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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA FORMAÇÃO SUPERIOR EM PRODUÇÃO CULTURAL Por: Ricardo Alves de Moraes Orientador Marcelo Saldanha Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

FORMAÇÃO SUPERIOR EM PRODUÇÃO CULTURAL

Por: Ricardo Alves de Moraes

Orientador

Marcelo Saldanha

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

FORMAÇÃO SUPERIOR EM PRODUÇÃO CULTURAL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Docência do Ensino Superior.

Por: Ricardo Alves de Moraes

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AGRADECIMENTOS

... a todos os entrevistados que deram um

pouco do tempo das suas vidas para a nossa

pesquisa, em especial aos professores Luiz

Edmundo Vargas de Aguiar e Ângela

Coutinho.

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DEDICATÓRIA

Às minhas parceiras de trabalho Roberta

Martins e Renata Aglai, à minha

companheira Janete Abrahão, e as minhas

filhas Juliana e Flora.

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RESUMO

Mais que uma realidade a formação em Produção Cultural no Brasil é hoje uma necessidade. Os avanços na legislação, a formação do Sistema Nacional de Cultura e a consequente adesão de estados e municípios, tornam cada vez mais necessária a presença deste profissional e deixa mais clara ainda esta afirmação. Tratar a cultura de maneira profissional, com profundidade, atendendo a uma demanda crescente, exige cada vez mais preparo e qualificação. Este trabalho discute aspectos legais que deram origem a Formação Superior em Produção Cultural - tendo como recorte o estado do Rio de Janeiro - e em certa medida a própria legislação. A criação dos cursos superiores e os seus itinerários formativos. Encontramos os cursos de Produção Cultural na Universidade Federal Fluminense - UFF (pioneiro), da Universidade Candido Mendes - UCAM e do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro -IFRJ, e é de extrema importância para o mercado de trabalho a colaboração que estes têm dado para elevação do nível de atuação dos profissionais graduados. Entendíamos desde o início que as grades dos cursos ainda não atendiam plenamente ao mercado de trabalho, no entanto a pesquisa nos revelou outros importantes aspectos. Palavras-chave: formação superior, cursos de Produção Cultural, graduação em Produção Cultural no Rio de Janeiro.

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METODOLOGIA

Através de uma revisão bibliográfica com a leitura de livros, sites e publicações

da legislação, este trabalho sistematizou informações. A leitura da legislação nos fez

entender a necessidade de visitarmos instituições de ensino para levantar e comparar as

grades curriculares oferecidas atualmente por essas.

Posteriormente estudamos a pertinência e a atualidade destas grades e

preparamos questionários para fazer uma pesquisa de campo.

Foi através das entrevistas e da aplicação dos referidos questionários junto a

profissionais e educadores que nos deu elementos para que chegássemos às

considerações finais.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO 1 12

CAPÍTULO 2 16

CAPÍTULO 3 22

CAPÍTULO 4 24

CAPÍTULO 5 27

CONSIDERAÇÕES FINAIS 33

BIBLIOGRAFIA 35

INTERNET 36

ANEXOS 37

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INTRODUÇÃO

A decisão de ter a “Formação Superior em Produção Cultural” como tema do

nosso Trabalho de Conclusão de Curso de Pós Graduação em Docência do Ensino

Superior da AVM vem das reflexões provocadas pela nossa experiência pessoal e pela

sua atualidade. Trabalhando com Produção Cultural por muitos anos, na década passada

encaramos o desafio de nos dedicar a uma graduação no Instituto Federal de Educação

Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, na expectativa de ganhar base teórica para essa

atividade, que desenvolvíamos profissionalmente ao longo dos anos e de sistematizar

um conhecimento adquirido ao longo do tempo.

Reconhecemos que unir educação e cultura num mesmo trabalho não é tarefa das

mais fáceis. No Brasil é sabido que a educação, e principalmente seus trabalhadores, há

muito tempo deixaram de gozar do prestígio de outrora. Salvo algumas exceções, a

mesma falta de prestígio é comum aos profissionais da cultura que, embora seja

considerada estratégica por muitos, também não tem seus trabalhadores em boas

condições.

Vale aqui dizer que entendemos a educação e os processos formativos

profissionais, como um período imprescindível na preparação de homens e mulheres

não só no caminho do trabalho e do emprego, mas principalmente, na promoção de sua

autonomia no caminho da sua libertação. Também identificamos a necessidade do

Estado, cumprir o seu papel e responsabilidade com o ensino na socialização da

informação, na oferta de escolas e cursos para a população, gratuitos e de boa qualidade,

ainda mais na área da cultura.

Da mesma forma sustentamos que as práticas e as ações culturais são atos

libertadores e ainda acreditamos que - inclusive por essa via - seja possível ao indivíduo

desenvolver habilidades, independente de formações teóricas, de maneira coletiva,

socializante e numa perspectiva transformadora.

Isto, no entanto, não descarta o papel complementar entre escola e práticas de

saberes na socialização da informação. Encontramos na citação a seguir um reforço da

nossa observação:

“Hoje, a informação unitária vem pelo canal múltiplo da televisão, da publicidade, do comércio, dos cartazes etc. E a escola pode formar um núcleo crítico onde os

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professores e os alunos elaboram uma prática própria dessa informação vinda de outros lugares” (CERTEAU, 1993).

Além destas reflexões postas, durante nosso curso de Produção Cultural na

graduação, fizemos outras reflexões sobre a formação e a profissão e percebemos que

esses entendimentos a partir das ações que desenvolvíamos, no âmbito da produção

cultural, não se esgotavam. A busca pelo embasamento teórico e da formação

continuada, onde pudéssemos nos dedicar ao tema, passou a ser praticamente um

desdobramento e consequência dos nossos anseios, reflexões e inquietações.

Somamos a isso as nossas atividades desenvolvidas no treinamento de equipes

para atuação profissional, nos cursos e oficinas de capacitação ministrados no Instituto

de Desenvolvimento Social Ânima (IDS – Ânima) desde 1999, na experiência como

docente (nas disciplinas de Produção Executiva e Secretaria Teatral) na Escola de Artes

Técnicas Luis Carlos Ripper da Fundação de Apoio à Escola Técnica da Secretaria de

Estado de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (FAETEC) de 2004 a 2005 e nas

Oficinas do Rio Criativo nos municípios de Mesquita, Queimados e Guapimirim desde

2013.

Por fim, em julho de 2013 participamos de um processo seletivo do Instituto de

Educação Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) para ingressar no “Grupo de

Trabalho - GT - Diálogos Técnica e Arte: reflexões e ações para a Educação

Profissional e Tecnológica em Cultura”. Com êxito ingressamos no referido GT e

coordenamos algumas ações que resultou num relatório que recebeu o mesmo título do

GT. Um estudo técnico de cooperação entre o IFRJ e o Ministério da Cultura. A partir

de então nos sentimos provocados em aprofundar, entre outras coisas, a atualidade dos

cursos superiores de Produção Cultural no Rio de Janeiro no começo do século XXI e

suas diretrizes curriculares.

Com tudo que relatamos, com o olhar das ciências sociais e entendendo a

Produção Cultural, definitivamente, como uma nova área do conhecimento, decidimos

nos inscrever e cursar a Pós Graduação latu sensu de Docência do Ensino Superior da

AVM Faculdade Integrada, isto foi determinante para que o estudo, que ora

apresentamos, fosse concluído.

Nosso objetivo aqui primeiramente é, ao discutir, colaborar para a formação em

Produção Cultural, a partir da investigação dos itinerários formativos, fazer uma

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comparação mínima das grades curriculares oferecidas atualmente e a pertinência dessas

grades. Partimos da hipótese de que as grades curriculares dos cursos de Produção

Cultural no Rio de Janeiro ainda não atendem plenamente ao mercado de trabalho local,

nem de outras praças e que, possa ser viável uma revisão com unificação de um núcleo

comum e atualização periódica das grades curriculares para que seja possível, por

exemplo, o melhor aproveitamento numa eventual mobilidade acadêmica - transito de

estudantes entre instituições com cumprimento de créditos - ao cursar disciplinas, no

acompanhamento de inovações tecnológicas e, sobretudo, no cumprimento pleno das

ações de ensino, pesquisa e extensão que possibilitem ao aprendente uma estruturação

crítica da Produção Cultural.

O recorte geográfico do Rio de Janeiro justifica-se primeiramente pela questão

da nossa proximidade, ademais, é o estado que numericamente mais oferece cursos na

área de Produção Cultural, ou similares, em todo Brasil.

Para realização deste trabalho, entendemos que primeiramente será necessário

nos ocuparmos com alguns conceitos que vão permear nosso discurso. Posteriormente,

faremos um breve histórico da cultura dentro do Estado brasileiro e de algumas das suas

relações com a Produção Cultural.

Na sequência procuraremos entender os aspectos que envolvem a formação

superior e traçaremos um breve panorama das ofertas dos cursos superiores em

Produção Cultural no Rio de Janeiro.

Paralelamente associamos a revisão bibliográfica a uma pesquisa qualitativa, de

campo, com a elaboração e aplicação de dois questionários (em anexo) a partir dos quais

extraímos dados, do depoimento dos entrevistados que gentilmente se dispuseram a

colaborar com o nosso trabalho. São profissionais da cultura egressos dos cursos de

Produção Cultural, professores, pesquisadores, gestores, dirigentes e ex-dirigentes de

instituições de ensino onde são oferecidos cursos de Produção Cultural, que avaliam,

inclusive, as necessidades do mercado de trabalho.

Em seguida passaremos às considerações finais.

Acreditamos que com isso poderemos obter uma panorâmica da “Formação

Superior em Produção Cultural” no Rio de Janeiro e reforçar a sua atualidade no país,

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podendo também colaborar com a organização do setor cultural e da Produção Cultural,

como uma nova área do conhecimento que vem se consolidando no Brasil e no mundo.

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CAPÍTULO I

Neste capítulo nossa preocupação principal será dissecar conceito por conceito o

título da nossa pesquisa. Tal preocupação tem um caráter, antes de tudo, didático.

Queremos com isto trabalhar, a partir das definições e conceitos literais, numa

perspectiva de esclarecer aspectos básicos e históricos do tema que vamos abordar.

Ao começarmos pela Formação Superior no Brasil, vimos uma boa referência histórica no artigo Ensino Superior no Brasil: da descoberta aos dias atuais, publicado a revista Acta Cirúrgica Brasileira - Vol 17 (Suplemento 3) http://www.scielo.br/pdf/acb/v17s3/15255 2002, de Antônio Carlos Pereira Martins que nos lembra:

“As primeiras escolas de ensino superior foram fundadas no Brasil em 1808 com a chegada da família real portuguesa ao país. Neste ano, foram criadas as escolas de Cirurgia e Anatomia em Salvador (hoje Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia), a de Anatomia e Cirurgia, no Rio de Janeiro (atual Faculdade de Medicina da UFRJ) e a Academia da Guarda Marinha, também no Rio. Dois anos após, foi fundada a Academia Real Militar (atual Escola Nacional de Engenharia da UFRJ)”.

Atualmente segundo o Portal Brasil:

O ensino superior no Brasil é oferecido por universidades, centros universitários, faculdades, institutos superiores e centros de educação tecnológica. O cidadão pode optar por três tipos de graduação: bacharelado, licenciatura e formação tecnológica. Portal Brasil: http://www.brasil.gov.br/educacao/2009/11/ensino-superior

A Formação Superior em Produção Cultural tem seu primeiro curso na

Universidade Federal Fluminense em meados da década de 1990. Quanto às conceituações, quando falamos em cultura imediatamente nos

remetemos ao senso comum, onde a cultura é um valor de poucos, abastados, estudiosos e letrados. Aqui nos cabe buscar concepções de cultura que vão além do senso comum.

“A primeira dessas concepções (...) cultura diz respeito a tudo aquilo que caracteriza a existência social de um povo ou nação ou então de grupos no interior de uma sociedade. (...) Vamos à segunda. Neste caso, quando falamos de cultura estamos nos referindo mais especificamente ao conhecimento, às ideias e crenças, assim como as maneiras que existem na vida social.” (SANTOS, 1996)

Uma vez trabalhado o conceito - ou os conceitos - que vamos adotar nesta

pesquisa, entendemos que também é necessário saber em qual contexto nós vamos

trabalhar a “Formação Superior em Produção Cultural.”

Quanto a Produção Cultural propriamente dita, novamente recorreremos à nossa

revisão bibliográfica e encontramos um texto que muito bem nos servirá ao longo da

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pesquisa. Trata-se de uma observação a partir dos estudos que foram desenvolvidos na

Escola de Frankfurt, conforme encontramos no artigo de Gomes (2009:6):

“A ideia de produção cultural vem da divisão estabelecida pelo alemão Walter Benjamin da dinâmica da cultura em quatro níveis interligados: a produção; a conservação do produto cultural (memória); a circulação, distribuição e comunicação; recepção”.

Sobre este conceito também encontramos referência no Sistema de Produção

Cultural “... modelo da economia política; produção, distribuição, troca e uso; valor de

uso e valor de troca; política cultural plena; sistema de produção e imaginário”

(COELHO, 2004:345).

Cabe destacar que esta pesquisa leva em conta a atualidade da Produção

Cultural. Ao dar conta de discussões que outrora se davam no campo de disciplinas da

comunicação ou das ciências sociais, a Produção Cultural amplia esse campo e, por isso

mesmo, adquire um caráter interdisciplinar. Hoje o profissional graduado em Produção

Cultural tem atribuições tão amplas que também passa a ter várias denominações.

Conhecidos autores como Teixeira Coelho (2004) já se dedicaram a essa discussão

conceitual da denominação. Aqui destacamos, por exemplo, a análise presente no

capítulo “A organização da cultura e suas denominações” da obra de Antônio Rubim,

que nos dá uma boa noção dessa discussão.

“...a denominação de gerentes e administradores culturais predomina nos Estados Unidos e na França; a noção de animadores e promotores culturais possui uma importante tradição na Espanha; em muitos países da América Latina fala -se em trabalhadores culturais; em outros países podem ser utilizados termos como mediadores culturais, engenheiros culturais ou cientistas culturais” (RUBIM, 2011).

Essa panorâmica da atuação do profissional de Produção Cultural assim como

suas denominações também nos serve para focar o olhar que queremos ter para o nosso

objeto, a formação profissional de nível superior, e este no nosso entender, deve ser um

trabalho realizado com a amplitude e diversidade desta panorâmica.

Atualmente, a falta de pessoal capacitado é um dos fatores de maior impedimento

para elaboração e efetivação de políticas públicas de cultura, e por outro lado, maior

engajamento dos agentes, artistas e produtores culturais, no novo cenário das políticas

culturais, tanto na esfera pública, como na privada, e no terceiro setor, considerando o

contexto geral do setor cultural, com intensas mudanças na última década (política de

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editais, aumento de recursos, programas de difusão e fomento), e a falta de apropriação

de conhecimentos para acompanhar o desenvolvimento e debate do tema, provocando

um distanciamento entre os principais atores do universo da cultura, com a sua própria

condução, nos espaços do governo e da sociedade em geral.

Como aponta Cunha (2009), a maior parte dos servidores e funcionários da área

cultural não tem formação na área, no entanto:

“O redimensionamento do papel da cultura no âmbito da sociedade e a complexidade das relações de trabalho no mundo contemporâneo exigem maior profissionalismo diante do mercado cultural. Há bem pouco tempo é que se associa à discussão na área de políticas públicas e no mercado de cultura a concepção do perfil de um profissional que atue especificamente no âmbito da produção ou gestão cultural.” (Cunha, 2009: 140)

A capacitação em gestão cultural deve abordar temas que vão da elaboração de

projetos à gestão de equipamentos culturais. Já os cursos de linguagens artísticas,

patrimônio cultural e demais áreas afins à cultura, trabalharão com técnicas e aplicações

dos temas específicos das linguagens artísticas.

Destacamos das 53 Metas do Plano Nacional de Cultura - P.N.C.(Lei nº 12.343,

de 2 de dezembro de 2010) estabelecidas como prioridade de execução até 2020, as

seguintes relacionadas à gestão e que apresentam estreita relação com esta pesquisa que

são:

Meta 35) Gestores capacitados em 100% das instituições e equipamentos culturais apoiados pelo Ministério da Cultura; Meta 36) Gestores de cultura e conselheiros capacitados em cursos promovidos (UF) e 30% dos municípios, dentre os quais, 100% dos que possuem mais de 100 mil habitantes;

Com este quadro, a partir da aprovação do PNC e o estabelecimento das metas

prioritárias, bem como todo processo que institucionaliza nas cidades, estados e na

união as demais peças que integram os Sistemas de Cultura, vivenciamos na cultura

brasileira, um cenário de “passagem”, atravessando um momento marcado pelo desafio,

por um processo de construção que envolve toda sociedade, em especial os participantes

do mundo da cultura. Com a conquista histórica do desejado Plano Nacional de Cultura,

pautando para o Brasil, estados e municípios as diretrizes de uma política cultural, como

assegura a pesquisadora Marta Porto, da X Brasil, existe muito a ser feito:

“Há todo o trabalho para implementar o Sistema Nacional de Cultura e a profissionalização de quadros específicos nas áreas de gestão, planejamento, e ainda

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nas diversas linguagens artísticas. Estamos, é certo, longe de resultados concretos que dependem de tempo, da insistência e da vontade política de retomar a cultura como uma das bases públicas para o desenvolvimento do Brasil, mas avançamos aos poucos.”( PORTO,2008)

A assim as resoluções oficiais através do PNC, a discussão sobre formação e as

definições e conceitos acima contribuem para um melhor entendimento da cultura como

valor estratégico num país como o Brasil, o que pretendemos abordar no próximo

capítulo.

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CAPÍTULO 2

A cultura e o do Estado brasileiro

A Semana de Arte Moderna de 1922 provocou um grande impacto na sociedade

brasileira, na sua vida política e no cenário nacional a partir dos questionamentos e

afirmações que trouxe à tona. As questões no campo das artes, as reflexões no campo da

política e as propostas colocadas – como o nacionalismo em busca de uma identidade

própria, por exemplo - obviamente, provocaram importantes avanços no nosso meio

cultural. Entendemos, pois que essas mudanças e transformações fizeram a cultura

avançar na forma e no conteúdo, pavimentando um caminho que o país vai percorrer e

que culmina com a Revolução de 1930, abrindo um novo período na nossa história.

“O avanço da cultura correspondia, assim, a condições objetivas e a condições subjetivas muito claras, que se manifestavam sob formas as mais diversas, em todos os campos, O coroamento deste processo seria a Revolução de 1930.” (SODRÉ - 1988).

A década de 1930 marca bastante o Brasil do século XX e teve no presidente

Getúlio Vargas – que assumiu provisoriamente em 1930 depois que Washington Luís

foi deposto, foi eleito indiretamente pelo Congresso em 1934, posteriormente estendeu

seu mandato com o golpe que implantou o Estado Novo em 1937 e acabou governando

até 1945 - como grande protagonista de transformações que, consolidadas até hoje,

repercutem na formação de um Estado brasileiro.

Data de 14 de novembro de 1930 a criação do Ministério da Educação e Saúde

Pública, é dentro desse ministério que são geradas as primeiras políticas públicas de

Estado em favor da cultura no século XX, como por exemplo: o Serviço do Patrimônio

Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), concebido por Mário de Andrade e dirigido

por Rodrigo Melo Franco de Andrade. Destacamos ainda a criação do Instituto Nacional

do Livro e a construção do edifício-sede do Ministério da Educação no Rio de Janeiro

(Palácio Gustavo Capanema), marco da moderna arquitetura brasileira, que até hoje

guardam belos painéis de autoria de Candido Portinari (FGV - CPDOC).

Hoje quando olhamos para o nosso passado recente, observamos que essa

ligação histórica que durante muito tempo fez com que a cultura estivesse ligada ao

Ministério da Educação, ganhou um novo status na década de 1980 com a criação de um

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ministério exclusivo, o Ministério da Cultura, que foi criado em 15 de março de 1985,

pelo decreto nº 91.144, no governo do então presidente José Sarney.

O Ministério da Cultura, segundo seu próprio site, é um:

“...órgão da administração pública federal direta que tem como áreas de competência a política nacional de cultura e a proteção do patrimônio histórico e cultural. Por meio das metas do Plano Nacional de Cultura, o MinC trabalha a concepção de cultura articulada em três dimensões: simbólica, cidadã e econômica”. Disponível em: http://www.cultura.gov.br/o-ministerio - Acesso em 3 de janeiro de 2015.

A criação do Ministério da Cultura (MinC) poderia nos indicar imediatamente

outro tratamento para um setor cultural que sempre esteve marginalizado na vida

cotidiana, no entanto, no período que se segue à sua criação, observamos uma tímida

ação de governo no sentido de fazer ter na cultura, uma política estratégica e de Estado.

Naquele período o Ministério ficou marcado como sendo um “balcão de negócios” onde

empresas obtinham vantagens através - das distorções - da Lei Sarney (Lei nº 7.505, de

2 de julho de 1986), primeira lei federal de incentivo fiscal para atividades artísticas e

culturais no país.

O Ministério da Cultura ensaia uma possibilidade de ser realmente inaugurado

com o, bem articulado, ministro José Aparecido. Homem de prestígio, junto a diversos

setores da sociedade brasileira, o ministro empresta esse prestígio ao ministério, o que

dá uma impressão de verniz de visibilidade ao mesmo. Mais tarde foi substituído por

Aluísio Pimenta que logo depois foi substituído Celso Furtado, este traz à cena uma

visão da cultura como fonte geradora de renda.

Na sequencia o Ministério da Cultura perde status e passa a ser uma secretaria

especial, ligada diretamente à presidência da república, era o governo Collor fazendo

um estrago no setor.

Paradoxalmente foi neste governo que foi promulgada a Lei 8.313 instituindo o

Programa Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC). Foi considerada como um

aprimoramento da Lei Sarney, ficou conhecida como Lei Rouanet, por conta de Sergio

Rouanet estar à frente da pasta na época.

O governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, que sucede Itamar Franco,

tem uma clara política de “Estado Mínimo”, o que aliado a pouca expressão de

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Francisco Wefort no desempenho das funções de ministro da cultura, reduz a já pouca

visibilidade do Ministério da Cultura. Embora sem o apelo popular do governo que vai

sucedê-lo, é nesse período que teremos a criação dos primeiro cursos de Produção

Cultural em nível superior.

Em seguida o presidente Lula assume um governo com contorno

reconhecidamente popular, que começa com uma novidade interessante para a cultura

no Brasil: a nomeação de Gilberto Gil para titular do Ministério. Cantor e compositor

popular, o artista goza de extrema notoriedade enquanto cidadão e também como

político, tendo sido parlamentar, com reconhecidos serviços prestados à cidade de

Salvador na Bahia.

O prestígio do artista imediatamente é transposto para o ministério, o que lhe

permitiu algumas iniciativas mais ousadas, acompanhando o caráter popular do governo

de então. O ministro Gil tem uma gestão marcada por ouvir e reforçar os agentes

culturais de todo país e foi nessa conjuntura que houve a convocação da I Conferência

Nacional de Cultura realizada em 2005. A Conferência mobilizou municípios e estados

da federação, onde delegados eleitos deliberaram sobre um enorme conjunto de

proposições para o setor cultural no Brasil. Na I Conferência a necessidade da formação

de profissionais e da qualificação de gestores culturais já era apontada como fator

preponderante para o desenvolvimento do setor, com muita ênfase inclusive e as outras

duas conferências que se seguem reafirmam a necessidade da formação profissional.

Em 2005, no conjunto de propostas aprovadas pelos delegados oriundos dos 27

estados e do Distrito Federal, a necessidade de formação se repetiu nas três agendas

nacionais e nas propostas apresentadas nos municípios e estados. A pesquisadora Lia

Calabre, do Setor de Políticas Culturais da Fundação Casa de Rui Barbosa, aponta

reflexão sobre a 1ª Conferência Nacional de Cultura, realizada em 2005, onde destaca:

“A questão da formação dos profissionais, sejam eles das áreas de gestão ou das

linguagens e práticas artísticas, está presente em praticamente todos os cinco eixos

temáticos na discussão na I Conferência” (CALABRE, 2010).

Na 2ª Conferência Nacional de Cultura, realizada em 2010, o então Presidente

do Conselho de Estado de Cultura da Bahia, Prof. Albino Rubim, enfatiza:

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“A formação apareceu em várias das diretrizes prioritárias aprovadas pelos estados, sendo a segunda proposta mais votada por todos os Delegados, na plenária fina”. Formação em vários níveis, e com diferentes objetivos: gestores, produtores, técnicos operacionais, artistas.” (RUBIM,2007).

Conforme já mencionamos no capítulo anterior, foi em 2 de dezembro de 2010

que a Lei Nº 12.343, instituiu o Plano Nacional de Cultura - PNC, criando o Sistema

Nacional de Informações e Indicadores Culturais – SNIIC.

Coordenado pelo MinC, o PNC tem monitoramento da realização das suas

ações, uma vez que sua aprovação, em forma de lei, situa a cultura na agenda das

cidades, de estados, de outros organismos do Governo Federal e da sociedade, com

prazo de execução pré-determinado. Por isso mesmo, ainda que sob coordenação do

MinC, sua execução depende da cooperação de todos, e não apenas do Governo Federal.

O processo que culminou com a promulgação da Lei que instituiu o PNC, tem

etapas detalhadas, onde podemos destacar:

- De 2003 a 2005, foi desenvolvida uma articulação política e de participação

social, com a realização do conjunto de seminários “Cultura para Todos” em todo o

país, com destaque para Criação da Agenda 21 da Cultura para as cidades, a instalação e

trabalho das Câmaras Setoriais, a realização da 1ª Conferência Nacional de Cultura

(precedida por conferências regionais, estaduais e municipais), a aprovação da

Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, a

aprovação da emenda constitucional que insere o PNC no artigo 215;

- De 2006 a 2008 foi priorizado o trabalho nas informações, diretrizes e debate

com o público, com a apresentação do Projeto de Lei do PNC no Congresso Nacional, a

realização de pesquisas no campo da cultura (pelo IBGE e IPEA), e a criação do

Conselho Nacional de Política Cultural, além dos seminários em todos os estados e

fórum virtual;

- Nos anos de 2009 e 2010, foi realizada a 2ª Conferência Nacional de Cultura, e

a análise do Projeto de Lei do PNC na Comissão de Educação e Cultura e Comissão de

Constituição e Justiça do Congresso, com aprovação da Lei n° 12.343/2010;

- Nos anos de 2011 e 2012 foram estabelecidas as Metas do PNC, bem como a

condução de monitoramento para sua realização, e ainda, é desenvolvido o Sistema

Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC).

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Ainda nas 53 Metas aprovadas em 2011 com ampla participação da sociedade e

de gestores públicos, observamos alguns objetivos sem os quais não serão possíveis de

serem atingidos sem que se coloque a formação em primeiro lugar e, dessas metas

observamos 18 (dezoito) que se relacionam indiretamente com a formação na cultura e

dessas, 8 (oito) que se relacionam diretamente com a formação:

Meta de número 7 - 100% dos segmentos culturais com cadeias produtivas da economia mapeadas. Meta de número 11 – Aumento em 95% no emprego formal do setor cultural. Meta de número 12 – 100%das escolas públicas de Educação básica com a disciplina de Arte no currículo escolar regular com ênfase em cultura brasileira, linguagens artísticas e patrimônio cultural. Meta de número 13 - 20 mil professores de Arte de escolas públicas com formação continuada. Meta de número 14 - 100 mil escolas públicas de Educação Básica desenvolvendo permanentemente atividades de arte e cultura. Meta de número 15 - Aumento de 150% de cursos técnicos habilitados pelo Ministério da Educação (MEC) no campo da arte e cultura com proporcional aumento de vagas. Meta de número 16 – Aumento em 200% de vagas de graduação e pós-graduação nas áreas do conhecimento relacionadas às linguagens artísticas, patrimônio cultural e demais áreas da cultura, com aumento proporcional de bolsas. Meta de número 17 – 20 mil trabalhadores da cultura com saberes reconhecidos e certificados pelo Ministério da Educação (MEC).(MINISTÉRIO DA CULTURA. 2012).

Fica claro, nessa trajetória, um esforço no sentido do ordenamento da cultura.

Esse esforço acaba sendo a marca da passagem do ministro Gilberto Gil, como titular da

pasta da cultura.

O sociólogo Juca Ferreira, antes secretário executivo do ministro Gilberto Gil,

foi Ministro da Cultura na segunda gestão do presidente Lula e deu sequencia

reforçando a política de relacionamento direto com os agentes culturais do seu

antecessor.

Sem grandes alterações na linha política, mas com algumas contribuições no

desemperro de projetos de lei junto ao poder legislativo, Ana de Holanda e Marta

Suplicy foram as ministras no primeiro governo da presidenta Dilma e, no segundo

governo que se inicia, Juca Ferreira retorna ao posto com grande apoio do setor.

Vivemos um período onde persistem duas visões de políticas culturais que se

apresentam como antagônicas: de um lado a visão da cultura como importante

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instrumento de desenvolvimento econômico, de outro lado a visão da cultura como

importante instrumento de desenvolvimento social.

Tanto o breve histórico neste capítulo e a contextualização nos servem para

entender em que circunstâncias nossa pesquisa é produzida. Ainda que pesem as idas e

vindas dos poderes constituídos, tanto as políticas públicas de Estado quanto as políticas

públicas governamentais ainda não garantem uma Formação Superior em Produção

Cultural que dê conta das necessidades registradas nas citadas Conferências, Encontros

e nas Metas do Plano Nacional de Cultura – P.N.C.

Mas por onde caminha a Formação Superior em Produção Cultural? Quais

instituições oferecem os cursos? Qual o perfil dos cursos oferecidos? Agora já é tempo

de avançarmos na nossa pesquisa investigando esses meandros.

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CAPÍTULO 3

A Formação Superior e os cursos de Produção Cultural

O Curso de Docência do Ensino Superior da AVM promoveu o contato do

pesquisador com uma bibliografia que ampliou nosso olhar sobre a formação superior.

Importantes conceitos nos foram sucessivamente desvendados nos permitindo que a

reflexão crítica sobre algumas questões e temas ganhassem novos caminhos.

Passaremos agora a introduzir os conceitos aos quais nos referimos.

A formação superior caracteriza-se por um público cuja faixa etária é composta

por jovens e adultos, o que significa que o termo pedagogia é inadequado quando

empregado a essa faixa etária devendo ser, portanto, empregado o termo andragogia:

“...a palavra pedagogia refere-se à condução de crianças (...) Por essa razão é que a partir do século XX, graças ao aparecimento do livro The modern pratice of adult education, de Malcon Knowles (1970), começou a popularizar-se o termo Andragogia para referir-se à arte e à ciência de orientar adultos a aprender.” (GIL – 2013).

Com relação a aprender, outro conceito que muito nos chamou a atenção para

caracterizar os formandos em Produção Cultural, foi o conceito de aprendente:

“ Este conceito é adotado como alternativa ao de “aluno” ou “formando”. O aprendente, ou aquele que aprende, é autodirigido, o que significa que é responsável pela sua aprendizagem e estabelece e delimita o seu percurso educacional” (GIL – 2013).

Ainda segundo o autor, no âmbito do ensino superior, “podem ser consideradas

três fontes independentes de influência sobre a aprendizagem: o estudante, o professor e

o curso”. “Os cursos oferecidos nas universidades ou faculdades têm (ou deveriam ter!) objetivos. Convém considerar que hoje as escolas dispõem de mais liberdade nesse aspecto do que dispunham no passado. Antes da vigência da Lei de Diretrizes e Bases, o Conselho Nacional de Educação fixava currículos mínimos para cada curso superior. Hoje, apresenta apenas as diretrizes curriculares, o que faz com que a escola tenha muito mais flexibilidade para definir seus currículos, bem como para estabelecer os objetivos de seus cursos e disciplinas.” (GIL – 2013).

Bom que observemos a citação no que se refere às diretrizes curriculares pois,

vamos usá-la no próximo capítulo.

No Rio de Janeiro a formação em Produção Cultural encontra espaço em

diversos setores do mercado de trabalho desde a gestão pública em órgãos dos três

níveis de governo e na iniciativa privada, onde temos aqueles profissionais que chegam

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ao mercado trabalhando em empresas privadas ou associativas e ainda por parte

daqueles que empreendem.

A partir da década de 1990, a Produção Cultural passa a se consolidar como uma

nova área do conhecimento no Brasil. Ampliando as fontes da coleta de dados nossa

pesquisa retorna à preocupação com as definições conceituais. Encontramos na Carta de

Salvador, documento aprovado em plenária final do 3º Encontro Nacional de Produção

Cultural (3º Enprocult), realizado em 2013 na cidade de Salvador, Bahia, o campo de

atuação deste profissional no Brasil, que destaca a importância da formação

profissional. O texto da carta ainda dá ênfase à tentativa de solucionar o problema da

formação dos profissionais dessa área e ainda nos ajuda a compreender algumas

questões principalmente no que tange ao surgimento dos cursos de Produção Cultural:

“O papel organizativo e intermediador exercido pelos profissionais de Produção Cultural existe desde que a arte e a cultura são criadas, produzidas e consumidas pela humanidade. Desde então profissionais de várias áreas do conhecimento atuaram e atuam como produtores culturais. Pesquisas acadêmicas apontam que, no Brasil, a partir da década de 1990 há uma complexificação maior no campo da cultura a ponto de surgirem as primeiras formações que pretendiam atender a demanda de profissionais qualificados para atuarem nesse contexto profissional. Os cursos surgiram em conjunturas formativas específicas, sem conhecimento das propostas umas das outras, mas tinham o mesmo propósito: oferecer formação continuada e consistente para indivíduos que desejassem se tornar produtores culturais”.

Fazemos questão de destacar do texto acima a afirmação de que “Os cursos

surgiram (...) sem conhecimento das propostas umas das outras”. Tal observação

reforça a ideia da ausência de planejamento e ao ato de se caminhar respondendo às

demandas mais imediatas.

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CAPÍTULO 4

Os cursos oferecidos no Rio de Janeiro e as matrizes curriculares - uma

panorâmica.

No Ensino Superior no Rio de Janeiro encontramos a formação em Produção

Cultural, com a ajuda do quadro abaixo:

Criação do curso Instituição Cidade Tipo – Duração

Produção Cultural – 1995 UFF Niterói (RJ) Graduação (4anos)

Artes – Prod. e Política Cultural – 2002, 2006. UCAM Rio de Janeiro (RJ) Graduação (4 anos)

Produção Cultural – 2003 IFRJ Nilópolis (RJ) Graduação (4anos)

Produção Cultural – 2011 UFF Rio das Ostras (RJ) Graduação (4anos)

Disponível em: www.organizacaocultural.ufba.br - Acesso em 6 de janeiro de 2015.

Obs: Existem ainda cursos afins de Pós Graduação latu sensu no IFRJ e na UCAM, Pós Graduação stricto sensu na UFF e MBA na Fundação Getúlio Vargas.

O gráfico acima é o resultado de um recorte que fizemos do original levando em

conta a base regional do Rio de Janeiro dando uma panorâmica dos cursos de formação

na área de Produção Cultural no Brasil, que foi organizado pela Universidade Federal da

Bahia, e é bem atual. Percebemos que a oferta de profissionais graduados é crescente e

tem um número significativo de profissionais formados por ano, pode ter como

consequência a aceleração da organização no campo da cultura.

Unindo as informações do gráfico com as que veremos mais tarde, a partir das

entrevistas do próximo capítulo, o curso pioneiro foi da Universidade Federal

Fluminense (UFF) em 1995. A Universidade Candido Mendes (UCAM) cria em 2002

uma graduação tecnológica em Marketing e Produção Cultural a partir do seu Centro

Cultural e que mais tarde seria deslocado para o Instituto de Humanidades daquela

instituição. O Curso superior de Tecnologia em Produção Cultural foi criado em 2003,

no então Centro Federal Tecnológico de Química de Nilópolis - Cefet Química

/CEFETEQ - atual Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de

Janeiro (IFRJ) e que mais tarde se tornaria bacharelado. Em 2006 o curso da UCAM foi

tornou-se bacharelado em Produção e Política Cultural ainda ligado ao Instituto de

Humanidades da Universidade Candido Mendes (IH-UCAM), e hoje ligado ao curso de

Ciências Sociais da instituição. Em 2011 o campus Rio das Ostras da Universidade

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Federal Fluminense também passa a oferecer um curso de graduação em Produção

Cultural.

Os cursos formam profissionais capazes de atuar no mercado de trabalho a partir

da compreensão de cultura como uma construção coletiva. Em sua totalidade a

formação acadêmica se dá por meio da construção de conhecimentos teóricos,

metodológicos, além das práticas nas áreas de conhecimento das Ciências Humanas e

Sociais, Letras e Artes.

O formato e a carga horária dos cursos variam bastante e podem ser vistos nos

anexos deste trabalho. Na UFF e no IFRJ os cursos estão previstos para o mínimo de

oito (8) períodos e com uma carga horária de 2.655 e 2.754 horas - aula

respectivamente. Já na UCAM a cara horária é de 2.440 horas divididas em seis (6)

períodos, organizados m três (3) ciclos, a saber: básico, especialização e

profissionalização.

Quanto às disciplinas temos a seguinte divisão por instituição:

UFF

Disciplinas obrigatórias – 2.025 horas – aula, das quais 390 são dedicadas ao

Trabalho de Conclusão de Curso.

Disciplinas optativas – 570 horas – aula, das quais 450 em disciplinas e 120 em

Atividades Complementares.

IFRJ

Disciplinas obrigatórias – 2.268 horas – aula, onde se incluem 81 horas – aula,

dedicadas a Atividades Culturais.

Disciplinas optativas – 215 horas – aula, somadas a 108 horas – aula Atividades

Complementares e ainda a 162 horas de estágio supervisionado.

UCAM

Ciclo básico – 660 horas aula.

Ciclo de Especialização – 660 horas – aula

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Ciclo de profissionalização – 660 horas - aula

Língua estrangeira – 240 horas – aula

Atividades complementares – 240 horas – aula

Trabalho de Conclusão de Curso – 60 horas.

Com relação às diretrizes curriculares um dado bem interessante quando

comparamos as grades de cada instituição ofertante do curso de Produção Cultural,

observamos que as disciplinas relativas a Políticas Culturais são comuns às três

instituições. Da mesma forma acontece com as disciplinas relacionadas à produção

textual, ainda que tenham denominações diferentes.

Já as disciplinas que consideramos estar no campo administrativo, de gestão e de

marketing, estão distribuídas de maneira diferentes. Nesse caso temos, por exemplo,

Empreendedorismo I e II; Marketing Estratégico e Cultural no IFRJ são previstas para

diferentes períodos. O mesmo acontece na UFF com Introdução à Administração e

Marketing Cultural também estão divididas por dois períodos.

Disciplinas que trabalham os fundamentos mais diversos são comuns às três

instituições.

Algumas particularidades, no entanto, são especialmente interessantes e

caracterizam uma riqueza curricular.

Na UFF a disciplina de Economia da Cultura difere nominalmente da Economia

Criativa da UCAM.

No IFRJ uma coisa nos chamou bastante atenção foi a inclusão de disciplinas

como Geografia da Cultura, Ciências Ambientais, Ciência e Arte e Divulgação e

Eventos Científicos. A presença destas disciplinas, reforçam o que dissemos no Capítulo

I deste trabalho, quando nos referimos a ampla participação dos profissionais de

Produção Cultural e, acreditamos, revela uma preocupação institucional em alargar a

presença no mercado dos profissionais formados.

Outro dado interessante foi na grade da UCAM, onde existe a possibilidade de

trânsito do aprendente por outros cursos, através da escolha de disciplinas optativas que

venham compor a sua carga horária, chamadas de Eletiva de Fora.

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CAPÍTULO 5

Os gestores, os docentes, os profissionais formados e o mercado de trabalho – as

entrevistas.

Em se tratando de um tema tão recente e, mais do que isso, podendo o

pesquisador fazer uso dessa “memorialística” (aliada a outras fontes já citadas), um

importante instrumental metodológico se coloca à disposição: a História Oral – vista por

Etienne François como “uma técnica de investigação própria do século XX” (AMADO,

J. & F., M., 1998, p. 06).

Por essa razão fizemos algumas entrevistas a título de pesquisa de campo. Com

elas podemos estabelecer uma relação entre os acontecimentos do tempo presente, a

memória e a história oral. Nesse sentido recorremos a Marieta de Moraes Ferreira, para

um melhor entendimento.

“O aprofundamento das discussões sobre as relações entre passado e presente na história, e o rompimento com a ideia que identificava o objeto histórico e passado, definido como algo totalmente morto e incapaz de ser reinterpretado em função do presente, abriram novos caminhos para o estudo da história do século XX. Por sua vez, a expansão dos debates sobre a memória e suas relações com a história veio a oferecer chaves para uma nova inteligibilidade do passado.” (FERREIRA, M. M., 2002, p. 316).

Entendendo assim lançamos mão do relato dos profissionais através dos

questionários, com perguntas abertas e objetivas, aplicados aos profissionais da

educação e a produtores culturais segundo o quadro abaixo por ordem alfabética:

Nome Função atual 1.Ângela Coutinho Professora IFRJ 2.Luiz Edmundo Vargas de Aguiar Professor IFRJ 3.Fátima Cristina Coordenadora do curso UCAM 4.Flávio Aniceto Professor EAT – Faetec 5.João Domingues Coordenador do curso da UFF 6.Kátia de Marco Centro Cultural Candido Mendes 7Marcelo Velloso Superintendente de Cultura, Eventos e Turismo da Autoridade Pública Olímpica

8Thaíssa Vasconcellos Sócia diretora da K Produtora 9.Zélia Peixoto Produtora do Oi Futuro – Instituto Telemar

Obs: A qualificação completa de cada entrevistado faz parte dos anexos desta pesquisa.

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A seguir separamos os entrevistados em dois grupos distintos, o primeiro de

educadores e gestores e o segundo de profissionais formados nas instituições onde os

cursos são oferecidos.

A todos submetemos um “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido” para

uso de texto (em anexo) e um questionário, de acordo com a função de cada grupo

investigado neste trabalho (em anexo).

Doravante, os entrevistados serão identificados pelos números que receberam no

quadro anterior.

Ao primeiro grupo a nossa primeira pergunta foi:

- Quando começou o Curso de Produção Cultural na sua instituição?

Entrevistado 1: Em 2003

Entrevistado 2: O curso de P C deu início as suas atividades em 2003 Entrevistado 3: O curso de de Produção e Política Cultural está vigente na instituição há cerca de 5 anos. Anteriormente a Universidade Candido Mendes – Instituto de Humanidades manteve um curso de tecnólogo em Produção Cultural. Entrevistado 5: 1996 Entrevistado 6: Em março de 2002.

Segunda pergunta:

- Como foi a construção do Projeto Político Pedagógico?

Entrevistado 1: O projeto foi elaborado por um Grupo de Trabalho composto por professores de Educação Física (a primeira coordenadora do curso foi uma professora de Educação Física – Professora Doutora Sueli Rosa), de Artes Visuais, de Letras, de Biologia e de Ciências Sociais. As orientações relacionadas ao tipo de curso estavam contidas na Cartilha do MEC de Cursos Superiores. As formulações a respeito da matriz curricular e das disciplinas foram elaboradas a partir de estudos comparativos dos cursos de Produção Cultural já existentes em outras Universidades e de Cursos afins. Fez-se uma pesquisa acerca dos arranjos produtivos locais. Além disso, deu-se ênfase à qualificação dos professores envolvidos com o projeto.

Entrevistado 2: Essa construção se deu de maneira coletiva, envolvendo inicialmente os Docentes da própria Instituição, e posteriormente com profissionais externos convidados, que reuniam, em ambos os casos, perfis profissionais afeitos aos ramos de atividades sugeridos nas Diretrizes Nacionais Curriculares determinados pelo MEC para a área de Lazer e Desenvolvimento Social, onde a Produção Cultural figurava como uma das possibilidades de formação. Entrevistado 3: A construção do Projeto Político Pedagógico foi feita com a participação do corpo docente e discente da instituição.

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Entrevistado 5: Não participei da formulação do PPC, o que eu sei é que se tratou de projeto de professores ligados ao departamento de arte da UFF Entrevistado 6: A graduação inicialmente era tecnológica com dois anos e meio de duração. O projeto pedagógico foi feito por mim e se fundamentou em um formato específico a partir de pesquisas curriculares de cursos similares em universidades brasileiras e internacionais. Quando o curso foi transferido para o Instituto de Humanidades da UCAM, deixei a coordenação do mesmo. Foi este o primeiro curso de graduação em Produção Cultural na cidade do Rio de Janeiro.

Terceira pergunta:

- A grade curricular atual é a mesma do início do curso?

Entrevistado 1 A Matriz curricular sofreu uma considerável modificação para os alunos ingressantes no ano de 2006. Durante o ano de 2005, o grupo de trabalho voltou a reunir-se sob a minha presidência para rever a primeira Matriz Curricular e aprimorá-la, para melhor atender às reivindicações dos estudantes e dos docentes do curso. A Matriz de 2006 não foi alterada para o CST. Atualmente, o curso é um Bacharelado e, portanto, tem uma nova Matriz Curricular. Entrevistado 2: Certamente que houve uma evolução da matriz curricular, imposta pelas exigências do mercado de trabalho.

Entrevistado 3: Realizamos uma modificação na grade em 2012, ajustando-a às novas demandas da área, incluindo disciplinas como Economia da Criativa, Empreendedorismo Cultural e etc... e readequando as ementas para que o programa fosse condizente às expectativas da atualidade e do mundo moderno. Entrevistado 5: A grade de disciplinas já passou por 3 alterações. A última em 2011. Entrevistado 6: Não. Em 2005 o curso foi transferido de setor, passou a ter duração de 4 anos e mudou sua grade.

Quarta pergunta:

- Caso não, diga-nos como, quando e porque aconteceram as mudanças?

Entrevistado 3: As mudanças ocorreram em função das demandas do próprio alunado e do corpo docente do curso de Produção e Política Cultural. Entrevistado 5: A primeira mudança ocorreu em 2000, antes de minha entrada no corpo docente, e não tenho informações sobre o processo. Entrevistado 6:. Aconteceram em função da transferência para outro setor na universidade e das adaptações ao novo formato de graduação plena.

Quinta pergunta:

Entrevistado 1: Avalio que sim.

Entrevistado 2: Pelo que tenho podido acompanhar, esse curso, por sua natureza dinâmica, vem fazendo uma boa adequação de seu currículo de forma a atender essas demandas nessas questões. Não é raro por exemplo, a aprovação em eventos científicos e em editais de projetos apresentados por nossos alunos e professores.

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Entrevistado 3: Pelas respostas que temos tido dos alunos e das empresas que os contratam, sim. Estamos nos aprimorando para que o curso atenda cada vez mais às expectativas e para isso estamos atentos ao nosso corpo discente. Nosso curso está vinculado às ciências sociais e isso vem proporcionando um alargamento de visão dos discentes e maior preparação teórica dos mesmos. Temos tido bons resultados com experiências em pesquisa através dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), nos quais as investigações sobre o objeto escolhido refletem a síntese da teoria e prática. Entrevistado 5: Em 2011, por iniciativa do professor Guilherme Vergara, coordenador há época, os cursos de Produção Cultural e Rio das Ostras realizaram u fórum de =discussões sobre o PPC onde vislumbrou-se a possibilidade de sua atualização. Em 2011, a recém-empossada coordenação de Niterói, convocou o colegiado do curso e propôs a criação de um fórum interno para que docentes e discentes pudessem debater as demandas de criação de disciplinas, substituição ou atualização de ementas. As alterações implicaram no acréscimo de quatro disciplinas na linha de planejamento e na readequação de outras duas Entrevistado 6: Por não responder pela coordenação deste curso desde 2006, não estou atualizada para responder.

Sexta pergunta:

- Alguma coisa mais a acrescentar?

Entrevistado 1: Creio que o Curso de Produção Cultural desenvolvido no Campus Nilópolis do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – IFRJ – produziu um impacto positivo no desenvolvimento e na divulgação da cultura na Baixada Fluminense e no Rio de Janeiro pela qualidade de seus estudantes e dos profissionais formados. Entrevistado 2: Acho que o Curso de Produção Cultural trouxe o arejamento de nossa instituição, rompendo com um certo tradicionalismo e mostrando que arte, ciência e tecnologia, como atividades genuinamente humanas, são indissociáveis. Entrevistado 3:Estamos empenhados na melhora do nosso curso. Aguardamos ansiosos, o resultado do seu trabalho. Entrevistado 5: No próximo ano faremos uma avaliação deste ajuste proposto em 2011, a fim de debater sobre outras possíveis mudanças. Pessoalmente acredito que a inclusão de outras atividades, em especial as laboratoriais, farão fortalecer o currículo ora proposto Entrevistado 6: Atualmente esta graduação está vinculada ao curso de Ciências Sociais e é nomeada "Produção e Política Cultural".

Ao segundo grupo a nossa primeira pergunta foi:

- Quando você concluiu o Curso de Produção Cultural e em qual instituição? Entrevistado 4: 2006 – Tecnólogo; 2009 – Bacharelado / Ambos UCAM Entrevistado 7: Em 2003 pela Universidade Federal Fluminense (curso Niterói).

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Entrevistado 8: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFRJ – 2013 Entrevistado 9: Em 2011 no IFRJ

Segunda pergunta:

- A partir de sua experiência no mercado de trabalho a grade curricular atendeu a

todas as suas necessidades?

Entrevistado 4 : Sim, considerando as experiências até aquele período.

Entrevistado 7: Em parte. A Universidade foi fundamental para minha formação conceitual e crítica sobre cultura (especialmente no tocante às artes e políticas culturais), e gestão de projetos culturais. Mas a expertise da atuação profissional, da gestão das políticas culturais e mesmo da produção e gestão de projetos obtive a partir da minha vivência no mercado desde o tempo da faculdade como estagiário. Entrevistado 8: Não.

Entrevistado 9: Não muito, a experiência em diversas áreas me deu mais base.

Terceira pergunta:

- Você considera que faltou alguma disciplina?

Entrevistado 4: Inicialmente acho que não

Entrevistado 7: Acredito que tenha faltado alguma base de informações jurídicas, sobre direito cultural, sobre as implicações legais pra além das leis de incentivo. Mas à época em que fui aluno (anos 90), estas ainda eram questões pouco amadurecidas. À exceção deste ponto, não considero falta de alguma outra disciplina em especial, mas sim da abordagem de conteúdos já afetos às disciplinas existentes. Por exemplo, em relação à administração cultural (das políticas, da gestão pública, da gestão provada, etc), faltava á época conteúdo que pudesse orientar os cursos.

Entrevistado 8: Sim. “Prestação de Contas” com todas as suas especificidades por exemplo, acredito que tenha faltado; Além desta, “Captação de Recursos”, “Gestão Cultural” e “História das Culturas”. Entrevistado 9: Sim, orçamento, produção executiva prática, diretoria de produção, produção teatral, produção de cinema, produção de música (show, disco), produção de livros, administração, contabilidade, captação (além de editais), redes sociais e a produção cultural.

Quarta pergunta:

- Na sua avaliação atualmente a grade do curso atende com as necessidades do

mercado, das pesquisas e dos estudos acadêmicos?

Entrevistado 4: Não conheço a grade atual.

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Entrevistado 7: Os cursos atualmente existentes são distintos, com focos e grades curriculares próprias. O que é bom, pois temos, no caso do estado do Rio de Janeiro, oferta de diferentes formações, que dão conta de diferentes áreas de atuação profissional do produtor cultural (políticas culturais, produção executiva, antropologia cultural, gestão, etc).

Entrevistado 8: Não totalmente.

Entrevistado 9: Do mercado não, das pesquisas e estudos acadêmicos um pouco.

Quinta pergunta:

- Alguma coisa mais a acrescentar?

Entrevistado 4: Não

Entrevistado 7: Apenas ressaltar que minha observação como aluno é datada, do período inicial da formação em produção cultural no país (1996) e que já desde o início o curso foi submetido a mudanças com o objetivo de melhor se adequar à demanda do mercado e às expectativas dos alunos. Costumo dizer que, o meu período como aluno, foi um momento de experimentação do curso. Uma experimentação que, creio, deu certo! Entrevistado 8: Acredito que as disciplinas dos setores culturais “Artes Cênicas”, “Audiovisual” e “Fundamentos das artes visuais” deveriam ser menos praticas e mais teóricas, fazendo com que o aluno não só tivesse a vivência, como também pudesse entender as especificidades de produção de cada um dos setores.

Entrevistado 9: Durante o curso poderia ter uma matéria todo o semestre que permitisse que o graduando trabalhasse em estágios temporários. Observei que muitos demoram pra se formar por se aventurar no mercado de trabalho, o que impede a dedicação exclusiva às matérias mais conceituais. Talvez essas matérias pudessem ser mais espalhadas na grade.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

As reflexões expostas neste trabalho estão muito longe de ser conclusivas, por

isso poderíamos trabalhar com a ideia de “considerações iniciais”, por entender que esse

estudo, pode e deve ser aprofundado. Acreditamos também que, com ele, possamos

contribuir para outras reflexões e debates sobre o tema.

De acordo com o que dissemos no capítulo 2 deste trabalho, os cursos oferecidos

no Rio de Janeiro para a Formação Superior em Produção Cultural - ainda que pesem

erros e acertos dos poderes constituídos, tanto nas políticas públicas de Estado quanto

nas políticas públicas governamentais – não dão conta das necessidades registradas nas

Conferências, Encontros e nas Metas do Plano Nacional de Cultura – P.N.C. tampouco

satisfazem aos nossos entrevistados.

Ao contrário do que supúnhamos as grades curriculares dos cursos de Produção

Cultural no Rio de Janeiro, ainda que não plenamente, atendem bem ao mercado de

trabalho, uma vez que os profissionais entrevistados ocupam boas colocações e se

mostraram com um amplo senso crítico.

Ainda que saibamos que os cursos surgiram sem um diálogo prévio entre si, é

nítido o esmero na elaboração das matrizes curriculares e a preocupação com uma

formação tão ampla, quanto crítica.

Entendemos que este trabalho não conseguiu dar conta de informações mais

profundas ou precisas sobre a formação de todos os cursos. Quanto aos profissionais que

implantaram os cursos, no entanto, dos entrevistados, todos deram conta da tarefa com

muita pesquisa, diálogo com outros cursos e ações muito além das que se propunham

inicialmente.

Sobre os gestores institucionais vimos que estes se mostraram muito interessados

na atualização das grades curriculares. Nesse caso também notamos o traço democrático

presente no desejo de cada um.

Por estas razões a viabilidade de revisão das grades com um diálogo entre cursos

nos parece possível.

Assim, enquanto uma nova área do conhecimento que se construiu, constituiu e

se estruturou recentemente, para a Produção Cultural - a partir dos cursos oferecidos -

ainda falta muito pra se consolidar, mas, existe uma perspectiva e uma prática de

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atualização permanente desses cursos e uma ampla possibilidade de expansão do

mercado de trabalho.

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BIBLIOGRAFIA

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ANEXOS

Anexo 1 .....................................................................................................As grades

Anexo 2..............................................................................Termo de consentimento

Anexo 3..........................................................................................Os questionários

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Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Você está sendo convidado(a) para participar da Pesquisa Formação Superior em

Produção Cultural. Você foi selecionado(a) para responder a um questionário da pesquisa e sua participação não é obrigatória.

A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador e nem com qualquer setor da AVM Faculdade Integrada.

O objetivo deste estudo é colaborar no aprofundamento de uma discussão da formação em Produção Cultural, investigando e comparando as diretrizes curriculares dos cursos no estado do Rio de Janeiro (e eventualmente fora do estado), além de confrontar as grades curriculares com as necessidades do mercado, das pesquisas e dos estudos acadêmicos.

Não há riscos relacionados com a sua participação nesta pesquisa. Ao serem divulgadas as informações, imagens e textos obtidos através dessa pesquisa poderão ou não, citar a sua participação. Sua colaboração é importante para Trabalho de Conclusão de Curso de Docência do Ensino Superior do aluno Ricardo Alves de Moraes. Os dados serão divulgados. Os resultados também serão divulgados em apresentações ou publicações com fins científicos ou educativos.

Participar desta pesquisa não implicará nenhum custo para você, e, como voluntário(a), você também não receberá qualquer valor em dinheiro como compensação pela participação.

Rio de Janeiro ___de_____________de 201__. Assinatura do pesquisador _________________________________________ Nome do pesquisador: Ricardo Alves de Moraes Telefone: (0XX21) 98127-6780. e-mail: [email protected]

Declaro que entendi os objetivos e benefícios de minha participação na pesquisa e concordo em participar

________________________________________

Sujeito da pesquisa Data ____/___/___ _________________________________ (assinatura do participante)

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OS QUESTIONÁRIOS

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QUESTIONÁRIO 1 Curso de pós Graduação latu sensu de Docência do Ensino Superior TCC: Pesquisa sobre a Formação Superior em Produção Cultural Aluno: Ricardo Alves de Moraes Orientador: professor Pablo Santos Matrícula: k228954 Proposta de questionário: Questionário para aplicação com o(a) Sr(a) Professora Doutora Angela Maria da Costa e Silva Coutinho Qualificação (sexo, idade, raça, formações, profissão) Sexo feminino, negra, professora de Língua Portuguesa e Literaturas, Doutora em Letras, Mestre em Letras, Especialista em Língua Portuguesa e em Literatura Infanto - juvenil Vínculo Institucional Professora Titular do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro. IFRJ Função atual: Professora dos Cursos superiores, dos Cursos Técnicos e de Pós-graduação lato sensu. Função anterior Diretora de Ensino do Campus São Gonçalo de novembro de 2008 a março de 2014. Coordenadora do Curso Superior de Tecnologia em Produção Cultural de 2006 a 2007. Coordenadora do Curso de Pós-graduação Lato Sensu Especialização em Produção Cultural com ênfase em Literatura Infanto-juvenil de 2007 a 2008. 1)Quando começou o Curso de Produção Cultural na sua instituição? No ano de 2003. 2)Como foi a construção do Projeto Político Pedagógico? O projeto foi elaborado por um Grupo de Trabalho composto por professores de Educação Física (a primeira coordenadora do curso foi uma professora de Educação Física – Professora Doutora Sueli Rosa), de Artes Visuais, de Letras, de Biologia e de Ciências Sociais. As orientações relacionadas ao tipo de curso estavam contidas na Cartilha do MEC de Cursos Superiores. As formulações a respeito da matriz curricular e das disciplinas foram elaboradas a partir de estudos comparativos dos cursos de Produção Cultural, já existentes em outras Universidades e de Cursos afins. Fez-se uma pesquisa acerca dos arranjos produtivos locais. Além disso, deu-se ênfase à qualificação dos professores envolvidos com o projeto. 3)A grade curricular atual é a mesma do início do curso? A Matriz curricular sofreu uma considerável modificação para os alunos ingressantes no ano de 2006. Durante o ano de 2005, o grupo de trabalho voltou a reunir-se sob a minha presidência para rever a primeira Matriz Curricular e aprimorá-la, para melhor atender às reivindicações dos estudantes e dos docentes do curso. A Matriz de 2006 não foi alterada para o CST. Atualmente, o curso é um Bacharelado e, portanto, tem uma nova Matriz Curricular.

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4) Caso não, diga-nos como, quando e porque aconteceram as mudanças? 5) Na sua avaliação atualmente a grade do curso atende com as necessidades do mercado, das pesquisas e dos estudos acadêmicos? Avalio que sim. 6) Alguma coisa mais a acrescentar? Creio que o Curso de Produção Cultural desenvolvido no Campus Nilópolis do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – IFRJ – produziu um impacto positivo no desenvolvimento e na divulgação da cultura na Baixada Fluminense e no Rio de Janeiro pela qualidade de seus estudantes e dos profissionais formados.

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QUESTIONÁRIO 2 Curso de pós Graduação latu sensu de Docência do Ensino Superior TCC: Pesquisa sobre a Formação Superior em Produção Cultural Aluno: Ricardo Alves de Moraes Orientador: professor Pablo Santos Matrícula: k228954 Proposta de questionário: Questionário para aplicação com o Sr(a): Luiz Edmundo Vargas de Aguiar Qualificação (sexo, idade, raça, formações, profissão) Doutor em Ciências, Professor Titular do IFRJ, 57 anos de idade, sexo masculino Vínculo Institucional: Servidor Público Federal do IFRJ. Função atual: Professor do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ensino de Ciências Função anterior: Reitor 1) Quando começou o Curso de Produção Cultural, ou similar, na sua instituição? O curso de PC deu início as suas atividades em 2003.

2) Como foi a construção do Projeto Político Pedagógico?

Essa construção se deu de maneira coletiva, envolvendo inicialmente os Docentes da própria Instituição, e posteriormente com profissionais externos convidados, que reuniam, em ambos os casos, perfis profissionais afeitos aos ramos de atividades sugeridos nas Diretrizes Nacionais Curriculares determinados pelo MEC para a área de Lazer e Desenvolvimento Social, onde a Produção Cultural figurava como uma das possibilidades de formação.

3) A grade curricular atual é a mesma do início do curso?

Certamente que houve uma evolução da matriz curricular, imposta pelas exigências do mercado de trabalho.

4) Caso não, diga-nos como, quando e porque aconteceram as mudanças?

A matriz curricular, como em todo curso que tenta acompanhar a evolução do mundo do trabalho, vem sofrendo adequações permanentemente, conforme se dá o nível de exigência das novas oportunidades que surgem de forma evolutiva. Mas sempre resguardando a qualidade e o perfil profissional estabelecido nas Diretrizes Nacionais.

5) Na sua avaliação atualmente a grade do curso atende com as necessidades do

mercado na gestão, nas pesquisas ou nos estudos acadêmicos?

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Pelo que tenho podido acompanhar esse curso, por sua natureza dinâmica, vem fazendo uma boa adequação de seu currículo de forma a atender essas demandas nessas questões. Não é raro, por exemplo, a aprovação em eventos científicos e em editais de projetos apresentados por nossos alunos e professores.

6) Alguma coisa mais a acrescentar? Acho que o Curso de Produção Cultural trouxe o arejamento de nossa instituição, rompendo com certo tradicionalismo e mostrando que arte, ciência e tecnologia, como atividades genuinamente humanas, são indissociáveis.

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QUESTIONÁRIO 3 Curso de pós Graduação latu sensu de Docência do Ensino Superior TCC: Pesquisa sobre a Formação Superior em Produção Cultural Aluno: Ricardo Alves de Moraes Orientador: professor Pablo Santos Matrícula: k228954 Proposta de questionário: Questionário para aplicação com o Sr. (a): Fátima Cristina Gonçalves Qualificação (sexo, idade, raça, formações, profissão) F – 48 – Branca – mestrado - professora Vínculo Institucional: Professora da Associação Brasileira de Instrução Função atual: Professora e Coordenadora do Curso de Graduação de Produção e Política Cultural do IUPERJ Função anterior: Professora do ensino superior

1) Quando começou o Curso de Produção Cultural, ou similar, na sua instituição? O curso de Produção e Política Cultural está vigente na instituição há cerca de 5 anos. Anteriormente a Universidade Candido Mendes – Instituto de Humanidades manteve um curso de tecnólogo em Produção Cultural.

2) Como foi a construção do Projeto Político Pedagógico? A construção do Projeto Político Pedagógico foi feita com a participação do corpo docente e discente da instituição.

3) A grade curricular atual é a mesma do início do curso? Realizamos uma modificação na grade em 2012, ajustando-a às novas demandas da área, incluindo disciplinas como Economia da Criativa, Empreendedorismo Cultural e etc... e readequando as ementas para que o programa fosse condizente às expectativas da atualidade e do mundo moderno.

4) Caso não, diga-nos como, quando e porque aconteceram as mudanças?

As mudanças ocorreram em função das demandas do próprio aunado e do corpo docente do curso de Produção e Política Cultural.

5) Na sua avaliação atualmente a grade do curso atende com as necessidades do mercado na gestão, nas pesquisas ou nos estudos acadêmicos? Pelas respostas que temos tido dos alunos e das empresas que os contratam, sim. Estamos nos aprimorando para que o curso atenda cada vez mais às expectativas e para isso estamos atentos ao nosso corpo discente.

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Nosso curso está vinculado às ciências sociais e isso vem proporcionando um alargamento de visão dos discentes e maior preparação teórica dos mesmos. Temos tido bons resultados com experiências em pesquisa através dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), nos quais as investigações sobre o objeto escolhido refletem a síntese da teoria e prática.

6) Alguma coisa mais a acrescentar? Estamos empenhados na melhora do nosso curso. Aguardamos ansiosos os resultados do seu trabalho.

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QUESTIONÁRIO 4 Curso de pós Graduação latu sensu de Docência do Ensino Superior TCC: Pesquisa sobre a Formação Superior em Produção Cultural Aluno: Ricardo Alves de Moraes Orientador: professor Pablo Santos Matrícula: k228954 Proposta de questionário: Questionário para aplicação com o Sr(a) Flavio Aniceto Qualificação (sexo, idade, raça, formações, profissão) M/40/ N/Mestre em bens culturais/Produção Cultural, Ciências Sociais Vínculo Institucional: 1. Fundação de Artes de Niterói 2.Faetec Função atual: Coordenador de núcleo de coordenação e articulação em cidadania cultural 2.Professor Escola de Artes Técnicas Luis Carlos Ripper Função anterior: Coordenador Relações Comunitárias – Programa Bibliotecas Parque 1) Quando você concluiu o Curso de Produção Cultural e em qual instituição?

2006 – Tecnólogo; 2009 – Bacharelado / Ambos UCAM

2) A partir de sua experiência no mercado de trabalho a grade curricular atendeu a todas as suas necessidades? Sim, considerando as experiências até aquele período.

3) Você considera que faltou alguma disciplina? Inicialmente acho que não.

4) Na sua avaliação atualmente a grade do curso atende com as necessidades do mercado, das pesquisas e dos estudos acadêmicos?

Não conheço a grade atual.

5) Alguma coisa mais a acrescentar? Não.

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QUESTIONÁRIO 5 Curso de pós Graduação latu sensu de Docência do Ensino Superior TCC: Pesquisa sobre a Formação Superior em Produção Cultural Aluno: Ricardo Alves de Moraes Orientador: professor Pablo Santos Matrícula: k228954 Proposta de questionário: Questionário para aplicação com o Sr(a): João Luiz P. Domingues. Qualificação (sexo, idade, raça, formações, profissão) M/35/Branco/Produtor Cultural - Professor Vínculo Institucional: Professor Adjunto I Curso de Produção Cultural / UFF / Niterói Função atual: Coordenador Função anterior: Professor Adjunto I Curso de Produção Cultural / UFF / Niterói

1) Quando começou o Curso de Produção Cultural na sua instituição? 1996

2) Como foi a construção do Projeto Político Pedagógico?

Não participei da formulação do PPC, o que eu sei é que se tratou de projeto de professores ligados ao departamento de |arte da UFF

3) A grade curricular atual é a mesma do início do curso? A grade de disciplinas jja passou por 3 alterações. A última em 2011.

4) Caso não, diga-nos como, quando e porque aconteceram as mudanças? A primeira mudança ocorreu em 2000, antes de minha entrada no corpo docente, e não tenho informações sobre o processo.

5) Na sua avaliação atualmente a grade do curso atende com as necessidades do mercado, das pesquisas e dos estudos acadêmicos?

Em 2011, por iniciativa do professor Gulherme Vergara, coordenador há época, os cursos de Produção Cultural e Rio das Ostras realizaram u fórum de =discussões sobre o PPC onde vislumbrou-se a possibilidade de sua atualização. Em 2011, a recém-empossada coordenação de Niterói, convocou o colegiado do curso e propôs a criação de um fórum interno para que docentes e discentes pudessem debater as demandas de criação de disciplinas, substituição ou atualização de ementas. As alterações implicaram no acréscimo de quatro disciplinas na linha de planejamento e na readequação de outras duas

6) Alguma coisa mais a acrescentar?

No próximo ano faremos uma avaliação deste ajuste proposto em 2011, a fim de debater sobre outras possíveis mudanças. Pessoalmente acredito que a inclusão de outras atividades, em especial as laboratoriais, farão fortalecer o currículo ora proposto

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QUESTIONÁRIO 6 Curso de pós Graduação latu sensu de Docência do Ensino Superior TCC: Pesquisa sobre a Formação Superior em Produção Cultural Aluno: Ricardo Alves de Moraes Orientador: professor Pablo Santos Matrícula: k228954 Questionário para aplicação com o Sr(a):...Kátia de Marco. Qualificação (sexo, idade, raça, formações, profissão) graduada em Ciências Sociais e Mestre em Ciência da Arte na Universidade Federal Fluminense Vínculo Institucional: Coordenadora acadêmica do Programa de pós-graduação em Estudos Culturais e Sociais da Universidade Candido Mendes Função atua: .Coordenadora e professora 1) Quando começou o Curso de Produção Cultural na sua instituição? Em março de 2002. 2) Como foi a construção do Projeto Político Pedagógico? A graduação inicialmente era tecnológica com dois anos e meio de duração. O projeto pedagógico foi feito por mim e se fundamentou em um formato específico a partir de pesquisas curriculares de cursos similares em universidades brasileiras e internacionais. Quando o curso foi transferido para o Instituto de Humanidades da UCAM, deixei a coordenação do mesmo. Foi este o primeiro curso de graduação em Produção Cultural na cidade do Rio de Janeiro.. 3) A grade curricular atual é a mesma do início do curso? Não. Em 2005 o curso foi transferido de setor, passou a ter duração de de 4 anos e mudou sua grade. 4) Caso não, diga-nos como, quando e porque aconteceram as mudanças? Aconteceram em função da transferência para outro setor na universidade e das adaptações ao novo formato de graduação plena. 5) Na sua avaliação atualmente a grade do curso atende com as necessidades do mercado, das pesquisas e dos estudos acadêmicos? Por não responder pela coordenação deste curso desde 2006, não estou atualizada para responder. 6) Alguma coisa mais a acrescentar? Atualmente esta graduação está vinculada ao curso de Ciências Sociais e é nomeada "Produção e Política Cultural".

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QUESTIONÁRIO 7 Curso de pós Graduação latu sensu de Docência do Ensino Superior TCC: Pesquisa sobre a Formação Superior em Produção Cultural Aluno: Ricardo Alves de Moraes Orientador: professor Pablo Santos Matrícula: k228954 Proposta de questionário: Questionário para aplicação com o Sr(a): Marcelo Velloso Qualificação (sexo, idade, raça, formações, profissão): Masculino, 37 anos, homo sapiens, bacharel em produção cultural (UFF, Niterói, RJ, 2003), especialista em administração de políticas públicas de cultura (Observatoire National des Politiques Culturelles, Grenoble, França, 2013). Vínculo Institucional: Autoridade Pública Olímpica Função atual: Superintendente de Cultura, Eventos e Turismo Funções anteriores: Subsecretário e Secretário Municipal de Cultura de Niterói (2007 e 2008), Professor de Planejamento, Administração e Políticas Culturais na Universidade Federal Fluminense (2007 e 2008), Diretor do Barracão Maravilha Arte Contemporânea (2009 e 2010), Coordenador-Geral de Estratégias e Gestão na Diretoria do Sistema Nacional de Cultura da Secretaria de Articulação Institucional do de Ações no Ministério da Cultura (2011), Chefe da Representação Regional do Ministério da Cultura nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (2012 a 2014).

1) Quando você concluiu o Curso de Produção Cultural e em qual instituição? Em 2003 pela Universidade Federal Fluminense (curso Niterói). 2) A partir de sua experiência no mercado de trabalho a grade curricular atendeu a

todas as suas necessidades? Em parte. A Universidade foi fundamental para minha formação conceitual e crítica sobre cultura (especialmente no tocante às artes e políticas culturais), e gestão de projetos culturais. Mas a expertise da atuação profissional, da gestão das políticas culturais e mesmo da produção e gestão de projetos obtive a partir da minha vivência no mercado desde o tempo da faculdade como estagiário.

3) Você considera que faltou alguma disciplina? Acredito que tenha faltado alguma base de informações jurídicas, sobre direito cultural, sobre as implicações legais pra além das leis de incentivo. Mas à época em que fui aluno (anos 90), estas ainda eram questões pouco amadurecidas. À exceção deste ponto, não considero falta de alguma outra disciplina em especial, mas sim da abordagem de conteúdos já afetos às disciplinas existentes. Por exemplo, em

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relação à administração cultural (das políticas, da gestão pública, da gestão provada, etc), faltava á época conteúdo que pudesse orientar os cursos.

4) Na sua avaliação atualmente a grade do curso atende com as necessidades do

mercado, das pesquisas e dos estudos acadêmicos? Os cursos atualmente existentes são distintos, com focos e grades curriculares próprias. O que é bom, pois temos, no caso do estado do Rio de Janeiro, oferta de diferentes formações, que dão conta de diferentes áreas de atuação profissional do produtor cultural (políticas culturais, produção executiva, antropologia cultural, gestão, etc).

5) Alguma coisa mais a acrescentar? Apenas ressaltar que minha observação como aluno é datada, do período inicial da formação em produção cultural no país (1996) e que já desde o início o curso foi submetido a mudanças com o objetivo de melhor se adequar à demanda do mercado e às expectativas dos alunos. Costumo dizer que, o meu período como aluno, foi um momento de experimentação do curso. Uma experimentação que, creio,

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QUESTIONÁRIO 8 Curso de pós Graduação latu sensu de Docência do Ensino Superior TCC: Pesquisa sobre a Formação Superior em Produção Cultural Aluno: Ricardo Alves de Moraes Orientador: professor Pablo Santos Matrícula: k228954 Proposta de questionário: Questionário para aplicação com o Sr(a): Thaissa Vasconcellos Qualificação (sexo, idade, raça, formações, profissão) Sexo: Feminino Idade: 32 anos Raça: Humana Profissão: Produtora Cultural Formações: Pós-Graduação em Gestão e Produção Cultural Universidade Estácio de Sá (Conclusão 06/2009) Pós-Graduação em Didática para o Ensino Superior Universidade Estácio de Sá (Conclusão 07/2009) Ensino Superior de Tecnologia e Gestão da Informação e Marketing Estratégico Universidade Estácio de Sá (Conclusão 12/2006) Ensino Superior de Produção Cultural Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFRJ – (Conclusão 10/2012) Curso de Extensão em Políticas Públicas Culturais DECULT - Departamento Cultural da UERJ. Carga horária:120h; (Conclusão 11/2004) Curso Técnico de Contabilidade - Cursando Instituto Monitor de Ensino à distância – (Conclusão prevista 09/2015) Ensino Médio Técnico em Produção de Eventos FAETEC/Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch – (Conclusão 12/2001) Vínculo Institucional: Sócia Diretora da K Produtora Função atual: Produtora Executiva 1) Quando você concluiu o Curso de Produção Cultural e em qual instituição? Ensino Superior de Produção Cultural Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFRJ – (Conclusão 06/2013) 2) A partir de sua experiência no mercado de trabalho a grade curricular atendeu a todas as suas necessidades? Não 3) Você considera que faltou alguma disciplina? Sim. “Prestação de Contas” com todas as suas especificidades, por exemplo, acredito que tenha faltado; Além desta, “Captação de Recursos”, “Gestão Cultural” e “História das Culturas”. 4) Na sua avaliação atualmente a grade do curso atende com as necessidades do mercado, das pesquisas e dos estudos acadêmicos?

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Não totalmente. 5) Alguma coisa mais a acrescentar? Acredito que as disciplinas dos setores culturais “Artes Cênicas”, “Audiovisual” e “Fundamentos das artes visuais” deveriam ser menos praticas e mais teóricas, fazendo com que o aluno não só tivesse a vivência, como também pudesse entender as especificidades de produção de cada um dos setores.

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QUESTIONÁRIO 9 Curso de pós Graduação latu sensu de Docência do Ensino Superior TCC: Pesquisa sobre a Formação Superior em Produção Cultural Aluno: Ricardo Alves de Moraes Orientador: professor Pablo Santos Matrícula: k228954 Proposta de questionário: Questionário para aplicação com o Sr(a) Zélia Rodrigues Peixoto Qualificação (sexo, idade, raça, formações, profissão) feminino, 28 anos, parda, Produtora Cultural. Vínculo Institucional:Oi Futuro – Instituto Telemar Função atual:. Produtora Funções anterioriores: Estagiária

1) Quando você concluiu o Curso de Produção Cultural e em qual instituição? Em 2011 no IFRJ

2) A partir de sua experiência no mercado de trabalho a grade curricular atendeu a

todas as suas necessidades? Não muito, a experiência em diversas áreas me deu mais base.

3) Você considera que faltou alguma disciplina? Sim, orçamento, produção executiva prática, diretoria de produção, produção teatral, produção de cinema, produção de música (show, disco), produção de livros, administração, contabilidade, captação (além de editais), redes sociais e a produção cultural.

4) Na sua avaliação atualmente a grade do curso atende com as necessidades do mercado, das pesquisas e dos estudos acadêmicos?

Do mercado não, das pesquisas e estudos acadêmicos um pouco.

5) Alguma coisa mais a acrescentar? Durante o curso poderia ter uma matéria todo o semestre que permitisse que o graduando trabalhasse em estágios temporários. Observei que muitos demoram para se formar por se aventurar no mercado de trabalho, o que impede a dedicação exclusiva às matérias mais conceituais. Talvez essas matérias pudessem ser mais espalhadas na grade.