DILEMAS E DESAFIOS DA FUNÇÃO DOCENTE NA ESCOLA 2
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DILEMAS E DESAFIOS DA FUNÇÃO DOCENTE
1. INTRODUÇÃO
Ao fazermos uma reflexão sobre à atuação e o trabalho do professor nos dias
de hoje encontramos muitos problemas que nos diz respeito a formação humana.
Dentre estes problemas podemos destacar os principais: os político-econômicos que
estão aliados à evolução científica e tecnológica que se reflete em mudanças na
forma de viver do ser humano em todos os níveis, desafiando a quem tem a
profissão de ensinar/formar crianças e adolescentes.
Para HARGREAVES (1994, p.68), “a escola se constitui hoje em um
receptáculo político, no qual se depositam os problemas insolúveis da sociedade”.
Diante de tal afirmação o professor procura a reconstrução de culturas e identidades
nacionais, sem contar a busca pela auto-estima de ensinar.
Diante do que o cenário educacional oferece para o professor em termos de
trabalho e formação, cabe-se então fazermos alguns questionamentos:
De que forma este professor esta preparado para às mudanças sociais e
novas propostas pedagógicas?
Será que este professor encontra apoio da sociedade, do poder público e da
própria escola para realizar com tranquilidade suas funções?
Será que são só os professores estes agentes de mudanças?
Não seria necessário também uma postura de mudança por parte dos
políticos, sociedade e principalmente da família do aluno que freqüenta a
escola?
São questões verdadeiramente, complexas onde não se encontra uma
resposta concreta diante de tantos dilemas e dificuldade enfrentadas pelos docentes
nos dias de hoje, onde fica com o professor a responsabilidade de ser o agente da
mudança e ainda ter que entender as relações sociais, tecnológicas e políticas para
realizar a função docente.
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Diante do que se expõe acima, queremos através desta pesquisa buscar uma
solução talvez não efetiva, mas, pelo menos, com o debate que se propõe amenizar
os dilemas e dificuldades enfrentadas pelo professor.
2. SER PROFESSOR NOS DIAS DE HOJE
Podemos dizer que nunca foi tão difícil ser professor nos dias de hoje. A
profissão de docente tem uma forte relação com a história da educação e com os
desafios por ela enfrentados. A industrialização e os avanços tecnológicos também
tiveram uma influencia muito grande no âmbito escolar, fazendo com que o
professor se distanciasse da função de pensar e agir sobre o processo pedagógico
ficando tudo isso sob a responsabilidade de um especialista.
Um outro fator preponderante e que desafia o professor é questão da
valorização e desvalorização da função docente aliada a perda de identidade dos
mesmos e ainda os baixos salários oferecido a classe docente, refletindo
sensivelmente na sua condição familiar, social e principalmente nas questões
psicológicas e físicas.
3. O TRABALHO DO DOCENTE
Podemos analisar como trabalho docente as relações entre as condições
subjetivas - formação do professor - e as condições objetivas que são as próprias do
trabalho docente que engloba desde a organização da prática (planejamento
escolar, preparação da aula etc.) até a remuneração do professor.
As condições subjetivas são próprias do trabalho humano, pois este constitui-
se numa atividade consciente. Hoje podemos observar um grande avanço na
formação docente, os currículos foram revistos como forma de melhorar esta
formação e aprimorar os saberes docentes, tentado assim acompanhar as
mudanças sócio-econômicas e tecnológicas como já fora explanado anteriormente.
As condições objetivas estão ligadas propriamente ao trabalho do docente no
seu ambiente escolar onde este professor é peça chave no processo de formação
do aluno. O professor mantém autonomia para escolher metodologias, fazer seleção
de conteúdos e de atividades pedagógicas mais adequadas a seus alunos segundo
o interesse ou suas necessidades e dificuldades. Para melhor explicar esse
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processo, nos amparamos no conceito marxista de trabalho, no qual o homem, ao
agir e transformar o objeto sobre o qual atua, o transforma, transformando-se a si
mesmo (VASQUEZ, 1977, p. 35), caracterizado como práxis, ou seja, união da teoria
com a prática.
A práxis se expressa no trabalho pedagógico como ação, reflexão e
transformação do sujeito que dele participa, considerando a natureza não material
da educação escolar, isto é, a produção de idéias, símbolos, hábitos, atitudes,
habilidades. O aluno como objeto de trabalho e como reflexo do contexto atual, é
elemento que também norteia o desenvolvimento do seu trabalho e o conhecimento
pedagógico que dele decorre, levando-o a recriá-lo na prática cotidiana. A ação do
professor nessa perspectiva deve ser vista como política cultural, em que o
professor é intelectual que se transforma e transforma seus alunos. (GIROUX, 1997,
p. 136).
Outro fator de suma importância para o docente que influencia diretamente no
seu trabalho são as questões de remuneração, infelizmente não podemos dizer que
o professor é remunerado como devia, a realidade salarial docente fica muito aquém
se relacionarmos o beneficio e contribuição social do professor a sociedade, as
questões educacionais em termos políticos são sempre deixadas de lado sendo
sempre o professor quem paga pela indiferença e falta de compromisso do poder
público se sentido desvalorizado e desrespeitado perante a sociedade, tendo que às
vezes ser sobre humano, se entregando a cargas horárias estressantes e
desgastantes para ter que cumprir seus compromissos escolares, familiares e
sociais.
4. MUDANÇA UMA NECESSIDADE PRESENTE
As reformas educacionais estão surgindo num momento em que a sociedade
está deixando de acreditar que a educação é a promessa de um futuro melhor.
Tais reformas encerram a idéia de mudança, onde se depositava na escola a
possibilidade de definir novos rumos na busca de melhoria da educação. Porém só
detectar a mudança ou necessidade dela não é suficiente para justificar as tentativas
de reforma do ensino, é necessária uma reflexão na idéia de “necessidade de
mudança” tendo em vista que a escola ainda está muito ligada às estruturas básicas
de escolarização que foram estabelecidas em outras épocas, é importante destacar
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que já houve uma grande mudança social e tecnológica como: A globalização, as
descobertas científicas, o avanço de novas tecnologias, a industrialização em
massa, etc. cabendo a escola e o professorado adentrar neste novo processo de
modificação.
Para HARGREAVES, “nossas escolas e professorado permanecem apegados
a hierarquias rígidas, disciplinas isoladas, departamentos separados e estruturas de
carreira antiquadas”.
Caracterizando a tensão da necessidade de mudança na função docente,
podemos divisá-la então entre estas duas forças poderosas: a modernidade e a pós-
modernidade, assim caracterizadas por HARGREAVES (1994, p. 36-37):
A modernidade expressa-se como força social impulsionada pela fé no
progresso científico racional, no triunfo da ciência e da tecnologia sobre a natureza e
na capacidade de controlar e melhorar a condição humana por meio da aplicação
desses conhecimentos.
A pós-modernidade, para alguns autores, inicia nos anos 60 e situa-se
filosófica e ideologicamente em princípios muito diferentes. Os avanços nas
telecomunicações, na rápida divulgação de informações, questionam antigas
certezas ideológicas e filosóficas, à medida que as pessoas constatam que existem
outras formas de viver.
É importante entender que esse processo de mudança já ocorre, mesmo que
timidamente, tanto na esfera de formação do professor como nas novas técnicas e
metodologias de ensino para o aluno. Porém não é um processo que cause uma
transformação imediata até porque historicamente a educação brasileira ainda sofre
com o reflexo de políticas públicas equivocadas que prejudicaram sensivelmente o
processo de mudança educacional.
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5. CONCLUSÃO
Ao concluirmos as nossas pesquisas buscamos aqui uma reflexão sobre a
função docente e como poderemos de alguma forma contribuir diretamente para que
os dilemas e dificuldades enfrentadas por este docente seja realmente
transformadas de alguma forma nas exigências que propõe essa nova ordem social,
nas mudanças organizacionais educacionais, que colocam o professor, na luta diária
de sua função, frente a dilemas e desafios que precisam de novas transformações-
políticas, sociais e econômicas- no seu trabalho.
Consideramos que o professor, ao experimentar a práxis pedagógica,
desenvolve sua competência científica e técnico-didática para dominar o ato de
ensinar e formar, com todas as suas implicações. Sem esquecermo-nos da
contribuição do docente, no campo sócio cultural e humano, proporcionada pela
vivência na sua formação e experiência profissional.
O que o aluno aprende passa para além da sala de aula, o que confere ao
trabalho do professor o peso de sua contribuição aos indivíduos. Pudemos vê-lo, por
isso mesmo, como agente produtor de sua prática e função, a partir das
necessidades da escola e do aluno.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Educar, Curitiba, n. 24, p. 67-85, 2004. Editora UFPR
Basso, Itacy Salgado, Significado e sentido do trabalho docente. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?
pid=S010132621998000100003&script=sci_arttext>. Acesso em: 26 set. 2011,
20h05.