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Direcção Regional de Agricultura e Pescas do centro DSAP- DPQP INSPECÇÃO DE MATERIAIS VITÍCOLAS SINOPSE -2011 Autores: Anabela Andrade, Fernando Carranca, José Carlos Oliveira

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Direcção Regional de Agricultura e Pescas do centro

DSAP- DPQP

INSPECÇÃO DE MATERIAIS VITÍCOLAS

SINOPSE -2011

Autores: Anabela Andrade, Fernando Carranca, José Carlos Oliveira

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INTRODUÇÃO

A Divisão de Protecção e Qualidade da Produção tem, entre outras competências, a inspecção

periódica dos materiais vitícolas e, assim, o controlo das plantas de viveiro e das vinhas-mãe

produtoras de material certificado e de material standard, esta última categoria apenas

autorizada para garfos.

A inspecção integra parâmetros diversos, desde varietais, sanitários a culturais, tendo sempre

por base legal o cumprimento no Decreto-Lei nº 194/2006 de 27 de Setembro, que reúne as

regras aplicáveis à produção, controlo, certificação e comercialização dos materiais de

propagação vegetativa de videira. Trata-se de um decreto-lei de aplicação exclusiva aos

materiais de propagação vegetativa de videira e assim aplicável aos materiais vitícolas do

produtor licenciado que sejam destinados à instalação das suas próprias culturas, com vista à

certificação, e aos materiais vitícolas de variedades geneticamente modificadas, sem prejuízo

do disposto em legislação especial. Não é, todavia, adaptável aos materiais vitícolas destinados

a ensaios ou fins científicos, a trabalhos de selecção, à conservação da diversidade genética e à

exportação para países terceiros.

O presente relatório, respeitante a todas as inspecções realizadas pela DRAPC, em 2011, pois

integra o trabalho dos seus três inspectores de materiais vitícolas, tem por objectivo contribuir

para o conhecimento de tão importante actividade sectorial nacional, nomeadamente no

tocante ao número de plantas colocadas em campo - plantas certificadas/plantas

comercializáveis -, e principais variedades, pese o mesmo relatório permita, também, uma

panorâmica do trabalho real de qualquer inspector.

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1. VMPEC

Em 2011 foram inspeccionadas dezoito vinhas mãe de porta-enxertos (VMPEC) e quinze de

garfos. Das 18 VMPEC, 5 foram instaladas em 2011: Distribuídas por 5 agentes económicos,

foram instaladas nas freguesias de Carreira, Amor, Marrazes, Regueira de Pontes e

Caranguejeira, pertencentes ao concelho de Leiria (Figura 1).

Figura 1. Localização das novas VMPEC. Controlo 2011.

Todas as novas VMPEC foram plantadas com o porta-enxerto 1103 Paulsen (Berlandieri

Résséguier nº2 x Rupestris du Lot), um porta enxerto com características morfológicas

particulares, com destaque para a folha reniforme, o seio peciolar em U aberto, desguarnecido

e em goteira, e gavinhas muito finas, compridas, triplas e emaranhadas (Figura 2).

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Foram utilizados dois clones: um de origem espanhola, o clone 168, e outro de origem

portuguesa, o clone 4 JBP. Todavia, o mais utilizado foi o clone espanhol (Figura 3).

Figura 2. Aspecto das gavinhas e da folha do porta-enxerto 1103 Paulsen.

.

Figura 3. As novas vinhas VMPEC 2011. Controlo oficial, 2011.

Na Figura 4 estão reunidas as características de todas as novas vinhas aquando do controlo

oficial. Sobressai a ausência de misturas varietais, bem como de fungos e de vírus.

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Figura 4. Algumas características das VMPEC. Controlo oficial, 2011.

C. Varietal (A,B)

C. Sanitário Fungos

(FI, FT, FNT)

C. Sanitário-Outros Organismos-

(Cicadelideos-OSC, Filoxera-OSF,

Agrobacterium-OSA, Isento-ON)

C.Sanitário Virus

(0,1,2,3,4)

C.Isolamento (Correcto

/Incorrecto)

C. Estado Cultural (0, 1, 2)

A FI OSF O CORRECTO O Legenda. A- sem misturas; B-com misturas; FI-isento de fungos; FT-presença de fungos para os quais existem tratamentos; FNT- presença de fungos

para os quais não existem tratamentos; OS- existem outros organismos prejudiciais; ON- não existem outros organismos prejudiciais; Vírus: 0-sem

sintomas; 1- até 1% das plantas com sintomas; 2- até 5% das plantas com sintomas;3- até 10% das plantas com sintomas; mais de 10% das plantas

com sintomas; Estado cultural: 0- Bom; 1-Regular; 2- Mau.

As restantes treze VMPEC, distribuídas pelos concelhos de Águeda, Oliveira do Bairro,

Mealhada e Sátão, num total de 17.513 plantas inspeccionadas e de 64.530 m2

correspondentes são vinhas em que predomina o 1103 P (clone 113 FR), seguindo-se o R110

(distribuído pelos clones 163 ES e 151 FR), o 3309 C (clone 143 FR), o SO4 (clone 102 FR) e por

fim o 196-17 CL (clone 99 FR) (Figura 5). São vinhas plantadas depois de 1988, algumas em

mau estado cultural e com presença de filoxera e todas válidas até 2012. Destas treze vinhas,

uma vinha de 1103 P foi excluída da certificação por intenção do agente económico, e duas

outras, de 196-17 CL e de 3309 C, presume-se que sejam excluídas por irregularidades no

pagamento de taxas.

Figura 5. As vinhas mais velhas VMPEC. Controlo oficial de 2011.

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Ainda, em 2011 foram inspeccionadas dezasseis vinhas mãe de garfos standard (VMGS), duas

delas situadas no concelho de Anadia, distribuídas pelas freguesias de Arcos e de S. Lourenço

do Bairro, com as castas Fernão Pires, Bical, Castelão, Camarate, Jaen, Baga e Syrah, num total

de 4800 plantas de categoria standard, e ocupando uma área de 13.245 m2 (Figura 6).

Da inspecção realizada resultou a exclusão para certificação da casta Bical, face à presença de

vírus de nó curto generalizada a mais de 90% das plantas. De referir que todas as castas em

controlo evidenciaram sintomas de fungos sem tratamento (FNT).

Figura 6. Características das VMGS de Anadia. Controlo 2011.

As restantes catorze vinhas mãe de garfos inspeccionadas, dispersas pelos concelhos de Nelas,

Mangualde, Satão, Meda e Vila Nova de Foz Coa, com um total de 65.565 pés e com uma área

correspondente de 153.625 m2, mostraram-se todas isentas de fungos sem tratamento (FNT).

Integram as castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Aragonez, Tinto Cão, Alfrocheiro, Jaen,

Bastardo, Barcelo, Viosinho, Malvasia Fina, Gouveio, Encruzado, Cerceal, e Bical, todas de

categoria standard (Figura 7).

Ainda, da apreciação da figura 7 ressalta a predominância da Touriga Nacional sobre as

restantes castas.

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Figura 7. Características das restantes VMGS (concelhos de Nelas, Mangualde, Satão, Meda e Vila Nova

de Foz Coa). Controlo 2011.

Em suma, em 2011 foram inspeccionadas 33 vinhas mãe, num total de 94.928 plantas (Figura

8), ocupando uma área de 261.517 m2.

Figura 8. Total de plantas de vinhas mãe inspeccionadas na DRAPC. Controlo oficial, 2011.

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2. VIVEIROS

2.1. Ambiente confinado

No gráfico 1 estão representadas as 92 parcelas em ambiente confinado submetidas a controlo

oficial, num total de 1.629.450 plantas, repartidas por 32 castas distintas, por sua vez

distribuídas por 14 tintas (Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonez, Castelão, Cabernet

Sauvignon, Jaen, Merlot, Pinot Noir, Syrah Touriga Franca, Touriga Nacional, Trincadeira,

Trajadura e Vinhão), 17 brancas (Antão Vaz, Alvarinho, Azal, Arinto, Bical, Chardonnay,

Espadeiro, Encruzado, Fernão Pires, Gouveio, Loureiro, Malvasia Fina, Padeiro, Rabo de

Ovelha, Rabigato, Síria e Viognier) e uma de mesa (D. Maria).

Gráfico 1. As castas/clones utilizadas nas 92 parcelas em ambiente confinado. Controlo oficial, 2011.

Na Figura 8 está patente a superior utilização das castas Touriga Franca, seguida da Alicante

Bouschet, Syrah, Aragonez e Touriga Nacional, entre as variedades tintas. Nas brancas,

destacam-se as castas Arinto e Loureiro.

De referir que das 1.629.450 plantas produzidas, 297. 000 foram excluídas da certificação (16

parcelas representando 18% do total das plantas colocadas em estufa) estimando-se que não

estejam disponíveis para comercialização mais de 471.203 plantas, uma vez que a

percentagem média de pegamento rondou somente os 35%.

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Figura 8. As variedades mais utilizadas em ambiente confinado. Controlo oficial, 2011.

No gráfico 2 estão patentes os porta-enxertos utilizados nas 92 parcelas em ambiente

confinado, com destaque para a superior utilização do porta-enxerto 1103 P (Berlandieri

Résséguier nº2 x Rupestris du Lot), porta-enxerto muito vigoroso, com resistência ao calcário

activo (17-18%) e de elevada resistência à secura mas de boa adaptação a solos húmidos.

Gráfico 2. Os porta-enxertos/clones utilizados nas 92 parcelas em ambiente confinado. Controlo oficial,

2011.

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2.2. Ar livre

Foram submetidas a controlo oficial, durante os meses de Agosto e de Setembro, 695 parcelas

ao ar livre, distribuídas por 21 operadores económicos e localizadas fundamentalmente no

concelho de Leiria. De facto, apenas uma parcela se localizava no concelho de Oliveira do

Bairro e três no concelho de Coimbra.

É de referir que apenas um operador não produziu enxertos prontos, e apenas três somente

produziram enxertos prontos, significando que a maioria produziu, em simultâneo, enxertos

prontos e porta-enxertos.

No total foram inspeccionadas 8.769.150 plantas, das quais 5.550.350 eram de enxertos

prontos e 3.218.800 eram de porta-enxertos (Gráfico 3).

Gráfico 3. Plantas inspeccionada/Aprovadas. EP-enxertos prontos; PE- Porta-enxertos. Controlo oficial,

2011.

Dos materiais inspeccionados cerca de 2% foram excluídos da certificação pelo incumprimento

de requisitos técnicos, com destaque para misturas varietais impossíveis de depurar. Ainda

naquele valor percentual está compreendida a exclusão de uma parcela infectada com vírus do

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enrolamento, infecção comprovada em laboratório oficial, e de uma outra parcela, esta com

agrobacterium tumefaciens.

Em média, refira-se, as percentagens de pegamento foram de 47% nos enxertos prontos e de

56,3 nos porta-enxertos, percentagens que ditaram os valores de 2.607.610 e de 1.806.810

como os de plantas de enxertos prontos e de porta-enxertos, respectivamente, aprovadas e

assim legalmente comercializáveis.

Entre as castas tintas mais utilizadas em viveiro ao ar livre estão a Aragonez, a Touriga Franca,

a Touriga Nacional e o Alicante Bouschet (Figura 9). Por seu turno, entre as cultivares brancas

destacam-se o Arinto, o Loureiro, a Fernão Pires e a Malvasia Fina (Figura 10). Os enxertos

prontos colocados em viveiro, refira-se, distribuíram-se pelos porta-enxertos SO4, Rupestris du

Lot, R 110, R99, 1103P, 41B, 161-49 C e 196-17 CL.

Figura 9. Algumas das castas tintas mais utilizadas em viveiro/nº plantas. Controlo oficial, 2011.

No tocante aos porta-enxertos colocados em viveiro, a produção recaiu sobre os constantes da

Figura 11, com destaque para as maiores quantidades de 1103 P.

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Figura 10.Algumas das castas brancas mais utilizadas em viveiro/nº plantas. Controlo oficial,

2011.

Figura 11. Os porta-enxertos colocados em viveiro/nº de plantas. Controlo oficial, 2011.

Na Figura 12 estão retratadas algumas situações observadas no campo, sendo de referir a

presença de FT e de FNT, com alguma expressão.

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Figura 12. Algumas características dos viveiros. Controlo oficial, 2011.

C. Varietal (A,B)

C. Sanitário Fungos

(FI, FT, FNT)

C. Sanitário-Outros Organismos-

(Cicadelideos-OSC, Filoxera-OSF,

Agrobacterium-OSA, Isento-ON)

C.Sanitário Virus (0,1,2)

C.Isolamento (Correcto

/Incorrecto)

C. Estado Cultural (0, 1, 2)

A; B FI; FT; FNT OSF O; 4 CORRECTO O; 1; 2 Legenda. A- sem misturas; B-com misturas; FI-isento de fungos; FT-presença de fungos para os quais existem tratamentos; FNT- presença de fungos

para os quais não existem tratamentos; OS- existem outros organismos prejudiciais; ON- não existem outros organismos prejudiciais; Vírus: 0-sem

sintomas; 1- presença de plantas com sintomas; 2- presença de plantas com sintomas;num número e distribuição que aconselham a eliminação da

parcela . Estado cultural: 0- Bom; 1-Regular; 2- Mau.

Por último, apresenta-se, na Figura 13, o número total de plantas inspeccionadas (10.493.528)

resultantes das inspecções parciais a vinhas mãe e viveiros.

Figura 13. Total de plantas inspeccionadas. Controlo oficial, 2011.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………….…. pg 2

1. VMPEC……………………………………………………………………………..………pg 3

2. VIVEIROS……………………………………………………………………………….…pg 8

2.1. Ambiente confinado…………………………………………………………………pg 8

2.2. Ar livre…………………………………………………………………………………..…pg 10