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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BENTO GONÇALVES |DEZEMBRO DE 2016 | EDIÇÃO 185 | ANO 15 Obras criadas no 4º Simpósio Internacional de Escultores e Encontro dos Escultores Gaúchos irão compor o Parque Domadores de Pedra, em São Pedro. Páginas 2 e 3 Alba Arte Natália Zucchi Do artista para o parque

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Obras criadas no 4º Simpósio Internacional de Escultores e Encontro dos Escultores Gaúchos irão compor o Parque Domadores de Pedra, em São Pedro. Páginas 2 e 3

Alba Arte

Natália Zucchi

Do artista para o parque

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Arte JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 1 de dezembro de 20162

reze obras esculpidas no 4º Simpósio Internacional de Escultores, ocorrido de 4 a 27 de novembro, em Bento

Gonçalves, entre dez feitas por ar-tistas estrangeiros e três nacionais, vão compor o acervo inicial do Par-que Domadores de Pedra, situado numa área de 24 hectares, no roteiro turístico Caminhos de Pedra. O par-que, previsto para ser inaugurado no primeiro semestre de 2017, já conta com 32 obras de vários artis-tas, esculpidas nas edições anterio-res do evento, também realizadas em Bento Gonçalves em 2012, 2013 e 2014. Ao todo, o parque inaugura com 45 esculturas expostas ao ar li-vre. A sede será a antiga Casa Barp. No espaço, também serão realizadas exposições, além de encontros e workshops com artistas e escultores nacionais e internacionais. Tanto os simpósios como o parque são inicia-tivas da Associação Caminhos de Pe-dra e do Instituto Tarcísio Michelon.

Parte do valor arrecadado com os ingressos do parque será desti-nada ao Instituto Tarcísio Michelon, que promove atividades musicais com mais de 160 pessoas, entre crianças e pré-adolescentes em vul-

Caminhos de Pedra terá parque de esculturas

Empreendimento abre em 2017 com 45 obras resultantes de quatro simpósios internacionais

nerabilidade social. O presidente do Instituto, Tarcísio Michelon, adianta que o objetivo, em médio prazo, é am-pliar esse atendimento para cerca de mil pessoas. “Sabemos que a música forma novos cidadãos”, observa ele.

Para a inauguração do evento, Mi-chelon adianta que está planejando um grande espetáculo com danças, orquestra e coro. “Estou muito feliz e confiante, porque vai ser uma atração turística de altíssimo nível, e logo terá o mesmo reconhecimento e valoriza-ção que hoje tem o vinho brasileiro. O espaço será o maior e mais importante parque de esculturas do Brasil”, come-mora.

O Simpósio Internacional de Escul-tores já está na agenda do fundador

para 2017. Ele confirma que o evento ocorrerá anualmente. “A cada edição, ampliaremos o número de esculturas no parque”.

Para o escultor turco Kemal Tufan, curador do 4º Simpósio, a área do par-que é perfeita para abrigar as obras. “Será um parque de esculturas incrível, porque a paisagem é maravilhosa. A natureza e as esculturas se misturam muito bem”, destaca.

Os dez mais aptos do mundo para esculpir em granito e basaltoA quarta edição do Simpósio In-

ternacional de Escultores ocorreu na rua Rolando Gudde, ao lado da Rua Coberta. Durante 24 dias, dez obras fo-

Antiga Casa Barp será a sede do projeto

Escultor turco Kemal Tufan

Natália Zucchi

Arquivo Pessoal

Natália Zucchi

Por Kátia Bortolini e Natália Zucchi

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 1 de dezembro de 2016 Arte 3

ram produzidas pelos estrangeiros Jo Kley (Alemanha), Ümit Turgay Durgun (Turquia), Antonis Myrodias (Grécia), Jerome Symons (Países Baixos), Jorge Schröder (Brasil), Majid Haghighi (Irã), Francesca Bernardini (Itália), Nando Ál-varez (Espanha) e Qian Sihua (China). O francês François Weil foi o único es-trangeiro a esculpir em basalto. Ele fez uma obra interativa que pegou muitos visitantes de surpresa por girar com apenas um toque de mão um grande bloco de basalto. Já os brasileiros Hi-dalgo Adams, Ricardo Aguiar e Ricardo Kersting produziram três esculturas em mármore.

O curador Tufan ressalta que foi uma tarefa difícil e criteriosa escolher, entre os 148 artistas inscritos para o evento, os dez mais aptos para escul-pir em granito marrom-guaíba, pedra extraída em Cachoeirinha do Sul, Rio Grande do Sul. Conforme o curador, a pedra granito foi selecionada por ser bonita e resistente. “É um material duro e difícil de trabalhar, mas a cor marrom é maravilhosa e as esculturas em granito são fortes, duram muitos anos”, acrescenta ele.

Entre os dez participantes do úl-timo Simpósio, a italiana Francesca Bernardini era a única mulher esculto-ra. “Esta é a primeira vez que trabalho com granito. É um prazer estar partici-pando. Estou muito feliz porque estou tendo uma ótima experiência. Não há

diferença na criação de esculturas en-tre homens e mulheres, porque a for-ça é desnecessária. O que realmente importa é a técnica”, afirma ela. Já o escultor Majid Haghighi, do Irã, ressal-tou que as esculturas são um presente para a cidade.

Sem tema definido, os artistas fica-ram livres para traduzir no granito suas culturas e origens. Segundo Tufan, o encontro foi uma ótima oportunidade para a troca de cultura e conhecimen-to entre os artistas e também com o público, que pôde visitar o processo

Alba Arte

de criação e conversar com os escul-tores através de visitas guiadas. Ain-da de acordo com o curador, é nesses eventos que o artista tenta educar as pessoas e os jovens a interagir e presti-giar mais as esculturas. “Nós queremos sucesso em todos os níveis, inclusive para a cidade. Outros artistas ao re-dor do mundo veem Bento Gonçalves como um potencial artístico”, acentua.

Com mais de 20 simpósios inter-nacionais na bagagem, Kemal Tufan já organizou 17 simpósios em Istambul e participou como artista em exposi-

ções e eventos artísticos ao redor do mundo. Além de trabalhar no seu es-túdio, é professor na Universidade de Istambul. Ele afirma que escultura é uma prática que ficou escondida pelo desenvolvimento da arte contemporâ-nea. Tufan acrescenta que a escultura tem se reinventado através de novos artistas para encontrar novamente seu lugar no mundo. “Temos a missão de mostrar ao planeta o que é escultura contemporânea. É também por isso que organizamos esses simpósios”, ex-plica.

Em meio a poeira, escultores usam de técnicas e ferramentas para criar suas obras

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Diretora e Jornalista responsável: Kátia Bortolini - MTB 8374Redação: Natália ZucchiÁrea Comercial: Moacyr RigattiAtendimento: Sinval Gatto Jr.Diagramação: Vania Maria BassoEditor de Fotografia: André PellizzariColaboradores e Colunistas: Aldacir Pancotto, Ancila Dall´Onder Zat, Bruno Nascimento, Padre Ezequiel Dal Pozzo, Paulo Capoani, Paulo Wünsch, Rogério Gava, Thompsson Didoné

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 1 de dezembro de 20164

ÓPICOST by Kátia Bortolini

INHASV

BASTIDORES AGITADOSExpectativas em relação a com-

posição do novo cenário político municipal, em vigor a partir de janei-ro de 2017. Bastidores agitados na prefeitura e na Câmara de Vereado-res.

PAcIêNcIA E INSPIRAÇÃOPara a matéria de capa dessa edi-

ção, sobre a arte da escultura, acom-panhamos o trabalho de artistas de vários países. Eles tiram arte de pe-dra. Os jornais impressos do interior, com o custo fixo nas alturas, estão ti-rando “leite de pedra”. Haja paciência e inspiração!!!

WIBE DO UNIVERSOCorreria de final de ano. A maio-

ria dos adultos do mundo ocidental enlouquecida na pressão de fechar pendências e de atender demandas de festas e eventos. Já vi essa novela antes. Enquanto isso, na wibe do uni-verso, prossegue o mantra protetor om... om... om... ainda bem!!

IMPREVISíVELTragédias como a da Chapecoen-

se, envolvendo muitas mortes, relem-bram que a vida é imprevisível. Que a única certeza que ela nos dá é a da morte. Será essa a adrenalina da vida?

EM cAUSA PRóPRIAEnquanto o povo brasileiro cho-

rava a tragédia da Chapecoense, sen-sibilizado pela cobertura massiva da mídia, a Câmara Federal legislava em causa própria, desfigurando o pacote do conjunto de medidas de combate à corrupção, propostas pelo Ministé-rio Público Federal e avalizadas por mais de 2 milhões de assinaturas. Das dez medidas originais, só quatro fo-ram mantidas, e com modificações.

ARQUITETURACada época com seu gosto. Pro-

va é a matéria da página 8 do cader-no Mosaico, com as fotos das duas igrejas do distrito de Tuiuty. Uma inaugurada em 1915 e a outra em 1999.

cOM cARINhOGostei de ter participado do jantar de apresentação do novo car-

dápio do Hotel Villa Michelon, preparado com carinho pela equipe liderada por Moysés Michelon.

NOVIDADES INTEGRAÇÃOEsta página, “Entre Tópicos”, a página social, agora “Entre Vinhas”, e

o site reformulado (www.integracaodaserra) são as novidades da hora.

Eduardo Benini

QUASE 100%Asfaltamento da rua Davile Sandrin/Estrada da Vindima, que liga

a BR 470 a RS 470, obra da prefeitura de Bento Gonçalves, com um investimento de R$3.802,764,65, ficou quase 100%. Para a excelência, faltaram espaços para plantio de árvores nos passeios públicos.

Natália Zucchi

Davi Da Rold

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 1 de dezembro de 2016 comportamento 5

“ESMOLA PARA

Por Natália Zucchi

Na comunidade de São Valentim, distrito de Tuiuty, os dizeres “esmola para os defuntos”, escritos numa cruz situada na estrada que dá acesso ao cemitério, despertam curiosidade. Esta cruz carrega uma simbologia religiosa e histórica herdada dos imigrantes ita-lianos. A primeira versão da cruz, cons-truída por volta de 1900, era de ma-deira. Os moradores mais antigos da comunidade contam que as famílias se dirigiam até a cruz para rezar pelos parentes falecidos e nela depositavam contribuições em dinheiro.

A professora aposentada Irma De Carli Moro, 93 anos, ressalta que a cruz indica a direção do cemitério. “Minha mãe contava que sempre onde havia aquela cruz tinha um cemitério atrás. Quando eu era pequena, ela me levava à cruz para rezar pelos mortos”, relem-bra Irma. Ela acrescenta que, ao depo-sitar o donativo, a mulher tinha que fazer o sinal da cruz e o homem, uma reverência com o chapéu. Comenta

OS DEFUNTOS”que, às vezes, as pessoas perguntavam porquê não um capitel com santo ao invés dessa cruz. “Mas não adianta, ela indica o cemitério, é um símbolo dos defuntos. Ao olhar para a cruz, senti-mos que lá tem alguma coisa impor-tante”, destaca Irma.

Seu filho, o agricultor Mauro Marcos Moro, 54 anos, lembra que antigamente as tradições religiosas na comunidade eram muito rígidas. “Todo mundo fazia doações à Igreja e orações para celebrar as almas. A cruz era um lugar de intercessão”, comple-menta.

Mas, por que dar esmola aos defuntos?

Mãe e filho contam que os dona-tivos eram usados até a década de 50 para custear despesas de padres que rezavam missas na comunidade. “A ze-ladora da época recolhia o dinheiro do pequeno cofre da cruz. As missas eram

organizadas conforme o montante da arrecadação porque os padres preci-savam do auxílio para alimentação e transporte”, esclarece o agricultor.

Ainda, segundo Moro, no final do século XIX a estrada geral da co-munidade de São Valentim tornou-se secundária com a abertura, em 1879, da Estrada Geral Buarque de Macedo. Com a nova estrada, a igreja de madei-ra, que antes se encontrava onde hoje está a empresa Arvy, foi demolida. Em 1896, aconteceu a inauguração da atu-al igreja São Valentim, hoje vinculada à Paróquia São Roque, de Bento Gon-çalves.

Para ligar a nova igreja e a rua principal com o cemitério, que perma-neceu na estrada velha, a família de Francesco De Carli, avô de Irma, doou

parte da sua propriedade para a aber-tura de uma via de acesso. Por volta de 1900, foi erguida a cruz para sinalizar o cemitério, na esquina entre a Buarque de Macedo e a via de acesso.

Nos últimos anos, segundo a res-ponsável pelo cemitério e capela mor-tuária, Nádia Postal Balbinot, 46 anos, tanto a cruz quanto a igreja foram alvo de furtos. “Uma vez sempre tinha di-nheiro no cofre da cruz. Depois que a gurizada começou a levar, ninguém mais doa”, diz Nádia.

Mesmo com o passar dos anos, quem vive na comunidade de São Va-lentim mantém o vínculo afetivo com a cruz e reconhece o símbolo, não só como memória aos mortos, mas como lugar sagrado, como ressalta dona Irma: “Eu considero um lugar santo”.

Fotos: Natália Zucchi

Na comunidade de São Valentim, a cruz, que recebia contribuições em dinheiro, ainda indica o cemitério

Irma De Carli Moro: “Eu considero um lugar santo”

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Empresas | Entidades JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 1 de dezembro de 2016

Fique Informado!Entretenimento, promoções,

músicas e muita notícia.

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A 45ª edição da revista Panorama Socioeconômico, do Centro da Indús-tria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC/BG), apresentada no último dia 28 de novembro, na sede da entidade, apontou queda de 11,5% no faturamento das empresas em 2015, em relação ao ano anterior. A pesqui-sa, desenvolvida anualmente pelo CIC--BG, em parceria com a Universidade de Caxias do Sul (UCS), compila infor-mações de empresas e órgãos oficiais sediados no município. A Indústria local foi a mais atingida, com uma re-dução de 13,3%; seguida do Comércio, com 11%; e dos Serviços, com 4,4%. O destaque positivo de 2015 ficou para o setor vinícola, o único dos segmentos industriais analisados a apresentar um crescimento real, que chegou a 1,7%.

“Em termos reais, a queda de fa-turamento de 2015 fez com que vol-tássemos ao patamar de 2009. Sem dúvida, isso repercutiu e vem influen-ciando na capacidade de investimen-to das empresas, por envolver uma conjunção de queda das vendas com encarecimento do crédito. Tal ocorrên-cia se deu também em outras cidades

PANORAMA SOcIOEcONÔMIcOEmpresas de Bento tiveram redução de 11,5% no faturamento em 2015

com setores industriais fortes, mas na comparação com municípios com ca-racterísticas econômicas semelhantes, Bento apresentou melhor desempe-nho”, destaca o professor Fabiano La-rentis, integrante da equipe que coor-denou a pesquisa e responsável pela apresentação do material na última palestra almoço do CIC-BG neste ano.

Evolução dos MEIS Outro aspecto que denota uma

mudança estrutural no Panorama So-cioeconômico municipal é o expressi-vo aumento do contingente de Micro-empreendedores Individuais (MEIs). Em 2014, eles representavam 8% do total de empresas da cidade. Em 2015, por sua vez, essa parcela chega a prati-camente 30%. São 4.176 cadastros, do universo de 14.074 empresas – uma a cada oito habitantes.

Empregos caem 4,2%Somente o ramo de Serviços teve

um saldo positivo na geração de em-pregos em 2015 e, mesmo assim, foi um avanço tímido, de 0,6% acima do ano anterior. Os demais amargaram quedas e, nesse quesito, a Indústria

também foi a grande prejudicada, com uma diminuição de 9,2% no total de vagas. O Comércio decaiu 2,1%. No geral, considerando os três setores, a baixa foi de 4,2%.

Potencial empreendedor é a motivaçãoPor mais que o horizonte ainda seja

de incertezas, inclusive no que se refe-re ao fechamento de 2016 e, possivel-mente, no primeiro semestre de 2017, a tradição empreendedora de Bento Gonçalves e a solidez de muitos seg-mentos de sua economia – conquista-da ao longo das últimas décadas – são elementos que permitem um olhar otimista para a busca da recuperação. “Não há dúvidas de que enfrentamos um momento extremamente delicado para a nossa economia. Os dados de 2015 que agora temos em mãos, gra-ças a esse magnífico trabalho de pes-quisa e análise, nos permitem ver com mais clareza o quanto a crise nos afe-tou e ainda afeta. O mais importante, entretanto, é o que faremos com essas informações daqui para frente, pois devemos avaliar profundamente cada um destes índices e, a partir disso, fo-

car em alternativas que nos ajudem a voltar a crescer. Já enfrentamos outros obstáculos e capacidade de aprender algo positivo em situações complica-das como essa faz parte de nossa his-tória de trabalho e desenvolvimento”, conclui o presidente do CIC-BG, Laudir Miguel Piccoli.

Alguns números do 45º Panorama Socioeconômicol O faturamento das empresas

teve queda real (considerando o defla-tor do IBGE) de 11,5%.

l O setor vinícola foi o único seg-mento industrial que apresentou cres-cimento real, de 1,7%.

l O percentual de Microempreen-dedores Individuais (MEIs) passou de 8% para praticamente 30% de repre-sentatividade no total de CNPJs.

l A participação do Comércio na economia local subiu de 20% para 22%, enquanto os serviços evoluíram de 14% para 16%. A indústria recuou de 66% para 62%.

l A oferta de empregos, de forma geral, caiu 4,2% no ano passado. So-mente os Serviços tiveram saldo posi-tivo, de 0,6%.

Arquivo Assessoria de Comunicação Prefeitura

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 1 de dezembro de 2016 7

INHASV

O arquiteto Valdir Antoniazzi e sua esposa Vera reuniram amigos para comemorar sua troca de idade

O casamento de Eliete Canzi e William Parmigiani movimentou Garibaldi no último dia 12 de novembro

Os noivos Roberta Bettinelli e Diego Rasche durante ensaio pré-wedding

A partir desta edição, a Social muda de nome. Agora é

INHASVNos acompanhe nas “entrelinhas”.

Governador da Província do Vêneto, Luca Zaia, prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin e o cônsul da Itália no RS, Nicola Occhipinti

Na Caminhada dos Homens, ação de conscientização promovida pela Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves sobre a importância na detecção precoce do câncer de próstata, a

equipe da Geremia Redutores recebeu a presidente da entidade, Maria Lúcia Gava Severa

Exata Comunicação

André Pellizzari Fotografia

Sandro VaccaroAndré Pellizzari Fotografia

André Pellizzari Fotografia

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Natal JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 1 de dezembro de 20168

NATAL BENTOEvento agrega uma série de atrações que resgatam o espírito fraterno, de 2 de dezembro a 6 de janeiro

Armazémdo Grão Fone (54) 3452.0619

Rua Mal. Floriano, 230 - TérreoCentro - Bento Gonçalves

Neste Natal, semeie fé, paz, amor e esperança. Boas Festas!

PROGRAMAÇÃO2 de dezembro | Sexta-feira CERIMÔNIA DE ABERTURA DO NATAL BENTO E SHOW COM TATIÉLI BUENO 18h, Via Del Vino

CORO ABRAÇAÍ CANTA E ORQUESTRA DE VIOLÕES20h, Praça de alimentação do L´América Shopping

4 de dezembro | DomingoESPETÁCULO “O NATAL DAQUELE ANO” COM O GRUPO THOLL 16h, Ginásio Municipal de Esportes

9 de dezembro | Sexta-feira

14º NATALE DEL GESÚ BAMBIN Celebração e apresentações com a Escola Nossa Senhora da Salete, Coral Caminhos de Pedra, Dança Caminhos de Pedra, Banda Musical São Pedro, Quinteto de Cordas ITM, CTG Paisanos da Tradição, entre outras atrações20h30min, Salão da Comunidade São Miguel - São Pedro

10 de dezembro | Sábado 1º SORTEIO BENTO NATAL PREMIADO 11h, Via Del Vino

ABERTURA DA 2ª SAGRA TRENTINA TiraLonga: caminhada com trator e carroça visitando par-reirais e conhecendo a história dos imigrantes com vinho e suco no passeio. Merendin e Pisa da Uva18h, Comunidade 40 da Leopoldina - Capela da Glória - Vale dos Vinhedos

VIA ATTIVA ESPAÇO DE DANÇA / CORO INSTITUTO TARCÍSIO MICHELON 20h, Praça de alimentação do L´América Shopping

11 de dezembro | DomingoANTENA AIR FESTIVAL - 1ª EDIÇÃO Food trucks, cervejas artesanais, shows, espaço pet, artistas locais, brinquedos infláveis e wifi liberadaDas 11h às 20h, Morro da Antena

BUON NATALE | DESFILE CÊNICO E ALEGÓRICO 21h, Via Del Vino

13 de dezembro | Terça-feiraTEATRO LUZ E CENA “BRINCANDO DE NATAL” 20h, Via Del Vino

14 de dezembro | Quarta-feiraCONCERTO DE NATAL 20h30min, Praça São Roque - Av. São Roque

15 de dezembro | Quinta-feira APRESENTAÇÃO DO GRUPO FANFARRA BERSAGLIERI E CORAL CAMINHOS DE FARIA LEMOS 18h, Via Del Vino

16 de dezembro | Sexta-feira SERENATA ITALIANA DE NATAL BETO VALDUGA E GRUPO 19h, Via Del Vino

NATAL ENCANTO DO VALE Corais do Vale dos Vinhedos e Hospital Tacchini com encena-ção do Natal e cantos20h, Capela da Glória - 40 da Leopoldina - Vale dos Vinhedos

17 de dezembro | SábadoSHOW ESPECIAL DE NATAL 18h, Via Del Vino

CONCERTO NATALINO 20h, Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário de Faria Lemos

Mais que dar e receber presen-tes, Natal é época de compartilhar verdadeiros mo-mentos de amor

com aqueles que realmente fazem parte de nossas vidas. Tempo em que a alegria, a solidariedade e a união familiar devem reinar soberanas.

O espírito natalino vai tomar conta da cidade a partir desta sexta-feira, 02, com a abertura do Natal Bento. A festividade agrega uma série de eventos com atra-ções como apresentações musicais de or-questras, bandas, corais e de dança. Atra-ções especiais ocorrem, ainda, nos hotéis e vinícolas.

A programação está sendo desenvol-vida pela prefeitura de Bento Gonçalves, por meio da Secretaria Municipal de Tu-rismo (Semtur). Confira destaques da pro-gramação.

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 1 de dezembro de 2016 Natal 9

Via del Vino 3452.4163 | Shopping Bento 3055.2218 | L´América Shopping 3451.7696

Seja um

Ligue

18 de dezembro | DomingoFESTA DE NATAL Chegada do Papai Noel, brinquedos infláveis, lanches, mateada16h, Campo do Farrapos Rugby - Av. Osvaldo Aranha, 565

SHOW DE NATAL COM JEVERSON CARELLI E GRUPO 19h, Via Del Vino

19 de dezembro | Segunda-feira APRESENTAÇÃO APLAUSOS STÚDIO DE DANÇA 18h30min, Via Del Vino

21 de dezembro | Quarta-feiraAPRESENTAÇÃO BANDA MUSICAL SÃO PEDRO 18h, Via Del Vino

ENCONTRO DE CORAIS DE BENTO GONÇALVES 19h30min, Fundação Casa das Artes

22 de dezembro | Quinta-feiraSHOW ESPECIAL DE NATAL COM INÊS RIZZARDO 18h, Via Del Vino

23 de dezembro | Sexta-feiraSHOW ESPECIAL DE NATAL COM O PROJETO NATAL MÁGICO DE BENTO GONÇALVES E CHEGADA DO PAPAI NOEL19h, Via Del Vino

ESPETÁCULO PER SEMPRE TCHÊInstituto Tarcísio Michelon e Rede de Hotéis Dall Onder 20h, Rua Coberta

24 de dezembro | Sábado2º SORTEIO BENTO NATAL PREMIADO COM SHOW ESPECIAL 11h, Via Del Vino

25, 26 e 27 de dezembroESPETÁCULO PER SEMPRE TCHÊ Instituto Tarcísio Michelon e Rede de Hotéis Dall Onder20h, Rua Coberta

6 de janeiro | Sexta-feiraNOTTE DEI RÈ MAGGI (NOITE DE EPIFÂNIA) 19h, Capela N. S. da Glória - 40 da Leopoldina - Vale dos Vinhedos

DURANTE TODO O PERÍODO(2 de dezembro a 6 de janeiro)

SAGRA TRENTINA DA UVA E DO VINHO Pisa da uva: História da Imigração, visita aos parreirais, degus-tação de uvas, vinho e suco. Período: Início dia 10 de dezembro - Durante todo o período Local: Mondê Chocolates - Linha 8 da Graciema - Vale dos Vinhedos Participante recebe chapéu de palha, taça de acrílico e livreto da imigração.

PASSEIO CULTURAL - ROTEIRO CULTURAL RICORDI D’ITÁLIA Locais típicos dos imigrantes italianos, encantadoras paisa-gens do Vale dos Vinhedos com visita as cantinas centená-rias, ruínas, capitéis e muita história. Degustação de vinhos e sucos Período: Durante todo o período - 8h30 Local: Igreja do Vinho - Capela N. S. das Neves - Vale dos Vinhedos Participante recebe chapéu de palha, taça de acrílico e livreto da imigração.

TIRALONGA Caminhada enogastronômica com trator, carroça, musica, retratando a história dos primeiros colonizadores do Vale dos Vinhedos. Visita aos parreirais com merendin e pisa da uvaPeríodo: Durante todo o período Local: Capela da Glória, 40 da Leopoldina - Vale dos Vinhedos

VISITAÇÃO AO ECOMUSEU DA CULTURA DO VINHO Período: Durante todo o períodoLocal: Dal Pizzol Vinhos e Ecomuseu da Cultura do Vinho - Distrito de Faria Lemos

SEMANA NATALINA NO ROTEIRO CAMINHOS DE PEDRA No período da tarde haverá apresentações natalinas realiza-das pelas escolas nos empreendimentos.Período: 5 a 09 de dezembro Local: Roteiro Caminhos de Pedra - Linha Palmeiro - Distrito de São Pedro

FEIRA DE ARTESANATO DE BENTO GONÇALVES Período: 19 a 23 de dezembro - 10 às 19h Local: Via Del Vino

NATAL SOBRE TRILHOSDias 3, 10 e 17 de dezembro - 18h45min, espetáculo no Parque Temático Epopeia Italiana- 20h, transfer da Estação Férrea de Bento Gonçalves com destino a Carlos Barbosa- 21h, passeio de Maria Fumaça

PASSEIO DE MARIA FUMAÇA Diariamente às 9h, *11h, 14h, *16h, 18h40min e *20h40min *Apresentação com 1h15min de antecedência para desloca-mento até Carlos Barbosa 4º BELO NATALBrinquedos infláveis, shows, mágicos14 de dezembroDas 18 às 21hPraça José Ferlin - Monte Belo do Sul

19º NATAL BORBULHANTE14 a 22 de dezembroHorário: Diariamente a partir das 19hLocal: Praça Loureiro da Silva - Centro - Garibaldi

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Opinião JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 1 de dezembro de 201610

O que é mais importante na vida?

PadreEzequiel

[email protected]

Dal Pozzo

AncilaDall Onder

ProfessoraZat

Remos e rumos em educação

ada pessoa precisa encontrar razões para dizer a si mesma que a vida vale a pena. As motiva-ções que nos fazem viver são inúmeras e as

mais diversas. Não há um único jeito de ser feliz, nem há um único jeito de fazer o que é certo. Ocor-re que uma atenção ao que é a vida nos faz ter uma ideia comum sobre o que faz a vida ser boa. Se há inúmeras possibilidades e os mais distintos jeitos de viver, deverá haver também uma base comum. Ou seja, deverá existir algo importante para todos, que todos podem experimentar. Essa base nos diz o que não pode nos faltar na vida.

Recebi alguns dias atrás um estudo feito na Universidade de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos. Foi feita uma pesquisa com 724 pessoas, estudadas ao longo de suas vidas por 75 anos, com o rigor científico necessário e com várias equipes de professores e especialistas que foram sendo sucedidos por outros, devido ao largo tempo do estudo. Hoje ainda vivem 60 pessoas, com mais de 90 anos. A cada dois anos esse grupo de pessoas era entrevistado, visitado e questionado sobre as mais diferentes situações da vida. Sua família, tra-balhos, filhos, conquistas e derrotas, sonhos, doen-ças e perdas, dores e angústias, alegrias e desafios, enfim, sobre tudo o que envolvia suas vidas. O que se queria saber é o que mesmo importa na vida.

Essa rica pesquisa chegou à seguinte conclu-são: “a vida é boa e tem sentido quando cultiva-mos relacionamentos saudáveis”. Esse foi o resul-tado. Ou seja, o estudo não conclui que a vida vale

tecnologia ocupa, hoje, muito do nosso tempo, prin-cipalmente dos mais jovens, lendo, respondendo ou enviando mensagens, a ponto de esquecer quem

está ao seu lado. O diálogo com afeto, olho no olho, em que um observa a expressão do outro tende a desapa-recer?

A tecnologia veio para facilitar a vida cotidiana num mundo cada vez mais complexo. Muitas são as vanta-gens do seu uso. Cabe-nos, entretanto, usá-la com bom senso.

O historiador Leandro Karnal, em recente entrevis-ta, falou do valor benéfico e dos riscos da leitura numa era de redes sociais. Para o professor da Universidade de Campinas, a tecnologia é apenas um meio. A forma de utilizá-la é que faz a diferença, pois as redes sociais constituem uma maneira revolucionária de se comuni-car. Mas, à semelhança da bomba atômica, cita o histo-riador, pode ser usada para o “bem” (abrir túneis) ou para o “mal”.

As crianças estão crescendo num mundo diferente, um mundo em constante mudança com a evolução da tecnologia e dos desafios sociais e ecológicos que pre-cisarão ajudar a superar. Goleman e Senge (2015) discu-tem: que ferramentas podemos dar aos mais jovens para ajudá-los nessa jornada?

Os autores sugerem três conjuntos de habilidades cruciais para um mundo acelerado de distrações e en-volvimento pessoal ameaçado e que são mais importan-

tes do que nunca: de habilidades com foco interno, no outro e externo.

O primeiro é a chave para uma vida significativa. Inclui a autoconsciência ou saber como você se sente e por que, e a autogestão, que é o que você faz em rela-ção a esses sentimentos. O foco no outro inclui a empa-tia ou saber o que os outros pensam e sentem, compre-endendo o seu ponto de vista.

O externo requer habilidades sociais, que somam as duas anteriores, para ter-se relacionamentos har-moniosos e tomada de decisões acertadas. Implica em interação dentro de uma família ou organização e do mundo como um todo, constituindo um movimento entre as empresas inovadoras, que mudam o modo de executar a gestão da complexidade.

Esse núcleo comum de competências foi desenvol-vido num programa de Aprendizagem Social e Emo-cional (ASE), proposta de Roger Weissberg, em que a atenção é a habilidade essencial para o aprendizado, podendo ser ampliada e cultivada desde os primeiros anos na educação escolar. No Brasil, a Fundação Estudar desenvolve programas similares de autoconhecimento, liderança e carreira para jovens.

Percebe-se que num mundo globalizado, cada vez mais complexo, é preciso humanizar as relações sociais, usando adequadamente a tecnologia como um remo para alcançar o rumo desejado em educação, sem, en-tretanto, confundir o remo com o rumo.

à pena pelas riquezas que temos, pelo sucesso nos empreendimentos, pela fama, pelo reconhe-cimento dos outros, pelo progresso financeiro, pe-los acessos à tecnologia, pelas grandes ideias ou grandes conquistas. São os relacionamentos que fazem a vida ser boa. Relacionamentos saudáveis, feitos com maturidade, amor, gratuidade, respeito e partilha. Quem compôs bons relacionamentos chegou na velhice mais feliz, realizado e agrade-cido com a vida. O estudo também mostrou que nas pessoas em que faltaram esses relacionamen-tos, qualquer problema de saúde os deixava mais queixosos, tristes e desmotivados. Aqueles que ex-perimentaram relacionamentos saudáveis, diante dos problemas demonstraram mais equilíbrio e conservavam a alegria e o gosto pela vida.

A conclusão desse estudo nos coloca diante do fundamental. Cada pessoa precisa responder para si o que tem buscado na vida. Estamos num tempo de inúmeras possibilidades. Ocorre que é necessário o discernimento permanente sobre o que devo fazer e perceber o que mais valorizo. Muitos se perdem nos grandes projetos e esque-cem das pessoas, do abraço da amizade, da par-tilha de histórias de vida, dos momentos de gra-tuidade onde temos pessoas, rostos, emoções, angústias e alegrias. A vida e o seu sentido passam pelas pessoas e no relacionamento que estabeleço com elas. Desejo que você descubra a alegria nas pequenas coisas e nos relacionamentos que esta-belece diariamente.

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 1 de dezembro de 2016 Agricultura 11

safra de uvas de 2015/2016 foi marcada pela redução de aproximadamente metade da quantidade da produção em ano normal. As intempéries climáticas, tais como excesso de

chuvas na floração das vinhas, granizo e vento foram os fatores que ocasionaram a redução da colheita. A produção de frutas, como o pêssego, ameixa, caqui e citros também apresentou produção me-nor, com um contexto do setor primário expressando uma receita aquém do esperado.

Neste ano agrícola - 2016/2017 - o que se observa na viticultura é uma produção de uvas dentro da normalidade. O desenvolvimento vegetativo das videiras está ocorrendo sem problemas de intempé-ries climáticas como excesso de chuvas na floração ou ataque de do-enças fúngicas de difícil manejo e controle.

A safra de pêssegos e ameixas já iniciou e a qualidade da fruta está marcada pela coloração intensa, assim como a relação açúcar x acidez, que se mostra excelente para o paladar dos consumidores. O sabor da fruta bastante marcante é resultado da amplitude térmica de nossa região, onde registramos noites frias e dias quentes. A pro-dução tende a ter uma quantidade acima da safra anterior, com a qualidade se destacando.

A citricultura (laranja e bergamota), que representa a segunda cultura frutícola mais plantada em Bento Gonçalves e Pinto Bandei-ra, está praticamente no final de safra, destacando-se a qualidade da fruta colhida, fator que se deve ao período climático mais ameno, que não favoreceu o ataque de doenças fúngicas, principalmente da pinta preta, que é a doença que mais causa prejuízos nesse cultivo.

No cultivo de olerícolas (alface, repolho, beterraba), onde tam-bém possuímos uma produção expressiva, registramos perdas de-correntes do excesso de chuvas no período do início da primavera. Este fator climático provocou a perda por podridões, em cultivos desprotegidos. Neste ano observamos que inúmeros olericultores investiram no cultivo protegido (estufas), procurando melhorar o sistema de produção, reduzindo a ocorrência de doenças e possibili-tando ter maiores garantias de produção e qualidade das produções, garantindo o abastecimento do mercado consumidor.

Nossa região é marcada pela produção de frutas, olerícolas, agroindústrias, turismo rural, responsável pela diversificação na ren-da agrícola. As safras de citros que se findou, de pêssegos e ameixa que está acontecendo, e a de uvas que está por vir, nos apontam para ótimos números, tanto de quantidade (safra de produção normal), quanto de qualidade.

Para isso, reafirmamos nossa parceria e comprometimento com a assistência técnica e extensão rural em Bento Gonçalves e Pinto Bandeira, nos colocando à disposição para orientações e esclareci-mentos quanto a produção, comercialização, agroindústrias rurais, crédito rural, escolas, associações e entidades parceiras nas ativida-des ligadas a produção primária.

ThompssonDidoné

EnólogoEmater/RS-AscarBento Gonçalves

Produção dehortifruti 2016 em Bento Gonçalves

Os vitivinicultores da Serra Gaú-cha estão otimistas em relação à qualidade e a quantidade de uvas da safra 2016/2017, que começa a ser colhida no próximo mês de janeiro. A expectativa é que a próxima safra re-pita em qualidade e quantidade a de 2004/2005, a melhor dos últimos tem-pos.

A safra de uvas de 2016 no Sul do Brasil foi atípica, se desenvolven-do sob condições climáticas fora das normais climatológicas e redundando em quebra de produção de até 65% em algumas propriedades. O que cau-sou estas variações foi o fenômeno EI Niño, de caráter atmosférico-oceânico, em que ocorre o aquecimento fora do normal das águas do Oceano Pacífico. Este fenômeno altera vários fatores climáticos regionais e globais como, por exemplo, índices pluviométricos, padrões de vento e deslocamento de massas de ar.

Segundo o pesquisador Samar

Natália Zucchi

La Niña colaborandopara o cultivo de uvas

Velho da Silveira, da Embrapa Uva e Vinho, o cenário climático deste ano, agora sob fraca influência do fenôme-no La Niña, foi diferente do ano passa-do, com suficiente número de horas de frio no inverno e ocorrência de granizo apenas em áreas isoladas. Conforme o pesquisador, a quantidade de horas de frio no ciclo vegetativo 2016-2017 (temperaturas abaixo de 7,2 ºC) foi sa-tisfatória, sendo superior a 600 horas, quando a média histórica é de 410 horas. “No inverno deste ano o frio foi mais constante em relação aos ante-riores, sem a ocorrência de veranico de forma pronunciada. O resultado foi a adequada quebra de dormência das gemas, o que assegura uma previsão de brotação adequada e mais unifor-me”, ressalta Silveira.

A torcida agora dos vitivinicultores é de que o clima continue ajudando, com sol e chuvas esparsas até a meta-de do mês de janeiro, já que a videira comporta secas moderadas.

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cidadania JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 1 de dezembro de 201612

“A democracia representativa com 35 partidos registrados no país rece-bendo fundo partidário com recursos públicos para manter um sistema po-lítico com campanhas milionárias no qual um terço dos eleitores anularam, branquearam ou se abstiveram de vo-tar nas eleições desse ano é suficiente para dizer: sim, a democracia represen-tativa está em crise. É preciso pensar e acreditar em novas propostas”.

A afirmação é do estudante de Jor-nalismo da Universidade de Caxias do Sul, André Sebben, 25 anos, o idealiza-dor do projeto Rede Cívica, que pro-mete mudar a forma de fazer política no Brasil. A proposta é de um ambien-te virtual onde pessoas adeptas ao projeto possam votar de forma efetiva junto aos Vereadores das Câmaras, aju-dando a decidir ações para seus muni-cípios, tudo pela internet.

Para dar o primeiro passo à publi-cação de um livro sobre a proposta, Sebben busca apoio de financiamento colaborativo através do link www.ca-tarse.me/redecivica.

Sociedade em redeA proposta surgiu em 2014, quan-

Acadêmico elabora projeto voltado a acréscimoda participação popular nas decisões políticas

do o universitário passou a discutir suas ideias com a professora de Ciên-cia Política da UCS, Ramone Minca-to, e com o professor de Engenharia, também da UCS, Amilton Mello. Após três anos, as contribuições de cada um foram reunidas, resultando nessa pro-

posta de democracia participativa em rede. “Observei a vontade das pessoas em participar das manifestações de 2013, que mexeram com o país e re-velaram a insatisfação política geral da população”, explica.

A proposta prevê que o cidadão

interessado em participar do projeto deverá declarar em Cartório Eleito-ral sua emancipação política. Depois, terá que cadastrar o título de eleitor e senhas de segurança fornecidas pelo cartório. Já conectado à rede, passará a atuar, de forma on line, nas votações do Legislativo.

O emancipado pelo projeto ficará isento de votar para escolha de Vere-ador, uma vez que atuará diretamente nas decisões da Câmara, através da Rede Cívica. “Dessa forma, rompere-mos com a representatividade exclu-siva, com as pessoas envolvidas nas decisões da sua cidade. Nada mais jus-to e coerente com uma sociedade em rede”, explica o estudante.

Sebben ressalta que o cidadão ativo na Rede Cívica terá as mesmas quatro funções de qualquer câmara de representação hoje existente: legislati-va, fiscalizadora, julgadora e assesso-ramento do Executivo. Ele explica que cidadãos não emancipados permane-ceriam sendo representados por Vere-adores. “Dessa forma, o resultado das votações seria a soma dos votos dos integrantes da Rede Cívica e da Câma-ra de Vereadores”, acrescenta.

André Sebben, idealizador do projeto Rede Cívica

Natália Zucchi

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Depois de três décadas, os músicos

da banda EDZUL fazem um reencontro

histórico nos dias 6 e 7 de dezembro, na

Casa das Artes

Página 7

54 3452.4723 | [email protected] General Osório, 309 - Sala 904 - Centro - Bento Gonçalves - RS

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ia 14 de fevereiro de 1990. A nave espacial Voyager 1, lançada treze anos antes, viaja pelo espaço. Antes de mergulhar em sua rota rumo aos limites do Sistema Solar, os

computadores de bordo recebem uma mensa-gem urgente da estação de controle: ela deveria virar e bater fotografias dos planetas que havia deixado para trás. Uma dessas fotos entrou para a história: a Terra, como um minúsculo grão de poeira perdido no Cosmos, a 6,4 bilhões de qui-lômetros de distância. É, até hoje, a imagem mais distante já capturada de nosso planeta.

Não estava nos planos da NASA obter o cé-lebre retrato. Ele só foi feito pela insistência do grande astrônomo Carl Sagan, falecido em 1996. Quando viu a imagem, ele se maravilhou tanto que acabou escrevendo um livro a partir dela:

“Pálido ponto azul” foi o título que escolheu. Na obra, Sagan faz uma reflexão das mais belas que já li sobre nosso lugar no universo: “Olhem de novo para o ponto. É ali. É a nossa casa. Somos nós. Nesse ponto, todos aqueles que amamos, que conhecemos, de quem já ouvi-mos falar, todos os seres humanos que já existiram, vivem ou viveram as suas vidas”.

O prezado leitor e a estimada leitora encontrarão a fotografia na internet com facilidade. É de tirar o fôlego. A Terra, um miúdo grão azul suspenso na escuridão do universo. O palco de toda a histó-ria humana, dos bilhões que aqui

viveram e morreram, de todos os reis, servos, lí-deres mundiais, de todos os amores, do horror da guerra, da esperança, da felicidade de cada um.

2 | Mosaico | Jornal Integração da Serra | 1 de dezembro de 2016

Primeiras Palavras

RogérioGava

[email protected]

Pálido Ponto Azul

Tudo, tudo existiu e existe ali, nessa manchinha apagada, quase invisível, em sua órbita obediente e imutável ao redor do Sol.

A imagem é uma lição de humildade. Ela es-cancara a pequenez humana, a insignificância de toda a nossa história. Numa perspectiva cósmica, somos isso: seres infinitesimalmente microscópi-cos habitando uma diminuta partícula de pólen. Mais de sete bilhões de seres humanos vivendo sobre uma migalha de poeira. Tudo isso descon-certa. Perante o Cosmos, somos menos do que uma ínfima parte de um átomo. Diante do universo somos muito, muito pequenos. Absurdamente pe-quenos. Deveríamos nos lembrar disso com mais frequência.

Enquanto escrevo estas linhas a Voyager con-tinua em sua viagem pelas profundezas do univer-so. Ela deixou o Sistema Solar em 2013, penetran-do para sempre no abismo escuro para além do Sol. Leva, em sua bagagem, o famoso disco inte-restelar com mensagens de nós, humanos, e ex-plicações sobre de onde veio. A esperança é que, algum dia, seres de outros planetas a encontrem e saibam um pouco sobre quem a enviou. Talvez quando isso ocorrer já não existamos mais como espécie. Tampouco nosso planeta. A inteligência que gerou essa maravilhosa nave poderá também nos destruir.

A Terra sobrevive muito bem sem nós; o con-trário, sabemos, não é verdadeiro. Lembrar des-sa condição é o primeiro passo para protegermos nosso pálido ponto azul. Um lembrete de que devemos conter nossa tola presunção e vaidade. Para preservar a pequenina morada espacial que, há milhões de anos, nos acolhe, alimenta e abriga. Esse diminuto e desbotado pontinho flutuando no espaço gelado e sombrio. Nosso refúgio e único lugar que temos.

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Dicas de FilmesPor Bruno Nascimento

Programe-se Mosaico | Jornal Integração da Serra | 1 de dezembro de 2016 | 3

A redação leu

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ão

O HARÉM DASBANANEIRASAutor: Carlos Heitor ConyPáginas: 262Editora: Nova FronteiraAno: 2014

Johnny & JuneAno: 2005

Título original: Walk The Line

Direção: James Mangold

Roteiro: Gill Denis, James Mangold (inspirado no livro “Cash”, escrito por Johnny Cash e Patrick Carr)

Elenco: Joaquin Phoenix, Reese Witherspoon,

Robert Patrick, Waylon Payne

O Harém das Bananeiras

[email protected]

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Em “O Harém das Bananeiras”, estão reunidas cem crônicas selecionadas de Carlos Heitor Cony. A pena saborosa do escri-tor reúne lembranças, diálogos silenciosos, tramas, viagens ao encontro do mundo e de volta para casa. Da infância do autor às aventuras na Itália; do interior da França e de volta ao Rio de janeiro. O livro, assim, é um passeio pela memória desse nona-genário, um dos mais consagrados escritores brasileiros.

Carlos Heitor Cony é carioca. Além de romancista, publicou livros de crônicas, ensaios biográficos e adaptações de clássi-cos universais. Por quatro vezes ganhou o Prêmio Jabuti e por duas vezes o prêmio de Livro do Ano, concedidos pela Câmara Brasileira do Livro. Sua obra já lhe valeu, por seu conjunto, o Prê-mio Machado de Assis, dado pela Academia Brasileira de Letras, da qual atualmente faz parte.

Em “Johnny & June“, acompanhamos par-te da vida de Johnny Cash, comumente consi-derado uma lenda no cenário do country e do rock n’ roll. Desde criança, a música desenvol-veu importante papel em sua vida, ouvia o rá-dio com seu irmão e tinha como passatempo adivinhar o nome das canções. A morte trági-ca e inesperada de seu irmão, somado a raiva que seu pai sente por “Deus ter levado o filho bom”, acaba moldando a sua personalidade adulta. Acompanhamos a vida do músico en-quanto ele arrasta a sua carreira musical com exaustivas turnês e se afunda na dependência química.

O filme segue a mesma linha de tantas outras biografias de músicos já trazidas para o cinema. Iniciando a trama na sua infância – apresentando traumas –, indo até a vida adulta – e problemática – e terminando com a

superação e a estabilidade da vida pessoal e profissional. A comparação com “Ray” (filme lançado um ano antes) é quase inevitável, pois além da fórmula, os dois personagens carre-gam traumas e conflitos semelhantes.

O ponto forte da obra está em suas atu-ações. Joaquin Phoenix entrega um Johnny Cash assustadoramente crível, por vezes bobo e inocente com as suas relações interpesso-ais, mas caótico e agressivo quando drogado ou em abstinência. Reese Witherspoon brilha ao interpretar fielmente a queridinha do sho-wbusiness, June Carter. Todas as suas vozes estão nas músicas e respeitam perfeitamente os cantores reais, incluindo outras interpreta-ções menores de músicos famosos da época.

Os maiores méritos da obra biográfica se encontram nas suas atuações e a vida relevan-te que seu personagem viveu.

140 anos do Vale dos VinhedosO quê: Exposição Raízes da Imigração Italiana homenageia os 140 anos do Vale dos VinhedosQuando: até 10 de janeiro, terça a sábado, das 12 às 18hOnde: Museu do Imigrante

Exposição O quê: “Variações”, mostra artística de Luiza FedrizziQuando: 1 de dezembro a 31 de janeiroOnde: Fundação Casa das Artes

Encontro de AcessibilidadeO quê: 1º Encontro de AcessibilidadeQuando: 2 de dezembro, às 18h30 e 3 de dezembro, às 8h30Onde: Fundação Casa das Artes

Mostra ArtísticaO quê: “A cena que não se vê...” mostra do artista Marcos GomesQuando: 2 de dezembro a 6 de janeiroOnde: Galeria de Arte da Fundação Casa das Artes

Festival de Cerveja O quê: Bento Bier Festival 2016Quando: 3 de dezembro, das 10 às 22h e 4 de dezembro, das 14 às 20hOnde: Praça da Igreja São Bento

FestivalO quê: Antena Air Festival - 1ª Edição Quando: 11 de dezembro, das 11 às 20hOnde: Morro da Antena - Vale dos Vinhe-dos

CulturaO quê: Fóruns Setoriais de CulturaQuando: 13 de dezembro, às 19hOnde: Fundação Casa das Artes

Mais CervejaO quê: Leopoldina Bier FestQuando: 17 de dezembro, das 15h às 23h30Onde: Rodovia BR 470, s/n, Km 224Garibaldi

ShowsO quê: Vera LocaLançamento novo single e Bira da VeraQuando: 17 de dezembro, às 23hOnde: Ferrovia Live

O quê: Erasmo CarlosShow Gigante GentilQuando: 22 de dezembro, das 21 às 23hOnde: Natal Borbulhante - Garibaldi

O quê: Duca LeindeckerFesta de Natal da Vinícola PeterlongoQuando: 22 de dezembro, das 21 às 23hOnde: Vinícola Peterlongo - Garibaldi

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4 | Mosaico | Jornal Integração da Serra | 1 de dezembro de 2016

vitória de Donald Trump nas eleições Americanas e a

aprovação da saída do Reino Uni-do da União Europeia, ou o “Brexit” (abreviação das palavras em inglês Britain - Grã-Bretanha - e exit - saída) enseja a pergunta: Qual a razão da vitória das forças políticas mais conservadoras?

A fim de responder essa ques-tão, é fundamental analisar aspectos da realidade econômica desses pa-íses, uma vez que a mesma incide nas condições de vida das pessoas, o que contribui para esse posiciona-mento político conservador.

A análise das causas da crise dos Estados Unidos da América (EUA), a partir de 2008, permite inferir que o processo de desregulamentação

Países PIB taxa de Dívida pública Taxa de Taxa de Desemprego crescimento em % do PIB juros inflação

EUA 1,5% 104% 0,50% 1,6% 4,9%

Reino Unido 2,3% 89% 0,25% 0,9% 4,8%

Zona do Euro 1,6% 90% 0,00% 0,5% 10%

Fonte: tradingeconomics.com

A vitória de Trump e do Brexit reflete a adesão ao discurso anti-imigração, diante dosimpactos sociais gerados por esse processo e o crescente número de refugiados

A vitória conservadorade Trump e do Brexit

Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA)

Por Paulo WünschProfessor

do mercado financeiro possibilitou a liberdade de atuação do chamado capital financeiro. Ele estimulou as famílias a tomar empréstimos com a finalidade de adquirir imóveis e finan-ciar o consumo, sem a necessidade de comprovação da capacidade de pagamento.

Esse fomento para a busca de empréstimos ocorre em meio a uma realidade de concentração de rique-zas, em que acontece um decrésci-mo do poder de compra do salário mínimo federal. Assim, houve um crescimento do consumo e compra de bens imóveis e isso provocou um aumento do valor dos mesmos, ao mesmo tempo que ocorre um endi-vidamento das famílias. Essas famí-lias, diante da falta de recursos para

o pagamento da dívida, são obriga-das a refinanciar a mesma, fazendo com que o valor devido fique maior do que o valor do ativo financiado. Esse descompasso entre a renda e a capacidade de pagamento provo-cou, por exemplo, a quebra de ins-tituições financeiras incidindo nas bolsas de valores, a quebra de em-presas da construção civil, a perda dos imóveis pelas famílias, a dispo-nibilização de soma vultosa de recur-sos do Estado, aumentando a dívida pública.

Isso ocorre em meio a mundiali-zação do capital financeiro, ou seja, tem como efeito a difusão da crise pelo sistema financeiro, incidindo nas bolsas de valores do mundo. Diante disso, os Estados Unidos e o Reino Unido, mesmo com grandes dívidas públicas, investem quantias

elevadas para manter a capacidade dos bancos a emprestar dinheiro e evitar falências.

No caso dos EUA e da Inglaterra, isso também ocorre em meio a uma realidade de austeridade dos gastos sociais, já que anteriormente houve um desmonte do Estado de Bem-Es-tar Social, a liberalização da econo-mia e a flexibilização dos direitos dos trabalhadores. O resultado disso é o processo de concentração de renda e elevado custo social, com redução dos direitos. Assim, o desemprego segue persistente, cresce a pobreza e a desigualdade social.

Recentemente os EUA e o Rei-no Unido experimentaram um tímido crescimento do seu PIB, ao mesmo tempo em que houve um crescente endividamento público, conforme dados da tabela a seguir.

Discurso conservador de Donald Trump convenceu eleitores americanos

www.odyssey.com

Dados econômicos de 2016

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Mosaico | Jornal Integração da Serra | 1 de dezembro de 2016 | 5

Os dados apresentados possibi-litam afirmar que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), isso é, a soma de todas as riquezas produzi-das, é bastante moderado e a rique-za é apropriada por poucos. Isso fica mais evidente se consideradas as baixas taxas de juros, o que em tese deveria ajudar a impulsionar signifi-cativamente o investimento e o con-sumo, ainda mais sendo a mesma inferior a inflação. Ao mesmo tempo, constata-se um nível relativamente significativo de desempregados em países que já experimentaram o ple-no emprego. A União Europeia tem 21,08 milhões de pessoas desem-pregadas, sendo mais de 4 milhões entre jovens com menos de 25 anos.

Além disso, há o aumento da imigra-ção, tanto na Europa como nos EUA, assim como o ressurgimento de ata-ques e ameaças terroristas.

Nesse contexto, a vitória de Trump e do Brexit reflete o cresci-mento do voto de protesto contra o modelo econômico do livre co-mércio, assim como contra a clas-se política defensora desse modelo e do status quo. Reflete também a adesão ao discurso anti-imigração, diante dos impactos sociais gera-dos por esse processo e o crescente número de refugiados. Em suma, a votação refletiu um alinhamento de setores significativos da sociedade ao discurso nacionalista com viés et-nocêntrico, especialmente diante da insegurança quanto ao futuro gerado pela globalização neoliberal orienta-do pela lógica do capital.

No Reino Unido são 1,69 milhão de desempregados. Por sua vez, nos EUA o desemprego atinge 7,8 mi-lhões de trabalhadores.

Diante desse cenário houve uma ampliação do debate sobre a política econômica baseada na globalização neoliberal. O questionamento a essa política cresceu diante do processo de exclusão social de significativos contingentes da classe trabalhadora, devido ao desemprego e diminuição dos salários. Além disso, houve um crescimento do endividamento pú-blico em razão dos pacotes de aju-da ao capital financeiro, dos gastos militares com guerras, provocando retrocesso nos direitos sociais devi-do aos cortes de recursos públicos.

A base social desse eleitorado de Trump e do voto favorável ao Bre-xit são, principalmente, o eleitorado rural ou de pequenas cidades, mas também nos centros urbanos junto a trabalhadores, especialmente com idade superior a 45 anos que per-deram empregos ou o valor de seu trabalho. Portanto, a crise social cau-sada pelas políticas públicas neoli-berais afetou negativamente a quali-dade de vida da classe trabalhadora, provocando sua adesão ao discurso anti-tratados do livre comércio e da integração na União Europeia. Dian-te da possibilidade de uma política econômica com viés protecionista, a economia brasileira poderá ser afe-tada, pois os EUA são o nosso se-gundo maior parceiro comercial, res-ponsável por 20% das exportações brasileiras.

www.bbc.com

Britânicos optaram pela saída do Reino Unido da União Europeia

Reprodução web

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6 | Mosaico | Jornal Integração da Serra | 1 de dezembro de 2016

Até o dia 15 de janeiro, cineastas independentes podem inscrever seus trabalhos no site oficial da Mostra. Com o objetivo de promover a difusão da produção cinematográfica brasileira, a mostra avaliará curtas e longas metra-gens de produtores nacionais, permitindo a divulgação dos trabalhos em todo o Brasil.Ao todo serão 30 filmes, sendo dois longa metragens e quatro curta metragens de cada região do país.

Como prêmio, os filmes escolhidos assinam um contrato de licenciamento para exibição pública nos projetos do Sesc, em âmbito estadual e os esco-lhidos para a Mostra Nacional assinam um contrato de licenciamento para exibição pública em todo o Brasil, ampliando sua visibilidade nacionalmente.

A avaliação será feita por uma comissão formada por profissionais e es-pecialistas das áreas de cultura e de cinema. Além de escolher os melhores trabalhos, a Mostra Sesc de Cinema vai eleger os destaques por categoria: melhor roteiro, filme, direção de fotografia, desenho de som, direção de arte, direção de elenco, montagem, atriz e ator.

O Grupo Tholl apresenta o espetáculo “O Natal daquele ano”, dia 4 de dezem-bro, às 16h, no Ginásio Municipal de Esportes. O grupo conta com 130 artistas, que irão apresentar números acrobáticos, com show de luzes e magia. A promoção é do Arte Sesc - Cultura por toda parte.

Reconhecido como patrimônio cultural do Rio Grande do Sul, o Grupo Tholl, fundado em 1987 por João Bachilli, tem como objetivo a excelência das montagens e o exercício da cidadania de cada um dos integrantes em projetos de inclusão social e cunho cultural. Até hoje, o grupo já realizou mais de 900 apresentações.

Os ingressos estão à venda no Sesc (Av. Cândido Costa, 88) e custam R$ 10 para comerciários e dependentes com Cartão Sesc/Senac, e estudantes, R$ 15 para empresários e dependentes com Cartão Sesc/Senac e R$ 20 para o público em geral. Crianças de 4 a 12 anos pagam R$ 10 e até 3 anos não pagam. Mais in-formações podem ser ob-tidas pelo telefone (54) 3452-6103 e na pági-na www.facebook.com/sescbento-goncalves. A classificação etária é li-vre.

Grupo Tholl apresenta espetáculo

“O Natal daquele ano”

Fotos: Divulgação

Mostra Nacional de Cinema

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Um sonho nunca morre

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epois de três décadas, a banda EDZUL estará reedi-tando o show realizado origi-

nalmente em dezembro de 1986, em Bento Gonçalves, interpretando 15 temas autorais, desde baladas, rock, blues a progressivos, nos dias 6 e 7 deste mês, na Fundação Casa das Artes, a partir das 20h.

Considerada uma das precurso-ras do rock e blues autorais de Bento Gonçalves, a banda formada por An-dré Seben (violão e voz), Mauro Mu-nari (guitarra), Ney Massolini (baixo) e Osmar Bottega (bateria), marcou época com suas produções inde-pendentes, estilo próprio e muita dis-posição para inovar nas apresenta-ções ao vivo. Dos shows antológicos

Wagner Meneguzzi Edzul Dream 35 anos

que marcaram a história da banda, estão os da Abertura da Primavera em setembro de 1984, In Memorian, em 1985 e o Bis, de 1986, que será reeditado agora com o nome “Dream - Um sonho nunca morre!”

Para Mauro Munari, guitarrista e idealizador da banda, o reencontro para os shows e a gravação do DVD Dream é a materialização, trinta anos depois, de um sonho que acompa-nhou o grupo desde a adolescência. O músico Osmar Bottega, respon-sável pelo projeto EDZUL Dream 35 Anos, aprovado pelo Fundo Munici-pal de Cultura, afirma que esta inicia-tiva pode servir de estímulo a grupos autorais para que desenvolvam pro-jetos na área da música em Bento

Gonçalves. “Deve haver mais prota-gonismo dos músicos da cidade e de projetos que valorizem a criação, a produção autoral e a formação de público para espetáculos”.

A banda Edzul surgiu em junho de 1981, nos corredores do prédio da Escola Estadual Bento Gonçalves da Silva, formada por Mauro Munari e sua irmã Marinês, que convidaram Flávio Trucolo (in memorian) e Osmar Bottega para integrar o grupo. Em 1983, ocorreu a primeira apresenta-ção totalmente autoral da Edzul, no auditório do Colégio Marista Apare-cida, com a participação de Áureo Prezotto no teclado.

Em 1984, o vocalista Flávio Tru-colo, então com 18 anos, faleceu em

um acidente de moto. Em 1985, Pre-zotto sai da banda. Ingressam Volnei Massolini, no contrabaixo e André Seben, no violão e vocal.

O ano foi marcado pela promo-ção de diversos shows em homena-gem à Trucolo, com público cativo. “Nossas músicas eram cantadas pelos fãs. Nossos shows eram con-corridos”, afirma Bottega, autor da música “Cabelos Compridos”, um dos hits da banda.

Os ingressos, limitados, têm o valor de R$ 15,00 e podem ser en-contrados com os músicos ou nos seguintes locais: Mississippi Re-cords (Rua Assis Brasil); Locadora Fantastic (1º piso Shopping Bento) e Katmai (Av. Planalto).

Reencontro: Volnei Massolini, Osmar Bottega, Mauro Munari e André Seben

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Por Natália Zucchi

A capela Addolorata, de 1915, localizada no distrito de Tuiuty está entre as mais significativas na região das imigrações italianas no sul no Brasil. A afirmação é dos arquitetos Denise Martins Travi e Dangle Julio Marini, de Caxias do Sul. Eles estive-ram no local em outubro deste ano, a pedido do padre Alvaro Luiz Pin-zeta, da paróquia São Roque, para averiguar questões arquitetônicas da igreja Nossa Senhora das Dores, também de Tuiuty, inaugurada em 1999, devido ao crescimento da co-munidade.

A capela Addolorata foi construí-da com barro e pedra por imigrantes e filhos de imigrantes italianos que se estabeleceram na comunidade. Na parte interna, o piso é original, em la-drilhos hidráulicos. O altar, sacrário, vitrais, teto e presbitério também são originais e importados. O que mais chamou atenção dos arquitetos foi a sédia (poltrona onde o padre sen-ta para representar Cristo), feita em

Capela Addolorata entre as mais significativas da região

madeira, presente no local desde a inauguração, e o altar mor, trazido de navio da Itália. No decorrer dos anos, a capela externa foi rebocada. No ano 2000, numa iniciativa de Viníco-la Salton, foi removido o reboco das

paredes laterais. Somente a parte da frente continua com reboco.

A arquiteta se encantou com a capela. “Ela é uma relíquia, re-almente muito bonita”, ressalta Denise. Já Marini, arquiteto pós-

-graduado em Arquitetura e Artes para a Liturgia no Pontificio Ateneo Sant’Anselmomembro, em Roma, ressalta que o modelo arquitetônico da capela segue linguagem seme-lhante às igrejas de vilarejos italia-nos. Segundo ele, “a construção demonstra o profundo amor do imi-grante italiano a Deus e à terra que o acolheu, dando-lhe condições de progresso e dignidade”. Marini res-salta que as capelas, de um modo geral, são guardiãs de um vasto acervo de obras de arte, produzi-das sob as mais variadas formas de expressão e representação. “Aqui, os estilos artísticos buscaram os mais diversos modos de expressão e técnicas de interpretação. Porém, sempre transformando e adaptando as linguagens referenciais de matriz europeia”, explica ele.

Ainda conforme o arquiteto, co-munidades, como a de Tuiuty, devem preservar seus patrimônios para que as futuras gerações possam refletir, conservar, investigar, interpretar, ex-por e comunicar sobre determinada cultura ou fato. Ele também ressalta a importância da preservação para o turismo.

“A análise desses arquitetos con-firma que a capela da Addolorata é arquitetonicamente e historicamente preciosa”, afirma o padre Pinzeta.

Em 13 de setembro de 2015 foi comemorado o centenário de cons-trução da capela Addolorata, padro-eira da comunidade. Na parte frontal da edificação centenária, permanece a imagem da santa, proveniente da Itália, com as inscrições “B. V. Addo-lorata” (Nossa Senhora das Dores em italiano). As duas primeiras letras significam “Beata e Vergine”.

Arquitetura

Altar mor foi trazido de navio da Itália

Capela Addolorata comemorou centenário em 2015 Segunda igreja da comunidade inaugurada em 1999

Fotos: Fabiano Mazzotti

Natália Zucchi

Natália Zucchi