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Distribuição gratuita no Congresso. Ericeira, 11 a 13 de Fevereiro 2011 04 Considerações em insuficiência cardíaca De acordo com a Prof. ª Doutora Dul- ce Brito, «a insuficiência cardíaca (IC) é uma realidade clínica cardiológica muito prevalente e com morbilidade e mortalidade elevadas, apesar dos gran- des avanços terapêuticos nas áreas das suas causas mais comuns (doença co- ronária, doença cardíaca hipertensiva e doenças valvulares)». 03 Boas-vindas Bem-vindo à Ericeira e ao Congresso Novas Fronteiras em Cardiologia, orga- nizado pelo Serviço de Cardiologia do Hospital Universitário de Santa Maria. De acordo com os Profs Doutores Antó- nio Nunes Diogo e Fausto J. Pinto, «este Congresso visa promover a discussão sobre novas fronteiras no diagnóstico e terapêutica em Cardiologia». 03 Medicina contemporânea dá «salto qualitativo» «Nos últimos anos, a Cardiologia regis- ta uma evolução positiva em termos de diagnóstico – os meios ao dispor são cada vez menos invasivos e mais fidedig- nos – e, ainda, no tratamento, com novas possibilidades de intervenção terapêuti- ca.» É desta forma que o Prof. Doutor José Fernandes e Fernandes qualifica os progressos registados nesta área. 07 Intervenção coronária A intervenção percutânea cardíaca está em destaque em duas mesas-redondas neste Congresso. «O desenvolvimen- to contínuo e recente das técnicas de intervenção percutânea torna muito actual a revisão de algumas das suas aplicações», esclarece o Dr. Pedro Canas da Silva. www.jasfarma.com Em colaboração com do Profs. Doutores Fausto J. Pinto e António Nunes Diogo Com o patrocínio de

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Distribuição gratuita no Congresso. Ericeira, 11 a 13 de Fevereiro 2011

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Considerações em insuficiência cardíacaDe acordo com a Prof. ª Doutora Dul-ce Brito, «a insuficiência cardíaca (IC) é uma realidade clínica cardiológica muito prevalente e com morbilidade e mortalidade elevadas, apesar dos gran-des avanços terapêuticos nas áreas das suas causas mais comuns (doença co-ronária, doença cardíaca hipertensiva e doenças valvulares)».

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Boas-vindasBem-vindo à Ericeira e ao Congresso Novas Fronteiras em Cardiologia, orga-nizado pelo Serviço de Cardiologia do Hospital Universitário de Santa Maria. De acordo com os Profs Doutores Antó-nio Nunes Diogo e Fausto J. Pinto, «este Congresso visa promover a discussão sobre novas fronteiras no diagnóstico e terapêutica em Cardiologia».

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Medicina contemporânea dá «salto qualitativo»«Nos últimos anos, a Cardiologia regis-ta uma evolução positiva em termos de diagnóstico – os meios ao dispor são cada vez menos invasivos e mais fidedig-nos – e, ainda, no tratamento, com novas possibilidades de intervenção terapêuti-ca.» É desta forma que o Prof. Doutor José Fernandes e Fernandes qualifica os progressos registados nesta área.

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Intervenção coronária A intervenção percutânea cardíaca está em destaque em duas mesas-redondas neste Congresso. «O desenvolvimen-to contínuo e recente das técnicas de intervenção percutânea torna muito actual a revisão de algumas das suas aplicações», esclarece o Dr. Pedro Canas da Silva.

www.jasfarma.com

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0311 a 13 de Fevereiro de 2011

Bem-vindo à Ericeira e ao Con-gresso Novas Fronteiras em Cardiologia, organizado pelo Ser-

viço de Cardiologia do Hospital Univer-sitário de Santa Maria.

Durante três dias, estamos aqui juntos, no Hotel Vila Galé Ericeira, para uma oportunidade de formação pós--graduada na área da Cardiologia, sob batuta do Serviço de Cardiologia do maior hospital nacional e com a cola-boração de um vasto número de peritos nacionais e estrangeiros.

Este Congresso visa promo-ver a discussão sobre novas frontei-ras no diagnóstico e terapêutica em

Cardiologia, em particular no âmbito da Insuficiência Cardíaca e Hiperten-são Arterial Pulmonar, da Imagiologia Cardiovascular, Cardiologia de Inter-venção e Arritmologia.

Sendo uma reunião primaria-mente destinada aos profissionais de saúde que lidam diária e mais inten-samente com problemas cardiovascu-lares, pretende-se, contudo, estender

o seu âmbito aos profissionais cuja área de intervenção abrange as doen-ças cardiovasculares, como sejam internistas, intensivistas, cirurgiões, médicos de família, enfermeiros e técnicos.

Esperamos que esta reunião re-presente um ponto de encontro de colegas e amigos que partilham os mesmos problemas e preocupações, aproveitando o ambiente envolvente desta região para momentos de re-flexão, discussão e também de algum lazer.

Um Bom Congresso para todos e desfrutem!

Boas-vindas

Prof. Doutor António Nunes DiogoPresidente do Congresso

Prof. Doutor Fausto J. PintoPresidente do Congresso

«Nos últimos anos, a Cardiologia regista uma evolução positi-va em termos de diagnósti-

co – os meios ao dispor são cada vez menos invasivos e mais fidedignos – e, ainda, no tratamento, com novas pos-sibilidades de intervenção terapêutica.» É desta forma que o Prof. Doutor José Fernandes e Fernandes, director da Fa-

culdade de Medicina de Lisboa, qualifi-ca os progressos registados nesta área.

O especialista, que falou ontem na abertura do Congresso Novas Fron-teiras em Cardiologia, referiu que, sen-do as doenças cardíacas e vasculares (particularmente, de causa ateroscleró-tica) a principal causa de morte no país, «é preciso unir esforços para melhorar o diagnóstico precoce e proporcionar aos doentes a intervenção terapêutica necessária e em tempo útil».

Nesta matéria, o responsável disse que, «actualmente, estão a ser desenha-dos novos modelos menos invasivos na detecção e tratamento», o que «repre-senta um salto qualitativo» na melhoria

da prestação de cuidados de saúde na área da Cardiologia.

No entanto, o Prof. Doutor José Fernandes e Fernandes frisou a neces-sidade de haver uma articulação entre as diferentes especialidades (concreta-mente, cardiologistas e cirurgiões car-díacos e cirurgiões vasculares) para que o doente possa receber um «tratamento integrado do sistema cardiovascular».

O director da Faculdade de Medicina de Lisboa aplaudiu a «excelente iniciativa», ressalvando que este Congresso é uma oportunidade para «apreciar e avaliar as condutas médicas», além de ser possibili-tar a troca de perspectivas que conduzem «a novos caminhos da investigação».

Medicina contemporânea dá «salto qualitativo»

«O Serviço de Cardiologia do Hos-pital de Santa Maria (HSM) é um dos mais relevantes do País» disse, ontem, o Prof. Doutor João Álvaro Correia da Cunha, presidente do Conselho de Ad-ministração desta instituição, durante a cerimónia de abertura do Congresso.

O responsável reflectiu sobre a actual conjuntura económica do País. «Estamos num tempo difícil. O último ano foi de restrições e cortes muito significativos», referiu, recordando o facto de os hospitais portugueses de-penderem a 90% dos financiamentos públicos.

Contudo, prosseguiu, a institui-ção tem conseguido, «com menos, fazer mais e garantir que não há limitação de acesso e restrição da qualidade do

serviço que é prestado, nomeadamente, quanto à diferenciação do que se faz». E informou: «Pelo sexto ano consecu-

tivo, vamos conseguir encerrar a nossa actividade com equilíbrio orçamental.»

O Prof. Doutor João Álvaro Cor-reia da Cunha considerou, ainda, que «quanto maior o desafio maior é a vontade de ultrapassar os obstáculos». No entanto, relembrou, é importante ter em conta o contributo de todos os profissionais que trabalham dentro do Serviço que conseguem ajudar na ob-tenção de resultados positivos, «mesmo em anos difíceis». Neste sentido, apro-veitou a ocasião para anunciar a aber-tura de uma nova sala de intervenção cardiológica ainda em 2011.

Para finalizar, o responsável fez questão de manifestar a sua satisfação e gratificação pela organização da ini-ciativa.

«Conseguimos, com menos, fazer mais»

PROF. DOUTOR JOÃO ÁLVARO CORREIA DA CUNHA, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO HSM:

Aproveitou a ocasião para anunciar a abertura de uma nova sala de intervenção cardiológica ainda em 2011.

Prof. Doutor José Fernandes e Fernandes

Prof. Doutor João Álvaro Correia da Cunha

A Cardiologia regista uma evolu-ção positiva em ter-mos de diagnóstico.

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04 11 a 13 de Fevereiro de 2011

A insuficiência cardíaca (IC) é uma realidade clínica cardiológica mui-to prevalente e com morbilidade

e mortalidade elevadas, apesar dos grandes avanços terapêuticos nas áreas das suas causas mais comuns (doença coronária, doença cardíaca hipertensiva e doenças valvulares).

Os mecanismos desencadentes//activados na síndrome são múltiplos e complexos e do seu conhecimento crescente têm resultado novas abor-dagens terapêuticas. No entanto,

estas têm apenas «contrariado» par-cialmente o prognóstico. Esta realida-de é comum a todas as formas de IC crónica, seja ela predominantemente esquerda ou direita e quer o doente tenha função sistólica comprometida ou preservada.

A actualidade do conhecimen-to fisiopatológico da IC e a translação para a realidade clínica em termos terapêuticos é um dos temas “major” deste congresso, sendo, inclusive, um dos temas de conferência internacio-nal.

Um quadro de IC «de novo» ou progressiva surge em 50% dos casos no contexto de miocardiopatia dilata-da «idiopática» e na sua génese estão situações (ainda) mal identificadas, no-meadamente agentes infecciosos «ve-lhos» ou «novos», sendo o componente inflamatório/imunológico o «agressor». Também neste campo – o da «miocar-dopatia inflamatória» – os progressos do conhecimento, quer em termos de

diagnóstico, quer de terapêutica, estão em franco desenvolvimento e são abor-dados detalhadamente.

A pesquisa e identificação de no-vos biomarcadores de prognóstico que nos levem a tratar melhor e atempada-mente o doente com IC é um objectivo importante, pretendendo-se seleccio-nar os doentes que beneficiem de maior vigilância e de terapêutica mais agres-

siva. Este tema é abordado quer na IC (no contexto «alargado» da síndrome), quer focando particularmente certos contextos específicos, como o doente com hipertensão pulmonar ou o doente com miocardite.

A reabilitação do doente com IC é parte integrante de um programa organizado, dirigido individualmente e que é necessariamente multidisciplinar. Este é também um dos temas que con-sideramos central no doente que vive com IC crónica.

Num século em que a Imagem é quase tudo, a importância da mesma no doente com IC é revista nas suas vá-rias vertentes – diagnóstica, etiológica, de avaliação funcional e prognóstica –, estando em foco a informação aporta-da pelas modalidades mais actuais em cada técnica. O impacto da Imagem na decisão clínica perante o doente com insuficiência mitral isquémica foi um dos temas escolhidos para conferência internacional.

Considerações em insufi ciência cardíaca

Prof. ª Doutora Dulce BritoCardiologista do Hospital de Santa Maria

Durante a apresentação do tema «Respostas sistémicas na IC: no-vas promessas terapêuticas?», o

Dr. Rui Cruz Ferreira, director do Servi-ço de Cardiologia do Hospital de Santa Marta, em Lisboa, e coordenador nacio-nal para as Doenças Cardiovasculares, falou sobre «os recentes desenvolvi-mentos na fisiopatologia e farmacolo-gia da insuficiência cardíaca (IC)».

O especialista referiu, particular-mente, «os mecanismos de inflamação que estão presentes na IC e que são alvos terapêuticos, bem como a disfun-ção endotelial».

Os fármacos de que falou não passaram, ainda, para a prática clínica diária. Contudo, o palestrante fez uma revisão «dos potenciais alvos para no-vas perspectivas terapêuticas».

Na qualidade de coordenador para as Doenças Cardiovasculares, o Dr. Rui Ferreira explicou que existem, na-quela instituição, três frentes de actua-ção. Uma delas é a preventiva.

A Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovasculares está envolvi-da, «sobretudo, em projectos que visam estudar e avaliar a terapêutica da hi-

pertensão arterial (HTA)», afirmou o res-ponsável. E desenvolveu: «Este projecto visa recolher informação, a fim de saber quais as práticas clínicas mais utilizadas e, a partir dai, promover as boas práticas e orientações terapêuticas actuais.»

Outro dos campos de actuação é o enfarte agudo do miocárdio, a sua terapêutica e a Via Verde Coronária. Se-gundo o Dr. Rui Cruz Ferreira, «tem sido desenvolvida uma acção com as Admi-nistrações Regionais de Saúde, com o objectivo de melhorar a articulação en-tre o INEM e as unidades hospitalares».

O acidente vascular cerebral (AVC) é outro dos campos de acção. Neste caso, as duas preocupações essenciais são, em primeiro lugar, «o aumento do número de doentes internados em uni-dades especializadas para o tratamento da doença, promovendo aquela que é a terapêutica mais eficaz – a administra-ção de fibrinolíticos».

A segunda trata-se de uma acção que tem vindo a ser desenvolvida, no

sentido da promoção da disponibilidade de desfibrilhadores automáticos exter-nos (DAE), um projecto, também, con-junto com o INEM», explicou o Dr. Rui Ferreira, concluindo que «o objectivo é promover o aumento dos programas de desfibrilhação na comunidade, de forma a ser possível uma resposta mais ade-quada no que respeita à morte súbita».

Respostas sistémicas na IC:novas promessas terapêuticas?

Dr. Rui Cruz Ferreira

A reabilitação do doente com IC é parte integrante de um programa orga-nizado, dirigido in-dividualmente e que é necessariamente multidisciplinar.

A Coordenação Na-cional para as Doen-ças Cardiovasculares está envolvida, «sobretudo, em pro-jectos que visam estudar e avaliar a terapêutica da hiper-tensão arterial (HTA)».

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05

«Biomarcadores na hipertensão pulmonar… o complemento do follow-up» foi o tema da

comunicação apresentada, ontem, pela Dr.ª Susana Martins, cardiologista do Hospital de Santa Maria.

A especialista começou por expli-car o conceito de hipertensão pulmo-nar, a classificação clínica da doença, os algoritmos de diagnóstico e as diversas terapêuticas que existem.

«Muitas vezes, os sintomas só surgem numa fase muito tardia da evo-lução da doença. Neste sentido, é mui-to importante analisar determinados marcadores de risco para poder actuar de forma terapêutica mais atempada e perceber quais são os doentes que têm maior risco de eventos, de morte e de necessidade de transplante a curto pra-zo», alertou.

Prosseguindo, a prelectora falou sobre a importância dos biomarcado-res. «Alguns já têm sido testados na hipertensão pulmonar, mas ainda se sabe muito pouco. Têm sido estudados, fundamentalmente, os péptidos natriu-

réticos tipo B (BNP) e a sua fracção (NT--proBNP).»

Por outro lado, existem traba-lhos que incidem sobre a troponina e a importância do ácido úrico nestes doentes, contudo, «são poucos os que abordam a temática». Na opinião da médica, «há uma lacuna na evidência de estratificação de risco com bio-marcadores», que acredita poder ser colmatada com o desenvolvimento de mais estudos.

Incidindo na experiência do Hos-pital de Santa Maria, a Dr.ª Susana Martins apresentou alguns resultados preliminares de um projecto de inves-tigação na área da hipertensão pulmo-nar que se iniciou há pouco tempo e

que contempla a avaliação prospectiva de doentes com hipertensão pulmonar com a utilização de novos biomarca-dores, técnicas mais recentes da eco-cardiografia e ressonância magnética nuclear.

O objectivo deste trabalho é per-ceber se algum destes parâmetros ou se uma estratégia multidimensional pode-rão ajudar na estratificação de risco dos doentes, com impacto na previsão da resposta à terapêutica e prognóstico.

Contudo, a especialista fez ques-tão de salientar que se trata de uma investigação recente. «O normal neste tipo de trabalhos é que decorram du-rante um período médio de três anos, portanto, há ainda um caminho longo a percorrer», sublinhou.

Para a Dr.ª Susana Martins, «o de-sejável é que se realizem estudos pros-pectivos multicêntricos e internacionais para analisar estas temáticas, de modo a que se defina se os biomarcadores po-derão fazer parte integrante da estraté-gia clínica e da decisão terapêutica dos doentes com hipertensão pulmonar».

Biomarcadores na hipertensão pulmonar

11 a 13 de Fevereiro de 2011

Os novos anticoagulantes orais, recentemente introduzidos em Portugal, actuam directamente

na cascata da coagulação, através da inibição da trombina ou do factor Xa. Para o Dr. João de Sousa, coordenador da Unidade de Arritmologia do Hospital de Santa Maria - CHLN, «a experiência actual com estes fármacos, em Portu-gal, é promissora».

Deste modo, o especialista in-dica que, progressivamente, estes medicamentos «vão conquistar um papel mais importante no tratamento da fibrilhação auricular (FA), já que os estudos demonstram uma maior segurança, eficácia e comodidade comparativamente à varfarina (tera-pêutica clássica)».

Segundo o Dr. João de Sousa, «a grande vantagem nos novos anti-coagulantes orais é a capacidade de dispensarem o controlo periódico com o INR». A terapêutica clássica, além de exigir uma monitorização regular da dose, «pode interagir com alguns ali-

mentos», o que «não acontece com os anticoagulantes orais».

De acordo com o especialista, os estudos realizados com estes fármacos mostram uma eficácia igual ou superior à varfarina na redução do AVC. «O ris-co de fenómenos hemorrágicos com os

anticoagulantes orais também foi infe-rior à varfarina.» O RE-LY foi o estudo que determinou a aprovação do dabi-gatrano (inibidor directo da trombina), pela Food and Drug Administration, na prevenção do AVC e do embolismo sis-témico.

Este ensaio clínico (o maior de que há registo até agora: envolveu 18.113 doentes, oriundos de 44 países) comparou a segurança e eficácia do dabigatrano (nas doses 150 mg e 110 mg, duas vezes por dia) com a varfarina (dose de 1 mg, 3 mg e 5 mg, com INR 2.0-3.0), na prevenção do AVC (incluin-do os eventos hemorrágicos) e do em-bolismo sistémico.

Os resultados indicam que o da-bigatrano, nas doses de 150 mg/BID, conseguiu uma redução significativa (34%) do risco relativo de AVC e de em-bolismo sistémico, comparativamente à terapêutica-padrão com varfarina.

«Este estudo demonstrou uma eficácia superior do dabigatrano, com-parativamente à varfarina, na redução

do AVC e na ocorrência de eventos hemorrágicos», completa o Dr. João de Sousa. O coordenador da Unidade de Arritmologia do Hospital de Santa Ma-ria irá presidir à conferência internacio-nal (hoje, entre as 12h30 e as 13h00) subordinada ao tema «New anticoagu-lant strategies in atrial fibrillation», que conta com a presença do Prof. Doutor John Camm, um especialista londrino que se tem dedicado ao estudo das ar-ritmias cardíacas.

O papel dos novos anticoagulantes orais na FA

Dr. João de Sousa

Dr.ª Susana Martins

Na opinião da médica, «há uma lacuna na evidência de estratificação de risco com biomarcadores».

O dabigatrano, nas doses de 150 mg//BID, conseguiu uma redução significativa (34%) do risco relati-vo de AVC e de em-bolismo sistémico.

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06 11 a 13 de Fevereiro de 2011

O facto da angioplastia primária ser o método preferencial de tratamento do enfarte agudo do

miocárdio com supradesnivelamento de ST e ainda não ser disponibilizado à maioria dos doentes europeus tem sido alvo da preocupação dos especialistas.

De acordo com o Dr. Hélder Pe-reira, director do Serviço de Cardiologia do Hospital de Garcia de Orta e secre-tário da Associação Portuguesa de In-tervenção Cardiovascular, «a Sociedade Europeia de Cardiologia, apercebendo--se da assimetria europeia na preva-lência de angioplastia coronária, de-senvolveu esta iniciativa, congregando esforços de médicos cardiologistas, governantes, parceiros da Indústria e associações de doentes, com o objecti-vo comum de alargar o acesso a uma terapêutica que pode salvar vidas».

Em Portugal, realizam-se pouco mais de 200 angioplastias primárias por ano e por milhão de habitantes, pelo que a Associação Portuguesa de Inter-venção Cardiovascular se candidatou à iniciativa Stent for Life, tendo o acordo

sido assinado esta semana, em Praga. A iniciativa comporta um plano, a três anos, que visa obter três objectivos principais. O primeiro deles é que pelo menos 70% dos doentes com enfarte do miocárdio sejam tratados por an-gioplastia primária; o segundo implica

atingir, pelo menos, 600 angioplastias por milhão de habitantes; e o terceiro é que se crie uma rede nacional que pos-sibilite conduzir directamente os do-entes para centros que disponibilizem angioplastia primária 24 horas por dia, sete dias por semana.

«É desta forma que se torna pos-sível criar uma rede de referenciação. A partir do momento em que há um enfarte, é importante que o doente seja directamente transportado para o centro com capacidade para reali-zar de imediato a angioplastia, fazen-do by-pass aos hospitais que não têm essa possibilidade», assume o Dr. Hélder Pereira, que assume a função de cham-pion do Stent for Life em Portugal.

Durante o ano de 2011, irão ainda ser concretizados, neste âmbito, mais dois grandes objectivos: registar a ac-tividade desenvolvida a nível europeu e fazer uma campanha junto da opinião pública para alertar para a necessidade de, face a uma dor suspeita, o doente não hesitar em chamar o número eu-ropeu de emergência, o 112, e «desen-

corajar» o doente a dirigir-se por meios próprios ao hospital. Em Portugal, ape-nas 23% das pessoas recorre ao hospi-tal via INEM.

«Muitas vezes não lutamos com a falta de recursos. A estrutura está lá, mas não está a ser utilizada da forma mais eficiente. No Algarve, 70% dos do-entes com enfarte recorrem via INEM. Pelo contrário, em Lisboa, onde os meios não são menos escassos, apenas 5% da população recorre ao hospital via INEM», finaliza.

Como implementar o stent for Life no nosso País?

ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA EM PORTUGAL

A Imagiologia veio revolucionar a Cardiologia, quer no que diz respeito aos algoritmos diagnós-

ticos, protocolos de monitorização da terapêutica e estabelecimento de prog-

nóstico, como no que se refere à inves-tigação clínica e translaccional e ao en-sino. Na área da insuficiência cardíaca, com recurso às modalidades de imagem

não invasivas – ecocardiografia, resso-nância magnética, cardiologia nuclear e tomografia computorizada cardíaca – e também às invasivas, como método de intervenção, a Imagiologia participa de forma insubstituível no seu diagnóstico e terapêutica.

Para além do elevado contributo para identificar a etiologia e os meca-nismos subjacentes ao quadro de insu-ficiência cardíaca, permite quantificar o grau e a natureza de disfunção cardía-ca, condição para a selecção apropriada da terapêutica e seguir a evolução. As novas terapêuticas de ressincronização na insuficiência cardíaca são o exem-plo da necessidade da imagem para a selecção e seguimento destes doentes. A ecocardiografia é o exame inicial, de cabeceira, o mais acessível, com infor-mação clínica vasta.

A ressonância magnética com extensa capacidade diagnóstica oferece a possibilidade de quantificação preci-sa e de informação única sobre a na-

tureza das patologias que envolvem o miocárdio e do seu estado metabólico, enquanto a cardiologia nuclear permite marcar moléculas e identificar etiolo-gias específicas.

Finalmente, a TC cardíaca, a mais recente, para além de carac-terizar a árvore coronária de forma não invasiva, frequente causa de insuficiência cardíaca, posiciona-se para no futuro próximo caracterizar funcionalmente a função cardíaca e possivelmente o estado do miocár-dio. O crescimento exponencial des-tes novos métodos, estabelecidos ao longo do final do século XX, vai segu-ramente abrir novos caminhos para a decisão clínica e a investigação, com enorme impacto não só para a área insuficiência cardíaca, mas para a Cardiologia em geral.

Impacto da imagem na insufi ciência cardíaca

Prof.ª Doutora Ana G. AlmeidaProfessora associada da FMUL. Assistente graduada de Cardiolo-gia do Hospital de Santa Maria

Dr. Hélder Pereira

«Em Lisboaapenas 5% da população recorre ao hospital via INEM», finaliza.

As novas terapêuti-cas de ressincroni-zação na insuficiên-cia cardíaca são o exemplo da neces-sidade da imagem para a selecção e seguimento destes doentes.

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A insuficiência cardíaca (IC) é a pri-meira causa de internamento em doentes com idade superior a 65

anos. Só na Europa registam-se, anu-almente, um milhão de internamentos devido a esta patologia crónica. «A tendência é para que este número au-mente em cerca de 50% nos próximos 25 anos», esclarece o Dr. Carlos Aguiar, cardiologista do Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide.

«Após o primeiro internamento, a história natural indica que, em menos de três meses, 25% dos doentes neces-sitam de reinternamento.» Mas, segun-do o especialista, os números não ficam por aqui: estima-se que, só na Europa, já existam aproximadamente 15 mi-lhões de doentes com IC. «Sabemos que um em cada cinco adultos com idade superior a 40 anos desenvolve IC.»

Sendo patologia fatal (75% dos doentes morrem três anos após o diag-nóstico), a IC é definida, actualmente, como o «cancro das doenças cardía-cas». «Esta expressão define o imenso sofrimento dos doentes. De acordo

com a classificação da New York Heart Association (NYHA), 35% dos doentes encontram-se dentro do escalão 1, ou seja, convivem pacificamente com a IC e sem a sintomatologia associada. Nos restantes 65% dos casos, os doentes

apresentam graus variáveis de incapa-cidade, que influencia as actividades da vida diária.»

Em Portugal, estima-se que haja cerca de 300 mil casos de IC, um nú-mero que, na perspectiva do Dr. Carlos Aguiar, exige «maior atenção» por par-te dos profissionais de saúde. Embora a IC esteja associada à idade avança-da, o cardiologista garante que, ainda assim, «restam imensas dificuldades em diagnosticar esta patologia, já que os sintomas são pouco específicos».

Para além da história clínica, o diagnóstico recorre a novos exames: electrocardiograma (um resultado nor-mal assegura que, em 90% dos casos, o diagnóstico de IC seja negativo; este exame serve para excluir uma IC com fracção de ejecção comprometida), a radiografia do tórax (pode ser útil, no entanto, poderá acusar a existência de outras patologias associadas) e o eco-cardiograma (considerado o exame ima-giológico inicial na avaliação da IC).

De acordo com o Dr. Carlos Aguiar, estão a ser estudados novos

métodos, nomeadamente, a cintigrafia de perfusão miocárdica, a RM e a TAC, que, futuramente, poderão vir a «ter um papel importante na identificação e no estudo destas situações».

Cerca de 300 mil casos de IC em Portugal

11 a 13 de Fevereiro de 2011

Dr. Carlos Aguiar

A intervenção percutânea cardíaca está em destaque em duas me-sas-redondas neste Congresso.

O desenvolvimento contínuo e recente das técnicas de intervenção percutânea torna muito actual a revisão de algu-mas das suas aplicações. Serão focados temas relacionados com intervenção na doença coronária, nas doenças valvu-lares e na intervenção nas cardiopatias congénitas do adulto e na doença es-trutural cardíaca.

Temas como o EAM e o tratamen-to por angioplastia primária são cada

vez mais importantes na Cardiologia e estão, assim, em destaque neste Congresso. Face aos resultados positi-vos que se obtêm quando se trata um doen te crítico, vítima de um enfarte, é essencial o debate sobre o que se deve melhorar em Portugal, para que estes pacientes possam ter o melhor trata-mento na fase aguda, a fim de virem a ter mais hipóteses de sobrevivência e de manterem uma vida com qualidade. Re-lativamente à angioplastia, há, também, a frisar o papel desta técnica na angina crónica estável, apesar de ser essencial escolher sempre o tratamento que mais se adequa a cada caso clínico.

Outras questões a ser debatidas são, como atrás referido, as mais recen-tes inovações efectuadas no laboratório de intervenção cardíaca. Exemplo disso é a importância do controlo da HTA através de desinervação simpática re-nal. Este tipo de terapêutica poderá vir a constituir importante avanço no tra-tamento da HTA, que é uma das prin-cipais causas de AVC e outras doenças

cerebrovasculares, particularmente no nosso País.

O tratamento percutâneo da doen ça da válvula aórtica também está, inevitavelmente, em destaque nestas mesas-redondas. A cardiopatia valvu-lar aórtica é, como se sabe, a doença mais comum nas pessoas idosas e, face ao envelhecimento da população, têm

aumentado os casos de tratamento da válvula aórtica percutaneamente, sem recurso a cirurgia cardíaca.

Outro dos temas actuais é o tra-tamento de doenças da válvula mitral, através de próteses valvulares e de in-tervenções sobre a válvula nativa e, por isso, é uma das temáticas destas duas mesas-redondas. Continuando a pen-sar na inovação, há ainda a referir a intervenção que abordará o tratamen-to da cardiopatia congénita do adulto, nomeadamente dos defeitos do septo interauricular, nomeadamente as co-municações interauriculares (CIA) e o forame oval persistente (FOP).

Por último, na área da Cardiologia de Intervenção, haverá uma conferên-cia proferida pelo Dr. Javier Goicolea, presidente do Grupo de Cardiologia de Intervenção da Sociedade Espanhola de Cardiologia, que tratará das perspecti-vas actuais e futuras da Cardiologia de Intervenção. Esta conferência culmina e pretende aglutinar todos os temas an-teriormente apresentados.

Intervenção coronária

Dr. Pedro Canas da SilvaResponsável pela Unidade de Cardio-logia Interventiva do Serviço de Cardiologia do Hospital de Santa Maria-CHLN

A insuficiência cardía ca (IC) é a primeira causa de internamento em doentes com idade superior a 65 anos. Só na Europa registam--se, anual mente, um milhão de interna-mentos devido a esta patologia crónica.

O desenvolvimento contínuo e recente das técnicas de intervenção percutânea torna muito actual a revisão de algumas das suas aplicações.

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08 11 a 13 de Fevereiro de 2011

Ischaemic (I) heart disease is becom-ing an incresingly frequent cause of mitral regurgitation (MR). Three

different clinical entities of IMR, which deeply affect the clinical decision mak-ing, are distinguishable: the acute IMR complicating an acute myocardial in-farction, the true IMR secondary to a transient ischaemic phenomenon, and the chronic functional (F) IMR. The in-cidence of the two first entities is low; the third is much more frequent.

IMR can occur acutely in patients sustaining an acute myocardial infarc-tion. The rupture of a papillary muscle – most frequently a head of a postero-medial papillary muscle – is a dramatic mechanical complication of acute myo-cardial infarction leading to a very high mortality rate in the absence of im-mediate surgical intervention. Surgery, most often valve replacement, is war-ranted after stabilization of the haemo-dynamic status using an intra-aortic balloon pump and vasodilators.

This second form truly defines the ischaemic MR because it is second-ary to an active ischaemic episode. It is clinically most often revealed by a “whistling angina“ or a “flash pulmo-nary edema”. It is linked to the presence of a significant stenosis of the right or left circumflex coronary artery. In this situation, the primary treatment is to prevent the episodes of active myocar-dial ischaemia by a revascularization procedure.

Chronic FIMR, the most common cause of IMR, broadly denotes abnormal

function of normal leaflets in the con-text of impaired ventricular function resulting from ischaemic heart disease. It results from an imbalance between tethering forces – annular dilatation, LV dilatation, papillary muscles displace-ment, LV sphericity – and closing forces – reduction of LV contractility, global LV dyssynchrony, papillary muscle dyssyn-chrony, altered mitral systolic annular contraction. Chronic FIMR results, in 95% of the cases, from a type IIIb dys-function (restricted leaflet motion).

It is important to note that in the remaining 5%, an ischemic elongation of the papillary muscle may cause pro-lapse in the corresponding area (type II dysfunction). When present, FIMR may exhibit a broad range of severity and when severe (effective regurgitant orifice (ERO) ≥ 20 mm2), conveys a poor outcome. FIMR is characteristically dynamic during exercise. It has been shown that the increase (∆ERO ≥ 13 mm2) in FIMR during exercise identifies

a subgroup of patients at higher risk of cardiac events.

While treating FIMR, it is impor-tant to integrate several clinical pa-rameters – symptoms of heart failure, episodes of worsening heart failure, comorbidities – and echocardiographic elements – MR severity at rest and its dynamic nature at exercise, the degree of mitral valve apparatus deformation, the origin and direction of regurgitant jets, the importance of LV remodelling, the presence of LV dyssynchrony, the presence and extent of viable myocar-dium at jeopardy.

Different clinical scenarios might thus largely modulate the clinical de-cision making. Practically, instead of medical therapy, unbalanced tethering can be addressed by mitral valve sur-gery or by LV reshaping whereas coro-nary revascularization or cardiac resyn-chronization therapy can potentially reduce tethering as well as increase mi-tral valve closing forces.

IMR: impact of imagingon clinical decision making

Patrizio LANCEL-LOTTI, MD, PhDHeart Valve Clinic, University of Liège, CHU Sart Tilman, BELGIUM

A doença coronária é uma das principais causas de morte em Portugal e uma das intervenções-

chave nesta patologia é a angioplastia. De acordo com dados da Sociedade Europeia de Cardiologia, esta técnica é utilizada em cerca de 56% dos pacien-tes com doença demonstrada, ultrapas-sando a cirurgia de bypass.

A angioplastia tem hoje mais re-cursos, como a possibilidade de avaliar com mais rigor, durante o próprio cate-terismo, as lesões coronárias existentes, o que permite tomar a decisão mais adequada para o doente e também optimizar o seu tratamento final.

Outro tema que estará em foco

nesta mesa é o caso dos doentes crí-ticos. Actualmente, dispomos de meios que permitem dar maior suporte hemo-dinâmico a estes pacientes, melhorando a sua sobrevida.

Haverá ainda a abordagem de dois estudos recentes muito importantes, o Courage e o Syntax. O primeiro compara a angioplastia coronária com o trata-mento farmacológico ao seu nível actual e o segundo com a revascularização ci-rúrgica. O objectivo é debater os resul-tados destes estudos, alertando-se para a importância de se escolher a melhor opção terapêutica para cada caso.

Um ponto essencial nesta mesa é a apresentação do projecto europeu

Stent for Life, ao qual Portugal aderiu recentemente. Trata-se de uma iniciati-va que pretende fomentar o tratamen-to do EAM por técnicas de angioplas-tia precoce em centros especializados. Obviamente que esta intervenção terá

de contar com um trabalho de equipa, envolvendo o INEM e toda uma rede que permita colocar o doente o mais depressa possível no centro que lhe pode oferecer o melhor tratamento.

Mal se confirme o enfarte, o que pode passar pelo envio do ECG directamente do local para um centro especializado, deverá proceder-se ao encaminhamento do doen-te para angioplastia, evitando-se outros serviços e hospitais de permeio.

Nos próximos meses, a Asso-ciação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) irá divulgar me-didas e congregar esforços no sentido de se implementar cada vez mais o tra-tamento do EAM por esta via.

Doença coronária: uma causa de morte importante

Dr. António Leitão MarquesCardiologista, Centro Hospitalar de Coimbra

Amanhã, a Dr.ª Cláudia Jorge, car-diologista do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, irá fazer uma

prelecção acerca do tema «Genética Molecular e disritmias malignas: que importância, afinal?».

A Genética Molecular encon-tra a sua representação máxima na Cardiologia nas canalopatias hereditá-rias. É útil para a identificação de por-tadores assintomáticos, estratificação de risco, modificação do estilo de vida,

terapêutica e aconselhamento genéti-co, consoante a síndrome.

No caso, por exemplo, de uma

síndrome de QT longo, a Genética Mo-lecular tem particular importância na estratificação de risco, modificações de estilo de vida e orientação terapêutica. A taquicardia ventricular polimórfica catecolaminérgica, apesar de menos conhecida, é também importante, sen-do a arritmia desencadeada em con-texto de descarga adregénica», define a entrevistada.

A Genética assume particular im-portância no diagnóstico de portadores

assintomáticos, de forma a permitir a instituição de terapêutica e o aconse-lhamento genético.

«A síndrome de Brugada, respon-sável por 20% dos eventos de morte súbita em doentes sem cardiopatia es-trutural, também encontra na genética molecular a forma de identificação de portadores assintomáticos, não de-monstrando, no entanto, interesse para estratificação de risco», finaliza a Dr.ª Cláudia Jorge.

Genética molecular e disritmiasmalignas: que importância, afi nal?

A Genética Molecular encontra a sua repre-sentação máxima na Cardiologia nas cana-lopatias hereditárias.

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09

«Hoje em dia, quer a válvula aórtica, quer a mitral, quer a pulmonar são passíveis

de serem tratadas por técnicas ditas não invasivas ou minimamente inva-sivas (sem abertura do tórax).» Quem o diz é o Dr. Vasco Gama Ribeiro, director do Serviço de Cardiologia

do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, a propósito da comunica-ção que apresentará, subordinada ao tema «Intervenção percutânea na

cardiopatia valvular. Presente e fu-turo».

De acordo com o especialista, actualmente, em Portugal, a interven-ção percutânea na cardiopatia valvular realiza-se em doentes com estenose aórtica severa que «não são candidatos a cirurgia cardíaca (que ainda é o stan-dard do tratamento)».

Contudo, há indivíduos com do-enças concomitantes de tal forma seve-ras que deixam de ser candidatos a ci-rurgia, sendo considerados inoperáveis.

A insuficiência mitral é uma doen-ça cardíaca comum, considerada grave e de difícil controlo. No nosso País, os doentes com esta patologia são trata-dos através de cirurgia da válvula mi-tral.

Segundo o Dr. Vasco Gama Ri-beiro, o tratamento pode efectuar-se, também, através de um dispositivo denominado por MitraClip. Além disso, «é possível diminuir substancialmente o grau de insuficiência mitral e, desta forma, estabilizar o doente, aumentan-do, ao mesmo tempo, a qualidade de vida e, fundamentalmente, a sobrevida.

No que diz respeito à válvula pul-monar, nas estenoses pulmonares, fre-quentes nas comunidades pediátricas e jovens, é possível, também, dilatar a válvula e instalar uma prótese.

Intervenção percutânea na cardiopatia valvular

11 a 13 de Fevereiro de 2011

Dr. Vasco Gama Ribeiro

A Cardiologia de Intervenção tem um papel cada vez mais impor-tante no tratamento e na recu-

peração dos doentes cardíacos. Após 2006, tem havido vários desenvolvi-mentos nos stents, a fim de se evitarem

os anteriores riscos associados a esta técnica, nomeadamente o elevado risco de trombose. Actualmente, existe uma clara evidência científica de que esta prática tem muitos benefícios para os pacientes.

Na mesa-redonda sobre «Perspectivas actuais e futuras na Cardiologia de Intervenção», estão em foco as mais recentes inovações numa

situação de cardiopatia estrutural, como as intervenções nos grandes va-sos e válvulas cardíacas. Existem, hoje em dia, novos dispositivos com válvu-las implantáveis que trazem mais van-tagens aos utentes. Para além de uma visão universal das várias inovações, está em destaque também a conjun-tura espanhola.

Pensando já no futuro, estão em análise, neste encontro, os stents bioabsorvíveis, que desaparecem do organismo passados alguns anos. Es-tes novos materiais têm várias vanta-gens, mas também é necessário pensar e analisar as melhorias que ainda são necessárias.

Relativamente à cardiopatia es-trutural, têm sido desenvolvidos diver-sos novos modelos e dispositivos mais avançados, que implicam cada vez mais uma menor invasão. A tendência actual

e futura é, inevitavelmente, o desenvol-vimento e a consolidação de técnicas pouco invasivas, que permitem os mes-mos benefícios, ou até resultados mais positivos.

Perspectivas actuais e futurasna Cardiologia de Intervenção

Dr. Francisco Javier Goicoela RuigómezPresidente do Grupo de Trabalho de CI da SEC. Director da Unidade de CI do Hospital Puerta de Hierro/Majadahonda

agradece o apoio de todos os que contribuíram para a realização deste Jornal, nomeadamente:

Serviço de Cardiologia do Hospital Universitário de Santa Maria, Lisboa

COORDENAÇÃOPaula Pereira

PRODUÇÃO

[email protected]

Tel.: 21 850 40 00

Patrocinador exclusivodo

De acordo com o especialista, actual-mente, em Portugal, a intervenção percu-tânea na cardiopatia valvular realiza-se em doentes com estenose aórtica severa que «não são candidatos a cirurgia cardíaca (que ainda é o standard do tratamento)».

A insuficiência mitral é uma doença cardíaca comum, considerada grave e de difícil controlo. No nosso País, os doentes com esta patologia são tratados através de cirurgia da válvula mitral.

A Cardiologia de Intervenção tem um papel cada vez mais importante no tratamento e na recuperação dos doentes cardíacos.

Pensando já no futuro, estão em análise, neste encontro, os stents bioabsorvíveis, que desaparecem do organismo passados alguns anos.

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10 11 a 13 de Fevereiro de 2011

No âmbito da mesa-redonda «Imagiologia cardíaca na decisão clínica», que vai realizar-se hoje,

pelas 11.00 h, o Dr. Nuno Cortez-Dias, interno de Cardiologia, vai efectuaruma apresentação subordinada ao tema «Utilidade da análise da deforma-ção miocárdica por speckle tracking no enfarte agudo do miocárdio (EAM)».

É sabido que, «no contexto do EAM, o compromisso da contracti-lidade resulta não apenas da exis-tência de necrose como também da persistência de alterações funcionais em zonas viáveis (atordoamento miocárdico)», explica o palestrante. E acrescenta: «Essas zonas tenderão a recuperar ao longo do tempo. O pro-blema é que não dispomos, ainda, de instrumentos que possibilitem a sua distinção, e tal seria relevante, me-lhorando a estratificação prognóstica dos doentes.»

Os recentes avanços na ecocar-diografia tornaram possível a avalia-ção pormenorizada da deformação segmentar e global, nas suas múltiplas componentes (longitudinal, transversal, circunferencial, radial e torção), cuja utilidade, neste contexto, é actualmen-te alvo de intensa investigação.

Nesse sentido, o Dr. Nuno Cortez-Dias vai apresentar os resultados do estudo prospectivo RIS, desenvolvido pelo Serviço de Cardiologia do Hospi-tal de Santa Maria. Em 89 doentes com EAM, foi realizado ecocardiograma com análise de speckle tracking 24 a 72 ho-ras após a angioplastia primária. Em 50 doentes, o estudo foi repetido após 12 meses.

«Confirmou-se que os parâmetros de deformação miocárdica permitem a quantificação da cinética segmentar e que o pico sistólico de strain longitudi-nal é o parâmetro com maior acuidade

para a detecção automática de altera-ção da contractilidade», afirma.

Mais relevante, na perspectiva do

palestrante, «foi ter-se verificado que os parâmetros de deformação longitu-dinal distinguiram, entre os segmentos acinéticos ou hipocinéticos, aqueles que recuperam a contractilidade a lon-go prazo». Assim, propõe um novo sco-re baseado na deformação longitudinal (picos sistólicos de strain e strain rate e pico protodiastólico de strain rate), que se revelou «útil para avaliar a viabilida-de miocárdica».

Estes resultados serão clinica-mente relevantes, uma vez que «poderá passar a ser possível prever, logo após o enfarte, o potencial de recuperação miocárdica, com base num exame am-plamente disponível e de baixo custo», afirma, rematando que «merece especial atenção o facto de no estudo a análise da deformação global longitudinal ter identificado os doentes em maior risco de progressão desfavorável para morte ou reenfarte durante o seguimento».

Utilidade da análise da deformaçãomiocárdica por speckle tracking no EAM

Dr. Nuno Cortez-Dias

A reabilitação cardíaca (RC) é es-sencial na recuperação dos doen-tes que sofreram algum acidente

cardiovascular. Infelizmente, ainda não há um número suficiente de programas em Portugal. Muitos factores poderão contribuir para a explicação desta ca-rência e, de entre eles, realçaria a falta de recursos económicos para promover programas de reabilitação.

Os enfermeiros têm um papel importante na RC, por serem os profis-sionais de saúde que fazem o acompa-nhamento do utente, no seu dia-a-dia, após o acidente cardiovascular. O ob-

jectivo final será ajudar na readaptação, a fim de que consigam entrar numa nova etapa da sua vida.

O objectivo de um futuro Centro

de Reabilitação Cardíaca do Hospital de Santa Maria - CHLN não se restringe apenas à reabilitação física. O doente deverá ser tratado de uma forma holís-tica, onde, a par da componente física, também tem lugar a vertente psicoló-gica. Um cardiologista deste hospital costuma dizer que estes pacientes têm «uma ferida narcísica» que é preciso curar.

É essencial convencer cada um que é atingido por uma doença cardiovascular que as limitações intro-duzidas pela doença não o impedem de ter uma vida com qualidade. No con-

texto da RC, é importante não esque-cer a educação para a saúde: adoptar estilos de vida saudáveis, tal como dei-xar de fumar, fazer exercício e ter uma alimentação saudável, e fazer a medi-cação prescrita.

Por outro lado, o envolvimento da família é crucial no êxito da RC. A ajuda dos familiares promove a recuperação física e psicológica com acompanha-mento diário, fundamental para que o doente se sinta acompanhado. A rein-tegração laboral tem um lugar muito importante, especialmente em grupos etários mais jovens.

O papel da enfermagem num programa de reabilitação cardíaca

Enf.ª Raquel BolasEspecialista em Enfermagem de Reabilitação do Hospital de Santa Maria - CHLN

«Avaliação da terapêutica de ressincronização cardíaca: que factores influenciam o

prognóstico?» é o nome do tema que será apresentado pela Dr.ª Doroteia Sil-va, interna de Cardiologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e cuja mo-deração estará a cargo do Prof. Doutor Mário Oliveira e do Dr. João Sousa.

Durante a sua exposição, a pales-trante vai abordar, essencialmente, três dos factores que podem influenciar a resposta à terapêutica. Em primeiro lugar, vai falar acerca da «escolha dos doentes com base em critérios de dessincronia mecânica», uma vez que, de acordo com

a Dr.ª Doroteia Silva, «não existem guide-lines que assumam que o doente deve ser seleccionado desta forma».

O segundo ponto está relacionado com a selecção prévia do local de im-plantação do electrocatéter no ventrículo esquerdo, «para excluir zonas que não te-nham contractilidade residual/fibróticas, o que habitualmente é feito com base na ressonância magnética cardíaca», refere.

Por seu turno, o terceiro, e último ponto, está ligado à optimização dos intervalos aurículo-ventricular e biven-tricular do pacemaker.

No seguimento desta temática, a Dr.ª Doroteia Silva pretende apresentar

o estudo POBREE, que está a ser efectu-ado no Serviço de Cardiologia do Hos-pital de Santa Maria e cujo coordenador é o Dr. João de Sousa. Esta investigação tem como objectivo perceber «qual a influência da optimização dos interva-los AV e VV na resposta à terapêutica de ressincronização cardíaca».

Os doentes submetidos a esta tera-pêutica cardíaca estão divididos em dois braços. «Num grupo, os intervalos AV e VV estão programados de acordo com os algoritmos automáticos do pacemaker. No outro, estes intervalos são optimi-zados por ECO e ECG». Desta forma, os autores do estudo pretendem investigar

«se existe ou não benefício adicional na optimização dos intervalos AV e VV do pacemaker com ECO e ECG», remata.

Ressincronização cardíaca

Dr.ª Doroteia Silva

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«Da clínica à investigação em arritmologia» é o tema da mesa-redonda que irá rea-

lizar-se amanhã, pelas 11.00 h, e cuja moderação estará a cargo do Prof. Dou-tor Mário Oliveira, electrofisiologista do Hospital de Santa Marta, e do Dr. João de Sousa, electrofisiologista do Hospital de Santa Maria, ambos em Lisboa.

No decorrer da apresentação do primeiro tema, «Imagiologia na ablação de FA: Os resultados estão dependentes do substrato?», serão debatidos aspectos relacionados com «o papel da imagem, nomeadamente, da TAC multicortes e da reconstrução geométrica tridimensional, na abla-ção da fibrilhação auricular, um tipo de intervenção complexa que tem vindo a crescer imenso nos centros

de referência», afirma o Prof. Doutor Mário Oliveira.

Por outro lado, a Dr.ª Doroteia Sil-va vai debruçar-se sobre «Avaliação da terapêutica de ressincronização cardíaca: que factores influenciam o prognóstico?». O especialista refere que esta «é uma tera-pêutica de ponta efectuada através da uti-lização de dispositivos cardíacos de pacing biventricular, que permitem optimizar o tratamento da insuficiência cardíaca re-fractária crónica, em doentes com crité-rios de selecção muito bem definidos».

O terceiro tema será apresentado pelo Dr. Pedro Marques, intitulando-se «Minimização do pacing ventricular direito, que resultados?». É sabido que o pacing convencional é nocivo para a função ventricular, «aumentando o risco de insuficiência cardíaca, de fibrilhação

auricular e, até, de mortalidade», refere o Prof. Mário Oliveira, adiantando que, por esta razão, «os pacemakers mais re-

centes possuem algoritmos delineados no sentido da diminuição da percenta-gem de pacing ventricular».

Por fim, será efectuada, pela Dr.ª Cláudia Jorge, a apresentação «Genética molecular e disritmias malignas: que im-portância afinal?». A palestrante abordará a problemática da morte súbita cardíaca, nomeadamente na população jovem.

Para terminar, e no que respeita à área da arritmologia, o Prof. Doutor Má-rio Oliveira considera que existe, ainda, muito por fazer. Contudo, garante que «esta é uma das áreas da Cardiologia que mais tem evoluído na última década». E conclui: «Cresceu a um ritmo alucinan-te e estou convencido de que no futuro continuará a ter um grande desenvolvi-mento, nomeadamente na área da apli-cação de novas tecnologias».

Da clínica à investigação em arritmologia

11 a 13 de Fevereiro de 2011

Prof. Doutor Mário Oliveira

Consciente de que a hipertensão é uma patologia que afecta pre-ponderantemente a população

portuguesa, o Dr. Eduardo Infante de Oliveira, médico cardiologista do Hos-pital de Santa Maria, vai hoje parti-cipar numa sessão, entre as 16.30 h e as 18.00 h, com o tema «Desinervação simpática renal. Uma nova abordagem percutânea da hipertensão». De acordo com o palestrante, o principal aspecto desta apresentação será baseado num estudo apresentado no final do ano passado: o Symplicity HTN-2.

«Trata-se de um ensaio onde fo-ram incluídos doentes com hipertensão

arterial resistente à terapêutica médi-ca com 3 ou mais fármacos e onde a ablação das fibras simpáticas renais por aplicação de radiofrequência por via endovascular permitiu reduzir de for-ma consistente, significativa e segura a pressão arterial sistólica e diastólica», demonstra o especialista.

Até agora, a intervenção percutâ-nea estava reservada a situações mui-to específicas de hipertensão arterial secundária, como a estenose das arté-rias renais ou a coarctação da aorta. Esta nova técnica pode ser aplicada a um universo consideravelmente mais vasto de doentes. A activação simpáti-

ca renal tem um papel preponderante na fisiopatologia da HTA essencial e a

sua frenação por via percutânea pode constituir uma importante conquista terapêutica. Não depende de adesão diária e não tem interacções medica-mentosas.

«No estudo Symplicity HTN-2, 84% dos doentes responderam à de-sinervação simpática renal percutânea e não se verificaram complicações sig-nificativas relacionadas com o proce-dimento. A confirmar-se a persistência do resultado terapêutico a médio e lon-go prazo, será esperável um significati-vo impacto no risco cardiovascular e na qualidade de vida dos doentes», remata o entrevistado.

Uma nova abordagempercutânea da hipertensão

Dr. Eduardo Infante de Oliveira

DESINERVAÇÃO SIMPÁTICA RENAL

O estudo FAMA, realizado recente-mente em Portugal, indicou que a fibrilhação auricular (FA) atin-

ge uma prevalência de 2,5% no nosso país, em indivíduos acima dos 40 anos. Segundo o Dr. João de Sousa, coorde-nador da Unidade de Arritmologia Inva-siva do Hospital de Santa Maria (Centro Hospitalar Lisboa Norte), esta percenta-gem é superior à que se tem verificado em estudos observacionais europeus.

De acordo com o especialista, a FA (uma patologia frequente acima da sex-ta ou sétima décadas de vida) pode ter uma apresentação diversa: «paroxística (a arritmia termina espontaneamente), persistente (mantém-se num período superior a sete dias e depois necessita de uma intervenção medicamentosa ou

cardioversão eléctrica para terminar) ou permanente».

Para aferir o diagnóstico, será necessário proceder à confirmação electrocardiográfica, «através de um

registo», tipicamente um electrocardio-grama ou um exame de Holter. «Antes de iniciar o tratamento, deve-se avaliar o contexto da FA (avaliação da cardio-patia e apreciação dos factores de risco associados). Depois, deve-se investir numa atitude preventiva do AVC e tra-tar a disritmia que pode conduzir à in-suficiência cardíaca – duas das comor-bilidades associadas à FA», salienta.

«A prevenção baseia-se, sobre-tudo, na administração da terapêutica anticoagulante. Em alguns casos de ris-co inferior, poderá haver indicação para terapêutica antiagregante (tipicamente, com ácido acetilsalicílico). Classicamen-te, a anticoagulação assentava na admi-nistração dos antagonistas da vitamina K, mas, hoje em dia, apareceram novos

fármacos de toma oral (inibidores da trombina ou do factor Xa) que dispen-sam um controlo regular com INR.»

Para o Dr. João de Sousa, o sco-re CHADS2 permite estratificar o risco de AVC. «Um doente que reúna vários factores de risco (nomeadamente, in-suficiência cardíaca, hipertensão, idade superior a 65 anos, diabetes ou AVC prévio) terá um risco muito elevado. Por exemplo, um índice igual a dois corresponde a um risco anual de AVC de cerca de 5%.»

Recentemente, o CHADS2 sofreu um refinamento: «O novo índice de risco [o CHA2DS2-VASc] é o reconhe-cimento de que a doença arterial (co-ronária, periférica e carotídea) constitui um factor de risco adicional».

FA atinge uma prevalência de 2,5% em Portugal

Dr. João de Sousa

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