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7/23/2019 dissertaçãoPronicBim http://slidepdf.com/reader/full/dissertacaopronicbim 1/138  Integração do ProNIC em ambiente BIM Um modelo para o trabalho em ambiente colaborativo André Filipe Pereira Henriques

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Integração do ProNIC em ambiente BIMUm modelo para o trabalho em ambiente colaborativo

André Filipe Pereira Henriques

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Resumo

 A indústria da construção tem um importante peso na economia de qualquer país; porém, a

indústria portuguesa da construção revela falta de competitividade em comparação com as

indústrias estrangeiras.

 As causas para tal situação passam, para além de outras, pela falta de cooperação entre os

vários intervenientes nos projetos de construção, incompatibilidades entre projetos, falta de

rigor na definição e especificação dos projetos de execução e ausência de documentos

técnicos de referência.

 A utilização integrada e abrangente da metodologia Building Information Modeling   (BIM) como

a forma padrão de realizar projetos de construção poderá ser a resposta para muitas dessas

debilidades. No entanto, para algumas delas, já existe um projeto que pretende dar resposta e

que tem demonstrado a sua eficácia e eficiência, o Protocolo para a Normalização da

Informação técnica na Construção (ProNIC). Este projeto tem um grande potencial para se

tornar uma referência para a indústria portuguesa da construção; no entanto, não contempla a

realização de projetos de construção segundo a metodologia BIM.

A i i t ã d P NIC bi t BIM f t d tid it d

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Abstract

The construction industry is of particular importance in the economy of any country; however,

the Portuguese construction industry lacks competiveness in comparison with the foreign

industries.

The causes of this situation are, among others, poor collaboration between stakeholders,

conflicts between disciplines, lack of rigor and quality of tender documents, lack of information

about construction materials and absence of technical documents about the construction works

execution, and the materials associated with those.

 A integrated and comprehensive use of the methodology Building Information Modeling (BIM)

as a standard manner to carry out construction projects can address many of those causes.

However, there is currently a system to address some of them, the Protocol for Normalization of

the technical Information in Construction (ProNIC). This system has a great potential to become

a reference in the Portuguese construction industry; however, the use of BIM is not

contemplated in it.

Therefore, the ProNIC integration in BIM makes perfect sense and needs to be studied

f ll Th BIM i b d kfl i ll b ti i t i f ti

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Agradecimentos

 Ao meu coorientador, o Prof. António Aguiar Costa, pelos conselhos, total disponibilidade e

pelo constante interesse no desenvolvimento da dissertação. Um especial obrigado.

 Ao meu orientador, o Prof. Luís Valadares Tavares, pelas orientações iniciais e conselhos.

 À Dra. Paula Couto, investigadora auxiliar no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, pelos

conselhos e esclarecimentos no âmbito do ProNIC e pela disponibilidade prestada.

 À Eng.ª Joana Melo da Somague por transmitir a experiência na utilização do BIM.

Por fim, agradeço aos meus pais e namorada pelo apoio nos momentos difíceis e por

acreditarem sempre em mim, não só durante o desenvolvimento da dissertação mas ao longo

de toda a minha vida.

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Índice geral

1.  INTRODUÇÃO ........................................................... 1 

1.1.  Enquadramento e objeto ............................................................................................ 1 

1.2.  Objetivos ................................................................................................................... 6 

1.3.  Metodologia de investigação ...................................................................................... 6 

1.4.  Estrutura da dissertação ............................................................................................ 7 

2.  O ACRÓNIMO BIM .................................................... 9 

2.1.  Introdução ................................................................................................................. 9 

2.2.  CAD versus BIM ...................................................................................................... 10 

2.3.  Vantagens ............................................................................................................... 11 

2.4.  Componentes do acrónimo BIM ............................................................................... 12 

2.5.  Building Information Model ....................................................................................... 15 

2.5.1.  Dimensões de modelação ................................................................................ 16 

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3.2.2.  Fases de desenvolvimento e entidades envolvidas........................................... 80 

3.2.3.  1ª fase de desenvolvimento.............................................................................. 81 

3.2.4.  2ª fase de desenvolvimento.............................................................................. 85 

3.3.  Trabalho em ambiente colaborativo ......................................................................... 86 

3.4.  Modelo para a integração do ProNIC em ambiente BIM ........................................... 91 

3.5.  Organização da informação no âmbito do BIM e ProNIC .......................................... 93 

4.  CONCLUSÕES .......................................................105 

4.1.  Considerações finais.............................................................................................. 105 

4.2.  Limitações do estudo ............................................................................................. 107 

4.3.  Desenvolvimentos futuros ...................................................................................... 107 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................109 

Apêndices .....................................................................119 

1. Plano de Execução BIM ......................................................................................... 119 

2. Atribuição de trabalhos de construção (Parede dupla de alvenaria de tijolo) ........... 124 

3 At ib i ã d t b lh d t ã (J l d l í i ) 125

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Índice de figuras

Figura 1 – Peso do setor da construção no Produto Interno Bruto (%) ....................................... 1 

Figura 2 – Evolução da utilização e conscientização do BIM no Reino Unido........................... 10 

Figura 3 - Os três componentes do acrónimo BIM ................................................................... 13 

Figura 4 - Os conceitos associados aos três componentes do acrónimo BIM .......................... 15 

Figura 5 – Um exemplo de um modelo BIM ............................................................................. 15 

Figura 6 – Parâmetros associados a um pilar .......................................................................... 18 

Figura 7 – Hierarquia dos conteúdo dos modelos BIM ............................................................. 20 

Figura 8 – Exemplo de um assembly ....................................................................................... 21 

Figura 9 – Papel dos materiais na hierarquia do conteúdo dos modelos BIM ........................... 22 

Figura 10 – Vários modelos BIM produzidos apenas para um projeto de construção ............... 23 

Figura 11 – Possibilidades dos modelos BIM e da sua combinação......................................... 27 

Figura 12 – Tipos de análises que os software BIM permitem ................................................. 28 

Figura 13 – LOD 100 ............................................................................................................... 31 

Figura 14 – LOD 200 ............................................................................................................... 31 

Figura 15 – LOD 300 ............................................................................................................... 32 

Figura 16 - LOD 400 ............................................................................................................... 32 

Figura 17 – LOD 500 ............................................................................................................... 32 

Figura 18 – Comparação entre os processos tradicional e colaborativo ................................... 34 

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Figura 38 – Especificações técnicas dos trabalhos e de matérias geradas pelo ProNIC .......... 84 

Figura 39 – Conceito Single Building Model  ............................................................................ 86 

Figura 40 – Conceito Project Integration Model  (PIM) .............................................................. 88 

Figura 41 – Ambiente de dados comuns (CDE) ....................................................................... 89 

Figura 42 – Visão geral do modelo de informação proposto..................................................... 91 

Figura 43 – Organização da informação no modelo proposto .................................................. 95 

Figura 44 – Utilização do Assembly Code ............................................................................... 97 

Figura 45 – Atribuição de trabalhos de construção utilizando a WBS do ProNIC .................... 100 

Figura 46 – Os quatro passos principais do plano de execução BIM ...................................... 120 

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Índice de Quadros

Quadro 1 – Cooperação dos principais intervenientes num projeto de construção ..................... 3 

Quadro 2 – As 15 tabelas que compõem o sistema Omniclass ................................................ 62 

Quadro 3 – Capítulos do ProNIC ............................................................................................. 82 

Quadro 4 - Exemplo de um artigo gerado pelo ProNIC ............................................................ 82 

Quadro 5 – Exemplo de uma parede dupla de alvenaria de tijolo ............................................. 98 

Quadro 6 – Exemplo de uma janela em alumínio..................................................................... 98 

Quadro 7 – As catorze categorias definidas no Guia PxP ...................................................... 123 

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Lista de abreviaturas

 AIA - American Instutite of Architects

 API - Application Performance Interface

 AVAC - Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado

BIM - Building Information Modeling/Management/Model

BIMXML - Building Information Model Extended Markup Language 

BPMN - Business Process Model and Notation

CCP - Código dos Contratos PúblicosCDE - Common Data Environment

COBie - Construction Operations Building information exchange

DXF - Drawing eXchange Format  

ER - Exchange Requirement

FP - Functional Part

gbXML - Green Building XML 

GUID - Globally Unique IDentifierIAI - International Alliance for Interoperability

IDM - Information Delivery Manual

IFC - Industry Foundation Classes 

IFD - International Framework for Dictionaries

IGLC - International Group for Lean Construction 

IM - Information Management

I t t d P j t D li

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Enquadramento e objeto

 A construção engloba tanto a construção de edifícios (construção civil) como a construção de

obras de engenharia civil (estradas, pontes, vias-férreas, barragens) e tem uma importância

considerável na economia portuguesa (Martins, 2008). É, frequentemente, denominada como o

“barómetro” da economia, devido à sua natureza tendencialmente pró-cíclica, ou seja,

apresenta expansões mais marcadas do que a economia global em fases positivas do ciclo e

recessões mais profundas nas fases negativas (Nunes, 2001).

 A atividade da construção é um dos setores impulsionadores da economia nacional devido ao

seu peso específico na criação de riqueza e de emprego, tendo em conta o seu efeito

multiplicador (Gil, 2012). Este efeito é explicado pela sua extensa cadeia de valor, ou seja, a

indústria da construção recorre a uma ampla rede de inputs, proporciona o aparecimento de

externalidades positivas aos restantes setores e gera efeitos multiplicadores significativos a

montante e a jusante (Nunes, 2001). A montante nas empresas de materiais e de

equipamentos de construção (maquinaria diversa, cimento, aço, tintas, plástico, janelas, portas,

cabos, aparelhos de aquecimento e ventilação) e de serviços (consultadoria, arquitetura,

engenharia) e a jusante nas empresas de equipamento (mobiliário, equipamento doméstico) e

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 A atividade de construção contempla especificidades tanto ao nível da produção como ao nível

do mercado de trabalho. Esta é caracterizada por uma grande diversidade de (Afonso et al.,

1998, Baganha et al., 2002):

  clientes (desde o Estado ou Autarquias até particulares, ou de grande empresas

multinacionais a pequenos promotores tradicionais);

  projetos (cada obra é diferente, o que dificulta a normalização);

  produtos (desde a habitação tradicional até obras complexas como, por exemplo,

pontes e barragens);  operações produtivas (o produto final é o resultado da interação de várias

especialidades com graus diferenciados de exigência e capacidade tecnológica);

  tecnologias (interação de diversas especialidades e coexistência de tecnologias de

produção modernas com antigas numa só empreitada);

  unidades produtivas (a coexistência, na mesma empreitada, de empresas evoluídas

tecnologicamente e de grande capacidade com empresas limitadas no aproveitamentodas tecnologias disponíveis e que utilizam abundantemente o fator mão-de-obra).

É, portanto, um setor de carácter nómada, tradicional, com grande inércia à mudança e cuja

produção é centralizada e não em série. Destaca-se, assim, a sua natureza heterogénea,

fragmentada e segmentada (Afonso et al., 1998).

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  informação perdida;

  desperdício de recursos na re-entrada e re-criação da informação (no ciclo de vida de

um projeto de construção estima-se que a informação é re-introduzida em média sete

vezes em aplicações diferentes e re-criada diversas vezes por diferentes aplicações).

Em Portugal, não existe claramente uma cooperação dos intervenientes em todos as fases da

realização de um projeto de construção. Vasconcelos (2010), com base em entrevistas a dez

empresas portuguesas diretamente ligadas ao setor da construção, demonstrou uma evidente

diferenciação entre as fases antes do concurso (onde existe a colaboração entre o dono deobra e os projetistas) e após o concurso (onde existe a colaboração entre o dono de obra e o

empreiteiro), não havendo, pois, cooperação entre as referidas três entidades ao mesmo tempo

(Quadro 1). Achou-se por bem dar especial enfoque ao referido problema pela sua relevância.

Esta foi, segundo Grilo (2008a), a causa salientada pelo Tribunal de Contas (2004a, 2004b) 

para as derrapagens em casos mediáticos como a Ponte Europa em Coimbra e a Casa da

Música no Porto e é, ainda, apontada por  Couto e Teixeira (2006)  como uma das principaiscausas para a falta de qualidade dos projetos.

Quadro 1 – Cooperação dos principais intervenientes num projeto de construção (Retirado de:Vasconcelos, 2010) 

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  fraca coordenação entre os intervenientes;

  pedido de esclarecimentos por parte do Empreiteiro ao Dono de obra;

  mudança e revisão de projetos;

  existência de contradição entre documentos;

  existência de incompatibilidades entre projetos;

  pedidos de material em excesso devido a erros de aceção de quantidade;

  deficiente planeamento, controlo e gestão das atividades, dos materiais, da mão-de-

obra e dos equipamentos;

  a falta de rigor na definição e especificação dos projetos de execução com destaque

para os seguintes componentes:

  pormenores construtivos;

  peças desenhadas;

  mapas de acabamentos;

  mapas de medições;

  cadernos de encargos;

  falta de informação sobre tipos e especificações de determinados materiais;

  ausência de documentos técnicos de referência relativos à informação sobre a

execução dos trabalhos e materiais que lhes estão associados;

  dificuldade de reunião e divulgação das normas, especificações e textos técnicos;

  inexistência de conteúdos de utilização generalizada para geração de Mapas de

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O BIM assenta num ambiente colaborativo para a produção da informação relacionada com os

projetos de construção que, a par das trocas de informação e da gestão da informação, poderá

ser um catalisador para a criação de uma colaboração apertada entre todos os intervenientes

e, ainda, aumentar a eficácia e a eficiência na produção, utilização, distribuição e manutenção

da informação. Estes dois aspetos, por si só, contribuirão para grandes benefícios na indústria

da construção. Para além disso, a utilização do BIM pressupõe a utilização de ferramentas

como aplicações informáticas cujas funcionalidades contribuirão para a automatização de

processos, a visualização dos projetos de construção, o aumento do rigor dos produtos finais

dos projetos, a melhoraria do planeamento e da orçamentação, entre outros.

 Assim, o tema principal desta dissertação é a utilização do BIM no desenvolvimento dos

projetos de construção. No futuro, o BIM tornar-se-á a forma padrão para realizar projetos de

construção; no entanto, para algumas das debilidades da indústria da construção já existe um

projeto que lhes pretende dar resposta. Trata-se do Protocolo para a Normalização da

Informação Técnica na Construção (ProNIC). O objetivo principal deste projeto é odesenvolvimento de um conjunto sistematizado e integrado de conteúdos técnicos credíveis e

suportados por uma ferramenta informática moderna. O ProNIC permite a geração dos artigos

que farão parte do Mapa de Trabalhos e Quantidades e para além disso, associar fichas de

execução dos trabalhos, de materiais e custos. Estas fichas pretendem, acima de tudo,

fornecer informações técnicas relativas a boas práticas de construção, regulamentos, normas e

custos. Estas funcionalidades do ProNIC permitem aumentar o rigor na produção de mapas de

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Para além disso, será utilizado um repositório central de informação relevante aos projetos de

construção cuja informação necessita de ser devidamente introduzida, gerida, classificada e

mantida, tendo em conta a evolução natural da produção da mesma ao longo dos projetos e no

qual o ProNIC terá um papel importante.

1.2. Objetivos

Esta dissertação pretende contribuir para os objetivos gerais do Grupo de Trabalho BIM daPlataforma Tecnológica Portuguesa da Construção (PTPC) ao promover, facilitar e acelerar a

adoção do BIM. Assim, os objetivos desta dissertação são os seguintes:

  contribuir para a compreensão do BIM e das suas implicações ao nível humano e

tecnológico;

  definir uma forma de trabalhar em ambiente colaborativo integrando o ProNIC nesse

processo, destacando as várias componentes dessa integração;

  definir um modelo para a gestão da informação em ambiente colaborativo, tendo em

conta o aumento progressivo da pormenorização da mesma.

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metodologia BIM, tendo em conta o que foi estudado na revisão da literatura e a

experiência do Laboratório Nacional de Engenharia Civil;

  estudo exploratório

 Após definido um modelo geral de integração do ProNIC no trabalho em ambiente

colaborativo segundo a metodologia BIM, procedeu-se ao estudo das potencialidades

do ProNIC quanto ao aproveitamento dos seus conteúdos nas várias componentes do

modelo definido, nomeadamente na gestão e organização da informação;

  proposta de um modelo para a organização da informação em ambiente BIM

Concluiu-se com a apresentação dos componentes do modelo geral de trabalho em

ambiente BIM que suporte a utilização do ProNIC, aprofundando os componentes nos

quais este tem um papel mais relevante.

1.4. Estrutura da dissertação

 A dissertação tem uma estrutura simples e assenta em quatro capítulos.

No presente capítulo, referiu-se o enquadramento do estudo, dando enfoque à tentativa de

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2. O ACRÓNIMO BIM

2.1. Introdução

No início dos anos noventa do passado século XX, a visão de que todas as especialidades e

intervenientes envolvidos no ciclo de vida de um empreendimento pudessem partilhar um

modelo digital comum e trabalharem sobre ele para, assim, poderem conceber e executar os

projetos de engenharia e de construção e isto deu início ao desenvolvimento do conceito

conhecido por BIM (Grilo e Tavares, 2008).

O termo BIM é, provavelmente, um dos termos mais utilizados e menos compreendidos na

indústria da construção, sendo por vezes utilizado quando alguém gera um modelo 3D de um

edifício ou de uma parte do mesmo. Estabelecer uma definição do BIM é importante para a sua

compreensão, porém, não é fácil por este ser um conceito em constante evolução, que

depende dos avanços na tecnologia e das capacidades dos utilizadores (CDI, 2008). Esta

natureza evolutiva vai ser retratada nesta dissertação, visto que a referida visão inicial para os

modelos BIM tem sido, ao longo do tempo, subvalorizada como se verá mais tarde.

O BIM, simplificadamente, pode ser definido como um processo de criação e gestão da

informação do projeto de construção de uma forma interoperável e reutilizável que permite,

assim, a integração e reutilização da informação da obra e o domínio do conhecimento ao

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Figura 2 – Evolução da utilização e conscientização do BIM no Reino Unido (Adaptado de:

NBS, 2012) 

 Al Prowse, presidente da H. Griffiths Co. Ltd ., refere que um dos mais desafios inerentes à

adoção do BIM é modificar a forma como pensamos e a forma como construímos, ou seja, é

fundamental haver uma mudança de mentalidade. Para além disso, existem outros desafios

como a formação dos profissionais, as atualizações necessárias ao nível de software como dehardware  e a normalização dos sistemas e dos procedimentos (Williams, 2010b). Este último

assunto será abordado em 2.6. 

O BIM não é, portanto, apenas uma mudança de tecnologia mas também uma mudança de

processo. Ao permitir que um edifício seja representado por componentes inteligentes que

contêm informação detalhada relativamente a eles próprios e, para além disso, perceber a sua

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problema é ser utilizado como um estirador digital e não como uma ferramenta de projeto (Tse

et al., 2005). Existe pouca, ou mesmo nenhuma, informação não geométrica incorporada nos

desenhos CAD que possa ser utilizada pelos donos de obra ou pelas equipas de projeto e de

construção. São, portanto, pouco mais do que versões eletrónicas dos desenhos produzidos

manualmente em estirador (Burt, 2009).

Existe por vezes, a comparação entre a mudança do estirador para o CAD e a mudança deste

para o BIM. Tal comparação é injusta e não demonstra a mudança que o BIM realmente

representa. O aparecimento dos software CAD permitiu um enorme aumento da produtividademas o resultado continuou a ser o mesmo: desenhos 2D em formato papel. Pelo contrário, o

BIM permite a produção de um modelo ou vários modelos em três dimensões que são

eletrónicos, inteligentes, coordenados e que incluem muita informação relevante, para além de

muitas outras funcionalidades. Portanto, a mudança de software  CAD para a utilização de

modelos BIM é muito mais exigente o que faz com que a comparação seja totalmente irrealista

(Crowhurst, 2012).

2.3. Vantagens

Segundo o CRC Construction Innovation (2007), a principal vantagem do BIM é a

representação precisa da geometria dos constituintes de um empreendimento num ambiente

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  dados sobre todo o ciclo de vida do empreendimento

Os objetivos e requisitos impostos pelo dono de obra e informações relativas ao

projeto, à construção e à manutenção/operação do empreendimento podem ser

utilizados na fase de gestão de empreendimentos (facility management , em inglês). 

Grilo e Tavares (2008)  referem que os benefícios do BIM são notórios, visto que alguns

estudos demonstram uma redução média de 10% nos custos totais de construção, medido ao

final dos projetos de construção. Por sua vez, Grilo (2008a) refere que, em traços gerais, o BIM

permite um conjunto de potenciais benefícios aos vários intervenientes num projeto deconstrução. São eles:

  tomada de decisão mais rápida e mais assente em dados concretos;

  rápidas iterações de simulações em relação à performance de construção e do edifício,

incluindo as várias especialidades;

  racionalização e simplificação dos fluxos de informação;

  redução significativa dos problemas nos estaleiros e o desperdício durante a

construção;

  maior viabilização da utilização da pré-fabricação de componentes do projeto de

construção;

  redução das atividades de construção no estaleiro e minimização do armazenamento

de materiais e equipamentos, tornando o estaleiro um local mais económico e seguro;

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Figura 3 - Os três componentes do acrónimo BIM

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  Bui lding Informat ion Management

 A organização e o controlo do processo de negócio utilizando a informação contida nos

modelos para afetar a partilha da informação ao longo de todo o ciclo de vida de um

empreendimento (buildingSMART, 2012). Inclui os standards e os requisitos de dados

para a utilização do BIM de forma a manter uma continuidade de dados que, por sua

vez, permite que a informação seja partilhada de uma forma fiável, num contexto no

qual o emissor e o recetor compreendem a informação (interoperabilidade semântica1)

(VA, 2010). Os benefícios para os utilizadores passam pela comunicação centralizada

e visual, a análise de opções em fase inicial, a sustentabilidade, a integração de todas

as especialidades, a eficiência no projeto, a documentação das “telas finais”, etc.

(buildingSMART, 2012) 

 A NIBS segue, também, a mesma linha de pensamento e caracteriza o BIM como um conjunto

de três conceitos: um processo colaborativo, um produto (como resultado do processo) e umrequisito para a gestão do ciclo de vida de um empreendimento. Esta linha de pensamento

está, portanto, presente em várias publicações importantes na área do BIM.

Como referido, um dos desafios inerentes à adoção do BIM é a normalização dos sistemas e

dos processos. Nesse sentido, a já referida buildingSMART  que se dedica ao desenvolvimento

e manutenção de normas BIM desenvolveu vários standards que, implicitamente, se aplicam a

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2.5. Building Information Model

Como referido, o Building Information Model   (Figura 5)  é, simplificadamente, a representação

Figura 4 - Os conceitos associados aos três componentes do acrónimo BIM

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Bazjanac (2006), citado em Azhar et al. (2008), refere que o modelo caracteriza a geometria,

as relações espaciais, a informação geográfica, as quantidades e as propriedades dos

elementos do empreendimento, bem como as estimativas de custos, os inventários dos

materiais e o planeamento do mesmo. O modelo pode, assim, ser utilizado para demonstrar

todo o ciclo de vida dos empreendimentos. O que, por conseguinte, faz com que as

quantidades e as propriedades dos materiais possam ser extraídas facilmente (Khemlani et al.,

2006). Assim, o modelo é suficiente para gerar todos os componentes necessários para

documentar o projeto de um empreendimento. Ao acumular toda a informação relacionada com

o mesmo durante a fase de projeto, é possível, a partir do modelo, gerar plantas, cortes,alçados, perspetivas, pormenores, listas de quantidades, etc. (Eastman et al., 2011).Para além

disso, os vários tipos de trabalhos podem ser facilmente definidos e isolados, os componentes

podem ser apresentados com uma escala relativa a todo o empreendimento e ainda, toda a

documentação relativa à fase de construção (peças desenhadas, especificações, etc.) pode ser

facilmente interligada (Khemlani et al., 2006). Segundo Eastman et al. (2011), um modelo BIM

deve ser caracterizado por:

  componentes que são representados digitalmente e que contêm gráficos e atributos de

dados computáveis que os identificam perante as aplicações de software. Contêm,

também, regras paramétricas que permitem manipular os componentes de forma

inteligente;

  componentes cujos dados descrevem os seus comportamentos consoante seja

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Na literatura da área, é frequente encontrar referências às várias dimensões “nD”, desde 2D

até 7D ou mesmo superior. As dimensões 2D, 3D, 4D e 5D são frequentes de encontrar e

existe consenso quanto à sua definição. Por outro lado, as referidas dimensões são,

frequentemente, atribuídas, por exemplo, às áreas de facilities management  e de segurança no

trabalho. Porém, não existe, ainda, consenso na literatura quanto à sua definição e, por isso,

serão apenas apresentadas as dimensões até à quinta dimensão.

Por vezes, no mundo BIM onde se ouve falar constantemente de 3D, 4D, 5D e até mais, é fácil

esquecer as duas dimensões (2D), ou seja, as peças desenhadas. Porém, estas continuam aser importantes e a ter valor contratual como o registo oficial do projeto de construção (VICO,

2010a).

 As três dimensões (3D), apesar de o BIM ser muito mais do que modelação em 3D, tornaram o

BIM famoso pela simples razão de fazer sentido visualizar um empreendimento antes de o

construir na realidade (VICO, 2010b). Os modelos são perfeitos para visualizar o aspeto final

de todo o empreendimento, como se integra na paisagem e até, fazer uma demonstração de

como os visitantes deverão circular no edifício (VICO, 2010c). Para além disso, o espaço

tridimensional de um edifício pode ser ligado a Sistemas de Informação Geográfica (GIS, em

inglês) para demonstrar onde o edifício está localizado num espaço 3D (Harris, 2009).

De uma forma simplificada, pode dizer-se que passar de 3D para quatro dimensões (4D)

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representados utilizando parâmetros e regras que definem a sua geometria bem como algumas

características e propriedades não geométricas (Eastman et al., 2011).

Um parâmetro é um conjunto de propriedades físicas cujos valores determinam as

características ou o comportamento de algo o que, numa ótica BIM, traduz-se por ser uma

série de pares que comportam um título e um valor associado ao mesmo (Weygant, 2011). Os

referidos parâmetros associados aos componentes podem ser expressões que regem a forma

como estes se relacionam com outros, permitindo, assim, a sua atualização automática perante

modificações introduzidas pelo utilizador ou pelo uso em diferentes aplicações (Eastman et al.,2011). Exemplificando de uma forma genérica, ao criar um componente que pode ser uma

simples bola, o utilizador pode criar os parâmetros necessários para cumprir os seus objetivos

utilizando-os para manipular as características do objeto. Considerando o diâmetro, a cor e o

material da bola como os parâmetros definidos pelo utilizador, este pode associar, por

exemplo, o valor de vinte centímetros ao diâmetro, amarelo à cor e borracha ao material,

resulta uma bola amarela de borracha com vinte centímetros de diâmetro. Porém, devido à

existência dos parâmetros, é possível modificar, rapidamente, cada um deles consoante a

necessidade. Assim, ao modificar a cor para azul e o material para metal, resulta, por sua vez,

uma bola metálica azul com os mesmos vinte centímetros de diâmetro (Weygant, 2011). Foi

utilizado o exemplo de uma simples bola para explicar o conceito mas este é aplicável a todos

os componentes que podem ser utilizados num modelo (como, por exemplo, paredes, janelas,

portas e pavimentos). Na Figura 6, está representado um pilar ao qual estão associados vários

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processo de projeto especificamente, refere que a grande vantagem da parametrização é a

flexibilidade na atribuição de características geométricas e não geométricas aos objetos do

modelo. Assim, nas primeiras fases do projeto, quando as decisões relacionadas com, por

exemplo, as dimensões e a localização de alguns componentes ainda não estão tomadas, a

utilização de parâmetros permite a atribuição de valores aproximados e mais tarde, quando as

decisões forem definitivamente tomadas, a sua rápida modificação para os valores reais. Para

além disso, refere-se também a vantagem de ser possível a pesquisa de objetos com

determinadas características de acordo com os parâmetros criados como, por exemplo,

paredes com resistências térmicas superiores a 0,40 m2.°C/W (Weygant, 2011) e também, ofacto de todos os elementos que fazem parte do modelo partilharem um nível de

associatividade bidirecional, ou seja, se os elementos forem modificados num sítio dentro do

modelo, aquelas modificações serão visíveis em todas as outras vistas. Assim, ao mover-se

uma porta numa planta, essa porta será movida em todos os alçados, cortes e perspetivas em

que é visível (Krygiel et al., 2010).

Para além dos parâmetros, um modelo BIM pode conter atributos, restrições e condições. De

acordo com Eastman et al. (2011), a distinção entre parâmetros e atributos não é consensual,

podendo mesmo não haver distinção para algumas pessoas. Porém, segundo este autor, a um

parâmetro estão associadas propriedades que possuem uma natureza gráfica ou visual e em

contrapartida, a um atributo encontram-se associadas propriedades de natureza informativa

sem ter um efeito direto na aparência. Assim, exemplificando, o comprimento de determinado

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relevantes para os objetos e assemblies e estes contêm informação relevante para os projetos

(Figura 7). Esta é a hierarquia base de qualquer modelo BIM (Weygant, 2011).

Os materiais são os elementos-base a partir dos quais os outros elementos derivam. Cada um

possui informação relacionada com a sua composição, o seu comportamento e a sua

Figura 7 – Hierarquia dos conteúdos dos modelos BIM

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Os assemblies  (em português, podem ser traduzidos como “conjuntos”) são constituídos pordeterminados materiais e objetos que trabalham em conjunto para formar um elemento (Figura

8). Os exemplos mais básicos são os pavimentos, paredes, tetos e coberturas. Porém, o leque

é mais extenso podendo incluir escadas, gradeamentos, canalizações e cablagem.

Os assemblies  contêm informação relativa aos diferentes materiais e elementos que o

constituem, como por exemplo a espessura e o tipo de componente envolvido, desde a

superfície interior para a exterior. Os componentes e materiais individuais contêm a sua própria

Figura 8 – Exemplo de um assembly  (Fonte: http://www.arcat.com)

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Muitos produtos estão disponíveis no mercado pelos fabricantes de produtos de construção

civil (building product manufacturers  –  BPMs). Por exemplo, no mercado existem portas com

uma infinidade de combinações de alturas, larguras, espessuras, materiais, acabamentos,

resistências ao fogo e outras propriedades específicas. Apesar de ser possível modelar um

objeto BIM para cada combinação de propriedades, seria uma tarefa dantesca. Por isso, é de

todo conveniente recorrer à modelação paramétrica permitindo, assim, que um objeto BIM

contenha informação suficiente para representar mais do que uma configuração de

propriedades alternativas. O utilizador pode identificar qual o conjunto de propriedades que é

Figura 9 – Papel dos materiais na hierarquia do conteúdo dos modelos BIM(Adaptado de: Weygant, 2011) 

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Por último, os projetos são o culminar de todos os assemblies  e componentes usados. Ao

reunir toda a informação no modelo BIM é possível, dentro de um dado projeto, localizar

virtualmente qualquer informação relativa a um componente específico. Assim, relativamente aum determinado componente é possível saber, por exemplo, a cor, o piso onde se encontra, o

fabricante, quando será necessário substituí-lo e quantos iguais existem no modelo BIM

(Weygant, 2011). Os projetos BIM podem ser utilizados para diversas atividades, desde

estudos preliminares, passando por orçamentação e planeamento, até facilities management  e

análises de projetos.

2.5.4. Interoperabilidade entre aplicações. Software  e funcionalidades

Um modelo de determinado projeto BIM é a soma de vários modelos BIM produzidos por

pessoas diferentes com diferentes níveis de detalhe e utilizando diferentes software que, por

sua vez, podem produzir ficheiros em formatos distintos (Figura 10). Como exemplos de

modelos BIM que podem fazer parte de um único projeto referem-se os seguintes (Kymmell,

2008):

  modelo do estaleiro (terreno, edifícios vizinhos, paisagem);

  modelo da arquitetura (paredes, pavimentos, coberturas, circulação, objetos especiais);

  modelo estrutural (sistemas estruturais);

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adoção do BIM é, pois, o uso dos modelos BIM não apenas como uma ferramenta no processo

de projeto, mas sim como a interface para a troca de informações entre todos os intervenientes

em projetos de construção. Tradicionalmente, a informação era trocada sob a forma dedesenhos e de documentos; no entanto, ao utilizarem ferramentas BIM todos os envolvidos são

agora incentivados a usar os modelos BIM como o meio para trocar informação (Steel et al.,

2010).

O BIM resume-se a informação estruturada que é coordenada. Esta informação tem de fluir em

todas as fases dos projetos de construção, desde o início do projeto até à fase de facilities

management . Para que tal seja uma realidade, a existência de interoperabilidade é obrigatória

(Hamil, 2012b). Esta, segundo Eastman et al. (2011), é a capacidade de troca de dados entre

aplicações, o que suaviza os fluxos de trabalho e por vezes, facilita a sua automação.  Hamil

(2012b), por sua vez, define os seguintes três níveis de interoperabilidade:

  interoperabilidade entre software  do mesmo fornecedor

Este nível de interoperabilidade ocorre quando, por exemplo, um arquiteto, um

engenheiro estrutural e um engenheiro de uma qualquer especialidade trabalham em

modelos BIM distintos utilizando as suas versões da aplicação Revit   (da empresa

 Autodesk ). Estes modelos podem, então, ser sobrepostos resultando um modelo

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  interoperabilidade através de normas abertas de dados (open d ata standards )

 A função dos open data standard s é definir onde a informação deve estar para ser

exibida ou transferida entre diferentes software. O que, hoje em dia, é algo trivial e

tomado como garantido na área da informação. Veja-se, por exemplo, o serviço de

correio eletrónico (e-mail ) no qual não é nenhuma surpresa ser possível enviar um e-

mail   para outra pessoa e esta conseguir vê-lo utilizando inúmeros software. Isto

acontece porque, nesta área, estão perfeitamente definidas as normas de dados e

assim, a informação é transferida entre aplicações de forma correta. Na indústria da

construção existem, dois open data standards  bem consolidados: o Green Building

 XML (gbXML) e o Industry Foundation Classes (IFC). A sua utilidade será permitir que

informação de diferentes fontes e diferentes software  trabalhem em conjunto para

melhorar o fluxo de trabalho na construção.

Portanto, as trocas de dados entre aplicações são, geralmente, classificadas de uma de três

formas (Redmond et al., 2012):

  direct links  (ou ligações diretas, em português)  –  incluem  Application Performance

Interfaces2   (APIs) para extrair os dados de uma aplicação e “escrevê-los”  utilizando

outra aplicação que recebe os dados. Um exemplo é o Geometric Description

Language ( ArchiCAD);

   proprietary file exchang e  – é um ficheiro ou uma interface de streaming   desenvolvida

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Standardization Organization (ISO) ou, então, por um vasto conjunto de entidades relevantes

no mercado e setor da construção (empresas de construção, empresas de software,

universidades, etc.). Um exemplo é a buildingSMART  cuja contribuição para esta problemáticaserá aprofundada mais adiante. Por outro lado, existem os standards de facto. Estes são

desenvolvidos por empresas de software  que se tornaram dominantes no mercado e são

propriedade dessas mesmas empresas como o já referido DXF da  Autodesk . A

interoperabilidade entre aplicações depende da opção dos primeiros (Grilo, 2008a).

O Industry Foundation Classes  (IFC) foi desenvolvido pela organização buildingSMART  

(anterior International Alliance for Interoperability  - IAI) e segundo esta, trata-se de um standard  

aberto e neutro, ou seja, não está associado a nenhum fabricante de software especificamente.

Eastman et al. (2011) definem o IFC como um esquema desenvolvido para definir um extenso

conjunto de representações consistentes de dados do empreendimento para troca entre

software  da indústria da construção. Os modelos BIM que utilizam este formato são

semanticamente ricos uma vez que eles englobam não só a geometria 3D dos elementos

presentes no modelo, como também metadados3 relacionados com diversos outros aspetos do

edifício (Steel et al., 2010).

Diversos autores (Burt, 2009, Eastman et al., 2011, Hamil, 2012b, Steel et al., 2010, Weygant,

2011) referem que ainda existem vários problemas por resolver e portanto, a interoperabilidade

não é, ainda, uma realidade. Porém, Burt (2009)  acrescenta que o problema de atingir uma

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 A interoperabilidade apresenta, portanto, grandes benefícios em duas áreas que se encontraminterligadas: a colaboração no processo BIM e o aproveitamento das potencialidades das

ferramentas BIM disponíveis no mercado. Em 2.6.3 será visada a sua importância num

ambiente colaborativo mas, para já, far-se-á uma breve referência às ferramentas BIM

existentes e às suas potencialidades.

Como referido, a capacidade de importar vários modelos BIM e combiná-los num só modelo

acessível é importante e segundo Kymmell (2008), será uma atividade predominante visto que

a visualização é uma das principais finalidades dos modelos BIM. Estes software denominam-

se, na língua inglesa, por viewers e alguns deles permitem, também, que outras análises sejam

realizadas ou que outra informação seja introduzida nos componentes do modelo como

informações sobre o tempo de execução. Por outro lado, existem outras ferramentas que

permitem a realização de análises quantitativas do modelo como análises de custos (estimativa

de custos), dos tempos de execução (planeamento), do consumo de energia ou dos níveis deiluminação natural e artificial, entre outros (Figura 11). A maior parte dos software  de

modelação podem ser adquiridos juntamente com software de análise que lhe são compatíveis.

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software  BIM utilizados pela indústria da construção bem como as suas principais

características. Outra referência é o “BIM Tools Matrix ” disponível na internet 4. 

Kymmell (2008)  define que os tipos de análises sobre os modelos são de três tipos:

qualitativas, sequenciais e quantitativas, como demonstra a Figura 12. 

 As primeiras têm, normalmente, em consideração a natureza dos assuntos e não a sua

Figura 12 – Tipos de análises que os software BIM permitem (Baseado em: Kymmell, 2008) 

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  coordenação de sistemas e clash detection  

Trata-se de detetar conflitos entre todos os componentes do modelo 3D, ou seja,

componentes que ocupam o mesmo espaço, podendo ser componentes que sãoduplicados de outros ou componentes que tocam ou atravessam outros. Esta análise é

muito útil quando se pretende a averiguar a compatibilidade do projeto de estruturas e

das especialidades, tal como nos referidos viewers;

  análises energéticas

Para realizar este tipo de análises, é necessário que a informação sobre os materiaisque esteja totalmente disponível no modelo. Assim, a natureza, a dimensão e a

localização de todas as zonas de fronteiras podem ser calculadas gerando, desta

forma, dados relativos aos ganhos e perdas de calor. O software poderá, então, utilizá-

los para representar no modelo pontos quentes e frios simulando determinados

circunstâncias e condições.

 As análises sequenciais, por definição, têm por base a análise do tempo. Embora tenham uma

natureza muito visual, necessitam também de muita informação quantitativa como, por

exemplo, as durações das atividades do projeto de construção. A capacidade de modelar em

três dimensões que os software BIM oferecem é ideal para os seguintes tipos de análises:

  sequências de montagem e instalação

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componentes. Assim, usando essa informação, a lista de quantidades dos projetos de

construção pode ser facilmente extraída dos modelos;

  orçamentação

Os custos são o resultado da multiplicação entre as quantidades e os preços unitários

contidos numa base de dados. Portanto, basta fazer a ligação entre o modelo e a base

de dados de preços unitários cuja natureza dependerá do software utilizado;

  análise de cash-flow  Uma vez estabelecida a ligação referida no caso anterior, o modelo pode ser utilizado

para monitorizar o cash-flow   enquanto o progresso da construção é também

monitorizado no modelo, o que permite a combinação entre funções de orçamentação

e de planeamento utilizando os modelos BIM;

  análise do custo de ciclo de vidaEsta análise está relacionada com o controlo dos custos e de consumo de energia. Se

o modelo contem os custos de operação e de manutenção dos seus componentes é,

então, possível fazer uma previsão do custo do ciclo de vida para o projeto de

construção.

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qualquer parte de um modelo BIM que representa um componente, sistema ou assembly  (ver

página 21) de uma construção ou do estaleiro (AIA, 2008). Este documento define cinco LODs

(100, 200, 300, 400 e 500) que são frequentemente associados às fases de um projeto deconstrução. Porém, segundo Van (2012), esta associação está errada. Os LODs são baseados

nos componentes do modelo e não nos modelos como um todo, ou seja, não existem modelos

BIM com determinados LODs que representam as fases do desenvolvimento de um projeto de

construção mas sim, modelos BIM que possuem componentes com determinados LODs

consoante as especificidades e objetivos do projeto de construção. De seguida, descrevem-se

os cinco LODs referidos (AIA, 2008, Weygant, 2011).

LOD 100

Este nível é baseado nos volumes e nas

formas gerais dos elementos. Não se dispõede outras informações a não ser o tamanho

grosseiro dos elementos representado por

dimensões básicas como a área em planta, o

volume e a forma genérica. As finalidades

autorizadas para este LOD, segundo aquele

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LOD 300

Neste nível, os elementos do modelotornam-se mais específicos e precisos em

termos de quantidades, dimensões, formas,

localização e orientação. Tal como no caso

anterior, informação não geométrica pode

também ser introduzida nos mesmos. Neste

nível os próprios elementos começam a serdetalhados, mas sem informações precisas

em relação à sua instalação ou manutenção.

LOD 400

Tal como no nível anterior, os elementos sãoprecisos em termos de quantidades,

dimensões, formas, localização e orientação.

Porém, neste nível os elementos devem

conter ou terem disponível de alguma forma

detalhes em duas dimensões relacionados

Figura 15 – LOD 300 (Adaptado de: Autodesk,2012) 

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2.6. Bui ld ing Informat ion Mod eling  e Management  

Como referido, o BIM pode ser definido como a junção de dois conceitos: o Building Information

Modeling   e o Building Information Management . De uma forma simples, o primeiro é o

processo no qual se dá a produção da informação e o segundo representa o controlo e a

organização do mesmo utilizando a informação produzida (buildingSMART, 2012). Portanto, o

propósito central do BIM é a gestão da informação. A informação que inclui não só a que

encontra nos modelos BIM mas sim toda a informação relevante que é produzida durante toda

a vida do projeto de construção (Sands, 2012). Segundo o NBIMS, o BIM representa, para um

projeto de construção, a gestão da informação. A informação certa para a pessoa certa no

momento certo, composta por dados criados e partilhados por todos os participantes no projeto

de construção (NIBS, 2007). Em 2.2,  foram referidas as vantagens do BIM relativamente aos

processos tradicionais (CAD); porém, é a capacidade de partilhar a informação inteligente

produzida no processo BIM que é, realmente, fundamental (Howell and Batcheler, 2005).

2.6.1. Ambiente colaborativo

Uma premissa básica da implementação do BIM é a colaboração entre todos os intervenientes

nas diferentes fases do ciclo de vida de um empreendimento para inserir, extrair, atualizar ou

modificar a informação produzida e assim, suportar e refletir o papel de cada interveniente

(NIBS, 2007). Assim, uma eficiente partilha de informação está dependente da criação de um

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Figura 18 – Comparação entre os processos tradicional e colaborativo (Adaptado de:Thomassen, 2011) 

O pensamento Lean  está por detrás do conceito do IPD e é a interpretação ocidental da

filosofia de produção japonesa, particularmente, a do Toyota Production System (TPS). O TPS

foi um modelo de produção que surgiu, nos anos 50, nas linhas de montagem de uma empresa

 japonesa dedicada à indústria automóvel e só começou a despertar o interesse das empresas

ocidentais na última década do século XX. Na língua portuguesa, pode traduzir-se como

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Construction tem como missão desenvolver formas de melhorar os processos de projeto e de

construção de infraestruturas (Peneirol, 2007).

Existem dois importantes sistemas que representam uma forte fundação para a implementação

da Lean Construction: o Lean Project Delivery System (LPDS) e o Last Planner System (LPS)

que se encontra inerente à utilização do primeiro. O LPDS foi desenvolvido, em 2000, por

Gleen Gallard e é uma técnica Lean  que integra cinco fases (definição do projeto de

construção, lean design, lean supply , lean assembly   e utilização) para facilitar o projeto e a

realização de projetos de construção. É baseado numa estreita colaboração entre os membros

das equipas envolvidas que são unidos por códigos de conduta (que podem estar escritos ou

não), com o objetivo de que aqueles se foquem no sucesso global do projeto de construção e

não no seu sucesso individual.

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confiança tem, assim, a capacidade de encorajar todos os intervenientes a concentrar-se nos

objetivos do projeto de construção e não nos seus próprios objetivos. Para ser possível atingir

tal nível de colaboração é fundamental que exista uma mudança de atitude por parte de todosos intervenientes e que estes aceitem, em uníssono, os princípios do IPD (AIA, 2007):

  confiança e respeito mútuos;

  recompensas e benefícios mútuos;

  inovação e tomada de decisões em ambiente colaborativo;

  envolvimento dos principais intervenientes nas primeiras fases do projeto;  definição adiantada dos objetivos;

  planeamento intensivo;

  comunicação aberta;

  tecnologia apropriada;

  organização e liderança.

O quarto princípio referido (envolvimento dos principais intervenientes nas primeiras fases do

projeto) é bem fundamentado por um gráfico internacionalmente conhecido por “a curva de

Macleamy”. Este gráf ico foi apresentado, pela primeira vez, em 2005, por Patrick MacLeamy

(CEO da empresa Hellmuth-Obata-Kassebaum) e encontra-se representado na Figura 20. 

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nas primeiras fases do projeto podem ser tomadas ao menor custo e com a melhor eficácia.

Outra conclusão importante é que os projetos de construção beneficiarão da reunião dos

intervenientes nos mesmos durante o projeto. Assim, as decisões tomadas, especialmenteaquelas que irão afetar os custos do ciclo de vida do projeto de construção, sejam tomadas o

mais cedo possível (Anderson, 2010).

Forbes e Ahmed (2009)  referem que o IPD é uma forma de contrato do tipo relacional que

alinha os objetivos do projeto de construção com os interesses dos principais participantes

criando, assim, uma organização com capacidade para aplicar os princípios e as práticas do

LPDS. Na Figura 21, encontra-se uma representação gráfica do IPD.

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Segundo este autor, os contratos deste tipo mais amplamente utilizados são os AIA C195, AIA

C191, ConsensusDocs 300 e Integrated Form of Agreement  (IFOA).

O AIA E202-2008 (referido em 2.5.5) é um documento que foi inicialmente desenvolvido para

ser utilizado num ambiente colaborativo regido pelo IPD. Este documento formaliza os

processos de desenvolvimento e utilização dos modelos BIM para determinado projeto de

construção. Assim, ajuda as equipas a chegar a um acordo quanto às finalidades para as quais

os modelos BIM serão utilizados, os LODs que os elementos dos modelos BIM alcançarão no

fim de cada fase e quanto a quem é responsável por desenvolver determinados elementos dos

modelos a determinados LODs (Bedrick, 2008).

O AIA E202-2008 começa com um “protocolo” genérico no qual as equipas podem definir

questões como a gestão e a posse dos modelos, bem como a coordenação e conflitos entre os

mesmos. Porém, a parte mais importante deste documento é a definição de dois conceitos

fundamentais: o LOD (explicado em 2.5.5) e o autor do elemento do modelo (Model Element

 Author   – MEA). Este último conceito designa as partes responsáveis pelo desenvolvimento doconteúdo dos modelos (Van, 2008).

Tanto os LODs como os MEAs estão combinados numa matriz para cada fase do projeto de

construção (Figura 22). Porém, como referido, é um erro pensar que no final de cada fase do

projeto todos os elementos dos modelos possuem o mesmo LOD.

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Johnson (2011)  constatou que, segundo diversos autores, a definição deste tipo de contrato

continua a não ser consensual. Releva-se ser difícil definir este conceito talvez por não

existirem um conjunto de características que são comuns a todas as variantes do conceito.Uma analogia interessante pode ser feita com uma família. Alguns dos membros de uma

família pode ter o mesmo tipo de nariz, boca ou olhos mas nenhuma característica é comum a

todos os membros. No entanto, é possível perceber que todos são familiares por terem uma

semelhança que é característica da família. Segundo o mesmo autor, a melhor definição do

conceito do contrato relacional que pode ser encontrada na literatura da especialidade é feita

por  Chan et al. (2009). Estes autores definiram treze elementos que, aproveitando a analogiareferida, formam as semelhanças que são características a estes tipos de contratos (Figura 23).

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necessita de circular para as fases seguintes do ciclo de vida do empreendimento (este

assunto será abordado em  2.6.5.5). O futuro do BIM passará, pois, por incluir mais fases do

ciclo de vida dos empreendimentos resultando numa gestão de empreendimentos integrada etambém, por normalizar a gestão da informação de forma a tornar o processo claro e

consistente.

Muito mais se poderia referir em relação ao IPD, porém, sairia do âmbito desta dissertação.

Interessa, pois, refletir sobre a relação entre os conceitos: a Lean Construction, o IPD e o BIM.

Segundo Sayer e Anderson (2012), a distinção entre o IPD e a realização de projetos deconstrução segundo os princípios Lean não é consensual entre todos os autores. Porém, a

maioria distingue-os definindo que os princípios Lean são uma metodologia para a realização

de projetos de construção e o IPD encontra-se mais relacionado com os acordos comerciais

entre os intervenientes.  Sacks et al. (2010)  acrescentam que o IPD centra-se na criação de

colaboração através de um contrato central e comum e o BIM centra-se, fundamentalmente, no

uso de tecnologias da informação de uma forma competente.

O BIM pode ser implementado sem a Lean Construction  e da mesma forma, as práticas da

Lean Construction  pode ser adotadas sem o BIM. Estes dois conceitos não são, portanto,

dependentes, o que pode ser demonstrado por diversos casos de aplicação individuais dos

dois nos últimos anos. No entanto, para que os benefícios de cada um possam ser

aproveitados em toda a sua plenitude, a implementação dos dois conceitos deve ser integrada.

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2.6.2. Cloud Comput ing  num ambiente BIM

 A realização de um projeto de construção segundo os referidos princípios do IPD implica reunir

os principais intervenientes (dono de obra, arquitetos, projetistas e empreiteiro geral) o mais

cedo possível e modificar a forma como as equipas são constituídas; os contratos são escritos;

o risco é partilhado; as decisões são tomadas e como as ferramentas disponíveis são usadas

para comunicar a informação (Ostanik, 2010a). Para dar resposta a este último ponto surgiram

as ferramentas de colaboração através da Internet   (Web-based collaboration tools) que são

fundamentais para garantir a aplicação dos princípios do IPD.

São vários os termos utilizados para descrever os recentes Web-based collaboration tools.

Porém, segundo  Ostanik (2010b), um termo mais correcto é Integrated Project Collaboration 

(IPC) Software. Este termo destaca a faceta integrada deste tipo de software, ou seja,

disponível a todos intervenientes (Integrated ); o facto de reunir a informação relativa a um

projeto de construção específico (Project ) e por último, o facto de ter sido pensado para um uso

partilhado, com responsabilidade e acesso equitativos por parte de todos os utilizadores

(Collaboration). Assim, IPC é um processo de utilização do conceito de Cloud Computing  para

fornecer uma localização central na qual os intervenientes num projeto de construção trocam

toda a informação relativa ao mesmo e por isso, os software IPC são também conhecidos por

Integrated Project Delivery in the Cloud  (Ostanik, 2010b).

Chuang et al. (2011)  e outros autores utilizam a expressão “Cloud BIM ” para designar a

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O termo Cloud Computing  possui, na literatura, múltiplas definições (Williams, 2010a). Porém,

nesta dissertação será apresentada a definição dada pelo National Institute of Standards and

Technology  (NIST) que considera o Cloud Computing  como um modelo para permitir o acesso

à rede, de forma ubíqua, conveniente e sob demanda, a um conjunto compartilhado de

recursos de computação configuráveis (por exemplo, redes, servidores, armazenamento de

Figura 24 – O conceito BIM Cloud  (Adaptado de: Chuang et al., 2011) 

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  rápida elasticidade (rapid elasticity ) 

Rapidez na disponibilização dos recursos de computação ou na libertação das contas

dos utilizadores para que estes possam dimensionar os seus sistemas bem como osgastos consoante seja necessário;

  serviço mensurado  (measured service)  –  capacidade de monitorizar e registar

automaticamente os recursos utilizados pelos utilizadores ou alocados aos mesmos.  

Existem diversos tipos de Cloud Computing que são fornecidos como um serviço aos

utilizadores que são denominados como modelos de serviço (service model). Os recursos de

computação são alugados, o que faz com que o utilizador seja dispensado de adquirir

diretamente os software e o hardware necessários (Williams, 2010a). Os modelos de serviço,

segundo este autor e muitos outros, são:

  Softw are as a Service  (SaaS)Este modelo de serviço caracteriza-se por fornecer aplicações (software) aos

utilizadores apenas através da internet . Estas aplicações utilizam normas que, por sua

vez, regulam os serviços da internet , o que lhes permite utilizar serviços de outras

aplicações disponíveis na internet  com o objetivo de trocar, incluir ou combinar dados

(Williams, 2010a). O SaaS é especialmente adaptado para aplicações nas quais existe

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a fragmentação do desenvolvimento do mesmo, implementando um fluxo de trabalho integrado

e uma colaboração abrangente a todos os intervenientes num projeto de construção.

Para a aplicação do Cloud Computing  no BIM, destaca-se, principalmente, o papel dos SaaS e

PaaS. Utilizando estes dois modelos de serviços e tendo em conta que, como referido, as

aplicações que se encontram em “nuvem”  têm a capacidade de comunicar virtualmente com

outras, as entidades externas podem facilmente tornar-se parte do desenvolvimento de um

projeto de construção que já estava a ser desenvolvido por múltiplas entidades. Esta

capacidade assume uma importância vital quando vários profissionais possuem diversas fontes

de dados já existentes (como bases de dados de custos, informações contratuais e outras

informações relativas à realização de projetos de construção) e necessitam de extrair e manter

conhecimentos dessas mesmas fontes.

 A utilização desta tecnologia permite a criação de um ambiente colaborativo do qual o BIM

tanto depende, fazendo com que as partes interessadas trabalhem em simultâneo sobre os

mesmos dados. Veja-se o seguinte exemplo: Imagine-se a realização do orçamento para orestauro de uma obra no estrangeiro mas que pertence a um dono de obra com sede em

Portugal. As entidades que participarão no projeto podem ser simplesmente convidadas pelo

dono de obra ou pelo seu representante e o convite, por sua vez, pode ser enviado através da

internet   em qualquer língua e de forma automática. Os convites podem apenas permitir um

acesso parcial à informação que é definido a priori  pelo dono de obra, ou seja, este pode definir

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documentação inerente ao projeto de construção e a duração da obra na fase de construção

(Cholakis, 2012).

É, no entanto, importante referir alguns obstáculos à implementação deste tipo de tecnologia

como, por exemplo, a apropriação de dados, questões de segurança, velocidade da internet  e

o apoio ao serviço (Lijun e Chua, 2011). Outra questão importante é a falta de motivação da

indústria da construção a utilizar novas tecnologias sem uma obrigatoriedade contratual

(Redmond et al., 2012).

Como referido, o acesso e a visualização da informação relativa ao projeto de construção porparte dos intervenientes no seu desenvolvimento realizar-se-á através dos Web Services.

Existem várias definições para os mesmos, no entanto,  MacPherson (2012) define-os, numa

perspetiva BIM, como processos automatizados de intercâmbio “machine-to-machine” e de

integração de dados que utilizam normas abertas através da internet   para simplificar dados

complexos e incluí-los em mensagens. Apesar da definição, não ser consensual refere-se que

um Web Service é qualquer serviço que (tutorialspoint, 2002):

  está disponível através da internet  ou intranet  (rede privada);

  utiliza um sistema de mensagens XML normalizado;

  não está vinculado a nenhum sistema operativo ou linguagens de programação;

  descreve-se automaticamente através de uma gramática XML universal;

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Com o objetivo de fazer face a essa realidade, estão a decorrer a nível internacional diversos

esforços no sentido de estabelecer normas, protocolos e melhores práticas em toda a indústria

da construção (AISC, 2011). Sullivan (2009) aponta as seguintes entidades e normas como asmais relevantes nesta área:

   American Institute of Steel Construction (AISC)  –  normas de intercâmbio para a

indústria do aço estrutural (CIS/2);

  buildingSMART Alliance (bSa)  –  Industry Foundation Class (IFC) e Model View

Definitions (MVD);

  Construstion Specifications Institute (CSI)  – sistemas de classificação MasterFormat  e

Omniclass e International Framework for Dictionaries (IFD);

  Construction Operations Building Information Exchange (COBie)  –  estrutura para

passagem de dados para a fase de facilities management ; 

  FIATECH   – melhores práticas e tecnologias para o ciclo de vida de edifícios; 

  Green Building XML Schema (gbXML) – Esquema aberto para troca de dados da obra

para a realização de análises energéticas. 

 A entidade FIATECH aponta quatro componentes essenciais para melhorar a

interoperabilidade (Fiatech, 2012). São eles:

  Business Case  (retorno do investimento, métricas, valor comercial)  –  descreve

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de um Business Case  é justificar a ação pretendida ou avaliar a sua execução (Braaksma,

2006). Existem diversas formas de apresentar um Business Case  mas em todas elas deve

constar a avaliação dos benefícios, recursos, custos e riscos da ação pretendida e apresentaros dados e as análises da mesma em determinado contexto de negócio. As suas

especificidades bem como as do contexto podem ter uma influência decisiva no resultado do

business case. Portanto, numa indústria com características tão específicas como a indústria

da construção, não é possível definir um business case  padrão. Ainda assim, a publicação

“Business Drivers for BIM ” da CRC Construction Innovation  baseia-se em cinco casos de

estudos e apesar de não se aplicar diretamente à questão da interoperabilidade, aponta váriasindicações no sentido de ajudar as empresas a obter a informação necessária para realizarem

business cases (Wakefield et al., 2007). Segundo Fiatech (2012), sem um business case bem

definido a melhoria de interoperabilidade continuará fragmentada e não será totalmente

alcançada.

O BIM implicará, sem dúvida, uma mudança cultural. Paul Morrell, conselheiro-chefe do

governo britânico no setor da construção, refere que, provavelmente, um dos grandes mal

entendidos na área do BIM é pensar-se que este envolve apenas software. O BIM tem mais a

ver com uma mudança cultural do que com software  e infelizmente, isso ainda não foi

compreendido por toda a gente (Bellerby, 2012). Os desafios que a mudança cultural impõe

superam muitas vezes a tarefa de criar novos processos de trabalho (Fiatech, 2012).

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trocas de informação dos fluxos de trabalho dos projetos de construção sejam definidas, ou

seja, os seus conteúdos particulares bem como o seu nível de detalhe necessitam de ser

especificados. Para uma linguagem como o IFC, a falta de definição do conteúdo das trocas deinformação orientadas para uma tarefa específica faz com que a implementação de aplicações

que as executam (denominados translators na literatura) falhe apesar de estas até poderem ser

tecnicamente corretas, resultando em trocas de informação incompletas e incompatíveis devido

à falta de coordenação no que toca à forma como a informação necessita de ser representada

segundo o IFC.

Segundo Redmond et al. (2012), o problema inicial com o formato IFC é que este não tem o

objetivo de armazenar e suportar todos os dados relevantes para as diversas particularidades

dos processos envolvidos num projeto de construção. Por outro lado, o IFC armazena toda a

informação e ninguém está interessado em toda e qualquer informação, por isso, a informação

deve ser filtrada para ir ao encontro das necessidades das pessoas consoante o seu papel no

projeto de construção (CRC Construction Innovation, 2009). Esta capacidade de armazenar

toda a informação mas só apresentar a informação relevante a determinada altura é designada,

por Bernstein and Pittman (2004), como meaningfully interoperability , ou seja,

interoperabilidade com significado. Assim, segundo NIBS (2007), NIBS (2012), para que ocorra

um verdadeira fluxo de informação são necessários três fatores:

  o formato para a troca de informação (o IFC);

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2.6.4.1. Modelo de dados

Relativamente ao modelo de dados e segundo Howell e Batcheler (2005), a ubiquidade do XML

como um protocolo para a transferência de subconjuntos ou “pacotes” de informação relevante 

é uma oportunidade para alcançar a interoperabilidade entre uma indústria fragmentada e de

grandes dimensões como a indústria da construção. O XML deriva do HyperText Markup

Language (HTML) que é a linguagem para a internet (Zhang et al., 2010). É uma especificação

de uso geral capaz de descrever dados publicados. O mecanismo de descrição dos dados é

baseado na inserção de etiquetas no texto tradicional e o utilizador pode escolher qualquer

termo para definir determinada etiqueta. Esta linguagem permite, portanto, representar dados

arbitrários de uma forma hierárquica. No entanto, apesar de permitir uma representação

estruturada de qualquer tipo de informação, não fornece nenhum mecanismo para determinar o

significado dos termos utilizados nas etiquetas. O XML schema é uma forma de resolver esta

questão e foi desenvolvido como uma alternativa ao IFC para simplificar a troca de dados entre

as várias aplicações de software  do setor da construção e para conectar os modelos BIM

através dos Web Services (Onuma, 2010). É uma linguagem que fornece uma descrição de um

tipo de documento XML articulando-o, geralmente, em termos de restrições quanto à estrutura

e ao conteúdo de documentos XML relacionados (Svetel e Pejanovié, 2010). Isto significa a

criação de documentos com etiquetas semânticas nos quais os agentes de software  podem

classificar e identificar o seu contexto e a sua informação. O XML torna-se, assim,

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pretende trocar dados e informação relevante para uma tarefa específica, quando essas tarefas

são mais complexas, o IFC será necessário. Assim, a solução proposta por aquele autor para

estas questões passa pela utilização de trocas de dados e de informação BIM com base naWeb  numa plataforma Cloud   e pela incorporação tanto do IFC como de Simplified Markup

Language  (SML), o que pode levar à melhoria da interoperabilidade entre as diversas

aplicações do setor da construção. A linguagem SML deriva do XML e pretende que a natureza

baseada em documentos do XML se perca e se crie uma linguagem mais simples e mais

centrada em dados (Dumbill, 1999).

Em 2006, a empresa ONUMA, Inc.  criou o Building Information Model Extended Markup

Language  (BIMXML) com o objetivo de descrever dados do projeto de construção (locais,

edifícios, pisos, espaços e equipamento, bem como os atributos que lhes estão associados)

num modelo espacial simplificado (formas e espaços extrudados) para melhorar a colaboração

em ambiente BIM (Onuma, 2010). O BIMXML foi criado com o intuito de servir como SML

(Redmond et al., 2012,  Redmond e Smith, 2011, 2012, Smith e Bordenaro, 2011). Segundo

Smith e Bordenaro (2011), este pode ajudar a resolver o profundo problema da troca de

informação que está a prejudicar a indústria da construção e nos últimos anos, tem sido

utilizado com sucesso na associação de dados com software baseados no IFC em projetos de

construção bem documentados e vencedores de prémios. Existem três bases sólidas a partir

das quais o BIMXML assiste a compatibilidade entre software que utilizam o formato IFC ao

disponibilizar os dados do projeto de construção na Web em tempo real. São eles:

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só interface ou, alternativamente, numa classe de aplicações interoperáveis, o que reduz o

tempo e capacidade de armazenamento necessários e para além disso, aumenta a velocidade

da transferência de informações entre aplicações BIM (Redmond e Smith, 2012). Redmond etal. (2012) denominam esta perspetiva por “Cloud BIM information exchange mechanism” que,

segundo estes autores, reforçará a possibilidade das várias especialidades da indústria da

construção colaborarem na mesma plataforma ao partilhar e trocar dados, possibilitando assim

uma tomada de decisões chave mais eficiente logo nas primeiras fases do projeto.

2.6.4.2. Trocas de informação

Quanto à definição das trocas de informação, segundo Curtis et al. (1992), descrever um

processo de negócio implica integrar num modelo do processo várias formas de informação

como o trabalho a realizar, quem é responsável pelo mesmo, quando, onde, como e porquê,

bem como quem está dependente da realização do mesmo (List e Korherr, 2006). Os mesmos

autores definem que existem quatro perspetivas para descrever processos de negócio parasistemas de informação: funcional (regras de negócio, por exemplo), comportamental (i.e.,

sequenciação), organizacional (i.e., intervenientes) e informativa (i.e., elementos de

informação). Para isso, existem várias linguagens disponíveis que são denominadas,

genericamente, por Business Process Modelling Languages  (BPML) e diferem entre elas na

forma como realçam a informação que responde às referidas questões (List e Korherr, 2006).

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de Informação (Exchange Requirements  – ERs) e Partes Funcionais (Functional Parts  – FPs).

Cada parte representa um documento completo com os seus próprios atributos como, por

exemplo, o nome, o código de identificação, o histórico de modificações, etc. (Kim et al., 2010). Assim, as três partes do IDM são (Wix e Karlshøj, 2010):

  Mapa do Processo  

Descreve o fluxo de atividades delimitadas por determinado assunto, tendo como

Figura 25 – Partes principais do IDM (Adaptado de: Wix and Karlshøj, 2010) 

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cinzentos são trocas de modelos BIM (“Exchange Models” –  EMs) e os brancos são

relatórios representados por mensagens de texto ou de voz (Eastman et al., 2011);

  Requisitos de Troca de Informação (ERs) 

É um conjunto de informação que necessita de ser trocado para sustentar determinado

Figura 26 – Excerto de um mapa de processo (Adaptado de: Eastman et al., 2011) 

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O IDM é frequentemente utilizado como uma das três partes que integram o InformationExchange Framework   com o objetivo de certificar software  segundo o IFC (Wix e Karlshøj,

2010). As outras partes são o Model View Definition (MVD) que traduz o IDM num documento

para o desenvolvimento de software  e o IFC que fornece a estrutura de dados (Berard e

Karlshoej, 2012). O objetivo do IDM e do MVD é especificar exatamente qual a informação que

será trocada em cada caso de troca de informação e como esta se relaciona com o modelo IFC

Figura 27 – O papel das FPs num único ER (Adaptado de: Wix and Karlshøj, 2010) 

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através de um computador e segundo os requisitos estabelecidos no IDM/MVD, para verificar

se o arquiteto já disponibilizou a informação necessária para que possa iniciar o seu trabalho

(NIBS, 2007).

O NBIMS (NIBS, 2007, 2012)  apresenta um conjunto de treze passos o desenvolvimento de

model views  que, segundo  Venugopal et al. (2012), podem ser resumidos em quatro passos

principais. O primeiro passo consiste em formar um grupo de trabalho e identificar o âmbito e o

contexto das trocas de informação entre dois intervenientes no projeto de construção tendo em

vista um determinado objetivo e no âmbito de determinada fase do ciclo de vida do projeto de

construção. Para cada troca de informação, são definidos os ERs e tudo isto é estruturado no

IDM, como foi descrito até aqui. No segundo passo, os ERs identificados e documentados no

IDM são estruturados num conjunto de módulos de informação denominados conceitos MVD

(MVD Concepts). Um model view   pode ser então definido como o conjunto desses conceitos

MVD que, mais tarde, serão atribuídos ao modelo de dados definido para a implementação da

troca de informação (o IFC, tipicamente). O terceiro passo consiste na implementação dos

model views por parte das empresas de software, acompanhada pela realização de testes. Por

fim, no quarto passo, procede-se à elaboração de diretrizes para a documentação dos model

views  em cada um dos software  que os suportam, o que permite aos utilizadores produzir

modelos adequados para as trocas de informação necessárias (Venugopal et al., 2012).

O valor do IDM vai, no entanto, muito além da certificação IFC e segundo NIBS (2007), o IDM

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  a gestão da informação requer uma observação cuidada dos novos desenvolvimentos

que possam contribuir para uma melhor gestão dos recursos de informação;

  a gestão de informação requer uma compreensão dos padrões dos fluxos deinformação dentro de uma organização e portanto, exige um meio sistemático de

mapear e monitorizar tais fluxos.

Portanto, a gestão da informação é um meio pelo qual uma organização maximiza a eficiência

com que planeia, recolhe, processa, controla, divulga e utiliza a sua informação e pelo qual

assegura que o valor da informação é identificado e explorado em toda a sua extensão (Rao,

1999).

2.6.5.1. A importância da informação

Como referido, o objetivo fundamental do BIM é a gestão de toda a informação relevante

produzida durante o ciclo de vida de um projeto de construção (Sands, 2012). No entanto, o

conceito de informação ainda não foi definido, bem como o conceito de dados e outros aspetos

relacionados.

Um dos principais objetivos da gestão da informação é a transformação de simples dados em

sabedoria. Os dados são a representação básica de um facto que pode ser números, letras ou

palavras (Siles, 2004). São, portanto, a matéria-prima na produção da informação que, por sua

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Resumidamente, e de uma forma simplificada, os quatro conceitos anteriormente referidos

compõem uma hierarquia na qual cada nível adiciona certos atributos para além do anterior. Os

dados são o nível mais básico; a informação adiciona contexto; o conhecimento diz-nos comoe, por último, a sabedoria permite saber quando usar a informação (Fuad, 2010). Portanto,

segundo Smith e Tardif (2009), o BIM não é mais do que um mecanismo para transformar

dados em informação e assim, adquirir o conhecimento necessário para agir com sabedoria.

 A informação é importante para todas as organizações. Estas necessitam de informação de

qualidade para melhorar a sua tomada de decisões, aumentar a eficiência e adquirir vantagens

competitivas. Muitas organizações procuram continuamente por soluções para procurar e tratar

informação em ambientes internos e externos (Rad et al., 2009). Segundo Porter e Millar

(1985), um dos elementos mais importantes em vantagem competitiva é a informação. Alguma

informação é tão importante que a sua identificação e gestão por parte das organizações torna-

se crucial e, para tal, são utilizados vários meios e ferramentas provenientes das áreas de

Information Management (IM) e Knowledge Management (KM).

 A definição de KM não é consensual na literatura da especialidade. Kanagasabapathy et al.

(2004) apresentam catorze definições de KM formuladas em trabalhos anteriores, no entanto,

refere que KM pode ser definido como uma atividade de gestão que desenvolve, transfere,

transmite, armazena e aplica conhecimento, mas também fornece aos membros de uma

organização informações concretas para que estes possam reagir e tomar decisões, com a

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Um sistema de informação é “responsável pela recolha, tratamento, armazenamento e

distribuição da informação relevante para a organização com o propósito de facilitar o

planeamento, o controlo, a coordenação, a análise e a tomada de decisão ou ação emqualquer tipo de organização” (Rocha, 2003, pág. 8). O ProNIC (tratado em 3.2) é apontado por

Cunha et al. (2011) como um dos principais sistemas de informação implementados no setor

da construção. Porém, foi desenvolvido sem ter em conta a realização de projetos de

construção segundo o BIM, sendo esse um dos principais objetivos desta dissertação: abordar

a integração do ProNIC nos processos BIM.

Segundo Fuad (2010), qualquer sistema de informação (quer inclua ou não meios informáticos)

opera da mesma forma, o que inclui a execução de quatro operações principais (Figura 28):

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significativo para que possam ser facilmente entendidos pelo recetor. Ora, o processo de

transformação de simples dados em informação pode ser levado a cabo de diferentes formas,

sendo os seguintes os mais comuns:

  classificação  –  envolve a colocação dos dados em categorias e eventualmente, em

subcategorias;

  ordenação – envolve a organização dos dados de modo a que estes sejam agrupados

conjuntamente ou dispostos numa determinada ordem;

  agregação – resumir os dados;

  realização de cálculos;

  seleção  – envolve a escolha ou a rejeição de itens dos dados segundo determinados

critérios de seleção.

Os trabalhos de construção apresentam, atualmente, uma tendência crescente para serem

cada vez mais complexos, abrangentes e mecanizados. Ao mesmo tempo, a informação

produzida das fases de um projeto de construção é cada vez maior bem como a exigênciaassociada, o que obriga a um maior cuidado na qualidade e na organização da mesma (Sousa

et al., 2008). A especificação, classificação e a utilização da informação dos projetos de

construção afeta de alguma maneira a maior parte das pessoas envolvidas na fase de projeto e

de construção e assumiu uma importância ainda maior com a crescente adoção do BIM. À

medida que a informação produzida se vai acumulando, é importante garantir que esta se

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estrutura para classificação da informação” (Brodt, 2011). Assim, o Omniclass incorpora outros

sistemas já existentes como a base para algumas das suas tabelas (2006b):

  o MasterFormat   para as atividades de construção (“work results”). Este sistema de

classificação foi desenvolvido, em 1978, pelas entidades Construction Specifications

Institute (CSI) e Construction Specifications Canada (CSC) e desde então, já sofreu 3

republicações e é o sistema de classificação de referência na América do Norte

(Sousa et al., 2008). Consiste numa lista geral de títulos e números classificados por

atividades de construção e utilizados na organização de especificações e outro tipo de

informações (2004a);

  o UniFormat  para os elementos construtivos. A primeira versão foi desenvolvida, em

1972, pelas entidades General Services Administration  (GSA) e  American Institute of

 Architects  (AIA) para a estimativa e análise de custos. Mais tarde, em 1993, é

aprovada e publicada a norma da American Society for Testing and Materials (ASTM)

UNIFORMAT  II, uma versão melhorada da anterior publicação e que foi desenvolvida

por um grupo de trabalho composto por inúmeras entidades (Charette e Marshall,

1999). O UniFormat   é um método para organizar a informação dos projetos de

construção de acordo com os seus elementos funcionais ou de um empreendimento

caracterizadas pela sua função, não tendo em conta os materiais e os métodos

utilizados para os concretizar (2006a).

  o Electronic Product Information Cooperation  (EPIC) para estruturar os produtos de

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dos seus critérios (Davis e Ceton, 2011). O Quadro 2 apresenta as diversas tabelas que

constituem o Omniclass bem como uma breve definição de cada uma delas.

O Omniclass é útil para diversas aplicações, desde a organização de materiais, a pesquisa de

produtos de construção e o desenvolvimento da informação relacionada com o projeto de

construção, até fornecer uma estrutura de classificação para bases de dados eletrónicas e para

o BIM. Define e organiza o “quem”, o “porquê”, o “quando”, o  “quê”, o “onde” e o “para quem”

do processo BIM, bem como a informação relacionada com a colaboração entre os vários

intervenientes, o âmbito do projeto de construção e todos os dados relacionados com o

mesmo. Ao combinar as suas tabelas, é possível elaborar, com informação estandardizada,

guias de execução do projeto de construção tendo como base o BIM, reduzindo, assim, a

frequente natureza ad hoc   da gestão da informação (Davis, 2010, Davis e Ceton, 2011). Em

relação à aplicação das tabelas do Omniclass  ao BIM, Kalin et al. (2010) e Weygant (2011) 

definem, apenas com a diferença de que o último não inclui a tabela “Materiais”, que das

quinze tabelas as mais relevantes para esse efeito são as seguintes:

  Tabela 21 – Elementos construtivos;

  Tabela 22 – Atividades de construção;

  Tabela 23 – Produtos de construção;

  Tabela 41 – Materiais;

  Tabela 49 – Propriedades.

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Quadro 2  –  As 15 tabelas que compõem o sistema Omniclass  (Baseado em: 2006b)

Tabelas Definição

Tabela 11

Elementos de construção por

função

Partes significativas e bem definidas do ambienteconstruído compostas por espaços e elementos inter-relacionados e caracterizadas pela sua função(residências familiares, tribunais, hotéis, centros deeventos)

Tabela 12

Elementos de construção por

forma

Partes significativas e bem definidas do ambienteconstruído compostas por espaços e elementos inter-relacionados e caracterizadas pela sua função(edifícios de baixo, médio e alto porte, pontes em laje

vigada, de tirantes, suspensas)

Tabela 13

Espaços por função

Unidades básicas do ambiente construído delimitadaspor fronteiras físicas ou abstratas e caracterizadaspela sua função ou principal utilidade (cozinha, poçode elevadores, escritórios, calçadas)

Tabela 14

Espaços por forma

Unidades básicas do ambiente construído delimitadaspor fronteiras físicas ou abstratas e caracterizadaspela sua forma física (cozinha, poço de elevadores,escritórios, calçadas)

Tabela 21

Elementos construtivas

Um elemento construtivo é, segundo a ISO 12006-2,uma parte de uma entidade de construção que, por sisó ou em combinação com outras partes, cumpre umafunção predominante na entidade de construção daqual faz parte (pavimentos estruturais, paredesexteriores, escadas, coberturas, peças de mobiliário,sistemas de AVAC)Resultado final alcançado na fase de produção, por alteração subsequente ou por processos demanutenção ou de demolição e identificado por um ou

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Tabela 34

Funções organizacionais

Os cargos técnicos ocupados pelos participantes,

individuais ou não, que executam os processos e os

procedimentos ocorrentes no ciclo de vida de uma

entidade de construção (chefe executivo, engenheiro,empreiteiro, operador)

Tabela 35

Recursos complementares à

construção

Recursos utilizados no desenvolvimento do projeto e

da construção de um projeto de construção e que não

se tornam uma parte permanente do mesmo, incluindo

sistemas informáticos, veículos, andaimes e outros

recursos necessários à execução dos processos e

procedimentos relacionados o ciclo de vida de uma

entidade de construção (grua-torre, martelos,

retroescavadoras, vedações)

Tabela 36

Informação

Dados referenciados e utilizados durante o processo

de criação e manutenção do   ambiente construído

(peças desenhadas, especificações, catálogos,

relatórios, regulamentos)

Tabela 41

Materiais

Substâncias básicas utilizadas na construção ou no

fabrico de produtos e outros itens utilizados na

construção. Estas substâncias pode ser matérias-

primas ou compostos refinados, independentementeda sua forma (rochas, solos, madeira, vidro, plástico)

Tabela 49

Propriedades

Características das entidades de construção. As

definições das propriedades não têm qualquer 

significado real fora de contexto, necessitam de fazer 

referência a uma ou mais entidades de construção.

(cor, diâmetro, resistência ao fogo, resistência

mecânica)

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construção pode ser utilizado em dois elementos ou em duas atividades de construção,

consoante o ponto de vista. Para a orçamentação da obra, é preferível consultar os metros

quadrados de placa de gesso pelo próprio material e não pelo elemento construtivo onde estese encontra. Por outro lado, na elaboração de especificações é preferível realizar a consulta

das quantidades pelas atividades de construção.

Ter uma perceção clara de onde procurar determinada informação relacionada com o projeto

de construção é fundamental. Os projetos de construção, os elementos construtivos, as

atividades de construção e os materiais devem incluir, a cada nível de detalhe, informação

aplicáveis aos mesmos. Assim, caso se pretenda encontrar a resistência térmica de um

material isolante que se encontra na caixa-de-ar de determinada parede dupla, o componente

que contém a informação é o material isolante e não a parede. Se, por outro lado, a informação

pretendida for a resistência térmica de toda a parede é esta que possui a informação e não o

material isolante e ainda, caso se pretenda saber a localização de uma parede relativamente a

outras ou a determinados espaços, é o projeto de construção que contém essa informação.

 A notação utilizada pelo Omniclass é puramente numérica para ser confundida com a notação

alfanumérica de outros sistemas de informação já existentes, para facilitar o seu uso pelos

países asiáticos e por fim, para evitar problemas de identificação visual. Não se entrará em

pormenores relativamente à notação utilizada pelo Omniclass, porém, é importante referir a

regra mais básica na sua interpretação. Assim, todas as tabelas que o compõem possuem um

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  a manutenção de um controlo de versões dos standards através dos Web Services;

  o facto de que algumas aplicações não necessitam de atualizações em tempo real

através dos Web Services mas sim de atualizações periódicas;  o arquivo da versão dos standards para projetos mais antigos.

Estas questões não estão relacionadas com a fonte a partir da qual os software  obtêm os

dados mas sim com o que é incluído na fonte de dados e como uma aplicação implementa o

controlo de versões. Assim, utilizando os Web Services, são possíveis as seguintes vantagens

na gestão de standards:

  um utilizador pode solicitar a versão que necessita;

  a fácil translação por parte do utilizador de uma versão para outra, caso os dados

fornecidos incluam um mapeamento relativamente a versões mais antigas ou recentes;

  a aplicação de um utilizador pode ser projetada pelo mesmo para escolher a versão

pretendida ou converter uma versão em outra;

  a conversão, com mapeamento adequado, da classificação de um sistema (como oOmniclass) para a de outro.

Portanto, a preocupação de verificar que o ficheiro em mãos não possui erros e que não foi

alterado em relação à versão oficial deixa de existir. Os Web Services asseguram que se utiliza

os mesmos dados (Onuma, 2012a).

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  Tabela 23 – Produtos de construção

o  Versão 1 – 28/03/2006

o  Versão 2 – 24/06/2010  Tabela 32 – Serviços

o  Versão 1 – 2006

o  Versão 2 – 11/02/2011

  Tabela 36 – Informação

o  Versão 1 – 2006

o  Versão 2 – 11/02/2011

Em Onuma (2012a), é possível encontrar indicações para a implementação deste serviço por

parte de desenvolvedores de software em aplicações. O resultado final é a utilização em tempo

real das tabelas nas interfaces de aplicações a partir do servidor do BIM CLOUD. A aplicação

Onuma System é um exemplo disso, como demonstra a Figura 29.

Figura 29 Utilização das tabelas do Omniclass como um Web Service (Adaptado de: Onuma

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(NIBS, 2007, NIBS, 2012). A estrutura do IFD é dada pela norma ISO 12006-3 - Framework for

Object-oriented Information Exchange  formalmente publicada em 14 de Abril de 2007 e de

acordo com esta, o IFD pode ser utilizado para descrever inúmeros itens (Bjørkhaug e Bell,2007).

O IFD separa o nome e as linguagens dos conceitos propriamente ditos. Estes apenas são

associados aos nomes que os descrevem através de relações. Por exemplo, a palavra “dør ”

em norueguês é, normalmente, traduzida para “door ” (porta) em inglês, porém, ao analisar o

conceito, constata-se que a palavra norueguesa refere-se à porta juntamente com o seu aro e

a palavra inglesa apenas à porta propriamente dita. Assim, aquela palavra norueguesa deve

ser traduzida, em inglês, por “door-set ” (o conjunto da porta e o seu aro). Isto é determinado,

no IFD, ao separar os conceitos dos nomes e descrições utilizados para o nomear e descrever.

Por outro lado, a um conceito estão associados frequentemente vários nomes e por sua vez,

um nome é muitas vezes utilizado para descrever mais do que um conceito na mesma língua.

Por isso, o IFD permite que inúmeros nomes, descrições, abreviaturas, siglas, acrónimos e

lexemas sejam associados ao mesmo conceito.

Os conceitos e termos são descritos semanticamente e aos mesmos é atribuído um número de

identificação único, o que permite que toda a informação no formato IFC seja rotulada com um

Globally Unique Identifier   (GUID). Assim, o arquiteto pode, por exemplo, disponibilizar a

informação relativa aos materiais de construção em chinês e o destinatário pode compreendê-

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O IFD ainda proporciona um mecanismo de mapeamento entre a utilização de termos em

diferentes profissões e atividades profissionais na indústria da construção permitindo, assim,

que os vários participantes compreendam os elementos do modelo BIM segundo o seu ponto

de vista (Svetel e Pejanovié, 2010). Veja-se um exemplo: ao analisar o conceito de uma janela

em diferentes fontes de informação (sistemas de classificação, especificações, catálogos, etc.)

cada uma delas fará referência a um determinado conjunto de propriedades para a dada

Figura 30 – Relações entre o conceito “porta” e outros conceitos (Adaptado de:Bjørkhaug e Bell, 2007) 

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Relativamente à relação do IFD com o Omniclass, a biblioteca IFD proporciona uma

metodologia estruturada baseada em normas para definir e reutilizar a categorias de

informação no Omniclass. Uma implementação normalizada de sistemas de classificação comoo Omniclass, UniFormat  e MasterFormat  à informação produzida no processo BIM permitirá a

sua seleção e recuperação através de várias plataformas e por todos os utilizadores em

qualquer fase do ciclo de vida de um empreendimento (NIBS, 2007). Porém, a classificação

apresenta limitações quando é utilizada exclusivamente como um sistema para organizar e

armazenar dados. A classificação é hierárquica o que, por conseguinte, torna difícil a sua

apresentação numa forma consistente que seja percetível por todos. Para além disso, aclassificação não tem regras explícitas para a sua implementação permitindo, assim, que os

utilizadores e os sistemas a implementem de diferentes formas e ainda, a confiança nos nomes

e números atribuídos pelo sistema de classificação pode ser problemática caso tenham existido

erros na sua introdução ou por diferenças na sua utilização. Assim, a utilização da biblioteca

IFD com sistemas de classificação (como o Omniclass) pode ser a solução para as questões

levantadas, por atribuir a cada conceito um GUID e por definir quais as classificações que se

aplicam aos conceitos. O IFD, ao atribuir a cada termo um GUID, permite que todos os termos

sejam referenciados e compreendidos inequivocamente por software.

Tal como o Omniclass, o IFD também está disponível como um Web Service  e inclui a

classificação como parte da definição dos termos. Esta abordagem permite a comunicação

com a biblioteca IFD independentemente da tecnologia escolhida para a base de dados, o que

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entrega durante o ciclo de vida dos empreendimentos da informação requerida pelos gestores

de empreendimentos (facility managers) (NIBS, 2012). É um projeto da buildingSMART aliance 

inicialmente fundado pela National Aeronautics and Space Administraition (NASA) e o pelo U.S. Army Corps of Engineers  (USACOE). Enquanto o IFC define os elementos de dados num

modelo BIM, o COBie é, segundo Smith e Tardif (2009), um excelente exemplo da estrutura de

gestão da informação que deve ser incluída com um modelo BIM para que a informação possa

ser, de uma forma mais eficaz e eficiente, compilada e trocada ao longo de todo o ciclo de vida

de um empreendimento com um elevado nível de maturidade da informação e com o mínimo

de deterioração da informação.

Eastman et al. (2011) resumiram os objetivos do COBie apontados por  East (2007), referindo

os seguintes:

  fornecer um formato simples para a troca de informação, em tempo real, dos produtos

finais dos contratos de projeto e de construção;

  identificar claramente os requisitos e responsabilidades para os processos denegócio;

  fornecer uma estrutura para armazenar informação para posterior intercâmbio ou

reutilização;

  não adicionar custos à fase de operação e manutenção;

  permitir uma importação direta para os sistemas de gestão da manutenção do dono

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Os vários intervenientes num projeto de construção utilizam vários software, porém, todos

necessitam de interagir com a informação COBie (East, 2012). Por isso, o COBie pode ser visto

em vários formatos tanto nos software  de projeto, construção e de manutenção como emsimples folhas de cálculo (NIBS, 2012). Todos eles proporcionam uma visualização totalmente

interoperável da informação subjacente especificada pelo COBie. Por exemplo, para os

projetistas pode ser tão simples como guardar um ficheiro em formato IFC. Por outro lado, para

os empreiteiros devem querer utilizar software  comerciais especializados para atualizar a

informação COBie com a recebida dos fabricantes ou, então, introduzir diretamente a

Figura 32 – Processo COBie (Adaptado de: East, 2012) 

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permite que o COBie seja utilizado em todos os projetos de construção independentemente da

dimensão e da sofisticação tecnológica (NIBS, 2012).

O desenvolvimento do COBie revelou uma lacuna significativa na troca de informação

fornecida pelos fabricantes de produtos de construção, resultando na perda de informação

importante durante as fases de projeto e de construção. Com o objetivo de colmatar essa

lacuna, as entidades Engineering Research and Development Center   (ERDC) do USACOE,

Specifications Consultants in Independent Practice  (SCIP) e CSI, iniciaram um projeto

aprovado pela buildingSMART aliance com o objetivo de desenvolver uma especificação para

identificar todo o conjunto de propriedades necessárias para especificar materiais, produtos e

equipamentos a um nível de detalhe comum e inicial, Specifiers’ Properties  information

exchange (SPie) (Smith e Tardif, 2009). O objetivo deste projeto é, então, criar um conjunto de

templates de produtos de construção que podem ser utilizados pelos fabricantes para exportar

os dados relacionados com os mesmos num formato segundo normas abertas e que, por fim, é

consumido pelos intervenientes no desenvolvimento de um projeto de construção. O SPie

reúne 1200 templates disponíveis na internet 8  segundo os referidos sistemas de classificação

(UniFormat , MasterFormat   e Omniclass). A equipa responsável pelo seu desenvolvimento

encontra-se, atualmente, num processo de revisão de todos os templates  (BuildingSMART

alliance, 2012).

O IFD é vital para o projeto SPie. O IFD utiliza os conjuntos de propriedades de base no

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O projeto SPie combina, portanto, o IFC, o COBie e os conjuntos de propriedades aplicáveis

aos Estados Unidos da América para produzir uma definição abrangente de um grande número

de tipos de produtos de construção. Existem, no entanto, outros projetos em vários paíseseuropeus como o projeto francês levado a cabo pela entidade L’ Association des Industries de

Produits de Construction9  que representa 100 organizações comerciais que, por sua vez,

representam 7000 fabricantes de produtos de construção e outros projetos na Inglaterra e

 Alemanha (Hamil, 2012a).

Segundo East (2010), o SPie é uma peça do conjunto de dados COBie, como demonstra a

Figura 33.  A última peça é o projeto Equipment Layout information exchange  (ELie) que

fornece peças desenhadas esquemáticas dos sistemas AVAC e outras instalações técnicas.

Figura 33 Conjunto de dados COBie (Adaptado de: East 2010)

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pela fonte mais autorizada, apenas uma vez durante o ciclo de vida do empreedimento ou da

informação em si (Smith e Tardif, 2009), o que permitirá a redução dos desperdícios na re-

entrada e re-criação da informação.

Com o BIM, é possível aumentar significativamente o nível de detalhe dos projetos o que,

aliado ao ambiente colaborativo que proporciona, irá atenuar a escassez de detalhes nos

projetos e os pedidos de esclarecimento (estes, segundo Vasconcelos (2010), consumem na

pior da hipóteses sete semanas de trabalho na fase de preparação de obra). Por outro lado, o

BIM pode atenuar o impacto das alterações aos projetos e das incompatibilidades entre

projetos, visto que permite a visualização a priori , através dos modelos, do produto final

(destaca-se, aqui, o papel dos viewers referido na página 27) possibilitando, assim, que o dono

de obra tenha uma melhor perceção do mesmo. Permite, ainda, a detecção de conflitos entre

as várias especialidades (clash detection) e a coordenação entre projetos (página 29).

 A produção das peças desenhadas torna-se mais eficiente dada a utilização da modelação

paramétrica (descrita em 2.5.2), visto que as modificações num dado componente do modelosão automaticamente actualizadas em todas as vistas do mesmo. Esta funcionalidade aliada à

 já referida detecção de conflitos entre as especiliadades, aumenta o rigor das peças

desenhadas obtidas diretamente a partir dos modelos.

Relativamente aos pedidos de material em excesso, ao incluir a informação relativa às

dimensões do elementos nos software  BIM, é possível realizar a extração automática das

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3. INTEGRAÇÃO ENTRE O BIM E O PRONIC

3.1. IntroduçãoEm 2.7, foi referido a importância do BIM relativamente às debilidades do setor da construção.

No entanto, algumas dessas debilidades não foram abordadas. Relativamente a essas

debilidades, o ProNIC poderá dar resposta.

O Protocolo para a Normalização da Informação Técnica na Construção ou, simplesmente,

ProNIC é um projeto de investigação cujo objetivo principal é o desenvolvimento de umconjunto sistematizado e integrado de conteúdos técnicos credíveis e suportados por uma

ferramenta informática moderna. Pretende-se que estes possam constituir um referencial para

todo o setor da construção portuguesa (2008). Para além disso, espera-se que a utilização das

metodologias e ferramentas disponibilizadas pelo ProNIC contribua para uma melhoria

significativa da qualidade na construção, criando uma referência sobre as melhores práticas,

correctas especificações técnicas dos trabalhos da construção, acesso generalizado aoconhecimento dos referenciais normativos e integração das várias fases do processo

construtivo (2011,  2012), o que aumentará a rentabilidade das organizações com o

consequente incremento da competitividade do setor (2008, Couto et al., 2012). Estes são os

objetivos básicos e abrangentes a toda a indústria, no entanto, o ProNIC apresenta contributos

a vários níveis que são específicos de cada fase do processo (2008, Sousa et al., 2008). Na

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Como se verá mais adiante, o ProNIC permite a geração dos artigos que farão parte do Mapa

de Trabalhos e Quantidades e para além disso, associar fichas de execução dos trabalhos, de

materiais e custos. Estas fichas pretendem, acima de tudo, fornecer informações técnicasrelativas a boas práticas de construção, regulamentos, normas e custos. Estas funcionalidades

do ProNIC permitem aumentar o rigor na produção de mapas de medições e de cadernos de

encargos e para além disso, fornecer informações importantes relativas aos materiais utilizados

na obra (composição, aplicação, ensaios, normas aplicáveis) e à execução dos trabalhos

(trabalhos preparatórios, processo de execução, normas aplicáveis, ensaios, critérios de

medição, regras de segurança).

Posto isto, facilmente se vislumbra uma oportunidade para uma integração entre os dois que

poderá ser uma mais-valia no combate às debilidades da indústria da construção referidas em

1.1.  A Figura 35 apresenta a influência direta tanto do BIM como do ProNIC nas várias

debilidades referidas, apesar de tal divisão não ser tão rígida podendo, pois, haver

sobreposição em alguns aspectos.

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 Assim, a integração do ProNIC num ambiente BIM trará grandes vantagens para a indústria da

construção. Esta integração, segundo a opinião deste autor, deve realizar-se segundo os dois

dos componentes referidos por Fiatech (2012)  (página 46): os processos de distribuição deinformação e a gestão da informação. No entanto, para que estes dois componentes sejam

utilizados com eficácia e eficiência é fundamental a criação de um ambiente e forma de

trabalhar colaborativo. Portanto, é necessário criar um modelo assente num ambiente

colaborativo e que segue esses dois componentes.

Segundo Martins (2009), um conceito inerente à gestão de informação, em particular no

contexto da indústria da construção, é o de abstração que, por sua vez, é uma visão de uma

realidade onde se suprime um conjunto de informações consideradas desnecessárias para o

fim a que se destina. Assim, de acordo com aquele autor, um modelo de informação é uma

abstração sobre o produto que se pretende representar, ou seja, uma abstração da realidade.

Um modelo BIM (Building Information Model ) se for traduzido para português à letra significa

modelo de informação para a construção. Assim, Martins (2009)  definiu as característicasdesejáveis mais relevantes para estes tipos de modelos, que se enumeram de seguida:

  deve ser evolutivo para acompanhar todas as fases do ciclo de vida dos

empreendimentos;

  deve permitir a geração automática de documentos inerentes às fases do ciclo de vida

dos empreendimentos;

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 A primeira característica destaca a natureza evolutiva para acompanhar todas as fases do ciclo

de vida dos empreendimentos. No âmbito desta dissertação e na opinião do autor, esta

característica destaca dois aspetos relevantes. Em primeiro lugar, destaca-se a palavra“evolutivo”, ou seja, o modelo de informação necessita de evoluir à medida que se avança no

desenvolvimento do projeto de construção. O aumento de informação e nível de detalhe

associado é progressivo (como é ilustrado, em  2.5.5,  com o conceito dos LODs), portanto, é

necessário ter isso em conta na organização da informação. Por exemplo, a estrutura de

desagregação da informação que o ProNIC utiliza é muito detalhada o que é necessário dado a

função do mesmo, porém, nas primeiras fases do projeto quando existe ainda pouca

informação não é prático utilizar aquela estrutura para organizar a informação. Refere-se,

ainda, que se a informação for estruturada tendo em vista a posterior utilização de ferramentas

como o ProNIC (e não só) facilita a introdução de dados e informações nas mesmas.

Em segundo lugar, revela-se ser necessário ter uma visão mais abrangente na produção de

informação, ou seja, é importante produzir, manter e dispensar informação que seja relevante

para fases específicas. Um exemplo é a especificação COBie (ver em 2.6.5.4) que especifica a

informação relevante para a fase de operação e manutenção e que deve ser recolhida durante

as fases do ciclo de vida dos empreendimentos. Assim, a informação relevante deve ser, desde

logo, destacada e acumulada segundo determinados procedimentos.

Para além de ter um papel importante na organização da informação dada, a sua estrutura de

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(o próprio ProNIC) e utilizá-lo num ambiente colaborativo através da internet  tendo por base a

metodologia BIM, abrangendo todas as fases do ciclo de vida dos empreendimentos.

De seguida, far-se-á uma introdução ao ProNIC com o objetivo de apresentar as suas

funcionalidades principais e as mais úteis num ambiente BIM. Depois, definir-se-á uma forma

de trabalhar em ambiente colaborativo e o papel do ProNIC nesse processo. Por fim,

apresentar-se-á de gerir a informação no repositório central de informação, tendo em conta a

natureza evolutiva da mesma no desenvolvimento do projetos.

3.2. ProNIC

3.2.1. Antecedentes

O ProNIC surgiu na sequência do projeto CIC-Net financiado pela Agência de Inovação (2011).

Este projeto teve como objetivo a criação de um referencial para os trabalhos de construção de

edifícios, definir claramente o papel de todos os intervenientes no processo e desenvolver um

método para classificação dos materiais de construção (Sousa et al., 2008). O seu

desenvolvimento decorreu entre Agosto de 1998 e Junho de 2001 e foi da responsabilidade de

um grupo de dez organizações: dois empreiteiros (J. GOMES e FERSEQUE), três

fornecedores de materiais de construção (CRUMAR, FIVITEX e LIZMUNDO), um gabinete de

projetos (ETEC) o Instituto da Construção da Faculdade de Engenharia da Universidade do

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 A experiência na aplicação do CIC-Net evidenciou as suas potencialidades e limitações e por

isso, demonstrou a viabilidade do seu desenvolvimento e aperfeiçoamento (2011). É neste

contexto, aliado às necessidades actuais resultantes da evolução de processos verificada naindústria da construção e da grande produção de normalização tanto a nível internacional como

nacional10, que surge o ProNIC (Sousa et al., 2008). Assim, o ProNIC tem o objetivo de

aumentar as potencialidades do projeto anterior, alargando o seu interesse a mais entidades

que exercem a sua atividade na indústria da construção através da criação de conteúdos para

os modelos de funcionamento criados e seguindo o modelo desenvolvido (2011).

3.2.2. Fases de desenvolvimento e entidades envolvidas

O desenvolvimento do ProNIC pode ser dividido em duas fases. Na primeira foi estabelecida

uma estrutura de desagregação para os trabalhos de construção que resulta na descrição

genérica dos trabalhos e por sua vez, a parametrização da descrição dos mesmos torna

possível gerar os artigos do Mapa de Trabalhos e Quantidades. A estes ficam associadasfichas de execução do trabalho, de materiais e de custos nas quais estão incorporadas

informações técnicas relativas a boas regras de construção, regulamentos, normas e custos.

Por fim, estas fichas darão origem ao Caderno de Encargos e à Estimativa Orçamental da obra

em questão (Couto et al., 2012). Esta fase iniciou-se com a aprovação, em Dezembro de 2005,

do projeto ProNIC no âmbito do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento (POSC) e

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3.2.3. 1ª fase de desenvolvimento

O ProNIC é constituído por uma base de dados de conhecimento sobre trabalhos de

construção de Edifícios em Geral e de Infraestruturas Rodoviárias e por um conjunto deaplicações informáticas que permitem a gestão e articulação dos conteúdos técnicos e a

geração de documentos como Medições Detalhadas, Mapas de Quantidades de Trabalhos,

Estimativas Orçamentais ou Caderno de Encargos (Couto et al., 2012). O âmbito da base de

dados contempla, portanto, duas grandes áreas de construção: Edifícios em Geral e

Infraestruturas Rodoviárias. Na primeira, por sua vez, são tratadas as áreas de Construção

Nova e de Reabilitação, como se pode verificar na Figura 36 (2008).

Figura 36 – Âmbito do ProNIC

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 Assim, o primeiro nível de desagregação é composto por 26 capítulos para as obras de

edifícios (Quadro 3) e 10 capítulos para as obras de infraestruturas rodoviárias. O modelo de

desagregação adotado para a estrutura dos trabalhos de construção segue, em geral, oscritérios fundamentais previstos nas regras de medição do LNEC (Fonseca, 1997), ou seja,

uma divisão da obra em capítulos correspondentes às diferentes “artes” ou especialidades. De

modo a traduzir a evolução dos processos, metodologias, tecnologias de construção e numa

perspetiva de harmonização com as disposições das normativas europeias, foram introduzidas

várias modificações ao modelo definido.

Quadro 3 – Capítulos do ProNIC

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Os artigos são compostos por partes de texto fixadas à partida (como é o caso de “Execução

de protecções em…” no Quadro 4 e por variáveis (como o caso de “vegetação” na Quadro 4) 

que são preenchidas pelo projetista utilizando escolhas pré-definidas ou por preenchimento de

um campo livre editável e que podem, ou não, ser de preenchimento obrigatório. Assim,

algumas destas variáveis poderão não estar preenchidas no final do projeto e encontram-se

identificadas por $, obrigando à formatação do artigo antes da sua inclusão nos documentos

referidos. Caso estas sejam preenchidas, na descrição detalhada de cada artigo aparece com

texto regular sublinhado as opções de preenchimento resultantes de escolhas pré-definidas no

ProNIC e com texto itálico sublinhado as opções editadas pelo projetista, sendo o restante

correspondente ao texto base do artigo (Couto et al., 2011, Sousa et al., 2008) 

Este processo de criação, através do ProNIC, dos articulados que, por sua vez, darão origem

ao Mapa de Trabalhos é uma ajuda para a completa e correta definição do tipo e natureza dos

trabalhos, o que é relevante dada a importância daquele documento para a limitação de

indefinições nas fases de lançamento e execução de obra. Por isso, o ProNIC disponibiliza, em

cada situação e de forma sistematizada, as diferentes opções, textos de auxílio à tomada dedecisões e compatibiliza as escolhas com a regulamentação em vigor (2008).

Relativamente às medições associadas a determinado artigo, o projetista é l ivre de introduzir, a

quando da definição do artigo ou posteriormente, o valor total ou então criar e inserir os dados

numa ficha de medições detalhadas. O processo é semelhante para o caso dos preços

itá i i P NIC di ibili b d d d d d d

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elaboração dos mesmos. Assim, os conteúdos das fichas são consistentes com a

especificidade das diferentes situações, o que elimina a existência de textos generalistas por

excesso e com referências que não são aplicáveis à situação concreta.

Figura 38 – Especificações técnicas dos trabalhos e de matérias geradas pelo ProNIC

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3.2.4. 2ª fase de desenvolvimento

 A PE quando iniciou a sua atividade em Março de 2007 tinha como objetivo a concretização de

intervenções em 332 escolas até ano de 2015. Então, no final de 2009 foi assinado um contratoentre a PE e o Consórcio ProNIC que marcou uma nova fase do desenvolvimento do ProNIC e

do Programa de Modernização do Parque Escolar destinado do ensino secundário.

Este contrato surgiu devido a diversos fatores como a envergadura do projeto da PE, a

multiplicidade de agentes envolvidos nos processos de conceção, fiscalização e construção, o

grande volume de informação técnico-económica, a necessidade de monitorizar os processos

em concurso e de melhorar a qualidade técnica das intervenções, bem como alterações

significativas no enquadramento legislativo com a Portaria n.º 701-H/2008 e o novo Código dos

Contratos Públicos (CCP). Como objetivos desta parceria destacam-se os seguintes (2012):

  a viabilização da utilização em ambiente real da aplicação ProNIC, através da sua

implementação nos processos das obras em curso e a promover pela PE,

nomeadamente na geração de conteúdos normalizados e de elevada fiabilidadetécnica, organizados segundo matrizes de aplicação generalizada;

  o desenvolvimento da componente técnica do projeto relativa à reabilitação de

edifícios;

  o desenvolvimento e teste de metodologias e funcionalidades destinadas á

monitorização de projetos públicos de investimento imobiliário em matéria de controlo

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  geração e gestão dos autos de medição mensal dos trabalhos da obra, tendo como

principal objetivo minimizar erros e permitir um maior controlo de desvios de custos e

prazos (em Março de 2011);  ligação a aplicações informáticas de gestão da faturação da obra (nomeadamente, o

software Primavera);

  geração e gestão de ordens de execução dos trabalhos, contratos de adicionais, autos

de adicionais e repositório de elementos adicionais.

3.3. Trabalho em ambiente colaborativo

Inicialmente, o modelo BIM era apresentado como um único repositório de informação no qual

os seus componentes seriam descritos apenas uma vez. O modelo BIM incluiria não só a

informação gráfica (dimensões, cor) como também a informação não gráfica (custos,

características dos materiais, modo de aplicação). Assim, as modificações seriam realizadas

apenas num único sítio (Cyon Research Corporation, 2003). Segundo Davies (2009b), a

experiência, ao longo dos anos, tem demonstrado que este conceito (designado na literatura

por Single Building Model , como demonstra a Figura 39) não é possível na prática. Kalin et al.

(2010)  referem que, apesar de ser possível incluir toda a informação num só modelo, não é

prático.

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esforço que, muitas vezes, significa esperar, disponibilizar o mínimo de informação nas

primeiras fases do projeto e realizar estimativas grosseiras até que questões-chave estejam

resolvidas. Após o design freeze ter sido definido pela arquitetura e acordado entre todos os

envolvidos, as restantes áreas (estruturas e especialidades) podem continuar a criar a sua

informação e anotar as modificações necessárias na próxima iteração trabalhando, assim, para

os mesmos objetivos. Por fim, o gabinete de arquitetura procede com a continuação do projeto,

tendo em conta questões levantadas pelo gabinete de estruturas e pelas especialidades de

projeto para que todos estejam coordenados. Este processo é repetido, aumentando o nível de

detalhe, até que o projeto esteja concluído (Davies, 2009b).

O processo referido é o ideal e se fosse possível, o conceito do Single Building Model  

funcionaria num processo de projeto totalmente coordenado e unificado. Porém, na realidade

este processo não se verifica (Davies, 2009b). Na realidade, o processo de realização de um

projeto não é, por natureza, assim tão estático e definido mas sim fluído (Eger et al., 2005).

Existem inúmeras razões para que tal não seja possível na prática como, por exemplo, a

disponibilidade de recursos no momento necessário e a continuação de determinado projetoantes de questões-chave de coordenação entre todas as especialidades estarem resolvidas.

Por exemplo, os projetistas de estruturas não poderão gerar informação sem que a arquitetura

esteja definida e por sua vez, os projetos das especialidades não poderão dar início ao seu

trabalho (Davies, 2009b).

N áti h d l BIM t á d á t t d i f ã l i d

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produzidos diversos modelos e a cada um está associado uma determinada tarefa, como foi

referido em 2.5.4.  Estes, por sua vez, irão integrar-se numa área de trabalho central e

partilhada, na qual os benefícios de uma solução coordenada podem, realmente, sobressair

(AEC (UK), 2009, Davies, 2009a). Por outro lado, muita informação essencial relacionada com

a realização do projeto de construção é produzida exteriormente aos modelos BIM como, por

exemplo, atas de reunião, modificações ao projeto, pedidos de informações (em inglês,

Request For Information - RFI), obrigações contratuais, procedimentos de execução, trocas de

informação entre os intervenientes, resultados de análises, entre outros (Howell, 2010a). Daqui

surge o conceito de Project Integration Model  (PIM), representado na Figura 40. 

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acompanhamento das revisões ao projeto, procurar o conteúdo de vários tipos de

documentação como obrigações contratuais e pedidos de informação (RFI) e, por último,

partilhar vistas dos modelos BIM para facilitar a discussão e a resolução de determinados

assuntos (Gillam, 2010).

O modelo de partilha integrada de informação por detrás do PIM tem por base os princípios

pela norma BS 1192: 2007 “Collaborative Production of Architectural, Engineering and

Construction Information”  (AEC (UK), 2009,  AEC (UK), 2012). Esta norma refere que a

utilização de um único modelo como a fonte de toda a informação deve ser evitada (AEC (UK),

2009, Davies, 2009a) e por isso, define o processo de trabalho em ambiente colaborativo para

permitir a colaboração entre os intervenientes no projeto de construção e uma partilha eficiente

de dados entre os mesmos. O objetivo deste ambiente colaborativo é permitir a comunicação, a

reutilização e a partilha de dados de uma forma eficiente e sem perdas ou interpretações

erróneas (AEC (UK), 2012).

 Aquela norma define um ambiente de dados comuns (Common Data Environment   – CDE) no

qual a informação é partilhada por todos os intervenientes. O CDE é composto por quatro tipos

de áreas: trabalho em curso (Work In Progress   –  WIP), partilhada, publicada/emitida e

finalmente, o arquivo (Figura 41).

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 As áreas WIP caracterizam-se por conter dados/informações em processo de produção e que

ainda não foram examinados e verificados para serem utilizados por terceiros para além da

equipa responsável pelos mesmos. Por exemplo, o gabinete de projeto de estruturas produz

um modelo BIM da estrutura em privado (na sua WIP, ou seja, nas suas instalações) e é

responsável pelo mesmo. Isto aplica-se não só aos modelos BIM como a toda a informação

produzida nesta fase.

Na área partilhada, reside a essência do PIM: um conjunto de dados partilhados por todos os

intervenientes no projeto de construção. Assim, para facilitar o trabalho coordenado e eficiente

cada interveniente deve tornar os seus dados do projeto de construção (não só modelos BIM

como toda a informação relevante nas áreas WIP) disponíveis para serem acedidos

formalmente por terceiros, através do conceito de um repositório central ou de um protocolo de

intercâmbio de dados. Todas as informações necessárias para a progressão do trabalho em

qualquer área WIP devem sempre ser obtidas a partir da área partilhada. Porém, antes dos

dados serem colocados na mesma devem ser conferidos, aprovados e validados (AEC (UK),

2009,   AEC (UK), 2012,  Davies, 2009a). A norma BS 1192:2007 refere algumasrecomendações, apontadas em AEC (UK) (2012), em relação a esta área:

  apenas os dados/informações e modelos BIM que foram conferidos, aprovados e aos

quais foi atribuído um código de estado devem ser transferidos para a área partilhada

(o código de estado é definido na norma);

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aprovação e autorização de acordo com os procedimentos de revisão definidos a priori . Os

ficheiros colocados nesta área devem estar num formato não-editável e, para além disso,

apenas as informações e peças desenhadas que se considerou ser necessário rever serão

recolocadas nesta área, ou seja, pretende-se que esta inclua apenas ficheiros finais (tanto

quanto possível) (AEC (UK), 2012).

Por fim, o arquivo de todas as informações aprovadas deve ser armazenado na área “Arquivo”

incluindo informações e peças desenhadas publicadas, modificadas e “as built ” (AEC (UK),

2012).

3.4. Modelo para a integração do ProNIC em ambiente BIM

O modelo definido na Figura 42 é uma representação geral de todos os componentes

relacionados com o mesmo. Por isso, em primeiro lugar, far-se-á uma descrição geral do

modelo destacando os aspetos mais importantes e em segundo, apresentar-se-á os aspetos

que serão aprofundados em 3.5. 

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O PIM, como referido, atua como um repositório central de informação e para além disso, tem a

função de gerir todas os envolvidos no desenvolvimento dos projetos. Nas áreas WIP cada

especialidade desenvolve a sua informação, porém, será necessário trocar informação entre as

várias especialidades. Para isso, o PIM poderá apresentar o plano de execução BIM no qual

estão definidas todas as trocas de informação aprovadas contratualmente (mapas de

processos, conteúdos das trocas de informação), bem como auxiliar a troca e a gestão de

ficheiros entre os envolvidos permitindo, por exemplo, que os vários utilizadores sejam

notificados que as informações que necessitam já se encontram disponíveis. Aquelas trocas

podem envolver informações complexas e externas que terão de ser definidas ao nível do IFC,

IDM e MVD (como referido em 2.6.4.2).

O PIM, para além do plano de execução BIM, poderá conter informações e/ou documentos

como, por exemplo, atas de reunião, modificações ao projeto, pedidos de informações,

obrigações contratuais, bem como possuir funcionalidades que permitem a coordenação entre

os vários envolvidos. No entanto, em paralelo, como repositório central de informação, o PIM

deverá possuir informações relevantes relativamente ao projeto de construção. Refere-se àdescrição dos componentes e dos sistemas definidos e as características dos mesmos. Por

exemplo, descrição das soluções construtivas utilizadas para as paredes, pavimentos, tetos,

sistemas de AVAC, entre outros, bem como a descrição de produtos de construção como

portas, isolamentos, janelas, acabamentos. Será, portanto, o produto final do trabalho

desenvolvido pelas várias especialidades relativamente aos componentes e sistemas da obra

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3.5. Organização da informação no âmbito do BIM e ProNIC

Independentemente da complexidade do projeto de construção (e da quantidade de

informação, por conseguinte), é necessário definir uma forma de organizar e gerir toda ainformação, tendo em conta que a pormenorização da mesma é evolutiva. Tal como na

modelação dos componentes dos modelos BIM, estes inicialmente podem ser genéricos e

serem especificados de uma forma aproximada. No entanto, ao longo do tempo é definida a

sua composição e são associados materiais, produtos, atividades e outros atributos.

 A quantidade de informação associada a um único projeto de construção pode atingir grandes

proporções. É aqui que conceitos como a classificação e a composição podem ajudar a tornar

toda a informação facilmente pesquisável e filtrável.

Começa-se por apresentar os conceitos que estão por detrás da organização da informação no

modelo proposto para o PIM e só depois, o modelo será apresentado e descrito com mais

pormenor.

Tal como foi referido em 3.2.3, o ProNIC utiliza uma WBS (página 81) para organizar os vários

capítulos que, por sua vez, darão origem aos artigos no mapa de quantidades de trabalhos.

Segundo Bachy and Hameri (1997), para desenvolver uma WBS é necessário em primeiro

lugar desenvolver uma estrutura de desagregação de produtos (Product Breakdown Structure  – 

PBS, em inglês) ou uma “árvore” de objetos físicos, na qual se divide o resultado final (neste

b ) i t t l t fí i D id d li

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novas formas de criar a informação que o BIM proporciona, por isso, o modelo de informação

deve adaptar-se a isso e às novas capacidades de automatização que o BIM potencia, como

descrito mais adiante.

 Associada à gestão da informação devem estar a classificação e a composição da mesma.

Esta última é um conceito novo, no entanto, além da classificação já ter sido referida várias

vezes ao longo desta dissertação, a sua definição não foi, até agora, apresentada. Segundo

Jørgensen (2011), a classificação é um mecanismo de abstração pelo qual classes de

componentes podem ser organizadas numa hierarquia denominada taxonomia. As classes

mais gerais encontram-se nos níveis superiores e as classes mais particulares encontram-senos níveis inferiores, ou seja, as subclasses devem ser especializações da respetiva

superclasse e por outro lado, qualquer superclasse deve ser uma generalização das suas

subclasses. A classificação é útil para identificar e criar componentes e quando estes são

criados, é possível definir a sua estrutura de composição, ou seja, a composição consiste em

definir os subcomponentes que compõem cada componente. Ambos os conceitos são úteis

tanto na modelação como na organização da informação.

Um dos problemas inerentes à classificação é a definição do critério de classificação. No

entanto, à medida que a informação é criada e organizada deve ser possível dispor de vários

critérios de classificação. Pretende-se, assim, que a classificação da informação seja facetada,

ou seja, que permita a apresentação e filtração da informação segundo o ponto de vista mais

i d d t i d fi lid d P l bj ti é ti t é útil

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“Elementos construtivos” (Elements) do Omniclass que classifica os elementos pela sua função

implícita (Jørgensen, 2011) e o UniFormat  no qual a primeira foi baseada.

 Assim, a organização da informação no modelo proposto tendo em conta a posterior utilização

do ProNIC num ambiente BIM (Figura 43)  tem por base uma taxonomia de elementos

construtivos cujo critério de classificação é a função dos mesmos. Esta hierarquia de

elementos será mantida em longo de todo o desenvolvimento do projeto, devido ao facto de

que nestas, como referido, os elementos aparecem apenas uma vez o que contribui para a não

redundância da informação.

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aquecimento”, “sistema de combate de fogos”, “iluminação”, etc. Apesar de estas taxonomias

terem origem no estrangeiro (EUA) devido ao que representam (elementos construtivos e não

trabalhos de construção) a sua adaptação para a realidade portuguesa pode não ser muito

problemática, porém, é um aspeto que terá de ser estudado.

Nas fases iniciais do projeto de uma construção e aproveitando o ambiente colaborativo do

qual estes processos dependem, estas taxonomias podem ser muito úteis para elaborar um

documento utilizado a nível internacional denominado Preliminary Project Description (PPD) ou,

em português, descrição preliminar do projeto de construção. Este documento utiliza uma

taxonomia de elementos (tipicamente dada pelo UniFormat ) até, geralmente, ao nível 3 paradescrever em termos simples e de uma forma genérica os vários componentes e sistemas

propostos para o projeto de construção em causa (Kalin et al., 2010). A PPD é útil nas

primeiras fases do projeto ao permitir que as várias especialidades passem à conceptualização

dos vários componentes e sistemas da obra e que, então, o resultado final seja facilmente

comunicado a todos os envolvidos, bem como a realização de estimativas de custos

aproximadas. Por outro lado, aplicando à legislação portuguesa, poderá ser uma formanormalizada de apresentar as soluções propostas ao dono de obra em fase de Programa Base

(como é definido pela Portaria 701-H/2008).

Em Kalin et al. (2010), páginas 286 a 299, encontra-se um exemplo de uma PPD, do qual se

extraiu o seguinte exemplo para ilustrar o que foi dito. O UniFormat  atribui a notação “A1010” a

“F d õ t ” l é í l d i t f d õ tili d

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permite que, durante a modelação, seja possível associar o chamado “ Assembly Code”  aos

elementos que tem por base a hierarquia e a notação definida pelo UniFormat   e para além

disso, permite classificar os elementos não apenas por função mas também segundo outros

critérios como, por exemplo, o tipo e o material utilizado. Veja-se o caso de uma parede dupla

exterior e uma janela na Figura 44. 

Figura 44 – Utilização do Assembly Code

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É nesta fase que a introdução no PIM de informações oriundas das áreas WIP

(nomeadamente, dos modelos BIM de cada especialidade) se torna relevante. Ao importar dos

modelos BIM as informações que as várias instâncias possuem, é possível tornar o processo

da pormenorização da informação mais automatizado. Utilizando este método, é possível

utilizar os conceitos de classificação e composição para tornar a informação mais pesquisável

e filtrável, visto que os elementos podem ser divididos em vários subelementos e definidos os

atributos associados aos mesmos. Veja-se o exemplo da parede exterior e da janela

representadas na Figura 44. Os Quadro 5 e Quadro 6 apresentam exemplos de informações

que podem ser obtidas de forma automática a partir dos modelos BIM das várias

especialidades e que foram classificadas utilizando as tabelas 23 “Produtos de construção”, 41

“Materiais de construção” e 49 “Propriedades” do Omniclass.

Quadro 5 – Exemplo de uma parede dupla de alvenaria de tijolo

Assembly Code B2020110

Descrição

Produto de construção

Descrição

Materiais e características

Material Alumínio

Tipo de Revestimento Anodizado

Material Vidro

41-10 20 13 (Alumínio)

Classificação

23-15 21 17 13 (Revestimento anodizado)

43-30 10 27 11 11 (Vidro)

Janela em alumínio

Designação

Janela metálica de guilhotina

23-17 13 13 15

Janela em alumínio

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Muitas das informações podem ser classificadas utilizando taxonomias apropriadas, apesar da

taxonomia de elementos construtivos continuar a servir de base. Por exemplo, no caso da

parede exterior dupla, ao atribuir o  Assembly Code à mesma é possível organizar as diversas

paredes pela tipologia e pelo material dentro da taxonomia de elementos por função que serve

de base, ou seja, a parede encontra-se no interior do nível “Paredes Exteriores” (nível 3 do

tabela 21 do Omniclass  e do UniFormat ) e neste, pode ser organizada no subnível “Parede

Exteriores Duplas” ou, ainda, num subnível que distinga as paredes duplas pelo material

utilizando nos panos. O mesmo se aplica à janela, ou seja, pode ser incluída num subnível

“Janelas em alumínio” no interior no nível “Janelas exteriores”, porém, esta pode r ser um

produto de construção é, também, possível atribuir-lhe uma classificação como tal (Tabela 23).

Tanto a constituição como os produtos e materiais associados e ainda, as propriedades dos

constituintes (resistência térmica do tijolo como exemplo de propriedades que, apesar de não

ter sido apresentado no Quadro 5, pertencem aos diversos produtos de construção) e gerais

(resistência térmica da parede como um todo, por exemplo) podem ser classificados.

Permitindo, assim, que utilizando este tipo de classificação facetada a informação sejaexplorada por diversos caminhos que correspondem às diferentes ordenações das facetas

(Adams, 2012). Por exemplo, torna possível filtrar a informação por “Paredes Duplas” e por

“Resistência Térmica”, para que apenas sejam apresentadas as resistências térmicas das

paredes duplas utilizadas no projeto de construção ou, então, por “alumínio” apresentando,

desta forma, todos os elementos e/ou produtos de construção que possuem alumínio. Isto

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necessárias para traçar o “caminho” através da WBS como, por exemplo, utilizando o caso da

parede exterior, a localização (parede exterior ou interior), o material (tijolo cerâmico, blocos de

betão) e a tipologia (simples, dupla com materiais distintos ou iguais, preenchidas ou não).

Uma vez definido o primeiro tipo e chegado ao nível desejado da WBS, é necessário outro tipo

de informações para elaborar o artigo que constará no Mapa de Trabalhos e Quantidades

como, por exemplo, características dos materiais utilizados (tipo de furação dos tijolos

cerâmicos, tipo e resistência mecânica da argamassa). Este último tipo depende do primeiro,

na medida em que dependem das escolhas que se tomam ao longo da WBS. Um exemplo

simples é a tipologia da parede, no caso de esta ser uma parede dupla preenchida é pedida,

mais tarde, a informação do material de preenchimento. No entanto, se não for preenchida,

essa informação deixa de ser pedida.

O ProNIC assume, assim, um papel importante no conceito do PIM ao fazer a ponte entre as

informações contidas no PIM e a documentação de obra. Porém, como já foi referido, antes

das informações serem passadas para o ProNIC (assunto que será tratado mais adiante,

 juntamente com a passagem de informações das áreas WIP para o PIM) é importante que amesma seja tratada no PIM aproveitando a automatização que a utilização do BIM permite.

Para isso, é importante que a WBS do ProNIC seja disponibiliza como um Web Service  tal

como foi feito para as tabelas do Omniclass (ver na página 65). Isto significaria que o software 

que assumir o papel de PIM poderá utilizar a WBS do ProNIC de uma forma simples e para

lé di l difi ã WBS é t ti t t li d t é d i t t

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Neste exemplo, começa-se por atribuir ao elemento “Parede dupla de alvenaria de tijolo” o

capítulo do ProNIC “Paredes” através de uma simples caixa de seleção. Depois, quanto à

WBS, a escolha dos diferentes níveis poderá ser realizada da mesma forma (caixa de seleção).

Por fim, consoante a última escolha, são apresentadas as informações necessárias para a

elaboração do artigo, como é apresentado nos Apêndices 1, 2 e 3. Estas, por sua vez, podem

ser preenchidas à medida que a informação é disponibilizada suportando, assim, a evolução

natural de desenvolvimento dos projetos.

 A classificação da informação é agora, uma vez mais, muito útil ao automatizar o

preenchimento de muitas das informações necessárias. O  Assembly  Code juntamente com aimportação da constituição da parede dos modelos BIM reúne todas as informações

necessárias para a WBS do ProNIC. O primeiro ao classificar a parede como “Parede dupla de

alvenaria de tijolo” que, por sua vez, é um subnível do nível geral “Paredes exteriores” torna

possível saber-se automaticamente que a parede é dupla e pertence à envolvente exterior, que

se trata de uma parede corrente (as condições especiais de execução referem-se a casos de

chaminés, cortinas de guardas de escadas, platibandas, forras e encerramento de vãos) e queutiliza tijolos cerâmicos. A constituição da parede, por último, permite saber que a mesma é

preenchida e o seu material de preenchimento (betão, neste caso) e se as dimensões dos

materiais dos panos são ou não idênticos.

Chegado ao nível desejado do WBS, as informações necessárias que dele dependem podem

t d iti d hi t à did i f ã é i d C

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  utilizar a capacidade de exportação em formato de texto dos software BIM;

  introdução manual.

O primeiro método, apesar de ser o mais complexo, seria a situação ideal. A metodologia

estipulada pelo NBIMS (página 55)  é complexa, porém, neste caso concreto ficaria

simplificada. Os ERs já se encontram definidos e são, portanto, as informações necessárias ao

ProNIC para especificar os trabalhos de construção, o que se simplifica todo o processo.

 Assim, esta abordagem passaria por definir as entidades responsáveis pela introdução de

determinado conjunto das informações referidas e para além disso, pela criação de uma

aplicação informática denominada na literatura por translator   (página 48)  que extrairá doformato IFC as informações necessárias escrevendo-as noutro formato mais apropriado para

as trocas de informação através da internet  como o XML. Para além disso, seria importante

elaborar diretrizes com o objetivo de dar indicações aos vários utilizadores do PIM quanto à

forma como a informação deve ser introduzida nos modelos BIM tendo em vista a posterior

exportação para o PIM. Esta funcionalidade vai ao encontro da já referida interoperabilidade

com significado (página 48), ao fazer com que apenas as informações necessárias sejamtransferidas para o PIM.

O método descrito é apropriado para as denominadas system families, ou seja, tipos ou

instâncias de famílias que representam paredes, pavimentos, tetos e coberturas. Porém, para

os restantes casos como, por exemplo, janelas e portas, software  como o Revit   permitem a

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materiais) mas também durante a fase de construção, permite simplificar em muito o processo

de reunião de todas as informações e documentos necessários á fase de operação e

manutenção dos empreendimentos e posterior transferência aos devidos interessados.

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4. CONCLUSÕES

4.1. Considerações finaisUm passo importante que a indústria da construção terá de tomar com vista a combater as

debilidades referidas é a utilização generalizada da metodologia BIM, o que se relevará numa

mudança radical na forma de projetar, construir e manter os empreendimentos. A adoção

generalizada do BIM a nível nacional, tendo em conta as especificidades da indústria da

construção e apesar de a sua inevitabilidade estar cada vez mais evidente, será um processo

complexo e demorado devido às consequentes implicações tecnológicas e humanas.Influenciará todos os envolvidos em todas as fases do ciclo de vida dos empreendimentos,

modificando a forma como a informação é criada, distribuída, utilizada e mantida.

Todos os assuntos e conceitos destacados ao longo de toda a exposição em relação em BIM

assentaram em três grandes áreas: o ambiente colaborativo, as trocas e a gestão de

informação. Mais concretamente, assentaram na importância de definir uma forma de trabalhar

em ambiente colaborativo o que, por sua vez, envolve o estabelecimento de processos de

distribuição da informação e a gestão abrangente da mesma. Assim, estes três componentes

podem ser vistos segundo uma perspetiva tecnológica e humana:

  na perspetiva tecnológica, destacam-se as vantagens da utilização do conceito Cloud

Computing como uma ferramenta para suportar o trabalho em ambiente colaborativo e

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Ter todos os envolvidos juntamente com os processos de trabalho preparados para trabalhar

em ambiente colaborativo é, pois, fundamental para utilizar o BIM em pleno, por isso, todas as

ferramentas utilizadas nesses processos devem, também, estar preparadas para suportar essa

forma de trabalhar e de produzir informação.

Para isso, a elaboração de um plano de execução releva-se ser fundamental ao fornecer a

visão geral bem como os detalhes da implementação do BIM a todos os envolvidos. Este plano

define o âmbito da implementação do BIM no projeto de construção, identifica as trocas de

informação (mapas de processos, conteúdo da informação, formatos) entre os participantes e,

por último, descreve a infraestrutura necessária para suportar a implementação ao nível doprojeto de construção e das organizações.

O conceito CDE, aliado ao Cloud Computing ,  define como se deve trabalhar em ambiente

colaborativo, permitindo o trabalho simultâneo dos vários participantes sobre a mesma

informação e no qual o ProNIC fará a ponte entre a informação produzida e a documentação

de obra na fase de projeto, podendo, nas outras fases, ser igualmente útil (gestão de autos de

medição, ligação a plataformas eletrónicas).

 A informação relevante produzida no processo de trabalho em ambiente colaborativo definido

pelo conceito CDE é armazenada no PIM. Neste, é necessário definir uma gestão de

informação adequada ao desenvolvimento dos projetos de construção e utilizar o BIM para

automatizar a produção da informação, ou seja, ter em conta os seguintes fatores:

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disponibilização da WBS do ProNIC como um Web Service facilitaria a sua utilização no PIM).

Por fim, as informações requeridas pelo ProNIC poderão ser transferidas para este utilizando o

formato XML.

Concluiu-se que a classificação da informação ao longo de todo este processo é uma peça

fundamental, ao permitir que a informação seja pesquisável e filtrável, mas para além disso,

permitir a automatização do preenchimento das informações requeridas pelo ProNIC. Como foi

demonstrado, ao longo do processo é possível classificar as informações segundo elementos

construtivos, produtos de construção, materiais utilizados, trabalhos de construção (a

contribuição do ProNIC) e as propriedades associadas, permitindo assim, uma classificaçãofacetada.

Por último, concluiu-se que a produção de uma especificação que segue a metodologia do

COBie permitirá abranger todas as fases do ciclo de vida dos empreendimentos e para além

disso, contribuir para incentivar e melhorar a fase de manutenção e operação dos

empreendimentos. O PIM, dadas as suas características, é o local ideal para associar um

sistema que tenha isso em conta.

4.2. Limitações do estudo

Relativamente às limitações do estudo desenvolvido, refere-se que, dada a envergadura dos

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relativamente à informação relevante, aplicações informáticas e de templates para os produtos

de construção, tal como é referido em 2.6.5.5. 

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Apêndices

1. Plano de Execução BIM

O plano de execução surge como um requisito necessário à integração do BIM no processo de

entrega dos projetos de construção. Este plano define a visão geral bem como os detalhes da

implementação do BIM que será seguido pelos intervenientes ao longo do desenvolvimento do

projeto de construção. Assim, este plano deve ser estipulado nas primeiras fases do projeto,

continuamente desenvolvido à medida que outros participantes são incluídos no processo edeve ainda, ser monitorizado, atualizado e revisto conforme necessário durante a fase da sua

implementação (CIC, 2010). Segundo NIBS (2012), a elaboração do plano de uma forma

detalhada e abrangente é importante para assegurar uma implementação do BIM com

sucesso, ao ajudar a assegurar que todos os envolvidos são cientes das oportunidades e

responsabilidades associadas com a incorporação do BIM no fluxo de trabalho dos projetos de

construção.

Este plano deve definir o âmbito da implementação do BIM no projeto de construção, identificar

o fluxo de trabalho para as tarefas inerentes ao processo BIM, definir as trocas de informação

entre os participantes e por último, descrever a infraestrutura necessária para suportar a

implementação, tanto como ao nível do projeto de construção como ao nível das organizações

(CIC 2010)

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Figura 46 – Os quatro passos principais do plano de execução BIM (Adaptado de: CIC, 2010) 

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ou o planeamento das operações de manutenção. Em  CIC (2010), CIC (2011)  constam 25

utilizações candidatas.

No segundo passo, pretende-se definir o processo de implementação para cada utilização doBIM, bem como o processo de implementação do BIM como um todo. Para isso, foi definido um

procedimento que compreende a produção dos seguintes dois tipos de mapas de processo. Os

tipos são identificados por níveis 1 e 2, sendo este último mais pormenorizado do que o

primeiro. Os mapas são, simplesmente, diagramas IDM e utilizam a notação BPMN (ver página

51). Assim, os dois tipos de mapas são (CIC, 2010, CIC, 2011):

  Nível 1: Mapa geral do processo BIM (BIM Overview Map )

Este mapa, segundo Anderson (2010), é um diagrama IDM dividido em duas colunas

principais. A primeira representa as utilizações do BIM identificadas pela equipa que

serão realizadas durante o ciclo de vida do projeto de construção e a segunda, por sua

vez, apresenta as trocas de informações gerais durante o mesmo processo por meio

de setas (Anderson, 2010, CIC, 2010, CIC, 2011);

  Nível 2: Mapas detalhados dos processos das utilizações BIM (Detailed B IM Use

Process Maps )

O mapa criado no primeiro nível é único. Porém, neste nível surgem vários mapas que

pormenorizam o processo geral definido no primeiro nível. Por exemplo, a utilização

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  identificar cada troca de informação nos mapas de processo;

  escolher uma estrutura de desagregação baseada em elementos dos modelos;

O facto de ser baseado em elementos, por ser a forma mais intuitiva de organizar a

informação, facilita a organização das trocas de informação. Para isso, pode ser

utilizado o UniFormat  que é utilizado no próprio guia PxP e no documento AIA E202-

2008 (página 38) ou, então, a tabela 21 “Elementos construtivos” do Omniclass;

  desenvolver os requisitos de troca de informação para cada uma delas  (o recetor

da informação, o formato e a versão do ficheiro, o LOD como é referido em  2.5.5 ou

utilizando outro sistema definido e informação adicional se necessário);

  atribuir um responsável para cada troca de informação (dono de obra, projetista de

estruturas, empreiteiro, arquiteto);

  comparar o conteúdo do input e do output  de informação para cada troca 

O objetivo é identificar os elementos nos quais existem discrepâncias entre output  de

informação (produzida) e o input   de informação (requerida). Por exemplo, em

determinada troca de informação a informação produzida pode não conter o valor das

resistências térmicas das paredes que foi requerido para se realizar análises enérgicas

num modelo BIM criado para o efeito. Ao identificar tal discrepância, deve ser tomada

uma decisão quanto à sua resolução.

Finalmente, o quarto e último passo consiste na identificação e definição da infraestrutura

necessária para implementar eficientemente o BIM como planeado. A primeira versão (de

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Quadro 7 – As catorze categorias definidas no Guia PxP (Adaptado de: CIC, 2010, CIC, 2011) 

Categoria Descrição sumária

Informação do projeto

de construção

Informação básica do projeto de construção, com o objetivo de auxiliar aintrodução de novos membros no mesmo. Deve incluir informações

como a identificação do dono de obra, o nome, localização e uma breve

descrição do projeto de construção, o tipo de contrato, valores

relevantes, as fases de execução, características, condicionantes

Contactos relevantesIdentificação e contactos de pelo menos um representante de cada

entidade envolvida

Objectivos e utilizações

da implementação do

BIM

Justificação dos objectivos para a implementação do BIM, bem como das

decisões relacionadas com as utilizações do BIM. Deve incluir uma listados objectivos, a análise das utilizações e informações específicas das

que foram selecionadas para o projeto de construção

Papel e alocação de

pessoal de cada

entidade envolvida

Identificação do papel de cada entidade envolvida, bem como das suas

responsabilidades relacionadas com as utilizações do BIM (número de

pessoas envolvidas por profissão, horas de trabalho estimadas). Esta

categoria deve ir sendo preenchida à medida que o projeto de

construção avança

Processo de projeto Documentação e descrição dos mapas de processo criadosTrocas de informação Documentação e descrição das trocas de informação definidas

Requisitos específicosDescrição de requisitos específicos para o BIM exigidos pelo dono de

obra

Procedimentos electrónicos e de actividade de colaboração, o que inclui:

  - A gestão do modelos BIM;

  - Reuniões;

Mét d d i ã

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2. Atribuição de trabalhos de construção (Parede dupla de alvenaria de tijolo)

3. Atribuição de trabalhos de construção (Janela de alumínio)

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4. Atribuição de trabalhos de construção (Reboco)

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