Dissertação de Mestrado AVALIAÇÃO DE DIFERENTES...
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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA DE LORENA DEPARTAMENTO DE BIOTECNOLOGIA
Dissertação de Mestrado
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES CARVÕES ATIVOS E DAS CONDIÇÕES DE
ADSORÇÃO NO TRATAMENTO DO HIDROLISADO HEMICELULÓSICO DE
BAGAÇO DE CANA PARA OBTENÇÃO BIOTECNOLÓGICA DE XILITOL
José Marcelo Marton
Tranferido da Biblioteca do DEBIQ para a Bilblioteca
Universit.ária em Junho/2004 Proc.· nº 202/04
Lorena/SP - Brasil
2002
FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA DE LORENA
DEPARTAMENTO DE BIOTECNOLOGIA
PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA INDUSTRIAL
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES CARVÕES ATIVOS E DAS CONDIÇÕES DE
ADSORÇÃO NO TRATAMENTO DO HIDROLISADO HEMICELULÓSICO DE
BAGAÇO DE CANA PARA OBTENÇÃO BIOTECNOLÓGICA DE XILITOL
Dissertação de Mestrado apresentada como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Biotecnologia Industrial.
Banca examinadora:
Ora. Maria das Graças de Almeida Felipe (presidente) Dr. Adalberto Pessoa Júnior Dr. Silvio Silvério da Silva
Estudante:
José Marcelo Marton
Lorena/SP - Brasil
2002
FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA DE LORENA
DEPARTAMENTO DE BIOTECNOLOGIA
PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA INDUSTRIAL
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES CARVÕES ATIVOS E DAS CONDIÇÕES DE
ADSORÇÃO NO TRATAMENTO DO HIDROLISADO HEMICELULÓSICO DE
BAGAÇO DE CANA PARA OBTENÇÃO BIOTECNOLÓGICA DE XILITOL
Este exemplar corresponde à versão final da dissertação de mestrado aprovada pela banca examinadora.
Dra. Maria dadde Almeida Felipe Orientadora e Presidente da Banca Examinadora
Lorena/SP - Brasil
2002
AGRADECIMENTOS
À Ora. Maria das Graças de Almeida Felipe pela confiança, amizade, dedicação
e paciência com as quais orientou-me durante todo o desenvolvimento deste trabalho.
Ao Dr. João Batista, pelo valioso auxílio na análise estatística dos resultados.
Aos professores e pesquisadores do DEBIQ-FAENQUIL pelos ensinamentos.
À Faculdade de Engenharia Química de Lorena (FAENQUIL), em especial ao
Departamento de Biotecnologia - DEBIQ, pela oportunidade.
Ao Consenho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Científico (CNPq),
pela bolsa e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP),
pelo apoio financeiro na aquisição de equipamentos.
Aos amigos, Marcelo Bergamini e Christian Andrade, e aos companheiros de
laboratório, Lourdes, Ernesto, Robertinho, Francislene, Ely, Denise, Andrea, Débora,
Daniela, Reinilson, Walter Carvalho, Walter Cirelli, Larissa, Zéa, Yovanka, Mabel,
Zuzel, Marta, Élio, Ernesto, Gaucho, Lili, Giovani, Rogério, Fernando, Talita, Luane,
Solange, Giuliano, Júlio, Márcio, Fernanda, Nicola, Wagner, pela colaboração e
agradável convivência.
Aos funcionários, Djalma, Zé Carlos, Ludmila, Cristina, André Prado, lsnaldi,
Terezinha, Walquíria, Ana Márcia, em especial à Rita, Nicamor e Paulo Roberto pela
cooperação imprescindível durante todo o trabalho.
À minha família e à Alessandra e sua família pelo carinho e grande incentivo
BIOGRAFIA
JOSÉ MARCELO MARTON, filho de Neuza Aparecida de Oliveira e José
Atílio Marton, nasceu em Lorena-SP, a 01 de Julho de 1975.
Em 1993, formou-se em Técnico em Informática Industrial, pelo Colégio
Técnico Industrial da Universidade Julio de Mesquita Filho - UNESP em
Guaratinguetá.
Em dezembro de 1999, graduou-se em Engenharia Industrial Química pela
Faculdade de Engenharia Química de Lorena, Lorena-SP.
Em fevereiro de 2000, iniciou o curso de pós-graduação em Biotecnologia
Industrial, em nível de Mestrado, no Departamento de Biotecnologia da
Faculdade de Engenharia Química de Lorena - FAENQUIL.
RESUMO
Avaliação de Diferentes Carvões Ativos e das Condições de Adsorção no Tratamento do Hidrolisado Hemicelulósico de Bagaço de Cana para Obtenção Biotecnológica de Xilitol. José Marcelo Marton. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Industrial, Departamento de Biotecnologia, Faculdade de Engenharia Química de Lorena. Orientadora: Ora. Maria das Graças de Almeida Felipe (Departamento de Biotecnologia, FAENQUIL, CP.116, 12600-000, Lorena-SP, Brasil). Banca examinadora: Dr. Adalberto Pessoa Júnior, Dr.Silvio Silvério da Silva, abril, 2002.
As pesquisas para a obtenção de xilitol, adoçante anticariogênico, não calórico, a partir do hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana-de-açúcar tem evidenciado que a fermentação do hidrolisado é influenciada por compostos tóxicos como fenóis, ácido acético, furfural e 5-hidroximetilfurfural, presentes neste. Estes compostos, origninados durante a hidrólise do bagaço, têm sido responsáveis pela baixa produtividade do xilitol obtido neste bioprocesso. Com o objetivo de reduzir as suas concentrações ou até eliminá-los, vários tratamentos vem sendo empregados aos hidrolisados a fim de alcançar condições que proporcionem sua melhor fermentabilidade.
Assim, o presente trabalho visa avaliar diferentes tratamentos do hidrolisado de bagaço a partir da combinação de alteração de pH e adsorção com carvão ativo pulverizado, empregando diferentes carvões sob várias condições de adsorção. Foram utilizados sete carvões ativos diferentes e avaliadas as condições de adsorção em relação aos parâmetros temperatura, tempo de contato, agitação, pH e concentração de carvão.
A fim de minimizar o número de experimentos e modelar a produtividade volumétrica de xilitol (Qp) foram aplicadas técnicas de planejamento fatorial, com o objetivo de identificar os principais parâmetros, seguido da metodologia de superfície de resposta para quantificar os níveis destes. O estudo resultou em um modelo matemático que representa os parâmetros envolvidos na produtividade volumétrica de xilitol (Y1):
Y1 = 0,477 + 0,026X1 - 0,0361X1X3 • 0,0482Xl onde X1 e ~ correspondem aos valores codificados para as variáveis temperatura e pH, respectivamente.
A metodologia desenvolvida permitiu estabelecer condições de tratamento que resultaram na máxima produtividade (0,51 g/L.h) e conversão de D-xilose em xilitol (0,66 g/g). Estes valores foram alcançados empregando 1% (p/v) de carvão ativo COA, sob agitação de 100 rprn, temperatura de 60ºC, por 30 min de contato e pH 2,5.
ABSTRACT
Researches on the production of xylitol, an anticariogenic and non-caloric sweetener, have demonstrated that the bioconversion of xylose into xylitol from sugar cane bagasse hemicellulosic hydrolysate is limited by the presence of toxic compounds, such as phenols, acetic acid , furfural and 5-hydroxymethylfurfural. These toxic compounds, formed during hydrolysis of bagasse, are responsible for the decrease in the bioprocess productivity. ln arder to reduce or eliminate their concentrations and enhance the hydrolysate fermentability, different treatments can be employed.
ln the present work bagasse hydrolysate was treated by combining alteration of pH and adsorption with powdered activated charcoal. Seven types of charcoal were tested using different conditions of temperature, time of contact, agitation, pH and charcoal concentration.
The use of factorial design techniques permitted us to minimize the number of experiments, to model the volumetric productivity of xylitol (Qp) and to identify the most important parameters, whose leveis were quantified by the response surface methodology. This study resulted in a mathematical model for representing the parameters involved in the volumetric productivity of xylitol ( Y1 ):
A 2 Y1 = 0,477 + 0,026X1 - 0,0361X1~ - 0,0482~
where X1 and X3 correspond to the coded values of the variables temperatura and pH, respectively.
This methodology allowed us to establish treatment conditions that provided in the highest values of productivity (0.51 g/L.h) and of 0-xylose conversion into xylitol (0.66 g/g). These values were attained using 1 % (p/v) activated charcoal COA, under agitation of 100 rpm, temperatura of 60ºC, 30 min of contact, and pH 2.5.
SUMÁRIO Pg
1. INTRODUÇÃO 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3
2.1 XILITOL 3
2. 1.1 Propriedades e Aplicações do Xilitol 4
2. 1.2 Obtenção do Xilitol 7
2.2 BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR 11
2.3 DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS LIGNOCELULÓSICOS 12
2.3.1 Influência da Composição dos Hidrolisados na Utilização 15
Biotecnológica
2.4 TRATAMETOS DOS HIDROLISADOS HEMICELULÓSICOS 20
2.4.1 Carvão Ativo 23
3. MATERIAIS E MÉTODOS 28
3.1 OBTENÇÃO E PREPARO DO HIDROLISADO HEMICELULÓSICO DE 28
BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR
3. 1.1 Matéria Prima 28
3.1.2 Hidrólise Ácida do Bagaço 28
3.2 CONCENTRAÇÃO E TRATAMENTO 30
3.3 MICRORGANISMO E PREPARO DO INÓCULO 32
3.4 MEIO DE FERMENTAÇÃO 32
3.5 CONDIÇÕES DE FERMENTAÇÃO 34
3.6 MÉTODOS ANALÍTICOS 34
3.6.1 Determinação do Teor de Umidade do Bagaço de Cana-de-Açúcar 34 _,,,
3.6.2 Viabilidade e Pureza da Cultura 34
3.6.3 Determinação da Concentração Celular 35
3.6.4 Determinação da Concentração de Açúcares e Ácido Acético 35
3.6.5 Determinação da Concentração de Furfural e 5-hidroximetilfurfural 35
3.6.6 Determinação da Concentração de Fenóis 36
3.6.7 Determinação do pH 36
3.7 METODOLOGIA DE ANÁLISE DOS RESULTADOS 37
3.7.1 Clarificação do hidrolisado de bagaço de cana-de-açúcar 37
3.7.2 Determinação das porcentagens de redução de açúcares e compostos
tóxicos
3.7.3 Determinação dos parâmetros fermentativos
3.7.4 Análise estatística e modelagem matemática
37
38
39
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO HIDROLISADO HEMICELULÓSICO DE BAGAÇO
DE CANA 46
46
4.1.1 Composição parcial do hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana 46
4.2 TRATAMENTO DOS HIDROLISADOS CONCENTRADOS 48
4.3 FERMENTAÇÕES DOS HIDROLISADOS TRATADOS 57
4.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA E MODELAGEM MATEMÁTICA 64
4.4.1 Análise estatística dos blocos do planejamento fatorial fracionário 2s-2 64
4.4.2 Análise estatística e modelagem matemática dos parâmetros
fermentativos 67
4.5 DETERMINAÇÃO DA CONDIÇÃO OTIMIZADA DE TRATAMENTO DO
HIDROLISADO PARA OS PARÂMETROS Yp,s E Qp 86
4.6 TESTE DO MODELO 88
5. CONCLUSÕES 91
6. SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS 93
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 94
APÊNDICE
LISTAS DE TABELAS
TABELA 11.1 Propriedades físico-químicas do xilitol
HYVÔNEN et ai., 1982, BAR, 1986).
(MANZ et ai., 1973, 06
TABELA 11.2 Composição mineral do hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana-
de-açúcar segundo RODRIGUES et ai., (2001). 18
TABELA 11.3 Diferentes tratamentos empregados nos hidrolisados hemicelulósicos. 21
TABELA 111.1 Especificações técnicas dos carvões ativos avaliados. 31
TABELA 111.2 Fatores e níveis estudados no planejamento fatorial 25-2. 3(, ~-
TABELA 111.3 Matriz do planejamento fatorial fracionário 25-2 em blocos. 41
TABELA 111.4 Fatores e níveis estudados no planejamento fatorial completo 24 com três
repetições no ponto central. 43
TABELA 111.5 Matriz do planejamento fatorial completo 24 completo com três pontos
centrais complementada com ensaios do planejamento fatorial fracionário 25-2_ 44
TABELA 111.6 Matriz do planejamento fatorial completo 23 com face centrada e três
repetições no ponto central. 45
TABELA IV.1 Caracterização parcial do hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana-
de-açúcar obtido por hidrólise ácida, anterior ( original) e posterior à concentração (FC=4). 47
TABELA IV.2 Remoção (%) de açúcares, compostos tóxicos e clarificação do
hidrolisado de bagaço após concentração e tratamento com diferentes
carvões ativos segundo um planejamento fatorial em blocos 2s-2. 50
TABELA IV.3 Remoção (%) de açúcares, compostos tóxicos e clarificação do
hidrolisadode bagaço após concentração, e tratamento com carvão ativo
COA segundo um planejamento fatorial completo 24 com três repetições
no ponto central. 53
TABELA IV.4 Remoção (%) de açúcares, compostos tóxicos e clarificação do
hidrolisadode bagaço após concentração, e tratamento com carvão ativo
COA segundo os ensaios de face centrada para a composição do modelo
do planejamento fatorial completo 23 com três repetições no ponto central. 54
TABELA IV.5 Consumo de açúcares e ácido acético (%), formação de xilitol (g/L) e
células (cels/ml), Qp, Yp1s, e pH final após 64hs de fermentação com C.
guilliermondii em hidrolisado de bagaço tratado com diferentes carvões
ativos segundo um planejamento fatorial em blocos 2s-2. 58
TABELA IV.6 Consumo de açúcares e ácido acético (%), formação de xilitol (g/L), Qp
Yp,s, concentração célular (cels/ml) e pH final após 64hs de fermentaçãc
por C. guilliermondii do hidrolisado de bagaço tratado com carvão ativo
COA segundo um planejamento fatorial completo 24 com três repetições
no ponto central. 62
TABELA IV.7 Consumo de açúcares e ácido acético(%), formação de xilitol (g/L), Qp,
Yp,s, concentração célular ( cels/ml) e pH final após 64hs de fermentação
por C. guillierrnondii do hidrolisado de bagaço tratado com carvão ativo
COA segundo os ensaios de face centrada para a composição do modelo
do planejamento fatorial completo 23 com três repetições no ponto central. 63
TABELA IV.8 Análise de variãncia (ANOVA) One-Way dos blocos para a produtividade
volumétrica de xilitol (O») por C. guilliermondii cultivada em hidrolisado
hemicelulósico de bagaço de cana. 65
TABELA IV.9 Estimativa dos efeitos , erros-padrão, teste t de "Student" para a
produtividade volumétrica de xilitol por C.gui/liermondii seguindo um
planejamento fatorial fracionário 25-2 em dois blocos, referentes ao COA e
C117. 66
TABELA IV.10 Matriz para produtividade volumétrica em xilitol (Qp) e fator de
converssão de 0-xilose em xilitol (YP1s) por C. guillierrnondii, apresentando
os níveis naturais e codificados do planejamento fatorial 24 e 3 repetições
no ponto central. 68
TABELA IV.11 Matriz para produtividade volumétrica de xilitol (Qp) e fator de converssão
de 0-xilose em xilitol (Y Pts) por C. guil/iermondii, apresentando os níveis
naturais e codificados do planejamento fatorial 23 e 3 repetições no ponto
central. 72
TABELA IV.12 Análise de variância da estimativa de um modelo quadrático para a
produtividade volumétrica de xilitol (Qp) por C. guillierrnondii cultivada em
hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana. 73
TABELA IV.13 Matriz para produtividade volumétrica de xilitol (Qp) C. guilliermondii
apresentando os níveis naturais e codificados do planejamento fatorial
completo 23 com face centrada e três repetições no ponto central. 74
TABELA IV.14 Estimativa dos efeitos , erros-padrão, teste t de "Student" para a
produtividade volumétrica de xilitol por C. guilliermondii seguindo um
planejamento fatorial completo 23 com face centrada e três repetições no
ponto central. 75
TABELA IV.15 Coeficiente de regressão, erros-padrão, teste t de "Student" e nível de
significância do planejamento fatorial 23 de face centrada para o modelo
que representa a produtividade volumétrica de xilitol (O») em hidrolisado
hemicelulósico de bagaço de cana. 75
TABELA IV.16 Análise de variância da regressão do modelo que representa a
produtiviade volumétrica de xilitol (Qp) por C. guilliermondii em hidrolisado
hemicelulósico de bagaço de cana. 76
TABELA IV.17 Estimativa dos efeitos , erros-padrão, teste t de "Student" para o fator de
conversão de D-xilose em xilitol por C.guilliermondii seguindo um
planejamento fatorial 23 com três pontos centrais, referente ao carvão
ativo COA . 80
TABELA IV.18 Análise de variância da estimativa de um modelo quadrático para o fator
de conversão de D-xilose em xilitol (Y Pts) por C. guilliermondii cultivada em
hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana. 81
TABELA IV.19 Estimativa dos efeitos , erros-padrão, teste t de "Student" para o fator de
conversão de D-xilose em xilitol por C.guilliermondií seguindo um
planejamento fatorial completo 23 com três repetições no ponto central. 82
TABELA IV.20 Coeficiente de regressão, erros-padrão, teste t de "Student" e nível de
significância do planejamento fatorial 23 de face centrada para o modelo
que representa o fator de conversão de D-xilose em xilitol (Yp1s) em
hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana. 82
TABELA IV.21 Análise de variância da regressão do modelo que representa o fator de
conversão de D-xilose em xilitol (Yp1s) por C. guilliermondii em hidrolisado
hemicelulósico de bagaço de cana. 83
TABELA IV.22 Respostas obtidas no teste do modelo para a produtividade volumétrica de
xilitol (Qp) e fator de conversão de D-xilose em xilitol (Yp1s) com a utilização
do hidrolisado hemicelulósico de bagaço tratado pela combinação de
alteração de pH e adsorção em carvão ativo COA. 89
TABELA IV.23 Remoção de compostos tóxicos (%) e consumo de xilose e ácido acético
(%) obtidos com o hidrolisado hemicelulósico de cana-de-açúcar após
tratamento na condição otimizada e fermentação por C. guil/iermondii. 90
TABELA IV.24 Comparação entre os valores de produtividade volumétrica em xilitol (Qp) e
consumo de D-xilose (%) obtidos em estudos que avaliaram o tratamento
do hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana para obtenção
biotecnológica de xilitol. 90
LISTAS DE FIGURAS
FIGURA 2.1 Modelo molecular do xilitol - Software ACD/ChemSketch - vs. 4.55 03
FIGURA 2.2 Comparação entre o processo químico e a via biotecnológica de obtenção
de xilitol baseada em MELAJA, HAMALAÃINEN (1977) e BARBOSA et ai.,
(1998). 10
FIGURA 2.3 Formação de compostos tóxicos durante hidrólise ácida de materiais
lignocelulósicos baseado em BIELY (1985), PALMQVIST e HAHN-
HAGERDAL (2000). 14
FIGURA 2.4 Grupos funcionais ativos presentes na superfície do carvão ativo
(detectados por análise espectrofotométricas de Infra-vermelho e raio-X),
(a) aromático, (b) e (c) carboxil-carbonatos, (d) ácido carboxílico, (e) e (f)
lactonas cíclicas, (g) e (h) éteres cíclicos, (i) e O) anidridos cíclicos, (k)
quinona, (1) fenol, (m) álcool e (n) cetona, SWIATKOWSKI (1999). 24
., -. -
FIGURA 3.1 Reator de hidrólise ácida com capacidade volumétrica total de 250 litros,
equipado com camisa de óleo térmico para aquecimento indireto por
resistência elétrica 29
FIGURA3.2 Sistemática de tratamento e fermentação do hidrolisado de bagaço de cana-de-açúcar 33
FIGURA 4.1 Gráfico de probabilidade normal para os efeitos referentes à produtividade
volumética de xilitol por C. guillíermondii, cultivada em hidrolisado
hemicelulósico de bagaço de cana submetido a diferentes combinações
de tratamento segundo o planejamento fatorial 24. 70
FIGURA 4.2 Gráfico de probabilidade normal para os efeitos referentes ao fator de
conversão de D-xilose em xilitol por C. guil/iermondii, cultivada em
hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana submetido a diferentes
combinações de tratamento segundo o planejamento fatorial 24. 71
FIGURA 4.3 Superfície de resposta e curvas de nível do modelo quadrático proposto
para produtividade volumétrica de xilitol (Qp) por C. guilliermondii cultivada
em hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana. 78
FIGURA 4.4 Distribuição de resíduos do modelo proposto para o tratamento do
hidrolisado visando maior produtividade volumétrica de xilitol por C.
guilliermondii cultivada em hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana. 79
FIGURA 4.5 Superfície de resposta e curvas de nível do modelo linear proposto para o
fator de conversão de D-xilose em xilitol (Y P1s) por C. guil/iermondii
cultivada em hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana. 84
FIGURA 4.6 Distribuição de resíduos do modelo proposto para o tratamento do
hidrolisado visando maior fator de conversão de D-xilose em xilitol por C.
guilliermondii cultivada em hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana. 85
FIGURA 4.7 Superposição das curvas de nível referente aos modelos que descrevem
a produtividade volumétrica de xilitol (Qp) e o fator de conversão de D-
xilose em xilitol (Y Pts) por C. guilliermondii cultivada em hidrolisado
hemicelulósico de bagaço de cana. 87
FIGURA 4.8 Clarificação do hidrolisado concentrado (HC) obtida nos ensaios 1 (E1), 2
(E2) e 3 (E3), respectivamente, realizados nas condições otimizadas
determinadas pelo modelo do parâmetro Qp. 88
INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento de uma tecnologia alternativa à obtenção convencional
de xilitol por via química vem sendo alvo de constantes pesquisas. O xilitol é um
adoçante não-calórico, anticariogênico, permitido para diabéticos, obesos e
recentemente, com potencial aplicação na prevenção de otite, osteoporose e no
tratamento de fibrose cística.
A produção comercial deste adoçante ocorre através da hidrogenação
catalítica da xilose presente nos hidrolisados hemicelulósicos obtidos de
materiais lignocelulósicos ricos em xilana. Neste processo são necessárias
várias etapas de purificação do hidrolisado para obtenção de uma solução de
xilose de elevada pureza, uma vez que o rendimento deste é dependente da
pureza da solução inicial de xilose. Estas etapas são também realizadas para a
purificação do xilitol, visto que níquel é empregado como catalisador durante a
hidrogenação. Desta forma a via biotecnológica, a partir de microrganismos
fermentadores de xilose apresenta-se como alternativa ao processo químico
principalmente por não requerer solução de xilose com alta pureza.
Dentre os materiais utilizados na obtenção dos hidrolisados
hemicelulósicos, o bagaço de cana-de-açúcar, maior resíduo da agroindústria
brasileira, tem sido empregado em inúmeras pesquisas para a obtenção
biotecnológica de xilitol. Neste contexto, o grupo de processos fermentativos do
Departamento de Biotecnologia da FAENQUIL vem desde 1988 desenvolvendo
pesquisas com vistas à obtenção de uma tecnologia de produção de xilitol a patir
do bagaço de cana-de-açúcar. Os resultados têm evidenciado que a
produtividade do xilitol nas fermentações de hidrolisados é ainda baixa em 1
INTRODUÇÃO
relação à observada em meios sintéticos, devido à presença no hidrolisado de
compostos tóxicos à célula os quais são resultantes da hidrólise ácida da
biomassa. Dentre estes compostos destacam-se os fenóis, ácido acético, 5-
hidroximetilfurfural e furfural.
A fim de reduzir a concentração dos compostos tóxicos no hidrolisado
hemicelulósicos ou até eliminá-los, vários tratamentos envolvendo agentes
biológico, físico, químico e a combinação destes, vem sendo empregados. Entre
estes, destaca-se a combinação da alteração do pH do hidrolisado com a
adsorção em carvão ativo por favorecer a remoção de compostos tóxicos e
aumentar a produtividade de xilitol.
Desta forma, este trabalho tem como principal objetivo avaliar o tratamento do
hirolisado hemicelulósico de bagaço de cana a partir do ajuste do pH do
hidrolisado e utilização de diferentes carvões ativos variando-se as condições de
adsorção para a melhoria da produtividade de xilitol.
2
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 XILITOL
O xilitol é um álcool pentahidroxilado (152, 15g/mol), encontrado em
cogumelos, frutas e legumes, e também, como intermediário do catabolismo de
carboidratos no metabolismo humano e animal (MANZ et a/.,1973). No Brasil,
em 1980 o xilitol foi aprovado como produto dietético pela Divisão Nacional de
Vigilância Sanitária de Medicamentos do Ministério da Saúde (DIMED), conforme
processo Nº4624ll9, comunicado N°730/80 de 07 de julho de 1980. O modelo
molecular deste poliol está apresentado na Figura 2.1.
III Carbono
• Oxigênio
Hidrogênio
FIGURA 2.1 - Modelo molecular do xilitol - Software ACD/ChemSketch - vs. 4.55
3
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.1 Propriedades e Aplicações
O xilitol apresenta propriedades alimentícias, odontológicas e
farmacológicas que garante-lhe importância econômica e social crescentes, e
como conseqüência, o constante estudo para o desenvolvimento de novas formas
de obtenção deste insumo de ampla aplicação.
O emprego do xilitol em alimentos se deve ao fato de que por este não
possuir grupos aldeídos e cetônicos em sua molécula, não provoca nos alimentos
reações de escurecimento do tipo Maillard, podendo substituir os açúcares
convencionais em processamentos de alimentos em temperaturas elevadas, nos
quais estas reações são indesejáveis (MANZ et ai., 1973). Aliado a esta
caracaterística, está o seu elevado poder adoçante (HYVÔNEN ·et ai., 1982),
comparável ao da sacarose e superior ao do sorbitol e manitol (BAR, 1986),
proporcionando o emprego deste poliol em segmentos alimentícios.
Em países da Europa e no Japão, o xilitol é utilizado na nutrição parenteral
e no preparo de soluções parenterais contendo açúcar e aminoácidos, já que
este não reage com aminoácidos tal como ocorre com a glicose (TOUSTER,
1974). Estas propriedades, aliadas às odontológicas têm estimulado as
indústrias alimentícia e odontológica a utilizarem o xilitol em produtos como,
balas, gomas de mascar, pastilhas e cremes dentais (PEPPER & OLINGER,
1988), ampliando a diversidade de produtos que o contém em sua composição.
No Brasil encontram-se disponíveis cremes dentais, pastilhas e gomas de mascar
contendo xilitol.
A propriedade anticariogênica do xilitol deve-se ao fato de sua não
utilização pelos microrganismos da flora bucal, em particular a bactéria
Streptococcus mutans, responsável pela formação de ácidos que atacam o
esmalte dos dentes (MAKINEN et ai., 1976; ASSEV et ai., 1983; UHARI et
a/.,2001). Segundo UHARI et ai. (2001) o xilitol inibe o crescimento desta
bactéria devido à ausência do sistema fosfotransferase neste microrganismo.
Além da redução de cáries dentárias, o xilitol induz a remineralização do esmalte
dos dentes, revertendo lesões recém formadas, já que a composição química da
saliva é favoravelmente afetada por este poliol, devido ao aumento significativo
4
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
de íons cálcio e fosfato (MAKINEN et ai., 1976). Algumas de suas propriedades
físico-químicas estão descritas na Tabela 11.1.
O xilitol é permitido também na dieta de diabéticos por não requerer insulina
para seu metabolismo (MAKINEN et ai., 1976) e para obesos por exercer
pequena contribuição para a formação de tecidos gordurosos quando comparado
a outros açúcares (YLIKAHRI, 1979).
Pesquisas recentes tem comprovado a eficácia do xilitol também na
prevenção de osteoporose. MATILLA et ai. (1998) observaram em experimentos
com ratos que a administração oral de xilitol impede a progressão da osteoporose
proporcionando aumentos da massa óssea e das propriedades bioquímicas de
ossos enfraquecidos. Assim, segundo estes autores, a utilização de xilitol torna-
se uma nova alternativa que amplia os tratamentos clínicos de prevenção desta
doença.
Outra descoberta recente, é a utilização do xilitol no tratamento de fibrose
cística, uma doença genética que afeta principalmente os pulmões e o sistema
digestivo (ZABNER et ai., 2000). Estes autores constataram que o uso inalatório
do xilitol em "spray" reduziu o número de Staphylococcus coagulase na cavidade
nasal de voluntários, diminuindo o risco de infecções. bacterianas pulmonares.
Atualmente existem evidências de que a maior sobrevida dos afetados por fibrose
cística ocorre por meio do tratamento das complicações pulmonares, sendo
empregados medicamentos importados a um custo médio de US$ 36 dólares a
ampola. Para um tratamento de 15 dias, a média utilizada é de 100 ampolas
(MALTA, 2001). Desta forma, como no caso da osteoporose, o xilitol apresenta-
se como uma alternativa promissora às atuais empregadas para o controle da
fibrose cística.
O xilitol tem a sua eficácia também comprovada no tratamento de pacientes
com otite pelo fato deste inibir o crescimento de S. pneumoniae impedindo a
ligação desta bactéria sobre as células nasofaringeais (UHARI et ai., 2001,
TAPIAINEN et ai., 2002). Esta propriedade foi observada em experimentos
clínicos em crianças, onde o xilitol mostrou-se eficiente . para prevenir o
desenvolvimento de otite com uma dose variando entre 8,4 a 1 O g/dia dividida
5
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TABELA 11.1 - Propriedades físico-químicas do xilitol (MANZ et ai., 1973, HYVÔNEN et ai., 1982, BAR, 1986).
Fórmula química
Massa molar [g/mol]
Sabor
Odor
Aparência
Ponto de fusão [ºC]
Ponto de ebulição [ºC]
pH de uma solução a 5%
152,15
Doce
Inodoro
Pó cristalino, branco
92 - 96
216
5-7
Umidade (20ºC, 60% URAr) [%] Aproximadamente 0,5
Viscosidade a -20ºC ( cP]
Solubilidade a 30ºC
Densidade (g/cm3]
Calor de dissolução
Poder adoçante
Valor calórico (Kcal/g]
Índice de refração a 25ºC
Estabilidade
Higroscopicidade
A 10%: 1,23 ; a 60%: 20,63
68g/100g solução, igual a sacarose (abaixo
desta temperatura o xilitol é menos solúvel,
com o aumento da temperatura o xilitol se
torna significantemente mais solúvel que a
sacarose)
A 10%: 1,03 ; a 60%: 1,23
+34,8 cal/g (efeito "refrescante")
Igual a sacarose, superior ao sorbitol e manitol
4,06
A 10%: 1,3471 ; a 50%: 1,4132
Estável a 120°C e sob condições normais de
processamento de· alimentos. A caramelização
ocorre se aquecido por vários minutos próximo
ao ponto de ebulição.
Tem umidade relativa alta, o xilitol é mais
higroscópico que a sacarose mas menos que
o sorbitol
6
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
em cinco doses. Nestes experimentos obteve-se uma eficácia de
aproximadamente 40% e 30%, quando o xilitol foi empregado na forma de goma
de mascar e xarope, respectivamente. Estes autores, observaram ainda que o
uso de xilitol na prevenção de otite reduziu consideravelmente a utilização de
antibióticos empregados durante o tratamento, contribuindo para a redução de·
um problema mundial, que é a resistência de bactérias à agentes antimicrobianos
causada justamente pelo uso descontrolado dos mesmos.
2.1.2 Obtenção do Xilitol
Em escala comercial, o xilitol é convencionalmente produzido por processo
químico, porém para este processo necessita-se de uma solução de xilose com
um grau de pureza elevado e rigorosa purificação do xilitol (MELAJA &
HAMALÃINEN, 1977).- Dessa forma, estudos vem sendo realizados para o
desenvolvimento de uma tecnologia alternativa de produção de xilitol como a via
biotecnológica.
• Processo Químico
Por este processo, o xilitol foi produzido pela primeira vez, quando Fischer
e Bertrant em 1891, o sintetizaram sob a forma de xarope através da redução da
D-xilose empregando amálgama de sódio. A obtenção de xilitol na forma
cristalina deu-se em 1942 por Wolfrom e Kahn após a redução catalítica sob alta
pressão de uma solução de xilose altamente purificada. Somente a partir de
1964 quantidades maiores de xilitol estavam disponíveis, sendo empregado sob a
forma de solução intravenosa em casos de diabetes já em 1973, principalmente
no Japão e na Alemanha (MANZ et ai., 1973).
A produção comercial de xilitol por processo químico, iniciou-se na Finlândia
pela Finnish Sugar Co. Ltd., Helsink, com capacidade para produzir acima de
3000 ton/ano. Este processo consiste na hidrogenação catalítica da xilose pura
7
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
obtida através da hidrólise de materiais lignocelulósicos (MELAJA &
HAMALAINEN, 1977). De modo geral, são necessárias quatro etapas básicas
para realização do processo químico. A primeira etapa, consiste na
desintegração de materiais lignocelulósicos ricos em xilana ([CsHa04]n) através de
uma hidrólise ácida enquanto a segunda, trata-se da separação da xilose
(C5H1005) do hidrolisado por cromatografia, visando obter uma solução de xilose
pura. Na terceira etapa ocorre a conversão catalítica da xilose pura em xilitol na
presença de níquel corno-catalisador, e na quarta o xilitol é cristalizado na forma
ortorrômbica. O rendimento deste processo, bem como a qualidade do xilitol
estão intimamente relacionados com a pureza da solução inicial de xilose, visto
que a presença de impurezas interfere no processo de catálise. Além disso, a
produção de xilitol por via química requer várias etapas de purificação para a
remoção de resíduos do catalisador (níquel), o qual é um metal tóxico e
prejudicial à saúde humana, e de subprodutos originados durante o processo de
hidrogenação, ocasionando aumento do tempo de processo e encarecimento do
produto (MELAJA & HAMALAINEN, 1977).
• Via Biotecnológica
A via biotecnológica de obtenção de xilitol passou a ser uma alternativa ao
processo químico a partir da descoberta por ONISH e SUZUKI (1966), de
leveduras fermentadoras de xilose. Muitos microrganismos vem sendo avaliados
quanto à capacidade de formarem xilitol a partir de xilose, como a bactéria
Enterobacter liquefaciens (YOSHITAKE et ai., 1976), as leveduras Pachysolen
tannophilus (JEFFRIES, 1985), e as do gênero Candida como C. tropicalis
(BARBOSA et ai., 1988); C. guilliermondii (BARBOSA et ai., 1988; FELIPE et ai.,
1993, 1995, 1996a e b, 1997a e b; ALVES et ai., 1998; MARTON et ai., 1998;
SENE et al.,2000), C. mogii (SIRISASANEEYAKUL et al.,1995), como também
Debaryomyces hansenii (ROSEIRO et ai., 1991), e o fungo filamentoso
Peiromyces albertensis (DASHIA, 1991).
Segundo KILIAN e van UDEN (1988), o metabolismo .de D-xilose inicia-se
8
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
com seu transporte pela membrana celular por diferentes mecanismos. Estes
autores observaram que em Pichia stipits o transporte ocorre através de sistemas
de alta e baixa afinidade (simporte de prótons). Neste microrganismo, o
transporte de baixa afinidade é compartilhado entre D-xilose e D-glicose,
enquanto que o transporte de alta afinidade por D-xilose é inibido por D-glicose.
O mesmo sistema de transporte não ocorre com Candida shehatae, onde o
transporte de D-xilose realiza-se tanto por simporte de prótons como também por
difusão facilitada. No interior da célula, a xilose é reduzida em xilitol em uma
reação catalisada pela enzima xilose redutase (E.C. 1.1.1.21). Esta enzima
cataliza a redução da xilose em xilitol na presença dos cofatores NAD(P)H ou
NADH. Posteriormente, o xilitol é oxidado em xilulose pela enzima xilitol
desidroqenase (E.C. 1.1.1.9), que emprega NAD+ ou NAD(Pf como cofator. A
xilulose é então fosforilada a xilulose-5-fosfato, que, na via das fosfopentoses, é
convertida em frutose-fosfato. A frutose-fosfato pode ser convertida em piruvato,
através da conexão com a via Embden-Meyerhof-Parnas (EMP), ou retornar à via
das fosfopentoses (HAHN-HÃGERDAL et ai., 1994). Em C. guilliermondíi FTI
20037 foi observado que a enzima xilose redutase é NADPH-dependente e a
enzima xilitol desidrogenase é NAD+ ou NADP+-dependente (SILVA et ai., 1996a)
(Figura 2.2).
Segundo GONG et ai. ( 1983) a redução de xilose em xilitol e a ativação da
via das fosfopentoses em leveduras são controladas pela disponibilidade de
NADP+ e NADPH, pois a geração de NADP+ durante a redução de D-xilose pode
estimular a atividade da enzima glicose-6-fosfato-desidrogenase a qual estimula
a ativação da via das fosfopentoses. BRUIENBERG et ai. (1984) e BARBOSA et
ai. ( 1988) constataram que o acúmulo de xilitol na célula e a sua posterior
excreção para o meio estão relacionados à regeneração de NADPH.
Várias pesquisas vêm sendo conduzidas para o conhecimento dos fatores
reguladores da bioconversão xilose em xilitot como o suprimento de oxigênio
(NOLLEAU et ai., 1993; HAHN-HAGERDAL et ai., 1994; FELIPE et al.,1996a;
ACOSTA et ai., 2000; WALTHER et ai:, 2001), pH (LAWFORD et ai., 1993;
SILVA et ai., 1994; FELIPE et ai., 1997b; SENE et al.,2000), repressão catabólica
9
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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
exercida pela D-glicose (LEE et ai., 1996), idade e concentração do inóculo
(PFEIFER et ai., 1996; FELIPE et ai., 1997a), concentração inicial de xilose
(FELIPE et al.,1996a; ROSA et al.,1998), temperatura (SENE et a/.,2000). Além
destes, a presença de compostos tóxicos como fenóis, acido acético, furfural e 5-
hidroximetilfurfural nos hidrolisados hemicelulósicos (FELIPE et al.,1997a, ALVES
et ai., 1998; RODRIGUES et ai., 2001; CONVERTI et ai., 2000; LARSSON et
a/.,2000; PALMQVIST & HAHN-HÃGERDAL, 2000a; NILVEBRANT et ai., 2001)
podem inibir a bioconversão de xilose em xilitol em função da concentração em
que se encontram no meio.
2.2 BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR
O bagaço de cana-de-açúcar consiste aproximadamente de 40% de celulose,
35% de hemicelulose e 15% de lignina. A celulose é um polímero linear
constituído por unidades de D-glicose unidas por ligaçoes glicosídicas ~-1~4. A
hemicelulose é um heteropolímero composto predominantemente por hexoses e
pentoses com curtas ramificações tais como D-xilose, D-glicose, L-arabinose e D-
galactose, enquanto que a lignina é uma macromolécula polifenólica. (TSAO,
1986). O elevado teor de xilose na fração hemicelulósica do bagaço, o que
corresponde em até 80% do total de açúcar nesta fração, é um dos principais
fatores que impulsionam o aproveitamento do bagaço em diferentes processos de
bioconversão (LADISCH et ai., 1983). Em relação aos outros subprodutos da>, 1
agroindústria, o bagaço de cana-de-açúcar além da capacidade de regeneração ) 1
anual destaca-se por apresentar o maior rendimento (aproximadamente 80t/ha /
enquanto que trigo, outros subprodutos e árvores geram 1, 2 e 20t/ha/
respectivamente) (PANDEY et a/.,2000).
O setor sucroalcooleiro que utilizava-se da queima do bagaço de cana-de-
açúcar gerado, com o objetivo principal de sua eliminação e conseqüentemente
da redução do impacto ambiental causado por este, até então resíduo
agroindustrial, vem hoje, em virtude deste momento de crise energética no Brasil,
11
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
empregar o bagaço de cana para co-geração de eletricidade, fazendo-se este
passar de resíduo para subproduto do setor (OSAVA, 2001). Entretanto,
segundo PANDEY et ai., (2000), os processos biotecnológicos de obtenção de
etanol, proteínas, enzimas, xilitol (FELIPE et ai., 1997b; ALVES et ai., 1998;
RODRIGUES et ai., 2001), que utilizam-se de bagaço de cana não requerem
grandes quantidades.
O bagaço de cana de açúcar também tem sido empregado na suplementação
de rações de gado (LACORTE et ai., 1986), produção de polpa de papel e furfural
(MITRANI et ai., 1999).
2.3 DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS LIGNOCELULÓSICOS
O bagaço de cana (FELIPE et ai., 1993, 1995, 1996a e b, 1997a e b;
DOMINGUEZ et ai., 1996; PESSOA JR, 1997; ALVES et ai., 1998; MARTON et
al.,1998; SENE et al.,2000), palha de arroz (ROBERTO et ai., 1994 e 1995),
cavacos de eucalipto (PARAJÓ et ai., 1996,1997 e 1998) e mais recentemente a
palha de trigo (CANILHA, 2002), representam os diferentes materiais
lignocelulósicos utilizados para obtenção de hidrolisados hemicelulósicos.
Segundo PALMQVIST & HANHN-HÃGERDAL, (2000a) as técnicas mais
estudadas para degradação destes materiais são a hidrólise enzimática e a
ácida.
Segundo BIELY (1985) um sistema xilanolítico para degradação da fracão
hemicelulósica deverá ser constituído das enzimas endo-1,4-B-xilanase, B-
xilosidase, a-glucuronidase, a-L-arabinofuranosidase e acetilesterase. A
hidrólise enzimática produz maiores rendimentos em monossacarídeos do que a
hidrólise ácida, devido a especificidade das enzimas envolvidas, não havendo
reações de degradação de açúcares, além deste tipo de hidrólise gerar resíduos
biodegradáveis que não agridem o meio ambiente, porém apresenta maior custo
comparado ao da hidrólise ácida (PALMQVIST & HANHN-HÃGERDAL, 2000a).
A hidrólise ácida, a qual envolve o tratamento do material lignocelulósico
12
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
sob altas temperaturas e condições ácidas é rápida, porém apresenta
incovenientes como a não-seletividade, geração de subprodutos (Figura 2.3) e
liberação de íons metálicos pesados oriundos da corrosão dos equipamentos
(CHUNG, LEE, 1985). Quando a fração hemicelulósica é degradada são
liberados os compostos D-xilose , L-arabinose, ácido acético (PARAJÓ et
a/.,1996, 1997,1998) e metilglucurônico (BIELY, 1985), enquanto que a
degradação da celulose resulta em D-glicose (PALMQVIST e HAHN-HÂGERDAL,
2000b).
Durante a hidrólise ácida ocorre também a degradação dos açúcares
gerados e de segmentos da lignina. Segundo PALMQVIST e HAHN-HÂGERDAL
(2000b), a hidrólise ácida faz com que D-xilose seja degradada em furfural da
mesma forma que 5-hidroximetilfurfural (5-HMF) é formado da degradação de
hexases, como D-glicose, enquanto que ainda há a formação de ácido fórmico
pela degradação dos derivados de furano (furfural ou 5-HMF) e ácido levulínico,
porém o levulínico ocorre somente pela degradação de 5-HMF. Entre os ácidos
alifáticos, o ácido acético proveniente dos agrupamentos acetil da xilana, tem-se
destacado por estar presente em maior concentração (FELIPE et ai., 1997;
RODRIGUES et a/.,2001). Além disso, a degradação parcial da lignina resulta na
liberação de compostos aromáticos denominados produtos derivados da lignina
(PDL) (PARAJÓ et ai. , 1996, 1997, 1998). Entre estes compostos estão ácidos,
quinonas, aldeídos e compostos fenólicos, sendo esta última classe formada
também pela degradação de carboidratos (LARSSON et al.,2000).
Com vista ao aproveitamento do alto teor de D-xilose presente na fração
hemicelulósica, os hidrolisados hemicelulósicos obtidos por hidrólise ácida vem
sendo empregados em pesquisas biotecnológicas para obtenção de vários
produtos dentre os quais podemos destacar o xilitol (LADISCH et ai., 1983;
RODRIGUES et ai., 2001). Assim vários trabalhos têm sido conduzidos para
avaliar a influência dos PDL, ácidos alifáticos de cadeia curta e compostos
derivados de furano em bioprocessos {PARAJÓ et a/.,1996 ,1997,1998;
LARSSON et ai. ,2000; PALMQVIST & HAHN-HÃGERDAL, 2000b; VIRGÍNIO DA
SILVA, 2001).
13
BIOMASA VEGETAL
Hidrólise Ácida
il .. Celulose
. ~~º,~=> H~H
H OH
D-Glicose
5-H idroximetilfurfural
HO~Jr< ..
Lignina
t Compostos Fenólicos
'Ir
HEMICELULOSE
• • • •
• Ir
H
~
OHHoOH OHH H ~~~
HO H HO_) "1----r H H OH H OH
11
D-Manose D-Galactose Ácido acético
H~t H~t H3C-<H H H H OH
Ácido Metilglucurónico o
/~t HJC H OH
D-Xilose L-Arabinose
11 11
5-H idroximetílfurfura I HO~: Furfural
o< L Ácido Fórmico
,1º HCf'
-, OH
'I
Figura 2.3 - Formação de compostos tóxicos durante hidrólise ácida de materiais lignocelulósi- cos, baseados em BIELY {1985), PALMQVIST & HAHN-H.ÃGERDAL (2000).
Ácido Levulínico
o H3C~O OH
e compostos tóxicos
14
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.3.1 Influência da Composição dos Hidrolisados para Utilização
Biotecnológica
Resultados de várias pesquisas confirmam a toxicidade dos compostos
fenólicos derivados da lignina (PARAJÓ et ai. 1996, 1997, 1998; LARSSON et
a/.,2000), do ácido acético originado dos grupos acetil da xilana (FELIPE et
a/.,1995,1997b; ALVES et ai., 1998; RODRIGUES et ai., 2001, VIRGÍNIO DA
SILVA, 2001), dos derivados de furano (furfural e 5-HMF) gerados da degradação
de pentases e hexases (LOHMEIER-VOGEL et ai., 1998; LARSSON et ai., 1999;
PALMQVIST & HAHN-HAGERDAL, 2000b), e dos íons metálicos (PARAJÓ et ai.,
1998) aos microrganismos. Além disso, a presença de alguns destes compostos,
mesmo em baixas concentrações, prejudica a utilização biotecnológica dos
hidrolisados hemicelulósicos obtidos por hidrólise ácida devido os seus efeitos
tóxicos serem potencializados pela atuação conjunta destes (RODRIGUES et ai.,
2001).
Segundo PARAJÓ et ai. (1997) os produtos derivados da lignina (PDL) são
compostos não-voláteis os quais tem suas concentrações aumentadas durante o
processo de concentração dos hidrolisados hemicelulósicos, necessário para
aumentar o teor de xilose nestes, resultando em queda na produtividadde de
xilitol. CLARK e MACKIE (1984) citados por PARAJÓ et ai. (1998), observaram
a presença de PDL nos hidrolisados hemicelulósicos na faixa de 2g/L e
identificaram alguns monômeros: ácido hidroxibenzóico com subituição nas
posições "para" e "meta", ácido vanílico, ácido siríngico, p-hidroxibenzldeído e
vanilina. ANDO et ai. (1986) observaram que o potencial inibitório de alguns
grupos funcionais ligados ao anel aromático sobre a atividade fermentativa de
Klebsiella pneumoniae na formação de etanol varia, aumentando do grupo
carboxila (COOH) para o grupo hidroxila na posição "para" (p-OH), seguido do
grupo aldeído (CHO) e finalmente o etileno (CH=CH), sendo que a hidroxila
ligada na posição "meta" (m-OH), reduz o efeito inibidor, enquanto que a
presença do grupo metoxila (OCH3) estimula este efeito. Entretanto, LARSSON
et ai. (2000) estudando a influência de hidroxi-, metoxi-, benzaldeído-,
difenóis/quinonas e derivados de fenilpropano sobre o crescimento e a formação
15
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
de etanol por S. cerevisiae, relataram que os compostos fenólicos inibiram a
fermentação. Segundo estes autores, o efeito da inibição por agrupamentos
hidroxi-,metoxi- e benzaldeído- foi dependente das posições dos grupos no anel,
sendo que a substituição de um grupo hidroxila na posição "para" por um grupo
metoxila, resultaram em menor crescimento celular e menor formação de etanol.
PALMQVIST e HAHN-HAGERDAL (2000a) relataram que o fato da remoção
de compostos fenólicos reduzir consideravelmente a inibição durante a
fermentação, implica que estes compostos são os mais tóxicos presentes nos
hidrolisados hemicelulósicos. Para esta afirmação estes autores utilizaram corno
suporte o estudo de LARSSON et ai. (1998), que observaram ser o hidrolisado
hemicelulósico de madeira consideravelmente mais inibidor do que um meio de
fermentação contendo correspondentes concentrações de ácidos alifáticos,
furfural e 5-HMF, porém sem compostos fenólicos. Estes mesmos autores em
publicação mais recente, atribuem a falta de maior esclarecimento do mecanismo
de inibição dos compostos fenólicos à necessidade de análises quantitativas e
qualitativas mais precisas (PALMQVIST & HAHN-HAGERDAL, 2000b). Conforme
HEIPIEPER et ai. (1994) citado por PALMQVIST & HAHN-HAGERDAL, (2000b) ,
os compostos fenólicos atuam a nível de membrana plasmática causando
alterações em sua integridade e conseqüentemente a perda de sua capacidade
de barreira seletiva.
No que diz respeito à atuação do ácido acético, MAIORELLA et ai. ( 1983)
observaram que este inibe o metabolismo de leveduras por interferência química
com o transporte de fosfato na membrana, que ocorre por transporte ativo
dependente de ATP. Segundo estes autores, a interferência deste ácido está
relacionada ao aumento na demanda de ATP para manter esta função, bem como
aos efeitos de interferência química quando na presença de baixas
concentrações do ácido, o que acarreta a alteração da morfologia celular.
Segundo PAMPULHA et ai. (1990), a toxicidade do ácido acético pode também
estar associada à sua entrada na célula, onde se dissocia devido ao pH do
citossol ser relativamente alto, provocando um decréscimo do pH intracelular;
este processo pode também modificar o controle da glicólise por mecanismos de
16
REVISÃO BiBLIOGRÁFICA
acidificação interna e presença química deste ácido.
Conforme já constatado em vários trabalhos, a concentração de ácido
acético em hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana é alta (FELIPE et
a/.,1995; FELIPE et a/.,1997b; ALVES et ai., 1998; RODRIGUES et ai., 2001).
Porém, a produção de xilitol com C. guilliermondíí em meio semi-sintético foi
favorecida quando o ácido acético encontrava-se em baixas concentração
(1,0g/L), enquanto que em concentrações superiores a 3,0g/L esta produção foi
inibida (FELIPE et ai., 1995). Segundo estes autores o ácido presente em baixa
concentração entraria diretamente no ciclo de Krebs via acetil-CoA, enquanto que
em concentrações elevadas, parte seria dirigida ao ciclo de Krebs e o restante
utilizado por uma via metabólica que requer energia, como o ciclo do Ácido
Glioxílico. Isto resultaria em perda da energia para a manutenção do
metabolismo da célula acarretando redução do crescimento.
VIRGÍNIO DA SILVA, (2001) avaliando o efeito do ácido acético sobre a
bioconversão xilose em xilitol por C. guilliermondii em hidrolisado hemicelulósico
de bagaço de cana constatou que a atuação inibitória deste ácido é dependente
não só da sua concentração mas da fase de crescimento da levedura. Segundo
a autora, o efeito tóxico do ácido acético foi maior quando as células foram
expostas a 5,0 g/L deste após 12 horas de cultivo, o que correspondem à fase de
máxima atividade metabólica da levedura. A autora atribuiu esta toxicidade a
uma possível interação do efeito do ácido com outros compostos tóxicos como
furfural, 5-HMF e fenóis, uma vez que maiores valores de rendimento e
produtividade de xilitol foram obtidos com a utilização de meio simulando a
composição em açúcares do hidrolisado, e apenas o ácido acético como
composto tóxico.
LOHMEIER-VOGEL et ai. (1998) observaram o efeito individual e
combinado de furfural, 5-HMF e ácido acético durante a fermentação de xilose
por Pichia stipits e Pachysolen tannophilus. Foi observado para P. tannophilus
que quando o meio continha de furfural (0,3 g/L), 5-HMF (0,9 g/L) e ácido acético
(10,9 g/L), sendo estas concentrações similares às encontradas no hidrolisado
hemicelulósico de madeira, obteve-se da concentração inicial de xilose (20g/L)
17
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
apenas 3% convertida para etanol, 15% para xilitol e o restante para formação de
biomassa e C02. Porém, quando P. tannophilus foi cultivado em meios contendo
estes inibidores individualmente, este mostrou ser mais resistente a furfural e 5-
HMF e menos a acetato. Já P.. stipits demonstrou ser muito sensível a estes
· compostos tanto individualmente como na forma combinada, em função do baixo
crescimento e nenhuma formação de etanol durante as fermentações.
Segundo LARSSON et ai. (1999) o ácido fórmico, que é -obtído da
desintegração do furfural quando a hidrólise ocorre sob condições ácidas e a
elevadas temperaturas, possui maior potencial inibidor sobre a atividade
fermentativa de Sacharomyces cerevisiae que os ácidos acético e levulínico.
Estes mesmos autores evidenciaram que o ácido fórmico quando presente no
meio em concentração de 0,48 mmol/ causa uma redução de 15 e 22% no fator
de rendimento em etanol, quando comparado com os valores nas fermentações
efetuadas na presença de concentrações equimolares dos ·ácidos levulinico e
acético no meio de fermentação, respectivamente. Segundo os autores uma
possível explicação para este fato está relacionado·com o menor tamanho da
molécula de ácido fórmico, o que fal!iHta sua difusão através da membrana
celular e resulta em maior toxicidade, enquanto que o ácido levulínico pode ser
levemente mais tóxico que o acético devido sua molécula ser mais lipofílica que a
molécula do ácido acético, facilitando sua difusão através da membrana· celular.
Estes autores- também observaram que durante a hidrólise ácida de madeira o
menor rendimento em monossacarídeos coincide com as máximas formações de
furfural e 5-HMF, e que em condições severas de hidrólise (tempo·de residência:
30mtn , -temperatura: 210°C e concentração de ácido sulfúrico: 4,4% (p/p) ),
reduziram as concentrações de furfural e 5-HMF enquanto que a formação de
ácidos fórmico e levulínico são aumentadas, provocando a redução do
rendimento e produtividade em· etanol nas fermentações conduzidas com S.
cerevisiae.
' Para PALMQVIST et ai. (2000a) a atuação de ·furfural sob o crescimento
celular, consumo de ghcose, formação de etanol e glicerol pode ser explicada por
um mecanismo que obedece duas suposições: (1ª.) a redução de furfural para
18
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
álcool furfurílico por dehidrogenase NADH-dependente que possui maior
prioridade do que a redução de dihidroxicetona-fosfato para glicerol e (2ª) furfural
causa inativação da replicação celular. PALMQVIST e HAHN-HAGERDAL,
(2000b) em estudo mais recente, sugeriram para 5-HMF um mecanismo
semelhante ao descrito para furfural, visto que a principal conversão deste é para
álcool 5-hidroximetil furfurílico, porém em menor velocidade do que furfural, que
segundo os autores ocorre provavelmente devido à sua maior dificuldade em ser
transportado para o interior da célula.
Poucos estudos existem na literatura sobre o efeito dos cátions metálicos no
metabolismo de leveduras. WATSON et ai. (1996) citados por PARAJÓ et ai.
(1998) observaram que a presença dos cátions cobre e cromo em concentrações
até 0;004g/L e até O, 10g/L, respectivamente, no meio de cultivo sintético de
Candida tropicalis, não proporcionaram redução na velocidade específica de
crescimento máximo (µmáx), porém · quando niquei esteve presente na
concentraçao de O, 109/L a redução de µmáx foi de 60%. Recentemente
RODRIGUES et ai. (2001) detectaram a presença destes minerais no hidrolisado
hemicelulósico de bagaço de· cana-de-açúcar, bem como outros metais, semi-
metais e não-metais (Tabela 11.2).
TABELA 11.2 - Composição mineral do hidrolisado hemicetulósico de bagaço de cana
Composição g/L
Alumínio Cálcío Cromo Ferro Potássio Magnésio Manganês Sódio Niquei Fósforo Enxofre Silício Estrôncio Zinco
0,0623 0,1901 0,3865 0,4278 0,2449 0,0549 0,0101 0,0040 0,0293 0,0344 3,4336 0,1019 0,0009 0,0226
19
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.4 TRATAMENTOS DOS HIDROLISADOS HEMICELULÓSICOS
Vários tipos de tratamentos vêm sendo empregados com o objetivo de
reduzir as concentrações dos compostos tóxicos presentes nos hidrolisados ou
até eliminá-los para a melhoria da fermentabilidade dos hidrolisados de forma
ampliar as suas aplicações biotecnológicas. Estes tratamentos podem ser
classificados em função da forma (individual ou combinado) e natureza dos
agentes empregados (biológico, físico e químico) (Tabela 11.3). Entre estes, a
alteração de pH combinada com a adsorção em carvão ativo vem sendo um dos
procedimentos utilizados para detoxificação dos hidrolisados hemicelulósicos
para bioconversão de xilose em xilitol (ALVES et ai., 1998; MARTON et ai., 1998,
2001; GINORIS, 2001).
Segundo van ZYL et. ai., (1988), a elevação de pH do hidrolisado
inicialmente ácido, a valores maiores que 7,0 usando álcalis, resulta na
precipitação de componentes tóxicos como íons de metais pesados, acetatos,
taninos e terpenos. ALVES et ai. (1998) observaram que para o hidrolisado
hemicelulósico de bagaço de cana, o rendimento e a produtividade em xilitol não
foram influenciados pelo aumento do pH para 7,0 ou 10 com CaO comercial.
Porém, estes autores observaram que os íons Ca2+ podem realmente causar
precipitação de compostos tóxicos presentes no hidrolisado, todavia não houve
diferença entre o uso de CaO comercial ou Ca(OH)2. Assim, segundo estes
autores o tratamento pela alteração de pH até 7,0 com CaO comercial seria mais
indicado por este possuir menor custo e utilizar-se de menor quantidade de
óxido, contribuindo para um menor custo e tempo de tratamento.
DOMINGUEZ et ai. (1996) durante estudo comparativo entre atuação de
resina catiônica (DWEX 50WX4, 200-400 mesh) e carvão ativo em colunas (1,5 x
25 cm), observaram que ambos tratamentos contribuíram para a remoção de
ácido acético, furfural, 5-HMF e compostos fenólicos presentes no hidrolisado de
bagaço de cana, no entanto o tratamento com carvão ativo foi selecionado como
o mais adequado por apresentar a maior produtividade em xilitol (0,205g/L.h) e
menor custo.
20
Tabela 11.3 - Diferentes tratamentos empregados nos hidrolisados hemicelulósicos
Tipo Agentes empregados Referências
...J <( ::::> e s e z
O Levedura mutante CJ ·- C) -e o ·- m
Fungo: Trichoderma reesei
Enzimas: peroxidases e laccase
Adsorção em carvão ativo o CJ ·u; Troca iônica ,_ LL
Evaporação a vácuo
Estração com solventes orgânicos
o Ajuste de pH com álcalis CJ ·- E ,_ :::s o
SCHNEIDER et ai., (1996)
PALMQVIST et ai., (1997)
JÕNSSON et el., (1998)
FRAZE, McCASKEY et ai., (1989)
(TRAN, CHAMBERS , 1985 ; FRAZER, McCASCKEY, 1989; DOMIGUEZ et ai., 1996; NILVEBRANT etal., 2001)
(PALMQVIST et ai., 1996b; DELGENES et ai., 1990)
(PARAJÓ, 1997a; CRUZ et ai., 1999)
(TRAN, CHAMBERS, 1985; FRAZER, McCaskey, 1989; DOMIGUEZ et ai., 1996; SILVA etal., 1998; MARTINEZ etal., 2000)
(TRAN, CHAMBERS, 1985; AMARTEY, Alteração do pH com álcalis e ácidos JEFRIES, 1996; ROBERTO et al.,1991;
SILVA etal., 1998)
Adição de substâncias redutoras (RAMOS, 1988, PARAJÓet ai., 1997b)
o e <( z - m ~ o o
o CJ ·- u, ,_ LL Alteração pH+Sulfitação+Carvão ativo
(CaO) (Na2so3+NaHSO:J (Probus) (PARAJÓ et ai., 1997)
o CJ
E ,_ :::s O Carvão ativo + + (Savannah) o CJ u, ,_
LL
Neutralização (CaO + CaCO:J
(DOMINGUEZ et ai., 1997)
(PARAJÓ etal.,1996b)
(ALVES et al.,1998; MARTON et al.,1998; GINORIS, 2001)
Carvão ativo (CONVERTI et ai., 2000) (Probus)
Neutralização + (CaCO:J
Carvão ativo (Probus)
+ o CJ
E ,_ a Alteração pH + (Ca(OH)2+H2S04+Na2S03)
Alteração pH + (CaO + H3P04)
Carvão ativo (Synth)
21
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
PARAJÓ et ai. (1996b) utilizando a combinação entre neutralização e
carvão ativo, observaram que há uma relação entre os fatores tempo de contato e
concentração de carvão (p/v), pois para hidrolisados de eucalipto tratados com
0,25; 1; e 5% de carvão, obtiveram 40, 60 e 75% como porcentagens máximas de
remoção de produtos derivados da lignina (PDL) em 90, 40 e 25min,
respectivamente. Segundo os autores, esta maior remoção (75%) em menor
tempo (25min) obtida com a maior concentração de carvão ativado (5%),
proporcionou aumento no consumo de xilose, na produtividade e no rendimento
de xilitol, demonstrando que a velocidade e a eficiência de remoção de PDL está
condicionada à área superficial disponível pelo carvão ativo durante o tratamento.
ALVES et ai. (1998) também avaliaram o tratamento do hidrolisado
hemicelulósico de bagaço de cana pela alteração do pH inicial com diferentes
ácidos e bases e adsorção ou não em carvão ativo Synth. De acordo com os
resultados a utilização de CaO para o aumento do pH até 7,0 seguido da redução
para 5,5 com H3P04 e adição de 2,4% (p/v) de carvão ativo, foi a melhor condição
para bioconversão de xilose em xilitol por C.guilliermondií. Neste trabalho o
tempo de contato do carvão foi 1 h, sob agitação de 200 rpm a 30°C.
MARTON et ai. (1998) empregando o tratamento estabelecido por ALVES et ai.
(1998), porém variando o tempo de contato do carvão ativo no hidrolisado de
bagaço observaram que o tempo de 2h de contato melhorou a fermentabilidade
do hidrolisado. Segundo estes autores, esta melhoria está possivelmente
relacionada com a melhor utilização da área superficial do carvão ativo na
remoção de compostos tóxicos presentes no hidrolisado.
MARTINEZ et ai. (2000) definiram como melhor condição de tratamento do
hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana a utilização de 2,59 % (p/p) de
Ca(OH)z por 30min a 60°C. Nestas condições obtiveram reduções das
concentrações de D-xilose de 75,7g/L para 61,4g/L (19% ), e furanos (furfural +
HMF) de 1,34g/L para 0,59g/L (56%). Os autores não observaram reduções das
concentrações dos ácidos, acético, fórmico e levulínico.
GINORIZ (2001) avaliou diferentes condições de tratamento do hidrolisado
hemicelulósico de eucalipto e verificou que o melhor resultado no fator de
22
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
conversão de D-xilose em xilitol (0,52g/g) foi obtido com o hidrolisado
previamente tratado pela elevação de seu pH para 3,5 com CaO, seguido da
adsorção empregando 2,4% de carvão ativo sob agitação de 200 rpm, a 30ºC por
34,5 minutos.
2.4.1 Carvão Ativo
O carvão ativo é uma estrutura carbônica a qual é submetida a processos
de ativação para adquirir principalmente a melhoria da propriedade de adsorção
causada pelo enorme aumento da área superficial de suas partículas. Esta
propriedade de adsorção faz com que o carvão ativo seja empregado como
adsorvente em processos de descoloração, como clarificação de glicose,
sacarose e gelatinas, tratamento de efluentes e de água, tratamento e purificação
de soluções açucaradas, anestésicos, antibióticos, ácido, álcoois, glicerina e na
remoção de gostos e cheiros de suprimentos alimentícios (GREENBANK &
SPOTTS, 1995). O carvão ativo pode apresentar-se em diferentes categorias de
acordo com a forma e tamanho de suas partículas, como pó (< 100µm), grãos
irregulares, esferas e fibras na forma de feltro ou tecido, podendo estas
categorias ser ainda subdivididas em outras em função dos processos de
fabricação e das propriedades físico-químicas do carvão ativado (BRASILAC, s.d.
; CARBOMAFRA,s. d.; GREENBANK & SPOTTS, 1995; SWIATKOWSKI, 1999).
Na estrutura interna do carvão ativo, estão presentes, além de átomos de
carbono, heteroátomos como oxigênio, hidrogênio, nitrogênio e enxofre que
correspondem de 5 a 20% do peso final do carvão (GREENBANK & SPOTTS,
1995). Esta estrutura, também conhecida como "esqueleto do carvão", segundo
SWIATKOWSKI (1999) é formada por associações de anéis aromáticos,
heterocíclicos e outros grupos funcionais, predominantemente formados por
carbono, oxigênio e hidrogênio (Figura 2.4).
23
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
OH
(rn) 0 (n) li e il
~ (b) .c., o
! 1
(1)
o
~g)
(k) o
(j) o
(i)
FIGURA 2.4 Grupos funcionais ativos presentes na superfície do carvão ativo
(detectados por análise espectrofotométricas de Infra-vermelho e
raio-X), (a) aromático, (b) e (c) carboxil-carbonatos, (d) ácido
carboxílico, (e) e (f) lactonas cíclicas, (g) e (h) éteres cíclicos, (i) e O)
anidridos cíclicos, (k) quinona, (1) fenol, (m) álcool e (n) cetona,
SWIATKOWSKI (1999).
Segundo SWIATKOWSKI (1999) a característica responsável pelo potencial
de adsorção do carvão ativo é sua estrutura porosa, que pode ser constituída por
poros de diferentes tamanhos. Estes poros foram classificados pela IUPAC como
microporos (< 2 nrn), transitivos (2 nm >e< 50 nm) e macroporos (> 50 nm).
A produção de carvão ativo pode ocorrer por dois processos: físico e.
químico. Estas denominações estão diretamente ligadas à forma de ativação a
qual o material carbonizado é submetido. No caso da produção de carvão ativo
pelo processo físico de ativação, o carvão passará a exercer a atividade de
adsorção física, que baseia-se nas forças de Van der Waals , mais precisamente
na força de interação intermolecular existente entre todas as moléculas, polar e
não polar, a qual foi descoberta no carvão por Fritz London em 1931,
24
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
denominando-se força London (GREENBANK & SPOTTS,1995). Para adquirir
a propriedade de adsorção física são necessárias duas estapas. A primeira
consiste na carbonização que é o aquecimento da matéria-prima em temperatura
em torno de 800-1 OOOºC sob atmosfera inerte, com objetivo de eliminação dos
constituintes voláteis e formação da estrutura porosa rudimentar, enquanto que a
segunda é a ativação que ocorre com a passagem de gases oxidantes como ar,
vapor d'água ou C02, através do material carbonizado para formação da
estrutura avançada aumentando o volume e a largura dos poros criados na
carbonização e criando novos poros. Os processos de ativação física são
normalmente realizados em fornos ou em reatores de leito fluidizado. No caso do
processo por ativação química, a carbonização e ativação ocorrem em uma
mesma etapa através da decomposição térmica do material carbônico em
temperatura, na faixa de 500-BOOºC, na presença de agentes como ácido
fosfórico, cloreto de zinco ou ácido sulfúrico, os quais atuam tanto como
desidratante e oxidante, fazendo-se com que o carvão produzido passe a exercer
a atividade de adsorção química, a qual se baseia-se em forças cujos níveis de
energia se aproxima aos da própria ligação química (BRASILAC, s.d.). Carvões
ativos com alta área superficial (3000 m2/g, BET) tem sido preparados por
ativação química empregando reagente alcalino (KOH), no entanto sua aplicação
é limitada em função da necessidade de afinidade química entre adsorbato e
adsorvente (SWIATKOWSKI, 1999).
Segundo CARBOMAFRA (s.d.) e BRASILAC (s.d.) a utilização de carvão
ativado pulverizado é geralmente indicada para adsorções em fase líquida em
sistemas descontínuos (batelada) por favorecer sob agitação a uniformidade
(adsorbato + adsorvente) na solução, ganhando-se em velocidade no processo
de adsorção além de utilizar-se de equipamentos simples como misturador
provido de aquecimento e um filtro.
Aliado aos fatores relevantes na atividade de adsorção do carvão ativo
(temperatura, tempo de contato, agitação, pH e concentração de carvão), as
características físico-químicas intrínsecas do carvão, obtidas no processo de
fabricação, são determinantes para sua adequada performance (BRASILAC, s.a.;
25
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
CARBOMAFRA,s.d.).
Propriedades físico-químicas como número de iodo (BRASILAC, s.d.;
CARBOMAFRA, s.d.; GREENBANK & SPOTTS,1995; SWIATKOWSKI, 1999),
eficiência relativa ao melaço, número de azul de metileno (BRASILAC, s.d. ;
CARBOMAFRA,s.d.), pH, densidade aparente, umidade, teor de impurezas na
forma de cinzas e granulometria (BRASILAC, s.d.; CARBOMAFRA,s.d.
GREENBANK & SPOTTS, 1995), devem ser analisadas para a adequada
aplicação do carvão ativo em processos de adsorção. Segundo BRASILAC (s.d.)
e CARBOMAFRA (s.d.) estas propriedades físico-químicas indicam as
característica do carvão ativo, e são definidas da seguinte forma:
• Número de iodo: é definido como as miligramas de lodo de uma solução
aquosa, adsorvidas por uma grama de carvão ativado, sob condições
específicas determinadas pelo método. Fornece um índice de porosidade
relativo a pequenos poros.
• Eficiência relativa ao melaço: é a avaliação da capacidade adsortiva de
um adsorvente, baseada na comparação dos desempenhos com o
adsorvente de referência num teste definido. É um índice de descoloração
medido em relação a uma solução de melaço e se expressa em
percentual de descaramento relativo a um carvão padrão. Refere-se à
habilidade do carvão ativo em adsorver moléculas de maior tamanho.
• Número de azul de metileno: é a indicação da capacidade de adsorção
do carvão ativo das moléculas de tamanho semelhante às do indicador
azul de metileno.
• pH: é dependente da matéria-prima e do processo de fabricação, e é
obtido pela análise do extrato aquoso.
• Densidade (g/cm3): é o peso por unidade de volume de um carvão
ativado homogêneo.
26
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
• Umidade: é o resultado da redução do peso quando a substância é
aquecida, sob condições específicas.
• Cinzas (%): são dependentes do tipo de matéria-prima e do processo de
fabricação. Compreende o resíduo após a ignição da substância, sob
condições específicas.
• Granulometria: é uma forma de expressar o tamanho dos grãos do
carvão ativo. O carvão ativo deve possuir tamanho de partícula que
permita o melhor desempenho de adsorção e ao mesmo tempo boas
condições de filtração. Para o carvões ativos do tipo pulverizado, a
granulometria é expressa como percentual em peso passante por uma
malha pré-determinada, normalmente a malha # 325 ou # 400 (segundo
ASTM). No caso dos carvões ativos do tipo granulado, define-se o
tamanho nominal quando demonstra-se as duas malhas limitantes da
distribuição granulométrica, ou através da distribuição em percentual de
peso retido ou passante em cada malha daquela distribuição.
27
MATERIAL E MÉTODOS
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 OBTENÇÃO E PREPARO DO HIDROLISADO HEMICELULÓSICO DE
BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR
3.1.1 Matéria prima
Neste trabalho foi utilizado bagaço de cana-de-açúcar proveniente da Usina
Guarani de Olímpia-SP.
3.1.2 Hidrólise ácida do bagaço
Anterior à hidrólise, amostras de bagaço de cana foram secas sob infra-
vermelho a 1 OOºC, até peso constante, a fim de se determinar o seu teor de
umidade. A hidrólise ácida foi realizada na planta piloto do Departamento de
Engenharia Química (DEQUI) da FAENQUIL em reator de aço inox AISI 316 com
capacidade total de 250 litros, equipado com camisa de óleo térmico para
aquecimento indireto por resistência elétrica (Figura 3.1 ). A hidrólise foi realizada
conforme metodologia estabelecida por PESSOA JUNIOR et. ai., (1997),
porém utilizando reator de maior escala (250 litros) de acordo com as seguintes
28
MATERIAL E MÉTODOS
FIGURA 3.1 Reator de hidrólise ácida com capacidade volumétrica total de 250
litros, equipado com camisa de óleo térmico para aquecimento
indireto por resistência elétrica
29
MATERIAL E MÉTODOS
condições: temperatura de 121°C, por 10 minutos, empregando 100mg de H2S04
concentrado por 1 g de matéria seca e uma relação final matéria seca - solução
ácida de 1: 1 O. O hidrolisado obtido foi primeiramente filtrado a vácuo em filtro de
porcelana com papel qualitativo, para remoção de massa residual de sólidos
(celulose, lignina), seguindo sua armazenagem em câmara fria para posterior
caracterização, concentração e tratamento.
3.2 CONCENTRAÇÃO E TRATAMENTO
Com a finalidade de aumentar em quatro vezes o teor inicial de xilose no
hidrolisado e reduzir o teor de compostos tóxicos voláteis, o hidrolisado foi
concentrado em evaporador a vácuo de 4 litros de capacidade útil, operando à 70 ±
5ºC.
O tratamento foi realizado empregando-se a alteração de pH combinada com
adsorção em carvão ativo. A alteração de pH ocorreu pela elevação do pH inicial
do hidrolisado para 7,0 com a adição de CaO comercial, seguida da redução para
5,5 com H3P04. Foram utilizados sete diferentes tipos de carvões ativos, o Synth
produzido pela SYNTH, Carbonato delta-A (COA) e Carbonato delta-G (CDG)
produzido pela BRASILAC, Carbono-117 (C117), Carbono-118L (C118L) e
Carbono-147 (C147) produzido pela CARBOMAFRA e o Carvorite-AG produzido
pela CARVORITE (Tabela 111.1), sendo suas capacidades de adsorção avaliadas
sob diferentes condições de temperatura, tempo de contato, agitação, pH e
concentração de carvão (p/v) definidas por planejamentos fatorial. Foram utilizados
frascos Erlenmeyers de 250ml com 125ml de hidrolisado hemicelulósico agitados
em incubadora de movimento rotatório New Brunswick, Scientific Co ("Shaker")
modelo IN NOVA 4000. Os precipitados formados após as etapas de alteração de
pH e adsorção em carvão ativo, foram removidos por filtração a vácuo em filtro de
porcelana tipo BucKner com papel de filtro qualitativo Klabin (Figura 3.2).
30
MATERIAL E MÉTODOS
TABELA 111.1 Especificações técnicas dos carvões ativos avaliados
SYNTH BRASILAC CARBOMAFRA CARVORITE
Especificações Synth* CDA CDG C117 C118L C147 Carvorite
Número de iodo 890 800 900 700-800 800-900 700-800 700 (mg '21 g) mínimo mínimo mínimo
Eficiência relativa 174 150 160 80 (%) 100 (%) 100 (%) 60 (%) ao melaço mínimo mínimo mínimo mínimo mínimo mínimo
adsorção Número de azul 16,1g/100g - mínima - - 100% - de metileno 12g/100g trasmitância
pH 10,20 5,0 a 7,0 5,5 a 7,0 5,0 a 7,0 - 4,0 a 7,0 7,0 a 7,5
Densidade (g/cm3) - 0,35±0,05 0,35±0,05 0,4±0,05 - - 0,4±0,05
Umidade(%) 3,87 8 8 10 5 5 4 máximo máximo máximo máximo máximo máximo
Ferro 650 ppm 103ppm 103ppm - - - - máximo máximo
Cinzas(%) 4,51 8 5 10 5 4 10 máximo máximo máximo máximo máximo máximo
Solúveis água(%) - - - - 1,5 0,5 - máximo máximo
Solúveis ácido(%) - - - - 2,5 1,0 - máximo máximo
Filtrabilidade - 70ml/7min - - - - - (25°C) mínimo
65,5% 43-65 60-70 50-80 mín. 80 50-80 58-62 Granulometria (%) passante passante passante passante passante passante passante
( # 325) (# 325) (# 325) (# 325) (# 325) (# 325) (# 325) * analisado por BRASILAC S. A
31
MATERIAL E MÉTODOS
3.3 MICRORGANISMO E PREPARO DO INÓCULO
Os experimentos foram conduzidos com a levedura selecionada Candida
guilliermondii FTI 20037 (BARBOSA et ai., 1998), obtida a partir da cultura-estoque
mantida em ágar extrato de malte à 4ºC no Departamento de Biotecnologia (DEBIQ)
da FAENQUIL.
O inóculo foi obtido a partir de alçadas desta cultura estoque, recém repicada
em ágar extrato de malte (3 dias), para frascos Erlenmeyer de 125mL contendo
50mL de meio na seguinte concentração em g/L: D-xilose (30,0), sulfato de amônio
(2,0), cloreto de cálcio di-hidradato (O, 1) e solução de extrato de farelo de arroz
(20,0). As soluções estoque de D-xilose, sulfato de amônio, cloreto de cálcio oi-
hidradato e extrato de farelo de arroz, foram preparadas separadamente nas
concentrações de 500, 250, 50 e 2009/L respectivamente. As soluções de D-xilose
e farelo de arroz foram autoclavadas a 111 ºC por 15 minutos, e as demais
esterelizadas a 121ºC por 20 minutos. O cultivo foi feito na mesma incubadora de
movimento rotatório empregada no tratamento, com agitação de 200rpm, a 30ºC por
24h. Em seguida as células foram recuperadas por centrifugação e lavadas em
água destilada esterelizada, centrifugadas novamente e após o descarte do
sobrenadante, foram utilizadas para preparar uma suspensão de células a qual foi
empregada como inóculo.
, ....... ;_,
:-, <, f; ..... ,.,,
.,,,; \
3.4 MEIO DE FERMENTAÇÃO ' :\ °'../ ~ ; .,
Os meios foram formulados a partir dos hidrolisados concentrados e tratados
de acordo com o item 3.2. Estes foram autoclavados a 111ºC por 15 minutos,
centrifugados a 2000xg por 20 minutos e suplementados com as fontes de cálcio,
nitrogênio e solução de extrato de farelo de arroz conforme empregado para o
preparo do inóculo (item 3.3). A concentração inicial de células no processo
fermentativo foi de 1,0 g/L (3,0x107 celulas/mL).
32
o 1- z w 2 <( -
!;: O'.". f-
o 1<( o ~ z w 2 o:: w LL
-
~ ,-------------------, r~-==-==-=--=--==---=----=---==---==~ Amostra i
J coloração J
-· ___J
Alteração de pH ········································ ····································
CaO rm · HaPO 4 cose, pH 0,92 =--=-.:::> pH 7,0 liI : pH 7,0 ==--:.::-> pH 5,5
········································ ....................................
lllil Filtração a vácuo
NaOH mícropérolas
Planejamento Estatístico
Ajuste para pH de adsorção H2S04CONC
I~ 5, 5 ::..==---=---=::::),, } ~! HzS0,1 cone -t -- 5 5 _- __ · . .
--1 :>,- ' -------·- ===> 11 "-OI-' 11 •'la " 1 ,1==),,. 5, 5 =---=--=--=-=>-
1,0 ( - )
3,5 (O)
6,0 ( +)
., -. -
[ pH adsorção
Centrifugação (2000xg/20min) . r---------------------, · T·:.:·:::.·•u••· .. ·~-~~=·:·~==-==--J Amostra I - 1 análise comp.tóxicos i
:" • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • ... • • • •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • ·: / e açúcares I : Nutrientes: : _, j(NH4hS04 2,0g/L; CaCl2 0,1g/L e farelo arroz 20g/L,i---c:=o:-==~"''·=~----Am-o-st-r~-~---I • · i análise de aúcares e I
lnóculo : C.guil/iermondii 1,0g/L J ácido acético I • • _ _j
Figura 3.2-Sistemática de tratamento e fermentação do hidrolisado de bagaço de cana-de-açúcar.
33
r----------·-------. _ i Amostra t64hs I shaker: T=30ºC, 200rpm e t =64hs ====---===1- =-- =====;;;a,i ,
'f I análise de aúcares e I ácido acético . L__ _J
Carvão ativo e condições de adsorção em shaker i=r-c.-=')>- 1 % (p/v) ( - )
[ Carvão Ativo } -#=> 5% (p/v) ( o ) ':!. .. ::)> 10% (p/v) ( + )
/
Agitação (rpm)
Temperatura (ºC)
tempo de contato (min)
li ~-,=1 100 200 300 (-) (O)(+)
t=t1 30 45 60 (-)(O)(+)
,--JI _ r-1-i 30 45 60
(-)(O)(+)
........................................................................... . . . Na OH 11-=> 1,0 ( - ) =---=-- > 5,5 A t H 1J NaOH JUS e p - =:-Li::::::.:>-3,5 (O). - - => 5 5
fermentaçao 11 H so ' 5 5) U- 2_4 CONC.
( t -----=> 6,0 ( +) .==),, 5,5
Autoclavação ('1 'l 1 ºC/1 Smin)
. . ....................................................................................
MATERIAL E MÉTODOS
3.5 CONDIÇÕES DE FERMENTAÇÃO
Os ensaios de fermentação foram realizados em frascos Erlenmeyer de 125ml
com 50ml de meio nas memas condições para preparo do inóculo, porém por 64
horas.
3.6 MÉTODOS ANALÍTICOS
A caracterização dos hidrolisados após o procedimento de hidrólise,
concentração e tratamento, foi feita a partir de análises quanto ao pH, concentração
de glicose, xilose, arabinose, e compostos tóxicos como ácido acético, fenóis,
furfural e hidroximetilfurfural. O acompanhamento das fermentações foi realizado
através de observações da viabilidade e pureza da cultura, do consumo dos
açúcares D-glicose, D-xilose e L-arabinose, da produção de xilitol e de células e da
variação do pH. Para isto, após separado de cada amostra o volume necessário
para contagem de células e verificação da viabilidade e pureza da cultura, foram
centrifugados 1 Oml da amostra para a determinação do pH do sobrenadante e
posterior armazenamento em freezer para subseqüentes análises.
3.6.1 Determinação do Teor de Umidade do Bagaço de Cana-de-Açúcar
A determinação do teor de umidade do bagaço foi realizada pela secagem de
amostras em balança Metter com infra-vermelho a 1 OOºC até peso constante.
Calculou-se a massa de matéria seca em 20 kg de bagaço, por ser esta a
quantidade utilizada para a hidrólise no reator de 250L.
3.6.2 Viabilidade e Pureza da Cultura
A viabilidade da cultura foi verificada a partir de visualizações microscópicas
34
MATERIAL E MÉTOOOS
de lâminas preparadas a fresco onde as células foram coradas pela adição de igual
volume de uma solução 0,01 %(p/v) de azul de metileno dissolvido em citrato de
sódio 2%(p/v), enquanto a pureza foi verificada a partir de lâminas fixadas e
coradas com fucsina. As observações de viabilidade e pureza foram feitas ao início
e término das fermentações em microscópico óptico Leitz.
3.6.3 Determinação da Concentração Celular
A concentração celular para o preparo do inóculo foi determinada por
densidade óptica a 600nm, e a avaliação do crescimento celular foi determinado por
contagem de células em Câmara de Neubawer (1/400mm2 x 1/10mm).
3.6.4 Determinação da Concentração de Açúcares e Ácido Acético.
As concentrações dos açúcares glicose, xilose, arabinose e xilitol, bem como
de ácido acético foram determinadas em Cromatógrafo Líquido de Alta Eficiência
(Shimadzu - LC-10 AD), empregando-se as seguintes condições: coluna 810 RAD
Aminex HPX-87H(370 x 7,Bmm); temperatura da coluna, 45°C; detector de índice de
refração RID-6A; eluente, solução de H2S04 0,01 N; fluxo de 0,6mUmin; volume da
amostra injetada,. As amostras, após devidamente diluídas foram filtradas em filtro
SEP PAK C18 (MILIPORE) e o aluente foi filtrado a vácuo em membrana HAWP e
em seguida degaseificado em banho de ultra-som (THORTON) por 25 minutos.
3.6.5 Determinação da Concentração de Furfural e 5-Hidroximetilfurfural
As concentrações de furfural e hidroximetilfurfural nos hidrolisados foram
determinadas em Cromatógrafo Líquido de Alta Eficiência (Shimadzu-LC-1 O AD),
empregando-se as seguintes condições: coluna Hewlett-Packard RP 18 (200mm);
temperatura da coluna 25ºC; detector de ultravioleta SPD-10A UV-VIS; eluente,
35
MA lERIAL E MÉTODOS
solução de acetonitrila/água (1 :8) com 1 % de ácido acético; volume da amostra
injetada 20µL. Os hidrolisados foram devidamente diluídos e filtrados em filtros
Swennex em membrana HA em éster de celulose, 0,45µm de poro e 13mm de
diâmetro (MILIPORE). Na composição do aluente, a água bidestilada foi filtrada a
vácuo empregando-se membrana HA em éster de celulose, 0,45µm de poro,
0,47mm de diâmetro (MILIPORE) e os outros componentes como ácido acético e
acetonitrila foram, nas proporções adequadas, adicionados à água devidamente
filtrada. Em seguida o aluente foi desgaseificado em banho de ultra-som
(THORNTON) por 15 minutos e ficou em repouso por 1 O minutos antes da sua
utilização.
3.6.6 Determinação da Concentração de Fenóis
Os compostos fenólicos foram determinados utilizando o método do
FeC'3.6H20 e K3Fe[CN]6, descrito por KIM e YOO (1996) e ALMEIDA GUERRA
( 1998). Esta metodologia consiste na adição de O, 1 ml de K3Fe[CN]s 8mM seguida
da adição imediata de O, 1 ml de FeC'3.6H20 O, 1 M , dissolvido em solução de HCI
O, 1 M, em 1,Sml de amostra a qual foi transferida para uma cubeta de quartzo de
1 cm de percurso ótico. A absorbância da solução resultante foi lida após 5min a
700nm em um espectrofotômetro computadorizado BECKMAN OU 640 B e
comparada com uma curva de calibração feita usando vanilina como padrão.
3.6.7 Determinação do pH
O pH das amostras foi determinado em pH-metro Micronal modelo 8-474, o
qual executa leituras de temperatura através de uma sonda apropriada (tipo Pt100)
e tem uma faixa de trabalho que vai de -5,0 a +105°C.
36
MATERIAL E MÉTODOS
3.7 METODOLOGIA DE ANÁLISE DOS RESULTADOS
3.7.1 Clarificação do hidrolisado de bagaço de cana-de-açúcar
A clarificação do hidrolisado foi demonstrada por fotografias retiradas com
câmera digital, EPSON foto PC 650 mega pixel, de amostras retiradas após cada
tratamento.
3.7.2 Determinação das porcentagens de redução dos açúcares e compostos
tóxicos
As porcentagens de remoção dos açúcares (xilose, arabinose e glicose) e
compostos inibitórios (compostos fenólicos, ácido acético, furfural e 5-
hidroximetilfurfural) foram calculadas pela relação entre as concentrações dos
compostos tóxicos antes e depois dos tratamentos, de acordo com as seguintes
equações:
• Porcentagem de remoção de açúcar
Sendo: => % RCA porcentagem de redução da concentração do açúcar => C A concentração de açúcar antes do tratamento
AT
=> C Acrr concentração de açúcar depois do tratamento
• Porcentagem de remoção de compostos tóxicos
Sendo: => % RcT porcentagem de redução da concentração de compostos tóxicos => CcT concentração do composto tóxico antes do tratamento
AT
=> Cc-r concentração do composto tóxico depois do tratamento OT
37
MATERIAL E MÉTODOS
3. 7 .3 Determinação dos parâmetros fermentativos
• Fator de conversão de D-xilose em xilitol (YP1s)
O fator de conversão relaciona a massa de xilitol produzido por massa de
xilose consumida, em gramas, e foi calculado pela seguinte equação:
b.P YP/S =--
-b.S [g/g]
onde, Si e St correspondem às concentrações inicial e final de xilose;
Pi e P. correspondem às concentrações inicial e final de xilitol.
• Produtividade volumétrica de xilitol (Qp)
A produtividade volumétrica em xilitol relaciona a concentração de xilitol
produzida (g/L) por tempo (h), e foi calculado de acordo com a seguinte equação:
[g/L.h];
onde, Pi e Pt correspondem às concentrações inicial e final de xilitol;
ti e tt correspondem aos tempos inicial e final de fermentação.
• Eficiência de conversão tn)
Este parâmetro fermentativo é expresso em %, e representará a razão entre
Yp,s calculado experimentalmente e o rendimento teórico de 0,9179/g (BARBOSA
et. a., 1988).
38
MA lERIAL E MÉTODOS
3.7.4 Análise estatística e modelagem matemática
O delineamento experimental inicial foi um planejamento fatorial fracionário 25-2
disposto em sete blocos e sem repetição (BOX et ai., 1978, BARROS NETO et
ai., 1995) com objetivo de minimizar o número de experimentos e modular o
tratamento do hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana visando maior
produção de xilitol. Os blocos foram utilizados para submeter sete diferentes tipos
de carvão ativo pulverizado empregados sob as diferentes condições de adsorção
determinadas pelo planejamento experimental. Os fatores estudados e seus
respectivos níveis avaliados no processo de adsorção com carvão ativo no
hidrolisado, estão apresentados na Tabeia 111.2. Os sinais ( - ) e ( + ) representam
os níveis mínimos e máximo dos fatores, respectivamente. Ã codificação dos níveis
dos fatores foi estabeiecida conforme a seguinte equação:
(X-}:~) xi= ô.X
2
=> Xi valor codificado do fator => X valor real do fator
z> L X valor médio entre os níveis superior e inferior dos fatores 2
t:,.X ~ 2 valor médio da diferença entre os níveis superior e inferior
dos fatores
TABELA 111.2 Fatores e níveis estudados no planejamento fatorial 25·2
Níveis
Fatores ( - ) ( + )
Temperatura [T] 30°C 60°C
Tempo de contato [te] 30min 60min
Ãgitação [Ãj 100rpm 300rpm
pH [pH] 1,0 6,0
Concentração de carvão [CCj i,0% 10,0%
A Tabela 111.3 mostra a matriz do planejamento 2s-2 composta pelos valores
originais e codificados dos fatores avaiiados na primeira fase.
39
MATERIAL E MÉTODOS
TABELA 111.3 Matriz do planejamento fatorial fracionário 25-2 em blocos
Fatores Fatores codificados
T te A pH cc [T] [te] [A] [pH] [CC]
Ensaios 25-2 (ºC) (min) (rpm) (%) (ºC) (min) (rpm) (%)
1 7 30 60 100 1 10 - + - - + 2 6
:e 60 60 300 6 10 + + + + + 3 ~ 8 z 60 60 100 6 1 + + - + - 4 > 4 U) 10 .. 30 30 100 6 - - - + + 5
...- 2 o o 60 30 300 1 10 + - + - +
6 o 3 ....J 30 60 300 1 1 - + + - -
7 rn 5 30 30 300 6 1 - - + + - 8 1 60 30 100 1 1 + - - - - 9 2 60 30 300 1 10 + - + - + 10 4 30 30 100 6 10 - - - + + 11 <C 8 1 e 60 60 100 6 + + - + - 12 o 6
N 60 60 300 6 10 + + + + + 13 o 1 o 60 30 100 1 1 + - - - - 14
o 7 ....J
tn 30 60 100 1 10 - + - - + 15 5 30 30 300 6 1 - - + + - 16 3 30 60 300 1 1 - + + - - 17 8 60 60 100 6 1 + + - + - 18 3 1 30 60 300 1 - + + - - 19 C) 1 e 60 30 100 1 1 + - - - - 20 o 6
C"') 60 60 300 6 10 + + + + + 21 o 2 o 60 30 300 1 10 + - + - + 22 o 4 ....J
co 30 30 100 6 10 - - - + + 23 7 30 60 100 1 10 - + - - + 24 5 30 30 300 6 1 - - + + -
40
MATERIAL E MÉTODOS
TABELA 111.3 Matriz do planejamento fatorial fracionário 25-2 em blocos
Fatores Fatores codificados
T te A pH cc [T] [te] [A] [pH] [CC]
Ensaios 25-2 (ºC) (min) (rpm) (%) (ºC) (min) (rpm) (%)
25 8 60 100 1 60 6 + + - + - 26 6 60 60 300 6 10 + + + + + 27 ....... 3 - 300 - 30 60 1 1 - + + - - 28 o 7
',;t 30 60 100 1 10 - + - - + 29 o 4 o 30 30 100 6 10 - - - + + 30 o 5 ...J 300 rn 30 30 6 1 - - + + - 31 1 60 30 100 1 1 + - - - - 32 2 60 30 300 1 10 + - + - + 33 7 30 60 100 1 10 - + - - + 34 8 60 60 100 6 1 + + - + - ..J
2 35 ee - 60 30 300 1 10 + - + - + - 36 o 1 LO 60 30 100 1 1 + - - - -
37 o 5 o 30 30 300 6 1 - - + + -
38 o 4 ...J 30 30 100 6 10 - - - + + cc 39 3 30 60 300 1 1 - + + - -
40 6 60 60 300 6 10 + + + + + 41 4 30 30 100 6 10 - - - + + 42 2 60 30 300 1 10 + - + - + 43 ....... 6 "'1:1' - 60 60 300 6 10 + + + + + 44 o 8
(O 60 60 100 6 1 + + - + - 45 o 1 o 60 30 100 1 1 + - - - - 46 o 7 ...J cc 30 60 100 1 10 - + - - + 47 5 300 30 30 6 1 - - + + - 48 3 30 60 300 1 1 - + + - -
41
MATERIAL E MÉTODOS
TABELA 111.3 Matriz do planejamento fatorial fracionário 25-2 em blocos
Fatores Fatores codificados
T te A pH cc [T] [te] [A] [pH] [CC]
Ensaios 25-2 (ºC) (min) (rpm) (%) (ºC) (min) (rpm) (%)
49 2 60 30 300 1 10 + - + - + 50 w 4 .... 100 6 10
~ 30 30 - - - + +
51 o 6 60 60 300 6 10 > + + + + + 52 a:: 3 <( 30 60 300 1 1 - + + - - 53 o 7 ..
........ 30 60 100 1 10 - + - - + 54 o 1 1 1 o 60 30 100 + - - - - 55 o 5 ...J 6 Cil 30 30 300 1 - - + + - 56 8 6 1 60 60 100 + + - + -
Os resultados foram analisados estatisticamente de acordo com o
planejamento pré-estabelecido, para a seleção de apenas um dos sete tipos de
carvão ativado pulverizado. A análise dos dados foi efetuada no programa
STATGRAPHICS plus versão 4.1, considerando os níveis de significância de 5 e
10%. Os resultados foram expressos em Tabelas de Estimativas de Efeitos,
Gráficos de Probalidade Normal, Erros-Padrão, Teste t de "Student" , assim como
tabelas de análise de variância com colunas de Causa de Variação (CV), Graus de
Liberdade (GL), Soma de Quadrados (SQ), Quadrado Médio (QM) e Nível de
Significância (p).
Uma vez efetuada a análise estatística dos resultados obtidos segundo o
planejamento fatorial fracionário 25-2 em blocos, foi selecionado um tipo de carvão
ativo pulverizado e os fatores que não apresentaram efeitos significativos sobre as
respostas estudadas foram retirados da matriz, enquanto os fatores que
demonstraram efeitos significativos foram mantidos para compor um planejamento
fatorial completo 24 com três repetições no ponto central. Os fatores e níveis
utilizados nesta segunda fase estão apresentados na Tabela 111.4.
42
MATERIAL E MÉTODOS
TABELA 111.4 Fatores e níveis estudados no planejamento fatorial completo 24 com
três repetições no ponto central.
Níveis
Fatores ( - ) ( o ) ( +)
Temperatura [T] 30°C 45°C 60°C
Tempo de contato [te] 30min 45min 60min
Agitação [A] 100rpm 200rpm 300rpm
pH [pH] 1,0 3,5 6,0
A análise dos resultados obtidos no planejamento fatorial completo 24 com
repetições no ponto central serviu para novamente verificar os efeitos dos fatores e
verificar a existência de curvatura nos modelos representativos das respostas de
interesse. A Tabela 111.5 mostra a matriz do planejamento fatorial completo 24 com
três repetições no ponto central composta pelos valores originais e codificados dos
fatores avaliados na segunda fase.
·- ._,,,
43
MATERIAL E MÉTODOS
TABELA 111.5 Matriz do planejamento fatorial completo 24 completo com três pontos
centrais complementada com ensaios do planejamento fatorial
fracionário 25-2•
Fatores Fatores codificados
T te A pH [T] [te] [A] [pH] 25-2 Ensaios (ºC) (min) (rpm) (ºC) (min) (rpm)
57 60 30 300 6,0 + - + +
(10) 58 30 30 100 6,0 - - - +
59 30 30 100 1,0 - - - - (15) 60 30 30 300 6,0 - - + +
(11) 61 60 60 100 6,0 + + - +
62 60 60 300 1,0 + + + -
(16) 63 30 60 300 1,0 - + + -
64 30 30 300 1,0 - - + - 65 30 60 300 6,0 - + + +
(12) 66 60 60 300 6,0 + + + +
67 60 60 100 1,0 + + - - (09) 68 60 30 300 1,0 + - + - (13) 69 60 30 100 1,0 + - - -
70 60 30 100 6,0 + - - +
(14) 71 30 60 100 1,0 - + - -
72 30 60 100 6,0 - + - +
73 45 45 200 3,5 o o o o 74 45 45 200 3,5 o o o o 75 45 45 200 3,5 o o o o
, . ,5-2 ( ) Corresponde aos ensaios do planejamento fatorial fracionário 2
Assim, após verificação da curvatura dos modelos, foi proposto a realização
de seis ensaios adicionais na forma de face centrada, para completar a análise de 44
MATERIAL E MÉTODOS
modelagem matemática referente à segunda fase do trabalho. Esta etapa foi
representada por um planejamento fatorial completo 23, utilizando os mesmos níveis
empregados no planejamento fatorial 24. A matriz do novo planejamento incluindo
os ensaios iniciais, as três repetições no ponto central e os seis ensaios da face
centrada estão representados na Tabela 111.6
TABELA 111.6 Matriz do planejamento fatorial completo 23 com face centrada e três
repetições no ponto central.
Fatores Fatores codificados
T te pH
Ensaios (ºC) (min) X1 X2 X3
(59) e (64) 76 60 30 1,0 - - - "'" (68) e (69) 77 60 30 1,0 + - - N
ro (63) e (71) 78 30 60 1,0 + ·e: - - o - cu (62) e (67) 79 60 60 1,0 + + LL - o - 30 6,0 e: (58) e (60) 80 30 - - + Q)
E cu (57) e (70) 81 60 30 6,0 + - + º<i> e: cu (65) e (72) 82 30 60 6,0 - + + a..
(61) e (66) 83 60 60 6,0 + + +
o 84 30 45 3,5 - o o Q) <( 'O 85 60 45 3,5 + o o o o ~ ~ o 86 45 30 3,5 o o 'O 1- - z o w li o 87 45 60 3,5 o + o ºri) w o o 88 45 45 1,0 o o - a. E <(
LL o 89 45 45 6,0 o o + o (73) 90 45 45 3,5 o o o
-e- (74) 91 45 45 3,5 o o o N
(75) 92 45 45 3,5 o o o ,4 ( ) Correspondente aos ensaios do planejamento fatorial 2 com 3 pontos centrais
45
RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO HIDROLISADO HEMICELULÓSICO DE BAGAÇO DE
CANA
O bagaço de cana-de-açúcar, utilizado como matéria-prima na obtenção do
hidrolisado hemicelulósico, apresentou um teor médio de umidade de 32,20%.
4.1.1 Composição parcial do hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana
O hidrolisado ácido submetido à concentração a vácuo bem como o original
(não concentrado) foram parcialmente caracterizados quanto ao teor dos principais
açúcares e compostos tóxicos componentes. Os resultados estão apresentados na
Ta bela IV. 1 .
46
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.1 Caracterização parcial do hidrolisado hemicelulósico de bagaço de
cana-de-açúcar obtido por hidrólise ácida, anterior (original) e
posterior à concentração (FC=4).
Hidrolisado
Características original FC*=4
pH 1,91 0,92
Xilose 17,85 69,23
Açúcares (g/L) Arabinose 1,68 7,15
Glicose 0,89 3,68
Fenóis 2,20 7,88
Compostos Tóxicos Ac. Acético 3,15 6,02
(g/L) Furfural 0,063 0,021
5-HMF 0,008 0,024
* Fator de concentração
Observa-se na Tabela IV.1 que a xilose (17,85 g/L) é o açúcar predominante
seguido da arabinose (1,68 g/L) e glicose (0,89 g/L), em baixas concentrações
conforme já constatado (FELIPE et ai., 1993; ALVES et al.,1997). Além dos
açúcares, o hidrolisado apresenta também um grupo de compostos que tem sido
apontados como tóxicos às leveduras (ALVES et ai., 1998). Os compostos tóxicos
identificados neste trabalho foram os fenóis, ácido acético, furfural e 5-
hidroximetilfurfural. Dentre estes compostos, o ácido acético apresenta maior
concentração (3, 15 g/L), seguido dos compostos fenólicos (2,20 g/L) e dos
derivados de furano como o furfural (0,063 g/L) e o 5-HMF (0,008 g/L). Segundo
SILVA et ai. (1998) e LARSON et ai. (1999) a concentração dos compostos tóxicos
nos hidrolisados hemicelulósicos varia em função do tipo de material lignocelulósico
e das condições hidrolíticas empregadas para a obtenção do hidrolisado.
Observa-se ainda na Tabela IV.1 que ao concentrar-se o hidrolisado, ocorreu
uma tendência de aumento proporcional no teor dos açúcares em função do fator
47
RESULTADOS E DISCUSSÃO
de concentração. Porém, entre os compostos tóxicos esta tendência não foi
observada da mesma forma, pois os fenóis passaram de 2,20 g/L para 7,88 g/L, o
ácido acético de 3, 15 g/L para 6,02 g/L e o 5-HMF de 0,008 g/L para 0,024 g/L. Já
o furfural teve sua concentração reduzida de 0,063 g/L para 0,021 g/L. O
comportamento dos compostos fenólicos ocorreu de forma semelhante ao relatado
por PARAJÓ et ai. (1996a), os quais observaram que durante o processo de
concentração os compostos fenólicos são aumentados de forma quase
proporcional. Quanto ao ácido acético, o aumento não-proporcional da
concentração deste ocorre, segundo RODRIGUES (1999), devido ao pH baixo
(pH-1,0) contribuir para a sua volatização parcial por nestas condições este se
encontrar na forma não-dissociada. Como o processo de concentração do
hidrolisado ocorreu em pH igual a 1,91, o aumento não-proporcional pode ser
devido à volatização deste durante a concentração do hidrolisado. Verifica-se na
Tabela IV.1 a queda do pH do hidrolisado de 1,91 para 0,92 após a concentração
do hidrolisado,que está provavelmente relacionada com o aumento da concentração
dos íons H+ povenientes do H2S04 utilizado na hidrólise ácida do bagaço de cana.
Quanto ao furfural, a sua remoção pode ter sido favorecida nas condições de
temperatura (±70ºC) e pressão utilizadas neste trabalho, uma vez que segundo
PERRY (1997) as características físico-químicas deste composto, que em condições
de pressão reduzida apresenta ponto de ebulição de 54-55ºC, favorecem a sua
remoção.
4.2 TRATAMENTO DOS HIDROLISADOS CONCENTRADOS
Os hidrolisados concentrados, foram submetidos a diferentes tratamentos com
vista a avaliar a atuação de sete tipos de carvões ativos bem como a influência da
concentração de carvão, temperatura, tempo de contato, agitação e pH na adsorção
de açúcares, compostos tóxicos e clarificação do hidrolisado. De acordo com os
resultados apresentados nas Tabelas IV.2, IV.3 e IV4, verifica-se que os diferentes
tratamentos avaliados influenciaram sobre a remoção dos açúcares (xilose,
48
RESULTADOS E DISCUSSÃO
arabinose e glicose), compostos tóxicos (ácído acético, fenóis, furfural e 5-
hidroximetilfurfural) bem como sobre a clarificação do hidrolisado.
Conforme os dados apresentados nas Tabelas, a maior remoção de glicose foi
de 40,22% (Tabela IV.2), correspondendo a uma redução da concentração desta
hexose de 3,68 para 2,20 g/L. Esta redução ocorreu quando empregou-se carvão
Synth (10%) sob temperatura de 30ºC, por 60 min de contato, a 100 rpm e pH 1,0,
enquanto que para as condições de tratamento com maior temperatura (60ºC),
agitação (300 rpm) e pH 6,0 mantendo-se os mesmos valores para a concentração
de carvão e tempo de contato, não houve remoção de glicose em nenhum dos
carvões ativos empregados no estudo (Tabela IV.2).
Quanto a arabinose, a maior remoção (27,70%) ocorreu quando o carvão ativo
Carvorite foi empregado a 1 % (p/v) sob temperatura de 60ºC, por 60 min, a 100 rpm
e pH 6,0, resultando-se na redução da concentração de 7,15 para 5,17 g/L.
Enquanto que não houve remoção desta pentose para todos os carvões ativos a
1,0% (p/v) quando a temperatura foi de 30ºC, 30 min de contato, a 300 rpm e pH 6,0
, e nas condições de 30ºC, porém com tempo de 60 min de contato, a 100 rpm, pH
1 ,O e 10% (p/v) de carvão, exceto para o carvão Synth que nesta última condição
observa-se remoção de 15,25%. Exceção também ocorreu para o carvão ativo
CDG, porém à temperatura de 60°C, por 60 min de contato, a 300 rpm, em pH igual
a 6,0, pois verifica-se remoção de 12,73%, enquanto os demais não resultaram em
remoção de arabinose nestas condições (Tabela IV.2).
Com relação à xilose, verifica-se na Tabela IV.4, a maior remoção (30,43%)
com a utilização do carvão ativo COA (1 %), observando-se redução de 69,23 para
48, 16 g/L deste açúcar, quando o hidrolisado foi tratado a 45°C, por 45 min de
contato, a 100 rpm e pH 6,0. A menor remoção de xilose (5,10%) ocorreu quando
empregou-se carvão ativo C147 (10% ) a temperatura de 30ºC, por 30 min de
contato, a 100 rpm e pH 6,0 (Tabela IV.2). Embora a utilização de maior
concentração de carvão ativo no tratamento possa propiciar maior área para
adsorção de compostos (GREENBANK & SPOTTS, 1995) os dados demonstraram
que este fato não ocorreu para os açúcares, pois a glicose teve sua maior e
menor remoção empregando-se 10% (p/v) de carvão, enquanto que para a
49
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.2 Remoção(%) de.açúcares, compostos tóxicos e clarificação do hidrolisado
de bagaço após concentração e tratamento com diferentes carvões ativos
segundo um planejamento fatorial em blocos 25-2.
Açúcares Compostos Tóxicos HNT- • Ac. Ensaios Xilose Arabinose Glicose Acético Fenóis Furfural HMF* Coloração
1 26,94 15,25 40,22 57,50 97,59 55,92 100 M ~.it~
2 21,54 0,00 º·ºº 13,34 94,42 77,73 100 :e 3 t- • ~
14,66 20,84 40,22 14,67 62,31 10,20 81,48 4 "' 17,98 13,67 17,93 13,67 86,29 64,46 30,04 il4ijfg; ..
"("""
5 o 14,76 13,67 19,02 46,83 83,12 22,28 96,30 ·_:: o 6 o 24,14 27,45 23,91 23,67 61,17 40,28 76,96 ..J
7 co • 15,02 º·ºº 32,06 9,34 64,09 79,62 85,60 8
15,59 2,88 14,95 17,50 46,83 68,70 46,83 i;:!J!iwJ 9 10,86 7,55 14,67 44,50 83,25 36,97 98,35 <i\
10 13,29 15,24 21,74 26,67 86,93 64,46 30,04
11 <C • a 15,12 15,38 31,79 12,50 59,64 12,50 73,66 12 (,)
N 11,76 0,00 º·ºº 16,84 95,43 49,76 93,41 13 o o 12,52 16,64 26,90 22,33 52,92 65,89 52,92 14 o
..J 12,78 o.oo 29,62 49,67 96,32 100 97,94 co
15 13,55 º·ºº 32,88 12,34 55,58 61,13 79,01 • 16 12,52 11,61 14,40 13,00 54,95 10,90 63,70
17 5,66 4,20 37,50 11,34 55,84 10,50 77,78 • 18 12,80 11,19 15,76 13,17 53,43 24,65 72,43
19 o o 14,29 12,45 23,64 17,50 58,00 63,09 58,00 20 o
IizJJ011 C"'.) 8,65 12,73 º·ºº 11,84 95,30 66,35 99,59 21 o
•.. i ....... ·.··.·••· o 10,17 5,31 12,77 46,33 81,98 41,23 98,35 22 o • ..J 10, 11 6,85 13,59 14,33 85,02 55,93 92,59 dl 23 14,24 0,00 32,88 54,67 97,46 100 98,35 24
12,61 o.oo 30,98 8,84 58,00 78,67 76,95 • * 5-hidroximetilfurfural **Hidrolisado não tratado [4x]
50
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.2 Remoção(%) de açúcares, compostos tóxicos e clarificação do hidrolisado
de bagaço após concentração e tratamento com diferentes carvões ativos
segundo um planejamento fatorial em blocos 25-2•
Açúcares Compostos Tóxicos HNT- • Ac. Ensaios Xilose Arabinose Glicose Acético Fenóis Furfural HMF* Coloração 25
10,30 17,90 35,05 6,67 60,66 9,7 74,07 • 26 6,41 0,00 0,00 19,17 94,92 52,61 99,18 27 ..... - 14, 11 13,57 17,93 14,50 59,14 31,28 73,66 - 28 o
V 9,39 0,00 29,35 46,17 97,59 40,93 98,35 29 o IJI o 10,28 9,51 16,30 21,00 89,72 36,02 98,76 30 o • _J
12,06 0,00 31,79 10,00 51,90 72,98 87,95 co 31
12,86 8,95 21,20 14,17 49,23 68,02 49,23 ~ll;,i[i 32
10,23 3,36 10,87 39,00 84,26 55,92 98,35 33 12,71 0,00 29,89 40,67 98,60 50,71 99,18 li 34
11,03 18,60 35,60 5,84 59,01 8,5 74,89 • _J 35 CIO - 11,74 7,13 13,32 34,83 86,93 72,04 99,18 - 36 o iilii LO 12,05 10,07 21,47 13,67 58,12 67,75 58,12 37 o 11,51 0,00 29,62 6,84 60,00 77,73 89,96 • o 38 o • _J 14,14 11,33 21,47 23,17 89,94 67,30 99,18 it:lh:1'! 39
co 22,97 9,93 14,95 9,33 64,09 7,60 73,66
40 8,62 0,00 0,00 15,50 94,92 40,76 99,18 UHt/
41 5,10 3,08 10,87 16,67 89,94 69,67 99,18 l~t
42 9,62 7,97 13,86 40,00 85,79 73,94 98,76
43 ..... -.::1' 6,67 0,00 0,00 16,67 96,45 49,29 99,59 - 44 o • (O 6,60 23,92 33,15 4,34 57,61 7,00 83,54
45 o i!íf]ll o 15,28 13,99 25,54 18,67 52,18 77,62 52,18 46 o • _J
8,12 0,00 27,99 42,67 98,47 63,98 99,15 co 47
12,96 0,00 33,15 12,34 56,60 67,03 89,96 • 48 11,25 6,99 19,57 13,67 64,34 39,34 75,31 * 5-hidroximetilfurfural **Hidrolisado não tratado [4x]
51
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.2 Remoção (%) de açúcares, compostos tóxicos e clarificação do
hidrolisado de bagaço após concentração e tratamento com diferentes
carvões ativos segundo um planejamento fatorial em blocos 25-2.
Açúcares Compostos Tóxicos HNT- • Ac. Ensaios Xilose Arabinose Glicose Acético Fenóis Furfural HMF* Coloração 49
11,06 0,70 6,52 40,67 84,52 76,78 98,35 50 CI) 7,35 4,20 12,77 13,34 89,34 69,19 99,59 • - 51 ·e l~il o 8,49 0,00 0,00 14,67 94,80 81,04 99,20 e 52 c,s llfl o 13,53 4,62 17,39 13,67 60,15 29,38 80,25 53 ...... • o 7,97 0,00 29,62 49,67 98,05 66,35 99,25 54 o tiwlill o 13,91 11,33 23,10 23,67 61,17 71,64 61,93 55
....J m 12,28 100 • 0,00 29,62 9,34 57,23 79,98
56 11,70 27,70 37,50 17,50 61,29 6,50 79,83 • * 5-hidroximetilfurfural **Hidrolisado não tratado [4x]
arabinose e xilose os maiores resultados de remoções ocorreram empregando 1 % e
os menores empregando 10 % (p/v). Tal comportamento sugere que a remoção
está relacionada ao efeito combinado dos fatores avaliados neste trabalho. ALVES
(1997), também constatou que a redução no teor de xilose durante o tratamento do
hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana com carvão ativo Synth não foi
somente dependente da concentração do carvão, pois a autora verificou perdas de
4,38% e 14,3% de xilose com a utilização de 3% (p/v) de carvão ativo em diferentes
condições de tratamento.
Para os compostos tóxicos, observa-se que a maior remoção de ácido acético
foi de 57 ,50% com o carvão ativo Synth, coincidente com a condição de maior
remoção de glicose (ensaio 01). A menor remoção de ácido acético (4,34%)
ocorreu com o emprego da concentração de 1% (p/v) do carvão ativo C147,
semelhante ao ocorrido para xilose, porém a 60°C, por 60 min de contato, a 100
rpm e pH 6,0 (ensaio 44). Verifica-se ainda na Tabela IV.2 que a condição
de maior remoção de ácido acético pelo carvão Synth, foi também a
52
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.3 Remoção(%) de açúcares, compostos tóxicos e clarificação do hidrolisado
de bagaço após concentração, e tratamento com carvão ativo COA
segundo um planejamento fatorial completo 24 com três repetições no
ponto central.
Açúcares Compostos Tóxicos HNT**
Ac. • Ensaios Xilose Arabinose Glicose Acético Fenóis Furfural HMF* Coloração 57
17,81 15,66 14,67 24,5 61,35 65,58 45,58 • (58) 13,29 15,24 21,74 26,67 86,93 64,46 30,04
59 15,28 12,44 12,78 26,17 67,00 53,45 56,32 (60)
13,55 0,00 32,88 12,34 55,58 61,13 79,01 • (61) 15,12 15,38 31,79 12,50 59,64 12,50 73,66 • 62 20,50 16,50 15,50 27,50 64,72 61,23 72,36
(63) 12,52 11,61 14,40 13,00 54,95 10,90 63,70
64 22,80 20,98 19,84 32,34 80,36 77,23 85,63 ljJíi 65 19,72 15,38 14,13 25,34 60,26 62,65 69,14 • (66)
11,76 0,00 0,00 16,84 95,43 49,76 93,41 67
21,44 20,00 19,29 31,67 78,42 73,45 73,69 (68)
10,86 7,55 14,67 44,50 83,25 36,97 98,35 p;p (69)
12,52 16,64 26,90 22,33 52,92 65,89 52,92 70 18,72 16,78 15,76 25,34 65,16 63,64 58,61 • (71)
12,78 0,00 29,62 49,67 96,32 100 97,94 72
16,00 15,52 11,14 23,67 59,24 67,36 57,68 • 73 11,86 11,33 9,81 25,17 64,25 66,89 73,56 74
12,57 9,93 9,24 22,34 63,48 62,65 75,47 ~)ili~ 75 10,31 11,61 11,15 25,34 63,10 67,73 76,18
*5-hidroximetilfurfural **Hidrolisado não tratado [4x] ( ) ensaios provenientes do planejamento 25-2
53
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.4 Remoção(%) de açúcares, compostos tóxicos e clarificação do hidrolisado
de bagaço após concentração, e tratamento com carvão ativo COA
segundo os ensaios de face centrada para a composição do modelo do
planejamento fatorial completo 23 com três repetições no ponto central.
Açúcares Compostos Tóxicos HNT**
Ac. • Ensaios Xilose Arabinose Glicose Acético Fenóis Furfural HMF* Coloração 84
17,92 16,08 21,74 32,50 80,82 58,63 84,52 1ii1iiJ}l 85
16,94 18,59 18,25 42,34 70,46 69,87 87,88 tiri;i:~ 86
19, 11 15,38 22,83 33,00 62,28 68,31 78,77 87
14,31 9,51 20,65 28,67 60,74 61,63 80,25 88
20,03 14,54 23,37 29,83 57,95 54,55 76,56 • 89 30,43 25,75 21,40 39,84 75,36 63,56 87,61 !t:!lfjj
* 5-hidroximetilfurfural **Hidrolisado não tratado [4x]
condição de máxima remoção para os carvões CDA (49,67%), CDG (54,67%),
C118L (40,67%), C147 (42,67%) e Carvorite (49,67%) (Tabela IV.2).
Esses resultados evidenciam que a remoção de ácido acético foi favorecida
quando a adsorção ocorreu em hidrolisado com pH 1,0 a 30°C, empegando-se10%
de carvões ativos com área superficial mínima de 700m2/g (Tabela 111.1). GINORIS
(2001) em recentes estudos com hidrolisado hemicelulósico de eucalipto, observou
que a máxima remoção de ácido acético (23,20%), ocorreu à temperatura de 30ºC,
pH 1,20 e maior concentração de carvão Synth (5%). Segundo GINORIS (2001)
uma possivel explicação para este fato seria o aumento da solubilidade do ácido
acético sob forma molecular em pH 1,0 a 30°C, aliado com a área superficial
disponível nestas condições, pois segundo esta autora sendo este pH menor que o
seu pKa (4,76) ocorre o deslocamento do equilíbrio iônico para a forma molecular
devido o aumento da concentração de íons H+ (efeito íon comum), favorecendo a
atuação das forças de London (adsorção) sobre este ácido.
Os fenóis tiveram sua máxima remoção (98,60%) com o emprego do carvão
ativo C118L a 10% (p/v) na condição de 30ºC, por 60 min de contato, a 100 rpm, e
54
RESULTADOS E DISCUSSÃO
pH 1,0 (ensaio 33). Esta condição foi a mesma na qual foi alcançado as maiores
remoções de glicose e ácido acético pelo o carvão ativo Synth, e a condição de
maior remoção de fenóis para os demais carvões (ensaios 1, 14, 23, 28, 46 e 53).
Na segunda fase, o carvão ativo CDA (1%) proporcionou maior remoção de fenóis a
30ºC em pH 1,0 e 3,5 (ensaios 64 e 84), o que sugere o favorecimento da remoção
destes compostos tóxicos quando a adsorção é realizada em pH menor que 6,0 a
30ºC sem a necessidade de utilização de elevada concentração de carvão (10%).
Em trabalhos anteriores MARTON et ar (2000) obtiveram uma remoção quase
completa de fenóis (97%), ao tratarem o hidrolisado de bagaço de cana pela
combinação de alteração de pH e adsorção em 2,4% (p/v) de carvão Synth,
realizada a 30°C, por 1hora, em hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana
com pH ajustado para 5,5.
Os tratamentos também contribuíram para remoção dos compostos tóxicos
derivados de furano (furfural e 5-hidroximetilfurfural), sendo que as maiores
remoções ocorreram em condições de adsorção iguais mas com carvões ativos
diferentes. O furfural foi totalmente removido na condição de máxima remoção de
fenóis e ácido acético, todavia esta ocorreu somente para os carvões ativos COA e
CDG (ensaios 14 e 23). O carvão ativo Carvorite na concentração de 1 % (p/v)
também permitiu a total remoção de furfural, porém a 30°C, por 30 min, 300 rpm, e
pH 6,0, enquanto que nestas condições os carvões ativos COA e CDG
proporcionaram 61, 13 e 78,67%, respectivamente, de remoção de furfural. Assim,
verifica-se que a remoção deste composto tóxico foi influenciada pelos diferentes
típes de carvões sob as diferentes condições de adsorção, sendo que na segunda
fase a qual utilizou-se apenas o carvão CDA (1% p/v), a remoção de furfural teve
seus maiores valores (77,23% e 73,45%) para diferentes condições de temperatura,
tempo de contato e agitação, porém com mesmo pH (1,0) (ensaios 64 e 67). Tal
comportamento indica que os fatores estudados influenciaram na remoção de
furfural, porém esta influência ocorreu de forma diferenciada entre os tipos de
carvões ativos empregados.
No caso do 5-hidroxirnetilfurfural a total remoção ocorreu também com o
carvão ativo Synth em duas condições de adsorção. A primeira condição é a
55
RESULTADOS E DISCUSSÃO
mesma onde destacou-se a máxima remoção de glicose, ácido acético, fenóis e
furfural (ensaio 01) e a segunda (ensaio 02) determinada pela temperatura de 60°C,
por 60 min de contato, a 300 rpm, pH 6,0 e concentração de carvão ativo de 10%
(p/v). Na segunda fase com CDA (1%), as remoções de HMF nos ensaios de face
centrada a 100 rpm foram maiores que 76% (Tabela IV.4), com variação de apenas
11,32% entre a menor (76,56%) e a maior (87,88%), enquanto que a menor
remoção (30,04%, ensaio 58) ocorreu na primeira fase do trabalho à temperatura de
30ºC, por 30 min, a 100 rpm e pH 6,0. Estas observações podem indicar que as
diferentes propriedades físico-químicas, dos carvões avaliados, pouco influenciaram
na total remoção de HMF, e que para o carvão CDA, a menor remoção ocorreu
pela combinação dos menores valores de temperatura, tempo de contato e agitação
com o maior valor de pH.
Nas Tabelas IV.2, IV.3 e IV.4, também estão apresentados os efeitos dos
diferentes tratamentos do hidrolisado de bagaço na sua clarificação, o qual
apresentava anterior ao tratamento a coloração marron [ • ]. Observa-se que a
máxima clarificação ocorreu a 60ºC, por 30 min de contato, a 300 rpm, em pH igual
a 1,0 com 10% de carvão ativo, independente do tipo, onde os hidrolisados
passaram a apresentar aspecto transparente como água [ ( ensaios 5,
9,21,32,35,42 e 49). Nota-se ainda que esta condição de máxima clarificação é
também responsável por índices de remoções de furfural, ácido acétido, fenóis e
HMF maiores que 22, 34, 81 e 96%, respectivamente. RODRIGUES (1999) também
observou que a utilização de carvão ativo, além de remover compostos tóxicos,
auxiliou na clarificação do hidrolisado de bagaço de cana, sendo a máxima
clarificação obtida em menor nível de temperatura de concentração (43ºC) e pH
(0,92), fato que segundo este mesmo autor, poderá ser importante para futuras
etapas de separação do xilitol do meio fermentado e purificação. No caso da
purificação e cristalização de xilose a máxima clarificação é importante, pois
segundo PINJAINEN et ai. (1999) para purificação desta pentase obtida de
hidrolisados é necessário, como uma das etapas do processo, a utilização da etapa
de descoloração da solução para posterior concentração e cristalização.
56
RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.3 FERMENTAÇÕES DOS HIDROLISADOS TRATADOS
As fermentações foram conduzidas em meios preparados com hidrolisado
hemicelulósico de bagaço tratado sob as condições mencionadas no item 3.2.
Segundo os resultados apresentados nas Tabelas IV.5, IV.6 e IV.7, todos os
experimentos revelaram influência dos tratamentos no consumo de açúcares, ácido
acético, formação de xilitol e crescimento celular.
De acordo com os dados apresentados, nota-se para o consumo de xilose uma
variação de 43% entre o menor (53,28%) e o maior (96,58%) consumo relacionado
aos ensaios 01 e 08, respectivamente. Ambos tratamentos ocorreram com o
carvão Synth, sendo que o menor consumo foi obtido para o tratamento em que a
concentração de carvão foi de 1% (p/v), a 60°C, por 30 min, a 100 rpm e pH 1,0,
enquanto o maior foi obtido com a mesma concentração de carvão, porém a 30ºC,
por 60 min, a 100 rpm e pH 1,0.
O tipo e a condição de adsorção em carvão também influenciou na assimilação
de ácido acético pela levedura C. guillíermondii, observando-se para os resultados
do planejamento 25-2 (Tabela IV.5) a maior diferença no consumo deste ácido
(78,68%) ocorrida entre o ensaio 55 (29,32%) e os ensaios 1, 14 e 23, nos quais o
consumo foi total. Estes resultados demonstram a influência das condições de
tratamento sobre o consumo de ácido acético, pois os maiores consumos obtidos
com os hidrolisados tratados pelos carvões C117 (86,24%), C118L (72,90%), C147
(81,98%) e Carvorite (85, 13%) foram alcançados quando o tratamento realizou-se a
30ºC, por 60 min de contato, a 100 rpm, pH 1,0 e com 10% (p/v) de carvão,
condição na qual os tratamentos com os carvões Synth, CDA e CDG propiciaram
um consumo total deste ácido. É importante relatar que a condição de tratamento a
qual permitiu total consumo de ácido na fermentação (ensaios 01, 14 e 23) é a
mesma em que se obteve maior remoção de ácido acético após tratamento, e
também a condição de menor consumo de ácido coincidiu com a de menor remoção
deste ácido do hidrolisado (ensaio 55). Nos ensaios complementares dos
planejamentos 24 (Tabela IV.6) e 23 (Tabela IV.7) o menor (51,62%) e o maior
57
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.5 Consumo de açúcares e ácido acético (%), formação de xilitol (g/L) e de células
(cels/ml), Qp, YP,s, e pH final após 64hs de fermentação com C. guilliermondii em
hidrolisado de bagaço tratado com diferentes carvões ativos segundo um
planejamento fatorial em blocos 2s-2.
Ác. Células Ensaios Xilose Arabinose Acético Xilitol Qp Yp1s x108 pH 1
96,58 35,42 100,00 23,81 0,372 0,49 1,50 5,00 - 2 90,57 35,52 53,89 27,47 0,429 0,57 1,35 6,16 - :r 3 .... z 89,23 18,63 47,19 24,54 0,383 0,55 2,13 5,53 - ti; 4 85,60 13,04 57,81 26,63 0,416 0,61 1,98 5,75 ..
5 ~ o 72,91 0,00 68,32 27,87 0,435 0,72 1,38 4,91 - o 6 o 82,02 6,74 45,76 22,30 0,348 0,55 1,58 5,53 .....J - co 7
83,32 30,29 47,28 29,95 0,468 0,68 1,95 5,67 - 8 53,28 2,71 39,22 24,65 0,385 0,87 1, 15 5,22
9 74,67 0,00 69,08 31,74 0,496 0,78 1,38 4,91 - 10 85,60 0,00 43,80 28,09 0,439 0,62 1,50 5,67 - 11 ~ 85,37 22,87 48,94 22,46 0,351 0,52 1,58 5,47 - o 12
N 84,61 35,47 54,08 25,66 0,401 0,50 1,94 5,66 - o 13 o 82,16 0,65 51,89 34,82 0,544 0,77 1,65 5,55 - o 14 .....J 76,30 22,34 100,00 21,38 0,334 0,58 1,20 5, 16 co - 15 77,52 31,76 46,10 27,20 0,425 0,66 1,58 5,66 - 16 63,27 10,23 51,21 18,69 0,292 0,58 1,15 5,70
17 76,56 19,94 42,86 23,36 0,365 0,54 2,05 5,50 - 18 57,33 4,29 42,53 19,91 0,311 0,70 1,35 5,49
19 e o 80,46 6,16 51,30 30,96 0,484 0,69 2,10 5,57 20 o
(") 83,34 31,91 43,00 27,80 0,434 0,59 2,23 574 21 o o 68,70 5,04 66,77 31,44 0,491 0,84 0,95 5,10
22 o .....J 78,95 0,00 42,43 26,36 0,412 0,59 1, 10 5,51 co - 23
91,28 24,38 100,00 28,80 0,450 0,53 1,25 4,98 - 24 79,73 26,51 42,56 28,53 0,446 0,64 1,48 5,75
58
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.5 Consumo de açúcares e ácido acético (%), formação de xilitol (g/L) e de células
(cels/ml), Qp, YP,s, e pH final após 64hs de fermentação com C. guillierrnondii em
hidrolisado de bagaço tratado com diferentes carvões ativos segundo um
planejamento fatorial em blocos 2s-2.
Ac. Células Ensaios Xilose Arabinose Acético Xilitol Qp YP/S x108 pH 25
80,55 20,74 44,21 23,63 0,369 0,53 0,83 5,46 - 26 81, 18 29,26 48,84 27,45 0,429 0,58 2,10 5,66 - 27 ,..... - 71,94 12,95 48,00 21,47 0,318 0,55 1,60 5,53 - - (.) 28
V 80,74 26,52 86,24 24,16 0,378 0,48 1,01 5,29 - 29 o o 79,15 0,00 43,93 27,02 0,422 0,62 1,08 5,45 - o 30 ....1 64,54 11,93 34,86 28,27 0,442 0,78 1,83 5,91 - co 31
78,90 3,81 51,74 32,55 0,509 0,74 1,48 5,56 - 32 67,01 0,00 73,46 30,70 0,480 0,85 1,05 5,36
33 81,36 24,45 72,90 24,58 0,384 0,50 1,23 5,39 - 34 79,83 24,56 44,17 23,46 0,366 0,52 0,85 5,48 - ..J 35 00 - 74,22 0,00 62,77 31,47 0,492 0,76 1,85 5,56 - - 36 o
- LO 84,90 8,64 53,58 34,53 0,540 0,73 1,45 5,66 37 o 75,77 15,78 38,75 33,32 0,521 0,76 1,28 6,00 - o 38 o
....1 87,22 0,00 45,50 28,35 0,443 0,64 1,75 5,54 - co 39 68,99 9,64 44,20 22,23 0,347 0,65 2,88 5,51 - 40 76,96 28,23 44,78 24,68 0,386 0,55 1,20 5,41
41 83,70 0,00 32,37 28,64 0,448 0,61 1,83 5,56 - 42 72,59 5,73 67,55 33,81 0,528 0,83 1,50 5,50 - 43 ~ 81,70 22,96 48,71 27,97 0,437 0,56 1,88 5,53 - - o 44
CD 79,38 24,56 47,88 22,51 0,352 0,50 1,08 5,45 45 o o 81,28 2,93 49,26 35,55 0,555 0,81 0,93 5,66 46 o
....1 88,81 24,45 81,98 26,46 0,413 0,47 1, 10 5,49 - co 47
75,06 20,84 33,96 31,66 0,495 0,76 2,15 5,75 - 48 74,66 0,19 37,56 17,77 0,278 0,46 2,43 5,53
59
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.5 Consumo de açúcares e ácido acético(%), formação de xilitol (g/L) e de células
(cels/mL), Qp, Yp,s, e pH final após 64hs de fermentação com C. guilliermondii em
hidrolisado de bagaço tratado com diferentes carvões ativos segundo um
planejamento fatorial em blocos 25-2.
Ác. Células Ensaios Xilose Arabinose Acético Xilitol Qp YP,s x108 pH 49
~ 82,16 2,17 65,96 35,08 0,548 0,77 1,45 5,34 -
50 77,65 0,00 29,75 27,10 0,423 0,60 2,38 5,53 - s 51 ·e 89,95 33,77 44,05 29,47 0,460 0,56 1, 13 5,77 - o
52 ~ C'G 65,56 5,12 48,70 20,33 0,318 0,55 2,00 5,45 - o
53 ....... 89,11 26,33 85,13 28,77 0,450 0,51 0,96 5,40 - o 54 o 83,61 4,37 50,00 32,10 0,502 0,73 1,78 5,65 - o 55 ....J
CD 78,60 12, 11 29,32 33,52 0,524 0,74 1,58 5,82 - 56
79,92 21,12 42,60 22,98 0,359 0,53 0,80 5,47
(67,93%) consumo foram observados para os ensaios 86 e 64, respectivamente,
correspondendo a uma variação de 16,31%.
A assimilação de ácido acético por C. guil/iermondii já foi constatada em
fermentações em meio semi-sintético (FELIPE et ai., 1995) e em hidrolisado de
bagaço de cana (FELIPE et al.,1996a, FELIPE et ai., 1996b, ALVES, 1997).
ALVES (1997) avaliando o tratamento do hidrolisado de bagaço de cana através da
alteração de pH com diferentes ácidos e álcalis combinada com adsorção em
carvão ativo, também observou influência dos tratamentos sobre o consumo de
ácido acético que variou de 40,9 a 57%, para uma concentração inicial de ácido de
6,9 g/L.
Para o crescimento celular, não há evidências de que os tratamentos que
favoreceram o consumo de açúcares influenciaram da mesma forma na formação de
células (Tabelas IV.5, IV.6 e IV.7). A maior concentração celular (2,88x108 cels/mL)
foi alcançada no tratamento com 1% (p/v) de carvão C118L (ensaio 39) a 30ºC, por
60 min, a 300 rpm, pH 1,0, já a menor (0,80x108 cels/mL) obteve-se com o carvão
Carvorite (1%) a 60°C, por 60 min, a 100 rpm e pH 6,0 (ensaio 56). A viabilidade
60
RESULTADOS E DISCUSSÃO
celular foi maior que 90% para todas as condições de tratamento avaliadas (dados
não apresentados). Segundo RODRIGUES et ai. (1996), nas fermentações do
hidrolisado hemicelulósico de eucalipto e ALVES (1997) nas de hidrolisado de
bagaço de cana, ambas realizadas com C. guíl/íermondii, não foi constatada a
influência da utilização do carvão no tratamento dos hidrolisados sobre o
crescimento celular.
Em relação aos parâmetros fermentativos (Tabelas IV.5, IV.6 e IV.7),
observou-se que os maiores valores de conversão de D-xilose em xilitol (Y Pis) e de
produtividade volumétrica em xilitol (Qp), ocorreram para mesma condição de
tratamento, mas com carvões ativos diferentes. O maior YP,s (0,87 g xilitol/ g xilose)
correspondente à maior eficiência de bioconversão (TJ=94,87%), foi obtido com o
carvão Synth (1%) a 60ºC, por 30 min, 100 rpm e pH 1,0, condição em que obteve-
se 17,50% de remoção de ácido acético, 46,83% de fenóis, 68,70% de furfural e
46,83% de HMF. Enquanto que a maior formação de xilitol (35,55 g/L)
correspondente a maior produtividade (0,555 g/L.h), ocorreu para o carvão C147 em
condição que obteve-se 18,67% de remoção de ácido acético, 52, 18% de fenóis,
77,62% de furfural e 52,18% de HMF. O fato dos dados de maior YP,s,TJ e Qp não
ocorrerem para as condições de maiores remoções de componentes tóxicos, sugere
que não há uma correlação entre a condição de tratamento que propicie maior
remoção de compostos tóxicos e os máximos valores dos parâmetros fermentativos
obtidos. Segundo VIRGÍNIO DA SILVA (2001) o efeito tóxico do ácido acético
parece ser potencializado pela presença dos compostos tóxicos furfural, HMF e
fenóis, presentes no hidrolisado de bagaço de cana, uma vez que a maior formação
de xilitol foi obtida com a utilização de meio simulando a composição do hidrolisado,
contendo apenas o ácido acético como agente tóxico.
Observou-se ainda ao final das fermentações o consumo total de glicose para
todos os ensaios realizados (dados não apresentados). Este fato também foi
constatado nas fermentações dos hidrolisados de bagaço de cana-de-açúcar
(ALVES et ai., 1998; RODRIGUES, 1999), de palha de arroz (ROBERTO et
a/.,1994) e de eucalipto (FELIPE et ai., 1996a}, utilizando a levedura
C.guillíermondii.
61
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.6 Consumo de açúcares e ácido acético (%), formação de xilitol (g/L), Qp, Yp,s,
concentração célular (cels/ml) e pH final após 64hs de fermentação por C.
guilliermondii do hidrolisado de bagaço tratado com carvão ativo COA segundo um
planejamento fatorial completo 24 com três repetições no ponto central.
Ác. Células Ensaios Xilose Arabinose Acético Xilitol Qp Vp,s x108 pH
57 83,22 9,14 55,12 25,21 0,394 0,59 2,30 5,50 (58) 75,53 0,00 69,08 28,10 0,439 0,62 1,38 4,91 59 79,12 12,93 63,22 23,94 0,374 0,56 2,30 5,44
(60) 77,52 31,76 46,10 27,20 0,425 0,66 1,58 5,66
(61) 85,37 22,87 48,94 22,46 0,351 0,52 1,58 5,47
62 89,78 12,64 62,04 27,39 0,428 0,59 1,78 5,56 (63)
64,88 10,23 51,21 18,69 0,292 0,58 1, 15 5,70 64 86,10 8,46 67,93 24,19 0,378 0,58 2,58 5,41 65 87,30 10,94 57,40 27,44 0,429 0,61 2,38 5,52
(66) 83,88 35,47 54,08 25,66 0,401 0,50 1,94 5,66
67 74,40 0,00 65,10 24,83 0,388 0,58 1,93 5,01
(68) 75,53 0,00 69,08 31,74 0,496 0,78 1,38 4,91
(69) 82,16 0,65 51,89 34,82 0,544 0,77 1,65 5,55
70 89,74 13,12 60,46 28,16 0,440 0,58 1,25 5,57 (71)
79,00 22,34 100,00 21,38 0,334 0,58 1,20 5,16 72 85,34 12,63 56,00 25,15 0,393 0,57 2,35 5,54 73 83,50 9,83 58,78 27,35 0,427 0,59 2,00 5,50 74 81,53 11,23 56,40 26,63 0,416 0,61 2,55 5,51 75
85,33 11,30 58,61 28,22 0,441 0,59 2,23 5,51 1a-..: ( ) ensaios provenientes do planejamento 2
62
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O açúcar arabinose, também presente no hidrolisado em baixas
concentrações, foi parcialmente consumido na maioria dos experimentos realizados
(Tabela IV.5, IV.6 e IV.7). Os resultados mostram que o maior consumo desta
pentose, na primeira fase, foi de 35,52% (Tabela IV.5), que correspondeu a uma
redução na concentração de 2,27 gil. Este maior consumo ocorreu quando
empregou-se o carvão Synth (10%) a 60°C, por 60 min, a 300 rpm e pH 6,0,
enquanto na segunda fase, o consumo de arabinose com o carvão CDA (1%) não
ultrapassou 21,95% (ensaio 84) sendo observado quando o tratamento do
hidrolisado foi realizado nas condições de 30ºC, por 45 min, a 100 rpm e pH 3,5.
Na primeira fase, a não assimilação de arabinose pela levedura ocorreu em duas
diferentes condições de adsorção, sendo que estas duas ocorreram apenas para
os tratamentos com os carvões COA (ensaios 9 e 10), C117 ( ensaios 29 e 32) e
C118L (ensaios 35 e 38), e na segunda fase com o carvão CDA apenas no ensaio
67. Segundo MEYRIAL et ai. (1991) a assimilação de arabinose pela levedura C.
guilliermondii, pode estar relacionada à sua conversão em arabitol.
TABELA IV.7 Consumo de açúcares e ácido acético(%), formação de xilitol (g/L), Qp, YP,s,
concentração célular (cels/ml) e pH final após 64hs de fermentação por C.
guilliermondii do hidrolisado de bagaço tratado com carvão ativo CDA
segundo os ensaios de face centrada para a composição do modelo do
planejamento fatorial completo 23 com três repetições no ponto central.
Ac. Células Ensaios Xilose Arabinose Acético Xilitol Qp YP/S x108 pH
84 93,62 21,95 59,42 27,05 0,423 0,65 2,28 5,83
85 82,17 2,62 59,23 31,65 0,494 0,76 2,63 5,76
86 76,79 13,27 51,62 29,27 0,457 0,65 1,60 5,81
87 78,00 16,70 65,73 30,47 0,476 0,69 2,03 5,76
88 85,64 12,93 65,86 24,18 0,378 0,57 2,80 5,71
89 79,23 5,65 55,46 23,27 0,364 0,55 2,00 5,67
63
RESULTADOS E DISCUSSÃO
VIRGÍNIO DA SILVA (2001) também verificaram a capacidade desta levedura em
assimilar esta pentase durante fermentação do hidrolisado hemicelulósico de
bagaço de cana-de-açúcar.
Os valores de pH das fermentações foram variáveis (Tabelas IV.5, IV.6 e IV.7),
porém não foi encontrado nenhuma correlação entre estes valores e os tratamentos
utilizados.
4.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA E MODELAGEM MATEMÁTICA
4.4.1 Análise estatística dos blocos do planejamento fatorial fracionário 25-2
A fim de se avaliar a eficácia de cada tipo de carvão ativo sobre o tratamento
do hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana, para a formação de xilitol, foi
realizado um planejamento fatorial 25-2 em sete blocos tendo-se como resposta o
parâmetros fermentativo produtividade volumétrica de xilitol (Qp). Este parâmetro foi
escolhido devido à ocorrência em pesquisas, que utilizam-se de hidrolisados
hemicelulósicos com fonte de D-xilose para obtenção de xilitol, de baixos valores de
produtividade.
Na Tabela IV.8, encontra-se a análise de variância (ANOVA) One-Way
utilizada para verificar se existe efeito significativo entre os blocos que representa
os tipos de carvões ativos pulverizados. Como não houve efeito significativo entre
os blocos (p>0,05), e não havendo efeito significativo entre os tipos de carvões
ativos empregados, o critério para escolha do carvão foi o custo por quilo de carvão
(R$/kg). Porém, para este critério haviam dois tipos de carvões ativos com o mesmo
custo (R$/kg 1,80), COA e C117. Dessa forma, estes dois tipos foram novamente
submetidos à análise estatística em bloco com o seus respectivos planejamentos
fatoriais fracionários 25-2, neste caso, composta apenas por dois blocos, o bloco
referente ao carvão ativo COA, produzido e comercializado pela Brasilac Indústrias
Químicas Ltda, e o bloco referente ao carvão ativo C117, produzido e
comercializado pelas Indústrias Químicas Carbomafra S.A.
64
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.8 Análise de variãncia (ANOVA) One-Way dos blocos para a
produtividade volumétrica de xilitol (Qp) por C. guilliermondii
cultivada em hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana-de-
açúcar.
Soma dos Graus de Quadrado Valor de Valor de
F ante de Variação Quadrados Liberdade Médio F p
Entre os blocos 0,01145 6 0,00191 0,376 0,8905
Dentro dos blocos 0,24842 49 0,00507
Total 0,25987 55
Para avaliar a significância dos blocos e dos fatores estudados no
planejamento, é necessário realizar o cálculo do erro experimental, baseado nas
repetições de experimentos. Como neste caso utilizou-se de um planejamento
fatorial fracionário sem repetição, não foi possível realizar tais cálculos, uma vez
que há carência de graus de liberdade. Assim, nestas condições, o erro pode ser
estimado considerando as interações maiores que as de segunda ordem, cujos
efeitos geralmente não são significativos ou possuem valores muito próximos ao
erro experimental.
Empregando-se, o teste de "Student" para verificação dos blocos, pôde-se
verificar se havia significância entre os dois blocos, além de fazer uma triagem
inicial dos fatores e interações que foram significativos a um nível de 90% de
confiança. Na tabela IV.9, encontram-se as estimativas dos efeitos, erros-padrão e
teste t de "Student" para produtividade volumétrica de xilitol por C.guilliermondii
seguindo um planejamento fatorial fracionário 25-2 formado pelos blocos do COA e
C117.
Essa análise indica que os fatores temperatura [T], tempo de contato [te],
agitação[A] e [pH] exercem efeito significativo sobre a produtividade volumétrica de
xilitol, pois apresentaram valores de ! maiores que o valor de ! tabelado
(t10•1.=1,753) para um nível de 90% de confiança. Enquanto que o parâmetro
concentração de carvão [CC] não apresentou efeito significativo ao nível de 90%,
devido t1cq ser menor que o t10%.
65
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.9 Estimativa dos efeitos , erros-padrão, teste t de "Student" para a
produtividade volumétrica de xilitol por C.guilliermondii seguindo um
planejamento fatorial fracionário 25-2 em dois blocos, referentes ao
COA e C117.
Fatores e interações Estimativas Erros-padrão t
Média 0,6338 ±0,0126 50,3016
[ T] 0,0500 ±0,0252 1 ,9841**
[te] -0, 1875 ±0,0252 -7,4405**
[A] 0,0525 ±0,0252 2,0834**
[ pH] -0,0650 ±0,0252 -2,5794**
[CC] -0,0150 ±0,0252 -0,5952
[ te ][ A ]+[ pH ][ CC ] -0,0275 ±0,0252 1,0913
[ te ][ CC ]+[ A ][ pH ] 0,0050 ±0,0252 O, 1984
Bloco 0,0150 ±0,0252 0,5952
** Significativo ao nível de 90% de confiança. (t10010=1 ,753)
Em relação à interação entre os blocos, a análise indica, como esperado em
função da primeira avaliação dos blocos, que não há efeito significativo entre os
blocos representados pelos carvões ativos COA e C 117. Sendo assim, a escolha
do carvão ativo foi em função da propriedade física área superficial, a qual é
definida como a área superficial total do carvão ativado e, segundo CARBOMAFRA
(s.d.) e BRASILAC (s.d.), é a propriedade que mais influência o processo de
adsorção de moléculas fluídas. Como o carvão ativo COA apresenta, segundo sua
especificicação técnica uma área mínima de 800m2/g e o C117 apresenta uma área
mínima de 700m2/g, também segundo à especificação técnica fornecida pelo
fabricante, o carvão ativo COA da Brasilac, por apresentar maior área mínima, foi
escolhido para ser empregado nos próximos experimentos. Como a concentração
de carvão não apresentou efeito significativo, decidiu-se fixar a este parâmetro no
nível mínimo correspondente a 1 % (p/v).
66
RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.4.2 Análise estatística e modelagem matemática dos parâmetros
fermentativos
Com o objetivo de se verificar a influência dos fatores estudados no tratamento
do hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana sobre a bioconversão de 0-xilose
em xilitol e determinar as condições que permitam obter a máxima produtividade
volumétrica de xilitol (Qp) e o máximo fator de conversão de 0-xilose em xilitol
(YP,s), os dados foram processados estatisticamente. Em função da eliminação do
parâmetro concentração de carvão [CC], nesta fase foram realizados ensaios
complementares ao planejamento fatorial fracionário 2s-2 ,referente ao bloco do
carvão ativo COA, para a obtenção de um planejamento fatorial completo 24 com
três repetições nas condições referentes ao ponto central do planejamento (Tabela
IV.4).
A fim de verificar a influência dos fatores presentes no planejamento fatorial
fracionário 24 nas respostas Qp e Y Pis, empregou-se o gráfico de probabiliade
normal, que constitui uma técnica alternativa para distinguir os efeitos que diferem
do erro experimental (BOX et ai., 1988; BARROS NETO et ai., 1995). Esta técnica
baseia-se em associar o valor de cada efeito a um valor de probabilidade
acumulada, seguindo uma distribuição normal. Dessa forma, os pontos que se
ajustam a esta reta, denominada normal, em torno de 50% da probabilidade
acumulada e em torno de zero para o efeito padronizado, representam efeitos não
significativos, enquanto que os pontos que se afastam, devem ser interpretados
como efeitos realmente significativos. Nas Figuras 4.1 e 4.2 são visualizados os
gráficos de probabilidade normal referentes à produtividade em xilitol e ao fator de
conversão de D-xilose em xilitol, respectivamente. Nota-se para a Figura 4.1, que
três pontos apresentam-se distantes da reta, representando o efeito principal do
fator tempo de contato ( [te]), e as interações ocorridas entre os fatores temperatura
e tempo de contato ( [T][tc]) e entre os fatores temperatura e pH ( [T][pH] ). Já na
Figura 4.2, observa-se a existência de quatro pontos distantes da reta. Estes
pontos representam os efeitos principais dos fatores temperatura ( [T] ) e tempo de
contato ([te]), e também como na Figura 4.1, as interações ocorridas entre os
67
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.10 Matriz para produtividade volumétrica em xilitol (Or) e fator de
converssão de D-xilose em xilitol (Y r,s) por C. guilliermondii,
apresentando os níveis naturais e codificados do planejamento
fatorial 24 e 3 repetições no ponto central.
Fatores Fatores codificados Respostas
T te A pH [T] [te] [A] [pH] Qp Yr,s
2s-2* Ensaios (ºC) (min) (rpm) (ºC) (min) (rpm) (g/L.h) (g/g)
57 60 30 300 6,0 + - + + 0,394 0,59
(1 O) 58 30 30 100 6,0 - - - + 0,439 0,62
59 30 30 100 1,0 - - - - 0,374 0,56
(15) 60 30 30 300 6,0 - - + + 0,425 0,66
(11) 61 60 60 100 6,0 + + - + 0,351 0,52
62 60 60 300 1,0 + + + - 0,428 0,59
(16) 63 30 60 300 1,0 - + + - 0,292 0,58
64 30 30 300 1,0 - - + - 0,378 0,58
65 30 60 300 6,0 - + + + 0,429 0,61
(12) 66 60 60 300 6,0 + + + + 0,401 0,50
67 60 60 100 1,0 + + - - 0,388 0,58
(09) 68 60 30 300 1,0 + - + - 0,496 0,78
(13) 69 60 30 100 1,0 + - - - 0,544 0,77
70 60 30 100 6,0 + - - + 0,440 0,58
(14) 71 30 60 100 1,0 - + - - 0,334 0,58
72 30 60 100 6,0 - + - + 0,393 0,57
73 45 45 200 3,5 o o o o 0,427 0,59
74 45 45 200 3,5 o o o o 0,416 0,61
75 45 45 200 3,5 o o o o 0,441 0,59 , . .o-z * Corresponde aos ensaios do planejamento fatorial fracionário 2
68
RESULTADOS E DISCUSSÃO
fatores temperatura e tempo de contato ( [T][tc]) e entre os fatores temperatura e
pH ( [T][pH] ). Na Figura 4.1 e 4.2, os pontos referentes ao efeito principal
agitação ( [A] ) bem como suas interações com os demais fatores estam sobre a reta
de probabilidade normal, o que indica que este fator e suas interações não
influenciam significativamente a produtividade volumétrica em xilitol e nem o fator de
conversão de D-xilose em xilitol. Assim, com base nesta análise decidiu-se fixar
a agitação ([A]) no nível mínimo correspondente a 100 rpm.
Com a seleção dos fatores significativos e a exclusão dos não-significativos,
os quais tiveram seus valores fixados em seus níveis inferiores ( [CC]=1 % e
[A]=100rpm), o planejamento foi reduzido a um fatorial completo 23 com replicata e
três pontos centrais. Utilizando-se deste último planejamento, os fatores
significativos foram estudados estatisticamente pela análise de variância visando a
obtenção do modelo matemático, com a possibilidade de ajuste dos dados
experimentais a um modelo de segunda ordem (quadrático), ou realizar ensaios
adicionais em um novo intervalo de estudo. Na Tabela IV.5 encontra-se o
planejamento fatorial completo 23 com os valores médios e três pontos centrais,
empregando como respostas os parâmetros fermentativos Qp e Y vte. provenientes
do planejamento 24•
69
RESULTADOS E DISCUSSÃO
99,9
99 C'O -o 95 <ti ::J E ::J 80 o <ti Q) -o 50 <ti ~
o[T][tc] :.õ 20 <ti .o º[T][pH] o .... a.. 5 e [te] :::R o
1
0,1 -2,9 -1,9 -0,9 0,1 1, 1 2, 1
Efeitos padronizados
FIGURA 4.1 Gráfico de probabilidade normal para os efeitos referentes à
produtividade volumética de xilitol por C. guilliermondii, cultivada em
hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana submetido a diferentes
combinações de tratamento segundo o planejamento fatorial 24.
70
RESULTADOS E DISCUSSÃO
99,9 99
m "O 95 [T] o m "5 E o :::., 80 o o m Q)
"O 50 m 32 zs 20 o m .o o e [te] o, 5 o '#. [T][pH]
1 0,1
-5,3 -3,3 -1,3 0,7 2,7
Efeitos padronizados
FIGURA 4.2 Gráfico de probabilidade normal para os efeitos referentes ao fator de
conversão de D-xilose em xilitol por C. guilliermondii, cultivada em
hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana submetido a diferentes
combinações de tratamento segundo o planejamento fatorial 24•
71
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.11 Matriz para produtividade volumétrica de xilitol (Qp) e fator de
converssão de D-xilose em xilitol (Y Pts) por C. guillierrnondii,
apresentando os níveis naturais e codificados do planejamento
fatorial 23 e 3 repetições no ponto central.
Fatores Fatores codificados Planejamento Respostas
T te pH [T] [te] [pH] Fatorial Qp YP,s
Ensaios (ºC) (min) (ºC) (min 24 (g/L.h) (g/g)
1 30 30 1,0 - - - (3) (8) 0,376* 0,57*
2 60 30 1,0 + - - (12) (13) 0,520* 0,78*
3 30 60 1,0 - + - (7) (15) 0,313* 0,58*
4 60 60 1,0 + + - (6) (11) 0,408* 0,59*
5 30 30 6,0 - - + (2) (4) 0,432* 0,64*
6 60 30 6,0 + - + (1) (14) 0,417* 0,59*
7 30 60 6,0 - + + (9) (16) 0,411* 0,59*
8 60 60 6,0 + + + (5) (10) 0,376* 0,51*
9 45 45 3,5 o o o (17) 0,427 0,59
10 45 45 3,5 o o o (18) 0,416 0,61
11 45 45 3,5 o o o (19) 0,441 0,59
* , . ,4 Media dos valores obtidos no planejamento fatorial 2
• Modelagem da produtividade volumétrica de xilitol (Qp)
A análise de variância dos dados experimentais para a estimativa de um
modelo quadrático para Qp (Tabela IV.6), aponta como significativos o efeito
( [te] ) e a interação entre ( [T][pH] ) a nível de 5% de probabilidade, ou seja, o valor
de F estimado deste fator e desta interação são maiores que o F tabelado. A
estimativa aponta também, como significativa a existência da curvatura, sendo esta
ocorrendo somente ao nível de 10% de probabilidade. Estas observações aliadas a
um valor de coeficiente de determinação, R2=0,9836, indicam que a variação para o
72
RESULTADOS E DISCUSSÃO
parâmetro Qp pode ser reperesentada adequadamente através de um modelo
quadrático e que a região ótima para esta resposta está dentro do intervalo
estudado.
TABELA IV.12 Análise de variância da estimativa de um modelo quadrático para a
produtividade volumétrica de xilitol (Qp) por C. guilliermondii
cultivada em hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana.
Fatores e interações Soma dos Graus de Média Valor de F Valor de p
Quadrados Liberdade Quadrática
[ T] 0,00446 1 0,00446 31,96 0,0111
[te] 0,00702 1 0,00702 50,26 0,0058*
[ pH] 0,00004 1 0,00004 0,32 0,6152
[ T ][te] 0,00006 1 0,00006 4,26 O, 1310
[ T ][ pH] 0,01044 1 0,01044 74,73 0,0033*
[te][ pH] 0,00160 1 0,00160 11,42 0,0431
Curvatura 0,00099 1 0,00099 7,14 0,0756**
Erro total 0,00042 3 0,00014
Total 0,02558 10
* Significativo ao nível de 5% de probabilidade R2=0,9836
** Significativo ao nível de 10% de probabilidade
Para obter o modelo matemático de segunda ordem representativo do
rendimento em xilitol, fez-se uso da metodologia de superfície de resposta,
efetuando-se seis novos ensaios para compor um planejamento fatorial 23 de face
centrada e três repetições nas condições referentes ao ponto central do
planejamento (Tabela IV.7).
A Tabela IV.8 apresenta as Estimativas de Efeitos, Erros-Padrão, Teste t de
"Student" e níveis de significância obtidos da análise de variância, após a triagem
dos fatores e interações de segunda ordem que foram significativos a 90 e 95% de
confiança.
73
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.13 Matriz para produtividade volumétrica de xilitol (Qp) C. guilliermondii
apresentando os níveis naturais e codificados do planejamento
fatorial completo 23 com face centrada e três repetições no ponto
central.
Fatores Fatores codificados Resposta
T te pH Qp
Ensaios (ºC) (min) X1 X2 X3 (g/L.h)
(03) e (08) 1 60 30 1,0 - - - 0,376 ... (12) e (13) 2 60 30 1,0 + - - 0,520 ,q- C\I ro (07) e (15) 3 30 60 1,0 - + - 0,313 ·;:: o - m (06) e (11) 4 60 60 1,0 + + - 0,408 u, o - (02) e (04) 5 30 30 6,0 + 0,432 e - - Q)
E (01)e(14) 6 60 30 6,0 0,417 m + - + 'ii> e
(09) e (16) 30 60 6,0 0,411 m 7 - + + a.. (05) e (10) 8 60 60 6,0 + + + 0,376
o 9 30 45 3,5 - o o 0,423 Q) <( "O 10 60 45 3,5 + o o 0,494 o o
::i!: ~ o 1- 11 45 30 3,5 o - o 0,457 "O z o l(U w 12 45 60 3,5 o + o 0,476 o- o 'uj w o o 13 45 45 1,0 o o - 0,378 a. E <(
u, o 14 45 45 6,0 o o + 0,364 o
o __J 15 45 45 3,5 o o o 0,427 .... o
~ ::, 1- 45 3,5 o o o 0,416 a. z 1- 16 45 o o z .... .... a.. w 17 45 45 3,5 o o o 0,441 w o
,4 * Correspondente aos ensaios do planejamento fatorial 2
74
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.14 Estimativa dos efeitos , erros-padrão, teste t de "Student" para a
produtividade volumétrica de xilitol por C. guilliermondii seguindo
um planejamento fatorial completo 23 com face centrada e três
repetições no ponto central.
Fatores e interações Estimativas Erros-padrão t p
Média 0,4477 ±0,0107
[ T] 0,0520 ±0,0178 2,9213* 0,0130*
[te] -0,0436 ±0,0178 2,4494* 0,0310*
[ T ][ pH] -0,0723 ±0,0199 3,6331* 0,0035*
[ pH ][ pH] -0,0964 ±0,0278 3,4676* 0,0047*
* Significativo ao nível de 95% de confiança. (ts%=2,201)
Os coeficientes, erros-padrão, valores de t e níveis de significância que
compõem o modelo para a produtividade volumétrica em xilitol estão apresentados
na Tabela IV.15
TABELA IV.15 Coeficiente de regressão, erros-padrão, teste t de "Student" e nível
de significância do planejamento fatorial 23 de face centrada para o
modelo que representa a produtividade volumétrica de xilitol (Qp) em
hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana.
Variáveis
independentes Parâmetros Coeficientes Erros-padrão t p
Constante Constante 0,4477 ±0,0125 41,9599 0,0000
[ T] X1 0,0260 ±0,0105 2,9124 0,0130*
[te] X2 -0,0218 ±0,0117 -2,4420 0,0310*
[ T ][ pH] X1X3 -0,0361 ±0,0099 -3,6194 0,0035*
[ pH ][ pH] X} -0,0482 ±0,0164 -3,4656 0,0047*
* Significativo ao nível de 95% de confiança. R2 ajustado= 0,69
75
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pode-se observar, que a temperatura ( [T] ), o tempo de contato ( [te] ), a
interação temperatura e pH ( [T][pH] ) e o termo quadrático de pH ( [pH][pH] ),
apresentam p < 0,05 e portanto são significativos ao nível de 95% de confiança.
Considerando que o efeito principal do tempo de contato ( [te] ) apresenta o
maior valor de p (p=0,0310), este conseqüentemente é menos significativo que os
demais fatores, e ainda como o efeito deste fator possui sinal negativo (Tabela
IV.8), indicando que a utilização de seu menor nível ( - ) interfere favoravelmente no
processo estudado, atribuiu-se o nível inferior avaliado (-1) a este fator e o valor de
seu coeficiente foi adicionado ao termo constante do modelo, obtendo-se assim um
modelo matemático dependente apenas dos fatores temperatura e pH. Pela análise
de variância da regressão (Tabela IV.10), verifica-se que o modelo matemático
proposto é significativo ao nível de 95% de confiança (p<0,05) e que possui um
coeficiente de determinação (R2) de 0,7672, indicando que o modelo obtido permite
estimar 76,72% da variância ocorrida na produtividade volumétrica em xilitol em
função da temperatura e do pH utilizados no tratamento do hidrolisado
hemicelulósico de bagaço de cana-de-açúcar.
TABELA IV.16 Análise de variância da regressão do modelo que representa a
produtiviade volumétrica de xilitol (Qp) por C. guil/iermondii em
hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana.
Fonte de Soma dos Graus de Quadrado
Variação Quadrados Liberdade Médio Valor de F Valor de p
Modelo 0,03152 4 0,00788 9,88910 0,0009
Resíduos 0,00956 12 0,00079 Total 0,04108 16
R = 0,77
A produtividade volumétrica de xilitol por C.guil/iermondii é definido pela seguinte
equação: A 2 Y1 = 0,477 + 0,026X1 - 0,0361X1Xa - 0,0482Xa
76
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Onde: /\ y1 é a produtividade volumétrica de xilitol Qp (g/L.h).
X1 e X3 são os fatores temperatura e pH, respectivamente.
X1X3 é a interação entre os fatores temperatura e pH.
Dessa forma, pode-se observar na Figura 4.3 que a superfície de resposta e
as curvas de nível indicam pra os níveis inferiores dos fatores pH (1,0) e
temperatura (30ºC) uma produtividade volumétrica de xilitol (Qp) 24,5% menor que a
máxima (0,51g/L.h) obtida quando aos níveis de pH e temperatura foram atribuídos
-0,4 (pH 2,5) e +1 (60ºC}, respectivamente.
Na Figura 4.4, encontra-se a análise dos resíduos do modelo matemático
obtido, onde verifica-se que a disposição dos pontos estimados pelo modelo com
relação à média e seus respectivos resíduos, estão dispostos aleatoriamente, não
sendo observado nenhum padrão geométrico que possa indicar uma tendência em
sua distribuição.
77
RESULTADOS E DISCUSSÃO
, . .. ··:
.. · ..
. · J.----·. ; .. · .- .··:
.-: . ,• ·.·
FIGURA 4.3 Superfície de resposta e curvas de nível do modelo quadrático
proposto para produtividade volumétrica de xilitol (Qp) por C.
guilliermondii cultivada em hidrolisado hemicelulósico de bagaço de
cana.
78
RESULTADOS E DISCUSSÃO
0,06 D
0,04 o
o D
0,02 D D
"' o D ::::::s
"C o ,_
"' D Q) D o:: -0,02 D CJ o
D D
-0,04
D
-0,06
0,32 0,36 0,4 0,44 0,48
Valores Previstos
FIGURA 4.4 Distribuição de resíduos do modelo proposto para o tratamento do
hidrolisado visando maior produtividade volumétrica de xilitol por C.
guilliermondii cultivada em hidrolisado hemicelulósico de bagaço de
cana-de-açúcar.
79
RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Modelagem do fator de conversão de D-xilose em xilitol (Yp1s)
A análise da estimativa dos efeitos para o fator de conversão de D-xilose em
xilitol aponta como significativos, ao nível de 95% de confiança, o fator tempo de
contato ( [te] ), interação temperatura e tempo de contato ( [T][tc] ) e a interação
temperatura e pH ( [T][pH] ).
TABELA IV.17 Estimativa dos efeitos , erros-padrão, teste t de "Student" para o
fator de conversão de D-xilose em xilitol por C.guillíermondii
seguindo um planejamento fatorial 23 com três pontos centrais,
referente ao carvão ativo CDA .
Fatores e interações Estimativas Erros-padrão t --
Média 0,6036 ±0,0096 62,8750 - ~_,..,
[ T] 0,0225 ±0,0226 0,9955
[te] -0,0775 ±0,0226 3,4292*
[ pH] -0,0475 ±0,0226 2,1018
[ T ][te] -0,0575 ±0,0226 2,5442*
[ T ][ pH] -0,0875 ±0,0226 3,8717*
[te][ pH] 0,0125 ±0,0226 0,5531
** Significativo ao nível de 95% de confiança. (t5%=2,228)
Porém, a análise de variância dos dados experimentais para a estimativa de um
modelo quadrático para Vp,s (Tabela IV.11), apontou como significativos o efeito
( [te] ) e a interação entre ( [T][pH] ) ao nível de 10% de probabilidade (p<O, 1 O), e
não apontou como significativa a existência da curvatura (p>O, 1 O), indicando um
comportamento linear da resposta em relação aos fatores significativos.
80
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.18 Análise de variância da estimativa de um modelo quadrático para o
fator de conversão de D-xilose em xilitol (Y Pis) por C. guilliermondii
cultivada em hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana.
Fatores e interações Soma dos Graus de Média Valor de F Valor de p
Quadrados Liberdade Quadrática
[ T] 0,00101 1 0,00101 0,78 0,4501
[te] 0,01201 1 0,01201 9,29 0,0555**
[ pH] 0,00451 1 0,00451 3,49 0,1586
[ T ][te] 0,00661 1 0,00661 5, 11 O, 1088
[ T ][ pH] 0,01531 1 0,01531 11,84 0,0412**
[te][ pH] 0,00031 1 0,00031 0,24 0,6616
Curvatura 0,00020 1 0,00020 0,15 0,7240
Erro total 0,00388 3 0,00129
Total 0,04385 10
** Significativo ao nível de 10% de probabilidade R2=0,9115
A Tabela IV.19 apresenta as Estimativas de Efeitos, Erros-Padrão, Teste t de
"Student" e níveis de significância obtidos da análise de variância, após a triagem
dos fatores e interações de segunda ordem que foram significativos a 95% de
confiança.
81
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.19 Estimativa dos efeitos, erros-padrão, teste t de "Student" para o fator
de conversão de D-xilose em xilitol por C.guilliermondii seguindo um
planejamento fatorial completo 23 com três repetições no ponto
central.
Fatores e interações Estimativas Erros-padrão t p
Média 0,6036 ±0,0096 62,8750 0,0000
[te] -0,0775 ±0,0226 3,4292* 0,0424*
[ T ][ pH] -0,0875 ±0,0226 3,8717* 0,0262*
* Significativo ao nível de 95% de confiança. (t5%=2,228)
Os coeficientes, erros-padrão, valores de t e níveis de significância que
compõem o modelo para o fator de convesão de D-xilose em xilitol em xilitol estão
apresentados na Tabela IV.20.
TABELA IV.20 Coeficiente de regressão, erros-padrão, teste t de "Student" e nível
de significância do planejamento fatorial completo 23 de face
centrada para o modelo que representa o fator de conversão de D-
xilose em xilitol (Y P,s) em hidrolisado hemicelulósico de bagaço de
cana.
Variáveis
independentes Parâmetros Coeficientes Erros-padrão t p
Constante Constante 0,60364 ±0,013705 44,0440 0,0000
[te] X2 -0,03875 ±0,016071 -2,4112 0,0424*
[ T ][ pH] X1X3 -0,04375 ±0,016071 -2,7223 0,0262*
* Significativo ao nível de 95% de confiança. R2 ajustado= 0,53
82
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.21 Análise de variância da regressão do modelo que representa o fator
de conversão de D-xilose em xilitol (Y P1s) por C. guilliermondii em
hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana.
Fonte de Soma dos Graus de Quadrado
Variação Quadrados Liberdade Médio Valor de F Valor de p
Modelo 0,02732 2 0,01366 6,61240 0,0202
Resíduos 0,01653 8 0,00207 Total 0,04108 10
R = 0,62
O fator de conversão de D-xilose em xilitol por C.guil/iermondii é definido pela
seguinte equaçs:.:..:
A
Y2 = 0,60364 - 0,03875X2 - 0,04375X1~
Onde: /\
y2 é o fator de conversão de D-xilose em xilitol Yp,s (g/g).
X2 é o fator tempo de contato.
X1X3 é a interação entre os fatores temperatura e pH.
Como para o modelo que representa o fator de conversão de D-xilose em xilitol
(Yp1s) obteve-se, significativo ao nível de 5% de probabilidade, a interação
temperatura e pH ([T][pH]) e o tempo de contato ([te]), foram escolhidos para
compor a superfície de resposta os fatores que indicaram a máxima conversão de
D-xilose em xilitol, neste caso representado pelo tempo de contato e pH.
Analisando a superfície de resposta e as curvas de nível (Figura 4.5) de Yp,s ,
observa-se que a conversão expressa pelo modelo (0,52 g/g) quando os níveis de
+1 (60 min) de tempo de contato e +1 (pH 1,0) é 24,64% menor que a máxima (0,69
g/g) alcançada quando os níveis de tempo de contato e pH foram -1 (30 min) e
-1 (pH 1, O), respectivamente.
83
0,70
0,66
0,62 -< "O - (/)
0,58
0,54
RESULTADOS E DISCUSSÃO
'-. - -1,0
-0,5
º·º o.5
1,0 -\,O
FIGURA 4.5 Superfície de resposta e curvas de nível do modelo linear proposto
para o fator de conversão de D-xilose em xilitol (Y P1s) por C.
guilliermondii cultivada em hidrolisado hemicelulósico de bagaço de
cana.
84
RESULTADOS E DISCUSSÃO
0,1 Cl
0,06 Cl
cn 0,02 o :J :E o
cn o Cl Q) Cl
o:: -0,02 Cl
Cl
o
-0,06
-0,1 0,51 0,56 0,61 0,66 0,71
Valores Previstos
FIGURA 4.6 Distribuição de resíduos do modelo proposto para o tratamento do
hidrotisado visando maior fator de conversão de D-xilose em xilitol
por C. guil/iermondii cultivada em hidrolisado hemicelulósico de
bagaço de cana-de-açúcar.
85
RESULTADOS E DISCUSSÃO
GINORIS (2001) em recente estudo do tratamento do hidrolisado
hemicelulósico de eucalipto para obtenção microbiológica de xilitol por C.
guil/iermondii, obteve o maior Yp1s (0,54g/g) também com hidrolisado tratado por 30
min, porém neste caso com uma concentração de carvão ativo de 2,4% (p/v).
Na Figura 4.6 está a distribuição dos resíduos para Y P,s em torno de zero, a
qual apresenta distribuição aleatória e ausência de tendência no modelo.
4.5 DETERMINAÇÃO DA CONDIÇÃO OTIMIZADA DE TRATAMENTO DO
HIDROLISADO PARA OS PARÂMETROS Yp,s E Qp
Uma vez determinados os modelos matemáticos representativos das respostas
de interesse, a próxima etapa do estudo foi a determinação da condição otimizada
de tratamento do hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana para a obtenção
dos máximos fator de conversão de D-xilose em xilitol (Y Pts) e produtividade
volumétrica de xilitol (Qp). Como os modelos de Yp,s e Qp possuem como fatores
significativos comuns a temperatura e o pH, foi possível fazer a superposição das
curvas de nível destas respostas. Porém, é importante destacar que para Y Pts as
curvas de nível formuladas a partir dos fatores [te] e [pH], e as formuladas para
superposição, relacionando [T] e [pH], apresentam como máxima bioconversão de
xilose em xilitol, o mesmo valor máximo de 0,686 g/g.
Observa-se na Figura 4.7, que a região inferior direita do gráfico definida pela
superposição das curvas de nível estimadas pelos modelos, desrevem a região de
máximo rendimento e produtividade de xilitol. Nesta região, foi definido o ponto de
otimização formulado pelos valores codificados de pH igual a -0,4, correspondente a
pH 2,5, e temperatura de+ 1,0, correspondente a 60°C. Assim, com a substituição
destes valores otimizados aos modelos obtidos de Qp e Y Pts , foram obtidos os
máximos valores previstos de Qp e Yp,s, 051g/L.h e 0,66g/g, respectivamente.
86
RESULTADOS E DISCUSSÃO
0,5
r.o 0···· ··• +-L~~;S_ :_ -\ . ·\;:·r·,·,::.~:>:~ .~--~=-:~f:;T-L~::.::; -~~~- __ _:--,:.·:·~-----_-_-~'-,~<~-----_-· ··················. , . .· -· l { : .,.--- .. -;"-----·~-··------
[ -~· ... - .-' ......---, --- / \
I o.. 0,0
,.• ,,,- .. - 0,4 ~ pH=2,5
-10'---'----'"----'-'~-=----'--~~~~~=----=- ........... ......;:,..~_:_.___:...____;:_,_~....o-~~~~-'--~-'>-1 '-1,0 -0,5 0,0
Temperatura
0,5 1,0 +1,0 ~ T=60ºC
FIGURA 4.7 Superposição das curvas de nível referente aos modelos que descrevem a
produtividade volumétrica de xilitol (Qp) e o fator de conversão de D-xilose
em xilitol (Y P,s) por C. guilliermondii cultivada em hidrolisado hemicelulósico
de bagaço de cana-de-açúcar.
87
RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.6 TESTE DO MODELO
Com o objetivo de confirmar as condições de otimização estabelecidas para a
a produtividade volumétrica de xilitol (Qp), foi realizado experimento denominado
"teste do modelo", ao qual aplicou-se as condições de tratamento determinadas
pela metodologia estatística. Assim, para atender às condições, o hidrolisado
(FC=4) foi tratado pela alteração de pH, e em seguida, teve seu pH reduzido para
2,5, logo após adicionou-se 1 % (p/v) de carvão ativo COA sob agitação de 100 rpm
por tempo de contato de 30 min e temperatura de 60ºC. Este ensaio foi repetido
duas vezes, e os hidrolisados tratados foram utilizados como meio de fermentação
para C. guilliermondii. Os resultados obtidos quanto à clarificação estão
apresentados na Figura 4.8.
FIGURA 4.8 Clarificação do hidrolisado concentrado (HC) obtida nos ensaios 1 (E1),
2 (E2) e 3 (E3), respectivamente, realizados nas condições otimizadas
determinadas pelo modelo para o parâmetro fermentativo Qp.
Na Tabela IV.22 aprensenta-se o valor de Qp obtido e as remoções dos
compostos tóxicos, alcançadas para a condição de otimização.
88
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.22 Respostas obtidas no teste do modelo para a produtividade volumétrica de
xilitol (Qp) e fator de conversão de D-xilose em xilitol (Yp1s) com a
utilização do hidrolisado hemicelulósico de bagaço tratado pela
combinação de alteração de pH e adsorção em carvão ativo COA.
Parâmetros fermentativos Valores Previstos Teste do Modelo
YP/S
0,51±0,02
0,66±0,01
0,50*
0,66*
* média de três repetições
Os valores experimentais obtidos para os parâmetros fermentativos Qp e Y Pis
encontram-se em torno dos valores previstos pelos modelos (Tabela IV.22). As
variações entre os valores previstos pelos modelos e os obtidos experimentalmente
estão dentro dos limites do erro experimental, indicando que os modelos propostos
podem representar matematicamente a bioconversão de xilose em xilitol pro C.
guil/iermondii.
É importante ressaltar que o fato do valor otimizado de QP, previsto pelo
modelo (0,51 g/L.h) (Tabela IV.22), ser numericamente menor que o maior valor de
Qp (0,55 g/L.h) obtido no ensaio 45 (Tabela IV.5), não significa que a otimização
desfavoreceu as condições de obtenção do maior valor de Qp, pois estatisticamente
estes valores podem ser iguais a 0,53 g/L.h devido seu desvio padrão ser igual a
±0,02.
Na Tabela IV.23 econtram-se o consumo (%) de xilose e acido acético, bem
como a remoção de compotas tóxicos(%), obtidos para a condição de tratamento
otimizada.
89
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA IV.23 Remoção de xilose e compostos tóxicos(%), e consumo de xilose e ácido
acético(%) obtidos com o hidrolisado hemicelulósico de cana-de-açúcar
após tratamento na condição otimizada e fermentação por C.
guilliermondii.
Consumo(%) Remoção(%) Ác. Ác.
Ensaios Xilose Acético Xilose Fenóis Furfural 5-HMF Acético 90 E1 96,22 70,90 28,28 79,31 55,57 59,58 46,34
91 E2 92;78 56,30 21, 12 76;25 57;34 60;00 40,70
92 E3 93,50 69,51 18,63 73,10 61,90 59,50 45,51
Média 94,17 65,57 22,68 76,22 58,27 59,69 44,18
Comparando os resultados de produtividade volumétrica em xilitol (Qp) e
consumo de D-xilose da Tabela IV.24 podemos constatar a melhoria destes
parâmetros em relação aos últimos estudos, realizados pelo Departamento de
Biotecnologia da FAENQUIL, que também enfocaram o tratamento do hidrolisado
hemicelulôsico de bagaço de cana.
TABELA IV.24 Comparaçãc entre os valores de produtividade volumétrica em xilitol (Qp)
e consumo de D-xilose (%) obtidos em estudos que avaliaram o
tratamento do hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana para
obtenção biotecnológica de xilitol
Consumo de
Referência Bibliográfica Qp (g/L.h) D-xilose (%)
ALVES; 1997 0,46 86,36
RODRIGUES, 1999 0,43 82,43 MARTON, 2002 0,50* 94; 17**
* Tabela IV.22 **Tabela IV.23
90
CONCLUSÕES
5. CONCLUSÕES
• Os resultados experimentais obtidos neste trabalho permitem concluir que a
bioconversão de xilose em xilitol por Candida guilliermondii é influenciada pelo
carvão ativo e pelas condições de adsorção empregadas durante o tratamento
do hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana.
• Foi verificado que a condição encontrada para os máximos valores de
produtividade volumétrica de xilitol (0,555 g/L.h) e do fator de conversão de
D-xilose em xilitol (0,87 g/g) não coincidiu com àquela em que se verificou as
maiores remoções dos compostos tóxicos, embora para estes dois casos o pH
(1,0) e a agitação (100 rpm) foram os mesmos.
• A clarificação do hidrolisado de bagaço foi favorecida em pH 1,0 empregando-
se 10% (p/v) de carvão, sob a agitação de 300 rpm, por 30 minutos de contato
a 60ºC, independente do tipo de cavão ativo.
• Os diferentes carvões ativos empregados neste trabalho, não apresentaram
diferença significativa (p<0,05 ou p<O, 1) entre os seus blocos, com relação à
produtividade volumétrica em xilitol (Qp). Dessa forma, foi escolhido o carvão
ativo COA, produzido pela BRASILAC - Indústrias Químicas L TDA, por
apresentar entre os carvões de menor custo a maior área supercial (m2/g).
• O fator concentração de carvão ativo [CC] não teve efeito significativo, ao
nível de 90% de confiança, em relação à produtividade volumétrica de xilitol
(Qp), sendo definido o nível mínimo (1% p/v).
91
CONCLUSÕES
• O uso da metodologia de superfície de resposta, permitiu obter modelos
matemáticos que descrevem as variações da produtividade volumétrica de A A
xilitol (Y1) bem como do fator de conversão de D-xilose em xilitol (y2).
A 2 Y1 = 0,477 + 0,026X1 - 0,0361X1~ - 0,0482~
A y2 = 0,60364 - 0,03875X2 - 0,04375X1~
em que X1, X2 e X3 correspondem aos valores codificados das variáveis
temperatura [ T }, tempo de contato [ te } e pH [ pH ].
• Os modelos propostos para a produtividade volumétrica de xilitol (Qp) e ao
fator de conversão de D-xilose em xilitol (Yp1s), através da metodologia de
superfície de resposta, mostraram-se adequados e foram comprovados
experimentalmente.
92
6. SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS
• Avaliar o tratamento do hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana em
sistema contínuo utilizando coluna de leito fixo formada com carvão ativo CDA
granulado.
• Comparar os sistemas descontínuo e contínuo de tratamento com carvão ativo
CDA através de experimentos realizados em fermentador de bancada.
93
Referências segundo NBR 6023/2000
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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;,._,
103
TABELAS
TABELA A.1 Concentração de glicose, arabinose, xilose, xilitol e ácido acético (g/L),
durante a fermentação por C. guilliermondii do hidrolisado hemicelulósico de
bagaço de cana-de-açúcar tratado com diferentes carvões ativos segundo
um planejamento fatorial em blocos 25-2.
Glicose Arabinose Xilose Xilitol Acido Acético Ensaios 25-2 tinicial tinicial 454hs tinicial 454hs 454hs tinicial 454hs
1 7 1,88 5,42 3,50 50,31 1,72 23,81 2,33 0,00
2 6 2,19 6,39 4,12 53,32 5,03 27,47 3,73 :e 1,72
3 t- 8 z 1,05 5,69 4,63 50,06 5,39 24,54 4,62 2,44 4 >- 4 U)
4,87 50,92 7,33 26,63 .. 2,71 5,60 4,48 1,89 5
...- 2 o 2,93 5,73 5373 53, 11 14,39 27,87 3,03 0,96
6 o 3 o 2,30 4,75 4,43 49,21 8,85 22,30 3,89 _J 2, 11 7 co 5
2,38 7,13 4,97 52,66 8,78 29,95 4,59 2,42 8 1
2,58 4,80 4,67 53,13 24,82 24,65 3,85 2,34 9 2
2,93 6,57 6,57 54,49 13,80 31,74 3,46 1,07 10 4
2,72 5,75 5,75 53,26 7,67 28,09 3,95 2,22 11 <( 8 e 2,41 5,99 4,62 50,73 7,42 22,46 4,72 2,41 12
(..) 6
N 2,49 7,02 4,53 60,65 9,33 25,66 3,92 1,80 13 o 1 o 2,42 4,37 4,33 55,06 9,82 34,82 3,97 1,91 14 o 7 _J
2,25 11,45 21,38 co 6,49 5,04 48,31 2,54 0,00 15 5
2,50 6,36 4,34 54,36 12,22 27,20 4,86 2,62 16 3
2,68 5,57 5,00 50,92 18,70 18,69 4,53 2,21 17 8
2,80 5,38 56,69 13,29 23,36 5,32 3,04 6,72 18 3
2,61 5,36 5,13 49,31 21,04 19,91 4,42 2,54 19 e 1 e 2,62 4,71 4,42 55,89 10,92 30,96 4,23 2,06 20
(..) 6
("') 2,54 6,35 4,32 56,88 9,48 27,80 4,14 2,36 21 o 2 o 3,47 6,74 6,40 54,73 17,13 31,44 3,31 1, 10 22 o 4 _J 3,00 11,98 26,36 2,70 rn 6,29 6,29 56,91 4,69 23 7
2,22 5,14 28,80 2,52 0,00 6,44 4,87 58,97 24 5
11,25 28,53 2,78 2,44 6,38 4,69 55,51 4,84
TABELA A.1 Concentração de glicose, arabinose, xilose, xilitol e ácido acético (g/L),
durante a fermentação por C. guillíerrnondii do hidrolisado hemicelulósico de
bagaço de cana-de-açúcar tratado com diferentes carvões ativos segundo
um planejamento fatorial em blocos 2s-2.
Glicose Arabinose Xilose Xilitol Ácido Acético Ensaios 25-2
tinícial tinícial Ía4hs tínicial Ía4hs Ía4hs tinícial Ía4hs 25 8
2,36 4,93 55,67 10,83 23,63 4,84 2,70 6,22 26 6
2,48 6,38 4,51 58,62 11,03 27,45 3,89 1,99 27 ...... 3 - 2,47 5,02 4,37 54,41 15,27 21,47 4,25 2,21 - 28 o 7
'V 2,30 6,90 5,07 62,34 12,01 24,16 2,98 0,41 29 o 4
5,89 55,31 11,53 2,17 o 2,90 5,90 27,02 3,87 30 o 5 _.J 2,53 6,40 5,64 56,03 19,87 28,27 5,02 3,27 Cl)
31 1 2,47 4,29 55,88 11,79 32,55 4,02 1,94 4,46
32 2 3,27 6,44 6,44 54,16 17,87 30,70 3,58 0,95
33 7 5,16 60,42 11,26 24,58 0,87 2,32 6,83 3,21
34 8 2,36 5,16 56,47 11,39 23,46 5,23 2,92 -1 6,84
35 CC) 2 .... 3,13 6,14 6,14 55,54 14,32 31,47 3,76 1,40 - 36 o 1 Lt') 2,57 4,63 4,23 55,35 8,36 34,53 4,33 2,01
37 o 5 2,41 6,37 5,36 57,69 13,98 33,32 4,80 2,94 o
38 o 4 2,62 5,64 50,78 6,49 28,35 4,22 2,30 _.J 5,64
39 Cl)
3 2,75 5,60 5,06 49,34 15,30 22,23 4,91 2,74
40 6 2,54 6,39 4,59 58,26 13,42 24,68 4,02 2,22
41 4 2,90 56,32 9,18 28,64 2,82 6,10 6,10 4,17
42 2 3,37 6,63 6,25 56,37 15,45 33,81 3,76 1,22
43 ...... 6 ~ 2,46 5,47 60,83 11, 13 27,97 3,88 1,99 .... 7,10 44 o 8
<O 2,55 6,84 5,16 57,29 11,81 22,51 5,18 2,70 45 o 1
2,45 4,31 53,79 10,07 35,55 4,08 2,07 o 4,44 46 o 7 -' 2,24 6,68 5,05 63,39 7,09 26,46 2,95 0,53 Cl)
47 5 2,43 6,36 5,03 55,57 13,86 31,66 4,80 3,17
48 3 2,67 5, 11 51,93 13,16 17,77 4,42 2,76 5,13
TABELA A.1 Concentração de glicose, arabinose, xilose, xilitol e ácido acético (g/L),
durante a fermentação por C. guillierrnondii do hidrolisado hemicelulósico de
bagaço de cana-de-açúcar tratado com diferentes carvões ativos segundo
um planejamento fatorial em blocos 2s-2 .
Glicose Arabinose Xilose Xilitol Ácido Acético Ensaios 25-2 tinicial tinicial t&4hs tinicial t&4hs t&4hs tinicial ~hs
49 2 6,30 55,42 9,89 35,08 3,22 6,44 3,29 1, 12
50 (1) 4 2,96 6,27 6,27 57,71 12,90 27,10 - 4,74 3,33
51 ·.:::: 6 o 2,54 6,39 4,23 58,83 5,91 29,47 e: 4,54 2,54 52 cu 3 o 2,70 5,47 5, 19 56,12 19,33 20,33 4,60 2,36 53 t-- 7
o 2,26 6,30 4,64 63,30 6,89 28,77 2,69 0,40 54 o 1 o 2,52 4,58 4,38 52,35 8,58 32,10 4,14 2,07 55 .....J 5 c::o 2,27 7,10 6,24 57,52 12,31 33,52 4,57 3,23 56 8
4,97 53,93 10,83 22,98 4,93 2,83 2,38 6,30
TABELA A.2 Concentração de glicose, arabinose, xilose, xilitol e ácido acético (g/L),
durante a fermentação por C.gui/liermondii do hidrolisado hemicelulósico de
bagaço de cana-de-açúcar tratado com carvão ativo COA segundo um
planejamento fatorial 24 com três repetições no ponto central.
Glicose Arabinose Xilose Xilitol Ácido Acético Ensaios
tinicial tinicial ÍMhs tinicial ÍMhs ÍMhs tinicial 434hs 57
3,10 5,36 4,87 51,68 8,67 25,21 4,10 1,84 (58)
2,72 5,75 5,75 53,26 7,67 28,09 3,95 2,22 59
3,28 5,80 5,05 54,74 11,43 23,94 4,16 1,53 (60)
2,50 6,36 4,34 54,36 12,22 27,20 4,86 2,62 (61)
2,41 5,99 4,62 50,73 7,42 22,46 4,72 2,41 62
3,04 5,30 4,63 51,70 5,28 27,39 3,82 1,45 (63)
2,68 5,57 5,00 53,25 18,70 18,69 4,53 2,21 64
2,93 5,08 4,65 48,44 6,74 24,19 3,68 1,18 65 3,10 5,30 4,72 51,95 6,60 27,44 3,85 1,64
(66) 2,49 7,02 4,53 57,87 9,33 25,66 3,92 1,80
67 2,95 5,11 5,11 57,54 14,73 24,83 3,64 1,27
(68) 2,93 6,57 6,57 56,40 13,80 31,74 3,46 1,07
(69) 2,42 4,37 4,33 55,06 9,82 34,82 3,97 1,91
70 2,97 5,18 4,50 54,10 5,55 28,16 3,87 1,53 (71)
2,25 6,49 5,04 54,54 11,45 21,38 2,54 0,00 72
3,29 5,70 4,98 51,70 7,58 25,15 4,41 1,94 73 3,33 5,90 5,32 55,82 9,21 27,35 4,27 1,76 74
3,26 5,79 5,14 53,97 9,97 26,63 4,22 1,84 75
3,25 5,75 5,10 56,29 8,26 28,22 4,18 1,73 , . ,;,,-L ( ) corresponde aos ensaios do planejamento fatorial fracionário 2 .
TABELA A.3 Concentração de glicose, arabinose, xilose, xilitol e ácido acético (g/L),
durante a fermentação por C.guilliermondii do hidrolisado hemicelulósico de
bagaço de cana-de-açúcar tratado com carvão ativo COA segundo os
ensaios de face centrada para a composição do modelo do planejamento
fatorial 23 com três repetições no ponto central.
Glicose Arabinose Xilose Xilitol Ácido Acético Ensaios
tinicial tinicial Í&4hs tinicial Í&4hs Í&4hs tinicial 4>4hs 84
2,34 4,83 3,77 44,34 2,83 27,05 3,13 1,27 85 2,72 5,72 5,57 50,77 9,05 31,65 3,63 1,48 86 2,88 5,35 4,64 58,50 13,58 29,27 4,30 2,08 87 2,64 5,87 5,09 56,61 12,45 30,47 3,91 1,89 88 2,26 5,49 4,57 49,47 7,10 24,18 3,72 1,27 89 2,67 5,66 5,34 53,25 11,06 23,27 4,04 1,80
TABELA A.4 Concentração de glicose, arabinose, xilose, xilitol e ácido acético (g/L),
durante a fermentação por C.guilliermondii do hidrolisado hemicelulósico de
bagaço de cana-de-açúcar tratado com carvão ativo COA segundo as
condições otimizadas de tratamento.
Glicose Arabinose Xilose Xilitol Ácido Acético Ensaios
tinicial tinicial Í&4hs tinicial 4>4hs Í&4hs tinicial Í&4hs 90 1,80 6,03 2,28 47,61 1,80 30,05 3,23 0,94 91 1,89 5,88 3,31 53,62 3,87 33,50 3,57 1,56 92 1,74 5,96 2,47 53,91 3,51 32,85 3,28 1,00
FIGURAS
6
10
i
4
8
9
2
Figura A.I - Evaporador a vácuo de capacidade de 4 litros
[1] Entrada de hidrolisado
[2] Saída de hidrolisado concentrado
[3] Vácuo e saída de condensado
[4] Entrada de vapor
[5] Saída de vapor
[6] Entrada de água de resfriamento
[7] Saída de água de resfriamento
[8] Reservatório de líquido
[9] Aquecimento
[1 O] Condensador
[11] Defletor de espuma
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
..
A "' . LABSYNTH PRODUTOS PARA LABORATÓRIOS LTDA.
F.-\B.: OUl':99 IK>LE'J'l\l ,\N,\LÍTlCO V.\L.: 5 anns
. ..\11.íli~c 111' .5321B DEPARTAMENTO DE CONTROLE
DE QUALIDADE:
int..:1110 : 1 5 .31 7 Lmbalagem : ]9.653
FOR!\1LIL\: P.M.:
J PRODT ·10: C.\RV~\O ATIVO P<)
----~-·--·-·-·- ··----- l.OTE
TESTES UI\ffl'ES
o 1 CAR.ACTERJSTIC\S Pó Iino, negro, inodoro de a .. .ordo
() .2 .\CJl)E/. i .-\J:C.\\LINID,\DE P.T.
U. l CO\SI'. :\.\O C.-\l<BONJ/ .. \ VUS Passa o ti:stc
U-~ FOSF.Ylu~ max. O.O l 5° ;, P.T.
()5 PODER DESCOI ,ORANTE Passa o teste P.T.
06 SCL!-'ETO Passa o teste P.T.
D.\L\ D..USS"\.O :\NALIST:\ RESPO~SAVEL RESULTs\DO os.u ,99 Ana viana lzii<l,1 t\1m:lli APR<WADO
CEHTIFlC:\1)0 E\llTII)() .:\TIL\ v~:s DE SISTJ-:\L\ J\''[ J,,(il{.,\1)0
Guarapuava, 03 de Janeiro de 2001.
LAUDO os: ANÂT.ISE DE C4RVÃO ATIVADO
Cliente: F:\ENQUTL- JOSÉ MARCELO
Produto : CARVÃO ATlVADO
Lote : Amostra para teste
Resultados :
Número de Iodo------------------------- 890 rng/g.
Umidade---------------------------- --- -- 3, 8 7 %.
Cinzas------------------------------------ 4 ,51 %.
Gran Via Úmida, retido iiJ25--------- 34,50 %.
Adsorção cm Azul de Metileno-------- 16, 1 O g/ 1 OOg.
Teor de lcrru---------------------------- 650 ppm. índice de Melaço------------------------ 174.
pH----------------------------------------- 10,20.
rio CC!(·
Eng" Grazí~lla!cjüs Santos Penes Laboratorio de 'é:ontrole de Qualidade
DISTR1Tü INDUSTRII\L GllARATÚ - CAIXA POST/\L 35i8 - CEP: 850~5-480 FONE: <042) n.i 2211 - f-!\)<: (042) 7N 2411 -GlJARAPUAVA - PARANÁ
E-111.:iil: brasilac.ifbmsilac com.br
1. Carvões ativos: • Carbonato Delta - A
• Carbonato Delta - G
1.1 Boletim Técnico Carbonato Delta -A:
O Carbonato Delta - A é um carvão ativo pulverizado de origem vegetal e de
grande área superficial cuja estrutura é uma rede de médio e macroporos com
predominância destes. Sua granulometria bem distribuída proporciona excelente
filtrabilidade, permitindo obter vazões muito eficientes.
• Aplicações:
}.,, utilizado com granda. êxito. para clarificação de. xaropes nas
Indústrias de refrigerantes e bebidas alcoólicas;
}.,, refinação e purificação de açúcares.
• Especificações:
Número de lodo
Índice de Melaço
pH
Densidade Aparente
Cinzas
Ferro
Gran. Via úmida redito # 325
Filtrabilidade
Umidade ao embalar
rnín. 800mg/g
mín.150
5,0 a 7,0
0,35 +/- 0,05glcm3
máx. 8,0%
máx. 1,0.103 ppm
45,0 a 57,0%
mín. 70mU ?min. a 25°C
máx. 8,0%
1.2 Boletim Técnico Carbonato Delta- G: O Carbonato Delta - G é um carvão ativo pulverizado de origem vegetal e
de grande área superficial cuja estrutura é uma rede de micro, médio e
macroporos. Sua granulometria bem distribuída proporciona excelente
filtrabilidade, permitindo obter vazões muito eficientes.
• Aplicações: }i.> Clarificação, refinação a puríficação.de açúcares;
}i.> Tratamento de óleos vegetais especiais;
}i.> Tratamento de glicose, ciciamatos e glutamatos em indústrias
faramacêuticas;
}i.> Tratamento.e purificação_de.ácidoaorgânicos e inorgânicos;
}i.> Tratamento de álcool e querosene;
}i.> Tratamento.e. purifi.cação_de. gelatinas e glicerinas;
}i.> Tratamento e purificação de essências e fragrâncias.
}i.> Indústria de.plastificantes.
• Especificações: Número de.Iodo Índice de Melaço
Adsorção em Azul da Metileno
pH
Densidade Aparente
Cinzas
Ferro
Gran. Via úmida redito # 325
Umidade ao embalar
mín. 900rng/g
mín. 160
mín. 12g/100g
5,5 a 7,0
0,35 +/- 0,05g/cm3
máx. 5,0%
máx. 1,0.103 ppm
30,0 a 40,0%
máx. 8,0%
11 CARBOMAFRA
lnd_ústrias Químicas Carbomafra S.A. Rua vvteqendo Otsen, 2540 - CJC - CEP: 8145o-1oo _ e 'tib .
F . (041 urtti a - Parana - Br 'l one. ) 348-2323 - Te/efax: (041) 348-1531 as,
CARBONO 117
Carbono 117 é um carvão ativado em pó, produzido a partir de matéria prima vegetal selecionada, obtido pelo processo de ativação fisica a altas temperaturas, não apresentando contaminantes prejudiciais aos produtos tratados.
APLICAÇÃO Bastante utilizado na purificação de açúcar na indústria de refrigerante, purificação de óleos vegetais, ácidos orgânicos e minerais. Usado também na indústria química, purificação de banho de galvanoplastia e produtos químicos diversos.
ESPECIFICAÇÕES Número de Iodo (mg 12/g C.A.) min. 700 Eficiência Relativa ao Melaço(%) min 80 PH 5 a 7 Cinzas(%) máx. 10 Umidade(%) máx. 10 Granulometria (%) 50-80 passante# 325 mesh
EMBALAGEM Sacos de papel multifolheado revestido internamente com polietileno. Peso Líquido: 3 O kg
[i CARBOMAFRA
Indústrias Químicas Carbomafra S.A. Rua Wiegando Olsen, 2540 - CIC - CEP: 81450-100 - Curitiba - Paraná - Brasil
Fone: (041) 348-2323 - Telefax: (041) 348-1531
Carbono 118-L
O Carbono 118-L é um carbono ativado pulverizado obtido a partir de matéria prima vegetal, pelo processo de ativação tisica e posteriormente lavado com ácido mineral e água para a remoção de materiais solúveis. O Carbono 118-L apresenta alta capacidade adsortiva devido à sua grande área superficial, proporciona um ótimo descaramento, usado em especial na purificação de produtos químicos e farmacêuticos.
APLICAÇÃO Utilizado nas indústrias químicas, farmacêuticas e alimentícias, principalmente no tratamento de ácidos, sorbitol, manitol entre outros.
ESPECIFICAÇÕES Nº. de Iodo (mg Iz/g C.A.) min. 800 Cinzas(%) máx. 5 Umidade(%) máx. 5 Granulometria (%) min. 80 passante # 325 mesh Eficiência Relativa ao Melaço(%) min. 100 Solúveis em ácido (% ) máx 2,5 Solúveis em água (% ) máx 1,5
EMBALAGEM Sacos de papel multifolheado revestido internamente com polietileno. Peso Líquido: 25 kg
11 CARBOMAFRA
Indústrias Químicas Carbomafra S.A. Rua Wiegando Olsen, 2540 - CIC - CEP: 81450-100 - Curitiba - Paraná - Brasil
Fone: (041) 348-2323 - Telefax: (041) 348-1531
Carbono 147
O carbono 14 7 é um carbono ativado pulverizado obtido a partir de matéria prima vegetal renováveis, pelo processo de ativação física e posteriormente lavado com ácido mineral e água para a remoção de materiais solúveis. O carbono 14 7 apresenta alta capacidade adsortiva devido à sua grande área superficial, proporciona um ótimo desempenho para remoção de compostos com tamanho molecular variado. Devido ao elevado grau de pureza, é usado em especial na purificação de produtos químicos e farmacêuticos.
APLICAÇÃO
Em processos que exigem alta pureza, no tratamento de produtos farmacêuticos e de química fina. Por exemplo: antibiótico, sorbitol, manitol, ácidos orgânicos, dextrose, e também como suporte catalítico para indústria petroquímica.
ESPECIFICAÇÕES
Nº. de Iodo (mg 12/g C.A.) min. 700 Cinzas (%) . . . .. . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. .. . .. . . . . . . . máx. 4 Umidade (o/o) máx. 5 pH ( a 20ºC) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 a 7 Granulometria (%) 50 a 80 passante# 325 mesh Eficiência Relativa ao Melaço (%) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . min. 100 Solúveis em ácido(%) máx. 1,0 Solúveis em água(%) máx. 0,5
EMBALAGENS
Sacos de papel multifolheado revestido internamente com polietileno. Peso Líquido: 30 kg
BOLETTM:TÉONXCO CARV.:lO ATIVO TIPO "A.G."
CARVORITE LTDA, Rua Manuel Teles '.'ita:-.o:. n.o 07 CEP 03814- 090 - .; ·· ü1 ;,latarazzo
NOVO FONE/FAX (011)206-1338 .A) .i\SPECTOS GENÉRICOS:
Si:mprt que a remoção J;;; impurezas ou coloides não puder ser eficiente ou cconcnucan .. ente viável ;1 partir de processos físicos ou químicos convencionais, como a destilação. pn:c.p1t;1çJ,_: cristalização ou filtração; a purificação pôr meio da adsorsão é o processo indicado
A Adsorsão é um fenômeno físico. onde nenhuma reação química é envolvida . O processo consiste numa açuo de superfície ou interface, pela qual moléculas de urna substância nu estado liquido. gasoso) ou em solução, sendo esta substância denominada adsorbato. interpenetra na superfície interna de uma outra substância , no estado sólido, chamada adsorvcnrc. A naturez. química das moléculas envolvidas permanece inalteradas.
Uma estrutura formada pôr milhares de poros microscópicos. confere no carvão ativo uma superfície interna de até 1.500 m2/g de carvão ativo, o que o toma o mais poderoso e conhecido adsorvente usado na indústria química , farmacêutica ou alimentícia.
A matéria prima selecionada sofre uma ativação rigorosamente controlada, onde os elementos não carbonos são removidos e os átomos livres dos carbonos elementares são reunidos ,: .. fnn1HJr2J() r.n.;;t::i]{)orfrfir.::i.;; {)T0:-11117~'1~.;; tonll=!ll(J() {) r.!1nt2Í() !=!lt!=!mPlÜP 11{)T()<;;() nortnntr, r.{)n, pJp,,·, ; ... .., , .. .,. ,_ ::;:-"' "-"•::,--,--- -·'."' - .. -·-· _. _ ,- ,- - ,,. 1-· - , !'.,.. , '""'"'
poder adsorvenre, devido à enorme área superficial, resultante da porosidade conferida pela ati UO('•~A (..- V Ü'J'(i,_,,
Os cm-vões ativos produzidos pela n~TIÚSTRIA DERIV)JJOS DE rvL:illEIRA "CA..RVORITE" L TDJ\ .. , não apresentam nenhuma espécie de carga ou resíduo de industrialização que possa contaminar o produto a ser tratado.
-Aspectos Físicos : Pó Fino.
CARVORlTE LTDA, Rua Manuel Teles Vibr.:::iJ n-o 07 CEP 03814-090 - J~· Ji.1 Matarazzo
NOVO FONE/FAX (011)206,1338
- Cor : Preta.
- Odor : Inodoro.
- Eficiênciu Relativa üO ?vlduço . ~vfínimc, de 60° ;1_
- Número de F enol : 18.
- Número de Iodo : Mínimo de 700 mg/g de carvão ativo.
- Indice de Azul de Metileno : 1 QQt\·ô de transmitància. _, -. ,...
• Densidade Aparente : 400 +- 20 kg/m3.
- Granulornetria : 38 a 421?,-ó de retenção na malha 325 rnesh.
• Umidade ao embalar : Máximo de 41%.
- Cinza : Máximo de 1 O:\ó.
- Ph: 7,0 a 7,5.
CARVORITE LTDA, Rua Manuel Teles Vitancos n-o 07 CEP 03814.090 - Jõ:Ji;,1 Matarazzo
NOVO FONE/FAX (011)206.1338
C) ··cARVORITE AG.''é um carvão especialmente produzido para tratamento
em meio liquido. Possuindo predominância de macroporos, t apropriado para
remover coloides e substúncias orgânicas de grande peso molecular. justamente
3S que transmitem cor, odor e sabor desagradável aos líquidos.
É principalmente indicado para o refino de glicerina e glicose, podendo ser
aplicado também no tratamento de graxas e óleos vegetais e lubrificantes, no
tratamento de vinagres, banhos de galvanoplastia, purificação de ácidos
orgânicos, clarificação de gorduras animais e vegetais e ceras sintéticas e
naturais, clarificação de gelatinas, etc.
A glicerina bruta, obtida il partir da matéria prima animal, apresenta uma cor
marron-uvermelhadu e um odor desagradável que caracterizam a glicerina
loira, conforme é conhecida. O tratamento desta glicerina com o
''CARV()RITE A ... G.'; cumpre todas as exigências das industrias químicas e . ~
farmacêuticas, pois se consegue uma glicerina totalmente desodorizada e
cristalina.
A sua granulometria garante uma ótima filtrabilidade, diminuindo a pressão e o
tempo de filtragem, com menor perda do produto na torta do filtro prensa.
n·, E}ABALAGE:M
CARVORITE LTDA, Rua Manuel T eles Vilancca n-o 07 CEP 0381.4-090 - Jõ::;:;,1 Matarazzo
NOVO FONE/FAX (011)206-1338
S.icos multifoihndos de pcJo liquido igual a 30 kg.
FICHA DE SAÚDE E EMERGÊNCIA
PRODUTO Nome Químico ou Sinônimo: Carbono Ativado, Carvão Ativado Número C.A.S.: 7440-44-0 Classe de Risco e Perigo Subsidiário: 4.2 Combustão Espontânea Número ONU: 1362
DADOS FÍSICOS Solubilidade em água : insolúvel Odor : inodoro
Cor: preto Estado Físico : pó ou granulado
DADOS SOBRE PERIGOS DE INCÊNDIO E EXPLOSÃO Método de Extinsão: Água Perigos Incomuns de Explosão e Incêndio: contatos com oxidantes fortes tais como ozônio oxigênio líquido, permanganato, etc, podem resultar em fogo.
DADOS DE PERIGO À SAÚDE Ingestão: o produto não é tóxico através da ingestão oral. Contato com os Olhos: a natureza física do produto deve produzir irritação nos olhos. Contato com a Pele: não irritante. Absorção pela pele: não tóxico. Procedimentos de Primeiros Socorros :
. Pele: Lavar com água e sabão .
. Olhos: Lave com água em abundância pelo menos por 15 minutos.
DADOS DE REATIVIDADE Estabilidade: estável. Incompatibilidade (materiais a se evitar): evitar oxidantes fortes como ozônio, oxigênio líquido, permanganato, cloro, etc. Decomposição de Produtos Perigosos: monóxido de Carbono pode ser gerado em caso de incêndio.
PROCEDIMENTOS DE DERRAMAMENTO E VAZAMENTO Derramamento: utilizar jato de água e lavar o local. Destino do Rejeito: colocar o Carbono rejeitado em container e dispor de acordo com as regulamentações municipais, estaduais e federais.
INFORMAÇÃO DE PROTEÇÃO ESPECIAL Ventilação: recomendada exaustão local. Proteção respiratória: filtro para materiais partilulados é recomendado se o pó for gerado excessivamente. Roupas de Proteção: não requerida. Proteção para os Olhos: óculos de segurança com proteção lateral ou óculos de proteção contra pó. Lentes de contato não deverão ser usadas, quando houver a formação de pó, ao trabalhar com Carbono Ativado.
PRECAUÇÕES ESPECIAIS OU OUTROS COMENTÁRIOS Precauções a serem tomadas no manuseio e armazenagem: o Carbono Ativado úmido remove oxigênio do ar causando um sério risco aos trabalhadores dentro de espaços fechados ou confinados. Recomendamos o uso de máscaras com fornecimento de oxigênio. Manter em local ventilado.