DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os...

26
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES CURSO DE LETRAS À DISTÂNCIA JOSINETE TAVARES DA SILVA DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO MÉDIO LUCENA

Transcript of DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os...

Page 1: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBACENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

CURSO DE LETRAS À DISTÂNCIA

JOSINETE TAVARES DA SILVA

DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO MÉDIO

LUCENA

Page 2: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

2

DEZEMBRO DE 2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBACENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

CURSO DE LETRAS À DISTÂNCIA

JOSINETE TAVARES DA SILVA

DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO MÉDIO

Artigo apresentado ao curso de letras a distância da universidade federal da Paraíba, como requisito para obtenção do grau licenciado em letras

Professora: Me. Angélica Vilar Torres, orientadora

LUCENA

DEZEMBRO DE 2013

Page 3: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

3

JOSINETE TAVARES DA SILVA

DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO MÉDIO

Artigo apresentado ao curso de letras a distância da Universidade Federal da Paraíba, como requisito para obtenção do grau licenciado em letras.

Data da aprovação: ____/____/____

Banca examinadora:

___________________________________________________________________________Profa. Me. Angélica Torres Vilar de Farias - Orientadora

___________________________________________________________________________Profª Drª. Maria do Socorro Paz e Albuquerque - Examinadora

___________________________________________________________________________Profª Me. Naiara Ferraz Bandeira Alves - Examinadora

Page 4: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

4

Dedicatória

Em especial a minha família, meus pais, José Tavares a minha mãe Maria Bernadete, e a minha filha Jhessyca que tanto me incentivou e me apoiou que sorriu e chorou comigo durante todo o curso, que participou de toda minha angustia e que me fortalecia com seu sorriso. E aos meus três irmãos que perderam horas me conduzindo ao pólo para que meu sonho se concretizasse.

Page 5: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

5

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço a Deus que permitiu que meu sonho se realizasse, a minha família e aos meus amigos que tiveram sempre ao meu lado.

A minha vó, Maria da Penha, que me incentivava com suas palavras.

Aos meus professores, tutores virtuais, à minha tutora presencial Kátia Falcão e minha orientadora Angélica Vilar.

À todos os demais que de alguma forma contribuíram para completar minha trajetória.

Page 6: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

6

ResumoA leitura ocupa lugar de grande importância na vida do indivíduo, no entanto, o ensino da mesma enfrenta sérios problemas, pois em muitos casos, vem sendo trabalhada de uma forma mecânica. Durante os estágios realizados em turmas do ensino fundamental II e do ensino médio de escolas públicas na cidade de Santa Rita e na cidade de Lucena, percebemos uma grande problemática quanto à proposição de exercícios de leitura em sala de aula, pois há grande repulsa por parte dos alunos e também dos professores. Sendo assim, o presente trabalho consiste em analisarmos as dificuldades de leitura em sala de aula. Objetivamos em linhas gerais, contribuir para as reflexões acerca das dificuldades no aprendizado da leitura. Especificamente objetivamos: refletir sobre práticas de leituras; compreender as possíveis causas do desinteresse pelo ato da leitura; evidenciar a importância da leitura na vida do indivíduo; refletir sobre a importância da utilização de gêneros textuais como promotores da leitura. Para alcançar os objetivos propostos lançamos mão de uma pesquisa de caráter qualitativo onde os dados analisados foram coletados através de aplicação de questionários contendo um total de 12 questões objetivas e subjetivas. Concluímos que o professor deverá agir como um condutor, um guia fazendo uso de estratégias e levando para os ambientes escolares textos que circulam no meio social, fazendo uso de diferentes tipos textuais. Havendo uma interação entre professores e alunos poderão desenvolver melhor o hábito da leitura.

Palavras-chave: Leitura; Ensino; práticas de leitura

Page 7: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

7

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................07

2. REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................................09

2.1 A importância da leitura na vida do indivíduo..........................................................09

2.2 Leitura e Escola............................................................................................................11

2.3 Gêneros textuais como perspectiva de incentivo à leitura........................................13

3. METODOLOGIA...............................................................................................................15

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................................................................16

5. CONCLUSÕES...................................................................................................................19

REFERÊNCIAS......................................................................................................................21

APÊNDICES............................................................................................................................22

Page 8: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

8

1. INTRODUÇÃO

As discussões em torno do processo de aquisição e apropriação da leitura não são

recentes. Na atualidade esse tema vem se destacando cada vez mais em discussões realizadas

em Congressos, palestras, encontros pedagógicos, universidades, etc, dada a sua grande

importância para a vida de um indivíduo.

É através da leitura que o indivíduo se expressa melhor, melhora sua escrita e conhece

outras culturas. A leitura é uma atividade bem mais complexa do que parece, não é apenas um

ato de mera decodificação ou feita de forma sintagmática, ela deve ser prazerosa e válida. É

através dela que se fundamenta todo o processo educacional, é a extensão da escola na vida

das pessoas. Tudo que se ensina na escola está diretamente ligado à leitura e depende dela

para se manter e se desenvolver. A leitura é tão importante para a vida que a escola toma

como base para a aprendizagem de outros conteúdos, (geografia, história, matemática etc.).

Não se pode negar a importância e o valor das habilidades de leitura para o ser humano.

Se a leitura é tão importante na vida de indivíduo agindo como um meio de transformação e

de mudança, a escola é a instituição principal responsável por essa tarefa. No entanto durante

os estágios realizados em turmas do ensino fundamental II e do ensino médio de escolas

públicas na cidade de Santa Rita e na cidade de Lucena, percebi uma grande problemática

quando proposto exercícios de leitura ou produção textual, pois há grande repulsa por parte

dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática,

não havendo prazer ou interesse, enquanto que os professores também não motivam a leitura e

as escolas não oferecem recursos para essas práticas de leitura.

Diante dessa problemática surgiram os questionamentos: É dever de a sociedade formar

leitores críticos e reflexivos, a escola é vista como principal formador, mas esta tarefa está

sendo feita de forma satisfatória? Na tentativa de responder este e outros questionamentos é

que se justifica a importância da realização deste trabalho, uma vez que o mesmo se propõe a

discutir aspectos relevantes no que diz respeito à temática em questão “Dificuldades de leitura

em sala de aula”.

Ao realizarmos a presente pesquisa, objetivamos em linhas gerais, contribuir para as

reflexões acerca das dificuldades no aprendizado da leitura. Especificamente objetivamos:

refletir sobre práticas de leituras; compreender as possíveis causas do desinteresse pelo ato da

leitura; evidenciar a importância da leitura na vida do indivíduo; refletir sobre a importância

da utilização de gêneros textuais como promotores da leitura.

Page 9: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

9

Para alcançar os objetivos propostos lançamos mão de uma pesquisa de caráter

qualitativo onde o eixo metodológico está fundamentado nas teorias de pesquisadores como:

Kleiman (1998), Freire (1997), Koch (2010), Silva (1995), Geraldi (2001), bem como os

Parâmetros Curriculares Nacionais (2001) e outros que foram considerados necessários e

significativos na elaboração do mesmo. Os dados analisados foram coletados através de

aplicação de questionários contendo um total de 12 questões objetivas e subjetivas. A

pesquisa foi realizada na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Izaura Falcão de

Carvalho, localizada na cidade de Lucena, PB. Participou de presente pesquisa, 20 alunos do

2º ano do Ensino Médio da referida escola.

O presente artigo está divido em tópicos. No primeiro tópico refletimos sobre a

importância da leitura na vida do individuo. Procuramos também analisar a participação do

individuo hoje numa sociedade totalmente letrada, a postura como leitor e membro ativo,

participativo no meio social em que está inserido.

No segundo tópico, tratamos da leitura e escola, já que essa é vista como instituição

principal pelo o desenvolvimento e o ato da leitura, analisando a importância da mesma no

processo de formação de leitores e incentivo à leitura. No terceiro tópico abordamos a

importância do trabalho com gêneros na escola como favorecedores de práticas de leituras

desenvolvidas para estimular o prazer pelo o hábito de ler.

No quarto tópico detalhamos a metodologia utilizada para alcançar os objetivos

propostos, bem como a análise dos resultados observando durante a presente pesquisa. Por

fim, concluímos o presente artigo apresentando reflexões significativas a respeito do tema em

questão.

Page 10: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

10

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A importância da leitura na vida do indivíduo

Na atualidade, o domínio da leitura significa participação ativa na sociedade. Não

pretendemos aqui falar da leitura de códigos, ler por ler, juntar símbolos, falamos do ato de

conseguir ler, interpretar e entender o que lê, já que ler é tão ou mais importante que escrever.

Sobre a leitura, os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, nos asseveram

que:

Não se trata simplesmente de extrair informação da escrita, decodificando-a letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica, necessariamente, compreensão na qual os sentidos começam a ser constituídos antes da leitura propriamente dita (BRASIL, 1997, p. 41).

A palavra ler-lego, em latim significa colher tudo quanto vem escrito, interpretar e

eleger. Esta definição da palavra ler traduz exatamente a concepção de leitura que vem sendo

bastante discutida na atualidade em pesquisas, congressos, universidades, etc. Questões

ligadas à leitura se destacam nos discursos de inúmeros pesquisadores. Nesse sentido, é

necessário e imprescindível, refletirmos sobre a importância que tem a leitura na vida do ser

humano.

A respeito da leitura, Cagliari (2004, p148) declara que ”a atividade fundamental

desenvolvida pela escola para a formação dos alunos é a leitura, é muito mais importante

saber ler do que escrever...”, pois através da leitura o aluno desenvolve o raciocínio, podendo

se sair bem em outras disciplinas e será capaz de interpretar um problema de matemática, ou

formular uma questão de geografia, e em conseqüência dominará a escrita.

Ainda de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, “A

leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado

do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de

tudo o que sabe sobre a língua” (BRASIL, 1997, p. 41).

Sendo assim, o leitor seleciona o que lhe interessa, é capaz de entender, questionar e

debater o que está lendo, fazendo comparações com outros textos ou com situações

vivenciadas, fazendo inferências a outros textos ou situações vividas pelo leitor, já que a

leitura trata-se de um processo comunicativo.

Page 11: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

11

Quem ler bem é capaz de se comunicar, interagir e inferir no que está lendo, sem falar

que é capaz de ter uma visão diferente de mundo e é capaz de formar sua própria opinião.

Sobre isto, os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa asseveram que:

Um leitor competente é alguém que, por iniciativa própria, é capaz de selecionar, dentre os trechos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade sua. Que consegue utilizar estratégias de leitura adequada para abordá-los de forma a atender a essa necessidade (BRASIL, 1997, p. 41).

O leitor competente é capaz de selecionar o que mais é adequado e lhe interessa na

ocasião, fazendo uso das estratégias de leituras para entender, fazer análise do que lhe

interessa, não apenas fazendo uso do que lhe é imposto como certo ou errado, ele tem sua

própria opinião e senso crítico.

De acordo com Bencini (2003, p48) “Ao dominar a leitura abrimos a possibilidade de

adquirir conhecimentos, desenvolver raciocínios, participar ativamente da vida social, alargar

a visão de mundo, do outro e de si mesmo...”. Sendo assim, quem lê, consegue trilhar novos

caminhos, ser bem mais ativo em seu meio social e se sair melhor em qualquer função que

exerce, pois a leitura é uma prática social e através dela o indivíduo é capaz de questionar,

opinar e fazer relação com outros contextos.

A leitura é uma atividade bem mais ampla e complexa do que se imagina, já que o ato

de ler começa com o olhar como afirma Freire (1981, p.09): “A leitura do mundo precede a

leitura da palavra”. Então o indivíduo já chega à escola com o sentindo do ler e vem aprender

os códigos e devemos levar em conta toda bagagem que o leitor traz, ou seja, a sua leitura de

mundo. Ao ler, o indivíduo soma a sua bagagem que já leva de sua vida cotidiana à escola, à

nova bagagem encontrada nos livros e assim, poderá construir uma nova visão de mundo,

efetivando assim, a construção de sentidos através da leitura.

Silva (1987, p.80) diz que “o exercício de sua consciência sobre o material escrito não

visa apenas o ato de reter ou memorizar, mas compreender e criticar”. Nesse sentido, a leitura

não deve ser apenas memorização ou simplesmente ler por ler, mas que seja exercida em

forma participativa, a leitura não deve ser sintagmática e obrigatória, mas sim prazerosa e

como forma de adquirir conhecimentos culturais, vocabulário e principalmente que estimule

um senso crítico e ativo do cidadão.

Kleimam (1993, p.10) assegura que a leitura é “uma prática social que remete a outras

leituras...” quer dizer, quando lemos colocamos em ação todos os nossos valores, então

reflete a forma de como fomos criados, e em qual grupo social estamos inseridos. A leitura

Page 12: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

12

não é apenas uma atividade individual, mas uma atividade social que influência de maneira

positiva ou negativa no meio o qual o indivíduo atua.

2.2 Leitura e Escola

Se a leitura é tão importante na vida de indivíduo agindo como um meio de

transformação e de mudança, a escola é a instituição principal responsável por essa tarefa.

Cagliari (2004, p.148), responsabiliza a escola como a principal instituição responsável por

essa tarefa, mas a leitura deveria ser exemplo vivenciado em casa já que trazemos uma

bagagem para a leitura, lemos no nosso cotidiano e então a primeira instituição responsável

pela leitura deveria ser a família, mas como o analfabetismo faz parte das famílias brasileiras,

essa função é atribuída às escolas como sua principal função.

Percebo que na prática, a escola dá mais ênfase à escrita, do que à leitura, exige-se mais

do aluno com a escrita do que com a leitura, ainda hoje as atividades de leituras em sala de

aula são conduzidas a permitir como certa uma única forma de leitura. Mas a leitura depende

do meio social em que o leitor foi criado e de sua história de vida, sendo um grande erro

levando em conta tal consideração. Essa compreensão de leitura é ainda um difícil problema,

por que as práticas de leituras não condizem com a realidade atual.

Abreu (2001, p.155) declara que “o trabalho escolar tem difundido o discurso da não

leitura muito mais que contribuído para as reflexões das práticas de leituras.” A escola

preocupa-se mais com a leitura como forma de codificação de signos lingüísticos não

conseguindo sair da superfície do texto, resolvendo apenas atividades mecânicas, com

respostas objetivas. Quando a leitura acontece é geralmente para avaliação da pronúncia, da

entonação, não havendo uma real preocupação com que se está lendo.

Ainda com essa mesma convicção Antunes (2003, p.27) ressalta que “não há leitura,

porque não há “encontro” com ninguém do outro lado do texto”. A escola não leva em

consideração o leitor, incentiva o aluno a ler apenas o que vem imposto nos livros didáticos

que muitas vezes não tem importância ou interesse nenhum para o aluno. O processo autor-

texto-leitor, não é levado em consideração.

A leitura como forma avaliativa inibe a formação do leitor, travando-o e levando a um

processo de repúdio ao ato de ler, já que muitas vezes os alunos sentem envergonhados por

não pronunciarem ou entoarem de acordo com o que exige cada tipo textual.

As práticas de leituras na escola resumem-se a leitura silenciosa, leitura em voz alta e

depois o professor faz algumas perguntas objetivas. Coracini (1995) critica essa postura da

Page 13: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

13

escola que trata o texto como um objeto uno, completo que tem fim em si mesmo. Já que o

texto é um ato social comunicativo não tem um só sentido nem um único fim.

A prática de leitura para ser eficiente precisa despertar e cultivar o desejo de ler. Mais

do que ensinar a ler é preciso ensinar a gostar de ler, é uma missão um pouco complicada já

que temos professores que ensinam um hábito que não possuem a leitura não precisa ser só

um hábito mais necessita ser um prazer.

Num país onde quem ensina a ler, lê pouco ou lê apenas por obrigação, fica difícil a

promoção da prática da leitura como uma atividade prazerosa. Conforme Sousa (2008, p.04)

“A própria sociedade define a escola como lugar da aprendizagem da leitura e o professor

como promotor dessa ação...”. A escola é vista como principal instituição responsável pelo

aprendizado da leitura, e o professor o principal promotor dessa ação, mas em algumas

mentes permanece a idéia que o único responsável por isso é o professor de português ou de

literatura. Esse fato atrapalha o processo de ensino aprendizagem, já que os alunos precisam

ler em todas as disciplinas, o ensino da leitura tem que acontecer de forma contextualizada e

transdisciplinar

O professor deverá agir como um condutor, um guia fazendo uso de estratégias, para

que os alunos sejam capazes de fazer usos das suas próprias e dominem progressivamente o

ato da leitura. Solé (1998, p.114), esclarece que as estratégias de leituras têm como finalidade

ajudar o leitor na escolha de outros caminhos quando se deparar com problemas na leitura.

Uma excelente estratégia de leitura é a biblioteca escolar.

A biblioteca escolar é para ser uma motivadora de leitura, mas em algumas escolas é

fechada e mantida a chave guardada como um tesouro, que os alunos não podem ter acesso,

mas um erro, ela deve ser lugar de consulta, prazer e ter os mais variados gêneros e os alunos

devem ser estimulados a conhecerem todos os tipos, ter acesso indeterminado e serem

estimulados a visitar a biblioteca.

Em algumas escolas tem apenas os livros didáticos que ficam empilhados e não há

nenhuma motivação em ler tais livros. Os textos que circulam no meio social devem fazer

parte do contexto escolar, pondo o aluno em contato com a linguagem social e cotidiana.

Inserir a biblioteca no processo de ensino é ofertar aos alunos a possibilidade de ampliar o

conhecimento através dos diversos materiais disponíveis no acervo.

Sendo assim, é necessário que a biblioteca disponibilize de profissionais habilitados

para o desenvolvimento de práticas pedagógicas que incentivem os alunos no uso dos

materiais disponíveis para pesquisa, incentivando-os não só o uso para fins de pesquisa como

Page 14: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

14

também desenvolvendo práticas que lhes ensine o gosto pela leitura literária e demais

gêneros.

2.3 Gêneros textuais como perspectiva de incentivo à leitura

A leitura na escola deve ser feita no entendimento de interpretação onde o principal seja

o texto e não a decodificação de códigos lingüísticos, para tanto, os gêneros textuais se

constituem como instrumentos bastante pertinentes.

Sobre os gêneros textuais Marcushi (2002, p.22-23) esclarece “Usamos a expressão

gênero textual como uma noção propositalmente vaga para referir os textos materializados

que encontramos em nossa vida diária e que representam características sócio-comunicativas

definidas...”. Os gêneros são inúmeros e materializam-se em nosso cotidiano, a exemplo de

um bilhete, um telefonema, uma notícia e assim por diante.

Nesse processo de contextualização, o professor deve buscar atividades significativas de

trabalho com a leitura, a fim de formar leitores e não apenas meros decodificadores de

palavras. A idéia de que a leitura é pura responsabilidade do professor de Português deve ser

totalmente exterminada, pois a partir das diversidades de gêneros é que o leitor se tornará

crítico.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa ressaltam que “o texto

como unidade e diversidade dos gêneros textuais compõem as condições para o tratamento do

objeto de ensino de língua portuguesa (BRASIL1998, p.23).

Os gêneros estão incorporados na nossa vida, na sociedade, e deverão estar presentes na

sala de aula, no ambiente escolar numa grande diversidade e não apenas só meia dúzia.

Trabalhar com gêneros e com sua diversidade comunicativa atende às exigências de

diversificar a leitura e escrita e de criar situações autênticas de comunicação.

O trabalho com gêneros no contexto escolar se faz necessário na medida em que traz

(ou tenta trazer) as práticas sociais para dentro da sala de aula, funcionando como instrumento

eficaz de mediação no processo de apropriação do uso da leitura e conseqüentemente da

escrita. No entanto, a eficiência depende de um bom planejamento didático criterioso e

comprometido com a aprendizagem dos alunos por parte do professor.

Os gêneros de textos evidenciam essa natureza altamente complexa das realizações lingüísticas: elas são diferentes, multiformes, mutáveis em atendimento á variação dos valores contextuais e dos valores pragmáticos que incluem, por outro lado, são prototípicos, são padronizados, são estáveis atendendo a natureza social das instituições a que servem (Antunes, 2004, p.50)

Page 15: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

15

A atividade textual realmente se realiza e ganha identidade em função das diferentes

situações de uso, os enunciados vão se organizando de acordo com a finalidade a que se

propõem. De acordo com Kleimam (2002) “as práticas sociais de uso da escrita são

situacional e culturalmente determinadas...” Isso quer dizer que não há sentindo algum inserir

um gênero numa sala de aula de uma comunidade que não conheça ou nunca teve acesso

prévio a tal gênero, vamos supor que a comunidade nunca teve acesso a internet, você vai

ensinar a ler ou produzir um email?

Outro aspecto que não pode ser esquecido na seleção do que vai ou não ser trabalhado

diz respeito à pluralidade de gêneros de textos socialmente disponíveis. Antunes (2004, p.40)

observa que a maturidade de escrever textos adequados e relevantes “é uma conquista, uma

aquisição, isto é não acontece por acaso, sem ensino, sem esforço, sem persistência, supõe

orientação, vontade e determinação exercício, prática tentativas (com rasuras), aprendizagem

exige tempo.”

Os gêneros são um termo intermediário para aprendizagem. A escolha dos mesmos se faz de acordo com a necessidade sócio comunicativa em que o aprendiz se encontra, em função da situação. Os textos que circulam socialmente servem com repertório, para expandir o processo comunicativo. Com a intertextualidade existente nos gêneros, os alunos se apropriam do desenvolvimento da capacidade de escrita, e as atividades orais e escritas podem ser organizadas em torno de um gênero.

Todo texto pertence a um determinado gênero, com uma forma própria, que se pode aprender. Quando entram na escola, os textos que circulam socialmente cumprem um papel modalizador, servindo como fonte de referência, repertório textual, suporte da atividade intertextual. A diversidade textual que existe fora da escola pode e deve estar a serviço da expansão do conhecimento letrado do aluno (BRASIL 1997, p. 28)

Para escrever bem, ler de forma crítica e participativa precisa-se de tempo e dedicação.

Havendo uma boa orientação (professor-educador), levando em consideração o meio social e

adotando estratégias certas, podendo haver rigorosas mudanças no atual contexto social e

escolar que encontramos atualmente.

Page 16: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

16

3. METODOLOGIA

Buscando uma melhor compreensão sobre as dificuldades de leitura em sala de aula,

realizamos uma pesquisa de campo através da aplicação de questionários em uma turma do 2º

ano do ensino médio da referida escola. Os questionários (ver APÊNDICE A) foram

aplicados no mês de outubro de 2013 e eram compostos por 12 perguntas do tipo objetivas e

do tipo subjetivas.

A presente pesquisa foi realizada na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio

Izaura Falcão de Carvalho, localizada no município de Lucena. A escola é composta por

novecentos alunos e funciona nos três turnos: manhã, tarde e noite. Além do ensino

fundamental e médio também funciona com Educação de Jovens e adultos.

A escola conta com 21 professores dos quais, 6 são de Língua Portuguesa. Para a

realização da pesquisa, participaram apenas os alunos pertencentes ao 2º ano do ensino médio

no turno da tarde. A turma é composta por 32 alunos, dos quais para a presente pesquisa,

participaram 20 alunos. Dos participantes da pesquisa, 11 são do sexo masculino e 9 do sexo

feminino, com faixa etária de idade entre 15 e 18 anos, todos estão dentro da idade adequada

não havendo nenhum repetente. Os alunos ficaram meio inquietos e apreensivos quanto a

realização da pesquisa.

A metodologia utilizada para a respectiva pesquisa foi de abordagem qualitativa, que se

preocupa em analisar e interpretar os dados em seu conteúdo psicosocial. Considera que há

uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o

mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzida em números. Na

pesquisa qualitativa, a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são

fundamentais. É descritiva e não requer utilização de métodos e técnicas estatísticas. O

pesquisador considera instrumento chave, tende a analisar seus dados indutivamente, no

ambiente natural, o processo e seu significado são os focos principais de abordagem. As

pesquisas qualitativas oferecem contribuições em diferentes campos de estudo, como, por

exemplo, à antropologia, sociologia, psicologia, educação (ASSIS 2009).

Page 17: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

17

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

De acordo com a pesquisa realizada e com as respostas obtidas através dos

questionários, evidenciou-se a importância que a leitura tem na vida do indivíduo, mas que,

por outro lado, vem sendo trabalhada talvez de uma forma mecânica, onde as atividades de

leitura resumem-se à leitura e interpretação de um texto trazido pelo livro didático, não

levando em consideração os gostos ou hábitos de leitura que o aluno tem.

Também constatamos a dificuldade que os alunos têm de interpretar, entender o que

lêem, pois no momento da aplicação do questionário, fizeram várias perguntas, dizendo não

entender o que pedia a questão. É um problema sério que nós professores de língua

portuguesa temos que estar atentos e tentar melhorar tal situação. As respostas dadas pelos

alunos visam responder os objetivos propostos nessa pesquisa.

Quando questionados sobre o que é leitura, em sua maioria, os alunos concordaram em

dizer que é um ato de grande importância para a aprendizagem e formação do individuo.

Confirmando tal constatação a respeito da leitura, Cagliari (2004, p148) declara que ”a

atividade fundamental desenvolvida pela escola para a formação dos alunos é a leitura, é

muito mais importante saber ler do que escrever...”, pois através da leitura o aluno desenvolve

o raciocínio, podendo se sair bem em outras disciplinas e será capaz de interpretar um

problema de matemática, ou formular uma questão de geografia, e em consequência dominará

a escrita.

Sobre o gosto dos alunos pela leitura, constatamos que a maioria (12 alunos) gosta de

ler, os mesmos alegam que gostam de ler porque a leitura acalma e distrai. Já os alunos que

afirmaram não gostar de ler, alegaram que acham a leitura uma perda de tempo ou

simplesmente não gostam. Silva (1987, p.80) diz que “o exercício de sua consciência sobre o

material escrito não visa apenas o ato de reter ou memorizar, mas compreender e criticar”.

Assim fica claro que deve-se compreender, criticar, opinar sobre o que se está lendo, fazendo

inferências sobre o material lido.

Constatamos através da presente pesquisa que a maioria não costuma ler, a não ser

leituras presentes no livro didático e demonstraram a preferência por histórias em quadrinhos,

romance (meninas) e livros de ação. Kleimam (1993, p.10) assegura que a leitura é “uma

prática social que remete a outras leituras, quer dizer, quando lemos colocamos em ação todo

Page 18: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

18

os nossos valores, então reflete a forma de como fomos criados, e em qual grupo social

estamos inseridos.

As respostas dos alunos foram unânimes em afirmar que escolhem os seus livros para

leitura de acordo com suas preferências, ou seja, não lêem por indicação de ninguém e sim, o

que preferem. Essa constatação nos remete à citação de Freire (1981, p.09) que nos diz o

seguinte: “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”. Sendo assim, o indivíduo já

chega à escola com o sentindo do ler e vem aprender os códigos e devemos levar em conta

toda bagagem que o leitor traz, ou seja, a sua leitura de mundo. Ao ler, o indivíduo soma a sua

bagagem que já leva de sua vida cotidiana à escola, à nova bagagem encontrada nos livros e

assim, poderá construir uma nova visão de mundo, efetivando assim, a construção de sentidos

através da leitura.

Sobre o hábito de leitura, constatamos que os alunos em questão, em sua maioria

resumem este hábito à leitura na sala de aula. Uma quantidade mínima de alunos (05)

afirmaram estar lendo algum tipo de livro atualmente. Cagliari (2004, p.148), responsabiliza a

escola como a principal instituição responsável por essa tarefa, mas a leitura deveria ser

exemplo vivenciado em casa já que trazemos uma bagagem para a leitura, lemos no nosso

cotidiano e então a primeira instituição responsável pela leitura deveria ser a família, mas

como o analfabetismo faz parte das famílias brasileiras, essa função é atribuída às escolas

como sua principal função.

Sobre as leituras realizadas pelos alunos, entre as meninas prevalece o gênero romance e

poesia já entre os meninos prevalece os conteúdos escolares e texto eletrônicos como forma

de pesquisa. Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa ressaltam que ”O

texto como unidade e diversidade dos gêneros textuais compõe as condições para o tratamento

do objeto de ensino de Língua Portuguesa (Brasil 1998, p.23). A diversidade de gêneros traz

condições para trabalhar em sala de aula de acordo com o interesse apresentado pelos alunos,

seja a gramática ou a linguagem de acordo com a região.

Quando perguntados se há atividade de leitura nas aulas de língua portuguesa, todos

responderam que sim. Constatamos que, em sua maioria, 17 dos alunos, disseram que as

atividades desenvolvidas são de leitura e interpretação de texto, geralmente dos livros

didáticos. Coracini (1995) critica essa postura da escola que trata o texto como um objeto uno,

completo que tem fim em si mesmo. Já que o texto é um ato social comunicativo não tem um

só sentido nem um único fim.

Os alunos afirmam unanimemente que se sentem estimulados (as) pelo professor de

Língua Portuguesa a buscar outras leituras além daquelas direcionadas pelo mesmo em sala de

Page 19: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

19

aula. Solé (1998, p.114), esclarece que as estratégias de leituras têm como finalidade ajudar o

leitor na escolha de outros caminhos quando se deparar com problemas na leitura. Vejamos o

que os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa nos dizem a respeito de

outras leituras:

Na biblioteca escolar é necessário que sejam colocados à disposição dos alunos textos dos mais variados gêneros, respeitados os seus portadores: livros de contos, romances, poesia, enciclopédias, dicionários, jornais, revistas (infantis, em quadrinhos, de palavras cruzadas e outros jogos), livros de consulta das diversas áreas do conhecimento, almanaques, revistas de literatura de cordel, textos gravados em áudio e em vídeo, entre outros (BRASIL, 1997 ,p.61).

É preciso ser colocado á disposição dos alunos textos dos mais variados e que fiquem

posicionados de forma que despertem o interesse do aluno, que possam ser realizados

pesquisas, que esses alunos possam ter acesso a esses gêneros.

Sobre os textos (gêneros) trabalhados em sala de aula pelo professor de língua

portuguesa, a maioria dos alunos (17 alunos) afirma que gostam porque estimulam a procurar

outros gêneros, já 03 alunos não gostam. Os alunos citaram por sua preferência, diversos

textos (gêneros) que, na sua opinião, deveriam ser trabalhados em sala de aula, a exemplo de

poesia, romance, música e textos em quadrinhos.

Os gêneros de textos evidenciam essa natureza altamente complexa das realizações

lingüísticas: elas são diferentes, multiformes, mutáveis em atendimento á variação dos valores

contextuais e dos valores pragmáticos que incluem, por outro lado, são prototípicos, são

padronizados, são estáveis atendendo a natureza social das instituições a que servem

(Antunes, 2004, p.50)

É em diferentes situações de uso que os gêneros se realizam , pois servem de subsídios

para a realização que se propões dentro da instituição social, que se esta trabalhando.

Todo texto pertence a um determinado gênero, com uma forma própria, que se pode aprender. Quando entram na escola, os textos que circulam socialmente cumprem um papel modelizador, servindo como fonte de referência, repertório textual, suporte da atividade intertextual. A diversidade textual que existe fora da escola pode e deve estar a serviço da expansão do conhecimento letrado do aluno (BRASIL 1997, p. 28)

Se faz necessário trazer ou tentar trazer as práticas sociais para dentro da sala de aula,

trabalhando com a diversidade comunicativa, atendendo as exigências de diversificar a escrita

de criar situações autênticas de comunicação.

Page 20: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

20

5. CONCLUSÕES

Diante do que foi observado, evidenciou-se a importância que a leitura tem na vida do

indivíduo. No entanto, observamos que a mesma vem sendo trabalhada talvez de uma forma

mecânica, onde as atividades de leitura resumem-se à leitura e interpretação de um texto

trazido pelo livro didático, não levando em consideração os gostos ou hábitos de leitura que o

aluno tem.

Os gostos dos alunos por diferentes gêneros não são levados em consideração, que é

trabalhado um mesmo tema para todos os alunos imposto pelo professor, que muitas vezes

não fazem uso de estratégias de leitura deixando uma atividade chata e cansativa. A escola

deve estimular no aluno o gosto e o prazer pela leitura não apenas na instituição, mas fora

dela também, pois os mesmos não se sentem estimulados a realizarem outros tipos de leitura

que não aquelas leituras chatas e obrigatórias realizadas na escola.

Os hábitos de leitura apresentados pelos alunos resumem-se praticamente aos textos que

vem no material didático, poucos lêem o que não é obrigatório. O gosto dos alunos pela

leitura se apresenta de maneira bastante diferenciada a exemplo de romances e claros os

textos em quadrinhos, o uso da rede social foi sem dúvida o único meio pelo o qual eles têm

de leitura prazerosa. Mas muitos não sabem identificar se tem ou não algum gênero nas redes

sociais. Observa-se, pois, que a tecnologia pode se tornar uma grande aliada para o incentivo

à leitura, e as redes sociais que já fazem parte da nossa vida escolar, são importantes.

Diante do que foi observado, o professor deverá agir como um condutor, um guia

fazendo uso das mais variadas estratégias, para que os alunos sejam capazes de fazer usos das

suas próprias e dominem progressivamente o ato da leitura. Então diante de tantos problemas,

a escola que é vista como órgão principal de desenvolvimento de leitura tem que se modificar

bastante e dar mais ênfase a essa prática desde o ensino fundamental para que assim

futuramente tenhamos bons leitores e produtores de textos.

Nesse sentido, a escola deve fazer uso de diferentes e inovadoras estratégias de leitura,

levando para dentro do ambientes escolares textos que circulam no meio social, fazendo com

que os alunos tenham acesso a diferentes tipos textuais. Pode ser gêneros uma linguagem bem

mais formal, fazendo despertar seu conhecimento e senso de curiosidade por descobrir outros

mundos.

Page 21: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

21

Uma boa biblioteca escolar tem grande importância como promotora da leitura, já que

ela dever ser parte integrante da escola, como uma ação de incentivo a criação do gosto e

hábito de ler. Com um material de grande diversidade, oferecendo um suporte pedagógico,

para orientar as atividades propostas em sala de aula. Uma boa biblioteca também pode

promover atividades culturais que possibilitem a interação da escola, professores, alunos com

a participação da comunidade em geral.

Havendo uma interação entre professores e alunos o hábito de leitura pode ser

desenvolvido melhor, com rodas de leitura, sarau, debates, tentando fugir do tradicionalismo

de ler e interpretar em exercícios escritos. É importante trazer para o ambiente escolar,

gêneros diversos que os alunos gostem e eles podem trazer esses gêneros para a própria sala,

havendo um acordo entre ambos os professor e aluno, dessa forma poderemos conseguir fazer

da leitura um hábito prazeroso, um hábito de verdade e conseguir formar cidadãos ativos e

participativos no nosso meio social.

Page 22: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

22

REFERÊNCIAS

ASSIS, Maria Cristina Assis. Metodologia do Trabalho Científico. João Pessoa: Editora Universitária UFPB. 2009.

ANTUNES, Celso. Educação: 40 lições da sala de aula. Curitiba: Positivo. 2004.

ANTUNES, Irandé. Aula de Português: Encontro e Interação. São Paulo: Parábola editorial, 2003.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria do Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa. v. 2, 3. Ed. Brasília: 1997.

BENCINI, Roberto. Hora da leitura. Revista Nova Escola. São Paulo. Março de 2003.

CAGLIARI, Carlos Luiz. Alfabetização e lingüística. São Paulo: Scipione, 2004.

CORACINI, Maria José Rodrigues Faria (org.). O jogo discursivo na aula de leitura: língua materna e língua estrangeira. Campinas, SP: Pontes, 1995.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 1981.

KLEIMAM, Ângela. Oficina de leitura: Teoria e prática. Campinas: Pontes, 1993.

______. Texto e leitor : Aspectos cognitivos da leitura.Campinas, SP: Pontes,2002.

MARCUSHI, Luiz Antônio. O livro didático de português: múltiplos olhares. Rio de Janeiro: Lucerna. 2002.

SILVA, Ezequiel Theodoro Da. A produção da leitura na escola. São Paulo: Ática, 1997.

Page 23: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

23

APÊNDICES

Page 24: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

24

APÊNDICE A

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA – UFPBCENTRO DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS A DISTANCIA

Caro aluno (a),Estamos realizando uma pesquisa intitulada Leitura e produção textual, Dificuldades de

leitura e produção textual em sala de aula no âmbito do curso de Letras oferecido pela UFPB Virtual, para tanto, solicitamos que você responda ao questionário a seguir.

Informamos que você não será identificado em nenhum momento da pesquisa. O anonimato está garantido e será de total responsabilidade da pesquisadora: JOSINETE TAVARES DA SILVA. Contamos com sua preciosa colaboração, tendo em vista o êxito de nosso trabalho de pesquisa, visando a conclusão do curso de Letras.

PERFIL DO ALUNO: NOME (FICTÍCIO): ____________________________________________________SÉRIE/ANO: __________ IDADE: ________ SEXO: ( ) M ( ) FDATA: ___/___/____

QUESTÕES RELACIONADAS AO TEMA:Questionário1 O que é leitura para você?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Você gosta de ler?( ) Sim ( ) NãoComente sua resposta______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 Quantos livros costuma ler por ano?___________________________________________________________________________ 3. Você costumar ler outro tipo de livro que não seja o livro didático? Qual (is)?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Caso você tenha o hábito de ler, como costuma escolher seu livro?

Page 25: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

25

( ) indicação dos professores( ) indicação de amigos ou familiares( ) de acordo com suas preferências( ) não tenho o hábito de ler( ) Outro. Especifique: ____________________________________________ 5. Qual seu hábito de leitura?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. Está lendo atualmente, que livro?_____________________________________________________________________

7. Dentre as opções abaixo, marque - as de acordo suas leituras: ( ) jornal ( ) revistas de entretenimento ( ) revistas ou livros teóricos ( ) romances ( ) livros de literatura( ) poesia ( ) textos eletrônicos como forma de pesquisa ( ) Livros de conteúdos escolares( ) Nenhum( ) outros. Especifique: _____________________________________________

8. Há atividade de leitura nas aulas de língua portuguesa? ( ) Sim ( ) Não

9) Como são desenvolvidas essas atividades? Se a resposta for não, como você avalia esse descaso com a leitura? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10. Você se sente estimulado (a) pelo professor de Língua Portuguesa a buscar outras leituras além daquelas direcionadas pelo mesmo em sala de aula?( ) Sim ( ) Não

11. Você gosta dos textos (gêneros) trabalhados em sala de aula pelo professor de língua portuguesa? Por quê?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

12. Cite alguns textos (gêneros) que, na sua opinião, deveriam ser trabalhados em sala de aula? Por quê?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Page 26: DIFICULDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA NO ENSINO … · dos alunos e também dos professores. Os alunos fazem uma leitura totalmente sintagmática, ... refletirmos sobre a importância

26

APÊNDICE B