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Campus de Ilha Solteira PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO “Um procedimento de estimação de parâmetros de linhas de transmissão baseado na teoria de decomposição modal” GISLAINE APARECIDA ASTI Orientador: Prof. Dr. Sérgio Kurokawa Ilha Solteira – SP Outubro, 2010

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Campus de Ilha Solteira

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

“Um procedimento de estimação de parâmetros de linhas de transmissão baseado na teoria de decomposição modal”

GISLAINE APARECIDA ASTI

Orientador: Prof. Dr. Sérgio Kurokawa

Ilha Solteira – SP Outubro, 2010

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Campus de Ilha Solteira

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

“Um procedimento de estimação de parâmetros de linhas de transmissão baseado na teoria de decomposição modal”

GISLAINE APARECIDA ASTI

Orientador: Prof. Dr. Sérgio Kurokawa

Dissertação apresentada à Faculdade

de Engenharia - UNESP – Campus de

Ilha Solteira, para obtenção do título

de Mestre em Engenharia Elétrica.

Área de Conhecimento: Sistemas Elétricos de Potência.

Ilha Solteira – SP Outubro, 2010

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FICHA CATALOGRÁFICA

Elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da UNESP - Ilha Solteira.

Asti, Gislaine Aparecida. A584p Um procedimento de estimação de parâmetros de linhas de transmissão baseado na teoria de decomposição modal / Gislaine Aparecida Asti. -- Ilha Solteira : [s.n.], 2010 126 f. : il. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira. Área de conhecimento: Sistemas Elétricos de 000000000Potência, 2010 Orientador: Sérgio Kurokawa

1. Linhas de transmissão. 2. Estimação de parâmetros. 3. Decomposição modal.

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Dedico esse trabalho aos meus pais, Max Asti e Benedita

Aparecida R.C.Asti, ao meu irmão Max Asti Junior. Sou-lhes

grata por toda paciência, carinho, apoio e compreensão.

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Agradecimentos

Seu sonho é sua vida...

O sonho que se sonha sozinho é apenas um sonho;

Mas quando sonhamos juntos estamos á um passo da realidade assim dizia Dr. Helde Camara;

Por isso nunca deve dizer a uma criança que seus sonhos são bobagens, poucas coisas são tão

humilhantes e seria uma tragédia se elas acreditassem nisso;

Tudo é possível quando se quer, seja um sonho pequeno ou até mesmo um sonho grande;

Nunca deixe de acreditar e tudo vai se realizar;

Seu sonho é sua vida, por isso não a destrua, senão você irá destruir seus sonhos;

Deseje com os olhos do coração e com o pensamento da alma e isso dará um novo sentido a

sua vida. Então viva e sonhe a cada momento como se fosse o último minuto, pois, quando

você acordar seus sonhos passam e se tornam real...

(Ruben Zevallos Jr.)

Especialmente quero agradecer e dedicar o resultado desse trabalho:

A Deus que é nosso pai todo poderoso e a Nossa Senhora Aparecida que

iluminaram o meu caminho para que eu pudesse seguir;

Aos meus pais Max e Benedita, ao meu irmão Júnior, por todo o amor que

dedicam a mim e pela paciência que tiveram nessa minha caminhada;

A toda minha família, pelo incentivo, amor, carinho e tolerância nas horas mais

difíceis, meus avós maternos Antônio (in memoriam) e Ana Maria e meus avós

paternos Geraldo e Mafalda;

Aos meus amigos de caminhada Newton Vieira, Carolina Goulart, Rodrigo

Cleber, e todos aqueles que estão em meu coração que me apoiaram nessa

caminhada.

Ao meu orientador Prof. Dr. Sérgio Kurokawa, por sua paciência, atenção,

dedicação e seriedade no desenvolvimento deste trabalho;

Aos professores Afonso José do Prado, José Carlos da Costa Campos, Luis

Fernando Bovolato pela disposição em participar da banca examinadora.

Aos docentes que tive o prazer de trabalhar, funcionários e alunos do

Departamento de Engenharia Elétrica.

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“Tudo posso naquele que me fortalece.”

(Filipenses 4:13)

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RESUMO

O objetivo deste trabalho é mostrar uma metodologia para estimar os parâmetros de linhas de transmissão. O método é baseado na teoria de decomposição modal de linhas de transmissão e é desenvolvido a partir das medições das correntes e tensões nos terminais da linha. Conforme testes realizados por Kurokawa, et al., (2006), o método de estimação de parâmetros é exato se a matriz de decomposição modal é conhecida. Desse modo, neste trabalho, o método será aplicado em uma linha de transmissão trifásica de 440 kV não transposta, em uma frequência de 60 Hz, para vários comprimentos de linhas, onde será utilizada a matriz de Clarke como sendo uma matriz de decomposição modal. Palavras chaves: Linhas de transmissão, Estimação de parâmetros, Decomposição modal.

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ABSTRACT

The objective of this work is to show a methodology to estimate the transmission lines parameters. The method is based the theory of modal decomposition of transmission lines and is developed from measurements of currents and voltages at the terminals of the line. According to tests realized by Kurokawa, et al. (2006), the method of parameter estimation is exact if the modal transformation matrix is known. Thus, in this work, the method will be apllied in three phase transmission line of 440 kV non transposed, in a frequency of 60 Hz, for various lengths of lines, were the matrix will be used Clarke as a modal decomposition matrix. Keywords: Transmission lines, Parameter estimation, Modal decomposition.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 – Sistema de dois condutores com distribuição de campos elétricos e

magnético. 21

Figura 1.2 – Linha de transmissão interligando centros de geração de energia e as

subestações de centros consumidores. 22

Figura 2.1 – Condutores i e k, sobre um solo ideal e suas respectivas imagens. 24

Figura 2.2 – Campo magnético que envolve o condutor. 25

Figura 2.3 – Capacitâncias em um sistema de n condutores. 33

Figura 3.1 – Linha de transmissão monofásica de comprimento d. 35

Figura 3.2 – Circuito equivalente para um elemento infinitesimal da linha. 36

Figura 3.3 – Representação das correntes e tensões nos terminais da linha. 41

Figura 4.1 – Linha de n fases. 43

Figura 5.1 – Correntes e tensões no terminal A da linha. 52

Figura 5.2 – Corrente e tensão no terminal A e B de um modo genérico da linha. 54

Figura 5.3 – Linha de transmissão trifásica de 440 kV. 58

Figura 5.4 – Simulação de medição de correntes e tensões na linha, considerando o

receptor em aberto. 59

Figura 5.5 – Simulação de medição de correntes e tensões na linha, considerando o

receptor em curto-circuito. 60

Figura 6.1 – Linha trifásica de 440 kV. 67

Figura 7.1 – Sistema trifásico. 78

Figura 7.2 – Correntes e tensões nos terminais A e B de um modo genérico da linha. 81

Figura 7.3 – Linha de 440 kv. 85

Figura 7.4 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 100 km. 87

Figura 7.5 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 100 km. 87

Figura 7.6 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 100 km. 88

Figura 7.7 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 100 km. 88

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Figura 7.8 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 300 km. 89

Figura 7.9 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 300 km. 89

Figura 7.10 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 300 km. 90

Figura 7.11 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 300 km. 90

Figura 7.12 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 500 km. 91

Figura 7.13 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 500 km. 91

Figura 7.14 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 500 km. 92

Figura 7.15 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 500 km. 92

Figura 7.16 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 700 km. 93

Figura 7.17 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 700 km. 93

Figura 7.18 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 700 km. 94

Figura 7.19 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 700 km. 94

Figura 7.20 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 900 km. 95

Figura 7.21 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 900 km. 95

Figura 7.22 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 900 km. 96

Figura 7.23 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 900 km. 96

Figura 7.24 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 100 km. 97

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Figura 7.25 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 100 km. 98

Figura 7.26 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 100 km. 99

Figura 7.27 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 100 km. 99

Figura 7.28 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 300 km. 100

Figura 7.29 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 300 km. 100

Figura 7.30 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 300 km. 101

Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 300 km. 101

Figura 7.32 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 500 km. 102

Figura 7.33 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 500 km. 102

Figura 7.34 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 500 km. 103

Figura 7.35 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 500 km. 103

Figura 7.36 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 700 km. 104

Figura 7.37 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 700 km. 104

Figura 7.38 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 700 km. 105

Figura 7.39 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 700 km. 105

Figura 7.40 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 900 km. 106

Figura 7.41 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 900 km. 106

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Figura 7.42 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 900 km. 107

Figura 7.43 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 900 km. 107

Figura 7.44 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 100 km. 108

Figura 7.45 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 100 km. 109

Figura 7.46 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 100 km. 109

Figura 7.47 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 100 km. 110

Figura 7.48 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 300 km. 110

Figura 7.49 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 300 km. 111

Figura 7.50 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 300 km. 111

Figura 7.51 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 300 km. 112

Figura 7.52 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 500 km. 112

Figura 7.53 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 500 km. 113

Figura 7.54 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 500 km. 113

Figura 7.55 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 500 km. 114

Figura 7.56 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 700 km. 114

Figura 7.57 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 700 km. 115

Figura 7.58 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 700 km. 115

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Figura 7.59 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 700 km. 116

Figura 7.60 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 900 km. 116

Figura 7.61 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 900 km. 117

Figura 7.62 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 900 km. 117

Figura 7.63 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 900 km. 118

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LISTA DE TABELAS

Tabela 6.1 – Erro na resistência longitudinal. 72

Tabela 6.2 – Erro na indutância longitudinal. 72

Tabela 6.3 – Erro na capacitância transversal. 72

Tabela 6.4 – Erro cometido na estimação da resistência longitudinal. 74

Tabela 6.5 – Erro cometido na estimação da indutância longitudinal. 75

Tabela 6.6 – Erro cometido na estimação da capacitância transversal. 75

Tabela 7.1 – Erro na resistência longitudinal para termos próprios e mútuos. 119

Tabela 7.2 – Erro na indutância longitudinal para termos próprios. 119

Tabela 7.3 – Erro na indutância longitudinal para termos mútuos. 119

Tabela 7.4 – Erro na capacitância transversal para termos próprios. 120

Tabela 7.5 – Erro na capacitância transversal para termos mútuos. 120

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 19

Capítulo 1. LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 21

1.1 – Linhas de transmissão. 21

Capítulo 2. PARÂMETROS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA

ELÉTRICA 23

2.1 – Introdução. 23

2.2 – Impedâncias longitudinais da linha. 23

2.2.1 – Impedância externa. 24

2.2.2 – Impedância interna. 27

2.2.3 – Impedância devido ao efeito solo. 29

2.3 – Admitância transversal da linha de transmissão. 30

2.4 – Conclusão. 34

Capítulo 3. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE UMA LINHA DE TRANSMISSÃO

MONOFÁSICA E SOLUÇÃO DAS MESMAS 35

3.1 – Introdução. 35

3.2 – Equações diferenciais de uma linha de transmissão monofásica. 35

3.2.1 – Solução para o caso de linhas sem perdas. 38

3.2.2 – Solução das equações de propagação para o caso de linhas com perdas. 39

3.3 – Conclusão. 42

Capítulo 4. REPRESENTAÇÃO DE LINHAS POLIFÁSICAS NO DOMÍNIO

MODAL 43

4.1 – Introdução. 43

4.2 – Linhas polifásicas. 43

4.3 – Representação da linha no domínio modal. 45

4.4 – Matrizes de impedâncias e admitâncias no domínio modal. 48

4.5 – Conclusão. 50

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Capítulo 5. CÁLCULO DOS PARÂMETROS DE LINHAS A PARTIR DAS

CORRENTES E TENSÕES DE FASE 51

5.1 – Introdução. 51

5.2 – Descrição do método. 51

5.3 – Aplicação do método em uma linha trifásica de 440 kV. 57

5.3.1 – Correntes e tensões no terminal emissor da linha considerando o receptor em

aberto ou em curto circuito. 59

5.3.2 – Cálculo dos parâmetros a partir das correntes e tensões de fase. 61

5.4 – Conclusão. 64

Capítulo 6. CÁLCULO DOS PARÂMETROS DE LINHAS A PARTIR DAS

CORRENTES E TENSÕES DE FASE: SUBSTITUIÇÃO DA MATRIZ DE

DECOMPOSIÇÃO MODAL PELA MATRIZ DE CLARKE 65

6.1 – Introdução. 65

6.2 – Substituição da matriz [TI] pela matriz de Clarke. 66

6.3 – Aplicação em uma linha trifásica de 440 kV alimentada por tensões trifásicas

simétricas e equilibradas. 67

6.4 – Aplicação em uma linha trifásica de 440 kV alimentada por tensões

desequilibradas. 72

6.5 – Conclusão 75

Capítulo 7. CÁLCULO DOS PARÂMETROS DE LINHAS A PARTIR DA

MEDIÇÃO DAS CORRENTES E TENSÕES NOS TERMINAIS DA LINHA 77

7.1 – Introdução. 77

7.2 – Descrição do método proposto para a estimação dos parâmetros das linhas. 77

7.3 – Obtenção das correntes e tensões nos terminais da linha. 79

7.4 – Conversão das correntes e tensões para o domínio modal. 79

7.5 – Cálculo da função de propagação e da impedância característica. 81

7.6 – Observações a respeito do método proposto. 83

7.7 – Aplicação do método proposto utilizando a matriz de Clarke. 84

7.7.1 – Resultados obtidos para o parâmetro Resistência a partir da aplicação do

método proposto utilizando a matriz de Clarke. 86

7.7.2 – Resultados obtidos para o parâmetro Indutância a partir da aplicação do

método proposto utilizando a matriz de Clarke. 97

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7.7.3 – Resultados obtidos para o parâmetro Capacitância a partir da aplicação do

método proposto utilizando a matriz de Clarke. 108

7.8 – Conclusão. 120

Capítulo 8. CONCLUSÕES 122

REFERÊNCIAS 123

APÊNDICE 126

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19

INTRODUÇÃO

Este trabalho apresentará um método de estimação dos parâmetros de linhas de

transmissão trifásica baseado nas correntes e tensões obtidas nas fases da linha.

No capítulo 1, será feito um estudo sobre as linhas de transmissão. Neste estudo

verificou-se que as linhas de transmissão operam com as tensões mais elevadas do sistema e

que transportam a energia elétrica entre os centros geradores de energia e os centros

consumidores. As linhas de transmissão terminam nas subestações abaixadoras regionais,

onde a tensão é reduzida para os níveis de subtransmissão. Sabe-se que uma linha e

transmissão é representada por resistências (R), indutâncias (I), condutâncias (G) e

capacitâncias (C), onde estes parâmetros não estão concentrados em um único ponto da linha.

No capítulo 2, será feito um estudo sobre os parâmetros longitudinais e transversais de

uma linha de transmissão. Será mostrado que os parâmetros longitudinais da linha de

transmissão são variáveis em relação à frequência devido aos efeitos do solo e pelicular. Para

calcular esses parâmetros será utilizadas as equações de Bessel e Carson.

No capítulo 3, serão mostradas as equações diferenciais de uma linha de transmissão

monofásica e suas soluções. As equações diferenciais da linha foram, mostradas no domínio

do tempo e da freqüência. Assim, para o caso de linhas sem perdas, as equações diferenciais

possuem uma solução analítica simples. Para o caso de linhas com perdas, as soluções das

equações diferenciais configuram-se como um processo complexo.

No capítulo 4, será feito um estudo sobre a representação de linhas polifásicas no

domínio modal. Será também mostrado o processo de decomposição modal de linhas de

transmissão, onde a representação modal de linhas permite que uma linha de transmissão de n

fases seja decomposta em seus n modos de propagação. A decomposição modal da linha em

seus modos de propagação será feita por meio de uma transformação de similaridade, onde a

matriz de transformação é uma matriz cujas colunas correspondem a um conjunto de

auto-vetores do produto matricial [Z][Y].

No capitulo 5, será feito um estudo sobre o cálculo dos parâmetros longitudinais e

transversais da linha a partir das correntes e tensões de fase obtidas no início da linha. Esse

método pode ser aplicado em qualquer tipo de linha de transmissão, desde que a matriz de

transformação modal seja conhecida.

No capítulo 6, será feito uma adaptação do método de estimação de parâmetros

estudado no capitulo 5 para que o mesmo possa ser utilizado em linhas de transmissão

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20

trifásicas cujas matrizes de decomposição modal não sejam previamente conhecidas. Neste

capítulo, a matriz de transformação modal utilizada será a matriz de Clarke em substituição da

matriz de transformação modal [TI]. Os resultados obtidos nesse capítulo mostrarão que

quando se considera uma linha trifásica de 440 kV alimentada por tensões equilibradas, o

método apresenta um desempenho muito ruim. O provável motivo do método apresentar

baixo desempenho quando a linha é alimentada por tensões equilibradas é o fato de que,

nestas condições, um dos modos da linha (no caso o modo 3) é alimentado por uma tensão

nula, resultando em correntes nulas nesse modo.

Se a linha mencionada é alimentada por tensões desequilibradas, verifica-se que o

desempenho do método é melhor. Os melhores resultados foram obtidos quando se considera

um desequilíbrio de tensão na fase 3 da linha. Nessas condições o parâmetro estimado com

menor erro foi a indutância longitudinal, cuja estimação apresentou erros na faixa

compreendida entre 0,4% e 4,9%.

No capítulo 7, será desenvolvido um método de estimação de parâmetros de linhas de

transmissão que leva em conta o fato de que tais parâmetros são distribuídos ao longo do seu

comprimento e baseia-se na hipótese de que é possível medir, no domínio da frequencia, as

correntes e tensões nos terminais da linha.

O método a ser desenvolvido é exato para linhas de transmissão que possuem como

característica o fato de que exista e seja conhecida uma matriz de decomposição modal que

seja independente dos parâmetros da linha. Será possível observar que para linhas trifásicas

não transpostas (ou que não podem ser consideradas idealmente transpostas), para as quais

não existe uma matriz de decomposição modal, é possível aplicar o método de estimação

proposto. Nesse caso, será utilizada a matriz de Clarke em substituição à matriz de

decomposição modal.

O método será aplicado para estimar os parâmetros de uma linha não transposta de

440 kV, e que em algumas situações, os parâmetros poderão ser estimados com uma boa

precisão.

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21

1

LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

1.1 – Linhas de transmissão

Denominam-se linhas de transmissão os sistemas de transmissão que operam com as

tensões mais elevadas do sistema e que transportam a energia elétrica entre os centros

geradores de energia e os centros consumidores. Em geral, as linhas de transmissão terminam

nas subestações abaixadoras regionais, onde a tensão é reduzida para os níveis de

sub-transmissão.

Uma linha de transmissão pode ser definida como um sistema de condutores pelos

quais transfere um fluxo de potência, entre dois ou mais terminais, por meio dos campos

elétricos )(→

E e magnéticos )(→

H presentes no sistema.

A figura 1.1 mostra um sistema de dois condutores com distribuição de campos

elétricos e magnéticos.

Figura 1.1 – Sistema de dois condutores com distribuição de campos elétricos e magnéticos.

O termo linha de transmissão aplica-se tanto a sistemas de transmissão de sinais (com

potências da ordem de 10-³ Watts) quanto a sistemas de transmissão de energia elétrica

(potências na ordem de 106 Watts).

1 2

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22

As linhas de transmissão de energia elétrica interligam os centros de geração de

energia e as subestações de centros consumidores conforme mostra a figura 1.2;

Figura 1.2 – Linha de transmissão interligando centros de geração de energia e as

subestações de centros consumidores.

Uma vez que as linhas de transmissão interligam os sistemas elétricos, qualquer

distúrbio que tenham origem nas mesmas, por exemplo, uma descarga atmosférica, resulta em

sobretensões que propagam-se por todo o sistema.

Para garantir que as sobretensões não danifiquem os diversos componentes do sistema

elétrico, é necessário conhecer os níveis dessas sobretensões para que se possa tomar as

providências necessárias para reparação do sistema elétrico.

Desse modo, é possível dimensionar os equipamentos para que os mesmos não sejam

totalmente danificados.

Considerando que as linhas são elementos responsáveis pela propagação de

sobretensões, é importante que as mesmas sejam representadas por modelos adequados.

Uma linha de transmissão pode ser representada pela combinação dos seguintes

elementos: resistores (R), indutores (L), condutâncias (G) e capacitâncias (C).

No entanto, existem alguns fatores que dificultam a representação da linha. Dentre

esses fatores, podem ser citados:

• Os parâmetros R, L, G e C não estão concentrados em único ponto da linha. Os

mesmos estão distribuídos ao longo do comprimento da mesma;

• Os parâmetros R e L são variáveis em relação à freqüência (FUCHS, 1979).

Centros de geração

Centros de geração

Centros consumidores

Centros consumidores

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23

2

PARÂMETROS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO DE

ENERGIA ELÉTRICA

2.1 – Introdução

Uma linha de transmissão de energia elétrica possui quatro parâmetros que

influenciam o seu comportamento como componente de um sistema de potência, são eles:

resistências, indutâncias, capacitâncias e condutâncias.

Um dos aspectos mais importantes na representação da linha consiste em considerar

que os parâmetros da linha são distribuídos ao longo de seu comprimento e que são variáveis

em relação à freqüência (KUROKAWA et al, 2007).

2.2 – Impedâncias longitudinais da linha

Os parâmetros longitudinais são as resistências e as indutâncias, que variam em

relação a freqüência (KUROKAWA et al, 2007). A partir desses parâmetros, é possível obter

a matriz de impedância longitudinal [Z] do conjunto de condutores.

Os parâmetros transversais são as condutâncias e as capacitâncias sendo que, no caso

de condutores aéreos, as condutâncias são desconsideradas (MARTINEZ et al, 2005). A partir

desses parâmetros é possível obter a matriz de admitância transversal [Y] do conjunto de

condutores.

As impedâncias próprias e mutuas, inseridas nas equações de uma linha representada

no domínio da freqüência, podem ser obtidas por meio da solução das equações de Maxwell,

levando em consideração as condições de contorno de três materiais que são: o condutor

propriamente dito, o ar e o solo (HOFMANN, 2003). Considerando que esses três materiais

podem ser caracterizados por uma resistência, por uma permeabilidade magnética e por uma

permissividade dielétrica, pode-se mostrar que as impedâncias da linha podem ser escritas em

função das propriedades físicas do sistema (condutor, ar e solo) e da freqüência.

A impedância longitudinal de uma linha de transmissão pode ser dividida em três

componentes que são elas:

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24

• Zext – Impedância externa;

• Zint – Impedância interna;

• Zsolo – Impedância devido ao efeito do solo.

A matriz de impedância [Z] da linha corresponde a soma de três matrizes de

impedâncias, e pode ser escrita como sendo (KUROKAWA, 2003):

[Z(ω)] = [Z(ω)]ext + [Z(ω)]int + [Z(ω)]solo (2.1)

2.2.1 – Impedância externa

Considere os condutores i e k genéricos de uma linha de transmissão genérica,

dispostos sobre o solo, conforme mostra a figura 2.1 (FUCHS, 1979):

Figura 2.1 – Condutores i e k sobre solo ideal e suas respectivas imagens.

i’

i

k

k’

hi

hi hk

hk

dik

Dik

solo

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25

A impedância externa é devido ao campo magnético presente no ar, que envolve os

condutores.

Figura 2.2 – Campo magnético que envolve o condutor.

A impedância externa é representada pela seguinte equação:

Zext = Rext + j Xext (2.2)

Considerando Rext como nula, as equações de impedâncias externas próprias dos

condutores i e k são escritas como sendo (HOFMANN, 2003):

πµ

ω=i

i0iiext r

h2ln

2jZ (2.3)

π

µω=

k

k0kkext r

h2ln

2jZ (2.4)

sendo:

µ0 – permeabilidade magnética do meio (ar);

ω = 2πf; onde f é a freqüência;

ri e rk – respectivamente os raios dos condutores i e k;

hi e hk – respectivamente as alturas dos condutores i e k.

As impedâncias externas mútuas dos condutores i e k são escritas como sendo

(HOFMANN, 2003):

π

µω==

ki

ki0ikextkiext d

Dln

2jZZ (2.5)

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26

sendo:

Dik – distância do condutor i a imagem do condutor k;

dik – distância do condutor i ao condutor k.

Das equações (2.3) e (2.4), pode-se obter as indutâncias externas próprias como sendo:

π

µ=

i

i0iiext r

h2ln

2L (2.6)

π

µ=

i

i0kkext r

h2ln

2L (2.7)

sendo:

L ext ii e L ext kk, respectivamente, as indutâncias externas próprias dos condutores i e k.

Da equação (2.5), pode-se obter as indutâncias externas mútuas como sendo:

π

µ==

ik

ik0kiextikext d

Dln

2LL (2.8)

sendo:

Lext ik e Lext ki, respectivamente, as indutâncias externas mútuas dos condutores i e k.

Desse modo, para uma linha de n fases, considerando que cada fase é constituída de

um único condutor, pode-se escrever a matriz de impedâncias externas [Zext] como sendo:

=

)nn(ext)1n(ext)1n(ext

)n2(ext)22(ext)21(ext

)13(ext)12(ext)11(ext

ext

ZZZ

ZZZ

ZZZ

]Z[

L

MOMM

M

M

(2.9)

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27

A matriz de impedância [Zext] pode ser escrita como sendo:

[Zext] = jω [Lext] (2.10)

Na equação (2.10), [Lext] é a matriz de indutâncias externas, que pode ser escrita como

sendo:

=

)nn(ext)1n(ext)1n(ext

)n2(ext)22(ext)21(ext

)13(ext)12(ext)11(ext

ext

LLL

LLL

LLL

]L[

L

MOMM

M

M

(2.11)

A equação (2.11) mostra que a matriz de indutâncias externa da linha é função das

características geométricas da linha, do meio em que a linha esta inserida e é independente da

freqüência.

2.2.2 – Impedância interna

A impedância interna está presente sempre que um condutor é excitado por uma

corrente alternada. Essa excitação resulta em uma distribuição não uniforme de corrente

elétrica na área da seção transversal do condutor, que causa um aumento na resistência do

condutor e diminuição na indutância interna à medida que a freqüência aumenta.

A impedância interna de um condutor genérico, pode ser calculada por meio das

equações de Bessel. Desse modo, a impedância interna pode ser expressa como sendo

(STEVESON, 1978):

+

π

µω=ω

)rm('jber)rm('bei

)rm(jbei)rm(ber

mr2

j)(Z int (2.12)

sendo:

µσωjm = (2.13)

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28

Os termos ber e bei são abreviações de “Bessel real” e “Bessel imaginário”,

respectivamente.

Nesse caso:

r – raio do condutor;

µ - permeabilidade magnética do material do condutor;

σ – condutividade do material do condutor.

A permeabilidade magnética é definida por:

r0µµ=µ (2.14)

onde:

0µ - permeabilidade magnética do vácuo;

rµ - permeabilidade magnética relativa ao condutor.

Portanto, para uma linha de n fases, considerando que cada fase é constituída de um

único condutor, pode-se escrever a matriz de impedâncias internas [Zint] como sendo:

[ ]

=

)nn(int

)22(tin

)11(tin

int

Z00

0Z0

00Z

Z

L

MOMM

L

L

(2.15)

A matriz de impedância interna [Zint] mostrada na equação (2.15), pode ser

decomposta em uma componente real e outra imaginária, podendo ser escrita como sendo:

)](L[j)](R[]Z[ iiintiiintiiint ωω+ω= (2.16)

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29

Na equação (2.16), )](R[ iiint ω é a matriz de resistência interna própria do condutor i,

enquanto que , )](L[ iiint ω é a matriz de indutância interna própria do condutor i. As matrizes

)](L[e)](R[ iiintiiint ωω são variáveis em relação a frequência.

2.2.3 – Impedância devido ao efeito solo

Os parâmetros longitudinais de uma linha de transmissão são fortemente dependentes

da frequência. Os efeitos do solo sobre os parâmetros longitudinais podem ser calculados por

meio das equações de Carson e de Pollaczeck. Ambas as equações podem ser aplicadas em

linhas aéreas, mas as equações de Carson e Pollaczeck são mais genérica, podendo ser

aplicadas também em cabos (DOMMEL, 1986).

A impedância interna resulta do fato de que o solo sob a qual a linha foi construída

não é ideal. A interação do campo magnético com o solo resulta em impedâncias próprias e

mútuas constituídas de componentes reais e imaginárias.

Considerando os condutores i e k dispostos sobre um solo não ideal, conforme

mostrou a figura 2.1, pode-se escrever as equações de impedâncias próprias devido ao efeito

solo dos condutores i e k como sendo (HOFMANN, 2003):

)(Lj)(RZ iisoloiisoloiisolo ωω+ω= (2.17)

)(Lj)(RZ kksolkksolokksolo ωω+ω= (2.18)

sendo:

[Rsolo ii (ω)] e [Rsolo kk (ω)], as respectivas resistências próprias devido ao efeito solo dos

condutores i e k;

[Lsolo ii (ω)] e [Lsolo kk (ω)], as respectivas indutâncias próprias dos condutores i e k.

As impedâncias mútuas devido ao efeito solo dos condutores i e k são escritas como

sendo (HOFMANN, 2003):

)(Lj)(RZ iksoloiksoloiksolo ωω+ω= (2.19)

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30

sendo:

[Rsolo ik (ω)] a resistência mútua devido ao efeito solo;

[Lsolo ik (ω)] a indutância mútua devido ao efeito solo.

Portanto, para uma linha de n fases, considerando que cada fase é constituída de um

único condutor, pode-se escrever a matriz de impedância devido ao efeito solo [Zsolo] como

sendo:

[ ]

=

)nn(solo)2n(solo)1n(solo

)n2(solo)22(solo)21(solo

)n1(solo)12(solo)11(solo

solo

ZZZ

ZZZ

ZZZ

Z

L

MOMM

L

L

(2.20)

A matriz de impedância devido ao efeito solo [Zsolo], mostrada na equação (2.20),

pode ser escrita como sendo:

)](L[j)](R[)](Z[ solosolosolo ωω+ω=ω (2.21)

Onde os elementos das matrizes [Rsolo (ω)] e [Lsolo (ω)], são variáveis em relação à

frequência.

2.3 – Admitância transversal da linha de transmissão

A diferença de potencial entre os condutores de uma linha de transmissão faz com

que se carreguem da mesma maneira que as placas de um capacitor quando entre elas existe

uma diferença de potencial. A capacitância entre os condutores é a carga dos condutores pela

diferença de potencial entre eles.

Considerando os condutores i e k, disposto sobre um solo não ideal, carregados com

cargas qi e qk, respectivamente, conforme mostrou a figura 2.1, pode-se afirmar que os

condutores i’ e k’ terão, respectivamente, cargas -qi e -qk.

A diferença de potencial do condutor i em relação ao solo é dada por (FUCHS, 1979):

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31

+

επ=

ki

kik

i

ii

0i d

Dln.q

r

h2ln.q

2

1V (2.22)

E a diferença de potencial do condutor k em relação ao solo é dada por (FUCHS,

1979):

+

επ=

ki

kii

k

kk

0k d

Dln.q

r

h2ln.q

2

1V (2.23)

Nas equações (2.22) e (2.23), ri e rk são os raios dos condutores i e k, respectivamente.

O termo ε0 é a permissividade elétrica do vácuo e assume o valor ε0 = (1/36π) 10-6 F/Km.

Para um sistema de n condutores a diferença de potencial de um condutor em relação

ao solo é dada por:

+

+

επ=

n1

n1n

12

122

1

11

01 d

Dln.q

d

Dln.q

r

h2ln.q

2

1V L (2.24)

Na equação (2.24), q1, q2 e qn representam as cargas no primeiro, segundo e n-ésimo

condutor. Esses condutores apresentam raios r com índices 1,2, ..., n para primeiro, segundo e

n-ésimo condutor, respectivamente. De forma análoga, pode-se escrever as equações para os

demais condutores.

+

+

πε=

n2

n2n

2

2h2

12

121

02 d

Dln.q

r

2ln.q

d

Dln.q

2

1V L (2.25)

+

+

πε=

n

nhn

n2

n22

n1

n11

0n r

2ln.q

d

Dln.q

d

Dln.q

2

1V L (2.26)

Adotando notação matricial, tem-se:

[V] = [p] [q] (2.27)

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32

sendo:

[ ]

=

n

2

1

V

V

V

VM

(2.28)

[ ]

=

n

2

1

q

q

q

qM

(2.29)

[ ]

πε=

n

n

n2

n2

n1

n1

n2

n2

2

2

12

12

n1

n1

12

12

1

1

0

r

h2ln

d

Dln

d

Dln

d

Dln

r

h2ln

d

Dln

d

Dln

d

Dln

r

h2ln

2

1p

L

MOMM

L

L

(2.30)

Na equação (2.27), a matriz [p] é denominada matriz dos coeficientes de potencial ou

matrizes dos coeficientes de campo elétrico.

A partir da definição de capacitância de um sistema de dois condutores, pode-se

definir a seguinte relação matricial para uma linha de n condutores:

[q] = [C][V] (2.31)

Na equação (2.31), a matriz [C] é a matriz de capacitâncias de um sistema de n

condutores, a partir do qual foi também escrita a matriz [p].

Desse modo, a partir das equações (2.27) e (2.31), pode-se escrever a matriz de

capacitâncias como sendo:

[C] = [p]-1 (2.32)

A matriz de capacitâncias da equação matricial (2.31) pode ser escrita como sendo:

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33

[ ]

=

nn2n1n

n22221

n11211

CCC

CCC

CCC

C

L

MOMM

L

L

(2.33)

O significado dos elementos mostrados da matriz [C], na expressão (2.33), pode ser

visualizado na figura 2.3;

Figura 2.3 – Capacitâncias em um sistema de n condutores.

Considerando que na figura 2.3, os condutores 1, 2,..., n possuem, em relação ao solo,

os potenciais v1, v2, ..., vn, respectivamente. Deste modo, pode-se escrever as seguintes

equações (FUCHS, 1979):

)vv(C)vv(CvCq n1n121121101 −++−+= K (2.34)

A equação (2.34) pode ser escrita como sendo:

nn12121n112101 vCvCv)CCC(q −−−+++= LL (2.35)

De modo análogo, para os demais condutores, obtêm-se:

nn22n212201122 vCv)CCC(vCq −−++++−= LL (2.36)

condutor n

condutor 1

condutor 2

C10

C12

C1n

Cn0

C2n

C20

solo

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nn2n10n2n21n1n v)CCC(vCvCq LL ++++−−= (2.37)

As equações (2.35) a (2.37), podem ser escritas na forma matricial como sendo:

+++−−

−+++−

−−+++

=

− )CCC(CC

C)CCC(C

CC)CCC(

]C[

1nn1n0n2n1n

n2n2212012

n112n11210

LL

MOMM

LL

LL

(2.38)

Relacionando (2.33) e (2.38), pode-se concluir que os elementos com índice ii, ou seja

, Cii em (2.33), correspondem à soma das capacitâncias existentes entre o iésimo condutor e

os demais, além da capacitância existente entre esse condutor e o solo. Um elemento com

índice ij, ou seja, Cij, corresponde à capacitância entre os condutores i e j.

Portanto, conclui-se que a matriz de admitâncias transversais de uma linha de

transmissão é dada por (FUCHS, 1979):

]C[j]Y[ ω= (2.39)

Na equação (2.39), [C] é a matriz de capacitâncias obtida na equação (2.38).

2.4 – Conclusão

Neste capítulo foram estudados os parâmetros longitudinais e transversais da linha de

transmissão, sendo que os mesmos podem ser obtidos a partir do cálculo da impedância

longitudinal e admitância transversal respectivamente.

Os parâmetros longitudinais da linha de transmissão são variáveis em relação a

frequência devido aos efeitos do solo e pelicular. Para calcular esses parâmetros podem ser

utilizadas as equações de Bessel (para o efeito pelicular) e as equações de Carson (para o

efeito solo).

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35

3

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE UMA LINHA DE

TRANSMISSÃO MONOFÁSICA E SOLUÇÃO DAS MESMAS

3.1 – Introdução

As linhas de transmissão são caracterizadas por sua capacidade de conduzir a energia

eletromagnética, limitando essa energia à proximidade da própria linha de transmissão. Uma

análise rigorosa desse problema exigiria a aplicação das equações de Maxwell nos problemas

de campo.

3.2 – Equações diferenciais de uma linha de transmissão monofásica

Considera-se que uma linha de transmissão é constituída por dois condutores

metálicos, retilíneos e completamente isolados. Pela necessidade da existência de um circuito

fechado, pode-se considerar o próprio solo como sendo o segundo condutor ou condutor de

retorno. A figura 3.1 mostra uma representação de uma linha de transmissão monofásica de

comprimento d (HEDMAN, 1983; FUCHS, 1979).

Figura 3.1 – Linha de transmissão monofásica de comprimento d.

A B iA iB

vA vB

d

solo

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36

Na figura 3.1, vA e vB são as tensões nos terminais A e B da linha, enquanto que iA e iB

são as correntes nos respectivos terminais no domínio da freqüência.

Sabendo que os parâmetros elétricos longitudinais e transversais de uma linha de

transmissão são uniformemente distribuídos ao longo do seu comprimento, onde é possível

representar um elemento infinitesimal dessa linha, como mostra a figura 3.2 (CHIPMAN,

1972; GREENWOOD, 1977).

Figura 3.2 – Circuito equivalente para um elemento infinitesimal da linha.

Na figura 3.2, tem-se um seguimento de comprimento infinitesimal ∆x de uma linha

de transmissão, cuja resistência possui um valor R, a indutância possui um valor L, a

capacitância possui um valor C e a condutância possui um valor G, todos uniformemente

distribuídos ao longo do comprimento da linha.

Assim para o circuito da figura 3.2, a equação de corrente é:

t

)t,xx(vxC)t,xx(vxG)t,xx(i)t,x(i

∂∆+∂

∆+∆+∆=∆+− (3.1)

A equação (3.1) pode ser escrita na forma:

t

)t,xx(vxC)t,xx(vxG)t,x(i)t,xx(i

∂∆+∂

∆−∆+∆−=−∆+ (3.2)

Dividindo a expressão (3.2) por ∆x, tem-se:

x1 x2

i (x,t) i (x+∆x,t)

v (x,t) v (x+∆x,t) G∆x C∆x

L∆x R∆x

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37

t

)t,xx(vC)t,xx(vG

x

)t,x(i)t,xx(i

∂∆+∂

−∆+−=∆

−∆+ (3.3)

Calculando o limite da equação (3.2) para ∆x tendendo a zero, obtém-se

(SWOKOWSKI, 1994):

t

)t,x(vC)t,x(vG

x

)t,x(i)t,xx(ilim

0x ∂∂

−−=

−∆+

→∆ (3.4)

O lado esquerdo da equação (3.4) é a derivada parcial de i(x,t) em relação à x.

Portanto, a equação (3.4) será escrita como sendo (CHIPMAN, 1972):

dt

)t,x(dvC)t,x(vG

dx

)t,x(di−−= (3.5)

Para o circuito da figura 3.2, também há as seguintes relações de tensão:

t

)t,x(ixL)t,x(ixR)t,xx(v)t,x(v

∂∂

∆+∆=∆+− (3.6)

A equação (3.6) pode ser escrita na forma:

t

)t,x(ixL)t,x(ixR)t,x(v)t,xx(v

∂∂

∆−∆−=−∆+ (3.7)

Dividindo a expressão (3.7) por ∆x, tem-se:

t

)t,x(iL)t,x(iR

x

)t,x(v)t,xx(v

∂∂

−−=∆

−∆+ (3.8)

Calculando o limite da equação (3.7) para ∆x tendendo a zero, obtém-se

(SWOKOWSKI, 1994):

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38

t

)t,x(iL)t,x(iR

x

)t,x(v)t,xx(vlim

0x ∂∂

−−=

−∆+→∆

(3.9)

O lado esquerdo da equação (3.9) é a derivada parcial de v(x,t) em relação à x.

Portanto, a equação (3.8) será escrita como sendo (CHIPMAN, 1972):

dt

)t,x(diL)t,x(iR

dx

)t,x(dv−−= (3.10)

As equações (3.5) e (3.10) são as equações de corrente e tensão de uma linha

monofásica.

A solução analítica das equações (3.5) e (3.10) somente é conhecida para o caso de

linhas sem perdas (R=0 e G=0).

3.2.1 – Solução para o caso de linhas sem perdas

Denomina-se linhas sem perdas uma linha em que as resistências e as condutâncias

são nulas.

Para esse caso, as equações (3.5) e (3.10) tornam-se:

dt

)t,x(dvC

dx

)t,x(di−= (3.11)

dt

)t,x(diL

dx

)t,x(dv−= (3.12)

Derivando a equação (3.11) em relação à x, obtém-se (NAIDU, 1985):

−=dt

)t,x(dv

dx

dC

dx

)t,x(di2

2

(3.13)

−=dx

)t,x(dv

dt

dC

dx

)t,x(di2

2

(3.14)

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39

Substituindo a equação (3.12) na equação (3.14), obtêm-se:

−=dt

)t,x(diL

dt

dC

dx

)t,x(di2

2

(3.15)

=

2

2

2

2

dt

)t,x(di

dt

dCL

dx

)t,x(di (3.16)

Derivando a equação (3.12) em relação à x, obtém-se (NAIDU, 1985):

−=dt

)t,x(di

dx

dL

dx

)t,x(dv2

2

(3.17)

Substituindo a equação (3.11) na equação (3.17), obtém-se:

=

2

2

2

2

dt

)t,x(dvCL

dx

)t,x(dv (3.18)

As equações (3.16) e (3.18) mostram que, para o caso de uma linha sem perdas, a

corrente e a tensão comportam-se como ondas.

3.2.2 – Solução das equações de propagação para o caso de linhas com perdas

Considerando uma linha de comprimento d, sabe-se que as equações diferenciais para

a linha mostrada na figura 3.2 são:

dt

)t,x(diL)t,x(iR

dx

)t,x(dv−−= (3.19)

dt

)t,x(dvC)t,x(vG

dx

)t,x(di−−= (3.20)

Essas equações são de difícil solução no domínio do tempo, mas podem ser resolvidas

no domínio da freqüência.

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40

Desse modo, aplicando a transformada de Laplace nas equações (3.19) e (3.20),

obtêm-se:

)s,x(Lis)s,x(iRdx

)s,x(dv−−= (3.21)

dx

)s,x(dvCs)s,x(vG

dx

)s,x(di−−= (3.22)

Fazendo s = jω, as equações (3.21) e (3.22), tornam-se:

)x(iZdx

)x(dv−= (3.23)

)x(iYdx

)x(di−= (3.24)

Derivando as equações (3.23) e (3.24) em relação à x, têm-se:

dx

)x(idZ

dx

)x(dv2

2

−= (3.25)

dx

)x(vdY

dx

)x(di2

2

−= (3.26)

Substituindo as equações (3.24) em (3.25) e (3.23) em (3.26), obtêm-se:

)x(vZYdx

)x(dv2

2

= (3.27)

)x(iZYdx

)x(di2

2

= (3.28)

Sabe-se que as soluções para as equações (3.27) e (3.28) são do tipo:

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41

ee ebea)x(v γγ− += (3.29)

x

C

x

C

ebZ

1ea

Z

1)x(i γ−γ+ −= (3.30)

Nas equações (3.29) e (3.30) (MARTI, 1982; CHIPMAN, 1976), YZ=γ é a função

de propagação e Y

ZZc = é a impedância característica.

A figura 3.3, mostra as correntes e tensões nos terminais da linha.

Figura 3.3 – Representação das correntes e tensões nos terminais da linha.

A partir da figura 3.3, mostrada acima, pode-se escrever as equações hiperbólicas da

linha como sendo:

)d(hsenZi)d(coshvv CBBA γ−γ= (3.31)

)d(hsenZ

v)d(hcosii

c

BBA γ+γ−= (3.32)

Obtêm-se:

−=γ

γ−γ

2

ee)d(hsen

dd

(3.33)

A B iA = i (x = 0)

vA = v (x = 0) vB = v (x = d)

solo

iB = i (x = d)

x = d x = 0

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42

+=γ

γ−γ

2

ee)d(hcos

dd

(3.34)

3.3 – Conclusão

Neste capitulo, foram deduzidas as equações diferenciais que representam uma linha

de transmissão cujos parâmetros são uniformemente distribuídos ao longo da linha e

dependentes da frequência.

Foram mostradas as equações diferenciais da linha no domínio do tempo e no domínio

da frequência.

O caso mais simples é uma linha sem perdas, cujos parâmetros são independentes da

frequência, sendo, provavelmente, a única situação em que as equações diferenciais possuem

uma solução analítica simples.

Para o caso de linhas com perdas pode-se analisar que as soluções das equações é um

processo bastante complexo.

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43

4

REPRESENTAÇÃO DE LINHAS POLIFÁSICAS NO

DOMÍNIO MODAL

4.1 – Introdução

As equações diferenciais de segunda ordem que descrevem uma linha de transmissão

polifásica são de difícil solução devido ao acoplamento entre as fases. Uma importante

ferramenta de análise de sistemas polifásicos é a técnica que desacopla as fases.

Dessa maneira, um sistema que possui n fases acopladas pode ser representado por n

sistemas monofásicos que são matematicamente idênticos ao sistema original.

Para um sistema polifásico genérico, a matriz com os autovetores do produto matricial

[Z] [Y] desacopla as fases da linha. Existem, para um único produto [Z] [Y], diversos

conjuntos de autovetores que desacoplam a linha. Por outro lado, os autovalores são únicos.

4.2 – Linhas polifásicas

Considere uma linha com n fases, conforme mostra a figura 4.1;

Figura 4.1 – Linha de n fases.

A matriz de impedância longitudinal [Z] e de admitância transversal [Y] da linha

mostrada na figura 4.1, pode ser escrita como sendo:

vn

v1

v2 i1

in

i2 Fase 2

Fase 1

Fase n

solo

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44

=

nn2n1n

n22221

n11211

ZZZ

ZZZ

ZZZ

]Z[

L

MOMM

L

L

(4.1)

=

nn2n1n

n22221

n11211

YYY

YYY

YYY

]Y[

L

MOMM

L

L

(4.2)

As equações diferenciais de tensão e corrente para essa linha de transmissão com n

fases são:

]I[]Z[dx

]V[d=− (4.3)

]V[]Y[dx

]I[d=− (4.4)

Nas equações (4.3) e (4.4), [V] e [I] são vetores com as tensões e correntes de fase,

respectivamente.

Derivando as equações (4.3) e (4.4) em relação a x, têm-se:

dx

]I[d]Z[

²dx

]V[²d=− (4.5)

dx

]V[d]Y[

²dx

]I[²d=− (4.6)

Substituindo as equações (4.3) em (4.5) e (4.4) em (4.6), obtêm-se:

]V[]Y[]Z[²dx

]V[²d⋅⋅= (4.7)

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45

]I[]Z[]Y[²dx

]I[²d⋅⋅= (4.8)

As equações (4.7) e (4.8) estão no domínio das fases e são de difícil solução, uma vez

que os produtos matriciais [Z] [Y] e [Y] [Z] são, de maneira genérica, distintos e as matrizes

[Z] e [Y] não são matrizes diagonais.

Tais produtos podem ser transformados em matrizes diagonais a partir da utilização de

uma transformação de similaridade (CHEN, 1984). Nesse caso, os produtos matriciais [Z] [Y]

e [Y] [Z] resultarão em matrizes diagonais cujos elementos são os autovalores dos produtos

matriciais.

4.3 – Representação da linha no domínio modal

As equações (4.7) e (4.8) podem ser escritas como sendo:

]V[]S[²dx

]V[²dV= (4.9)

]V[]S[²dx

]I[²dI= (4.10)

Nas equações (4.9) e (4.10), [Sv] e [Si] são escritas como sendo:

]Y[]Z[]S[ V = (4.11)

]Z[]Y[]S[ I = (4.12)

Os autovalores das matrizes [Sv] e [Si] são iguais e podem ser escritos como sendo:

]T[]S[]T[][ VV1

VV−=λ (4.13)

]T[]S[]T[][ II1

II−=λ (4.14)

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46

Na equação (4.13), [TV] é a matriz cujas as colunas são autovetores associados a [SV]

e na equação (4.14), [TI] é a matriz cujas as colunas são autovetores associados ao produto

[SI].

As matrizes [λV] e [λI], nas equações (4.13) e (4.14), são matrizes diagonais e podem

ser escritas de um modo genérico como sendo:

λ

λ

λ

n

2

1

000

000

000

][MOMM

(4.15)

A partir das equações (4.13) e (4.14), obtêm-se:

1VVVV ]T][]T[]S[ −λ= (4.16)

1IIII ]T][]T[]S[ −λ= (4.17)

Substituindo as equações (4.16) em (4.7) e (4.17) em (4.8), obtêm-se:

]V[]T[][]T[²dx

]V[²d 1VVV

−λ= (4.18)

]I[]T[][]T[²dx

]I[²d 1III

−λ= (4.19)

A partir das equações (4.18) e (4.19), é possível escrever:

]V[]T[][²dx

]V[]T[²d 1VV

1V −

λ= (4.20)

]I[]T[][²dx

]I[]T[²d 1II

1I −

λ= (4.21)

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47

Fazendo:

]V[]T[]V[ 1Vm

−= (4.22)

]I[]T[]I[ 1Im

−= (4.23)

Têm-se:

]V[][²dx

]V[²dmV

m λ= (4.24)

]I[][²dx

]I[²dmI

m λ= (4.25)

Nesse caso, [Vm] e [Im] são os vetores com as tensões e as correntes modais da linha.

Desenvolvendo as equações (4.24) e (4.25), obtêm-se:

λ

λ

λ

=

nm

2m

1m

n

2

1

nm

2m

1m

2

V

V

V

000

000

000

V

V

V

²dx

dMMOMMM

(4.26)

λ

λ

λ

=

nm

2m

1m

n

2

1

nm

2m

1m

2

I

I

I

000

000

000

I

I

I

²dx

dMMOMMM

(4.27)

Das equações (4.26) e (4.27), têm-se os seguintes pares de equações:

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λ=

λ=

1m12

1m2

1m12

1m2

Idx

Id

Vdx

Vd

(4.28)

λ=

λ=

2m22

2m2

2m22

2m2

Idx

Id

Vdx

Vd

(4.29)

λ=

λ=

nmn2

nm2

nmn2

nm2

Idx

Id

Vdx

Vd

(4.30)

Os pares de equações (4.28) à (4.30) descrevem os n modos de propagação da linha de

n fases, sendo que cada um dos modos é independente dos demais e comporta-se como uma

linha monofásica.

4.4 – Matrizes de impedâncias e admitâncias no domínio modal (KUROKAWA, 2OO3).

As equações de uma linha de n fases são:

]I[]Z[dx

]V[d=− (4.31)

]V[]Y[dx

]I[d=− (4.32)

As relações entre as tensões e as correntes de fases com as correspondentes grandezas

descritas no domínio modal são:

]V[]T[]V[]V[]T[]V[ mV1

Vm =⇒= − (4.33)

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]I[]T[]I[]I[]T[]I[ mI1

Im =⇒= − (4.34)

Substituindo a equação (4.33) em (4.31) e a equação (4.34) em (4.32), obtêm-se:

]I[]T[]Z[dx

]V[]T[dmI

mV =− (4.35)

]V[]T[]Y[dx

]I[]T[dmV

mI =− (4.36)

Pré-multiplicando-se as equações (4.35) e (4.36) por [TV]-1 e [TI]

-1, respectivamente,

obtêm-se:

]I[]T[]Z[]T[dx

]V[dmI

1V

m −=− (4.37)

]V[]T[]Y[]T[dx

]I[dmV

1I

m −=− (4.38)

As equações (4.37) e (4.38) podem ser escritas como sendo:

]I[]Z[dx

]V[dmm

m −= (4.39)

]V[]Y[dx

]I[dmm

m −= (4.40)

Nas equações (4.39) e (4.40), [Zm] e [Ym] são respectivamente, as matrizes de

impedâncias longitudinais e de admitâncias transversais modais da linha. Essas matrizes são

escritas como sendo:

]T[]Z[]T[]Z[ I1

Vm−= (4.41)

]T[]Y[]T[]Y[ V1

Im−= (4.42)

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50

As matrizes [Zm] e [Ym] são matrizes diagonais do tipo:

=

nm

2m

1m

m

Z000

00Z0

000Z

]Z[MOMM

(4.43)

=

nm

2m

1m

m

Y000

00Y0

000Y

]Y[MOMM

(4.44)

Portanto, nas equações (4.43) e (4.44), têm-se as matrizes de impedâncias

longitudinais e de admitâncias transversais da linha, respectivamente, representadas no

domínio modal.

4.5 – Conclusão

Nesse capítulo, mostrou-se o processo de decomposição modal de linhas de

transmissão. A representação modal de linhas permite que uma linha de transmissão de n

fases seja decomposta em seus n modos de propagação.

A vantagem de se representar a linha por meio de seus modos de propagação está no

fato de que cada um dos modos comporta-se como uma linha monofásica. Desse modo, uma

linha polifásica de n fases pode ser representada como sendo n linhas monofásicas

independentes.

A decomposição da linha em seus modos de propagação é feita por meio de uma

transformação de similaridade, onde a matriz de transformação é uma matriz cujas colunas

correspondem a um conjunto de autovetores do produto matricial [Z][Y].

Uma vez que as matrizes [Z] e [Y] da linha são variáveis em função da frequência,

deve-se obter um conjunto de autovetores para cada frequência.

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51

5

CÁLCULO DOS PARÂMETROS DE LINHAS A PARTIR DAS

CORRENTES E TENSÕES DE FASE

5.1 – Introdução

Na maior parte dos procedimentos habituais para avaliar os parâmetros de linhas de

transmissão, usam-se hipóteses simplificadoras que resultam em algumas aproximações.

Essas aproximações podem ser em relação a geometria e ao comportamento do campo

eletromagnético. Tais simplificações consistem em assumir que a superfície do solo é plana, a

linha é horizontal em relação ao solo, os cabos são paralelos entre si, a distância entre

qualquer par de condutores é muito maior do que a soma de seus raios e o efeito do campo

eletromagnético nas estruturas e isoladores é desconsiderado.

Por dificuldades de representação do solo, considere que o mesmo tenha

permissividade dielétrica desprezível, bem como, condutividade constante e independente da

freqüência. Essas considerações podem resultar em modelos inadequados uma vez que, exceto

para o caso de campos elétricos demasiadamente intensos, que causam a ionização do solo, o

comportamento do solo na presença de campos eletromagnéticos é linear, mas sua

condutividade e permissividade dielétrica são dependentes da frequência (KUROKAWA et al,

2006).

Uma maneira de se levar em conta os diversos efeitos que geralmente são

desconsiderados, quando se calcula os parâmetros de uma linha de transmissão, seria obtê-los,

em uma linha já construída, diretamente das correntes e tensões em seus terminais, conforme

será mostrado neste capítulo. O método será aplicado para estimar os parâmetros, na

frequência de 60 Hz, de uma linha trifásica de 440 kV, cujo comprimento é de 200 km.

5.2 – Descrição do método

O método proposto neste capítulo consiste em calcular os parâmetros da linha a partir

das correntes e tensões obtidas no terminal emissor da mesma, em duas situações. Na primeira

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52

situação, considera-se a linha com o terminal receptor em aberto e, na segunda situação, com

este terminal em curto-circuito.

Inicialmente, as correntes e tensões são, transformadas para o domínio dos modos

onde, a partir das mesmas, calcula-se as funções de propagação e as impedâncias

características de cada um dos modos da linha. Uma vez conhecidas as funções de propagação

e as impedâncias características dos modos, é possível obter as matrizes de impedâncias e

admitâncias modais. Em seguida, utilizando a matriz de transformação modal, obtêm-se as

matrizes de impedâncias e de admitâncias da linha no domínio das fases e, consequentemente,

os parâmetros das mesmas.

Considere então uma linha de transmissão trifásica, conforme mostra a figura 5.1;

Figura 5.1 – Correntes e tensões no terminal A da linha.

Na figura 5.1, vA1, vA2 e vA3 são, respectivamente, as tensões nas fases 1, 2 e 3 no

terminal A da linha enquanto que i1, i2 e i3 são as correntes de fase nesse terminal.

O método a ser estudado parte da hipótese de que as correntes no terminal A da linha

são conhecidas quando o outro terminal está em aberto ou em curto-circuito. Desse modo, é

possível definir os vetores [Iab] e [Icc] como sendo:

=

3ab

2ab

1ab

ab

i

i

i

]I[ (5.1)

=

3cc

2cc

1cc

cc

i

i

i

]I[ (5.2)

Na equação (5.1), o vetor [Iab] corresponde aos valores das correntes nas fases 1, 2 e 3

no terminal A da linha quando o outro terminal está em aberto. Na equação (5.2), o vetor [Icc]

solo

vA1

vA2

vA3 i3

i2

i1

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53

corresponde aos valores das correntes de fase no terminal A da linha quando o outro terminal

está em curto-circuito.

Para a linha mostrada na figura 5.1, também é possível definir um vetor [VA] com as

tensões de fase no terminal A da linha como sendo:

=

3A

2A

1A

A

v

v

v

]V[ (5.3)

As correntes e tensões mostradas nas equações (5.1) a (5.3) podem ser convertidas

para o domínio modal por meio das seguintes relações:

]i[]T[]I[ ab1

ialmodab−= (5.4)

]i[]T[]I[ cc1

ialmodcc−= (5.5)

]v[]T[]V[ At

ialmod = (5.6)

Os vetores [Iabmodal] e [Iccmodal] contêm as correntes no terminal A da linha, no domínio

modal, considerando o outro terminal em aberto ou em curto-circuito, respectivamente. O

vetor [Vmodal] é o vetor com as tensões no terminal A da linha, escritas no domínio modal.

Esses vetores são escritos como sendo:

=

3abm

2abm

1abm

almodab

i

i

i

]I[ (5.7)

=

3ccm

2ccm

1ccm

almodcc

i

i

i

]I[ (5.8)

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54

=

3m

2m

1m

almod

v

v

v

]V[ (5.9)

Considere um modo genérico k da linha, conforme mostra a figura 5.2

Figura 5.2 – Corrente e tensão nos terminais A e B de um modo genérico da linha.

Na figura 5.2, iA e iB são, respectivamente, as correntes nos terminais A e B do modo k

enquanto que vA e vB são as tensões nesses terminais. Sabe-se que as correntes e tensões nos

terminais A e B obedecem às seguintes relações (BUDNER, 1970):

)d(sinhZi)d(coshvv CBBA γ−γ= (5.10)

)d(sinhZ

v)d(hcosii

c

BBA γ+γ−= (5.11)

Considerando que o k-ésimo modo da linha está com o terminal B em aberto, a partir

das equações (5.10) e (5.11) obtêm-se:

)dγ(coshvv BA = (5.12)

)dγ(sinhZ

vi

c

BAab = (5.13)

Na equação (5.13), iAab é a corrente no terminal A do k-ésimo modo da linha com o

terminal B em aberto.

Considerando que o k-ésimo modo da linha está com o terminal B em curto-circuito, a

partir das equações (5.10) e (5.11) obtêm-se:

iA iB

solo vA vB

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55

)dγ(sinhZiv CBA = (5.14)

)dγ(hcosii BAcc = (5.15)

Na equação (5.15), iAcc é a corrente no terminal A do k-ésimo modo da linha com o

terminal B em curto-circuito.

Em seu trabalho, Kurokawa (2006), mostrou que a partir das equações (5.12) a (5.15)

é possível escrever a função de propagação γk e a impedância característica Zck do k-ésimo

modo da linha em função das correntes iAab e iAcc como sendo:

)Fcosj)xln((d2

1 1k

−+=γ (5.16)

AccAab

AAck

ii

vvZ = (5.17)

Fazendo – se :

Aab

Acc21 i

ijCC =+ (5.18)

Os termos x e F que aparecem na equação (5.16) são escritos como sendo:

22

222

21

22

21

C4)CC1(

)C()C1(x

+−−

++= (5.19)

22

222

21

22

21

C4)CC1(

)CC(1F

+−−

+−−= (5.20)

Portanto, utilizando as equações (5.16) e (5.17), é possível obter a função de

propagação e a impedância característica dos modos da linha a partir das correntes e tensões

obtidas no terminal A da mesma.

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56

Sabe-se que a função de propagação e a impedância característica de um modo k da

linha podem ser escritas como sendo (KUROKAWA, et al, 2006):

mkmkk YZγ = (5.21)

mk

mkck Y

ZZ = (5.22)

A partir das equações (5.21) e (5.22), obtêm-se:

ckkmk ZγZ = (5.23)

ck

kmk Z

γY = (5.24)

Substituindo as equações (5.16) e (5.17) nas equações (5.23) e (5.24) é possível obter

a impedância longitudinal e a admitância transversal do k-ésimo modo da linha.

Repetindo o procedimento para os três modos da linha é possível obter as matrizes de

impedâncias longitudinais e de admitâncias transversais da linha no domínio modal, que serão

escritas sob a forma mostrada em seguida.

=

3m

2m

1m

m

Z00

0Z0

00Z

]Z[ (5.25)

=

3m

2m

1m

m

Y00

0Y0

00Y

]Y[ (5.26)

Nas equações (5.25) e (5.26), [Zm] e [Ym] são, respectivamente, as matrizes de

impedâncias longitudinais e de admitâncias transversais da linha no domínio modal.

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57

Uma vez conhecidas [Zm] e [Ym], é possível obter as matrizes de impedâncias

longitudinais e de admitâncias transversais da linha que são escritas como sendo

(WEDEPHOL, 1996):

1im

ti ]T[]Z[]T[]Z[ −−= (5.27)

timi ]T[]Y[]T[]Y[ = (5.28)

Nas equações (5.27) e (5.28), [Z] e [Y] são as matrizes de impedâncias longitudinais e

de admitâncias transversais da linha.

Uma vez obtidas as matrizes [Z] e [Y], obtêm-se a partir dessas matrizes os

parâmetros longitudinais e transversais da linha.

Observa-se que a utilização deste método de estimação de parâmetros parte da

hipótese de que a matriz de transformação modal seja conhecida.

5.3 – Aplicação do método em uma linha trifásica de 440 kV

Algumas considerações são feitas a respeito da aplicação do método de estimação dos

parâmetros da linha.

O método parte da hipótese de que as correntes e tensões no emissor da linha são

conhecidas, considerando o receptor da linha em aberto e em curto-circuito. Como não foi

possível realizar medições das correntes na linha nestas condições, optou-se por obtê-las as

mesmas por meio de modelos adequados conforme mostrado adiante. Neste trabalho optou-se

por utilizar as técnicas de decomposição modal para representar a linha (ASTI, et al 2009).

Para a linha proposta, cujos parâmetros são supostamente conhecidos, calculou-se as

correntes da linha considerando a mesma em curto-circuito e em aberto em uma freqüência de

60 Hz.

Em seguida, aplicou-se o método e os parâmetros desta linha foram estimados

permitindo assim a comparação entre os parâmetros supostamente conhecidos e os parâmetros

estimados.

A figura 5.3, mostra uma linha trifásica de 440 kV com comprimento de 100km,

constituída de 4 condutores do tipo Grosbeak. Sendo os cabos pára-raios representados pelos

Page 58: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

58

condutores 4 e 5. A resistividade do solo foi considerada como sendo 1000 Ω.m, numa

frequência de 60 Hz.

1

2 3

4 5

(9.27; 24.4)

(7.51; 36)

3.6 m

Figura 5.3 – Linha de transmissão trifásica de 440 kV.

Considerou-se que os parâmetros da linha mostrada na figura 5.3 são conhecidos para

a frequência de 60 Hz e que os mesmos foram obtidos levando em conta o efeito da

freqüência (DOMMEL, 1986; MARTI, 1983). As matrizes [R]linha, [L]linha e [C]linha contém os

parâmetros da linha.

/km][

0,06040,05810,0580

0,05810,06040,0580

0,05800,05800,0603

[R] linha Ω

= (5.29)

]km/mH[

9394,19992,01244,1

9992,09394,11244,1

1244,11244,19394,1

]L[ linha

= (5.30)

]km/F[

93188287,10163484347,18384554,2

163484347,193188287,108384554,2

8384554,28384554,22873754,11

]C[ linha η

−−

−−

−−

= (5.31)

Page 59: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

59

As matrizes [R]linha e [L]linha fornecem respectivamente os valores de resistências e

indutâncias longitudinais da linha e [C]linha fornece as capacitâncias transversais parciais da

linha. Neste estudo, desconsiderou-se a presença da matriz de condutâncias transversais da

linha.

5.3.1 – Correntes e tensões no terminal emissor da linha considerando o receptor em aberto ou

em curto-circuito

Em uma situação real, as correntes no terminal emissor da linha seriam medidas. No

entanto, como não foi possível realizar estas medições, tais grandezas foram calculadas com o

modelo proposto no capítulo 4.

Os cálculo das correntes e tensões nas fases da linha foram realizados utilizando a

teoria de decomposição modal. Inicialmente, considerou-se um vetor de tensões aplicado nas

fases da linha, conforme mostram as figuras 5.4 e 5.5:

Figura 5.4 – Simulação de medição de correntes e tensões na linha, considerando o receptor

em aberto.

v1n

v2n

v3n

Fase 1

Fase 2

Fase 3

iab1

iab2

iab3

A B

solo

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60

Figura 5.5 – Simulação de correntes e tensões na linha, considerando o receptor em

curto-circuito.

As tensões de fase aplicadas no terminal A da linha, nas figuras 5.4 e 5.5 são:

=

3

2

1

v

v

v

]V[ (5.32)

onde:

)V(0j1v1 += (5.33)

)V(2

3j

2

11v2

−−= (5.34)

)V(2

3j

2

11v3

+−= (5.35)

Com base no modelo de linha proposto do capítulo 4, é possível obter as correntes de

fase no terminal A da linha, para as situações descritas nas figuras 5.4 e 5.5.

v1n

v2n

v3n

Fase 1

Fase2

Fase 3

icc1

icc2

icc3

A B

solo

Page 61: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

61

Para a linha em aberto, obteve-se o vetor [Iab] escrito como sendo:

=

3ab

2ab

1ab

ab

i

i

i

]I[ (5.36)

Para a linha em curto-circuito, obteve-se o vetor [Icc] escrito como sendo:

=

3cc

2cc

1cc

cc

i

i

i

]I[ (5.37)

Aplicando o vetor de tensão [V] no terminal emissor da linha, obteve-se os seguintes

vetores de corrente no terminal receptor:

)A(

2929.0j3970.0

2928.0j3971.0

5353.0j0000.0

10]I[ 3ab

+

+−

+

= − (5.38)

)A(

0173.0j0245.0

0176.0j0241.0

0338.0j0002.0

]I[ cc

+−

+

= (5.39)

Uma vez conhecidas as correntes e tensões de fase no terminal emissor da linha, é

possível aplicar o método de estimação de parâmetros que está sendo estudado.

5.3.2 – Cálculo dos parâmetros a partir das correntes e tensões de fase

Inicialmente as tensões e correntes de fase são convertidas para o domínio modal.

[ ] [ ] ]v[TV Tialmod = (5.40)

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62

[ ] [ ]

= −

3ab

2ab

1ab1

ialmodab

i

i

i

TI (5.41)

[ ] [ ]

= −

3cc

2cc

1cc1

ialmodcc

i

i

i

TI (5.42)

Foram obtidos os seguintes resultados:

[ ] )V(

2125,1j0157,0

0009,0j2146,1

0037,0j1335,0

V almod

+−

−−

= (5.43)

[ ] )A(

0073,0j5560,0

6669,0j0149,0

0335,0j0001,0

10I 3almodab

= − (5.44)

[ ] )A(

0007,0j0340,0

0414,0j0013,0

0009,0j0001,0

I almodcc

−−

+−

+−

= (5.45)

Em seguida, substituindo os valores dos vetores [Vmodal], [Iabmodal] e [Iccmodal] nas

equações (5.16) a (5.20), é possível calcular as funções de propagação e as impedâncias

características de cada um dos modos da linha. Escrevendo esses valores na forma de vetores

tem-se:

+

+

+

0013,0j0000,0

0019,0j0001,0

0013,0j0000,0

][ m (5.46)

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63

×+×−

×−×

+×−

=−−

−−

12

12

2

mc

102424,9j107869,2

106620,4j108638,7

1533,1j103116,2

]Z[ (5.47)

Substituindo os valores das funções de propagação e das impedâncias características,

de cada um dos modos, nas equações (5.23) e (5.24) é possível calcular as matrizes de

impedâncias longitudinais e de admitâncias transversais dos modos da linha. Para o caso que

está sendo estudado, obteve-se:

Km/

3541,0j0023,000

05262,1j1779,00

002918,0j0026,0

]Z[ m Ω

+

+

+

= (5.48)

Km/

4560,0j0000,000

02476,0j0006,00

005462,0j0005,0

10]Y[ 5m Ω

+

+−

+−

= − (5.49)

As matrizes de impedâncias e de admitâncias modais são então convertidas para o

domínio das fases, por meio das equações (5.27) e (5.28), obtendo-se assim as impedâncias e

admitâncias no domínio das fases e, consequentemente, os parâmetros longitudinais e

transversais da linha. Foram obtidos os seguintes resultados:

]km/[

0604,00581,00580,0

0581,00604,00580,0

0580,00580,00603,0

]R[ calculado Ω

= (5.50)

]km/mH[

9389,19992,01244,1

9992,09394,11244,1

1244,11244,19394,1

]L[ calculado

= (5.51)

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64

]km/F[

93188287,10163484347,18384554,2

163484347,193188287,108384554,2

8384554,28384554,22873754,11

]C[ calculado η

−−

−−

−−

= (5.52)

Nas igualdades (5.50) a (5.52), [R]calculado e [L]calculado são respectivamente as matrizes

de resistências e indutâncias longitudinais e [C]calculado é a matriz de capacitâncias transversais.

No caso, desconsiderou-se a presença da matriz de condutâncias transversais da linha. Assim,

os parâmetros longitudinais e transversais da linha são idênticos aos parâmetros longitudinais

e transversais calculados, comprovando que o método desenvolvido está correto.

5.4 – Conclusão

Neste capítulo, foi mostrado um método que possibilita o cálculo dos parâmetros

longitudinais e transversais da linha a partir das correntes e tensões de fase. O método pode

ser aplicado em qualquer tipo de linha de transmissão, desde que a matriz de transformação

modal da mesma seja conhecida. E para conhecê-la é preciso conhecer a matriz de [Z] e [Y],

sob investigação.

O método foi testado em uma linha trifásica de 440 kV, com 200 km de comprimento.

Os parâmetros longitudinais e transversais dessa linha foram calculados a partir da equação

desenvolvida e em seguida foram comparados com os parâmetros que foram calculados. Os

resultados obtidos satisfazem as condições necessárias e suficientes para os cálculos dos

parâmetros da linha a partir das correntes e tensões de fase, comprovando assim que o método

desenvolvido está correto.

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65

6

CÁLCULO DOS PARÂMETROS DE LINHAS A PARTIR DAS

CORRENTES E TENSÕES DE FASE: SUBSTITUIÇÃO DA

MATRIZ DE DECOMPOSIÇÃO MODAL PELA MATRIZ DE

CLARKE

6.1 – Introdução

O método de cálculo dos parâmetros da linha a partir das correntes e tensões de fase,

que foi mostrado no capítulo 5, exige que a matriz de transformação modal [TI] seja

conhecida. No entanto, para a maioria das linhas, a matriz de decomposição modal é função

dos parâmetros da linha, inviabilizando, assim, a aplicação do método descrito.

Porém, sabe-se que para o caso de linhas bifásicas que possuem plano de simetria

vertical, a matriz [TI] independe dos valores dos parâmetros da linha (BUDNER, 1970). O

mesmo ocorre com as linhas trifásicas que são idealmente transpostas, que pode ser separadas

em seus modos exatos por meio do uso da matriz de Clarke como sendo a matriz de

transformação modal (LONG, 1982). Portanto, para as linhas mencionadas anteriormente, é

possível aplicar o método proposto.

Para linhas trifásicas que não podem ser consideradas idealmente transpostas, mas que

possuem um plano de simetria vertical, sabe-se que a matriz de Clarke pode ser utilizada, de

forma aproximada, como sendo uma matriz de transformação modal (PISSOLATO;

PORTELA; TAVARES, 1999).

Neste capítulo, o método mostrado no capítulo 5 será aplicado em uma linha trifásica

com plano de simetria vertical, onde a matriz de Clarke será utilizada como sendo a matriz de

transformação modal.

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66

6.2 – Substituição da matriz [TI] pela matriz de Clarke

Para utilizar a matriz de Clarke como sendo a matriz de transformação modal, no

método de estimação de parâmetros proposto, as correntes e tensões de fase devem ser

convertidas para o domínio modal utilizando a matriz de Clarke. Desse modo, as equações

(5.4) a (5.6) passam a ser escritas como sendo:

]i[]T[]i[ ab1

clarkealmodab−= (6.1)

]i[]T[]i[ cc1

clarkealmodcc−= (6.2)

]v[]T[]v[ At

clarkealmod = (6.3)

Do mesmo modo, as equações (5.27) e (5.28) tornam-se:

1clarkem

tclarke ]T[]Z[]T[]Z[ −−≅ (6.4)

tclarkemclarke ]T[]Y[]T[]Y[ ≅ (6.5)

Nas equações (6.1) a (6.5), [Tclarke] é a matriz de Clarke que é escrita como sendo

(KUROKAWA, 2006):

−−

−=

3

1

2

1

6

13

1

2

1

6

13

10

6

2

][Tclarke (6.6)

Então quando o método proposto no capítulo 5 for aplicado, as equações (5.4) a (5.6)

devem ser substituídas pelas equações (6.1) a (6.3). Do mesmo modo, as equações (5.27) e

(5.28) devem ser substituídas pelas equações (6.4) e (6.5).

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67

Em seu trabalho, Kurokawa (2006) utilizou essas aproximações. As simulações foram

feitas considerando a aplicação de uma tensão impulsiva no início de uma das fases, enquanto

que, no início, as demais fases estavam aterradas no terminal inicial.

Neste capítulo, será mostrado o desempenho do método de estimação de parâmetros,

utilizando a matriz de Clarke como sendo a matriz de decomposição modal, aplicado em uma

linha trifásica que opera em regime permanente. Serão realizadas simulações considerando

que a linha é alimentada por tensões equilibradas e por tensões desequilibradas.

6.3 – Aplicação em uma linha trifásica de 440 kV alimentada por tensões trifásicas simétricas e equilibradas

O método será aplicado na linha trifásica de 440 kV mostrada na figura 6.1.

1

2 3

4 5

(9.27; 24.4)

(7.51; 36)

3.6 m

Figura 6.1 – Linha trifásica de 440 kV.

Considerou-se que os parâmetros da linha mostrada na figura 6.1 são conhecidos para

a frequência de 60 Hz e que os mesmos foram obtidos levando em conta o efeito da

freqüência (DOMMEL, 1986; MARTI, 1983). As matrizes [R]linha, [L]linha e [C]linha contêm os

parâmetros da linha.

Page 68: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

68

/km][

0,06040,05810,0580

0,05810,06040,0580

0,05800,05800,0603

[R] linha Ω

= (6.7)

]km/mH[

9394,19992,01244,1

9992,09394,11244,1

1244,11244,19394,1

]L[ linha

= (6.8)

]km/F[

93188287,10163484347,18384554,2

163484347,193188287,108384554,2

8384554,28384554,22873754,11

]C[ linha η

−−

−−

−−

= (6.9)

Nas igualdades (6.7) a (6.9), [R]linha e [L]linha são respectivamente as matrizes de

resistências e indutâncias longitudinais da linha e [C]linha é a matriz de capacitâncias

transversais aparentes da linha. Neste estudo, desconsiderou-se a presença da matriz de

condutâncias transversais da linha.

Em uma situação real, as correntes no terminal emissor da linha seriam medidas. No

entanto, como não foi possível realizar estas medições, tais grandezas foram calculadas com o

modelo proposto no capítulo 4.

Os cálculo das correntes e tensões nas fases da linha foram realizados utilizando a

teoria de decomposição modal, considerando a linha com seus terminais abertos e em curto-

circuito. Em ambas situações, a linha foi alimentada com uma tensão do tipo:

=

3

2

1

v

v

v

]V[ (6.10)

onde:

)V(0j1v1 += (6.11)

)V(2

3j

2

11v2

−−= (6.12)

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69

)V(2

3j

2

11v3

+−= (6.13)

Aplicando o vetor de tensão [V] no terminal emissor da linha, obteve-se os seguintes

vetores de corrente no terminal receptor:

)A(

2929,0j3970,0

2928,0j3971,0

5353,0j0000,0

10]I[ 3ab

+

+−

+

= − (6.14)

)A(

0173,0j0245,0

0176,0j0241,0

0338,0j0002,0

]I[ cc

+−

+

= (6.15)

Uma vez, conhecidas as correntes e tensões de fase no terminal emissor da linha, é

possível aplicar o método de estimação de parâmetros que está sendo estudado.

Inicialmente, as tensões e correntes de fase são convertidas para o domínio modal

utilizando as equações (6.1) a (6.3). Deste modo, obtêm-se:

[ ] [ ] ]v[TV tclarkealmod = (6.16)

[ ] [ ]

= −

3ab

2ab

1ab1

clarkealmodab

i

i

i

TI (6.17)

[ ] [ ]

= −

3cc

2cc

1cc1

clarkealmodcc

i

i

i

TI (6.18)

Foram obtidos os seguintes resultados:

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70

[ ] )V(

0

2247,1j

2247,1

V almod

= (6.19)

[ ] )A(

1008,6j1093,3

1010,1

1040,1j

I57

3

3

almodab

×−×−

×−

×

=−−

(6.20)

[ ] )A(

1079,2j1081,3

1000,1j1069,1

1006,2j1000,2

I45

42

24

almodcc

×+×−

×+×

×+×

=−−

−−

−−

(6.21)

Em seguida, substituindo os valores dos vetores [vmodal], [iabmodal] e [iccmodal] nas

equações (5.16) a (5.20), é possível calcular as matrizes das funções de propagação e das

impedâncias características da linha no domínio modal. Foram obtidos os seguintes

resultados:

+

0019,0j0001,000

00013,0j0

000013,0j

][ m (6.22)

Onde o elemento (1,1) é a função de propagação do modo 1, o elemento (2,2) é a

função de propagação do modo 2 e o elemento (3,3) é a função de propagação do modo 3.

×+

×−

×+−

= −

1

1

1

mc

101775,5j31,92700

0102424,9j69,2780

00105200,8j40,234

]Z[ (6.23)

Onde o elemento (1,1) é a impedância característica do modo 1, o elemento (2,2) é a

impedância característica do modo 2 e o elemento (3,3) é a impedância característica do modo

3.

Page 71: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

71

Substituindo os valores das funções de propagação e das impedâncias características,

de cada um dos modos, nas equações (5.23) e (5.24) é possível calcular as matrizes de

impedâncias longitudinais e de admitâncias transversais dos modos da linha. Para o caso que

está sendo estudado, obteve-se:

Km/

5265,1j1749,000

03541,0j0023,00

002919,0j0023,0

]Z[ m Ω

+

+

+

= (6.24)

Km/

2476,0j0001,000

04560,0j0000,00

005462,0j0001,0

10]Y[ 5m Ω

+−

+−

+

= − (6.25)

As matrizes de impedâncias e de admitâncias modais são então convertidas para o

domínio das fases, por meio das equações (6.4) e (6.5), obtendo, assim, as impedâncias e

admitâncias no domínio das fases e, consequentemente, os parâmetros longitudinais e

transversais da linha. Foram obtidos os seguintes resultados:

]km/[

0016,00008,00008,0

0008,00016,00008,0

0008,00008,00016,0

]R[ calculado Ω

−−

−−

−−

= (6.26)

]km/mH[

9842,54085,35756,2

4085,39842,55756,2

5756,25756,21486,5

]L[ calculado

−−

−−

−−

= (6.27)

]km/F[

8166,98166,98166,9

8166,98166,98166,9

8166,98166,98166,9

10]C[ 5calculado η

= (6.28)

Nas igualdades (6.26) a (6.28), [R]calculado e [L]calculado são, respectivamente, as

matrizes de resistências e indutâncias longitudinais e [C]calculado é a matriz de capacitâncias

Page 72: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

72

transversais. Como foi comentado, foi desconsiderada a matriz de condutâncias transversais

da linha.

As tabelas 6.1 a 6.3 mostram o erro cometido na estimação dos parâmetros da linha

alimentada por tensões equilibradas, quando a matriz de Clarke é utilizada como matriz de

decomposição modal. Essas tabelas foram obtidas comparando-se os parâmetros estimados

com os parâmetros tidos como exatos da linha.

Tabela 6.1 - Erro na resistência longitudinal

Elemento R11 R22 R33 R12 R13 R23

Erro % 97,4 97,4 97,4 101,4 101,4 101,3

Tabela 6.2 - Erro na indutância longitudinal

Elemento L11 L22 L33 L12 L13 L23

Erro % 73,4 69,1 69,1 122,9 122,9 134,1

Tabela 6.3 - Erro na capacitância transversal

Elemento C11 C22 C33 C12 C13 C23

Erro % 87,0x1014 90,0x1014 89,8x1014 34,6x1015 34,6x1015 84,4x1014

Pode-se observar que ao utilizar a matriz de Clarke em substituição da matriz [TI], os

parâmetros longitudinais e transversais da linha calculados a partir das correntes e tensões de

fase apresentam um erro de, no mínimo, 69% em relação aos parâmetros longitudinais e

transversais que foram calculados a partir da geometria da torre.

Portanto, conclui-se que o método de estimação de parâmetros utilizando a matriz de

Clarke não apresenta bom desempenho quando a linha opera com tensões equilibradas.

6.4 – Aplicação em uma linha trifásica de 440 kV alimentada por tensões desequilibradas

Neste item, os parâmetros da linha mostrada na figura 6.1 serão estimados

considerando que as tensões que alimentam a linha são desequilibradas.

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73

As simulações foram realizadas em três situações. Na primeira situação foi

considerado um desequilíbrio na fase 1, na segunda situação foi considerado um desequilíbrio

na fase 2 e na terceira situação foi considerado um desequilíbrio na fase 3.

Na primeira situação, a linha foi alimentada com o vetor de tensões mostrado nas

equações (6.29) a (6.32).

=

3

2

1

v

v

v

]V[ (6.29)

onde:

)V(0j01,1v1 +−= (6.30)

)V(2

3j

2

11v2

−−= (6.31)

)V(2

3j

2

11v3

+−= (6.32)

Na segunda situação, a linha foi alimentada com o vetor de tensões mostrado nas

equações (6.33) a (6.36).

=

3

2

1

v

v

v

]V[ (6.33)

onde:

)V(0j1v1 += (6.34)

)V(2

3j

2

101,1v2

−−−= (6.35)

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74

)V(2

3j

2

11v3

+−= (6.36)

Na terceira situação, a linha foi alimentada com o vetor de tensões mostrado nas

equações (6.37) a (6.40).

=

3

2

1

v

v

v

]V[ (6.37)

onde:

)V(0j1v1 += (6.38)

)V(2

3j

2

11v2

−−= (6.39)

)V(2

3j

2

101,1v3

+−−= (6.40)

As tabelas 6.4 a 6.6 mostram o erro cometido na estimação dos parâmetros da linha

quando a mesma é alimentada com tensões desequilibradas.

Tabela 6.4 – Erro cometido na estimação da resistência longitudinal

Elemento R11 R22 R33 R12 R13

Erro % com Desequilíbrio na fase 1

201,1 198,1 198,12 203,3 203,3

Erro % com Desequilíbrio na fase 2 47,2 60,2 60,2 67,8 67,8

Erro % com Desequilíbrio na fase 3 51,9 54,9 54,9 61,0 61,0

Page 75: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

75

Tabela 6.5 – Erro cometido na estimação da indutância longitudinal

Elemento L11 L22 L33 L12 L13

Erro % com Desequilíbrio na fase 1

200,1 155,1 155,1 201,1 201,1

Erro % com Desequilíbrio na fase 2 3,8 47,9 47,9 2,7 2,7

Erro % com Desequilíbrio na fase 3 4,9 0,4 0,4 4,3 4,3

Tabela 6.6 – Erro cometido na estimação da capacitância transversal

Elemento C11 C22 C33 C12 C13

Erro % com Desequilíbrio na fase 1

194,1 83,3 83,3 176,6 176,6

Erro % com Desequilíbrio na fase 2 6,4 112,8 112,8 4,7 4,7

Erro % com Desequilíbrio na fase 3 6,3 2,1 2,1 4,9 4,9

Com base nos resultados apresentados nas tabelas 6.4 a 6.6, conclui-se que o processo

de estimação estudado apresenta o menor erro quando considera-se o desequilíbrio de tensão

na fase 3. Nessas condições, o erro presente na estimação da resistência é de

aproximadamente 60% enquanto que os erros presentes na estimação da indutância situam-se

entre 0,4% e 4,9%. Quanto às capacitâncias, os erros situam-se entre 2,1% e 6,3%.

6.5 – Conclusão

Neste capítulo, o método de estimação de parâmetros estudado no capítulo 5 foi

adaptado para que o mesmo possa ser utilizado em linhas trifásicas cujas matrizes de

decomposição modal não são previamente conhecidas. Nessas condições, a matriz de

decomposição modal foi substituída pela matriz de Clarke.

Os resultados obtidos mostraram que ao considerar uma linha trifásica de 440 kV

alimentada por tensões equilibradas, o método apresenta um desempenho muito ruim. O

provável motivo do método apresentar baixo desempenho quando a linha é alimentada por

Page 76: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

76

tensões equilibradas é o fato de que, nessas condições, um dos modos da linha (no caso o

modo 3) é alimentado por uma tensão nula, resultando em correntes nulas nesse modo.

Se a linha analisada é alimentada por tensões desequilibradas, verifica-se que o

desempenho do método é melhor. Os melhores resultados foram obtidos quando se considera

um desequilíbrio de tensão na fase 3 da linha. Nessas condições o parâmetro estimado com

menor erro foi a indutância longitudinal, cuja estimação apresentou erros na faixa

compreendida entre 0,4% e 4,9%.

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77

7

CÁLCULO DOS PARÂMETROS DE LINHAS A PARTIR DA

MEDIÇÃO DAS CORRENTES E TENSÕES NOS TERMINAIS

DA LINHA

7.1 – Introdução

Em situações em que os parâmetros da linha devem ser atualizados constantemente, é

possível utilizar procedimentos que permitam a estimação desses parâmetros (KUROKAWA,

et al., 2006; AKKE; BIRO, 2005).

Kurokawa et al., (2006) mostram que é possível obter parâmetros de uma linha

genérica, a partir da medição de suas correntes e tensões de fase, se uma matriz de

decomposição modal da linha é conhecida. O método proposto por Kurokawa et al., (2006)

tem como limitação o fato de somente poder ser utilizado em linhas cuja matriz de

decomposição modal é independente dos parâmetros da linha.

Akke e Biro (2005) mediram as correntes e tensões em uma linha monofásica

experimental e, a partir desses dados, determinaram os parâmetros da linha.

Neste capítulo, será mostrado um método para estimar os parâmetros de linhas de

transmissão trifásicas que possuem plano de simetria vertical. O método será desenvolvido

com base no trabalho de Kurokawa et al., (2006) mas representa um avanço em relação ao

trabalho mencionado, pois, baseia-se no uso de uma matriz que é independente dos

parâmetros da linha. O método será aplicado para estimar os parâmetros de uma linha trifásica

de 440 kV, em uma frequência de 60 Hz, para vários comprimentos de linha.

7.2 – Descrição do método proposto para a estimação dos parâmetros de linhas

Considere um gerador trifásico simétrico e equilibrado que alimenta uma carga

conectada em Y que também é trifásica, simétrica e equilibrada. A conexão entre o gerador e

a carga dá-se por meio de uma linha trifásica não transposta, conforme mostra a figura 7.1.

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78

Figura 7.1 – Sistema trifásico.

Considere também que o sistema mostrado na figura acima opera em regime

permanente com uma freqüência de 60 Hz e que é possível medir as tensões e correntes nos

dois terminais da linha. Aqui será possível estimar parâmetros da linha mostrada na figura 7.1

a partir das correntes e tensões obtidas nos terminais da linha. O método que será mostrado

consiste em 6 etapas que serão descritas em seguida.

Etapa 1 – Obter as correntes e tensões nos dois terminais da linha;

Etapa 2 – Converter as correntes e tensões para o domínio modal;

Etapa 3 – Obter, a partir das correntes e tensões convertidas no domínio modal, a função de

propagação e a impedância característica de cada modo;

Etapa 4 – Obter, a partir da função de propagação e da impedância característica de

cada modo, as matrizes de impedâncias longitudinais e de admitâncias transversais da linha

no domínio modal;

Etapa 5 – Converter as matrizes de impedâncias longitudinais e de admitâncias transversais

do domínio modal para o domínio das fases;

Etapa 6 – Obter, a partir das matrizes de impedâncias longitudinais e de admitâncias

transversais, os parâmetros da linha.

va1 vb1

va2

va3

Carga

vb2

vb3

solo

Gerador

Linha trifásica

ib3

ib2

ib1

Ia3

ia2

ia1 Fase 1

Fase 2

Fase 3

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79

7.3 – Obtenção das correntes e tensões nos terminais da linha

O método de estimação de parâmetros parte da hipótese de que é possível medir as

correntes e tensões nos dois terminais da linha. Desse modo, é possível definir os seguintes

vetores:

=

3a

2a

1a

a

i

i

i

]I[ (7.1)

=

3b

2b

1b

b

i

i

i

]I[ (7.2)

=

3a

2a

1a

a

v

v

v

]V[ (7.3)

=

3b

2b

1b

b

v

v

v

]V[ (7.4)

Nas equações (7.1) e (7.2), [Ia] e [Ib] são os vetores com as correntes de fases medidas

nos terminais A e B da linha, respectivamente enquanto que, nas equações (7.3) e (7.4), [Va] e

[Vb] são os vetores com as tensões de fases medidas nos terminais A e B da linha

respectivamente.

7.4 – Conversão das correntes e tensões para o domínio modal

As correntes e tensões medidas nos terminais da linha estão no domínio das fases. A

conversão destas correntes e tensões para o domínio modal é dada por:

]i[]T[]I[ a1

ialmoda−= (7.5)

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80

]i[]T[]I[ b1

ialmodb−= (7.6)

]v[]T[]V[ at

ialmoda = (7.7)

]v[]T[]V[ bt

Ialmodb = (7.8)

Nas equações (7.5) e (7.6), [Ia modal] e [Ib modal] são os vetores com as correntes no

domínio modal respectivamente, dos terminais A e B da linha, enquanto que nas equações

(7.7) e (7.8), [Va modal] e [Vb modal] são os vetores com as tensões no domínio modal

respectivamente, dos terminais A e B da linha. Esses vetores são escritos como sendo:

=

3am

2am

1am

almoda

i

i

i

]I[ (7.9)

=

3bm

2bm

1bm

almodb

i

i

i

]I[ (7.10)

=

3am

2am

1am

almoda

v

v

v

]V[ (7.11)

=

3bm

2bm

1bm

almodb

v

v

v

]V[ (7.12)

Nas equações (7.9) à (7.12), são mostrados os vetores com as correntes e com as

tensões, respectivamente, no domínio modal.

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81

7.5 – Cálculo da função de propagação e da impedância característica

Um modo genérico da linha pode ser representado por uma linha monofásica

conforme mostra a figura 7.2.

Figura 7.2 – Correntes e tensões nos terminais A e B de um modo genérico da linha.

Na figura 7.2, iAk e iBk são as respectivas correntes nos terminais A e B do k-ésimo

modo da linha, enquanto que vAk e vAk são as respectivas tensões nos terminais A e B do k-

ésimo modo da linha. Sabe-se que as correntes e tensões nos terminais A e B obedecem as

seguintes relações (BUDNER, 1970):

)d(senhZi)d(coshvv kkckBkkBkA γ−γ= (7.13)

)d(senhZ

v)d(coshii k

kc

kBkkBkA γ+γ−= (7.14)

Nas equações (7.13) e (7.14), os termos γk e Zck são, respectivamente, a função de

propagação e a impedância característica do k-ésimo modo de propagação da linha

(MARTI, 1982).

A partir das equações (7.13) e (7.14) é possível escrever a função de propagação e a

impedância característica do k-ésimo modo de propagação da linha como sendo:

−=γ

kBkAkAkB

kBkBkAkAk iviv

ivivhcosArc

d

1 (7.15)

kAkkB

kkBkc i)d(hcosi

)d(hsenvZ

γ= (7.16)

iBk

vAk vBk

solo

iAk

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82

Nas equações (7.15) e (7.16), d é o comprimento da linha.

Utilizando as equações (7.15) e (7.16), é possível calcular a função de propagação e a

impedância característica de todos os modos de propagação da linha.

Sabe-se que a função de propagação e a impedância característica do k-ésimo modo de

propagação são escritas como sendo (MARTI, 1982):

kmkmk YZ=γ (7.17)

km

kmkc Y

ZZ = (7.18)

Nas equações (7.17) e (7.18), Zmk e Ymk são, respectivamente, a impedância

longitudinal e a admitância transversal da linha.

A partir das equações (7.17) e (7.18), obtêm-se:

kckkm ZZ γ= (7.19)

kc

kkm Z

= (7.20)

Utilizando as equações (7.19) e (7.20), é possível calcular a impedância longitudinal e

a admitância transversal de todos os modos da linha. Assim, as matrizes de impedância

longitudinal e de admitância transversal são escritas como sendo:

=

3m

2m

1m

m

Z00

0Z0

00Z

]Z[ (7.21)

=

3m

2m

1m

m

Y00

0Y0

00Y

]Y[ (7.22)

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83

Nas equações (7.21) e (7.22), [Zm] e [Ym] são, respectivamente, as matrizes de

impedâncias longitudinais e de admitâncias transversais da linha escrita no domínio modal.

Uma vez conhecidas [Zm] e [Ym], é possível obter as matrizes de impedâncias

longitudinais e de admitâncias transversais da linha no domínio das fases por meio das

seguintes relações (WEDEPHOL, 1996):

1Im

tI ]T[]Z[]T[]Z[ −−= (7.23)

tImI ]T[]Y[]T[]Y[ = (7.24)

Nas equações (7.23) e (7.24), [Z] e [Y] são as matrizes de impedâncias longitudinais e

de admitâncias transversais da linha.

A partir de (7.23) e (7.24), é possível obter as matrizes [R], [L], [G] e [C] como sendo:

]Z[alRe]R[ = (7.25)

]Z[agIm1

]L[ω

= (7.26)

]Y[alRe]G[ = (7.27)

]Y[agIm1

]C[ω

= (7.28)

Nas equações (7.25) e (7.26), [R] e [L] são as matrizes com as resistências e

indutâncias longitudinais da linha, enquanto que, nas equações (7.27) e (7.28), [G] e [C] são

as matrizes de admitâncias transversais da linha. O termo Real[Z] corresponde à parte real da

matriz [Z], enquanto que Imag[Z] corresponde à parte imaginária da matriz [Z]. O termo

Real[Y] corresponde à parte real da matriz [Y], enquanto que Imag[Y] corresponde à parte

imaginária da matriz [Y]. O termo ω é a frequência angular do sistema.

7.6 – Observações a respeito do método proposto

A metodologia de estimação de parâmetros parte da hipótese de que a matriz de

decomposição modal da linha é conhecida.

Page 84: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

84

Para o caso de linhas trifásicas que não podem ser consideradas idealmente

transpostas, a obtenção de uma matriz de decomposição modal depende do conhecimento dos

parâmetros da linha. Desse modo, o método não poderia ser utilizado para estimar parâmetros

desse tipo de linha.

No entanto existem situações em que uma matriz de decomposição modal pode ser

obtida sem o prévio conhecimento dos parâmetros da linha, sendo em função somente da

geometria da mesma (CAMPOS, et al., 2008). Como exemplo de uma linha que possui essas

características, pode-se citar linhas trifásicas idealmente transpostas em que a matriz de

Clarke (KUROKAWA et al., 2009) é uma matriz de decomposição modal. Para o caso de

linhas de transmissão trifásicas que não podem ser consideradas idealmente transpostas, mas

que possuem um plano de simetria vertical, a matriz de Clarke pode, de maneira aproximada,

ser utilizada como sendo a matriz de decomposição modal.

7.7– Aplicação do método proposto utilizando a matriz de Clarke Conforme testes realizados por Kurokawa et al., (2006), o método de estimação de

parâmetros é exato se a matriz de decomposição modal [Ti] é conhecida. Deste modo, neste

trabalho, o método será aplicado em uma linha de transmissão trifásica de 440 kV não

transposta e será utilizada a matriz de Clarke como sendo a matriz de decomposição modal.

−−

−=

3

1

2

1

6

13

1

2

1

6

13

10

6

2

][Tclarke (7.29)

O método será aplicado a uma linha de transmissão trifásica de 440 kV, constituída de

4 condutores do tipo Grosbeak. Sendo os cabos pára-raios representados pelos condutores 4 e

5. A resistividade do solo foi considerada como sendo 1000 Ω.m, em uma frequência de 60

Hz. Para a linha trabalhada levou-se em conta o fator de potência, a potência aparente e o

comprimento da linha para a estimação de tais parâmetros. A figura 7.3, mostra uma linha

trifásica de 440 kV.

Page 85: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

85

1

2 3

4 5

(9.27; 24.4)

(7.51; 36)

3.6 m

Figura 7.3 – Linha de 440 kV.

Os cálculos das correntes e tensões nas fases da linha foram realizados utilizando a

teoria de decomposição modal. A linha foi alimentada com uma tensão do tipo:

=

3

2

1

v

v

v

]V[ (7.30)

onde:

)V(0j440v1 += (7.31)

)V(2

3j

2

1440v2

−−= (7.32)

)V(2

3j

2

1440v3

+−= (7.33)

Devido ao fato de que não foi possível realizar medições de correntes e tensões em

uma linha real, a estimação de parâmetros foi realizada a partir das correntes e tensões obtidas

a partir de um modelo que represente adequadamente a linha.

Page 86: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

86

Inicialmente, utilizando o procedimento descrito, os parâmetros da linha foram

calculados. Em seguida, considerando algumas situações de cargas, foram obtidas as correntes

e tensões nos terminais da linha. Uma vez obtidas as correntes e tensões, os parâmetros da

linha foram estimados.

Considerou-se que os parâmetros da linha mostrada na figura 7.3 foram obtidos

levando em conta o efeito da frequência (DOMMEL, 1986; MARTI, 1983). As matrizes

[R]linha, [L]linha e [C]linha contém os parâmetros da linha.

/km][

0,06040,05810,0580

0,05810,06040,0580

0,05800,05800,0603

[R] linha Ω

= (7.34)

]km/mH[

9394,19992,01244,1

9992,09394,11244,1

1244,11244,19394,1

]L[ linha

= (7.35)

]km/F[

93188287,10163484347,18384554,2

163484347,193188287,108384554,2

8384554,28384554,22873754,11

]C[ linha η

−−

−−

−−

= (7.36)

Nas equações (7.34) a (7.36) [R]linha, [L]linha e [C]linha são respectivamente, as matrizes

com as resistências, indutâncias e capacitâncias da linha. A condutância transversal foi

desconsiderada.

7.7.1 – Resultados obtidos para o parâmetro resistência a partir da aplicação do método

proposto utilizando a matriz de Clarke

As figuras a seguir mostram o desenvolvimento do método proposto aplicado para

vários comprimentos de linha e também para vários fatores de potência, lembrando que os

termos próprios e mútuos da resistência também são analisados.

Page 87: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

87

0 20 40 60 80 1000

50

100

150

200

250

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,50

FP = 0,86 FP = 0,71

Figura 7.4 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 100 km.

0 20 40 60 80 1000

50

100

150

200

250

Corrente na carga (A)

Valor absoluto de erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.5 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,17 e

0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 100 km.

As figuras 7.4 e 7.5, para termos próprios (1,1), mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a resistência longitudinal de uma linha de 100 km, obtém-se um erro

em torno de 23 %.

Page 88: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

88

0 20 40 60 80 1000

50

100

150

200

250

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%) FP = 0,86

FP = 0,71

FP = 0,50

Figura 7.6 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 100 km.

0 20 40 60 80 1000

50

100

150

200

250

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.7 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,17 e

0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 100 km.

As figuras 7.6 e 7.7, para termos mútuos (2,3), mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a resistência longitudinal de uma linha de 100 km, obtém-se um erro

em torno de 23 %.

Page 89: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

89

0 20 40 60 80 10010

15

20

25

30

35

40

45

50

55

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,50

FP = 0,71 FP = 0,86

Figura 7.8 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 300 km.

0 20 40 60 80 1000

50

100

150

200

250

Corrente na carga (A)

Valor absoluto de erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.9 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,17 e

0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 300 km.

As figuras 7.8 e 7.9, para termos próprios (1,1), mostram que, ao utilizar o método

proposto para estimar a resistência longitudinal de uma linha de 300 km, obtém-se um erro

em torno de 13%.

Page 90: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

90

0 20 40 60 80 10010

20

30

40

50

60

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,50

FP = 0,71

FP = 0,86

Figura 7.10 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 300 km.

0 20 40 60 80 10010

20

30

40

50

60

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.11 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,17

e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 300 km.

As figuras 7.10 e 7.11, para termos mútuos (2,3), mostram que, ao utilizar o método

proposto para estimar a resistência longitudinal de uma linha de 300 km, obtém-se um erro

em torno de 13%.

Page 91: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

91

0 100 200 300 400 5000

20

40

60

80

100

Corrente na carga (A)

Valor absoluto de erro (%)

FP = 0,50

FP = 0,71

FP = O,86

Figura 7.12 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 500 km.

0 50 100 150 200 250 300 350 4000

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.13 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,17

e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 500 km.

As figuras 7.12 e 7.13, para termos próprios (1,1), mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a resistência longitudinal de uma linha de 500 km, o erro presente tem o

Page 92: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

92

seu valor em torno de 5%. No entanto, pode-se observar que para as cargas com os fatores de

potência aqui trabalhados, existem valores de corrente onde o erro presente é nulo.

0 100 200 300 400 5000

20

40

60

80

100

120

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,50

FP = 0,71

FP = 0,86

Figura 7.14 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 500 km.

0 100 200 300 400 5000

10

20

30

40

50

60

70

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.15 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,17

e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 500 km.

Page 93: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

93

As figuras 7.14 e 7.15 para termos próprios (2,3), mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a resistência longitudinal de uma linha de 500 km, o erro presente tem o

seu valor em torno de 5%. No entanto, pode-se observar que para as cargas com os fatores de

potência aqui trabalhados, existem valores de corrente onde o erro presente é nulo.

0 200 400 600 800 10000

50

100

150

200

250

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,50

FP = 0,71

FP = 0,86

Figura 7.16 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 700 km.

0 200 400 600 800 10000

50

100

150

200

250

300

350

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.17 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,17

e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 700 km.

Page 94: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

94

As figuras 7.16 e 7.17, para termos próprios (1,1), mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a resistência longitudinal de uma linha de 700 km, o erro tem o seu

valor em torno de 40%. No entanto, pode-se observar que para as cargas com os fatores de

potência aqui trabalhados, existem valores de corrente onde o erro presente é nulo.

0 200 400 600 800 10000

50

100

150

200

250

300

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,86

FP = 0,71 FP = 0,50

Figura 7.18 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 700 km.

0 500 1000 1500 20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,17

FP = 0,98

Figura 7.19 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,17

e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 700 km.

Page 95: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

95

As figuras 7.18 e 7.19, para termos mútuos (2,3), mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a resistência longitudinal de uma linha de 700 km, o erro tem o seu

valor em torno de 40%. No entanto, pode-se observar que para as cargas com os fatores de

potência aqui trabalhados, existem valores de corrente onde o erro presente é nulo.

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 18000

50

100

150

200

250

300

350

Corrente na carga (A)

Valor absoluto de erro (%)

FP= 0,50

FP = 0,71

FP = 0,86

Figura 7.20 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 900 km.

0 500 1000 1500 20000

100

200

300

400

500

600

700

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.21 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,17

e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 900 km.

Page 96: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

96

As figuras 7.20 e 7.21, para termos próprios (1,1) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a resistência longitudinal de uma linha de 900 km, o erro tem o seu

valor próximo aos 120%. Erro alto para a resistência. Pode-se observar também existem

valores de corrente onde o erro presente é nulo.

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 18000

50

100

150

200

250

300

350

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,50

FP = 0,71

FP = 0,86

Figura 7.22 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 900 km.

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 18000

100

200

300

400

500

600

700

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,17

FP = 0,98

Figura 7.23 – Erro relativo na estimação da resistência, para fatores de potência iguais a 0,17

e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 900 km.

Page 97: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

97

As figuras 7.22 e 7.23, para termos mútuos (2,3) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a resistência longitudinal de uma linha de 900 km, o erro tem o seu

valor próximo aos 120%. Erro alto para a resistência. Pode-se observar também existem

valores de corrente onde o erro presente é nulo.

7.7.2 – Resultados obtidos para o parâmetro indutância a partir da aplicação do método

proposto utilizando a matriz de Clarke

As figuras a seguir mostram o desenvolvimento do método proposto aplicado para

vários comprimentos de linha e também para vários fatores de potência, lembrando que os

termos próprios e mútuos do parâmetro Indutância também são analisados.

0 50 100 150 200 250 300 350 4000

5

10

15

20

25

30

35

40

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,86

FP = 0,71

FP = 0,50

Figura 7.24 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 100 km.

Page 98: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

98

0 50 100 150 200 250 300 350 4000

10

20

30

40

50

60

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,17

FP = 0,98

Figura 7.25 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e

0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 100 km.

As figuras 7.24 e 7.25, para termos próprios (1,1) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a impedância longitudinal de uma linha de 100 km, o erro tem o seu

valor próximo aos 35%. Pode-se observar que existem valores de corrente onde o erro

presente é nulo.

Page 99: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

99

0 50 100 150 200 250 300 350 4000

10

20

30

40

50

60

70

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,71

FP = 0,50

FP = 0,86

Figura 7.26 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 100 km.

0 50 100 150 200 250 300 350 4000

20

40

60

80

100

120

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.27 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e

0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 100 km.

As figuras 7.26 e 7.27, para termos mútuos (2,3) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a impedância longitudinal de uma linha de 100 km, o erro tem o seu

Page 100: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

100

valor próximo aos 60%. Também foi possível observar que existem valores de corrente onde

o erro presente é nulo.

0 50 100 150 200 250 300 350 40018

20

22

24

26

28

30

32

34

Corrente na carga (A)

Valor do erro absoluto (%)

FP = 0,86

FP = 0,71

FP = 0,50

Figura 7.28 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 300 km.

0 200 400 600 800 10000

10

20

30

40

50

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,17

FP = 0,98

Figura 7.29 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e

0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 300 km.

Page 101: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

101

As figuras 7.28 e 7.29, para termos próprios (1,1) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a impedância longitudinal de uma linha de 300 km, o erro tem o seu

valor próximo aos 34%. Pode-se observar que existem valores de corrente onde o erro

presente é quase nulo.

0 50 100 150 200 250 300 350 40025

30

35

40

45

50

55

60

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%) FP = 0,86

FP = 0,71

FP = 0,50

Figura 7.30 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 300 km.

0 200 400 600 800 10000

20

40

60

80

100

Corente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,17

FP = 0,98

Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e

0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 300 km.

Page 102: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

102

As figuras 7.30 e 7.31, para termos mútuos (2,3) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a impedância longitudinal de uma linha de 300 km, o erro tem o seu

valor próximo aos 58%. Pode-se observar que existem valores de corrente onde o erro

presente é nulo.

0 50 100 150 200 250 300 350 40027

28

29

30

31

32

33

34

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,50

FP = 0,71

FP = 0,86

Figura 7.32 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 500 km.

0 200 400 600 800 10000

10

20

30

40

50

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.33 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e

0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 500 km.

Page 103: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

103

As figuras 7.32 e 7.33, para termos próprios (1,1) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a impedância longitudinal de uma linha de 500 km, o erro tem o seu

valor próximo aos 28%. Pode-se observar que existem valores de corrente onde o erro

presente é nulo.

0 50 100 150 200 250 300 350 40044

46

48

50

52

54

56

58

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%) FP = 0,86

FP = 0,71

FP = 0,50

Figura 7.34 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 500 km.

0 200 400 600 800 10000

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.35 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e

0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 500 km.

Page 104: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

104

As figuras 7.34 e 7.35, para termos mútuos (2,3) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a impedância longitudinal de uma linha de 500 km, o erro tem o seu

valor próximo aos 45%. Pode-se observar que existem valores de corrente onde o erro

presente é quase nulo.

0 50 100 150 200 250 300 350 40014

16

18

20

22

24

26

28

30

32

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,50

FP = 0,86

FP = 0,71

Figura 7.36 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 700 km.

0 50 100 150 200 250 300 350 40014

16

18

20

22

24

26

28

30

32

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%) FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.37 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e

0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 700 km.

Page 105: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

105

As figuras 7.36 e 7.37, para termos próprios (1,1) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a impedância longitudinal de uma linha de 700 km, o erro tem o seu

valor próximo aos 15%.

0 50 100 150 200 250 300 350 40020

25

30

35

40

45

50

55

Corrente na carga (A)

Valor absolutodo erro (%)

FP = 0,50

FP = 0,86

FP = 0,71

Figura 7.38 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 700 km.

0 500 1000 15000

50

100

150

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.39 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e

0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 700 km.

Page 106: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

106

As figuras 7.38 e 7.39, para termos mútuos (2,3) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a impedância longitudinal de uma linha de 700 km, o erro tem o seu

valor próximo aos 20%.

0 50 100 150 200 250 300 350 4000

5

10

15

20

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,50

FP = 0,86

FP = 0,71

Figura 7.40 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 900 km.

0 50 100 150 200 250 300 350 4000

5

10

15

20

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.41 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e

0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 900 km.

Page 107: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

107

As figuras 7.40 e 7.41, para termos próprios (1,1) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a impedância longitudinal de uma linha de 900 km, o erro tem o seu

valor próximo aos 10%. Onde foi possível observar a existência de erro nulo para alguns

valores de corrente.

0 50 100 150 200 250 300 350 4000

5

10

15

20

25

30

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,86

FP = 0,50

FP = 0,71

Figura 7.42 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,50;

0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 900 km.

0 50 100 150 200 250 300 350 4000

5

10

15

20

25

30

Corente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0.98

FP = 0,17

Figura 7.43 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e

0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 900 km.

Page 108: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

108

As figuras 7.42 e 7.43, para termos mútuos (2,3) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a impedância longitudinal de uma linha de 900 km, o erro tem o seu

valor próximo aos 30%. Onde foi possível observar a existência de erro nulo para alguns

valores de corrente.

7.7.3 – Resultados obtidos para o parâmetro capacitância a partir da aplicação do método

proposto utilizando a matriz de Clarke

As figuras a seguir mostram o desenvolvimento do método proposto aplicado para

vários comprimentos de linha e também para vários fatores de potência, lembrando que os

termos próprios e mútuos do parâmetro Capacitância também são analisados.

0 200 400 600 800 1000400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

2200

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,86

FP = 0,50

FP = 0,71

Figura 7.44 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 100 km.

Page 109: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

109

0 200 400 600 800 10000

500

1000

1500

2000

2500

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%) FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.45 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 100 km.

As figuras 7.44 e 7.45, para termos próprios (1,1) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a capacitância transversal de uma linha de 100 km, o erro tem um valor

altíssimo próximo aos 2000%. Um valor desconsiderado para a capacitância.

0 200 400 600 800 10000.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

2x 10

4

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%) FP = 0,86

FP = 0,50

FP = 0,71

Figura 7.46 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 100 km.

Page 110: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

110

0 200 400 600 800 10000

0.5

1

1.5

2

2.5x 10

4

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,17

FP = 0,98

Figura 7.47 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 100 km.

As figuras 7.46 e 7.47, para termos mútuos (2,3) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a capacitância transversal de uma linha de 100 km, o erro tem um valor

altíssimo próximo aos 2500%. Um valor desconsiderado para a capacitância.

0 200 400 600 800 1000200

210

220

230

240

250

Corrente na carga (A)

Valor absluto do erro (%)

FP = 0,50

FP = 0,71

FP = 0,86

Figura 7.48 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 300 km.

Page 111: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

111

0 200 400 600 800 1000120

140

160

180

200

220

240

260

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.49 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 300 km.

As figuras 7.48 e 7.49, para termos próprios (1,1) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a capacitância transversal de uma linha de 300 km, o erro tem um valor

próximo aos 230%. Erro ainda alto para a capacitância.

0 200 400 600 800 10001800

1900

2000

2100

2200

2300

2400

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,86

FP = 0,50

FP = 0,71

Figura 7.50 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 300 km.

Page 112: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

112

0 200 400 600 800 10001000

1200

1400

1600

1800

2000

2200

2400

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,17

FP = 0,98

Figura 7.51 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 300 km.

As figuras 7.50 e 7.51, para termos mútuos (2,3) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a capacitância transversal de uma linha de 100 km, o erro tem um valor

altíssimo próximo aos 2100%. Um valor desconsiderado para a capacitância.

0 200 400 600 800 100060

70

80

90

100

110

120

130

140

150

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,50

FP = 0,71

FP = 0,86

Figura 7.52 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 500 km.

Page 113: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

113

0 200 400 600 800 100060

70

80

90

100

110

120

130

140

150

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.53 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 500 km.

As figuras 7.52 e 7.53, para termos próprios (1,1) mostram que ao utilizar o método

proposto é utilizado para estimar a capacitância transversal de uma linha de 500 km, o erro

diminuiu consideravelmente, próximo aos 60%.

0 200 400 600 800 1000500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%) FP = 0,86

FP = 0,50

FP = 0,71

Figura 7.54 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 500 km.

Page 114: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

114

0 200 400 600 800 1000500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,17

FP = 0,98

Figura 7.55 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 500 km.

As figuras 7.54 e 7.55, para termos mútuos (2,3) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a capacitância transversal de uma linha de 500 km, o erro permanece

alto, próximo aos 500%.

0 200 400 600 800 100010

20

30

40

50

60

70

80

90

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,50

FP = 0,71

FP = 0,86

Figura 7.56 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 700 km.

Page 115: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

115

0 200 400 600 800 100010

20

30

40

50

60

70

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.57 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 700 km.

As figuras 7.56 e 7.57, para termos próprios (1,1) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a capacitância transversal de uma linha de 700 km, o erro diminuiu e

está próximo aos 20%.

0 200 400 600 800 1000100

200

300

400

500

600

700

800

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,86

FP = 0,50

FP = 0,71

Figura 7.58 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 700 km.

Page 116: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

116

0 200 400 600 800 10000

100

200

300

400

500

600

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.59 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 700 km.

As figuras 7.58 e 7.59, para termos mútuos (2,3) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a capacitância transversal de uma linha de 700 km, o erro permanece

próximo aos 100%.

0 200 400 600 800 10000

10

20

30

40

50

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,50

FP = 0,71

FP = 0,86

Figura 7.60 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos próprios (1,1), para uma linha de 900 km.

Page 117: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - UNESP: Câmpus de Ilha ... · Figura 7.31 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e 0,98 com termos mútuos

117

0 200 400 600 800 10000

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.61 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,17 e 0,98 com termos próprios (1,1), para uma linha de 900 km.

As figuras 7.60 e 7.61, para termos próprios (1,1) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a capacitância transversal de uma linha de 900 km, o erro diminuiu

chegando a ser nulo para alguns valores de correntes.

0 200 400 600 800 10000

50

100

150

200

250

300

350

400

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,86

FP = 0,50

FP = 0,71

Figura 7.62 – Erro relativo na estimação da capacitância, para fatores de potência iguais a

0,50; 0,71 e 0,86 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 900 km.

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118

0 200 400 600 800 10000

50

100

150

200

250

300

350

Corrente na carga (A)

Valor absoluto do erro (%)

FP = 0,98

FP = 0,17

Figura 7.63 – Erro relativo na estimação da indutância, para fatores de potência iguais a 0,17 e

0,98 com termos mútuos (2,3), para uma linha de 900 km.

As figuras 7.62 e 7.63, para termos mútuos (2,3) mostram que ao utilizar o método

proposto para estimar a capacitância transversal de uma linha de 900 km, o erro permanece

próximo aos 50%. No entanto, é possível observar que para os fatores de potência aqui

trabalhados, existem valores de corrente cujo erro é nulo.

De acordo com todas as figuras analisadas foi possível tirar as seguintes conclusões

para os parâmetros:

Resistência: As figuras 7.4 a 7.23 mostram que ao utilizar o método proposto para

estimar tal parâmetro da linha, obtém-se menor erro se o procedimento é realizado quando

uma carga de baixo valor e baixo fator de potência (FP) conectada no terminal da linha.

Analisando todas as figuras, foi possível observar que o erro diminuiu para as linhas com até

500 km. Para as linhas testadas com comprimento superior a 500 km, foi possível observar

que o erro voltou a crescer, lembrando que também existem valores de corrente onde o erro é

nulo. Portanto a resistência em algumas situações pode ser estimada com boa precisão, para

termos próprios e mútuos.

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119

Tabela 7.1 – Erro na resistência longitudinal para termos próprios e mútuos.

Indutância: As figuras 7.24 a 7.43, mostram os erros presentes no valor estimado do

parâmetro em função da corrente na carga considerando (cargas indutivas). Fazendo análise

para todas as figuras, foi possível observar que o erro diminuiu de acordo com o comprimento

da linha. Inicialmente para a linha de 100 km, considerando os termos próprios do parâmetro,

o erro se concentrou próximo dos 35%. Quando a linha atingiu o comprimento de 900 km o

erro foi de 10%. Lembrando que foi possível observa a existência de valores de corrente onde

o erro é nulo.

Tabela 7.2 – Erro na indutância longitudinal para termos próprios.

Analisando ainda as figuras 7.24 a 7.43 e considerando os termos mútuos do

parâmetro, foi possível observar que a margem de erro diminuiu para as linhas testadas com

até 700 km, onde o erro tem o seu valor próximo dos 20%. Já para a linha de 900 km, o

erro voltou a crescer chegando próximo dos 30%. Também foi possível observar para as

linhas testadas valores de corrente onde o erro chegou a ser nulo.

Tabela 7.3 – Erro na indutância longitudinal para termos mútuos.

Comprimento

da linha 100 km 300 km 500 km 700 km 900 km

Erro 23% 13% 5% 40% 120%

Comprimento

da linha 100 km 300 km 500 km 700 km 900 km

Erro 35% 34% 28% 15% 10%

Comprimento

da linha 100 km 300 km 500 km 700 km 900 km

Erro 60% 58% 45% 20% 30%

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120

Capacitância: As figuras 7.44 a 7.63, mostram os erros no valor estimado do

parâmetro em função da corrente na carga considerando (cargas capacitivas). Foi possível

observar que de maneira geral, o erro na estimação de tal parâmetro é muito grande, tanto

para termos próprios, quanto para termos mútuos.

Tabela 7.4 – Erro na capacitância transversal para termos próprios.

Tabela 7.5 – Erro na capacitância transversal para termos mútuos.

Analisando ainda as figuras 7.44 a 7.63, observou-se que a linha que obteve melhor

resultado foi a com comprimento igual a 900 km, onde o erro se aproximou de 0%, para

termos próprios. Para os termos mútuos, o erro se aproximou dos 50% para a linha de 900 km,

onde, também foi possível observar para essa mesma linha valores de corrente onde o valor

do erro é nulo.

7.8 – Conclusão

Neste capítulo, mostrou-se um método de estimação de parâmetros de linhas de

transmissão que leva em conta o fato de que tais parâmetros são distribuídos ao longo do seu

comprimento e baseia-se na hipótese de que é possível medir, no domínio da frequencia, as

correntes e tensões nos terminais da linha.

O método desenvolvido é exato para linhas de transmissão que possuem como

característica o fato de que exista e seja conhecida uma matriz de decomposição modal

independente dos parâmetros da linha. Foi possível observar que para linhas trifásicas não

transpostas (ou que não podem ser consideradas idealmente transpostas), para as quais não

Comprimento

da linha 100 km 300 km 500 km 700 km 900 km

Erro 2000% 230% 60% 20% 0%

Comprimento

da linha 100 km 300 km 500 km 700 km 900 km

Erro 2500% 2100% 500% 100% 50%

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121

existe uma matriz de decomposição modal, é possível aplicar o método de estimação

proposto. Neste caso, foi utilizada a matriz de Clarke em substituição à matriz de

decomposição modal.

O método foi aplicado para estimar os parâmetros de uma linha não transposta de 440

kV. Os resultados mostraram que a precisão do método depende da natureza da carga e, que

em algumas situações, os parâmetros podem ser estimados com uma boa precisão.

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122

8

CONCLUSÕES

O presente trabalho mostrou um método de estimação de parâmetros de linhas de

transmissão que leva em conta o fato de que tais parâmetros são distribuídos ao longo de seu

comprimento e baseia-se na hipótese de que é possível medir, no domínio da frequência, as

correntes e tensões nos terminais da linha.

O método desenvolvido é exato para linhas de transmissão que possuem como

característica o fato de que exista e seja conhecida uma matriz de decomposição modal que

seja independente dos parâmetros da linha.

Mostrou-se também que para linhas trifásicas não transpostas (ou que não podem ser

consideradas idealmente transpostas), para as quais não existe uma matriz de decomposição

modal, é possível aplicar o método de estimação proposto. Neste caso, foi utilizada a matriz

de Clarke em substituição à matriz de decomposição modal.

Os resultados mostraram que para algumas situações, os parâmetros podem ser

estimados com uma boa precisão.

Para trabalhos futuros, a intenção é desenvolver um método de estimação de

parâmetros, que possa ser utilizado em linhas trifásicas, que apresentem resultados tão

precisos quanto os resultados obtidos com o uso da matriz de transformação modal [TI] que

foram mostrados no capítulo 5.

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126

APÊNDICE

CÁLCULO DA FUNÇÃO DE PROPAGAÇÃO E DA

IMPEDÂNCIA CARACTERÍSTICA

1.1 – Desenvolvimento das relações de corrente e tensão dos terminais da linha

Sabe-se que as correntes e tensões nos terminais A e B da linha obedecem as seguintes

relações:

)d(senhZi)d(coshvv kkckBkkBkA γ−γ= (1.1)

)d(senhZ

v)d(coshii k

kc

kBkkBkA γ+γ−= (1.2)

A partir das relações de corrente e tensão é possível escrever a função de propagação e

a impedância característica do k-ésimo modo da linha.

1.2 – Desenvolvimento da solução da impedância característica

A partir da equação (1.2), tem-se:

AkkkBkkc

kBi)d(coshi)d(sen

Z

v−γ−=γ− (1.3)

Multiplicando a equação (1.3), por (-1), têm-se:

AkkkBkkc

kBi)d(coshi)d(sen

Z

v+γ=γ (1.4)

Então a equação (1.4), pode ser escrita d seguinte maneira:

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kcAkkkBkkB Z)i)d(hcosi()d(hsenv +γ=γ (1.5)

Isolando Zck, tem-se:

)d(hsenv)i)d(hcosi(Z kkBAkkkBkc γ=+γ (1.6)

Dessa forma obtemos então a impedância característica que pode ser escrita da

seguinte maneira:

)i)d(hcosi(

)d(hsenvZ

AkkkB

kkBkc +γ

γ= (1.7)

Portanto utilizando a equação (1.7), podemos calcular a impedância característica de

todos os modos de propagação da linha.

1.3 – Desenvolvimento da solução da função de propagação

Substituindo a equação (1.7) em (1.1), tem-se:

)d(hsen)i)d(hcosi(

)d(hsenvi)d(hcosvv k

AkkkB

kkBkBkkBkA γ

γ−γ= (1.8)

Isolando vB, obtêm-se:

kAkAkkkB

kkBkBkkB v)d(hsen

)i)d(hcosi(

)d(hsenvi)d(hcosv −γ

γ−=γ− (1.9)

Multiplicando a equação (1.9), por (-1), tem-se:

kAkAkkkB

kkBkBkkB v)d(hsen

)i)d(hcosi(

)d(hsenvi)d(hcosv +γ

γ=γ (1.10)

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128

Assim, podemos escrever a equação (1.10), da seguinte maneira:

AkkkB

AkkkBkAkkkBkBkkB i)d(hcosi

)i)d(hcosi(v)d(hsen)d(hsenvi)d(hcosv

+γ+γγ=γ (1.11)

Simplificando a equação (1.11), tem-se:

AkkkB

AkkkBkAk2

kBkBkkB i)d(hcosi

)i)d(hcosi(v)d(hsenvi)d(hcosv

+γ+γ=γ (1.12)

A partir de (1.12), podemos isolar )d(hcos kγ e reescrever a equação da seguinte

maneira:

kBkAAkkB

kBkBAkkAk iviv

iviv)d(hcos

−=γ (1.13)

Dessa forma obtemos então a função de propagação de propagação que pode ser

escrita da seguinte maneira:

kBkAAkkB

kBkBAkkAk iviv

ivivhcosArc

d

1

−==γ (1.14)

Portanto utilizando a equação (1.14), podemos calcular a função de propagação de

todos os modos de propagação da linha.