Do Erotismo Ao Resto

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    UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO UERJ

    INSTITUTO DE LETRAS

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO STRICTO-SENSU EM LETRAS

    Diego Pereira Ferreira

    Do Erotismo ao Resto por uma literatura alm-palavra

    Crso!A imaginao tcnica na literatura e no cinema

    Pro"essora! Maria Conceio Monteiro

    Rio de Janeiro, 14/!/"14

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    Do erotismo ao resto por uma literatura alm-palavra

    Um #or$o i%imit&'e%

    #m corpo inconce$%&el diante de n'(, em n'() * a con(ci+ncia no meno(

    inconce$%&el enterrada por detr( do( ol-o( e da pele) A ma((a de carne eo((o( e(culpida pela &ida, e .ue no( guarda, no( a((emel-a e no( di(tingue a

    marca da au(+ncia na pre(ena, da (olido no encontro)

    0o interior de (i, uma pai(agem (e mantm di(t2ncia do( ol-o( al-eio()

    3omo(, ainal, inapreen(%&ei( em no((a totalidade, apena( dei5amo( a(

    marca( de no((a e5i(t+ncia tran($ordar em curto( mo&imento( de pala&ra(,

    (on( e ge(to( .ue encontram de(tino na con(ci+ncia tam$m alei6ada do outro)

    *(te corpo, .ue no (e.uer uma cp(ula .ue no( conten-a, produ7 e (e

    (epara da linguagem, em uma animalidade .ue no encontra (%tio na ra7o,

    poi( nem me(mo o (entido lugar i5o parte (empre de um cao( primiti&o

    inorden&el .ue marca (ua e5i(t+ncia na( (ua( di(tin8e( com o (entido onde

    um comea, o outro termina)

    9: corpo; onde (e cede) 9Contrae?i( Carrol .ue tocaremo( no( corpo(@ma( indica .ue - uma au(+ncia de (entido, ou .ue (e trate de

    Francesca Woodman

    Tal doravante a condiodo sentido: sem entradanem sada, o espaamento,os corpos.

    JL

    Nancy

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    um (entido .ue nen-uma igura de 9(entido; 6amai( podera$ordar) #m (entido .ue a7 (entido no lugar em .ue, para o(entido, e5i(te um limite) 3entido mudo, ec-ado, auti(ta ma((em autos, 6u(tamente (em 9(i pr'prio;) : auti(mo (em o( autosdo corpo, o .ue a7 dele muit%((imo meno( .ue um 9(u6eito;, ma(tam$m algo e5tremamente di&er(o, um jacto, e no umsubjectum, .ue to duro, to inten(o e ine&it&el, to (ingularcomo um (u6eito) =0A0CB ", p)14@

    : .ue (e con&m c-amar por (u6eito depende da ati&idade .ue une o( &rio(

    elemento( .ue o comp8e, da inten(idade de comunicao de(te( elemento(

    entre (i) 3o e(te( contgio( de energia(, de mo&imento, de calor ou

    tran(er+ncia de elemento( .ue con(tituem interiormente a &ida do (er

    org2nico) Ma( ante( .ue a( (entena( paream (i(temtica( e inerte(, &alere((altar .ue a &ida no e(t nunca (ituada em um ponto particular pa((a

    rapidamente de um ponto a outro =ou de mltiplo( ponto( a outro( ponto(@,

    como uma corrente ou uma e(pcie de lu%do eltrico) A((im, onde (e imagina

    captar tua (u$(t2ncia atemporal, no encontra mai( .ue de(li7amento, 6ogo(

    de(coordenado( de (eu( elemento( perec%&ei(, con&ertendo

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    -acia ti, impre(a( en una cartilla pue( Go no -a$r &i&ido m(.ue para e(cri$irla(, G, (i e( cierto .ue (e dirigen a ti, t &i&ir(por -a$er tenido la uer7a de e(cuc-arla() =HAAI>>* 1KL,p) 14@

    :nde no( (ituamo(, ainal Nual a pele .ue reco$re no((o( limite( * (e

    pud((emo(, em um curto inter&alo de tempo, entregar:*RDIJ ", p)"K@

    *m curto( mo&imento(, e(capamo

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    con(tante proce((o de incorporao e alei6amento, dei5ando no((o( ra(tro( na

    matria .uente .ue no( a$andona (angue, (uor, e7e(, urina, (+men))) Algo

    .ue, - apena( um in(tante, no( compun-a, ormando parte da &a(ta igura

    animada .ue, por &e7e(, ou(amo( c-amar por 9eu;)

    Por meio do pen(ar po(to o eu ma( at agora (e acreditou,como o po&o, .ue no Qeu pen(oQ 6a7 algo de imediatamente certoe .ue e((e QeuQ (eria a cau(a dada do pen(ar, e por analogiacom ela todo( n'( entender%amo( a( outra( rela8e( cau(ai()Por mai( .ue e((a ico agora po((a (er co(tumeira eindi(pen(&el < isso, (omente, no pro&a nada contra o (eucarter ict%cio uma crena pode (er condio da &ida e apesardisso, (er falsa)=0I*3CE* "!, p) "S@

    3e, por um $re&e e5erc%cio de imaginao, no( dei5((emo( pen(ar (eparado(do pr'prio $rao, poder%amo( di7er .ue ele no mai( no( pertence J no no(

    comp8em mai( Ma( (e o((e, em &e7 de um $rao, no((a ca$ea (eparada

    do re(to do no((o corpo, .uem (er%amo(, ainal

    Pretendo indagar, portanto, onde e(to o( limite( de no((a e5i(t+ncia, onde (e

    (itua a pel%cula .ue no( protege do mundo) al&e7 no( aa7ere( cotidiano(,

    cercado( de dinami(mo da modernidade, tomado( pela nece((idade de pTr a

    tudo em tela de 6u%7o, no( encontremo( em um e(tado de encerramento .ue

    no e&o.ue a ora do( re(to() Ma(, .uando arre$atado( por uma e5peri+ncia

    de emoo prounda, nen-uma pala&ra no( aparece para corre(pond+ncia)

    Algo em n'( permanece mudo)

    3e o((e po((%&el, por e5emplo, e(tudar a( r&ore( numa l%nguaeita de r&ore(, a terra numa l%ngua eita de terra, (e o pe(o domrmore o((e calculado em nmero( de mrmore, (ede(cre&+((emo( uma pai(agem com a .uantidade e5ata de

    elemento( .ue a comp8em, ento e(tender%amo( a mo at opr'5imo corpo e (a$er%amo( pelo tato (eu nome e (eu (entido, e(er%amo( deu(e( corp'reo(, e a nature7a (eria no((a como umagramtica &i&a, um dicionrio de mu(go e de limo, um rio cu6ao7 o((e (eu nome pr'prio) Ma( com no((o (opro .ue no(dirigimo( a tudo, com a &o7 .ue o rgil ole da garganta emite,com o -lito .ue carrega no((a( en7ima(, com o pe.ueno&ento de no((a l%ngua .ue c-amamo( o &ento &erdadeiro) Mai(do .ue comer, correr ou lec-ar a carne al-eia, mai( do .uea.uecer a prole (o$re a pal-a, n'( no( (entamo( e damo(nome(, como pe.ueno( imperadore( do todo e de tudo)=RAM:3, "!, pg) 1@

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    O erotismo * resto

    Nuando no limite, .uando &i&endo de(de dentro a e5peri+ncia .ue no( indaga,

    .ue pertur$a e de(ordena o( corpo( .ue e(to conorme( po((e de (i, no(

    (eparamo( da pala&ra, e(te duplo, por um lugar de (em>* 1!K,

    p) 14@) a pertur$ao do %ntimo .ue no( indagaria, portanto, no (omente a

    po((e de (i, $em como a capacidade de -a$itar o e(pao .ue no( circunda, de

    entran-ar do mo&imento da con(ci+ncia o( o$6eto( inanimado()

    A ao deci(i&a o de(nudamento) A nude7 (e op8e ao e(tadoec-ado, i(to , ao e(tado de e5i(t+ncia de(cont%nua) ume(tado de comunicao .ue re&ela a $u(ca de uma continuidadepo((%&el do (er para alm do &oltar>*, 1!K, pg) 14@

    : re(to a imagem mai( iel do de(nudamento, (e, de(ta orma, pen(armo( o(

    de6eto( como a( matria( .ue .ue(tionam no((o lugar de e5i(t+ncia) A.ui (e

    a$re a enda .ue po((i$ilita o contato entre o eroti(mo e o re(to o( pedao(

    .ue de(troem, em mim, o (entimento de pertencer a um (i(tema ec-ado) *

    como (e o corpo de(morona((e, de(li7ando (o$re a terra tida do

    de(apropriar

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    de(te in(tante .ue e(capa a toda apreen(o, do ine5plic&el, da.uele

    impo((%&el .ue nunca (e admite .ue l-e atri$ua um (entido, do momento em

    .ue o -omem (e a$andona a e(te in(tante de nada e .ue l-e nega toda aretri$uio .ue no (e6a o nada .ue (ua e5i(t+ncia (e con&erte em (o$erana)

    : pen(amento da (o$erania de Hataille reali7a e(te .ue(tionamento no para

    con&erter a todo o di(cur(o na alteridade, ma( para introdu7ir no di(cur(o a

    impo((i$ilidade) : in(tante (o$erano no .ual no( li$ertamo( do (er&ili(mo e

    da( determina8e( di(cur(i&a( e(capa a todo( o( limite( do po((%&el) A

    negati&idade do di(cur(o (e can(a na amorti7ao do ga(to a$(oluto, a .ual (e

    &+ o$rigado a rec-ear e ocultar o( a$i(mo( .ue produ7 a gerao de (entido)

    *(te in(tante cumpre (eu im em (i pr'prio, per(eguindo o reencontro com o

    nada, o .ue (up8e um de(li7amento da ra7o at o (entimento, e5peri+ncia

    interior, .ue (e tradu7 na impo((i$ilidade de (a$er, um no>*1KL, p) "4@

    Ma( a (o$erania de&e (ua inter&eno a um momento 9anterior; .ue (eu (%tio

    con(tituti&o, o lugar onde e(ta aca$a por li&rar o di(cur(o (er&il do tra$al-o tal

    o momento da tran(gre((o) A apo(ta da (o$erania (e (u6eita e(treitamente

    tran(gre((o para e5perimentar (ua &erdade po(iti&a, 6 .ue no .uercon(er&ar nada (eno a &ontade de tender (omente ao &a7io) 0a medida em

    .ue a e5peri+ncia tran(grede a( ronteira( do mundo calculado da utilidade

    para entregar

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    delineia (eu territ'rio tempoa dierenciae5periencia interior G ilo(oia re(ide principalmente en .ue, en lae5periencia, el enunciado no e( nada m( .ue un medio, einclu(o, tanto como un medio, un o$(tculo lo .ue cuenta no e(Ga el enunciado del &iento, (ino el &iento) =HAAI>>* 1KL, p)"L@

    A %iteratra e o resto

    A literatura, .ue (e &ale da( pala&ra( e da dramati7ao, gera um parado5o

    ine&it&el e(te di(cur(o literrio no .uer ater>* 1KL, p) "4@

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    : parado5o da literatura o aeto, o +5ta(e .ue , ante( de tudo, (en(ao :*RDIJ, Peter) Es"eras I) Madrid 3iruela, ")