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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
CIDADES: AVANÇOS E SUNTENTABILIDADE
Por: Cristiano dos Reis Prazeres
Orientadora
Profª. Maria Esther
Rio de janeiro, julho de 2014.
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
CIDADES: AVANÇOS E SUSTENTABILIDADE
Apresentação de monografia a AVM faculdade Integrada como requisito parcial
para obtenção do grau de especialidade em GESTÃO AMBIENTAL.
Por: Cristiano dos Reis Prazeres.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus por me proporcionar saúde e vitalidade para
poder prosseguir nos meus estudos, aos meus pais dona Laide e Sr Imael por
todo incentivo e também aos amigos da classe e aos professores pela atenção
que nos foi dado.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho com muito carinho e admiração aos meus amigos Mirela,
Marlon, Fernando e Eder que me acompanharam durante a minha graduação e
especialmente a Elizabeth Deussane e Fabine Morin que incetivaram a
prosseguir na pós-graduação.
RESUMO
Neste trabalho, será apresentados possíveis respostas ao desafio de uma
relação mais harmônica entre cidade, sociedade e natureza, buscando a
construção de uma cidade sustentável. Serão analisados sob a ótica de
diferentes dimensões como: socioambientais, políticas, econômicas, dentre
outros. As análises foram feitas para se chegar a um denominador comum a
respeito de com se pode haver progresso sem afetar o meio ambiente.
METODOLOGIA
As decorrentes discursões sobre sustentabilidade, meio ambiente, educação
ambiental e preservação, me despertou um interesse muito grande a esse
assunto. Daí, em pesquisas na internet, em livros indicados pelos professores
da pós-graduação como complemento das aulas, estarei abordando mais a
fundo sobre este assunto.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................2
CAPÍTULO 1- CIDADES....................................................................................5
1.1: LIXO............................................................................................................6
1.1.2: OBSOLÊNCIA PROGRAMADA E LIXO ELETRÔNICO...........................7
BOAS NOTÍCIAS................................................................................................7
CAPÍTULO 2- RECURSOS ENERGÉTICOS....................................................10
CAPÍTULO 3- GESTÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL......................................18
3.1: EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ANÁLISE COMO INSTRUMENTO DA
GESTÃO AMBIENTAL.....................................................................................18
3.2: INTEGRAÇÃO ENTRE OS SABERES: A IMPORTÂNCIA DA
TRANSDICIPLINALIDADE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E GESTÃO
AMBIENTAL......................................................................................................20
3.3: OS PASSOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL..............................................20
CAPÍTULO 4- INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS E DA GESTÃO
AMBIENTAL NO BRASIL..................................................................................23
4.1: COMO O MERCADO, A SOCIEDADE E O ESTADO NO PROCESSO DE
GESTÃO DO MEIO AMBIENTE........................................................................23
4.2: OS AVANÇOS DA INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS
AMBIENTAIS NO BRASIL..............................................................................25
4.3: LIMITES E CONTRADIÇÕES DAS POLÍTICAS AMBIENTAIS NO BRASIL
...........................................................................................................................25
CAPÍTTULO 5: DESTRUIÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS
DEGRADADAS.................................................................................................27
5.1: POLUIÇÃO E DEGRADAÇÃO
AMBIENTAIS....................................................................................................27
1
5.2: A IMPORTANCIA DA MATA CILIAR..........................................................28
5.3: OBSERVAÇÕES NECESSÁRIAS PARA INICIAR UM PROJETO DE
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS..................................................29
CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................32
WEBGRAFIA.....................................................................................................34
BIBLIOGRAFIA..................................................................................................35
2
INTRODUÇÃO
A densidade demográfica concentrada nas grandes cidades, mostra sem
dúvidas que o homem optou pelas zonas urbanas como sua moradia. Uma das
explicações para esse fenômeno, é que, são nas cidades que se encontram as
mais e melhores oportunidades de emprego, saúde, laser, cultura e também é
lá que encontramos os maiores problemas. O desafio da atualidade é
transformar, melhorar e amenizar os impactos que sofremos com estas
problemáticas, transformando os grandes centros em locais sustentáveis e
agradáveis de viver.
Quais são os verdadeiro desafios da sustentabilidades nas grandes cidades?
Como podemos progredir sem devastar o meio ambiente?
São com estas e outras perguntas que daremos inicio a esse trabalho para
tentarmos chegar a um denominador comum a respeito das dificuldades e
desafios no qual encontraremos para transformar as cidades brasileiras em
ambientes agradáveis de viver.
Após anos, décadas do homem viver na zona rural, em suas pequenas
propriedades e da agricultura de subsistência, aconteceu um fenômeno
mundial que chamamos de EXODO RURAL. Esse fenômeno, nada mais é que
a migração das pessoas do campo para a cidade. Isto ocorreu (e ainda ocorre,
mais em escala bem menor), dentre outros fatores, com a implantação de
relações capitalistas modernas, na maciça mecanização das atividades rurais
expulsando os pequenos produtores do campo e pela industrialização, que
levou as pessoas para a cidades atrás de melhores condições de vida, como
se foi falado anteriormente. Com tudo isso, surgiram vários problemas nas
cidades brasileiras, como por exemplo, crescimento desordenado e
favelização, que ainda nos deparamos com estes problemas sociais até hoje.
Vale a pena lembrar, no Brasil não houve (e ainda não há) um plano de
crescimento, uma infraestrutura para o desenvolvimento das cidades. Neste
caso, fica fácil listar inúmeros problemas a serem resolvidos, mais como se faz
tal coisa sem prejudicar as pessoas? Exemplo: como podemos desapropriar
pessoas de um determinado local, mesmo sendo em uma área de proteção
3
ambiental, lembrando que ela estão ali a anos, sem que haja um impacto na
vida dela? Não seria melhor não ter deixado construir? A resposta é bem
simples, falta de políticas públicas.
Mediante a tantos problemas, ambientalistas, ecologistas, biólogos, geógrafos,
gestores ambientais e outros profissionais da área, vem tentando encontrar
soluções para os desafios mencionados a pouco. Temos bons exemplos,
avanços e tecnologias a favor da conservação e preservação do meio
ambiente.
Um grande passo que demos em relação ao meio ambiente são as leis que
tratam dessa área. As leis que tratam do bioma brasileiro estão entre as mais
completas do mundo. Até meados da década de 1990, a legislação cuidava
separadamente dos bens ambientais de forma não relacionadas. Com a
aprovação da lei de crimes ambientais, ou da natureza, a sociedade brasileira,
os órgão ambientais e o Ministério Público passaram a contar com um
mecanismo para a punição aos infratores do meio ambiente, isto é animador!
Com o aumento de conscientização ambiental, engenheiros e arquitetos
dedicam cada vez mais seus projetos a favor do verde. Os edifícios verdes,
como são chamado as construções que seguem um determinado parâmetro e
que tem uma preocupação toda especial com o meio ambiente em que estão
inseridos e com a correta utilização dos recursos naturais necessários ao seu
funcionamento e a correta destinação dos resíduos gerados por essa
utilização. Assim, a preocupação com a eficiência e com a qualidade é sempre
voltada para o mínimo impacto ambiental possível.
Os recursos energéticos é outro ponto importante que vale a pena lembrar. São
delas que sai o “combustível” para mover as cidades. Devem ser as mais
limpas possíveis para não impactar no meio ambiente e também na vida das
pessoas, principalmente se a energia utilizada for as não renováveis, pois
temos que nos preocupar com as gerações vindouras, que legado iremos
deixar? O da conservação ou da destruição?
Qual é o resultado ou o que gera desse resultado de capitalismo x
industrialização x consumismo?
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Resíduos ou simplesmente lixo!
O Brasil ainda engatia no descarte dos resíduos sólidos. A grande maioria,
toneladas e mais toneladas de materias que pessoas e indústrias descartam
vão para os lixões. Com o avanço rápido da tecnologia, surgiu outro grande
problema, o lixo eletrônico. Sabemos que este devem ter uma destinação
especial, pois se for jogado no solo podem contaminá-lo.
É com base nas questões citados anteriormente é que daremos início a esse
trabalho, com o intuito de esclarecer alguns pontos, colocar em pauta algumas
ideias e sugestões para chegarmos a um denominador comum.
5
CAPÍTULO 1: CIDADES
Não há como negar, que o maior desafio para a humanidade na questão
ambiental, se encontra dentro das cidades. Não se podem tirar todos de dentro
dela e reconstruí-la, mas sim encontrar uma maneira de melhora-la sem
comprometer a qualidade de vida dos seus habitantes. Na verdade, a
preocupação com o meio ambiente só ganhou um foco maior nas últimas
décadas em diante. Parece que a “luz vermelha do alerta” acendeu
principalmente sobre um assunto que incomoda a muitos, o efeito estufa, mais
isto será comentada mais a frente.
No Brasil e em outros países subdesenvolvidos é fácil de encontrar a desordem
urbana, pois não houve no passado um planejamento que proporcionasse
cidades preparadas PARA O CRESCIMENTO POPULACIONAL. Com isto,
temos a impressão que elas são espaços aprisionador, ou seja, presos entorno
de concreto. Temos consciência de pessoas fazem parte das cidades. São
seus moradores dão vida, dinamismo, é um organismo vivo. Cidade, espaço e
paisagem é um assunto tão sério que durante décadas foram assuntos
discutidos por geógrafos e até nos dias atuais são mencionados, inclusive com
a participação de outros profissionais.
De acordo com MORAES (1990), o espaço em RATZEL é visto como base
indispensável para a vida do homem encerrando as condições de trabalho quer
naturais, quer aqueles socialmente produzidos. Como tal, o domínio do espaço
transforma-se em elemento crucial na história do homem. Já para
HARTSHORNE (1939), por sua vez, admite que conceitos espaciais sejam de
fundamental importância para a geografia, sendo tarefa dos geógrafos (e
também de outros profissionais) descrever e analisar a intervenção e
integração de fenômenos em termos de espaço. Agora para MILTON SANTOS,
que foi um geógrafo mais atual, não há como falar de sociedade e espaço
como se fossem duas coisas separadas. (Formação sócio espacial).
É fato, ao analisar os tópicos acima, podemos observar que, o homem, espaço
e natureza é uma coisa só, portanto, devemos viver harmoniosamente, em
perfeito funcionamento, sendo assim, temos que cuidar, preservar o nosso
ambiente.
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1.1: LIXO
O crescimento do poder aquisitivo, o perfil de consumo de determinada
população, maior consumo de produtos industrializados é o que contribui
para o aumento do lixo no Brasil. Ainda se pensarmos por um lado, o
crescimento dos descartes produzidos pelas pessoas não é um dos
maiores problemas que encontramos, mas sim o seu destino final e as
consequências causadas pela má destinação.
Os lixões, como são conhecidos os depósitos de lixo, contribui para uma
mazela brasileira. Pode-se pegar como exemplo o aterro sanitário de
JARDIM GRAMACHO, Duque de Caxias-RJ. Localizado numa área
pobre do estado, aquele lugar retrata uma triste realidade que
encontramos em diversos lugares do nosso país. Os caminhões
despejam (ou despejavam, pois este aterro já foi desativado após 34
anos de funcionamento) toneladas de lixo diariamente, sem controle e
qualquer adequação que respeitem as leis ambientais. O mais agravante
é, que centenas de pessoas, que moram entorno, entram nesses
depósitos, mexem no lixo sem qualquer preocupação e tentam retira dali
a sua sobrevivência.
Ainda convém ressaltar as degradações ambientais. Sem ter sido
planejado na época, o aterro sanitário de Gramacho, que é localizado às
margens da Baía de Guanabara, contribuiu e muito com a poluição
daquela região. O lençol freático totalmente contaminado, pois não
houve uma camada que impermeabilizasse o solo, devido a isso, o
Chorume entrou em contato com as águas subterrâneas e também com
a da Baía.
Com a decomposição do lixo, gás metano é liberado na atmosfera sem
qualquer intervenção que amenizasse os impactos causados por ele ou
até mesmo para ser reaproveitado.
Outro agravante são as centenas de urubu que voam sobre aquela
região. Além de causar doenças, também põe em risco a segurança das
aeronaves que passam por ali em baixa altitude, pois o depósito é
vizinho ao aeroporto internacional do Rio.
7
1.1.2:OBSOLÊNCIA PROGRAMADA E LIXO ELETRÔNICO
Obsolência programada “é a medida tomada promover a movimentação
da economia, um fato totalmente desesperado dos fabricantes da época,
foi estrategicamente diminuir o ciclo de vida dos produtos, de modo a
garantir um consumo contínuo através da insatisfação dos
consumidores”, diz Luiz Sampaio, diretor do IDEC (instituto brasileiro de
defesa do consumidor). Uma bela jogada do capitalismo, que na
atualidade através do marketing, impõe uma regra, a do “temos que ter”.
A obsolência programada faz parte de um fenômeno mercadológico
surgido nos países capitalistas (inclusive nos subdesenvolvidos) nas
décadas de 1930 e 1940, conhecido como “descartalização”. Faz parte
de uma estratégia de mercado que visa garantir um consumo constante
através da insatisfação que os produtos que satisfazem as necessidades
daquelas que os compram parem de funcionar ou tornem-se obsoletos
em um curto espaço de tempo, tendo que ser obrigatoriamente
substituídos de tempo em tempo por mais modernos. Esse fenômeno
pode ser notado facilmente nos computadores em duas situações: uma
é quando se quer trocar a memória RAM. Incrivelmente o encaixe da
mais nova não cabe na mais antiga, forçando trocar toda a placa mãe.
A segunda é na atualização dos SOFTERS, simplesmente tem que
comprar outro. Qual é o resultado desse ciclo vicioso? É simples, lixo
eletrônico.
Os resíduos computacionais também conhecidos resíduos eletrônicos
ou simplesmente lixo eletrônico, não podem ser descartados no lixo
comum, pois na composição das baterias e m outras matérias há metais
pesados que possam comprometer o solo, até mesmo de maneira
irreversível.
BOAS NOTÍCIAS
Nem só de más notícias vivem as questões ambientais no Brasil.
8
Nosso país, recicla 98% do alumínio. Leis ambientais mais rígidas e uma
maior consciência ecológica.
Um bom exemplo que podemos citar é da CTR (Central de Tratamento
de Resíduos) de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, no estado do Rio de
Janeiro. No tratamento de resíduos são usadas as melhores tecnologias
de engenharias sanitárias e ambientais. Cada tipo de lixo tem seu
tratamento adequado, também há uma unidade de tratamento de
chorume, de entulho onde o mesmo pode ser reaproveitado em outras
obras, sala para a ministração de aulas de educação ambiental, canteiro
de mudas. O gás metano que é produzido pela decomposição do lixo, é
canalizado e reaproveitado para mover turbinas para o funcionamento
da própria central.
Com tudo isso se prova que com vontade política se pode fazer muito
em favor do meio ambiente, minimizando ao máximo os impactos que a
população produz no seu próprio habitat .
Figura 1
A figura acima relata a gravidade e danos ambientais. Como se pode
notar, o local é cercado por rios, pela Baía de Guanabara e uma
comunidade carente.
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Figura 2
Figura 3
Visualizando as figuras posteriores, percebe-se que há como construir
um aterro sanitário eficiente sem causar danos ambientais.
O maior legado político que um governo pode deixar para seu país é
sem dúvida a EDUCAÇÃO. Na copa do mundo de 2014, durante os
jogos do Japão, os Japoneses, sem qualquer pedido, recolhiam o
próprio lixo, isso comprova que a educação é um diferencial muito
grande.
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CAPÍTULO 2: RECURSOS ENERGÉTICOS
A energia é fundamental para o funcionamento de uma cidade. É através dela
que os equipamentos de uma fabrica funcionam, as lâmpadas das casas
acende e assim segue o fluxo normal de funcionamento do dia a dia.
Os recursos energéticos, atualmente nos países industrializados, são usados
como fontes principais de energia os combustíveis fósseis, os quais tem
reservas limitadas e sua utilização tem causado graves consequência para o
meio ambiente, como efeito estufa, destruição da camada de ozônio e chuvas
ácidas.
Tudo teve inicio com a era industrial ou Revolução industrial. Esta teve início na
Inglaterra, no final do século XVII e conduziu a exploração em escala inédita
dos recursos naturais do planeta. As máquinas industriais e domésticas, os
meios de transportes modernos e a iluminação pública exigem a produção de
enormes quantidades de combustíveis e eletricidade.
Com a “onda” de sustentabilidade em alta, colocou-se em destaque a procura
por outras fontes de energia, mais limpas, que não causassem prejuízos
ambientais e que não se esgotassem. Entretanto, houve avanços tecnológicos
que permitissem a criação de outras fontes, mais que ainda financeiramente
não são viáveis. Mais será que há preço que pague a preservação ambiental?
O petróleo, por se tratar de um produto com alto risco de contaminação,
provoca graves danos ambientais ao entrar em contato com a água de oceanos
e também com o solo. Já houve vários acidentes envolvendo vazamento de
petróleo (sejam em plataformas ou em navios e refinarias) em décadas de sua
exploração. O ecossistema leva anos para se recuperar das mazelas causadas
por esse óleo, por ser muito espeço, sua remoção é muito complicada.
Petróleo, talvez tenha sido um dos recursos mais disputado e que tenham
causados conflitos pelo mundo. Já houve guerra por causa dele e as
expectativas que ainda terão.
O cientista político Norte americano Michael Klare, que dos 62 anos de sua
vida, 35 anos são dedicados a estudos em relações ao petróleo e conflitos
11
gerados por sua causa, disse numa entrevista a FOLHA que, partindo de
projeções em que o crescimento da demanda por petróleo vai superar a oferta
global, daí reforça-se a importância por busca de novas fontes. Klare estima
que o mundo vive “o crepúsculo do petróleo”, um momento de transição entre a
abundância e a escassez. O cientista afirma que, “estamos vendo um forte
aumento na procura por petróleo, muito dessa demanda vindo da China, Índia,
Coréia do Sul, Brasil, México e outras economias em desenvolvimento”. “Ao
mesmo tempo, testemunhamos um forte declínio na taxa de novas descobertas
de campos de petróleo”.
Com a crescente dependência do petróleo e sua escassez no futuro, novas
fontes alternativas de energia será a possível solução de crises e conflitos em
relação ao petróleo.
O carvão mineral é a segunda fonte de energia mais utilizada no mundo,
depois do petróleo e tão poluidor quanto. Embora utilizado como combustível, o
carvão só começou a ser minerado de forma mais sistemática na Europa por
volta do século XIII. Mais uma vez, por causa da Revolução Industrial, o carvão
passou a ter grande importância para a economia industrial, quando a máquina
a vapor passou a ser utilizada na produção manufatureira.
A queima desse mineral para a obtenção de energia produz efluentes
altamente tóxicos como por exemplo Mercúrio e outros metais pesados. Além
disso, a liberação de Dióxido de Carbono causa poluição na atmosfera,
agravando o aquecimento global e contribuindo para as chuvas ácidas. Na
década de 1950, a poluição atmosférica devido ao uso do carvão causou
elevado número de mortes e deixou milhares de pessoas doentes em Londres,
durante o “Grande Nevoeiro”. O fenômeno foi considerado um dos piores
impactos ambientais até então.
Por ser mais limpa, a utilização do Gás Natural como insumo energético
apresenta algumas vantagens ambientais se comparada a outras fontes fosseis
de energia. Entre eles pode-se citar, a baixa presença de contaminantes,
combustão mais limpa (que melhora a qualidade do ar, pois substitui formas de
energia poluidoras como o carvão, lenha e óleo combustível, contribuindo
também para a redução do desmatamento), menor contribuição na emissão de
12
CO2 por unidade de energia gerada, pequena exigência de tratamento de
gases de combustão, maior facilidade de transporte e manuseio ( o que
contribui com o tráfego de caminhões que transportam outros tipos de
combustíveis), não requer estocagem (eliminando o risco de armazenamento
de combustíveis), maior segurança (por ser mais leve que o ar, o gás se
dissipa rapidamente pela atmosfera em caso de vazamento).
O gás natural também é um combustível fóssil, sendo que, ele é menos
prejudicial ao meio ambiente que os outros. Ele é basicamente uma mistura de
hidrocarbonetos leves à temperatura ambiente e pressão atmosférica que
permanece no estado gasoso. O gás natural é mais leve que o ar, inodoro,
incolor e atóxico. É uma fonte de energia limpa, que pode ser utilizado nas
industrias, residências e até mesmo nos carros, substituindo outro
combustíveis mais poluentes. As reservas de gás natural são muito grandes no
Brasil, mas também somos grandes importadores, principalmente oriundo da
nossa vizinha, a Bolívia.
O GNV(gás natural veicular) é uma excelente formar de mitigar os danos
causados pelas emissões de gases poluentes emitidos pelos carros.
O estado do Rio de Janeiro foi um dos pioneiros a incentivar o uso do GNV nos
veículos de passeio. Esses incentivos veio em forma de beneficio financeiro, ou
seja, na redução do IPVA de até 75%. Com esta medida, os gases que
contribuem para o efeito estufa está sendo reduzido e conforme o aumento na
frota dos veículos com GNV consequentemente reduzirá ainda mais esses
poluentes que fazem mal ao meio ambiente.
Em contra partida, o Brasil ainda está atrasado em questões sobre o GNV, pois
ainda ficamos atrás de países como Cingapura, Índia e Indonésia que o seus
governos incentivam a fabricação de carros já com este combustível, sendo
que aqui, somente uma montadora oferece apenas um modelo de carro com
este tipo de combustível já saindo das fabricas.
Deve-se considerar os benefícios ao meio ambiente, ir além dos incentivos
fiscais, pois ganharíamos muito se a maioria dos carros fossem menos
poluentes, que também diminuiriam o números de pessoas com doenças
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respiratórias. Com isto, reduziria também o gasto do Governo para tratar
dessas pessoas, ou seja, será um beneficio.
Ao contrário do que se pensa, a geração de Energia Nuclear é bem segura. O
que causa grandes discursões é o destino dos descartes que ela produz.
A tecnologia nuclear no Brasil tem como finalidade a geração de energia
elétrica. Aproveitando-se do calor emitido na reação para aquecer a água até
transforma-se em vapor, assim movendo um turbo gerador.
Em comparação com a geração hidrelétrica, a geração a partir da energia
nuclear a vantagem de não precisar o alargamento de grandes áreas para a
formação dos lagos de reservatório, evitando assim a perda de reservas
naturais ou de terras agricultáveis, também a remoção de comunidades inteiras
das áreas que são alagadas. Outra vantagem da energia nuclear a geração à
hidrelétrica é o fato de que a energia nuclear é imune a alterações climáticas
futuras que por ventura possam trazer alterações no regime de chuvas.
A principal vantagem da energia nuclear é a não utilização de combustíveis
fósseis. Considerada como vilã no passado, vista como “perigosa”, a energia
nuclear passou a ser defendida por muitos ecologistas, por não gerarem gases
do efeito estufa. Estes ecologistas defendem uma virada radical em direção à
energia nuclear como forma de combate o aquecimento global.
Como já foi falado a pouco, o lixo radiativo é a maior preocupação com
relação a geração da energia nuclear. O rejeito radiativo geralmente é baixo,
mas representa um problema, pois os elementos contidos no combustível
queimado, demoram um tempo muito longo para descaírem em outros
elementos e apresenta alta radiatividade, portanto é necessário que eles
fiquem confinados em um depósito próprio (de preferencia subterrâneo) onde
não possa haver interferência humana externa nem interferência ambiental (já
que a mesma pode causar vazamentos e deslocamentos dos elementos).
No Brasil, já houve acidente com lixo radiativo. O acidente radiológico de
Goiania foi um grave episódio de contaminação por radiatividade. Esse
acidente foi classificado como nível 5, ou seja, acidente com consequência de
logo alcance.
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Na verdade, este acidente não foi causado por falha no descarte, mas sim por
ignorância. Devido ao não conhecimento do símbolo de radioatividade, catados
entraram em um hospital abandonado e subtraíram um aparelho um aparelho
que era utilizado em radioterapias. O mesmo foi desmontado e repassado a
terceiro, causando um rasto de contaminação.
Cabe salientar mediante a essa situação a importância da educação no que se
diz respeito a segurança, passando para a população sobre os riscos de
contaminação dos produtos radiativos.
Vejamos a tabela sobre a produção de energia nuclear. Tabela 2.1
No que pode ser visto na tabela acima é que mais uma vez o Brasil, com toda
sua imensidão, crescendo economicamente, ainda continua defasado no
tocante a energia nuclear. O governo brasileiro tem que investir nesse recurso
que é mais limpo e menos devastador em prol do meio ambiente.
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O Brasil é o país que mais construiu Usinas Hidrelétricas no planeta, e está
altamente dependente da hidroeletricidade, com 80% da sua energia elétrica
de grandes represas.
Apesar de novas medidas para diversificar as suas fontes de energia elétrica,
as agencia de planejamento de energia e as industrias seguem pressionando
pela grande expansão da geração de hidroelétricas no Brasil, argumentando
que seja crucial para a economias do país crescer.
A construção de barragens já provocou inúmeros impactos sociais e
ambientais. O MAB (movimento dos atingidos por barragens), estima que um
milhão de brasileiros já sofreram impactos da construção de barragens, e que
70% das populações nem sequer receberam indenizações para as suas
perdas. O MAB, originalmente formado das populações atingidas por Itaipu nos
anos 70, hoje é um movimento no nível nacional, uma das organizações de
atingidas por barragens mais fortes do mundo.
Figura 1 Figura 2
Figura 3 Figura 4
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As figuras anteriores retratam muito bem os impactos ambientais causados
pela construção das usinas hidrelétricas.
Discursões recentes mostram a falta de transparência e a impropriedade dos
procedimentos para planejamento e licenciamento de novas represas no Brasil.
Estudos de impactos ambientais da usina Barra Grande, no rio Pelotas, na
bacia do Uruguai foram verificados a ser fraudulentos, por omitir o fato de que a
represa inundaria milhares de hectares de florestas primárias. O governo
brasileiro ignora as recomendações da Comissão Mundial de Barragens,
dizendo que seguindo as recomendações da CMB impossibilitaria a construção
de novas barragens.
Por ser rico em rios e chuvas, o Brasil tem vantagens em construir hidrelétricas,
mas em contra partida, os impactos ambientais são gigantescos e irreversíveis
e também o impacto social é muito grande, devido à remoção da população
indígena e até mesmo de uma cidade inteira.
Mesmo estando muito distantes dos grandes centros urbanos, as hidrelétricas
são as principais fontes que as alimentam. Daí, tende se a necessidade de
pensar em novas fontes de energias menos impactantes, mais limpas, em favor
do meio ambiente.
O Brasil é um país riquíssimo no tocante de Energia Renovável, que são
aquelas que vêm de recursos naturais. A utilização dela ainda é muito
pequena, em comparação dos benefícios que ela pode fornecer. Somente 19%
do consumo mundial veio de fontes renováveis.
A energia da biomassa é aquela que se obtém através da transformação de
produtos de origem animal e vegetal. Mais uma vez o Brasil foi um dos
pioneiros nesse tipo de energia, foi na implementação do Programa Nacional
do Álcool ou Pró Álcool. Este programa financiado pelo governo brasileiro a
partir de 1975, foi para substituir a gasolina devido a crise do petróleo em 1973
e outra mais grave em 1979. Foi uma ótima alternativa, pois o álcool
(proveniente de cana-de-açúcar) tem uma combustão mais limpa, favorecendo
a redução dos poluentes que prejudicam o ar.
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Outro tipo de energia que tem um futuro promissor no país e a energia eólica,
devido grande extensão territorial litorânea, onde os ventos são constantes. O
contra ponto é que sua instalação é muito caro, mais assim como no pro álcool,
o governo poderia financia-la. A modificação da paisagem também é outro fator
negativo, mais o beneficio ao meio ambiente será bem maior.
Cabe salientar que mesmo sendo fontes de energias mais limpas, os recursos
energéticos renováveis também causam danos ao meio ambiente, sendo que,
numa escala consideravelmente menor. Em contra partida, deve-se olhar as
vantagens. Só o fato dessas fontes não produzirem os gases que contribuem
para o efeito estufa e aquecimento global, é de considerar a sua importância
para a humanidade, que almeja viver em cidades mias agradáveis.
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CAPÍTULO 3: GESTÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A gestão ambiental é uma área do conhecimento e ocupação profissional
extremamente nova, que nasce no contexto da crise ambiental que se
intensificou a partir da década de 70 em todo mundo. Desde então passou a
observar o desenvolvimento de diversas abordagens de explicações da
questão ambiental, colocando em discursão a forma como o homem gere os
recursos naturais para a satisfação de suas necessidades podem vir a colocar
em desequilíbrio num futuro próximo a existência humana no planeta terra.
Mediante a esse cenário, estudiosos da gestão ambiental apontam que a
mesma deva ser compreendida como processo que visa minimizar e se
possível e desejável eliminar os aspectos intensificadores, causadores de
danos ao meio ambiente.
A gestão ambiental segundo Leff (2001), diz respeito a maneira de gerir a
utilização dos recursos naturais, como vistas a minimizar os impactos gerados
pelo homem como ser social. Uma vez esse aspectos ocasionados pelo
homem se assenta sob três variáveis (três pilares) que estão inter relacionadas
e que são: a diversidade dos recursos extraídos do ambiente natural, a
velocidade de extração dos recursos, que permitem ou não a sua reposição e
as formas variadas e distintas na disposição e tratamento dos resíduos
produzidos.
Tavoloro(2001), que compartilha a mesma visão de Leff, diz que a gestão
ambiental é um fenômeno eminentemente próprio à modernidade avançada ou
pós-moderna e que por assim se exige um urgente, urgentíssimo processo de
mudança nos padrões de comportamento vigente na sociedade moderna e na
forma como as pessoas vivem em interação com o meio ambiente em todas as
suas dimensões.
3.1:EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ANÁLISE COMO INSTRUMENTO DA
GESTÃO AMBIENTAL.
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A educação ambiental vista como um instrumento voluntário de gestão
ambiental, segundo os critérios os critérios de Baumol e Oates (1979), está
classificada como persuasão moral e tem importância singular, principalmente,
no “despertar” das ações em busca do equilíbrio das relações homem x
natureza.
Os instrumentos de persuasão e a educação ambiental apresenta como fator
positivo seus efeitos de dispersão. Ao persuadir alguém a mudar seu
comportamento relativamente a um problema ambiental, o sentido cívico sobre
este problema tende a gerar efeitos colaterais em outras situações ambientais.
As principais limitações como instrumento de política são que nem todas as
pessoas são igualmente sensíveis a condições morais, éticas ou cívicas.
Alguns responderão a essas argumentações, enquanto outros não, recebendo
seus benefícios sem arcar com seus custos. Uma outra limitação está
relacionada com o comportamento de longo prazo. Será que as mudanças
decorrentes de argumentos éticos, cívicos e/ou morais com o indivíduo ao
longo de toda vida?
É preciso visualizar as relações natureza x homem não podem ser explicadas
ou entendidas numa visão éticas centradas na natureza com sugeria a
“vertente ecológico-preservacionista da educação ambiental” da década
de 70. É preciso visualizar as relações natureza-sociedade, como preceitua a
“vertente socioambiental da educação ambiental” que surgiu na década de
80. Por outro lado na década de 70, começaram as discursões sobre a eficácia
da educação tradicionalista, que tinha o objetivo de fornecer conteúdos a
serem aprendidos numa visão tecnicista de formar indivíduos para o mundo do
trabalho.
Sob o ponto de vista de Sewel (1978), que considera o controle ambiental
como o “ato de influenciar as atividades humanas que afetam a qualidade do
meio físico do homem, principalmente, o ar, a água e as características
terrestres”, a educação ambiental é parte dos processos e dos métodos de
controle ambiental que ainda podem variar imensamente, porém, para que o
controle ambiental tenha efetividade, deve-se influenciar o comportamento
20
grupal, pedir, convocar a participação de todos, sendo assim, um certo grau de
consenso deve ser alcançado.
3.2:INTEGRAÇÃO ENTRE OS SABERES: A IMPORTÂNCIA DA
TRANSDICIPLINARIDADE DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E GESTÃO
AMBIENTAL.
Nos dias de hoje, um grupo cada vez maior de pensadores, em destaque,
Edgar Morin, nos apresentam concepções de organização entres todos os
elementos que fazem parte do planeta e do universo, rompendo com posições
cartesianas tradicionais da ciência. Para Prigogine (2001), a humanidade e a
ciência encontram-se numa era de transição, sendo preciso ultrapassar a
fragmentação herdada do passado.
É muito importante unir conhecimento de diversas áreas do conhecimento, daí
a importância de se romper com essa forma de pensamento fragmentado, vêm
cada vez mais substantivando nos debates acadêmicos, e é uma preocupação
de muitos estudiosos propor como mencionamos anteriormente ( a junção de
ideias) uma reforma de pensamentos que seja capaz de gerar do contexto
complexo.
A combinação de uma educação ambiental que incorpore as dimensões
sociais, econômica, política, cultural e histórica com outros instrumentos,
procurando resolver juntos com outros problemas sociais e ambientais,
tornarão a educação ambiental eficiente.
3.3: OS PASSOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Na esperança do crescimento da educação ambiental como instrumento de
gestão ambiental, a conferência de Estolcomo (1972), foi um marco na
identificação dos problemas ambientais, porém, não determinou ações que
indicou caminhos para resolve-los. Os princípios de educação ambiental
estabelecidos no seminário de Tammi (Unesco, 1974), esses sim, foram
considerados um marco na busca e soluções. Em 1975, a Unesco cria a
21
PIEA (programa internacional de educação ambiental), destinado a
promover, nos países membros, a reflexão, a ação e a cooperação
internacional neste campo.
Foi realizado em 1977, em Tbilisi, antiga URSS, a conferência
intergovernamental sobre educação ambiental, cujas as dimensões de
conteúdo é prática de educação, orientada para a resolução concreta dos
problemas ambientais por meio de enfoques interdisciplinares e de uma
participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade, constitui-
se até hoje ponto determinante no Programa Internacional de Educação
Ambiental.
No brasil, em 1973, foi criada a SEMA ( Secretaria Especial de Meio Ambiente).
Em 1981, sob a lei 6938/81, que define a política nacional de meio ambiente,
situa a educação ambiental como um dos princípios que garantem a:
(...) a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propricio à
vida, visando assegurar no país condições ao desenvolvimento
socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da
dignidade da vida humana.
Recomenda-se ainda que a educação ambiental em todos os níveis de ensino
e em programas específicos direcionados para a comunidade. Esta posição é
reforçada no decreto 88.351/83. A Rio-92 corroborou as premissas de Tbilisi e
na Agenda 21, definiu como propriedades nas áreas de programa para a
educação ambiental a questão de reorientar a educação para o
desenvolvimento sustentável, aumentar os esforços para proporcionar
informações sobre o meio ambiente, que possam promover a conscientização
popular e promover o treinamento.
Em 1999, foi instituída a política nacional de educação ambiental, por meio da
lei 9795/95. Conforme sugere DIAS(1994), a evolução dos conceitos de
educação ambiental tem sido vinculada ao conceito de meio ambiente e ao
modo como era percebido.
Em suma o desenvolvimento da educação ambiental formal ou informal como
instrumento de gestão ambiental pode ser considerado prioritário no atual
22
momento da história da humanidade. Essa retomada de consciência deve
acontecer com o apoio de profissionais das diversas áreas do conhecimento,
uma vez que se deve considerar a inter-relação existentes nos diversos
elementos da natureza, assim como a conexão entre os saberes na promoção
de mecanismos, meios, ações baseadas em racionalidade ambiental que
possibilitem a reapropriação da natureza pelos indivíduos, não apenas como
meio de satisfação de suas necessidades, mas se perceba como parte de uma
mesma natureza se não mais intocada, mais como condições de reprodução
iguais para todos.
23
CAPÍTULO 4: INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS E DA GESTÃO
AMBIENTAL NO BRASIL: AVANÇOS, OBSTÁCULOS E CONTRADIÇÕES.
Apesar dos avanços ambientais brasileiro, tem-se a consciência que ainda
temos que melhorar muito, principalmente na região que se encontra a floresta
Amazônica, que ano à ano sofre cada vez mais com o desmatamento.
Como se nota, muito das vezes o meio ambiente é entendido como apenas
como o “verde” da paisagem ou à vida selvagem. Sabemos que o mesmo é
entendido como o conjunto dos recursos naturais e suas inter-relações com os
seres vivos. Com isso, nos esquecemos dos recursos hídricos, das questões
relativas à poluição do ar, acabamos até pondo em segundo plano o meio
ambiente urbano, que nada mais é que a natureza modificada pelo homem.
Vale salientar que apenas recentemente foram incluídos os princípios
ambientais na Constituição de 1988, considerando o direito ambiental como
sendo um bem coletivo.
4.1:COMO O MERCADO, A SOCIEDADE E O ESTADO NO PROCESSO DE
GESTÃO DO MEIO AMBIENTE.
A gestão ambiental moderna no Brasil iniciou-se na década de 1970, como
uma resposta a uma crise ambiental sistêmica de grandes proporções que
atingia todos os países, embora com ênfase maior nos países industrializados.
Foram diversos fatos que despertaram a consciência da comunidade
internacional para essa realidade, entre as quais os próprios obstáculos à
reprodução do sistema econômico, via encarecimento ou escassez de energia
e matérias-primas essenciais, a geração de poluição de vários tipos com
comprometimento externo sobre a qualidade da vida humana, os efeitos dos
problemas e acidentes ambientais globais com risco de grande magnitude e a
ameaça ou o desaparecimento de espécie de animais ou vegetais. A ideia de
uma crise ambiental sistêmica relaciona, por um lado, a multidimensionalização
dos problemas ambientais contemporâneos e, por outro, o alcance global por
sua ocorrência. Isso significa dizer que a crise ambiental associa causas e
24
produz efeitos plurais que transcendem a dimensão ecológica em sentido
estrito, produzindo relações que originam e impactam a economia, a cultura, a
sociedade e a política e não mais restringem a esfera local, mas atravessam
todos os níveis territoriais, constituindo uma crise planetária.
Como se pode notar, a crise ambiental está diretamente ligada à crise
financeira, produzindo um efeito dominó, começando no meio ambiente,
passando por governo e atingindo principalmente as pessoas, que estão
inseridas neste contexto.
Para Lüchmann(2002), a democracia participativa é um processo político que
incorpora a participação da sociedade civil na vida coletiva. Um conceito
baseado na ideia de que a legitimidade das decisões políticas deriva da
deliberação pública de coletividade de cidadãos livres e iguais, que se
contrapõe aos modelos eletistas, onde a política é dominada por um ou vários
grupos que concentram o poder no interior da sociedade e cuja legitimidade
deriva apenas do processo eleitoral.
4.2:OS AVANÇOS NA INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS
AMBIENTAIS NO BRASIL
Como se pode notar no decorrer deste trabalho, após a conferência de
Estolcomo em 1972, o processo de institucionalização de políticas e da gestão
ambiental no Brasil experimentou avanços consideráveis, sobretudo nos
aspectos institucionais e legais, na tendência à descentralização política no
sentido do deslocamento de atribuições e de poderes para os níveis estaduais
e municipais e também no sentido do compartilhamento de aspectos da gestão
ambiental como entidade da sociedade civil e do setor privado e, por último, na
construção e no fortalecimento da noção de desenvolvimento sustentável como
recurso político na negociação dos conflitos que surgem da articulação entre o
desenvolvimento e o ambiente.
Assistiu-se também, a constituição gradual de um sistema de governamental
de agencias ambientais que se institucionalizou gradualmente através da
criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente- SEMA, em 1973; do Instituto
25
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, em
1989; do Ministério do Meio Ambiente, em 1993; Agencia Nacional de Águas –
ANA, em 2001, e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
– ICMBio, em 2007, entre tantas outras iniciativas estruturadoras do setor
público ambiental. Ao lado dessa estrutura institucional, constituiu-se
igualmente um amparo jurídico amplo que compreende, entre outros, a Política
Nacional de Meio Ambiente –CONA-MA e ao Sistema Nacional de Meio
Ambiente – SISNAMA; a Política Nacional de recursos Hídricos, de 1997, a lei
de crimes ambientais de 1998, a Política Nacional de Educação Ambiental –
PNEA, de 1999, Lei Nacional de Unidades de Conservação- SNUC, de 2000, o
estatuto das cidades, de 2001, Lei de Resíduos Sólidos, sancionada em 2010 e
entre outras que estão em discursão no congresso e senado.
A construção da noção de desenvolvimento sustentável foi outro elemento
inovador no cenário das políticas ambientais, por possibilitar novas formas de
conceber políticas antes despercebidas.
4.3:LIMITES E CONTRADIÇÕES DAS POLÍTICAS AMBIENTAIS NO BRASIL
Como se observou anteriormente, a respeito dos avanços das políticas e da
gestão ambiental no país, ainda não atingiu-se um desempenho
suficientemente democrático, eficiente e complexo que possa ser considerado
sustentável em um sentido amplo. Uma outra avaliação das políticas
ambientais no Brasil pode até indicar um outro setor específico que tenha
obtido bons resultados nos último anos, como é o caso da matriz energética
brasileira em relação à outros países mais dependentes de combustíveis
fosseis. Uma análise numa visão sistêmica, ao contrário, vai constatar a
precariedade dos indicadores de preservação ambiental no país.
Vale a pena citar (somente para ilustrar e comparar) sendo possível considerar
os resultados da pesquisa realizada no período de 1992 à 2002, pela parceria
feita entre a Fundação Getúlio Vargas – FGV – e o Instituto Socioambiental –
ISA – publicado no livro Meio ambiente Brasil: avanços e obstáculos Pós Rio
92 (Camargo et al., 2004). Neste trabalho, são resumidos indicadores gerais
26
sobre as áreas como: biodiversidade, biomas, agricultura, meio ambiente
urbano, recursos hídricos energia, responsabilidade social das empresas,
padrões de consumo e produção, participação da sociedade civil, evolução da
consciência ambiental da população, governança, meios de implementação e
informação. Desta avaliação, o relatório destaca, em um sentido geral, que
apesar de alguns avanços localizados e importantes não se alcançou um
patamar convincente que pudesse contribuir para reverter os altos níveis de
pobreza, de devastação ambiental ou de fragilidade dos poderes públicos,
responsáveis pelo controle e fiscalizações das ações que degradam o meio
ambiente no nosso país.
Em suma, sabe-se que as políticas ambientais nunca foram prioridades no país
e ainda continua não sendo, mesmo com os avanços na área ambiental. Tem-
se de tomar consciência e analisar, pois no Brasil, um país continental,
riquíssimo na sua biodiversidade sofre grandes males e isso afeta diretamente
à todos. Como se vê, são múltiplos e amplos os desafios a trilhar. Desafios
complexos que não são construídos rapidamente, mas se maturam ao longo
dos anos. Nesse processo de construção uma democracia ambiental, talvez
um dos maiores obstáculos seja a ignorância da população que não dá a
devida importância ao meio ambiente.
27
CAPÍTULO 5: DESTRUIÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
No decorrer deste trabalho foram apresentados e debatidos diversos tópicos
importantes a respeito de como se pode viver em uma cidade mais sustentável,
a importância dos recursos energéticos mais limpos, educação e
conscientização das pessoas e a implantação e avanços das políticas
ambientais.
Vale lembrar, que a degradação ambiental está no cotidiano, e ela vem
ocorrendo a séculos. O homem sempre modificou a natureza onde ele se faz
presente.
O Brasil, por ter sido colônias por vários anos, sofreu muito com a exploração
dos seus recursos naturais, principalmente com a descoberta do ouro. Até hoje
o país perde seus bens ambientais. Pode-se citar com exemplo o contrabando
de madeiras na floresta amazônica e a intensa atividade carvoeira, que devasta
o cerrado brasileiro. As leis ambientais existem, a fiscalização é precária, mais
o que se pode fazer para recuperar o que foi devastado?
A recuperação de áreas degradadas está intimamente ligado à ciência da
restauração ecológica. Restauração ecológica é o processo ao auxilio de
restabelecimento de um ecossistema que foi degradado, danificado ou
destruído.
Com vem ressaltar, que a recuperação de áreas degradas encontra-se
respaldo na Constituição Federal.
5.1:POLUIÇÃO E DEGRADAÇÃO AMBIENTAL.
No meio urbano, o simples fato da maior parte das áreas serem desflorestadas
já contribui para um sério problema ambiental. No entanto, as cidades
acumulam inúmeros outros problemas ambientais. Os veículos movidos a
combustíveis fósseis lançam no ar toneladas de poluentes, que prejudicam
todo o funcionamento de ambientes próximo, além de serem a causa de
diversos problemas de saúde para o ser humano. Outra consequência do uso
de combustíveis fósseis é a formação de ácido, a partir dos óxidos de carbono
28
e enxofre, que resultam nas chuvas ácidas. Esse fenômeno altera de forma
negativa os ecossistemas aquático, prejudicando a agricultura e as florestas. O
modo de vida nas cidades tem gerado sérios problemas em decorrência do
excesso de produção de lixo, como já foi dito.
Outro sério problema dos centros urbanos é o lançamento de esgoto doméstico
e industriais diretamente nos rios, considerado a principal forma de poluição
das águas.
Segundo pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a
Amazônia perdeu cerca de 17% da cobertura florestal, principalmente nos
últimos 50 anos. Originalmente, haviam 4,9 milhões de Km quadrados e, no
final de 2003 eram 4 milhões de Km quadrados. Juntos, os biomas da Mata
Atlântica, Amazônia, Cerrado e a formação florestal de Araucária perderam 3,6
milhões de Km quadrados. Estes dados colocaram o brasil no livro dos
recordes, como o país com o maior índice de desmatamento do planeta.
5.2:A IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR
A quantidade de água em contato com o solo é um dos fatores determinantes
no processo de erosão. As margens dos rios, portanto, são extremamente
vulneráveis a ela, o que pode ocasionar danos gravíssimos, como
assoreamento e perdas de solo para a agricultura. Na natureza, ao longo dos
anos, a instalação de uma vegetação ao longo das margens dos rios foi
fundamental para a estabilização e existência dos leitos. Matas ciliares, assim
denominadas pela similaridade da ação exercida pelos cílios na proteção dos
olhos. Os cursos d’água que apresentam matas ciliares íntegras são menos
impactados por agentes externos. Formam longos corredores de vegetação ao
longo dos rios contribuindo para a manutenção da biodiversidade e o equilíbrio
dos ecossistemas.
29
5.3:OBSERVAÇÕES NECESSÁRIAS PARA INICIAR UM PROJETO DE
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS.
• Estudo dos remanescentes florestais dos locais a serem reflorestados
(espécies nativas);
• Levantamento das condições ambientais e as possíveis causas da
degradação (uso efetivo de defensivos agrícolas, queimadas, pasto para
o gado, etc);
• Escolha do modelo de recuperação, de acordo com os objetivos e
características locais: plantio em linha, alternado, sistema
agroflorestais);
• Espécies a serem plantadas, tendo como base as características da
vegetação original, no modelo de reflorestamento escolhido e nas
características locais do ambiente (se é mata ciliar ou não, se é área
sujeita a alagamentos ou não e etc).
Figura 1
30
Figura 2
Figura 3 Figura 4
Como se pode observar nas figuras acima, alguns exemplos de recuperação
de áreas degradadas.
31
Ao analisar-se os tópicos mencionados, encontra-se a necessidade de
preservação das áreas verdes, principalmente as mais próximas das cidades
que servem de “filtros” e amenizam o clima. Também vale lembrar a
importância de se restaurar, recuperar áreas que já foram afetadas, para que
possa ficar como herança para as futuras gerações.
32
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao verificar tópicos mencionados neste trabalho, pode se ter a conclusão que
para se ter uma cidades sustentável e, sem medo do progresso, é necessário
um equilíbrio entre o homem e a natureza, lembrar que todos (biomas, homem,
paisagem, cidades) estão inseridos no meio ambiente, sendo assim, viver
harmoniosamente em plena comunhão.
Também não se pode esquecer das políticas públicas ambientais, que podem
ajudar no progresso ambiental brasileiro. Que os governantes possam deixar
como legado a educação, pois um povo mais educado seria também um
legado ao meio ambiente pois haveria maior conscientização ecológica, menos
degradações ao nosso habitat.
Ainda convém lembrar do uso de energias renováveis, pois são mais limpas e
trazem mais benefícios a todos. Procurar buscar novas alternativas para a
substituição dos combustíveis fósseis, grandes causadores de impactos
ambientais, poluidores do ar das cidades. Aproveitar a abundância de sol,
ventos, mares e rios para utilizar mais as fontes verdes. Utilizar mais as
diversas tecnologias brasileiras em diversas áreas de energia, como por
exemplo a nuclear, sempre visando as gerações futuras e também uma melhor
qualidade de vida para a atual.
Cabe salientar que a educação é a base de toda a sustentabilidade. Será um
investimento muito importante para os brasileiros, cujo qual, o país é uma
potencia ambiental, tanto como nos créditos de carbono, que passa na área
econômica quanto na biodiversidade, passando pela área de ciência. A
educação ambiental, seja ela formal ou informal, é uma aliada da gestão
ambiental, que na atualidade com a “onda verde”, vale a pena inclui-la em
diversas esferas da sociedade.
Ainda vale ressaltar a responsabilidade socioambiental das empresas. Não se
deve olhar somente para o lucro, tende haver uma consciência de que elas
também precisam do meio ambiente para ter os resultados almejados. Não ser
somente socioambiental visando-a como uma obrigação jurídica, mas sim
pensar em deixar um legado a população.
33
Cabe lembrar que mesmo com os avanços ambientais conquistados pelo
Brasil, o país ainda se encontra em débito com o meio ambiente. A
institucionalização ambiental no Brasil se deu tardiamente e gradativamente.
Políticas ambientais nunca foram de interesses dos governantes brasileiro,
lembrando que só colherão os frutos da educação ambiental daqui a alguns
anos, daí a importância de se investir nessa geração, fortalecer a democracia
ambiental para que o maior obstáculo, que é a ignorância da população, venha
ser vencido.
A recuperação de ambientes já degradados, é outo ponto importante que deve
ser lembrado. Recuperar as áreas dentro das cidades é relevante, pois
ameniza o clima, e trás outros benefícios aos moradores urbanos.
Meio ambiente preservado significa uma qualidade de vida melhor, isto é fato!
Qualidade de vida está estritamente ligado à preservação e respeito ao meio
ambiente.
Usa-se e abusa-se na exploração dos recursos naturais do planeta em todos
os sentidos. Agora mais do que nunca, ele está dando sinais de que não está
conseguindo suportar tudo isso e que precisa de ajuda.
Muitos já perceberam esses sinais e verificam que os danos ambientais afetam
diretamente aos seres humanos, principalmente os que residem em cidades, e
assim começam a tomar medidas para ajudar na recuperação do mundo.
O Brasil tem uma legislação vasta referente ao meio ambiente, sabe-se que
medidas simples pode ser iniciada por qualquer pessoa para a preservação do
mesmo, também há organizações que se dedicam a mostrar medidas que
possam ser adotadas para a melhoria ambiental.
Com todos os pontos já abordados, percebe-se que para se ter uma cidade
sustentável, ecologicamente correta, é imprescindível que haja um equilíbrio,
respeito e preservação ao meio ambiente.
34
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RevistaAbril
http://revistaescola.abril.com.br/geografia/pratica-pedagogica/cidades-
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estado-de-guerra-permanente-05.htm
Acessado: 10/07/14 às 20:55
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