Divulgação cientifica em aulas de ciencias

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DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA EM AULAS DE CIÊNCIAS: LEITURA, ESCRITA E PRODUÇÃO DE TEXTOS NA ESCOLA por Leandro Palcha [[email protected]]

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DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA EM AULAS DE CIÊNCIAS: LEITURA, ESCRITA E PRODUÇÃO DE TEXTOS NA ESCOLA

por Leandro Palcha[[email protected]]

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O QUE É DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA?

Pode ser considerada como

“uma prática de reformulação

que produz, a partir de um

discurso-fonte (o da ciência),

um discurso-segundo (o do

cotidiano)” (ZAMBONI, 2001).

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A DC COMO ATIVIDADE DE DIFUSÃO

Mobiliza diferentes recursos, técnicas e

processos para a circulação de

informações, fatos ou conhecimentos

científicos ao público em geral.

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DIFUSÃO CIENTÍFICA

DISSEMINAÇÃO CIENTÍFICA

disseminação intrapares

disseminação extrapares

DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

jornalismo científico

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DISSEMINAÇÃO CIENTÍFICA

• DISSEMINAÇÃO INTRAPARES: envolve a circulação

de informações científicas e tecnológicas entre

especialistas de uma área ou de áreas conexas e a

• DISSEMINAÇÃO EXTRAPARES: difusão de

conhecimento para diferentes especialistas de uma

dada área de disseminação.

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DISSEMINAÇÃO INTRAPARES:

• a) público especializado;

• b) conteúdo específico e

• c) código fechado, estando ela representada nas

revistas especializadas ou nas reuniões científicas

orientadas para limitado universo de

interessados.

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BANCOS DE PESQUISAS NA ÁREA DE

EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E BIOLOGIA (PERIÓDICOS COM PADRÃO CAPES / WEBQUALIS A1 e A2)

Revista Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciênciashttp://www.portal.fae.ufmg.br/seer/index.php/ensaio/

Revista Investigações em Ensino de Ciências - IENCIhttp://www.if.ufrgs.br/ienci/

Revista Ciência & Educaçãohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1516-7313&nrm=iso&rep=&lng=pt

Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias - REEChttp://reec.uvigo.es/

Revista da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências - ABRAPEChttp://www.nutes.ufrj.br/abrapec/

Principais congressos dos pesquisadores na área: ENPEC, SBENBIO, EREBIO

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DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA:

Toda ação de “fazer-circular” a ciência que digam

respeito a difusão de conhecimentos científicos ou

técnicos, exceto aqueles que se dão nos círculos

estritos de rígidas especialidades, como no caso da

disseminação intrapares (ZAMBONI, 2001).

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FUNÇÃO SOCIAL DA PARTILHA DO SABER

Reconhecida necessidade social de “transmitir”informações, diante da velocidade com que seacumulam os novos saberes, se conquistam as novastécnicas, se garantem novos procedimentos.

Outras denominações para aDC: Popularização Científica;Vulgarização Científica;Periodismo Científico.

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DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA:

Inclui “os livros didáticos, as aulas de ciências dosegundo grau, os cursos de extensão para não-especialistas, as histórias em quadrinhos, ossuplementos infantis, folhetos de extensão rurale de campanhas voltadas para determinadasáreas (saúde e higiene), os fascículos de ciência etecnologia produzidos por grandes editoras,documentários, programas especiais de rádio etelevisão etc”. (BUENO, 1984).

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DIVULGADORES DA CIÊNCIA

DRAUZIO VARELLA (MEDICINA) MARCELO GLEISER (FÍSICO)

RICHARD DAWKINS (ZOOLOGIA)SUZANA HERCULANO-HOUZEL (NEUROBIOLOGIA)

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DIVULGAÇÃO VS. JORNALISMO CIENTÍFICO:

Embora estejam muito próximos, são coisas diferentes.Ambos se destinam ao público leigo, com a intenção dedemocratizar as informações (pesquisas, inovações, conceitosde ciência e tecnologia), mas a primeira não énecessariamente um jornalismo (BUENO, 1984).

“O jornalismo é um casoparticular de DivulgaçãoCientífica. Mas nem todaDivulgação Científica obedece aopadrão jornalístico.”

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LINGUA(GENS)

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A CIÊNCIA NO ENSINO DE CIÊNCIAS

• Regrinhas para aprendizagens dos alunos;

• Excesso do livro didático para explicações científicas;

• Falta de tópicos da ciência contemporânea;

• Poucas questões sociais ou da natureza da ciência;

• Desinteresse dos alunos pela linguagem;

• Pouca clareza da terminologia em textos;

• “Ciência morta” (DELIZOICOV et. al, 2011).

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A DC NO ENSINO DE CIÊNCIAS

A DC pode ser entendida como um discurso

independente do discurso da ciência, embora ambos

mantenham determinadas relações entre si. Ou seja,

trata-se de uma prática social na qual sujeitos imersos

em um dado contexto sócio-histórico comunicam

conhecimentos relacionados a ciência para um publico

de não especialistas (NASCIMENTO, 2008).

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O QUE É LEITURA E ESCRITA EM

CIÊNCIAS?

QUE CIÊNCIA ENSINAR PARA

NOSSOS ALUNOS?

COMO CONSTRUIR UMA EXPLICAÇÃO

CIENTÍFICA EM SALA DE AULA?

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“RECURSOS” NA ESCRITA DE TEXTOS DE DC

(ZAMBONI, 2001)

Utilizados para que as pessoas que leem

apenas superficialmente saibam algo sobre

o texto e identifiquem a ideia central,

fazendo com que se interessem pela leitura

integral do texto.

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Apelo inicial a leitura;

Interlocução direta com o leitor;

Procedimentos explicativos;

Conhecimentos tácitos;

Busca de credibilidade;

Boxes, gráficos, tabelas;

links e hiperlinks;

entre outros.

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DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

PARA AS CRIANÇAS

• Maior ênfase na narração em vez da argumentação.

• Geralmente, a popularização infantil conta uma

estória, em boxes coloridos e fartamente ilustrados.

• Frases curtas, simples, analogias, comparações e

didaticidade.

• As conjunções da linguagem cotidiana, tais como:

porque, por isso, quando, tudo isso, enquanto isso,

• Buscam equivalências no conhecimento prévio das

crianças, no mundo de sua vivencia diária .

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TEXTOS CONSIDERADOS COMO DC

“Trechos de um livro do Einstein; uma reportagem

sobre dinossauros ou origem do universo no

Fantástico; uma nota em um jornal impresso de

circulação nacional; uma revista que focaliza as mais

recentes “descobertas” científicas; uma exposição em

um museu de ciências; um folheto do ministério da

saúde que explica o ciclo do mosquito da dengue etc.”

(NASCIMENTO, 2008).

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CONTRIBUIÇÕES...

• Mobilização do conhecimento científico;

• Estímulo à participação dos estudantes;

• Produção de materiais didáticos para comunidade;

• Desenvolvimento das práticas de leitura e escrita;

• Abordagem de valores sócio-culturais ciência;

• Relações entre CTS, formação do espírito, critico e

reflexivo.

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E IMPLICAÇÕES

Qual é a concepção de DC dos autores dos textos?E a dos professores?

Para quem a DC foi feita? Quem é o leitor?

Quais objetivos e métodos para usar a DC?

Qual é a relação didática entre a DC e a aula?

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A SEGUIR,

MÓDULO -2 ATIVIDADES PARA

PRODUÇÃO DE TEXTOS NA ESCOLA

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REFERÊNCIASALMEIDA, M.J.P.; CASSIANI, S. e OLIVEIRA, O.B. Leitura e Escrita em Aulas de Ciências: Luz Calor e

fotossíntese nas mediações escolares. Florianópolis: Letras. 2008.

BACHELARD, G. A Formação do Espírito Científico. RJ: Contraponto, 1996.

BARRA, V. M. LORENZ, K. Produção de materiais didáticos de Ciências no Brasil, período: 1950 a 1980. Ciência

e Cultura. São Paulo, v. 38, n12. , p 1970 -1983.

CARVALHO, A. M. P; GIL-PÉREZ, D. Formação de professores de ciências: tendências e inovações. 10ª ed. São

Paulo: Cortez, 2011.

BUENO, W. Jornalismo Científico no brasil. Os compromissos de uma prática dependente. Tese de Doutorado,

USP: SP,1984

CHAVES, T. V. Textos de divulgação científica no ensino de física moderna na escola média. Dissertação de

Mestrado. Santa Maria, RS: UFSM, 2002.

DELIZOICOV, D; ANGOTTI, J.A. PERNAMBUCO, M.M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. 4ed. SP:

Cortez, 2011.

LOPES, A. C. Conhecimento escolar: ciência e cotidiano. RJ: EdUERJ, 1999.

ORLANDI, E. P. Discurso e leitura. 9ª ed. São Paulo: Cortez, 2012.

________. A Linguagem e seu Funcionamento. 4ªed. Campinas: Pontes, 2006.

________. Interpretação: Autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. Petrópolis: Vozes, 1996

PALCHA, L. S. A Evolução do Ovo: Quando leitura e literatura se encontram no ensino de ciências. Ensaio:

Pesquisa em Educação em Ciências. v.1. 2014.

PÊCHEUX, M. O discurso: estrutura ou acontecimento. 6ed. Campinas: Pontes, 2012.

____________. Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. 4ª ed. Campinas: Editora da

UNICAMP, 2009.

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NASCIMENTO, T. G.; MARTINS, . Leituras de textos da Revista Ciência em Tela por professores de ciências.

Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências (On-line), v. 13, 2011.

_______________ Leituras de divulgação científica na formação inicial de professores de ciências. Tese de

Doutorado. Florianópolis, SC: PPGECT/UFSC. 2008.

______________; REZENDE JUNIOR, M. F. A produção de textos de divulgação científica na formação inicial

de licenciandos em ciências naturais. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 10, p. 1-22,

2010.

______________ ; CASSIANI DE SOUZA, S. Leituras de divulgação científica por licenciandos em Ciências

Biológicas. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, v. 8, p. 745-769, 2009.

SANTOS, G.R. QUEIROZ, S. L. Leitura e interpretação de artigos científicos por alunos de graduação em

química. Ciência e Educação (UNESP), v. 13, 2007.

ZAMBONI, L. M. S. Cientistas, jornalistas e a divulgação científica: subjetividade e heterogeneidade no discurso

da divulgação científica. Campinas, SP: Autores Associados, 2001.

ZANOTELLO, M. Leitura de textos originais de cientistas por estudantes do ensino superior. Ciência e Educação.

v. 17, p. 987-1013, 2011.