Dilma - Portugue - Simulado 01 Banco Do Brasil - Carreira Fiscal

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Página 1 de 4 Academia do Concurso Simulado nº 1 Banco do Brasil Profª Dilma 30/03/2013 Língua Portuguesa Atenção: As questões de números 1 a 8 referem-se ao texto abaixo. PESSIMISMO Para começar, precisamos de pessimistas por perto. Como diz o psicólogo americano Martin Seligman: “Os visionários, os planejadores, os desenvolvedores, todos eles precisam sonhar com coisas que ainda não existem, explorar fronteiras. Mas, se todas as pessoas forem otimistas, será um desastre”, afirma. Qualquer empresa precisa de figuras que joguem a dura realidade sobre os otimistas: tesoureiros, vice-presidentes financeiros, engenheiros de segurança... Esse realismo é coisa pequena se comparado com o pessimismo do filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788- 1860). Para ele, o otimismo é a causa de todo o sofrimento existencial. Somos movidos pela vontade – um sentimento que nos leva a agir, assumir riscos e conquistar objetivos. Mas essa vontade é apenas uma parte de um ciclo inescapável de desilusões: dela vamos ao sucesso, então à frustração – e a uma nova vontade. Mas qual é o remédio, então? Se livrar das vontades e passar o resto da vida na cama sem produzir mais nada? Claro que não. A filosofia do alemão não foi produzida para ser levada ao pé da letra. Mas essa visão seca joga luz no outro lado da moeda do pessimismo: o excesso de otimismo – propagandeado nas últimas décadas por toneladas de livros de autoajuda. O segredo por trás do otimismo exacerbado, do pensamento positivo desvairado, não tem nada de glorioso: ele é uma fonte de ansiedade. É o que concluíram os psicólogos John Lee e Joane Wood, da Universidade de Waterloo, no Canadá. Um estudo deles mostrou que pacientes com autoestima baixa tendem a piorar ainda mais quando são obrigados a pensar positivamente. Na prática: é como se, ao repetir para si mesmo que você vai conseguir uma promoção no trabalho, por exemplo, isso só servisse para lembrar o quanto você está distante disso. A conclusão dos pesquisadores é que o melhor caminho é entender as razões do seu pessimismo e aí sim tomar providências. E que o pior é enterrar os pensamentos negativos sob uma camada de otimismo artificial. O filósofo britânico Roger Scruton vai além disso. Para ele, há algo pior do que o otimismo puro e simples: o “otimismo inescrupuloso”. Aquelas utopias* que levam populações inteiras a aceitar falácias** e resistir à razão. O maior exemplo disso foi a ascensão do nazismo – um regime terrível, mas essencialmente otimista, tanto que deu origem à Segunda Guerra com a certeza inabalável da vitória. E qual a resposta de Scruton para esse otimismo inescrupuloso? O pessimismo, que, segundo ele, cria leis preparadas para os piores cenários. O melhor jeito de evitar o pior, enfim, é antever o pior. (Extraído de M. Horta, “O lado bom das coisas ruins”, em Superinteressante, São Paulo, 302, março 2012. http://super.abril.com.br/cotidiano/lado-bom-coisas-ruins-68705.shtml. Acessado em 2/09/2012.) 1. Do desenvolvimento do texto, é incorreto afirmar que (A) é importante uma postura pessimista face à realidade. (B) a tese defendida por Martin Seligman alerta para a necessidade de adequar as utopias ou os devaneios à realidade das circunstâncias. (C) ..., para o filósofo alemão Shopenhauer, o pessimismo é a causa de qualquer sofrimento existencial. (D) o pessimismo adquire relevância não só no comportamento individual como no plano ideológico e coletivo. (E) ..., para Roger Scruton, o “otimismo inescrupuloso” é pior do que o otimismo puro e simples. 2. “... precisam sonhar com coisas que ainda não existem,...” (1º parágrafo) Considerando o contexto, se o verbo sublinhado fosse substituído por haver, a função sintática da palavra que e o novo verbo atenderiam plenamente a alternativa (A) objeto direto – hão. (B) sujeito – há. (C) objeto direto – há. (D) sujeito – hão. (E) objeto direto – houve. 3. “É o que concluíram os psicólogos John Lee e Joane Wood,...” O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está em: (A) “Para começar...” (B) “Como diz o psicólogo americano...” (C) “...com coisas que ainda não existem...” (D) “Mas qual é o remédio, então?” (E) “Um estudo dele mostrou...”

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Dilma - Portugue - Simulado 01 Banco Do Brasil - Carreira Fiscal

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    Academia do Concurso Simulado n 1 Banco do Brasil Prof Dilma 30/03/2013 Lngua Portuguesa Ateno: As questes de nmeros 1 a 8 referem-se ao texto abaixo. PESSIMISMO Para comear, precisamos de pessimistas por perto. Como diz o psiclogo americano Martin Seligman: Os visionrios, os planejadores, os desenvolvedores, todos eles precisam sonhar com coisas que ainda no existem, explorar fronteiras. Mas, se todas as pessoas forem otimistas, ser um desastre, afirma. Qualquer empresa precisa de figuras que joguem a dura realidade sobre os otimistas: tesoureiros, vice-presidentes financeiros, engenheiros de segurana... Esse realismo coisa pequena se comparado com o pessimismo do filsofo alemo Arthur Schopenhauer (1788-1860). Para ele, o otimismo a causa de todo o sofrimento existencial. Somos movidos pela vontade um sentimento que nos leva a agir, assumir riscos e conquistar objetivos. Mas essa vontade apenas uma parte de um ciclo inescapvel de desiluses: dela vamos ao sucesso, ento frustrao e a uma nova vontade. Mas qual o remdio, ento? Se livrar das vontades e passar o resto da vida na cama sem produzir mais nada? Claro que no. A filosofia do alemo no foi produzida para ser levada ao p da letra. Mas essa viso seca joga luz no outro lado da moeda do pessimismo: o excesso de otimismo propagandeado nas ltimas dcadas por toneladas de livros de autoajuda. O segredo por trs do otimismo exacerbado, do pensamento positivo desvairado, no tem nada de glorioso: ele uma fonte de ansiedade. o que concluram os psiclogos John Lee e Joane Wood, da Universidade de Waterloo, no Canad. Um estudo deles mostrou que pacientes com autoestima baixa tendem a piorar ainda mais quando so obrigados a pensar positivamente. Na prtica: como se, ao repetir para si mesmo que voc vai conseguir uma promoo no trabalho, por exemplo, isso s servisse para lembrar o quanto voc est distante disso. A concluso dos pesquisadores que o melhor caminho entender as razes do seu pessimismo e a sim tomar providncias. E que o pior enterrar os pensamentos negativos sob uma camada de otimismo artificial. O filsofo britnico Roger Scruton vai alm disso. Para ele, h algo pior do que o otimismo puro e simples: o otimismo inescrupuloso. Aquelas utopias* que levam populaes inteiras a aceitar falcias** e resistir razo. O maior exemplo disso foi a ascenso do nazismo um regime terrvel, mas essencialmente otimista, tanto que deu origem Segunda Guerra com a certeza inabalvel da vitria. E qual a resposta de Scruton para esse otimismo inescrupuloso? O pessimismo, que, segundo ele, cria leis preparadas para os piores cenrios. O melhor jeito de evitar o pior, enfim, antever o pior. (Extrado de M. Horta, O lado bom das coisas ruins, em Superinteressante, So Paulo, n 302, maro 2012. http://super.abril.com.br/cotidiano/lado-bom-coisas-ruins-68705.shtml. Acessado em 2/09/2012.)

    1. Do desenvolvimento do texto, incorreto afirmar que (A) importante uma postura pessimista face realidade. (B) a tese defendida por Martin Seligman alerta para a necessidade de adequar as utopias ou os devaneios

    realidade das circunstncias. (C) ..., para o filsofo alemo Shopenhauer, o pessimismo a causa de qualquer sofrimento existencial. (D) o pessimismo adquire relevncia no s no comportamento individual como no plano ideolgico e

    coletivo. (E) ..., para Roger Scruton, o otimismo inescrupuloso pior do que o otimismo puro e simples.

    2. ... precisam sonhar com coisas que ainda no existem,... (1 pargrafo)

    Considerando o contexto, se o verbo sublinhado fosse substitudo por haver, a funo sinttica da palavra que e o novo verbo atenderiam plenamente a alternativa (A) objeto direto ho. (B) sujeito h. (C) objeto direto h. (D) sujeito ho. (E) objeto direto houve.

    3. o que concluram os psiclogos John Lee e Joane Wood,...

    O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima est em: (A) Para comear... (B) Como diz o psiclogo americano... (C) ...com coisas que ainda no existem... (D) Mas qual o remdio, ento? (E) Um estudo dele mostrou...

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    4. Mas qual o remdio, ento? Se livrar das vontades... No trecho acima, encontramos, de acordo com a norma culta, uma impropriedade relativa (A) sintaxe de colocao. (B) sintaxe de regncia. (C) sintaxe de concordncia. (D) ortografia. (E) semntica.

    5. A concluso dos pesquisadores que o melhor caminho entender as razes do seu pessimismo e a sim

    tomar providncia. Outra redao para a frase acima, em que se preservem a clareza e a correo : (A) A concluso dos pesquisadores que primeiro deve-se tomar providncias para depois entender as

    razes do seu pessimismo. (B) O melhor caminho entender as razes das concluses dos pesquisadores e a sim tomar as

    providncias. (C) Entender as razes do seu pessimismo e a sim tomar as providncias o melhor caminho para se

    chegar concluso dos pesquisadores. (D) Os pesquisadores concluram que o melhor caminho primeiro entender as razes do pessimismo e s

    depois tomar as providncias. (E) As razes do pessimismo e a concluso dos pesquisadores so dois caminhos que levam as pessoas a

    tomar providncias.

    6. ... voc vai conseguir uma promoo no trabalho... Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante ser: (A) viria a ser conseguida. (B) seria conseguida. (C) iriam conseguir. (D) ser conseguida. (E) vai ser conseguida.

    7. A substituio do termo grifado por um pronome, com os necessrios ajustes, foi realizada incorretamente

    em: (A) Para comear, precisamos de pessimistas por perto.

    Para comear, precisamos deles por perto. (B) Como diz o psiclogo americano Martim Seligman:

    Como ele diz: (C) ...de figuras que joguem a dura realidade.

    ... de figuras que joguem-na. (D) Mas essa viso seca joga luz no outro lado...

    Mas essa viso seca joga-a no outro lado... (E) ... voc vai conseguir uma promoo...

    ...voc vai consegui-la...

    8. O melhor jeito de evitar o pior, enfim... O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima est empregado em: (A) ... o quanto voc est distante disso. (B) ... com autoestima baixa tendem a piorar... (C) O filsofo britnico Roger Scruton vai alm disso. (D) O maior exemplo disso foi a ascenso do nazismo... (E) o que concluram os psiclogos...

    Ateno: As questes de nmeros 9 a 15 tm como base o texto abaixo. Tempo: cada vez mais acelerado Pressa. Ansiedade. E a sensao de que nunca possvel fazer tudo alm da certeza de que sua vida est passando rpido demais. Essas so as principais consequncias de vivermos num mundo em que para tudo vale a regra do quanto mais rpido, melhor. Para ns, ocidentais, o tempo linear e nunca volta. Por isso queremos ter a sensao de que estamos tirando o mximo dele. E a nica soluo que encontramos aceler-lo, afirma Carl Honor. um equvoco. A resposta a esse dilema qualidade, no quantidade.

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    Para James Gleick, Carl est lutando uma batalha invencvel. A acelerao uma escolha que fizemos. Somos como crianas descendo uma ladeira de skate. Gostamos da brincadeira, queremos mais velocidade, diz. O problema que nem tudo ao nosso redor consegue atender demanda. Os carros podem estar mais rpidos, mas as viagens demoram cada vez mais por culpa dos congestionamentos. Semforos vermelhos continuam testando nossa pacincia, obrigando-nos a frear a cada quarteiro. Mais sorte tm os pedestres, que podem apertar o boto que aciona o sinal verde uma tima opo para despejar a ansiedade, mas com efeito muitas vezes nulo. Em Nova York, esses sistemas esto desligados desde a dcada de 1980. Mesmo assim, milhares de pessoas o utilizam diariamente. um exemplo do que especialistas chamam de botes de acelerao. Na teoria, deixam as coisas mais rpidas. Na prtica, servem para ser apertados e s. Confesse: que raios fazemos com os dois segundos, no mximo, que economizamos ao acionar aquelas teclas que fecham a porta do elevador? E quem disse que apert-las, duas, quatro, dez vezes, vai melhorar a eficincia? Elevadores, alis, so cones da pressa em tempos velozes. Os primeiros modelos se moviam a vinte centmetros por segundo. Hoje, o mais veloz sobe doze metros por segundo. E, mesmo acelerando, esto entre os maiores focos de impacincia. Engenheiros so obrigados a desenvolver sistemas para conter nossa irritao, como luzes ou alarmes cuja nica funo aplacar a ansiedade da espera. At onde isso vai?

    SRGIO GWERCMAN

    Adaptado de .

    9. Do primeiro pargrafo, afirma-se corretamente:

    (A) A razo para que as pessoas tenham pressa e se sintam ansiosas que no tm certeza de que a vida passa rpido demais.

    (B) Segundo James Gleick, a nica soluo para tirar o mximo proveito do tempo aceler-lo. (C) Para os ocidentais, o tempo linear e, por isso, sempre volta. (D) As duas primeiras frases, nominais, no apresentam elementos de coeso, o que no impede,

    entretanto, de se ligarem ao restante do texto coerentemente. (E) um pargrafo predominantemente narrativo, visto que apresenta verbos com caractersticas do

    presente atemporal.

    10. Que alternativa pode representar o texto? (A) O hbito no faz o monge. (B) Tempo dinheiro. (C) Farinha pouca, meu piro primeiro. (D) Dinheiro no traz felicidade. (E) Devagar se vai ao longe.

    11. Os carros podem estar mais rpidos, MAS as viagens demoram cada vez mais.

    O elemento destacado, considerando-se o contexto, s no pode ser substitudo por: (A) contudo. (B) conquanto. (C) entretanto. (D) todavia. (E) no entanto.

    12. ... consegue atender demanda.

    O fragmento acima se manter gramaticalmente correto se o segmento grifado for substitudo por: (A) perceber a demanda. (B) ver a demanda. (C) compreender a demanda. (D) responder a demanda. (E) preferir a demanda.

    13. Atente para o que se afirma abaixo:

    I. No segmento Elevadores, alis, so cones da pressa em tempos velozes. (quarto pargrafo), as vrgulas podem ser substitudas por travesses, sem prejuzo para a correo.

    II. Na frase At onde isso vai?, se a preposio for suprimida, haver prejuzo para a correo gramatical.

    III. Em ... economizamos ao acionar aquelas teclas que fecham a porta do elevador? (terceiro pargrafo), uma vrgula poderia ser colocada imediatamente depois do termo teclas, sem prejuzo para o sentido e a correo.

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    Est correto o que se afirma em:

    (A) I, apenas. (B) I e II, apenas. (C) II, apenas. (D) I, II, III. (E) I e III, apenas.

    14. Os engenheiros so obrigados a desenvolver sistemas ....... os especialistas chamam de conteno de

    irritao. Preenche corretamente a lacuna da frase acima: (A) a que. (B) de que (C) com que. (D) ao qual. (E) para que.

    15. Embora ....... a ideia de acionar aquelas teclas, Carl no ...... aluso a uma batalha invencvel.

    Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, respectivamente, (A) mencionava - far. (B) mencionasse - fazia. (C) mencione - fizesse. (D) menciona...faz. (E) mencionou - faria.

    Gabarito

    1.C 2.C 3.E 4.A 5.D 6.E 7.C 8.E 9.D 10.B 11.B 12. D 13.B 14.A 15.B