Discurso do PR Guebuza a empresários de Portugal
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Mega-projectos e pequenas e medias empresas:
Os elos de ligação que estabelecem
Comunicação de Sua Excelência Armando Emílio Guebuza,
Presidente da República de Moçambique, por ocasião da abertura
do seminário empresarial no quadro da II Cimeira Bilateral
Moçambique e Portugal.
Lisboa, 1 de Julho de 2014
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Senhor Primeiro-Ministro da República Portuguesa;
Senhores Ministros;
Distintos empresários;
Ilustres Convidados;
Minhas Senhoras e Meus Senhores.
Promover a interacção entre os homens e mulheres que:
produzem riqueza;
geram renda; e
criam postos de trabalho.
tem sido questão central na nossa agenda diplomática de busca
constante da elevação da excelência do nosso relacionamento
com Portugal. Este tem também sido o entendimento das
autoridades portuguesas, o que resulta em todas as nossas
visitas a este belo País, bem como as de dirigentes portugueses à
nossa Pérola do Índico contemplarem sempre a componente de
interacção entre os nossos empresários.
Este encontro deve ser visto neste prisma e, ao mesmo tempo,
proporciona-nos uma grande oportunidade para:
avaliarmos o que já fizemos;
aquilatarmos o impacto das nossas acções; e
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perspectivarmos o futuro, particularmente no diz
respeito ao papel do sector privado na consolidação da
parceria estratégica entre Moçambique e Portugal. Neste
contexto, encontros desta natureza também propiciam
excelentes oportunidades para o conhecimento mútuo entre
os nossos empresários, o alargamento das suas redes de
amizades e para a abertura de outras portas, algumas das
quais desconhecidas.
Queremos, pois, endereçar palavras de saudação aos
organizadores deste evento e de reconhecimento e gratidão a
todos quantos se dignaram marcar a sua presença nesta
plataforma de diálogo e de troca de notas sobre o pulsar da
economia moçambicana. Através da troca de informações e de
partilha de experiências, estarão todos melhor capacitados para
ocupar um lugar, no espaço que a História das nossas relações
diplomáticas e económicas oferece a quem queira se afirmar
como actor de relevo na elevação dos níveis de excelência da
nossa amizade e cooperação.
Saudamos a presença amiga do Senhor Primeiro-Ministro, Passos
Coelho, nesta sessão de abertura do seminário de negócios entre
Moçambique e Portugal.
Este é um festo que a todos nos honra e que atesta de forma
eloquente, a importância que, como nós, o Senhor Primeiro-
Ministro atribui ao reforço das relações entre os nossos dois
países, nos domínios económico e empresarial.
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Moçambique e Portugal são países amigos.
Moçambique e Portugal são países comprometidos com o
contínuo reforço das suas relações de amizade, solidariedade e
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cooperação. São relações que não páram de crescer e de se
consolidar, tendo atingido o nível de cimeiras bilaterais, um sinal
inequívoco de uma determinação comum de reforçar uma
parceria estratégica em prol do desenvolvimento dos nossos dois
países. Tendo em vista estruturar e conferir maior fluidez,
sustentabilidade e previsibilidade a esta parceria, queremos
recordar aos ilustres empresários presentes neste importante
evento que durante a segunda Cimeira Bilateral, recentemente
realizada em Maputo, foram assinados instrumentos jurídicos de
Cooperação
na área económica que se juntam a outros assinados em ocasiões
anteriores. Como esses, os instrumentos assinados em Maputo
têm também em vista contribuir para o aumento do fluxo de
investimentos cruzados entre os nossos dois países.
Por isso, congratulamo-nos com os avanços registados nos mais
variados domínios, que nos fornecem a energia e a vitalidade
para podermos prosseguir na nossa missão de tudo fazermos
para trazer mais prosperidade e bem-estar aos Povos de
Moçambique e Portugal, claramente uma das principais missões
dos nossos Governos.
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Moçambique projecta-se no mundo através do seu Povo
hospitaleiro, laborioso e generoso, um Povo empreendedor que
também se define por tomar a auto-superação como divisa e a
criatividade como seu estandarte. Projecta-se também através
da sua beleza natural, longa costa, salpicada de ilhas
paradisíacas, bem como dos micro-climas que se entrelaçam ao
longo do seu formato oblongo e da sua localização geo-
estratégica.
Moçambique projecta-se no mundo, ainda, através do seu
crescimento económico médio de 7% consistente e ininterrupto
há mais de uma década e meia. Trata-se de um crescimento que
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resulta da exploração do seu potencial agrário, turístico,
energético e do da indústria de serviços de logística e financeiros.
A complementar esta multiplicidade de imagens que Moçambique
projecta, à escala planetária, hoje emerge, no quadro da
geografia económica mundial,como um dos países detentores de
recursos naturais, alguns dos quais estratégicos para nós
próprios e para o resto da Humanidade.
Os holofotes do mundo das finanças e investimentos e da
imprensa internacional que têm Moçambique como seu enfoque,
dão-nos mais força para continuarmos a atrair e a acarinhar
mega-projectos da indústria extractiva, para explorarmos o seu
potencial para a industrialização do nosso próprio País e para
benefício do resto da Humanidade. Neste contexto, encaramo-los
como complementares e não como substitutos dos sectores
tradicionais que têm sido responsáveis pelo crescimento que já
nos projectou pelo mundo fora. O carácter finito destes recursos
naturais aconselha-nos, igualmente, a prosseguirmos nesta
direcção e a assegurarmos que os mega projectos também
impulsionem o desenvolvimento desses sectores tradicionais da
nossa economia que caracterizam o sector das pequenas e
médias empresas. Numa palavra, para nós, em Moçambique, não
há contradição entre os megaprojetos e as pequenas e médias
empresas. Pelo contrário, existe uma complementaridade e uma
relação de simbiose que cria as sinergias necessárias para que
ambos contribuam para o crescimento económico.
Por forma a assegurar o relacionamento são entre os projectos de
todas as dimensões e contribuir para o seu florescimento temos
assegurado:
o controle da inflação;
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a estabilidade das taxas de câmbio;
o aumento significativo do investimento estrangeiro e
das receitas internas; bem como
o incremento das reservas internacionais líquidas.
Estes indicadores macro-económicos permitem-nos enfatizar que
os fundamentos da economia moçambicana são estáveis e as
perspectivas de desenvolvimento económico e social futuro são
promissoras.
Para além dos diferentes benefícios e outros atractivos que
promulgámos, tomámos a decisão de introduzir e implementar,
desde 2007, as Zonas Económicas Especiais e Zonas Francas
Industriais, como parte da nossa estratégia de desenvolvimento.
Estas Zonas trazem benefícios para a economia nacional sendo de
destacar o facto de:
albergarem investimentos-âncora que alavancam a
economia nacional e regional;
promoverem o desenvolvimento de infra-estruturas e
parques industriais, facilitadores do desenvolvimento de
Pequenas e Médias Empresas que prestam serviços aos
grandes projectos, incluindo o estabelecimento de parcerias
público-privadas;
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facilitarem a transferência de tecnologias, que resulta
das ligações económicas e de negócios entre as empresas
estabelecidas nos parques industriais das Zonas Francas e
das Zonas Económicas Especiais; e ainda o facto de:
aumentarem as exportações e reduzirem o défice na
balança comercial.
Com efeito, estamos cada vez mais convencidos que existem
condições favoráveis para que este quadro abra novos horizontes,
de parte a parte, e consolide a nossa cooperação económica e
empresarial entre Moçambique e Portugal.
Caros Participantes,
Moçambique está a escrever a sua narrativa de desenvolvimento.
Reconhecemos que o lugar de relevo que temos estado a ocupar
no Mapa do Mundo não é o resultado exclusivo da nossa simpatia,
espírito acolhedor e empreendedor e da disponibilidade de
recursos naturais. Deriva, igualmente, de prudentes e
compreensivas políticas macroeconómicas, de um ambiente de
negócios crescentemente atractivo, das medidas do Governo
orientadas para a implantação de infra-estruturas económicas e
sociais, das reformas legais e institucionais para a abertura
económica, bem assim da promoção da competitividade e do
potenciamento do capital humano e social. Por isso, Moçambique
já não é um país apenas de esperança e de sonhos. Moçambique é
já um país onde os moçambicanos e os seus amigos, incluindo
portugueses, estão a construir, pedra a pedra, um futuro de
prosperidade. Moçambique é um País que está empenhado em
edificar uma pujante e competitiva economia multi-sectorial.
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Queremos, aqui e agora, reiterar o nosso convite para que mais
empresários portugueses possam participar na construção de
novas pontes de relacionamento económico entre Moçambique e
Portugal.
Que cada um de vós, participante nesse processo, tenha o tacto,
a sabedoria, a inteligência e a criatividade de estabelecer
“parcerias de tipo novo” com os empresários
moçambicanos,gerando novos, promissores e lucrativos
negócios, num ambiente de respeito mútuo e de respeito à ordem
jurídica estabelecida. A resposta dos nossos compatriotas é, e
será sempre, entusiástica. A prontidão com que responderam ao
convite de se juntarem à nossa delegação é, em si, um grande
indicativo da sua prontidão, atitude positiva e abertura de
espírito. Por isso, formulamos votos para que este evento e as
sessões de seguimento se constituam em plataformas de
estabelecimento de negócios frutíferos para as nossas economias
e para cada um dos empresários presentes nesta sala.
Muito obrigado pela vossa atenção!
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