DISCIPLINA A ECONOMIA - Introdução a economia

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DISCIPLINA A ECONOMIA –RESUMO DAS AULA FEVEEIRO CIÊNCIA ECONÔMICA – CONCEITO E OJETIVO TEORIA E METODOS DE INVESTIGAÇÃO DA CIÊNCIA ECONÔMICA A) DEFINIÇÃO: Teoria pode ser entendida como um conjunto de idéias sobre a realidade, sempre analisadas de forma interdependente. “Toda teoria tem um caráter ideológico”. B) COMPONENTES DA TEORIA: As definições: dizem respeito ao significado dos termos (idéias) da teoria. Argumentos: refere-se às condições sob as quais a teoria se sustenta. Hipóteses: são conjecturas relativas à maneira como as coisas da realidade se comportam. C) MODELOS: representação das principais características dos componentes de uma teoria. D) METODOS DE ANALISE: Indutivo: método que parte dos fatos específicos para chegar a conclusões gerais. Aprende-se com a experiência do dia a dia. Dedutivo: parte das conclusões gerais para explicar o particular. Ex.: a empresa capitalista maximiza lucro, logo a Votorantim maximiza lucro. NATUREZA DA INVESTIGAÇÃO NA CIÊNCIA ECONÔMICA A investigação cientifica consiste em relacionar questões formuladas sobre o comportamento dos fenômenos e suas evidências empíricas. Em algumas ciências, tais como a biologia a química etc, é possível produzir os fenômenos através da experimentação controlada de laboratório. Já na economia, é necessário esperar pelo tempo para desenvolver observações, a fim de serem

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DISCIPLINA A ECONOMIA –RESUMO DAS AULA FEVEEIRO

CIÊNCIA ECONÔMICA – CONCEITO E OJETIVO

TEORIA E METODOS DE INVESTIGAÇÃO DA CIÊNCIA ECONÔMICA

A) DEFINIÇÃO: Teoria pode ser entendida como um conjunto de idéias sobre a realidade, sempre analisadas de forma interdependente.“Toda teoria tem um caráter ideológico”.

B) COMPONENTES DA TEORIA:As definições: dizem respeito ao significado dos termos (idéias) da teoria.

Argumentos: refere-se às condições sob as quais a teoria se sustenta. Hipóteses: são conjecturas relativas à maneira como as coisas da realidade se comportam.

C) MODELOS: representação das principais características dos componentes de uma teoria.

D) METODOS DE ANALISE:Indutivo: método que parte dos fatos específicos para chegar a conclusões gerais. Aprende-se com a experiência do dia a dia.Dedutivo: parte das conclusões gerais para explicar o particular. Ex.: a empresa capitalista maximiza lucro, logo a Votorantim maximiza lucro.

NATUREZA DA INVESTIGAÇÃO NA CIÊNCIA ECONÔMICA

A investigação cientifica consiste em relacionar questões formuladas sobre o comportamento dos fenômenos e suas evidências empíricas.

Em algumas ciências, tais como a biologia a química etc, é possível produzir os fenômenos através da experimentação controlada de laboratório. Já na economia, é necessário esperar pelo tempo para desenvolver observações, a fim de serem utilizadas como evidências no teste das hipóteses sobre o comportamento dos fenômenos.

A NATUREZA DOS ARGUMENTOS PERTINENTES À TEORIA ECONÔMICA

ARGUMENTOS POSITIVOS: dizem respeito ao que “é, foi, ou será”. Desse modo, qualquer rejeição sobre as suas validades pode ser apropriadamente confrontada com fatos da realidade.

ARGUMENTOS NORMATIVOS: dizem respeito ao que “deveria ser”. As rejeições de tais argumentos não podem ser confrontadas com fatos objetivos da realidade. Isso por que os argumentos são impregnados de critérios filosóficos, religiosos, ou culturais. Eles são apresentados sob juízo de valores, carregados de valores subjetivos.

Ex: Argumento Positivo: São Paulo é a primeira cidade em produção industrial no Brasil.Ex: Argumento Normativo: O governo de São Paulo deveria abrir mão do imposto dobre automóveis assim o preço ao consumidor seria menor.

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DEFINIÇÕS SOBRE CIÊNCIA ECONÔMICA - OBJETIVO

“Economia é uma ciência social que estuda a administração dos recursos escassos entre usos alternativos e fins competitivos”. Paul Samuelson.

“Ciência social que estuda a maneira pela qual os homens decidem empregar recursos escassos a fim de produzir diferentes bens e serviços e atender às necessidades de consumo”. Marco Antonio Sandoval de Vasconcelos.

“Economia é a arte de pensar na melhor forma de utilização dos recursos escassos, a fim de competitivamente, produzir os bens e serviços, para atender às necessidades humanas”.

A economia surge a partir da dicotomia: Necessidades humanas ilimitadas x recursos escassos

Daí podemos concluir que o principal objetivo da ciência econômica é a questão da escassez, ou seja, como “economizar” recursos. Ou se vocês preferirem como chegar à plena utilização dos recursos.

FATORES DE PRODUÇÃO OU RECURSOS DE PRODUÇÃO

Os fatores de produção representam, de uma maneira geral, a quantidade disponível de recursos que poderia ser usada na produção d bens e serviços para a sociedade.

Historicamente no inicio das atividades produtivas se tinham disponíveis como fatores de produção a terra, o capital e o trabalho. Com o desenvolver da economia, da tecnologia e da própria sociedade, a quantidade e os tipos de fatores de produção disponíveis se alteraram.

Hoje se fala basicamente em cinco fatores:Terra; Capital; Capacidade Tecnológica – Recursos Patrimoniais.

Capacidade Empresarial; Trabalho – Recursos Humanos.

ESCASSEZ DE RECURSOS X NECESSIDADES ILIMITADAS

Enquanto os desejos matérias do homem parecem insaciáveis, os recursos para atende-los permanecem escassos.

Resultam desta definição dois dilemas: primeiro a plena utilização, e segundo a melhor combinação dos fatores.

Além desses dois dilemas soma-se os decorrentes das diversas opções que envolvem o emprego dos recursos escassos.

OS PROBLEMAS ECONOMICOS CENTRAIS

O QUE PRODUZIR? A sociedade deve decidir se produzem mais bens de consumo ou bens de capital. No fundo trata-se de uma decisão que extrapola a esfera puramente econômica.

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QUANTO PRODUZIR? A sociedade tem que decidir qual a quantidade de cada bem deve ser produzida.

COMO PRODUZIR? Trata-se de uma questão de eficiência produtiva. Serão utilizados métodos de produção capital intensivo? Ou Mão – de – Obra intensiva? Isso depende da disponibilidade de recursos de cada pais.

PARA QUEM PRODUZIR? A sociedade deve decidir quais os setores que serão beneficiados na distribuição do produto: trabalhadores, capitalistas ou proprietários de terra? Agricultura ou Industria? Sul ou Norte? Mercado Interno ou Externo? Ou seja, trata-se de decidir como será distribuída a renda gerada pela atividade econômica.

OS BENS E SUA CLASSIFICAÇÃO

Podemos distinguir varias categorias, tipos de bens, dispostos em três grupos básicos:BENS LIVRES: São caracterizados pela sua abundancia. Ex: ar.

BENS ECONÔMICOS: Fazem parte dos objetivos de consumo dos indivíduos e a solução dos seus problemas constitui o objetivo principal da analise econômica. Sua obtenção requer uma certa quantidade de trabalho.

Características: Escassez; Úteis; Preços; Exclusivos (Pela Renda); Rival.

Classificação: Bens Econômicos Intangíveis: não-fisicosBens Econômicos Tangíveis: físicos

. Bens de Consumo: Duráveis e Não-duraveis . Bens de Capital: ou de produção. Outra forma de classificar bens econômicos: Bens finais e Bens Intermediários.

BENS PÚBLICOS PUROS: São bens que possuem características bem próprias que inviabilizam sua produção e oferta pelo setor privado.

Características:

Impossibilidade de Estabelecimento de preços de venda: como os benefícios do bem público puro não podem ser individualizados, não há meios de se cobrar um preço via mercado. Ex: Serviço de defesa nacional, Segurança Pública, Corpo de Bombeiros.

Não - Exclusivos: por não terem preço no mercado e por seus benefícios atingirem a todos, não excluem indivíduos do seu consumo.

Não – Rivais: o aumento de seu consumo ou o aumento na utilização dos seus benefícios não implica em elevação de seus gastos de produção e nem em aumento da sua oferta.Ex: Defesa Nacional.

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BENS SOCIAIS: Devido ao caráter social dos benefícios que geram. Ex: Escolas, Serviços de Saúde. Podem ser ofertados pelo setor privado ou pelo setor público.

OS DEZ PRINCIPIOS DA ECONOMIA

Podem ser divididos em três perguntas básicas:- Como as pessoas tomam decisões?- Como as pessoas interagem?- Como funciona a economia como um todo?

COMO AS PESSOAS TOMAM DECISÕES? Decisões Individuais.

1 – Principio: PESSOAS ENFRENTAM TRADEOFFS.

Para obter uma coisa que desejamos, em geral temos de abrir mão de outra coisa que gostamos. Meio ambiente despolido ou alto nível de renda. Eficiência ou equidade. Eficiência se refere ao tamanho do bolo econômico e equidade à forma em que são distribuídas as fatias.

Reconhecer os tradeoffs da vida é importante porque as pessoas só tomam decisões acertadas se entenderem as opções disponíveis.

2 – Princípio: O CUSTO DE ALGUMA COISA É DO QUE VOCÊ DESISTE PARA OBTELA.

As decisões exigem a comparação dos custos e benefícios dos vários cursos de ação.Custo de oportunidade – qualquer coisa que se tenha que abrir mão para obter algum

item.Custos implícitos x Custos explícitos.

3 – Princípio: PESSOAS RACIONAIS PENSAM NA MARGEM.

Deve-se pensar nas alterações marginais, pequenos ajustes incrementais a um plano der ação. Um tomador de decisões racional empreende uma ação se e somente se o beneficio marginal de tal ação exceder seu custo marginal.Exemplo: Suponha que o custo para uma empresa aérea de uma viagem em um avião de 200 lugares seja de US$ 100 mil. Nesse caso, o custo médio de cada assento é de US$500. Suponha que o avião vai decolar com dez assentos vazios. Um passageiro de ultima hora esta no aeroporto querendo embarcar, mas disposto a pagar apenas US$300, pela passagem. A empresa aérea deve ou não vender a passagem pelos US$ 300, propostos pelo passageiro?

4 – Princípio: PESSOAS RESPODEM A INCENTIVOS.

Como as pessoas tomam decisões comparando custos e benefícios, seu comportamento pode mudar quando os custos ou os benefícios se alteram. Istoé, as pessoas respondem a incentivos.

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O papel central dos incentivos na determinação do comportamento é importante para quem formula políticas públicas. Se a política alterar os incentivos ela provocará uma alteração no comportamento.COMO AS PESSOAS INTERAGEM? Decisões individuais que atingem outras pessoas.

5 – Princípio: O COMÉRCIO PODE MELHORAR A SITUAÇÃO DE TODOS.

O comércio entre dois países pode beneficiar a ambos. O comércio permite que cada pessoa ou país se especialize nas atividades em que é mais apto, seja agricultura, confecção ou construção.

6 – Princípio: OS MERCADOS SÃO EM GERAL UMA BOA FORMA DE ORGANIZAR A ATIVIDADE ECONÔMICA.

Na economia de mercado as famílias e as empresas decidem através do mercado como os recursos serão alocados para produção e distribuição. O preço e o interesse próprio orientam as decisões.

A Mão invisível de Adam Smith levaria a economia ao pleno emprego. Os preços refletem tanto o valor que a sociedade atribui a um bem quanto os custos em que ela incorre para produzi-lo.

7 – Princípio: OS GOVERNOS PODEM ÀS VEZES MELHORAR OS RESULTADOS DO MERCADO.

Há duas razões de ordem geral para que o governo intervenha na economia: promover a eficiência e promover a equidade. Isso é, muitas políticas econômicas visam ou aumentar o bolo econômico, ou alterar sua divisão.

Pode ocorrer uma falha de mercado, situação na qual o mercado por si mesmo fracassa em alocar recursos de forma eficiente.

Exemplo de falhas de Mercados:Externalidades, Poder de Mercado.

A mão invisível é ainda menos capaz de assegurar que a prosperidade econômica seja distribuída de forma justa. Portanto um dos objetivos das políticas públicas é buscar uma distribuição mais eqüitativa do bem-estar-econômico.

COMO FUNCIONA A ECONOMIA COMO UM TODO?

Começamos discutindo como são tomadas as decisões individuais e depois vimos como funciona a interação entre pessoas. Os três princípios restantes tratam do funcionamento da economia como um todo.

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8 – Princípio: O PADRÃO DE VIDA DE UM PAÍS DEPENDE DE SUA CAPACIDADE DE PRODUZIR BENS E SERVIÇOS.

Quase toda a variação nos padrões de vida pode ser atribuída a diferenças na “Produtividade”.

Produtividade é a quantidade de bens e serviços produzida em uma hora de trabalho.A taxa de crescimento da produtividade em um país determina a taxa de crescimento da

renda média.Déficit Público versus Investimentos = Produtividade. Quanto maior o déficit Público

menor os investimentos e menor a produtividade, gerando uma redução das melhorias dos padrões de vida.

9 – Princípio: OS PREÇOS SOBEM QUANDO O GOVERNO EMITE MOEDA DEMAIS.

Inflação é o aumento no nível geral de preços da economia.Qual a causa da inflação? Aumento na quantidade de moeda pode ser uma delas, posto

que a inflação é um fenômeno monetário, sem o aumento da oferta de moeda ela não se sustenta.

10 – Princípio: A SOCIEDADE ENTRENTA UM TRADEOFF DE CURTO PRAZO ENTRE INFLAÇÃO E DESEMPREGO.

Se é tão fácil explicar a inflação por que as dificuldades em ver-se livre dela? Uma das razões está em que quase sempre o combate à inflação parece estar associado a um aumento temporário do desemprego. Esse tradeoff inflação x desemprego é chamado de Curva de Phillips. No curto prazo os preços são rígidos. Quando o governo reduz a quantidade de moeda, por exemplo, reduz o montante que as pessoas podem gastar. Despesas menores, e preços que continuam em nível alto, reduzem as vendas das empresas. Vendas menores, por sua vez, levam as empresas a demitir seus funcionários.

Os formuladores de políticas econômicas podem tratar este tradeoff através dos instrumentos de política econômica.

SISTEMAS ECONÔMICOS

PRINCIPAIS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DOS SISTEMAS ECONÔMICOS

Um estoque de fatores de produção Um quadro de agentes interativos: Unidades Familiares, Unidades Produtoras e Governo. Um complexo de instituições.

UNIDADES FAMILIARES:

Engloba todos os tipos de unidades domesticas, unipessoais ou familiares, com ou sem laços de parentesco, segundo as quais a sociedade como um todo se encontra segmentada.

Essas unidades possuem e fornecem os recursos de produção, apropriam-se de diferentes categorias de rendas e decidem como, onde e em que as rendas recebidas serão despendidas.

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RENDA AGREGADAFatores de Produção Remuneração Correspondentes Trabalho Salário Capital Aluguéis, Arrendamentos, Depreciações Tecnologia Royalties, Direitos de propriedade Capacidade Empresarial Lucros e dividendos Terra Alugueis Capital Monetário Juros

EMPRESAS

As empresas são os agentes econômicos para os quais convergem os recursos de produção disponíveis. São as unidades que os empregam e combinam e combinam os fatores de produção para a geração dos bens e serviços que atenderão às necessidades de consumo e de acumulação da sociedade.

O conjunto de empresas que compõem o aparelho de produção é heterogêneo sob diversos aspectos:Tamanho: o universo das empresas é constituído por unidades que vão desde as microorganizações individuais até as grandes corporações.Estatutos jurídicos: as empresas definem-se por diferentes constituições jurídicas, que vão desde a da titularidade assumida pela pessoa física proprietária até a das sociedades anônimas.Origem e controle: quanto a esse atributo, as empresas agrupam-se sob três categorias: publicas, privadas e de economia mista.

Forma de Gestão: a gestão passa das mãos de indivíduos controladores para grupos organizados.Natureza dos Produtos: a heterogeneidade decorre das diferenças que se observam entre os produtos gerados pelas atividades produtivas primárias, secundárias e terciárias.

GOVERNO

É um agente coletivo que contrata diretamente o trabalho de unidades familiares e que adquire uma parcela da produção das empresas para proporcionar bens e serviços úteis à sociedade como um todo.

Trata-se de um centro de produção de bens e serviços coletivos. O governo visto como agente econômico, engloba os órgãos federais, as administrações

estaduais e municipais (administração pública direta e suas autarquias). Esse conceito exclui as empresas públicas, estatais. Além de interagir com os demais agentes econômicos o governo é um centro de geração,

execução e julgamento de regras básicas para a sociedade como um todo.

FLUXOS ECONÔMCOS

Interação Unidades familiares – empresas

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Fornecimento de fatores de produção. Pagamentos monetários Pelos Recursos Empregados UNIDADES UNIDADES

PRODUTORAS FAMILIARES

Pagamentos monetários pelos Bens e serviços

Suprimentos de Produtos (Bens e Serviços Finais)

FLUXO REAL FLUXO MONETÁRIO

ORDENAMENTO INSTITUCIONAL

O ordenamento institucional diz respeito às formas como a sociedade se organiza para buscar eficiência, alocar recursos com eficácia e repartir o resultado do esforço social de produção.

Trata-se de questão controversa dado que não há uma única possibilidade de ordenamento, mas, teoricamente, pelo menos três.

Critérios diferenciadores das três formas de ordenamento institucional:

A liberdade

A propriedade dos meios de produção

O sistema de incentivos

A coordenação econômica e a alocação de recursosO lócus do processo decisório.

FORMAS DE ORDENAMENTO INSTTITUCIONAL:

A ECONOMIA DE MERCADO E OS CRITÉRIOS DIFERENCIADORES

* Liberdade Econômica: ausência de restrições à liberdade econômica;* Propriedade dos meios de Produção: privada, individual ou societária;* Sistemas de Incentivos: Busca do beneficio privado máximo pelos agentes individuais.

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* Coordenação e Alocação de recursos: atribuída à livre manifestação das forças de mercado* Lócus do processo decisório: os mercados

A ECONOMIA DE COMANDO CENTRAL E OS CRITÉRIOS DIFERENCIADORES

Amplas restrições às variadas formas de liberdade de ocupação, de empreendimento, de dispêndio e de acumulação;

Coletiva, socializada; Busca do bem-comum o solidarismo e a cooperação em substituição à competição; Atribuída a ordens minuciosas emanadas de centrais de planificação; As centrais de planificação, como última instancia da organização burocrática.

OS SISTEMAS MISTOS E OS CRITÉRIOS DIFERENCIADORES

Restrições seletivas à liberdade dos agentes econômicos. Introdução do conceito de liberdade social.

Coexistência de formas Submissão do interesse individual-privado ao interesse social. Atribuída à ação conjugada de forças de mercado com planejamento público indicativo,

não impositivo. Os mercados, sob o poder regulativo da autoridade pública.

ECONOMIA DE LIVRE MERCADO

PRINCÍPIOS DO LIBERALISMO ECONÔMICO

A racionalidade do homem econômico: fundamenta-se na presunção de que os agentes econômicos, individualmente considerados, sempre se conduzem de forma racional. O objetivo de cada um é a maximização dos graus de satisfação. Assim vistos, os agentes individuais prescindem da tutoria do governo, à medida que sua própria racionalidade constitui a segurança maior de seu bem-estar. O estatismo e o regulamento seriam assim substituídos vantajosamente pelo individualismo e pela liberdade de ação econômica. A racionalidade de cada homem econômico levaria o sistema como um todo a também operar racionalmente.

As virtudes do Individualismo: fundamenta-se na concepção de que a soma dos interesses individuais, resultante da racionalidade de cada agente econômico, é a expressão própria dos interesses coletivos. Cada qual, ao buscar seu próprio interesse, está convergindo para a realização do interesse social. Buscando seus próprios interesses, freqüentemente cada indivíduo promove o da sociedade mais efetivamente do que quando realmente tenciona fazê-lo. E ainda, aquilo que é prudência na conduta de cada agente da atividade privada dificilmente pode ser loucura na conduta de uma grande nação.

Automatismo das Forças de mercado: mercados em que os suprimentos e as necessidades a satisfazer se encontram desequilibrados, com insuficiência de oferta atraem novos fornecedores ocorrendo o oposto, os produtores retraem-se. As quantidades ajustam-se às

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necessidades, sob a orientação de um dos mais eficientes índices de escassez, os preços. Os mercados são assim dotados internamente de forças que os mantêm em bom funcionamento. Intervenções de autoridades públicas, segundo esse ponto de vista, geralmente mais prejudicam do que beneficiam o equilíbrio do sistema como um todo.

Os ajustamentos pela concorrência: esse quarto princípio é uma espécie de contrapeso da ordem econômica, uma força natural de repressão dos vícios privados. Quando a concorrência se estabelece, ela impede que produtores conspirem contra o interesse social, a não ser que eles se unam, em conluios que destruam os principio da competição. Havendo, porém, concorrência perfeita entre grande número de produtores e sendo também atomizada a procura, as ações conspirativas tornam-se mais difíceis. A concorrência também ajuda a alocar os recursos de que a sociedade dispõe.

OS VÍCIOS E AS IMPERFEIÇÕES DA ECONOMIA DE MERCADO

Estruturas de Mercado afastadas do protótipo da concorrência perfeita: O modelo idealizado de economia de mercado fundamenta-se na hipótese de concorrência perfeita. Esta é definida a partir de mercados atomizados em que interage um tal número de agentes econômicos que nenhum deles tem força suficiente para distorcer, em seu proveito, preços ou outros resultados da livre competição. As estruturas de mercado que na realidade prevalecem são imperfeitas. Ocorrendo imperfeições na estrutura de concorrência, com a formação de grupos conspirativos, como os trustes e os cartéis, não pode mais garantir que o interesse social prevalecerá sobre o privado.

Geração de externalidades negativas: a palavra externalidade é empregada, aqui, no sentido de efeitos sobre terceiros, ou sobre a sociedade como um todo, causados pelas ações ou comportamentos de agentes envolvidos em determinado ato econômico. As externelidades podem ser positivas ou negativas, benéficas ou prejudiciais, não importa se involuntárias ou não. Mesmo quando perfeitamente competitivos os mecanismos de mercado não garantem sua atenuação ou eliminação.

Incapacidade para avaliação do mérito de bens e serviços: a racionalidade do homem econômico não é garantia suficiente para que os padrões de produção ou de consumo sejam plenamente satisfatórios, tanto do ponto de vista da sociedade como um todo, como de indivíduos isoladamente considerados. Mercados sustentados por intensivas campanhas promocionais podem transformar consumidores em bonecos de cordão manipulados por produtores de alto poder de persuasão, sustentados pelo poder econômico de que desfrutam. Nesses casos, os custos e benefícios de agentes individuais não se compatibilizam necessariamente, com os da sociedade como um todo.

Instabilidade Conjuntural; A historia das economias de mercado é pontilhada por bruscas oscilações, de alta e de baixa, da atividade econômica como um todo. Momentos de euforia e de expansão são sucedidos por outros de recessão e de desanimo generalizado. As forças de mercado e da liberdade de empreender não são suficientes para reestimular, nos casos depressivos, ou para serenar as exaltações infundadas nos casos de euforia.

Ineficiência Distributiva: A liberdade de ação econômica não é um premio de que todos desfrutam em igualdade de condições. Uma das causas da desigualdade de rendas e de riquezas é o talento diferenciado que alguns têm para desenvolver negócios e fazer fortuna. A capacidade empresarial livre não tem, para todos, o mesmo significado. Dela podem resultar distorções distributivas que se acumulam e se ampliam com o tempo,

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deixando muitos abaixo da linha da pobreza absoluta e outros em posições também distantes dessa linha, só que na direção oposta.

Incapacidade para produzir Bens Públicos de alto interesse social: por definição os bens públicos diferem dos bens de mercado por vários atributos, os primeiros se definem por sua indivisibilidade e pela dificuldade em se ressarciram seus custos de oferta pelos mecanismos de mercado. A segurança nacional e a dos cidadãos é o exemplo clássico. Outro é o saneamento básico, em todos esses casos não é possível medir quanto cada agente econômico consome.

Ineficácia Alocativa: Essa deficiência tem a ver com uma das características marcantes das economias de mercado, nelas os produtores não ouvem as vozes de quem mais necessita, mas as de quem tem mais. Recursos disponíveis não são alocados para satisfazer, primeiro, as necessidades básicas de todos e, depois, as necessidades menos essenciais desigualmente distribuídas pela sociedade.

ECONOMIA DE COMANDO CENTRAL

FUNDAMENTOS INSTITUCIONAIS DOS MODELOS ECONÔMICOS COLETIVISTAS:

A posse e controle pelo governo da totalidade dos meios de produção: Isso significa reduzir a zero ou a quase zero as variadas formas de propriedade privada dos recursos produtivos. Admitem-se apenas algumas atividades terciárias, em que a prestação do serviço é executada por unidades individuais, sem emprego de terceiros. Mas as terras, as fábricas, os bens de capital de forma geral, enfim, o aparelho de produção da economia passa para as mãos de um governo central, que determinará como e para que finalidades ele será mobilizado.

A justaposição dos poderes políticos e econômicos: esse traço é uma decorrência da coletivização dos meios de produção. Com ele, o governo define a alocação dos recursos e destinação dos produtos. O governo, a um só tempo, centraliza o poder político, no sentido de estabelecer as diretrizes estratégicas da economia, e o poder econômico, no sentido de dispor, via centrais de planificação, da totalidade dos recursos da nação.

A soberania do planejador: A soberania do consumidor ou a do produtor, movidos por interesses privados, é substituída pela do planejador. A justificativa dessa mudança é a busca de racionalidade na alocação de recursos. Por um plano central busca-se eliminar uma das deficiências da economia de mercado apontada pelos socialistas, a ineficiência alocativa.

A supremacia de medidas compulsórias de gestão comparativamente a sistemas de incentivos fundamentados na busca do interesse próprio: Ao coletivizar os meios de produção e ao estabelecer os mecanismos de comando central, medidas de caráter compulsório é que passam a prevalecer. São definidos de cima para baixo os parâmetros de eficiência, relativos a custos, prazos, níveis de produção e graus de produtividade. Para alcançá-los o governo recorre à fixação de metas operacionais. E a métodos burocráticos de gestão, para acompanhar sua realização.

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OS VICIOS E AS IMPERFEIÇÕES DOS SISTEMAS CENTRALIZADOS:

Burocratização excessiva imposta ao processo econômico: Os fluxos fundamentais, reais e monetários, de produção, de apropriação de rendas, de consumo e de acumulação passam de alguma forma pelo governo central. É também o governo que toma as decisões sobre a pauta dos bens e serviços que serão produzidos, controlados minuciosamente as metas definidas e o abastecimento das necessidades sociais. Em decorrência, a burocratização de todo o processo econômico se desenvolve e a pauta de produção se diversifica. Com a diversificação, o aparato burocrático torna-se gradativamente mais complexo, até alcançar proporções de difícil operacionalidade, com isso o sistema como um todo perde eficiência.

Insubmissão de atividades primaria e terciárias ao rigorismo dos comandos centrais; As atividades rurais e algumas atividades terciárias, de que são exemplo o comércio varejista e outras categorias de serviços urbanos, não se submetem bem ao rigorismo dos comandos centrais. A agricultura e a produção animal estão sujeitas a intempéries, aos caprichos do tempo, a condições climáticas que não dependem da vontade e da capacidade de quem planeja ou de quem executa o planejado.

Congelamento de padrões definidos: Essa deficiência tem a ver com as dificuldades com que as estruturas burocráticas se envolvem sempre que lidam com processos de mudanças.

Vulnerabilidade à propagação de erros estratégicos ou operacionais: Todas as decisões, desde as de grande alcance até as mais minuciosas e operacionais, passam necessariamente pela pirâmide burocrática, conseqüentemente questões operacionais, podem comprometer grandes áreas do sistema de produção. As questões estratégicas são impostas de cima para baixo o que aumenta o risco de equívocos, comparativamente aos modelos em que decisões estratégicas são compartilhadas.

Desalinhamento das escolhas em relação às aspirações sociais; Decorrente direta da escassez de recursos, em face das necessidades sociais ilimitáveis, a escolha é inerente à atividade econômica, qualquer que seja o ordenamento institucional praticado. Há sempre uma infinidade de alternativas que podem manter os recursos escassos plenamente empregados, mas elas não são igualmente alinhadas às aspirações da sociedade quando o processo é centralizado. A centralização do poder decisório nas mãos do governo não é garantia suficiente de que o processo econômico de escolha responda à ótima alocação dos recursos limitados.

Dificuldades para reconhecer e corrigir externalidades negativas; As externalidades, pelo menos as relacionadas à produção e aos investimentos, são geradas pelo próprio governo que detém a totalidade dos recursos e o domínio sobre sua utilização, produzindo-se então externalidades indesejáveis e nocivas, que vão da poluição visual à degradação ambiental, qual agente econômico que, primeiro vai reconhecê-las e segundo, agir para que se removam ou se atenuem seus efeitos. Quando se confundem o agente gerador da externalidade com o que se encarrega de sua remoção, estabelecem-se dificuldades operacionais, e o resultado final é a perpetuação, quando não o agravamento do efeito nocivo.

Perda progressiva de eficiência produtiva, comprometendo a longo prazo o objetivo dominante da justiça distributiva; Esse conjunto de deficiências, de vícios e de imperfeições das economias de comando central deságua em uma conseqüência maior,

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que em geral se agrava a longo prazo: a perda de eficiência produtiva. Ela, como deficiência-sintese, decorre tanto da burocratização excessiva, quanto da vulnerabilidade a erros, quanto do congelamento de padrões tecnológicos e das estruturas produtivas. O resultado cumulativo é a redução das taxas de crescimento da economia como um todo. E como faltam outros tipos de estímulos como os derivados da liberdade de empreender e da acumulação privada, a tendência de declínio torna-se rígida. Com eficiência precária, ainda que a distribuição realize os propósitos igualitaristas, os padrões de bem-estar se achatam, fragilizando as bases de sustentação do sistema.