DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NA LEITURA E NA ESCRITA

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Universidade de Brasília ANA PAULA DA SILVA PETRONILO DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NA LEITURA E NA ESCRITA BRASÍLIA/DF 2007

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Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar.

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Universidade de Braslia ANA PAULA DA SILVA PETRONILO DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NA LEITURA E NA ESCRITA BRASLIA/DF 2007 ANA PAULA DA SILVA PETRONILO DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NA LEITURA E NA ESCRITA TrabalhoapresentadoaoCursode Especializao em Esporte Escolar do Centro de Educao Distncia da Universidade de Braslia em parceria com o Programa de Capacitao Continuada em Esporte Escolar doMinistriodoEsporteparaobtenodottulode Especialista em Esporte Escolar. Orientador: Prof. J lia Aparecida Devid Nogueira BRASLIA/DF 2007 II PETRONILO, Ana Paula da Silva Dificuldade de aprendizagem na leitura e na escrita. Braslia, 2007. 54 p. Monografia(Especializao)UniversidadedeBraslia.CentrodeEnsinoa Distncia, 2007. 1. Leitura 2. Escrita 3. Dislexia 4. Professor 5. Metodologia. III ANA PAULA DA SILVA PETRONILO DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NA LEITURA E NA ESCRITA TrabalhoapresentadoaoCursodeEspecializao em Esporte Escolar do Centro de Educao Distncia da UniversidadedeBrasliaemparceriacomoProgramade Capacitao Continuada em Esporte Escolar do Ministrio do Esporte para obteno do ttulo de Especialista em Esporte Escolar pela Comisso formada pelos professores: Presidente:Prof. J lia Aparecida Devid Nogueira Universidade de Braslia - DF Membro:ProfessorMestre Rogria Gonalves Mende Universidade de Braslia - DF BRASLA (DF), 20 de AGOSTO de 2007. IV AgradeoemprimeirolugaraDeus,pelodomda vida que ele me deu. Aos meus pais, aos meus professores eamigosquesempremeincentivaramparaqueeu realizasseomeusonhoe,portanto,queeupudesse concretizar mais uma etapa no processo de Especializao. V AGRADECIMENTOS Agradeoaosprofessoreseprincipalmenteminhafamliapelapacincia, dedicao e ajuda na produo do conhecimento, to importante pra todos.AgradeodemodoespecialaprofessoraJ liaAparecidaDevidNogueira,pelo incentivo constante, pacincia e pela orientao. AoMinistriodoEsportepelaoportunidadedeparticipardeumcursode especializao distncia. VI Lernocaminharenemvoarsobreaspalavras. Ler reescrever o que estamos lendo, perceber a conexo entreotextoeocontextoecomovinculacomomeu contexto. Paulo Freire VII RESUMO A presente pesquisa, de carter qualitativo, tem como objetivo investigar como os professores lidam com as dificuldades da leitura e da escrita dos alunos. Para tanto foi feito um estudo de caso, utilizando-se o mtodo, dedutivo. O processo de coleta de dados valeu-se do questionrio, instrumento formulado com questes abertasefechadas.Osresultadosindicamqueosprofessoresconhecemo processo de aquisio da leitura e da escrita, e utilizam a metodologia adaptada realidadedosalunos.Conclui-sequealeituraeaescritasoprocessos progressivosquemereceumaaocontnuadoespecialistaedoprofessor,para que, futuramente, integre a criana ao processo de formao do conhecimento. Palavras chaves: Leitura, Escrita, Dislexia, Professor, Metodologia. VIII LISTA DE TABELAS Tabela 1 Definio de dislexiapelos professores .......................................... 36 Tabela 2 Caractersticasapontadaspelosprofessoresarespeitodoaluno dislxico ........................................................................................... 36 Tabela 3 Tipos de curso de capacitao, apontados pelos professores ........ 37 Tabela 4 Fatores que influenciam a aprendizagem da leitura e da escrita...... 38 Tabela 5Fatoresessenciaisparaodesenvolvimentodacapacidadede aprende ............................................................................................ 40 Tabela 6Como os pais so envolvidos no trabalho educativo...................... ..40 Tabela 7Tipostratamentoparaasdificuldadesnaleituraenaescrita.De acordo com os professores .............................................................. 41 Tabela 8Viso dos professores sobre o processo de aquisio da leitura e da escrita ............................................................................................... 42 Tabela 9Procedimentos para orientar os alunos com dislexia ....................... 44 Tabela 10Mtodo eficaz para os alunos com dificuldades de aprendizagem... 45 Tabela 11Modelos convencionais do ensino que esto mudando................... 46 9 SUMRIO LISTA DE TABELAS............................................................................................................... 9 1. INTRODUO..............................................................................................................11 1.1 J USTIFICATIVA............................................................................................................13 1.2 OBJ ETIVOS ..................................................................................................................13 1.2.1 OBJ ETIVO GERAL:.....................................................................................................13 1.2.2 OBJ ETIVOS ESPECFICOS:.....................................................................................14 2. FUNDAMENTAO TERICO.................................................................................15 2.1 O PROCESSO DE AQUISIO DA LEITURA E DA ESCRITA..........................15 2.2 DIFICULDADES DA CRIANA NA LEITURA E NA ESCRITA: CARACTERSTICAS ...................................................................................................21 2.3 O PAPEL DO PROFESSOR DIANTE DA DIFICULDADE DA CRIANA NA APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA...................................................25 2.4 O PAPEL DA FAMLIA NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM DA CRIANA.......................................................................................................................29 2.5 PROJ ETO SEGUNDO TEMPO SESC TAGUATINGA SUL..............................31 3.METODOLOGIA...........................................................................................................33 3.1 MTODOS ....................................................................................................................33 3.2 LOCAL E SUJ EITOS DA PESQUISA.......................................................................34 3.3 Materiais ........................................................................................................................34 4. RESULTADOS E DISCUSSO.................................................................................36 5. CONSIDERAES FINAIS........................................................................................48 6. REFERNCIAS ............................................................................................................50 ANEXO....................................................................................................................................52 10 1.INTRODUO Combase,napesquisarealizadaadislexiaumadisfunoneurolgica queafetamuitascrianaseapresentadaemvriasformaseintensidadesde dificuldades nas diferentes formas de linguagem. So includos nessa disfuno os problemasdeleitura,deaquisioecapacidadedeescreveredesoletrar. Entretanto,otermodislexiatemgeradomuitaconfusoepolmica,ouseja, professores e pais no conseguem identificar um quadro de dislexia, sabem que a criana no consegue aprender a ler com a mesma facilidade com que lem seus colegas, mais no sabem ao certo o que dislexia, por isso surgiu o interesse de pesquisar sobre o assunto: dificuldade de aprendizagem na leitura e na escrita. As crianas no nascem com dificuldades escolares, mas elas aparecem ao longo do processo de aprendizagem, e a dificuldade na leitura e na escrita tem sido reconhecida como um dos fatores que interferem no aprendizado e na auto-estima do aluno. Assim, a postura adotada pelos professores em sala de aula pode ter um papeldeterminantenasuperaodestadificuldade.Oprofessordevetransmitir crianaconfianaecompreensoeevitartransmitiraflioeagoniadiantedas dificuldades que o aluno apresenta. importante que eles transmitam criana que entendemarazodassuasdificuldadesdeaprendizagemebusquemmtodos adequados para orientar o contedo e facilitar a compreenso e o aprendizado. A dificuldade de aprendizagem na leitura e na escrita uma dificuldade que algumas crianas apresentam pode ser superada ao longo do processo educacional comaajudadeumprofessorbemqualificadoeinteressadoemtrabalharcoma criana com dificuldade. importante notar que os indivduos com essa dificuldade possuem outras habilidades e facilidades para aprender, permitindo a compensao easuperaodasdificuldadesiniciais.Issoindicaqueestesindivduosnoso burroscomomuitososrotulam,equepodemalcanarosucessoemsuavida social e profissional desde que recebam a ateno e orientaes necessrias. Comoadificuldadenaleituraenaescritaumproblemafreqentenas escolasnecessrioqueoprofessortenhaconhecimentosobreoassunto, auxiliando seus alunos no processo de aprendizado. O professor deve reconhecer 11 que esse problema uma dificuldade transitria e que a sala de aula o local onde oalunodevetrabalharparasuper-la.Nessaperspectiva,pergunta-se:comoos professores lidam com os alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem na leitura e na escrita?O modo como o professor utiliza as metodologias de ensino pode interferir no aprendizado e na futura formao dos seus alunos. Desse modo, ao se analisar as metodologias empregadas pelos professores, pode-se ter um indicador do nvel deconhecimentosobreoprocessodeaquisiodaleituraedaescritaedas dificuldades geradas pela dislexia.Muitasdessasdificuldadespoderiamedeveriamserresolvidasou trabalhadasdentrodasituaoescolar.Porm,paraqueistoocorradeforma adequada necessrio que osprocessos de aquisio da leitura e da escrita das crianas sejam compreendidos de forma adequada, para que se possa distinguir as dificuldades que fazem parte da aprendizagem de modo geral, daquelas que podem se configurar como dificuldades na leitura e na escrita (dislexia).Aoidentificarumapossveldificuldadedeaprendizagem,oprofessor precisa compreender a evoluo do processo da criana, abrindo espaos para que ela possa aplicar suas hipteses e avanar em seu conhecimento, contribuindo para umaaprendizagemmaisefetivadaleituraedaescrita.Nobastasimplesmente, identificareencaminhartaiscrianasparaalgumaformadetratamento,comose isso fosse um problema externo escola. Os pais tambm devem participar do processo de aprendizagem da leitura e deescritadascrianas,oferecendoapoioecondiesdeaprendizagem, especialmenteparaaquelasqueapresentamalgumadificuldade,gerandoassim umainteraoentreescolaefamlia.Arealizaodotrabalhoadequadocoma crianapodelevaraoalcancedashabilidadesnecessriasleituraeescritae superao da dislexia. Asociedadeesperaqueaescolasejaumaparceirainclusivaparaque, juntos, consigam disseminar informaes sobre a dislexia e superar as dificuldades daquelesqueaapresentam.Algumasdasaesquedevemsertomadasso: promover cursos de capacitao para professores possibilitando a criao de formas alternativasparaqueascrianasdiferentespossamsedesenvolver.Esperase, 12 ainda,queaavaliaodiagnstica,quepermitesaberseascrianaspossuem realmente dislexia, possa ser feita por uma equipe tcnica multidisciplinar. 1.1JUSTIFICATIVA Afaltadeinformaosobreasdificuldadesdaleituraedaescritanas escolas agrava a falta de preparo dos professores para que estes possam trabalhar adequadamente com os alunos que apresentam essa dificuldade. Esta pesquisa tem comoobjetivoinvestigarcomoosprofessoreslidamcomasdificuldadesde aprendizagemdaleituraedaescritadosalunos.Ointeressepelotemasurgiuda constataodequemuitosalunosfracassaramnaescolaprincipalmentena alfabetizao,porquenoconseguiamidentificarletrasesonse,escreviam conformepronunciavameouviam.Porcausadisso,acredita-sequeesses problemas ocorreram por causa da dificuldade de aprendizagem dos alunos. Esteestudoapresentacincocaptulos.Oprimeirocaptulodescreveo processo de aquisio da leitura e da escrita; o segundo caracteriza as dificuldades dascrianasnaleituraenaescrita;oterceiroexplicitaopapeldafamliano desenvolvimento da aprendizagem da criana; o quarto captulo identifica o papel do professordiantedadificuldadedoalunonaleituraenaescrita;oquintocaptulo enfocasobreProjetoSegundoTemposescTaguatingaSuleoltimocaptulo apresenta a metodologia e a anlise dos dados da pesquisa emprica. 1.2OBJETIVOS 1.2.1 OBJETIVO GERAL: Investigarcomoosprofessoreslidamcomasdificuldadesdaleituraeda escrita dos alunos. 13 1.2.2 OBJETIVOS ESPECFICOS: i.Descrever o processo de aquisio da leitura e da escrita; ii.Caracterizar as dificuldades na leitura e na escrita relatadas pelos professores sobre as crianas no Projeto Segundo Tempo SESC Taguatinga-Sul; iii.Identificar o papel do professor no Projeto Segundo Tempo SESC Taguatinga-Sul diante da dificuldade do aluno na leitura e na escrita. iv.EstimularoProjetoSegundoTempoSESCTaguatinga-Sulparamelhor atender o dislxico; v.Incentivar os pais de alunos com dificuldade na leitura e naescrita do Projeto Segundo Tempo SESC Taguatinga-Sul para melhor atend-los. 14 2.FUNDAMENTAO TERICO 2.1O PROCESSO DE AQUISIO DA LEITURA E DA ESCRITA Aaprendizagemdaleituraedaescritanoocorredamesmaformapara todosascrianase,dependendodamaneiracomooprocessodeensino orientado, pode ocasionar dificuldades na aprendizagem de modo geral. A criana comea a desenvolver a escrita antes mesmo de ingressar na escola, por meio da visodemundoqueelapresencia.Todaviaacriana,aoingressarnaescola,se deparacomaescrita,percebendo-acomosefosseumaatividadenova.Comoo objetivomaisimportantedaalfabetizaoensinaraescrever,ascrianascom dificuldadesdeaprendizagemdaleituraedaescritarequeremumaateno especial.Umdosgrandesproblemasqueocorrenaescolaqueelaensinaa escreversemensinaroqueescreverpodendoportanto,gerardificuldadesde aprendizagem.Aoobservaraliteraturaexistentepode-seobservarqueos professores de alfabetizao ou de portugus sabem muito pouco sobre a natureza da escrita: como funciona e como deve ser usada em diferentes situaes. SegundoCagliari(1997):Algunsmtodosdealfabetizaoensinama escrever pela escrita cursiva, chegando mesmo a proibir a escrita de frma. A razo que alegam freqentemente que a criana que aprende a escrever com letra de frma ter de aprender depois a escrever com letra cursiva, e isso significa o dobro do trabalho, sendo inconveniente porque pode levar a criana a confundir esses dois modos de escrever. H, portanto, o entendimento de que a escrita de frma seja mais fcil de aprender e reproduzir que a forma cursiva, talvez porque a letra de forma apareacom mais freqncia em cartazes, livros e outros. J a letra cursiva, mais de uso particular e individual. Como as crianas no conseguem segurar o lpis e control-lo com facilidade, traar a letra de forma parece ser mais fcil. O ideal que a criana comece a escrever com a letra de frma maiscula e depois aprenda a letra cursiva (Cagliari,1997). Assim, se os professores explicarem asdiferenasdessasletraseosusosquefazemosdessasformas,elasno 15 confundiroasduasescritas,evitandoassimalgumasdasdificuldadesqueelas encontram na alfabetizao. A escrita um desafio para a criana na alfabetizao. Mesmo sabendo que devem aprender a escrever, muito importante que aprendam o que a escrita, as maneiras possveis de escrever, a arbitrariedade dos smbolos, a convencionalidade que permite a decifrao, as relaes variveis entre letras e sons que permitem a leitura. Enfim, preciso saber o processo de aquisio da leitura e da escrita. Por isso, ningum escreve ou l sem motivo, sem motivao. SegundoCagliari(1997):Aescritasejaelaqualfor,temporobjetivo primeiro a leitura. A leitura uma interpretao da escrita que consiste em traduzir os smbolos escritos em fala. Alguns tipos de escrita se preocupam com a expresso oraleoutrossimplesmentecomatransmissodesignificadosespecficos,que devem ser decifrados por quem habilitado. Comissonota-sequequalquerdesenhooufotografiapodeserdecifrado, comentado lingisticamente, sem que seja necessariamente um sistema de escrita, sem que ocorra uma leitura propriamente dita. Portanto, o ato de ler condicionado pela escrita, ou seja, para aprender a ler e a escrever, o aluno precisa construir um conhecimentodenaturezaconceitual.Eleprecisacompreendernosoquea escritarepresenta,mastambmdequeformaelarepresentagraficamentea linguagem. As crianas vivem em contato com vrios tipos de escrita no seu dia-a-dia. Ento cabe ao professor, juntamente com os alunos, refletir sobre as possibilidades daescrita,eobservarquemarcasmuitoindividuaisrestringemapossibilidadede leituraeque,parafacilitaracomunicaoentretodasaspessoasdeuma sociedade, que se estabeleceu um cdigo, se convencionou um desenho para as letras.Nemtodososalunosescrevemdaesquerdaparaadireitaedecimapara baixo.Assim,oprofessortemqueestaratentoatodooprocessodeescritados seus alunos. Quandooalunoingressanaescola,numprimeiromomento,jtenta escrever fazendo rabiscos, em geral pequenos, e misturando linhas retas e curvas, mas, nem sempre, faz a interpretao. Por meio do rabisco tenta escrever algo que pensa. Muitas vezes, o professor no interpreta o que a criana quis escrever. Cabe 16 aoprofessorperguntaraoalunooquequerdizeroseuescritoeanotaras respostas, para poder acompanhar o seu desenvolvimento. A criana j possui uma idiadoquesejaaescrita,ouseja,elasabequeseescrevecomdeterminados sinais, mesmo que no saiba que estes sinais possuem uma ordem de colocao e significao.importantequeacrianaexperimentecomoescreverasletras. Muitas superam esta etapa antes mesmo de entrar na escola; outras s vivem esta experincia no mbito escolar. Alguns professores preocupam-se emintroduzir propostas de trabalho que consideramnecessriasparaoconhecimentodasletrasedaescrita.Elescriam atividadesquepodemseriniciadascomamontagemdeumquadrodefamlias silbicasqueirsercompletadonodecorrerdotrabalho;oudeixaracriana aprenderduasgrafiasedescobriraexistnciadesemelhanasentreelas;ou trabalharcomrtulosdeprodutos;oudesenvolverumvocabulriodegrafiasque inclui,porexemplo,seunomeeoutraspalavrasisoladas.Depoisqueacriana passarporesseprocessoelajsercapazdeconhecerasletrasealgumas palavras. importante que o professor ensine todas as letras do alfabeto, ou seja, o professordeveensinarosistemaalfabticodeescrita(acorrespondncia fonogrfica) e algumas convenes ortogrficas do Portugus o que garantiria ao alunoapossibilidadedelereescreverporsimesmo.Apsosprimeiroscontatos comaescritaidealqueseincentivemosalunosaescrevertextos espontaneamente,pois essa uma boa maneira de valorizar suas atividades, ou seja, o aluno capaz de produzir textos e de graf-los de prprio punho.Ao ler um texto que foi criado pelo aluno, o professor tem que ler de forma correta, mesmo que haja erros, para que no ocorra constrangimento. O ideal que o professor motive a criana a corrigir os seus prprios erros, ou seja, incentive a autocorreo e autocrtica. Se o professor no claro e cientificamente correto no tratamento das relaes entre letra e som, poder trazer conflito para as crianas e at mesmo criar empecilhos ao desenvolvimento da aprendizagem. Tambmnecessrioqueoprofessorfaaumlevantamentodas dificuldadesapresentadaspelosalunos,utilizandoasdiversasmetodologias disponveis tais como: textos livres, contagem de histrias ou outras atividades que 17 considerem necessrias. Com essas atividades ele poder descobrir os elementos que apontam as reais dificuldades e facilidades dos alunos no aprendizado da leitura (MARUNY, 2000). Cagliari(1997)definealeituracomo:aextensodaescolanavidadas pessoas. A maioria do que se deve aprender na vida ter de ser conseguido atravs da leitura fora da escola. A leitura uma herana maior do que qualquer diploma. Muitos alunos tm problemas em relao leitura porque no aprenderam durante sua escolarizao a interpretar o que lem e o que est escrito, e carregam essa dificuldade para o resto da vida. Alguns professores, ao invs de enfrentarem a dificuldadejuntocomoaluno,livram-sedestaresponsabilidadepassandooaluno para a srie seguinte podendo assim agravar a dificuldade apresentada. A escola deveria incentivar e ensinar os alunos a ler e a entender no s as palavras, mas os textos especficos de cada matria, pois a leitura no pode ficar restrita literatura e ao noticirio. Por isso o objetivo da escrita a leitura, pois quem escreve, escreve para ser lido. A leitura uma decifrao e uma decodificao. O leitor dever em primeiro lugardecifraraescrita,depoisentenderalinguagemencontrada,emseguida decodificar todas as implicaes que o texto tem e, finalmente, refletir sobre isso e formaroprprioconhecimentoeopinioarespeitodoqueleu.Aleiturasem decifrao no funciona adequadamente, assim como sem a decodificao e demais componentes referentes interpretao, se torna estril e sem grande interesse. A leitura uma atividade lingstica com significante. falso dizer que se pode ler s pelosignificadoouspelosignificante,porquesumououtrojamaisconstituem uma realidade lingstica.(CAGLIARI, 1997). Cabeaoalunodecifraredecodificaraoler,grifandoaspartesmais importantes e as dvidas, para que entenda o que leu, sem que fique prejudicado em sua leitura, pois a leitura uma das formas mais abstratas de estudo. Ela implica captar e interpretar significativamente smbolos verbais impressos. DeacordocomZacharias(2004):Osistemadeescritafuncionasegundo umprincpioalfabtico:aquantidadedeletrasdeumapalavracorresponde,a grossomodo,aonmerodesonsquecompemapalavra.Entenderoprincpio alfabtico no o mesmo que conhecer os sons das letras. Uma criana pode saber 18 que o smbolo escrito E corresponde ao som [e], que o smbolo L corresponde o som[l],mas,mesmoassim,elapodenotercompreendidoomecanismoque permite formar uma palavra escrita. Quandoacrianacomeaaler,aprimeiracoisaaidentificaodos smbolosimpressos,letras,palavraseorelacionamentodessessmboloscomos sonsqueelesapresentam.Aotercontadocomaspalavras,acrianacomeaa separarvisualmentecadaletrinhaqueformaaquelapalavraeassociaaoseu respectivo som, formando, ento, um significado.Morais(1997)explicadeformabastanteclaraestaassociao:Este processoinicialdaleitura,queenvolveadiscriminaovisualdossmbolos impressoseaassociaoentrepalavraimpressaesom,chamadode decodificaoeessencialparaqueacrianaaprendaaler.Mas,paraler,no bastaapenasrealizaradecodificaodossmbolosimpressos,necessrioque exista,tambm,acompreensoeaanlisecrticadomateriallido.(...)Sema compreenso,aleituradeixadeterinteresseedeserumaatividademotivadora, pois nada tem a dizer ao leitor. Na verdade, s se pode considerar realmente que uma criana l quando existe a compreenso. Quando a criana decodifica e no compreende, no se pode afirmar que ela est lendo. Acrianatemqueentenderoquelparaterumacompreensodaquela palavra que leu. Em relao escrita ocorre o oposto, a criana tem que relacionar o som,osignificadoeapalavraimpressa.Pode-sedizerqueadiferenaprincipal entrealeituraeescritaquenaleiturapartedainformaovisual,ouseja,da decodificaodasletrasquecompemaspalavras,naescrita,refleteapalavra falada. Segundo Pinheiro (1994): A direo do processo de leitura , pois, da letra ao som e a do processo de escrita do som para letra. Para a decodificao impe-se o domnio de regras de correspondncia grafema-fonema e, para a codificao, o conhecimentoderegrasdecorrespondnciafonema-grafema.Asregrasde decodificaoparaaleituraeasdecodificaoparaaescritasodiferentesem naturezaenmero,oquedorigemoutradiferenabsicaentrealeituraea escrita. 19 Aaprendizagemdaescritanoumatarefasimplesparaacriana.Por necessitar de um processo de difcil construo a leitura e escrita so as primeiras significaesqueacriananecessitaparaconheceredarsignificadoacoisae objetos.Pormeiodaleituraedaescritaelaseinserenomundoemquevive passando a conhec-lo melhor. Aoingressarnaescola,acrianajqueraprenderalereaescrever.No entanto, muitas vezes os pais e os professores no se do conta de que a leitura e a escrita so habilidades que exigem da criana a ateno a aspectos da linguagem queeladavaimportnciaatestemomentoemquecomeaaaprenderaler. Curiosamente, toda criana se depara com alguma dificuldade na aprendizagem da leitura e da escrita (NUNES, 2003). Ao iniciar este processo da leitura e da escrita de extrema importncia que o professor ensine criana a ler no seu prprio dialeto. Isso essencial para formar bons leitores e assim, desenvolver a habilidade como falante.Essahabilidadecomofalantedecisivaparaumaboaleiturae indispensvel para uma leitura mais rpida sem comprometimento da compreenso.DeacordocomCagliari(1997):parafacilitaraleitura,asociedadeachou porbemdecidiremfavordeummodoortogrficodeescreveraspalavras independentes dos modos de falar dos dialetos, mas que pudesse ser lido por todos os falantes, cada qual ao modo de seu dialeto. Oprimeirocontatodascrianascomaleituraocorrepormeiodaleitura auditiva,ouseja,ondealgumlemvozaltaeoutraspessoasacompanhama leitura,deformasilenciosa.Acrianaacompanhaouvindoecertamente,fazendo associaes com a representao de mundo que ela j possui. Aleituratemvriosprocessoseumdelestreinaroalunoafazeruma leitura expressiva, para facilitar a prpria compreenso do texto. Na leitura em voz alta, o aluno tem que decifrar o que est escrito e depois reproduzir oralmente o que foi decifrado, porque h muitas dificuldades em decifrar a escrita. Aoinsistirparaqueoalunoleia,oprofessorirfazercomquesuas dificuldadessejamexternadas,ouseja,oalunoircomearasoletrar,ler silabicamente. As crianas precisam de tempo para decifrar a escrita e cada criana temumritmoprprioqueprecisaserrespeitado,porisso,develeremritmo acentual, sem pressa.A falta de controle sobre o pensamento ao longo da leitura 20 faz com que o aluno acabe de ler e no consiga se lembrar. O ato de aprender a ler umatarefamuitodifciledelicada.Osprofessoresexigemmuitomaisdoaluno com relao escrita do que com relao leitura, ou seja, a escola no sabe como o aluno faz quando l. A leitura e a escrita exigem das crianas novas habilidades, que no faziam partedesuavidaquotidianaataquelemomentoeapresentanovosdesafios criana com relao ao conhecimento da linguagem. Por isso, aprender a ler uma tarefa difcil para todas as crianas e no apenas para aquelas que tm dificuldades na leitura e na escrita. Nem todas crianas dispem das mesmas idias e experincias prvias em relao linguagem escrita. Tais idias nascem da reflexo sobre a experincia. Em muitoslaresnoselemjornais,livrosourevistas;noseescreve;noselem contosatodasascrianas.Dequalquerforma,aculturaescritarequermaior informaodoqueaquehabitualmenteoferecidaemcasa.Isso,normalmente, cabe escola oferecer. Alinguagemescritausadanaescoladeveserfuncional,paraoferecer prazer; para ser lembrada; para se aprendida; para fornecer informaes. O aluno deve ser capaz, por meio da leitura e da escrita, de se comunicar e se expressar de forma adequada. 2.2DIFICULDADES DA CRIANA NA LEITURA E NA ESCRITA: CARACTERSTICAS Deacordocomostericosestudados,dentreelesCalafange(2004)e Martins(2003):otermodislexiaaplicvelaumasituaonaqualacriana incapazdelercomamesmafacilidadecomaquallemseusiguais,apesarde possuirumainteligncianormal,sadeergossensoriaisintactos,liberdade emocional, motivao e incentivos normais, bem como instruo adequada. Acrianacomdificuldadedeaprendizagemnaleituraenaescritatem menos habilidade que as outras crianas para usar o significado e a gramtica de um texto. 21 Nunes (1992) mostra que as crianas dislxicas so as que tm dificuldade na aprendizagem da leitura e da escrita e essas dificuldades so maiores do que se esperaria a partir do seu nvel intelectual. Essas crianas, embora com as mesmas condiesqueasoutrascrianasparaaprenderaler,recebendomotivao adequada, apoios satisfatriosdos pais e capacidades intelectuais normais ou at mesmoacimadonormal,avanamnaalfabetizaodeformamaislentadoque seus colegas da mesma idade e da mesma condio intelectual. Ascrianasquepossuemdificuldadesdeaprendizagemnaleituraena escrita aprendem conforme os outros alunos, mas com lentido, portanto, todas as crianasaprendemalereescreverbasicamentedamesmaforma,masalguns vencem as dificuldades dessa aprendizagem com maior facilidade do que outras.Paraacriana,independentedeserdislxicaouno,aaprendizagem muitoimportante,poiscomarepetiocombinadaemnmerossuficientesde vezes, ela aprender a pensar no objeto ao ver a palavra impressa (leitura). Tempos depois, o objeto, um retrato do objeto, a palavra s palavras, reagindo aos estmulos simultneos, a criana chegar a pensar no objeto ao ver a palavra (NUNES, 1992). A renovao da prtica pedaggica, nos ltimos anos refere-se, exatamente s tentativas de tornar a leitura e a escrita mais significativa na escola. Observa-se que a leitura e a escrita so duas habilidades complexas e imprescindveis para a aquisio das demais habilidades escolares e para o conhecimento. Segundo Martins (2003), a dislexia uma dificuldade especfica de leitura. um transtorno inesperado que professores e pais observam no desempenho leitor dacriana.Ossintomasdadislexiapodemserobservadosnoatodeler,de escrever ou de soletrar.Acaractersticamaismarcantedacrianaquepossuidificuldadede aprendizagemaacumulaoepersistnciadeseuserrosaolereescrever.Os problemas mais comuns, de acordo com Condermarin (1986), so os seguintes: Confuso entre letras, slabas ou palavras com diferenas sutis de grafia: a-o; c-o; e-c; f-t; h-n; v-u; etc. Confuso entre letras, slabas ou palavras com grafia similar, mas com diferente orientao no espao: b-d; b-p; b-q; d-p; n-u; w-m; a-e. 22 Confuso entre letras que possuem um ponto de articulao comum e cujos sons so acusticamente prximos: d-t; j-x; c-g; m-b-p;v-f. Inverses parciais ou totais de slabas ou palavras: me-em; sol-los; som-mos; sal-las; pal-pla. Substituio de palavras por outras de estrutura mais ou menos similar ou criao de palavras, porm com diferentes significados: soltou/salvou; era/ficava. Contaminaes de sons. Adies ou omisses de sons, slabas ou palavras: famoso substitudo por fama; casa por casaco. Repeties de slabas, palavras ou frases. Pular uma linha, retroceder para linha anterior e perder a linha ao ler. Excessivas fixaes do olho na linha. Soletraodefeituosa:reconhecerletrasisoladamente,pormsempoder organizarapalavracomoumtodo,ouentolerapalavraslabaporslaba,ou ainda ler o texto palavra por palavra. Problemas de compreenso. Leitura e escrita em espelho em casos excepcionais. Ilegibilidade. Ao escrever, a criana ocupa toda a largura da pgina. Escreve palavras com todas as letras iguais, exemplo: BATATA/AAA. Palavras diferentes so escritas da mesma maneira, exemplo: SUCO/UO. Os nomes prprios so escritos pela metade, exemplo: ANA- AA. Existemtambmoutrasperturbaesdaaprendizagem,asmaiscomunsso (Condermarin,1986): Alteraesnamemria:algumascrianasapresentamdificuldadespara lembrana imediata de fatos passados, no conseguem lembrar palavras ou sons queescutam,tmdificuldadeemmemorizarvisualmenteobjetos,palavrasou letras. Alteraes na memria de sries e seqncias: tais como os dias da semana, os meses do ano, o alfabeto e as horas. 23 Orientaesdireita-esquerda:ascrianassoincapazesdeorientar-secom propriedadenoespaoeaprenderanoodedireitaeesquerda.No conseguem situar a direita e a esquerda em seu prprio corpo ou quando olham outra pessoa. Linguagem escrita: quando a criana no consegue ler com facilidade, tampouco consegueutilizarcompropriedadeossmbolosgrficosdaexpressoescrita. Quandoescreve,revelasinaisdeconfuses,inverses,adies,omissese substituies. Dificuldades em matemtica: no consegue entender a formulao do problema. Sendo assim, difcil ler, invertem nmeros ou ento sua seqncia. Segundo Davis (2004), h habilidades que todos os dislxicos compartilham: Socapazesdeutilizarseudommentalparaalteraroucriarpercepes(a habilidade primria); So altamente conscientes do meio ambiente; So mais curiosos que a mdia; Pensam principalmente intuitivos e capazes de muitos insights; Pensam e percebem de forma multimendisional (utilizando todos os sentidos); Podem vivenciar o pensamento como realidade; So capazes de criar imagens muito vvidas. Se tais habilidades no forem minadas pelos pais e professores, rotulando a criana como incapaz de desenvolv-las, elas podero ter uma inteligncia acima donormalecriatividadeextraordinria,enosetornaroincapazesparao aprendizado.Assim,tem-sequetodasascrianasdevemreceberorientaes idnticas, para que no haja discriminao em sala de aula. O que pode ocorrer que as crianas com dificudades podem nescessitar de um pouco mais de tempo e ateno. 24 2.3O PAPEL DO PROFESSOR DIANTE DA DIFICULDADE DA CRIANA NA APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA Ascrianasnoaprendemfacilmenteporsimesmas.Aprendem reflexivamenteporquealgumapessoaascolocaemsituaoderefletir. Conseqentemente,oeducadoroatorprincipalativodaaprendizagemdeseus alunos(MARUNY,2000),ouseja,oeducadorauxiliaoseducandoscomesem dificuldadenaleituraenaescrita,trabalharapartirdopensamentodecadauma, considerando, com clareza, o que cada um pode aprender em cada caso, ou seja, realizaratividadesquetrabalhemtantocomosquejsabemlereescrever,bem como os outros. E tambm, comunicar escola o problema encontrado e os sinais observados,paraquetodospossamtrabalharparaomelhordesenvolvimentoda criana. O objetivo do professor no deve ser que todos aprendam igualmente; isso muitodifcildealcanar.Oobjetivodeveserquetodospossamtrabalhar reflexivamenteeconstruiropensamentocoletivamente,semqueningumseja marginalizadooudeixadodelado.Lamentavelmente,muitosprofessores desconhecem as causas das dificuldades de aprendizagem da criana e as rotulam como fracassadas e preguiosas.Para que no ocorra esse descaso, o professor deve observar a bagagem quecadaalunotrazconsigo.Porm,nosumaquestodediferenasnas experincias vividas, mas tambm nas capacidades e na maturidade das crianas, nalinguagemoral,nosvaloresculturaisemrelaoculturaescritaecultura escolar, nas atitudes para com os adultos e para com a aprendizagem das normas, namotivao,nosestilosdeaprendizagem,naadaptaoemocionalesocial.As crianaschegamsescolascomdiferentesexperinciasnousodalinguagem escrita, e algumas tm escassa experincia com a linguagem oral. Osprofessoresdevemauxiliarascrianascomdificuldadesde aprendizagensnastarefasdaescola,fazendoadivisodostrabalhoslongosem pequenas partes, para ajud-las a rever os contedos de ensino; usar enigmas para que elas descrevam o objeto; tomar cuidado como o material escrito: letras claras, uso de desenhos, diagramas e menos uso de palavras escritas. O uso do dicionrio 25 deveserensinadoe,quandopossvel,ilustrado;bemcomoousodematerial colorido e grande para o aprendizado da letra. Enfim, o professor e a famlia devem estarinformados,familiarizadosesensibilizadosparaapoiareajudaracriana durante o processo de aprendizagem. Todaatividadedevedarchanceiniciativadoaluno.importantequeo educandosintaquepodesugeriroquevaiescreveroulerecomovaifaz-lo. Todavia, nem tudo pode ser sugerido. O educador deve marcar os limites da tarefa, mas prefervel que a tarefa tenha um certo nvel de abertura, de flexibilidade, que permita uma resposta personalizada. Segundo Maruny (2000): Ler tambm serve para controlar e lembrar do que escrevemos.Quandoperguntamoscrianaoquequeelaqueriaescrever, pedimos-lhequeleiaseuescrito.Aprpriacrianapodeprecisarleroquej escreveuparaavanar,talcomonsadultosfazemosaorepassarnossostextos enquanto escrevemos. Esta atividade traz informao decisiva para a criana. Lerparaaprenderfundamentalparaqualquercomponentecurricularda escola.Pormeiodessacapacidade,aleituraenvolveaatividadedelerpara compreender,determinandoqueoalunoaprendaaconcentrar-senaseleode informaesrelevantesnotexto,utilizandotticasdeaprendizagem.Ascrianas com dificuldades de aprendizagem precisam de mais horas de ensino. O ideal que o professor planeje as aulas para que os mtodos de ensino sejam adequados, em razo dos obstculos encontrados pelas crianas em sua aprendizagem. essencial que o professor saiba diagnosticar e avaliar as falhas de escrita cometidas por seus alunos, aproveitando-as como etapas de saber j atingido e ainda a atingir. Ele s deve propor ao aluno tarefas compatveis com a etapa de conhecimento atingido. O mtodo da escola pode dificultar a aprendizagem de uma criana. Por isso oprofessordevetercapacidadedeidentificaromelhormtodoparaacriana optando por modificao metodolgica dentro da sala de aula, dando chance para queoalunoescolhaoquevailerouescrever,mascolocandolimitesnatarefa. Destamaneira,estarmotivandoeestimulandooaluno,paraquecresaemseu aprendizado. De acordo com Maruny (2000), dar uma oportunidade para que as crianas pensemsignificapartirdesuasidias,reconhecersualgicamostrar-lhessuas 26 limitaes,trazer-lhesinformaesnovasqueasajudemapensarmaisemelhor. Com isso, a idia que os professores tm sobre como as crianas aprendem muito importante. No se trata de as encher de informaes soltas, mas trabalh-los, com empenho, reconstruo pessoal, debate, discusso e interao. Oidealqueoprofessortrabalhecomatividadesldicasequeconsiga fazercomqueosalunospensem.Osprofessoresprecisamentenderalgicado pensamento infantil e, a partir disso, compreender a criana. Aprenderampliarasfronteirasdopensamento.Ensinarnoapenas transmitir informaes a um ouvinte. ajud-lo a transformar suas idias. Para isso, precisoconhec-lo,escut-loatentamente,compreenderseupontodevistae escolheraajudacertadequenecessitaparaavanar:nemmais,nemmenos. MARUNY (2000). Odocentedesempenhaumpapelimportantenaidentificaodas dificuldadesdeaprendizado.Aquelacrianaquenoadquireconhecimentosnum ritmosemelhanteaodoscolegasdeveseracompanhadadeperto.Apsalguns meses de trabalho dentro da sala de aulasem um progresso na aprendizagem, o alunomereceumcuidadoespecialedeverserencaminhadoorientao pedaggica da escola que j deve estar ciente do caso.Quando o professor detectar que o aluno tem dificuldade de leitura e escrita deve buscar orientar os pais, para que juntos procurem solues para resolver tais problemas, bem como encaminhar o aluno para profissionais capacitados na rea da dislexia.Apartirdomomentoemqueidentificadooproblemaderendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda especializada.O diagnstico da dislexia deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar formadaporpsiclogo,fonoaudilogoepsicopedagogoclnico,quedeveminiciar uma minuciosa investigao, juntamente com os pais e professores.Sugestesparaauxiliaracrianacomdificuldadesdeaprendizagemna leitura e na escrita, segundo Domingues e Marchesan (2004) so: Divida trabalhos longos em pequenas partes; Contedos de ensino devem ser revistos sempre; Use enigmas para descrever objetos; 27 Seu conhecimento s deve ser avaliado por respostas orais; Cuidadocomomaterialescrito:cabealho,letraclaras,usodedesenhose diagramas e menos uso de palavras escritas; Usodaletrascriptoubastoemcoresdiferentesoquemelhorauxiliaa velocidade ou memorizao da forma ortogrfica da palavra; Solicitar que repita, sempre que possvel, ordem ou contedo com suas prprias palavras; isso ajuda na memorizao; Regras escritas devem ser dadas com muita fixao e separadamente; Nunca exp-lo a leitura em voz alta diante de outros; Use material colorido e grande para o aprendizado das letras; O uso do dicionrio deve ser bem ensinado. Quando possvel, ilustrado. importantequeoprofessorconheacadaumdeseusalunoseesteja atentosdificuldadesdecadaum,paraqueessasnosetransformemnum problema. Deve escutar, muito atentamente, seus alunos; deve estar atento a seus gestos, s suas atitudes, a seu comportamento, suas mensagens mentais: idias, conhecimentos, hipteses, procedimentos e que metodologia e ttica utilizam para aprender,paraescrever,paralerequaisdevemaprenderparaavanar;precisa modificar e adaptar suas propostas de trabalho; ajudar no que for necessrio; dar o empurroadequado.Issorequerumtreinamentoespecficoparaatarefade aceitaracontribuiodoaluno;organizarasaladeaula;trabalharemequipe; planejar atividades e dicas de como estudar para provas. Especialmenteosprofessores,aolidarcomcrianascomdificuldades, adquirem algo novo. Por um lado, maior tranqilidade: entendem o que acontece na mente da criana frente escrita e esto certos de que a criana est dando tudo de si. E, alm disso, est claro o que se deve trabalhar com cada aluno: o que ele capaz de fazer e tambm qual ser o prximo passo em sua aprendizagem. Uma criana que no preste ateno ao som da palavra dever concentrar-se na palavra e comprovar que o que est escrito tem a ver com o som da palavra. questo de tempo.Umacrianaqueatribuivogaisacadaslabadeveperceberquehmais sons do que as vogais: que as palavras se escrevem com mais letras. questo de trabalhar isso e dar-lhe tempo. (MARUNY, 2000). 28 O professor, frente a estes desafios, dever ser bem preparado por meio de capacitaes, como tambm ser incentivado a pesquisar para que, na prtica, possa encararaspossveissituaes-problema,comacompetncianecessriapara reconhecer as provveis dificuldades de aprendizagem desenvolvidas dentro ou fora da escola. Para que possa ajudar tanto os alunos, em suas necessidades escolares, quanto os seus familiares, preciso garantir-lhes o direito informao e ao apoio, indispensveisaobomdesenvolvimentodasrelaeshumanas,assimcomoa orientao e o encaminhamento aos locais com atendimento especializado, quando necessrio. Assim,muitoimportantequetodososeducadoressaibamoque dificuldade na leitura e na escrita e saibam reconhecer seus sinais. Com a devida orientao, o aluno conseguir ser bem sucedido em classe. Se, na fase escolar, a crianaapresentarsintomasdedislexia,sernecessriodiagnsticoe acompanhamentoadequados,paraqueelapossaprosseguirseusestudosjunto com os demais colegas e no tenha prejuzos emocionais e de aprendizado. 2.4O PAPEL DA FAMLIA NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM DA CRIANA AConstituioFederal,noseuartigo205(1998),eaLeidediretrizese bases (LDB, 1996), no seu artigo 2, afirmam que: A educao dever da famlia e do Estado. A famlia convocada, pelo poder pblico, a participar do processo de formaoescolar:noprimeiromomento,matriculando,obrigatoriamente,seufilho, emidadeescolar,noEnsinoFundamental.Nosegundomomento,zelandopela freqncia escola e num terceiro momento se articulando com a escola de modo a assegurarmeiosparaarecuperaodosalunosdemenorrendimentoezelando, comosdocentes,pelaaprendizagemdosalunos.Assim,tantooprofessorea escola,quantofamliaeasociedadeenvolvemaspectosscio-culturais importantes para o processo de aprendizado de uma criana. Quandoumacrianaapresentaalgumadificuldadedeaprendizagemda leituraedaescrita,nemsempreosprofessores,ospaise/ouafamliapossuem informaessuficientesparaentendereenfrentaradequadamenteoprocesso. 29 Assim, os pais cobram das escolas respostas e resultados, e a escola, por sua vez, acusaospaisdenegligncia.Comestetipodeatitudeesemapreparao adequada, a escola passa a ser um lugar de acmulo de frustraes para os alunos.Segundo Morais (1997:183), as crianas que provm de ambientes letrados tm mais facilidade em aprender a ler e a escrever do que crianas provenientes de ambientes no-letrados. A criana que convive em ambiente onde no existem revistas, jornais nem livros,equenotemmodelosdeleituranotemointeresseeamotivao despertados.Possivelmenteestessoalgunsdosfatoresquefazemsurgir dificuldadedeaprendizagemdaleituraeescrita.Assim,afamliapossuipapel fundamental no desenvolvimento da capacidade de aprender e cabe a ela articular-secomaescolaeseusdocentes,amboszelandodeformapermanente,pela qualidade de ensino. Os pais devem evitar transmitir criana a angstia e ansiedade que eles prpriossentem,diantedessasdificuldades.Oimportantequeelestransmitam seguranacrianaequecompreendamarazodassuasdificuldadesde aprendizagemnaleituraenaescrita.Ospaistambmdevemevitarcomparara criana com os irmos ou colegas da sala ou coloc-la perante situaes nas quais sabem que a criana no tem sucesso, evitando que ela fique desmotivada.A famlia deve observar a criana ao ler e ao escrever. Recomenda-se que ospaisleiamasgramticasescolares,observandocomosoclassificadosos fonemasquantoaomodoepontodearticulao,paraquecompreendammelhor quando observarem os comportamentos da criana. Filhos de pais analfabetos tm poucocontatocomaescritaealeitura,portanto,podemnecessitardelivrose material escrito bem impressos e com forma adequada para manuseio. necessrio que a famlia ajude a criana na sua educao ou reeducao lingsticaefaacomqueacrianaarticulecadafonema,vogaleconsoante. preciso observar como a criana pronuncia os fonemas e, em seguida, pedir a ela queolheomovimentodeseuslbios,quandoarticulamfonemasemalgumas palavrasdocotidiano.Deve-sepedir,tambm,querepitaaspalavras,poisa repetio acaba por lev-lo, assim, conscincia dos fonemas. 30 A famlia deve auxiliar a criana em casa, lendo para ela jornais, revistas e livros que lhe despertem interesse. O uso e apoio, de rgua ou marcador ajudam-na seguir a leitura. Gravar os componentes curriculares para que ela possa escut-los quantasvezesfornecessrio;grifarcomcanetacoloridaositensprincipaispara seremlembradosmaisfacilmente;criarperguntasparaverificarsuainterpretao; determinarumtempoparaacrianafazeralio;montarumcalendriosemanal comtodasasatividadesdeformaquecadaatividaderecebaumacor,ondeos horrios de lazer devem ser pintados de uma s cor permitindo que a criana tenha uma referncia concreta para dinamizar as atividades de aprendizagem so atitudes que facilitam o processo de aprendizagem. Para que a criana aumente sua auto-estima, a famlia deve fazer elogios, encorajar e falar bem de suas qualidades e pontos fortes. Quando tentar fazer algo queconsideradifcil,encoraj-laanodesistir;nodepreciarseusacertos; tranqilizareressaltarsuaespertezaesuainteligncia.necessrioenvolv-la para que possa desenvolver suas habilidades.A famlia tem o papel de zelar, a exemplo dos docentes, pela aprendizagem. Isto significa acompanhar, de perto, a elaborao da proposta pedaggica da escola, noabrindomodeprovermeios,paraarecuperaodosalunosdemenor rendimentoouematrasoescolar,garantindomeiosdeacessoaosnveismais elevados de ensino, segundo a capacidade de cada um. 2.5PROJETO SEGUNDO TEMPO SESC TAGUATINGA SUL OProjetoSegundoTempoumprogramadoMinistriodoEsporte,em parceriacomoMinistriodaEducaoeMinistriodoDesenvolvimentoSociale Combatefome,destinadoademocratizaroacessoaoesportecomodireitode cada um.OProjetoSegundoTempoSESCTaguatingaSulAdministrao Regional do Distrito Federal tambm ciente das suas responsabilidades sociais para com a comunidade e reconhecendo os esforos do Governo Federal, por meio do MinistriodosEsportes,oportunizaoacessodecrianasmatriculadasnaRede Oficial de Ensino e cursando o Ensino Fundamental, em comunidades de excluso e 31 deriscosocial,prticadediferentesmodalidadesdesportivas(natao,tnis, futebol),delazereacompanhamentopedaggico,atendimentomdicoe odontolgico. NoProjetoSegundoTempotrabalha-secomcrianade9a13anos matriculadasnoEnsinoFundamentaleoriundadeestabelecimentosoficiaisde ensinodascidadesdeSamambaiaeRecantodasEmas,asquaisusufruemda infra-estrutura de lazer, educao e esporte da Unidade do SESC- Taguatinga Sul, por 03 (trs) vezes na semana, sob superviso, apoio tcnico e cofinanciamento de ambas instituies. Uns dos objetivos da orientao pedaggica de proporcionar as crianas, por meio do reforo escolar, uma ajuda/acompanhamento no processo de ensino e de aprendizagem, buscando amenizar ou acabar com defasagem que existe no seu conhecimentoeducacional,equefoinocomeodoProjeto,deacordocomseus rendimentosescolares.Nesseintuito,buscamosainda,trabalharcomosalunosa sua realidade, envolvendo a escola, a famlia e o seu meio social. Partindo dessa abordagem, trabalha-se temas transversais, onde favorece, aos alunos, uma reflexo sobre valores ticos, morais e de civismos, a promoo da sade e a valorizao das razes e heranas culturais. 32 3. METODOLOGIA 3.1MTODOS Nestapesquisautilizou-seumprocedimentoracionalesistemticocom objetivodeproporcionarrespostasaoproblemaproposto:deidentificarcomoos professores lidam com os alunos que apresentam dificuldades da aprendizagem na leitura e na escrita. Paratal,adotou-seaabordagemqualitativa,quetrazconsigo,demaneira inevitvel, a carga de valores, preferncias, interesses e princpios que orientam o pesquisador.SegundoBogdaneBicklen(1982),apesquisaqualitativaenvolvea obtenodedadosdescritivos,obtidosnocontatodiretodopesquisadorcoma situaoestudada,enfatizamaisoprocessodoqueoprodutoesepreocupaem retratar a perspectivas dos participantes.A respeito da pesquisa qualitativa Ldke (1986), mostra que a sua natureza sebaseianoambientenaturalcomofontediretadedadoseopesquisadorcomo seuprincipalinstrumento.Nessesentido,estaabordagemproporcionaumcontato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente escolar e a situao que est sendo investigada.Osmtodosutilizadosforamodedutivoeoestudodecaso.Omtodo dedutivo,deacordocomaacepoclssica,omtodoquepartedogerale,a seguir,desceaoparticular.Partedeprincpiosreconhecidoscomoverdadeirose indiscutveis e possibilita chegar a concluses de maneira puramente formal, isto , emvirtudeunicamentedesualgica.omtodopropostopelosracionalistas (Descartes,Spinoza,Leibniz),segundoosquaissarazocapazdelevarao conhecimento verdadeiro, que decorre de princpios a priori evidentes e irrecusveis (GIL, 1999). Opensamentodedutivoquando,apartirdepronnciasmaisgerais preparadassistematicamentecomopremissasdeumraciocnio,chegaauma concluso privada ou menos comum. 33 A respeito do mtodo estudo de caso (LDKE, 1986) mostra que, retrata a realidade de forma mais completa e objetiva possvel, ou seja, revela a variedade de dimensespresentesemdeterminadassituaesouproblemas,focalizando-os como um todo. 3.2LOCAL E SUJEITOS DA PESQUISA Opresentetrabalhodesenvolveu-sepormeiodapesquisaqualitativa, considerandoqueestaabordagemproporcionaresultadossignificativosnocampo educacional,ouseja,foirealizadaemumambientenaturalnoProjetoSegundo Tempo no SESC-Taguatinga-Sul, situado na cidade de Braslia. Oestudoobjetivaanalisarcomoosprofessoreslidamcomosalunosque apresentam dificuldades da aprendizagem na leitura e na escrita. OssujeitospesquisadosforamquatroprofessoresqueatuamnoProjeto SegundoTempoSESC-Taguatinga-Sul,osquaisresponderamaumquestionrio para coleta de dados para a pesquisa. 3.3Materiais O instrumento utilizado para coleta de dados foi o questionrio (anexo I) com dezquestes abertas e uma questo fechada. Nasquestesfechadas,apresenta-seaorespondenteumconjuntode alternativasderespostaparaquesejaescolhidaaquemelhorrepresentasua situaooupontodevista(GIL,1999),masdeacordocomoquestionrioo respondente tem a opo de deixar em branco ou responder. As questes abertas, apresentam-se a pergunta e deixa-se um espao em branco para que a pessoa escreva sua resposta sem qualquer restrio (GIL, 1999). Vejocomovantagemsquestesabertaseadenoobrigarorespondentea enquadrarsuapercepoemalternativaspreestabelecidase,tambmpermiti respostasmaisprolongadaseinteressantes,proporcionandomaioresinformaes sobre a dificuldade de aprendizagem da leitura e da escrita. 34 Ao utilizar questes abertas e fechadas os respondentes sentiram-se mais vontade para responder o questionrio, pois o nmero de respondentes era mnimo, ouseja,apenasquatro,porserumProjetoqueseiniciava,osrespondentes opinaramporresponderumquestionrioaoinvsdeentrevista,porcausada insegurana ao responder diretamente as perguntas em uma entrevista. Na concepo de GIL (1999): O questionrio definido como a tcnica de investigaocompostaporumnmeromaisoumenoselevadodequestes apresentadasporescritospessoas,tendoporobjetivooconhecimentode opinies, crenas, sentimentos, interesses, expectativas, situaes vivenciadas etc. Avantagemdoquestionrioqueosinformantespodemrespond-lo,no momento sem interferncia do pesquisador. Alinguagemutilizadaparaoquestionriofoiclaraeobjetiva,com vocabulrio adequado ao nvel de escolaridade dos informantes. Oquestionriofoiaplicadoaumnmeropequenodeinformantes(quatro professores).Primeiramente,mostreioquestionrio,fizumaleiturabreve,depois perguntei se gostariam de responder. Todos os quatro professores participaram, e relataramquemaisfcilpararesponderdoqueumaentrevista,porcausado tempo.Fiqueiaguardandootrminodoquestionrioemoutroambiente,porisso no tive contato na hora que responderam. Atravsdapesquisaqualitativaobtiveinformaesacercadotemado TrabalhodeConclusodeCursodificuldadedeaprendizagemnaleituraena escrita. 35 4.RESULTADOS E DISCUSSO Asrespostasapresentadaspelosprofessoresforamanalisadas individualmente e tabuladas e apresentaram os seguintes resultados: Tabela 1 Resposta dos professores sobre definio de dislexia. Respostas No de professores % Distrbiosneurolgicosdashabilidadesdeleituraede escrita. 375%umdistrbiodeleituraquecausarumdistrbiode escrita. 125%TOTAL4 100% Atabelaindicaqueamaioriadosprofessoresdefine,adislexiadeacordo comAssociaoBrasileiradeDislexia(ABD),isto,distrbiosneurolgicosdas habilidades de leitura e de escrita, enquanto apenas um professor a definiu como um distrbio de leitura que causar um distrbio de escrita, ou seja, o fato de deparar comalgunsdessessintomasnoadvertirfundamentalmentequeacrianaseja dislxica; h outros fatores a serem observados. Os professores foram questionados se reconhecem uma criana dislxica; a maioria disse que sim e apenas um disse que no. Tabela2-caractersticasapontadaspelosprofessoresarespeitodoaluno dislxico.Respostas No de professores % Dispersoparaodesenvolvimentodasatividades problemas de compreenso, recusa para desenvolver as propostas. 125% 36 Dificuldadenacompreensodetexto,dispersocom muitafacilidade,trocadeletras.Dificuldadeem transcreverdoquadrotraadodasletras,confunde direita e esquerda. 125% Auto-estimabaixa,dificuldadeemleituradevidos trocas,etrocasnaescritapelosfonemassurdose sonoros. 125% No respondeu125% TOTAL4100% Nota-sequeamaioriadosprofessoressocapazesdereconheceralunos com quadro de dislexia e, que as caractersticas apresentadas esto coerentes com que diz os tericos a respeito do assunto, ou seja, os professores citaram algumas caractersticas, mais enfatizo que h outros fatores a serem observados. De acordo com Martins (2003): Erros por confuses na proximidade espacial; confusesdeletrassimtricas;confusoporrotao;inversodepalavras; confuses por proximidade articulatria e seqelas de distrbios de fala; omisses degrafemas;omissesdeslabas;acumulaoepersistnciadeseuserrosde soletraoaoleredeortografiaaoescrever;confusoentreletras;inverses parciais, etc. Osprofessoresforamquestionadosseaescolaquelecionatemcursosde capacitao sobre as dificuldades da criana em sala de aula e todos disseram que sim. Tabela 3 Tipos de curso de capacitao, apontados pelos professores. Respostas No de professores % Palestra com fonoaudilogas.125% Cursodecapacitaono.Pormtemosgruposde estudocomleiturasqueinformamsobredeterminadas questes relacionadas dificuldades. 125% Capacitao em matemtica.125% 37 Aescolatrabalhacomoacompanhamento individualizadosobreasdificuldadesquesurgemno decorrer do ano letivo. 125% TOTAL4100% De acordo com a tabela, constata-se que os professores tm diferentes de capacitao. Portanto, nota-se que os cursos que foram colocados como resposta, tambm so voltados paraa rea em estudo (dislexia), Porm o ProjetoSegundo Tempo -Sesc Taguatinga-Sul, poderia proporcionar cursos bsicos sobre dislexia, ou seja, workshop do curso bsico, promover jornada de dislexia, simpsio. De acordo com a ABD (Associao Brasileira de Dislexia, 2000): Os cursos devem ser, mas direcionados para as dificuldades de aprendizagem dos alunos e, comumaequipemultidisciplinar,formadaporPsicloga,Fonoaudilogae Psicopedagoga Clnica. Essa equipe deve ainda garantir uma maior abrangncia do processo de avaliao, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, oftalmologista e outros, conforme o caso e necessidade. Tabela 4 Fatores que influenciam na aprendizagem da leitura e da escrita. Respostas No de professores % Problema de compreenso4100%Legibilidade da letra125% Soletrao perfeita00% Excessivas fixaes do olho na linha125% Orienta-se no espao (direita / esquerda)375% Repeties de slabas, palavras ou frases.250% Nesta questo os professores poderiamindicar mais de uma resposta. Os dados apresentados indicam que a maioria dos professores sabem quais os fatores que influenciam na aprendizagem da leitura e da escrita das crianas, ou seja, tm uma viso geral, a maioria dos professor indicou os problemas de compreenso, ou seja, correto, pois o aluno com dislexia tem dificuldade em compreenso, por causa 38 dofracodesenvolvimentodamemria.Apenasumprofessorcolocouquesoas excessivas fixaes do olho na linha, correto, pois o dislxico fixar o olho na linha o tempotodo;enquantodoisprofessoresresponderamqueoqueinflunciana aprendizagemeasrepetiesdeslabas,tambmestacorreta,porqueos dislxicosfazemconfusodeslabas,palavrascomgrafiassimilares,oufrases. Somente um professor respondeu que a: legibilidade da letra, ou seja, incorreto, poisodislxiconotemletralegvelesimilegveldificultandooentendimento. Porm a maioria ressaltou que a orienta-se no espao (direita / esquerda), enfoco que essas crianas com dislexia so incapazes de orientar-se com propriedade no espao e aprender a noo de direita e esquerda.Ningum respondeu soletrao perfeita, pois a questo incoerente, porque a criana dislxica conhecer as letras isoladamente, e no como um todo. Portanto os fatores que influenciam na aprendizagem da leitura e da escrita so:problemasdecompreenso,ilegibilidadedaletra,soletraodefeituosa, excessivasfixaesdoolhonalinha,noseorientarnoespaodireita-esquerda, repeties de slabas, palavras ou frases. Respostas corretas: problema de compreenso, excessivas fixaes do olho na linha e repeties de slabas, palavras ou frases. Mascombasenapergunta,umdosfatoresqueinfluenciamtambm quando a criana escreve com letra ilegvel, isto dificulta as correes feitas pelos professoresepeloprprioalunoetambmasoletraodefeituosa,ouseja, faltando letras. SegundoCondemarin(1986),asoletraodefeituosaocorrequandoo aluno: reconhece letras isoladamente, porm sem poder organizar a palavra como umtodo,ouentolapalavraslabaporslaba,ouaindalotextopalavraspor palavras . Freqentemente,osdislxicossoincapazesdeseorientarcom propriedade no espao e de aprender a noo de direita e esquerda. Geralmente a criana no consegue situar a direita e a esquerda em seu prprio corpo ou quando olha outra criana Condemarin (1986). 39 Tabela5Fatoresessenciaisparaodesenvolvimentodacapacidadede aprender. Respostas No de professores % Ambiente propcio aprendizagem, ldico, com abertura para atender as necessidades de todos os alunos que compem a sala. 125% Maturidade cognitiva, afetiva, motora.125% Respeito pelo ritmo individual de cada aluno.125% Toda criana j nasce com capacidade de aprender, ela inata ao ser humano. 125% TOTAL4100% Asrespostasapresentadasnatabela5mostramquaisosfatoresqueos professoresconsideramessenciaisparaodesenvolvimentodacapacidadede aprender. interessante notar que nenhuma resposta foi repetida por mais de um professor. DeacordocomMartins(2003):Oprimeirofatoressencialparao desenvolvimento da capacidade de aprender motivar os alunos e o prprio aluno querer aprender, ter interesse, ateno, compreenso, participao e expectativa de aprenderaconhecer,afazer,aconvivereaserpessoa.Osegundofatoro desenvolvimentodeaptidescognitivaseprocedimentais;aprendermtodose tcnicasdeestudoparagarantiracapacidadedeauto-aprendizagem.Oterceiro fator a aprendizagem de conhecimentos ou contedos, ou seja, a construo de um currculo escolar fundamental para que o aluno desenvolva sua compreenso do ambiente natural, social e tambm da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade. Tabela 6 Como os pais so envolvidos no trabalho educativo. Respostas No de professores % De acordo com as orientaes recebidas pelos125% 40 especialistas da rea, sero colaboradores e guardies da auto-estima dessas crianas. Como auxiliares no processo e incentivadores. Os pais devem ser orientados a acompanhar o ritmo de cada criana no demonstrando ansiedade no processo. 125% Realizando um trabalho de parceria com a escola.125% No respondeu125% Deacordocomasrespostasdosprofessores,ospaissoenvolvidosno trabalho educativo dos alunos. Bessa e Afonso (2004): recomendam uma ateno individualizada em que se respeite o ritmo de aprendizagem da criana e em que se evite a aprendizagem pelo erro. Mas tambm os pais so orientados para auxiliar os filhos nas atividades em casa, e tambm para aumentar a auto-estima. E jamais esquecer que a criana com dificuldadenaleituraenaescritasointeligentesecriativas,bastaajud-laspor meio do reconhecimento por tudo que ela faz. Os professores foram questionados se existe tratamento para as dificuldades na leitura e na escrita e todos disseram que sim. Tabela 7 Tipos de tratamento para as dificuldades na leitura e na escrita, de acordo com os professores. Respostas No de professores % Treino, pacincia, repeties necessrias, etc.125% Acompanhamento de profissional especializado, orientando a escola e famlia, sempre uma parceria positiva no tratamento dessas dificuldades. 125% Um acompanhamento direcionado ao aluno, com atividades que trabalhem a vivncia, a realidade e individualidade de cada. 125% Depender de qual dificuldade que necessitar de tratamento. Algumas trocas podem ser trabalhadas num 125% 41 consultrio fonoaudiolgico. TOTAL4100% As respostas apresentadas pelos professores indicam que os professores conhecem aformacorretaparaotratamentodecrianascomdificuldadesnaleituraena escrita. Segundo a ABD (2000): O primeiro ano de alfabetizao, poder ocorrer um quadro derisco,ouseja,nopoderserconfirmadaadislexia,mastambmnose descarta outro fator. Pode-se sugerir um acompanhamento e fazer uma observao mais cuidadosa, at pode-se diagnosticar com mais preciso aps a alfabetizao. Tabela 8 Viso dos professores sobre o processo de aquisio da leitura e da escrita Respostas No de professores % Pr-silbico e silbico.125% O que leva o aprendiz construo do cdigo lingstico no o cumprimento de uma srie de tarefas ou o conhecimento das letras e das slabas, mas uma compreenso do funcionamento do cdigo. 125% Reproduo dos traos bsicos da escrita.125% Tenta escrever respeitando a quantidade e variedade de letras. 125% TOTAL4100% As respostas fornecidas pelos professores esto coerentes e de acordo com ostericos(Davis,Ellis,Condermarin),portantoentender-sequeosprofessores conhecem o processo de aquisio da leitura e da escrita. DeacordocomFerreiro(2004):Nafase1,inciodessaconstruo,as tentativasdascrianasdo-senosentidodareproduodostraosbsicosda 42 escritacomqueelassedeparamnocotidiano.Oquevaleainteno,pois, embora o traado seja semelhante, cada um "l" em seus rabiscos aquilo que quis escrever. Desta maneira, cada um s pode interpretar a sua prpria escrita, e no a dos outros. Nesta fase, a criana elabora a hiptese de que a escrita dos nomes proporcionalaotamanhodoobjetoouseraqueestsereferindo.Nafase2,a hiptese central de que para ler coisas diferentes preciso usar formas diferentes. A criana procura combinar de vrias maneiras as poucas formas de letras que que capazdereproduzir.Nestafase,aotentarescrever,acrianarespeitaduas exigncias bsicas: a quantidade de letras (nunca inferior a trs) e a variedade entre elas,(nopodemserrepetidas).Nafase3,sofeitastentativasdedarumvalor sonoro a cada uma das letras que compem a palavra. Surge a chamada hiptese silbica, isto , cada grafia traada corresponde a uma slaba pronunciada, podendo serusadasletrasououtrotipodegrafia.H,nestemomento,umconflitoentrea hiptese silbica e a quantidade mnima de letras exigida para que a escrita possa serlida.Acriana,nestenvel,trabalhandocomahiptesesilbica,precisausar duasformasgrficasparaescreverpalavrascomduasslabas,oquevaide encontro s suas idias iniciais de que so necessrios, pelo menos trs caracteres. Este conflito a faz caminhar para outra fase. Na fase 4 ocorre, ento a transio da hiptesesilbicaparaaalfabtica.Oconflitoqueseestabeleceu-entreuma exigncia interna da prpria criana ( o nmero mnimo de grafias ) e a realidade das formasqueomeiolheoferece,fazcomqueelaprocuresolues.Ela,ento, comea a perceber que escrever representar progressivamente as partes sonoras das palavras, ainda que no o faa corretamente. Na fase 5, finalmente, atingido o estgio da escrita alfabtica, pela compreenso de que a cada um dos caracteres da escrita corresponde valores menores que a slaba, e que uma palavra, se tiver duas slabas, exigindo, portanto, dois movimentos para ser pronunciada, necessitar mais do que duas letras para ser escrita e a existncia de uma regra produtiva que lhes permite,apartirdesseselementossimples,formararepresentaodeinmeras slabas, mesmo aquelas sobre as quais no se tenham exercitado.43 Tabela 9 Procedimentos para orientar os alunos com dislexia. Respostas No de professores % Ateno especial ao aluno; reforo positivo, colocar o aluno na rea central da sala bem prximo ao professor. 125% Nunca orientei um aluno com tal problema125% Desenvolver um trabalho com o objetivo do letramento, isto , capacitar ao aluno para a leitura e a escrita em todos os aspectos. 125% No evidenciar a dificuldade do aluno no deixando ele participar de atividades. Assinalar as trocas ajudando-os a perceb-las e efetivar as devidas correes. Durante o tratamento o aluno no poder ser penalizado pelas trocas. 125% TOTAL4100% De acordo com as respostas apresentadas na tabela 9, verifica-se que alguns professoresorientamosalunoscomdislexiaadequadamente,seguindoaforma correta, porm ainda devem utilizar outras metodologias mais apropriadas. SegundoMarchesaneDomingues(2004):Dividatrabalhoslongosem pequenaspartes;contedosdeensino;useenigmasparadescreverobjetos;seu conhecimento,sdeveseavaliadoporrespostasorais;cuidadocomomaterial escrito:cabealho,letrasclaras,usodedesenhosediagramasemenosusode palavrasescritas;usodaletrascriptoubastoemcoresdiferentesoquemelhor auxilia a velocidade da forma ortogrfica da palavra; solicitar que repita sempre que possvelaordemoucontedocomsuasprpriaspalavras,issoajudana memorizao,regrasescritas,devemserdadascommuitafixaoe separadamente, etc. 44 Tabela 10 Mtodo eficaz para os alunos com dificuldade de aprendizagem.Respostas No de professores % Desconheo.125% Levar o aluno a observar, a perceber, descobrir e refletir sobre o mundo e interagir com o seu semelhante atravs do uso funcional de linguagens. 125% Cada criana tem uma histria. Penso que primeiro temos que conhecer todo o universo dessa criana para assim mediarmos uma situao de aprendizagem. 125% Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Devemos ser capacitados a estar e agir assim. 125% TOTAL4100% Com base nas respostas apresentadas na tabela 10, os professores sugerem alguns mtodos eficazes. Entretanto, no existe um nico mtodo eficaz, mas sim diversos mtodos que podem ser adaptados para uma melhor aprendizagem. AABD(2004),afirmaque:Nohnenhumalinhadetratamentoqueseja consideradaamelhorounica.Oimportanteaaceitaoeadaptaodo prpriodislxicolinhaadotadapelaprofissionaleoprpriorelacionamentocom ela. O que podemos dizer que como a principal caracterstica dos dislxicos, a dificuldade da relao entre a letra e o som (fonema-grafema), na terapia deveria se enfatizadoomtodofnico.Devemostambmtreinaramemriaimediata percepo visual e a auditiva. sugerido que se adote, multisensorial, cumulativo e sistemtico.Ouseja,deveseutilizaraomximotodosossentidos.Umexemplo bsico poder ler e ouvir enquanto se escreve. O dislxico assimila muito bem tudo que vivenciado concretamente. 45 Tabela 11 Modelos convencionais do ensino que esto mudando. Respostas No de professores % J no era sem tempo, pois como professora apenas sou o canal. Precisa-se haver trocas de experincias constantes para que haja crescimento. 125% Acho que sim, na minha viso, a educao bancria (Paulo Freire), vem perdendo espao para uma educao mais humanstica. Com isso, o professor vem enxergando o aluno de uma forma mais completa e global. 125% Os professores tm demonstrado abertura para deixarem o papel de dono do conhecimento para serem aprendizes como os seus alunos. 125% Sim, mas ainda existe um grande nmero de professores distantes dos processos. 125% TOTAL4100% De acordo com as respostas apresentadas na tabela 11 pode-se observar que os professores no responderam com clareza sobre os modelos convencionais do ensino que mantm distantes professores e alunos. Conforme Martins (2003): A escola e a famlia so instituies ainda muito conservadoras. Nisso, por um lado, no h demrito, mas s vezes tambm no h mrito. No Brasil, muitas escolas utilizam procedimentos do sculo XVI, do perodo jesutico como a cpia e o ditado. Nada contra os dois procedimentos, mas se que tenham uma fundamentao pedaggica e que valorizem a escrita criativa do aluno, decerto, tero pouca repercusso no seu aprendizado. Isso acontece tambm com aspedagogias.Tivemosapedagogiatradicional,aescolanovista,piagetiana, vigostky e j falamos em uma pedagogia ps-construtivista com base na teoria de Gardner.Umascuidamplenamentedeumaspectodoaprendizadocomoo conhecimento,massedescuidamcompletamentedacapacidadecognitivae metacognitiva, interesse e necessidades dos alunos. Seja como for, o importante que os docentes tenham conhecimentos dessas pedagogias e possam criar modelos 46 alternativos para que haja a possibilidade de o aluno aprender a aprender, ou seja, ser capaz de descobrir e aprender por ele mesmo, ou, em colaborao com outros, osprocedimento,conhecimentoeatitudesqueatendamsnovasexignciasda sociedade do conhecimento. Combase,noatendimentopedaggicoobserva-sequemuitosalunos haviamreprovadonaalfabetizao,portanto,procureiinformaesquejulgasse necessrio para um trabalho em parceria escola, famlia, SESC. Observei que trs alunos tinham dificuldades de aprendizagem na leitura e na escrita, ento descobrir queeradislexia,depoisdeterfeitocontatocomospais,escolaepessoas capacitadas em diagnstico em dislexia. Porfaltadeinformaessobredislexia,osprofessoresdaescolapblica nosabiamqueessascrianaseramdislxicas,ouseja,nemsabiamoqueera dislexia. Com isso, ficou um clima desagradvel entre os professores da escola com os do Projeto. Alm de identificar o problema de rendimento escolar, que foi percebido no Projeto Segundo Tempo, tambm procurei ajuda especializada. A qual nos orientou a direcionar o atendimento h essas crianas. Utilizamosmtodosdidticosparasanarasdificuldadesdosalunos, procurandoenvolv-losemtrabalhosdegrupos,dinmicas,brincadeiras,enfim, atividadesparadesenvolverasdificuldadesdeaprendizagem.Numprocessode atendimento especializado por meios de projetos especficos que tragam benefcios aos adolescentes e tornem as atividades prazerosas e ricas em seu contedo. De acordo com os resultados dos questionrios, enfatizo que os professores do Projeto Segundo tempo do SESC Taguatinga Sul, conhecem as dificuldades da leitura e da escrita dos seus alunos, mas necessitam de cursos de capacitao para lidar com tais dificuldades. 47 5.CONSIDERAES FINAIS Apalavraimpressarepresentasmbolossonorosque,porsuavez,so representativosdaexperinciapessoal.Apartirdodomniodestessmbolos,a crianacapazdeseexpressarpormeiodaescrita.Qualquerobstculonessa trajetriapodersignificarumadificuldadeouinterferncianaaprendizagemeno desenvolvimentodalinguagem.Adificuldadedeaprendizagemmereceaateno dosprofessores,poissoelesemprimeirainstnciaquepoderoidentificara dificuldade do aluno e, ao constatar que o problema estvel, encaminh-los aos especialistas.Todavia,osprofessoresnodevemapenasaguardarqueos especialistastentemresolversozinhosestaquesto.Oprofessoraquelecom melhorescondiesdeconhecerarealidadedoalunoemanterocontatomais prximo, tendo acesso direto ao seu desenvolvimento intelectual e cognitivo.Estapesquisademostrouque,amaioriadosprofessoresdoProjeto SegundoTempoSESC-TaguatingaSultmconhecimentosobreadefinioda dislexia (distrbios neurolgicos da leiturae da escrita) e que todos deles indicam queconhecemoprocessodeaquisiodaleituraedaescrita.Assimsendo,a hiptesedeque:asmetodologiasempregadaspelosprofessoresindicamque, desconhecem o processo de aquisio da leitura e da escritafoi negada. AlgunsprofessoresdoProjetoSegundoTempoSESC-TaguatingaSul afirmam ainda que: o processo de aquisio pr-silbico e silbico; que o que leva o aprendiz construo do cdigo lingstico no o cumprimento de uma srie de tarefasouconhecimentodasletrasedasslabas,masumacompreensodo funcionamento do cdigo; que a reproduo de traos bsicos da leitura; e que tenta escrever, respeitando a quantidade e variedade de letras.Conclui-seentoque:adificuldadenaleituraenaescritaumprocesso progressivoquemereceumaaocontnuadoespecialistaedoprofessordo Projeto Segundo Tempo SESC- Taguatinga Sul, para que, a criana seja integrada ao processo de formao do conhecimento.O fato de os professores conhecerem este processo indica que a formao profissional destes est no caminho certo, podendo, entretanto ser fortalecida, pois estapesquisaindicaalgunspontosfracosnoconhecimentodestetemapelos 48 professores,ouseja,emrelaoquesto04deixouadesejar,poisalguns professoresmostraramquenosabemtodososfatoresqueinfluenciamna aprendizagem da leitura e da escrita das crianas. Comisso,creioqueosconhecimentosadquiridosserviram-noscomo suporte para a prtica pedaggica. Portanto, acredito que preciso que os professores sejam envolvidos com a desmistificaodasrelaessociais,quetenhamclarezatericaparainstigaro profissionalquepassivodeerros,equebusquesubsdiosadequadospara compreender como ensinar os alunos dislxicos.

49 6.REFERNCIAS 1.Associao Brasileira de Dislexia. Disponvel em: