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1 AVM FACULDADE INTEGRADA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSO DO DISTRITO FEDERAL: CARACTERÍSTICA E REDE SOCIAL DE APOIO Por: Maria Estela Dias Argolo Orientador: Profª. Ms. Maria da Conceição Maggioni Poppe Brasília – DF 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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AVM FACULDADE INTEGRADA

INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSO DO DISTRITO

FEDERAL: CARACTERÍSTICA E REDE SOCIAL DE APOIO

Por: Maria Estela Dias Argolo

Orientador:

Profª. Ms. Maria da Conceição Maggioni Poppe

Brasília – DF

2013

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AVM FACULDADE INTEGRADA

INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSO DO DISTRITO

FEDERAL: CARACTERÍSTICA E REDE SOCIAL DE APOIO

Apresentação de monografia à AVM FACULDADE

INTEGRADA como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Saúde da Família.

Por: Maria Estela Dias Argolo

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AGRADECIMENTOS

A Deus pela certeza de sua presença, seu

poder, sua misericórdia e seu amor

incondicional na minha vida.

Aos profissionais das instituições de

Longa Permanência para Idosos, as

técnicas do CREAS Brasília, a gerente da

Gerência de Serviço Social da Saúde

participantes da pesquisa, pela acolhida,

respeito e carinho com que me

receberam, pois a concretização deste

trabalho somente foi possível pela

disponibilidade de vocês.

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RESUMO

Argolo, M.E. D. (2012). Instituição de Longa Permanência para Idoso do Distrito

Federal: característica e Rede Social de Apoio.

Esta monografia partiu do interesse da autora em conhecer a característica do idoso acolhido e identificar a rede de saúde e a rede social de apoio existentes no Distrito Federal para esses idosos e suas famílias, numa perspectiva qualitativa. A pesquisa foi idealizada por motivações particulares da autora e por suas práticas profissionais com base na abordagem dialética prevista, inicialmente, por Hegel. A metodologia utilizada foi a coleta de dados por meio de entrevistas semi – estruturadas com técnicos das instituições de longa permanência para idosos do Distrito Federal – Lar São José, Lar Bezerra de Menezes, Lar Maria Madalena, Lar dos Velhinhos de Taguatinga e com técnicos do Centro de Referência Especializado de Assistência Social de Brasília. Também se utilizou a coleta de dados quantitativos nos folders e informativos da Gerência de Serviço Social da Saúde, que também será fonte de informações sobre a rede de apoio as famílias dos idosos. Estabeleceram-se como hipóteses, que se confirmaram: As famílias não encontraram alternativas de cuidados para seus idosos senão na institucionalização; O sistema de saúde do Distrito Federal não oferece serviços de atendimento especializado eficazes para idosos; A rede social de apoio a essas famílias é frágil ou inexistente; Não existe programa ou projeto efetivo nas regiões administrativas do Distrito Federal para atender o idoso que não dispõe de recursos financeiros para pagar um profissional que lhe cuide.

Palavras-chave: Instituições de Longa Permanência para Idosos, Políticas

públicas, Redes de Apoio, Envelhecimento.

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METODOLOGIA

A pesquisa adotou a metodologia qualitativa e utilizou técnicas de coleta e

análise qualitativa de dados, como a entrevista semi-estruturada e a análise de

documentos. As técnicas utilizadas privilegiaram o uso da palavra para descrever

o fenômeno observado. Os dados quantitativos disponibilizados nas instituições

(ILPI) e em documentos (folhetos) da Gerência de Serviço Social da Saúde

também serão utilizados para complementar a análise qualitativa. (MUCHIELELLI,

1991).

Segundo GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993, o método dialético

também foi empregado para analisar os dados levantados, por fundamentar-se na

dialética antevista por Hegel, onde as contradições se superam dando origem a

novas contradições que requerem solução. O método dialético é interpretativo

dinâmico e totalizante da realidade, porque, considera que os fatos não podem

ser considerados fora do contexto histórico, social, político e econômico. O

método é contemplado na pesquisa.

De acordo com Minayo (1992;1994), a pesquisa em ciências humanas e

sociais, dependendo das particularidades de delimitação de seus objetos, se

beneficia das abordagens qualitativas. Segundo a autora, a metodologia que se

aborda na investigação de um fenômeno precisa harmonizar-se com a situação

que se almeja estudar e com as questões encontradas pela pesquisa.

Para organização e divisão do trabalho, dividiu-se a pesquisa em quatro fases:

a) julho de 2011- revisão da literatura sobre as categorias analíticas que

constituem o eixo conceitual do trabalho, para fundamentação teórica da

pesquisa.

b) agosto de 2011- coleta de dados por meio de entrevistas semi – estruturadas

com 4 técnicos das instituições de longa permanência para idosos do Distrito

Federal – Lar São José, Lar Bezerra de Menezes, Lar Maria Madalena, Lar dos

Velhinhos de Taguatinga, que acolhem os idosos de famílias atendidas pelos

Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS)

encaminhados pela executora do Convênio da SEDEST.

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c) setembro de 2011- coleta de dados dos documentos disponibilizados pela

Gerência de Serviço Social da Saúde, que também será fonte de informações

sobre a rede de saúde que atende os idosos do Distrito Federal. Esse material de

pesquisa se compõe de folders dos programas e projetos, portaria da Secretaria

de Saúde do Distrito Federal, site do Ministério da Saúde.

d) março de 2012 – entrevistas semi – estruturadas com 2 técnicos do Centro de

Referência Especializado de Assistência Social de Brasília, que acompanham as

famílias de idosos acolhidos nas ILPI. Os técnicos trabalham no atendimento das

famílias que se apresentam para solicitar vaga nas ILPI, realizam estudo

psicossocial para verificar se é caso de abrigar o idoso, bem como esclarece a

família sobre a medida de proteção.

O critério de seleção dos participantes das Instituições de Longa

Permanência foi o de que seriam profissionais do serviço social ou da psicologia.

Para a escolha das Instituições de Longa Permanência, observou-se aquelas que

mantinham convênio com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e

Transferência de Renda (SEDEST).

Quanto à utilização de prontuários do CREAS, os técnicos selecionaram

aleatoriamente quatro documentos de idosos encaminhados por eles, sendo um

de cada instituição. O objetivo foi conhecer as dificuldades apontadas pela família

para cuidar em casa de seus idosos.

Como instrumentos para coleta de dados foram utilizados dois roteiros de

entrevista semi-estruturados, sendo que um teve como público-alvo os

assistentes sociais e a psicóloga das Instituições de Longa Permanência (Anexo

I) e o outro voltado para os profissionais do CREAS (Anexo II). Esses roteiros

abordaram principalmente: o número de idosos acolhidos; a característica do

idoso acolhido; as dificuldades apontadas pelas famílias para cuidar dos idosos; a

rede pública de saúde e a rede social de apoio existente no Distrito Federal.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 8

CAPÍTULO I ......................................................................................................... 10

O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO, AS POLÍTICAS SOCIAIS E A LEGISLAÇÃO DO IDOSO BRASILEIRO ............................................................. 10

CAPÍTULO II ........................................................................................................ 17

AS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS ...................... 17

CAPÍTULO III ....................................................................................................... 24

O SISTEMA DE SAÚDE E A REDE SOCIAL DE APOIO PARA OS IDOSOS DO DISTRITO FEDERAL ........................................................................................... 24

CAPÍTULO IV ....................................................................................................... 30

ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS NA PESQUISA DE CAMPO ................... 30

4.1 O Perfil das instituições pesquisadas .......................................................... 30

4.2. Algumas características dos idosos acolhidos nas Instituições de Longa Permanência para Idosos do Distrito Federal. .................................................. 31

4.3. Motivos que levaram ao acolhimento os idosos da pesquisa. ................... 33

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 38

LISTA DE SIGLAS ............................................................................................... 41

LISTA DE QUADROS .......................................................................................... 42

ANEXO I – INSTRUMENTAL DE PESQUISA I .................................................... 43

Roteiro Semi-estruturado de entrevista com profissional das Instituições de Longa Permanência para Idosos do Distrito Federal (ILPI). ............................. 43

ANEXO II – INSTRUMENTAL DE PESQUISA II .................................................. 44

Roteiro Semi-estruturado de entrevista com profissional do Centro de Referência Especializado de Assistência Social de Brasília ............................. 44

ANEXO III - AUTORIZAÇÃO ................................................................................ 45

ANEXO VI - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESTABELECIDO ........... 46

ÍNDICE...................................................................................................................49

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INTRODUÇÃO

No Brasil, a sociedade passou por várias transformações devido ao

aumento da escolaridade da mulher e da sua inserção no mercado de trabalho,

da morte muito cedo dos jovens envolvidos com o tráfico de drogas, do alto índice

de violência e das mudanças na configuração dos arranjos familiares. Segundo

estudos do Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA, 2011), essas modificações

enfraqueceram os vínculos afetivos entre os idosos e suas famílias, que

demonstram dificuldades para cuidar deles.

A motivação para realizar este estudo surgiu da observação da realidade

de idosos acolhidos nas Instituições de Longa Permanência para Idosos,

conveniadas com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e

Transferência de Renda do Distrito Federal, acompanhados por meio de visitas às

ILPI pelo período de doze meses como executora de convênio da SEDEST.

No Distrito Federal observa-se um grande número de idosos acolhidos em

Instituições de Longa Permanência (ILPI), mesmo quando eles apresentam

família nuclear e extensa. Esta situação fere a Constituição de 1988, a Política

Nacional do Idoso de 1994 e o Estatuto do Idoso de 2003, que estabelecem a

família como a principal responsável pelo cuidado do idoso.

Com base nesse quadro, foi estabelecida, a partir dessa problemática, a

pergunta principal a ser respondida por esta pesquisa: “Porque um grande

número de idosos no Distrito Federal reside nas Instituições de Longa

Permanência para Idosos (ILPI)?”

Partindo dessa realidade foi eleito como objeto de estudo a dificuldade

das famílias para cuidar de seus idosos permitiu a institucionalização.

Acredita-se que essa pesquisa vá colaborar com informações para o

processo de elaboração de procedimentos que visam atender as demandas e

necessidades dos sujeitos envolvidos.

A pesquisa procurou construir um conjunto de conhecimentos sobre os

serviços desenvolvidos pela Rede de Saúde e pela Rede Social de Apoio para os

idosos do Distrito Federal. Essas informações apresentarão as famílias,

alternativas além da institucionalização.

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A monografia é composta por quatro capítulos. O primeiro capítulo visa

apresentar uma explanação sobre o histórico do envelhecimento da população, as

políticas sociais e uma síntese da legislação do idoso brasileiro.

No segundo capítulo se apresenta as Instituições de Longa Permanência

para Idosos do Distrito Federal conveniadas, um dos campos da pesquisa.

Primeiro é realizado um debate teórico sobre ILPI.

A realidade sobre o Sistema de Saúde e a Rede Social de Apoio para os

idosos do Distrito Federal são temas do terceiro capítulo, onde se observou que

as políticas públicas para os idosos do Distrito Federal ainda não foram

implementadas.

No capítulo quarto, demonstra-se as conclusões obtidas na análise das

entrevistas com as profissionais das ILPI, como também com as profissionais do

CREAS Brasília e na pesquisa do material da Gerência de Serviço Social da

Saúde. As conclusões abordam o número e a característica do idoso abrigado,

motivo do abrigamento e apresenta a fragilizada rede social de apoio e de saúde

do Distrito Federal.

A última parte, contem as considerações finais da pesquisa e se aponta

propostas para melhorar o atendimento ao idoso e a suas famílias no Distrito

Federal. Em anexo estão os questionários semi-estruturados utilizados para as

entrevistas com os profissionais das ILPI, do CREAS Brasília, as autorizações das

técnicas e da Diretora de Serviço Especializado as Famílias da SEDEST.

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CAPÍTULO I

O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO, AS POLÍTICAS SOCIAIS E A LEGISLAÇÃO DO IDOSO BRASILEIRO

O envelhecimento da população é constatado a partir do final da década

de 40 e no início dos anos 50, primeiramente nos países desenvolvidos em

decorrência da queda da mortalidade, devido às conquistas do conhecimento da

medicina, das condições de higiene sanitária das cidades, da melhoria na

alimentação e do acesso aos avanços tecnológicos (IBGE, 2004).

É importante destacar que no Brasil, ainda que as pessoas estejam

vivendo mais, a qualidade de vida é precária para certa parte da população, pois

não dispõe de uma rede de proteção e defesa de direitos estruturada para

atender as suas necessidades de saúde, educação e assistência social.

Para Pereira (2005), o processo de envelhecimento dos brasileiros segue

juntamente com as questões de desigualdade social, que trazem complicações

para a sociedade e demonstram à necessidade da atuação de profissionais

especializados e a implementação de políticas públicas adequadas às demandas

dessa população.

Diante dessa diferenciação a Organização Mundial de Saúde – OMS a

considera como idoso nos países desenvolvidos pessoas com 65 anos ou mais

de idade, já nos países em desenvolvimento essa idade desceu para 60 anos ou

mais (IBGE, 2004).

De acordo com Pereira-Pereira (2002) a partir da Constituição Federal de

1988, um conjunto de leis, direitos e políticas fizeram parte da nova rede de

proteção ao idoso brasileiro, e a Assistência Social se apresentou como parte da

melhoria das condições de vida e de cidadania desta população em crescimento.

Segundo Pereira (ibidem), a Assistência Social ganhou credibilidade,

passou a ser vista como política pública que garante os direitos sociais básicos de

crianças, idosos, pessoas com deficiência, famílias e pessoas economicamente

vulneráveis.

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Assim, a Política de Assistência Social passou a ser regida pela Lei

federal (Lei nº 8742, de 7 de dezembro de 1993, conhecida como Lei Orgânica da

Assistência Social – LOAS), que a distanciou dos métodos de “assistencialismo”.

A política pública de Assistência Social, no que diz respeito ao idoso,

constitui área estratégica de cobertura em todas as unidades federadas, que

englobam:

§ No âmbito federal: transferência continuada de renda a idosos impossibilitados de prover a sua própria manutenção ou de tê-la provida por sua família; e proteção social básica e especial à pessoa idosa.

§ No âmbito estadual, municipal e no Distrito Federal: ações desenvolvidas pelos governos que, em parceria com o governo federal ou instituições privadas, podem contemplar celebração de convênios para prestação de serviços especiais; distribuição de benefícios eventuais; criação e regulamentação de atendimentos asilares; realização de programas educativos e culturais; isenções fiscais de entidades particulares, dentre outros. (PEREIRA-PEREIRA, 2002)

A rede de proteção para as pessoas idosas, como previsto na

Constituição, também inclui: “centros de convivência, casas lares, abrigos, centros

dia, atendimentos domiciliares, dentre outros, em articulação com as demais

políticas públicas” (Carvalho et all., 1998).

A Constituição destacou a idade no que diz respeito à individualização da

pena, pois o art. 5º, inciso XLVIII, dispõe que o idoso dever cumprir pena em

estabelecimento penal distinto. Destacou ainda, aqueles que não possuem

condições socioeconômicas adequadas, isentando-os do imposto sobre a renda

percebida (art. 153, §2ª, I). O idoso tem direito ao seguro social, ou

aposentadoria, variando as idades, se homem ou mulher, se trabalhador urbano

ou trabalhador rural (art. 201).

Para o idoso que não faz jus ao seguro social, porque não contribuiu para

a Previdência Social, a Constituição assegura a prestação de assistência social à

velhice. Essa proteção é paga com recursos do Ministério de Desenvolvimento

Social e Combate à Fome - MDS alocados no Fundo Nacional de Assistência

Social – FNAS e operacionalizado pelo Instituto Nacional de Seguro Social –

INSS. Prevê a garantia de um salário mínimo mensal ao idoso que comprove não

possuir meio de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família

(arts. 203, V, e 204). Esse benefício é denominado Benefício de Prestação

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Continuada – BPC, é individual, não vitalício e intransferível, integra a Proteção

Social Básica no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. É

regulamentado pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, Lei nº 8.742/93 e

pelos Decretos nº 6.214/2007 e nº 6.564/2008.

Na concepção constitucional é dever da família, bem como do Estado e

da sociedade, amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na

comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar (v. art. 3º) e garantindo-lhes

o direito à vida. Assim, os programas de amparo aos idosos serão executados

preferencialmente em seus lares (art. 230, § 1º), situação que não é constatada

no Distrito Federal.

A Política Nacional do Idoso, Lei Federal nº 8.842, de 4/01/94,

regulamentada pelo Decreto Federal nº 1.948, de 3/07/96, é o instrumento básico

repete os princípios constitucionais, garante ao idoso a cidadania, com plena

integração social, a defesa de sua dignidade e de seu bem-estar e do direito à

vida, bem como o repúdio à discriminação (art. 3º).

Uma de suas diretrizes é a priorização do atendimento do idoso em

órgãos públicos e privados prestadores de serviços. Quando desabrigado e sem

família deve receber do Estado assistência asilar condigna (art. 4º, VIII). A lei

atribui ao Poder Público regras nas mais diversas áreas:

a) na promoção e na assistência social, se prevê ações para atender as

necessidades básicas do idoso, estimulando-se a criação de centros de

convivência, centros de cuidados noturnos, casas-lares, oficinas de trabalho,

atendimentos domiciliares, além da capacitação de recursos para atendimento do

idoso (art. 10, I);

b) na área de saúde, deve receber toda assistência preventiva, protetiva e de

recuperação por meio do Sistema Único de Saúde; deve ser incluída a geriatria

como especialidade clínica, para efeito de concursos públicos federais, estaduais,

do DF e municipais (art. 10, II);

c) na área da educação é previsto, a adequação dos currículos escolares com

conteúdos voltados para o processo de envelhecimento, de forma a eliminar

preconceitos; a inserção da Gerontologia e da Geriatria como disciplinas

curriculares nos cursos superiores; a criação de programas de ensino destinado

aos idosos; o apoio à criação de universidade aberta para a terceira idade;

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d) na área do trabalho e da previdência deve-se, impedir a discriminação do

idoso, no setor público e privado; programas de preparação para a aposentadoria

com antecedência mínima de dois anos antes do afastamento; atendimento

prioritário nos benefícios previdenciários;

e) na habitação e no urbanismo deve-se, facilitar o acesso à moradia para o idoso

e diminuir as barreiras arquitetônicas;

f) na área da justiça se prevê a promoção jurídica do idoso, coibindo abusos e

lesões a seus direitos;

g) na área da cultura, esporte e lazer se prevê iniciativas para a integração do

idoso e, com este objetivo, a redução de preços dos eventos culturais, esportivos

e de lazer.

A lei também prevê a criação de conselhos do idoso no âmbito da União,

dos Estados, Distrito Federal e Municípios, com o objetivo de formular, coordenar,

supervisionar e avaliar a política nacional do idoso, no âmbito da respectiva

atuação (arts. 5º e 6º).

Ressalta-se que o Decreto Federal nº 1.948, de 3/07/96, regulamentou a

lei sobre a Política Nacional do Idoso. Nessa regulamentação, é importante

destacar que a conceituação de assistência asilar e não - asilar para o idoso (arts.

3º, 4º e 17); a atribuição de tarefas, a cada órgão da administração pública, na

execução da política nacional do idoso (arts. 5º a 16); e a proibição da

permanência em instituições os idosos com doenças que exijam assistência

médica permanente ou de assistência de enfermagem intensiva, cuja falta possa

agravar ou por em risco sua vida ou a vida de terceiros (art. 18). A lei também

assegurou ao idoso o direito de dispor de seus bens, proventos pensões e

benefícios, salvo nos casos de incapacidade judicialmente comprovada.

No âmbito federal, a Lei nº 8.648/93 acrescentou parágrafo único ao art.

399 do Código Civil, e responsabiliza os filhos maiores e capazes no dever de

prestar alimentos aos pais que, na velhice, carência ou enfermidade, ficaram sem

condições de prover o próprio sustento, principalmente quando se despojaram de

bens em favor da prole.

Na execução da pena o condenado maior de setenta anos pode ser

beneficiário da prisão domiciliar (LEP, art. 117). No caso do condenado contar

mais de 60 (sessenta) anos, o trabalho que lhe for cometido na prisão deve ser

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adequado à idade (LEP, art. 32). A prática de crime contra o idoso é sempre

considerada circunstância que agrava a pena (CP art. 61, alterado pela Lei nº

9.318/96).

O Estatuto do Idoso foi sancionado pelo presidente da República em

2003, ampliou os direitos dos cidadãos com idade acima de 60 anos e institui

penas severas para quem desrespeitar ou abandonar cidadãos idosos. Os

principais dispositivos do estatuto são:

Saúde – Atendimento preferencial no Sistema Único de Saúde (SUS);

Distribuição de remédios aos idosos, os de uso continuado (hipertensão, diabetes

etc.), deve ser gratuita, assim como a de próteses e órteses; Os planos de saúde

não podem reajustar as mensalidades de acordo com o critério da idade; O idoso

internado em qualquer unidade de saúde tem direito a acompanhante, pelo tempo

determinado pelo profissional de saúde que o atende.

Transportes Coletivos – Os maiores de 65 anos têm direito ao transporte

coletivo público gratuito; Nos veículos de transporte coletivo é obrigatória a

reserva de 10% dos assentos para os idosos, com aviso legível; Nos transportes

coletivos interestaduais, garante a reserva de duas vagas gratuitas em cada

veículo para os que tem renda igual ou inferior a dois salários mínimos; Se o

número de idosos exceder o previsto, eles devem ter 50% de desconto no valor

da passagem, considerando-se sua renda.

Violência e Abandono – Nenhum idoso poderá ser objeto de negligência,

discriminação, violência, crueldade ou opressão; Famílias que abandonem o

idoso em hospitais e casas de saúde, sem dar respaldo para suas necessidades

básicas, podem ser condenadas a penas de seis meses a três anos de detenção

e multa; Para os casos de idosos submetidos a condições desumanas, privados

da alimentação e de cuidados indispensáveis, a pena para os responsáveis é de

dois meses a um ano de prisão, além de multa. Se houver a morte do idoso, a

punição será de 4 a 12 anos de reclusão; Qualquer pessoa que se aproprie ou

desvie bens, cartão magnético, pensão ou qualquer rendimento do idoso é

passível de condenação, com pena que varia de um a quatro anos de prisão,

além de multa.

Entidades de Atendimento ao Idoso – O dirigente de instituição de atendimento

ao idoso responde civil e criminalmente pelos atos praticados contra o idoso; A

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fiscalização dessas instituições fica a cargo do Conselho Municipal do Idoso de

cada cidade, da Vigilância Sanitária e do Ministério Público; A punição em caso

de mau atendimento aos idosos vai de advertência e multa até a interdição da

unidade e a proibição do atendimento aos idosos.

Lazer, Cultura e Esporte – Todo idoso tem direito a 50% de desconto em

atividades de cultura, esporte e lazer.

Trabalho – É proibida a discriminação e a fixação de limite máximo de idade na

contratação de empregados, sendo passível de punição quem o fizer; O primeiro

critério de desempate em concurso público é o da idade, com preferência para os

concorrentes com idade mais avançada.

Habitação – É obrigatória a reserva de 3% das unidades residenciais para os

idosos nos programas habitacionais públicos ou subsidiados por recursos

públicos.

A Lei Orgânica do Distrito Federal, a exemplo da Constituição Federal,

prevê que cabe à Câmara Legislativa, com sanção do Governador, legislar sobre

a proteção a idosos.

No art. 207, inciso XVI, que o Sistema Único de Saúde do Distrito Federal

deve garantir o atendimento médico-geriátrico ao idoso na rede de serviços

públicos. É garantida, no art. 217, a assistência social à velhice,

independentemente de contribuição.

O art. 271 estipula que o Poder Público subvencionará, com auxílio

técnico e apoio financeiro, as entidades não governamentais, sem fins lucrativos,

atuantes na política de amparo e bem-estar do idoso.

O estatuto reitera os termos da legislação federal, define a tarefa de cada

órgão público na execução das diretrizes da política, sob a coordenação de órgão

específico, atualmente a Secretaria Especial do Idoso do Distrito Federal, que foi

criada por meio do Decreto nº 33.116 de 08/08/11.

Outro destaque é criação do Conselho do Idoso, pela Lei nº 218, de

26/12/91, ao qual, a par de suas atribuições estão os encargos de fiscalizar as

entidades privadas prestadoras de serviços de assistência a idosos e, também,

coordenar a elaboração da proposta orçamentária para promoção e assistência

social do idoso, em consonância com o Conselho de Assistência Social do Distrito

Federal, este criado pela Lei nº 997, de 29/12/95, que tem por objetivo

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implementar a assistência social prevista na Constituição Federal, na LOAS - Lei

federal nº 8.742, de 1993, na Lei Orgânica do DF, o que envolve,

necessariamente, a assistência ao idoso.

Na área habitacional, a Lei nº 1.759, de 19 de novembro de 1997, cria o

programa de abrigo familiar do idoso, tendo por objetivo o fornecimento de

recursos para a construção, junto á moradia da família do idoso, de cômodo que

lhe sirva de habitação independente. Também no setor habitacional, o Decreto nº

18.605, de 16/09/97, prioriza o atendimento para o maior de 60 anos. Além disso,

a Lei nº 1.362, de 30/12/96, isenta do IPTU os imóveis com até 120 m2,

construídos em cidades satélites e pertencentes a aposentados e pensionistas

com mais de 65 anos.

Na área da saúde, o idoso é contemplado pela Lei nº 2.282, de 7/01/99,

que institui o Programa de Assistência Médico-Geriátrica a idosos nos Centros

Comunitários de Idosos do DF; e também pela Lei nº 2.009, de 24/03/98, que cria

o cartão facilitador de saúde para atendimento aos idosos na Rede do SUS do

DF; a Lei nº 1.548, de 15/7/97, estabelece prioridade no atendimento de idosos

nos centros de saúde do Distrito Federal, independente de prévia marcação de

consulta.

A Polícia Civil (Nota nº 040/2000-AJ/PCDF) aboliu a taxa para expedição,

pela primeira vez, de carteira com a expressão "Idoso ou maior de sessenta e

cinco anos", conforme formulário aprovado pelo Decreto Federal nº 2.170, de

04/03/97, que alterou o Decreto Federal nº 89.250, de 27/12/83.

Na área do lazer, o Decreto nº 18.759, de 24/10/97, isenta os idosos

acima de 60 anos de pagamento de ingresso no Jardim Botânico de Brasília; por

sua vez, o Decreto nº 11.755, de 10/08/89, concede gratuidade aos maiores de 60

anos no acesso aos parques, reservas e demais áreas de lazer administradas

pelo Governo do Distrito Federal.

Por esses relatos, observa-se que a legislação brasileira tem a

perspectiva de oferecer aos idosos, os direitos necessários a sua melhoria de vida

e de cidadania, porém, ainda precisam de implementação.

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CAPÍTULO II

AS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS

As Instituições de Longa Permanência para Idosos, segundo a Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), são instituições governamentais ou

não governamentais, de caráter residencial, destinadas a domicilio coletivo de

pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em

condição de liberdade, dignidade e cidadania. Ou seja, são domicílios coletivos

que oferecem cuidados e algum tipo de serviço de saúde. São compostas não só

pela rede de assistência e saúde, mas também, de habitação, conforme a

necessidade de seus residentes, integrando um sistema continuado de cuidados.

De acordo com Camarano e Pasinato, 2004, há um consenso de que é

adequado os idosos permanecerem nos ambientes familiares para o seu bem-

estar, mas os especialistas reconhecem a necessidade de se elaborar políticas

públicas para oferecer o atendimento institucional a idosos que necessitarem.

Debert (1999), afirma que residir com os filhos ou parentes não garante

ao idoso o respeito, o cuidado adequado e menos ainda o fato deles sofrerem

maus-tratos. Menciona que as denúncias de violência física são muito freqüentes

quando os idosos convivem em famílias, com diferentes faixas etárias na mesma

residência.

Também é observado que entre o público alvo desse atendimento

encontram-se pessoas mais velhas, comprometidas física e/ ou mentalmente,

sem condições socioeconômicas, sem vínculos familiares e/ ou que sofreram

maus-tratos da família (CAMARANO, 2004).

Segundo Canôas, 1983, a qualidade de vida do idoso acolhido em

instituições de longa permanência ainda pode ser pior do que, o daquele que

convive com a família, porque ao serem institucionalizados, vão perdendo a

autonomia para decisões de sua vida. Não mais organizam a sua rotina diária,

dividem o espaço do quarto com outros, não controlam seu dinheiro, ou seja,

ficam sob as regras da instituição, que estrutura o serviço para atender seu

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funcionamento, deixando de lado os desejos dos idosos, o que compromete a

qualidade de vida deles.

De acordo com as informações obtidas nas Instituições de Longa

Permanência para Idosos do Distrito Federal conveniadas com a Secretaria de

Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (SEDEST),

sistematizou-se os conhecimentos aqui apresentados, mediante entrevistas

realizadas com os profissionais técnicos (assistentes sociais e psicólogos) das

seguintes instituições de Longa Permanência para Idosos: Lar Bezerra de

Menezes, Lar São José, Lar Maria Madalena, Lar dos Velhinhos de Taguatinga,

cujo conteúdo interessa particularmente à pesquisa e aos seus objetivos.

Os recursos financeiros dessas instituições são provenientes do convênio

com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda

(SEDEST), que atualmente repassa um per capta mensal de R$ 1.269.02 para

idosos independentes e R$ 1.538.59 para idosos dependentes; das doações de

sócios, de campanhas, de eventos sociais, doações de alimentos não perecíveis

de empresas e pessoas da comunidade, realização de bazares e almoços, dos

idosos que contribuem na forma prevista no Artigo 35 do Estatuto do Idoso:

o artigo atribui ao Conselho Municipal/Distrital do Idoso ou ao Conselho Municipal da Assistência Social a responsabilidade por definir a forma de participação prevista no parágrafo 2º, que não poderá exceder a 70% de qualquer benefício previdenciário ou de assistência social percebido pelo idoso.

Quanto ao acolhimento, os profissionais informaram que as instituições

recebem os idosos de famílias atendidas pelos Centros de Referência

Especializados de Assistência Social do Distrito Federal (CREAS), que são

encaminhados pelo executor do Convênio da SEDEST, responsável por

administrar as vagas, quando se encontram em situação de vulnerabilidade e

risco social.

O Lar Bezerra de Menezes, fundado em 21 de março de 1981, situa-se na

Quadra 14 Área Especial Módulo 01- Sobradinho – DF, CEP: 73.050 – 140. A

assistente social revelou que se trata de uma instituição espírita, que presta

serviço de acolhimento a 60 idosos, de ambos os sexos, sendo 50 dependentes e

10 independentes, em regime de longa permanência. Em seu plano de trabalho

está descrito que a entidade proporciona cuidados e ambientes adequados,

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alimentação e acesso a serviços de saúde, zelando por sua autonomia e

promovendo sua cidadania, lazer, qualidade de vida, socialização, integração com

a família e a comunidade, preservando os valores espirituais.

Informou que os idosos recebem 06 refeições diárias e a entidade conta

com Cuidadores de Idosos – técnico de enfermagem, assistente social, psicóloga,

nutricionista, terapeuta ocupacional e auxiliares de serviços gerais. Conta ainda,

com diretores, profissionais voluntários médicos.

Em relação aos recursos físicos, a instituição é composta por cozinha,

lavanderia industrial, refeitório, 20 quartos, com três leitos cada, salas de lazer

com televisão, sala de reunião e laboraterapia, sala de fisioterapia, sala de terapia

ocupacional, almoxarifado, dispensa, recepção e secretaria, rouparia, jardim. As

instalações físicas estão sendo adequadas às diretrizes metodológicas do serviço.

Quanto aos serviços oferecidos a técnica revelou que a instituição é

conveniada com as Universidades: UnB, UniCeub, Alvorada nos cursos de

Fisioterapia, Nutrição, Enfermagem, Técnico de Enfermagem, Biomedicina e

Serviço Social, que disponibilizam professores e estagiários para desenvolver

projetos em benefício dos idosos acolhidos.

Segundo a assistente social, o Serviço Social na instituição tem como

objetivo promover a cidadania dos idosos, por meio de ações voltadas para a

consecução de documentos e benefícios previdenciários. Para a defesa de seus

direitos, interesses individuais e coletivos. Busca, quando possível, a re-inserção

do idoso em seu núcleo familiar, promove a socialização do idoso no grupo, na

família e na comunidade, por meio da realização de eventos e atividades.

De acordo com a profissional, as características dos 60 idosos acolhidos

são: 31 são dependentes do sexo feminino e 19 são dependentes do sexo

masculino; 06 são independentes do sexo feminino e 4 são independentes do

sexo masculino, alguns sofrem de doenças como diabetes mellitus, hipertensão,

Alzheimer, Parkinson, depressão e câncer; 25 são brancos e 35 são negros; 32

tem como escolaridade o ensino fundamental, 28 não são alfabetizados e

recebem aposentadoria; 32 recebem benefício da prestação continuada

(BPC/LOAS); 22 familiares visitam, sendo eles Ex-esposas e filhas.

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Os maiores problemas enfrentados na instituição, segundo a profissional,

são em relação ao atendimento do idoso na rede pública de saúde e o abandono

da família.

O Lar São José, fundado em 1961 e situado na Quadra 14 Área Especial

Lotes 17/18 - Sobradinho – DF, CEP: 73.045 – 170. Segundo informações da

assistente social entrevistada, o Lar é de cunho Católico e presta serviço de

acolhimento de longa permanência a 45 idosos, sendo 30 idosos dependentes e

15 idosos independentes, com idade superior a 60 anos. Recebem 06 refeições

diárias.

Quanto aos recursos humanos, a profissional afirmou que a casa conta

com Cuidadoras de Idosos, assistente social, psicólogo, nutricionista, técnicos de

enfermagem e auxiliares de serviços gerais. A entidade conta ainda com

profissionais voluntários médico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e

estagiários.

Em relação aos recursos físicos, a instituição é composta por:

almoxarifados, dispensas, sala de rouparia, refeitório, copas, cozinha, lavanderia,

26 quartos – com três leitos cada, capela, banheiros, recepção, sala de TV e

vídeo, sala de atividades, secretaria administrativa e sala de medicamentos.

As instalações físicas estão sendo adequadas às diretrizes metodológicas

do serviço, no entanto, encontra-se em fase de reordenamento em relação às

exigências da Vigilância Sanitária.

Quanto aos serviços oferecidos a técnica informou que os idosos da

instituição recebem atendimentos de enfermagem, fisioterapia, psicologia,

massoterapia e terapia ocupacional realizados por profissionais voluntários e por

estagiários das Universidades conveniadas com a instituição.

Segundo a assistente social, o Serviço Social na instituição tem como

objetivo incentivar à participação dos idosos nas programações religiosas, sociais,

culturais e laborais desenvolvidas no Lar e na comunidade. De acordo com a

técnica, as características dos 45 idosos acolhidos são: 21 são dependentes do

sexo feminino e 09 são dependentes do sexo masculino; 11 são independentes

do sexo feminino e 4 são independentes do sexo masculino, sofrem de doenças

como diabetes mellitus, hipertensão, Alzheimer, Parkinson, depressão, câncer e

demência; 25 são brancos e 20 são negros; 15 como tem escolaridade o ensino

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fundamental e 30 não são alfabetizados 8 recebem aposentadoria; 32 recebem

benefício da prestação continuada (BPC/LOAS); Os familiares visitam muito

pouco. As 10 filhas visitam.

Os maiores problemas enfrentados na instituição, segundo a profissional,

são em relação aos recursos humanos não preparados para o atendimento e o

abandono dos familiares.

O Lar dos Velhinhos de Taguatinga, fundado em 1966 e situado na QSD

AE Nª10 – Taguatinga – DF. Segundo informações da técnica, é uma entidade

religiosa Católica, que oferece não apenas às necessidades básicas no que se

refere a abrigo, alimentação, vestuário e atendimento médico-hospitalar, mas

principalmente o resgate da cidadania e integração social com as famílias e

demais segmentos da sociedade.

Acolhe 30 idosas acima de 60 anos de idade, sendo 25 dependentes e 05

independentes, sem condições de auto-sustento, caracterizadas como especiais

de alta complexidade, assegurando-lhes melhores condições de vida.

O atendimento profissional é realizado sistematicamente, sendo realizado

de forma personalizada de acordo com as necessidades das acolhidas.

Segundo a profissional, são oferecidas 06 refeições diárias e os recursos

humanos da instituição são formados por cuidadoras de idosos, assistente social,

psicólogo, terapeuta ocupacional, auxiliares de serviços gerais, motorista,

técnicas de enfermagem, professoras de hidroginástica e nutricionista. Informou

que contam ainda, com profissionais voluntários: médicos, farmacêutica e irmãs

religiosas.

Em relação aos recursos físicos, ela informou que a instituição possui sala

para fisioterapia, salão para pequenos eventos e atividades ocupacionais, 10

quartos com 03 leitos cada, 10 banheiros, lavanderia, área de lazer e convivência,

centro de reabilitação aquático, salão de festas com churrasqueira e uma

residência das irmãs de caridade.

As instalações físicas estão sendo adequadas às diretrizes metodológicas

do serviço, no entanto, encontra-se em fase de reordenamento em relação às

exigências da Vigilância Sanitária.

De acordo com a profissional, as características das 30 idosas acolhidas

são: 05 são independentes, todas do sexo feminino e 25 são dependentes,

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sofrem de doenças como diabetes mellitus, demência, hipertensão, Alzheimer,

Parkinson, depressão e câncer; 17 são brancas e 13 são negras; 19 tem como

escolaridade ensino fundamental; 6 recebem aposentadoria; 24 recebem

benefício da prestação continuada (BPC/LOAS); Os familiares não visitam.

Os maiores problemas enfrentados na instituição, segundo a profissional,

são em relação a idosas com depressão por abandono dos familiares, que pouco

visitam. 13 filhos visitaram.

O Lar Maria Madalena localizado na SMPW Trecho 03 - Área Especial

01/02, Park Way, Brasília – DF. Inaugurado em 07 de março de 1980 pelo Centro

Espírita Sebastião O Mártir e representado pelo seu presidente, tem por finalidade

a Assistência Social. Segundo informações da profissional entrevistada, o Lar

abriga 80 idosos de ambos os sexos, acima de 60 anos de idade, sendo 65

independentes e 15 dependentes, oferecendo-lhes proteção integral, cuidados

para a promoção e preservação da saúde física e emocional e a observância de

seus direitos e garantias.

Declarou que a alimentação é preparada na cozinha da entidade por

cozinheira, que oferece 06 refeições diárias. A casa conta com assistente social,

Cuidadores de Idosos, nutricionista, contador, motoristas, serviços gerais,

auxiliares de enfermagem, porteiros.

Em relação aos recursos físicos, são compostos por um pavilhão

administrativo: presidência, secretaria, departamento de pessoal e recursos

humanos, sala de coordenação; três pavilhões que contam com dormitórios para

três leitos e sala de televisão; um pavilhão para copa e cozinha dotadas de fogões

industriais, câmara frigorífica, geladeiras, frízeres; um pavilhão para lavanderia

com máquinas industriais de lavar e secar roupas; um pavilhão com sala de

fisioterapia, sala de reuniões; um pavilhão para barbearia, necrotério; rouparia e

consultório médico; um pavilhão para sala de leitura (pequena biblioteca com

livros e revistas); um pavilhão de almoxarifado; uma sala de informática para

idosos e funcionários e estacionamento.

Quanto aos serviços oferecidos a técnica informou que os idosos

recebem atendimento da enfermagem 24h, nutrição, fisioterapia de estagiários

supervisionados de universidade parceira, atendimento médico e psicológico,

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terapias alternativas como floral e Reiki, Do In, Acupuntura, Tai Chi Chuan, Ioga

de profissionais voluntários.

Segundo a assistente social, o Serviço Social na instituição tem como

objetivo trabalhar com a família dos idosos acolhidos, por meio de reuniões,

visando orientá-los sobre a importância das visitas semanais para que eles não

apresentem depressão por sentirem-se abandonados. Também verifica a

possibilidade de reintegrá-los a família.

De acordo com a profissional as características dos 80 idosos acolhidos

são: 36 independentes do sexo feminino e 29 são do sexo masculino; 09 são

dependentes do sexo feminino e 06 são dependentes do sexo masculino, sofrem

de doenças como diabetes mellitus, demência, hipertensão, Alzheimer, Parkinson,

depressão e câncer, 52 são brancos e 28 são negros; 44 têm como escolaridade

o ensino fundamental; 28 recebem aposentadoria; 52 recebem benefício da

prestação continuada (BPC/LOAS); Os idosos recebem visita das 19 filhas com

pouca freqüência. Os maiores problemas enfrentados na instituição, segundo a

profissional, são em relação aos familiares, que afirmam não terem tempo para

visitar os pais. Segundo a técnica, os idosos demonstram tristeza e solicitam ao

profissional que ligue para a família e faça convite para visitá-los.

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CAPÍTULO III

O SISTEMA DE SAÚDE E A REDE SOCIAL DE APOIO PARA OS IDOSOS DO DISTRITO FEDERAL

O sistema de saúde e a rede social de apoio do Distrito Federal serão

apresentados neste capítulo, por meio dos projetos e programas realizados pelas

Secretarias de Saúde e de Desenvolvimento Social.

O Distrito Federal dispõe de importante rede pública de serviços e

programas de saúde, que compõe o sistema de saúde distribuída em seu

território, onde está localizada a sua população, para facilitar a oferta de serviços

organizados sistemicamente e hierarquizados, como determina a Constituição

brasileira. Existem hoje 30 Regiões Administrativas, sendo que cada uma delas

dispõe de serviços de saúde com diferentes níveis de complexidade.

O NAISI (Núcleo de Atenção Integral à Saúde do Idoso) foi implantado na

Secretaria de Saúde do DF em 1992, dentro de uma perspectiva biopsicossocial,

com ênfase na promoção de saúde, reabilitação, prevenção e tratamento de

agravos à saúde na faixa populacional maior ou igual a 60 anos.

O Núcleo desenvolve suas atividades de forma descentralizada,

buscando a autonomia das regionais de saúde, oferecendo suporte técnico-

científico para supervisão, avaliação, capacitação de recursos humanos, além de

promover organização de serviços, levantamento de dados epidemiológicos,

elaboração de protocolos de pesquisa e de material educativo e informativo, e

também condução de projetos integrados a outros setores governamentais e não

governamentais.

A vacinação direcionada aos idosos (por exemplo, a pneumocócica-

influenza-febre amarela e dupla) está disponível gratuitamente em todos os

centros e postos de saúde. Após a vacinação é feito um registro na Caderneta

Nacional do Idoso.

O NAISI incentiva a integração com as demais faixas etárias e os idosos

poder ser inseridos nos diversos programas: PAISA (programa do adulto), PECD

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(programa de diabetes), hipertensão arterial, NAISM (Mulher), automassagem,

terapias corporais e o Programa de Prevenção de Osteoporose.

Projetos do NAISI: Dra. Helenice Gonçalves (61 – 39013089)

§ Projeto “Mobilidade Cidadã” junto com o DETRAN, SESC e outros

parceiros para redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito no

DF.

§ Parceria de trabalho com o GEDARNI – HUB (Programa Presencial e

Virtual de Gerontologia Domiciliar, Avaliação e Reabilitação

Neuropsicológica para Inclusão Social do Idoso), para capacitação de

servidores da Atenção Primária à Saúde para inclusão social do idoso.

§ Parceria de trabalho com o Centro de Medicina do Idoso (CMI-HUB) para

capacitação de servidores da Atenção Primária à Saúde em atenção à

saúde do idoso.

§ Parceria com a GASPV/DIAPS/SAS/SES para avaliação da qualidade da

atenção prestada aos idosos institucionalizados.

§ Parceria com Secretaria de Educação do DF, Grupo“Ginástica nas

Quadras” e GEPAF/UnB (“Grupo de estudos e pesquisas de atividade

física para idosos” da UnB) para desenvolver o Projeto de “Atividade

Física Gratuita para Idosos” em todas as regionais de saúde do Distrito

Federal.

O GEDARNI – Programa Presencial e Virtual de Gerontologia Domiciliar,

Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica para Inclusão Social do Idoso é um

projeto coordenado pelo Prof. Dr. Sérgio Leme da Silva do Instituto de Psicologia

da Universidade de Brasília (UnB), em parceria com o Centro de Medicina do

Idoso (CMI), coordenado pelo Dr. Renato Maia Guimarães, com apoio da

Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).

Envolve ações de capacitação de profissionais da área de saúde do idoso

e ações de intervenções clínicas ambulatoriais, ambientais e domiciliares. Essas

duas ações são de caráter presencial e virtual, relacionadas à Assistência

Gerontológica, Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica que estão voltadas: à

educação das famílias e sociedade quanto às problemáticas do envelhecimento; à

saúde integral e preventiva do idoso quanto às neuropatologias do

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envelhecimento; à inclusão digital, social e familiar do idoso com a finalidade de

melhoria na qualidade de vida; ao desenvolvimento de tecnologias de tele-saúde

ao idoso; e ao ensino, pesquisa, divulgação e o compartilhamento acadêmico dos

conhecimentos adquiridos a partir das experiências vivenciadas no projeto

Gedarni, que, por sua vez, possam servir de subsídios para a formulação de

políticas de saúde gerais.

O Centro de Medicina do Idoso – Hospital Universitário de Brasília (UNB)

foi criado em 2003 presta assistência médica na área de geriatria e desenvolve

atividades de ensino, pesquisa e extensão. O atendimento é feito por profissionais

de áreas como medicina, psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional e

odontologia. O foco da unidade é sobre os problemas de demência,

principalmente a Doença de Alzheimer. Os pacientes fazem consultas e

participam de atividades físicas, de socialização e de estimulação cognitiva, entre

outras. Essas práticas os ajudam a desenvolver flexibilidade, reflexo, atenção e

coordenação motora.

A equipe multiprofissional conta com Geriatras, Neuropsicoólogos,

Psicólogos Clínicos, Odontologistas, Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais,

Educadores Físicos, Assistentes Sociais, Artistas Plásticos.

Os centros de saúde formam a rede de atenção básica. São os serviços

mais próximos da casa do cidadão e devem ser os primeiros a serem procurados

quando as pessoas apresentam algum problema de saúde.

Nestes centros são oferecidos diversos tipos de tratamento. Conta com

sala de pré-consulta do adulto, da mulher e da criança, teste do pezinho, sala de

injeções e curativos, sala de imunização, nebulização, coleta de exames

laboratoriais, dispensação de medicamentos, clínicas: pediatria,

ginecologia/obstetrícia, odontologia e serviço social. Programas Especiais:

combate e tratamento da hipertensão, diabetes, DST/AIDS, automassagem,

imunização e combate às cáries, assistência ao idoso e planejamento familiar,

tisiologia, desnutridos, assistência à mulher e à criança, saúde da família,

hanseníase, saúde da família para população de rua, tuberculose, climatério,

ambulatório de dependência química, PAISI (programa de atenção integral a

saúde do idoso).

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Os hospitais públicos podem ser regionais e locais de acordo com a área

de abrangência da população a ser assistida, são financiados e mantidos pelo

Estado, sendo o custo menor para os doentes em comparação com os hospitais

privados. No Brasil graças à concepção do Sistema Único de Saúde - SUS é

completamente gratuito.

Pode se constituir como de caráter específico, acompanhando as

divisões da especialidade médica por sexo, idade e/ou por atenção à patologias

específicas (hospital do câncer, hospital psiquiátrico, de oftalmologia etc.) ou

constituir-se como um hospital geral.

De acordo com Neri (2001), rede social de apoio é o conjunto

hierarquizado de pessoas ou instituições que mantêm entre si laços das relações

de dar e receber. Possui estrutura e funções diversificadas, segundo as

necessidades de cada idade.

Na análise de Alves, os idosos desenvolvem, se aproximam e valorizam

as redes de relações sociais de livre escolha, formadas por amizades construídas

e fortalecidas em locais de convivência, igrejas e vizinhança. Para grande parte

de idosos adicionam-se a isso, a possibilidade de se associarem em Centros de

Convivência e lazer, alternativas crescentes para os novos idosos, mais

saudáveis e mais aptos a reconhecer o valor dessa associatividade do que

aqueles mais antigos. (ALVES, 2007, p.138).

Segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, Serviço

de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Idosos é um Serviço da

Proteção Básica, que desenvolve atividades para contribuir no processo de

envelhecimento saudável, no desenvolvimento da autonomia e de sociabilidades,

no fortalecimento de vínculos familiares e comunitários e na prevenção de

situações de risco social.

Ressalta-se que no Distrito Federal existem 27 Centros de Referência de

Assistência Social (CRAS), 8 Centros de Referências Especializados de

Assistência Social (CREAS) e 17 Centros de Orientação Socioeducativo (COSE),

porém, não dispõem de serviços de convivência ou Socioeducativo para os

idosos.

Os usuários deste serviço são idosos, com idade igual ou superior a 60

anos, em situação de vulnerabilidade social, em especial idosos beneficiários do

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Benefício de Prestação Continuada, de famílias beneficiárias de programas de

transferência de renda, ou com vivências de isolamento por ausência de acesso a

serviços, oportunidade de convívio familiar, comunitário.

Os Centros de Convivência do Idoso tem como finalidade promover

atividades destinadas ao idoso, além de promover a sociabilidade, possibilitar a

sua independência e conscientizá-los de suas possibilidades criativas e

intelectuais. Proporcionar ao idosos a satisfação pessoal, evitando o isolamento

social.

O Centro de Convivência do Idoso da Universidade Católica de Brasília –

CCI é um Projeto Filantrópico que possibilita o acesso de idosos à Universidade

por meio de atividades físicas, artístico-culturais e socioeducativas, com o intuito

de elevar a auto-estima e fortalecer vínculos afetivos e familiares. O trabalho é

voltado para idosos, em situação de vulnerabilidade social, decorrente de

pobreza, privação ou fragilização afetiva. As ações contribuem para fortalecer a

autonomia e o envelhecimento saudável, prevenir o isolamento social e

proporcionar a educação continuada como instrumento de auto-realização e

reinserção social. As atividades são realizadas durante toda a semana em

horários diversos e, esporadicamente, nos finais de semana, de forma gratuita.

O Programa Assistência: Projeto Grupo dos Mais Vividos – SESC

(Serviço Social do Comércio) Unidade 913 Sul oferece há 36 anos atividades com

idosos. Das 12 unidades que existem atualmente no Distrito Federal, oito delas

trabalham com o Grupo dos Mais Vividos. Elas disponibilizam um espaço de

convivência social para esse público. O projeto foi criado com o objetivo de

minimizar os efeitos do envelhecimento e proporcionar novas experiências de vida

aos que têm mais de 60 anos de idade.

O Grupo dos Mais Vividos está presente nas unidades do SESC de

Ceilândia, Guará, Gama, Taguatinga Norte e Sul e Brasília (504 Sul, 913 Sul e

Setor Comercial Sul – Edifício Presidente Dutra), mas atende somente idosos

independentes.

É importante destacar, que todos os projetos e programas apresentados

nesse capítulo foram procurados pela pesquisadora nas regiões administrativas

do Distrito Federal, porém, funcionando efetivamente encontrou-se apenas a

vacinação direcionada aos idosos, a automassagem, terapias corporais e o

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Programa de Prevenção de Osteoporose nos Centros de Saúde, a capacitação de

servidores da Atenção Primária à Saúde no Centro de Medicina do Idoso, no

Hospital Universitário de Brasília.

Destaca-se ainda, que na ocasião da pesquisa o Centro de Convivência

do Idoso da Universidade Católica encontrava-se fechado devido a férias dos

professores e estudantes.

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CAPÍTULO IV

ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS NA PESQUISA DE CAMPO

Neste capítulo estão os resultados da análise das entrevistas com os

profissionais, assistentes sociais e uma psicóloga das instituições de Longa

Permanência para Idosos (ILPI) do Distrito Federal; com dois técnicos,

assistentes sociais de referência do idoso, do Centro de Referência Especializado

de Assistência Social de Brasília e dos dados recolhidos em material de

informação (folders, folhetos e revistas) cedidos pela Gerência de Serviço Social

da Saúde do Distrito Federal sobre: o número e a características dos idosos

acolhidos nas quatro instituições de longa permanência (ILPI) conveniadas com a

Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda

(SEDEST); as dificuldades apontadas pelas famílias para cuidar de seus idosos; a

Rede Social de Apoio para idosos no Distrito Federal e como se apresenta o

Sistema de Saúde para o Idoso do Distrito Federal.

4.1 O Perfil das instituições pesquisadas

Para tratar a questão do acolhimento nas Instituições de Longa

Permanência para idosos é preciso considerar, em primeiro lugar, o perfil das

quatro instituições pesquisadas e dos idosos ali acolhidos.

A seguir, um quadro que demonstra uma síntese dos principais aspectos

relativos à caracterização das Instituições de Longa Permanência para Idosos.

Cabe ressaltar, que todas são instituições não governamentais, a maioria

orientada por valores religiosos, dirigida por voluntários, e dependendo de

recursos da comunidade e do Estado para o seu funcionamento.

Observa-se que a participação comunitária no abrigo se dá por meio dos

trabalhos voluntários no âmbito de serviços complementares, realizados por

estudantes estagiários, recreadores, orientadores espirituais/religiosos, médicos,

dentistas e terapeutas.

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Quadro 1 – Perfil das Instituições de Longa Permanência para Idosos

pesquisadas.

Instituições ONG/Pública

Vínculo

Religios

o

Fundação Direção

Recursos

Financiam

ento

Lar Bezerra

de Menezes

Não

Governamenta

l

Espírita

1981

Voluntári

o

Doações/

Público

Lar São José

Não

Governamenta

l

Católica

1961

Voluntári

o

Doações/

Público

Lar dos

Velhinhos de

Taguatinga

Não

Governamenta

l

Católica

1966

Voluntári

o

Doações/

Público

Lar dos

Maria

Madalena

Não

Governamenta

l

Espírita

1980

Voluntári

o

Doações/

Público

Elaboração própria

4.2. Algumas características dos idosos acolhidos nas Instituições de Longa Permanência para Idosos do Distrito Federal.

Quadro 2 – Perfil dos idosos pesquisados: Sexo x Dependentes e

Independentes

Perfil Idosos Pesquisados

Sexo Dependentes Independentes

Feminino 86 56

Masculino 34 39

Total 120 95

Elaboração Própria

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32

Quadro 3 – Perfil dos idosos pesquisados: Escolaridade x Visita Familiar x

Cor x Renda.

Perfil Idosos Pesquisados

Escolaridade

Não

alfabetizad

o

Ensino

Fundamental

Incompleto

Ensino

médio

Ensino

Superior Total

58 66 90 1 215

Visita

Familiar 64 entre eles: sobrinhos, ex esposas e filhas

64

Cor Branco Negro Total

119 96 215

Renda Aposentadoria

BPC (Benefício da prestação

continuada) Total

70 145 215

Doenças

Alzheimer, Demência, Parkinson, Depressão, Artrose,

Bronquite, Cardiopatia, Chagas, Epilepsia, Obesidade, Seqüela

de AVC, Transtornos bipolar/mental, Hipertensão, Diabetes,

Deficiência intelectual, Osteoporose, Deficiência auditiva e

visual.

215

Elaboração própria

Nas 4 instituições pesquisadas foram encontrados 215 idosos residentes,

sendo que o sexo feminino era 66% do total. Este dado demonstra que as

mulheres são a maioria, pois se verifica que os homens são mais sujeitos a se

envolver em acidentes fatais, situações de violência ou com esportes que

oferecem riscos de vida.

A pesquisa também coletou informações a respeito da escolaridade dos

residentes e evidenciou que 26% não foram alfabetizados, 30%, apresentam o

ensino fundamental incompleto, 41% cursaram o ensino médio e apenas uma

idosa possui nível superior.

Quanto à cor, segundo os profissionais, a maioria, 55% deles se

denominou branco. Curiosamente, todos esses idosos possuem famílias, porém,

70% não recebem visita de familiares e entre os 29% que recebem visitantes

semanais, destacam-se as pessoas da comunidade e as filhas e genros, com as

maiores freqüências. Já, o grupo de visitantes composto por sobrinhos e ex-

mulheres é mais freqüente nas visitas mensais, anuais e em datas especiais.

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Confirmando que as mulheres continuam assumindo o papel de cuidadora,

mesmo com novas funções sociais.

No que diz respeito à renda, verificou-se que 67% recebem o benefício da

prestação continuada (BPC), em virtude de não terem contribuído para

previdência social, porque trabalharam de maneira informal e precarizada, ou

seja, a maioria absoluta dos idosos são pobres e tem como rendimento até um

salário mínimo de renda mensal, proveniente, em geral, dos benefícios da

previdência e assistência social.

Verificou-se que os 215 idosos acolhidos apresentam algum tipo de doença

degenerativa e observaram-se casos de transtornos bipolar/mental, apesar da

entidade não oferecer profissionais especializados para o atendimento adequado.

Os técnicos entrevistados nas entidades identificaram a necessidade da

participação dos familiares no cuidado ao idoso, além de uma melhor integração

entre o Conselho do Idoso, Secretaria Especial do Idoso, ONGs, Central Judicial

do Idoso e Ministério Público para chamar à responsabilidade as famílias dos

acolhidos, que apresentam um baixo número de visitas, o que acarreta em muitos

casos o abandono, a solidão, a depressão e o estresse.

Porém, observou-se que as entidades não apresentam projetos com

alternativas para aumentar a participação e a integração das famílias e da

comunidade no cotidiano dos idosos que residem nas ILPIs, para que eles se

sintam incluídos na sociedade e possam ter assegurados os seus direitos.

4.3. Motivos que levaram ao acolhimento os idosos da pesquisa.

Quanto aos motivos do acolhimento, os profissionais do CREAS Brasília

mediante as justificativas apontadas pelas famílias informaram que predominam a

impossibilidade momentânea ou permanente de cuidar do idoso em função de

problemas de saúde; comprometimento com a saúde do idoso que exigem

atendimento especializado; necessidade do cuidador da família trabalha;

condições socioeconômicas que impossibilitam o pagamento de cuidador e falta

de equipamentos na comunidade para dar suporte as famílias que precisam

trabalhar durante o dia e não tem com quem deixar o idoso.

A técnica de uma das instituições revelou a história de um idoso que foi

abrigado a pedido da filha aos 87 anos, ficou por um ano na instituição e voltou a

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conviver com a filha, mas precisou ser abrigado novamente quando a filha perdeu

o emprego e não apresentou mais condições socioeconômicas para cuidar

sozinha do pai.

Verifica-se, a partir do relato da profissional da instituição, que as famílias

dos idosos acolhidos não apresentam redes sociais primárias de apoio. É notório,

que ao longo da vida as pessoas constituem uma rede social primária composta

por familiares, vizinhos, pessoas amigas, colegas de trabalho, igrejas, clubes ou

organizações sociais das quais participa. Essa socialização é muito importante e

inicia-se na infância para o desenvolvimento de sua identidade coletiva. Mas

constata-se que as famílias dos idosos em situação de vulnerabilidade social não

vivenciam essa condição no Brasil.

As profissionais revelaram que as famílias desses idosos apresentam

histórico de mudança de sua cidade natal em busca de melhores condições de

vida, e em virtude disto vão perdendo durante esta caminhada, parentes, amigos

e outros.

Relataram que a inexistência de Centros Dia, de Centros de Referência

para o idoso, de serviços da saúde e da assistência nos domicílios eficazes e em

funcionamento e a falta de vínculo afetivo com o idoso também contribuíram para

o abandono/abrigamento.

Cabe ressaltar, que os serviços oferecidos pela rede de saúde, como os

projetos do NAISI e do GERDANI foram procurados pela pesquisa, mas passam

por reformulações e não estão sendo oferecidos nesse momento. Ressalta-se

ainda, que o Centro de saúde de algumas regiões administrativas do Distrito

Federal não dispõe de servidores para implementar os serviços para idosos

apresentados na pesquisa.

Os serviços dos CRAS e COSES das regionais, também foram procurados

e não dispunham de profissionais para efetivar os projetos da política de

Assistência Social.

Situações como essas confirmam que a pouca atenção por parte do Estado

às famílias pobres que possuem idosos e não conseguem condições para cuidar

determina, na maioria das vezes, a institucionalização do idoso.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa nas Instituições de Longa Permanência para Idosos do DF, no

CREAS Brasília e na Gerência de Serviço Social da Saúde permitiu o

conhecimento das razões que levaram ao abrigamento 215 idosos do Distrito

Federal, das características desses idosos, da rede de saúde e da rede social de

apoio.

Apesar do Estatuto do Idoso, em seu Art.3, estabelecer que é obrigação

da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso,

a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação e a Convivência Familiar e

Comunitária, as razões encontradas pela pesquisa confirmaram a hipótese

anteriormente levantada de que: As famílias não encontraram alternativas de

cuidados para seus idosos senão na institucionalização; O sistema de saúde do

Distrito Federal não oferece serviços de atendimento especializado eficazes para

os idosos; A rede social de apoio a essas famílias, tanto pela política de

assistência social, quanto pela política de saúde são escassas e fragilizadas.

Observou-se que os idosos são deixados nas Instituições de Longa

Permanência, pois as famílias não encontram em suas regionais os equipamentos

da rede de proteção para atendimento das pessoas idosas, como previsto na

Constituição, que inclui: “centros de convivência, casas lares, centros dia,

atendimentos domiciliares, dentre outros, em articulação com as demais políticas

públicas”.

A partir da Constituição brasileira, o sistema de saúde deve dispor de

serviços que promovam a melhor qualidade possível de saúde, para proteger as

pessoas de doenças e agravos que possam ser prevenidos. Esses serviços

devem ser organizados, sob direção única do Estado, de forma integrada,

evitando duplicações, garantindo atendimento integral, e quando o poder público

considerar necessário, utilizar de forma complementar os serviços das instituições

privadas.

Diante disto, foi possível constatar que os serviços de saúde da rede

pública são utilizados pela maioria das famílias brasileiras, sendo os mais

demandados a entrega de medicamentos, o atendimento médico, vacinas,

curativos e exames. Portanto, ao se pensar em políticas públicas, deve-se

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considerar a relevância do atendimento da Atenção Básica, principalmente dos

Centros de saúde, para os idosos.

Verificou-se durante a pesquisa que o serviço de Proteção Social Especial

do Distrito Federal deveria identificar nas ILPIs potenciais usuários para o Serviço

de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e os encaminharem para o Centro

de Referência de Assistência Social – CRAS do território, visando fortalecer o

vínculo afetivo entre o idoso e sua família e também providenciar a inclusão dessa

família em cadastro para benefícios sociais, que auxiliam no empoderamento da

família para receber o idoso novamente.

Com esse estudo foi possível perceber que, antes do acolhimento, há

uma quantidade de situações que levam as famílias a se desfazerem de seus

idosos, como a questão sócioeconômica e sua repercussão nas relações

familiares, constituindo um fator que determina a violência e a negligência contra

a pessoa idosa, que justificam a separação dos seus entes queridos.

Outra observação que merece destaque é o abandono, a falta de trabalho

dos técnicos das instituições com as famílias e o escasso número de visitas

recebidas nas ILPIs fatores que desencadeiam tristeza, revolta e contribuem para

o aparecimento de depressões e óbitos precoces nos idosos.

Porém, se o abandono do idoso por sua família é tão significativo, por que

os técnicos das instituições sabendo dessa circunstância, não realizam um

trabalho direcionado as famílias para modificar essa situação? O cenário

apresentado nos faz refletir sobre a pouca importância que os profissionais

atribuem as necessidades e desejos prioritários no atendimento aos idosos.

Destaca-se também, que durante a pesquisa alguns profissionais

demonstraram que além da sobrecarga de trabalho faltam orientação profissional

e capacitação para elaboração de projetos e planos de trabalho adequados a

essa realidade.

Essa análise demonstra que esta situação poderia ser melhorada com a

realização e execução de um planejamento multidisciplinar, envolvendo parcerias

com setores da sociedade, orientados por profissionais e mediados pelo controle

social. Fato que aponta para a necessidade de maior investimento em políticas

públicas de capacitação e educação continuada para o atendimento ao idoso do

Distrito Federal.

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Realizando uma comparação entre os resultados da pesquisa com os

definidos na Política Nacional do Idoso, na LOAS e no Estatuto do Idoso

identifica-se um distanciamento entre o atendimento preconizado pela legislação

e a capacidade real de atendimento ao idoso do Distrito Federal.

Em síntese, a pesquisa indica a necessidade de políticas públicas

específicas voltadas à melhoria do atendimento ao idoso e a sua família no

Distrito Federal. É urgente melhorar a articulação entre os serviços públicos já

existentes, ampliar, qualificar e orientar os profissionais atuantes nos quadros

técnicos dos CREAS, CRAS, da Rede de Saúde e das instituições de

acolhimento, bem como os Conselhos e a Rede de Garantia de Direitos dos

Idosos do DF precisam acompanhar mais de perto todas essas instituições.

Também é importante destacar que os profissionais das ILPIs não contam

com uma rede de apoio ao seu trabalho, que lhes dê respaldo para sua atuação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Andréa Moraes. Os idosos, as redes de relações sociais e as

relações familiares. Idosos no Brasil:vivências, desafios e expectativas na

terceira idade/organizadora Anita Liberalesco Neri – São Paulo: Editora Fundação

Perseu Abramo, Edições SESC – SP, 2007.

BRASIL. Lei 10.741, de 01 de outubro de 2003. Estatuto do Idoso. Brasília,

2003.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil:

promulgada em 5 de outubro de 1988: atualizada até a Emenda Constitucional

número 20, de 15-12-1998. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.

BRASIL. Lei nº. 8.842, de 4 de janeiro de 1994. Política Nacional do Idoso.

Brasília, 1994.

CAMARANO, Ana Amélia (coord.). Características das Instituições de Longa

Permanência para Idosos: região Norte. Brasília: IPEA, 2008b.

CAMARANO, Ana Amélia e PASINATO, Maria Teresa. O envelhecimento

populacional na agenda das políticas públicas. In CAMARANO,A.A.(org) Os

novos idosos brasileiros. Rio de Janeiro, IPEA, 2004, P.253-292.

CANÔAS, C. S. (1983). A condição humana do velho. São Paulo. Editora

Cortez.

CARVALHO, Maria do Carmo Brant et al. Programas e serviços de proteção e inclusão social dos idosos. São Paulo: IEE/PUC-SP; Brasília: Secretaria de Assistência Social/MPAS, 1998.

C755 – Conselho dos Direitos do Idoso do Distrito Federal (CDI/DF), Idoso:

Informações sobre os direitos, políticas públicas e guia de serviços e benefícios

sociais (Brasília/2009)

Page 39: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · entrevistas com as profissionais das ILPI, como também com as profissionais do CREAS Brasília e na pesquisa do material da Gerência

39

DEBERT, Guita Grin. A Reinvenção da Velhice. Socialização e Processos de

Reprivatização do Envelhecimento. São Paulo, Edusp/Facesp, 1999.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1991. MINAYO, Maria Cecília da Souza Minayo (Org.) Pesquisa social: Teoria, método e criatividade, 7ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1994. MUCHIELLI, A. Que sais-je? In: Lês métodes qualitatives. Paris, Presses Universitaires de France, 1991. NÉRI, Anita Liberalesso - Idosos no Brasil: Vivências, desafios e expectativas na terceira idade – São Paulo: editora Fundação Perseu Abramo. Edições SESC, SP, 2007. 288p NOVAES, Regina Helena Lasneaux. Os asilos de idosos no Estado do Rio de Janeiro – Repercussões da (não) integralidade no cuidado e na atenção à saúde dos idosos. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) – Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ, 2003.

PEREIRA, Potyara A. Política de Assistência Social: avanços e retrocessos. In: Cadernos do CEAM, nº 11, Brasília: CEAM/UnB, 2002. PEREIRA, T. M. F. A. (2005). História de vida de mulheres idosas: um estudo sobre o bem-estar subjetivo na velhice. Dissertação de mestrado, programa de Pós Graduação em Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, RN. Revista Serviço Social e Sociedade, ano XXIV, n.75, p.84-102, 2003. Vieira EB. Manual de gerontologia: um guia teórico prático para profissionais, cuidadores e familiares. Rio de Janeiro: Revinter; 1996.

DOCUMENTOS ELETRÔNICOS DISPONIBILIZADOS NA INTERNET ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada, 283, de 26 de setembro de 2005. Disponível em www.portalsaude.gov.br.

Page 40: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · entrevistas com as profissionais das ILPI, como também com as profissionais do CREAS Brasília e na pesquisa do material da Gerência

40

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponibiliza estatísticas e publicações. Transferência de arquivos (download via FTP). Sumários da Revista Brasileira de Estatística (1940 a 1998) em WWW.ibge.gov.br/ Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - pesquisa do IPEA/CNDI/SEDH e CNPq (2006/2010), disponível no portal: www.ipea.gov.br/ Manual da Organização Mundial da Saúde – OMS – Disponível no portal: saude.gov.br/portal/saúde - Secretaria de Saúde do Distrito Federal

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LISTA DE SIGLAS

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CMI – Centro de Medicina do Idoso

CNI – Conselho Nacional do idoso

COSE – Centro de Orientação Socioeducativa

CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social

CRAS – Centro de Referência de Assistência Social

DF – Distrito Federal

GEDARNI – Programa Presencial e Virtual de Gerontologia Domiciliar, Avaliação

e Reabilitação Neuropsicológica para Inclusão Social do Idoso.

HUB – Hospital Universitário de Brasília

IPEA – Instituto de Pesquisa Aplicada

ILPI – Instituição de Longa Permanência para Idosos

SEDEST – Secretaria de Estado de Assistência Social e Transferência de Renda

SEDH – Secretaria de Direitos Humanos

CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Perfil das Instituições de Longa Permanência pesquisadas (pag.28) Quadro 2 – Perfil dos idosos pesquisados: Sexo x Dependentes e Independentes (pag.29) Quadro 3 - Perfil dos idosos pesquisados: Escolaridade x Visita Familiar x Cor x

Renda.(pag.29)

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ANEXO I – INSTRUMENTAL DE PESQUISA I

Roteiro Semi-estruturado de entrevista com profissional das Instituições de Longa Permanência para Idosos do Distrito Federal

(ILPI).

1. Qual o número de idosos acolhidos na instituição?

2. O recurso financeiro da Instituição é proveniente de onde?

3. De que forma os idosos são acolhidos na instituição?

4. Eles realizam as refeições na instituição?

5. Quais os profissionais envolvidos no atendimento?

6. Quais os recursos físicos da instituição?

7. Quais os serviços oferecidos na instituição?

8. Qual o objetivo do Serviço Social na instituição?

9. Quais as características dos idosos acolhidos na instituição em relação a:

§ Idade,

§ Sexo,

§ Saúde,

§ Cor,

§ Escolaridade,

§ Renda,

§ Possui vínculos familiares?

§ A família visita? Quem?

10. Quais os problemas enfrentados pelo profissional para reintegrar o idoso ao núcleo familiar?

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ANEXO II – INSTRUMENTAL DE PESQUISA II

Roteiro Semi-estruturado de entrevista com profissional do Centro de Referência Especializado de Assistência Social de Brasília

1. Que aspectos você identifica, no âmbito da família, que levaram o idoso ao

abrigamento?

2. Como e por que se dá o encaminhamento do idoso para o abrigamento?

3. Você acha que a situação econômica das famílias tem influenciado?

4. Você observa se a família tem conhecimento da rede social de apoio ao

idoso no território dela?

5. E da rede de saúde?

6. Você tem conhecimento da rede social de apoio ao idoso do Distrito

Federal?

7. Você tem conhecimento da rede de saúde para atendimento ao idoso do

Distrito Federal?

8. Em sua opinião, em que casos, o abrigamento do idoso é necessário?

9. Que sugestões você daria para melhorar a assistência às famílias de

idosos do Distrito Federal, para que elas pudessem permanecer com seus

idosos?

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ANEXO III - AUTORIZAÇÃO

AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

Ofício s/n Brasília – DF, 14 de março de 2012.

Senhora Diretora, Venho, por meio deste, solicitar a Vossa Senhoria autorização para Maria

Estela Dias Argolo, matrícula 48230, aluna de Pós-Graduação “Latu

Sensu”, do curso de Saúde da Família, telefones: (61) 30361142 ou 8441

0804, servidora da SEDEST, sob a matrícula 176.884 – 0, realize nesta

instituição, entrevista com os técnicos, que atendem idosos, do Centro de

Referência Especializado de Assistência Social de Brasília, sobre o tema:

Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) do Distrito Federal:

característica e rede social de apoio, para elaboração do trabalho de

conclusão de curso. Declaramos que as informações obtidas por meio

desta pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre a

participação dos profissionais. Os dados não serão divulgados de forma a

possibilitar a sua identificação.

Atenciosamente,

Maria Estela Dias Argolo

Assistente Social

Aluna

Ilustríssima Senhora Raquel Diretora de Serviço de Acolhimento da SED

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ANEXO VI - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESTABELECIDO

AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

Você está sendo convidado para participar da pesquisa: “Instituições de

Longa Permanência para Idosos (ILPI) do Distrito Federal: característica e rede

social de apoio”. A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu

consentimento. Sua recusa não trará prejuízo em sua relação com o pesquisador

ou com a instituição.

Os objetivos deste estudo são conhecer a característica do idoso acolhido

e identificar a rede social de apoio existente no Distrito Federal para esses idosos

e suas famílias.

As informações obtidas por meio desta pesquisa serão confidenciais e

asseguramos o sigilo sobre sua participação. Os dados não serão divulgados de

forma a possibilitar a sua identificação.

Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o

endereço do pesquisador principal, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e

sua participação, agora ou a qualquer momento.

Estela Argolo

SHCGN 715 Bloco B Casa 22 – Cep: 70770 – 702

Tel: (61) 3036 1142 / 8441 0804

Declaro que entendi os objetivos e benefícios de minha participação na pesquisa

e concordo em participar.

__________________________

Assistente Social/Psicóloga

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ÍNDICE CAPA.......................................................................................................................1

CONTRACAPA........................................................................................................2

AGRADECIMENTOS...............................................................................................3

RESUMO.................................................................................................................4

METODOLOGIA......................................................................................................5

SUMÁRIO................................................................................................................7

AGRADECIMENTOS ............................................................................................ 3

INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 8

CAPÍTULO I ......................................................................................................... 10

O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO, AS POLÍTICAS SOCIAIS E A LEGISLAÇÃO DO IDOSO BRASILEIRO ............................................................. 10

CAPÍTULO II ........................................................................................................ 17

AS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS ...................... 17

CAPÍTULO III ....................................................................................................... 24

O SISTEMA DE SAÚDE E A REDE SOCIAL DE APOIO PARA OS IDOSOS DO DISTRITO FEDERAL ........................................................................................... 24

CAPÍTULO IV ....................................................................................................... 30

ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS NA PESQUISA DE CAMPO ................... 30

4.1 O Perfil das instituições pesquisadas .......................................................... 30

4.2. Algumas características dos idosos acolhidos nas Instituições de Longa Permanência para Idosos do Distrito Federal. .................................................. 31

4.3. Motivos que levaram ao acolhimento os idosos da pesquisa. ................... 33

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 38

LISTA DE SIGLAS ............................................................................................... 41

LISTA DE QUADROS .......................................................................................... 42

ANEXO I – INSTRUMENTAL DE PESQUISA I .................................................... 43

Roteiro Semi-estruturado de entrevista com profissional das Instituições de Longa Permanência para Idosos do Distrito Federal (ILPI). ............................. 43

ANEXO II – INSTRUMENTAL DE PESQUISA II .................................................. 44

Roteiro Semi-estruturado de entrevista com profissional do Centro de Referência Especializado de Assistência Social de Brasília ............................. 44

ANEXO III - AUTORIZAÇÃO ................................................................................ 45

ANEXO VI - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESTABELECIDO ........... 46

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