Dobras elementos de uma dobra

4

Click here to load reader

description

Geologia Estrutural, dobras. Material de estudo para o 5.o Período do curso de Engenharia de Minas da FINOM.

Transcript of Dobras elementos de uma dobra

Page 1: Dobras   elementos de uma dobra

Dobras: Elementos de uma Dobra

Uma dobra é o resultado da transformação de uma superfície de referência, geralmente plana, numa superfície curva, geralmente em conseqüência de esforços tectônicos.

Os elementos da dobra

Observando o perfil de uma dobra, podemos notar que ele apresenta um ponto de maior curvatura (ou de menor raio de curvatura): é a charneira . Em certos casos, em vez de pontos de maior curvatura, a curvatura é máxima e constante numa determinada porção do perfil. Neste caso, teremos uma zona de charneira .

Considerando o perfil de um plano dobrado como uma onda, é possível definir o comprimento de onda e a amplitude da dobra . Geralmente, a amplitude e o comprimento de ondas são definidos apenas como milimétricos, centimétricos etc.

É possível mostrar experimentalmente que o comprimento de onda das dobras é uma função, entre outros parâmetros, da espessura das camadas, conforme a figura ao lado.

Quando todas as dobras de um pacote rochoso apresentam o mesmo comprimento de onda, o dobramento é harmônico . Caso contrário, é desarmônico (figura à direita).

Page 2: Dobras   elementos de uma dobra

Quando um conjunto dobrado apresenta duas escalas (ou duas ordens) de dobramento, uma amplitude maior (1ª ordem) e uma amplitude menor (2ª ordem) que

redobra as camadas deformadas em maior escala, a superfície tangente às dobras menores e que materializa as dobras maiores é a envoltória .

No intervalo entre duas charneiras sucessívas, a curvatura da dobra sofre uma inversão. O ponto de inversão é um ponto de inflexão e o ângulo entre as tangentes á dobra em dois pontos de inflexão consecutiva é a abertura .

A linha que une, num perfil, os pontos de inflexão dos flancos consecutivos é a linha mediana .

Os pontos mais elevados e mais baixos, na topografia, de uma dobra são, respectivamente, a crista e a calha (ou quilha). Eles podem ou não corresponder às charneiras da dobra.

As dobras que admitem o bissetor da abertura com o plano de simetria são simétricas . Quando isto não é o caso, as dobras são assimétricas , conforme se pode obervar nas figuras à direita.

Em outras palavras, na dobra simétrica o plano axial é essencialmente vertical e o ângulo de mergulho dos dois flancos é igual; na dobra assimétrica o plano axial pode ser ou não inclinado e o ângulo de mergulho dos dois flancos difere um do outro.

Page 3: Dobras   elementos de uma dobra

É possível caracterizar, em função do seu aspecto, as dobras assimétricas como dobras S e dobras Z (figura à esquerda)

A assimetria global do pacote dobrado é caracterizada pela vergência , que é a direção para a qual as dobras se inclinam. No caso da figura à direita, a vergência é para leste.

Dobras cuja superfície pode ser gerada pela translação de uma reta são dobras cilíndricas . Quando são geradas pela translação de uma curva, são curviplanares . Nos demais casos, as dobras são quaisquer. As dobras cônicas possuem linha de charneira, mas não possuem eixo de dobra e se dispõem como parte de um cone.

O conjunto das charneiras forma o eixo da dobra (quando, em vez de charneira, a dobra apresenta uma zona de charneira, é possível definir uma zona axial). A porção da dobra compreendida entre dois eixos sucessivos é o flanco da dobra . O conjunto de todos os pontos de inflexão de um flanco é a linha de inflexão . Os conjuntos das cristas e das calhas (ou quilhas) formam a linha de crista e a linha de calha (chamados às vezes de crista e calha).

Page 4: Dobras   elementos de uma dobra

Considerando um empilhamento de camadas dobradas, é possível definir, para cada uma, um eixo. O conjunto desses eixos é a superfície axial (ou plano axial ) da dobra (figura à esquerda). Nem sempre esse plano é bissetor da abertura da dobra (figura abaixo).

A superfície dobrada pode apresentar vários graus de simetria. Quando ela admite dois planos de simetria, a dobra é ortorrômbica ; quando admite apenas um plano de simetria, é monoclínica ; quando não admite nenhum plano de simetria, ela é triclínica.

Resumo:

• Charneira: onde a dobra atinge sua máxima curvatura. • Linha de charneira: união dos diversos pontos de charneira. • Zona de charneira: parte da dobra próxima à charneira. • Crista: ponto mais alto da dobra em relação a uma superfície horizontal

(linha de crista: união dos pontos de crista). • Calha: ponto mais baixo de uma dobra em relação a uma superfície

horizontal. • Eixo: linha geratriz da dobra, quando movimentada paralelamente à

linha de charneira, no espaço de si mesma. • Plano da dobra ou superfície axial: a superfície que une os pontos de

charneira da dobra. • Ponto de inflexão: local onde o flanco muda sua inflexão (de côncavo

para convexo e viceversa). • Linha de inflexão: linha que une os pontos de inflexão. • Flancos ou limbos: partes que se situam entre duas charneiras

adjacentes e que contêm os pontos de inflexão.

Referências:

ALMEIDA, Júlio. Geologia Estrutural: Dobras. UERJ.

ARTHAUD, Michel H. Elementos de Geologia Estrutural. Fortaleza, 1998.