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Escola Anna Nery Revista de Enfermagem

ISSN: 1414-8145

[email protected]

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Brasil

Kasper Grando, Maristel; Dall'agnol, Clarice Maria

DESAFIOS DO PROCESSO GRUPAL EM REUNIÕES DE EQUIPE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA

FAMÍLIA

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, vol. 14, núm. 3, julio-septiembre, 2010, pp. 504-510

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Rio de Janeiro, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=127715324011

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Esc Anna Nery (impr.) 2010 jul-set; 14 (3):504-510

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O processo grupal em reuniões de equipe no PSFO processo grupal em reuniões de equipe no PSFO processo grupal em reuniões de equipe no PSFO processo grupal em reuniões de equipe no PSFO processo grupal em reuniões de equipe no PSF

Grando MK, Dall’agnol CM

DESAFIOS DO PROCESSO GRUPAL EM REUNIÕES DE EQUIPE DAESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Esc Anna Nery (impr.) 2010 jul-set; 14 (3): 504-510

RESUMO

Clarice Maria Dall’agnol2

Abstract ResumenA la luz del referencial de Pichon-Rivière acerca del grupooperativo, se desarrolló un estudio cualitativo y exploratoriocon el objetivo de analizar las reuniones de un equipo deEstrategia Salud de la Familia por medio de observación y degrupo focales. Entre los resultados, se descubrió una prácticaprotocolar, centrada en aspectos técnicos, en detrimento delas cuestiones que dan soporte al proceso grupal, en que seincluyen aquellos relativos a organización y logística.Emergieron dificultades en expresar ideas y en emitir opinionescontrarias como obstáculos a la dinámica grupal mientras laadopción de una postura crítica corría el riesgo de segregacióndel grupo. Sin embargo, los debates favorecieron nuevosinsights entre los participantes, rompiendo la ilusión del “equipoperfecto” con gradual reconocimiento de que esta concepciónpermanecía solamente en el plan de la idealización. Se proponela técnica de grupo operativo, postulada por Pichon-Rivière(2005), como una posibilidad de construcción colectivagenuina, considerándose no sólo los resultados sino el procesorecorrido por los sujetos con vistas al aprendizaje grupal.

PPPPPalaalaalaalaalabrbrbrbrbras Claas Claas Claas Claas Clavvvvve:e:e:e:e: Gestión en salud. Administración de los serviciosde salud. Programa de salud familiar. Procesos de grupo. Gruposfocales.

1 Mestre em Enfermagem. Docente do Curso de Graduação e Pós-Graduação da Faculdade Integrada de Santa Maria - FISMA. Membro do Grupo de Estudose Pesquisas em Educação e Imaginário Social da Universidade Federal de Santa Maria (GEPEIS/UFSM). Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. E-mail:[email protected], 2 Doutora em Enfermagem. Docente da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Coordenadora doNúcleo de Estudos sobre Gestão em Enfermagem (NEGE/UFRGS), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. E-mail: [email protected]

PESQUISARESEARCH - INVESTIGACIÓN

Challenges of the group process in team meetings on family healthstrategyDesafíos del proceso grupal en reuniones de equipo de la estrategia salud dela familia

Maristel Kasper Grando1

À luz do referencial pichoniano de grupo operativo, desenvolveu-se um estudo qualitativo, exploratório, com o objetivo deanalisar as reuniões de uma equipe da Estratégia Saúde da Família, mediante observação e grupos focais. Dentre os achados,desvelou-se uma prática protocolar, centrada em aspectos técnicos, em detrimento das questões que dão suporte ao processogrupal, incluindo aqueles relativos à organização e logística. Dificuldades de expressar ideias e emitir opiniões contráriasemergiram como obstáculos à dinâmica grupal, e a adoção de uma postura crítica representava risco de segregação do grupo.Porém, os debates favoreceram novos insights entre os participantes, rompendo a ilusão de “equipe perfeita”, com gradualreconhecimento de que esta concepção permanecia apenas no plano da idealização. Propõe-se a técnica de grupo operativo,postulada por Pichon-Rivière (2005), como uma possibilidade de construção coletiva genuína, considerando-se não somente osresultados, mas o processo percorrido pelos sujeitos, com vistas à aprendizagem grupal.

PPPPPalaalaalaalaalavrvrvrvrvras-Chaas-Chaas-Chaas-Chaas-Chavvvvve:e:e:e:e: Gestão em Saúde. Administração de Serviços de Saúde. Programa Saúde da Família. Processos Grupais.Grupos Focais.

Considering the Pichonian reference of an operative group, aqualitative, exploratory study was developed to analyze themeetings of a Family Health Strategy team through observationand focus groups. Among the findings a protocol practiceappeared, focusing on technical aspects, to the detriment ofimportant issues which provide suppor t to the group process,including those involving the organization and logistics. Difficultiesin expressing ideas and giving contrary opinions emerged asobstacles to group dynamics and the adoption of a criticalattitude risked segregation of the group. However, the debatesfavored new insights among the participants, breaking downthe illusion of a “perfect team” with the gradual recognition thatthis concept remained only at the level of idealization. Theoperative group technique postulated by Pichon-Rivière (2005)is proposed as a possibility of genuine collective construction,considering not only the results, but the process undergone bythe subjects, with a view to group learning.

KKKKKeeeeeyWyWyWyWyWororororords:ds:ds:ds:ds: Health management. Health services administration.Family health program. Group processes. Focus groups.

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O processo grupal em reuniões de equipe no PSFO processo grupal em reuniões de equipe no PSFO processo grupal em reuniões de equipe no PSFO processo grupal em reuniões de equipe no PSFO processo grupal em reuniões de equipe no PSF

Grando MK, Dall’agnol CM

INTRODUÇÃO

As reuniões de equipe, no cotidiano de trabalho,são impor tantes dispositivos para a estruturação,organização, informação, estabelecimento de diretrizes eespaço de tomada de decisões. É nesses momentos face-a-face dos trabalhadores que emergem suas especificidadesenquanto sujeitos de diferentes contextos que precisam serelacionar. No contraponto destes atributos, é comumdeparar-se com comentários sobre reuniões cansativas quese traduzem em perda de tempo e em dificuldades paratomar decisões, apenas para enumerar alguns dosdesconfortos de reuniões malsucedidas. Porém, é precisorealçar os benefícios que a prática de reuniões podeproporcionar, sendo uma oportunidade ímpar para ocorrerbrainstorming, socialização do conhecimento, planejamentoconjunto e subsídios para tomadas de decisões maisacertadas.1

Desse modo, as reuniões de equipe podem serimportantes dispositivos para o redelineamento do trabalho,por meio de discussão de casos em uma perspectivainterdisciplinar, desenvolvimento de atividades em educaçãopermanente e avaliação sistemática do cotidiano da equipe.

Na literatura, encontrou-se destaque quanto àimportância das reuniões de equipe, na Estratégia Saúde daFamília, enquanto espaços de fluidez do diálogo, expressão deopiniões, construção de projetos e planos de atendimentoscoletivos para a efetiva construção do trabalho em equipe. Háautores2,3,4 que vêm aproximando o referencial de grupooperativo, proposto por Pichon-Rivière,5 enquanto dinamizadordo trabalho em equipe na Estratégia Saúde da Família. Emsuas considerações, mencionam que as equipes podem se tornargrupos ao conhecerem os processos grupais nos quais estãoenvolvidas e aprender a conduzi-los rumo à aprendizagem eao alcance da tarefa que, neste caso, é o cuidado em saúdeproduzido em equipe. Especialmente, um desses estudos2menciona que as reuniões de equipe possibilitam aostrabalhadores conversarem e explicitarem as expectativas unsdos outros que não são abertamente discutidas.

A Técnica de Grupo Operativo foi introduzida na décadade 40 por Enrique Pichon-Rivière, o qual era médico, comformação em psiquiatria e psicanálise, sendo também um dosprecursores da psicologia social. Pichon-Rivière desenvolveuuma teoria para explicar os fenômenos grupais e demonstrarque um grupo pode ser mobilizado para trabalharoperativamente.

De acordo com o referido autor, grupo é definido como

o conjunto restrito de pessoas, ligadas entre si porconstantes de tempo e espaço, e articuladas porsua mútua representação interna, que se propõe,de forma explícita ou implícita, uma tarefa queconstitui sua finalidade.5:242

Nesta perspectiva, o processo relacional possibilitaações transformadoras dos sujeitos envolvidos em uma práxise isto ocorre num movimento espiral, dialético, em direção aoalcance da tarefa. Trata-se de um processo mediado pelaaprendizagem.

A concepção de tarefa, na teoria pichoniana, é o caminhopercorrido para alcançar o objetivo estabelecido pelo grupo esuprir uma necessidade. Isto é, para Pichon-Rivière, estárelacionada ao momento em que o sujeito efetua um saltoqualitativo na modalidade de insight, estabelecendo uma relaçãocom o outro de forma diferenciada,5 não correspondendo ànoção de tarefismo do senso comum. Dessa forma, a tarefaenvolve todos os recursos que os sujeitos dispõem parainteragirem, na qual se entrecruzam diferentes histórias a partirda verticalidade de cada sujeito que, por sua vez, remete àhorizontalidade do grupo, na união dos vetores. Ainda, constitui-se nos níveis explícito e implícito. O nível explícito é justamenteo motivo de constituição do grupo, seus objetivos. O nívelimplícito está relacionado à elaboração das ansiedades básicasque estão a serviço da resistência à mudança, que por vezes,impede o alcance da tarefa. 6

Assim, acredita-se que os integrantes de uma Equipede Saúde da Família têm potencialidades de interação apartir do conhecimento da Técnica de Grupo Operativo. Ogrupo é uma situação espontânea, um modelo espontâneode interação. Já os elementos do campo grupal podem serorganizados e regulados por meio da técnica operativa, afim de tornar eficaz e potencializar a ação grupal em vistade seus objetivos.5

De acordo com a teoria pichoniana, os quatro papéispresentes durante um processo de interação grupal são olíder progressista, o líder da resistência, o bode expiatórioe o porta-voz, podendo ser identificados também em umareunião de trabalho.1 É exatamente no interjogo de papéisque os conflitos envolvendo as diferenças culturais, crenças,valores e experiências anteriores fazem-se presentes nasreuniões de equipe. O vertical do sujeito e o horizontal dogrupo articulam-se no papel.5

Para um grupo agir operativamente, no sentidopichoniano, é necessário haver um rodízio desses papéis entreseus integrantes. Quando os sujeitos assumem um mesmo papelpor um período prolongado, há indícios da cristalização depapéis, resultando no não cumprimento da tarefa e bloqueio daaprendizagem.

Outro fenômeno que ocorre é a rede transferencial queconsiste na manifestação de sentimentos inconscientes,apontando para a reprodução estereotipada de situações. Ouseja, trata-se de uma experiência do passado que se atualizano presente, impedindo o alcance da tarefa. Isso ocorre deforma inconsciente, indicando, por vezes, ser interpretado etransformado de implícito para explícito, de inconsciente paraconsciente.5,7

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O processo grupal em reuniões de equipe no PSFO processo grupal em reuniões de equipe no PSFO processo grupal em reuniões de equipe no PSFO processo grupal em reuniões de equipe no PSFO processo grupal em reuniões de equipe no PSF

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Nos grupos, ocorrem técnicas defensivas, resistênciaà mudança, controle onipotente, negação, medo da perda depoder, perda de espaço, perda de reconhecimento, fazendocom que se produza imediatamente o medo do ataque, queconsiste em sofrer ataques de opiniões contrárias e derepresálias dos demais integrantes da equipe.5 Compreendidasnesse contexto, as reuniões são um terreno fér til para queesses fenômenos ocorram.

Enfim, tais fenômenos ocorrem durante todo processode interação grupal de forma inconsciente, na maioria dasvezes, o que é natural e saudável, mas, quando submetidos apolarizações repetitivas, precisam ser explicitados para que areunião seja operativa e o trabalho produzido em equipe, naperspectiva no trabalho em grupo.

Assim, esta pesquisa teve como objetivo geral analisaras reuniões de equipe da Estratégia Saúde da Família a partirdo referencial pichoniano de grupo operativo. Como objetivosespecíficos, intentou-se caracterizar as reuniões de equipequanto aos aspectos organizacionais e logísticos, bem comoidentificar e discutir os aspectos dinamizadores ouobstaculizadores da dinâmica grupal das reuniões, a partir doolhar da equipe.

METOLOGIA

A investigação se caracteriza como exploratório-descritiva a partir de uma abordagem qualitativa, no qualse propôs analisar acerca da problemática reuniões deequipe, na perspectiva dos sujeitos, considerando que essaprática é produzida segundo a lógica interna do própriogrupo.

No estudo, houve participação de uma equipe duplada Estratégia Saúde da Família, que era constituída por duasequipes mínimas, pertencentes a um município do interior doestado do Rio Grande do Sul. Assim, contou-se com 18 sujeitosparticipantes no estudo, entre eles, dois enfermeiros, doistécnicos de enfermagem, um auxiliar de consultório dentário,um odontólogo, um médico e onze agentes comunitários desaúde. Destaca-se, ainda, que desse contingente, doisintegrantes eram os coordenadores de equipe, que atuavamcom as mesmas atribuições e em coparticipação no processodecisório.

Os dados foram coletados entre maio e agosto de2007, por meio de observação direta não participante egrupos focais. Em um primeiro momento, foram observadasduas reuniões protocolares de equipe com a finalidade desondagem inicial. Com a pré-análise desse material,destacaram-se temas centrais para compor os disparadoresdos debates das cinco sessões no grupo focal.

Para a organização dos dados, seguiu-se aproposição de Minayo,8 e a análise ocorreu à luz dateoria de Pichon-Rivière5 sobre grupo operativo. Os

passos ut i l i zados para organ ização dos dadoscompreenderam três etapas: a ordenação, a classificaçãoe a análise final.

Conforme as recomendações previstas na Resolução196/96 do Conselho Nacional de Saúde, que trata de pesquisacom seres humanos, o projeto de pesquisa obteve homologaçãono Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do RioGrande do Sul, sob número 2007667, havendo um cuidadocriterioso quanto ao caráter confidencial da investigação. Paratanto, elaboraram-se dois Termos de Consentimento Livre eInformado, relacionados, respectivamente, às técnicas deobservação direta e de grupo focal. Outro aspecto foi a garantiada não interferência no vínculo empregatício dos sujeitosenvolvidos, bem como a preservação do anonimato. Para tanto,na apresentação dos resultados que seguem, as falas dos sujeitosforam apropriadas como participante 1, participante 2 e, assim,sucessivamente.

AS REUNIÕES COMO UM ESPAÇO DE(DES)CONSTRUÇÃO DO TRABALHO EMEQUIPE

As informações advindas da observação e do grupo focalforam agrupadas em três eixos temáticos: a caracterização dasreuniões de equipe na Estratégia Saúde da Família quanto aosaspectos organizacionais e logísticos (sessões 1 e 2), aspectosdinamizadores e obstaculizadores da dinâmica grupal nas reuniõesde equipe da Estratégia Saúde da Família (sessões 3 e 4) e algunsinsights para romper com a estereotipia (sessão 5).A caracterização das reuniões de equipe naA caracterização das reuniões de equipe naA caracterização das reuniões de equipe naA caracterização das reuniões de equipe naA caracterização das reuniões de equipe naEstratégia Saúde da Família quanto aos aspectosEstratégia Saúde da Família quanto aos aspectosEstratégia Saúde da Família quanto aos aspectosEstratégia Saúde da Família quanto aos aspectosEstratégia Saúde da Família quanto aos aspectosorganizacionais e logísticoorganizacionais e logísticoorganizacionais e logísticoorganizacionais e logísticoorganizacionais e logísticos

Na primeira sessão do grupo focal, estiveram presentestreze participantes. Uma técnica de animação grupal foi utilizadapara facilitar a inserção da pesquisadora no grupo, propiciandofornecer pistas sobre a teia relacional do grupo, pois, ao sefalar das reuniões de equipe, houve manifestações lacônicas epouco convincentes:

Muito proveitosas (Participante 12).Instrutivas (Participante 8).De reflexão (Participante 1).Tirar dúvidas (Participante 9).Talvez, a superficialidade das falas tivesse relação com

a instabilidade empregatícia daquele momento, recaindo noturnover, pois a média de permanência na equipe oscilou entreseis meses e três anos. O turnover poderia estar dificultando aoperatividade grupal, ou as dificuldades na operatividade grupalestariam provocando o turnover na equipe? A última hipóteseera provável em virtude da presença de obstáculos queinterferiam na dinâmica relacional do grupo, sugerindo umsegredo grupal. Logo, considera-se a prerrogativa de que cada

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mudança na equipe implicou sucessivas configurações emnovos arranjos grupais, que para operar - no sentidopichoniano do termo - precisava interagir e incrementardiferentes valores, saberes e experiências.

Os recursos materiais disponíveis para as reuniõesfoi o ponto subsequente na discussão. A satisfação e o fácilacesso a esses meios foram confirmados pelo grupo. Porém,respostas entremeadas de brincadeiras denotaram estratégiade alívio da tensão do campo grupal. Tais brincadeiras sedenominam chistes e são meio de obter prazer dos processospsíquicos quando se depara com obstáculos que se tentasuperar.9 Ou seja, foram recursos acionados pelo grupo diantede um conteúdo de difícil tolerância.

Outro ponto parecendo nevrálgico das discussões eraa construção da agenda/pauta, em que a primeira tentativade resposta foi entrecortada por expressões extraverbais eparaverbais, como troca de olhares:

[...] durante a semana ou na véspera, uns quinzeminutinhos a gente se reúne com outras pessoas,então é um grupo geralmente de pessoas,informalmente e formalmente organizado peloscoordenadores, mas informalmente algumaspessoas também ajudam a lembrar o que apontar.(Participante 7)

Com certa imobilização, o grupo sugeria a ausênciade uma ideia coletiva do assunto, resultando na tentativa deelaboração de um entendimento comum. O grupo considerouque havia um esforço dos coordenadores em elaborar aagenda/pauta com antecedência, contando com contribuiçõesde outros membros da equipe, sendo dificultada peloenvolvimento cotidiano. Diante desse argumento, pareciahaver um evitamento do grupo em elencar na lista de tópicosassuntos que pudessem desocultar os dilemas ainda nãotolerados, fazendo-os permanecer na pré-tarefa.

Houve o interesse da pesquisadora que moderava osdebates no grupo focal em saber mais detalhes sobre oprocesso de eleição dos coordenadores de equipe, pelo fatode possuírem duas pessoas com esse papel. Em um tom debrincadeira, foi revelado ser por meio de imposição,ressonando risos no grupo. Mais uma vez, o chiste foi usadocomo recurso para se admitir e conseguir falar sobre oproblema, provocando a tomada de consciência sobre oprocesso relacional, nem sempre sendo democrático eparticipativo. Outro autor 10:186 explica que,

assim como o sonho confronta a um enigma e olapso a um tropeço, o chiste provoca em quemescuta o inesperado, o novo, o despojo do sentidocomum; provoca um instante de surpresa frenteao sabido e permite que apareça um novo saber.

Ocorre o rompimento de um sentido para surgirum novo sentido.

Na sequência do assunto, outro par ticipantecomplementou que a sobrecarga de atividades diárias e atomada de decisões imediatas foram motivos que os levaram aeleger duas pessoas. Entretanto, outro aspecto relatado foique o critério para ser coordenador não era ter um perfil paraa liderança, ou mesmo ser uma pessoa capaz de promoverjunto à equipe um processo de construção coletiva com oestímulo à interação grupal, mas possuir um carro com afinalidade de transpor tar medicamentos, ofícios eequipamentos, a serviço da equipe. Com isso, há umreducionismo na compreensão do processo participativo e dafinalidade dessa equipe, ficando uma lacuna quanto aopropósito da liderança. Então, identificou-se que a equipe, aopriorizar nos coordenadores a condição de ter um carro, estariaevitando a explicitação de situações conflitantes intragrupal eadjudicando a eles um papel muito mais de secretariado quepropriamente de coordenação.

No que se refere ao tempo de duração das reuniões, ogrupo informou ocorrer em uma média de duas horas, variandode acordo com as necessidades, incluindo-se nesse espaço asatividades de educação permanente. Dessa forma, as reuniõespareciam acontecer conforme o tempo preconizado naliteratura específica.1 Entretanto, foi necessário pontuar sobrea ocorrência de reuniões muito longas visualizadas durante asobservações, que poderiam ter sido reencaminhadas com oassinalamento dos sinais indicativos de pré-tarefa,2 como,atrasos frequentes, entrar e sair toda hora, dificuldade deencerrar, término que se dá pelo esvaziamento e a dificuldadede concluir com propostas.

Na segunda sessão do grupo focal, estiveram presentesquatorze membros da equipe. Um dos questionamentos foidirigido à pouca utilização do livro-ata nas reuniões observadas.Um participante relatou que a ata era mantida na Unidade e,com a mudança de local de realização das reuniões, estariamesquecendo de usá-la. O suposto esquecimento do gruposugeria duas possibilidades: no plano consciente, a ata nãotinha uma real importância ao grupo já, no inconsciente, umato falho, estando subentendida a vontade de retornar ao antigolocal de reuniões para, talvez, esquivar-se de possíveis conflitosno novo ambiente.

A pergunta sobre a leitura da ata do encontro anteriorprovocou um clima ainda mais tenso no grupo, não seconfigurando enquanto prática da equipe. Sem outras respostas,o clima sugeria uma for te resistência, forçando umassinalamento relativo à presença das ansiedades básicas queestavam bloqueando a aprendizagem do grupo, sendonecessária a saída da posição defensiva e a integração nasdiscussões. Pichon-Rivière5:246 expõe que o “assinalamentoopera sobre o explícito e a interpretação opera no campo do

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obstáculo a fim de mostrá-lo, para obter uma reorganizaçãogrupal que permita elaborá-lo.”

Confirmando a interpretação da pesquisadora, umintegrante rompeu o silêncio e afirmou que a leitura da ata seriade responsabilidade exclusiva do membro ausente na reunião,sugerindo não haver necessidade de se realizar consultas aassuntos já debatidos e registrados. Todavia, presenciou-sedurante as observações diretas dúvidas sobre decisões já tomadasanteriormente, esquecendo-se de consultar o livro-ata para oesclarecimento de informações, retomada de questões relevantes,análise da dinâmica grupal, avanços e retrocessos, entre tantasoutras questões.

No tópico seguinte, passou-se a discutir sobre a estruturada pauta, especificamente sobre as diferenças entre informes,avisos gerais e assuntos gerais. As respostas surgiram permeadasde falas cruzadas e incompreensíveis não havendo um consensode ideias. A questão colocada não era preconizar a formataçãode uma “ordem” como sendo a única e/ou melhor forma deconduzir a prática de reuniões, mas se o modelo adotado estariasendo satisfatório e produtivo, enfim, atendendo às necessidadesdo grupo na finalidade a que se propunham no processo detrabalho. Até aquele momento, demonstrou-se que aestruturação utilizada atendia os objetivos da reunião e,consequentemente, do trabalho da equipe.

O assunto avaliação das reuniões desencadeou maiorreflexão, tendo como respostas avaliar o conteúdo das reuniões,a participação das pessoas nas discussões, o ritmo, possíveisincoerências e o grau de resolutividade dos problemas, entreoutros. Um integrante resolveu transpor a resistência estabelecidapelo grupo e revelou que a condição de ser crítico provocava asegregação do grupo. Ficou evidente que havia uma cristalizaçãona operatividade grupal, na qual as relações conflituosasavançavam até o limite da tolerância. Após um período de silêncio,um dos coordenadores de equipe manifestou surpresa, afirmandonão haver instrumentalização durante a formação acadêmicapara essa atividade, tampouco para compreensão dos fenômenosdo campo grupal. Alguns autores7,11 salientam a importância dese introduzir o conteúdo de grupo operativo e processo grupalno ensino da enfermagem, possibilitando aos futurostrabalhadores em saúde, durante sua formação acadêmica, opreparo para o trabalho com e em grupos.Aspectos dinamizadores e obstaculizadores daAspectos dinamizadores e obstaculizadores daAspectos dinamizadores e obstaculizadores daAspectos dinamizadores e obstaculizadores daAspectos dinamizadores e obstaculizadores dadinâmica gdinâmica gdinâmica gdinâmica gdinâmica grrrrrupal nas rupal nas rupal nas rupal nas rupal nas reuniões de equipe da Estreuniões de equipe da Estreuniões de equipe da Estreuniões de equipe da Estreuniões de equipe da EstraaaaatégiatégiatégiatégiatégiaSaúde da FamíliaSaúde da FamíliaSaúde da FamíliaSaúde da FamíliaSaúde da Família

A terceira sessão do Grupo Focal contou com quatorzemembros da equipe. Explicou-se que nos encontros subsequentesa ênfase eram os aspectos obstaculizadores e dinamizadores doprocesso grupal, nas reuniões de equipe. Como temática centraldo debate, abordaram-se a verticalidade e a horizontalidadenos grupos articuladas nos papéis. Utilizou-se uma técnica deentrosamento com a finalidade de autoanalisar o papel que serepresentava no grupo.

Em um clima aparentemente mais descontraído, umparticipante, porta-voz das ansiedades do grupo, causou ruídosno instante em que fez reaflorar dificuldades de expressaropiniões e receber críticas. As relações estabelecidas indicarampertença de alguns membros no grupo, enquanto que outrosguardavam certa distância e se mantinham na relação “eu-eles”, o que poderia estar impedindo a consecução da tarefa.“A mútua representação interna é desenvolvida quando cadaintegrante, ao ser internalizado pelos outros, passa a tomarparte do grupo interno, e cada um sabe que conta com osdemais.” 12:127

Resignar-se ao silêncio era a opção adotada por algunsintegrantes da equipe para a preservação da autoimagem,pois havia conflitos subjacentes que pareciam estar malresolvidos, levando-os a uma interação superficial durante asreuniões, bloqueando a aprendizagem. Desse modo, parte dogrupo conseguiu dizer que havia dificuldades no relacionamentointerpessoal, sugerindo que tal problema quando explicitado,poderia acarretar na perda do reconhecimento que tinhamcomo sendo uma “equipe perfeita”, diante das demais daEstratégia Saúde da Família e da gestão municipal, naquelelocus. A referida ilusão é considerada natural, nos grupos,quando percorrem o sentido de serialidade à grupalidade,sendo uma representação imaginária desenvolvida para oalcance de um desejo do grupo. A ilusão grupal é aquilo queum grupo acredita ser e crê que pode realizar para o alcancede seus objetivos, criando condições para chegar a um “nós” edesenvolver uma pertença.13

A ilusão da harmonia nas relações, comumente vividanos grupos, também foi identificada, sendo o conflito umaameaça à coesão do grupo. No entanto, entende-se que nesseespaço convivem diferentes percepções, crenças e valores, nemsempre convergentes. Assim, nas contradições emerge oconflito, compreendido como inerente à natureza humana emotor propulsor de mudança, transformação e vida em grupo.O conflito é o núcleo de todo grupo, o problema não é suapresença, mas o conflito não resolvido.14

Na quarta sessão do grupo focal estiveram presentescatorze participantes. Enquanto insight do próprio grupoinsurgiu a ilusão de “equipe perfeita” construído por eles,conforme refere esse participante:

isso aqui é uma “euquipe”, são poucas as coisasque essa equipe levanta a mão e pega junto, pegajunto quando gera folga, quando dá algum benefício.(Participante 17)

O grupo percebeu que essa ilusão permanecia mais noplano da idealização do que, propriamente, da realidade.Alguns autores4 fazem menção acerca da ruptura do mito de“equipe perfeita”, assinalando a necessidade de enfrentamentoe quebra desse mito, assim como suporte à equipe para lidar

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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

com a incompletude, no intuito de potencializar aquilo que jádetém.

Ao final do encontro, outra questão destacada pelosparticipantes como sendo geradora de sofrimento e dedesmotivação era a instabilidade dos contratos de trabalho,vividos naquele período. O grupo, ao retratar essa situação,indicou uma tentativa de contemporizar parte do que haviamrevelado na sessão, parecendo retroceder ao fenômenoresistencial mediante afirmativas de caráter desencorajadordo assunto.Alguns Alguns Alguns Alguns Alguns insightsinsightsinsightsinsightsinsights para romper a estereotipia para romper a estereotipia para romper a estereotipia para romper a estereotipia para romper a estereotipia

A quinta sessão do grupo focal contou com onzeintegrantes. Uma questão retratada pelo grupo foi a percepçãode que suas reuniões de equipe eram bastante formais epermeadas por assuntos técnicos, o que confirmava oentendimento inicial de que havia assuntos que mereciam maiordiscussão pela equipe e eram encaminhados na modalidade derepasse de informações. Desse modo, pôde-se perceber que ogrupo havia conseguido compreender o potencial criativo querepresentava o espaço de reuniões de equipe e que não estavasendo utilizado. Esse achado também aparece em outrosestudos3:36:

chama atenção o fato de que a comunicação nointerior da equipe se destine, basicamente, à trocaou transmissão de informações de caráter técnico,sendo pouco referidas situações em que se exercitea discussão crítica em torno de problemas enecessidades da equipe e da população na buscade consensos coletivos.

A falta de uma avaliação sistemática do trabalho produzidopela equipe foi pontuada como sendo uma fragilidade do grupo,pois, quando ocorria, restringia-se aos dados quantitativos,confirmando que a ênfase residia na produtividade baseada nessecritério, o que parecia ter relação com a dificuldade de manejar osconflitos e outros fenômenos produzidos no processo grupal. Alémdisso, resgata-se que, via de regra, a temática trabalho em equipeé discutida de modo superficial, durante o treinamento introdutório,nos locais de trabalho.3

O grupo, em um clima já mais descontraído, mencionouque a equipe de coordenação do grupo focal foi incisiva e, aospoucos, conseguiu mobilizar aspectos que se mostravam comoentraves ao desenvolver das sessões. Desse modo, explicou-seque nas intervenções e nos assinalamentos realizados, haviatodo um cuidado de somente mobilizar conteúdos até o limitede tolerância do próprio grupo, no sentido de uma construçãoefetivamente conjunta, no sentido genuíno do termo.

A concepção de “equipe perfeita”, construída noimaginário desses sujeitos, aproxima-se da pretensa ideia de

grupo ideal e acabado, como é discutido na literatura sobre osdiferentes eixos de abordagem grupal.15 Trata-se de umacompreensão alicerçada em uma vertente tradicional, quepressupõe garantia da produtividade do grupo mediante umasuposta harmonia, mantendo-se as relações estáticas e osconflitos. Ignora, portanto, que estes últimos são inerentes atodo processo interativo. Em conformidade com o referencialteórico adotado nesta investigação, a ideia central é que todoe qualquer grupo vive movimentos de ir e vir, de constantesavanços e retrocessos pela luta da quantidade à qualidade, daserialidade à grupalidade, em que o acabamento consistiria nadissolução do próprio grupo.

Assim, ao se introduzir a discussão da dialética degrupos,16:277 na perspectiva de inacabamento, que exclui asnoções de maturidade ou imaturidade grupal, “o grupo, aorganização será uma totalização em processo, que jamaisé totalização realizada. A dialética dos grupos exclui a ideiada maturidade dos grupos”, ou seja, o caminho se faz aoandar. Assim, nos debates, houve um gradualreconhecimento de que a concepção de “equipe perfeita”permanecia mais no plano da idealização, indicando que otrabalho em grupo é um constante devir, não havendocrescimento linear, pois a aprendizagem acontece no alcanceda tarefa.

A ilusão da harmonia nas relações entre as pessoas,também encontrada na equipe em estudo, remetia a umentendimento de que a presença do conflito poderia seruma ameaça à coesão do grupo. Isso poderia explicar porquea equipe utilizava como forma de comunicação a perspectivabaseada na amizade e camaradagem.17

Dificuldades de tomar decisões no coletivo, protelardiscussões quando os assuntos eram polêmicos e asuperficialidade do diálogo foram identificadas como formasde evitamento do confronto de ideias e eram alternativasque o grupo utilizava para tangenciar conflitos malresolvidos da equipe. Essas questões foram pontuadas comogeradoras de sofrimento e desgaste nas relações, resultandono distanciamento entre as pessoas. Essa dificuldade degerenciar conf l i tos nas equipes de saúde,independentemente do contexto, tem sido um achadorecorrente em estudos18 na área da saúde em geral,especialmente quando se investiga processo de trabalho esaúde do tr abalhador, o que merece maioresaprofundamentos em estudos subsequentes.

O grupo, ao realizar saltos qualitativos relevantes noprocesso de aprendizagem vivenciado, sinalizou indicativos deentrada no projeto, no sentido pichoniano do termo. Naabordagem pichoniana,5 o projeto representa um nível maiselevado de constituição grupal, em que o grupo elabora umplanejamento para o futuro, assim como já consegue acionarrecursos para o enfrentamento de novos e diferentes problemasque se apresentam.

Page 8: DO PROCESSO GRUPAL EM  · PDF fileao alcance da tarefa que, ... o motivo de constituição do grupo, seus objetivos. ... de seus objetivos. 5 De acordo com a teoria pichoniana,

Esc Anna Nery (impr.) 2010 jul-set; 14 (3):504-510

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O processo grupal em reuniões de equipe no PSFO processo grupal em reuniões de equipe no PSFO processo grupal em reuniões de equipe no PSFO processo grupal em reuniões de equipe no PSFO processo grupal em reuniões de equipe no PSF

Grando MK, Dall’agnol CM

Recebido em 14/04/2010Reapresentado em 14/12/2009

Aprovado em 25/03/2010

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