Divulga Ciência - Abril/2012

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Jornal de divulgação científica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA

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Page 1: Divulga Ciência - Abril/2012

Jornal do Inpa

Manaus ,Abril 2012 - Ano IV - Ed.20- ISSN 2175-0866www.inpa.gov.br

Projeto Circuito da Ciência do Inpa iniciou atividades

Peixe-boi nascido em cativeiro no Inpa completou 14 anos

Inpa realizou “Open Day”

Educarte debateu projetos de educação ambiental no Inpa

Pesquisa sobre peixes da Amazônia e mudanças climáticas foi destaque no IV Workshop Adapta

Plantas estrategistas contribuem para recuperação de áreas alteradas

Pesquisador do Instituto desenvolve trabalho com plantas que demonstram capacidade de melhorar solos de áreas prejudicadas pela ação humana.

Consequências de crescimento populacional foram abordadas no IV WorkShop Adapta

O Workshop do Adapta está na sua quarta edição e reuniu pesquisadores do Inpa, Ufam, Ufopa e de Instituições internacionais.

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IV Workshop Adapta iniciou falando sobre adaptações da biota aquática amazônica

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Foto: Luiz Augusto Gomes

O evento contou com a apresentação de resultados de estudos e discussão de novas soluções para o futuro

Foto:Ricardo Oliveira

Foto: Ricardo Oliveira

Grupos de Estudos EstratégicosAmazônicos (Geea)Reúne os assuntos mais relevantes dos encontros mensais sobre a Amazônia.

Boa leitura

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O INCT Centro e Estudo de Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (Adapta) realizou do dia 2 a 4 de abril, no Auditório da Ciência, o IV Workshop Adapta com o intuito de apresentar resultados e discutir os novos rumos das pesquisas.

Foto: Ricardo Oliveira

EDIÇÃO ESPECIALIV WORKSHOP ADAPTA

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Página 02 - Abril 2012

Assessora de Comunicação: Tatiana Lima (MTB 4214/MG) - Editora Chefe: Fernanda Farias - Repórteres: Clarissa Barcellar, Delbert Bittencourt, Jéssica Vasconcelos, Josiane Santos e Sefóra Antela. Editoração Eletrônica: Juliana Lima - Revisão: - Fotos: Eduardo Gomes, Luiz Augusto Gomes, Rodrigo Amaral, Ricardo Oliveira Tiragem: 1000 - Edição 20 -Abril- ISSN 2175-0866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.

Fernanda Farias

+55 92 3643-3100 / 3104 [email protected] ascom_inpa

Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia - INPA/MCTI

Expediente Fale com a redação

Ministério daCiência e Tecnologia e Inovação

Tome Ciência

O Auditório do Bosque da Ciência do

Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia (Inpa/MCTI) recebeu dia 26

abril, o Educarte, evento realizado pelo

Museu da Amazônia (MUSA) com o

objetivo de debater a educação científi-

ca e ambiental em diferentes mídias e

espaços, reunindo representantes de

projetos de todo o país.

A pesquisadora do Inpa, Mª Inês

Higuchi, apresentou e debateu sobre

jogos educativos desenvolvidos para

educação ambiental, com o objetivo de

mobilizar a preservação do meio ambi-

ente.

O projeto Educke, desenvolvido

desde 1996 contou com apoio da Fun-

dação de Amparo à pesquisa do Esta-

do do Amazonas (Fapeam) e Conselho

Nacional de desenvolvimento cientifico

e tecnológico (CNPq).

Inpa realizou “Open Day”

Erê foi o primeiro peixe-boi da Ama-

zônia concebido, gerado e nascido em

cativeiro no Instituto Nacional de Pes-

quisas da Amazônia (Inpa/MCTI). No

dia 8 de abril ele comemorou 14 anos

no Laboratório dos Mamíferos Aquáti-

cos (LMA) juntamente com biólogos e

tratadores da Associação Amigos do

Peixe-boi (Ampa).

Para o veterinário do Inpa, Anselmo

d'Affonseca, esse foi um acontecimen-

to importante para obtenção de mais

informações sobre a biologia da espé-

cie. “A partir desse nascimento, come-

çamos a ter mais dados sobre a intera-

ção de mãe e filhote, a composição do

leite, da vocalização da mãe e filhote,

da época de desmame. Foi possível

também começar a comparar o cresci-

mento do Erê com os filhotes órfãos”,

explicou.

Peixe-boi nascido em cativeiro no Inpa completou 14 anos

Educarte debateu projetos de educação ambiental no Inpa

Boa Leitura | Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (Geea)

Foto: Eduardo GomesFoto: Rodrigo Amaral

A Coordenação de Tecnologia da

Informação (CTIN) junto com o Serviço

de Documentação e Informação

(SDIN), do Instituto Nacional de Pes-

quisas da Amazônia (Inpa/MCTI), pro-

moveu dia 20 de abril, o “Open Day”

(dia aberto).

O evento teve como objetivo levar a

comunidade do Instituto e o público

externo a conheceram a rotina e as

atividades das coordenações. Além de

oferecer palestras sobre os avanços da

tecnologia junto à ciência.

“Tivemos uma ótima resposta do

público, o comparecimento de pesqui-

sadores e bolsista do Inpa e alunos de

outras faculdades e da população inte-

ressada no assunto. Nas palestras

houve uma excelente interação com os

participantes”, afirmou o coordenador

do CTIN, José Laurindo.

Foto: Eduardo Gomes

Em mais uma obra do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (Geea), os

pesquisadores reuniram os assuntos mais relevantes dos encontros mensais. Tudo

para que os Estados se enriqueçam, ainda mais com informações sobre o

desenvolvimento da Amazônia.

Envolvendo os temas: Agricultura, Educação, Papel do Estado Brasileiro, Setor

Energético, e ainda a relação entre ciência e humanismo, como diz na sinopse do

livro, “O objetivo maior da ciência é servir a humanidade”. por isso a obra promove

também uma reflexão sobre estratégias em relação às questões ambientais.

E ainda neste edição, o grupo traz uma reflexão poética sobre a ciência,

juntamente com o poeta Thiago de Mello, onde em um depoimento vigoroso fala

sobre a necessidade da Ciência estar em defesa da floresta amazônica,

visivelmente ameaçada pela ganância da humanidade.

Os interessados em adquirí-la podem entrar em contato com a Editora Inpa, por

meio do telefone 3643-3223.

Page 3: Divulga Ciência - Abril/2012

respiratory Compromise in the Amazon

Oscar”.

Durante a solenidade de abertura, o

diretor do Inpa e coordenador geral do

projeto, Adalberto Val, destacou as

expectativas com relação aos novos

resultados obtidos. “Estamos muito

entusiasmados com o desenvolvi-

mento do projeto até aqui". Fizemos

algumas expedições cientificas em que

tudo está indicando que por trás dessa

diversidade biológica que a gente tem

na Amazônia há um conjunto imenso

de outras informações de nível molecu-

lar extremamente relevantes para o

avanço da ciência”, destacou o pesqui-

sador.

O workshop é um espaço em que

pesquisadores debatem, a partir dos

resultados das pesquisas, como os

seres da biota aquática da Amazônia

estão se adaptando as mudanças cli-

Abril - Página 03Educação e Sociedade

IV Workshop Adapta iniciou falando sobre adaptações da biota aquática amazônicaO INCT Centro e Estudo de Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (Adapta) realizou do dia 2 a 4 de abril, no Auditório da Ciência, o IV Workshop Adapta com o intuito de apresentar resultados e discutir os novos rumos das

|Clarissa BacellarDa equipe do Divulga Ciência

Os impactos causados pelo cresci-

mento urbano em ambientes aquáti-

cos, e principalmente, as mudanças

climáticas globais causadas pela inter-

venção humana, continuam preocu-

pando pesquisadores de todos

os cantos do planeta. Entretan-

to, é notório como muitas espé-

cies conseguem se adaptar às

novas condições ambientais.

Com o intuito de discutir e

demonstrar resultados de pes-

quisas sobre essas adaptações,

com foco nos organismos aquá-

ticos, começou dia 2 de abril, na

sede do Instituto Nacional de

Pesqu isas da Amazôn ia

(Inpa/MCTI), o IV Workshop Adapta,

um dos quatro Institutos Nacionais de

Ciência e Tecnologia (INCT) do Institu-

to.

O evento ocorreu até o dia 4 de maio

e contou com a participação de pesqui-

sadores de vários estados do Brasil e

também do exterior. São cientistas que

estudam animais e plantas que se rela-

cionam com as águas, como o profes-

sor convidado do departamento de

biologia da McMaster University (Ca-

nadá), Christopher Wood, que minis-

trou a palestra de abertura do evento,

intitulada “The Unusual Osmo-

máticas e como isso influencia no

desenvolvimento de outros ambientes.

Edições anteriores

O primeiro workshop Adapta teve as

discussões voltadas para as estratégi-

as de trabalho. No segundo, um con-

junto de resultados dos experi-

mentos que já estavam sendo

realizados empregando as estra-

tégias definidas, durante o prime-

iro evento, foi relatado. E o tercei-

ro workshop do Adapta apresen-

tou resultados e uma série de

pontos de integração que esta-

vam previstos no projeto.

Sobre Adapta

É um projeto ligado aos INCTs do

Centro Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq) finan-

ciado pela Fundação de Amparo à Pes-

quisa do Estado do Amazonas (Fape-

am) e trabalha com um conjunto de

quatro microcosmos reproduzindo os

cenários de mudanças climáticas com

os dados previstos pelo Painel Intergo-

vernamental sobre Mudanças Climáti-

cas (IPCC) para o ano de 2100.O Adapta buscar um novo momento

no estudo das Adaptações de organis-mos aquáticos da Amazônia.

‘‘ ‘‘Estamos muito entusiasmados com o desenvolvimento do projeto até aqui

Foto: Ricardo Oliveira

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Página 04 - Abril 2012

Paiol da Cultura do Inpa abriu temporada de exposições de artes

GEEA discute sobre Hidrelétricas e alternativas de energias

Na oportunidade houve o lançamento do quarto volume do livro do grupo

|Fernanda FariasDa equipe do Divulga Ciência

Iniciando as exposições de artes

do Paiol da Cultura do Bosque da

Ciência, localizado no Instituto Naci-

onal de Pesquisas da Amazônia

(Inpa/MCTI), o artista plástico João

Bosco apresentou suas obras de

artes até o dia13 de maio, onde visi-

tantes puderam conhecer mais

sobre as artes plásticas e também

sobre a cultura da nossa região.

Manaus é cortada por vários iga-

rapés e, nas suas margens, ainda é

possível encontrar palafitas. É exa-

tamente isso que o artista plástico

João Bosco, traduz em seus qua-

dros. “Hoje em dia, muitas crianças

não sabem o que é uma palafita. Daí

a importância de retratar em obras

de arte, a cultura do caboclo amazo-

nense, pois se elas desaparecerem

do cenário urbano, estará eterniza-

da nos quadros”, comenta.

O artista ressalta que é a primeira

vez que apresenta uma exposição

temática, pois geralmente suas

exposições são bem ecléticas. “O

turista quando vem pra Manaus,

espera conhecer mais da nossa

região, por isso escolhi esse tema

bem regional para expor aqui no

Paiol do Inpa”, expõe Bosco.

Popularização das Artes Plásticas

Os moradores mais antigos com

certeza sabem bem como é uma pala-

fita. A “arquitetura do ribeirinho”, como

é conhecida, se caracteriza por ser

construída em torno de rios e igarapé.

Como sempre é retratado em livros,

documentários e também em obras

de artes.

“É fundamental para essa nova

geração conhecer nossa história, a

cultura do ribeirinho. Acho que as

escolas, tanto públicas, como particu-

lares, tem que levar mais os estudan-

tes para conhecerem e incentivarem,

desde cedo, o gosto pela cultura popu-

lar, conhecerem o lugar onde vivem,

os costumes, as origens e tudo mais”,

afirma o artista.

Arte em madeira no Paiol

Durante todas as exposições do

ano de 2012, o artista, também auto-

didata, Adevaldo Soares, irá expor

seus artesanatos feitos a partir de

resíduos provenientes da natureza.

Apresentando peças únicas, com

sementes, folhas secas e madeira

caída, tudo para que o visitante que

for ao Paiol da Cultura, sinta-se privi-

legiado com sua aquisição.

“Numa exposição de artes você consegue viajar por vários locais em uma única sala”, comenta o artista plástico João Bosco

|Da equipe do Divulga CiênciaFernanda Farias

Meio Ambiente

Foto: Eduardo Gomes

Em mais um encontro do Grupo de

Estudos Estratégicos Amazônicos

(GEEA), do Instituto Nacional de Pes-

quisas da Amazônia (Inpa/MCTI), pes-

quisadores se reuniram para discutir

temas que envolvem o desenvolvimen-

to na Amazônia.

Nesta edição o grupo abordou um

tema em evidência: “As hidrelétricas e

as alternativas de fontes de energia

renováveis”, com palestra do diretor do

Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-

Graduação e Pesquisa de Engenharia

(COPPE), Luiz Pinguelli.

Várias indagações sobre as constru-

ções das hidrelétricas foram expostas

por Pinguelli, como o impacto ambien-

tal e social que acarreta na construção

de reservatórios. “As emissões de

gases do efeito estufa, principalmente

nas regiões tropicais, são um agravan-

te na construção de hidrelétricas, mas

mesmo assim, emitem menos gases

tóxicos que as termelétricas a combus-

tíveis fósseis”, argumentou.

Pinguelli mostrou em gráficos o quan-

to o consumo de energia cresceu nos

últimos anos e, consequentemente, a

emissão dos gases que causam o aque-

cimento global. “Entre 1970 e 2004, a

quantidade de gases tóxicos emitidos

para a atmosfera, que geram o efeito

estufa, foi de 70%”, explicou.

Energia alternativa

É de conhecimento geral que os paí-

ses precisam desenvolver ainda mais

as energias renováveis, como usar

resíduos provenientes de áreas urba-

nas e rurais, que são encontrados em

abundância. Tudo para substituir as

energias oriundas de combustíveis

fósseis.

“Precisamos atentar aos resíduos

que são descartados diariamente pelas

residências e indústrias, pois além de

acarretar um grande acúmulo nos

lixões, acaba sendo uma matéria prima

desperdiçada”, explica Pinguelli.

Page 5: Divulga Ciência - Abril/2012

Abril - Página 05Divulga Ciência

Pesquisa sobre peixes da Amazônia e mudanças climáticas foi destaque no IV Workshop AdaptaO evento contou com a apresentação de resultados de estudos e discussão de novas soluções para o futuro

Na manhã do segundo dia de semi-

nários do IV Workshop Adapta, 3 de

abril, foi dado destaque aos resultados

de projetos e discussões sobre novos

rumos das pesquisas, com palestras

de pesquisadores do Instituto

Nacional de Pesquisas da Amazô-

nia (Inpa/MCTI) e da Universidade

Federal do Amazonas (Ufam).

O diretor do Inpa e coordenador

do Instituto Nacional de Ciência e

Tecnologia (INCT) Adapta, Adal-

berto Val, realizou a palestra “Pei-

xes da Amazônia e mudanças

climáticas”, onde buscou esclare-

cer quais os efeitos das mudanças

climáticas sobre os peixes amazô-

nicos, uma das pesquisas que o

projeto realiza. “As mudanças climáti-

cas estão associadas com a atividade

do homem no aumento de queimadas

com o desmatamento. A Amazônia

tem um papel importante no ciclo de

carbono planetário, e pode ser consi-

derada como uma região de grande

risco do ponto de vista das influências

das mudanças climáticas”, afirmou o

coordenador.

Algumas das mudanças previstas,

pesquisadas por Val, são: o aumento

da temperatura e o da concentração de

gás carbônico das águas, mudanças

que podem atingir todo o ecossistema

do planeta, não somente a Amazô-

nia. “Essas mudanças no clima,

para o tambaqui por exemplo,

poderão acarretar em várias per-

turbações", apesar de ser um animal

com grau elevado de adaptação a

diversos ambientes. E isso afetaria

tanto o consumo da proteína como o

sustento econômico”, alerta.

Logo após, a pesquisadora do Inpa,

Noemia Kazue, palestrou sobre o cres-

cimento de fungos e cogumelos na

Amazônia, primeiro resultado de pes-

quisa fora do microcosmos, onde

serão reproduzidos os cenários de

mudanças climáticas. “Os resultados

obtidos confirmam a característica

térmica dos cogumelos coletados em

Manaus, por apresentar maior produ-

ção de biomassa a 35°C em um tempo

maior de incubação. É necessário

ampliar o tempo de incubação para

este cogumelo atingir a fase estacioná-

ria do crescimento micelial, no

entanto na avaliação a 45° e

aplicar estratégias para contor-

nar a redução do meio de cultura

por evaporação”, avaliou Kazue.

Apoiadores

O workshop é patrocinado

pela Biotec-Controle ambiental,

Applied Biosystems, Prisma e

conta com apoio da Fundação

de Amparo à Pesquisa do Estado do

Amazonas (Fapeam), Conselho Naci-

onal de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq), da Coordenação

de Aperfeiçoamento de Pessoal de

Nível Superior (Capes) e do Ministério

da Ciência, Tecnologia e Inovação

(MCTI).

‘‘ ‘‘Essas mudanças no clima, para o tambaqui

por exemplo, poderão acarretar em várias

perturbações

|Da equipe do Divulga CiênciaDelber Bitencourt

Foto:Ricardo Oliveira

Page 6: Divulga Ciência - Abril/2012

Página 06 - Abril 2012 Ciência e Teconologia

Com a finalidade de explorar mais

a biodiversidade da região Amazôni-

ca, o pesquisador do Instituto Nacio-

nal de Pesquisas da Amazônia

(Inpa/MCTI) Luiz Augusto Gomes,

dedica sua carreira a estudar uma

família de plantas extrema-

mente diversificada e que na

região amazônica é bastante

numerosa, as Fabaceae,

conhecidas também como

leguminosas.

A necessidade de valorizar a

biodiversidade é apoiada em

pesquisas sobre os recursos

da vegetação. “Neste cenário

das espécies de Fabaceae nas

matas primárias de terra firme,

campinaranas, igapós, torna-se

essencial para um aumento das pos-

sibilidades de aproveitamento das

espécies nesta parte da Amazônia”,

explica Souza.

Há uma grande variedade dentro

da família botânica das leguminosas

e as espécies variam de ervas anuais

à árvores de grande porte. “O Brasil

tem um estoque genético muito gran-

de dessas espécies, com a copaíba,

cumaru, jacarandá, e outros que são

árvores de grande porte encontradas

na Amazônia”, acrescenta.

Plantas estrategistas

Classificadas como plantas estrate-

gistas, as Fabaceae, contribuem para a

melhoria dos solos em áreas degrada-

das ou mesmo em práticas rela-

cionadas com a agricultura sus-

tentável. Uma das particularidades que

compõem essa família de plantas é a

capacidade de captação do nitrogênio

atmosférico através da associação

com bactérias do solo, conhecidas

como rizóbios.

“Há a formação nas raízes das plan-

tas, de estruturas benéficas chamadas

de nódulos radiculares, onde ocorre a

fixação do nitrogênio, acontecendo

então uma das mais práticas relações

ecológicas entre os vegetais e os

microrganismos”, esclarece Luiz Sou-

za.

No processo da fixação de nitrogênio

(passagem deste elemento da forma

gasosa para a estrutura dos compostos

orgânicos do interior da planta), a

leguminosa alimenta a bactéria com

produtos da fotossíntese e a bactéria

é responsável pela assimilação do

nitrogênio que está na atmosfera

tornando-o disponível para o desen-

volvimento da planta, onde o nitrogê-

nio está presente principalmente nas

folhas e, desta forma, entra no solo e

nos sistemas de produção agrícola.

Para o pesquisador, apesar da

região amazônica possuir “uma mata

exuberante”, as áreas de terra firme

apresentam problemas relacionados

ao solo, pois muitas vezes estes são

ácidos ou arenosos e podem ter níveis

excessivos de alumínio trocável, o que

compromete a fertilidade, em decor-

rência da baixa capacidade de reten-

ção de nutrientes ou mesmo pela pre-

sença de elementos tóxicos.

| Jéssica VasconcelosCTPetro

Plantas estrategistas contribuem para recuperação de áreas alteradasPesquisador do Instituto desenvolve trabalho com plantas que demonstram capacidade de melhorar solos de áreas prejudicadas pela ação humana.

‘‘‘‘O Brasil tem um estoque genético muito grande

dessas espécies, como a copaíba, cumaru, jacarandá,

e outros

Foto: Luiz Augusto Gomes

Page 7: Divulga Ciência - Abril/2012

das em diversos níveis da sociedade e

do governo para que seja construída

uma consciência ecológica para tentar

recuperar essas águas”, alertou.

A pesquisadora do Inpa, Fabíola

Xochilt Valdez Domingos, apresentou

a pesquisa sobre “Efeitos ultraestrutu-

rais do petróleo de Urucu nas brân-

quias do peixe amazônico tambaqui

(Colossoma macropomum)”, cujo

objetivo foi avaliar os efeitos do petró-

leo e também de um óleo inerte para

verificar se somente a presença de

uma camada de óleo traz efeito preju-

dicial na questão morfológica nas brân-

quias do peixe.

Segundo a pesquisa, tanto o petró-

leo quanto a presença de um óleo iner-

te é capaz de afetar a estrutura bran-

‘‘ ‘‘Para reverter esse quadro é preciso tomar ações

articuladas em diversos níveis da sociedade e do

governo

Abril - Página 07Divulga Ciência

Crescimento populacional e conseqüência em rios foram abordados no IV WorkShop AdaptaO Workshop Adapta está na sua quarta edição e reuniu pesquisadores do Inpa, Ufam, Ufopa e de Instituições internacionais

O principal assunto discutido no

segundo dia de debate do IV Workshop

do Centro de Estudos de Adaptações

da Biota Aquática da Amazônia (Adap-

ta), coordenado pelo Instituto Nacional

d e P e s q u i s a s d a A m a z ô n i a

(Inpa/MCTI), foi o desenvolvimento

econômico e o crescimento popu-

lacional e suas conseqüências nos

igarapés e peixes da região.

A primeira pesquisa apresenta-

da durante a tarde tratou do cresci-

mento populacional e sua conse-

quência no lago do Iripixi, localiza-

do em Oriximiná, no Pará, apre-

sentado pelo acadêmico do curso

de ciências biológicas da Universi-

dade Federal do Oeste do Pará

(UFOPA), Marcelo Alves de Sou-

za, que também fez parte da pesquisa.

O objetivo era avaliar a qualidade da

água, os parâmetros biológicos e físi-

co-químicos.

Marcelo Alves ressalta que uma das

contribuições que mais podem surtir

efeito no combate à poluição é a edu-

cação ambiental. “Para reverter esse

quadro é preciso tomar ações articula-

quial do tambaqui.

O IV WorkShop Adapta encerrou

suas atividades no dia 4 de abril. O

Adapta representa uma rede de ativi-

dades de Biologia Aplicada e tem como

proposta buscar um novo momento no

estudo das Adaptações de organismos

aquáticos da Amazônia por meio da

incorporação de novos equipamentos,

da estruturação de um serviço de bioin-

formática, da capacitação de

pessoal em todos os níveis, além

da produção de livros paradidáti-

cos sobre os estudos.

Apoiadores

O Workshop é patrocinado

pela Biotec – Controle ambien-

tal, Applied Biosystems, Prisma

e conta com o apoio da Funda-

ção de Amparo à Pesquisa do

Estado do Amazonas (Fapeam), do

Conselho Nacional de Desenvolvimen-

to Científico e Tecnológico (CNPq), da

Coordenação de Aperfeiçoamento de

Pessoal de Nível Superior (Capes), do

Ministério da Ciência, Tecnologia e

Inovação (MCTI) e do Inpa.

| Josiane SantosDa equipe do Divulga Ciência

Foto: Ricardo Oliveira

Page 8: Divulga Ciência - Abril/2012

Página 08 - Abril 2012

Projeto Circuito da Ciência do Inpa iniciou atividades

Na primeira edição participaram cerca de 350 estudantes das escolas: Zenaira Bentes Pastor, Esmeraldo Bessa, Hermenegildo de Campos e Primeiro de Maio

O Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia (Inpa/MCTI) promoveu o 1ª

edição Circuito da Ciência de 2012,

tendo como destaque os 17 anos do

Bosque da Ciência. O evento contou

com a participação do vice-diretor do

Inpa, Estevão Monteiro de Paula; o

Coordenador de Extensão, Carlos

Bueno; do Circuito Ciência, Jorge

Lobato; e o representante da empre-

sa Moto Honda da Amazônia, Josué

Campos. O vice-diretor do Inpa,

Estevão Monteiro, deu as primeiras

declarações sobre o circuito.

‘’Esses 17 anos simbolizam a

abertura do Inpa para a comunidade

em especial para a Amazônia e,

principalmente, para a cidade de Mana-

us, mas o significado maior que todas

atividades em torno de três anos tem

mobilizado as comunidades a procura

de uma solução de problemas ambien-

tas e de recurso naturais”.

Circuito dos Mamíferos Aquáticos

Quarenta alunos da Escola Estadual

Hermenegildo de Campos foram con-

templados com o mini-circuito dos

Mamíferos Aquáticos da Amazônia, reali-

zado por pesquisadores do Laboratório de

Mamíferos Aquáticos (LMA/Inpa) e da

Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa).

Durante o passeio, os estudantes

conheceram, de forma lúdica, a

biologia dos cinco mamíferos aquá-

ticos que habitam a Bacia Amazônica:

peixe-boi, a lontra neotropical, a arira-

nha, tucuxi e boto-vermelho. Além disso,

os alunos participaram de uma oficina de

reciclagem de óleo, ministrada por alunos

da Escola Estadual Antonio Nuñez Jime-

nez que fazem parte do Projeto Sabão

Ecológico, coordenado pela professora

Rosineide Oliveira.

Clube de Ciências

A abordagem teórica que sustenta o

Educação e Sociedade

|Por Delber Bittencourt e Séfora Antela Da equipe do Divulga Ciência

‘‘ ‘‘Esses 17 anos simbolizam a abertura do Inpa para a comunidade em especial

para a Amazônia

trabalho do projeto Clube de Ciênci-

as, projeto da Universidade Federal

do Amazonas (UFAM), é a constru-

ção do conhecimento, baseada no

método da descoberta e suas técni-

cas: redescoberta, problema e pro-

jeto. Os universitários, a cada

semestre realizam visitas nas

escolas, principalmente aque-

las localizadas na periferia,

numa tentativa de sensibilizar

os estudantes a participarem

do Clube.

Tartarugas da Amazônia

O objetivo do projeto é gerar

informações e sensibilizar a

população sobre a problemáti-

ca dos quelônios, acreditando que

estas iniciativas tornarão o consu-

mo mais consciente nos centros de

comércio ilegal. Através de dados

de monitoramento de espécies adul-

tas e praias de desova, o projeto

mostra também para as comunida-

des locais, como o consumo desen-

freado está afetando o status das

populações locais de quelônios

Foto: Eduardo Gomes