com o
tambaqui (principal espcie nativa do Brasil), ainda so escassos, principalmente no que
diz respeito ao mtodo de coleta que minimize o efeito do ambiente aqutico nos dados
de digestibilidade dos nutrientes. Devido importncia desta espcie para aquicultura
nacional e o reduzido volume de trabalhos que avaliem um mtodo preciso de
determinao da digestibilidade dos nutrientes para o tambaqui. Desta forma, o presente
-
18
trabalho teve como objetivo determinar a lixiviao dos nutrientes das fezes do
tambaqui e qual o melhor tempo de coleta de fezes. Assim como, comparar dois
mtodos de coleta distintos (decantao e dissecao).
2.4 MATERIAL E MTODOS
2.4.1 rea e animais experimentais
O experimento foi conduzido na Pontifcia Universidade Catlica de Gois
PUC- Campus II, Goinia, no Laboratrio de Produo de Organismos Aquticos -
LAPOA, nos perodos de janeiro a maio de 2012 com durao do perodo experimental
de 30 dias mais sete dias de perodo de adaptao.
Foram utilizados 80 juvenis de tambaqui com peso mdio inicial de
167,546,71g, provenientes do setor de piscicultura da UFG, Campus Samambaia
Goinia GO, onde foi realizada a alevinagem em tanques escavados. Antes do
alojamento, os peixes foram tratados com banhos profilticos de imerso em
permanganato de potssio (KMnO4), com a diluio de um grama/50L de gua, onde
os peixes permaneceram por uma hora segundo a recomendao de Pavanelli (1998).
Aps o banho profiltico, os peixes foram anestesiados com uma soluo de
benzocana (ethyil-p-aminobenzoato) na proporo de 100mg/L de gua (Roubach, et
al. 2001) para efetiva pesagem dos grupos, que foram distribudos aleatoriamente em
grupos de 20 peixes em quatro aqurios com capacidade para 310L cada, abastecidos
com gua de poo artesiano, termostatizados e com aerao constante por turbina de ar,
instalados em sistema de recirculao fechado (Anexo 2, Figura 1), sendo a vazo de
gua das caixas reguladas para 2,5L/min., e troca diria de 30% da gua do sistema.
Estas caixas foram utilizadas somente para alimentao dos peixes.
-
19
A gua era proveniente de poo artesiano, sendo tratada por filtros fsicos,
ultravioleta e biolgico antes de retornar s caixas. Os parmetros de qualidade de gua
como temperatura, oxignio dissolvido e pH foram monitorados diariamente com
auxlio de oxmetro digital e pHmetro, e, semanalmente, monitorados amnia, nitrito e
nitrato por kit comercial (Alfakit). A temperatura da gua dos aqurios foi mantida
dentro da faixa de conforto para a espcie (27,0 2,0C), sendo aferida s 8:00 e 16:00
horas.
2.4.2 Dieta experimental
A dieta experimental foi confeccionada com ingredientes convencionais de forma
a atender as exigncias nutricionais da espcie, com 28%PB g/kg-1
e 4.300 cal/g/ EB
(Tabela 1). Os valores digestveis da protena e da energia de cada alimento foram
calculados de acordo com os valores de coeficiente de digestibilidade aparente obtidos
para tilpia por Pezzato et al. (2002) e Guimares (2008). Os ingredientes foram modos
em moinho de facas, com peneira apresentando dimetro menor que 0,5mm,
posteriormente foram homogeneizados em misturador automtico, e para confeco dos
grnulos experimentais a mistura recebeu cerca de 40% de gua com temperatura de
aproximadamente 65C, sendo assim imediatamente granulada por meio de um moinho
de carne, empregando-se matrizes para obteno de grnulos com os dimetros de
3,5mm. Aps a peletizao, os grnulos foram desidratados a 55,0C por 24 horas em
estufa com circulao de ar forada, posteriormente, trituradas e o tamanho do grnulo
ajustado ao tamanho da boca do peixe, sendo armazenados por resfriamento a -5,0C.
-
20
Tabela 1. Composio percentual e proximal da rao experimentala
Ingredientes g kg-1
Farelo de Soja 490
Farinha de Peixe 50
Fub de Milho 270
Farelo de Trigo 60
DL-metionina 1
Cr2O3 1
leo de Soja 65
Fosfto Biclcico 56
Vitamina C 0.8
Sal Comum 1
Premix Vitamnicob 5
BHTc 0.2
Total 1000
28%PB g/kg-1 e 4.300 cal/g/ EB; bPremix vitamnico, nveis de garantia por kg da dieta: vitamina A, 16060 UI; vitamina D3, 4510 UI;
vitamina E, 250 UI; vitamina K, 30 mg; vitamina B1, 32 mg; vitamina B2, 32 mg; pantotenato de
clcio, 80 mg; niacina, 170 mg; biotina, 10 mg; cido flico, 10 mg; vitamina B12, 32 g; vitamina
B6, 32 mg.cAntioxidante Butil Hidroxitolueno.
2.4.3 Metodologia para coleta de fezes pelo mtodo de decantao
Foi avaliada a digestibilidade da matria seca, protena, energia bruta e do
fsforo de uma dieta referncia para o tambaqui de acordo com o procedimento descrito
por Guimares et al. (2008), em que os peixes so alimentados em aqurios fora do
sistema coletor de fezes.
Cada grupo de 20 peixes foi considerado uma unidade experimental, totalizando
quatro repeties. Estes quatro grupos de peixes foram transferidos dos aqurios de
alimentao para os aqurios de coletas por um perodo de cinco dias, necessrio para
obteno de amostras suficientes para realizao das anlises. Os tratamentos foram:
(T1) primeiro perodo (60 min. aps a primeira sedimentao dos pletes fecais); (T2)
segundo perodo (120 min. aps sedimentao dos primeiros pletes fecais); (T3)
terceiro perodo (240 min. aps sedimentao dos primeiros pletes fecais); (T4) quarto
-
21
perodo (480 min. aps sedimentao dos primeiros pletes fecais). A coleta ocorreu no
perodo noturno aps os peixes terem recebido rao durante o dia.
Os peixes foram alimentados trs vezes ao dia, prximo saciedade, nos
horrios de 8:00, 12:00 e 16:00, durante os sete dias de adaptao. No dia de coleta a
frequncia foi elevada para quatro vezes (9h, 11h, 14h e 17h). Em seguida, com auxlio
de pu, os 20 peixes de cada grupo, eram transferidos para os quatro aqurios de
coleta, permanecendo das 18h00min at 8h00min do dia seguinte.
O sistema de coleta de fezes, com capacidade para 200L de gua, apresentando
formato cnico, que possibilitam a coleta das fezes por gravidade, as quais
sedimentavam em recipiente de rosca acoplado a um registro de esfera no fundo de cada
aqurio (Anexo 2, Figura 3, e 5). Os mesmos eram equipados com termostatos
regulados para 28C e mangueiras acopladas com pedras porosas para aerao, por
turbina de ar comprimido.
Esta transferncia possibilitou a obteno de fezes sem contaminao por
sobras de rao ou acmulo de nutrientes na gua dos aqurios de coleta, pois se
realizava sifonamento das caixas de alimentao antes da transferncia e descartavam-se
os sedimentos dos coletores de fezes aps 30 minutos de permanncia dos peixes nos
coletores. Toda a gua utilizada nos aqurios de coleta foi substituda para evitar
contaminao nas coletas seguintes.
Aps a sedimentao dos primeiros grnulos fecais era observado o horrio para
marcar o tempo de coleta (tratamentos) assim, realiza-se o fechamento do registro e
retirada do recipiente de acrlico, retirando-se o excedente de gua e transferindo para
recipientes de vidro estreis devidamente identificados com os horrios da primeira
visualizao das fezes e do horrio da retirada (correspondente ao tratamento) e
simultaneamente das quatro unidades experimentais (Anexo 2, Figuras 4 e 6), e
-
22
imediatamente as amostras eram conservadas em freezer (-20C). Com a obteno de
trs pools de amostras por tratamento, realizou-se a pr-secagem (65 C) e as amostras
de fezes foram modas com pistilo de vidro separadamente, sendo retiradas escamas
com auxlio de pina.
Foram obtidas quatro amostras de fezes de cada tratamento por unidade
experimental, das quais foi avaliado o teor de protena bruta (PB), energia bruta (EB),
crmio e do fsforo, determinando a digestibilidade da PB, matria seca, energia e
disponibilidade de fsforo pelo tambaqui.
2.4.4 Metodologia de coleta de fezes pelo mtodo de dissecao
Esta etapa do experimento ocorreu aps o perodo de coleta de fezes por
decantao. Os peixes de todos os grupos passaram por um perodo de reabilitao de
cinco dias recebendo a dieta sem manejo que promovesse estresse e comprometesse o
trnsito gastrointestinal. Aps esse perodo, intensificou o fornecimento da dieta
recebendo 6 refeies com intervalos de 2 horas um dia antes do sacrifcio. No dia do
sacrifcio, os animais foram novamente alimentados para estimulao do bolo fecal 2
horas antes do sacrifcio. A eutansia dos peixes foi realizada por meio de
aprofundamento do plano anestsico com alta dose de benzocana e corte da medula,
posteriormente eviscerados e o trato digestrio dissecado cuidadosamente para a
retirada do material fecal aps os cecos pilricos. As fezes foram identificadas e
congeladas para posterior anlise como descrito anteriormente (Anexo 2, Figura 7, 8 e
9).
2.4.5 Clculo dos CDAs e anlises qumicas
Os CDAs foram determinados por meio do mtodo de coleta parcial de fezes,
utilizando-se o xido de crmio como indicador inerte na concentrao de 0,1%, crmio
-
23
recomendado por Bremer-Neto et al. (2005). Aps a realizao da anlise quantitativa
do xido de crmio, e de posse dos valores de protena e energia presentes nas dietas e
nas fezes, os CDA dos nutrientes foram calculados pela frmula proposta por Nose
(1966):
CDA (%) = 100100
%Cr2O3 na dieta
X
% de nutrientes ou EB nas fezes
% Cr2O3 nas fezes % de nutrientes ou EB na dieta
A determinao da digestibilidade da matria seca foi efetuada de acordo com a
frmula apresentada abaixo:
CDA MS (%) = 100 x (1 - % Cr2O3 na dieta / % Cr2O3 nas fezes)
As anlises qumico-bromatolgicas foram realizadas no Laboratrio de Solos e
Limnologia da PUC-GO e no Laboratrio de Bromatologia do Departamento de
Produo Animal da Escola de Veterinria UFG, Campus Samambaia, segundo os
protocolos do A.O.A.C. (1995), sendo a protena pelo mtodo de Kjeldhal, o fsforo e
crmio por espectrofotometria de luz a 420 e 550 mm, respectivamente. A concentrao
de crmio nas raes e nas fezes foram realizadas de acordo com Bremer-Neto et al.
(2005) A energia foi determinada com bomba calorimtrica realizada pelo Laboratrio
de Enzimologia e anlises bromatolgicas do Instituto de Qumica e Biotecnologia da
UFAL,
2.4.6 Delineamento experimental e anlise estatstica dos dados
O delineamento estatstico utilizado no experimento foi o inteiramente
casualisado com cinco tratamentos (mtodos de coleta e tempo de coleta) e quatro
repeties. Os resultados dos estudos foram avaliados por meio da tcnica da anlise de
-
24
varincia e, quando significativo, foi aplicado o teste de comparaes mltiplas de
mdias de Student Newman Kews (SNK). Para determinar o comportamento das
variveis frente aos diferentes perodos de coleta, foi utilizada a anlise de regresso,
excluindo para esta anlise os dados do mtodo de dissecao. Todas as anlises foram
realizadas utilizando o procedimento GLM do pacote computacional SAS, ao nvel de
5,0% de significncia.
2.5 RESULTADOS
Os valores mdios dos coeficientes de digestibilidade aparente das fezes do
tambaqui sobre diferentes tempos de coleta (60, 120, 240 e 480 minutos) pelo mtodo
de decantao e dissecao esto apresentados na Tabela 2.
Tabela 2. Valores mdios de coeficiente de digestibilidade aparente dos nutrientes
obtidos pelos mtodos de dissecao e decantao para o tambaqui1
Mtodos de
coleta
Coeficientes de Digestibilidade2
CDAMS
(%)
CDAPB
(%)
CDAP
(%)
CDAEB
(%)
Dissecao 68,62 2,61 d 86,77 1,27 b 54,21 3,37 a 70,45 1,14 d
Decantao
60 min 77,64 2,06 a 89,84 1,36ab 19,59 2,83 d 84,62 0,93 a
120 min 75,81 0,99 ab 91,10 1,33 a 39,56 2,51 b 82,72 0,54 ab
240 min 72,82 2,13 bc 87,71 1,93 ab 30,38 3,01 c 78,57 1,91 c
480 min 71,11 2,41 dc 90,74 2,51 a 59,34 3,25 a 81,15 2,60 b
Linear P < 0,0001 ns P < 0,0001 ns
Quadrtico P < 0,0001 ns ns P < 0,0001
1 Teste linear e quadrtico apenas avaliado nos intervalos de coleta do mtodo de decantao
ns No significativo ao nvel de 5% de probabilidade, SNK
2Coeficiente de digestibilidade aparente da protena bruta (CDAPB), fsforo (CDAP), matria seca (CDAMS) e energia bruta
(CDAEB).
Neste trabalho, os mtodos de coleta e o tempo de permanncia das fezes na gua
no mtodo de decantao influenciaram significativamente os coeficientes de
-
25
digestibilidade (P
-
26
Os valores do CDAP no ltimo horrio de coleta por decantao (480 minutos)
(59,34%) no diferiu do mtodo de dissecao (54,21%) (P
-
27
Grfico 3. Coeficientes de digestibilidade aparente da energia bruta nas fezes do Tambaqui sobre diferentes tempos
de coleta (60, 120, 240 e 480 minutos) pelo mtodo de decantao.
2.6 DISCUSSO
Os mtodos de determinao da digestibilidade so utilizados pelos nutricionistas
como forma de avaliar o valor nutricional dos alimentos, sendo ferramenta importante
para a seleo de ingredientes que possam compor a dieta, e ainda, um dado
extremamente importante quando se pretende formular dietas ambientalmente corretas.
Entretanto, dependendo do mtodo de coleta de fezes utilizado para avaliao da
digestibilidade, pode apresentar maior ou menor discrepncia dos resultados.
Apesar da importncia da digestibilidade, poucos so os estudos que avaliam
essas metodologias para espcies de peixes nativas do Brasil ou da Amrica Latina,
principalmente o tambaqui. At o presente momento, apenas trs trabalhos contriburam
para a determinao da digestibilidade e a velocidade de trnsito pelo trato
gastrointestinal do tambaqui (Silva et al., 1999; Silva et al., 2000; Silva et al., 2003).
Portanto, a utilizao de referncias metodolgicas de coleta de fezes para o tambaqui
so baseadas em atribuies a diferentes espcies de peixes. Segundo Mourin et al.
0 100 200 300 400 500 600
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
Y =88.45-0.06473 X+1.03002E-4 X2
R2 = 0.975
CD
A d
a e
ne
rgia
bru
ta (
%)
Intervalos de coleta (minutos)
-
28
(2006), Informaes obtidas com uma espcie no devem ser generalizadas exatamente
para outras, devido a fatores especficos como comportamento e consistncia das fezes.
Novos estudos deveriam ser realizados a ponto de evitar a utilizao de determinados
mtodos, e apontar metodologias que comprovem de forma fidedigna os CDA dos
nutrientes (protena, matria seca, energia bruta e fsforo) com uma maior preciso para
a formulao de dietas especificas para o tambaqui.
possvel observar uma queda dos valores de CDA da MS medida que o tempo
de coleta foi aumentado, afirmando assim, a influncia do tempo de coleta sobre o teor
de matria seca das fezes. Este resultado est diretamente relacionado com a
concentrao de crmio nas fezes, que foi diminuindo gradativamente no contedo
fecal. Este fato pode ser explicado pelo possvel efeito residual do crmio no recipiente
coletor de fezes, j que este no era lavado entre uma coleta e outra. Essa possibilidade
foi relatada por Percival et al. (2001) que observaram que o crmio apresenta afinidade
por materiais plsticos e acrlicos, podendo assim interferir nos valores de
digestibilidade.
O CDAMS da dissecao (68,62%) foi menor que o encontrado para o CDA da MS
pelo mtodo de decantao. Esse resultado pode ser explicado pelo fato do alimento no
ter sido completamente digerido e absorvido dentro do trato digestrio, conforme
relatado por Austreng et al. (1978).
Comparando-se com os resultados de digestibilidade da protena da dieta obtida
pelo mtodo de decantao em relao ao mtodo de dissecao, os valores
apresentaram-se pouco divergentes. Por outro lado, os valores mdios sugerem que, no
sistema de decantao de fezes os intervalos de coleta podem no influenciar nos
valores de CDAPB, sendo esse nutriente pouco influenciado pela lixiviao. Entretanto
observou-se uma reduo do valor mdio do CDAPB do mtodo de dissecao em
-
29
comparao aos valores mdios do mtodo de decantao. Resultado que pode ser
atribudo segundo Inaba et al. (1962) ao nitrognio presente nas fezes, proveniente de
enzimas digestivas ou de clulas da descamao da parede do intestino e, ainda, do
alimento que seria digerido ao longo do trato digestrio. Assim, este fato pode explicar
os menores valores de CDAPB que reduz o valor de digestibilidade da protena bruta.
No presente estudo, quanto maior o intervalo de coleta, maior o CDA do fsforo,
comprovando assim que este elemento, por ser um mineral solvel (Gillis et al.,1962;
Sullivan et al., 1992) pode sofrer influncia do tempo de coleta, aumentando a
lixiviao do mesmo para a gua.
Os dados do CDAP foram similares no mtodo de dissecao e no mtodo de
decantao no intervalo de 480 min. Estes resultados no podem ser explicados
logicamente, j que, bem conhecido que o aumento da permanncia das fezes na gua
promove maior lixiviao de compostos solveis, aumentando desta forma o CDA dos
nutrientes (Potrich, 2011; Bueno, 2011; Diemer et al., 2011). Entretanto, o fsforo
apresentou maior digestibilidade quando coletado no trato digestrio, fato este, que no
era esperado.
O fsforo absorvido tanto em processo passivo como ativo nos peixes,
entretanto, seu local de absoro varia entre as espcies, podendo ocorrer ao longo de
todo o trato digestrio, assim como em compartimentos especializados como nos cecos
pilricos dos salmondeos (Sugiura & Ferraris, 2004; Hua & Bureau, 2010). A alta
digestibilidade observada no mtodo de dissecao pode estar relacionada com uma
eficiente absoro deste mineral nos cecos pilricos do tambaqui, entretanto so
necessrios maiores estudos sobre a fisiologia digestiva desta espcie para confirmar
esta hiptese. Deve-se ressaltar, ainda, que devido ao pequeno volume de fezes
produzidos pelos peixes no perodo de 60 min de permanncia na gua possa ainda ter
-
30
afetado a concentrao de crmio nas fezes coletadas, podendo indicar que este
marcador possa no ser um indicador adequado para estudos de digestibilidade com o
tambaqui, ou mesmo que o nvel de 0,1% de crmio nas dietas no seja o mais
adequado.
A energia bruta est relacionada diretamente com concentrao de compostos
orgnicos presentes nos alimentos, ou seja, protena, lipdeos e carboidratos que
compem a matria seca. Estes compostos apresentam diferentes graus de combusto,
os quais fornecem energia em maior ou menor grau aos animais. Portanto, o CDA da
MS possui alta correlao com o CDA da EB. Desta forma, a reduo no CDA da EB
com o aumento do tempo de coleta de fezes apresentou comportamento similar aos
dados do CDA da MS do presente estudo. Entretanto, uma leve diferena no
comportamento das variveis foi observada aps 314 min, com o aumento no CDA da
EB (Grfico 3). Este fato pode estar relacionado com a possvel lixiviao de alguns
compostos que no foram avaliados, como lipdeos e carboidratos, reduzindo o teor de
EB nas fezes e assim, aumentado o CDA da EB.
Neste estudo foi observado que os diferentes mtodos de coleta de fezes avaliados
apresentaram baixos coeficientes de variao, indicando a possibilidade de utilizao
destas metodologias para a coleta de fezes do tambaqui. Como pode ser observado, o
tambaqui apresenta fezes de formato granular sem cobertura mucosa. Este fato inerente
espcie pode influenciar os resultados de digestibilidade, pois a perda dos compostos
orgnicos pode ser maior pela estrutura fsica das fezes.
Todos os nutrientes esto sujeitos ao processo de lixiviao quando as fezes
permanecem por curtos perodos no corpo aqutico. Este fato pde ser observado com
diversas espcies de peixes como tilpia do Nilo, truta, salmo, pacu, e peixes
siluriformes (De La Noue&Choubert, 1986; Hajen et al., 1993a; Watanabe et al.,1996;
-
31
Storebakken et al., 1999; Pezzato et al., 2002; Abimorad & Carneiro, 2004) e tambm
em anfbios, como descrito por Mourin et al. (2006) que trabalharam com diferentes
mtodos de coleta de fezes para determinao da digestibilidade protica em alimentos
para r-touro (Rana catesbeiana). Afirmaram que as diferentes metodologias
influenciaram os valores dos coeficientes de digestibilidade aparente da frao protica
da dieta.
Silva et al. (1999) no encontraram diferenas significativas avaliando os mtodos
de decantao e o mtodo de dissecao para a determinao da digestibilidade de
alimentos para o tambaqui, o que contradiz com o resultado encontrado no presente
estudo.
Os CDAs apresentados para a MS (68,62%) e EB (70,45%) no mtodo de
dissecao demostram a possvel digesto parcial destes nutrientes. Resultados de
pesquisa com o salmo e truta arco-ris (Inaba et al., 1962; Hajen et al., 1993;
Storebakken et al., 1998), tem indicado que o alimento presente na poro posterior do
intestino mostra-se parcialmente digerido, sendo a digestibilidade obtida pelo mtodo
de dissecao subestimada , uma vez que a digesto e a absoro ocorre at o final do
intestino.
As diferenas encontradas nesse estudo confirmam os resultados obtidos por
Windell et al.(1978) com juvenis de trutas arco-ris. Esses autores tambm compararam
esses dois mtodos para estudo de digestibilidade e encontraram coeficientes de
digestibilidade significativamente menores para a matria seca, protena bruta e extrato
etreo pelo mtodo de dissecao, possivelmente pela provvel contaminao da
amostra por secrees naturais do animal. Pode-se inferir, portanto, que tais secrees
digestrias aumentaram a concentrao de MS, PB e EB, diluram o marcador externo
(Cr2O3) e possibilitaram essas distores nos resultados.
-
32
Colaborando com os resultados do presente trabalho, Spyridakis et al. (1989)
concluram que o mtodo de coleta de fezes com sistema de decantao foi o mais
apropriado para trabalhos com digestibilidade para peixes, pois no havia manipulao
dos peixes, no provocando estresse, e as fezes eram coletadas automaticamente,
medida que eram evacuadas.
Estudo realizado por Abimorad et al. (2004), foram avaliados quatro mtodos de
coleta de fezes (dissecao, extruso, sistema Ghelph e sistema de Guelph modificado)
para o pacu. Relataram que todos os mtodos estudados podem ser adotados com
segurana para a espcie estudada, desde que sejam rigorosamente aplicados, e o
intervalo de tempo entre as coletas de fezes em estudos de digestibilidade, por
intermdio dos sistemas de Guelph, no ultrapasse 30 minutos.
Resultado semelhante foi encontrado por Hajen et al. (1993a), que determinaram a
digestibilidade de diferentes ingredientes por meio da obteno de fezes pelo Sistema
Guelphe por dissecao, para o chinook salmon (Oncorhincus tshawytscha), e no
encontraram diferenas significativas entre os valores obtidos pelos dois mtodos.
Apesar de ter sido encontrado diferena nos CDAs dos nutrientes entre os
mtodos de coleta, a diferena numrica no foi to acentuada, demostrando assim a
possvel utilizao de ambos os mtodos. Um dos fatores que podem contribuir para a
reduo dos nveis de lixiviao dos nutrientes pode ser a incluso de aglutinantes nas
dietas para determinao da digestibilidade de modo a melhorar a consistncia das fezes
dessa espcie. Estudos esto sendo focados nesta rea (Cantelmo et al., 1999; Cantelmo
et al., 2002), comprovando que a adio de aglutinantes melhora significativamente a
resistncia fsica dos grnulos fecais, sendo necessrio assim maiores estudos sobre as
concentraes e eficincia sobre a utilizao deste aditivo para cada espcie, como
alternativa para minimizar os efeitos da lixiviao.
-
33
2.7 CONCLUSO
Ambos os mtodos de coleta de fezes estudados podem ser adotados, desde que
usados de forma criteriosa. A coleta que tem por objetivo determinar macros nutrientes
(protena, energia bruta e matria seca) pelo mtodo de decantao no deve ultrapassar
314 minutos. Enquanto para o fsforo, o ideal que sejam coletadas as fezes por
decantao at 60 minutos ou pelo mtodo de dissecao utilizando o tero final do
trato gastrointestinal.
-
34
2.8 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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37
Anexo I
Figura I. Sistema Guelph: (Fonte: CHO, C.Y., COWEY, C.B., WATANABE, T.,
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C.B., Watanabe, T. (Eds.), Finfish Nutrition in Asia. IDRC, Ottawa, Canada, pp. 1080.
Figura II. Coleta mecnica: (Fonte: CHOUBERT, G., DE LA NOUE Jr., J.,Luquet, P.,
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-
38
Anexo II
Figura I. Aqurio de alimentao (Fonte: Arquivo Pessoal).
Figura II. Animais experimentais (Fonte: Arquivo Pessoal).
Figura III. Incubadoras adaptadas para coleta de fezes por decantao (Fonte: Arquivo
Pessoal).
Figura IV. Coleta noturna de contedo fecal (Fonte: Arquivo Pessoal).
Figura V. Recipiente coletor de fezes acoplado a incubadora (Fonte: Arquivo Pessoal).
Figura VI. Identificao e armazenamento das amostras fecais (Fonte: Arquivo
Pessoal).
I II III
IV V VI
VII VIII IV
-
39
Figura VII. Trato digestrio do tambaqui todo removido (Fonte: Arquivo Pessoal).
Figura VIII. Corte longitudinal do trato digestrio at o cecos pilricos (Fonte: Hugo
Vinicius Pereira).
Figura IX. Remoo das fezes de dentro do trato digestrio com pincel (Fonte: Hugo
Vinicius Pereira).
-
7
Anexo III
Normas para preparao de trabalhos cientficos para
publicao na Revista Brasileira de Zootecnia
Estrutura do artigo (artigo completo)
O artigo deve ser dividido em
sees com ttulo centralizado, em
negrito, na seguinte ordem: Abstract,
Introduction, Material and Methods,
Results and Discussion, Conclusions,
Acknowledgments (opcional) e
References.
No so aceitos subttulos. Os
pargrafos devem iniciar a 1,0 cm da
margem esquerda.
Formatao de texto
O texto deve ser digitado em fonte
Times New Roman 12, espao duplo
(exceto Abstract e Tabelas, que devem ser
elaborados em espao 1,5), margens
superior, inferior, esquerda e direita de
2,5; 2,5; 3,5; e 2,5 cm, respectivamente.
O manuscrito pode conter at 25
pginas. As linhas devem ser numeradas
da seguinte forma: Menu ARQUIVO/
CONFIGURARPGINA/LAYOUT/N
MEROS DE LINHA.../ NUMERAR
LINHAS (numerao contnua) e a
paginao deve ser contnua, em
algarismos arbicos, centralizada no
rodap.
O arquivo dever ser enviado
utilizando a extenso.doc. No enviar
arquivos nos formatos pdf, docx, zip ou
rar.
Manuscritos com nmero de pginas
superior a 25 (acatando-se o mximo de
30 pginas) podero ser submetidos
acompanhados de carta encaminhada ao
Editor-chefe contendo justificativa para o
nmero de pginas excedentes. Em caso
de aceite da justificativa, a tramitao
ocorrer normalmente e, uma vez
aprovado o manuscrito, os autores devero
arcar com o custo adicional de publicao
por pginas excedentes. Caso no haja
concordncia com a justificativa por parte
do Editor-chefe, o manuscrito ser
reencaminhado aos autores para
adequao s normas, a qual dever ser
realizada no prazo mximo de 30 dias. Em
caso do no-recebimento da verso neste
prazo, proceder-se- ao cancelamento da
tramitao (no haver devoluo da taxa
de tramitao).
Ttulo
Deve ser preciso, sucinto e
informativo, com 20 palavras no mximo.
Digit-lo em negrito e centralizado,
segundo o exemplo: Valor nutritivo da
cana-de-acar para bovinos. Deve
apresentar chamada de rodap 1
somente quando a pesquisa foi financiada.
No citar parte da tese...
Autores
A RBZ permite at oito autores. A
primeira letra de cada nome/sobrenome
deve ser maiscula (Ex.: Anacleto Jos
Benevenutto). No list-los apenas com as
iniciais e o ltimo sobrenome (Ex.: A.J.
Benevenutto).
Digitar os nomes dos autores
separados por vrgula, centralizado e em
negrito, com chamadas de rodap
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numeradas e em sobrescrito, indicando
apenas a instituio qual estavam
vinculados poca de realizao da
pesquisa (instituio de origem), e no a
atual. No citar vnculo empregatcio,
profisso e titulao dos autores. Informar
o endereo eletrnico somente do
responsvel pelo artigo.
Abstract
Deve conter no mximo 1.800
caracteres com espaos. As informaes
do abstract devem ser precisas. Abstracts
extensos sero devolvidos para adequao
s normas.
Deve sumarizar objetivos, material e
mtodos, resultados e concluses. No
deve conter introduo nem referncias
bibliogrficas.
O texto deve ser justificado e
digitado em pargrafo nico e espao 1,5,
comeando por ABSTRACT, iniciado a
1,0 cm da margem esquerda.
Key Words
Apresentar at seis (6) Key Words
imediatamente aps o abstract, em ordem
alfabtica. Devem ser elaboradas de modo
que o trabalho seja rapidamente resgatado
nas pesquisas bibliogrficas. No podem
ser retiradas do ttulo do artigo. Digit-las
em letras minsculas, com alinhamento
justificado e separadas por vrgulas. No
devem conter ponto-final.
Introduction
Deve conter no mximo 2.500
caracteres com espaos, resumindo a
contextualizao breve do assunto, as
justificativas para a realizao da pesquisa
e os objetivos do trabalho. Evitar
discusso da literatura na introduo. A
comparao de hipteses e resultados
deve ser feita na discusso.
Trabalhos com introduo extensa
sero devolvidos para adequao s
normas.
Material and Methods
Se for pertinente, descrever no
incio da seo que o trabalho foi
conduzido de acordo com as normas ticas
e aprovado pela Comisso de tica e
Biossegurana da instituio.
Descrio clara e com referncia
especfica original para todos os
procedimentos biolgicos, analticos e
estatsticos. Todas as modificaes de
procedimentos devem ser explicadas.
Results and Discussion
facultada ao autor a feitura desta
seo combinando-se os resultados com a
discusso ou em separado, redigindo duas
sees, com separao de resultados e
discusso.
Dados suficientes, todos com algum
ndice de variao, devem ser
apresentados para permitir ao leitor a
interpretao dos resultados do
experimento. Na seo discusso deve-se
interpretar clara e concisamente os
resultados e integr-los aos resultados de
literatura para proporcionar ao leitor uma
base ampla na qual possa aceitar ou
rejeitar as hipteses testadas.
Evitar pargrafos soltos, citaes
pouco relacionadas ao assunto e
cotejamentos extensos.
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Conclusions
Devem ser redigidas em pargrafo
nico e conter no mximo 1.000
caracteres com espao.
Resuma claramente, sem
abreviaes ou citaes, as inferncias
feitas com base nos resultados obtidos
pela pesquisa. O importante buscar
entender as generalizaes que governam
os fenmenos naturais, e no
particularidades destes fenmenos.
As concluses so apresentadas
usando o presente do indicativo.
Acknowledgments
Esta seo opcional. Deve iniciar
logo aps as Concluses.
Abreviaturas, smbolos e unidades
Abreviaturas, smbolos e unidades
devem ser listados conforme indicado na
pgina da RBZ, link Instrues aos
autores, Abreviaturas.
Deve-se evitar o uso de abreviaes
no consagradas, como por exemplo: o
T3 foi maior que o T4, que no diferiu do
T5 e do T6. Este tipo de redao muito
cmoda para o autor, mas de difcil
compreenso para o leitor.
Os autores devem consultar as
diretrizes estabelecidas regularmente pela
RBZ quanto ao uso de unidades.
Estrutura do artigo (comunicao e
nota tcnica)
Devem apresentar antes do ttulo a
indicao da natureza do manuscrito
(Short Communication ou Technical
Note) centralizada e em negrito.
As estruturas de comunicaes e
notas tcnicas seguiro as diretrizes
definidas para os artigos completos,
limitando-se, contudo, a 14 pginas de
tamanho mximo.
As taxas de tramitao e de
publicao aplicadas a comunicaes e
notas tcnicas sero as mesmas destinadas
a artigos completos, considerando-se,
porm, o limite de 4 pginas no formato
final. A partir deste, proceder-se-
cobrana de taxa de publicao por pgina
adicional.
Tabelas e Figuras
imprescindvel que todas as
tabelas sejam digitadas segundo menu do
Microsoft Word Inserir Tabela, em
clulas distintas (no sero aceitas tabelas
com valores separados pelo recurso
ENTER ou coladas como figura). Tabelas
e figuras enviadas fora de normas sero
devolvidas para adequao.
Devem ser numeradas
sequencialmente em algarismos arbicos e
apresentadas logo aps a chamada no
texto.
O ttulo das tabelas e figuras deve
ser curto e informativo, evitando a
descrio das variveis constantes no
corpo da tabela.
Nos grficos, as designaes das
variveis dos eixos X e Y devem ter
iniciais maisculas e unidades entre
parnteses.
Figuras no originais devem conter,
aps o ttulo, a fonte de onde foram
extradas, que deve ser referenciada.
As unidades, a fonte (Times New
Roman) e o corpo das letras em todas as
figuras devem ser padronizados.
Os pontos das curvas devem ser
represen