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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O GESTOR FINANCEIRO Por: Elge José Marcos Orientador Prof.ª. ALEKSANDRA SLIWOWSKA Niterói 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O GESTOR FINANCEIRO

Por: Elge José Marcos

Orientador

Prof.ª. ALEKSANDRA SLIWOWSKA

Niterói

2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O GESTOR FINANCEIRO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de especialista

no Curso de MBA EM FINANÇAS E GESTÃO

CORPORATIVA.

Por: Elge José Marcos

Niterói

2016

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AGRADECIMENTOS

A todos os autores, corpo docente do Instituto A Vez do Mestre, ao professor Aleksandra Sliwowska pela revisão dos textos. Aos alunos e pessoas que, direta e indiretamente, contribuíram para a confecção desse trabalho e sua constante atualização.

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DEDICATÓRIA

Á minha mãe, esposa, filhos, por compreenderem as

minhas ausências no decorrer do curso.

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RESUMO

O Presente estudo tem por objetivo principal abordar as práticas do Gestor

Financeiro como diferencial para a melhoria da eficiência organizacional frente aos novos

preceitos da Administração Financeira e ainda tem por finalidade mostrar a importância

deste gestor para uma moderna organização empresarial nos tempos atuais.

O estudo aborda aspectos importantes no primeiro capitulo deste trabalho, destinado

a evidenciar a importância do conhecimento da Contabilidade Financeira Gerencial.

Abordam-se seus conceitos, princípios e algumas das suas ferramentas básicas utilizadas

nas organizações empresarias modernas. Uma vez que o Gestor Financeiro pratica

diversos atos e vive fato e a Contabilidade tem a função de registrar e controlar todos os

atos que originam fatos que afetem a situação patrimonial, financeira e econômica da

instituição. Portanto, o conhecimento da contabilidade, seus métodos e técnicas são

fundamentais para avaliar as consequências positivas e negativas de cada ato praticado ou

fato ocorrido na empresa.

No segundo capitulo compreende-se a Administração Financeira Empresarial como

uma ciência, entendendo o sentido e o significado de Finanças e suas principais áreas de

atuação pelo Gestor Financeiro. Definiu-se o principal objetivo de qualquer empresa

privada é a obtenção de lucros para os seus proprietários, mediante a produção de bens e

serviços para venda no mercado, bem como, todos os esforços empreendidos dentro da

função financeira, no sentido de formular um esquema que resulte na maximização dos

retornos do capital investido e na manutenção da maior liquidez possível com o mais alto

nível de rentabilidade possível.

Já no terceiro e principal capitulo desta pesquisa abordou-se o tema de forma

enfática, isto é, o perfil, papel, características e desafios atuais que norteia o Gestor

Financeiro e para tanto, entender melhor o conjunto de responsabilidades deste Gestor

em organização empresarial, descrevendo-o como um dos membros da alta administração,

incumbido de assumir responsabilidades de planejamento, controle financeiro, tomada de

decisão e execução das atividades financeiras, exercendo um papel crucial na operação da

empresa e como sendo um dos principais responsáveis pelo sucesso da organização.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho foram a leitura e pesquisa de livros,

artigos, jornais, revistas acadêmicas da área, documentos eletrônicos, bem como as

vivências adquiridas no decorrer da vida profissional e a resposta, após coleta de dados,

pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo, observação do objeto de estudo, os

questionários, etc. Com isso o assunto foi abordado de forma clara e coesa, buscando os

desafios que o Gestor Financeiro enfrenta no dia a dia. É importante incluir os créditos às

instituições que cederam o material ou que foram o objeto de observação e estudo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 11

CAPÍTULO I

CONTABILIDADE FINANCEIRA E GERENCIAL

1.1 História da Contabilidade 13

1.2 - A Evolução do Pensamento Contábil 13 1.3 - Conceito de Contabilidade 14

1.4 - Objetivo da Contabilidade 15

1.5 – Finalidade da Contabilidade 13

1.6 – Princípios da Contabilidade 13

1.7 – Patrimônio 14

1.7.1 – Bens, Direitos e Obrigações 14

1.8 – Demonstrações Contábeis 15

1.8.1 – Balanço Patrimonial 16

1.8.1.1 – Contas Patrimoniais 18

1.8.1.1.1 – Ativos 18

1.8.1.1.1.1 – Ativo Circulante 18

1.8.1.1.1.2 – Ativo Não Circulante 18

1.8.1.1.2 – Passivos 19

1.8.1.1.2.1 – Passivo Circulante 19

1.8.1.1.2.2 – Passivo Não Circulante 19

1.8.1.1.3 – Patrimônio Líquido 20

1.8.1.2 – Equações Patrimoniais 21

1.8.2 - Demonstração do Resultado do Exercício (D R E) 22

1.8.3 - Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) 23

1.8.4 - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 23

1.8.5 - Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 25

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1.8.6 - Notas Explicativas 25

1.8.7 - Parecer de Auditoria 25

1.9 - Análise das Demonstrações Financeiras 26

1.9.1. Analise horizontal e vertical 27

1.9.2 - Análise por índices 27

1.9.3 - A Importância da Análise das Demonstrações Contábeis 30

CAPITULO II

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

2.1 – Introdução a Administração Financeira 30

2.2 – Objetivo da Administração Financeira 32

2.3 – A Gestão Financeira e Áreas Correlatas 33

2.4 – A Função Financeira e o Gestor Financeiro 35

2.5 – Principais Áreas de Decisão do Gestor Financeiro 35

2.6 – Administração de Caixa pelo Gestor Financeiro 42

2.6.1 – O Gestor Financeiro e o Fluxo de Caixa 42

2.6.2 – O Estabelecimento de Controles de Caixa pelo Gestor Financeiro 43

2.6.3 – Transações que Afetam o Caixa da Empresa 43

2.6.4 – Transações que Não Afetam o Caixa 44

2.6.5 – O Gerenciamento do Fluxo de Caixa 45

2.6.6 – Apresentação do Relatório do Fluxo de Caixa 45

2.7 – O Gestor Financeiro e o Capital de Giro 46

2.7.1 – Capital de Giro ou Capital Circulante 46

2.7.2 – Capital de Giro Líquido 47

2.7.3 – A Necessidade de Capital de Giro 48

2.7.4 - Administração da Aplicação e Captação de Recursos 48

2.7.5 - Aplicações dos Excedentes 48

2.7.6 – Captações 48

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2.8 – Finanças e a Administração de Crédito 50

2.8.1 – Análise dos riscos na concessão de crédito 51

2.8.2 – Erros mais Comuns na Concessão de Crédito 52 2.8.3 – Premissas para uma Política de Crédito 53

2.8.4 – Gestão da Política de Crédito 54

2.8.5 – Qualidade da Administração da Carteira de Crédito 55 2.9 - O Gestor Financeiro e o Contas à Receber 56 2.10 – O Gestor Financeiro e o Contas à Pagar 57 2.10.1 - Principais Funções e Responsabilidades do Contas a Pagar 58 2.10.2 - O Gestor Financeiro e a Negociação com Fornecedores 58 2.10.3 - A Importância do Contas a Pagar 58 2.11 – O Gestor Financeiro e os Estoques 58 2.12 - Custos, Despesas, Desembolsos e Investimentos 58 2.12.1 - Conceito, classificação e composição das Despesas, Custos e Investimentos 59 2.12.2 - O Conceito de Fixo e Variável 62 2.12.3 – A Classificação dos Custos 65 2.13.1 - Análise do Ponto de Equilíbrio 65

CAPITULO III

O GESTOR FINANCEIRO - SEU PERFIL, PAPEL E DESAFIOS ATUAIS

3.1 – O Gestor Financeiro o perfil ideal 66

3.1.1 – O Perfil de Competência do Gestor Financeiro 66

3.1.2 – O Gestor Financeiro e o seu Papel Estratégico 67

3.1.3 – O Gestor Financeiro e as Funções Primordiais 68

3.1.4 – O Gestor Financeiro e suas Características Pessoais 69

3.1.5 – O Gestor Financeiro e suas Características Profissionais 73

3.1.6 – O Gestor Financeiro e a Vocação Profissional 74

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3.2 – O Gestor Financeiro e Seus Objetivos e Estratégias Atuais 74

3.3 – O Gestor Financeiro e seu Papel na Organização 77

3.4 – O Gestor Financeiro e os Erros Mais Comuns 78

3.5 – O Gestor Financeiro e seus Desafios Atuais 79

CONCLUSÃO 81

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 83

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INTRODUÇÃO

O século XXI trouxe com ele muitas mudanças e evoluções no mercado de trabalho,

economia e sociedade. Devido a isto as atribuições e focos do Gestor Financeiro mudaram

também. Vive-se em uma sociedade altamente competitiva, onde as mudanças do

mercado globalizado determinam as regras de gestão, fazendo com que as empresas

eficientes e eficazes permaneçam atuando e sintam cada vez mais os efeitos da

competição. Desta forma, no atual cenário econômico mundial, a forte concorrência entre

as empresas carece de gestores atualizados e capazes de tomar decisões rápidas e

eficazes. As práticas de gestão financeira, tem se tornado cada vez mais imprescindíveis e

um aliado para uma boa gestão eficaz e rentável em qualquer tipo de organização, seja ela

de pequeno, médio ou grande porte.

Diante desse cenário acima, este estudo foi desenvolvido com o intuito de

compreender melhor a Administração Financeira Empresarial Moderna com ênfase na

importância do Gestor Financeiro e seus desafios para empreender o sucesso da

organização no mundo corporativo atual, através de suas atividades com um perfil flexível

e uma visão sistêmica da empresa, onde possa enxergá-la no todo e a todo o momento.

Tudo isso muito bem alicerçado em conhecimento técnico científico de várias áreas, muita

psicologia, análise crítica das situações e firmeza nas suas decisões para que a

organização empresarial seja bem sucedida.

Este estudo tem como objetivo apresentar conceitualmente o papel do Gestor

Financeiro em uma moderna organização empresarial. Portanto, justifica-se compreender e

entender melhor o sentido e o significado de finanças e demonstrar o impacto que uma

gestão financeira tem no ciclo operacional e no resultado na empresa. É extremamente

importante a administração financeira e controle eficaz da empresa, pois a correta

administração do capital - recursos essenciais da organização - e as decisões hábeis que

conduzirão ao sucesso e evitarão o fracasso. Deste modo, o Gestor Financeiro pode atuar

em diversas áreas específicas, e em alguns cargos ou funções. Diante disto, é

importantíssimo destacar as responsabilidades e liderança exercida por este profissional

que contribui para o desenvolvimento da organização, identificar as suas qualidades,

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competências, responsabilidades, objetivos e principais campos de atuação dentro da

organização.

Desta forma, serão abordados no primeiro capítulo os elementos fundamentais para

o entendimento do que é Contabilidade, vista como a ciência que estuda e controla o

patrimônio das entidades organizacionais, como fonte geradora de dados e informações

úteis que subsidiam a tomada de decisão do Gestor Financeiro. No segundo capítulo será

apresentado o significado de Finanças e suas principais áreas de atuação. Seus conceitos

e definições, onde se conhecerá um pouco sobre a arte de administrar os recursos

financeiros. O terceiro e ultimo capitulo abordara o perfil de competência do Gestor

Financeiro, o seu papel estratégico na organização, seus desafios atuais no mundo

corporativo e o sua contribuição para sucesso da organização moderna, bem como, as

suas atividades primordiais na empresa.

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CAPÍTULO I

CONTABILIDADE FINANCEIRA E GERENCIAL

1.1 – A História da Contabilidade

A Contabilidade é uma das ciências mais antigas do mundo. Em pesquisas recentes

realizadas em sítios arqueológicos na Síria, Israel e no Iraque (antiga Mesopotâmia), foram

encontradas fichas de barro que provavelmente foram utilizadas para controle de estoque,

que datam aproximadamente de 8.000 AC. Então, conclui-se que naquela época o homem

já se preocupava em controlar seus estoques de mercadorias.

Na pré-história, quando o homem usava pouco a sua inteligência, mais

precisamente o Homem de Neandertal, ele caçava, pescava e as vezes, chegava a

disputar carniça com outros animais. Com o surgimento do Homo Sapiens, homem que

pensava, houve uma evolução. Este também caçava e pescava, mas tinha uma enorme

diferença com relação ao homem de Neandertal, percebeu que poderia acumular riqueza

através da criação extensiva de animais e do plantio de cereais. Surgia então a

necessidade de se fazer o controle dos excedentes. A medida que o homem começou a

acumular riqueza e esta se transformar em patrimônio, a contabilidade surgiu como uma

técnica que controlava o seu patrimônio.

1.2 - A Evolução do Pensamento Contábil

No século XV a Itália era praticamente o centro mercantil europeu. Em diversas

cidades deste país o comercio fervilhava ardentemente, negociações vultosas eram

realizadas entre os diversos comerciantes surgindo aí, uma nova preocupação com os

registros das operações. Os registros eram feitos através das partidas simples, um método

vulnerável para as operações de vendas a prazo. Surge então a preocupação com a

sistematização dos registros das operações.

Neste século XV, finalmente, é que veio surgir o registro das partidas dobradas, que

tem em sua essência de que para cada débito (s) haverá um crédito(s) conhecido na época

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como método de Veneza Pacioli, apud, Schmidt (2000, p. 36). Na verdade, ele foi um dos

primeiros divulgadores, pois, sua obra , La Summa de Arithmética, Geometria, Proportioni

et Porportionalitá, datada de 10 de novembro de 1494, trata de assuntos diversos, tais

como aritmética, álgebra, geometria e comércio. O assunto Partidas Dobradas que na

época era conhecido como Método de Veneza, é mencionado pelo autor da página 197 à

210 - Tratado XI De Computis et Scripturis, o qual afirma que neste capítulo, descreveu o

melhor método para registro contábil.

Um dos primeiros manuscritos que relatam sobre as partidas dobradas foi datado de

1458 do autor Benedetto Cotrugli. Sua obra não se disseminou pela Europa porque foi

manuscrita, um processo demorado e principalmente caro, ao passo que a obra de Pacioli

foi impressa em quantidade considerável e disseminada por toda a Europa.

1.3 - Conceito de Contabilidade

A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a

tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para

auxiliar as pessoas a controlar seus patrimônios e tomarem decisões. Todas as

movimentações que houver no patrimônio de uma empresa são registradas pela

Contabilidade, que, em seguida, resume os dados registrados em forma de relatórios e os

entrega aos interessados em conhecer a situação da empresa. Esses interessados,

através destes relatórios, analisam os resultados obtidos e tomam as decisões em relação

aos fatos futuros.

No conceito de Hilário Franco:

“A Contabilidade é a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no

patrimônio das entidades, mediante o registro, a classificação, a

demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses fatos,

com o fim de oferecer informações e orientação – necessárias à

tomada de decisões – sobre a composição do patrimônio, suas

variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza

patrimonial”. (FRANCO, 1997, p. 21).

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A Contabilidade é uma atividade fundamental na vida econômica. Mesmo

nas economias mais simples ela é necessária para organizar a documentação dos ativos,

das dívidas e das negociações com terceiros. O papel da Contabilidade torna-se ainda

mais importante nas complexas economias modernas, posto que os recursos são

escassos, e o gestor tem de escolher, entre as alternativas possíveis, as melhores, e para

identificá-las são necessários os dados contábeis.

1.4 - Objetivo da Contabilidade

Franco destaca que o objeto da Contabilidade:

“É o patrimônio e seu campo de aplicação o das entidades econômico

administrativas, assim chamadas aquelas que para atingirem seu

objetivo, seja ele econômico ou social, utilizam bens patrimoniais e

necessitam de um órgão administrativo que pratica os atos de

natureza econômica e financeira necessária a seus fins” (FRANCO,

1997, p. 19).

Pode-se afirmar que o objeto da Contabilidade é o estudo do patrimônio definido

como o conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma ou mais pessoas, em

seus aspectos estático (econômico e financeiro) e dinâmico (variações sofridas pela

riqueza patrimonial) e nos seus aspectos qualitativos e quantitativos, visando desnudá-lo e

mostrar-lhe como está sua situação, no intuito de propiciar condições de intervenção no

mesmo.

1.5 – Finalidade da Contabilidade

A Ciência Contábil desenvolve suas funções em torno do patrimônio como meio para

alcançar sua finalidade.

Tem por finalidade registrar fatos e produzir informações que possibilitem ao dono

do patrimônio o controle (certificar-se de que a organização está atuando de acordo com

os planos e políticas traçados) e planejamento (decidir qual curso tomar para atingir com

mais rapidez, eficiência e eficácia o objetivo proposto) de como agir no seu patrimônio.

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1.6 - Princípios de Contabilidade

Para se dedicar ao estudo do patrimônio, a Contabilidade vale-se dos seus

princípios, que são proposições diretoras que subordinam todas as normas contábeis

sujeitas à sua observância. No Brasil, os princípios são em número de seis,

regulamentados através da Resolução nº 750/93 alterada pela Resolução nº 1.282/10 do

Conselho Federal de Contabilidade (CFC) que são:

1- Princípio da Entidade;

2- Princípio da Continuidade;

3- Princípio da Oportunidade;

4- Princípio do Registro pelo Valor Original;

5- Princípio da Competência;

6- Princípio da Prudência..

1.7 - Patrimônio Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma pessoa ou a

uma entidade. É o objeto de estudo da contabilidade.

Abrange tudo aquilo que a pessoa tem (bens e direitos) e tudo aquilo que a pessoa

deve (obrigações). Do ponto de vista contábil, são considerados apenas os bens, direitos e

obrigações que podem ser avaliados em moeda.

Os bens e direitos constituem a parte positiva do Patrimônio, chamada Ativo.

As obrigações representam a parte negativa do Patrimônio, chamada Passivo.

1.8.1 - Bens, Direitos e Obrigações.

Entende-se por Bens tudo o que possui valor econômico e que pode ser convertido

em dinheiro, sendo utilizado na realização do objetivo principal de seu proprietário. São as

coisas úteis, capazes de satisfazer as necessidades das pessoas e das empresas. Os

bens classificam-se em: Bens Móveis, Bens Imóveis, Bens Tangíveis e Bens Intangíveis.

Os bens fazem parte do ATIVO (patrimônio bruto).

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Em Contabilidade entende-se por Direitos o poder de exigir alguma coisa de

alguém. São denominados de valores a receber, títulos a receber, contas a receber, etc.

No que tange a empresa, o direito a receber mais comum decorre das vendas a prazo,

quando a empresa vendedora emite uma duplicata como documento comprobatório da

transação. Esse direito denomina-se duplicatas a receber. Como exemplos de outros

direitos podemos destacar alugueis a receber, promissórias a receber, impostos a

recuperar, etc. Fazem parte do ATIVO (patrimônio bruto).

As Obrigações são dívidas, valores a serem pagos a terceiros (empresa ou pessoa

física). Fazem parte do PASSIVO.

Quando se compra um bem a prazo, ele integra-se ao patrimônio a partir do

momento que o fornecedor o entrega. Como foi uma venda a prazo, a empresa passa a ter

uma obrigação com o fornecedor, representada por uma conta a pagar equivalente ao

preço do bem. Assim como aumenta de um lado o Ativo (bem) da empresa, de outro lado

aumenta o Passivo (obrigação) da empresa.

Exemplos de Obrigações: salários a pagar, aluguéis a pagar, contas a pagar,

Fornecedores ou Duplicatas a pagar (referente a compra de mercadorias a prazo),

impostos a pagar (ou impostos a recolher), etc.

Outras obrigações exigíveis são com o governo; impostos a recolher --com as

financeiras; financiamentos a pagar -- com o INSS e FGTS; encargos sociais a recolher –

com o locador do prédio; aluguéis a pagar.

1.9 – Demonstrações Contábeis Obrigatórias

As demonstrações contábeis previstas na Lei 11.638/07 e 11.941/09 são as

seguintes:

1. Balanço Patrimonial (BP)

2. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

3. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)

4. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)

5. Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC)

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6. Demonstração do Valor Adicionado (DVA)

As demonstrações financeiras deverão ser complementadas por notas explicativas e

outros quadros analíticos, ou demonstrações contábeis necessários ao bom

esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.

De modo geral podemos sintetizar no quadro a seguir o conjunto completo das

demonstrações contábeis por situação e natureza empresarial:

1.9.1 - Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial (BP) é a principal Demonstração Financeira existente

(relatório contábil obrigatório por Lei). Ele mostra como de fato está o Patrimônio da

empresa, refletindo sua posição financeira em um determinado momento (no fim do ano ou

em qualquer data predeterminada).

No Balanço, o Patrimônio se encontra em equilíbrio, equilibra os bens e direitos com

as obrigações e as participações dos acionistas. Desta forma, ele é a igualdade

patrimonial. O BP mostra o Patrimônio da entidade tanto quantitativa quanto

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qualitativamente (apresenta cada item que faz parte do Patrimônio e quanto se tem de

cada um).

O termo "Balanço" origina-se do equilíbrio Ativo = Passivo + PL; Aplicações =

Origens; Bens + Direitos = Obrigações. Parte da ideia de uma balança de dois pratos,

onde sempre há a igualdade de um lado com o outro (se não estiver em igualdade,

significa que há erros na contabilidade da entidade).

O BP demonstra, de maneira organizada, quais são (aspecto qualitativo) e quanto valem

(aspecto quantitativo) os bens, direitos e obrigações.

Em resumo, o Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a

evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e

financeira da entidade.

De acordo com o artigo 178 da Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações), as contas são classificadas nos seguintes grupos, segundo os elementos do patrimônio que representam:

BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Não Circulante Não Circulante Ativo realizável a longo prazo Investimentos Patrimônio Líquido Imobilizado Capital social Intangível Reservas de capital Ajustes de avaliação patrimonial Reserva de lucros Ações em tesouraria Prejuízos acumulados TOTAL ATIVO $ TOTAL PASSIVO $

O artigo 179 da Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) fala sobre como as contas deverão ser classificadas. Porém, podemos classificá-las da seguinte forma para um melhor entendimento:

BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Disponibilidades Fornecedores

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Créditos Obrigações trabalhistas Estoques Empréstimos e financiamentos (CP) Outros créditos Obrigações tributárias Despesas antecipadas Provisões e encargos das provisões Outras obrigações Não Circulante Realizável a longo prazo Não Circulante Investimentos Exigível a longo prazo Imobilizado Intangível Patrimônio Líquido Capital Reservas Ajustes de avaliação patrimonial Prejuízos acumulados TOTAL ATIVO $ TOTAL PASSIVO $

No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que

registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação

financeira da empresa.

1.9.1.1– Contas Patrimoniais

1.9.1.1.2 – Ativos

Compreende-se como o conjunto de Bens e Direitos da organização (entidade,

empresa), avaliáveis em dinheiro e que representem benefícios presentes ou futuros para a

empresa. São recursos controlados pela entidade como resultado de eventos passados e

do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade As contas

estão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas

registrados.

• Bens - Máquinas, edifícios, terrenos, estoques, dinheiro, veículos etc.

• Direitos - Contas a receber, títulos de crédito, ações, depósitos em contas bancárias

etc.

O Ativo se divide em duas partes: Ativo Circulante e Ativo Não Circulante.

1.9.1.1.2.1- Ativo Circulante

São classificados neste grupo os Bens e Direitos que a empresa consegue realizar

(transformar) em dinheiro até o final do exercício seguinte, ou seja, no curto prazo.

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O Ativo Circulante está dividido em 5 grupos: Disponibilidades, Créditos, Estoques,

Outros créditos e Despesas antecipadas.

1.9.1.1.2.2 - Ativo Não Circulante

São registrados os direitos que serão realizados (transformados em dinheiro) após o

final do exercício seguinte (longo prazo), assim como os bens de uso (veículos, máquinas,

etc.) e de renda da empresa (aluguéis, imóveis para vendas, etc.).

Ou seja, no Não Circulante são incluídos todos os bens de natureza duradoura

destinados ao funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim como

os direitos exercidos com essa finalidade.

O Ativo Não Circulante está dividido em 4 grupos: Realizável a longo prazo,

Investimentos, Imobilizado e Intangível.

1.9.2.1.3 – PASSIVO

O Passivo representa o conjunto de obrigações assumidas por uma determinada

entidade, com o objetivo de financiar sua atividade operacional ou recursos captados para

colocá-la em funcionamento.

É a parte negativa do Patrimônio e identifica a origem dos recursos aplicados. As

contas representam os recursos de terceiros que foram usados e são classificadas

segundo a ordem decrescente de exigibilidade (são classificadas de acordo com o seu

vencimento, através do curto e longo prazo).

Ou seja, o Passivo se classifica de acordo com o prazo de realização das obrigações.

O Passivo, simplificadamente, evidencia toda a obrigação (dívida) que a empresa

tem com terceiros, por exemplo: contas a pagar, fornecedores de matéria-prima à prazo,

impostos a pagar, financiamentos, empréstimos, etc.

1.9.2.1.3.1- Passivo Circulante

Neste grupo são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive financiamentos

para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem no exercício

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seguinte. Ex.: Salários a Pagar, Fornecedores, Impostos a Pagar, Empréstimos Bancários

etc.

São as obrigações (dívidas) exigíveis que deverão ser pagas até o fim do exercício

seguinte.

Segue exatamente a mesma regra estabelecida no ativo, ou seja, toda a obrigação

assumida pela empresa, com vencimento até no término do exercício social seguinte, será

considerado curto prazo (circulante), salvo se o ciclo operacional da atividade for maior que

esse intervalo de tempo.

O Passivo Circulante de uma entidade, normalmente, está classificado com a

seguinte denominação: Fornecedores, Obrigações trabalhistas, Empréstimos e

financiamentos, Obrigações tributárias, Provisões e encargos das provisões e Outras

obrigações.

1.9.1.1.3.2 - Passivo Não Circulante

Trata-se de um subgrupo do passivo onde são escrituradas as obrigações da

entidade, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante,

quando se vencerem após o exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da empresa

ter duração maior que a do exercício social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo.

Exemplos de subcontas do Passivo Não Circulante:

1) Exigível a longo prazo: Fornecedores longo prazo e Financiamentos longo prazo.

São as obrigações exigíveis que deverão ser pagas após o exercício social seguinte

ao do levantamento do Balanço.

2) Resultado de exercícios futuros.

Neste grupo, classificam-se as contas que representam obrigações da empresa para

com terceiros, com vencimento após o curso do exercício seguinte (longo prazo). Ex.:

Financiamentos e Empréstimos com prazo superior a um ano.

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1.9.3 - Patrimônio Líquido (PL)

A Situação Patrimonial Líquida também faz parte do PASSIVO (obrigações), mas

contém uma natureza especial, onde também fazem parte das obrigações os direitos dos

acionistas, sócios ou titular da empresa individual em relação ao patrimônio da pessoa

jurídica.

Representa aquilo que, de fato, a pessoa tem. Isto é, sua riqueza efetiva, o que lhe

sobra depois de pagar todas as suas dívidas.

O Patrimônio Líquido é a diferença entre os valores do ativo (+) e do passivo (-) de

uma entidade em determinado momento, ou seja, se a empresa tem um Ativo (bens +

direitos) de R$ 100.000,00 e um Passivo (obrigações) de R$ 40.000,00, o Patrimônio

Líquido dessa entidade será de R$ 60.000,00.

Ativo R$ 100.000,00

Passivo R$ 40.000,00 Patrimônio LíquidoR$ 60.000,00

Total Ativo R$ 100.000,00 Total Passivo R$ 100.000,00

Sendo assim: A = P + PL

O PL também figura no lado do Passivo em virtude de o capital, reservas, etc.,

pertencerem aos proprietários da empresa (sócios, acionistas) e não deixa de ser uma

obrigação da empresa pessoa jurídica para com os proprietários pessoa física.

1.9.1.4 – Equações Patrimoniais

O estado patrimonial de uma empresa pode apresentar-se de diferentes maneiras

na equação patrimonial:

a) Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido --> Indica uma situação de normalidade da

empresa, pois o conjunto de bens e direitos supera as obrigações (há PL positivo). É uma

situação favorável, positiva ou superavitária.

b) Ativo = Patrimônio Líquido (sendo Passivo = 0) --> Não existe obrigações para com

terceiros, o que geralmente ocorre na abertura da empresa, sendo o passivo igual a zero.

c) Ativo = Passivo (sendo PL = 0) --> Neste caso, não existe capital próprio, o que

significa que o ativo da empresa foi totalmente financiado com recursos de terceiros. É

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um estado de alerta, pois a empresa está com dificuldades financeiras. É uma

situação nula ou compensada.

d) Ativo + Patrimônio Líquido = Passivo --> Nesta situação, a empresa se encontra em

estado de insolvência, uma parcela das obrigações ficará sem ser paga, mesmo que a

empresa venda todo o seu ativo. Ou seja, o ativo não é suficiente para liquidar todas as

dívidas. Para eliminar o déficit, deve-se aumentar o PL com o acréscimo de capital por

parte dos seus proprietários. Esta é uma situação denominada Passivo a Descoberto. É

uma situação desfavorável, negativa ou deficitária.

Em resumo, os bens, direitos e obrigações podem ser chamados de componentes

patrimoniais, sendo o patrimônio representado da seguinte forma:

PATRIMÔNIO Ativo Passivo Bens e Direitos

Obrigações

Patrimônio Líquido

A divisão do patrimônio líquido está assim determinada:

• Capital Social

• Reservas de Capital

• Ajustes de Avaliação Patrimonial

• Reservas de Lucros

• Ações em Tesouraria

• Prejuízos Acumulados

1.8.2 - Demonstração do Resultado do Exercício (D R E)

É um relatório contábil elaborado em conjunto com o balanço patrimonial, que se

destina a evidenciar a formação do resultado líquido em um exercício, através do confronto

das receitas, custos e despesas, apuradas segundo o princípio contábil do regime de

competência.

A DRE apresenta grande utilidade aos investidores, aos bancos financiadores, ao

governo e aos gestores da empresa, que podem avaliar através dela sua capacidade e,

quando necessário, modificar a administração da empresa. Quando a DRE retrata a real

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situação da empresa torna possível uma administração voltada para a eficiência e a

competência, e é flexível aos interesses dos usuários de maneira geral.

De acordo com Gonçalves (1996, p.315)

“A Demonstração do Resultado do Exercício apresenta, de forma resumida,

as operações realizadas pela empresa, durante o exercício social,

demonstrada de forma a destacar o resultado líquido do período”.

Para Iudícibus (2004, p.194)

“A Demonstração do Resultado do Exercício é um resumo ordenado das

receitas e despesas da empresa em determinado período. É apresentada de

forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e

em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo)”.

Modelo da demonstração do resultado do exercício:

FATURAMENTO BRUTO (venda de produtos, quando empresa industrial)

(-) IPI (imposto por fora)

= RECEITA BRUTA VENDA E SERVIÇOS (vendas de Mercadorias e Prestação de Serviços)

(-) Impostos e Contribuições Incidentes sobre Mercadorias e Serviços (ISS, ICMS, PIS/COFINS)

(-) Descontos INCONDICIONAIS Concedidos

(-) Devoluções de Vendas

(+) Reversão dos Impostos Sobre Devoluções de Vendas

(-) Abatimentos sobre Vendas (SEM REVERSÂO dos impostos sobre a parte abatida)

= RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOS

(-) Custo dos Produtos Vendidos (CPV inclui frete/seguros sobre compras de insumos)

(-) Custo das Mercadorias Vendidas (CMV inclui frete/seguros sobre compras de mercadorias)

(-) Custo dos Serviços Prestados (CSP)

= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO

(-) Despesas Comerciais (inclui publicidade e propaganda, depreciação de veículos de vendas/entregas,

fretes/seguros sobre vendas, salários de vendedores, despesa de provisão para devedores duvidosos et

cetera)

(-) Despesas Gerais e Administrativas (inclui impostos e aluguéis sobre prédios administrativos, depreciações

em geral, salários de executivos, honorários de diretoria et cetera)

(-) Outras Despesas Operacionais (inclui despesas de equivalência patrimonial, despesas de ajuste ao valor

de mercado et cetera)

(+) Outras Receitas Operacionais (inclui receitas de equivalência patrimonial, receitas de ajuste ao valor de

mercado, aluguéis ativos, reversão de provisão para devedores duvidosos et cetera)

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(-) Despesas Financeiras (inclui IOF, variações monetárias PASSIVAS, descontos CONDICIONAIS

CONCEDIDO Set cetera)

(+) Receitas Financeiras (inclui variações monetárias ATIVAS, descontos CONDICIONAIS OBTIDOS et

cetera)

(-) Outras DESPESAS (inclui custo de venda de ativo imobilizado et cetera)

(+) Outras RECEITAS (inclui receita de venda de ativo imobilizado et cetera)

(=) RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO (LUCRO/PREJUIZO) ANTES DO IRPJ E CSLL

(-) Despesa com Provisão de Imposto de Renda

(-) Despesa com Provisão de Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido

(=) RESULTADO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES (as participações abaixo devem ser

calculadas rigorosamente nesta ordem, sendo que para o cálculo da próxima deve ser abatido o valor da

participação anteriormente calculada)

IMPORTANTE: BASE DE CÁLCULO DAS PARTICIPAÇÕES = RESULTADO LÍQUIDO ANTES DAS

PARTICIPAÇÕES - PREJUÍZO ACUMULADO DE EXERCÍCIOS ANTERIORES.

(-) Debêntures (dedutível do Imposto de Renda)

(-) Empregados (dedutível do Imposto de Renda)

(-) Administradores

(-) Partes Beneficiárias

(-) Fundos de Assistência e Previdência para Empregados

(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO

A DRE assim como outras demonstrações contábeis é um procedimento de suma

importância para avaliar a saúde financeira da empresa. Por ser um relatório relativamente

detalhado a DRE fornece aos administradores importantes elementos que são

fundamentais para tomada de decisão. Sem as informações fornecidas pela DRE o

administrador não será capaz de avaliar a verdadeira realidade da empresa.

1.8.3 - Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)

Evidencia a destinação do lucro líquido para os proprietários ou o reinvestimento na

própria Empresa.

Evidencia todo acréscimo e diminuição, bem como a formação das reservas de todo

o Patrimônio Líquido.

A empresa que elaborar a Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido está

desobrigada a elaborar a DLPA, uma vez que esta já esta contida naquela demonstração.

1.8.4 - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)

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Evidencia todo acréscimo e diminuição, bem como a formação das reservas de todo

o Patrimônio Líquido.

Evidencia a movimentação, ocorrida no período, das diversas contas que compõe o

patrimônio líquido da empresa.

Sua publicação é exigida pela CVM para as companhias abertas, para as demais

empresas pode ser elaborada somente a demonstração dos lucros ou prejuízos

acumulados.

1.8.5 - Demonstração do Valor Adicionado (DVA)

Apresenta a riqueza criada pela empresa e sua distribuição entre os vários

elementos que contribuíram para a sua criação.

A riqueza criada pela empresa, de forma geral, é medida pela diferença entre o valor

das vendas e os insumos adquiridos de terceiros. Inclui também o valor adicionado

recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros e transferido à entidade.

1.8.6 - Notas Explicativas

As Notas Explicativas são um detalhamento do Balanço e devem ser lidas em

conjunto com esse demonstrativo.

Esclarecem pontos que o Balanço não consegue retratar, tais como transações ou

fatos que podem alterar, futuramente, a situação patrimonial demonstrada.

1.8.7 - Parecer de Auditoria

De maneira geral, as companhias abertas, instituições financeiras e alguns outros

casos específicos estão obrigados a publicar as demonstrações com o parecer da

auditoria.

1.9 - Análise das Demonstrações Financeiras

Constitui-se num processo que objetiva a avaliação da situação da empresa em

seus aspectos operacionais, econômicos, patrimoniais e financeiros, através de índices

que são calculados a partir das próprias demonstrações. Através destes índices, os sócios,

administradores, empregados, fornecedores, bancos, e outras interessadas, poderão tomar

ciência da situação da empresa e tomarem decisões.

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Para Iudícibus (1995,p.67), frequentemente, escrevem-se livros que mais têm

confundido do que elucidado o leitor, afogando-o em centenas de índices sem uma ideia de

relevância e, principalmente, sem relacionar entre si todos os quocientes principais. É

muito mais útil calcular um certo número selecionado de índices e quocientes, de forma

consistente, de período para período, e compara-los com padrões preestabelecidos e

tentar, a partir daí, tirar uma ideia de quais problemas merecem uma investigação maior,

do que apurar dezenas e dezenas de índices, sem correlação entre si, sem comparações

e, ainda, pretender dar um enfoque e uma significação absolutos a tais índices e

quocientes.

Para que se possa ter uma noção do que realmente está acontecendo com a

empresa que está em análise, é preciso pegar os índices referentes às suas

demonstrações e fazer uma comparabilidade com outros índices;

- Comparação com períodos passados;

- Comparação com períodos orçados;

- Comparação com padrões setoriais;

- Comparação com padrões internacionais;

- Comparação com padrões internos da empresa;

- Comparação com empresas concorrentes, etc.

As analises das demonstrações financeiras são realizadas através da análise de

índices. Esses índices são relações estabelecidas quando se deseja analisar a situação

econômica e financeira de uma entidade, é dividida em duas categorias distintas:

• Análise Financeira, que possibilita a interpretação da saúde financeira da empresa,

seu grau de liquidez e capacidade se solvência.

• Análise Econômica, que possibilita a interpretação das variações do patrimônio e da

riqueza gerada por sua movimentação.

Tanto a análise financeira quanto a econômica são elaboradas e avaliadas sob

vários pontos de vistas distintos, conforme a necessidade e amplitude de cada usuário.

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1.9.1. Analise horizontal e vertical

A finalidade principal da análise horizontal é apontar a variação de itens das

Demonstrações Contábeis através de períodos, a fim de caracterizar tendências. Trata-se

de discernir o ritmo de crescimento dos vários itens. A análise horizontal também é

conhecida como análise de tendência ou análise de evolução.

Este tipo de análise é importante para avaliar a estrutura de composição de itens e

sua evolução no tempo.

A análise vertical também é conhecida por análise de estrutura. Sua técnica é

bastante simples, pois consiste em dividir todos os elementos do ativo pelo valor do total

desse mesmo ativo e todos os valores do passivo pelo total desse passivo, obtendo-se

assim, o percentual que cada elemento representa do todo. Na demonstração de

resultados, o elemento que será o divisor dos demais itens é a receita líquida, e os

percentuais vão indicar o quanto cada elemento do resultado representa em relação a essa

receita líquida. Justamente por possuir essa capacidade de mostrar o quanto cada

elemento representa do todo é que a análise vertical é chamada de análise estrutural. Este

tipo de análise é importante para avaliar a estrutura de composição de itens e sua evolução

no tempo.

O exemplo da análise vertical, ela possui uma sistemática de cálculo bastante

simples, uma vez que consiste em fixar um período contábil como 100% e dividir os itens

patrimoniais e de resultado dos demais períodos por esse período-base.

1.9.2 - Análise por índices

A análise das demonstrações contábeis por índices consiste na confrontação entre

os diversos grupos ou contas patrimoniais e de resultado de forma que se estabeleça uma

relação lógica que possibilite a mensuração da situação econômica e financeira da

empresa.

Para a obtenção de índices confiáveis, são necessárias algumas precauções que

levem em conta a qualidade e a padronização dos métodos utilizados para a elaboração

das demonstrações contábeis que podem envolver até a necessidade de reclassificação de

alguns itens.

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Ressalta-se que o índice obtido não é a análise em si. Esta se dará a partir da

obtenção de um conjunto de índices suficientes para se fazer juízo da demonstração

analisada.

Os índices são divididos em Financeiros e Econômicos.

Os Índices Financeiros são aqueles que evidenciam a situação financeira da

empresa e estão subdivididos em:

a) Índices de Liquidez: têm como objetivo apurar a capacidade de a empresa saldar suas

obrigações com terceiros, ou seja, pagar seus passivos.

Para Matarazzo (2003,p. 163 - 164)

“Este índice não pode ser confundido com índice de

capacidade de pagamento, pois os índices de liquidez não são

extraídos do fluxo de caixa que comparam as entradas com as

saídas de dinheiro”.

Em outras palavras, o cálculo dos índices de liquidez inicia com a comparação entre

os direitos e as obrigações da empresa, com objetivo de identificar o grau de liquidez

empresarial a partir da sua administração (ciclo financeiro e lucratividade).

Estão subdivididos em:

*Índice de Liquidez Imediata = __Disponibilidades__ Passivo Circulante

Este índice representa o valor de quanto se dispõe imediatamente para saldar as

dívidas de curto prazo.

É ainda mais restritivo do que o índice de liquidez seca, pois confronta apenas as

disponibilidades (Caixa, Bancos e Aplicações Financeiras de resgate imediato) com o total

do passivo circulante.

Exemplo: R$ 10.000,00_ = _ R$ 0,50

R$ 20.000,00

Neste exemplo a empresa dispõe imediatamente de R$ 0,50 (Cinquenta Centavos

de Real) para cada R$ 1,00 (Hum Real) que deve no curto prazo.

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*Índice de Liquidez Corrente = __Ativo Circulante__ Passivo Circulante

Este índice identifica o quanto a empresa dispõe de recursos no curto prazo, para

honrar suas dívidas, também, de curto prazo.

Segundo ludícibus (2007, p. 91):

Este quociente relaciona quantos reais dispomos,

imediatamente, disponíveis e conversíveis em curto prazo em

dinheiro, com relação às dívidas de curto prazo. É um índice

muito divulgado e frequentemente considerado como o

melhor indicador da situação de liquidez da empresa.

Exemplo: R$ 30.000,00 = R$ 1,50

R$ 20.000,00

Considerando as disponibilidades que a empresa dispõe, mais os estoques,

duplicatas a receber e outros valores a receber de terceiros, a empresa dispõe de R$ 1,50

(Hum Real e Cinquenta Centavos) para honrar seus compromissos de curto prazo. O ideal

é que este índice fique acima de R$ 1,00 (Hum Real), pois, significará sobra.

*Índice de Liquidez Seca = __Ativo Circulante - Estoques__ Passivo Circulante Eliminando-se os estoques, elimina-se uma incerteza no que diz respeito à

conversão do estoque em recursos monetários. Este índice nos mostra que se eliminarmos

os estoques, quanto a empresa disporá para honrar suas dívidas de curto prazo.

Exemplo= R$ 30.000,00 – R$ 20.000,00_ = R$ 0,50

R$ 20.000,00 36

Com a eliminação dos estoques, que é uma incerteza, a empresa disporá de R$ 0,50 (Cinquenta Centavos de Real) para honrar suas dívidas de curto prazo. Ativo Circulante + Ativo Realizável a Longo Prazo • Índice de Liquidez Geral = -------------------------------------------------------------------------------

Passivo Circulante + Passivo Não Circulante

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Este índice faz um comparativo do que a empresa dispõe no curto e longo prazos,

contra suas dívidas, igualmente de curto e longo prazos.

Assaf Neto, (2007, p. 191), afirma que, “Esse indicador revela a liquidez, tanto a

curto como a longo prazo. De cada $ 1 que a empresa tem de dívida, o quanto existe de

direitos e haveres no circulante e no realizável a longo prazo.”

Exemplo: R$ 30.000,00 + R$ 50.000,00 = R$ 2,00

R$ 20.000,00 + R$ 20.000,00

Neste caso a empresa dispõe de R$ 2,00 (Dois Reais) no curto e longo prazos, para

cada Real que deve no curto e longo prazos.

b) Índices de Endividamento

• Endividamento Total = Passivo Circulante + Passivo não Circulante x 100 Ativo Segundo Gitman (1984,p.226), este índice determina a proporção de ativos totais

fornecida pelos credores da empresa. Quanto maior for este índice, maior será o montante de

dinheiro de terceiros que está sendo empregado para gerar lucros.

Do ponto de vista estritamente financeiro, quanto maior a relação Capitais de

Terceiros/Patrimônio Liquido menor a liberdade de decisões financeiras da empresa ou

maior a dependência de terceiros; Do ponto de vista da obtenção de lucro, pode ser

vantajoso para a empresa trabalhar com Capitais de Terceiros, se a remuneração para

esses capitais for menor do que o lucro conseguido com a sua aplicação nos negócios;

Exemplo: R$ 20.000,00 + R$ 20.000,00___ = 0,40 ou 40%

R$ 100.000,00

Significa que 40% dos ativos da empresa são financiados por terceiros. O ideal é

que este percentual seja baixo e bem administrado pela direção da empresa.

c) Índices de Rentabilidade

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Para Ribeiro (1999,p.146) estes índices “servem para medir a capacidade

econômica da empresa, isto é, evidenciam o grau de êxito econômico obtido pelo capital

investido na empresa”.

• Índice de Rentabilidade do Capital Próprio = ___Lucro Líquido________

Patrimônio Líquido Este índice quer mostrar o quanto representa o lucro líquido obtido através das

operações que a empresa realizou no exercício, em comparação ao investimento feito na

empresa.

Rentabilidade do Capital Próprio = _______R$ 25.000,00__ = 50% R$ 50.000,00 Significa que o retorno do capital investido na empresa foi de 50%

• Índice de Rentabilidade do Ativo Total = _________Lucro Líquido________ Ativo Total Este índice faz um comparativo do resultado obtido pela empresa, o lucro, através

de suas operações, com os ativos que estão disponíveis à administração para conseguir tal

êxito.

Rentabilidade do Ativo Total = _________R$ 25.000,00__ = 25% R$ 100.000,00 Significa que o lucro representou 25% dos ativos totais disponíveis.

1.9.3 - A Importância da Análise das Demonstrações Contábeis

A análise das demonstrações contábeis tem por objetivo observar e confrontar os

elementos patrimoniais e os resultados das operações, visando ao conhecimento

minucioso de sua composição qualitativa e de sua expressão quantitativa, de modo a

revelar os fatores antecedentes e determinantes da situação atual, e, também, a servir de

ponto de partida para delinear o comportamento futuro da empresa.

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Tanto mais eficiente será a análise quanto melhor for o conhecimento do analista

financeiro a respeito das operações da empresa analisada, conhecimento este em que se

entende a política administrativa em todos seus aspectos, internos e externos.

A interpretação dos elementos obtidos nas análises, a partir das Demonstrações

Contábeis, faz com os valores ali contidos deixem de ser apenas um conjunto de dados e

passem a ter valor como informação.

Conforme afirma Braga:

O objetivo da análise das demonstrações contábeis como instrumento de

gerência consiste em proporcionar aos administradores da empresa uma

melhor visão das tendências dos negócios, com a finalidade de assegurar

que os recursos sejam obtidos e aplicados, efetiva e eficientemente, na

realização das metas da organização. A atividade administrativa deve ser

desenvolvida em conexão com as informações contábeis, com vistas aos

aspectos de planejamento, execução, apuração e análise do desempenho.

(BRAGA, 1999, p.166)

A interpretação dos elementos obtidos nas análises faz com que as demonstrações

deixem de ser apenas um conjunto de dados e passem a ter valor como informação,

permitindo ao Gestor Financeiro a avaliação da situação da organização, e assim utilizá-la

como suporte para futuras decisões, visando sempre o objetivo da entidade e a

minimização de riscos.

Diante do que foi dito acima, conclui-se que a Contabilidade Gerencial Empresarial é

uma das ferramentas de suporte largamente utilizada pelo Gestor Financeiro para as

tomadas de decisões, seja a organização do ramo industrial, comercial ou prestadora de

serviços.

Portanto, a contabilidade gerencial tem por fim fornecer informações nas quais irão

esclarece como o Gestor Financeiro deve administrar à gestão da empresa e a

Contabilidade Financeira tem por objetivo demonstrar dados contábeis que são

apresentados através de relatórios que irão auxiliar o Gestor Financeiro com as suas

informações demonstradas. É através de sistemas contábeis o Controller tem acesso aos

dados patrimoniais para transformar em informações e repassar aos seus gestores

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auxiliando-os nas tomadas de decisões. Desta forma, a Contabilidade é uma ferramenta

indispensável à Gestão Empresarial.

Conforme exposto, concluímos que os executivos em geral tomam decisões todos

os dias. Essas decisões afetam a saúde da empresa. Por isso a contabilidade pode ser útil,

oferecendo informações relevantes ao Gestor Financeiro.

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CAPÍTULO II

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

2.1 – Introdução a Administração Financeira

Entende-se que o principal objetivo da Administração Financeira para uma

organização empresarial é o aumento de seu lucro/rentabilidade para com seus

proprietários e, como sendo essencial para a sobrevivência e para o sucesso de qualquer

empresa, a qualquer tempo, com ou sem inflação, com ou sem recessão. Na realidade a

gestão racional e eficiente dos controles financeiros é tão importante quanto à capacidade

da empresa de produzir e de vender seus produtos ou serviços.

Nas atividades de finanças, na qual o Gestor Financeiro exerce o papel principal,

são incluídas funções como de: tesouraria, contabilidade, custos, formação de preços,

controles de estoques, impostos, planejamento orçamentário, contas a receber e contas a

pagar.

Resume-se como funções fundamentais de uma organização empresarial:

Compras; Produção; Vendas e Marketing; Finanças. As demais atividades podem ser

consideradas complementares ou atividades de suporte.

Uma geração adequada de lucro e caixa faz com que a empresa contribua de

forma ativa e moderna em funções sociais, ou seja, pagamentos de salários e encargos,

capacitação dos funcionários, investimentos em novas Tecnologias de Informação (TI) etc.

2.2 – Objetivo da Administração Financeira

Diz-se que os esforços empreendidos dentro da função financeira, são no sentido de

formular um esquema que resulte na maximização dos retornos do capital investido, bem

como a manutenção da maior liquidez possível. Entretanto, o objetivo básico da

administração financeira, seja qual for o investidor, proprietário, acionista etc..., é o mais

alto nível de rentabilidade possível, sendo o responsável direto por esse objetivo do Gestor

Financeiro.

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Obtendo-se uma rentabilidade máxima desde que não seja comprometida a liquidez,

de tal forma que o mercado adquira os produtos ou serviços oferecidos pela empresa e

estes continue sendo comprada pelos clientes. A rentabilidade deve ter primazia sobre a

liquidez, daí a necessidade de manter reservas de alguns fundos para proteção ou defesa

contra riscos de não poder pagar alguma dívida ou de não poder suprir o negócio com

mercadorias, suprimentos e insumos que garantam a continuidade das atividades.

No entanto, os objetivos financeiros seriam extremamente simples de serem

alcançados, se sempre houvesse apenas um caminho a ser percorrido. Isto, entretanto,

nem sempre é assim, na maioria das vezes, diversas alternativas se apresentam ao Gestor

Financeiro, cujos retornos estão sujeitos a formas diferentes de distribuição dos recursos

no tempo devido.

Neste contexto, a Administração Financeira está em todos os aspectos que

envolvem as atividades econômicas da empresa, devendo garantir da integração e

integridade dos fundos operados, mantendo procedimentos que permitam a rastreabilidade

de todos os processos que envolvam dinheiro.

2.3 – A Gestão Financeira e Áreas Correlatas

Primeiramente cabe esclarecer que a Administração Financeira está muito mais

estreitamente ligada à Economia e à Contabilidade do que há meio século. Pode ser vista

como uma forma de Economia aplicada, que se baseia amplamente em conceitos

econômicos e em dados contábeis para análises e decisões. No ambiente macro a

Administração Financeira enfoca o estudo das instituições financeiras e dos mercados

financeiros e ainda, de como eles operam dentro do sistema financeiro nacional e global.

Em nível micro aborda o estudo de planejamento financeiro, administração de recursos, e

capital de empresas e instituições financeiras.

Desta forma, é necessário conhecimento de Economia para se entender o

ambiente financeiro e as teorias de decisão que constituem a base da Administração

Financeira contemporânea. A Macroeconomia fornece ao Administrador Financeiro uma

visão clara das políticas do Governo e instituições privadas, através da quais a atividade

econômica é controlada. Operando no “campo econômico” criado por tais instituições, o

Gestor Financeiro vale-se das teorias Microeconômicas de operação da firma e

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maximização do lucro para desenvolver um plano que seja bem-sucedido para a

empresa. Precisa enfrentar não só outros concorrentes em seu setor, mas também as

condições econômicas vigentes atuais.

Pode-se dizer que as teorias microeconômicas fornecem a base para a operação

eficiente da empresa. São extraídos daí os conceitos envolvidos nas relações de oferta e

demanda e as estratégias de maximização do lucro. A composição de fatores produtivos,

níveis ótimos de vendas e estratégias e determinação de preço do produto são todas

afetadas por teorias do nível Microeconômico.

Apesar de alguns considerarem a função financeira e a contábil dentro de uma

empresa como sendo virtualmente a mesma. Embora haja uma relação íntima entre

essas funções, exatamente como há um vínculo estreito entre a Administração Financeira

e Economia. Diz-se que a função contábil é visualizada como um insumo necessário à

função financeira – isto é, como uma subfunção da Administração Financeira.

Em uma organização empresarial o Gestor Financeiro está mais preocupado em

manter a solvência da empresa, proporcionando os fluxos de caixa necessários para

honrar as suas obrigações e adquirir e financiar os ativos circulantes e fixos, necessários

para atingir as metas da empresa. O Gestor Financeiro, ao invés de reconhecer receitas

na hora da venda e despesas quando incorridas, reconhece receitas e despesas somente

com respeito às entradas e saídas de caixa. É justamente essa a diferença principal entre

as duas. O Contador usando certos princípios padronizados e geralmente aceitos

prepara as demonstrações financeiras com base na premissa de que as receitas devem

ser reconhecidas por ocasião das vendas e as despesas quando incorridas.

Esse método contábil é geralmente chamado de Regime de Competência dos

exercícios contábeis, enquanto em finanças, o enfoque está em fluxos monetários,

equivalente ao regime de caixa.

As áreas de Finanças e de Contabilidade também diferem com respeito à tomada

de decisão, enquanto o Contador está preocupado principalmente com a apresentação

correta dos dados financeiros, o Gestor Financeiro enfoca a analise e a interpretação

dessas informações, ou seja, um se refere ao tratamento de fundos e o outro à tomada de

decisão. Os dados são utilizados como uma ferramenta essencial para tomar decisões

sobre os aspectos financeiros da organização pelo Gestor Financeiro.

Além dessas áreas de Economia e Contabilidade, A Administração Financeira tem

ainda estreito relacionamento com o Direito, pois, analisa o reflexo das legislações

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tributária, societária, trabalhista, interessa-se pelas naturezas jurídicas básicas, práticas

de comércio, formas de constituição societárias e Administração Tributária.

2.4 – A Função Financeira e o Gestor Financeiro

Hoje, mais do que nunca, a Função Financeira está ligada às áreas que exigem

tomadas de decisões dentro da organização. O papel do Gestor Financeiro vem sofrendo

inovações notáveis nos últimos anos. Com o atual sistema de registros contábeis –

principalmente com o uso intensivo da informática – a função financeira tem se tornado

cada vez mais importante no processo de tomada de decisões pelo Gestor Financeiro – no

sentido de atingir os objetivos e premissas de planejamento da empresa.

Anteriormente, a função financeira compreendia apenas em gerir a manutenção de

registros das operações, da preparação e emissão de relatórios para o controle das

atividades já executadas, na administração dos recursos de caixa e nos meios para

obtenção de recursos para pagar as contas. As captações de recursos adicionais só faziam

parte da função, caso a disponibilidade não cobrisse as necessidades.

Hoje em dia, no inicio do século XVI, a Função Financeira rompeu barreiras,

evoluiu a ponto de se preocupar com os objetivos gerais da empresa. Passou também a ter

a preocupação de missão e preparação de relatórios das atividades passadas, para avaliar

o impacto no futuro, dos possíveis resultados das decisões tomadas em todas as áreas.

Assim, podem-se classificar os objetivos do Gestor Financeiro da seguinte maneira:

a) da formulação de estratégia empresarial para determinar a utilização mais eficiente dos

recursos disponíveis a qualquer momento em investimentos, financiamento e utilização de

lucros;

b) de selecionar as fontes mais adequadas para obtenção de recursos financeiros e

análises da utilização desses recursos;

c) de interagir com as áreas de vendas e compras para definir as políticas mais adequadas

sobre prazos, preços, condições, a fim de adequar o fluxo de recursos no ciclo operacional

da empresa.

2.5 – Principais Áreas de Decisão do Gestor Financeiro

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São quatro as decisões básicas da Administração Financeira dentro da empresa:

a) decisão de investimento;

b) decisão de financiamento;

c) decisão de distribuição de resultados (dividendos);

d) planejamento e controle da função financeira.

A decisão de investimento, é responsabilidade do Gestor Financeiro, em

essência, consiste na alocação de capital a projetos de investimentos, cujos benefícios

serão auferidos no futuro, na condição de risco, onde o Gestor Financeiro deve tomar

decisões a partir de plano de negócio que determine o risco calculado, analisando as

oportunidades de investimento da empresa, quantificando as atividades operacionais, o

fluxo de caixa e o impacto incremental nos resultados e no patrimônio e observando o valor

de mercado da empresa a partir do novo investimento. Os investimentos geralmente dizem

respeito à avaliação de aplicação de recursos nas atividades da empresa, envolvendo

ativos fixos, sendo preponderante, o fator tempo quando da análise de sua viabilidade.

Normalmente, as aplicações dos recursos na área de investimentos destinam-se:

a) aquisições de máquinas e instalações novas;

b) substituição de equipamentos;

c) campanha publicitária;

d) instalação de sistemas de controle;

e) compras de patentes e direitos de uso;

f) aquisições de outras empresas;

g) participações em outras empresas;

h) construção de uma nova fábrica;

i) abertura de nova linha de produtos ou serviços;

j) lançamento de novos produtos;

k) decisões entre alugar ou comprar;

l) outros investimentos.

A decisão de financiamento, neste caso, o Gestor Financeiro, fundamentalmente

visa determinar a melhor forma de financiar as operações da empresa. Em outras palavras,

o Gestor Financeiro, determina a estrutura de capital mais adequada, ou seja, qual o

percentual de capital próprio e de terceiros que a empresa deve ter e evidentemente,

quais os devidos custos de um e de outro. Geralmente, as decisões de onde investir: são

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tomadas pelos proprietários ou alta direção da empresa. Cabe ao Gestor Financeiro

encontrar formas de captar recursos de curto ou longo prazo, conforme o tipo de

investimento, de tal forma que as taxas sejam as mais adequadas ao plano de negócio

novo ou incremental, considerando o a moeda referência, o prazo de carência, o prazo de

amortização, datas de pagamentos, garantias exigidas, contraparte da empresa e do órgão

(banco) financiador, etc...

A decisão de distribuição e pagamento de dividendos (distribuição de lucros,

dividendos, cotas parte, etc... aos acionistas, sócios, debenturistas, dirigentes, funcionários,

etc...), consiste em uma das mais importantes tarefas do Gestor Financeiro, de orientar os

interessados, sobre o volume de resultados que efetivamente pode ser distribuído (pago),

sem comprometer a continuidade das atividades da empresa e de tal forma que possam

ser retidos lucros. Determinar a percentagem do lucro a ser distribuído aos acionistas e o

montante dos passivos que precisam ser retidos na empresa é tarefa preponderante e, o

Gestor Financeiro deve fazê-lo formalmente, visto que os sócios geralmente querem

retirar recursos além do volume que a empresa é capaz de suportar. A empresa ter lucro

econômico, não pressupõe capacidade de pagamento. Esta área de decisão também

conhecida como política de dividendos preocupa-se com a destinação dada aos recursos

financeiros gerados pela própria empresa. O que a empresa retém de seus lucros,

deixando de distribuir, constituí numa das suas fontes de recursos.

O planejamento e controle da função financeira, em síntese, são área de

decisão do Gestor Financeiro, que deve criar sistemas que racionalizem as estruturas

da função financeira, facilitando na tomada de decisões rápidas, com base em

informações altamente confiáveis. Hoje, com o alto índice de informatização das

empresas, o Gestor Financeiro deve implementar procedimentos que oportunizem

respostas em real time, sem isto o negócio da empresa poderá estar comprometido

perante a concorrência e o mercado, que exige acima de tudo, respostas rápidas,

entregas rápidas e demonstração de segurança nos controles financeiros.

As organizações empresariais definidas por micro e pequenas empresas, a função

de finanças pode ser executada pelo proprietário, por um dos sócios ou pelo

departamento de contabilidade. Nas empresas de médio porte, normalmente a função

ocupa um departamento separado, ligado diretamente ligado ao presidente da empresa,

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já que as frequentes mudanças econômicas e nas leis interferem diretamente nas

decisões da Administração Financeira. Nestas organizações, ao Diretor Financeiro

normalmente cabe à coordenação das atividades de Tesouraria e Controladoria. O

Departamento de Controladoria lida com contabilidade de custos e financeira,

pagamento de impostos e sistemas de informações gerenciais. A Tesouraria é

responsável pela administração do caixa e dos créditos da empresa, pelo planejamento

financeiro e pelas despesas de capital.

Organograma da Função Financeira do Ponto de Vista do Gestor de Finanças:

Gestão de Caixa Contabilidade Gerencial e Financeira

Relacionamento com instituições Financeiras Gestão Tributária

Levantamento de recursos de capital próprio Contabilidade de Custos

Levantamento de recursos de capital terceiros Analise econômico-financeiro

Crédito e cobrança – contas a receber Planejamento Orçamentário

Contas a pagar Controle de ativos

Custodia de valores Controle de Seguros

Preparação do Orçamento de caixa, fluxo de caixa. Sistema de informações.

Contratação de seguros e outros Informática

Organização e métodos e outros

GESTOR DE

FINANÇAS

GERENTE FINANCEIRO CONTROLER

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2.6 – Administração de Caixa pelo Gestor Financeiro

O Gestor Financeiro deve, no entanto, considerar a administração do caixa da

empresa, uma das mais importantes e prioritárias da Administração Financiara. Diga-se

de passagem, que a grande maioria dos fracassos empresariais está intimamente ligada à

falta da habilidade gerencial de seus administradores com os recursos financeiros da

organização. Estas empresas normalmente nascem através de uma ideia de negócios

proposta por empresários que conhecem profundamente a função técnica a ser exercida,

porém não se preocupam com a função administrativa financeira da empresa. Esses

empresários acreditam que, produzindo bens de alta qualidade e demanda, estão

dispensados de dedicar tempo à boa administração, relegando esta tarefa a funcionários

sem preparo, ao invés de contratarem alguém apto para fazê-lo em seu lugar. Empresa

alguma poderá crescer ou mesmo sobreviver, sem um gerenciamento adequado na área

administrativa. É essencial a essa função administrativa o conhecimento dos procedimentos

financeiros e contábeis disponíveis, bem como a sua melhor utilização para o

acompanhamento, controle, ajuste e projeção dos resultados da empresa.

2.6.1 – O Gestor Financeiro e o Fluxo de Caixa

Trata-se de um instrumento de controle utilizado pelo Gestor Financeiro que tem por

objetivo apurar o saldo disponível para que haja sempre capital de giro na empresa, para

aplicação ou eventuais gastos. Nas operações diárias de uma empresa, principalmente do

ramo comercial e prestadora de serviços, a organização financeira é fundamental. Para isso

foi criado um instrumento básico de planejamento financeiro, denominado fluxo de caixa.

O foco principal do fluxo de caixa basicamente é apurar as entradas do caixa, bem

como as saídas, para que haja sempre capital de giro disponível na empresa em suas

aplicações ou eventuais gastos.

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Tendo em vista as variações de transações que podem ocorrer tanto em

relação às entradas quanto em relação às saídas do caixa em um

período há necessidade de se agrupar as ocorrências da mesma

natureza para que o demonstrativo seja o mais claro possível e revele

aos usuários das informações contábeis os motivos que provocam tais

variações no saldo da conta caixa em determinado período... “(RIBEIRO,

2009, P. 344)”.

O Demonstrativo do Fluxo de Caixa permite ao administrador monitorar a evolução do

equilíbrio ou desequilíbrio entre a entrada e a saída de dinheiro durante um período

determinado, possibilitando a adoção antecipada de medidas que possibilitem assegurar a

disponibilidade de recursos para o atendimento das necessidades de caixa.

Elaborado em períodos, o fluxo de caixa deve compreender um resumo do

cronograma das despesas e investimentos, das receitas previstas e épocas de realizações,

dos pagamentos parciais ou totais de obrigações, bem como de novas obrigações a

contratar, possibilitando prever:

• As projeções das entradas e saídas de recursos;

• Os períodos deficitários e superavitários da projeção;

• Os resultados finais por períodos.

Este demonstrativo tem como principais objetivos:

- Honrar os compromissos nas datas aprazadas, sem onerar as finanças da empresa com

multa e juros. O fluxo de Caixa prevê a falta de recursos;

- Investir os recursos financeiros disponíveis, evitando que fiquem parados;

- Saber exatamente quando faltarão recursos para a empresa e antecipar-se;

- Analisar quais as melhores fontes de recursos para a empresa tais como descontos de

duplicata, emissão de novas ações, empréstimos bancários, conta garantida, como também

as melhores taxas do mercado, quais as instituições que oferecem as melhores linhas de

crédito;

- Buscar o perfeito equilíbrio entre Liquidez vs. Rentabilidade;

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45 - E outros que visem a eficácia financeira empresarial.

2.6.2 – O Estabelecimento de Controles de Caixa pelo Gestor Financeiro

No que diz respeito a esta ferramenta fundamental para a boa administração dos

recursos financeiros em qualquer empresa, independente de seu tamanho, a previsão de

caixa preparada pelo Gestor financeiro que somente terá sucesso com o esforço conjunto

dos vários departamentos existentes. Desta forma, as previsões de vendas, as condições

das vendas, incluindo prazos de recebimentos, são geralmente de responsabilidade do

Departamento de Vendas. Os gastos de produção são definidos com o auxílio do

Departamento de Produção e Contabilidade de Custos.

É notório, que todos os demais Departamentos envolvidos no processo da

administração deverão proceder de forma a evitar custos e despesas excessivas, além de

procurar a maior receita para as suas atividades. Uma constante comunicação do Gestor

Financeiro entre os diversos setores da organização é fundamental para o sucesso do

gerenciamento das disponibilidades existentes.

Diante das entradas das diversas informações diárias e dos documentos internos

provenientes do setor financeiro, inicia-se a fase de controle de dados.

2.6.3 – Transações que Afetam o Caixa da Empresa.

a) Aumentando:

1. Vendas à vista

2. Empréstimos e financiamentos bancários

3. Recebimento de duplicata

b) Diminuindo:

1. Compras à vista

2. Pagamento de dividendos a acionistas etc.

2.6.4 – Transações que Não Afetam o Caixa

1. Compras à prazo

2. Vendas à prazo etc.

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2.6.5 – O Gerenciamento do Fluxo de Caixa

Cabe esclarecer que, que este gerenciamento é muito importante para o Gestor

Financeiro na manutenção do sistema operacional da empresa. A eficácia da gestão do

caixa depende, principalmente, do planejamento do fluxo. Deve-se evitar a gestão “apaga

incêndio”, ou seja, solucionar os problemas de liquidez após a ocorrência do fato gerador.

Com um planejamento adequado, o Gestor Financeiro terá uma visão antecipada das

variações na liquidez da empresa, permitindo, assim, decisões mais eficazes.

Observa-se que, o fluxo de caixa projetado é o principal instrumento para o

gerenciamento de caixa. A projeção pode ser diária, semanal, mensal, ou baseada em

qualquer período, de acordo com a conveniência da empresa e as condições para obter as

informações necessárias.

2.6.6 – Apresentação do Relatório do Fluxo de Caixa

Seguindo as tendências internacionais, o fluxo de caixa pode ser incorporado às

demonstrações financeiras tradicionais publicadas pela empresa. Assim, adotaremos a

estrutura de fluxo de caixa que tem sido aceita em nível internacional.

Basicamente, o relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três grandes

áreas:

1. Atividades Operacionais;

2 . Atividades de Investimentos;

3 . Atividades de Financiamento.

Verifica-se que esta estrutura nos reconduz aos conceitos básicos dos dois relatórios

principais, o balanço patrimonial e a demonstração de resultados.

2.7 – O Gestor Financeiro e o Capital de Giro

No contexto descrito anteriormente, o fluxo de caixa é um dos instrumentos mais

eficientes para o Gestor Financeiro no gerenciamento do capital de giro. Torna-se, então,

fundamental projeta-se um fluxo de caixa para um período de 4 a 6 meses, significa que, no

momento da projeção, o Gestor pode visualizar a situação de caixa para períodos futuros e

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47 tomar decisões para modificar a situação encontrada, principalmente nos períodos de

apertos financeiros.

Não é por acaso que o capital de giro é tão lembrado nas negociações. Ele

representa a mola propulsora do ciclo operacional da empresa. Ao mesmo tempo, é o grupo

de recursos que gera o faturamento e rentabilidade da estrutura patrimonial. Desta forma,

cabe ao Gestor Financeiro manter o equilíbrio ideal dos pontos conflitantes, ou seja,

assegurar a manutenção do ciclo operacional sem comprometer a rentabilidade do negócio.

Nota-se que na administração do capital de giro é comum, no meio empresarial,

ouvirmos frases tais como:

• Este ramo de negócio exige muito capital de giro;

• Precisamos analisar melhor esta opção, pois afetará bastante o capital de giro;

• Precisamos obter um empréstimo para capital de giro;

• Com este capital de giro, o risco operacional é muito elevado;

• Nosso estoque está muito grande, provocando elevação do capital de giro.

Pode-se afirmar que o aperto de caixa, em muitos casos, não significa que a empresa

precisa de novos recursos para financiar a Necessidade de Capital de Giro. Isso pode ser

reflexo de uma série de decisões ou atitudes tomadas anteriormente pelo Administrador

Financeiro, como, por exemplo: estoques excedentes, clientes em atraso, investimentos sem

planejamento, etc.

Diante disto, recorrer a empréstimos ou descontos em instituições financeiras, pode ser

uma maneira bastante fácil para equilibrar o caixa. Mas, essa maneira fácil de resolver

problemas financeiros pode consumir boa parte de seu lucro da empresa. Fato esse que

acontecendo com frequência na organização, deve-se analisar as causas, comparando-se a

situação real x situação ideal, ajustando-se os ponto falhos existentes.

2.7.1 – Capital de Giro ou Capital Circulante

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48 Significa os recursos no ativo circulante representado, principalmente, pelos grupos:

disponíveis estoques e créditos a receber. No aspecto gerencial, significa os recursos

designados a financiar o ciclo operacional da empresa.

2.7.2 – Capital de Giro Líquido

Representado pela diferença entre os recursos do ativo circulante e do passivo

circulante. Quando existe capital de terceiros financiando o capital de giro, isto é

demonstrado no passivo circulante. Dessa forma, para se ter o capital de giro líquido é

necessário aplicar a equação CGL=AC-PC.

2.7.3 – A Necessidade de Capital de Giro

Este caso depende das projeções dos elementos da estrutura patrimonial. O

disponível, o estoque e os créditos a receber formam o capital de giro. A projeção dos

valores mínimos desses elementos determinará a necessidade mínima do capital de giro.

Essa projeção envolve fatores que variam para cada empresa, dependendo das políticas de

estocagem, de vendas e de compras, assim como da estratégia de risco operacional.

2.7.4 - Administração da Aplicação e Captação de Recursos

Diante do conhecimento dos pontos cíclicos da liquidez, cabe ao Gestor Financeiro

programar a maneira mais adequada de captar ou aplicar os recursos, dependendo da

situação, com ou sem liquidez.

Assim sendo, o primeiro passo para a eficácia da aplicação ou captação dos recursos

é o conhecimento prévio da situação de liquidez do caixa. Esse passo compreende a

projeção do fluxo de caixa. A próxima etapa é identificar as opções e oportunidades

disponíveis para a captação e/ou aplicação.

2.7.5 - Aplicações dos Excedentes

Entende-se que existem três alternativas de aplicação dos recursos excedentes da

empresa, dependendo do tempo em que tais recursos estarão disponíveis se define a

estratégia de aplicação, entre as três alternativas básicas:

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• Aplicação com PRAZO FIXO: nesse grupo estão as opções que exigem um prazo de

carência para o resgate. Recomendado para recursos que não precisam de liquidez de

curtíssimo prazo.

• Aplicações com PRAZO LIVRE: nesse grupo, os recursos ficam livres para

movimentação, sem prazo de carência para resgate. O rendimento é mantido em níveis

bem inferiores ao do grupo de prazo fixo. Recomendado, apenas, para as sobras diárias

do fluxo de caixa, que serão utilizadas nos próximos dias.

• Aplicações em ATIVOS REAIS: são as aplicações em imóveis, ouro e moedas fortes

como o dólar. Têm liquidez diária, no entanto trata-se de operações de risco, não

recomendadas para curtíssimo prazo.

Deve-se entender que o mercado financeiro oferece essas modalidades de aplicações

com diversas denominações diferentes, dependendo da instituição. O Gestor Financeiro

deve ficar atento quanto às normas legais de prazos, resgates e impostos incidentes,

procurando identificar sempre a opção com melhor rentabilidade líquida efetiva. As regras e

normas legais estão sujeitas a alterações pelas autoridades monetárias do País.

2.7.6 - Captações

Neste caso os recursos necessários para o suprimento de caixa ou para o capital de

giro, são provenientes de quatro opções básicas a seguir:

• No FORNECEDOR: ao comprar a prazo, está-se efetuando uma captação para financiar

o estoque. Pode-se utilizar o fornecedor como fonte de captação, atrasando o pagamento

das duplicatas, desde que a taxa de permanência seja compensadora. Isto é claro deve

ser negociado com o fornecedor, para que o título não seja cobrado fora das datas

acordadas.

• No CLIENTE: que também pode se transformar numa fonte de captação. Por meio de

descontos, pode-se incrementar o volume de vendas à vista. O desconto deve ser

compatível com as taxas de mercado.

• No SISTEMA FINANCEIRO: as instituições financeiras oferecem várias linhas de crédito

como empréstimos para capital de giro, cheque empresarial, desconto de duplicatas,

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desconto de nota promissória, financiamentos para o investimento fixo, lançamento de

debêntures etc.

• Com os SÓCIOS: a captação pode ser feita junto aos sócios, pelo aumento do capital ou

de empréstimos e mesmo os adiantamentos para futuro aumento de capital social.

Dentro do universo de opções apresentado pelo mercado financeiro, cabe ao Gestor

Financeiro escolher aquela mais rentável para a empresa, considerando os dados

conjunturais do mercado.

2.8 – Finanças e a Administração de Crédito

Nota-se que em um ambiente de competição intensa entre empresas concorrente,

estas decidem adotar politicas de credito mais agressivas com vistas à conquista e à

manutenção de clientes, exigindo muitas vezes políticas creditícias mais arriscadas, o que

pode comprometer o fluxo de caixa e levar a empresa a dificuldades mais sérias, o que deve

ser seriamente considerado pelo Gestor Financeiro na busca de uma política de crédito

saudável.

Portanto, devem-se tomar decisões sobre concessão de crédito, considerando-se o

seguinte:

1. Como a decisão de crédito afetará as vendas e a rentabilidade;

2. Como avaliar o grau de risco da operação;

3. Como balancear o montante de riscos reais esperados contra o volume de risco que cresce a cada concessão

Ao conceder crédito ou estabelecer políticas e procedimentos para sua concessão, o

Gestor Financeiro tem enorme responsabilidade, direta ou indiretamente, com:

• Vendas

• Fluxo de Caixa

• Níveis de Lucro

• Giro de estoque

• Saúde financeira da empresa

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Além de estar ciente da importância de como a política de crédito é fundamental para o

sucesso organizacional.

2.8.1 – Análise dos riscos na concessão de crédito

Cabe-se ter ou determinar uma analise apurada de alguns indicadores de riscos para

concessão, como a seguir:

1. Ficha de crédito do potencial devedor, completa e criteriosa.

2. Memorandos e relatórios de visitas.

3. Análises do histórico e da vida pregressa (passada) do potencial devedor.

4. Balanços, com verificação dos indicadores financeiros e das notas explicativas,

normalmente inseridas no final do mesmo, onde a administração superior presta contas

das suas realizações naquele exercício e faz previsões para os próximos.

5. Análise de contexto: segmento de negócios da empresa está em expansão, estável ou

em queda.

2.8.2 – Erros mais Comuns na Concessão de Crédito

Em gestão eficaz tem-se estar atenta a falta de profissionalização da área financeira o que

pode cometer com erros a concessão de créditos que jamais retornarão. Dentre esses erros

mais comuns, pode-se citar:

1. Conceder crédito que não atendam aos princípios de seletividade, garantia, liquidez e

diversidade de riscos;

2. Renovar crédito a credores problemáticos, ressalvados os casos de extrema necessidade

ou conveniência do credor;

3. Admitir crédito além dos limites definidos previamente pelo credor (obviamente levando em

consideração a capacidade e pagamento do devedor);

4. Conceder créditos a clientes que possuam restrições cadastrais ou sem ficha cadastral

atualizada;

5. Conceder créditos a clientes ou adiantamento a fornecedores sem a constituição de um

documento ou titulo de credito adequado, representativo da divida.

2.8.3 – Premissas para uma Política de Crédito

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52 1. Uso de concessão de crédito para estimular volume de vendas.

2. Critério para concessão de um crédito comercial.

3. Procedimentos, diretrizes e condições creditícias de venda de uma empresa.

4. Responsabilidades específicas de vendas e crédito para obter a informação

necessária para processar linha de crédito solicitada.

6. Autoridade do Departamento de Crédito para implementar procedimentos de cobrança

e crédito.

7. Responsabilidades do Departamento de Vendas para assistir o Departamento de Crédito

na cobrança de contas atrasadas.

8. Administração da carteira de contas a receber.

10. Suspensão de crédito de contas de cliente, existindo título vencido, para controlar

perda por exposição ao risco.

2.8.4 – Gestão da Política de Crédito

Dentre as políticas de concessão de crédito, podem-se elencar ao menos cinco

principais:

1ª - Crédito liberal / cobranças rigorosas

Uma empresa vende para praticamente qualquer cliente, independentemente de sua

capacidade creditícia.

Todos os atrasos são perseguidos muito agressivamente.

Este tipo de política creditícia inclui acompanhamento de cobrança conveniente, avaliação e

cobrança de encargos moratórios e ação judicial rápida.

Programas organizados de cobrança são efetivamente implementados.

Este tipo de política pode produzir ótimos lucros. Frequentemente, entretanto, ocorre

aumento dos custos do pessoal de cobrança e perdas com dívidas incobráveis.

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53 2ª - Crédito rigoroso e cobranças liberais

Verificação de crédito é rígida e procedimentos da política de aprovação de crédito

são rigorosamente seguidos. Crédito é concedido somente para clientes de boa qualidade

creditícia.

Garantias pessoais, cartas de crédito e outras formas de instrumentos de crédito são

usadas sistematicamente.

Problemas de atraso geralmente são mínimos devido às práticas de crédito rigorosas.

Entretanto, o acompanhamento de cobrança é praticado muito brandamente.

Esta política creditícia geralmente resulta em uma carteira de contas a receber de alta

qualidade, mas vendas e receitas não são otimizadas. Muitas contas com risco de crédito

um pouco acima do desejado são recusadas. Uma empresa usando este tipo de política não

vai de encontro às práticas altamente competitivas do mercado atual.

3ª - Crédito rigoroso e cobranças rigorosas

São usadas práticas muito rígidas de aprovação de crédito e acompanhamento de

cobrança é extremamente rápido.

Esta política minimiza perdas de dívidas incobráveis e mantém a carteira a receber

em um alto nível de qualidade.

Lamentavelmente, esta política de crédito também restringe o crescimento do volume

de vendas e produz baixos níveis de lucro.

Uma política de cobrança muito restritiva pode não ser adequada para o ambiente

atual no qual as empresas operam.

4ª - Crédito liberal e cobranças liberais

Vendas a crédito são feitas para praticamente qualquer cliente, independentemente

de seu histórico creditício. Ações de cobrança são aplicadas vagamente.

Níveis de venda mostrarão dramáticos resultados de crescimento com este tipo de

política creditícia.

Entretanto, altas dívidas incobráveis, custos de cobrança, despesas legais e outros

custos de crédito serão incrementados rapidamente.

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Uma política de cobrança e crédito liberais usualmente resulta em menos lucros, ou

grandes perdas, do que em outro tipo de política. Basicamente, muitas empresas que

seguem esta política creditícia tornam-se insolventes.

5ª - Crédito moderado e cobranças moderadas

Um crédito moderado com uma política de cobrança moderada pode bem ser a

política creditícia ótima. A sabedoria está sempre no equilíbrio: adotar determinadas cautelas

de um lado, ser um firme negociante do outro.

Crescimento das vendas, condições de recebimento, margens de lucro e fluxo de

caixa provavelmente serão otimizados e alcançados o melhor equilíbrio nos negócios.

Custos de avaliação de crédito e perdas podem ser mantidos como aceitáveis.

Após separar os vários efeitos da política creditícia na performance de uma empresa,

um analista de crédito deve ponderar qual é a melhor política creditícia. Em uma análise

final, pode ser uma política creditícia que se situe entre estas cinco políticas.

O amplo uso de instrumentos de crédito pode encontrar uma base de crédito

adequada para negociar com quase todos os clientes. Esta política creditícia geralmente

encontra o equilíbrio necessário para o êxito nos negócios.

2.8.5 – Qualidade da Administração da Carteira de Crédito

Observados os procedimentos e premissas já vistos nos tópicos anteriores, são seis os

pilares que sustentam uma boa concessão de crédito:

a) Informações de crédito do tomador na praça;

b) Histórico de pagamentos;

c) Identidade do cliente;

d) Análise de demonstrativos financeiros;

e) Qualidade da cobrança;

f) Fortalecimento da venda a crédito.

2.9 - O Gestor Financeiro e o Contas à Receber

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Após o faturamento operação comercial é gerado o “Contas à Receber”, e realizar

uma gestão financeira eficaz das contas a receber é de fundamental importância para o caixa

da empresa e deve ser supervisionada de perto pelo Gestor Financeiro.

Na gestão de contas a receber, três fatores devem ser considerados:

• Condições de Crédito: Este item está relacionado à concessão de prazos e aos

descontos que podem ser oferecidos para as vendas à vista. Além disso, é fundamental

conhecer os prazos médios de recebimentos para determinar o montante de recursos

investidos em contas a receber de clientes. Essas disponibilidades podem ser através de

duplicatas, faturas, cartões de crédito, contratos, ordem de pagamentos e etc. dentro de

um devido prazo onde, de acordo com o faturamento, a empresa poderá cobrar o cliente.

Esta cobrança poderá ser feita através da rede bancária ou em carteira.

• Padrões e Limites de Crédito: Estabelecem as exigências para a concessão de crédito,

o perfil da clientela e definem os limites de crédito para cada cliente, visando minimizar os

riscos financeiros das operações.

• Controle de Contas a Receber: Constitui a base de dados que gera diversas informações

para a tomada de decisões no que se refere a políticas de vendas e concessão de

créditos.

No caso de aumento do montante de contas a receber, deve-se verificar a

Situação real x situação ideal projetada. As causas podem ser decorrentes de:

• Aumento das vendas (então, a causa não é preocupante);

• Aumento dos prazos concedidos aos clientes;

• Inadimplência dos clientes.

Diante do aumento do montante de contas a receber, tem-se o aumento da

Necessidade de Capital de Giro. Isso pode obrigar a empresa a recorrer a empréstimos

bancários, arcar com despesas financeiras e, consequentemente, reduzir seu lucro.

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Cabe ao Gestor Financeiro a analise as causas da inadimplência, principalmente se

os valores existentes estão apertando o caixa ou se as perdas estão reduzindo os lucros:

• Verificando-se a existência de falhas nos procedimentos de cadastros e concessões de

crédito;

• Certificando-se dos procedimentos de cobrança eficazes;

• Avaliando-se as possibilidades e as vantagens de orientar as vendas para recebimentos

por meio de duplicatas, boletos bancários ou cartão de crédito.

2.10 – O Gestor Financeiro e o Contas à Pagar

Outro tema de extrema importância para o Gestor Financeiro é gestão de todas as

obrigações financeiras assumidas pela empresa com seus fornecedores. Objetivo do

departamento ou a gestão de contas a pagar de uma empresa, ou organização é garantir que

os pagamentos só sejam efetuados após a constatação que eles são verdadeiros e exatos.

Diante disto, é de responsabilidade do Gestor Financeiro, preparar os processos de

pagamento, assim como cuidar para que esses pagamentos sejam efetuados dentro do prazo

de vencimento, cabe ao departamento de contas a pagar fazer a prorrogação desses

pagamentos quando houver necessidade.

Na gestão do Departamento de Contas a Pagar, o Gestor Financeiro deve controlar

todos os contratos que estão firmados com a empresa, manter contato com os fornecedores a

fim de facilitar o processo, até para obter vantagens em negociações financeiras.

2.10.1 - Principais Funções e Responsabilidades do Contas a Pagar

1º. Montar o processo de pagamento antes da data de vencimento, detectando e corrigindo

eventuais divergências;

2º. Controlar todos os contratos firmados, que possuem pagamentos em datas

predeterminadas;

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57 3º. Manter contato com fornecedores interno e externo, de forma a facilitar a comunicação

(este contato facilita em muitos casos, vantagens nas negociações de encargos

financeiros);

4º. Preparar, para a Tesouraria posição diária e semanal dos compromissos a liquidar, para

efeito do fluxo de caixa operacional;

5º. Estar sempre atento para as vantagens financeiras estratégicas em pagar ou postergar

determinado compromisso.

2.10.2 - O Gestor Financeiro e a Negociação com Fornecedores

De acordo com as ultimas abordagens, caber ao Gestor Financeiro uma estratégia

importantíssima: a negociação com seus fornecedores; Visando antecipar ou postergar o

pagamento de compromissos assumidos. Quando a empresa estiver em situação difícil de

caixa (deficitária) pode, antes de recorrer aos bancos, propor aos seus fornecedores uma

negociação visando a prorrogação do vencimento das duplicatas, sem custo ou a uma taxa

de juros inferior a cobrada pelos bancos. Em situação favorável de caixa (superavitária) pode

propor aos seus fornecedores uma antecipação do pagamento dos títulos, visando obter, por

tal, um desconto que corresponda a rendimento maior de que obteria aplicando no mercado

financeiro, isto é nas instituições bancarias.

2.10.3 - A Importância do Contas a Pagar

Nota-se que, a importância do departamento de contas a pagar se deve a sua posição

administrativa e financeira, e que contribuem com informações para que a empresa tome as

decisões mais vantajosas para grupo, proporciona ao Gestor Financeiro subsídios e

informações seguras para tomada de decisão. A segurança dos dados manipulados no

sistema de contas a pagar é de suma importância para a o sucesso da organização.

2.11 – O Gestor Financeiro e os Estoques

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O principal objetivo da gestão de estoques para o Gestor Financeiro consiste em

evitar o excesso ou a falta de suprimentos para produção e vendas, bem como, evitar os

extravios de estoques. O excesso de estoques acarreta diversos problemas para a empresa,

em termos tanto de custos (maiores espaços, seguros, cuidados etc.) quanto de perdas

financeiras (dinheiro parado) o que preocupa a Administração Financeira.

Por outro lado, a insuficiência representa problemas para o processo produtivo

(paradas de produção, aumento do tempo de produção, queda de produtividade) e problemas

de vendas (redução de vendas, insatisfação de clientes etc.), tudo isso reduz a lucratividade

da empresa.

Embora a gestão de estoques seja uma tarefa bastante trabalhosa – tanto pela

variedade de itens comercializados, como ocorre nas empresas varejistas, quanto pela

quantidade de informações necessárias à gestão. Alguns controles e procedimentos simples

facilitam essa gestão:

• Controle físico e financeiro de estoques;

• Política de compras;

• Análise comparativa: estoque atual x estoque desejado;

• Análise comparativa: estoque atual x valores a pagar aos fornecedores;

• Custo econômico dos estoques excedentes;

• Armazenagem e arrumação adequada dos produtos;

É importante frisar que o estoque é um item que deve ser bem administrado dentro de

uma organização, com o acompanhamento do gestor financeiro, pois, quando não

administrado adequadamente, pode trazer sérios danos às finanças empresariais, pondo em

risco a saúde financeira da empresa.

No caso de uma má administração dos estoques pode levar uma empresa a

enfrentar sérios problemas financeiros, como a falta de Capital de Giro de qualidade que

afeta em cheio o Fluxo de Caixa, obrigando ao executivo a tomar capital de terceiros para

honrar compromissos.

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2.12 - Custos, Despesas, Desembolsos e Investimentos.

Definem-se Custos como sendo os gastos em que incorrem para obterem-se as

Receitas e, por consequência, os Lucros. Ex.: matéria-prima, mão-de-obra direta etc.

No entanto, Despesas são os gastos ou desgastes em que se incorre para manter a

atividade operacional. Ex.: despesas gerais e administrativas, pessoal administrativo etc.

Já o Desembolso ocorre quando se adquire um serviço ou um ativo, representado por

bens e direitos, mediante pagamento à vista (caixa) ou permuta por outro ativo ou pela

compensação por se ter um passivo. Portanto, desembolso significa: extrair um montante do

caixa para pagar algo que empresa adquiriu, seja um bem ou serviço.

2.12.1 - Conceito, classificação e composição das Despesas, Custos e

Investimentos.

As Despesas e os Custos constituem-se daquelas pagas ou incorridas para vender

produtos e administrar a empresa, abrangendo também as despesas para financiar suas

operações. Estas empresas estão representadas basicamente pelas Despesas de Vendas,

Despesas Gerais e Administrativas, Despesas Financeiras, além das Despesas de

Depreciação, Amortização e Exaustão.

a) Custo das mercadorias, dos produtos vendidos e dos serviços prestados.

Observa-se que exatamente no mesmo instante em que o Patrimônio Líquido aumenta

com o valor das vendas das mercadorias, ele também reduz com os custos destas mesmas

mercadorias. Para determinar os resultados de uma empresa, registram-se os custos destas

mercadorias vendidas. O termo mercadoria deve ser utilizado para empresas comerciais e o

termo produto deve ser utilizado para empresas industriais.

b) Componentes do Custo Comercial

Pode-se determinar o custo das mercadorias vendidas por dedução. Fixado o valor do

estoque, o custo das mercadorias vendidas de um período se determina pelo seguinte

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60 processo: o montante total das mercadorias disponíveis para venda durante o período é a

soma do estoque com que se iniciou o mesmo período mais o valor das compras feitas no

período; a diferença entre esta soma e o que fica ao finalizar o período, presume-se, foi

vendida.

c) Componentes do Custo Industrial

Como as empresas manufatureiras (industriais) realizam funções diferentes das

desenvolvidas pelas empresas comerciais, existe uma importante diferença entre os cálculos

contábeis, com relação ao custo dos produtos vendidos, nos dois tipos de empresas. A

empresa manufatureira tem por função principal a conversão de matérias-primas em produtos

acabados. Em qualquer negócio, o custo dos produtos vendidos é o total do preço de compra

mais os custos de conversão, se estes existirem.

No entanto, o fabricante inclui no custo dos produtos vendido, o custo das matérias-

primas consumidas, o custo da mão-de-obra direta e também outros custos incorridos na

fabricação dos produtos que ele vende. Portanto, a diferença entre a contabilização para obter

o custo das mercadorias vendidas numa empresa comercial e o custo dos produtos numa

empresa manufatureira surge em virtude de que o comércio, geralmente, carece de custo de

conversão e, portanto, seu custo de mercadoria vendida é praticamente o mesmo que o preço

pago pelo produto que vende.

São os elementos do custo que frequentemente se consideram para determinação dos

custos totais na manufatura dos produtos: matéria-prima, mão-de-obra direta e custos

indiretos de fabricação.

d) Componentes do custo industrial

• Matéria-prima - Vem a ser aqueles que entram e formam parte do produto terminado,

inicialmente contabilizados na conta estoque de matérias-primas; uma vez requisitados e

dentro do processo produtivo, são contabilizados na conta estoque de produtos em

processo ou em elaboração.

• Mão-de-obra direta - É aquela utilizada para transformar a matéria-prima em um produto

acabado. Os custos de mão-de-obra direta são aqueles que se pode identificar

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especialmente com a unidade do produto e que com ela se supõe que guardem uma

relação direta.

• Custos indiretos de fabricação - O terceiro elemento dos custos de fabricação são os

custos indiretos de fabricação, por vezes chamados custos gerais de fabricação, custos de

fabricação, custos indiretos etc. Nesses custos indiretos incluem-se todos os custos

departamentais da fábrica, exceto matérias-primas e mão-de-obra direta, que estão

relacionadas com a fabricação do produto.

e) Despesas Operacionais

Constitui-se das despesas pagas ou incorridas para vender produtos e administrar a

empresa, abrangendo também as despesas para financiar suas operações. Estas despesas

estão representadas basicamente pelas Despesas de Vendas, Despesas Gerais e

Administrativas e Despesas Financeiras, além das Despesas de Depreciação, Amortização e

Exaustão.

f) Despesas de Vendas ou de Distribuição

São as despesas incorridas para se realizar as vendas (gastos de promoção,

colocação e distribuição), armazenar os produtos manufaturados e transportá-los até o

cliente. Estas despesas se realizam “além da porta da fábrica”. Ex: despesas com o pessoal,

comissão de vendas, propaganda e publicidade, provisão para devedores duvidosos etc.

g) Despesas Gerais e de Administração

São as despesas incorridas para a direção ou gestão da empresa que reúnem todas as

partes que não estão incluídas nas categorias anteriores, como despesas da área de fianças,

contabilidade, recursos humanos, segurança patrimonial, serviços gerais etc.

h) Despesas Financeiras

São juros e outras despesas que ocorrem com relação ao capital obtido de terceiros

visando ao financiamento de suas operações.

i) Depreciação

Com exceção dos terrenos, a maioria dos ativos imobilizados tem uma vida útil

limitada, ou seja, servirão à empresa durante um número determinado de períodos contábeis.

O processo contábil para esta conversão gradual do Imobilizado em despesa chama-se

Depreciação. O custo do ativo pode ser considerado como uma despesa nos períodos

contábeis nos quais o ativo é utilizado na empresa. De forma figurativa, é como se o

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62 Imobilizado se desgastasse ao longo de sua vida útil. Esta vida útil é limitada pela legislação

fiscal, de tal modo que, basicamente, tem-se as seguintes taxas de depreciação:

• Imóveis: 4% ao ano ou 25 anos • Móveis e Máquinas: 10% ao ano ou 10 anos • Veículos: 20% ao ano ou 05 anos

Logo, entende-se que Despesas são valores gastos com a comercialização e

administração das atividades empresariais. Normalmente, são gastos mensais.

No que diz respeito aos Custos correspondem a todos os valores gastos relacionados

com a fabricação dos produtos até deixa-los em condições de venda. Ou seja: tudo aquilo que

é utilizado para produzir um bem ou serviço ou adquirir um bem para ser vendido.

Podemos definir como Investimentos os gastos ativados, que gerarão suporte

tecnológico, estrutural e operacional, em função da utilidade de bens ou serviços obtidos. Ou

seja, ativado em função de sua vida útil ou benefícios atribuídos a futuros períodos.

Exemplifica-se a aquisição de maquinas, equipamentos, moveis, ferramentas etc.

2.12.2 - O Conceito de Fixo e Variável

É fundamental para o Gestor Financeiro o entendimento do que seja custos como as

despesas e que devem ser classificados como Fixos ou Variáveis. Portanto, os custos e

despesas FIXOS são aqueles que acontecem de forma independente ao volume de produção

ou venda do produto/serviço. Isto é, tem-se sempre o mesmo custo ou despesa, sem importar

a quantidade vendida do produto ou serviço. De maneira contrária, os custos e despesas

VARIÁVEIS são aqueles que sofrem alterações de acordo com o volume de produção ou

venda do produto ou serviço. Isto é, aumentam à medida que a empresa produz ou vende

mais produtos/serviços e diminuem quando a empresa produz ou vende menos. Vejamos

alguns exemplos e explicações que vão nos auxiliar no entendimento do conceito de Fixo e

Variável

2.12.3 – A Classificação dos Custos

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63 Os custos podem ainda ser classificados em: Custos Variáveis e Custos fixos.

Os custos variáveis estão diretamente relacionados com a quantidade produzida ou

em serviço. Os custos fixos, por sua vez, independem da quantidade produzida ou em

serviço, num período qualquer. Uma aplicação de custos fixos e variáveis entra numa análise

de sensibilidade ou “break-even point”, ou seja, o ponto em que a empresa começa a gerar

lucro através de sua estrutura de preços de venda e custos de produção.

2.13 – O Gestor Financeiro e o Ponto de Equilíbrio

O Gestor Financeiro deve estar a par do exato momento em que a produção da

empresa atinge o seu ponto de equilíbrio. Sendo um indicador de segurança do negócio, pois

mostra o quanto é necessário vender para que as receitas se igualem aos custos. Ele indica

em que momento, a partir das projeções de vendas da empresa estará igualando suas

receitas e seus custos. Com isso, é eliminando-se a possibilidade de prejuízo em sua

operação.

Segundo REZENDE, 2005,

O ponto de equilíbrio é instrumento se constitui numa técnica

analítica para estudar as relações entre custos fixos, custos

variáveis, volume de vendas e lucros, buscando, em especial,

levantar o nível das operações necessárias para cobertura dos

custos fixos operacionais. Portanto, dentro das Pequenas e

Médias Empresas pode ser uma poderosa ferramenta a favor do

administrador, onde o mesmo conseguirá através da análise do

ponto de equilíbrio identificar a quantidade mínima de vendas que

precisa para não obter prejuízo.

Como foi mostrado acima, o Gestor Financeiro de uma empresa necessita conhecer o

Ponto de Equilíbrio, pois o possibilita determinar tanto o volume a produzir, como também o

volume de vendas que se necessita alcançarem em um determinado período, dentro do

planejamento de metas traçadas.

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64 Em outras palavras, o Gestor Financeiro deve saber o faturamento mínimo que a

empresa necessita para que esta não amargue prejuízo, como também não estará atingindo

nenhum lucro.

No Ponto de Equilíbrio, também chamado de Break-Even Point, onde o total das

receitas é igual ao total dos custos. Neste ponto o resultado, é igual a zero. É o nível de

produção em que as receitas totais são suficientes apenas para absorver os custos totais.

Mas a partir deste ponto, os novos produtos vendidos (desde que com margem de

contribuição positiva) passarão a gerar lucro para empresa.

Diante disto, verifica-se que o Gestor Financeiro possui indicador muito simples e fácil

de calcular, porém esta uma informação vital para a Administração Financeira analisar a

viabilidade de um empreendimento ou da adequação da empresa em relação ao mercado

atual.

2.13.1 - Análise do Ponto de Equilíbrio

E finalmente entende-se que:

• Despesas e custos: matéria-prima, energia, mão-de-obra, seguros, impostos, aluguéis,

despesas das vendas (comissões, propaganda), imprevistos, depreciação e obsolescência

e juros.

• Receita: preço multiplicado pela quantidade.

Análise de sensibilidade que nos permite descobrir o break-even point, o ponto de

equilíbrio entre variação quantidade. Ou seja, acima daquela quantidade o produto, serviço ou

projeto começa a ser lucrativo.

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Exemplificação gráfica

1. Custo fixo

2. Custo variado

3. Custo total

4. Faturamento (linha vertical)

• Break-even point: É o pat

que se ganha é apenas su

ter alguma lucratividade br

Atualmente as ferramen

Gestor Financeiro, as quais

empresarias, as mesmas deve

outros controles de praticas de

Diante do exposto ac

empresas com temas que m

fica do cálculo do Ponto

cal)

o patamar onde a empresa tem o faturament

as sufi ciente para pagar os custos. A partir do

de bruta.

ramentas de gestão financeira são instrument

quais devem ser selecionadas de acordo

s devem contribuir para o controle, planejame

cas de gestão financeira existentes para a tom

to acima, procurou-se abordar a Adminis

mais norteiam o Gestor Financeiro e as

65

onto de Equilíbrio

mento igual ao custo total. O

rtir do ponto 1, começamos a

umentos de grande valia para

cordo com as necessidades

jamento, fluxo de caixa entre

a tomada de decisão.

ministração Financeira nas

e as áreas correlatas, sem

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66 entrar em detalhes matemáticos, visando transmitir a ideia geral do que envolve gerir uma

organização empresarial, independente de grandeza sob os aspectos de alguns dos controles

financeiros atuais e mais importantes.

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67

CAPÍTULO III

O GESTOR FINANCEIRO

SEU PERFIL, PAPEL E DESAFIOS ATUAIS.

3.1 – O Gestor Financeiro o perfil ideal

Independentemente do cargo dentro da entidade empresarial: Vice Presidente de

Finanças (CFO), Diretor Financeiro, Controller, Gerente Financeiro, Administrador Financeiro.

O Gestor Financeiro é o responsável pelo bom desempenho econômico e financeiro do

empreendimento empresarial, com uma visão holística do negocio, garante a saúde

financeira, a tranquilidade, mantem a liquidez dos compromissos assumidos com terceiros,

além de ampliar os lucros sobre investimentos. A manutenção de uma liquidez confortável e

seus resultados satisfatórios são frutos de uma série de decisões e atitudes tomadas dia a dia

deste profissional de finanças.

Alguns pontos merecem ser analisado no âmbito do perfil ideal para o Gestor

Financeiro, elemento fundamental o para o crescimento do negócio empresarial. Entender o

seu perfil demanda, antes de tudo, entender o protagonismo da área financeira na gestão das

empresas.

Devido a sua importância na área de finanças, o Gestor Financeiro, possui um papel

fundamental na formulação da estratégica, na administração financeira, no controle gerencial

e nos desafios do crescimento, com forte influência na implementação dos planos de

negócios que transformam estratégia em ação.

3.1.1 – O Perfil de Competência do Gestor Financeiro

O Gestor Financeiro líder de processos, além do seu conhecimento técnico, o aspecto

comportamental merece atenção especial. Este é possuidor de características tradicionais,

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68 porém acrescidas de novos conhecimentos e maneiras de agir de modo a agregar valor às

atividades da empresa e sociedade de um modo geral.

.

Neste contexto, destacam-se cinco importantes aspectos da capacidade de liderança

do Gestor Financeiro:

1. Trabalho em equipe e na formação de talentos – Equipes de alta performance.

2. Inovação – capacidade de inovar – Eficácia operacional.

3. Disciplina no planejamento e controle – Governança e Gestão de Risco.

4. Foco no resultado – A meritocracia na entrega da equipe e do indivíduo.

5. Comunicação – o poder de comunicar de forma clara e persuasiva em geral.

Por último, em relação ao potencial do gestor financeiro e sua carreira na empresa,

cabe destacar três elementos fundamentais:

1. Agilidade de aprendizado – capacidade de assumir novos desafios e responsabilidades.

2. Elevado grau de comprometimento – capacidade de entender a empresa como o

objetivo primordial.

3. Ambição de crescer – Crescer profissionalmente e como indivíduo, interdependente com

a empresa.

Enfim, trata-se de um profissional que possui competências tais como:

a) COMPETÊNCIAS GENÉRICAS DE GESTÃO

1. Orientação para resultado – Possui paixão por resultado.

2. Foco no resultado do Cliente – Tem Paixão pelo resultado do cliente.

3. Direcionamento estratégico.

4. Visão sistêmica e analítica.

5. Liderança.

6. Planejamento.

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69 7. Capacidade de gerenciar pessoas (planejar, selecionar, acompanhar, desenvolver,

comunicar e valorizar a equipe).

8. Capacidade de gerenciar os processos de sua área de atuação.

9. Muita energia.

b) COMPETÊNCIAS TÉCNICAS

1. Conhecimento em finanças (contas a pagar, a receber, tesouraria etc.).

2. Conhecimento em contabilidade, economia e controladoria.

c) COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS

1. Negociação.

2. Raciocínio lógico.

3. Empatia.

4. Construção de Relacionamentos.

Certamente, o Gestor Financeiro que deve combinar o talento técnico e de liderança

com o potencial de crescimento profissional. Possui uma boa formação generalista, visão

sistêmica e integrativa de todo o negócio e deve estar em contato permanente com todas as

áreas da empresa, controlando e fomentando o negócio com informações estratégicas..

3.1.2 – O Gestor Financeiro e o seu Papel Estratégico

Segundo Henri Mintzberg, em seu livro “Safári de Estratégia”, entende-se que este

sugere que a formulação da estratégia parece ser vital para a sobrevivência e o crescimento

do negócio e que o campo da estratégia é caracterizado pelo foco na escolha: como e onde

encontrar a melhor estratégia, ou melhor, como criá-la, quando não puder ser encontrada, e

como explorá-la. A área financeira é líder deste processo e entender o modelo de negócio da

empresa é base fundamental do processo de planejamento estratégico e operacional

(orçamento).

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É relevante salientar que a os elementos do controle gerencial incluem planejamento

estratégico, elaboração do orçamento, alocação de recursos e responsabilidades,

mensuração de desempenho, avaliação e recompensa. De uma forma simplista, um processo

de controle gerencial eficiente deverá garantir a implementação dos planos estratégicos –

“transformando estratégia em ação”, maximizando os resultados do negócio em questão.

3.1.3 – O Gestor Financeiro e as Funções Primordiais

De acordo com L.J. Gitman, em seu livro “Princípios da Administração Financeira”,

onde se entende que este destaca as três funções primordiais do administrador financeiro, ou

seja: análise e planejamento financeiro, a administração da estrutura de ativos da

empresa e de sua estrutura financeira (capital).

O Gestor Financeiro está inserido em ambiente legal, operacional e tributário e

conceitos como margem de contribuição, lucro operacional, ponto de equilíbrio, o valor do

dinheiro no tempo, risco e retorno, fluxo de caixa, estrutura de capital que são abordados no

campo da administração financeira devem ser de domínio pleno deste profissional.

É fundamental para o Gestor Financeiro entender das contas referentes ao

Demonstrativo de Resultados – Lucros e Perdas e de Balanço Patrimonial. É evidente a

importância na gestão e entendimento do balanço, que reflete a saúde financeira da empresa

e não somente o resultado de um determinado exercício.

Desta forma, faz-se importante destacar o papel do Gestor Financeiro no crescimento

do negócio, entendendo as alavancas do crescimento e a maximização do retorno ao

acionista/investidor.

De acordo com as ultimas abordagens, seguem algumas questões importantes que são

de domínio do Gestor Financeiro:

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71 1. Estratégia de precificação – maximizar valor do seu produto ou serviço, tendo em vista

as demandas do consumidor e a dinâmica do mercado atual.

2. Gestão de custos e eficácia operacional – maximizar alocação de recursos. Analisar o

impacto da tecnologia da informação no seu negócio.

3. Volume e participação de mercado – as alavancas de demanda e o papel da inovação

na organização.

4. Gestão de performance – o estabelecimento de metas e indicadores de gestão e

performance.

5. Planejamento Tributário – mitigar os impactos dos impostos diretos e indiretos, de

acordo com a legislação em vigor. Ex: Lucro presumido e real.

6. Gestão da complexidade – o dilema do crescimento: Estar preparado para o desafio da

complexidade na gestão.

3.1.4 – O Gestor Financeiro e suas Características Pessoais

Primeiramente, deve-se compreender e entender que estas características são as mais

importantes, pois não é só o conhecimento técnico que se faz um bom profissional. Para atuar

em determinadas funções é necessário um esforço pessoal em busca de características

inerentes ao ser humano. Em razão das atividades desenvolvidas pelo Gestor Financeiro o

longo de sua jornada de trabalho, visando o bom desempenho econômico-financeiro do

empreendimento, serem muito desgastantes, mas acima de tudo, muito belas e

importantíssimas. Tais característica pessoas são:

1. Transparência - Ser transparente é fundamental, pois sem transparência e clareza de

atuação a gestão financeira torna-se impraticável e prejudicial à empresa.

2. Ética - Ser ético é seguir os procedimentos, é ser justo e correto com os demais.

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3. Disciplina - Ter disciplina com os caminhos traçados a serem seguidos, estabelecer a

rotina e os meios claros e práticos para atingir os objetivos determinados.

4. Comprometimento efetivo - Liderar pelo exemplo está comprometido e demostrarem

ações que se pode contar com o gestor.

5. Orientado para resultados - Ao ter desafios se orienta para atingir os resultados

esperados e nada menos do que o necessário é aceitável (não aceita a derrota ou

adversidades, ele as supera).

6. Disponibilidade - Está disponível para os colaboradores e superiores, fazer parte da

equipe e fazer com que as pessoas sabão que podem contar com ele.

7. Formador de equipes (coaching) - Sem medo de competição ele prepara seus

sucessores e cria uma equipe tão forte que a sinergia é fator de sucesso dele como gestor

e dos demais como integrantes do time.

8. Inspirador / Motivador - Através de seu exemplo pessoal motive e inspire os demais ao

redor a um comportamento e clima de superação e competição saudável.

9. Assertividade - Estabelecer metas e objetivos em linha com a realidade que o cerca. Ser

firme e direto sem sentir ou causar constrangimentos. Se afirmar de maneira clara,

objetiva e transparente.

10. Gerenciar o tempo - Próprio e da equipe evitando estresse desnecessário, pois todo mês

haverá um fechamento financeiro.

11. Pró Ativo - Evitar ou resolver um provável problema antes mesmo que ele aconteça. Ao

identificar um problema o gestor: analisa, debate, decide e resolve, buscando uma

melhoria contínua.

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73 12. Inteligência Emocional – Manter o autocontrole diante de um sem-número de desafios

encarados ao longo de um dia de trabalho, independente do ambiente em que esteja

inserido, isto é, controlar a si mesmo e ainda interagir bem com o ambiente que o cerca.

13. Inteligência Interpessoal - Se relaciona bem com todos e criar parcerias efetivas de

sucesso (pessoal, profissional, acadêmico).

3.1.5 – O Gestor Financeiro e suas Características Profissionais

Nota-se que, são importantes e necessárias, embora se partindo de um mínimo de

conhecimento e com um treinamento orientado e efetivo geralmente podem ser desenvolvidas

ao longo do tempo. Um bom Gestor Financeiro se faz com características pessoais

associadas às características profissionais necessárias, tais como:

1. Conhecimentos Técnicos - Ter o domínio das disciplinas inerentes a finanças

(Contabilidade, Controladoria, Consolidação, Reporting Relatórios, Tesouraria, Auditoria,

Matemática, Legislação Específica, Tributos, Processos Internos etc.) é essencial.

2. Conhecimentos de Informática - É necessário o conhecimento de TI e de suas

possibilidades de melhoria da qualidade e efetividade do trabalho e ferramentas (BSC,

KPI, BI, CRM, B2B, B2C,C2C,P2P....)

3. Idiomas - As multinacionais estão cada vez mais atuantes e as legislações globais

interferem em negócios regionais. Assim, o conhecimento de idiomas é fundamental.

- Inglês é o idioma básico.

- Espanhol, Francês, Italiano, Alemão, Japonês e Chinês também são necessários.

4. CRM (Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente) - A área financeira possui

diversos clientes internos e externos e o gerenciamento ao atendimento destes clientes é

fundamental e decisivo para o sucesso do Gestor Financeiro.

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74 5. Políticas coorporativas: Ter uma visão holística da empresa coorporativa, entendendo as

políticas globais da organização buscando maior sinergia e integração em um todo.

6. Visão de negócios: Compreender profundamente e estar familiarizado com

funcionamento do negócio da empresa, conhecer as suas diretrizes e minúcias.

7. Ligado ao Mercado em que atua: Trazer Benchmarks efetivos, ou seja, trazer as

melhores práticas do mercado para dentro da orgnização, gerando resultados efetivos e

eventualmente através de networking trazer novos negócios para a empresa.

3.1.6 – O Gestor Financeiro e a Vocação Profissional

Juntando os pontos discutidos anteriormente, pode-se entender que tão importante

quanto às características pessoais e profissionais é a vocação, isto a capacidade para

trabalhar com finanças e gostar do que se faz.

O Gestor Financeiro é o profissional que tem vocação para seguir normas e

procedimentos, trabalhar sob pressão, ser objetivo e assertivo, cumprir metas, trazer

resultados efetivos para a empresa, colocar a mão na massa, treinar e desenvolvendo uma

excelente equipe e liderando pelo exemplo.

Logo, ser um bom gestor financeiro não é uma profissão, mas sim o exercício de uma

vocação nata do profissional.

3.2 – O Gestor Financeiro e seus objetivos e estratégias atuais

Ao Gestor Financeiro o cabe o objetivo de maximizar a riqueza dos acionistas, sócios

ou proprietário dado um certo nível de risco. É inegável que este objetivo maior não mudou

ao longo dos anos, devendo se apresentar como a função econômica e objetivo maior para

todas as decisões de responsabilidade deste gestor, tais como: decisões de financiamento,

decisões de investimento e decisões operacionais em seus aspectos econômicos.

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No entanto, o que mudou atualmente foi a forma como o Gestor Financeiro e a área

de Finanças buscam atingir esses tais objetivos financeiros mencionado.

É válido salientar que em qualquer época que seja a boa liderança, os custos baixos e

o atendimento das necessidades dos clientes, sejam eles internos ou externos, sempre foram

e sempre serão a primazia para a boa gestão empresarial.

Todavia, pode-se afirmar que na Era Industrial, o Gestor Financeiro atuava de forma

restrita e em separado do restante da organização, executando somente atividades

transacionais e de controle, distante dos demais gestores, fazia suas próprias regras e decidia

se estava certo ou errado. Atualmente, na Era do Conhecimento, atuar junto aos gestores de

negócio e adicionar valor ao processo decisório através de interpretação, análise e

apresentação da informação, tornou-se absolutamente imprescindível à boa gestão.

.

Se outrora, as atividades transacionais e de rotinas com: Contas a Pagar, Contas a

Receber, Operações Fiscais etc.) de um lado e as de Controle como: Contabilidade,

Auditoria, Controles Interno etc. de outro, tomavam conta da rotina do Gestor Financeiro

atuando como um verdadeiro tomador de decisões rápidas dentro da empresa, julgando

resultados com base em seu conhecimento técnico, e os objetivos financeiros que nem

sempre eram verdadeiramente transparentes a todos.

Hoje em dia, no inicio do século XVI, o Gestor Financeiro atua como um formador de

talentos que precisa liderar seu time para que todos os colaboradores da organização,

inclusive do Departamento de Finanças, entendam plenamente dos negócios da empresa e

se comprometam com os objetivos, adquirindo um entendimento detalhado das operações e,

partir daí, aumentarem a competitividade do negócio.

Diante disto, melhorar os processos decisórios na empresa é condição imprescindível

para a competitividade e essa função decisória assertiva tornou–se a mais prestigiada pelo

Gestor Financeiro.

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Por outro lado, suportar a decisão é mais um, e não o único pilar de uma boa gestão

financeira. Os outros dois pilares são: atividades transacionais e atividades de controle.

Igualmente tão importantes quantos e, como tal, devem ser desempenhados de forma

eficiente e eficaz.

Primeiramente, deve-se compreender e entender o objetivo e estratégias

recomendadas para cada um destes pilares:

1º. Atividades Transacionais:

Entende-se como sendo as atividades repetitivas dentro da área de Finanças e

englobam o Contas a Pagar, a Receber, as rotinas fiscais, a contabilização de documentos, a

geração de relatórios e notas fiscais etc. Por se tratar de atividades repetitivas, o objetivo do

Gestor Financeiro é buscar, sempre a maior eficiência, utilizando a estratégia de

automação de processos com utilização intensa da Tecnologia da Informação.

2º. Atividades de Controle:

Entende-se como sendo aquelas visam assegurar que a missão e os objetivos da

empresa estão sendo atingidos com grau aceitável de risco. Compreendem todas as

atividades de controle da organização, como por exemplo, orçamento, relatórios de

performance, auditoria interna, normas e procedimentos etc. Estas atividades existem para

minimizar riscos e, em função do comportamento das pessoas, novos riscos podem surgir. O

objetivo permanente do Gestor Financeiro neste pilar é disseminar princípios éticos, crenças,

valores e comportamento de mitigação de riscos para que as pessoas estejam sempre alertas

para comportamentos de riscos e atuem de forma diligente.

A estratégia neste caso é utilizar a liderança para profetizar e praticar os princípios

éticos e o código de conduta da organização de forma permanente e coerente dando o maior

exemplo aos colaboradores.

3º. Atividades de Apoio à Decisão:

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Outro pilar de extrema importância é o que diz respeito a melhoria do processo

decisório dos próprios gestores. Objetivo permanente deve ser adicionar valor ao processo

decisório e criar valor para o acionista. Ter uma abordagem racional sem se esquecer de que

muitas decisões são emocionais e o Gestor Financeiro deve ser o agente que pode

contribuir para diminuir os vieses cognitivos que permeiam o processo decisório a partir de

uma abordagem humana da gestão financeira. A estratégia neste pilar é deixar de ser

simplesmente função de finanças e se transformar em parte do próprio negócio.

Independentemente do tamanho ou porte da organização, manter a saúde financeira e

alcançar o lucro é objetivo final do Gestor Financeiro. Uma boa Administração Financeira e o

Equilíbrio entre a Gestão de Contas a Pagar e Receber é um grande desafio para o Gestor

Financeiro diante de tantas dificuldades vivenciadas diariamente pelos profissionais da área.

3.3 – O Gestor Financeiro e seu Papel na Organização

Ao abordar o papel do Gestor Financeiro dentro das Organizações costuma-se

simplificar suas funções como pagar contas e cobrar clientes. Logo, incorre-se em um erro

muito grave de simplificar e reduzir a importância desse profissional. O papel do Gestor

Financeiro em uma moderna organização empresarial nos tempos atuais é de suma

importância, além das atribuições de pagador e recebedor, ele se ocupa da gestão dos

processos econômicos financeiros, interpretando dados contábeis, utilizando ferramentas

financeiras cabíveis, auxiliando na tomada de decisões, assim aumentando geração de caixa

e proporcionando lucro.

Além disso, fatores externos também exercem influências na atuação do Gestor

Financeiro, que deve manter-se sempre atualizado e atento às políticas econômicas, crises e

situações críticas que possam influenciar a economia de nosso país, mudanças da legislação

tributária e as taxas de juros aplicadas. Toda atenção a esses fatores poderá ser importante

quando necessário escolher o melhor momento de financiar, diminuir despesas, sinalizar ao

setor de compras que os prazos ou preços estão desinteressantes, ou até mesmo aproveitar

o melhor momento de adquirir mais equipamentos aproveitando as melhores oportunidades.

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No Brasil, grande partes das organizações são de pequenas e médias empresas,

possuindo uma administração estruturada e enxuta, com administração familiar, onde a

tomada de decisões concentra-se nas mãos do proprietário. Esse tipo de estrutura exige-se

muito mais do Gestor Financeiro além de suas habilidades básicas e atividades diárias

relacionadas a Contas a Pagar, Receber e Controle de Fluxo de Caixa. Faz-se extremamente

necessária a busca constante por atualização de informações, atenção e integração com as

outras áreas da Empresa. Conhecer os produtos e serviços oferecidos pela empresa também

é importante nesse processo, pois fornecem dados e instrumentos que poderão ser bem

aproveitados nos momentos de tomada de decisões e planejamento de estratégias futuras.

Faz parte do papel do Gestor Financeiro, também conhecer a concorrência e em que posição

do mercado ela se encontra.

Outra importante função do Gestor Financeiro é acompanhar as atividades da

Contabilidade, que em sua maioria é terceirizada junto a empresas do ramo. Cabe ao Gestor

Financeiro estar atualizado sobre as regras e orientações da rotina contábil, buscando

sempre estar em ordem com todas as obrigações fiscais. Ainda nesse sentido, o Gestor

Financeiro deve ser o intermediador racional, pois no ambiente empresarial, por muitas

vezes as decisões são tomadas de forma emocional. E é papel desse profissional aliar

preparo técnico e emocional, a fim de alcançar o maior objetivo da empresa que é o lucro.

3.4 – O Gestor Financeiro e os Erros Mais Comuns.

É relevante salientar que a inexistência de uma adequada gestão financeira provoca

uma série problemas de análise, planejamento e controle financeiro das suas atividades

operacionais, podem-se citar alguns como:

1. Não ter as informações corretas sobre saldo do caixa, valor dos estoques das

mercadorias, valor das contas a receber, valor das contas a pagar, volume das despesas

fixas ou financeiras etc. Ocorre quando não é feito o registro adequado das transações

realizadas.

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79 2. Não saber se a empresa está tendo lucro, ou não, em suas atividades operacionais.

Geralmente porque não é elaborado o demonstrativo de resultados.

3. Não calcular corretamente o preço de venda de seus produtos, provocado pelo não

conhecimento dos custos e despesas.

4. Não conhecimento correto do volume e a origem dos recebimentos, e o volume e o destino

dos pagamentos, pelo motivo de não se elaborar o fluxo de caixa.

5. Não saber o valor patrimonial da empresa, por não elaborar o balanço patrimonial.

6. Não saber quanto os sócios retiram de pró-labore, porque não estabelecer um valor fixo

para a remuneração dos sócios.

7. Não conhecer corretamente o custo das mercadorias vendidas, por não se fazer o registro

adequado ou correto dos estoques de mercadorias.

8. Não saber corretamente o valor das despesas fixas da empresa, pelo motivo da não

separação das despesas pessoais dos sócios em relação às despesas da empresa.

9. Não saber administrar corretamente o capital de giro da empresa, pelo desconhecimento

do ciclo financeiro das operações.

10. Não fazer análise e planejamento financeiro da empresa, porque não ter um sistema de

informações gerenciais precisas principalmente quanto ao fluxo de caixa, demonstrativo de

resultados e balanço patrimonial.

3.5 – O Gestor Financeiro e seus Desafios Atuais

Hoje, no inicio do século XVI, o Gestor Financeiro tem como objetivo principal

conseguir mostrar seu papel como líder e poder exercê-lo, principalmente pelo fato de estar

inserido numa estrutura cada vez mais enxuta, onde poucos profissionais acumulam várias

funções e precisam lidar com um ambiente de pressão constante, cujo objetivo principal é a

sobrevivência com lucro. Na atualidade, o Gestor Financeiro precisa ser visto como

referência, perder a formalidade e usar bastante seu feeling, o seu conhecimento, e ser bom

comunicador, aliando seus dados numéricos a seu conhecimento, portando passando a ser

tomador de decisões junto aos acionistas, sócios e proprietários da empresa.

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Em regra, basicamente a estrutura do Setor Financeiro é dividida em Diretoria

Financeira, que coordena toda atividade, sendo subdividida em Gerência Financeira, que

acompanha os recebíveis e contas a pagar e toda movimentação dos saldos de caixa; e a

Controladoria, que atua com o controle de bens e as obrigações firmadas pela empresa.

Nesse contexto, a função do Gestor Financeiro está ligada a análise, controle e

planejamento a partir dos dados apresentados dentro desses parâmetros. O maior desafio do

Gestor nesse cenário é ser visto como o profissional que tem poder de decisão, afinal a

realidade na maioria das empresas é uma administração familiar, onde o proprietário é quem

toma as decisões, e em muitos casos a estrutura e divisão de tarefas concentra muitas

funções nas mãos de poucos.

Observa-se que, o Gestor Financeiro, que anteriormente atuava como fiscal, passa a

apresentar objetivos e dados com mais transparência e, acima de tudo, atendendo às

necessidades do cliente, seja interno e externo. Isto é, não somente o Gestor, mas todo o

grupo que faz parte precisa conhecer as atividades da empresa de forma a atuarem juntos

com eficiência, e alcançar o objetivo final da Organização.

Como pode ser percebido, uma boa comunicação interna é um ponto crucial, pois além

de conhecer bem o negócio e manter todos os dados e planejamento financeiro em ordem, o

Gestor Financeiro precisa ter outras habilidades, afinal, em muitas situações será necessário

a esse profissional saber convencer os acionistas, sócios e proprietários da empresa em

momentos de decisões.

Com o passar dos tempos, essa profissão vem se aprimorando e sofrendo mudanças

significativas, que envolvem outros setores. Hoje em dia é fato que o Gestor Financeiro não

atua de forma isolada.

O grande desafio do Gestor Financeiro, ao longo dos anos, independentemente do

cargo dentro da organização, foi deixar de executar uma função automática de mera

apresentação de dados e passar a ser orientador e articulador, passando a ter voz ativa e

interferir de forma a decisiva, realizando melhorias e crescimento da empresa.

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Conclui-se que, independentemente do tamanho ou porte da organização, cabe ao o

Gestor Financeiro ser um dos membros da alta administração da organização empresarial,

incumbido de assumir responsabilidades de planejamento, organização, execução e controle

das atividades financeiras de um modo geral, exercendo um papel crucial na operação da

empresa, sendo um dos principais responsáveis pelo sucesso da organização.

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CONCLUSÃO

Conclui-se que, independentemente do cargo dentro da entidade empresarial:

Vice Presidente de Finanças (CFO), Diretor Financeiro, Controller, Gerente Financeiro,

Administrador Financeiro. O Gestor Financeiro é o responsável pelo bom desempenho

econômico e financeiro do empreendimento empresarial, com uma visão holística do negocio,

garante a saúde financeira, a tranquilidade, mantem uma liquidez confortável dos

compromissos assumidos com terceiros, amplia os lucros sobre investimentos e os resultados

satisfatórios são frutos de uma série de decisões e atitudes tomadas dia a dia deste

profissional de Finanças.

Pode-se concluir ainda, que o planejamento financeiro é fundamental para

continuidade das empresas, e que toda a empresa necessita de ter um bom planejamento,

mas para isso a peça chave é o Gestor Financeiro, capacitado, habilitado que pode planejar

o futuro da empresa utilizando-se de ferramentas baseadas nas informações geradas por sua

própria equipe, que irá permitir a esse Gestor executar os planos traçados, e se

eventualmente encontrar alguma mudança no decorrer do caminho, terá meios para fazer a

correção durante o processo de execução sem interromper ou causar danos maiores a

qualquer projeto empresarial.

Conclui-se daí a necessidade e a importância das ferramentas de gestão financeira,

como instrumentos de grande valia para as organizações, as quais devem ser selecionadas

de acordo com as necessidades empresarias, devendo contribuir para o controle,

planejamento, orçamento, fluxo de caixa entre outros controles de praticas de gestão

financeira existentes na teoria financeira.

Verificou-se também que enquanto o Contador volta sua principal atenção para a coleta

e apresentação dos dados financeiros, o Administrador Financeiro analisa os demonstrativos

contábeis, desenvolve dados adicionais e toma decisões, com base em suas avaliações

acerca dos riscos e retornos inerentes. Conclui-se, portanto, que o papel da área financeira e

do Gestor Financeiro para as organizações, não é somente o de pagar contas e cobrar

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83 clientes e que reduzir ou simplificar a importância dessa área é um erro muito grave, ainda

cometido por algumas organizações. É inegável a importância do Gestor Financeiro para as

organizações, além do papel pagador e recebedor, ele se ocupa da gestão dos processos

econômicos financeiros, interpretando dados contábeis, utilizando ferramentas financeiras

cabíveis, auxiliando na tomada de decisões, assim aumentando geração de caixa e

proporcionando maior lucro.

Neste trabalho foram explorados alguns conceitos relacionados ao tema, mostrando de

forma simples e objetiva a importância do Gestor Financeiro ter um controle eficiente dos

recursos financeiros da empresa, de forma a garantir a estabilidade das operações da

organização e por outro lado a rentabilidade. Abordou-se a gestão financeira como um

instrumento de apoio á tomada de decisões, examinando de forma ampla algumas etapas do

processo financeiro, apontando também conceitos e objetivos da administração financeira e

do Administrador Financeiro, seu papel e suas principais áreas de atuação dentro da

empresa. Bem como, observa-se alguns dos erros mais comuns na gestão financeira das

empresas.

Por fim, é importante ressaltar que o grande desafio dos atuais Gestores

Financeiros, ao longo dos anos, independentemente do cargo que ocupam dentro da

organização, foi deixar de executar uma função automática de mera apresentação de dados e

passar a ser orientador e articulador com voz ativa e interferindo de forma a decisiva,

realizando melhorias e alavancando a organização empresarial.

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