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abcdefghijklmnopqrstuvwxyyz Distribuição Gratuita PROIBIDA A VENDA Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 10 - nº 88 - Fevereiro/2009 Camilo Castelo Branco Primeira parte Primeira parte Veja também: Deve-se Publicar Mensagens Mediúnicas? Chico Xavier - Remédio e Perfume O Verdadeiro Valor da Vida Escolha das Provas A Beleza na Infância Árbitros de Si Mesmos

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Distribuição Gratuita

PROIBIDA A VENDA

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 10 - nº 88 - Fevereiro/2009

Camilo

Castelo

BrancoPrimeira partePrimeira parte

Veja também:Deve-se Publicar Mensagens Mediúnicas?Chico Xavier - Remédio e PerfumeO Verdadeiro Valor da VidaEscolha das Provas A Beleza na Infância

Árbitros de Si Mesmos

EditorialSeareiroeditorial

Temos buscado estudar qual o papel da mídia espírita, no tocante à divulgação da doutrinado Cristo e se nós, espíritas, que dispomos da oportunidade dessa divulgação, vimosprocurando atender às determinações do MaisAlto.

A grande dificuldade que vemos no real aproveitamento desta mídia é conseguirmossuperar nosso orgulho, a ponto que o nosso nome não queira estar maior que o do próprioCristo.

Outro grande entrave, que criamos, é a relutância que temos em nos manter fiéis aosprincípios cristãos, codificados pelo nosso Kardec, sob a orientação do Mestre Jesus.Ao invésde termos esta fidelidade cristã, nos enveredamos por caminhos tortuosos, levados pelavaidade avassaladora e passamos a criar uma “doutrina” paralela, mas que não é a do Cristo.

Ficamos a interpretar os textos evangélicos ao nosso bel prazer, aliás como já fizemos nopassado, quando a Igreja, ou seja, nós mesmos, passamos a ajustar o entendimento do Cristopara satisfazer as conveniências de muitos, principalmente visando interesses materiais.

Olhamos para trás e vemos a nós mesmos, hoje, nos repetindo em desvirtuar osensinamentos de Jesus. E para admitirmos que somos nós, ainda mergulhados nas sombrasdo mal, impulsionados pelas nossas imperfeições?

Acreditamos que sendo espíritas e fazendo um trabalho, mesmo que de forma equivocadano meio espírita, não precisamos mais estudar, não temos mais o que corrigir em nós, e somosos donos da verdade (aliás, a nossa) e não a Verdade do Cristo, que só a Ele pertence.

Isto mostra o quanto temos de caminhar, e ainda graças à Misericórdia do Pai Celestial que,apesar de tantas bobagens que fazemos, nos dá, a cada reencarnação, novas oportunidadesde reerguimento.

Mas o que precisaríamos fazer, enquanto é tempo, e ainda nesta reencarnação, diante doque está sendo oferecido a cada um, é despertarmos e friamente analisarmos nossacaminhada até então, vermos o que precisamos mudar e termos a coragem de fazê-lo,sobrepondo-nos ao orgulho e à vaidade. Ouçamos mais aqueles que nos criticam, pois estessão nossos benfeitores de hoje e eles têm a coragem de nos alertar onde estamos errando.

Mascaramos nossos erros com um monte de desculpas esfarrapadas, que impedem demais acertarmos, quando nós é que seríamos os mais beneficiados, se cedêssemos fazer osajustes necessários para tais correções do nosso espírito.

Não podemos ser coniventes e omissos com o luxo, seja na casa espírita seja nas tarefasem nome do Mestre.

Não podemos concordar com ideias de unificação, muito equivocadamente desenvolvidasno meio espírita, que visem criar controles e imposições sobre como se deve estudar aDoutrina Espírita, quando nenhum de nós detém quaisquer verdades e não há missionárionenhum reencarnado. Nem o nosso Chico Xavier, em qualquer momento, impôs a quem querque fosse o que se deveria estudar e de que forma. E ele seria o único que poderia fazê-lo,ninguém mais, mas não o fez, respeitando o livre-arbítrio de todos nós.

Unificar é aprendermos a nos unir em torno do Evangelho do Cristo, neste trabalho que Elenos propõe para superar a nós mesmos, diante de tantos equívocos. Ninguém está autorizadoa ser o representante-mor da Doutrina Espírita, já que ela é para todos e todos estamosnivelados espiritualmente e precisamos ter a humildade de nos colocar no patamar em quenos encontramos e não naquele em que acreditamos estar. Caso persistamos em perdertempo no orgulho, sem que trabalhemos afincadamente pela nossa melhora espiritual,seremos sérios candidatos aos sanatórios espirituais, quando a realidade aparecer à nossafrente. Em termos de doutrina, quem pode dizer que é mestre de alguma coisa, ou que estáensinando alguém, quando deve estar precisando aprender mais do que aquele a quem ele dizensinar?

É constante vermos dizer-se que tem 20, 30, 40 ou mesmo 50 anos de Espiritismo, esempre no intuito de que esses anos foram suficientes para tornar a criatura um verdadeiro“mestre” de Espiritismo. Talvez essa pessoa poderia requerer uma aposentadoria de espíritajunto aos órgãos competentes, já que, pelo visto, se prende muito mais ao tempo que adentrouno Espiritismo, do que enxergar que os anos que contou não valeram para muita coisa, poisnão melhorou quase nada, e muito menos no orgulho da exposição do “tempo de serviço”.

Vemos, com isso, o quanto precisamos nos precaver em relação a nós mesmos, nosvigiando e muito, para que a nossa vaidade não nos encegueça ante o que está sendooferecido de trabalho na doutrina do Cristo.

“Fora da caridade não há salvação”, nos diz o Evangelho.Equipe Seareiro

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Publicação MensalDoutrinária-espírita

Direção e Redação

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Jornalista Responsável

Diagramação e Arte

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Impressão

Tiragem

Ano 10 - nº 88 - Fevereiro/2009Órgão divulgador do Núcleo de

Estudos Espíritas Amor e EsperançaCNPJ: 03.880.975/0001-40

CCM: 39.737

Seareiro é uma publicação mensal,destinada a expandir a divulgação daDoutrina Espírita e manter o intercâmbioentre os interessados em âmbitomundial. Ninguém está autorizado aarrecadar materiais em nosso nome, aqualquer título. Conceitos emitidos nosartigos assinados refletem a opinião deseu respectivo autor. Todas as matériaspodem ser reproduzidas, desde quecitada a fonte.

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12.000 exemplaresDistribuição Gratuita

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Pegadas de Chico Xavier:

Atualidade:

Livro em Foco:Contos:Tema Livre:

Família:

Camilo CasteloBranco - Primeira parte - Pág. 3

Paris, Setembro de1793 - Pág. 11

Deve-se PublicarMensagens Mediúnicas? - Pág. 11

Conversacom Jesus - Pág. 12

Escolha dasProvas - Pág. 13

Chico Xavier -Remédio e Perfume - Pág. 14; FatoPitoresco - Pág. 14

Árbitros de Si Mesmos - Pág.15

Fé, Paz,Amor - Pág. 15Um Reino para Todos - Pág. 16

O Verdadeiro Valor da Vida -Pág. 17

ABeleza na Infância - Pág. 19

A descrição a que nos reportaremos, está circunscrita naEspiritualidade, propriamente dita na Colônia deAtendimento Fraterno “Maria de Nazaré”. Situa-se numaregião de clima agradável, para aí serem recolhidos osespíritos, para tratamentos, vindos sob penosas expiações.

Caravanas espir i tuais socorristas reuniam-seapressadamente no “Salão da Oração”, um doscompartimentos dessa colônia, para atender ao chamado doinstrutor Eusébio. Guardaram silêncio diante do recinto,sabedores das tarefas que Eusébio incumbiria às caravanassocorristas, e o instrutor iniciou as recomendações:

— Meus filhos, recebemos do Alto o aviso de que os“fluidos detentores”, sob o comando de Jesus, já estãopreparados nas regiões inferiores, onde buscaremos,através das preces, os espíritos que serão resgatados, pelaexaustão do ambiente terrível em que se encontram.

Isso pôde ser concedido àqueles que estão sob regime dearrependimento e rogam a proteção divina. Dentre essestentaremos, mais uma vez, trazer para esta colônia, oespírito daquele que daqui partiu, certa feita, pelos canais dareencarnação, o escritor e poeta “Camilo Castelo Branco”.

Eusébio, serenamente, dirigindo-se aos socorristas,indagou:

— Há, entre vocês, alguém que tenha dúvida quanto aotrabalho que iremos realizar? Procurem disciplinar asmentes, para que não partamos com ideias diversas que sónos farão perder a tarefa, tão oportuna e importante paratodos.

Um dos socorristas, levantando-se, respeitosamenteperguntou:

— Instrutor Eusébio, todos nos lembramos das últimaspassagens, por esta colônia, do complicado e difícil espíritodo Camilo Castelo Branco. Diante de suas repetições

reencarnatórias, passando pelo mesmo processo de suicida,já por três vezes, terá ainda a proteção de retornar à colônia?

— Meu filho, prossegue Eusébio, quem somos nós parajulgarmos os atos de companheiros que sucumbem dianteda reencarnação? Não nos esqueçamos de que somosainda imperfeitos perante as leis morais estabelecidas porDeus. E é através dos desvios na caminhada reencarnatóriaque se aprende, pela dor, a tão esperada reforma íntima.Preciso é vencer os apegos prazerosos da matéria, pormuitas vidas e, por séculos à frente, chegar-se-á aopropósito mais elevado. Nosso Camilo já está muito melhor;sua estada aqui na Colônia “Maria de Nazaré” lhe dará tempopara profundas reflexões.

E encerrando o assunto para que não houvessediscussões sobre o espírito comentado, Eusébio pediu atodos o silêncio, para que a prece envolvesse a tarefa a sercumprida junto a Jesus.

Eusébio, fechando os olhos, concentrou-se na figura doCristo. Espíritos superiores o envolveram, intensa luzcircundou-o e suave som melodioso tomou conta doambiente, inundando os ouvidos dos trabalhadores, quecomeçaram a se embalar na oração proferida pelo instrutor:

Finda a prece, a emoção tomava conta detodos. Eusébio, voltando-se, começou aorganizar a saída dos caravaneiros. Chamandoos lanceiros, verificou se os escudos e as vestesdesses estavam adequados para o serviço a serrealizado, junto com os cachorros adestrados,para encontrar e proteger os espíritos enterradosnas fétidas lamas das cavernas a serem visitadas.

Verificou se os médicos e os enfermeirosestavam capacitados com aparelhamentomagnético, macas e outras aparelhagens, comotoucas protetoras contras as picadas de insetosde várias espécies, (frutos da fétida região e semhigiene alguma), assim como os condutores de

“Senhor,Buscamos Suas bênçãos para o êxito dessa tarefa que,

por misericórdia, Deus nos envia como tutores dessesespíritos, que sofrem toda espécie de dor expiatória porsentirem a decomposição de seus corpos carnais, sempoderem se afastar do quadro a que se impuseram, pelosescabrosos desvios morais e pelas ações maléficaspraticadas.

Que, unidos a esses corações maternais que nosacompanham, os fluidos redentores se espalhem,beneficiando e tornando mais fáceis os caminhos de retorno

ao Bem daqueles que se esforçam para sentir oambiente da Luz.

Guardai-nos, Senhor, para que os lanceirosacertem o alvo com o escudo do Amor, por seresse o antídoto anestésico que os libertará dosataques das sombras, dessas regiões dosresíduos mentais deteriorados.

Partiremos, Jesus, sentindo Sua presençaentre todos os caravaneiros do Bem.”

Camilo Castelo BrancoCamilo Castelo Branco

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Primeira parte

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 3

veículos semelhantes a carroções paratransportar os doentes. Esses carroções eramconduzidos por animais parecidos com os cavalosterrenos, também adestrados para essa tarefaumbralina. Tanto esses animais, como oscachorros, eram hábeis em reconhecer os perigosaos quais estavam sendo expostos, pela facilidadede distinguir entre o “homem” material dosespíritos maus. Havia o iminente perigo dosespíritos obsessores e seus escravos assaltaremesses veículos, aniquilando-os com seus fluidosmaléficos mas, com a proteção dos lanceiros e dosanimais adestrados nos campos de salvamento, avitória era certa. E Eusébio, à frente de todos,animava-os, dizendo:

— Partamos, felizes. Deus está conosco eJesus está à frente. A caravana já estava sentindoa diferença do ambiente, através do ar. Eusébio,pedia a todos que dessem inicio ao canto celestiallembrando quando Mar ia de Nazaré ,espiritualmente, animou todos os cristãos, queseriam sacrificados na arena do circo romano porseguirem Jesus, a cantar o hino de amor que oslevaria aos braços Dele, sem sentirem as patas eos dentes das feras a lhes estraçalhar o corpocarnal, por já estarem respirando o clima superior, emanadopelo Mestre.

Refeitos, começaram a ouvir uivos e gritos sinistros,gargalhadas satânicas e impropérios, com figurasdeformadas a desfilarem ao lado dos caravaneiros, suicidascom sangue a escorrer pelo rosto ou mantendo o corpoespiritual aberto em chagas, onde alguns mostravam osórgãos saltados para fora. Era o vale dos suicidas, daquelesmortos-vivos de toda espécie, frangalhos espirituais.

Eusébio deu um sinal à caravana que, de imediato,esperava as ordens a serem cumpridas. Dirigiu-se emseguida aos lanceiros e, por gestos, indicou a rua lamacentaem que deveriam entrar.

Pediu para que as mulheres continuassem cantando eprocurassem dar apoio aos médicos e enfermeiros.

A escuridão era total, porém a Luz Celestial os seguia. Eracomo lanternas a demonstrar os perigos do caminho.Buracos emitindo fluidos amortizados representavam

armadilhas para impedir a aproximação dos “caminheiros doBem”. Isso era a preparação dos obsessores para nãoperderem suas presas.

Camilo, ameaçado pelos seus algozes, tinha terrívelaspecto. Olhos esbugalhados, o sangue a correr pelo rostopelo tiro que dera em seu cérebro. Sentia dor alucinante.Seus gritos foram contidos pelos fluidos obsessores. Queriaenviar algum sinal para que pudessem achá-lo. Sabia que osmédicos que, por várias vezes, passavam por ali estavampróximos, e pensava:

“Será que nem desta vez conseguirei fugir destamasmorra?”

Os caravaneiros, atentos a Eusébio, começaram otrabalho de resgate. Os lanceiros, junto aos cachorros quefarejando entre os detritos mostravam os espíritos emapavorantes situações, com segurança lançavam dardosfluídicos que se chocavam com os projéteis enviados pelosguerreiros dos obsessores. Com as faíscas elétricas

benfe i toras, os e lementos maléf icos sedesintegravam no ar. Dessa forma, com os espíritosresgatados, rapidamente médicos e enfermeiros osrecolhiam nas macas e os colocavam sobmedicamentos eletromagnéticos, usando toda aaparelhagem respiratória; com essa introduçãomedicamentosa no ar inalado pelos espíritosdoentes, eles passavam a ser purificados. Deimediato, eram conduzidos para os carroções, que seposicionavam em regiões mais controladas pelosespíritos maternais e aí mantidos em segurança, atépoderem fazer a viagem de retorno à colôniaespiritual.

Com todo cuidado, os caravaneiros que seguiam ofarejar dos cachorros os viram entrar numa viela, cujosolo mostrava uma mistura de sangue e lama. Oscachorros se deixavam ouvir pelo uivo baixo que eramisturado aos ruídos dos cadáveres que ali estavamsemienterrados, nessa fétida região umbralina.Sabedores dessas facetas dos cães, os socorristasos acompanhavam.

Camilo, que se encontrava nessa região,percebendo que algo diferente se passava e sem

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nada enxergar, começou agemer, aumentando os gemidoso mais forte possível. Seu planode ação deu certo. Os espíritossocorristas foram protegidospelos cães, que formaram umcírculo ao redor deles. Puderam,com isso, chegar ao lugar ondepermanecia Camilo, envolvidoaté o pescoço pelos detritos.Sua cabeça, aberta na regiãofrontal pelo projétil, deixava àvista a massa encefálicadecomposta. Permanecia cego,a principal razão de seudesequilíbrio orgânico. Nãoconseguira suportar a ideia desua cegueira física, sem curaalguma, ocasionada pelosdistúrbios sexuais, manifestadapela sífilis.

Com a vigilância de Eusébio eo isolamento fluídico dosprotetores espirituais, o socorrofoi imediato. Quando oslanceiros davam cobertura paraque os médicos pudessemretirar o espírito deCamilo, uma ondafét ida, com for tesrajadas de ventos,q u a s e c o n s e g u eimpedir a operação desalvamento. Esse efeitof o i e m i t i d o p e l o sobsessores que haviamprogramado o suicídiode Camilo, que aceitaraa ideia e o praticara.Pelo livre-arbítrio dadoa esse ato consumado,os obsessores o tinhamcomo escravo; comisso, se não fosse aação protetora de AnaPlácido que o envolveracom muito amor eg r a t i d ã o , e m b o r ativesse sido, no início,u m a t u m u l t u a d arelação, ela aprenderaa amá-lo, sem a paixãodesenfreada da carne.Colocando-se à frented o s o b s e s s o r e s ,ofereceu-se-lhes paraaplacar seus desejos,mas que dessem aCamilo liberdade parater o socorro à sua tãoprecária condição. Osobsessores aceitaram aproposta e concor-d a r a m e m d e i x a rCamilo ser socorrido.

Eusébio chorou, ante osacrifício redentor daquelamulher.

Após os resultados positivosao recolhimento dessesespíritos, em zonas tão difíceis,Eusébio deu o sinal de alerta, atodos, para a retirada. Com aspreciosas cargas emocionaisque continuaram envolvendoos espíritos resgatados, oscaravaneiros iniciaram oretorno à Colônia Maria deNazaré.

Enquanto o espírito deCamilo era aconchegado namaca, pe las mãos dosespíritos femininos que oc o b r i a m d e f l u i d o sres tau rado res , Euséb ioaproximou-se de Ana, ques e n t i a - s e a l g e m a d af l u i d i c a m e n t e p e l o sobsessores. Com o olharrepleto de carinho, ele colocouas mãos sobre a cabeça deAna. Assustada, quis impedi-

lo, com medo dosa r r e m e s s o sv e n e n o s o s q u epoderiam acertá-lo,p o r é m E u s é b i oacalmou-a, dizendo:

— Minha filha, nadatema. Seu ato de puroamor materno ajudou-n o s a r e c u p e r a rCamilo. Você poderásair daqui conosco.Q u e m t e m e s s esentimento cristão,vindo do coração, estásalvo. Confie em Deuse veja que, por maisque esses espíritosconturbados queiramnos prender, nadaconseguirão.

Ana, temerosa,notou que forte clarãoinundava o local epercebeu que, pormais fizessem osespíritos carcereiros,isto é, os guardas quevigiavam a região,e s t a v a m c o m oestáticos, paralisadossem emitir qualquergesto.

Sentindo a energiarenovadora pe lasfluências benéficast r a n s m i t i d a s p o rEusébio, Ana aceitou

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 5

fugir daquele localpestilento. Amparadapelos braços doinstrutor, Ana seguiu-o e o u v i u a srecomendações deEusébio, sentindo-setotalmente liberta,sem algemas:

— Minha filha,C a m i l o s e r átransportado para aColônia Maria deNazaré, onde ira sesubmeter a rigorosotratamento espiritual.

V o c ê p o d e r áajudar-nos em suarecuperação, emboraele não possa ficarc i e n t e d e s u ap r e s e n ç a . Vo c êtambém passará portratamentos, mas emoutra localidade da colônia. Quando Jesus nos permitir,estaremos contatando sua presença para a hora designadapelo Alto, para esse reencontro. Mas, veja, isso poderáacontecer na colônia ou em futura reencarnação, após opreparo, para tanto, de ambos.

Ana, comovida, aceitou a condição e confessava aoinstrutor ser um prêmio de Deus poder ser libertada e ficardistante daquela região tão tenebrosa e ter ajudado, dealguma forma, Camilo.

Eusébio, observando que toda a caravana estava à suaespera, recomendou novamente para que todoscaminhassem com cuidado e retornassem, cantando eorando a Jesus, pelo êxito da tarefa.

Já em local seguro, distantes dos raios magnéticos quetentavam os obsessores arremeter contra os socorridos,Eusébio convidou-os para que orassem.

Os condutores dos carroções e dos cachorrosaproveitaram para deixar os animais descansando e sealimentando da água fluidificada que levavam em cantis.

Finalmente após longo tempo, os caravaneiros serejubilam por sentirem a chegada à Colônia de AtendimentoFraterno “Maria de Nazaré”.

Os espíritos resgatados foram recolhidos emcompartimentos, de acordo com os tratamentos aos quaisseriam submetidos.

Camilo, ainda sob o efeito da sonoterapia fluídica, foralevado ao compartimento de reposição energética.

A n a f o r aencaminhada, pelasmães espirituais, aosalão de precespara se recompor.Sua atitude com apiedade caridosapara com Camilo,dera-lhe repetidaenergia espiritual eseu aspecto sofrerab e n é f i c atransformação.

E u s é b i o ,satisfeito por ver ap a z e n t r e o sc o l a b o r a d o r e s ,p e d i u q u e , e mpoucos minutos,todos estivessem noSalão da Oração,p a r a o sagradecimentos aDeus e a Jesus.

O atendimento, nas câmaras retificadoras, pelos espíritosdesignados para esse campo de tratamento magnético, aosrecolhidos do vale dos suicidas, estava em grandesatividades. Camilo era um deles e Eusébio havia recebidoordens espirituais superiores para prepará-lo no tratamentoenergético, através da aparelhagem de auscultação, isto é,aparelhos que mostravam a condição perispiritual do cérebroe dos órgãos, assim como na Terra, para os batimentoscardíacos e a oxigenação do corpo físico.

Atendendo à solicitação do instrutor, os técnicos emfluidos estavam à disposição para o trabalho a ser realizado.Eusébio convocou também a presença dos médicosdesencarnados que faziam parte da colônia. Médicos que,na Terra, souberam honrar o “juramento de lutar pela vidafísica de cada ser humano”. Esses médicos que já voltavamamparados pelo plano espiritual superior, por receberem eatenderem às instruções em acertar nos diagnósticos sobreas diversas patologias, ao desencarnarem, eram acolhidospelos servidores da Colônia Maria de Nazaré. Também elesjá estavam preparados para iniciar a terapia, em estadosonambúlico, de Camilo. Seria praticamente levá-lo, sob oestado de hipnose espiritual, a relembrar desde a sua estadana Terra, em sua última reencarnação, até as aflições pelasquais passara no umbral, após a sua trágica decisão pelosuicídio.

Camilo estava sobre o leito hospitalar, demonstrando seuespírito mais tranquilidade.Ao chegar, fora levado ao “Centrode Recuperação”, onde seu espírito fora higienizado e as

chagas na cabeça cuidadas, para contera hemorragia, com aparelhos fluídicosque sugaram e eliminaram as bactériasorgânicas que ali se instalaram.

Após todo o procedimento médicoespiritual, Eusébio, com a serenidadeprópria de seus conhecimentossuperiores, aproximou-se do leito.Tomando uma das mãos de Camilo eelevando sua destra à cabeça do doente,proferiu breve oração a Jesus. Depois,colocando um pequeno aparelho emfrente à boca de Camilo, com fiosfluídicos entrando-lhe pelas narinas,

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Eusébio, em meio tom de voz, se pronunciou:— Camilo procure reagir à minha pergunta e responda:

você está sentindo as boas sensações a tranquilizarem o seuinterior?

Camilo, emitindo leve gemido, tentou abrir os olhos e, comdificuldades, estampou um sorriso.

Ladeado pelos médicos e enfermeiros, Eusébiocontinuou, sempre atento aos sinais de aprovação que aequipe socorrista transmitia, dizendo:

— Não precisa abrir os olhos, pelo contrário, você agorairá procurar dormir profundamente, mas continuará a ouvirminha voz. Iremos ter uma longa conversa, para depoisretornar sem maispesadelos e torturas.T u d o f i c a r áesquecido, porémprecisaremos tercalma, para que issoaconteça.

Seguindo toda aterapêutica espirituale m i t i d a p e l o st é c n i c o s a l ip resentes , apósbreve período depreces, Eusébiorecebeu o sinal dea ç ã o p a r a a sl e m b r a n ç a sreencarnatórias deCamilo que, atravésd e u m r e t r o -transmissor, Eusébioe Camilo, pelasreflexões, poderiamver, como se umfilme ali estivessesendo projetado.

Eusébio deu inicio à terapia retrospectiva dareencarnação de Camilo. Sua primeira pergunta:

— Diga-me, meu filho, onde você está?O espírito Camilo agitava-se e, contorcendo-se, procurava

uma posição, a qual, em poucos segundos, deu a ele a formade um feto. Pela imagem obtida, Eusébio viu que Camiloocupava o ventre materno. Querendo apressar o tratamento,Eusébio falou:

— Sabemos que você está renascendo agora. Mas vamosà frente. Você já está crescido. Sabe seu nome?

— Meu... meu... nome... balbuciava o espírito eprocurando mover-se, mas com atitudes de criança,continuou... meu pai me chama de Camilo... vejo que ele mecarrega... diz... diz... que hoje... é meu aniversario...

Eusébio pergunta:— Você sabe quantos anos está fazendo?Camilo ergue a mão e mostra confirmando...— Tenho cinco anos...O instrutor continua perguntando:— E que dia é esse, do seu aniversário?Ao que Camilo, meio confuso, mostrando que perguntava

ao pai, responde...— Papai diz que hoje é dia 16 de março de 1825.Eusébio, demonstrando satisfação:— Muito bem... muito bem, você é um menino muito

inteligente e estudioso, não é?Digo que você é estudioso, porque você já sabe ler, não é?

Então, agora, você vai acompanhar o seu crescimento.Olhando para a tela, sob o domínio das lembranças

passadas, Camilo se vê em lágrimas. Está em plenajuventude, mas é um rapaz tristonho.

Eusébio questiona:— Parece-nos que esse belo local é Lisboa, em Portugal,

não é? Por que esta tristeza? Reveja tudo o que lhe pareçanecessário, para podermos atingir o nosso objetivo.

Camilo toma ares de amadurecimento e esclarece:— Sinto grande revolta interior. Vejo-me só. Nasci em

Lisboa, sou português, da Freguesia dos Mártires. Tenhosaudades do prédio onde morei, na rua da Rosa. Meu pai

c h a m a v a - s eM a n u e lJ o a q u i mBotelho CasteloBranco; ele mee n s i n a v a acomportar-mebem, diante dasvisitas. Porém,q u a n d ocompletei deza n o s , e l emorreu. Fiqueisó. Senti-mecompletamenteabandonado.

Eusébio, ems e g u i d a ,perguntou-lhe:

— E s u amãe? Qual eras e u n o m e ?Você não temr e c o r d a ç ã oalguma dela?

Camilo choramais convulsivamente... lembrava-se de que nunca haviaexperimentado o aconchego materno... muitas vezes,perguntava ao pai como era sua mãezinha... e o pai repetia:

“... sua mãezinha chamava-se Jacinta Rosa do EspíritoSanto Ferreira. Ela não pôde continuar aqui porque Deus achamou e você ainda era um bebê.”

E meu pai, querendo me consolar, dizia da suapreocupação. Narrou-me seu relacionamento com Jacinta.Ele viera a apaixonar-se perdidamente por ela, porém meusavôs não consentiram no casamento. Meu pai passou a vivercom minha mãe ilicitamente. Dessa união nasceu umamenina, irmã mais velha, que foi morar com minha mãe.Quando nasci, contava meu pai, minha mãe já estava muitodoente e ele retirou-me para ser educado por ele. Sou,portanto, para a sociedade, “filho de mãe desconhecida”.

E, agora, falava-me papai:“Quem cuidará de você, quando Deus vier buscar-me?”Sabia por essa época, que sua vida estava no fim.Achava-

se muito doente. Tempos depois, papai morreu, vi-mecompletamente abandonado. Fiquei órfão.

Eusébio, atento, prosseguiu, antes que a emoçãoprejudicasse o trabalho. Rapidamente, continuava a arguir oespírito de Camilo:

— Em sua adolescência, qual era a sua meta a alcançarembora, até aí, você já tivesse vivido momentos tão difíceis.Você quer falar sobre isso?

Camilo se recompõe, porém seu semblante, ainda

Fachada do atual prédio na rua da Rosa, em Lisboa, local onde nasceuCamilo Castelo Branco. Foto de Sara Carvalho.

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 7

Camilo Castelo Branco

alterado pelo processo do desencarne, fecha-separa as amargas lembranças.

— Sofri muito com a ausência do meu pai.Alimentava-me apenas das lágrimas e darevolta. E agora... pensava... talvez euseja encaminhado para algum orfanato.Eu sabia que era para esse local queos órfãos eram mandados. Mas umatia que residia na cidade, em VilaReal, veio buscar-me. Ela me eraindiferente. Tinha conhecimento desua existência mas, com poucaidade e sem nunca tê-la visto,acompanhei-a, mais como umfantoche sem ter a mínima reação.Minha cabeça rodopiava noturbilhão de pensamentos.

Durante os anos em que vivi sobos cuidados de minha tia, recebi acontinuidade do curso primário.Como eu tinha facilidade por já terconhecimento de muitas matérias,principalmente pela literatura que exerciauma profunda fascinação em meu íntimo,passei a traduzir, em poesias, os meusdesencantos.

Estava beirando os quase 15 anos, quando minhairmã mais velha, sabendo que minha tia a procurava hámuito tempo para que ela viesse cuidar-me, surgiu à minhafrente. Morava em Trás-os-Montes, uma bela regiãoportuguesa. Também não senti a menor reação ao conhecê-la. Como minha tia, ela era estranha para mim. Minha irmãabraçou-me com muito carinho e percebi que ela tinha dó, dever tanta tristeza em meu rosto; dizia que cuidar-me-ia commuito amor. Partimos e novamente a insegurança tomouconta de meu coração. Minha irmã era recém-casada; comoeu seria recebido pelo seu marido? Mas, em minha menteimatura, um pensamento tomou conta de meu ser:

“Eu fugiria... iria para qualquer lugar... ou, até mesmo, arua seria melhor do que sentir-me rejeitado.”

Eusébio, vendo o desconforto que causavam no espírito deCamilo essas lembranças, envolvendo-o em preces, disse-lhe:

— Cremos, meu filho, que você está cansado. Você agoravai prestar atenção ao meu chamado e abrirá os olhos paracomeçar a situar-se neste seu presente.

Eusébio, com os olhos voltados para os técnicosespecializados em fluidos, viu que era preciso fazer Camilodespertar. Preparado para o ambiente, Eusébio inclinando-se ao ouvido do espírito, falou brandamente:

— Volte, Camilo... abra os olhos para você ver que não estásó. Vamos, Camilo, reaja ao meu pedido... volte à vida atual.

O instrutor acompanhou o lento despertar de Camilo.Rendendo-se ao impositivo chamado, Camilo abre os olhose, vagarosamente, procura sondar o que se passa ao seuredor. Atendendo à equipe médica, Eusébio dirigiu-senovamente a Camilo:

— Então... está mais tranquilo?

Camilo acena que sim. Com a cabeça envoltapor gazes e aparelhos, ele quer se libertar,

agitando-se. Recebe sinal de calma pelosmédicos presentes. Eusébio, amoroso,

tomando-lhe as mãos, o informa que estáhospitalizado, devido ao grave acidenteque sofrera.

— Está você, diz o instrutor, sobcuidados médicos. Amanhã,vo l ta remos para podermosconversar mais tranquilos. Siga asinstruções dos médicos e procurese acalmar.

Após a retirada do instrutor, ostécnicos em fluidos restauradores,prosseguiram no tratamento deCamilo.

Ao contrário de Camilo, AnaPlácido, estava quase refeita.

Eusébio foi visitá-la. Ela ainda estavasob o efeito de fluidos benéficos.

Porém, com sua compreensão epelos tumultos evidenciados em sua

reencarnação, levada pelo amor que sentiapor Camilo, procurava agora se penitenciar

perante Deus.Eusébio ficou feliz ao vê-la junto às mães

espirituais, que a incentivavam a colaborar no Culto doEvangelho, no Salão da Oração.

O instrutor, batendo palmas numa atitude festiva, une-seàs companheiras do trabalho cristão e ressalta:

— Graças a Deus... você sentiu, minha filha, como asolidariedade beneficia a nossa redenção para o Bem? Vejogrande entusiasmo em seus olhos...

Eusébio ia dar continuidade ao assunto, quando Ana ointerrompeu...

— Acredito, mais do que nunca, no auxílio que Deus nosenvia, através de seu filho, Jesus. Embora as loucurascometidas, indo até contra as leis morais da sociedadeterrena e também, principalmente, renegando as leis deDeus, consegui entender, a tempo, o socorro que a suaequipe nos deu. Sou grata por tudo. Farei o máximo para mereabilitar perante o nosso Criador. Portanto, trabalharei pormim e por Camilo...

Eusébio vai de encontro ao seu desejo de se ajudar e aoespírito tão perturbado de Camilo, e lhe indaga:

— Tenha a certeza de que sua ajuda é tão importantequanto o seu ato no umbral, que foi preponderante para quepudéssemos resgatá-los... Camilo já está melhor. A sessãode hipnose fluídica já nos deu bons resultados. Mas, paracontinuarmos a ter avanços no tratamento, precisamos deseus relatos. A sua vivência com Camilo fará com que opoupemos dessas recordações. Poderemos contar com suaboa vontade, nos trazendo os acontecimentos que, juntos,compartilharam?

— Como não... farei com a maior satisfação. Além de lhedemonstrar minha gratidão, quem sabe diminuirei a culpa

que trago em minha consciência pela infidelidadeao casamento, porque dei profundo desgosto aomeu marido, o senhor Manuel Pinheiro.

Pedindo às companheiras de equipe quedessem a Ana o afastamento, por algum tempo,das tarefas da Evangelização, saíram para outrosalão. Este compartimento fazia parte dosestudos feitos sobre a reflexão. Sua atmosfera

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Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”

Ana Plácido

era refrigerada por fluidos energéticos, para darmais conforto aos espíritos que ali fariam suasretrospecções.

Com a ajuda de Eusébio, Ana Plácidoentregou-se à disposição do instrutor.Este lhe esclareceu que, estando elaem pleno poder de sua mente sadia,poderiam iniciar, de imediato, orestabelecimento dos relatos desua vida junto a Camilo. Estando apar do que até onde o instrutorpôde saber de Camilo, Anarelatou, após sentida prece:

— Eu era uma jovem, igual atodas que tecem p lanosmaravilhosos, em busca dopríncipe encantado que venhafazer parte do mundo cheio deilusões da juventude.

Por esta época, eu já haviainiciado o namoro com o SenhorManuel Pinheiro Alves, cuja fortunadescendia de seus pais que eramcomerciantes e pela qual Manueltrabalhava desde jovem. Portanto, ocomércio lhe dera a continuidade próspera navida.

Sem saber definir ainda o sentimento de umrelacionamento seguro, deixei-me levar pelas belasdeclarações de amor eterno de Manuel, que sempre semostrava romântico comigo. Daí para o casamento o tempofoi breve, porque Manuel vivia sozinho. Desde que os paishaviam falecidos, Manuel ansiava por uma companheira.

Meus pais ficaram felicíssimos porque meu futuro estavagarantido, com os bens que Manuel tinha em seu poder.Sinceramente, eu não compartilhava com essa forma depensar.... tinha em Manuel um homem bom e romântico. Ocasamento veio, em seguida.

Antes de Ana dar continuidade à narrativa, Eusébio ainterrompe:

— E como você veio a se apaixonar por Camilo? Você oconheceu, após seu matrimônio?

— Na verdade, eu conheci Camilo através de suaspoesias. Encantavam-me seus versos tão profundos, ondeme parecia entender seu espírito sofrido.

Não saberia explicar a ninguém a vontade que sentia emconhecê-lo. Vasculhando a vida de Camilo, entre os dadosque eram publicados pelos periódicos e até por livros daliteratura lusitana, consegui saber que usava váriospseudônimos. E, com essas informações, cheguei enfim asaber mais de sua vida pessoal. Designavam-no como umboêmio, repleto de amores ocasionais, frequentador desalões burgueses, mas um grande jornalista e escritor.Porém nada disso veio a abalar minha necessidade deconhecê-lo. Ao contrário, eu precisava vê-lo. Algo estranhome impulsionava para isso.

Eusébio a interpela, elucidando-a:— Na época, se você e Camilo estivessem ajustados na lei

da reencarnação, poderiam se encontrar e, pelo livre-

arbítrio, estarem livres dos processosangustiosos pelos quais passaram. Camilo, se

não tivesse se envolvido no orgulho de sesentir enjeitado e fechar-se na condição

de vítima, dar-se-ia a oportunidade denão se repetir no suicídio. Tinha eleimportante tarefa reencarnatória atransmitir, pela sua escrita,mensagens de confor to eesperança pela facilidade de suacomunicação com o povo. Tantoisso era previsto que o sucessode seus livros, de suas comédias,folhetins, poesias, traduções dediversos textos — sem que ele seesforçasse — demonstravam ocabedal de seu arquivo espiritual.Porém suas tendênc ias à

imoralidade e o afastamentoreligioso o levaram às derrocadas

reencarnatórias.Ana , espan tada , ouv ia as

elucidações de Eusébio, intrigada, equerendo mais esclarecimentos,

indagava:— E como fico nisso tudo? Teria me

comprometido a auxiliar Camilo e desviei-me, pelaignorância total da reencarnação?— É, minha filha... Não é julgamento o que estamos

fazendo, mas reflexões do que seria o ideal cristão emnossas vidas e o confronto com os desejos carnais ou possesde coisas, ou pessoas que nos desvirtuam do caminho reto.Por isso nos referimos ao livre-arbítrio, Deus nos dáliberdade de ação mas, através da reação, iremosaprendendo pelas amargas experiências a dar ouvidos aDeus.

Reiniciemos a sua narrativa, para chegarmos ao ponto emque possamos retornar às recordações de Camilo.

Ana, recompondo-se, continua:— Quando conheci Camilo, ele passava por profunda

depressão. Eu entrara numa sala de leitura (bibliotecapública) para ler algo que o escritor Camilo houvessepublicado, quando ouvi alguns cochichos dos leitores alipresentes. Prestei atenção para saber o que era e ouvi,perfeitamente, que falavam o nome do escritor e apontavampra um homem sério, de expressão sofrida no olhar. Naquelemomento, senti meu coração palpitar fortemente. Fiqueiestática, por alguns segundos, porém rapidamente reagiquando vi várias pessoas a cercá-lo. Era ele, eu pensava...Corri para apertar-lhe a mão, como todos faziam. Quandoconsegui aproximar-me, nossos olhares se cruzaram.

De imediato, estendeu-me a mão que segurei com todofervor.

Meu Deus, que sensação maravilhosa perpassou pelomeu corpo! Senti que ele me correspondia.Após ter atendidoaos leitores, ficando só, dirigiu-se a mim e perguntou:

— Seria falta de decoro, convidá-la para um chá?Um arrepio percorreu-me pelo rosto e devo ter-me corado.Aceitei de pronto o convite e ficamos horas a conversar.

Depois, vieram outros encontros e tornei-me sua confidente.Por essa época, eu estava com o casamento marcado comManuel.

Não tive coragem de contar a Camilo que, em alguns dias,eu estaria casada. Nossa convivência em pouco tempo uniunossas almas. Estávamos loucamente apaixonados.

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ACEITAMOS SUA COLABORAÇÃOSua doação é importante para o custeio da postagem do Seareiro

e pode ser feita em nome do

Camilo contara-me de suas desditas desde a sua infância.Conservava muita revolta em sua alma. Falara-me que, aindaadolescente, conhecera uma jovenzinha chamada Maria do Adro.Ela era simples e bela em sua figura frágil. Parecia-lhe que haviaencontrado alguém que o amava, pois ela começara a fazer partede seus sentimentos. Estavam sempre juntos, porém, mais umavez, dizia ele, a vida o castigava. Maria do Adro adoecegravemente e, em pouco tempo, a tuberculose a arranca de seusbraços.

Desesperado, ele é consolado por sua irmã, Carolina Rita quelhe diz ser ele muito jovem e que seu futuro, por ser tão inteligente,ainda lhe traria muitas surpresas.

Na época em que morou com sua irmã, teve a oportunidade deestudar com os clérigos que lecionavam na escola da região. Suainteligência era notada por todos os alunos e pelos padres,principalmente por um deles, o Padre Azevedo que, em certa

ocasião, teria que proferir um sermão,nos festejos dedicados a São Martinho.

Camilo, trocando palavras sobre apreocupação do Padre Azevedo em sercoerente no texto, ousadamente,escreveu sobre o teor do sermão.

Ao se deparar com o escrito, o padreficou espantadíssimo e exclamou:

— Como? Você, ainda garoto, ser tãoclaro sobre um assunto religioso, tãocomplexo para quem já tem anos deoratória e você a desmembrá-lo de formatão eloquente?

E Camilo não sabia o que responder,porque, para ele, não houvera nenhumadificuldade.

Eusébio, interrompendo a narrativa deAna, comentou:

— Era o que tentávamos esclarecer avocê sobre a reencarnação e asexperiências obtidas e sobre as quaisDeus dá a possibilidade de o homem semelhorar, através do trabalho. Camilosempre foi médium e, com o cabedalliterário que sempre desenvolveu emsuas vidas pregressas, ele usava seupotencial de conhecimento, ajudado pelainteligência e administrado culturalmentepelos espíritos do mesmo teor desuperioridade filosófica e literária. MasCamilo não soube valorizar essestalentos.

Ana começara a entender ascolocações de Eusébio. Ele queriaconcluir seu diálogo, em relação aoencontro deles nessa reencarnação, e aincentivava a retornar a conversação eadita:

— Por que, você lhe omitiu seumatrimônio com o comerciante Manuel?

— Por que eu via tanta tortura e mágoaem Camilo que me acovardei. Fiquei com medo de queele me odiasse e me colocasse no mesmo lugar dasmulheres fáceis, com quem ele se relacionava. Por isso,fugi ao seu convívio e omiti-me também de contar aManuel os meus encontros amorosos com Camilo.Temia por alguma tragédia.

Eusébio, aproveitando a emoção que envolvera Ana,após pequena pausa, disse-lhe:

— Obrigado Ana... Esse relato foi-me precioso. Ireiaté Camilo e, se ele estiver tranquilo, sem o perigo dedesequilibrar-se, eu o farei contar-me a sequência dosfatos; senão, prosseguiremos com a hipnose, que omanterá fora dos distúrbios das sombras.

EloísaFinal da primeira parte.

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Bibl

iogr

afia �

Ação e Reação

Grandes Vultos da Humanidade e o Espiritismo

Memórias de Um Suicida

Nosso Lar

- Francisco Cândido Xavier, pelo EspíritoAndré Luiz, Editora FEB, 1ª ed., 1957.

- SilvioBrito Soares, Editora FEB, 2ª ed., 1975.

- Yvonne A. Pereira, peloEspírito Camilo Cândido Botelho, Editora FEB, 7ª ed.,2008.

- Francisco Cândido Xavier, pelo EspíritoAndré Luiz, Editora FEB, 12ª ed., 1971.

Imagens:R. Matiashttp://www.espiritualismo.hostmach.com.br/imagens/inferno1.jpghttp://www.citi.pt/cultura/literatura/romance/c_castelo_branco/images/camilo6.jpghttp://img.olhares.com/data/big/214/2140392.jpghttp://cache02.stormap.sapo.pt/fotostore01/fotos//4a/cc/2f/2310016_Yzo85.jpeghttp://cache01.stormap.sapo.pt/fotostore01/fotos//8c/0f/4d/2309999_4ZPDi.jpeg

Fotos atuais de Vilarinho da Samardã, freguesia de Vila Real, uma cidade portuguesa.Na árvore centenária está pregada uma placa com a indicação: Rua Camilo Castelo

Branco. Mais ao fundo vê-se uma janela da casa de Camilo, local onde viveu com suairmã Carolina Rita.

Na entrada da casa há uma placa de mármore, que pode ser vista na foto acima, com afrase de Camilo:

.“... Onde passei os primeiros e únicos felizes annos da minha mocidade"

Mauro CamargoEditora Lachâtre - 376 páginas

1ª edição - 2008

Entre os médiuns psicógrafos, há aqueles que gostariamde ver publicadas as mensagens que recebem, sem sedarem ao trabalho de analisá-las com verdadeiro espíritocrítico, confrontando a matéria recebida com osensinamentos contidos na Codificação Espírita. Agindo comprecipitação, procuram logo alguém que as possa colocar

nos jornais eb o l e t i n s ,l e v a n d o o

responsável por sua edição a satisfazer seus desejos. Em setratando de publicações restritas aos centros espíritas, nãose vê praticamente nenhum mal; contudo, na maioria dasvezes, elas não têm valor doutrinário ou literário, estão alisomente para agradar o companheiro que se inicia noseriíssimo trabalho da psicografia, cheio de escolhos, desdeque voltado às bases da Doutrina Espírita. Se não passaremdessas publicações, apenas estarão ocupando o lugar deartigos mais importantes.

Este pode ser o começo da carreira dos médiuns que,embora sem testar convenientemente suas faculdades,

encontram editores para seus trabalhos, seja demensagens vazias ou pueris, seja de romancesinsossos. Se analisados sob a ótica espírita, muitosdeles não se enquadram nem mesmo como obraespírita, pois o médium psicógrafo não precisa serespírita para receber e publicar escritos recebidosdo Além. A este propósito, temos uma famosamédium que lança com sucesso seus romances eque, em se afastando do movimento espírita,confessa-se não mais adepta de nossa doutrina.

Temos ainda um bom número de médiuns quese empenham em treinar a psicografia nos centrosespíritas e que poderiam se tornar médiunsconselheiros, tão necessários aos grupos

Canal Abertocanal aberto

Este espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores.Agradecemos por todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados.

Deve-se Publicar Mensagens Mediúnicas?

L i v r o e n v i a d o a o sassociados do Clube do LivroEspírita “Joaquim Alves (Jô)”,em novembro de 2008, deautoria de Mauro Camargo.

O autor aborda, dentrev á r i a s q u e s t õ e s , o santecedentes do surgimentodo Espiritismo e a influênciad o m e s m e r i s m o n aRevolução Francesa.

Relata de forma evidente oconceito da reencarnação,através de diversos exemplosd e p e r s o n a g e n s e aconvivência dos mesmos,encontrando-se diversas

vezes em gerações diferentes, quando têm a oportunidadede resgates e reajustes das faltas do passado.

Passado e presente se encontram e a dificuldade que oprotagonista Michel relata em expor definitivamente suasmazelas, chegando quase ao ponto de fundir sua

personalidade com Duclerc.Duclerc, por sua vez, é personagem do livro de Michel e, na

realidade, foi sua reencarnação anterior.Entre uma e outra passagem, Michel começa a descrever

em diversas obras, auxiliado por espíritos com quem jáconvivera em outras encarnações, como Jeanne porexemplo, diversas tramas em que acaba como que“interagindo” com seus personagens. Jeanne o auxilia emvários momentos até fazê-lo perceber que, de determinadomomento em diante, não poderia mais ajudá-lo e ele deveriaterminar de escrever seu livro sozinho.

A ficção ganha estranhos ares de realidade, quando ospersonagens passam a interferir em sua vida.

Entre um período de aproximadamente 200 anos, que sãodescritos pelo personagem, Michel de Laroche — emencarnação em que desenvolve a atividade de escritor —temos a oportunidade de compreender melhor os desígniosde Deus e Suas lições e exemplos, para que possamosentender melhor o princípio da “Causa e Efeito” perantenossas atitudes.

Leiam e desvendem este enredo intrigante!

1

Marcelo___________________________1 Mesmerismo: magnetismo animal.

Paris, Setembro de 1793clube do livro

Clube do Livro

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 11

Não podemos negar que existem a miséria, a dor, a fome e asede pertencentes à matéria. Porém antes de todas aslamentações, o Senhor ampara e, através da reencarnação,envia o Consolador Prometido que deveria sanar a ausência dafé.

Partindo muitas vezes da Espiritualidade com esse propósito,os Espíritos, que serviriam à Seara do Mestre, desviam-se docaminho da luz e intensificam a penúria, por conveniênciasmateriais. Esquecem-se de mostrar, por Jesus, o amparo maiore tornam-se os causadores do mal.

Todos esses acontecimentos fazem parte das sequelas quetrazemos de vícios anteriores. E quando a tentação chega, osarrastamentos se revelam, dando saliência ao orgulho, àvaidade e ao egoísmo.

Quantos são enviados em todas as áreas de trabalho para aTerra! É no campo assistencial, no ensino, na religião, napolítica, na ciência, na biologia, nos meios de comunicação etc.

Em tudo, há a existência de Deus que designa Jesus paraessa grande ordenação terrena, mas Ele não violenta aninguém; cada ser é responsável em sua atuação pela livreescolha.

Vemos nesse belo e profundo poema de Maria Dolores, essaverdade levada a Jesus na figura de uma prece. Meditemosprincipalmente em seu último verso:

Elielce

É por isso, Jesus, que nós te suplicamos:Não nos deixes seguir-te o passo em vão,Que o prazer do conforto não nos vença,Livra-nos de tombar no pó da indiferença...Inda que a provação nos seja amparo e guia,Toma e guarda em serviço o nosso coração.

Bibliografia: - Francisco Candido Xavier / EspíritosDiversos, Editora IDE, 1ª ed., 1973.

Mãos Marcadas

Cantinho do Verso em Prosacantinho do verso em prosa

Conversa com JesusSenhor! Não lastimamos tantoContemplar no caminho a penúria sem nome,Porque sabemos que socorrerásOs famintos de pão e os sedentos de paz;Dói encontrar na vidaOs que fazem a fome.

Ante aqueles que choramNão lamentamos tanto,Já que estendes o braçoAos que gemem de angústia e de cansaço;Deploramos achar nas multidões do mundoOs que abrem na Terra as comportas do pranto.

Não lastimamos tanto os que se esfalfamCarregando a aflição de férrea cruz,De vez que nós sabemos quanto assistesOs humildes e os tristes;Lastimamos os cérebros que brilhamE sonegam a luz.

Não deploramos tanto os que suportamSarcasmo e solidão na carência de amor,Porquanto tens as mãos, hora por hora,No consolo e no apoio a todo ser que chora;Lamentamos fitar os amigos felizesQue alimentam a dor.

É por isso, Jesus, que nós te suplicamos:Não nos deixes seguir-te o passo em vão,Que o prazer do conforto não nos vença,Livra-nos de tombar no pó da indiferença...Inda que a provação nos seja amparo e guia,Toma e guarda em serviço o nosso coração.

Maria Dolores

espíritas. Yvonne Pereira recomendava que se desse ênfasea esse tipo de atividade mediúnica. Mas eles costumamdeixar os estudos de lado e não se esforçam para levar otrabalho adiante, com método e seriedade, dedicação eamor, e renunciar à vaidade de verem seus nomes empublicações.

Já vai longe o tempo em que certos dirigentes de poucoconhecimento doutrinário diziam que os psicógrafosanalfabetos seriam os melhores, “

Alguns deles sequer leram “OLivro dos Médiuns”, antes de dizerem tais impropriedades.Os tempos atuais, entretanto, depois de superada a faseprimordial de implantação do Espiritismo nas bases sólidasda Codificação, mostram-nos que o exercício damediunidade, na atualidade, ressente-se ainda dos esforçosdos médiuns. Torna-se necessário que eles se modifiqueminteriormente e façam a necessária reforma íntima, parapoderem trabalhar sob a proteção e orientação dos EspíritosSuperiores, impedindo a presença de espíritos incapacitadospara tal mister, ou mesmo, de mistificadores.

Diante do quadro que o movimento espírita se nos

apresenta, com as obras da Codificação colocadas depermeio a um grande número de novos títulos nas livrarias,principalmente de livros psicografados, torna-se oportunosaber a opinião daAllan Kardec sobre o assunto.

Em artigo da Revista Espírita de março de 1863, há 146anos portanto, temos uma informação que pode sertransposta para a o momento atual, sem receio de estarmoslidando com assunto superado. Aplicando o princípio doecletismo, ou variedade das comunicações psicografadasque lhes eram enviadas, o mestre lionês fez um estudo sobre3600 delas, vindas dos mais variados pontos da França e doExterior. Ele então constatou que 83% delas eram demoralidade irreprochável, entretanto nem 10% mereciampublicidade. E, entre esse diminuto percentual, apenas 1/3tinha mérito fora do comum. E Kardec, então, diz: “Por aí sepode julgar dainconsideradamente tudo quanto vem dos Espíritos”.

Eis aí, caro leitor, um assunto para se meditar e tirarconclusões.

Gerson Sestini - Rio de Janeiro - RJ

porque a mensagem sairiacom a letra do próprio espírito”.

necessidade de não se publicar

Imagem: http: //palavraguda.files.wordpress.com/2007/09/escrever.jpg

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kardec em estudoKardec em Estudo

Escolha das Provas

Questão 258: Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência e previsãodo que lhe sucederá no curso da vida terrena?“Ele próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso consiste o seu livre-arbítrio.”

a) Não é Deus, então, quem lhe impõe as tribulações da vida, como castigo?

“Nada ocorre sem a permissão de Deus, porquanto foi Deus quem estabeleceu todas as leis que regem o Universo. Ideagora perguntar por que decretou Ele esta lei e não aquela. Dando ao Espírito a liberdade de escolher, Deus lhe deixa ainteira responsabilidade de seus atos e das consequências que estes tiverem. Nada lhe estorva o futuro; abertos se lheacham, assim, o caminho do bem, como o do mal. Se vier a sucumbir, restar-lhe-á a consolação de que nem tudo se lheacabou e que a bondade divina lhe concede a liberdade de recomeçar o que foi mal feito. Demais, cumpre se distinga oque é obra da vontade de Deus do que o é da do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós quem o criou e simDeus. Vosso, porém, foi o desejo de a ele vos expordes, por haverdes visto nisso um meio de progredirdes, e Deus opermitiu.”

Questão 258: Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência e previsãodo que lhe sucederá no curso da vida terrena?“Ele próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso consiste o seu livre-arbítrio.”

a) Não é Deus, então, quem lhe impõe as tribulações da vida, como castigo?

“Nada ocorre sem a permissão de Deus, porquanto foi Deus quem estabeleceu todas as leis que regem o Universo. Ideagora perguntar por que decretou Ele esta lei e não aquela. Dando ao Espírito a liberdade de escolher, Deus lhe deixa ainteira responsabilidade de seus atos e das consequências que estes tiverem. Nada lhe estorva o futuro; abertos se lheacham, assim, o caminho do bem, como o do mal. Se vier a sucumbir, restar-lhe-á a consolação de que nem tudo se lheacabou e que a bondade divina lhe concede a liberdade de recomeçar o que foi mal feito. Demais, cumpre se distinga oque é obra da vontade de Deus do que o é da do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós quem o criou e simDeus. Vosso, porém, foi o desejo de a ele vos expordes, por haverdes visto nisso um meio de progredirdes, e Deus opermitiu.”

O Livro dos Espíritos - Livro IICapitulo VI - “Vida Espírita”

O espírito na erraticidade1, antes de reencarnar, faz usode seu livre-arbítrio para escolher o gênero de provas àsquais quer submeter-se para evoluir e estas provas estãosempre relacionadas com as faltas que lhe cumpreresgatar.

Porém, nem todo espírito pode fazer essa escolha, poisdepende de seu grau de evolução e compreensão; destaforma, cabe a Deus prover as provas necessárias para aevolução desse espírito.

O espírito, uma vez encarnado, não se lembrará dogênero de provas que escolheu e poderá também, pelo seulivre-arbítrio, trilhar o caminho do bem, ou o do mal,levando-o a algo oposto ao escolhido.

Se o espírito fraquejar, Deus com Sua infinitamisericórdia, lhe permite a oportunidade de recomeçar ereparar o que foi mal feito, porém em outras condições. Nãoé um castigo, mas sim, o resultado da Lei de Causa e Efeito.

Não podemos atribuir tudo o que acontece naencarnação do espírito como o resultado do gênero deprovas que ele escolheu, mesmo porque, na escolha, nãose preveem as particularidades e estas acontecem emdecorrência de seus atos, cabendo somente a ele aresponsabilidade sobre esses atos e suas consequências.

Nada ocorre sem a permissão de Deus e Ele não dáprovas superiores às forças daquele que as pede.

Enquanto encarnados, nosso fardo é proporcional àsnossas forças e a recompensa será proporcional à nossaresignação e ânimo diante das provas.

Utilizemos a prece, como apoio na execução de nossasprovas; entretanto só ela não basta, é fundamental ter fé nabondade de Deus.

,(O Evangelho

Segundo o Espiritismo - capítulo. V)

Emmanuel, do livro “Hoje”.Portanto, precisamos, encarnados ou não, usar o nosso

livre-arbítrio com responsabilidade e aproveitar todas asoportunidades para a nossa progressão intelectual e morale a consequente evolução do mundo.

Silvana Gimenez

“Bem-aventurados são os que têm a oportunidade deprovar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e suasubmissão à vontade de Deus porque esses terãocentuplicada a alegria que lhes falta sobre a Terra e após oárduo trabalho, lhes virá o repouso.”

“A única saída para superar qualquer provação seráenfrentá-la com humildade e coragem, procurando-seesquecer o mal e seguir o bem, trabalhar e servir com ânimoe decisão, reconhecendo-se que a Divina Providência,amanhã, nos fará novo dia.”

___________________________1 Erraticidade: estado dos espíritos errantes, ou erráticos, isto é, nãoencarnados, durante o intervalo de suas existências corpóreas.

Allan Kardec,Tradução de Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 1ª ed., 1987.

- Allan Kardec, Tradução de Guillon Ribeiro,Editora FEB, 76ª ed., 1995.

Allan Kardec, Tradução de Guillon Ribeiro,Editora FEB, 49ª ed., 1996.Imagem:http://3.bp.blogspot.com/_DApeKdOJlww/SOQuqQ6vkeI/AAAAAAAAAZE/SKJuPTDWaqA/s400/Escolhas.jpg

Bibliografia: -O Evangelho Segundo o Espiritismo

O Livro dos Espíritos

O Livro dos Médiuns -

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Tratamento Espiritual: 2ª e às 19h453 e às 14h45

4ªª 6ªAtendimento às Gestantes: 2ª às 15 horas

Evangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniõesReuniões: 2ª, 4 e 5 às 20 horas3 e 6 às 15 horas

Domingo às 10 horas

ª ªª ª

Artesanato: Sábado das 14 às 17 horas

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 13

SeareiroSeareiro14

pegadas de chico xavierPegadas de Chico Xavier

Era fato, até certo ponto natural, as pessoas quecostumeiramente visitavam o médium Chico Xavier, emUberaba, sentirem a onda perfumada que o acompanhavaconstantemente. Também todos notavam o constrangimentodele, se alguém falasse do perfume que o envolvia e quedeixava impregnado a quem fosse abraçá-lo. Chico, deimediato, contava que esse fenômeno era produzido pelograndioso Espírito de Sheila, que brindava aos que aliestavam e não a ele. Isso era da natureza humilde de ChicoXavier, que até nisso respondia o que costumava dizer nãoser merecedor e que, portanto, era da satisfação de Sheilapresentear os amigos que ali viessem.

Acompanhando o relato feito por pessoas que chegavamaté o Chico, no trabalho que os grupos faziam, noslembramos de uns jovens que, sentindo o perfume de Sheila,pediram licença ao médium para narrar o que haviaacontecido com eles, quando foram fazer o Evangelho parauma senhora que estava gravemente doente. Chegando àcasinha muito simples, encontraram-na febril, emcompanhia de outra senhora que se apresentou comovizinha e que cuidava da doente por ser uma pessoasozinha.

Um dos jovens, emocionado, ao lembrar-se do caso,continuou:

— Chico o quadro era muito triste... pedimos que fossecolocado um copo de água, para que os amigos espirituaisfluidificassem a água. Começamos a orar e, logo, todos nóspassamos a sentir o mesmo perfume que acompanha você.Quando terminamos o Evangelho e fomos dar a água para asenhora beber, ela estava tão grossa que parecia ser umcopo de óleo de cor amarelada. Foi preciso o auxílio de umacolher para facilitar a dose a ser ingerida pela senhoradoente.

Todos os que acompanhavam a narrativa dos jovensmostravam-se espantados. Chico ouvia com muita atenção.E, olhando para os jovens e para a assistência que tambémficara atenta ao médium, falou:

— Isso é o resultado de um trabalho feito com o coração.Naturalmente, Sheila os acompanhara e, com o ambiente

refletindo amor por aquela criatura doente, facilitaram a elaproduzir o fenômeno da materialização de uma medicaçãoque viesse recompor o físico debilitado da doente. E como

sempre fazia, ao dar por encerrado o assunto de alto padrãovibratório, disse:

— Louvado seja Deus!Relatos verídicos das visitas feitas a Uberaba por

caravanas dos anos de 70 a 80.Érica

Imagem: origem desconhecida

Chico Xavier - Remédio e Perfume

O médium Chico Xavier morador em Pedro Leopoldo,Minas Gerais, estava começando a se tornar conhecido, pelarepercussão dos livros psicografados por ele.

A pequenina cidade de Pedro Leopoldo começara areceber grande número de pessoas interessadas emconhecer o médium.

Por esse tempo, Chico recebia os amigos e osinteressados em assistir às reuniões do Evangelho, noCentro Espírita “Luíz Gonzaga”.

Junto a uma caravana vinda de São Paulo, encontrava-seuma amiga de Chico que, ao vê-la, deu-lhe abraços e boas-vindas, assim como a todos. Acima de tudo, Chico sempre foium bom anfitrião.

Terminada as tarefas da noite e após Chico ter conversadocom todos, André, irmão de Chico, que morava perto doCentro, convida os que ali permaneciam para irem até a suacasa saborearem um café com pão de queijo, uma iguariaque os mineiros sabem tão bem fazer. Chico, com sua alegriaconstante, rindo, dirigiu-se aos amigos para que nãoficassem perdendo tempo e, pegando o braço de uma amigade São Paulo, saíram para a casa deAndré. Depois de algumtempo, cada um despedindo-se do médium, agradeceram a

Fato Pitoresco

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 15

Francisco Cândido Xavierpelo espírito Emmanuel

Editora GEEM - 118 páginas1ª edição - 1989

livro em focoLivro em Foco

Nunca se falou tanto empaz como nos últimostempos.

Passeatas para a paz,movimentos para a paz,conferências para a paz,...Mas as guerras continuam aatingir milhões de pessoasno mundo todo. E além dasguerras “tradicionais” comcanhões e bombas, temosas “guerras” travadas dentrodo lar, que se refletem nasociedade, através das

drogas, violências e tudo o mais que a desestruturação dafamília pode trazer.

E como, efetivamente, podemos instalar a paz em nossasociedade?

No livro: “Fé, Paz,Amor”, Emmanuel escreveu:“A paz começará de nós próprios, a fim de irradiar-se na

direção de quantos nos cerquem ou convivam conosco,somando-se à paz que os outros exteriorizem, de modo que avida, onde estivermos, possa atingir os domínios daHarmonia que, de futuro, nos regerá os destinos.”

A tão sonhada e comentada paz, então, deve se instalarprimeiramente dentro de nós e não externamente!

E não é uma paz do preguiçoso, pois a paz verdadeiraverte da ação constante no Bem Eterno, sem reclamação esem amargura.

Toda ociosidade quase sempre é calmaria da podridão.Somente conseguiremos entender o significado real de

tudo isso, quando praticarmos oAmor.

Fé, Paz, Amor

delícia dos pães de queijo, devorados por todos, e foram parao descanso, já de madrugada.

No dia seguinte, ali pelas 9 horas da bela manhã de sol emPedro Leopoldo, a caravana estava de volta, para a precematinal que Chico tinha o hábito de realizar, com osparticipantes da reunião noturna.

Ao recebê-los, Chico indaga, cumprimentando-os:— Bom dia... como é, dormiram bem?Asenhora, amiga de Chico, responde meio enfastiada...— Que nada, Chico... minha noite foi péssima... o pão de

queijo me fez muito mal... fiquei acordada até amanhecer,com muito enjoo e azia.

Chico, olhando-a com toda paciência, que sempre fora seucomportamento, diante de qualquer pessoa, responde-lheamigavelmente:

— Isso não é nada... logo irá passar. Ainda bem que aminha amiga não foi vitima dos queijos das mágoas, dasmaledicências, dos desencantos... porque desses alimentosvenenosos é que precisamos saber nos livrar, que muito malfazem ao nosso estado espiritual.

Compreendendo a lição, ela sorriu. Chico havia tocado noponto predileto dessa senhora que, quando falava das liçõesdo Evangelho em seu grupo de estudos, ela fazia questão defocalizar a etiologia das doenças ingeridas pelos alimentosespirituais culpando, como é fácil de se ouvir, que o mal estáno que entra pela boca e não do que dela sai.

Que bela lição, desse eterno amigo, Chico Xavier!Érica

Bibliografia:.

Chico Xavier na Intimidade - Ramiro Gama, EditoraLAKE, 1ª ed., 1974

A sede de consciência humana é fulcro irradiador deforças.

Usina do pensamento em constante trabalho, sintoniza-se por leis físicas de concordância e afinidade com outrasconsciências que se lhe assemelham ao modo de ser epensar.

Transmitindo em derredor de si mesma o plasmaatuante de seu pensamento, a consciência, onde estiver,receberá, a seu turno, as vibrações do meio que escolheupara a comunhão da própria vida.

Compreendendo esta realidade insofismável daexistência de cada individualidade humana, fácil, portanto,concluirmos que estará invariavelmente ligada àscompanhias que eleger no imo do ser para companheiros eamigos de jornada.

Cada ser humano é, pois, responsávelpelo próprio destino, construindo, à volta desi mesmo, as relações de simpatia eantipatia que provocar nos que lhecomungam a marcha. Assim, ninguém

poderá, em sã consciência, alegar ser vítima de processosobsessivos que não fez por merecer.

Caminheiros dos séculos, vamos acumulando, no carreirodas vidas sucessivas, um conjunto de realizações, assim comotambém o resultado de atos infelizes deliberadamentetomados por cada qual, em desfavor dos semelhantes.

É da lei que todos tenhamos o resultado das próprias obras.É por esta razão que Jesus, nosso divino Mestre e lúcidoinstrutor, nos recomendou, convincente:

Theophorus

"Vigiai e orai paranão cairdes em tentação!"

Mensagem psicografada por Geraldo Lemos Neto, em reunião públicano Centro Espírita Luz, Amor e Caridade, em 14/10/2008 - BeloHorizonte - MG

Árbitros de Si Mesmos

Atualidadeatualidade

Qual seria esse Reino? Sabemos que o reinado écomposto de um rei e seus súditos.

Nesta história o Reino era regido pela Lei doAmor.Para que todos fossem felizes só era preciso que

trabalhassem, ajudando-se uns aos outros.O monarca era bondoso e gostaria que todos os povos de

outros lugares distantes também pudessem ser socorridosnos seus sofrimentos e fossem morar no seu Reino.

Consultando seus ministros, ouviu do Ministro daEducação a seguinte ideia:

— Vamos reunir alguns de nossos habitantes e pedir quelevem os ensinamentos que tivemos aqui, educando, assim,aqueles povos sofredores para que aprendam a amar erespeitar os seus semelhantes e terem confiança em nossoPai, Deus. Assim, após entenderem a viver em harmonia ecomAmor, poderão viver aqui conosco.

E assim foi feito. O monarca reuniu algunsrepresentantes daquele povo e os envioupara que ensinassem a outras pessoas, deoutros lugares, tudo o que eles haviamaprendido.

E disse assim:— Vocês serão meus intérpretes, falando sobre a Lei única

que criei e que é a Lei doAmor e darão o seu próprio exemplopara vivê-la e ensiná-la a todos.

Os súditos escolhidos saíram pensativos e conversarammuito sobre a responsabilidade que tinham. Um deles disse:

— E se fracassarmos?Aresponsabilidade é muito grande!Lembrem-se de que iremos reencarnar para viver entreesses povos e, quando reencarnarmos, há o esquecimento.Podemos, assim, nos esquecer de todo o preparo quetivemos!?

Outro deles teve uma ideia:

O monarca concordou, por considerar justo o pedido.Após, os súditos convocados para a tarefa educativa

foram comunicados de que iriam reencarnar noEgito.

Eles pensavam que seriam reis no Egito,mas o monarca explicou que, para ensinar aLei do Amor, eles deveriam ser humildes e,portanto, seriam operários na fabricação detijolos.

— Sendo escravos, como poderemosensinar o Caminho do Reino? disse umdeles.

E lembrem-se. Será no Egito quenascerá o nosso Ministro da Revelação(Moisés). Ele os conduzirá para a Terra,aonde vocês levarão os ensinamentospara que todos possam conhecer aexistência deste Reino.

Texto adaptado por Rosangela

— Já sei! Pediremos ao nosso Pai que só nos envie, sepudermos ter sempre a presença de amigos que tambémreencarnem de tempos em tempos, para nos darem forças enão nos deixarem cair nas tentações da Terra.

— Ora, meus amados, se vocês tiverempaciência, resignação e fé, serão, porpouco tempo, escravos e ensinarão comos seus exemplos de humildade! É assimque se educa!

Bibliografia: -Roque Jacintho - capítulo I, Editora Luz no Lar,3ª ed., 1997.Imagem:http://www.lavistachurchofchrist.org/Pictures/Jesus%27%20Ministry%20Artwork/images/jesus_and_his_friends_in_the_upper_room.jpg

A Parábola do Festim das Bodas

Um Reino para Todos

Contoscontos

Diz-nos o Mestre Jesus:“Amai-vos uns aos outros, como vos amei.”Há o amor-compreensão que não espera ser amado por

todos os que ainda não nos podem compreender e o amor-renúncia, quando somos colaboradores da felicidade alheia.

A este sentimento tão sublime devemos associar a Fé,pois nos achamos em um mundo que não construímos e quefunciona sob leis exatas. Estamos no lugar certo paradesenvolver a nossa mente, confiando em Deus — o Criador

da Natureza e da Vida — e em nós mesmos.Estes conceitos e muitos outros, tais como, perdão,

caridade, convicções, equilíbrio etc., encontraremos nostextos ditados por Emmanuel e psicografados pelo nossoquerido médium, Chico Xavier, em mais uma obra que nosenriquece de conhecimentos e acalenta a nossa alma.

Ler e refletir sobre estas lições irá fazer o cristão,interessado em melhorar-se, ter mais ânimo para continuarna áspera estrada do auto-burilamento.

Vitório

SeareiroSeareiro16

Tema Livretema livre

Para todos nós que vivemos nos dias atuais, onde omundo gira em torno da competitividade, na buscaincessante pelos bens materiais, vemos as pessoas nacorreria pela sobrevivência, preocupadas em ter, obter, empossuir e hoje, infelizmente, achamos que todos os meiossão válidos.

Alcançamos a liberdade; entre homens e mulheres, osdireitos são iguais; a moral foi esquecida e vivemos, hoje, alei da vantagem, onde tudo é válido para se chegar aondedeseja! Que pena de nós, não é mesmo?!

Esquecemos o respeito que devemos, uns aos outros, jádentro do próprio lar, pois o casal não se une mais pelo amor,geralmente o faz pela paixão, aí a união acaba rápidamente;os filhos não recebem amor e educação dos pais que, hoje,não têm tempo para eles: recebem roupas, comida,brinquedos, babá, escolinhas, creches e elas que oseduquem! Esquecem os pais que a escola é para instruir eque a educação vem do lar!

Mas, hoje, nem o pai e nem a mãe têm tempo oudiscernimento para pensarem nisso, pois também a elesfaltou a educação que lhes ensinasse amor, respeito, o certoe o errado, uma religião para que se lhes apresentasse Jesuse pudessem conhecer a Deus.

E a nossa sociedade, no mundo todo, está assim comovemos hoje, vazia de valores da alma, vazia de fé e derespeito de uns para com outros.

Hoje, vemos pessoas roubando, traindo e matando; issomesmo: tirando a vida de outra pessoa com tanta frieza eindiferença, como se a outra criatura não fosse um serhumano igual a si mesmas, como se não fosse um irmãonosso em Deus.

Quando vemos os noticiários pela TV, onde filhosespancam ou matam pessoas ou, até, seus pais, para roubarou para ficar com seus bens, quedamo-nos horrorizados,querendo e pedindo justiça para as vítimas.

Aí, quando somos assaltados ou roubados, lesados outraídos, enchêmo-nos de ódio, de desejo de vingança e

clamamos justiça para aqueles que nos causaram tamanhodano! Sim, pedimos justiça com todo o ódio que nos inflama ocoração, esquecidos de que a régua da Justiça Divina nosnivela a todos.

Se pedimos justiça contra o próximo, a mesma justiça sefará em nós também, pois não somos anjos; ao contrário,somos todos devedores milenares da Lei da Vida. Quem nãocometeu um erro nesta vida? Quem pode atirar a primeirapedra?

Isso sem falar dos nossos erros, dos nossos débitos dasvidas passadas, pois se somos ainda como somos, sabemosbem o quanto somos imperfeitos, basta que alguém noscontrarie em nossas decisões, que alguém nos pise no calo,para ver a nossa reação, as nossas explosões, a nossaviolência e o nosso ódio, pois a criatura que se revela nessesmomentos, nessas situações é o que somos e não essa outraque tentamos aparentar ser para as outras pessoas, usandouma máscara para cada situação.

Aqueles que rugem, mordem, batem, espancam,chicoteiam e querem vingança, esses somos nós. Então,pensemos e reflitamos: está certo que, hoje, já nãocometemos as atrocidades que vemos por aí? Será que não,mesmo? Será que já superamos esta inferioridade em nós?Ou será que, se vivêssemos o que vivem as pessoas quecometem tais erros, não os cometeríamos também? Já noscolocamos no lugar dessas criaturas? Já procuramos sabercomo foi a sua criação? Os valores que receberam? Queviolências morais e físicas sofreram? Alguém as amou deverdade? E será que, em algum momento de suas vidas, lhesapresentaram Deus?

Será que esses algozes tão duros e insensíveis nãomerecem de nós a piedade? Sim, analisemos, pensemosbem, procuremos saber, imaginar como deve ter sido onascimento, a infância, a adolescência e juventude dessascriaturas, o que lhes formou o caráter para se tornarem o quesão hoje. Coloquemo-nos no lugar deles e vejamos comsinceridade se nós tivéssemos tido a mesma vida que adeles, não seríamos exatamente iguais a eles ou até, quemsabe, bem piores que eles?

Por isso, pensemos bem, se todos esses nossos irmãosequivocados nos valores da vida, não merecem a nossapiedade e as nossas preces a Deus, por eles?

São doentes da alma que necessitam de tratamentoadequado. Perverteram-se no mal antes de conhecerem oBem. Necessitam da nossa misericórdia e do nosso perdão,assim como nós precisamos a, cada dia, do perdão e damisericórdia de Deus, para os nossos erros desta e de outrasvidas.

Lembremos que hoje nos dizemos espíritas, que nosdizemos cristãos, o que significa seguidores do Cristo; nãosomos perfeitos e nem tão bons assim e, se ainda estamoscomo estamos, pensemos o que seria de nós se coraçõescheios de amor e compreensão como os dos pais e mães,parentes e amigos de outras existências, que já seencontram mais evoluídos no plano espiritual, nãoestivessem a nos amparar, amar, orientar, nos perdoar e orara Deus por nós, incessantemente, desde muitas

O Verdadeiro Valor da Vida

IV Semana de

Rua das Turmalinas, 56 / 58 - Diadema - SP - (11) 4044-5889Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”

19h30 - Passe / 20 horas - Palestra

30 de Março a 4 de Abril 2009

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 17

encarnações passadas.Se não fossem essescorações unidos, cheiosde amor e misericórdiaa nos amparar, nãoestaríamos hoje comoestamos, não teríamoso conhecimento, oentendimento, a fé quedizemos ter, se nãofossem esses coraçõesd e v o t a d o s a n o samparar até hoje. Comoo u o n d e é q u eestaríamos ainda?

P e n s e m o s b e mnisso, pois com tantoa m o r, cu i d a d o s epreces que recebemosd e l e s , a i n d a n o smantemos cheios deorgulho, egoísmo, istoé, imperfeitos!

A c o r d e m o s eprocu remos , ho je ,a g o ra , ap resen t a rJesus a todas ascr ia tu ras que noscercam a existência, acomeçar por nossosfilhos e familiares, pelosn o s s o s a t o s eexemplos. Façamos oCulto do Evangelho emnossos lares, para queaprendamos, juntos, aslições do Mestre, quesão nosso roteiro devida, lições de virtudes eamor que nos educam aalma para a vivência doBem a favor do próximo,a começar em nosso lare a estender-se emtodos os lugares ondeestivermos: na rua, nacondução, no trabalho,na escola, no mercado,n o h o s p i t a l , c o mamigos, vizinhos, nahumanidade inteira,pois formamos umaúnica família, todosfilhos de Deus, da mesma escola de aprendizado que é onosso planeta Terra, onde nos encontramos agora evoltaremos a ela, amanhã e depois, em quantas vidasforem necessárias para que todos nos amemos e nos

ajudemos mutuamente para o nosso progresso e evoluçãoespiritual. Até que aprendamos a nos amar como Jesus nosensinou e juntos, como uma grande família, possamos irhabitarem outras moradas da Casa do Pai.

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Livros básicos da Doutrina Espírita. Temos os 419 livrospsicografados por Chico Xavier, romances de diversosautores, revistas e jornais espíritas. Distribuiçãopermanente de edificantes mensagens.

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 19

Pais, com todo respeito e carinho, mas alguns perderam ojuízo!

“Alisar os cabelos” de uma criança de 9, 10 ou 11 anos?!!!!Jogar fora a beleza da infância, em troca de uma beleza

frívola, supérflua?Pensaram vocês, pais, que nessa simples atitude de agradar

sua filha, lançaram-na para a fase adulta, expulsando-aprematuramente do período dos maiores sonhos?

Período este em que seu coraçãozinho, se preparado pelaslições de Jesus, estaria fortalecido em bases sólidas,acreditando na existência de Deus, que tudo cria com a maiorperfeição e, por consequência, aceitando a própria belezaconcedida pela Natureza.

Não só estarão arremessando seus filhos para a fase adulta,mas na fase “adulta moderna” onde a beleza física supera todasas virtudes que poderiam fazer parte de sua vida, buscandodesesperadamente a fama e o sucesso, entregando-se a todasas mazelas e, o que é pior, levando tais consequências para asvidas futuras, com resgates muito dolorosos.

Lembramos a alegria dos pais, ao levarem seus filhos a umcais, vendo-os entrar num belíssimo transatlântico, para aviagem dos sonhos. Que alegria!!! Mas quantas não serãoviagens sem volta, ou que registrarão o início de um grandedesespero e tantos sofrimentos!

Se não houver a base sólida em Cristo, seus filhos terão seuscorações vazios de “sentimentos nobres”, preenchidos por“sentimentos pobres” e se deixarão levar pelo álcool e drogascomo o êxtase, “boa-noite, Cinderela”, cocaína, “crack” e, sevocês ainda não sabem, nas inofensivas latinhas de cervejaestará o lança-perfumes caseiro, tão usadas atualmente.

Com que alegria vocês voltarão ao mesmo cais, para buscarseus filhos? Como irão encontrá-los? E os dias que se seguirão,como serão?

Jesus, do Alto, chorará com vocês, não pela dor da perda,mas pelo sofrimento por que passarão esses jovens pelosuicídio que causaram e o caminho tão doloroso por quedeverão enfrentar para resgatarem esse ato tão inconsequente.

Com certeza, vocês culparão os amigos com os quais serelacionaram, o livre-arbítrio deles etc. Não deverão fazê-lo, poisvocês deixaram de cumprir suas obrigações de PAIS.

Deus, ao conceder-lhes um filho, o entregou como se dentrode seu coraçãozinho estivesse um lindo livro com a capa maisbonita mas cujas páginas estão brancas. A história dele deveráser colocada passo a passo por vocês, buscando em “OEvangelho Segundo o Espiritismo” toda a sua lição de vida para

que, em momentos de fraqueza e incertezas,que certamente passarão, tenham esse livropara consultá-lo, onde encontrarão o caminhoideal concreto e sagrado a percorrer.

Jesus veio à Terra, sofreu até seu corpo suar sangue, deixoutodas as lições necessárias para que encontremos a felicidadetão procurada, enviou tantos braços para auxiliar-nos acompreender Suas palavras, como Kardec, Paulo de Tarso,Francisco Cândido Xavier, André Luiz e tantos outros que, comseus sofrimentos, pudessem glorificar tais ensinamentos e oque lhes falta, pais, para que ensinem a seus amados filhos?

Por esse amor aos filhos, retomem o caminho correto! Aindaé tempo!

Exigirá um trabalho maior, uma vez que permitiram quedenegrissem as lições do Cristo, mas o mesmo esforço esofrimento que terão, ao ir visitá-los nas clínicas de recuperação,farão para se dedicar aos estudos do Evangelho no lar. O estudode “O Livro dos Espíritos” onde muitos alertas serão dados,induzindo-os, em princípio, a mera curiosidade mas, num futuropróximo, buscarem em outras obras tão santificantes, asrespostas que serão as sementes das árvores, sob cujassombras descansarão.

Não aceitemos o que estiver fora dela.A vocês que iniciam a caminhada de pais, Emmanuel envia-

lhes o seguinte:

Complementamos:

Jesus os ajudará, sempre!Vano

“Não devem ser considerados orgulhosos aqueles que têmum certo interesse pela boa presença ou que procuram manter-se alinhados. É necessário dizer que existe uma distinção entreesmero saudável com a aparência e paixão ou endeusamentopela própria imagem.”

“Encetando uma nova existência corpórea, para determinadoefeito, a criatura recebe, desse modo, implementos cerebrais,completamente novos, no domínio das energias físicas, e, paraque se lhe adormeça a memória, funciona a hipnose naturalcomo recurso básico, de vez que, em muitas ocasiões, dormeem pesada letargia, muito tempo antes de acolher-se ao abrigomaterno. Na melhor das hipóteses, quando desfruta grandeatividade mental nas esferas superiores, só é compelida aosono, relativamente profundo, enquanto perdure a vida fetal. Emambos os casos, há prostração psíquica nos primeiros seteanos de tenra instrumentação fisiológica dos encarnados,tempos em que se lhes reaviva a experiência terrestre.”

“Todo dia é tempo de renovar o destino.Todo instante é recurso de começar o melhor.Não deixes, assim, para amanhã o bem que possasfazer.Faze-o hoje.”

Devemos, sim, aceitar a modernidade material, ou seja, nasmáquinas, equipamentos, medicina etc.

Entretanto, lembremos sempre que a moral não necessita sermodernizada. Estejamos no século que for, será sempre atual.

Bibliografia: Religião dos Espíritos -; Além do Horizonte -

;

Francisco Cândido Xavier, peloEspírito Emmanuel, Editora FEB, 17ª ed., 2005Francisco E. Santo Neto, pelo Espírito Hammed, Editora Boa Nova, 1ªed., 2001 Imagem :http://1.bp.blogspot.com/_fOckOFvfs1w/SYotsyS1tFI/AAAAAAAAB0w/_sx3-AWGhts/S1600-R/Cabe%C3%A7alho3.jpg

Famíliafamilia

A Beleza na Infância

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