Dispositivos de Controle de Pressão e Vazão

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Equipamentos e acessórios da rede Com a evolução da tecnologia, alguns dispositivos foram criados com o intuito de facilitar o controle e o gerenciamento dos sistemas de abastecimento de água, proporcionando ganhos significativos relacionado aos combates às perdas e garantia da eficiência na distribuição de água. Com a automação dos sistemas se tornando, cada vez mais, necessária para o melhor gerenciamento, a utilização de equipamentos que possibilitem o controle da pressão e da vazão atuante na rede de distribuição se faz necessária em meio a esse processo. “Os principais órgãos e equipamentos acessórios das redes de distribuição de água são: Válvula de manobra; Válvula de descarga; Ventosas; Válvula redutora de pressão; Válvula sustentadora de pressão; Hidrante” (TISUTIYA, 2006) Para este trabalho será feita uma análise mais precisa acerca dos equipamentos “válvula de manobra” e “válvula redutora de pressão”, haja vista serem os dispositivos utilizados na rede em estudo como controladores da taxa de fluxo de água e da pressão na rede de distribuição da localidade, sendo realizada uma análise breve a respeito dos demais órgãos citados.

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Equipamentos e acessórios da rede

Com a evolução da tecnologia, alguns dispositivos foram criados com o intuito

de facilitar o controle e o gerenciamento dos sistemas de abastecimento de água,

proporcionando ganhos significativos relacionado aos combates às perdas e

garantia da eficiência na distribuição de água. Com a automação dos sistemas se

tornando, cada vez mais, necessária para o melhor gerenciamento, a utilização de

equipamentos que possibilitem o controle da pressão e da vazão atuante na rede de

distribuição se faz necessária em meio a esse processo.

“Os principais órgãos e equipamentos acessórios das redes de

distribuição de água são:

Válvula de manobra;

Válvula de descarga;

Ventosas;

Válvula redutora de pressão;

Válvula sustentadora de pressão;

Hidrante” (TISUTIYA, 2006)

Para este trabalho será feita uma análise mais precisa acerca dos

equipamentos “válvula de manobra” e “válvula redutora de pressão”, haja vista

serem os dispositivos utilizados na rede em estudo como controladores da taxa de

fluxo de água e da pressão na rede de distribuição da localidade, sendo realizada

uma análise breve a respeito dos demais órgãos citados.

Válvula de manobra

Este equipamento é utilizado em casos onde seja necessário a realização de

manobras na rede.

“Para garantir boa qualidade e continuidade de serviços sem

interrupção, a manobra das redes ocupa lugar de destaque, pois

pode permitir que, em caso de acidentes ou demandas de

emergência, seja minimizada a área de abastecimento.” (TISUTIYA,

2006).

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A realização da manobra, entretanto, também é uma pratica corriqueira em

cidades onde o fornecimento de água é limitado, não sendo suficiente para abranger

a população como um todo, sendo necessária a divisão da rede em setores de

abastecimento.

Para o setor de manobra, as válvulas são colocadas nas tubulações para

restrição total ou parcial da passagem de água, de acordo com as necessidades.

(TISUTIYA, 2006).

Portanto, os principais objetivos da utilização de válvulas de manobras são:

Isolar trechos de canalização para reparos;

Delimitar setores de abastecimento, isolando as áreas de pressão distintas;

Melhorar o abastecimento de determinadas áreas com o fechamento de

outras, em casos de incêndio, falta d’água, etc.

Quanto a localização das válvulas, as mesmas devem se posicionar nos nós, ou

pontos de intersecção da rede.

“Em redes de distribuição de água, estes órgãos são, geralmente,

colocados junto dos nós, não sendo tarefa fácil enumerar regras

universais. A melhor forma de proceder será a de ensaiar uma dada

colocação de válvulas e identificar quais os troços afetados em caso

de suspensão, analisando a razoabilidade da solução.” (SOUSA,

2001)

Válvula de descarga

“As descargas são colocadas nos pontos baixos das adutoras, em

derivação à linha para permitir a saída de água sempre que for

necessário. Isto ocorre geralmente quando se está enchendo a linha,

para assegurar a saída de ar, ou quando se vai esvaziar a adutora

para fins de reparo ou outras razões de natureza operacional”

(HELLER E PADUA).

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Ventosa

As ventosas são peças de funcionamento automático que permitem a saída e

a entrada de ar nas tubulações (TISUTYIA, 2006) São dispositivos destinados a: a)

expelir o ar deslocado pela água durante o enchimento da tubulação; b) admitir

quantidade suficiente de ar durante o esvaziamento (HELLER E PADUA)

Válvula sustentadora de pressão (VSP)

“A Válvula de Alívio/Sustentadora de Pressão é uma válvula de

controle hidráulica que pode atender ambas as funções. Quando

instalada em linha, sustenta o ajuste mínimo da pressão a montante,

independentemente de utuação na vazão ou de variação no pressão

a jusante. Quando instalada como válvula de circulação, alivia o

excesso de pressão na tubulação ao ultrapassar o valor dos ajustes.”

(BERMAD saneamento)

Hidrante

Aparelhos ligados aos encanamentos de abastecimento d’água que permitem

a adaptação de bombas e/ou mangueiras para o serviço de extinção de incêndios.

(NBR 5667). Também, a água retirada dos hidrantes pode ter outros usos, como

lavagem e limpeza das tubulações de abastecimento, esgoto, ruas, irrigação de

áreas públicas e fornecimento de água para obras civis. (TISUTIYA, 2006)

VRP (Válvula redutora de pressão)

A válvula redutora de pressão (VRP) é um equipamento mecânico,

operado hidraulicamente, com a função de regular a pressão à

jusante da área definida de um setor de distribuição de água, com

vistas a reduzir a magnitude e o surgimento de vazamentos, bem

como manter a integridade das tubulações, atendendo necessidades

de pressão e vazão adequadas ao abastecimento (zaniboni).

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Este dispositivo trata-se de uma ferramenta de grande importância na

realização de estudos e operações para controle das pressões e vazões nas redes

de distribuição, sabendo que, de acordo com ZANIBONI, a instalação de uma VRP

possibilita um grande conhecimento acerca das vazões atuantes à jusante, além de

possibilitar o gerenciamento dos pontos de controle da rede, tendo em vista que,

para a instalação de uma VRP, deve-se realizar, obrigatoriamente, a definição de

uma área ou de um setor de distribuição de água.

Discorrendo acerca do controle da pressão, proporcionado pela VRP, pode-se

destacar que, conforme Cardozo Mathias, as VRP’s são projetadas afim de reduzir a

um valor constante, na saída da válvula, a pressão de entrada. Assim sendo, o valor

de saída da válvula é mantido constante, independente das alterações que possam

verificar-se na pressão ou vazão do sistema a montante.

O dispositivo possibilita, portanto, dentre outros fatores:

Promover um serviço constante e adequado entre todos os setores de

distribuição;

Redução de vazamentos e, consequentemente, os custos associados;

Redução da ocorrência de danos às tubulações da rede de distribuição,

evitando-se transtorno para a população e os custos para recuperação.

Quanto ao modo e local de atuação da VRP, temos que a mesma atua por

fechamento natural ou com auxílio de outros dispositivos e deve ser utilizada em

locais onde as pressões excedam o limite prescrito por norma:

“As VRP’s atuam em áreas estanques, por fechamento natural ou

provocado pelo fechamento de registros existentes ou colocados

para esse fim, visando atender preferencialmente, mas não

exclusivamente, áreas onde as pressões médias estejam acima do

estabelecido pena NBR 12218/1994, entre 100 KPa (10 mca) de

pressão dinâmica e 500 KPa (50 mca) de pressão estática.

Importante observar que essas pressões são as limites, podendo as

pressões de trabalho adequar-se a cada situação.”

Ainda conforme Zaniboni, o principio de atuação das VRP’s pode ser

resumido como uma válvula que estrangula a passagem de água, gerando uma

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perda de carga localizada, onde essa energia pode se dissipar no corpo do próprio e

equipamento e outra parte é expedida para a parte à montante do sistema,

caracterizando-se, portanto, em um fator que deve ser considerado na hora da

determinação dos parâmetros para instalação do equipamento. Fatores estes que,

segundo o mesmo autor, variam desde a pressão estática/dinâmica na rede,

definição da vazão e extensão da rede a definição de regras de operação visando

pressões mínimas noturnas.