Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela...

164
UFPE UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Centro de Ciências Exatas e da Natureza Departamento de Química Fundamental Programa de Pós-Graduação em Química Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de novos cristais líquidos luminescentes contendo os heterociclos 1,2,4- e/ou 1,3,4-oxadiazóis Ricardo Antônio Wanderley Neves Filho Recife-PE Brasil Maio / 2008

Transcript of Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela...

Page 1: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

UFPE

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Centro de Ciências Exatas e da Natureza Departamento de Química Fundamental Programa de Pós-Graduação em Química

Dissertação de Mestrado

Síntese e propriedades fotofísicas de novos

cristais líquidos luminescentes contendo os

heterociclos 1,2,4- e/ou 1,3,4-oxadiazóis

Ricardo Antônio Wanderley Neves Filho

Recife-PE Brasil

Maio / 2008

Page 2: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE QUÍMICA FUNDAMENTAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

Síntese e propriedades fotofísicas de novos

cristais líquidos luminescentes contendo os

heterociclos 1,2,4- e/ou 1,3,4-oxadiazóis

Ricardo Antônio Wanderley Neves Filho*

Dissertação apresentada

ao Programa de Pós-

Graduação em Química

da UFPE como parte dos

requisitos para a

obtenção do título de

Mestre em Química.

Orientador: Prof. Dr. Rajendra Mohan Srivastava

Co-Orientador: Prof. Dr. Hugo Alejandro Gallardo Olmedo

*Bolsista CNPq

Recife-PE Brasil

Fevereiro / 2004

Page 3: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

Neves Filho, Ricardo Antônio Wanderley Síntese e propriedades fotofísicas de novos cristais líquidos luminescentes contendo os heterociclos 1,2,4-e/ou 1,3,4-oxadiazóis / Ricardo Antônio Wanderley Neves Filho. - Recife : O Autor, 2008. 147 folhas : il., fig., tab. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Pernambuco. CCEN. Química Fundamental, 2008. Inclui bibliografia e anexos. 1. Química orgânica. 2. Cristais líquidos. 3. Heterocíclos 4. Luminescência. 5. Oxadiazol. I. Título. 547 CDD (22.ed.) FQ2008-038

Page 4: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação
Page 5: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

Dedicatória

Eu gostaria de dedicar essa dissertação a pessoas importantes para a minha

formação humana e profissional. Primeiramente a Deus pela força que me concede.

Aos meus familiares por compreenderem a minha total ausência durante o mestrado e

pelo carinho. A Cecília por seu amor, companheirismo e por ter resistido à distância e

o tempo que nos manteve afastados. Ao meu Mestre e amigo Prof. Mohan por ter me

treinado desde o início e ter me ensinado todo o rigor científico que um pesquisador

precisa ter. Obrigado pelos ensinamentos; os quais tomei a liberdade de dividir com o

leitor no início de cada capítulo desse trabalho. Ao meu Chefe e amigo Prof. Hugo que

me ensinou muitas coisas valiosas principalmente a respeito de trabalho em equipe. Ao

amigo Ronaldo também pelo treinamento. Para a amiga Janaína, pelas conversas,

desabafos, conselhos e cafezinhos. Para a amiga Íris que mesmo estando longe, nunca

deixou de incentivar. Ao meu amigo Luis Souza pela recepção em Florianópolis e aos

amigos André, Cuducos, Guga e Victor pela acolhida em sua casa. Em especial ao

Cuducos pelas conversas, conselhos e apoio. Aos meus amigos do Kendo-Floripa, Luis,

Willian, Gilberto, Paulo, Rodrigo e Guilherme pela amizade e companheirismo

indispensáveis. Aos meus amigos do Laboratório de Síntese de cristais Líquidos-UFSC

em Florianópolis: Aninha, André, Eduard, Thiago, Juliana, Molin, Bryk, Gilmar,

Deyse, Patrícia (Japa) e Rodrigo pela recepção, amizade, paciência etc. Em especial a

Aninha por ser um anjo sempre pronta a ajudar e pelo incentivo forte que me deu. Aos

meus amigos do Laboratório de Síntese Orgânica UFPE: Lorena, Suseanne (Venta),

Karla, Joselice, e a Rufinagem (João, Jucleiton e Juliano) pela boa convivência. Aos

meus amigos do DQF pelos incentivos... Aos meus amigos do Kendo-Recife: Julio

(painho), Rodrigo (Baka), Cleano, Luis, Lula, Gustavo, Antônio, Geber, Anderson,

Charles, Felipe (Médico), Fernando (PNC), Milena e Grazi pela amizade e

companheirismo.

Enfim gostaria de dedicar esse trabalho a VOCÊ que de alguma maneira está

presente na minha vida e contribui para o meu crescimento humano e profissional.

Page 6: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

Agradecimentos

Gostaria de agradecer sinceramente a todos aqueles que contribuíram

cientificamente para a realização desse trabalho. Aos meus orientadores Prof. Mohan

Srivastava e Prof. Hugo Gallardo discussões intelectuais e ensinamentos ao longo

desses dois anos. Ao Dr. Ronaldo Oliveira por sugestões acerca da correção dessa

dissertação. Ao doutorando Ricardo Oliveira e Dr. Fernando Hallwass pelas discussões

e sugestões a respeito dos espectros de RMN. Ao Dr. Paulo Menezes que na ocasião de

seu pós-doutorado nos Estados Unidos enviou rapidamente sempre que necessário

referencias não disponíveis aqui no Brasil. Ao Dr. Rodrigo Cristiano pelas importantes

e interessantes discussões sobre cristais líquidos, luminescência e materiais funcionais

durante a minha estada no Laboratório de Cristais Líquidos e também pelas medidas

fotofísicas da série 11a-f. Ao doutorando André Vieira o qual foi indispensável no

desenvolvimento desse trabalho: pelo treinamento na realização das reações de

Sonogashira, pelas medidas fotofísicas das séries 59a-e, 69-71 e pela avaliação do

mesomorfismo da série 69-71. A Dr. Janaína Versiani pelas sugestões para o capítulo 7

dessa dissertação. Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao

mestrando Ricardo Schineider pela preparação dos filmes da série 59a-e e varreduras

por AFM. Aos Dr. Petrus Santa Cruz e Dr. Severino Júnior pelo acesso livre aos

aparelhos de evaporação térmica e fluorímetro. Aos funcionários da central analítica da

UFPE : Conceição, Lúcio, Ricardo, Eliete e Severino. Aos funcionários da central

analítica da UFSC : Denyo Silva, Eliane de Oliveira Tabalipa, Jucélia Beatriz Dario,

Ângelo Adolfo Ruzza (passarinho), Martha Graziela de Mello Torres, Marcelene B.

Matins, Marcelo Quint e Marly da Silveira Soldi. A coordenação da pós-graduação em

química da UFPE na pessoa da Dra. Rosa Maria Souto Maior pelo auxílio financeiro

que possibilitou a viagem a Florianópolis e aos seus funcionários Maurílio e Patrícia.

Ao CNPq pela bolsa de mestrado durante os últimos 2 anos.

Page 7: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

Resumo

Neste trabalho nós descrevemos a síntese, comportamento térmico e estudos

óticos de três séries de cristais líquidos luminescentes contendo os anéis 1,2,4 e/ou

1,3,4-oxadiazóis.

Uma série de seis cristais líquidos (CL) em forma de bastão de hockey contendo

o anel 1,2,4-oxadiazol foi obtida seguindo uma estratégia sintética convergente. A etapa

chave para a obtenção de 11-15 o acoplamento cruzado mediado por paládio

(acoplamento Sonogashira) entre os intermediários 25c e 29-33 para a obtenção de

15uma diferente rota foi adotada. Todos os compostos sintetizados exibiram mesofases

N, SmC e SmA típicas de CLs calamíticos, boa estabilidade térmica e altos rendimentos

quânticos de luminescência azul. A luminescência desses compostos em fase sólida

também foi observada em filmes finos obtidos por deposição rotatória.

Cinco novos dímeros gêmeos luminescentes contendo o anel 1,3,4-oxadiazóis

contendo cadeias alquílicas como espaçador foram sintetizados em bons rendimentos

seguindo uma estratégia sintética convergente. Apenas um dos compostos obtidos

apresentou uma pequena faixa de mesofase SmC monotropica. Todos os produtos

obtidos exibiram fluorescência azul com rendimentos quânticos em torno de 85%.

Devido à alta estabilidade térmica dos compostos 59a-e foram preparados filmes finos

de alta qualidade por evaporação térmica. A qualidade desses filmes foi confirmada por

microscopia de força atômica (AFM). A fluorescência em fase sólida também pôde ser

observada nessa série.

Uma série de CL bimesógenos contendo os heterociclos 1,2,4 e 1,3,4-oxadiazol

na mesma molécula foi sintetizada utilizando uma rota sintética convergente cujo a

etapa final foi o acopalmento Sonogashira. Os produtos obtidos apresentaram

mesmofases N e SmC, boas estabilidade térmica e rendimentos quânticos de

flourescência.

As estruturas de todos os compostos desse trabalho foram acertadas pelos

estudos espectroscópicos .(IV, RMN 1H, RMN 13C e outras técnicas). Aspectos

mecanísticos de certas reações também foram discutidos.

Palavras-chave: 1.Química orgânica. 2. Cristais líquidos. 3. Heterocíclos 4. Luminescência. 5. Oxadiazol.

Page 8: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

Abstract

The synthesis, thermal behavior and optical studies of three different series of

luminescent liquid crystals containing 1,2,4- and/or 1,3,4-oxadiazole rings are described

in this work.

A series of six hockey-stick shaped liquid crystals containing 1,2,4-oxadiazole

ring has been obtained following the convergent synthetic approach. The key step for

obtaining 11-15 was Sonogashira cross-coupling reaction between the intermediates 25c

and 29-33. A different route has been adopted for synthesizing 15. All synthesized

compounds exhibited N, SmC and SmA mesophases characteristic of calamytic liquid

crystals, good thermal stability and high quantum yields of blue luminescence. The

solid phase fluorescence spectra of these compounds have been found in thin films

obtained by spin coating.

Five new luminescent twin dimmers containing 1,3,4- oxadiazole rings and alkyl

chain as spacer have been synthesized following a convergent synthetic approach. Only

one of the obtained compounds showed a little range of monotropic SmC phase. All

products exhibited blue fluorescence with quantum yields of about 85%. Due to the

high thermal stabilities of compounds 59a-e, thin films can be obtained by thermal

evaporation. The quality of the films has been evaluated by atomic force microscopy

(AFM). We have also observed fluorescence in solid phase for this series.

A series of bimesogens LC containing heterocycles 1,2,4- and 1,3,4-oxadiazoles

in the same molecule have been synthesized using an convergent synthetic approach

whose final step involved Sonogashira cross coupling. The products, thus obtained,

exhibited N and SmC phases, good thermal stabilities and quantum yields of

fluorescence.

The structures of all compounds of this work have been ascertained by

spectroscopic studies (IR, 1H NMR, 13C NMR and other techniques). Also, the

mechanistic aspects of certain reactions have been discussed.

Keywords: 1.Organic Chemistry. 2. Liquid Crystals. 3. Heterocicles 4. Luminescence. 5. Oxadiazole.

Page 9: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURA

SIGLA OU

ABREVIATURA

SIGNIFICADO

ΦF Rendimento quântico

AFM Microscopia

Bn Mesofase do tipo banana (n = 1,2,3...)

BND Brometo de tetradeciltrimetil-amônio

CL Cristal líquido

Colh Mesofase do tipo colunar hexagonal

Colr Mesofase do tipo colunar retangular

COSY Espectroscopia de correlação

DSC Calorimetria de varredura diferencial

HOMO Orbital molecular ocupado de mais alta energia

IV Infravermelho

LCD Mostrador de cristal líquido

LUMO Orbital molecular desocupado de mais baixa energia

MEBYNOL 2-metil-3-butin-2-ol

MOLP Microscopia óptica de luz polarizada

N Mesofase nemática

N* Mesofase nemática quiral

NOE Efeito nuclear Overhauser

NOESY Efeito nuclear Overhauser bidimensional

NST Nemático super torcido

NT Nemático torcido

OEL Eletroluminescência organica

OLED Dispositivos orgânicos emissores de luz

ppm Partes por milhão

Py Piridina

RMN Ressonância magnética nuclear

Sm Mesofase esmética

SmA Mesofase esmética A

SmC Mesofase esmética C

Page 10: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

SSFLC cristais líquidos ferroelétricos estabilizados por

superfícies

T Temperatura

Tdec Temperatura de decomposição

TGA Análise termogravimétrica

TTAB tetradeciltrimetil-amônio

Page 11: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Estrutura do benzoato de colesterila. 3

Figura 2: Organização das moléculas nas diferentes mesofases

exibidas por um cristal l íquido.

4

Figura 3: Anisometria em cristais líquidos calamíticos e

discóticos.

8

Figura 4: Cristais líquidos com geometria não convencional 9

Figura 5 : Representação da mesofase nemática (N) e em verde o

vetor diretor.

10

Figura 6 : Representação da mesofases SmA e SmC, em verde o

vetor diretor n e em vermelho o eixo normal z .

11

Figura 7: Representação esquemática da mesofases nemáticas e

colunares exibidas por CLs discóticos.

11

Figura 8: Representação esquemática da mesofase SmC*. 12

Figura 9: Exemplos de cristais líquidos liotrópicos 13

Figura 10: Estrutura da lofina. 14

Figura 11: Compostos luminescentes com aplicações. 16

Figura 12: Estrutura dos 1,2,4-oxadiazóis 20

Figura 13: 1,2,4-oxadiazóis utilizados como drogas terapêuticas. 21

Figura 14: Fontes de não-simetria dos 1,2,4-oxadiazóis 23

Figura 15: Moléculas alvo derivadas dos 1,2,4-oxadiazóis 11-15. 24

Figura 16: Espectro de infravermelho (KBr) do composto 25c. 27

Figura 17: Ampliação da região aromática do espectro de RMN 1H 300 MHz

do composto 25c em: a) CDCl3 e b) C6D6 .

29

Figura 18: Espectro de RMN 1H 400 MHz do composto 11a em CDCl3. 40

Figura 19: Espectro de RMN 1H 400 MHz do composto 11d em CDCl3. 40

Figura 20: Espectro COSY do composto 11b em CDCl3 41

Figura 21: Espectro HMBC do composto 11b em CDCl3 42

Figura 22: Correlações heteronucleares de longa distância observadas no

espectro HMBC do composto 11b em CDCl3.

42

Figura 23: Espectro DEPT do composto 11b em CDCl3 43

Figura 24: Espectro HMQC do composto 11b em CDCl3. 44

Page 12: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

Figura 25: Espectro NOESY 1D com irradiação no hidrogênio s do

composto 14.

45

Figura 26: Efeito de grupos volumosos sobre o mesomorfismo. 46

Figura 27: Mesomorfismo exibido pelos compostos 11-15. 47

Figura 28: Micrografias das texturas características observadas por MOLP

com aumento de 33X. (a) Textura tipo Schileren da mesofase nemática

exibida pelo composto 13 . (b) Textura homeotrópica exibida pelo

mesmo composto.

48

Figura 29:. Micrografias das texturas características observadas por MOLP

com aumento de 33X. À esquerda textura tipo leque-quebrado da

mesofase SmA exibida pelo composto 14

49

Figura 30:. Micrografias das texturas características observadas por MOLP

com aumento de 33X. Mudança da textura Schileren para a

homeotrópica antes da transição N-SmC do composto 13.

50

Figura 31: Orientação das moléculas nas textura Schileren e homeotrópica.

50

Figura 32: (a) Textura focal cônica de uma mesofase SmA exibida pelo

composto 11c. (b) Transição SmA-SmC para o mesmo composto. (c) Textura

focal cônica de uma mesofase SmC exibida pelo composto 11c.

51

Figura 33: Espectro de absorção dos compostos 11-15 em CHCl3. 53

Figura 34: Espectro de emissão dos compostos 11-15 em CHCl3. utilizando

λe x i ta çã o = 330 nm . .

54

Figura 35: Luminescência exibida pelos filmes finos dos compostos 11-15. 56

Figura 36: Compostos análogos a 11-15 contendo o anel 1,3,4-oxadiazol

utilizados para comparação.

57

Figura 37: Tipos e faixas de mesofases exibidos pelos compostos 11-14 e seus

análogos 54-58.

58

Figura 38: Compostos contendo 1,3,4-Oxadiazóis utilizados em OLEDs 66

Figura 39: Cristais líquidos utilizados em OLEDs derivados dos 1,3,4-

oxadiazóis.

67

Figura 40: Dímeros gêmeos derivados dos 1,3,4-oxadiazóis sintetizados nesse

trabalho.

70

Figura 41: espectro e RMN 1H (400MHz) em CDCl3 à 45 oC do 74

Page 13: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

composto 59c.

Figura 42: Dependência dos pontos de fusão dos compostos 59a-

e com o número de CH2 no espaçador.

75

Figura 43: a) Formação dos batonnetes a partir do líquido

isotrópico. b) Textura leque quebrado exibida por 59b.

c)Termograma do composto 59b , em preto as transições

observadas durante o aquecimento em azul aquelas observadas

durante o resfriamento.

76

Figura 44: Espectro de absorção dos compostos 59a-e em CHCl3. 78

Figura 45: Espectro de emissão dos compostos 59a-e em CHCl3 utilizando

λe x i ta çã o = 320 nm . .

79

Figura 46: Imagens de AFM em 3D e 2D dos filmes finos dos compostos

59a-e .

82

Figura 47: Moléculas alvo desse capítulo. 86

Figura 48: Espectro de RMN 1H (300 MHZ) do composto 69a em

CDCl3.

90

Figura 49: Espectro de RMN 1H (300 MHZ) do composto 71 em

CDCl3.

91

Figura 50: Intervalos de mesomorfismo exibidos pela série 69-

71 .

92

Figura 51: Micrografias das texturas características observadas por MOLP

com aumento de 33X. a) Transição N-I observada por MOLP a 269 oC para o composto 69b . b) Textura homeotrópica exibida por

uma fase N a 267 oC do composto 69e. c) Textura mármore de

uma mesofase SmC a 255 oC exibida pelo composto 70 . d)

Textura Schileren de uma mesofase N exibida a 257 oC por 69d.

93

Figura 52: Espectro de absorção da série 69a-e, 70 e 71. 95

Figura 53: Espectro de emissão da série 69a-e, 70 e 71 utilizando λex i taç ã o =

360 nm . .

96

Page 14: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

LISTA DE ESQUEMAS

Esquema 1 : Representação esquemática de uma molécula com

propriedades líquido cristalinas.

6

Esquema 2: Rotas sintéticas para obtenção de 1,2,4-oxadiazóis. 22

Esquema 3: Síntese das amidoximas 19a-d. 24

Esquema 4: Síntese dos 1,2,4-oxadiazóis 25a-e 26

Esquema 5: mecanismo de formação dos 1,2,4-oxadiazóis 25 26

Esquema 6: Síntese dos acetilenos terminais 29-33 . 30

Esquema 7: Ciclo catalítico para reação de Sonogashira. 31

Esquema 8: Ciclo catalítico para a desproteção do grupo CH(CH3)2OH proposto

neste trabalho.

33

Esquema 9: Síntese do acetileno terminal 33 33

Esquema 10: Síntese dos CL 11-15. 35

Esquema 11: Primeira tentativa de síntese do acetileno 48. 36

Esquema 12: Segunda tentativa de síntese do acetileno 48. 36

Esquema 13: Síntese do acetileno 48. 37

Esquema 14: Mecanismo de desproteção do silano 51. 38

Esquema 15: Síntese do composto 15. 39

Esquema 16: Métodos sintéticos para a obtenção dos 1,3,4-oxadiazóis. 68

Esquema 17: Síntese do 4-dodeciloxibenzotetrazol 60 70

Esquema 18: Mecanismos para a formação dos tetrazóis a partir de nitrilas e

azidas.

71

Esquema 19: Rota sintética para o oxadiazol 61. 72

Esquema 20: Mecanismo para a formação de 1,3,4-oxadiazóis via acilação de

1H-tetrazóis.

72

Esquema 21: Dupla alquilação entre os fenóis 61 e os dialetos 68a-b. 73

Esquema 22: Rota sintética para a obtenção de 78. 87

Esquema 23: Síntese dos compostos 69a-e, a partir de 18a-e e 78. 88

Esquema 24: Síntese do intermediário 83. 89

Esquema 25: Síntese dos compostos 70 e 71. 89

Page 15: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 : Propriedades térmicas dos compostos 11-15 52

Tabela 2: Propriedades fotofísicas para a série 11-15. 56

Tabela 3: Comparação entre as propriedades fotofísicas dos

compostos 11-15 e 54-58 .

59

Tabela 4: Bimesógenos descritos na literatura. 68

Tabela 5: Propriedades térmicas dos compostos 59a-e . 77

Tabela 6: Propriedades fotofísicas em solução para a série 59a-e . 79

Tabela 7: Propriedades fotofísicas em fase sólida para a série 59a-

e

80

Tabela 8: Propriedades térmicas dos compostos 69-71 . 94

Tabela 9: Propriedades fotofísicas em solução da série 69-78 97

Page 16: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.1 Introdução geral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.2 Histórico e Fundamentação teórica 2

1.3 Classificação dos cristais líquidos quanto à unidade

geradora do mesomorfismo. . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4

1.4 Planejamento de cristais líquidos termotrópicos.. . . . . . . . . . . . . . . . . 5

1.5 Classificação dos cristais líquidos termotrópicos segundo a

sua forma geométrica... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

7

1.6 Tipos de mesofases.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

1.7 Aplicações dos cristais líquidos.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

1.8 Luminescência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

Aplicações de compostos luminescentes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

REFERÊNCIAS... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

CAPÍTULO 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

2.1 Os 1,2,4-oxadiazóis.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

2.2 Objetivos.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

2.3 Planejamento de Cristais líquidos em forma de bastão

curvado contendo o anel 1,2,4-oxadiazol.. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

23

2.4 Estratégia sintética e caracterização dos produtos.. . . . . . . . . . . . . . . 24

2.5 Propriedades térmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

2.6 Propriedades fotofísicas.. . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

2.7 Uma breve comparação entre as propriedades térmicas e

fotofísicas de cristais líquidos luminescentes contendo 1,2,4 e

1,3,4-oxadiazóis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

56

REFERÊNCIAS... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

CAPÍTULO 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

3.1 Os 1,3,4-oxadiazóis.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

3.2 Cristais líquidos bimesógenos.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

3.3 Objetivos.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

3.4 Síntese e caracterização.. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

3.5 Propriedades térmicas dos compostos 59a-e . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

Page 17: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

3.6 Propriedades fotofísicas.. . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

3.7 Estudo da superfície dos filmes finos por microscopia

atômica.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

80

CAPÍTULO 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

4.1 Objetivos.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

4.2 Síntese e caracterização.. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87

4.3 Propriedades térmicas.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91

4.4 Propriedades fotofísicas.. . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95

CAPÍTULO 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99

Conclusões gerais.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99

CAPÍTULO 6. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102

Procedimentos experimentais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102

Page 18: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

1

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO GERAL E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

“ Para um cientista, a pesquisa é sempre mais importante”

R.M. Srivastava

Page 19: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

2

CAPÍTULO 1

1.1 Introdução geral

O desenvolvimento de novos compostos orgânicos contendo

propriedades especiais é uma área de maior interesse da química

sintética nos dias de hoje. Mesmo com a grande produção nos mais

diferentes laboratórios como: MERCK, Sharp, Frost & Sullivan etc. Cada

vez mais há um aumento na demanda das indústrias de mostradores

(displays) e diodos emissores de luz, por materiais auto-organizáveis e

luminescentes dotados de boa estabilidade térmica. Para esse propósito,

o desenvolvimento de cristais líquidos luminescentes lidera esta

categoria das pesquisas, haja vista que tais compostos unem em um único

material as propriedades de auto-organização e luminescência. Tais

qualidades são importantes no desenvolvimento de dispositivos

orgânicos emissores de luz (OLEDs). O objetivo desse trabalho envolve

a síntese, caracterização e estudo das propriedades térmicas e fotofísicas

de novos cristais l íquidos luminescentes para a aplicação em OLEDs.

1.2 Histórico e Fundamentação teórica

Por volta do século XIX enquanto trabalhava com ésteres de

colesterila o botânico austríaco Friederich Reinitzer observou que

alguma dessas substâncias apresentava um comportamento anômalo

quando submetidas ao aquecimento. O benzoato de colesterila 1 , quando

aquecido, aparentava possuir dois pontos de fusão (Fig. 1).1

Page 20: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

3

H

O

H HO

1 Figura 1: Estrutura do benzoato de colesterila.

Durante o aquecimento ele primeiramente fundia para um líquido turvo e

depois ao atingir uma temperatura mais elevada tornava-se um líquido

límpido. Um comportamento semelhante era também observado no

resfriamento dessa substância. No ano seguinte vieram relatos de outras

substâncias que apresentavam comportamentos similares,2 a -c mas somente

no ano de 1889 é que o termo cristal l íquido foi introduzido pela

primeira vez pelo físico Otto Lehmann depois de trocar várias

correspondências sobre a descoberta de Reinitzer.3 a Após estar bastante

confuso com o fenômeno relatado pelo botânico concluiu que estavam

lidando na verdade com um novo estado da matéria. Em 1969 Hans

Kelker sintetizou a p-metoxibenziliden-p’-butilanilina (MBBA) uma

substância que apresentou fase nemática a temperatura ambiente.3b A

comercialização de substâncias liquido-cristalinas veio apenas em 1973

quando George Gray sintetizou várias cianobifenilas com baixos pontos

de fusão. Finalmente a popularização dos cristais líquidos veio apenas

em 1991 quando Pierre-Gilles de Gennes recebeu o prêmio Nobel de

Física por seus estudos sobre esse estado da matéria.

Após essas observações pioneiras, vários grupos de pesquisas

concentraram seus esforços em estabelecer o significado físico do

fenômeno a nível microscópico bem como quais as características

estruturais a nível molecular que levam ao comportamento líquido

cristalino. Para isso vários compostos foram sintetizados,4 modelos

teóricos foram criados 5 e com o avanço dos métodos de análise atingiu-

Page 21: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

4

se um conhecimento bastante consolidado a respeito do planejamento e

síntese de compostos visando a propriedade líquido cristalina.

Cristais líquidos são substâncias que apresentam propriedades

intermediárias entre o estado sólido cristalino e o líquido isotrópico.6

Estes dois estados da matéria, como são conhecidos, apresentam uma

organização inversa. Enquanto em um sólido cristalino as moléculas

apresentam alta ordem de organização tanto posicional quanto

orientacional, no líquido isotrópico não há ordem alguma de arranjo

podendo as moléculas mover-se aleatoriamente. A fase liquido cristalina,

ou mesofase, apresenta, assim como em um sólido cristalino, ordem

orientacional, entretanto a ordem posicional pode ser reduzida ou

completamente perdida dependendo do tipo de mesofase (Fig. 2).

Sólido cristalino Mesofase esmética Mesofase nemática Líquido isotrópico

Figura 2: Organização das moléculas nas diferentes mesofases

exibidas por um cristal l íquido.

1.3 Classificação dos cristais líquidos quanto à unidade

geradora do mesomorfismo.

Existem basicamente dois tipos de cristais líquidos: os liotrópicos,

cuja unidade geradora do mesomorfismo é a micela7 e os termotrópicos

onde a unidade responsável pelo aparecimento de mesofases é a própria

molécula.

Sistemas geradores de cristais líquidos liotrópicos geralmente são

constituídos por uma mistura de água e substâncias anfifílicas,8 por

exemplo, recentemente Fujiwara e colaboradores 9 estudaram a formação

e a transição entre mesofases nemáticas em um cristal l íquido liotrópico

cuja unidade geradora é um sistema ternário constituído por brometo de

Page 22: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

5

tetradeciltrimetil-amônio/n-decanol/água..Adicionalmente,.cristais

líquidos liotrópicos são de grande interesse para a pesquisa, pois são os

únicos capazes de exibir mesomorfismo em solução além de serem

também util izados na modelagem para o estudo das membranas celulares,

uma vez que as camadas de fosfolipídeos juntamente com a água dos

organismos vivos podem comportar-se como um sistema liotrópico.10

Nos cristais líquidos termotrópicos a unidade geradora de

mesomorfismo é a própria molécula. Nessa classe, a temperatura é o

principal indutor das mesofases. As moléculas termotrópicas capazes de

exibir mesomorfismo durante seu aquecimento e resfriamento são

chamadas enantiotrópicas enquanto aquelas que apresentam mesofases

apenas no resfriamento são chamadas de monotrópicas.6

1.4 Planejamento de cristais líquidos termotrópicos.

Para que uma molécula possa gerar mesofases termotrópicas

estáveis alguns requisitos estruturais precisam ser satisfeitos. O

conhecimento desses, permite aos químicos planejar e sintetizar

compostos que venham a exibir comportamento liquido cristalino. Estes

requisitos são:11

1) A molécula precisa possuir anisometria geométrica, ou seja, um de

seus eixos deve ser muito maior que os demais. Esse conceito é

puramente geométrico não associado apenas a moléculas. Por exemplo,

um fio longo é um corpo com alta anisometria geométrica.

2) As estruturas precisam ter grupos centrais rígidos e polarizáveis que

permitam uma boa compactação das camadas de moléculas.

3) A presença de grupos com efeitos tanto doadores como retiradores

eletrônicos também é desejável, pois contribuem significativamente para

o momento de dipolo dos compostos e, por conseguinte a formação das

mesofases.

Page 23: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

6

Conhecendo essas premissas podemos desenhar esquematicamente como

deve ser uma molécula para que ela apresente propriedades líquido

cristalinas (Esquema 1).

NÚCLEO RIGIDOGRUPOSPERIFÉRICOS

GRUPOSPERIFÉRICOS

GRUPOSLATERAIS

N N

C C

O

O

N C

ANÉIS AROMÁTICOS CONJUGADOS OU CONECTADOS POR GRUPOS COMPACTOS.

CADEIAS ALQUÍLICAS

XCnH2n+1n= 1,2,3...

X= O, S, N, Csp2, etc.

GRUPOSPOLARIZÁVEIS E

COMPACTOS.

NO2, CN, CCO

OR',

,

F , etc.

HET

Esquema 1 : Representação esquemática de uma molécula com

propriedades líquido cristalinas.

O núcleo rígido central geralmente é formado por anéis aromáticos,

condensados ou conectados por funcionalidades que limitem as rotações

Page 24: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

7

livres como carbonos sp2, carbonos sp, iminas, ésteres, grupo azo etc.

Também são comumente encontrados anéis heterocíclicos como

piridinas,12 a pirazinas,12 b t iofenos 12 c etc.12 d fazendo parte do núcleo

mesogênico. Ligados a esse núcleo devem existir grupos periféricos

longos. Geralmente são utilizados grupos alquilas de cadeia extensa

conectadas diretamente à parte rígida ou através de um heteroátomo

como oxigênio, enxofre, nitrogênio, etc. A função desses grupos é

principalmente garantir a anisometria do sistema. A presença de

grupamentos laterais polares não é realmente um requisito indispensável

para que um composto apresente mesomorfismo, entretanto a presença de

tais grupos aumenta consideravelmente as interações laterais e o

momento de dipolo longitudinal o que favorece a formação das

mesofases, além de diminuir o ponto de fusão.13

1.5 Classificação dos cristais líquidos termotrópicos segundo

a sua forma geométrica.

Os cristais líquidos termotrópicos podem ser classificados de

acordo com sua forma geométrica; eles modem ser calamíticos ou

discóticos. Os cristais líquidos calamíticos são mais conhecidos. Sua

principal característica é apresentar anisometria em apenas uma direção,

ou seja, em um eixo de coordenadas o tamanho da molécula em uma

direção é muito maior do que nas outras duas. Tais cristais líquidos

geralmente são encontrados em forma de bastão. Os cristais líquidos

discóticos apresentam anisometria em duas direções (Fig. 3). Moléculas

pertencentes a essa classe apresentam formato de disco.

Page 25: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

8

Calamítico Discótico

R R

RR PirenoTetra substituído

N

N OCH3

H3CO

Bis- (4-metoxifenil)-diazeno

R = Grupos aromáticos contendo duas ou mais cadeias alquílicas longas

Figura 3: Anisometria em cristais líquidos calamíticos e discóticos.

Há também outras estruturas não convencionais capazes de gerar

mesofases termotrópicas, dentre elas destacam-se os compostos

diméricos (bimesógenos) 2 ,1 4 complexos induzidos por ligações de

hidrogênio 3 ,15 metalomesógenos 4,16 moléculas em forma de “V” 5 1 7

etc (Fig. 4).

Page 26: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

9

N

N

RO

NO

R

OO

H2n+1Cn O

OH2n+1Cn

H

H

NNH

O

O

HN

OCn H2n+1

Cn H2n+1

NN

NN

R'O

R'O OR' R'O OR'

OR'

R'O OR'

OR'

R'O

R'OOR'

ZnCl Cl

N

RO

O

O O

O

N

OR

4

NN

NC CN

O OO O

C10H21O OC10H21

2

3

4 5

Figura 4: Cristais líquidos com geometria não convencional.

1.6 Tipos de mesofases.

Como já foi dito, de um modo geral existem basicamente dois tipos

de mesofases que podem ser exibidas pelos cristais líquidos: mesofases

esméticas ou nemáticas. As demais mesofases são casos especiais dessas

como, por exemplo, a mesofase colestérica encontrada nos compostos

derivados do colesterol é na verdade uma mesofase nemática quiral,

comumente encontrada em compostos com comportamento nematogênico

contendo pelo menos um centro estereogênico. A identificação das

mesofases pode ser feita utilizando várias técnicas como microscopia

óptica de luz polarizada (MOLP) identificando as texturas

características, calorimetria diferencial por varredura (DSC), difração de

raios-X de mesofases, etc.6

A mesofase nemática (N) é a mais comumente encontrada na

maioria dos cristais líquidos, ela é caracterizada por exibir ordem

orientacional e nenhuma ordem posicional (Fig. 5). Nesse estado as

moléculas orientam-se em uma mesma direção, essa direção é associada a

um vetor então chamado diretor n . É apenas esse alinhamento em uma

direção que difere essa mesofase do estado líquido isotrópico. Outra

Page 27: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

10

característica marcante da nemática é o fato dela exibir alta fluidez em

comparação com as demais mesofases.

Figura 5: Representação da mesofase nemática (N) e em verde o vetor

diretor.

A mesofase esmética (Sm) está mais próxima do sólido cristalino

que do estado líquido isotrópico. Esta mesofase é caracterizada por

apresentar ordem orientacional e posicional. Daí vem a sua baixa fluidez

em comparação com a nemática. Nesse estado as moléculas estão

alinhadas em uma direção e ocorre então a formação de camadas. Essas

camadas podem deslizar livremente uma sobre as outras, isso difere essa

mesofase do estado sólido onde as moléculas não possuem liberdade de

movimentação.6 Há um fenômeno interessante que ocorre nesse tipo de

mesofase; quando as camadas se auto-organizam as moléculas que a

compõe podem apresentar uma inclinação então observa-se a formação de

um ângulo entre o eixo perpendicular ao plano das camadas z e o eixo

principal (vetor diretor) n das moléculas. Isso resulta no aparecimento de

diferentes tipos de mesofase esméticas, cada uma com um ângulo de

inclinação diferente. Essas diferentes esméticas tem sido nomeadas com

letras A,B,C... .K de acordo com a ordem cronológica de sua descoberta,

sendo as mesofases SmA e SmC as mais comumente observadas em

compostos calamíticos com comportamento esmetogênico. A mesofase

SmA é uma mesofase bastante ordenada, nesse caso as moléculas estão

Page 28: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

11

orientadas na mesma direção do eixo normal z diferentemente da

mesofase SmC, onde observa-se a formação de um ângulo de inclinação

em relação a esse eixo (Fig. 6).

Figura 6: Representação da mesofases SmA e SmC, em verde o vetor

diretor n e em vermelho o eixo normal z .

Os cristais líquidos discóticos podem ainda apresentar além da

mesofase nemática mesofases colunares. Essas mesofases apresentam

colunas formadas por moléculas em formas de disco empilhadas uma

sobre as outras, essas colunas podem se organizar tanto em retângulos

Colr como em hexágonos Colh (Fig.7).

Figura 7: Representação esquemática da mesofases nemáticas e

colunares exibidas por CLs discóticos.

Cristais líquidos contendo centro estereogênico são capazes de

gerar mesofases quirais. Tais mesofases apresentam um arranjo

diferente.18 A presença do centro quiral faz com que cada camada de

moléculas que se forme possua um ângulo de inclinação diferente e o

Page 29: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

12

resultado disso macroscopicamente é

a formação de um arranjo helicoidal periódico (Fig. 8). Uma das mais

importantes mesofases quirais é a SmC*. A importância dessa mesofase é

que, pelo fato dela ser inclinada e quiral exibe polarização espontânea,

mesofases com essas características são chamadas ferroelétricas.

Figura 8: Representação esquemática da mesofase SmC*.

A priori pensava-se que apenas mesofases inclinadas e quirais

poderiam exibir ferroeletricidade e antiferroeletricidade, como postulado

por Meyer e colaboradores.1 9 a ,b Esse conceito foi perdido com a

descoberta dos cristais líquidos em forma de banana e juntamente com

eles as mesofases bananas B1, B2 etc.2 0 Esses compostos mesmo sem

possuir um centro estereogênico são capazes de exibir mesofases

ferroelétricas e antiferroelétricas devido ao seu arranjo macroscópico,

Page 30: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

13

similar àquele observado nos cristais líquidos que apresentam mesofase

SmC*.

1.7 Aplicações dos cristais líquidos

Compostos que exibem propriedades líquidas cristalinas têm

aplicações bem diferentes. Como mencionado anteriormente, cristais

líquidos liotrópicos encontram a maioria das suas aplicações em sistemas

biológicos, em geral eles são utilizados como sabões, surfactantes,

fosfolípídeos etc. Alguns desses cristais também são utilizados como

sistemas modelo para o estudo das membranas celulares (Fig. 9).

O

O

Na -+ N P+

O OO C15H31

O

O C15H31

Cl -

Figura 9: Exemplos de cristais líquidos liotrópicos

Ao contrário desses, os cristais líquidos termotrópicos encontram

suas aplicações na área tecnológica principalmente no desenvolvimento

de dispositivos eletrônicos e ópticos. As propriedades da anisotropia

elétrica dos cristais líquidos, responsáveis pelo fato do vetor diretor

responder rapidamente a um campo elétrico aplicado, são as bases da

maioria de suas aplicações. Devido a sua baixa condutividade elétrica

quando sob a ação de um campo elétrico, pouca energia é consumida.

Assim o uso de mostradores de cristais líquidos (LCD) têm sido

dominante no desenvolvimento de dispositivos mostradores portáteis,

onde o consumo de energia é um fator crucial.21 Dentre esses

dispositivos destacam-se: os mostradores de nemático torcido NT e

nemático supertorcido NST,22 mostradores de cristais líquidos

ferroelétricos estabilizados por superfícies (SSFLC),2 3 e mostradores de

cristais líquidos dispersos em uma matriz polimérica PSLC .24

Cristais líquidos tem também tido grande impacto comercial no

desenvolvimento de sensores de temperatura,2 5 nesses dispositivos são

Page 31: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

14

utilizados cristais líquidos N* devido ao fato de que o seu comprimento

de onda de reflexão depender fortemente da temperatura.6 Outras muitas

aplicações ópticas podem ser encontradas cristais líquidos são utilizados

em: válvulas de luz, Laser, dispositivos de telecomunicação,

processadores de sinais etc. Aplicações mais ousadas como na indústria

alimentícia e na medicina, mais especificamente no direcionamento de

fármacos estão em desenvolvimento.

1.8 Luminescência.

É chamada luminescência a emissão de luz por uma substância

quando submetida a algum estímulo.26 O primeiro registro científico

sobre a luminescência de um composto orgânico é datado de 1887

quando Radziszewski observou que a lofina (Fig. 10) não emitia luz

quando aquecida na ausência de gás oxigênio.27 Essa observação pioneira

permitiu Wiedemann um ano depois a usar pela primeira vez o termo

quimioluminescência.28

N

N

H

Lofina Figura 10: Estrutura da lofina.

Com o passar dos anos começou-se a classificar os diferentes tipos

de luminescência de acordo com a sua origem. Aquela gerada a partir de

uma reação química como, por exemplo, a oxidação do luminol com

peróxido de hidrogênio, é chamada quimioluminescência. Quando a luz é

produzida por um ser vivo tem-se então a bioluminescência a exemplo

dos vaga-lumes, e dos fitoplânctons que habitam as águas do pacífico.

Page 32: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

15

Há ainda outros tipos como a radioluminescência, eletroluminescênica

etc.26 A luminescência induzida por incidência de luz (fótons) é chamada

fotoluminescência. Em moléculas orgânicas as transições eletrônicas

entre os orbitais π e os orbitais π* são as responsáveis pela

fotoluminescência. Esse processo ocorre quando um elétron do orbital

molecular de maior energia ocupado (HOMO) é excitado e passa a ocupar

o orbital antiligante desocupado de mais baixa energia (LUMO). Esse

fenômeno na verdade exige a absorção de fótons para ocorrer. O estado

excitado formado é metaestável e rapidamente decai para o estado

fundamental emitindo fótons observa-se então a emissão de luz pela

substância.29

1.9 Aplicações de compostos luminescentes.

Compostos luminescentes têm, cada vez mais, atraído interesse dos

pesquisadores ao redor do mundo, devido ao seu grande potencial na área do

desenvolvimento tecnológico. Vários compostos orgânicos, polímeros e complexos

metálicos (Fig. 11) têm encontrado grandes aplicações. As mais recentes estão ligadas à

medicina mais especificamente na detecção infecções causadas principalmente por

vírus. 30 Outras aplicações como filmes, vidros inteligentes, sensores para medição de

radiação ultravioleta já são disponíveis no mercado.

Page 33: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

16

O

HO

HNFmoc

NH

O N

N

N

N

N

NRu

2+

Fmoc-Lys (BP Ru) -OH 6

N

NN

Ir

7

N N

NPDOO

S

SS

OO OO

H H

n

pEDOT

FF

F

F

F

F

8

9 Figura 11: Compostos luminescentes com aplicações tecnológicas.

Certamente a tecnologia que faz o maior uso de compostos luminescentes é a do

desenvolvimento de OLEDs - Organic Light-Emitting Diode ou diodo orgânico

emissor de luz. Tal tecnologia foi desenvolvida pela Kodak em 1980 com a promessa de

telas planas muito mais finas, leves e baratas que as telas de LCD. A idéia nesse caso é

contruir diodos orgânicos composto por moléculas eletroluminescentes. A principal

vantagem a qual diminui o custo desse tipo de dispositivo é que as camadas de

compostos orgânicos podem ser diretamente depositadas sobre a superfície da tela, ao

contrário dos diodos tradicionais. Outra vantagem de uma tela de OLED, é que ela gera

sua própria luz não precisando de luz de fundo ou lateral e isso diminui o tamanho do

dispositivo bem como o consumo de energia consideralvelmente, tornado sua aplicação

em equipamentos portáteis como palmtops e notebooks bastante promissora. Alguns

fabricantes preferem chamar a tecnologia do OLED de OEL (Organic Eletro-

Luminescence).

REFERÊNCIAS

1. Reinitzer, F. Mh. Chem. 1888, 9, 421.

Page 34: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

17

2. a) Gattermann, L.; Ritschke, A. Ber. Deut. Chem.Ges. 1890 , 23 ,

1738. b) Vorländer; D. Ber. Deut. Chem.Ges. 1906 , 39 , 803.

3. a) Lehmann, O. Z. Phys. Chem. 1889, 4, 462. a) Kelker, H.; Scheurle, H. Angew.

Chem. Int, 1969, 8, 884. b) Gray, G.W.; Harrison, K.J.; Nash, J.A. Electronics Lett.

1973, 9, 130.

4. Chandrasekhar, S.; Ranganath, G.S.; Rep. Prog. Phys. 1990 , 53 , 57.

b) Merlo, A.A.; Gallardo, H.; Taylor, T.R. Quim. Nova. 2001 , 23 .

5. a) Walba, D. M.; Vohra, R. T.; Clark, N. A.; Handschy, M. A.; Xue, J., Parmar, D.

S.; Lagerwall, S. T.; Sharp, K.; J. Am. Chem. Soc. 1986, 108, 7424. b). Walba, D.

M.; Clark, N. A.; Ferroelectrics 1988, 84, 65. c) Walba, D. M.; Clark, N. A.; Wand,

M. D.; Vorha, R.; Ferroelectrics 1991, 121, 219.

6. Collings, P.J.; Patel, J.S. Handbook of Liquid Crystal Research.

Oxford University press, New York 1997.

7. Chandrasekhar, S. Liquid Crystals . Cambridge University

Press.Cambridge 1992 .

8. Lawson, K. D.; Flautt, T.J. J. Am. Chem. Soc. 1967 , 89 , 5489.

9. Melo Filho, A.A.; Laverde Jr. , A.; Fujiwara, F.Y. Langmuir 2003 ,

19 , 1127.

10.Burducea, G. Rom. Rep. Phys. 2004 , 66.

11.Collings, P.J.; Hird, M. In: Introduction of Liquid Crystals.

Chemistry and Physics. CRC Press, 1997.

12.a) Bhowmik, P. K.; Wang, X.; Han, H. Liquid Cryst.. 2007, 34, 841. b) Hammam,

A. S.; Aly, K. I.; Radwan, Sh. M.; Abdel-Rahman, M. A. J. Sulfur Chem. 2007, 28,

547. c) Shah, J.; Brown, J. W.; Buckley-Dhoot, E. M.; Bandara, A. J. J. Mat.

Chem. 2000, 10, 2627. d) Mataga, S.; Ishii, T.; Era, M.; Maeda, S.; Aramaki, S.;

Goromaru, H.; Sakai, Y. Jpn. Kokai Tokkyo Koho 2007, 26pp.

13.Cristiano, R.; Santos, D.M.P.D.; Gallardo, H. Liquid Cryst. 2005 , 32 ,

7.

14.Reddy, R.A.; Tschierske, C. J. Mat. Chem. 2006 , 16 , 907.

15.Brienne, M.J.; Lehn, J. M.; Stibor, I. Eur. Pat. Appl. 1991.

16.Cavero, E.; Uriel, S.; Romero, P.; Serrano, J.L.; Gimenez, R. J. Am.

Chem. Soc. 2007 , 129 , 11608.

17.Cristiano, R.; Westphal, E.; Bechtold, I.H.; Bortulizzi, A.J.; Gallardo,

H. Tetrahedron , 2007 , 63 , 2851.

Page 35: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

18

18.Blinov, L.M.; Chigrinov, V.G. Electrooptics Effects in Liquid Crystal

Materials . Springer, 1994 .

19.a) Meyer, R.B.; Liérbert, L.; Strzelecki, L.; Keller, P.; J. Phys. Lett.

1975 , 36 , 69. b) Meyer, R.B.; Mol. Cryst. Liq. Cryst. 1977 , 40 , 33.

20.Pelzl, G.; Diele, S.; Weissflog, W. Adv. Mater. 1999 , 11 , 707. e

referências citadas nele.

21.Pinhanez, C. In The Everywhere Displays Projector: A Device to Create

Ubiquitous Graphical Interfaces. Springer, 2001.

22.Hass, G. US Patent 5375006 , 1994.

23.Handschy, M. A.; III, L.S.; Masterson, H. US Patent 5347378, 1994.

24.Wu, Y.H.; Liang, X.; Lu, Y.Q.; Du, F.; Lin, Y.H.; Wu, S.T. Apll. Optics, 2005, 44,

4394.

25.Moreira M.F.; Carvalho, I.C.S.; Cao, W.; Bailey, C.B.; Taheri, B.; Palffy- Muhoray,

P. Applied Phys. Lett., 2004, 85, 2691.

26.Valeur, B. In: Molecular Flourescence: Principles and Applications,

Wiley-VCH, 2001.

27.Radziszewski, B.; Ber. Det. Chem. Ges. 1877, 10, 70.

28.Wiedemann, E.; Ann. Physik & Chemie 1888, 34, 446.

29.Lakowiez, J.R. In: Principles of flourescense spectroscopy. Plenum

Publishers, 1999 .

30.Seidel, C. W.; Ursula-Henrike,W.; Hoss, E. US Patent 6531572, 2003.

31.Patrik, S.; Westling, D.; In OLED: Evaluation and clarification of the new Organic

Light Emitting Display. Technology Undergraduate thesis Y-level, Linköping

University, Linköping Suécia, 2002.

Page 36: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

19

CAPÍTULO 2

SÍNTESE DE NOVOS CRISTAIS

LÍQUIDOS LUMINESCENTES EM

FORMA DE BASTÃO DE HOCKEY

CONTENDO 1,2,4-OXADIAZÓIS

COMO NÚCLEO MESOGÊNICO.

“ Um pesquisador sempre diz a verdade, com toda sinceridade sem nenhuma enrolação”

R.M. Srivastava

Page 37: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

20

CAPÍTULO 2

Síntese de novos cristais líquidos luminescentes em

forma de bastão de hockey contendo 1,2,4-oxadiazóis

como núcleo mesogênico.

2.1 Os 1,2,4-oxadiazóis

Os compostos 1,2,4-oxadiazóis são bem conhecidos da literatura química

(Fig. 12). Até o presente momento cinco revisões discutem sobre

métodos de preparação, reações e aplicações dos compostos contendo

essa classe de heterociclo.1 a - e

N

N

OR'

R

R ou R' = aril ou alquil

1

2

3 4

5

Figura 12: Estrutura dos 1,2,4-oxadiazóis

Pelo menos cinco drogas comerciais contendo 1,2,4-oxadiazóis ganharam

certa popularidade na década de 60 devido a suas propriedades

analgésicas, antiinflamatórias, anti-helmínticas e antitussinogências.

Outros compostos ainda foram comercializados como anestésicos locais e

vasodilatadores das artérias coronárias (Fig. 13).2

Page 38: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

21

N O

N N

N O

N HN

N N O

N HN

N

N O

NN

N O

NN

N O

N HN

N

HO

Oxolamine (antitussinogênico e antiinflamatório)

Irrigor(anestésico e vasodilatador)

Libexin (antitussinogênico)

anestésico e analgésicoanestésico e antihelmíntico analgésico e antihelmíntico

Figura 13 : 1,2,4-oxadiazóis utilizados como drogas terapêuticas.

Há ainda dados na literatura sobre muitos outros estudos

biológicos envolvendo 1,2,4-oxadiazóis e observou-se várias outras

propriedades além daquelas utilizadas na terapêutica tais como:

inseticida, fungicida, bactericida, herbicida etc.3 Hoje em dia também já

é conhecido que tais compostos podem atuar como bioisósteres de ésteres

e amidas, podendo ser assim utilizados no planejamento de fármacos.

Recentemente, essa classe de heterociclo vem se mostrando também

eficiente para aplicações na química de materiais. Encontra-se até agora

esse heterociclo presente em compostos com aplicações em: dispositivos

ópticos com baixa perda de transmissão, deslocadores de fase em

dispositivos ópticos, equipamentos formadores de imagem e OLEDs.4

Há vários métodos para sintetizar o anel 1,2,4-oxadiazol. Um dos

métodos mais comuns envolve a reação entre amidoximas e uma fonte de

C-5, geralmente uma carbonila ativada, ou seja, propensa a sofrer uma

reação de adição e eliminação. Assim são utilizados: cloretos de ácido,5a

anidridos,5 b isouréias,5 c acil-mesilatos,5d acil-carbonatos,5 e ésteres,5 f

etc.5g Há na literatura adaptações desses protocolos para síntese em fase

sólida e em condições secas.6 a , b Outros métodos menos utilizados

envolvem cicloadições 1,3-dipolares de óxidos de nitrila a nitrilas,7 a a

oxidação de 4,5-dihidro-1,2,4-oxadiazóis7b e rearranjos foto-induzidos

de 1,2,5-oxadiazóis.7 c Existem também métodos mais sofisticados que

envolvem o uso de complexos de ferro ou paládio (Esquema 2).8 a ,b

Page 39: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

22

N

NO R'

RNH2

NOH

R O

X R'

X= Cl, OCOR' OEt, OMs, OCOEt.

NH

NO R'

R

C NR

C NR' O-+

NH2

NOH

R

+ +R'2I+BF4- CO

[Pd]

MnO2

NH2

NOH

R

+ Cl3C R'

NO

N

RHN

O

R'

R' = AromáticosFlourados

hνref. 8b

ref. 5a-f

ref. 7a

ref. 7b

ref. 7c

Esquema 2: Rotas sintéticas para obtenção de 1,2,4-oxadiazóis.

Os primeiros cristais líquidos (CL) contendo os 1,2,4-oxadiazóis

foram relatados em 1994 por Karamysheva e colaboradores.9 Em seguida

Torgova e colaboradores demonstraram que essa classe de heterociclo é

realmente promissora na busca por mesomorfismo em moléculas

orgânicas.1 0 Em seu trabalho eles descrevem as propriedades térmicas de

vários CL contendo 1,2,4-oxadiazóis em função de mudanças estruturais.

Fatores como a distribuição não-simétrica dos heteroátomos e da

densidade de carga, aliados a certa aromaticidade e sua não planaridade

tornam esse anel de cinco membros um excelente núcleo mesogênico

(Fig. 14).

Page 40: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

23

N

NO

N

NO

N

NO

+0.248

Ph

+0.244

- 0.119

- 0.131

- 0.004 δ +δ −

113,8 o

102,8 o114,2 o

103,2 o

106,1 oDistribuição de

cargas

Cargas parciais

Ângulos diédricos

Figura 14: Fontes de não-simetria dos 1,2,4-oxadiazóis.

2.2 Objetivos

A junção de várias propriedades em um mesmo material é algo

cada vez mais procurado nos dias de hoje. Portanto foi de nosso interesse

sintetizar, caracterizar e avaliar as propriedades térmicas e fotofísicas de

uma série de CLs em forma de bastão curvado contendo o anel 1,2,4-

oxadiazol como núcleo mesogênico. Além da capacidade de auto-

organização, a ampla conjugação fará com que estes compostos sejam

luminescentes. Essas características fazem desses compostos fortes

candidatos para aplicações tecnológicas como: semicondutores, materiais

transportadores de cargas, OLEDs etc.

2.3 Planejamento de Cristais líquidos em forma de bastão

curvado contendo o anel 1,2,4-oxadiazol

Em busca do mesomorfismo planejamos as estruturas da seguinte

maneira: O núcleo rígido composto por um anel 1,2,4-oxadiazol contendo

um grupo fenílico no C-3 e uma cadeia aromática com alta conjugação

ligada no C-5. Conectados a esse núcleo mesogênico foram inseridos

grupos periféricos compostos por cadeias alcoxi longas com dez ou doze

carbonos para garantir a anisometria. Assim, foram planejados os

compostos 11-15 (Fig.15).

Page 41: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

24

N O

NOCnH2n+1

RO

11a n= 1011b n= 12

N O

N

RO

13

N O

NN

RO

N R

14N O

NOR

RO

NO212

N O

N

RO

O

OR15

OR

R= C10H21 Figura 15: Moléculas alvo derivadas dos 1,2,4-oxadiazóis 11-15

2.4 Estratégia sintética e caracterização dos produtos

Primeiramente foi realizada a síntese das amidoximas 19a-e .

(Esquema 3)

CN

HO+ CnH2n+1Br

K2CO3

butanonarefluxo

12h

CN

H2n+1CnO

NH2OHEtOH/H2O

refluxo12h

H2n+1CnO

NH2

NOH

16 17a-d 18a-d

19a-e

a) n

a: n = Hexila

b: n = Octila

c: n = Decila

d: n = Dodecila

e: n = Metila

Esquema 3: Síntese das amidoximas 15a-d.

Partindo do 4-cianofenol 16 foi feita uma alquilação utilizando K2CO3 e

um brometo de alquila 17a-d , foi utilizada uma quantidade catalítica de

Page 42: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

25

KI como catalisador em butanona sob refluxo. 1 1 As reações foram

acompanhadas por cromatografia em camada delgada CCD que

mostraram a formação de apenas um produto de maior Rf após 12h de

reação. As nitrilas 18a-d foram obtidas em bons rendimentos que

variaram de 91-96%.As nitrilas 18a-d são compostos já relatados na

literatura, portanto, sua caracterização foi feita por comparação dos

pontos de fusão, e pelo espectro de infravermelho. A nitrila 18e estava

disponível no laboratório e foi obtida a partir de fontes comerciais.

De posse das nitrilas 18a-d , foram sintetizadas as amidoximas

19a-e , utilizando o método de Tieman com modificações.1 3 a ,b A reação

entre nitrilas e hidroxilamina em EtOH/H2O para obter amidoximas

geralmente pode ser feita à temperatura ambiente. Em nosso caso esse

método frio foi tentado levando a formação do produto

desejado.Entretanto devido à baixa solubilidade das nitrilas 18a-d em

EtOH/ H2O, isso em virtude da presença das grandes cadeias apolares,

foi necessário o uso de uma grande quantidade de solvente e de um longo

tempo reacional. Visando uma melhoria dessa condição, a reação foi

realizada em refluxo, e levou a formação dos produtos desejados após

16h de reação em rendimentos de 73-87% . Mesmo com aquecimento não

observamos a formação de amidas primárias que são produtos laterais

formados nessa reação.Esses compostos são conhecidos da li teratura e

sua identificação foi feita baseando-se na comparação dos pontos de

fusão e pela análise dos espectros.1 2 No caso do composto inédito 19c foi

também realizada a análise elementar CHN .

A fim de preparar o heterociclo 1,2,4-oxadiazol seria necessária

uma fonte de C-5, em nosso caso escolhemos usar os cloretos dos ácido

4-bromobenzóico 20 e 4-iodobenzóico 21 . (Esquema 4) Esses cloretos de

acila 22 e 23 foram preparados pela reação dos respectivos ácidos

Page 43: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

26

a) n

a: n = Hexila

b: n = Octila

c: n = Decila

I

SOCl2

refluxo12h

21

O

OH

I

23

O

Cl 119a-e

Pyrefluxo

12h

H2n+1CnO

N O

NI

25a-e

Br

SOCl2

refluxo12h

20

O

OH

Br

22

O

Cl 19c

Pyrefluxo

12h

H2n+1CnO

N O

NBr

24c

d: n = Dodecila

e: n = Metila

Esquema 4: Síntese dos 1,2,4-oxadiazóis 24-25

20 e 21 em cloreto de tionila puro sob refluxo.14 A formação de cloretos

de acila sob essas condições é conhecida por fornecer conversões

praticamente quantitativas do material de partida, de modo que esses

foram utilizados na próxima etapa sem quaisquer, caracterização prévia

ou cálculo de rendimento,

A reação dos cloretos 22 e 23 com as amidoximas apropriadas 19a-

e em piridina e refluxo forneceu os oxadiazóis 24c e 25a-e em

rendimentos de moderados a bons (51-95%).1 5 O mecanismo da formação

do heterociclo é bem conhecido e já descrito na literatura.1a (Esquema

5)

Page 44: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

27

H2n+1CnO

N OH

NH2 XO

Cl

NH2

N O

OH2n+1CnO

X

N O

H2+

N O-H2n+1CnO X

N O

HN OHH2n+1CnO X Lentamente

24 ou 25

- H2O

+

19 22 ou 2326

2728

Esquema 5: mecanismo de formação dos 1,2,4-oxadiazóis 24 e 25

conforme Clapp.1 a

Os intermediários 24c e 25a-e não são descritos na literatura e

suas estruturas foram elucidadas pela análise dos espectros de IV, RMN 1H e 13C bem como análise elementar. Os espectros de IV concordaram

com as estruturas propostas. (Fig. 16)

Figura 16: Espectro de infravermelho (KBr) do composto 25c.

Page 45: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

28

Os espectros de RMN 1H mostraram os sinais presentes na

estrutura. A região de campo mais alto mostrou os sinais correspondes

aos grupos periféricos. Os sinais do CH3 terminal, dos CH2 da cadeia

longa, do CH2 beta e alfa alcoxi apareceram em 0,89, 1,28, 1,43, 1,81 e

4,02 ppm respectivamente. Na região de campo baixo observa-se um

fenômeno interessante que será ilustrado observando o espectro de 18j .

Os hidrogênios desse iodeto aparecem em 6,98 ppm (Ha e Ha’) e outro

em 8,06 ppm (Hb e Hb’) ambos com integração 2, ou seja, esses dois

sinais descrevem o sistema de spins de um dos anéis fenila, mais

especificamente daquele onde está ligado à cadeia alcoxi. O outro

sistema de spins deveria aparecer também como um sistema AA’BB’,

entretanto observa-se apenas um singleto de integração 4 em 7,91 ppm.

Isso ocorre porque coincidentemente os hidrogênios Hc, Hc’, Hd e Hd’

tem a mesma freqüência de ressonância assim o sinal desses hidrogênios

aparece coalescido na forma de um singleto. Interessantemente esse

efeito é observado apenas nos compostos 25a-e . O brometo 24c apresenta

os quatro sinais esperados para os dois sistemas aromáticos. A resolução

dos sinais foi conseguida realizando um espectro em benzeno deuterado

(C6D6). Na presença de um solvente como benzeno ou piridina ocorre à

formação de um complexo entre a molécula e o solvente, dentro desse

novo ambiente altamente anisotrópico as freqüências de ressonância dos

pares Hd, Hd’ e Hc e Hc’ são bastante diferentes, logo se observa a

resolução dos sinais (Fig. 17) .

Page 46: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

29

(a)

(b)

Figura 17: Ampliação da região aromática do espectro de RMN 1H 300 MHz do

composto 18j em: a) CDCl3 e b) C6D6 .

Page 47: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

30

Os espectros de RMN 13 C também confirmaram os sinais do anel

1,2,4-oxadiazol uma vez que se observou a presença dos picos referentes

a C-3 e C-5 em 161,9 e 169,0 respectivamente.12

De posse dos intermediários 24-25 o acesso aos produtos finais 11-

15 seria conseguido pela reação de acoplamento cruzado entre os

acetilenos terminais 29-33 com o iodeto 25c (acoplamento Sonogashira).

É conhecido da literatura que reações desse tipo funcionam melhor com

iodetos aríl icos do que com brometos. Como os acetilenos 29-33 não são

disponíveis comercialmente tiveram que ser preparados a partir dos

reagentes comerciais seguindo a rota relatada por Cristiano e

colaboradores (Esquema 6).16

I

OH

I

H2n+1CnO

Br

HO

Br

OH

Br

OC10H21

K2CO3

butanonarefluxo

12h

K2CO3

butanonarefluxo

12h

Br

C10H21O

K2CO3

butanonarefluxo

12h

+

+

NaOH (cat)

Toluenorefluxo

4h

37a-b(91%)

38(87%)

39 (89%)

OH

PdCl2(PPh3)2, CuI, PPh3

Et3N: THF (7:3)refluxo

16h

H2n+1CnO

OH

H2n+1CnO+

OH

PdCl2(PPh3)2, CuI, PPh3

Et3N: THF (7:3)refluxo

16h C10H21O

NO2

OH

NaOH (cat)

Toluenorefluxo

4h

C10H21O17c

OH

PdCl2(PPh3)2, CuI, PPh3

Et3N: THF (7:3)refluxo

16h

17c

OC10H21

OH

NaOH (cat)

Toluenorefluxo

4h

C10H21O

17c-d

36

35

34

41a-b

42

43

29a, n = 10 (71%)29b, n = 12 (73%)

30 (51%)

31 (45%)

O2N

O2NO2N

N N C10H21

32

40

40

40

Esquema 6: Síntese dos acetilenos terminais 22a,b-25 .

Para sintetizar os acetilenos 29-33 partiu-se da alquilação dos compostos

34, 35 e 36 , em butanona e K2CO3 utilizando os haletos 17c-d . Os

produtos foram obtidos em bons rendimentos 87-92%. As estruturas

foram confirmadas pela análise dos espectros de infravermelho que

mostrou absorções semelhantes àquelas já relatadas na literatura.13 A

próxima etapa consiste no acoplamento Sonogashira entre os produtos

37-39 e o 2-metil-3-butin-2-ol (MEBYNOL) 40 em Et3N:THF (7:3) na

presença de uma quantidade catalítica de PdCl2(PPh3)2 , CuI e PPh3 e

Page 48: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

31

refluxo. Existem na literatura diversos sistemas catalíticos diferentes

para a reação de Sonogashira.1 7 O protocolo acima foi adotado por ter se

mostrado eficiente em reações de acoplamento em sistemas similares já

descritos na literatura.1 6 A reação funciona bem e leva aos alquinóis

desejados 41-43 em bons rendimentos (74-69%). Observamos que as

reações de acoplamento com os iodetos aromáticos levam aos melhores

rendimentos, enquanto as reações envolvendo brometos levam aos

produtos em menores rendimentos. Aspectos mecanísticos a respeito da

reação de Sonogashira ainda são obscuros e muito discutidos na

comunidade científica. Atualmente acredita-se que a reação, utilizando

catalisadores de paládio (II), ocorra via três ciclos catalít icos. (Esquema

7) O ciclo A se inicia com o acetileno terminal sendo desprotonado pela

base utilizada, geralmente uma amina. O ânion acetileto reage com o

iodeto de cobre (I) levando a formação do acetileto de cobre, que

finalmente sofre transmetalação com complexo de Pd2 + I gerando o

complexo II que sofre uma eliminação redutiva, reduzindo o Pd2 + a Pd0

III e formando o produto de homoacoplamento. Nesse estado de

oxidação inicia-se o ciclo B com o complexo de Pd0 III sofrendo uma

adição oxidativa por um halogeneto de arila dando origem ao complexo

trans IV . Na presença de um organometálico, no caso da reação de

Sonogashira um acetileto de cobre, gerado no ciclo C, o qual é

semelhante ao A, ocorre uma transmetalação levando a formação do

complexo σ-acetilido V . O intermediário V sofre então uma isomerização

para VI e promove a liberação do produto acoplado regenerando a

espécie III , reiniciando o ciclo catalítico B.1 7 (Esquema 7) Estudos

recentes apontam para alguns fatores que influem significativamente na

eficiência desse ciclo catalítico nas reações de Sonogashira. Amatore e

colaboradores, 1 8 através de medidas cinéticas e estudos de RMN,

demonstraram que a velocidade dessa reação é bastante afetada pela

natureza e concentração do acetileno. Outras observações importantes

são o fato da presença do CuI ser fundamental na formação dos

complexos σ-acetilido IV , pois os acetiletos de cobre são mais reativos

que os acetilenos terminais, reações sem cobre tendem a ser muito lentas

Page 49: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

32

devido a competição com a formação de complexos π-acetilidos pouco

reativos.1 9

Pd

Ph3P PPh3

Ph3P PPh3

PdX PPh3

Ph3P Ar

ArX

Pd

C PPh3

Ph3P Ar

CR

PdC Ar

Ph3P PPh3

CR

III

IV

V

VI

Adição oxidativaEliminação

redutiva

X= Br ou I

CCR Cu

CuX

CCR HAmina

CCR

AminaH+I-Isomerização

Transmetalação

PRODUTO

CCR H

Amina

CCR

AminaH+I-

Transmetalação

CCR Cu

CuX

Pd

Ph3P Cl

Ph3P Cl

I

C C RAr

Pd

Ph3P C

Ph3P C

II

C

C

R

R

2PPh3

CCR C C REliminação

redutiva

CICLO A

CICLO B

CICLO C

II

II

II

II

II

0

PRODUTO DEHOMOACOPLAMENTO

Esquema 7: Ciclo catalítico para reação de Sonogashira mediada por Pd2+.

Para obter os acetilenos terminais procede-se então com a

desproteção dos alquinois 41-43 utilizando o procedimento desenvolvido

por Trofimov e colaboradores,2 0 que consiste no uso de quantidade

catalítica de NaOH em tolueno sob refluxo. A reação leva a bons

rendimentos (51-73%) para os acetilenos 29a,b-23 , o composto 31 foi

Page 50: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

33

obtido em um rendimento bem menor (45%) após purificação por

cromatorgrafia em coluna.

A respeito do mecanismo para a desproteção de Trofimov e

colaboradores, baseados sobre as idéias de Conte, 21 propomos um ciclo

catalítico para essa reação. Primeiramente, o alquinol I na presença da

base está em equilíbrio com o ânion II . Evidentemente a desprotonação

de I por um íon hidróxido não pode ocorrer via uma reação direta, e isso

pode ser concluído observando os valores de pKa dos ácidos conjugados

dessas bases. Sabendo que a água pura apresenta pKa = 15.74 e os pKa

de álcoois terciários são da ordem de 18 fica evidente que tal

desprotonação não é um processo favorável.22 a Assim, mesmo com um

equilíbrio desfavorável, a pequena proporção de II formada rapidamente

sofre perda de acetona gerando o ânion acetilênico III. Este ânion é uma

base bastante forte e facilmente promove a desprotonação do alquinol I

gerando o acetileno terminal desejado IV e novamente a espécie II , que

inicia novamente o ciclo catalít ico. (Esquema 8)

AROMÁTICOS OH

AROMÁTICOS O-

AROMÁTICOS

O

AROMÁTICOS OH

AROMÁTICOS

OH-+

I

II

IIII

IV

Esquema 8: Ciclo catalítico para a desproteção do grupo C(CH3)2OH proposto neste

trabalho.

Continuando a obtenção dos outros dois acetilenos restantes da

série 29-33 , o composto 32 foi obtido pela referencia 22b. Partimos

então para a síntese do último acetileno terminal 33 . (Esquema 9)

Page 51: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

34

O

OH

BrMeOH

H2SO4 (cat)

O

OMe

Br

OH

PdCl2(PPh3)2

Et3N:Py (5:5)refluxo

16h32

+O

OMeHO

KOHi-PrOHrefluxo

7h

O

OH

CuI, PPh3

O

OC10H21

C10H21OH

MétodosA, B e C

MÉTODO A: H2SO4 (cat), tolueno, refluxo

MÉTODO B: 1) SOCl2, DCM, refluxo 12h 2) C10H21OH

MÉTODO C:C10H21OH, DCC, DMAP, CH2Cl2, t.a. 24h

4225b

17f 4344

45

Esquema 9: Síntese do acetileno terminal 33

A síntese envolve primeiramente, o preparo do ácido 4-etinil benzóico 46

que, embora seja um reagente comercial, não estava disponível. Para

atingir esse composto realizamos primeiramente a esterificação ácido-

catalisada do ácido 4-bromobenzóico 21 em metanol, que rendeu o éster

44 em rendimento quantitativo. Em seguida 44 foi transformado no

alquinol 45 através do acoplamento Sonogashira com o Mebynol 32 em

Et3N:Py na presença de uma quantidade catalítica de PdCl2(PPh3)2 , CuI

e TPP. Obtido, o alquinol 45 foi submetido à reação de desproteção em

i-PrOH e KOH que rendeu o ácido 46 .2 3 A última etapa consistiria na

esterificação do ácido 46 com o 1-decanol 47 . Como não haviam métodos

descritos na literatura para a síntese de 33 foram testados vários métodos

já descritos para esterificação. Métodos quentes como a esterificação de

Fisher levaram a apenas a produtos de decomposição. Uma pesquisa na

literatura revelou que o ácido 46 sofre facilmente polimerização quando

aquecido, 2 3 e tais protocolos não devem ter funcionado devido a isto.

Em outra tentativa realizamos a reação com DCC/DMAP em CH2Cl2 a

temperatura ambiente,24 mas ainda assim não se observou a formação do

produto 33 , muito provavelmente devido à insolubilidade do ácido 46 .

Devido a essa dificuldade em obter 33 a estratégia para atingir o CL 15

foi alterada. Essa nova estratégia será discutida posteriormente.

Page 52: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

35

A última etapa da síntese foi o acoplamento Sonogashira entre o iodeto

25c e os acetilenos 29-32 (Esquema 10).

RO

N O

NI + Aromático

PdCl2(PPh3)2

Et3N:THF(7:3)refluxo

16h

CuI, PPh3

RO NO

N

Aromático

C10H21

NO2

C10H21OC10H21

C12H25

NNC10H21

25c 29-32 11-14

Aromático Aromático

29a

29b

30

31

32

R= C10H21

Esquema 10: Síntese dos CL 11-14.

A reação foi realizada a temperatura ambiente em Et3N:THF utilizando

uma quantidade catalítica de PdCl2(PPh3)2 , CuI e TPP. As reações foram

acompanhadas por CCD com revelação em luz ultravioleta de alto

comprimento de onda, que revelou a formação de um único produto em

todos os casos. Após o manuseio, os CL 11-14 foram obtidos em bons

rendimentos (74-82%).

Nova estratégia para a síntese do CL 15

Para atingir o composto 15 foi realizada uma inversão de

funcionalidades, haja vista que não obtivemos sucesso na síntese do

acetileno terminal 33 . Primeiramente realizou-se a síntese do alquinol 47

através do acoplamento entre 24c e o Mebynol 40 utilizando o mesmo

sistema catalítico descrito para os acetilenos 29-31 . (Esquema 11). A

reação funcionou bem fornecendo o composto 47 em 81% de rendimento.

Page 53: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

36

C10H21O

N O

NBr +

PdCl2(PPh3)2

Et3N:THF(7:3)refluxo

16h

CuI, PPh3

C10H21O

N O

N

40

OH

24c

OH

MÉTODO A OU B

C10H21O

N O

N

47

48

MÉTODO A: NaOH(cat), tolueno, refluxo 4h MÉTODO B: KOH, i-PrOH, refluxo, 7h

Esquema 11: Primeira tentativa de síntese do acetileno 48.

Em seguida a reação de desproteção em refluxo em tolueno com NaOH

deveria render o alquino 48 , entretanto apenas uma complexa mistura de

produtos de decomposição foi observada. Outras tentativas de

desproteção utilizando KOH em BuOH ou em i-PrOH foram feitas,

entretanto o mesmo padrão de decomposição foi observado. A priori

deduzimos que o problema dessas reações é o fato do anel 1,2,4-

oxadiazol ser sensível a NaOH, e sofrer hidrólise básica via ataque

nucleofílico no C-5. Para isso então mudamos a estratégia sintética

partindo dos intermediários acíclicos, sendo o fechamento do anel a

etapa final para a síntese de 48 . Partindo do ácido 46 foi preparado o

cloreto de acila 49 seguindo o método descrito por Litt e

colaboradores.23 Após essa primeira etapa foi realizada a reação entre 49

e a amidoxima 19c que deveria render o acetileno 48 , entretanto pra

nossa surpresa obtivemos apenas uma mistura de produtos de

decomposição (Esquema 12).

C10H21O

N O

N

48

O

OH

O

Cl

SOCl2

19c, Py refluxo4946

CH2Cl2

Esquema 12: Segunda tentativa de síntese do acetileno 48.

A observação feita na CCD revelou que o padrão de decomposição era

muito semelhante àquele observado na etapa de desproteção do alquinol

Page 54: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

37

47 . Essas observações nos levaram a concluir que na realidade o alquino

48 estava se formando em ambas as rotas sintéticas, entretanto deve

possuir baixa estabilidade térmica. A fim de resolver esse problema seria

necessário recorrer a um método frio para a obtenção do composto 46 .

Partindo do brometo 24c realizamos a reação de Sonogashira utilizando o

trimetilsililacetileno 50 utilizando PdCl2(PPh3)2 , CuI e TPP em

quantidade catalítica em Et3N:Py à 50oC, geralmente esse tipo de

acoplamento é feito à temperatura de refluxo, mas devido a grande

volatilidade do acetileno 50 a temperatura utilizada foi mais baixa

(Esquema 13). 2 5

C10H21O

N O

NBr +

PdCl2(PPh3)2

Et3N:Py(5:5)50oC24h

CuI, PPh3

C10H21O

N O

N

5024c

C10H21O

N O

N

51

48

SiMe3 SiMe3

K2CO3MeOH:DCM

t.a.

Esquema 13: Síntese do acetileno 48

Após 24 horas de reação o silano 51 foi obtido em 80% de rendimento.

Sua estrutura foi confirmada primeiramente pelos espectros de IV que

mostraram a presença da tripla ligação em 2154 cm- 1. A presença do

grupamento Si(CH3)3 foi confirmada pelo espectro de RMN 1H que

mostrou um singlete bastante blindado em 0.29 ppm de integração 9. A

desproteção do grupo SiMe3 foi feita a temperatura ambiente, util izando

K2CO3 em MeOH/CH2Cl2.26 A reação forneceu o acetileno 48 em um

ótimo rendimento de 98%. Embora bastante utilizada na literatura, não

há relatos a respeito do mecanismo para essa desproteção. Então foi de

nosso interesse propor uma explicação para o mesmo. Geralmente

reações de desproteção de silanos são feitas em meio básico ou

util izando flouretos, isso devido à força da ligação Si-O e Si-F. Portanto,

na presença desses nucleófilos, propomos a formação de um complexo de

Page 55: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

38

silício pentacoordenado. Complexos dessa natureza já foram preparados

e identificados sob essas condições.27 Após a formação do complexo 52

ocorre uma quebra da ligação Si-C levando a formação do acetileto 53 . A

formação de organometálicos a partir de complexos pentacoordenandos

de silício já foi discutida recentemente por Pierrat e colaboradores, e

esse passo é crucial no acoplamento catalizado por cobre e paládio entre

silanos ativados e iodetos de arila (acoplamento Hiyama).28 Finalmente o

intermediário 53 na presença de um solvente prótico (MeOH) é

convertido no acetileno 48 . (Esquema 14)

C10H21O

N O

N

SiOH-

SiOH

K- SiMe3OH

RR R KH MeOH R

R =

H

51 52 53 46

Esquema 14: Mecanismo de desproteção do silano 51.

A fim de comprovar a necessidade de um metal na reação de desproteção

do grupo SiMe3 realizamos dois experimentos adicionais: o silano 51 foi

dissolvido em um sistema de MeOH/ CH2Cl2 (5:5), adicionou-se então 1

eq. de TEA para garantir a alcalinidade do meio reacional. Paralelamente

em um outro experimento adicionou-se KI. Ambas as reações foram

deixadas sob forte agitação à temperatura ambiente por uma noite.

Depois desse período verificou-se por CCD que apenas a reação

contendo KI apresentou a desproteção do grupo SiMe3. A presença do

produto desprotegido foi também confirmada pelo espectro de IV dos

produtos brutos de ambas as reações. Esses dois experimentos suportam

a nossa hipótese e nos dão uma forte evidência experimental sobre o

mecanismo proposto por nós.

A identificação de 48 foi feita utilizando técnicas

espectroscópicas. A presença do C-H do acetileno terminal foi

confirmada primeiramente pelo espectro de IV que mostrou uma banda

fina em 3279 cm- 1 característica desse tipo de estiramento. Após isso o

Page 56: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

39

espectro de RMN 1H confirmou, mais uma vez, a presença desse grupo.

O sinal do hidrogênio apareceu como um singlete em 3,28 ppm.

De posse do alquino 48 , o outro grupo a ser sintetizado foi o

iodeto 54 . Esse composto foi facilmente preparado a partir do ácido 4-

iodobenzóico 23 utilizando uma esterificação de Fischer com o 1-decanol

47 .2 9 (Esquema 15) Essa reação rendeu o produto desejado em um

rendimento de 82% esse composto já é relatado na literatura e sua

identificação foi feita pela comparação dos espectros.

C10H21O

N O

N

46

O

OHI

+ C10H21OHDean-Stark

Toluenorefluxo

18h

H2SO4

O

OC10H21I

PdCl2(PPh3)2

Et3N:THF(7:3)t.a

16h

CuI, PPh3+

5423

54

C10H21O

NO

N

OOC10H21

15

47

Esquema 15: Síntese do composto15.

A etapa para obtenção do último composto desta série foi o

acoplamento Sonogashira entre o alquino 48 e o iodeto 54 . A reação foi

realizada em Et3N:THF (7:3) na presença de uma quantidade catalítica de

PdCl2(PPh3)2, CuI e PPh3 a temperatura ambiente. A reação forneceu um

único produto a partir da análise por CCD. O composto final 15 foi

obtido em bom rendimento (81%). (Esquema 15)

Identificação dos compostos 11-15

A identificação de 11-15 foi feita utilizando técnicas

espectroscópicas e análise elementar. No espectro de infravermelho

foram observadas bandas características de cada composto, como por

exemplo, o espectro de 15 que mostrou uma banda fina em 1710 cm- 1

característica do grupo éster. Os espectros de RMN 1H mostraram a

presença dos três anéis aromáticos, (Fig. 21) nos compostos 11, 12, 14 e

Page 57: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

40

15 enquanto no composto 13 pode-se observar claramente a presença do

grupo naftila (Fig. 18).

Figura 18: Espectro de RMN 1H 400 MHz do composto 11a em CDCl3.

Figura 19: Espectro de RMN 1H 400 MHz do composto 13 em CDCl3.

Page 58: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

41

Nesses casos a atribuição dos sinais não é uma tarefa fácil e deve ser

feita com cautela, pois somente baseando-se em dados da literatura é

muito fácil cometer erros na atribuição de cada sistema aromático. A fim

de fazer uma atribuição mais correta realizamos alguns experimentos

adicionais de RMN. O tipo de experimento realizado, a sua necessidade e

os resultados obtidos serão discutidos a seguir. Ilustrativamente iremos

demonstrar o estudo realizado, utilizando os dados obtidos para o

composto 11b os demais compostos foram estudados seguindo o mesmo

protocolo.

1) Experimento de espectroscopia por correlação (1H-1H COSY)

O objetivo desse experimento era verificar dentro dos sistemas

aromáticos quais eram os pares de hidrogênios aromáticos que estavam

acoplando em vista que se observa a presença de seis dubletes cuja

constante de acoplamento era praticamente a mesma. Observando a

expansão desse espectro na região aromática é fácil de ver as correlações

que indicam os pares acoplantes. Partindo da premissa que Hc é o

hidrogênio mais desblindado, por ser o mais susceptível ao efeito

retirador do anel 1,2,4-oxadiazol, consideramos que ele é o dubleto em

8,17 ppm. O dubleto em 7,65 ppm apresenta correlação com 8,17 ppm,

logo ele é o próton Hd. Pela mesma linha de raciocínio, Hb também é

desblindado devido ao efeito retirador do heterociclo; considerando

como sendo o próton em 8,09 ppm pela correlação Hb-Ha conclui-se que

Ha deve ser o sinal em 7,00 ppm. Logo os sinais que sobram são em

7,48 e 6.88, como estes se correlacionam entre si fica claro que são os

prótons Hf e He. Embora a figura 20 mostre a estrutura com os prótons

Hf e He já atribuídos, a sua identidade só foi realmente confirmada

utilizando outras técnicas como será visto a diante. (Fig. 20)

Page 59: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

42

Figura 20: Espectro COSY do composto 11b em CDCl3

2) Experimento correlação heteronuclear 1H-13C de longa distância

com detecção de hidrogênio (HMBC).

Esse experimento forneceria informações acerca da identidade dos

pares dos hidrogênios e de alguns carbonos. Conhecendo o deslocamento

químico dos carbonos do anel 1,2,4-oxadiazol é fácil a partir da

correlação identificar quais os hidrogênios aromáticos presentes na

posição alfa ao anel heterociclo. A partir dos dados obtidos do espectro

COSY a identidade dos demais dubletes aromáticos é rapidamente

descoberta. No tópico 1 atribuímos os sinais de Hb e Hc a partir da

tendência retiradora de elétrons do anel 1,2,4-oxadiazol. Observando a

expansão do espectro para essa área de interesse é possível ver que Hc se

correlaciona com o C-5 (179 ppm) do anel heterociclo, enquanto Hb tem

correlação a longa distância com o C-3 (169 ppm) essa correlação

confirma a premissa anterior. (Fig. 21) Sabendo a partir do COSY o sinal

de Hd pelo HMBC, é possível saber qual o carbono da tripla ligação que

está a uma distancia de três ligações desse próton. Identificando esse

carbono, facilmente pode ser notado que seu vizinho correlaciona-se com

He cujo sinal em 7,48 ppm correlaciona-se no COSY com Hf (6.48 ppm).

Page 60: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

43

Assim com o HMBC foi possível a atribuição inequívoca dos sinais

presentes no sistema aromático.

Figura 21: Espectro HMBC do composto 11b em CDCl3

4) Experimento de intensificação sem distorção por transferência de

polarização (DEPT).

Esse experimento foi indispensável na atribuição dos sinais dos

carbonos aromáticos, pois permite, de uma só vez, saber quais sinais são

de carbonos quaternários, terciários, secundários e primários. Isso é

bastante importante principalmente na identificação dos carbonos C-H

dos anéis aromáticos, os carbonos quaternários desses anéis e o par de

carbonos da tripla ligação. (Fig. 22)

Page 61: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

44

Figura 22: Espectro DEPT do composto 11b em CDCl3

Observando o espectro DEPT pudemos concluir que o sinal presente em

68.12 ppm é de fato o carbono da cadeia lateral ligado ao oxigênio e que

os dois primeiros sinais do espectro são das metilas terminais. Os CH2

das cadeias longas laterais puderam ser observados como sinais

negativos sobrepostos.

4) Experimento correlação heteronuclear 1H-13C com detecção de

hidrogênio (HMQC).

Esse experimento fecha o quebra cabeça do jogo da atribuição dos

sinais para 11, 12, 13 e 15 , pois uma vez conhecendo a identidade dos

hidrogênios aromáticos podemos facilmente fazer a atribuição dos

carbonos ligados a eles.

Page 62: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

45

Figura 23: Espectro HMQC do composto 11b em CDCl3.

Apenas com os experimentos descritos acima, a atribuição completa do composto 14

não seria totalmente possível, pois os hidrogênios do anel piperazinico (s e t) não

poderiam ser distinguidos. Observando a estrutura desse composto, desconfiamos da

existência de um efeito nuclear overhauser (NOE) entre os hidrogênios s e a parte

aromática enquanto o hidrogênio t não deveria apresentar esse efeito. Foi feito então um

espectro NOESY o qual confirmou a hipótese levantada. Embora a intensidade do NOE

seja pequena 4% é possível ver que s acoplam com os sinais aromáticos b e o enquanto t

tem NOE apenas com a parte alifática. (Fig. 24)

Page 63: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

46

Figura 24: Espectro NOESY 1D com irradiação no hidrogênio s do composto

14.

2.5 Propriedades térmicas

As transições térmicas dos compostos sintetizados foram estudadas

por microscopia óptica de luz polarizada (MOLP) e por calorimetria

diferencial por varredura (DSC). As análises termogravimétricas

forneceram informações acerca da estabilidade térmica dos produtos.

Durante a síntese observamos que alguns dos intermediários

sintéticos mostraram interessantes propriedades térmicas que valem a

pena serem discutidas antes daquelas dos compostos finais 11-15 . O

composto 24c exibiu uma mesofase N monotrópica metaestável a 90 oC,

em contrapartida o seu análogo com iodo 25c não exibiu mesomorfismo.

Esse fato ilustra claramente a importância do tamanho dos grupos

terminais. O grande tamanho do átomo de iodo dificulta o alinhamento

das moléculas bem como a formação de camadas impossibilitando a

formação das mesofases. O mesmo efeito é observado quando

comparamos os intermediários 47 ,48 e 51 . Os compostos contendo

grupos protetores volumosos 47 (CMe2OH) e 51 (SiMe3) não exibiram

Page 64: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

47

mesomorfismo, enquanto o alquino 48 apresentou um intervalo de

aproximadamente 14oC de uma mesofase N enantiotrópica. (Fig. 25).

Figura 25: Efeito de grupos volumosos sobre o mesomorfismo.

Os compostos finais 11-15 exibiram propriedades liquido

cristalinas muito interessantes. Os compostos 11, 13 e 14 exibiram um

mesomorfismo bastante similar mostrando comportamento esmetogênico

e nematogênico (Fig. 26).

Page 65: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

48

Figura 26: Mesomorfismo exibido pelos compostos 11-15.

As atribuições das mesofases foram feitas observando as texturas

características por MOLP.3 0 As mesofases nemáticas exibiram texturas

Schileren; a presença de pontos singulares contendo quatro linhas

garante uma interpretação inequívoca desta mesofase. A textura

homeotrópica também pôde ser observada (Fig. 27).

Page 66: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

49

(a) (b)

Figura 27: Micrografias das texturas características observadas por MOLP com

aumento de 33X. (a) Textura tipo Schileren da mesofase nemática exibida pelo

composto 13 . (b) Textura homeotrópica exibida pelo mesmo composto.

Em relação às esméticas, para essa série em particular apenas a

SmC e SmA foram observadas, sendo ambas caracterizadas pelas texturas

tipo leque-quebrado e focal cônica. (Fig. 28)

Figura 28:. Micrografias das texturas características observadas por MOLP com

aumento de 33X. Textura tipo leque-quebrado da mesofase SmA exibida pelo

composto 14

Observando as transições apenas por MOLP não é tão fácil

observar o efeito térmico do aumento da cadeia lateral, entretanto por

DSC esse efeito é facilmente observado. Primeiramente com o aumento

da cadeia ocorre uma diminuição do ponto de fusão e do ponto de

clareamento, ou seja, na temperatura em que o composto começa a exibir

Page 67: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

50

mesomorfismo e aquela em que se torna um líquido isotrópico. O

composto 11b , por possuir uma cadeia lateral maior, funde cerca de 17oC

a menos que 11a e atinge o líquido isotrópico cerca de 21oC antes deste.

Há também um efeito no intervalo de mesofases, o composto 11a exibe

62.72oC de comportamento esmetogênico enquanto 11b exibe uma faixa

maior de 72.16 oC. Por outro lado 11a exibe 25.31 oC de mesofase N

enquanto 11b apenas 13.34 oC. O aumento da cadeia lateral dificulta o

deslizamento das moléculas umas sobre as outras que é o modo como as

mesofases nemáticas se formam, logo o aumento da cadeia lateral

favorece o comportamento esmetogênico.3 1 A incorporação de um

grupamento éster também tem grande influência sobre as propriedades

térmicas. Comparando o composto 15 com 11a podemos observar que

15apresenta menores pontos de fusão (94.7 oC) e de clareamento

(174.4oC ). Em relação à faixa de mesomorfismo 15 apresenta

praticamente o mesmo intervalo de mesofase SmC (58.56 oC), mas um

intervalo bem menor de mesofase N (6.56 oC). Isso acontece pela

presença de um grupo polarizante (grupo ester), a presença desse grupo

aumenta as interações laterais provocando a formação de camadas

favorecendo assim as propriedades esméticas e baixando o ponto de

fusão.

O aumento da rigidez do núcleo mesogênico devido à presença do

grupo naftila não provoca uma mudança considerável no ponto de fusão,

tendo 13 apenas 6 oC a menos que 11a , entretanto o ponto de clareamento

de 13 foi bem mais elevado (228.8 oC). O efeito mais pronunciado nesse

aumento de rigidez é observado no intervalo de mesofase SmC. Enquanto

11a apresenta apenas 62.72 oC, 13 apresenta incríveis 104.65 oC graus de

mesofase. Isso acontece devido à presença de dois anéis aromáticos, que

aumenta consideravelmente as interações intermoleculares por forças de

van der Walls, favorecendo o empacotamento das moléculas e a formação

de camadas que são características das mesofases esméticas. Por outro

lado estas características só são realmente irrelevantes na formação das

mesofases esméticas e tem pouca influência sobre o intervalo das

mesofases nemáticas. Isso pode ser facilmente constatado observando

Page 68: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

51

que 11a e 13 tem praticamente a mesma faixa de mesofase N 25.31 e

23.18 oC respectivamente.

Outro fenômeno muito interessante que ocorre nessa série se dá

durante a transição N-SmC. Em geral todos os compostos exibiram

mesofase N com textura Schileren , entretanto, antes da transição para a

mesofase esmética, todos eles exibiram textura homeotrópica (Fig. 29),

ou seja, as moléculas antes da transição assumem uma nova orientação.

Figura 29:. Micrografias das texturas características observadas por MOLP

com aumento de 33X. Mudança da textura Schileren para a homeotrópica antes

da transição N-SmC do composto 13.

Geralmente a textura homeotrópica pode ser induzida esfregando-se

mecanicamente a lamínula contendo o CL em plena mesofase N, essa

perturbação faz com que as moléculas alinhem-se paralelas ao eixo da

luz, impedindo a passagem dela, assim o que se vê é uma escuridão

muito parecida com a exibida pelo estado líquido isotrópico (Fig. 30).

ORIENTAÇÃO PLANA ORIENTAÇÃOHOMEOTRÓPICA

luz luz

Observador Observador

Figura 30: Orientação das moléculas nas texturas Schileren e homeotrópica.

Page 69: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

52

Os compostos 12 e 14 mostraram comportamento puramente

esmetogênico. Para esses dois compostos observou-se à presença das

mesofases SmC e SmA. As atribuições foram realizadas observando as

texturas características por MOLP. Foram observadas principalmente as

texturas, focal cônica e leque quebrado. A transição entre as mesofases

SmA e SmC pôde ser também visualizada por MOLP, observando a

deformação dos cones da textura. ( Fig. 31)

(a) (b) (c)

Figura 31: (a) Textura focal cônica de uma mesofase SmA exibida pelo

composto 12. (b) Transição SmA-SmC para o mesmo composto. (c) Textura focal

cônica de uma mesofase SmC exibida pelo composto 12.

O composto 12 exibiu o menor ponto de fusão de toda série, como

era esperado, haja vista que já é conhecido da literatura que a presença

de um grupo NO2 na posição orto ao alcoxi diminui o ponto de fusão.32

O mais inesperado nesse composto é a grande faixa do mesomorfismo

exibido por ele (88 oC de mesofase), em vista que foi relatado por Osman

que a presença de um grupo lateral ligado no núcleo mesogênico

diminuiria a estabilidade das mesofases devido a efeitos estéricos.32

Entretanto, em nosso caso esse efeito não foi predominante sobre a alta

polarização exercida pelo grupo lateral nitro. Essa polarização

provavelmente levou a um aumento do momento de dipolo longitudinal

da molécula, favorecendo assim as interações dipolo-dipolo levando a

formação de mesofases mais organizadas (SmA e SmC) em uma ampla

Page 70: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

53

faixa de temperatura. Efeitos semelhantes aos observados a esta série já

foram previamente relatados por Conte.21

O composto 14 também exibiu apenas propriedades esméticas.

Assim como o grupo NO2 o anel piperazina na posição para também

favorece a formação de mesofases mais organizadas devido ao aumento

das interações entre as camadas. Embora tenha mostrado uma boa faixa

de mesomorfismo, esse composto apresentou este comportamento apenas

no aquecimento, pois apresentou decomposição ainda na mesofase, não

chegando a atingir o estado líquido isotrópico.

A estabilidade térmica dos compostos sintetizados 11-15 foi

avaliada por análise termogravimétrica. Todos os compostos

apresentaram boas estabilidades térmicas com exceção de 11e que

apresentou decomposição ainda na mesofase. A tabela 1 compila os

dados de DSC (temperatura e entalpia de mudança de fase) e de TGA

(temperatura de decomposição).

Tabela 1 : Propriedades térmicas dos compostos 11a-f. N O

N

C10H21O

Ar

Composto Ar Transição T / °C, Aquecimento

(∆H/kJ.mol-1) a

T / °C, resfriamento

(∆H/kJ.mol-

1) a

Tdec. / °C b

11a OC10H21Cr-SmC SmC-N

N-I

107.8 (58.5) 167.5 (0.42) 193.4 (1.56)

80.2 (-25.6) 165.3 (-

0.57) 192.4 (-

1.75)

325

11b

OC12H21 Cr(I)-Cr(II)Cr(II)-SmC

SmC-N N-I

90.9 (24.8) 105.0 (2.46) 161.1 (0.80) 181.3 (1.50)

81.1 (-26.3)

158.9 (-0.81)

177.2 (-1.60)

314

Page 71: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

54

12 OC10H21

NO2

Cr-SmC SmC-SmA

SmA-I

86.0 (36.4) 148.1 (largo)153.3 (2.22)

59.4 (-37.0) 145.1 (largo)

148.9 (-2.30)

295

13 OC10H21 Cr-SmC SmC-N

N-I

101.1 (57.8) 202.9 (0.97) 228.8 (1.39)

81.4 (-42.1) 202.5 (-

0.67) 225.6 (-

1.13)

337

14

N N C10H21

Cr(I)-Cr(II)Cr(II)-SmCSmC-SmASmA-Dec.

104.9 (5.47) 124.7 (2.44) 175.2 (3.56)

246

- - - -

246

15 O

OC10H21

Cr-SmC SmC-N

N-I

94.7 (14.8) 159.7 (0.96) 174.0 (0.08)

89.9 (-9.10) 145.6 (-1.60)169.6 (-0.11)

305

a Determinado por microscopia óptica e DSC (10ºC/min). b Determinado por TGA, início de decomposição em nitrogênio (20ºC/min).

2.6 Propriedades fotofísicas

Os espectros de UV-Vís dos compostos 11-15 foram realizados em

solução de CHCl3 1x10- 5 molL-1(Fig. 32). Os compostos 11a e 11b

Figura 32: Espectro de absorção dos compostos 11-15 em CHCl3.

Page 72: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

55

mostraram curvas de absorção similares com λab s = 333 nm. A

similaridade dessas curvas se dá ao fato de ambos compostos possuírem

o mesmo grupo cromóforo central. Os compostos 12 e 15 mostram um

deslocamento hipsocrômico da ordem de 13 nm em relação à 11a e 11b

apresentando máximos de absorção em 320 e 321 nm respectivamente.

Isso ocorre devido à presença de grupos retiradores de elétrons, NO2 (12)

e COOR (15), l igados no sistema aromático desses compostos. As bandas

de absorção dos compostos 13 e 14 aparecem deslocadas

batocromicamente em aproximadamente 23 nm em relação à 11a e 11b

com máximos de absorção de 346 e 349 nm respectivamente. Isso ocorre

por dois motivos: 13 apresenta um anel a mais na conjugação e isso faz

com que o composto absorva em um comprimento de onda mais alto.33 O

compostos 14 apresenta um grupo forte doador de elétrons (NR2) a

presença desse grupo faz com que se observe um efeito inverso àquele

observado em 12 e 15 .

Os compostos 11,12,13 e 15 apresentaram boa luminescência na

região do azul e o composto 14 na região do verde. A fluorescência azul

é realmente desejada para aplicações em dispositivos ópticos, uma vez

que a luz azul tem boa pureza espectral. Por emitir na região do azul a

sua absorção ocorre no vermelho, havendo assim uma grande distancia,

em termos de comprimento de onda, separando o máximo de absorção do

máximo de emissão evitando assim que ocorram interferências. Os

espectros de emissão foram realizados em solução de CHCl3. As

observações visuais puderam ser confirmadas observando a curva de

fluorescência onde todos os compostos apresentaram máximos de

emissão em torno de 410 nm com exceção de 14 que apresentou emissão

na região do verde em 468 nm. (Fig. 33)

Page 73: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

56

Figura 33: Espectro de emissão dos compostos 11-15 em CHCl3. utilizando λe x i ta çã o =

330 nm . .

Os rendimentos quânticos de fluorescência foram obtidos em

relação ao padrão bissulfato de quinina em uma solução de H2SO4 1N,

utilizando a equação 1. Onde Ia mo s t r a é a área sob a curva da amostra,

Ipad r ão a área sob a curva do padrão, Aa mo s t r a absorbância da amostra ,

Ap a d r ão absorbância do padrão em 360 nm, ηp ad r ão o índice de refração do

solvente utilizado no padrão e ηa mo s t r a o índice de refração do solvente

utilizado na amostra.3 4

Φamostra = ΦPadrão . (Iamostra / Aamostra) . (Apadrão / Ipadrão) . (ηpadrão / ηamostra)2

ΦPadrão = 0,55

ηamostra (CHCl3)=1,4476

ηpadrão (água)=1,333

(ηpadrão / ηamostra)2 = 1,333/1,4476 = 0,9208

Equação 1

Page 74: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

57

A maioria dos compostos apresentou rendimentos quânticos de

fluorescência em torno de 65% (11a, 11b e 13) o composto 14 apresentou 42% de

rendimento quântico essas emissões são atribuídas as transições π- π *. Os compostos

12 e 15 apresentaram os menores valores de 2 e 14 % respectivamente. Compostos

aromáticos contendo o grupo NO2 são conhecidos por apresentarem fraca fluorescência.

A razão disso é que nesses compostos, assim como naqueles contendo o grupo COOR, a

emissão observada é devido a excitação n-π * que suprime a emissão π - π * exibida nos

produtos 11a,11b e 13 . A influência desses grupos supressores de luminescência pode

ser facilmente vista comparando a intensidade de fluorescência entre os compostos

homólogos 11a, 12, e 15.

Os compostos 11-15 também exibiram luminescência em fase sólida. Para a medida

foram feitos filmes finos obtidos por deposição rotatória (spin coating) dos compostos

em solução de CHCl3 (Fig. 34). A tabela 2 compila os dados fotofísicos de absorção e

emissão.

Figura 34: Luminescência exibida pelos filmes finos dos compostos 11-15.

Page 75: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

58

Tabela 2: Propriedades fotofísicas para a série 11-15.

Composto λa b s .

( n m) (ε/104)

λe m.

( n m)

Deslocamento

de Stokes (nm)

ΦF

(%)

λa b s .a

( n m)

λe m.a

( n m)

Deslocamento de

Stokesa ( n m)

11a 333 (4.7) 412 79 0.647 358 408 49

11b 333 (4.0) 413 80 0.652 354 408 55

12 321 (4.2) 405 84 0.021 349 424 133

13 345 (3.6) 437 92 0.646 358 440 82

14 351 (2.2) 468 117 0.423 366 492 172

15 320 (5.9) 411 91 0.140 355 422 125

a Medidas realizadas nos filmes finos.

2.7 Uma breve comparação entre as propriedades térmicas

e fotofísicas de cristais líquidos luminescentes contendo

1,2,4 e 1,3,4-oxadiazóis.

Na literatura estão relatadas por Cristiano e colaboradores a

síntese, comportamento mesomórfico e propriedades fotofísicas de

alguns CLs contendo o anel 1,3,4-oxadiazol.16 Estes compostos são

análogos àqueles sintetizados nesse trabalho. Neste tópico faremos uma

breve comparação entre os resultados obtidos com a série 1,2,4-

oxadiazol e com a série 1,3,4-oxadiazol a fim de saber qual a vantagem

e/ou desvantagens de usar um ou o outro heterociclo para esse tipo de

aplicação. Os compostos descritos na literatura são os análogos às

estruturas 11a , 11b , 12 , 13 e 14 . (Fig. 35)

Page 76: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

59

N N

OOCnH2n+1

RO

55a n= 1055b n= 12

N N

O

RO

57

N N

ON

RO

N R

58

N N

OOR

RO

NO256

OR

R= C10H21

Figura 35: Compostos análogos a 11-14 contendo o anel 1,3,4-oxadiazol utilizados

para comparação.

Comparação entre as propriedades térmicas: Faixa/tipo de mesofase

e temperaturas de decomposição.

A figura 36 traz um gráfico de barras contendo as temperaturas de

fusão, faixas de mesofase e valores das temperaturas de decomposição

dos compostos análogos 1,2,4 e 1,3,4-oxadiazóis.

Figura 36: Tipos e faixas de mesofases exibidos pelos compostos 11-14 e seus análogos

55-58.

Page 77: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

60

Observando o gráfico pudemos concluir que ambos CL contendo

esse heterociclo tem um mesomorfismo bastante similar, mostrando o

mesmo tipo de mesofases (SmC, SmA e N). Em geral todos os compostos

contendo o anel 1,2,4-oxadiazol apresentaram menores pontos de fusão e

maior faixa de mesofase, com exceção de 14 que sofre decomposição

antes de tornar-se um liquido isotrópico. Também é possível perceber

que os produtos derivados dos 1,2,4-oxadiazóis apresentam uma

tendência a exibir uma faixa mais ampla de mesofases mais organizadas

(esméticas). Isso ocorre devido à assimetria do anel 1,2,4-oxadiazol, essa

assimetria faz com que momentos de dipolo longitudinais se formem

aumentando as interações laterais, favorecendo assim a um aumento na

ordem posicional das mesofases. Como o anel 1,3,4-oxadiazol é

simétrico às interações laterais são feitas basicamente por interações do

tipo van der Walls cuja magnitude é bem inferior às interações por

dipolo. Embora apresentem um melhor mesomorfismo, os 1,2,4-

oxadiazóis são bem menos termicamente estáveis que os 1,3,4-oxadiazóis

como pode ser visto na figura acima. Essa diferença é provavelmente

devido à presença da ligação N-O no anel 1,2,4-oxadiazol. Esta ligação é

bastante deficiente de elétrons e assim pouco estável sendo susceptível a

sofrer quebras em condições muito drásticas. A estabilidade do isômero

1,3,4 permitiu a observação do ponto de clareamento do produto 58 o

mesmo não foi observado no análogo 14 que decompôs ainda na

mesofase.

Comparação entre as propriedades fotofísicas: λa b s , λa b s e rendimento

quântico de fluorescência.

A tabela 3 contém os dados fotofísicos da série de compostos

análogos.

Page 78: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

61

Tabela 3: Comparação entre as propriedades fotofísicas dos compostos

11a-f e 54-58 .

Composto λa b s .

( n m)

λe m.

( n m)

ΦF

(%)

Composto λa b s .

( n m)

λe m.

( n m)

ΦF

(%)

11a 333 413 65 55a 338 395 80

11b 333 412 65 55b 340 395 81

12 321 390 2 56 332 386 3

13 346 437 65 57 347 460 84

14 349 468 42 58 354 460 52

É possível observar que ambos heterocíclos absorvem e emitem luz

ultravioleta praticamente na mesma região (região do azul). Os

compostos contendo o anel 1,2,4-oxadiazol em todos os casos apresentam

rendimento quântico de fluorescência inferior aos análogos 1,3,4-

oxadiazol. Isso também é uma conseqüência da não planaridade do anel

1,2,4-oxadiazol que prejudica a conjugação.

A conclusão parcial que observamos dessa comparação é que os

1,2,4-oxadiazóis são melhores geradores de mesomorfismo que o isômero

1,3,4 sendo assim mais apropriados para aplicações que exijam

mesofases estáveis e temperaturas não muito elevadas. Em contrapartida

os 1,3,4-oxadiazóis são mais recomendados para aplicações que exijam

temperaturas elevadas e aplicações ópticas devido ao seu maior

rendimento quântico de fluorescência. Obviamente que apenas um

pequeno número de moléculas estão sendo comparadas neste trabalho, e

mais estudos com outros compostos, precisam ser realizados.

REFERÊNCIAS

1. a) L.B. Clapp In: Advance in Heterocyclic Chemistry A.R. Katritzky, Editor,

Vol. 20, Academic Press, New York, NY 1976, pp. 65–116. b) L.B. Clapp In:

Comprehensive Heterocyclic Chemistry A.R. Katritzky and C.W. Rees, Editors,

Vol. 6, Pergaman Press, London 1984, pp. 365–391. c) J.C. Jochims In:

Comprehensive Heterocyclic Chemistry, II A.R. Katritzky, C.W. Rees and

E.F.V. Scriven, Editors, Vol. 4, Elsevier Science (1996), pp. 179–228. d) K.

Page 79: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

62

Hemming, J. Chem. Res. 2001, 216 pp. 209–216. e) Kayukova, L.A. Pharm. J.

Chem. 2005, 39, 539-547.

2. a) M. De Gregório, Panminerva Med. 1962, 4, 90. b) Eloy, F.; Lenaers, R. Bull.

Chim. Therap. 1966, 347 c) Sterne, J. ; Hirsch, C. Therapie 1965, 20, 89-95 d)

K. Harsanyi, P. Kiss, D. Korbonits and I.R. Malyata, Arzneim.-Forsch. 1966 16,

615.

3. a) Manabe, A. Jpn. Kokai Tokkyo Koho 2003, 12 pp. b) Sugihara, K.; Fujinami,

M.. PCT Int. Appl. 1999, 18 pp. c) Jeschke, P.; Wachendorff-Neumann, U.;

Erdelen, C.; Turberg, A.; Mencke, N.. Ger. Offen. 1995, 35 pp.d) Jeschke, P.;

Wachendorff-Neumann, U.; Erdelen, C.; Mencke, N.; Turberg, A. Ger. Offen.

1995, 40 pp. e) Kumita, I.; Niwa, A.; Sano, C.; Takagi, M.. Jpn. Kokai Tokkyo

Koho 1993, 12 pp. f) Gadebusch, H. H.; Basch, H. I. Antimicrobial Agents and

Chemotherapy 1974, 6, 263-7. g) Sousa, A. A.; Chitwood, H. C.; Durden, J. A.

Nematocides. 1964, 32 pp.

4. a). Kawamonzen, Y.; Nakayama, T.(Toshiba Corp., Japan). Jpn. Kokai Tokkyo

Koho 2004, 51 pp. b) Horiguchi, T.; Mizuno, H.; Iwaki, T.; Shibata, M.;

Miyazaki, K. (Canon Kabushiki Kaisha, Japan). U.S. Pat. Appl. Publ. 2002,

24 pp. c) Uedaira, S. Jpn. Kokai Tokkyo Koho (2006), 19pp. d) Jarikov, V.

V. U.S. Pat. Appl. Publ. 2004, 108 pp. e) Aguchi, T. Jpn. Kokai Tokkyo Koho

2000, 11 pp. f) Suge, H.; Ishii, S. Jpn. Kokai Tokkyo Koho, 1999, 16 pp. g)

Ranlund, T.; Pettersson, L. A. A.; Anderson, M. R.; Inganas, O. J. of Appl.

Physics, 1997, 81, 8097-8103.

5. a) Durden, J. A., Jr.; Heywood, D. L. J. Org. Chem. 1965, 30, 4359-61. b)

Srivastava, Rajendra M.; da Silva, A. J. C. N.; de Oliveira, M. L. J. Braz. Chem.

Soc. 1993, 4, 84-7. c) Kawashima, E.; Tabei, K. J. Het. Chem. 1986, 23, 1657-

60. d) Bezerra, N.M.M; Neves Filho, R.A.W., Srivastava, R.M. 12th Brazillian

Meeting on Organic Synthesis. Book of abstracts. Itapema-SC 2007. e) Bezerra,

N.M.M, Dissertação de mestrado, Departamento de Química Fundamental

UFPE, Recife-PE, 2007. f) Tabei, Katsumi; Kawashima, Etsuko; Takada,

Toyozo; Kato, Tetsuzo. Chem. Pharm. Bull. 1982, 30, 336-40. g) Belen'kii, L.

I.; Brokhovetskii, D. B.; Krayushkin, M. M. N. D. Tetrahedron 1990, 46,

1659-68.

Page 80: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

63

6. a) Sams, C. K.; Lau, J. Tetrahedron Lett. 1999, 40, b9359-9362. b) de Freitas,

J. J. R.; de Freitas, J. C.R.; da Silva, L. P.; de Freitas Filho, J. R.; Kimura, G. Y.

V.; Srivastava, R. M. Tetrahedron Lett. 2007, 48, 6195-6198.

7. a) Lin, X.F.; Zhang, J.; Wang, Y.G. Tetrahedron Lett. 2003, 44, 4113-4115. b)

Srivastava, R.M.; Freire, M.V.S.; Chaves, A.S.S.C.; Beltrão, T.M.; Carpenter,

G.B. J. Heterocycl Chem. 1987, 24, 101-105. c) Buscemi, S.; Pace, A.;

Calabrese, R.; Vivona, N.; Metrangolo, P. Tetrahedron 2001, 57, 5865-5871.

8. a) Grundnmann, C.; Kile, G.F. Synthesis, 1973, 243. b) Zhou, T.; Chen, Z.-C.

Synth. Commun. 2002, 32, 887-891.

9. Karamysheva, L.A.; Torgova, S.I.; Agafonova, I.F.; Geivandov, C. Mol. Mater.

1994, 4, 289.

10. Torgova, S.I.; Karamysheva, L.A.; Strigazzi, A. J. Braz. Physc. Soc. 2002, 32,

593-601.

11. Lee, J. W.; Kang, S. U.; Lim, J. O.; Choi, H. K.; Jin, M. K.; Toth, A.; Pearce, L.

V.; Tran, R.; Wang, Y.; Szabo, T.; Blumberg, P. M. Bioorg. Med. Chem. 2004,

12, 371-385.

12. Verifique referencias dos compostos conhecidos na parte experimental.

13. a) Tiemann, F.; Chem. Ber, 1884, 17, 126-129. b) Grassmann, S.; Sadek, B.;

Ligneau, X.; Elz, S.; Ganellin, C.R.; Arrang, J. M.; Schwartz, J. C.; Stark, H.;

Schunack, W. Eur. J. Pharm. Sci. 2002, 15, 367-378.

14. Break, P.; Musick, T. J.; Chen, C. W. J. Am. Chem. Soc. 1988, 110, 3538-3542.

15. Chiou, S.; Shine, H. J. J. Heterocycl. Chem. 1989, 26, 125-8.

16. Cristiano, R.; Vieira, A. A.; Ely, F.; Gallardo, H. Liq. Cryst., 2006, 381-390.

17. a) Sonogashira, K.; Tohda, Y.; Hagihara, N. Tetrahedron Lett. 1975, 16, 4467-

4470. b) Amatore, C. Jutand, A. Acc. Chem. Res. 2000, 33, 314-321.c)

Chinchilla, R.; Nájera C. Chem. Rev. 2007, 874-922.

18. Amatore, C.; Besalem, S.; Ghalem, S.; Jutand, A.; Medjour, Y. Eur. J. Org.

Chem. 2004, 366-371.

19. Jutand, A. Pure and App. Chem. 2004, 76, 565-576.

20. Mal’kina, A. G.; Brandsma, L.; Vasilevsky, S. F.; Trofimov, B.A. Synthesis

1986, 589-590.

21. Conte, G. Dissertação de mestrado. Departamento de Química UFSC.

Florianópolis 2005.

Page 81: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

64

22. a) Howard, P.H.; Meylan, W.M. Handbook of Physical Properties of Organic

Compounds. CRC Press. 1997. b) O composto foi sintetizado e doado pelos

doutorandos André Vieira e Rodrigo Cristiano.

23. Melissaris, A. P.; Litt, M. H. J. Org. Chem. 1992, 57, 6998-6999.

24. Polyansky, D. E.; Danilov, E. O.; Voskresensky, Sl V.; Rodgers, Ml A. J.;

Neckers, Dl C. J. Am. Chem. Soc. 2005, 127, 13452-13453.

25. Percec, V.; Rudick, J. G.; Peterca, M.; Wagner, M.; Obata, M.; Mitchell, C. M.;

Cho, W.-D.; Balagurusamy, V. S. K.; Heiney, P. A. J. Am. Chem. Soc. 2005,

127, 15257-15264.

26. Wettergren, J.; Minidis, A.B.E. Tetrahedron Lett. 2003, 44, 7611-7612.

27. a) V.F. Sidorkin, E.F. Belogolova and V.A. Pestunovich. Izv. Akad. Nauk SSSR,

Ser. Khim. 1998, p. 230 [Bull. Acad. Sci. USSR, Div. Chem. Sci. 47 (1998) 225

(Engl. Transl.)]. b) Korlyukov, A.A.; Lysenko, K.A.; Antipin, M. Yu.; Shipov,

A.G.; Kramarova, E.P.; Murasheva, T.P.; Negrebetskii, V. Vad.; Ovchinnikov,

Yu. E.; Pogozhikh, S.A.; Yakolev, I.P.; Baukov, I. Yu. Chem. Het. Compounds.

2006, 42, 1592-1602.

28. Pierrat, P.; Gros, P.; Fort, Y. Org. Lett. 2005, 7, 697-700.

29. Mayo, W.D.; Pike, M.R.; Butcher, S.S. In: Microescale Organic Laboratory.

John Wiley & Sons, New York NY, 1986.

30. D. Demus and L. Richter In: Texture of Liquid Crystals. Verlarg Chemie

Weinheim Press. New York, NY 1978.

31. Collings, P.J.; Patel, J.S. Handbook of Liquid Crystal Research.

Oxford University press, 1997.

32. Osman, M. Mol. Cryst. Liq. Cryst. 1985 , 128 , 45-63.

33. Cristiano, R.; Santos, D.M.P.O.; Gallardo, H. Liq. Cryst. 2005, 32, 7-14.

34. Silva, S.M.; Wagner, K.; Weiss, D.; Beckert, R.; Stevani, C.V.; Baader, W.J.

Luminescense, 2002, 17, 362-369.

Page 82: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

65

CAPÍTULO 3

SÍNTESE DE NOVOS DÍMEROS

GÊMEOS LUMINESCENTES

CONTENDO 1,3,4-OXADIAZÓIS

CONTENDO UMA CADEIA

ALQUÍLICA SATURADA COMO

ESPAÇADOR.

“ Na pesquisa para se obter um bom resultado, é necessário muito esforço. A cabeça

nunca pára, sempre está pensando e criando novas idéias. É necessário ser insistente e trabalhar duramente ”

R.M. Srivastava

Page 83: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

66

CAPÍTULO 3

Síntese de novos dímeros gêmeos luminescentes

contendo anéis 1,3,4-oxadiazóis com uma cadeia

alquílica saturada como espaçador.

3.1 Os 1,3,4-oxadiazóis

Os compostos 1,3,4-oxadiazóis são bastante conhecidos da

literatura. Em 1984 Hill, na sua revisão, discutiu a síntese química,

estudo espectroscópico e aplicações desse heterocíclo.1 Este anel de

cinco membros tem despertado considerável interesse na: química

medicinal, química de pesticidas e na ciência dos materiais. Vários

compostos contendo este anel são agentes antiinflamatório,2a

hipotensivos, 2 a anticonvulsivantes, 2b antivirais, 2 c antibacterianos, 2d

inseticidas 2 e e fungicidas. 2 f

Outras funções biológicas mais específicas como: transportadores de

dopamina, agonistas muscarínicos,3 inibidores da tironase 2d e

estimulantes do sistema nervoso central são também relatadas.2 a

Recentemente alguns 1,3,4-oxadiazóis contendo grupamento 4-

piridil no C-2 foram eficazes no combate a Mycobacterium tuberculosis

que é o principal agente causador da tuberculose.4

Embora haja bastantes aplicações biológicas o maior destaque dos 1,3,4-

oxadiazóis é na industria de materiais. Tais heterociclos apresentam

propriedades bastante interessantes destacando-se: a deficiência

eletrônica, alto rendimento quântico de fotoluminescência além das boas

estabilidades térmica e química. Todos esses fatores fazem deles

materiais promissores para aplicações tecnológicas. Compostos

contendo esse anel são encontrados como: materiais eletroluminescentes, 5 a eletro fotográfico,5b componente de células voltaicas 5 c e corantes.5d

Page 84: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

67

Atualmente compostos não poliméricos contendo 1,3,4-oxadiazóis

tem sido amplamente utilizados como camada transportadora de elétrons

para aplicações em OLEDs. Dentre os mais populares estão os 2-Bifenil-

4-il-5-(4-tert-butil-fenil)-1,3,4-oxadiazol (PBD), 2,5-Di-naftalen-1-il-

1,3,4-oxadiazol (BND),4 a OXD-4 e G1-OXD.4 b (Fig. 37)

NN

O

NN

O

NN

O ON

N

N N

ONN

O

NN

ON

N

NN

O

ONN

NN

O

O

NN

O

NN

NN O

PBD

BND

OXD-4

G1-OXD

Figura 37: Compostos contendo 1,3,4-Oxadiazóis utilizados em OLEDs

Há vários exemplos na literatura sobre o uso de 1,3,4-oxadiazóis

como núcleos mesogênicos o primeiro deles descrito em 1991.7 Cristais

líquidos calamíticos em forma de vara, bastão de hockey e banana

contendo anéis 1,3,4-oxadiazóis apresentam geralmente mesofases N,

Page 85: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

68

SmA e SmC bastante estáveis.8 Há relatos do uso de pelo menos dois

cristais líquidos eletroluminescentes derivados desse heterociclo 2-(4'-

hexiloxi-bifenil-4-il)-5-(4-hexiloxi-fenil)-1,3,4-oxadiazol (HOBP-OX e

brometo de 4-(5-Dodecilsulfanil-1,3,4-oxadiazol-2-il)-piridina dodecila

(PyOXD-N10) para a composição de camadas transportadoras em

OLEDs.9 a -b (Fig. 38)

NN

O

NN

OSC6H13O

C12H25

N

HOBP-OXD PyOXD-N10OC6H13 C10H21

Br

Figura 38: Cristais líquidos utilizados em OLEDs

derivados dos 1,3,4-oxadiazóis.

Este tipo de composto é bastante interessante haja vista que une em um

único material as propriedades eletro-ópticas e de auto-organização

inerente aos cristais l íquidos. Em particular esta última é extremamente

útil , pois elimina os defeitos de superfície que são um fator complicante

na etapa de deposição das demais camadas que venham a compor o

dispositivo.

Há vários métodos descritos na literatura para sintetizar os anéis

1,3,4-oxadiazóis os principais são: reações de ciclodesidratação de diacil

hidrazidas,10 a oxidação de acil hidrazonas, 10 b reação entre acil

hidrazidas e ortoesters na presença de um catalizador ácido, 1 0 c rearranjo

de diaril-tetrazinas1 e reações entre tetrazóis e cloretos de acila (Reação

de Huisgen).10 d (Esquema 16)

Page 86: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

69

NN

OR R'NH

NH

R'R

O O

NH

N R'R

O

Oxidante

NH

NH2R

OR' C(OEt)3

H+

POCl3

COCl

R

N NH

NN

R'

NN

N NR R'

EtOH / KOH

Esquema 16: Métodos sintéticos para a obtenção dos 1,3,4-oxadiazóis.

3.2 Cristais líquidos bimesógenos

Cristais líquidos que contem dois núcleos rígidos conectados são

chamados de bimesógenos.Comumente são utilizados como espaçadores:

cadeias alquílicas, cadeias alifáticas contendo silício ou flúor e anéis

aromáticos. Em particular vários bimesógenos espaçados por cadeias

alquílica saturadas, então chamados dímeros gêmeos, têm exibido

mesofases enantiotrópicas principalmente, N, SmC e SmA. (Tabela 4)

Tabela 4: Bimesógenos descritos na literatura.

Composto

(ref.)

Transições

O(CH2)6ONC

OHN C10H21

(11)

I 181.3 N 160.9 SmA 109.5 SmC

76.7 Cr

NC O N N O CN9 6

Br-

(12)

Cr 92 SmC 98 I

Page 87: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

70

OO

O OO

OCH2C3F10

SiO

SiO

SiO

O

O OO

OCH2C3F10*

*4

4

(13)

Cr 97 Col 106 SmC 138 I

N NH3CO O(CH2)10OO

OH (14)

I 206 SmC 163 Cr 153

Embora inicialmente cristais l íquidos diméricos tenham sido sintetizados

no intuito de estudar os poliméricos, atualmente eles vêm encontrando

suas próprias aplicações. Por exemplo, recentemente Araya e

colaboradores descreveram que o uso de dímeros gêmeos como dopantes

na composição de misturas para mostradores, pode reduzir

significativamente a viscosidade rotacional da composição diminuindo o

tempo de resposta do dispositivo sem qualquer efeito significante sobre

as propriedades elásticas. 15

3.3 Objetivos

Em vista que 1,3,4-oxadiazóis são excelentes núcleos mesogênicos

utilizados em cristais líquidos luminescentes e vários compostos

bimesogênicos contendo um espaçadores alquílico tem se mostrado uma

nova classe promissora para o design de novos cristais líquidos, temos

como objetivo sintetizar uma série de novos dímeros gêmeos contendo

dois núcleos 1,3,4-oxadiazol conectados por um espaçador alifático bem

como estudar suas propriedades térmica e fotofísicas. (Fig. 39)

Page 88: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

71

O

NN

C12H25O O O

NN

OOC12H25

(CH2)n

a) n = 3b) n = 4c) n = 6d) n = 8e) n = 10

59a-e

Figura 39: Dímeros gêmeos derivados dos 1,3,4-oxadiazóis sintetizados nesse trabalho.

3.4 Síntese e caracterização

Partindo da 4-dodeciloxibenzonitrila 18d , preparada seguindo o

procedimento descrito no capítulo 2 foi realizada uma cicloadição 1,3-

dipolar utilizando azida de sódio como dipolo.1 6 Após a acidificação o 4-

dodeciloxibenzotetrazol 60 foi obtido como único produto em um

rendimento de 71% (Esquema 17).

CN

C12H21O

C12H21ON N

NHN1) NaN3, NH4Cl

DMFrefluxo

12h14d 60

2) HCl Esquema 17: Síntese do 4-dodeciloxibenzotetrazol 60

Há na li teratura bastantes controvérsias a respeito do mecanismo dessa

reação. A princípio acreditava-se que essa reação funcionasse por um

mecanismo iônico de duas etapas, onde primeiramente o íon N3-

realizaria um ataque nucleofílico sobre o carbono da nitrila levando a

formação dos intermediários I e II seguidos pelo fechamento do anel que

levaria aos tetrazóis III e IV.17 Utilizando azotetos esse mecanismo

parece razoável, entretanto quando azidas alquílica são utilizadas

observa-se à formação específica apenas dos tetrazóis III sugerindo

assim que essas reações funcionam por um mecanismo simultâneo

característico de uma cicloadição [3+2].1 8 Recentemente essas hipóteses

foram discutidas por Sharpless e colaboradores. Em seu trabalho eles

Page 89: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

72

realizaram vários cálculos utilizando a teoria do funcional da densidade

(método B3LYP) a respeito da estabilidade dos intermediários formados.

Realmente foi observado que em condições neutras os intermediários I e

II são realmente instáveis demais para serem formados logo o caminho

em que eles estão envolvidos é pouco plausível para que a reação ocorra.

Por outro lado verificando os estados de transição da cicloadição [3+2]

observa-se que o estado V é bem mais estável que IV (diferenças de 3.9

a 9.7 Kcal) que justifica a formação específica do isômero III , portanto

sob essas condições, o caminho mais aceito para essa reação é esse

mecanismo concertado. (Esquema 18)

Ar CAr

N NNN

XX

N N N N R'+

ArN

N N N ArN

N N N+R'

R'

ArN N

NN+

R'

R'

Ar C N

N N N R'OU

Ar C N

N N NR'

XX

I II

V VI

III IV

Ar = 4-C12H25OPhR' = H ou alquil

Esquema 18: Mecanismos para a formação dos tetrazóis a partir de nitrilas e azidas.

Por se tratar de um composto conhecido sua caracterização foi

feita pela comparação do ponto de fusão obtido e das bandas do espectro

de IV com aquelas descritas na literatura.

Para a síntese do 1,3,4-oxadiazol 61 foi feita primeiramente a

acetilação do ácido 62 a qual rendeu 63 em excelente rendimento de

93% . O cloreto de acila 64, recém preparado reage com o intermediário

60 em piridina e refluxo. A reação ocorre com forte l iberação de

N2.(Reação de Huisgen) O oxadiazol 65 foi obtido em 68 % de

rendimento.18 (Esquema 19)

Page 90: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

73

C12H21O

COOH

AcOCOClAcO

N NNHN

O

NN

C12H25OOAc

COOH

HO

1) H2O, NaOH

2) Ac2O

SOCl2refluxo

12h6362 64

60

65

Pyrefluxo16h

KOH

EtOH / H2Orefluxo

12h

O

NN

C12H25OOH

61

Esquema 19: Rota sintética para o oxadiazol 61.

O mecanismo dessa reação é conhecido e envolve duas etapas.

Onde primeiramente ocorre a acilação do tetrazol levando a formação do

acil tetrazol 66 que sofre perda de gás nitrogênio para dar espécie 67 a

qual após ciclização leva a formação do heterociclo 65 .18 Embora não

tenham sido isolados, a hipótese do envolvimento dos intermediários

acíclicos nessa reação é fortemente suportada, uma vez que se detectou o

envolvimento de espécies intermediárias utilizando reagentes contendo 1 5N. (Esquema 20)

60

ArN N

NH15N

ArN N

N15N

O

Ar' N2-Ar C15N N

O

ArO

N15N

Ar Ar'

Ar' Cl

O

66 6765

64

Esquema 20: Mecanismo para a formação de 1,3,4-oxadiazóis via acilação de 1H-

tetrazóis. Embora o composto 65 seja inédito na literatura sua caracterização

principal foi feita observando o espectro de IV. Uma banda fina muito

intensa em 1757 cm- 1 indica a presença do grupo éster. Adicionalmente

foram realizados o espectro de RMN 1H cujos sinais confirmaram a

estrutura.

Page 91: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

74

A hidrólise do intermediário 65 seguindo o método previamente

descrito na literatura levou a formação do fenol 61, em um rendimento

de 85%. O exemplo de 65, a caracterização desse composto foi feita

basicamente por IV, observando o desaparecimento da banda de C=O dos

ésteres. As bandas em 1610 e 1496 confirmam que o anel heterocilo

resistiu bem às condições de hidrólise. Novamente o espectro RMN 1H

apresentou sinais que confirmaram a estrutura.

A etapa final da síntese foi a alquilação dupla entre os fenóis 61 e

os dialetos 68a-e sob refluxo em butanona na presença de K2CO3 e uma

quantidade catalítica de KI. (Esquema 21)

O

NN

C12H25OOH

O

NN

C12H25O OO

NN

O OC12H25

CnH2n

a) n = 3b) n = 4c) n = 6d) n = 8e) n = 10

CnH2nBrr

K2CO3, KIbutanonarefluxo16h

61

59a-b

68a-b

Esquema 21: Dupla alquilação entre os fenóis 61 e os dialetos 68a-b.

Aspectos mecanísticos dessa reação já foram discutidos no capítulo 1. Os

compostos finais 59a-e foram obtidos em bons rendimentos de 74-81. Os espectros de IV mostraram bandas largas na região dos fenóis

garantindo assim que todo material de partida fora consumido. Outras

bandas em 1610 e 1496 características dos estiramentos C=N do anel

heterociclo também foram observadas. Para a aquisição dos espectros de

Page 92: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

75

RMN 1H foi necessário aquecer a amostra à 45oC em vista da baixa

solubilidade delas em vários solventes orgânicos. Os produtos obtidos

foram solúveis apenas em CHCl3 ou CH2Cl2 a quente. (Fig. 40)

Figura 40: espectro e RMN 1H (400MHz) em CDCl3 a 45 oC do

composto 59c.

Os espectros mostram na região de campo baixo dois dubletos

característicos dos hidrogênios aromáticos. Embora haja quatro

hidrogênios aromáticos distintos nas moléculas, o que nos faz esperar o

dobro de sinais, devido à simetria do anel 1,3,4-oxadiazol e a

semelhança dos anéis aromáticos esses hidrogênios apresentam o mesmo

deslocamento químico. A constatação da presença de todos os

hidrogênios veio a partir da comparação da integração dos sinais

aromáticos com os sinais dos CH2 ligados aos oxigênios que aparecem

sobrepostos em 4.04 ppm. Encontra-se uma relação 1:1 o que era

esperado haja vista que temos 16 hidrogênios aromáticos divididos em

dois sinais, logo 8 hidrogênios cada e os hidrogênio metilênicos juntos

somam 8 hidrogênios, portanto essa relação apóia parcialmente a

Page 93: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

76

estrutura. Os demais sinais aparecem no campo alto, em sua boa parte

sobreposta. Destacam-se nessa região os sinais largos dos CH2 das

cadeias terminais e do espaçador. Finalmente a análise elementar

confirmou a composição estrutura.

3.5 Propriedades térmicas dos compostos 59a-e

As propriedades térmicas dos compostos 59a-e foram estudadas

por MOLP, DSC e TGA. A análise por MOLP revelou que todos os

compostos apresentaram apenas fusão para o líquido isotrópico não

exibindo mesomorfismo durante o aquecimento. A temperatura de fusão

varia consideravelmente com o número de átomos de carbono no

espaçador alifático. O gráfico abaixo mostra claramente que a

temperatura de fusão diminui com o número de átomos de CH2 no

espaçador alifático. (Fig.41)

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

160

170

180

190

200

210

220

230O

NN

C12H25O OO

NN

O OC12H25

CnH2n

Tem

pera

tura

de

Fusã

o ( o C

)

Número de CH2 no espaçador (n)

Figura 41: Dependência dos pontos de fusão dos compostos 59a-e com o

número de CH2 no espaçador.

Page 94: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

77

Apenas o composto 59b apresentou 12oC de uma mesofase SmC

monotrópica, caracterizada pelo aparecimento de “batonnetes” a partir do

líquido isotrópico e pela textura leque quebrado, enquanto os outros

compostos apenas cristalização. Esse comportamento pôde também ser

confirmado analisando-se os termogramas obtidos por DSC. (Fig. 42)

(a) (b)

50 100 150 200-6

-4

-2

0

2

4

I-SmC

Cr-I

SmC-Cr

Cr-Cr

Cr-Cr

Ene

rgia

(mV

)

Temperatura ( oC )

Figura 42: a) Formação dos batonnetes a partir do líquido isotrópico a

186 oC. b) Textura leque quebrado exibida por 59b. c)Termograma do

composto 59b , em preto as transições observadas durante o aquecimento

em azul aquelas observadas durante o resfriamento.

Page 95: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

78

Um fato interessante a ser mencionado é que esses dímeros apresentam

macroscopicamente características de sólidos amorfos e não de cristais.

Após a cristalização eles exibem um aspecto plástico similar a um

polímero. A estabilidade dos compostos 59a-e foi avaliada por TGA.

Todos os compostos são bastante estáveis e apresentam início

decomposição apenas acima de 430oC. As temperaturas de fusão,

decomposição e entalpias de mudança de fase estão compiladas na tabela

5.

Tabela 5: Propriedades térmicas dos compostos 59a-e .

Composto Transição T (∆H)a

Aquecimento

T (-∆H)

resfriamento

Td e ca

59a Cr-I

219,9 (96,23)

221,62 (84,16)

435

59b Cr-I

I-SmC

SmC-I

185,11 (87,35)

-

-

-

186,16 (12,93)

177,30 (53,81)

438

59c Cr-I

172,10 (85,32)

172,20 (86,28)

441

59d Cr-I

167,70 (75,38)

168,02 (85,71)

440

59e Cr-I

157,15 (63,01)

155,61 (64,77)

438

a Obtido a par t ir do TGA, in íc io de decomposição em N2.

3.6 Propriedades fotofísicas

Os espectros de UV-Vís dos compostos 59a-e foram realizados em

solução de CHCl3 a 1x10-4 molL- 1. (Fig.43)

Page 96: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

79

Figura 43: Espectro de absorção dos compostos 59a-e em CHCl3.

Todos os compostos apresentaram mostraram curvas de absorção

bastante similares com λa b s = 305 nm. A similaridade dessas curvas se dá

ao fato de ambos compostos possuírem o mesmo grupo cromóforo

central. Como era esperado o tamanho do espaçador não influi nas

propriedades de absorção uma vez que não contribui eletronicamente no

sistema conjugado. Os compostos 59a-e apresentaram boa luminescência na região do

azul. Os espectros de emissão foram realizados em solução de CHCl3. As

observações visuais puderam ser confirmadas observando a curva de

fluorescência onde todos os compostos apresentaram máximos de

emissão em torno de 355 nm. (Fig 44)

Page 97: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

80

Figura 44: Espectro de emissão dos compostos 59a-e em CHCl3 utilizando λe x i ta çã o =

320 nm . .

Os rendimentos quânticos de fluorescência foram obtidos em relação ao

padrão PBD em uma solução de CHCl3, utilizando a equação 1 descrita

no capítulo 2. Todos os compostos exibiram excelente rendimento

quântico de fluorescência em torno de 86% similar ao padrão PBD e

deslocamentos de Stokes da ordem de 50 nm. Essas emissões são atribuídas às

transições π- π * (Tabela 6).

Tabela 6: Propriedades fotofísicas em solução para a série 59a-e .

Composto λa b s .

( n m)

λe m.

( n m)

Deslocamento

de Stokes (nm)

ΦF

(%)

59a 305 355 50 86.3

59b 305 357 52 86,4

59c 305 357 52 86.2

59d 305 357 52 86,5

59e 305 357 52 86,0

Page 98: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

81

Os altos rendimentos quânticos exibidos pelos compostos aliados a sua estabilidade

térmica tornam esses compostos materiais bastante promissores para aplicações em

dispositivos ópticos. É conhecido que compostos de baixo peso molecular com essas

características que sejam capazes de exibir luminescência em fase sólida e formar filmes

estáveis são amplamente procurados. Materiais de baixa massa molecular têm sido

bastante procurados, pois apresentam várias vantagens sobre os materiais poliméricos,

como o controle da estrutura e a facilidade de purificação. Adicionalmente, a maioria

dos materiais poliméricos contendo os 1,3,4-oxadiazóis são insolúveis em solventes

orgânicos. O maior problema em fazer filmes utilizando materiais formados por

moléculas pequenas é a cristalização dos compostos durante a evaporação do solvente.

Sabendo que os compostos 59a-e são bastante estáveis termicamente preparamos

filmes finos de 130 nm com eles utilizando evaporação térmica. Todos os compostos

apresentaram bela luminescência em fase sólida com curvas de emissão similares

àquelas exibidas em solução. A tabela 7 compila os dados obtidos a partir das medidas

fotofísicas realizadas utilizando os filmes finos (Tabela 15).

Tabela 7: Propriedades fotofísicas em fase sólida para a série 59a-e

Composto λa b s .

( n m)

λe m.

( n m)

Deslocamento

de Stokes (nm)

59a 293 390 97

59b 292 395 103

59c 293 390 97

59d 293 400 107

59e 295 395 100

3.7 Estudo da superfície dos filmes finos por microscopia

atômica.

Observando as microscopias de força atômica (AFM) dos filmes finos

preparados com os compostos 59a-e por evaporação térmica observamos que estes

apresentaram pequenos valores de rugosidade e assim podemos concluir que eles são de

excelente qualidade. As imagens obtidas (Fig. 45) mostram superfícies bastante lisas

com baixas rugosidades em torno de 7,00 nm. Em particular um fenômeno muito

Page 99: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

82

interessante pôde ser observado no composto 59d, que apresentou deposição de

camadas em formas de pequenas esferas nanométricas. Além da imagem tridimensional

a figura em 2D mostra claramente as nanoesferas. Isso é uma evidência da possível

propensão desse composto a formar filmes nanoestruturados, entretanto são necessários

mais estudos para saber o porquê dele apresentar essa tendência enquanto os demais não

e quais as condições necessárias para a nanoestruturação desses filmes. Esses estudos,

bem como o uso desses filmes como camada emissiva para a construção de um OLED

são parte da dissertação de mestrado do aluno Ricardo Schneider sob orientação do

Prof. Petrus Santa Cruz do laboratório de vidros e cerâmicas da UFPE.

Composto 59a

Composto 59b

Page 100: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

83

Composto 59c

Composto 59d

Composto 59e

Figura 45: Imagens de AFM em 3D e 2D dos filmes finos dos compostos 59a-e .

REFERÊNCIAS

1. J. Hill In: A.R. Katritzky and C.W. Rees, Editors, Comprehensive Heterocyclic

Chemistry Vol. 6, Pergaman Press, London 1984, pp. 365–391.

2. a) Deshmukh, A.A.; Sattur, P.B.; Sheth, U.K. Indian J. Exp . Biol .

1976 , 14 , 166-168 . b) Zarghi, A.; Tabatabai, S.A.; Faizi, M.;

Ahadian, A.; Navabi, P.; Zanganeh, V.; Shafiee, A. Bioorg . Med .

Page 101: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

84

Chem . Lett . 2005 , 15 , 1863-1865. c) G.D. Diana, D.L. Volkots, T.J. Nitz,

T.R. Bailey, M.A. Long, N. Vescio, S. Aldous, D.C. Pevear and F.J. Dutko. J.

Med. Chem. 1994, 37, 2421-2436. d) Khan, M.T.; Choudhary, M.I.; Khan,

K.M.; Rani, M.; Rahman, A.U. Bioorg. Med. Chem. 2005, 13, 3385-3395. e) f)

Zheng, X.; Li, Z.; Wang, Y.; Chen, W.; Huang, Q.; Liu, C.; Song, G. J. Flourine

Chem. 2003, 123, 163-169. f) Chen, H.; Li, Z.; Han, Y. J. Agric. Food Chem.

2000, 48, 5312-5315.

3. Orlek, B.S.; Blaney, F.E.; Brown, F.; Clark, M.S.G.; Hadley, M.S.; Hatcher,

J.; Riley, G.J.; Rosenberg, H.E.; Wadsworth, H.J.; Wyman, P. J. Med. Chem.

1991, 34, 2726–2735.

4. Navarrete-Vazquez, G.; Molina-Salinas, G.M.; Duarte-Fajardo, Z.V.; Vargas-

Villarreal, J.;Estrada-Soto, S.; Gonzalez-Salazar, F.; Hernandez-Nunez, E.; Said-

Fernandez, S. Bioorg. Med. Chem. 2007, 15, 5502-5508.

5. a) Shin, M.-H.; Wong, F.F.; Lin, C.-M.; Chen, W.-Y.; Yeh, M.Y. Heteroatom

Chem. 2007,18, 212-219. b) Kawate, K.; Tomiuchi, Y. Jpn. Kokai Tokkyo Koho

1997, 17 pp. c) Cai, X.R.; Chen, H.; Zhang, T.; Xu, X.; Li, Y.; Jiang, Q. Chin.

Chem.Lett. 2007, 18, 1342-1346. d) Rahman, M. A.; Shakra, S.; Ghattas, A.

A.; Ghany, H. A.; Mostafa, H. M. Am. Dyestuff Rep. 1994, 83, 44-9.

6. a) Kulkarni, P.A.; Tonzola, C.J.; Babel, A.; Jenekhe, A.S. Chem.

Mater. 2004 , 16 , 4556-4573.b) Lee, J.-H.; Tsai, H.-H.; Leung, M.-K.;

Yang, C.-C.; Chao, C.-C. Applied Phys. Lett. 2007, 90, 243501/1-243501/3.

7. Girdziunaite, D.; Tschierske, C.; Novotna, E.; Kresse, H.; Hetzheim, A. Liquid

Cryst. 1991, 10, 397-407.

8. He, C. F.; Richards, G.J.; Kelly, S. M.; Contoret, A. E. A.; O'Neill, M. Liquid

Cryst. 2007, 34, 1249-1267. Qu, S.; Li, Tetrahedron 2007, 63, 12429-12436.

Benalia, M.; Badjah-Hadj-Ahmed, A.Y.; D., Mebrouk; Meklati, B. Y.; Al-

Dujaili, A. H.; Ferkous, F. Chromatographia 2007, 66, 565-570. Wolarz, E.;

Chrzumnicka, E.; Fischer, T.; Stumpe, J. Dyes and Pigments 2007, 75, 753-

760.

9. a) Twieg, R. J.; Gu, S.; Semyonov, A.; Sukhomlinova, L.; Malliaras, G. G.; Fan,

R.; Singer, K.; Ostroverkhova, O.; Shiyanovskaya, I. Polymeric Mater. Sci. Eng.

2000, 83, 210-211. b) Haristoy, D.; Tsiourvas, D. Chem. Mater. 2003, 15,

2079-2083.

Page 102: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

85

10.a) Hayes, F.N.; Rogers, B.S.; Ott, D.J. J. Am Chem. Soc. 1955 , 77 ,

1850-1852. b) Rao, V.S.; Sekhar, V.G.C. Synth. Commun. 2004 ,

34 , 2153-2157.c) Dabiri, M.; Salehi, P.; Baghbanzadeh, M.;

Zolfigol, M.A.; Bahramnejad, M. Synth. Commun. 2007 , 37 , 1201-

1209. d) Yang, L.; Guan, M.; Bian, Z.; Xie, J.; Chen, T.; Huang, C. Thin Solid

Films. 2006, 500, 224-230.

11. Yelamaggad, C. V.; Shashikala, I.S.; Rao, D. S. S.; Nair, G. G.; Prasad, S. K. J.

Mater. Chem. 2006, 16, 4099-4102.

12. Pal, S K; Kumar, S. Tetrahedron Lett. 2006, 47, 8993-8997.

13.Olsson, N.; Schroeder, M.; Diele, S.; Andersson, G.; Dahl, I.; Helgee, B.;

Komitov, L. J. Mater. Chem. 2007, 17, 2517-2525.

14.dímeros Yelamaggad, C.V.; Shashikala, I .S.; Rao, D.S.S.; Nair,

G.G.; Prasad, S.K. J. Mater. Chem. 2006, 16, 4099-4102.

15. Araya, K.; Dunmur, D.A.; Grossel, M.C.; Luckhurst, G.R.;

Marchant-Lane, S.E.; Sugimura, A. J. Mater. Chem. 2006, 16, 4675-

4689.

16.Cristiano, R.; Santos, D.M.P.O.; Gallardo, H. Liquid Cryst. 2005, 32, 7-14.

17. Finnegan, W.G.; Henry, R.A.; Lofquist, R. J. Am. Chem. Soc. 1958, 80, 3908-

3911.

18. Himo, F.; Demko, Z.P.; Noodleman, L.; Sharpless, K.B. J. Am.

Chem. Soc. 2002, 124, 12210-12216.

Page 103: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

86

CAPÍTULO 4

SÍNTESE DE NOVOS CRISTAIS

LÍQUIDOS LUMINESCENTES

CONTENDO ANÉIS 1,3,4 E 1,2,4-

OXADIAZÓIS.

“ Um bom pesquisador deve sempre estar pronto para discutir ciência com os outros. Portanto se mantenha sempre atualizado”

R.M. Srivastava

Page 104: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

87

CAPÍTULO 4

Síntese de novos cristais líquidos luminescentes

contendo anéis 1,3,4 e 1,2,4-oxadiazóis.

4.1 Objetivos

Como foi mencionado nos capítulos anteriores, anéis 1,2,4-

oxadiazóis são bons núcleos geradores de mesomorfismo, enquanto os

anéis 1,3,4-oxadiazóis em geral exibem excelentes rendimentos

quânticos de fluorescência. Baseados nisso, apresentamos nesse capítulo

a síntese de uma nova série de cristais l íquidos luminescentes (Fig 46)

contendo ambos os anéis na mesma molécula. Os dois grupos foram

conectados por uma ligação tripla a fim de garantir a rigidez e

conjugação efetiva. Esperamos unir dessa maneira as propriedades de

ambos heterociclos em um único composto além de estudar os fatores

estruturais que influem, tanto na geração de mesomorfismo quanto na

luminescência.

NN

O

OC10H21

H2n+1CnO

N O

N

NN

O

OC10H21

C10H21

O N

N

NO

N

OC10H21

C10H21

O N

N

69a-e

70

71

Figura 46: Moléculas alvo desse capítulo.

Page 105: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

88

4.2 Síntese e caracterização

A maioria das reações utilizadas nessa estratégia sintética já foram

discutidas nos capítulos anteriores, de modo que nessa seção

apresentaremos a estratégia convergente com os respectivos resultados

sem discussões sobre aspectos de identificação estrutural e mecanísticos.

Para a síntese dos compostos 69a-e, 70 e 71, partimos do

intermediário 78 . A reação da 4-bromobenzonitrila 74 com azoteto de

sódio e cloreto de amônio em DMF e refluxo rendeu o tetrazol 75 em

77% de rendimento.1 A reação entre 75 e o cloreto de ácido recém

preparado, 73 , resultam na formação do 1,3,4-oxadiazol 76 em 65% de

rendimento.2 O acoplamento Sonogashira entre 76 e o mebynol 32

seguindo o método descrito previamente por Cristiano e colaboradores 3

leva ao alquinol 77 o qual foi utilizado na etapa de desproteção sem

purificação adicional. A desproteção do alquinol foi feita pelo método de

Trofimov e colaboradores que rendeu o acetileno terminal 78 em 66% de

rendimento total (Esquema 22). 4

CNBrNaN3, NH4Cl

DMFrefluxo

12h

BrN N

NHN

COOHC10H21Orefluxo

12h

SOCl2COClC10H21O

Pyrefluxo

12h

73NN

OBr

OC10H21

OH

32

PdCl2(PPh3)2, CuI, PPh3Et3N: Py (5:5)

refluxo16h

NN

O

OC10H21HONaOH (cat)

Toluenorefluxo

4h

NN

O

OC10H21

72 73

74 7576

7778

Esquema 22: Rota sintética para a obtenção de 78.

Page 106: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

89

A caracterização dos intermediários 75 e 76 bem como do composto final 78 foi feita

baseando-se nos espectros de IV e RMN que mostraram absorções similares àquelas já

relatada na literatura.5 Para chegar aos compostos 69a-e foi realizado o acoplamento

Sonogashira entre o intermediário 78 e os iodetos 18a-e cuja síntese fora

descrita no capítulo 2. (Esquema 23)

PdCl2(PPh3)2, CuI, PPh3Et3N:Py(5:5)60oC16h

NN

O

OC10H21

H2n+1CnO

N O

NI +

NN

O

OC10H21

H2n+1CnO

N O

N

7818a-e

69a-e

a) n = 1b) n = 6c) n = 8 d) n = 10e) n = 12

Esquema 23: Síntese dos compostos 69a-e, a partir de 18a-e e 78.

Para a síntese dos compostos 70 e 71 foi necessária à abordagem de uma outra

estratégia sintética. Embora a 4-iodobenzonitrila 81 seja um reagente comercial, ele teve

que ser preparado devido ao seu custo elevado. Partindo da 4-aminobenzonitrila 79 foi

preparado o sal de diazônio 80 o qual após a adição de KI rendeu o produto desejado em

63% de rendimento. Essa reação foi bastante suave, e não foi observada hidrólise do

grupo CN. Partindo de 81 foi preparada a amidoxima 82 utilizando o método de

Tiemann,5 e o produto foi obtido em 86% de rendimento. Realizamos então a reação

desse composto com o cloreto de ácido recém preparado 73 em piridina e refluxo que

rendeu o 1,2,4-oxadiazol intermediário 83 em 71% (Esquema 24). 6

Page 107: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

90

EtOHrefluxo

12h

CNH2NH2O5 OC

H2SO4,NaNO2

Pyrefluxo

12h

73

CNICN+N2HSO4-

KI

H2Ot.a.

NH2OH

INH2

N OH

I

N O

NOC10H21

79 80 81

8283 Esquema 24: Síntese do intermediário 83.

Finalmente para a síntese dos compostos finais 70 e 71 foi realizado o acoplamento

cruzado catalisado por paládio e cobre (acoplamento Sonogashira) entre o iodeto 83 e os

intermediários: 46, cuja síntese fora descrita no capítulo 2, e 78. Os produtos 69-71

foram obtidos em rendimentos de 69-77% (Esquema 25).

PdCl2(PPh3)2, CuI, PPh3Et3N:Py(5:5)60oC16h

NN

O

OC10H21

C10H21

O N

N

I

N O

NOC10H21

46 ou 78

NO

N

OC10H21

C10H21

O N

N

OU

83

70

71

Esquema 25: Síntese dos compostos 70 e 71.

Page 108: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

91

A identificação dos novos compostos foi feita principalmente pelos

espectros de IV e RMN 1H e 1 3C. Os espectros de IV mostraram bandas

características aos grupos funcionais presentes nas moléculas. Foram

observados estiramentos em 2920, 1612 e 1496 cm- 1. O primeiro relativo

a estiramentos C-H e os dois últimos são devido aos estiramentos C=N-O

e N-C=N dos anéis oxadiazóis.

Os espectros de RMN 1H da série 69a-70 mostraram sinais bastante

similares. Todos os sinais correspondentes à estrutura puderam ser

facilmente observados. Um fato interessante é que embora as moléculas

obtidas não sejam simétricas foi possível observar certa simetria na parte

aromática tendo assim dois dubletos com integração de 4,00 hidrogênios

cada. Esse efeito desaparece quando se comparam os hidrogênios

vizinhos aos anéis heterociclos cujos sinais apareceram na forma de um

multipleto sobreposto. (Fig. 47)

Figura 47: Espectro de RMN 1H (300 MHZ) do composto 69a em CDCl3.

O composto 71 apresentou um espectro de RMN 1H similar ao da série

69a-70 , entretanto a região aromática mostrou-se bastante diferente.

Embora 71 não possua simetria, os sinais aromáticos se apresentaram

como quatro dubletos cada um com integração correspondente a 4

Page 109: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

92

hidrogênios. Realmente a questão aqui é que o ambiente químico desses

hidrogênios é muito semelhante de modo que na freqüência de 300 MHz

não é possível uma boa resolução desses sinais. (Fig. 48)

Figura 48: Espectro de RMN 1H (300 MHZ) do composto 71 em CDCl3.

4.3 Propriedades térmicas

As transições térmicas dos compostos sintetizados foram estudadas

por microscopia óptica de luz polarizada (MOLP) e por calorimetria

diferencial por varredura (DSC) as análises termogravimétricas

forneceram informações acerca da estabilidade térmica dos produtos. As

atribuições das mesofases foram pela observação das texturas

características por MOLP.7

Todos os compostos sintetizados exibiram largas faixas de

mesofases SmC e N típicas de CLs calamíticos. Devido ao grande

número de anéis os pontos de fusão foram relativamente altos, variando

de 175 a 193oC, tendo o composto 71 o mais baixo de toda a série. Esta

observação confirma a nossa hipótese que o anel 1,2,4-oxadiazol,

promove de fato um aumento do momento dipolar lateral, o que favorece

Page 110: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

93

a um abaixamento do ponto de fusão e a formação de mesofases em

camadas. A série 69-71 apresentou temperaturas de decomposição em

torno de 330 oC. Embora tal temperatura garanta boa estabilidade térmica

aos produtos obtidos, ela é muito baixa em relação àquelas onde os

compostos exibem mesomorfismo. Nessas condições a identificação das

mesofases por MOLP e DSC foi dificultada, em vários casos as

temperaturas de transição só puderam ser observadas por MOLP,

impossibilitando a medida das entalpias de mudança de fase. A figura 50

mostra os intervalos de mesomorfismo para a série 69-71 . (Fig 49)

Figura 49: Intervalos de mesomorfismo exibidos pela série 69-71 .

As mesofases nemáticas foram caracterizadas pelas texturas

Schileren e homeotrópica. A presença de pontos singulares de dois e

quatro braços garante a atribuição desta mesofase. As mesofases

esméticas exibiram na maioria dos casos textura mármore. (Fig. 50)

Page 111: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

94

(a)

(b)

(c)

(d)

Figura 50: Micrografias das texturas características observadas por MOLP com

aumento de 33X. a) Transição N-I observada por MOLP a 269 oC para o

composto 69b . b) Textura homeotrópica exibida por uma fase N a 267 oC

do composto 69e. c) Textura mármore de uma mesofase SmC a 255 oC

exibida pelo composto 70 . d) Textura Schileren de uma mesofase N

exibida a 257 oC por 69d.

Além de transições mesomórficas, a análise de DSC mostrou

também várias transições Cr-Cr para a série 69-71. Os valores das

temperaturas de mudança de fase, entalpias de mudança de fase e

temperaturas de decomposição estão compiladas na tabela 8.

Page 112: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

95

Tabela 8: Propriedades térmicas dos compostos 69-71 .

Composto Transição T / °C, Aquecimento

(∆H/kJ.mol-1) a

T / °C, resfriamento

(∆H/kJ.mol-1) a

Tdec. / °C b

69a Cr-SmC SmC-N

N-I

193.5 (28.9) 284.0 (36.9)

309.0 b,c

191.1 (-4.72) 268.1 (-1.75)

298.0 b

341

69b Cr(I)-Cr(II) Cr(II)-Cr(III) Cr(III)-SmC

SmC-N N-I

138.8 (9.0) 146.9 (1.8) 192.7 (36.9) 238.4 (largo) 271.8 (10.0)

- 130.6 (-9.9) 174.8 (-18.8) 233.4 (-3.1) 268.9 (-34.8)

314

69c Cr(I)-Cr(II) Cr(II)-Cr(III) Cr(III)-SmC

SmC-N N-I

93.3 (30.9) 158.9 (3.8) 182.1 (21.8) 251.9 (largo) 261.3 (5.3)

113.4 (-1.3) 153.6 (-1.8) 177.4 (-19.5) 248.5 (-23.8) 260.5 (-9.2)

334

69d Cr(I)-Cr(II) Cr(II)-Cr(III) Cr(III)-SmC

SmC-N N-I

92.5 (38.7) 129.0 (1.9) 190.0 (32.6) 213.0 (4.3) 271.7 (2.0)

- 121.1 (-2.9) 175.7 (-7.6) 197.6 (-2.3) 264.8 (-10.6)

330

69e Cr(I)-Cr(II) Cr(II)-SmC

SmC-N N-I

152.5 (2.4) 175.6 (20.0) 249.2 (17.3) 267.8 (2.7)

148.7 (6.9) 172.3 (12.7) 244.7 (5.8) 261.2 (22.3)

330

70 Cr(I)-Cr(II) Cr(II)-Cr(III) Cr(III)-SmC

SmC-N N-I

117.6 (1.1) 162.2 (largo) 184.4 (24.3) 252.0 (68.2) 264.8 (2.0)

- -

173.6b 248.0 (-36.3)

254.0 b

337

71 Cr(I)-Cr(II) Cr(II)-SmC

SmC-N N-I

141.0 (1.5) 175.1 (44.9)

251.0 b 282.0 (3.1)

- 180.6 (-3.34)

247.0 b 253.2 (-65.5)

339

a Determinado por DSC, 5 oC/min. bDeterminado por MOLP. c In ício de decomposição.

Page 113: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

96

4.4 Propriedades fotofísicas

Os espectros de UV-Vís dos compostos 69a-e, 70-17 foram

realizados em solução de CHCl3 a 1x10-5 molL- 1 (Fig. 51).

250 300 350 400

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

69a 69b 69c 69d 69e 70 71

Abso

rbân

cia

Comprimento de Onda (nm)

Figura 51: Espectro de absorção da série 69a-e, 70 e 71.

Os compostos 69a-e apresentaram o mesmo padrão de absorção com pico

máximo em torno de 341 nm. Esse resultado era esperado haja vista que tais compostos

possuem o mesmo grupo cromóforo. Um comportamento semelhante é observado no

composto 70 que é na realidade um isômero de 69d. Comparando-os, é possível

concluir que caso a conjugação seja estendida através do C-5 ou C-3 do anel 1,2,4-

oxadiazol o espectro de absorção não sofre alteração. Um comportamento bastante

interessante é observado para o composto 71 o qual apresenta duas bandas de absorção

uma delas deslocada batocrômicamente (330 nm) e outra hipsocrômicamente (352 nm)

em relação à série 69-70. Essa diferença em relação a 69-70 era esperada haja vista que

71 possui um grupo cromóforo central diferente. Em todos os casos as bandas de

absorção foram caracterizadas como transições π-π* devido aos seus altos valores de

coeficientes molares de absorção. (ε= 50.106 – 89.106 Lmol-1cm-1).

Todos os compostos 69-71 exibiram; intensa luminescência azul, características

de sistemas conjugados contendo o anel oxadiazol. Os compostos 69-70 mostram

máximo de emissão em torno de 399 nm com excelentes rendimentos quânticos de

Page 114: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

97

fluorescência variando de 69-80%. O que confirma novamente que a extensão da

conjugação através do C-3 ou C-5 do 1,2,4-oxadiazol não influi em nada em relação às

propriedades ópticas do composto. Por outro lado 71 mostrou dois picos de emissão em

comprimentos de onda diferentes (372 e 390) e o menor valor de ΦF (42%). Dentre os

compostos sintetizados este é o único que não apresenta o anel 1,3,4-oxadiazol, que é o

grupo responsável por conferir alta luminescência aos produtos obtidos. Essa premissa

já foi discutida no capítulo 2. As transições foram atribuídas à fluorescência π-π*

característica de compostos que contem o anel oxadiazol. Os espectros de emissão da

série 69-71 estão na figura 53, os dados fotofísicos obtidos para essa série encontram-se

compilados na tabela 9.

383.4 423.4 463.4 503.4 543.40

1000

2000

3000

4000

5000

6000

Em

issã

o

Comprimento de Onda (nm)

69a 69b 69c 69d 69e 70 71

Figura 52: Espectro de emissão da série 69a-e, 70 e 71 utilizando λe x i ta çã o = 360 nm.

Page 115: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

98

Tabela 9: Propriedades fotofísicas em solução da série 69-78

Composto λa b s .

( n m) (ε/106)

λe m.

( n m)

Deslocamento

de Stokes (nm)

ΦF (%)

69a 341 (62.6) 399 58 75

69b 341 (89.1) 399 58 76

69c 342 (60.7) 399 54 69

69d 342 (54.5) 399 57 76

69e 341 (60.7) 399 58 76

70 341 (78.3) 399 58 80

71 330 (62.7); 352 (50.0)

372; 390 42; 38 42

REFERÊNCIAS

1. Cristiano, R.; Santos, D.M.P.O.; Gallardo, H. Liq. Cryst. 2005, 32, 7-14.

2. Cristiano, R.; Vieira, A. A.; Ely, F.; Gallardo, H. Liq. Cryst., 2006, 381-390.

3. Mal’kina, A. G.; Brandsma, L.; Vasilevsky, S. F.; Trofimov, B.A. Synthesis

1986, 589-590.

4. Referências disponíveis na parte experimental.

5. a) Tiemann, F.; Chem. Ber, 1884, 17, 126-129. b) Grassmann, S.; Sadek, B.;

Ligneau, X.; Elz, S.; Ganellin, C.R.; Arrang, J. M.; Schwartz, J. C.; Stark, H.;

Schunack, W. Eur. J. Pharm. Sci. 2002, 15, 367-378.

6. Chiou, S.; Shine, H. J. J. Het. Chem. 1989, 26, 125-8.

7. D. Demus and L. Richter In: Texture of Liquid Crystals. Verlarg Chemie

Weinheim Press. New York, NY 1978.

Page 116: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

99

CAPÍTULO 5

CONCLUSÃO

“ Para um professor quando a palavra sai da boca, não volta! Uma vez que prometeu

tem que cumprir.”

R.M. Srivastava

Page 117: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

100

CAPÍTULO 5

Conclusão Geral

Buscando realizar um estudo aprofundado sobre CLs luminescentes

contendo os heterociclos 1,2,4 e ,1,3,4-oxadiazóis foram desenvolvidas

uma grande variedade de estratégias sintéticas. Além disso, foram

realizados estudos dos comportamentos, térmico e fotofísico dos

compostos alvos sintetizados. Em alguns casos estudos espectroscópicos

em fase sólida foram realizados. O nosso trabalho foi focado sobre o

estudo de novos cristais líquidos em forma de bastão de hockey contendo

o heterociclo 1,2,4-oxadiazol, dímeros gêmeos contendo o heterociclo

1,3,4-oxadiazol e cristais líquidos luminescentes contendo ambos anéis

heterociclos na mesma molécula.

Uma estratégia convergente para síntese dos CLs contendo 1,2,4-

oxadiazóis foi desenvolvida. As estruturas dos compostos foram

amplamente estabelecidas utilizando espectroscopia de IV, RMN 1H, 13C,

COSY, DEPT, gHMQC, gHMBC e NOESY-1D. Os compostos 11-15

apresentaram amplas faixas de mesofases SmA, SmC e N, típicas de

cristais líquidos calamíticos. Os compostos sintetizados exibiram alta

luminescência azul com bons rendimentos quânticos tanto em solução

como em fase sólida.

A síntese de dímeros gêmeos 59a-e contendo o anel 1,3,4-

oxadiazol e cadeias alquílica saturadas como espaçador foi desenvolvida.

Embora apenas um dos compostos 59b tenha exibido uma pequena faixa

de uma mesofase SmC monotrópica, todos eles apresentaram alta

estabilidade térmica o que possibilitou a fabricação de filmes finos por

evaporação térmica. A série 59a-e apresentou fluorescência azul com

excelentes rendimentos quânticos de luminescência. Devido a isso

estudos relacionados ao uso desses compostos em camadas emissivas

para o desenvolvimentos de OLEDs já estão em andamento.

Foi também realizada a síntese de CLs contendo os dois anéis

heterociclos estudados, de maneira a unir as propriedades de ambos em

Page 118: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

101

um único material.A série 69-70 apresentou excelente mesomorfismo

contendo as vantagens do anel 1,2,4-oxadiazol e altos rendimentos

quânticos de luminescência azul, o que é característico do anel 1,3,4-

oxadiazol. O composto 71 foi sintetizado para fins de compreensão sobre

a influência desses anéis heterociclos sobre as propriedades térmicas e

fotofísicas.

Page 119: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

102

CAPÍTULO 6

PARTE EXPERIMENTAL

“ Na pesquisa nós não podemos esperar...É muita concorrência! Tudo deve ser muito

rápido e sem demora!”

R.M. Srivastava

Page 120: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

103

CAPÍTULO 6

Parte experimental

5.1 Procedimentos experimentais

Síntese dos compostos 18a-d

Alquilação do 4-ciano-fenol.

Em um balão de 250 mL. Foram adicionados 5g (42 mmol) de 4-cianofenol, 11 g (84

mmol) de K2CO3 , 46 mmol do brometo de alquila apropriado e uma quantidade

catalítica de KI em 100 mL de butanona. A mistura foi mantida em refluxo sob forte

agitação por 16h. O K2CO3 foi filtrado e o solvente evaporado a pressão reduzida. O

excesso de brometo de alquila utilizado foi então destilado a pressão reduzida. As

nitrilas obtidas 14a-d foram utilizadas nas próximas etapas sem purificações adicionais.

4-Hexiloxi benzonitrila (18a) 1

Rendimento: 91%

IV (KBr): 2933, 2224, 1606, 1469 cm-1.

4-Ocatloxi benzonitrila (18b) 1

Rendimento: 93%

IV (KBr): 2920, 2219, 1607, 1469 cm-1.

4-Deciloxi benzonitrila (18c) 2

Rendimento: 95%

IV (KBr): 2926, 2224, 1606, 1467 cm-1.

4-Dodeciloxi benzonitrila (18d) 2

Rendimento: 96%

IV (KBr): 2927, 2224, 1606, 1468 cm-1.

Page 121: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

104

Síntese dos compostos 19a-e e 82

Reação de Tiemann.

Em um balão de 100 mL foram adicionados 9 mmol da nitrila apropriada (18a-d ou 81)

e 40 mL de MeOH. Separadamente em um erlenmeyer de 125 ml dissolveu-se com leve

aquecimento 1,40g (20 mmol) de NH2OH.HCl e 1,12g (20 mmol) de KOH em 30 mL

de uma mistura de MeOH:H2O (8:2). A solução de hidoxilamina foi adicionada ao

balão e a mistura foi mantida em refluxo durante a noite inteira. Evaporou-se o solvente

a pressão reduzida. O produto bruto foi lavado com água destilada para remover o KCl.

O sólido obtido foi então recristalizado em EtOH.

4-Metoxi benzamidoxima (19a) 3

Rendimento: 81%

p.f.: 125-127 oC. p.f.: (Lit): 127-128 oC.

IV (KBr): 3388, 3173, 2921, 1651 cm-1.

4-Hexiloxi benzamidoxima (19b) 4

Rendimento: 87%

p.f.: 91-92 oC

IV (KBr): 3352, 2933, 1647 cm-1.

4-Ocatloxi benzamidoxima (19c) 5

Rendimento: 81%

p.f.: 95-96oC

IV (KBr): 3383, 3176, 2920, 1651 cm-1.

4-Deciloxi benzamidoxima (19d)

Rendimento: 85%

p.f. 109-110 oC.

IV (KBr): 3447, 3348, 2919, 2852, 1651, 1609, 1391, 1252, 826. cm-1.

Page 122: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

105

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ: 7,54 (d, J = 8.8 Hz, 2 H), 6,87 (d, J = 8.8 Hz, 2 H), 6,34

(s, 1 H), 5,15 (s, 2 H), 3,93 (t, 2 H), 1,81 (q, 2 H), 1,77 (m, 2 H), 1.27 (m, 12 H), 0,88 (t,

3 H).

Anal. Calculada: C17H28N2O2: C, 69.83; H, 9.65; N, 9.58. Encontrada: C, 69.26; H,

9.91; N, 9.33.

4-Dodeciloxi benzamidoxima (19e) 4, 6

Rendimento: 73%

p.f. 81-82 oC

IV (KBr): 3383, 3348, 2921, 1651 cm-1.

4-Iodo benzamidoxima (82) 7

Rendimento: 82%

p.f.: 156-157 oC. p.f. (Lit): 156-158 oC.

IV (KBr): 3383, 3367, 2920, 1660 cm-1.

Síntese dos compostos 11-15

a) Preparação dos cloretos de acila 22-23.

Em um balão de 100 mL foram adicionados 4.8 mmol do ácido carboxílico apropriado e

30 mL de SOCl2 recém destilado. A mistura foi mantida em refluxo e agitação por 12h.

Foi realizada uma microdestilação para remover o excesso de SOCl2. O cloreto de acila

foi utilizado na próxima etapa sem purificação adicional.

b) Preparação dos 1,2,4-oxadiazóis 24-25. .

O cloreto de acila apropriado 4.8 mmol recém preparado foi dissolvido em 50 ml de

piridina seca. A esta solução adicionou-se 4.8 mmol da amidoxima apropriada. A

mistura foi mantida em refluxo e agitação durante 16h. Deixou-se a mistura atingir

temperatura ambiente e verteu-se em água gelada. O precipitado foi filtrado a vácuo,

lavado duas vezes com água e recristalizado em EtOH.

Page 123: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

106

3-(4-Hexiloxi fenil)-5-(4-iodo-fenil)-1,2,4-oxadiazol (25a)

Rendimento: 63%

p.f.: 114-115 oC. RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ: 8,06 (d, J = 9.2 Hz, 2 H), 7,92 (s, 4 H), 6,98 (d, J = 9.2

Hz, 2 H), 4,03 (t, J = 6.8 Hz, 2 H), 1,81 (m, 2 H), 1,48 (m, 2 H), 1,28 (m, 4H), 0.89 (t, 3

H). RMN 13C (100 MHz, CDCl3) δ: 174,9, 169,0, 161,6, 138,4, 129,4, 129,7, 123,8, 118,8,

114,7, 99,9, 68,14, 31,6, 29,1, 25,7, 22,6, 14,0.

Anal. Calculada C20H21IN2O2 C, 53,58; H, 4,72; N, 6,25. Encontrada: C, 53,88; H, 4,96;

N, 6,84.

3-(4-Octaloxi-fenil)-5-(4-iodo-fenil)-1,2,4-oxadiazol (25b)

Rendimento: 62%

p.f.: 100-101 oC. RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ: 8,06 (d, J = 9.2 Hz, 2 H), 7,92 (s, 4 H), 6,98 (d, J = 9.2

Hz, 2 H), 4,03 (t, J = 6.8 Hz, 2 H), 1,81 (m, 2 H), 1,48 (m, 2 H), 1,28 (m, 8H), 0,89 (t, 3

H).

RMN 13C (100 MHz, CDCl3) δ: 174,7, 168,8, 161,6, 138,4, 129,4, 129,1, 123,8, 118,8,

114,7, 99,9, 68,13, 31,9, 29,4, 29,3, 29,1, 25,9, 22,7, 14,1.

Anal. Calculada C22H25IN2O2 C, 55,47; H, 5,29; N, 5,88 Encontrada: C, 55,17; H, 5,45;

N, 5,66.

3-(4-Deciloxi-fenil)-5-(4-iodo-fenil)-1,2,4-oxadiazol (25c)

Rendimento: 65%

p.f.: 104 oC.

IR (KBr): 2923, 2853, 1606, 1477, 1262, 1360 cm-1.

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ: 8,06 (d, J = 9.2 Hz, 2 H), 7,92 (s, 4 H), 6,98 (d, J = 9.2

Hz, 2 H), 4,02 (t, J = 6.8 Hz, 2 H), 1,81 (m, 2 H), 1,43 (m, 2 H), 1,28 (m, 12 H), 0,89 (t,

3 H).

RMN 13C (100 MHz, CDCl3) δ: 174,9, 169,0, 161,9, 138.6, 129,6, 129,3, 124,0, 119,1,

115,0, 100,2, 68,4, 32,1, 29,8, 29,7, 29,6, 29,5, 29,4, 26,2, 22,9, 14,3.

Page 124: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

107

Anal. Calculada C24H29IN2O2 : Calculada: C, 57.15; H, 5.80; N, 5.55. Encontrada: C,

57.01; H, 5.20; N, 5.13.

3-(4-Dodeciloxi-fenil)-5-(4-iodo-fenil)-1,2,4-oxadiazol (25d)

Rendimento: 51%

p.f.: 94-95 oC.

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ: 8,07 (d, J = 9.2 Hz, 2 H), 7,92 (s, 4 H), 6,98 (d, J = 9.2

Hz, 2 H), 4,02 (t, J = 6.8 Hz, 2 H), 1,81 (m, 2 H), 1,43 (m, 2 H), 1,27 (m, 16 H), 0,88 (t,

3 H).

RMN 13C (100 MHz, CDCl3) δ: 174,7, 168,8, 161,6, 138,4, 129,4, 129,1, 123,8, 118,8,

114,7, 99,9, 68,1, 31,7, 29,3, 29,6, 29,2, 29,1, 25,9, 22,6, 14,1.

Anal. Calculada C26H33IN2O2 C, 58,65; H, 6,25; N, 5,26. Encontrada: C, 58,15; H, 6,55;

N, 5,36.

3-(4-Metoxi-fenil)-5-(4-iodo-fenil)-1,2,4-oxadiazol (25e)

Rendimento: 80%

p.f.: 136-137 oC.

RMN 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 8,06 (d, J = 9.2 Hz, 2 H), 7,86 (s, 4 H), 6,98 (d, J = 9.2

Hz, 2 H), 3,85 (s, 3 H).

RMN 13C (100 MHz, CDCl3) δ: 174,6, 168,6, 138,2, 129,3, 129,0, 123,6, 119,0, 114,1,

99,9, 55,28.

.Anal. Calculada C15H11IN2O2 C, 47,64; H, 2,93; N, 7,41. Encontrada C, 47,28; H, 3,14;

N, 7,62.

3-(4-Deciloxi-fenil)-5-(4-bromo-fenil)-1,2,4-oxadiazol (24c)

Rendimento: 95%

p.f. 90 (N), 109 I.

IR (KBr): 2916, 2851, 1598, 1477, 1359, 1253, 1014, 750 cm-1.

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ: 8,08 (d, J = 8.4 Hz, 4 H), 7,68 (d, J = 8.4 Hz, 2 H), 7,01

(d, J = 8.4 Hz, 2 H), 4,02 (t, 2 H), 1,81 (m, 2 H), 1,27 (largo, 14 H), 0,88 (t, 3 H).

RMN 13C (100 MHz, CDCl3) δ: 174,5, 168,8, 161,7, 129,4, 128,5, 128,1, 127,5, 123,4,

118,9, 114,7, 68,2, 21.9, 29,5, 29,4, 29,2, 26,0, 22,7, 14,1.

Page 125: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

108

5-(4-Deciloxi-fenil)-3-(4-iodo-fenil)-1,2,4-oxadiazol (83)

Rendimento: 71%

p.f.: 90-91 oC.

RMN 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 8,06 (d, J = 9.2 Hz, 2 H), 7,91 (s, 4 H), 7,00 (d, J = 9.2

Hz, 2 H), 4,03 (t, J = 6.8 Hz, 2 H), 1,86 (m, 2 H), 1,40 (m, 2 H), 1,27 (m, 12 H), 0,90 (t,

3 H). Anal. Calculada C24H29IN2O2 : Calculada: C, 57.15; H, 5.80; N, 5.55 Encontrada:

C, 57.45; H, 5.98; N, 5.15

Síntese dos compostos 11-15

Alquilação dos fenóis 34-36.

A alquilação dos fenóis 34-36 foi realizada utilizando o mesmo procedimento descrito

para o 4-ciano fenol.

1-Deciloxi-4-iodo-benzeno (37a) 8

Rendimento: 91%

RMN 1H (CDCl3, 300 MHz): δ : 6,64 (dd, 4H); 3,87 (t. 2H); 1.,78-1,25 (m, 20H); 0,87

(t, 3H).

1-Dodeciloxi-4-iodo-benzeno (37b) 8

Rendimento: 92%

RMN 1H (CDCl3, 300 MHz): δ : 6,65 (dd, 4H); 3,89 (t. 2H); 1,79-1,24 (m, 24H); 0,87

(t, 3H).

1-Bromo-4-deciloxi-2-nitro-benzeno (38) 9

Rendimento: 87%

RMN 1H (CDCl3, 300 MHz): δ : 7,95 (s, 1H); 7,65 (d, 1H); 7,02 (d,1H); 3,77 (t. 2H);

1,78-1,25 (m, 20H); 0,87 (t, 3H).

2-Bromo-6-deciloxi-naftaleno (39) 10

Rendimento: 89%

Page 126: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

109

p.f: 57-58 oC. p.f. (Lit): 54-57 oC.

Acoplamento Sonogashira entre 37-39 e MEBYNOL 32.

Em um balão de três bocas previamente flambado com ar quente sob atmosfera de

argônio dissolveu-se 10 mmol do composto 37, 38 ou 39 em 70 mL de Et3N:THF (7:3)

secos. A esta solução adicionou-se 10 mol% de PdCl2(PPh3)2 e 10 mol% de PPh3 e

manteve-se a agitação por 15 min. Em seguida adicionou-se 5 mol % de CuI e agitou-se

por mais 15 min. Adicionou-se gota a gota com o auxílio de um funil de adição 20

mmol de 2-Metil-but-3-in-2-ol (Mebynol). Após a adição completa do acetileno a

mistura é mantida em refluxo por 18h h. Após a mistura reacional atingir a temperatura

ambiente foi realizada uma filtração a vácuo sobre celite em um funil de vidro

sinterizado tendo-se lavado a celite mais duas vezes com 20 mL de THF. Os solventes

foram removidos a pressão reduzida. Os alquinóis obtidos foram utilizados na próxima

etapa sem quaisquer purificações adicional.

Desproteção do grupamento C(CH3)2OH

Em um balão de 100 ml acoplado a um aparelho de microdestilação. Foram dissolvidos

os compostos 41-43 em 70 mL de tolueno. Adicionou-se uma pastilha de NaOH e

manteve-se a mistura em refluxo sob forte agitação. A reação foi mantida até que não se

observou mais acetona sendo destilada (aprox. 4h). Os produtos obtidos foram

purificados por cromatografia em coluna usando sílica gel como fase estacionária e

mistura de Hex:AcOEt (9:1) como fase móvel.

1-Deciloxi-4-etinil-benzeno (29a) 11

Rendimento: 71%

RMN 1H (CDCl3, 300 MHz): δ : 7,42 (d, 2H); 6,83 (2. 2H); 3,94 (t. 2H); 2,99 (s, 1H);

1,78 (m, 2H); 1,47-1,29 (m, 14H); 0,89 (t, 3H).

1-Dodeciloxi-4-etinil-benzeno (29b) 11

Rendimento: 73%

Page 127: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

110

RMN 1H (CDCl3, 300 MHz): δ : 7,44 (d, 2H); 6,82 (2. 2H); 3,95 (t. 2H); 2,99 (s, 1H);

1,77 (m, 2H); 1,45-1,29 (m, 18H); 0,90 (t, 3H).

4-Deciloxi-1-etinil-2-nitro-benzeno (30) 9

Rendimento: 51%

RMN 1H (CDCl3, 300 MHz): δ : 7,95 (s, 1H); 7,62 (d, 1H); 7,02 (d,1H); 3,77 (t. 2H);

3,10 (s, 1H); 1,78-1,25 (m, 20H); 0,87 (t, 3H).

2-Deciloxi-6-etinil-naftaleno (31) 10

Rendimento: 45%

p.f: 42-45 oC. p.f. (Lit): 42.4-46.7 oC

RMN 1H (CDCl3, 300 MHz): δ : 7,95 (s, 1H); 7,67 (t, 2H); 7,47 (d, 1H); 7,15-7,06 (m,

2H); 4,05 (t, 2H); 3,09 (s, 1H); 1,83 (m, 2H); 1,28 (m, 14H); 0,8 (m, 3H).

Síntese dos compostos 11-14.

Acoplamento Sonogashira entre 25c e os acetilenos 29-31.

Em um balão de duas bocas previamente flambado com ar quente sob atmosfera de

argônio dissolveu-se 0.3g (0.6 mmol) do composto 25c em 40 mL de Et3N:THF (7:3)

secos. A esta solução adicionou-se 41.66 mg (0,06 mol) de PdCl2(PPh3)2 e 15.59 mg

(0,06 mol) de PPh3 e manteve-se a agitação por 15 min. Em seguida adicionou-se 5.65

mg (0,03 mol ) de CuI e agitou-se por mais 15 min. Adicionou-se gota a gota com o

auxílio de um funil de adição 0.71 mmol do acetileno apropriado dissolvido em 5 mL de

Et3N. Após a adição completa do acetileno a mistura é agitada a temperatura ambiente

por 16 h. Após o términio da reação foi realizada uma filtração a vácuo sobre celite em

um funil de vidro sinterizado tendo-se lavado a celite mais duas vezes com 20 mL de

THF. Os solventes foram removidos a pressão reduzida. Os compostos obtidos foram

purificados após serem recristalizados duas vezes em Hexano:CHCl3.

3-(4-Deciloxi-fenil)-5-[4-(4-deciloxi-feniletinil)-fenil]- 1,2,4-oxadiazol (11a)

Rendimento: 81%

IV (KBr): 2919, 2849, 2204, 1597, 1505, 1248, 840 cm-1.

Page 128: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

111

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ : 8,19 (d, J = 8.4 Hz, 2 H), 8,10 (d, J = 8.4 Hz, 2 H), 7,67

(d, J = 8.0 Hz, 2 H), 7,48 (d, J = 8.0 Hz, 2 H), 7,01 (d, J = 8.4 Hz, 2 H), 6,89 (d, J = 8.4

Hz, 2 H), 4,02 (m, 4 H), 1,81 (m, 4 H), 1,28 (m, 28 H), 0,89 (t, 6 H).

RMN 13C (100 MHz, CDCl3) δ : 175,1, 169,0, 161,8 , 159,9 , 133,5 , 132,1 , 129,3, 128,2

, 123,5 , 119,3 , 114,9 , 114,8 , 93,4 , 87,6 , 86,8 , 68,3 , 32,1 , 29,8 , 29,5 , 29,4 , 26,2 ,

22,9 , 14,4.

Anal. Calculada C42H 54N2O3: C,79.46; H, 8.57; N, 4.41. Encontrada: C,79.62; H, 8.42;

N, 4.07.

3-(4-DeciloxI-fenil)-5-[4-(4-dodeciloxi-feniletinil)-fenil]- 1,2,4-oxadiazol (11b)

Rendimento: 82%

IV (KBr): 2920, 2851, 2206, 1597, 1597, 1250, 840 cm-1.

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ : 8,19 (d, J = 8.0 Hz, 2 H), 8,10 (d, J = 8.2 Hz, 2 H), 7,65

(d, J = 8.4 Hz, 2 H), 7,48 (d, J = 8.4 Hz, 2 H), 7,01 (d, J = 8.4 Hz, 2 H), 6,88 (d, J = 8.4

Hz, 2 H), 4,01 (t, 4 H), 1,81(m, 4 H), 1,27 (m, 28 H), 0,86 (t, 6 H).

RMN 13C (100 MHz, CDCl3) δ : 174,9 , 162,4 , 159,9 , 133,5 , 132,1 , 130,9 , 129, 3,

129, 1, 128,2 , 123,5 , 119,3 , 115,0 , 114,8 , 93,4 , 87,6 , 68,4 , 46,3 , 32,1 , 29,9 , 29,6 ,

29,4 , 26,2 , 22,9 , 14,3.

Anal. Calculada C44H 58N2O3: C,79.72; H, 8.82; N, 4.23. Encontrada: C,79.22; H, 8.61;

N, 4.15.

5-(4-((4-Deciloxi-3-nitrofenil)etinil)fenil)-3-(4-deciloxifenil)-1,2,4-oxadiazol. (12)

Rendimento: 74%

IV (KBr): 2922, 2849, 2207, 1607, 1535, 1356, 1261, 1016, 846 cm-1.

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ : 8.21 (d, J = 8.0 Hz, 2 H), 8.99 (d, J = 8.0 Hz, 2 H), 8.08

(s, 1 H), 7.67 (d, J = 8.0 Hz, 4 H), 7.07 (d, J = 8.4 Hz, 1 H), 6.99 (d, J = 8.4 Hz, 1 H),

4.13 (t, J = 6.4 Hz, 2 H), 1.82 (m, 4 H), 1.28 (m, 28 H), 0.88 (t, 6 H). 13C RMN (100 MHz, CDCl3): 174.9, 169.0, 161.8, 152.9, 138.6, 137.2, 132.3, 129.6,

129.3, 129.0, 128.3, 127.3, 124.2, 119.2, 115.0, 114.9, 114.7, 90.4, 89.2, 70.2, 68.4,

32.1, 29.8, 29.8, 29.7, 29.6, 29.5, 29.5, 29.48, 29.4, 29.1, 26.0, 22.9, 14.4.

Page 129: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

112

Anal. Calculada C42H53N3O5 : C, 74.20; H, 7.86; N, 6.18. Encontrada: C, 74.11; H, 7.56;

N, 6.07.

5-[4-(6-Deciloxi-naftalen-2-il-etinil)-fenil]-3-(4-deciloxi-fenil)-1,2,4-oxadiazol (13)

Rendimento: 80%

IV (KBr): 2919, 2847, 1606, 1465, 1364, 1253, 1172, 1021, 842 cm-1.

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ : 8,21 (d, J = 8.4 Hz, 2 H), 8,11 (d, J = 8.8 Hz, 2 H), 8,02

(s, 1 H), 7,74-7,70 (m, 4 H), 7,55 (dd, J = 8.8 e 1.1 Hz, 1 H), 7,19 (dd, J = 8.8 e 2.1 Hz,

1 H), 7,12 (d, J = 2.1 Hz, 1 H), 7,01 (d, J = 8.8, 2 H), 4,08 (t, 2 H), 4,03 (t, 2 H), 1,84

(m, 4 H), 1,48 e 1,27 (m, 28 H), 0,89 (m, 6 H).

RMN 13C (100 MHz, CDCl3) δ : 175,1 , 169,0 , 161,8 , 158,4 , 134,7 , 132,3 , 131,9 ,

129,6 , 129,3 , 129,0 , 128,3 , 127,1 , 123,7 , 120,1 , 119,3 , 117,4 , 114,9 , 106,8 , 93,9 ,

88,5 , 68,4 , 32,1 , 29,8 , 28,8 , 29,6 , 29,5 , 29,4 , 26,3 , 26,26 , 22,9 , 17,8 , 14,4.

Anal. Calculada C46H56N2O3: C, 80.66; H, 8.24; N, 4.09. Encontrada: C, 80.72; H, 8.80;

N, 4.23.

1-Decil-4-(4-{4-[3-(4-deciloxi-fenil)-1,2,4-oxadiazol-5-il]-Feniletinil}-fenil)-

piperazina (14)

Rendimento: 77%

IV (KBr): 2921, 2848, 2208, 1602, 1514, 1357, 1246, 816, 759 cm-1.

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ : 8,16 (d, J = 8.0 Hz, 2 H), 8,08 (d, J = 8.0 Hz, 2 H), 7,64

(d, J = 8.0 Hz, 2 H), 7,45 (d, J = 8.0 Hz, 2 H), 6,99 (d, J = 8.4 Hz, 2 H), 6,87 (d, J = 8.4

Hz, 2 H), 4,02 (t, J = 6.4 Hz, 2 H), 3,49 (sl, 4 H), 3,15 (q, J = 7.2 Hz, 2 H), 2,91 (sl, 4

H), 2,66 (m, 2 H), 1,81 (m, 2 H), 1,26 (m, 28 H), 0,88 (m, 6 H).

RMN 13C (100 MHz, CDCl3) δ : 175,1 , 168,9 , 161,8 , 150,6 , 133,2 , 132,1 , 129,3 ,

128,2 , 123,3 , 119,2 , 115,7 , 114,9 , 113,5 , 93,7 , 87,8 , 68,4 , 58,6 , 47,3 , 46,3 , 32,1 ,

29,9 , 29,6 , 29,5 , 29,5 , 29,4 , 27,4 , 26,2 , 25,6 , 22,9 , 14,4 , 8,8.

Anal. Calculada C46H62N4O2: C, 78.59; H, 8.89; N, 7.97. Encontrada: C, 78.81; H, 8.57; N, 7.56.

Síntese dos composto 15

Acoplamento Sonogashira entre 24c e cloreto de trimetilsilano 50.

Page 130: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

113

Em um balão de três bocas previamente flambado com ar quente sob atmosfera de

argônio dissolveu-se 2g (3.9 mmol) do composto 24c em 40 mL de Et3N:Py (8:2) secos.

A esta solução adicionou-se 30.0 mg (0,04 mmol) de PdCl2(PPh3)2 e 10.48 mg (0,04

mol) de PPh3 e manteve-se a agitação por 15 min. Em seguida adicionou-se 5.65g (0,03

mol %) de CuI e agitou-se por mais 15 min. Adicionou-se gota a gota com o auxílio de

um funil de adição 0.59g (6.0 mmol) cloreto de trimetilsilano 50 diluído em 10 mL do

sistema de solventes da reação. Após a adição completa do acetileno a mistura é

mantida a 50oC por 24 h. Após a mistura reacional atingir a temperatura ambiente foi

realizada uma filtração a vácuo sobre celite em um funil de vidro sinterizado tendo-se

lavado a celite mais duas vezes com 20 mL de THF. Os solventes foram removidos a

pressão reduzida. O material bruto foi purificado por cristalização em EtOH

3-(4-Deciloxi-fenil)-5-(4-trimetilsilaniletinil-fenil)- 1,2,4-oxadiazol (51)

Rendimento: 80%

p.f.: 107-108 oC.

IV (KBr): 2920, 2850, 2154, 1610, 1466, 1263, 844, 760 cm-1.

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ : 8,14 (d, J = 8.0 Hz, 2 H), 8,08 (d, J = 8.0 Hz, 2 H), 7,62

(d, J = 8.4 Hz, 2 H), 7,00 (d, J = 8.8 Hz, 2 H), 4,03 (t, J = 6.4 Hz, 2 H), 1,82 (m, 2 H),

1,28 (m, 14 H), 0,89 (t, 3H), 0,28 (s, 9 H).

RMN 13C (100 MHz, CDCl3) δ : 174,9 , 168,9 , 161,7 , 132,6 , 129,2 , 132,6 , 129,2 ,

128,0 , 127,7 , 124,0 , 119,1 , 114,9 , 104,0 , 98,4 , 68,3 , 32,1 , 29,7 , 29,6 , 29,5 , 29,3 ,

26,2 , 22,9 , 14,3 , 0,0.

Anal. Calculada C29H38N2O2Si: C, 73.37; H, 8.07; N, 5.90. Encontrada: C, 73.64; H,

8.33; N, 6.10.

Desproteção do grupo SiMe3.

Em um balão de 100 ml contendo 50 ml de um sistema 5:5 dce MeOH: DCM

adicionou-se 1.0 g (2.1 mmol) do composto 51 e 0.58g (4.2 mmol) de K2CO3. A mistura

foi agitada vigorosamente por uma noite. Após uma filtração simples evaporou-se o

Page 131: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

114

solvente a pressão reduzida. O material bruto obtido foi purificado por cristalização em

EtOH.

3-(4-Deciloxi-fenil)-5-(4-etinil-fenil)- 1,2,4-oxadiazol (48)

Rendimento: 98%

p.f: Cr 93 N 107 I

IV (KBr): 3279, 2923, 2851, 1612, 1266, 8,46, 760 cm-1.

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ: 8,18 (d, J = 8.0 Hz, 2 H), 8,08 (d, J = 8.0 Hz, 2 H), 7,65

(d, J = 8.8 Hz, 2 H), 7,01 (d, J = 8.8 Hz, 2 H), 4,02 (t, J = 6.4 Hz, 2 H), 3,28 (s, 1 H),

1,81 (m, 2 H), 1,28 (m, 14 H), 0,88 (t, 2 H).

RMN 13C (100 MHz, CDCl3) δ: 174,9 , 169,0 , 161,8 , 132,9 , 129,3 , 128,2 , 126,7 ,

124,5 , 119,1 , 114,9 , 82,8 , 80,7 , 77,6 , 77,2 , 76,9 , 68,4 , 32,1 , 29,9 , 29,6 , 29,4, 26,2

, 22,9, 14.3.

Anal. Calculada C26H30N2O2 : C, 77.58; H, 7.51; N, 6.96. Encontrada: C, 77.19; H, 7.73;

N, 6.67.

Esterificação do ácido 4-iodobenzóico 23 com o 1-decanol 47.

Em um balão de 100 mL acoplado a um aparelho de Dean-stark. Foram dissolvidos 1g

(4.0 mmol) do ácido 23 e 0.97 ml (6.1 mmol) do 1-decanol em 60 mL de tolueno.

Adicionou-se uma quantidade catalítica de H2SO4 manteve-se a mistura em refluxo sob

forte agitação. A reação foi mantida até que 0,1 ml de H2O fora capturada. A fase

orgânica foi lavada duas vezes com uma solução saturada de NaHCO3, uma vez com

água destilada e seca com Na2SO4. Após a evaporação do solvente o produto obtido foi

purificado por cromatografia em coluna usando sílica gel como fase estacionária e

mistura de Hex:AcOEt (9:1) como fase móvel.

4-iodo benzoato de decanoila (54) 12

Rendimento: 82%

IV (KBr): 2922, 2853, 1721, 1586, 1272, 1108, 753 cm-1.

Acoplamento Sonogashira entre 48 e os 54.

Page 132: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

115

Neste caso utilizou-se o mesmo protocolo descrito para a síntese dos compostos 11a-e.

Decanoato de 4-{4-[3-(4-Deciloxi-fenil)-1,2,4-oxadiazol-5-il]-feniletinil}-benzoila

(15)

Rendimento: 81%

IV (KBr): 2919, 2849, 1710, 1609, 1467, 1272, 1108, 841, 762 cm-1.

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ: 8,21 (d, J = 8.4 Hz, 2 H), 8,09 (d, J = 8.8 Hz, 2 H), 8,05

(d, J = 8.4 Hz, 2 H), 7,71 (d, J = 8.4 Hz, 2 H), 7,62 (d, J = 8.4 Hz, 2 H), 7,00 (d, J = 8.8

Hz, 2 H), 4,33 (t, 2 H), 4,02 (t, 2 H), 1,79 (m, 4 H), 1,28 (m, 28 H), 0,88 (m, 6 H).

RMN 13C (100 MHz, CDCl3) δ: 174,9 , 169,0 , 166,2 , 161,8 , 132,5 , 131,8 , 130,6 ,

129,8 , 129,3 , 127,3 , 124,3 , 119,1 , 114,9 , 92,0 , 91,3 , 92,1 , 91,4 , 68,4 , 65,7 , 46,1 ,

32,1 , 29,8 , 29,8 , 29,6 , 29,5 , 28,9 , 26,2 , 22,9 , 14,3 , 8,9.

Anal. Calculada C43H54N2O4: C, 77.91; H, 8.21; N, 4.23. Encontrada: C, 77.65; H, 8.32;

N, 4.37.

Síntese dos composto 59a-e

Acetilação do ácido 4-hidroxibenzóico 63

Em um Erlenmeyer de 125 mL dissolveu-se 0,01 mmol do ácido 4-hidroxi-benzóico 62

em 25 mL de NaOH 3M contendo gelo picado. Adicionou-se 1.5g de anidrido acético

com agitação vigorosa durante 1 min. Acidificou-se com HCl 2M. O precipitado

formado foi recristalizado em EtOH/H2O.

Ácido 4-acetoxi-benzóico (63) 13

Rendimento: 93%

p.f. 207-208. p.f. (Lit.): 208-209 oC.

IV (KBr): 3120; 1755 cm-1.

Page 133: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

116

Síntese do tetrazol 60

Em um balão de 100 mL, uma mistura de 10g (34 mmol) da 4-dodeciloxi-benzonitrila

14d, 3.4g (52 mmol) de NaN3 e 2.8g (52 mmol) de NH4Cl foi refluxada por 12h em 60

mL de DMF. A reação foi resfriada até temperatura ambiente e vertida em água. A

solução resultante foi acidificada com HCl 5M. O precipitado formado foi filtrado,

lavado com água e re-cristalizado em EtOH/H2O.

4-Dodeciloxi-fenil-tetrazol (60) 14

Rendimento: 71%

p.f. 153-154. p.f. (Lit.): 152-155 oC.

Preparação do cloreto de acila 64

Em um balão de 100 mL foram adicionados 4.8 mmol do ácido carboxílico 63 e 30 mL

de SOCl2 recém destilado. A mistura foi mantida em refluxo e agitação por 12h. Foi

realizada uma microdestilação para remover o excesso de SOCl2. O cloreto de acila foi

utilizado na próxima etapa sem purificação adicional.

Reação de Huisgen entre os intermediários 60 e 64

O cloreto de acila 64 3.0g (4.8 mmol) recém preparado foi dissolvido em 50 ml de

piridina seca. A esta solução adicionou-se 5.0g (15 mmol) do tetrazol 60. A mistura foi

mantida em refluxo e agitação durante 16h. Deixou-se a mistura atingir temperatura

ambiente e verteu-se em água gelada. O precipitado foi filtrado a vácuo, lavado duas

vezes com água e recristalizado em EtOH..

Acetato de 4-[5-(4-dodeciloxi-fenil)-1,3,4-oxadiazol-2-il]-fenila (65)

Rendimento: 65%

p.f. 103-104 oC

IV (KBr): 2919, 2849, 1750, 1590, 1552 cm-1.

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ: 8,04 (m, 4H), 7,04 (m, 4H), 6,98 (d, J = 9.2 Hz, 2H),

4,08 (t, J = 6.8 Hz, 2H), 2,34 (m, 3H), 1,81 (m, 2H), 1,53 (m, 16 H), (t, J = 6.8 Hz, 3H).

Page 134: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

117

Anal. Calculada C28H36N2O4 : Calculada: C, 72,39; H, 7,81; N, 6,03 Encontrada: C,

72.26; H, 7.15; N, 6.25.

Hidrólise do composto 65

Em um balão de 100 mL foram adicionados 2.00g (4.3 mmol) do composto 65 e KOH

(0.33g, 6.0 mmol). A mistura foi mantida em refluxo e agitação em 60 mL de

EtOH/H2O por 12h. A solução resultante foi acidificada com HCl 5M. O precipitado

bruto foi filtrado , lavado com água e cristalizado em EtOH.

4-[5-(4-Dodeciloxi-fenil)-1,3,4-oxadiazol-2-il]-fenol (61) 15

Rendimento: 85%

p.f. 146-147 oC. p.f. (Lit.): 145-147 oC.

RMN 1H (300 MHz, CDCl3): 8,03 (m, 4H); 7,00 (m, 4H); 4,03 (t, 2H); 1,26-1,81 (m,

20H); 0,88 (t, 3H).

Dupla alquilação do fenol 61

Em um balão de 100 mL. Foram adicionados 1.0 mmol de 61, 1.5 mmol de K2CO3 , 0.5

mmol do dibrometo de alquila apropriado e uma quantidade catalítica de KI em 50 mL

de butanona. A mistura foi mantida em refluxo sob forte agitação por 18h. O K2CO3 foi

filtrado e o solvente evaporado a pressão reduzida. Todos os produtos foram purificados

por recristalização em CHCl3.

1,3-Bis-{4-[5-(4-Dodeciloxi-fenil)-1,3,4-oxadiazol-2-il]} propano (59a)

Rendimento: 81% ,

p.f: 224-225 oC.

IV (KBr): 2919, 2851, 1609, 1496, 1253, 1173 cm-1.

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ: 8,06 (m, 8H), 7,03 (m, 8H), 4,17 (m, 4 H), 4,05 (t, J =

6.4 Hz, 4 H), 1,83 (m, 4 H), 1,27 (m, 38 H), 0,86 (m, 6H).

Page 135: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

118

Anal. Calculada C55H72N4O6 C, 74.63; H, 8.20; N, 6.33. Encontrada: C, 74.25; H, 8.57;

N, 6.39.

1,3-Bis-{4-[5-(4-Dodeciloxi-fenil)-1,3,4-oxadiazol-2-il]} butano (59b)

Rendimento: 75%

p.f: 192-193 oC.

IV (KBr): 2918, 2850, 1610, 1496, 1256, 1172 cm-1.

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ: 8,06 (m, 8H), 7,02 (m, 8H), 4,15 (m, 4 H), 4,03 (t, J =

6.4 Hz, 4 H), 1,82 (m, 4 H), 1,26 (m, 40 H), 0,86 (m, 6H).

Anal. Calculada C56H74N4O6 C, 74.80; H, 8.29; N, 6.23. Encontrada: C, 75.04; H, 8.10;

N, 6.30.

1,6- Bis-{4-[5-(4-Dodeciloxi-fenil)-1,3,4-oxadiazol-2-il]} hexano (59c)

Rendimento: 73%

p.f: 175-176 oC.

IV (KBr): 2918, 2851, 1610, 1496, 1255, 1171 cm-1.

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ: 8,06 (m, 8H), 7,04 (m, 8H), 4,04 (m, 8 H), 1,82 (m, 8 H),

1,26 (m, 40 H), 0,86 (m, 6H).

Anal. Calculada C58H78N4O6 C, 75,13; H, 8,48; N, 6,04 . Encontrada: C, 75.33; H, 8.78;

N, 6.13.

1,8-Bis -{4-[5-(4-Dodeciloxi-fenil)-1,3,4-oxadiazol-2-il]} octano (59d)

Rendimento: 70%

p.f: 169-170 oC.

IV (KBr): 2919, 2852, 1610, 1496, 1255, 1173 cm-1.

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ: 8,06 (m, 8H), 7,02 (m, 8H), 4,04 (m, 8 H), 1,66 (m, 12

H), 1,27 (m, 40 H), 0,88 (m, 6H).

Page 136: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

119

Anal. Calculada C60H82N4O6 C, 75.43; H, 8.65; N, 5.86 . Encontrada: C, 75.51; H, 4.42;

N, 5.88.

1,10-Bis-{4-[5-(4-Dodeciloxi-fenil)-1,3,4-oxadiazol-2-il]} decano (59e)

Rendimento: 74%

p.f: 160-161 oC.

IV (KBr): 2918, 2850, 1609, 1496, 1253, 1175 cm-1.

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ: 8,06 (m, 8H), 7,03 (m, 8H), 4,04 (m, 8H), 1,72 (m, 16H),

1,27 (m, 40H), 0,86 (m, 6H).

Anal. Calculada.C62H86N4O6 C, 75,73; H, 8,81; N, 5,70. Encontrada: C, 75.63; H, 8.98;

N, 5.35.

Síntese dos composto 69a-e, 70 e 71

Síntese do tetrazol 75 Esta síntese foi realizada seguindo o mesmo procedimento descrito para o tetrazol 70,

porém partindo da 4-bromo-benzonitrila 74.

5-(4-Bromo-fenil)-2H-tetrazol (75) 16

Rendimento: 77%

p.f.: 260-261 oC. p.f. (Lit): 260.6-261 oC.

Reação de Huisgen entre os intermediários 75 e 73.

Esta síntese foi realizada seguindo o mesmo procedimento descrito para o tetrazol 70,

porém partindo da 4-bromo-benzonitrila 74.

2-(4-Bromo-fenil)-5-(4-deciloxi-fenil)-1,3,4-oxadiazol (76) 16

Rendimento: 65%

IV (KBr): 2919, 2850, 1607, 1474, 1249, 1012 cm-1.

Page 137: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

120

RMN 1H (400 MHz, CDCl3) δ: 8,03 (d, 2H); 7,97 (d, 2H); 7,65 (d, 2H); 7,00 (d, 2H);

7,65 (d, 2H); 7,00 (d, 2H); 4,02 (t, 2H); 1,80 (m, 2H); 1,27 (m, 14H); 0,89 (t, 3H).

Acoplamento Sonogashira entre 76 e MEBYNOL 32.

Esta reação foi realizada seguindo o mesmo procedimento descrito para os

acoplamentos Sonogashira entre 25c e os acetilenos 29-33.

Desproteção do grupamento C(CH3)2OH

4-{4-[5-(4-DeciloxI-Fenil)-1,3,4-oxadiazol-2-il]-fenil}-2-metil-but-3-in-2-ol. (77) 17

p.f.: 124-126 oC. p.f. (Lit): 126.7 oC.

IV (KBr): 3369, 2923, 2852, 1612, 1495, 1258 cm-1.

A desproteção foi realizada utilizando o mesmo procedimento descrito para a síntese

dos compostos 11-15.

2-(4-Deciloxi-fenil)-5-(4-etinil-fenil)-1,3,4-oxadiazol (78) 17

Rendimento: 66%

p.f.: 108-109 oC. p.f.: (Lit): 109.7 oC.

IV (KBr): 3272, 2956, 2917, 2851, 1612 cm-1.

Acoplamento Sonogashira entre 25a-e e 8.

Em um balão de duas bocas previamente flambado com ar quente sob atmosfera de

argônio dissolveu-se 1.0 mmol do iodeto 25a-e em 40 mL de Et3N:Py (5:5) secos. A

esta solução adicionou-se 0,1 mol de PdCl2(PPh3)2 e 0,1 mol de PPh3 e manteve-se a

agitação por 15 min. Em seguida adicionou-se 0,05 mol de CuI e agitou-se por mais 15

min. Adicionou-se gota a gota com o auxílio de um funil de adição 1.1 mmol de 78

dissolvidos em 10 mL de Et3N:Py (5:5) secos. Após a adição completa do acetileno a

mistura é mantida a 60oC por 18 h. Terminada a reação, após a mistura reacional atingir

a temperatura ambiente foi realizada uma filtração a vácuo sobre celite em um funil de

vidro sinterizado tendo-se lavado a celite mais duas vezes com 30 mL de THF. Os

Page 138: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

121

solventes foram removidos a pressão reduzida. O material bruto foi recristalizado duas

vezes em CH2Cl2 para fornecer o produto em sua forma pura.

5-(4-{4-[5-(4-Deciloxi-fenil)-1,3,4-oxadiazol-2-il]-feniletinil}-fenil)-3-(4-metoxi-

fenil)-1,2,4-oxadiazol. (69a)

Rendimento: 75%

IV (KBr) : 2920, 1612, 1496, 1254 cm-1.

RMN 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 8,09-8,22 (m, 8H); 7,71 (m, 4H); 7,02 (m, 4H); 4,03 (t, 3JH-H = 6.0 Hz, 2H); 3,88 (s, 3H); 1.28-1.87 (m, 16H); 0,88 (t, 3JH-H = 6.9 Hz, 3H).

Anal. Calculada C41H40N4O4 C, 75,44; H, 6,18; N, 8,58. Encontrada: C,75.33, H 6,36,

N, 8,76

5-(4-{4-[5-(4-Deciloxi-fenil)-1,3,4-oxadiazol-2-il]-feniletinil}-fenil)-3-(4-hexiloxi-

fenil)-1,2,4-oxadiazol. (69b)

Rendimento: 69%

IV (KBr) : 2920, 1612, 1496, 1254 cm-1.

RMN 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 8,81-8,23 (m, 8H); 7,72 (m, 4H); 7,01 (m, 4H); 4,03 (m,

4H); 1,28-1,84 (m, 24H); 0,91 (m, 6H).

Anal. Calculada C46H50N4O4 C, 76,43; H, 6,97; N, 7,75. Encontrada: C, 76,73; H, 7,13;

N, 7,45

5-(4-{4-[5-(4-Deciloxi-fenil)-1,3,4-oxadiazol-2-il]-feniletinil}-fenil)-3-(4-octaloxi-

fenil)-1,2,4-oxadiazol. (69c)

Rendimento: 70%

IV (KBr) : 2920, 1612, 1496, 1254 cm-1.

RMN 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 8,08-8,24 (m, 8H); 7,73 (m, 4H); 7,02 (m, 4H); 4,04 (m,

4H); 1,27-1,84 (m, 28H); 0,88 (m, 6H).

Anal. Calculada C48H54N4O4 C, 76,77; H, 7,25; N, 7,46. Encontrada: C, 76,35; H, 7,42;

N, 7,17.

5-(4-{4-[5-(4-Deciloxi-fenyl)-1,3,4-oxadiazol-2-il]-feniletinil}-fenil)-3-(4-deciloxi-

fenil)-1,2,4-oxadiazol (69d)

Rendimento: 76%

Page 139: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

122

IV (KBr) : 2920, 1612, 1496, 1254 cm-1.

RMN 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 8,07-8,24 (m, 8H); 7,72 (m, 4H); 7,01 (m, 4H); 4,03 (m,

4H); 1,28-1,84 (m, 32H); 0,88 (m, 6H).

Anal. Calculada C50H58N4O4 C, 77,09; H, 7,50; N, 7,19 Encontrada: C, 76,89; H, 7,73;

N, 7,62.

5-(4-{4-[5-(4-Deciloxi-fenyl)-1,3,4-oxadiazol-2-il]-feniletinil}-fenil)-3-(4-dodeciloxi-

fenil)-1,2,4-oxadiazol (69e)

Rendimento: 73%

IV (KBr) : 2920, 1612, 1498, 1254 cm-1.

RMN 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 8,06-8,23 (m, 8H); 7,70 (m, 4H); 7,01 (m, 4H); 4,02 (m,

4H); 1,28-1,84 (m, 36H); 0,91 (m, 6H).

Anal. Calculada C52H62N4O4 C, 77,39; H, 7,74; N, 6,94. Encontrada: C, 77,61; H, 7,94;

N, 6,22.

Reação de diazotação de 79.

Em um béquer de 100 mL dissolveu-se a 4g (33 mmol) 4-aminobenzonitrila 79 em 40

mL de uma solução H2SO4 2.5M em um banho de gelo (2oC). Adicionou-se lentamente

2.76g (40 mmol) de NaNO2 dissolvidos em 9 mL de H2O. A mistura é mantida sob forte

agitação durante 30 min. Em outro béquer preparou-se uma solução contendo 5.99g (36

mmol) de KI em 30 mL de H2O. A solução de KI foi resfriada a 10 oC e adicionou-se a

esta a solução do sal de diazônio previamente preparada à mistura resultante foi agitada

por mais 1h até atingir temperatura ambiente. A solução foi extraída duas vezes com

CH2Cl2. O produto bruto foi cromatografado em coluna de sílica gel (Hexano) para

render o produto puro.

4-Iodo-benzonitrila (81) 18

Rendimento: 63%

p.f.: 126-127 oC. P.f. (Lit): 125 oC.

Acoplamento Sonogashira entre 83 e 48 ou 78.

Page 140: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

123

As reações foram realizadas seguindo o mesmo procedimento utilizado para os

acoplamentos Sonogashira entre 25a-c e 78.

5-(4-Decyloxi-fenil)-3-(4-{4-[5-(4-deciloxi-fenil)-1,2,4-oxadiazol-2-il]-feniletinil}-

fenil)-1,2,4-oxadiazol. (70)

Rendimento: 71%

IV (KBr) : 2920, 1612, 1496, 1255 cm-1.

RMN 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 8,06-8,24 (m, 8H); 7,71 (m, 4H); 7,02 (m, 4H); 4,03 (m,

4H); 1,28-1,85(m, 32H); 0,88 (m, 6H).

Anal. Calculada C50H58N4O4 C, 77,09; H, 7,50; N, 7,19. Encontrada: 77,41; H, 7,33; N,

7,25.

5-(4-Decyloxi-fenil)-3-(4-{4-[5-(4-deciloxi-fenil)-1,2,4-oxadiazol-2-il]-feniletinil}-

fenil)-1,2,4-oxadiazol. (71)

Rendimento: 77%

IV (KBr) : 2920, 1607, 1360, 1251 cm-1.

RMN 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 8,23 (d, 3JH-H = 8.4 Hz, 4H); 8,10 (d, 3JH-H = 8.7 Hz, 4H)

7,73 (d, 3JH-H = 8.4 Hz, 4H); 7,01 (d, 3JH-H = 8.7 Hz, 4H); 4,03 (t, 3JH-H = 6.6 Hz, 4H);

1,82 (m, 4H); 1,28-1,57 (m, 28H); 0,88 (m, 6H).

Anal. Calculada C50H58N4O4 C, 77,09; H, 7,50; N, 7,19. Encontrada: C, 77,42; H, 7,61;

N, 7,62.

Observação das texturas por microscopia óptica de luz polarizada (MOLP)

Os pontos de fusão, transições térmicas e texturas mesomórficas foram determinados

usando pelo aquecimento/refriamento das amostras colocadas entre uma lâmina e uma

lamínula, sem qualquer tratamento prévio, em um microscópio Olympus BX50

equipado com um Mettler Toledo FP-82 hot stage contendo um PM-30 exposure control

unit.

Page 141: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

124

Preparação dos Filmes

Spin-Coating

Os filmes foram depositados sobre placas de quartzo. Antes da deposição as

placas foram primeiramente limpas por uma lavagem com detergente neutro seguido

por uma seqüência de 20 min de sonicação em acetona, etanol e água. Após esta etapa

as placas foram secas em um forno. Os compostos em estudo foram dissolvidos em

CHCl3 a 2% (m/m) e então depositados por deposição rotatória a 4000 rpm durante 30s

a temperatura ambiente (24 °C).

Evaporação térmica

Os filmes finos de 130 nm foram termoevaporados (~10-6 mbar) sobre um

substrato de vidro em um Auto 306 Vacuum Coating Systems da Edwards Vacuum.

Medidas de absorção (UV)

As medidas em solução e em fase sólida foram realizadas em um

espectrofotômetro HP UV-Vís modelo 8453 utilizando cubetas de vidro.

Medidas de emissão As medidas em solução e em fase sólida foram realizadas em um fluorímetro

Hitachi-F-4500 utilizando cubetas de quartzo.

REFERÊNCIAS

1. Partridge, M. W. J. Chem. Soc. 1949, 3043-3046.

2. Chino, E.; Matsunaga, Y. Bull. Chem. Soc. Jap. 1983, 56, 3230-3234.

3. Chiou, S.; Shine, H.J. J.of Het. Chem. 1989, 26, 125-128.

4. Bunton, C.A.; Nelson, S.E.; Quan, C. J. Org. Chem. 1982, 47, 1157-60.

Page 142: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

125

5. Ohki, H.; Tomishima, M.; Yamada, A.; Takasugi, H. PCT Int. Appl. 1996, 273

pp.

6. Reichert, A.; Frohlich, R.; Ferguson, R.; Kraft, A. J. Chem. Soc., Perkin Trans.

2001, 11, 1321-1328.

7. Charton, J.; Cousaert, N.; Bochu, C.; Willand, N.; Deprez, B.; Deprez-Poulain,

R. Tetrahedron Lett. 2007, 48, 1479-1483.

8. Bruce, D.W.; Dunmur, D.A.; Lalinde, E.; Maitlis, P. M.; Styring, P. Liq. Cryst.

1988, 3, 385-395.

9. A. A. Merlo, J.E. Braun, U. Vasconcelos, F. Ely, Gallardo, H. Liq. Cryst. 2000,

27, 257.

10. Vasconcelos, U. B.; Merlo, A. Synthesis 2006, 7, 1141-1147.

11. Soldera, A.; Beaudoin, M.-A.; O'Brien, G.; Lessard, J. Liq. Cryst. 2005, 32,

1223-1231.

12. Sugawara, S. Jpn. Kokai Tokkyo Koho 1989, 6 pp.

13. Kobayashi, F.; Handa, A.; Mizoguchi, T.; Mizuno, K. Jpn. Tokkyo Koho 1967,

2 pp.

14. Kraft, A.; Osterod, F.; Froehlich, R. J. Org. Chem. 1999, 64, 6425-6433.

15. Yeh, K.-M.; Chen, Y. J. Poly. Sci. Part A: Poly. Chem. 2007, 45, 2259-2272.

16. Cristiano, R.; Ely, F.; Gallardo, H. Liq. Cryst. 2005, 32, 15-25.

17. Cristiano, R.; Vieira, A. A.; Ely, F.; Gallardo, H. Liq. Cryst. 2006, 33, 381-390.

18. Bumagin, N. A.; Nikitin, K. V.; Beletskaya, I. Vestnik Moskovskogo

Universiteta, Seriya 2: Khimiya 1989, 30, 374-6.

Page 143: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

126

CAPÍTULO 8

ANEXOS

“ Um cientista quando comete um erro deve em primeiro lugar reconhecer que errou e

se desculpar pelas faltas que cometeu.”

R.M. Srivastava

Page 144: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

127

Page 145: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

128

Page 146: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

129

Page 147: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

130

Page 148: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

131

Page 149: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

132

Page 150: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

133

Page 151: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

134

Page 152: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

135

Page 153: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

136

Page 154: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

137

Page 155: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

138

Page 156: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

139

Page 157: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

140

Page 158: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

141

Page 159: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

142

Page 160: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

143

Page 161: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

144

Page 162: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

145

Page 163: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

146

Page 164: Dissertação de Mestrado Síntese e propriedades fotofísicas de … · Ao Dr. Ivan Bechtold pela preparação dos fimes da série 11a-f e ao mestrando Ricardo Schineider pela preparação

147