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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A LITERATURA INFANTIL CONTRIBUINDO PARA O DESENVOLVIMENTO DO CÉREBRO COGNITIVO INFANTIL. Evelin Vanessa Cardoso ORIENTADOR: Prof. Marta Relvas Rio de Janeiro 2018 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A LITERATURA INFANTIL CONTRIBUINDO PARA O

DESENVOLVIMENTO DO CÉREBRO COGNITIVO INFANTIL.

Evelin Vanessa Cardoso

ORIENTADOR:

Prof. Marta Relvas

Rio de Janeiro

2018

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM como requisito

parcial para obtenção do grau de especialista em Neurociência Pedagógica

Por: Evelin Vanessa Cardoso

A LITERATURA INFANTIL CONTRIBUINDO PARA O

DESENVOLVIMENTO DO CÉREBRO COGNITIVO INFANTIL.

Rio de Janeiro

2018

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AGRADECIMENTOS

A amiga Maria Tarcilda pela paciência e apoio, ao

meu companheiro Marcos Marqui, pelo incentivo e

a Professora Marta Relvas pela inspiração.

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DEDICATÓRIA

Dedica-se a minha família, ao Instituto Marcos

Freitas e a C.M Sebastião Bernardes da Souza

Prata.

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RESUMO

O presente trabalho apresenta as contribuições da Literatura Infantil para o

desenvolvimento do cérebro cognitivo da criança baseado em pesquisas

bibliográficas com características qualitativas e experiências vividas em sala de

aula. Este artigo tem como finalidade analisar a importância da Literatura

Infantil, estabelecendo uma relação com o Neurodesenvolvimento e,

consequentemente, descobrir caminhos que despertam o interesse da criança

pela leitura e contação de histórias. A Literatura Infantil é um terreno muito

fértil, uma fonte enriquecedora de informações, oportunizando à criança o

autoconhecimento e o conhecimento mundo. A Literatura está presente nas

salas de aula, mas, as vezes é utilizada somente para a instrução moral e

cívica ou, até mesmo, como recurso para passar o tempo e acalmar as

crianças. Vale ressaltar o fascínio da criança pelo mundo encantado das

histórias, não se esquecendo do quanto esse método pode se prazeroso,

abrindo portas para a aquisição da leitura e para o seu desenvolvimento

cognitivo. Para isso, é indicado algumas técnicas; desde a escolha do livro, o

tom de voz, até o viveram felizes para sempre ou não tão felizes assim.

A Neuroeducação vê nos contos e na ludicidade das palavras, uma forma de

despertar, sabendo que todo corpo funciona neste contexto. Sendo um

estímulo inicial na sua formação.

Palavras-chave: Literatura Infantil; Neurodesenvolvimento e Desenvolvimento

cognitivo;.

.

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METODOLOGIA

Para a realização desta pesquisa e consequentemente a discussão e

apresentação de possíveis respostas ao problema apresentado, foi utilizada

pesquisa bibliográfica em livros, artigos e revistas. Dentre as obras

consultadas, destacam-se os dos autores Bruno Battlheim, Richard Bamberger,

Fábio Cardoso e Ana Maria Antunes.

Em complemento a esse referencial, também foram realizadas consultas

em sites específicos. Os materiais disponíveis na web trazem grande

contribuição para ampliação da discussão do problema.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A importância da Literatura Infantil para o desenvolvimento do cérebro cognitivo

infantil 10

CAPÍTULO II

Cérebro Literatura Infantil e as emoções 18

CAPÍTULO III

Como despertar na criança o interesse pela leitura? 24

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA 35

ÍNDICE 38

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INTRODUÇÃO

Este trabalho realizar-se-á a partir de discussões sobre a importância

dos Contos de fadas e da Literatura Infantil no processo de desenvolvimento do

cérebro cognitivo, social e emocional da criança, em como formar o sujeito

leitor através da motivação, por parte da família, do professor e da escola.

Uma das maiores preocupações da educação, ao longo desses anos é

formar um sujeito crítico, responsável e sociável. Dado que vivemos em uma

sociedade onde as trocas sociais acontecem ligeiramente, sendo através da

leitura, escrita, linguagem visual ou oral.

É importante entender como a Literatura e os Contos agem no cérebro

infantil, como são estimuladas emocionalmente e tratar também de como os

pais, professores e a escola podem contribuir de forma significativa na

formação de um sujeito leitor ativo, antes mesmo da aquisição da leitura.

Percebendo, ainda a necessidade de aplicações coerentes, de atividades que

despertem o prazer do ato de ler e, estas devem estar presente na vida destas

crianças mesmo antes de saberem ler.

Mesmo “sabendo” da importância que a Literatura Infantil e os Contos de

fadas apresentam na vida da criança para o seu desenvolvimento, há aqueles

que não gostam de ler, e isto é uma realidade que se faz presente a gerações,

daí as questões: por que elas não gostam de ler? Por que isso acontece? Será

que isso ocorre pela falta de exemplos, de estímulos por parte de pais e

educadores? Logo, surge a necessidade de conhecer estratégias para

despertar na criança o interesse pela leitura.

O que se sabe é que a Literatura Infantil e os Contos, assim como toda

cultura questionadora e criadora, não são explorados como deveriam nas

escolas e, na maioria das vezes, isso acontece por falta de informação dos

professores. Infelizmente, a formação acadêmica não dá a devida ênfase à

leitura. O que acaba caindo em contradição.

A curiosidade e o exemplo, são fatores importantíssimos que contribuem

para que a criança sinta prazer em ler. Neste sentido, os pais deveriam ler mais

para si e para seus filhos, ter livros em casa deveria ser tão fundamental

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quanto ter televisão. E quanto à escola, cabe o papel de ensinar a gostar de

ler, fazendo com que se torne um hábito de deleite, e não leitura por obrigação.

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CAPÍTULO I

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL PARA O

DESENVOLVIMENTO DO CÉREBRO COGNITIVO

INFANTIL

Para maior entendimento sobre a discussão acerca da importância da

Literatura Infantil para o desenvolvimento cérebro cognitivo infantil,

primeiramente, deve-se abordar alguns detalhes do objeto de estudo em

questão, o cérebro, pois é lá que tudo começa.

As estruturas cerebrais que estão envolvidas com as emoções estão

interligadas intensamente e não se pode dizer que somente uma é responsável

pelo estado emocional de uma pessoa. Logo, umas contribuem mais que

outras para essa ou aquela determinada emoção. (Amaral e Oliveira, 2001,p.3)

Fonte: https://www.emaze.com/@ACWQLWIF

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AMIGDALA- Sua estrutura tem a forma de uma amêndoa e fica situada

dentro da região antero-inferior do Lobo temporal, se interconecta com o

hipocampo, a área pré-frontal, os núcleos septais e o núcleo dorso medial do

Tálamo.

São essas conexões que garantem o sucesso do seu desempenho na

intercessão e controle das atividades emocionais como o amor, a amizade, a

afeição, os estados de medo, humor, ira e agressividade.

A Amigdala é essencialmente fundamenta para a alto preservação do

homem, pois identifica o perigo, causando ansiedade e medo, deixando assim

o home em sinal de alerta para lutar ou fugir.

HIPOCAMPO - Está relacionado com a memória, principalmente com a

formação da memória de longa duração. Assim permite ao homem comparar

as situações de risco, correlacionado a situação do risco atual com

experiências passadas, garantindo assim a opção que irá garantir a sua

preservação. Importantes vias de conexão do circuito límbico.

TÁLAMO - Importante na regulação do comportamento emocional

decorrente das conexões com outras estruturas do Sistema Líbico, fazendo

parte do circuito de Papez.

Fonte: https://www.emaze.com/@AILFWTRF/Sistema-límbico

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HIPOTÁLAMO - Localiza-se logo abaixo do Tálamo. Suas conexões

com as outras áreas do Prosencéfalo e Mesencéfalo são amplas. É dele que

surgem os impulsos que irão influenciar as células nervosas, como a

musculatura cardíaca, a musculatura lisa das vísceras e dos vasos, rins e todas

as glândulas entre outros. A porção lateral está envolvida a raiva e o prazer, já

a porção mediana, está ligada à aversão, ao desprazer e ao riso descontrolado.

GIRO CINGULADO - Fica no meio do encéfalo, entre o sulco cingulado

e o corpo caloso. Sua parte frontal coordena os odores, visões agradáveis de

memórias passadas, a reação emocional ao sentir dor e a regulação da

agressividade.

Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Fig-G1-Giro-cingulado-Adaptado-de-Frank-Forney-en-Pinel-

2011_fig15_268926205

TRONCO CEREBRAL – Responsável pelas reações emocionais

operando juntamente com a medula espinhal, controlando as funções vitais.

Controla também a consciência, desligando as atividades do cérebro enquanto

se dorme e lingando quando se acorda.

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Fonte: http://www.cerebromente.org.br/n05/mente/tronco.gif

ÁREA PRÉ-FRONTAL - É uma área bem desenvolvida particularmente

na espécie humana. Mesmo não fazendo parte do sistema Límbico, as suas

conexões são intensas como oTálamo, Amigda e outras estruturas sub-

corticais. Assim explicam o importante papel que desempenham na gênese e

principalmente no estado afetivo.

Fonte: https://www.thinglink.com/scene/766699406505279489

A literatura infantil além de encantar crianças, jovens e adultos como

forma de entretenimento, nos transmite valores, costumes e ajuda também a

elaborar a própria vida através de situações de conflitos em processo

inconsciente.

Na literatura infantil temos representações simbólicas de conflitos gerais

humanos, tais como a ansiedade, necessidade de amor, medo, desamparo,

rejeição e a morte. Ao lidar com a fantasia a criança consegue lidar com seus

conflitos internos, recuperando assim a sua harmonia existencial. A literatura

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Infantil é fundamental no processo de aquisição de conhecimentos, como

ressalta Abramovich.

(…) Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias... escutá-las é o início da aprendizagem para ser leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de

descoberta e de compreensão do mundo...". Podemos, assim, começar a compreender a importância da Literatura Infantil no desenvolvimento cognitivo das crianças. Ser leitor é o meio para

conhecer os diferentes tipos de textos, de vocabulários. É uma forma de ampliar o universo linguístico. ( ABRAMOVICH, 1997, p.16)

Os contos de fadas são vitais para a grande questão: - Quem sou eu?

Que acontece nas fases de desenvolvimento da criança. Há uma carência do

conhecimento de si mesma e do ambiente em que vive, que primeiramente é o

da família, em seguida o espaço circundante, e finalmente a vida social e a

história. A ficção através de sua linguagem simbólica, preenche as lacunas da

sua falta de vivência e de experiência existencial. ”Quem sou eu” é uma

questão que leva a várias outras conflitantes. Neste momento os contos de

fadas viram respostas a todas essas questões, alimentando-as de forma lúdica,

com a linguagem que é compreensível a ela.

O autor Bruno Bettelheim (1980) publicou o livro Psicanálise dos contos

de Fadas que traz muitas contribuições a respeito do assunto abordado. Nessa

obra, o autor ressalta que, o pensamento da criança é “animista” até a

puberdade. Para as crianças as coisas pensam e agem, por mais que seus

pais lhes mostrem o contrário, elas fingem acreditar para não serem

ridicularizadas e punidas. Temos aqui alguns exemplos de Piaget, como o de

uma criança que com seu pensamento animista acredita que uma pedra tem

vida porque se move ao rolar de uma montanha, assim como um riacho que faz

sua água correr ou como o sol que brilha porque quer brilhar e por tanto

sentem e pensam como pessoas. Para as crianças, os adultos não entendem a

linguagem do sol, do riacho, da pedra ou de uma árvore, porque não estão

suficientemente alinhados com ela.

Assim como a criança que é egocêntrica, ela acredita que os animais

verdadeiros ou os de brinquedos podem conversar com elas somente o que

para ela é satisfatório, como fazem os animais dos Contos de Fadas. Assim

como ela conversa com seus brinquedos, a criança está certa de que eles e os

animais sentem e pensam como ela.

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Sujeita aos ensinamentos racionais dos outros, a criança apenas

enterra seu conhecimento verdadeiro, mas no fundo da sua alma ele permanece intocado pela racionalidade, no entanto podemos ser formado ou formador pelo que os contos de fadas tem a dizer.

(BETTELHEIM 1980, p 59)

Os contos de fadas, como age de acordo com a mente infantil auxilia a

criança indicando claramente como emergir em toda esta fantasia. Algumas

situações dos Contos de Fadas surgem para as crianças de forma bem

realista: uma menina que vai sozinha visitar a vovó (Chapeuzinho Vermelho);

dificuldades financeiras de uma família (João e Maria). Estes contos iniciam

com circunstâncias reais, porém problemáticas. Confrontadas com essas

situações problemas, que fazem parte do nosso dia-dia, a criança é estimulada

então a entender “como” e o “porque” dessas situações, fazendo com que elas

busquem soluções através de reflexões.

Após uma viagem ao mundo encantado, passando por situações

fantásticas, no final, o conto dá a criança a sua realidade de volta da forma

mais segura e confortável possível, compreendendo assim o que há de mais

necessário para sua fase de desenvolvimento. É saudável que de vez em

quando se deixe dominar pela fantasia, desde que não nos distancie da

realidade permanentemente.

Os contos alimentam os sonhos e sonhar torna cada criança apta a

enfrentar as batalhas diárias, despertando-as renovados. É benéfico elaborar

nos sonhos os problemas inconscientes que os bloqueiam.

Daí destaca-se a importância da compreensão, por parte dos

professores da Educação Infantil, de como acontece o processo de

desenvolvimento cognitivo cerebral através da leitura, o que abre um grande

leque de possibilidades dentro das práticas pedagógicas. Cresce cada vez

mais a necessidade do professor compreender o funcionamento do sistema

nervoso. Adquirido esse conhecimento pelo professor, aumenta a sua

capacidade de análise biopsicológica, sua capacidade de perceber a maneira

mais adequada de se trabalhar com seus alunos, atendendo as necessidades

de cada um, aproveitando o seu conhecimento prévio, agindo de maneira

eficaz, proporcionando a verdadeira compreensão do texto, além do prazer que

seus alunos sentirão e consequentemente, o professor também.

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Dentro dessa perspectiva, entender como se dá o desenvolvimento

cognitivo cerebral da criança, se torna um desafio aos bons professores.

Segundo Relvas (2012, p.54):

O professor, ao estabelecer as estratégias de ensino em relação ao

seu conteúdo em seus planejamentos, deve se sensibilizar que a sua

turma se constituem em uma biologia cerebral, tal qual uma

verdadeira ecologia cognitiva. Afinal, funcionam em movimentos

ininterruptos de transformações intrínsecas e extrínsecas. É preciso

que o professor perceba, que neurofisiologicamente, os alunos estão

com os sistemas dos sentidos biológicos muito estimulados e, por

conseguinte, existe um movimento de conexões nervosas que nunca

estancam.

Infelizmente ainda hoje, existem adultos pensando, que os contos de

fadas podem afastar os seus filhos da realidade, dando-lhes respostas “falsas”,

que estas histórias nada podem acrescentar, mesmo que seus pais lhes deem

uma resposta realista ela vai duvidar e podendo assim acabar se sentido

“confusa e derrotada intelectualmente”. Existe medo de que seus filhos se

identifiquem com personagens “negativos”. Há também quem a veja como algo

pueril (nivelada ao brinquedo) ou útil (forma de entretenimento), até mesmo nas

instituições de ensino (Bettelheim 1980).

Atualmente, há uma forte tendência entre alguns autores de

reescreverem uma narrativa modificando drasticamente o enredo, ocultando o

mal. Assim também fazem pais e professores desatualizados. Modificam por

conta própria a história, ocultando as situações de medo, de castigo e de

maldade. Afinal, a vovó que outrora foi devorada pelo lobo faminto, hoje, é

trancada pelo lobo no armário. Essas mudanças nas narrativas apaziguam as

emoções que necessitam se vividas.

Clássicos são clássicos, devido a sua perpetuação e devem ser

respeitados assim como a literatura para adultos. Entendemos, porém que na

verdade, as histórias mudam conforme a cultura e a época. Por exemplo, o

canibalismo e o incesto. Estes foram retirados de contos antigos. Na versão

original de Chapeuzinho vermelho, o lobo devora a vovó e a linda menina de

capuz vermelho, e o caçador nem sequer existe.

Contudo, por mais espantoso que pareça, ainda temos outra questão:

ainda existem pais que nunca leram um Conto de fadas sequer para seus

filhos. Será que por isso existem hoje, tantas pessoas sem senso de justiça,

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solidariedade, ética, tanta gente frustrada, incapaz de resolver seus

problemas? Bom, existe um caminho, que se não foi percorrido pelos pais, será

mesmo difícil que se conduza o seu filho a ele. Porém há exceções, como pais

que queiram que seus filhos sejam melhor que eles, daí vale a dica.

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CAPÍTULO II

CÉREBRO, LITERATURA INFANTIL E AS EMOÇÕES

A Neuroeducação, vê nos contos, uma forma de despertar e entender

que todo o corpo funciona neste contexto. A criança desde os primeiros meses

de vida, necessita de estímulos com uma linguagem de afeto, com ludicidade e

encantamento. Assim o cérebro vai enriquecendo de informações e de

imaginação criadora.

A Neurociência e a Literatura infantil se tornam parceiras indispensáveis

à educação e nas raízes artísticas. Antigos contadores de histórias já

acreditavam nisso: Ensinar depende do encantamento, do rir, do brincar, do

imaginar e no pensamento livre. Desta forma a mente e o corpo ampliam seu

pertencimento, compreendendo a si mesmo e o mundo.

A teoria de que aprender é adquirir novos conhecimentos, cai em

descrédito quando Neuroeducação passa a fazer parte das nossas vidas, seja

como pais ou educadores. Temos então um novo olhar: Aprender é modificar

comportamentos. Nessa perspectiva, passamos a ver a contação de histórias

como uma oportunidade de intervir de forma positiva na estimulação da mente

dos ouvintes, com intuito de que tenham contato com os objetivos culturais que

intensificam seu desenvolvimento mental.

Cosenza (2011, p.98) reflete sobre o educar e o educador:

O mundo moderno é muito diferente daquele em que nosso cérebro

evoluiu. Hoje, nem sempre há um ambiente estruturado de forma

adequada para o desenvolvimento das funções executivas. Esse é

um problema que deveria ser levado em conta se quisermos

realmente educar nossos jovens para uma vida útil e feliz.

Abordar o tema Educação, hoje, é pensar não só no procedimento, mas

também no processo que se dá a aprendizagem. Para isso precisamos

entender o que desperta e motiva as crianças para esse aprendizado. A

Neuroeducação nos orienta e nos sugere a criação de estratégias pedagógicas

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que favoreçam a aprendizagem. E uma excelente estratégia é a contação de

histórias.

A criança sente os estímulos do meio, a partir dos órgãos sensoriais.

Assim acontece a transmissão para o cérebro, por meio de correntes elétricas.

Constata-se assim, mudanças nas redes neurais quando a criança é

estimulada a vivenciar experiências e por fim, acontece o amadurecimento do

sistema nervoso central. Vale ressaltar que é impossível isolar a sensação da

consciência, pois estão associadas a elementos preexistentes guardados na

memória, onde se atualizam em um processo de conexão na percepção,

ampliando o seu significado.

É necessário entender que o nosso cérebro é responsável pelo

processamento das informações e pelo armazenamento de conhecimentos e

pela seleção do nosso comportamento.

O Professor carrega consigo a enorme missão de contribuir para a

organização do sistema nervoso do educando, não se esquecendo que o

cérebro vai à escola.

Cabe a reflexão sobre a junção da Neuroeducação e a Educação, pois

todo aprendizado é resultado de uma atividade cerebral.

Cosenza (2011, p. 11) diz que:

O cérebro é a parte mais importante do nosso sistema nervoso, pois é através dele que tomamos consciência das informações e que chegam pelos órgãos dos sentidos e processamos essas

informações, comparando –as com nossas vivencias e expectativas. É dele também que emanam as respostas voluntárias ou involuntárias, que fazem com que o corpo, eventualmente, atue sobre

o ambiente.

O ato de contar histórias, influenciam comportamentos, o

desenvolvimento das competências e as habilidades da criança como o

aprendizado e o desempenho afetivo emocional e social.

É necessário a participação de todos os envolvidos socialmente com a

criança.

A assimilação de um conto, promove várias funções cognitivas e de alto

nível, como a atenção. Ao ouvir o contador de histórias, a criança cria

intimidade com o texto. Tão logo o contador precisa reter a atenção do ouvinte

para a sua fala. A atenção por sua vez, é o mecanismo pelos quais os

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processos cognitivos se organizam, dando direcionamento e escolhendo

perceptos determinados fontes de informação. Essa atividade mental, não é

consciente.

A voz do contador é o elemento mais importante ao se destacar no

ambiente. Assim o seu processo de atenção irá inibir outros ruídos ou qualquer

outra situação que possa tirar a sua atenção. Desta maneira ela passa

desenvolver o seu foco atencional.

Enquanto ouve uma história, a percepção da criança também está sendo

aprimorada, pois está sendo solicitada a todo instante. A percepção é

entendida como uma atividade mental ativa.

Diferentes áreas corticais são recrutadas quando a criança capta

sensorialmente as informações absorvidas. Essas áreas são a segunda

unidade funcional para o seu processamento.

Quando uma criança se atenta à ilustração de um livro, é promovida a

estimulação nas células receptoras, que se localizam em sua retina e que

seguidamente levará informações até o Lobo occipital do cérebro. Essa região

é responsável pela decomposição dos estímulos. É uma região constituída de

células nervosas especializadas na análise dos perceptos visuais.

Seguidamente, as informações são fracionadas na região primária e levadas as

regiões secundárias do Córtex. É nesta fase que acontece a síntese visual,

organizando as partes assim como um quebra-cabeça. Por fim, possibilitando a

identificação das figuras que compõe aquela ilustração.

Com essas junções, a criança consegue obter a habilidade de manejar

diversos elementos visuais ao mesmo tempo, fixando o núcleo visual, captando

também as informações visuais adjacentes. É essa função no Córtex Pariental

occipital, que se torna possível o processamento espacial que será de suma

importância na aquisição de noções assimétricas (direita e esquerda) e da

coordenação espacial tridimensional.

Ao ouvir histórias, a criança é levada ao campo acústico de ruídos e

vocábulos, que a prepara para a aquisição futura da linguagem oral e escrita e

edificarão o seu acervo lexical mental. Só quando a criança assimila o

conteúdo da língua, é que a sua expressão da linguagem é obtida. Sua

articulação motora da linguagem depende das regiões pré-motoras do cérebro,

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da sua percepção, do planejamento fonológico, da codificação e da ação

motora (Navas, 2006).

Espera-se que o som emitido pelo contador de histórias, seja de

imediato guardado em um sistema de memória, chamado memória curta. E em

seguida espera-se que haja um resgate para a memória de longo prazo.

A memória de curta duração tem o seu tempo curto de armazenamento

de dados e esses conteúdos brevemente guardados permanecem ali, somente

enquanto forem úteis para uma finalidade determinada. Esses dados podem

ser manejados ou não, se tornando desnecessários e em seguida descartados.

Há uma circuitaria de distintas regiões do sistema nervoso em nossa

memória. A criança atenta e envolvida com uma narração, cheia de fascínios,

permanecerá focada, registrando as partes mais marcantes da história, as

características dos personagens e o desfecho. Neste contexto, a criança estará

alimentando a sua memória semântica.

A criança que solicita ouvir a mesma história inúmeras vezes, está se

beneficiando do artifício da repetição, aumentando o seu nível de retenção de

informações. O que está por detrás das palavras que aparecem na história,

ajudam a criança a organizar e estruturar a sua memória.

Fonte://viniciusborges.com/aprendendo-aprender-memorias-e-aprendizado/

É importante estimular a criança a refletir sobre o que constitui a história,

fazendo um link com os aspectos da sua vida.

Nos contos de fadas, existem conflitos, superação e finais felizes. Isto

deixa a criança instigada a analisa e a levantar hipóteses sobre a realidade e

suas ações. Neste processo, a criança está desenvolvendo também a sua

função executiva. A função executiva, é uma atividade mental que acontece no

Córtex pré-frontal. Sua função executiva é definir metas sobre a qual irá

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planejar. Essa habilidade torna possível a relação da criança com a realidade.

Ao desenvolver essa área a criança estará apta a ordenar os seus

pensamentos e logo conseguirá controlar o seu sistema atencional, se

ponderando e avaliando riscos.

A Emoção é o condutor da cognição. Não seria possível entender sobre

a aprendizagem, sem saber o seu papel. Neurofuncionalmente, a emoção e a

aprendizagem são inseparáveis. Desta forma a emoção e a cognição estão

enquadradas a um contexto social cultural.

A aprendizagem e a motivação, são o resultado final da emoção e da

cognição. Por estarem conectadas a um nível neurofuncional básico, se uma

não funcionar bem, a outra também será afetada.

Ressaltando que quanto mais envolvidas emocionalmente, mais

mobilizadas serão as suas funções cognitivas de percepção, atenção e

memória. Consequentemente o fortalecimento e o maior empenho das suas

funções executivas.

Privações afetivas, como a carência materna e caos nas demais

relações, podem comprometer todo o desenvolvimento mental futuro do aluno.

Da mesma forma que uma experiência ruim no seu primeiro contato com a

escola.

Existem as emoções positivas como interesse, alegria e surpresa, assim

como as emoções negativas, o medo, a tristeza e a raiva. Ao sentir tais

emoções, é provocado um estado de ânimo de curto ou longo prazo

acompanhado de alterações fisiológicas como sudorese, taquicardia e tremores

com mudanças nas expressões faciais como, olhos bem abertos, sorrisos,

sobrancelhas levantadas entre outras.

As emoções também podem influenciar de maneira positiva ou negativa

nas relações interpessoais. Quando uma criança por exemplo reage a um

conflito de forma agressiva, ela está abalando aquela relação. Por outro lado,

se durante ou após um conflito a criança tentar resolver o verbalizando sua

frustação e o seu ponto de vista, essa relação não será abalada. Lembrando

que as habilidades sociais e de resolução de conflitos ainda está em processo

de desenvolvimento. Além dos livros como recurso, é fundamental o diálogo

entre pais e filhos, aproveitando as situações adversas da vida para explorar o

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que a criança sente e pensa sobre aquela situação ruim e juntos criarem uma

estratégia para resolver a questão de forma inteligente e tranquila.

Gradativamente esta habilidade vai se sofisticando.

Para Damasio (2000, p.87):

A trama de nossa mente e de nosso comportamento é tecida ao redor de ciclos sucessivos de emoções seguidas por sentimentos que se tornam conhecidos e geram novas emoções, numa polifonia contínua

que sublinha e pontua pensamentos específicos em nossa mente e ações em nosso comportamento.

Entre 6 e 12 anos de idade, é desenvolvida a sua metacognição da

emoção, capacitando-os a expressar seus sentimentos com outras pessoas ou

escondê-los quando for a melhor saída ou mentindo, utilizando expressões

faciais adequadas. Da mesma maneira, esta criança passa a ter percepção do

que está sentindo o outro.

Fonte: del Barrio (2005).1

Estar consciente de uma emoção, é o início do seu engajamento de uma

atividade regulatória voluntária. Ao contrário, a criança se torna menos capaz

de procurar suporte social para alterar aquela experiência emocional.

O ambiente, os recursos mencionados e o apoio parental são

fundamentais para o desenvolvimento de padrões adaptativos de regulação

emocional.

RESUMO DA EVOLUÇÃO EMOCIONAL INFANTIL

Idade Experiência, reconhecimento

0-12 meses Experiência de emoções básicas

6-12 meses Reconhecimento da expressão de emoções básicas no cuidador

18 meses-2 anos Experiência de emoções secundárias

2-3 anos Rótulo verbal das emoções básicas

2-4 anos Reconhecimento do próprio estado emocional

4-5 anos Reconhecimento dos eliciadores das próprias emoções básicas

6-7 anos Reconhecimento discriminante das próprias emoções e de emoções alheias

7 anos Conhecimento das emoções próprias e alheias

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CAPÍTULO III

DESPERTANDO NA CRIANÇA O INTERESSE PELA

LEITURA

Na sociedade contemporânea, despertar o interesse pela leitura é uma

tarefa dura, diante dos atuais meios de comunicação (internet, jogos

eletrônicos e TV a cabo). É árdua a tarefa de concorrer com a tecnologia e a

rapidez com que se chega as novas informações e as inúmeras formas de

lazer ao nosso redor (shoppings, praias, clubes, parques, lanchonetes). E de

forma errônea muitas escolas utilizam a Literatura como forma de “dever”,

obrigação. Afastando ainda mais as crianças da Literatura, já que existem

milhares de outras coisas mais “atraentes”, lhes saltando aos olhos a todo

instante, em casa ou na rua. Para começarmos a concorrer com a tecnologia

de forma leal, é necessário analisar primeiramente de onde vem a Literatura e

os Contos de fadas e entender definitivamente os seus benefícios.

Para melhor compreensão sobre os contos de fadas, é necessário

entender a sua origem. Os contos de Fadas são narrativas antigas e que eram

destinadas aos adultos. Essas narrativas eram criadas por diferentes povos,

como os judeus, os persas e os hindus. O mito, como era chamado, retratava

os conflitos entre o homem e a natureza. Cheio de seres sobrenaturais,

mistérios e romances. A sua essência está ligada a criação do mundo e do

homem. Naquela época os mitos nada mais eram que passa tempo, uma forma

de manipular a população e um jeito de dar explicações ao desconhecido

naquela época. Por exemplo o trovão que foi considerado, uma arma dos

Deuses. Coelho dá uma importante contribuição no que se refere ao valor dos

contos ao longo dos séculos: “Os contos de fadas fazem parte desses livros

eternos que os séculos não conseguem destruir e que, a cada geração, são

redescobertos e voltam a encantar leitores ou ouvintes de todas as idades”.

(COELHO, 2004, p. 21)

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Os contos de fadas, passa a atender o público infantil na França, por

volta do século XVII, por Charles Perrault, que só ficou popular no século XIX.

Charles Perrault adaptou alguns contos de adultos para o público infantil.

Ele reescreveu: A Bela Adormecida, O gato de Botas, O Barba Azul,

Chapeuzinho Vermelho, Cinderela, As Fadas, O Pequeno Polegar e Henrique

do Topete.

No século XVIII, este gênero literário infantil, finalmente ganha força com

as obras de Jacob e Wilhelm Grimm. Conhecidos até hoje como “Os irmãos

Grimm”. Os irmãos Grimm também reescreveram os contos, incutindo os

valores do cristianismo. Em seguida, veio o dinamarquês Hans Christian

Andersen com suas estórias. O autor deixa em seus livros a ideia de que para

consegui um objetivo, é necessário passar por muitos obstáculos, mas em seus

contos nem sempre os finais são felizes.

A Literatura infantil iniciou-se no Brasil como obras pedagógicas e na

sua maioria feita de adaptações de textos portugueses. Em cada época a

Literatura Infantil foi produzida de maneira diferente. Mesmo hoje, é entendida

como ”gênero secundário”, com a intenção de tranquilizar as crianças, impondo

silêncio e disciplina.

É preciso resgatar a leitura de Literatura e dos contos por parte das

crianças, já que é nessa fase que se constrói a necessidade pela leitura. Para

isso se faz necessário compreender que a Literatura Infantil, vai além da

função utilitário- pedagógico e além do caráter didático. Profissionais que

utilizam os Contos com esta finalidade, só estão contribuindo para perda do

seu caráter emotivo e encantado deixando a sensação de que leitura é uma

obrigação, um esforço, uma atividade “chata”, segundo as ideias de Zilberman

(2003).

O próximo passo a ser dado para agir de forma positiva em relação a

aceitação da Literatura pelas crianças, é entender primeiramente que não

existe idade para apreciação de livros, inclusive, cabe aos pais propiciar o

primeiro contato com o livro, essa tarefa não é exclusiva da escola. Deve-se

valorizar assim, o momento de intimidade pai e filho que é de suma

importância.

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Queiroz (2003), diz que os pais ao contar histórias estão inserindo os

filhos na literatura, estimulando-os para a leitura não somente de livros, como

para a leitura do mundo. Essa leitura de mundo se faz presente mesmo antes

da criança saber ler e escrever. Ela já começa a ser percebida pela criança

dentro do seu ambiente familiar, no seu bairro, nos lugares que frequenta com

sua família. Enfim esse é o primeiro contato da criança para tal aquisição da

leitura.

Cabe aos pais e professores saber estimular de maneira correta os

pequenos. Ler não é só compreender as organizações das letras, ”ler” vai

muito mais além. Por exemplo, os bebês até mesmo antes da vida escolar,

podem e devem ser estimulados por seus pais e mesmo nessa fase, já são

capazes de apreciar livros, como exemplo os de imagens com gravuras

atraentes, com rica ilustração despertando a sua curiosidade pelo livro, noções

de cores, textura, formas e memória visual, livros com sons variados,

propiciando um momento de diversão, estimulando sua memória auditiva e

capacidade de associar o toque ao som; livros feitos com materiais

diversificados, proporcionando o prazer de sentir novas texturas e, até mesmo,

propor uma interação física da criança com o livro, outros exemplos: livros de

plástico para interagir na água, de pelúcia, que contenham fantoches e com

espelho. São inúmeros os atrativos para essas crianças. O amor pelos livros

não é coisa que apareça de repente. É preciso ajudar a criança a descobrir o

que eles lhe podem oferecer. (MACHADO,1991).

Ter conhecimento dos critérios usados para analisar os livros, também é

um grande passo.

Os critérios para analisar um livro: primeiramente, não levar em

consideração análises com modelos e padrões determinados. O importante é a

intenção de orientar o professor, causar a reflexão do educador com os livros

que farão parte do universo do aluno. O próximo passo é levar em

consideração a faixa etária e o seu nível de desenvolvimento, como nos mostra

abaixo Zilberman (2003,p.108 ):

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Desenvolvimento da personalidade e da leitura

Desenvolvimento cognitivo

Infanto-Juvenil Desenvolvimento da leitura

Idade

Estádio do

desenvolvimento

da personalidade

Estádio do

desenvolvimento Tipo de leitura

3 a 6 anos

Pensamento pré-

conceptual –

construção dos

símbolos.

Mentalidade

mágica. Indistinção

eu-mundo.

Pré-Leitura–

Desenvolvimento

da linguagem oral.

Percepção e

relacionamento

entre imagens e

palavras; som,

ritmo.

Livros de imagens,

rimas infantis,

cenas

individualizadas.

Histórias de

animais falantes e

contos de fadas

simples.

6 a 8 anos

Pensamento

intuitivo – Aquisição

de conceitos de

espaço, tempo e

causa. Ainda

mentalidade

mágica. Auto-

estima. Fantasia

como instrumento

para compreensão

e adaptação ao

real.

Leitura

compreensiva –

Textos curtos.

Leitura silábica e

de palavras.

Ilustração

necessária: facilita

associação entre o

que é lido e o

pensamento a que

o texto remete.

Aventuras no

ambiente próximo:

família, escola,

comunidade,

histórias de

animais, fantasia

(contos de fadas),

problemas infantis.

8 a 11 anos

Operações

concretas–

Pensamento

descentrado da

percepção e acção.

Capacidade de

classificar,

enumerar e

ordenar.

Leitura

interpretativa–

Desenvolvimento

da leitura.

Capacidade de ler

e compreender

textos curtos e de

leitura fácil, com

menor dependência

Contos fantásticos,

contos de fadas,

folclore, histórias

de humor,

animismo, aventura

(primeiras

inclinações).

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da ilustração.

Orientação para o

mundo. Fantasia.

11 a 13 anos

Operações formais

– Domínio das

estruturas lógicas

do pensamento

abstracto. Maior

orientação para o

real. Permanência

eventual da

fantasia.

Leitura informativa

ou factual–

Desenvolvimento

da leitura.

Capacidade de ler

textos mais

extensos e

complexos quanto

à ideia, estrutura e

linguagem.

Introdução à leitura

crítica.

Aventuras

sensacionalistas:

detectives,

fantasmas, ficção

científica, temas da

atualidade,

histórias de amor.

13 a 15 anos

Operações formais

– Descoberta do

mundo interior.

Formalização de

juízos de valor.

Leitura crítica –

Capacidade de

assimilar ideias,

confrontá-las com a

própria experiência

e reelaborá-las em

confronto com o

material de leitura.

Aventuras

intelectualizadas,

narrativas de

viagens, conflitos

psicológicos,

conflitos sociais,

biografias,

crónicas, contos.

Outros critérios que devem ser levados em conta, segundo Coelho

(2000,p.45):

*Estar de acordo com o universo da criança e seus interesses;

*Possibilitar a facilidade de descoberta da criança e seu entendimento

de mundo;

*Levar em consideração a condição de vida da criança;

*Ter em conta a diversidade cultural e regional da criança;

*A linguagem utilizada com o vocabulário adequado a faixa etária da

criança;

*Ter atenção ao ritmo e sonoridade das palavras;

*Evitar livros com erros gramaticais e ortográficos;

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*Transmitir sentimentos e valores como a solidariedade, igualdade,

justiça, paz, liberdade, amor, dignidade e respeito pelos seres humanos;

*Os livros não devem incentivar o preconceito, racismo e a vulgaridade;

*Os livros devem ter qualidade estética, principalmente por serem feitos

para crianças;

*Quanto a ilustração, deve estar de acordo com a mensagem escrita;

*A ilustração não deve ser feita por estereótipos e sim por imagens

artísticas;

*Na hora de selecionar os livros recuse aqueles que contenham: falsa

simplicidade, tom moralizador, ações e diálogos superficiais, linguagem

impregnada de diminutivos, erros, livros mal encadernados, letra muito

pequena, papel muito fino.

Utilizando a Literatura Infantil na escola, se faz necessário que o

professor tenha formação inicial, continuada, com possibilidades

demonstrativas de como utilizar a Literatura para a formação do ser. Assim,

concordamos que: “Quando coloca que é necessário a introdução da literatura

infantil alçada à condição de participante do currículo do ensino universitário”.

Zilberman (2003, p. 29).

Cabe ao professor então estar repertoriado, possibilitando dessa forma o

desenvolvimento de um bom trabalho com a Literatura Infantil.

Outro aspeto importante é o espaço físico destinado a leitura, a

organização desse ambiente onde a história vai ser lida ou contada. Hoje

algumas escolas particulares ou da rede pública contam com uma Sala do

conto, utilizada para ouvir ou ler histórias, brincadeiras com fantoches, peças

teatrais, sarais, brincadeiras de roda, desenho livre etc. A utilização dessas

salas fazem parte do quadro de horários. Normalmente as atividades feitas

nestas salas, são contextualizadas e dirigidas pelo professor ou coordenador

conforme o Projeto Político Pedagógico da escola.

É válido ressaltar que nem todas as escolas podem contar com uma

sala especifica para tal momento, porem cabe ao Professor e coordenador

usar de criatividade e força de vontade para criar na própria sala de aula um

cantinho da leitura ou rodas de leituras, por exemplo. Contando mesmo com

um pequeno acervo, selecionado e a disposição de todos, ao alcance das

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mãos e a disposição dos olhos em todos os momentos ou em momentos

programados. Nas paredes pode-se expor as atividades feitas pelos alunos,

durante esse momento, como desenhos, pinturas, releituras de textos, registro

coletivo, produção de personagens feita de material reciclável, mensagens

feitas por eles, até mesmo garatujas, almofadas para quem quiser ler deitado,

ficando por conta da imaginação de cada educador.

Outro espaço físico, que é mais comum nas escolas é a biblioteca que

na sua grande maioria são ineficientes, com um acervo pobre no que se refere

a literatura infantil, um espaço somente para pesquisas propostas em aula, e

tida como depósito de livros e acaba dessa forma passando a ideia de

“punhadinho de livros ali no canto” (Nery,1989, p.20-36).

Há tempos as bibliotecas escolares, em sua maioria são consideradas

como um lugar sagrado, estereótipo do silêncio. Não estou querendo mostrar

que é desnecessário este espaço, mais sim levantar questões para refletirmos

sobre de que forma a biblioteca pode ser de fato fonte de prazer e

conhecimento, tanto na área educacional e cultural. “Pode-se afirmar que uma

escola sem biblioteca, não orientada para um trabalho escolar dinâmico, torna-

se um instrumento estático e improdutivo dentro desse contexto” (Amato e

Garcia, 1989, p.23).

A função da biblioteca escolar é incentivar o gosto pela leitura. Para isso

a biblioteca precisa funcionar de modo menos formal, contando com um acervo

organizado e integrado, ser flexível, ter atrativos despertando a curiosidade,

hábitos, interesse pela leitura e estar em pleno funcionamento.

A forma como a professora conta, escolhendo os livros conforme a faixa

etária, de acordo ao interesse dos ouvintes, e aos objetivos do próprio

professor. Esse procedimento deve ser feito através de um planejamento

prévio. Para contar histórias de maneira significativa não é necessário ser um

especialista em contos, segundo (Tahan, 1957, p.172), algumas características

para ser um bom contador de histórias:

1ª - Sentir, ou melhor, viver a história; ter a expressão viva, ardente,

sugestiva.

A história deve despertar a sensibilidade de quem a conta, sem emoção,

não terá sucesso.

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2ª - Narrar com naturalidade, sem afetação.

O vocabulário utilizado deve ser adequado ao público ouvinte. Na

oralidade é preciso ser mais claro e objetivo, sendo necessário, às vezes,

completar as ideias da história.

3ª - Conhecer com absoluta confiança o enredo.

O contador tem que estar seguro sobre o que vai contar, do contrário é

melhor não contar.

4ª - Dominar o interesse do público.

Sempre buscar maneiras de fazer com que os ouvintes permaneçam

concentrados na história.

5ª - Contar dramaticamente.

O contador pode se passar por algum dos personagens ou por todos.

6ª - Falar com voz adequada, clara e agradável.

Não convém falar em falsete ou impostando a voz, a não ser que seja

em momentos específicos para caracterizar um personagem.

7ª - Ser comedido nos gestos.

Se exagerar em gestos sem objetivos, quando fizer um que seja

necessário para melhor entender a história, não será notado.

8ª - Ter espírito inventivo e original.

Contar as histórias com suas próprias palavras – contar o que está

velho de forma nova. Se a história for de livro deve ser adaptada, pois a

linguagem escrita é diferente da oral.

9ª - Ter estudado a história.

Não é necessário decorar, mas sim testar diversas possibilidades de

exploração oral para contar com espontaneidade.

É fácil perceber a facilidade das crianças, de inventar histórias e um bom

leitor sabe recriar um texto e para que isso aconteça se faz necessário

desabrochar o seu potencial criativo, apartir de sua experiência pessoal e plena

com a leitura. Não se deve esquecer de incluir este momento mágico nos

Projetos Pedagógicos da escola. Um exemplo é o Projeto “Ler é viver”,

desenvolvido por uma instituição de ensino particular. O projeto tem como

objetivo desenvolver, de forma lúdica, o hábito de ler e o interesse pela leitura

por meio de empréstimos de livros. A professora disponibiliza os livros que

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foram sugeridos aos pais na lista de material. Em seguida cada criança,

escolhe o livro que levará para casa para ler com seus familiares. Logo após o

retorno do livro, é feita uma roda de conversa, onde cada criança mostra o livro

que levou e conta um pouco sobre sua experiência com aquela história.

Algumas vezes, segue com o livro uma atividade, como por exemplo trazer o

personagem preferido feito de sucata ou ilustrar onde aconteceu a história,

relatar um outro final para a história, conforme o seu desejo e tantas outras

propostas. Esse projeto além de estimular o gosto pela leitura, proporciona

interação com os pais, e atendendo o conceito de que a leitura vai além da

escola, tendo a família como mediador.

São essas e outras experiências de incentivo a leitura, que se pode

forma bons leitores.

Projeto como esse não deve ser voltado para a ideologia de

manipulação da linguagem, incutida de conceitos e padrões comportamentais e

intenções moralistas. Usar a Literatura com este intuito é degradar a infância.

Soares (1991, p 52) afirma:

Pesquisas já demonstraram que, enquanto as classes dominantes veem a leitura como fruição, lazer, ampliação de horizontes, de

conhecimentos, de experiências; as classes dominadas a veem pragmaticamente como instrumento necessário à sobrevivência, ao acesso ao mundo do trabalho, à luta contra suas condições de vida.

Muitos educadores que se preocupam com o incentivo a leitura

(crianças e jovens), já identificam o caráter mecânico do ensino da leitura em

escolas tradicionais. Alguns poetas e escritores denunciam em suas obras tais

procedimentos,com intuito de que se façam uma atualização do saber. Por

exemplo:

“INICIAÇÃO LITERÁRIA” Leituras! Leituras! Como quem diz: Navios...sair pelo mundo voando na capa vermelha de Júlio Verne. Mas por que me deram para livro

escolar a Cultura dos Campos de Assis Brasil? O mundo é só fosfatos- lotes de 25 hectares- soja- fumo- alfafa- batata doce- mandioca- pastos de cria- pastos de engorda. Se algum dia eu for rei, baixarei um

decreto condenando este Assis a ler a sua obra. (ANDRADE, 2006. p. 54).

Nesta obra de Andrade, o poeta ressalta as imposições de uma escola

tradicional, levando o leitor a se questionar, sobre a utilização didática do livro

escolar. O poeta ainda frisa a questão da “leitura de mundo”, pois é incorreto

que se faça somente a leitura objetiva, de olhar oficial, que são impostas,

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carregadas de valores e ideologias vigente, mas sim pelo olhar encantado da

imaginação que nos conduz aos caminhos da criação, ultrapassando os limites.

Por isso se faz necessário que o educador tenha esse olhar mais apurado, na

hora de fazer a seleção dos livros a serem utilizados em aula. Que os pais

saibam que livro será de fato significativo e de retorno positivo para seus filhos.

Quando a criança apresenta resistência a leitura, cabe pais e

professores investigar de maneira bem ampla as possíveis razões, que podem

ter origem emocional, pode-se tratar de uma criança com dislexia , uma criança

hiperativa, se os livros oferecidos estavam de acordo com a sua fase de

desenvolvimento, se os pais tem o hábito de ler(para si e para seus filhos), a

sua experiência com a leitura, que pode como exemplo já citado, ter sido

utilizada como forma de obrigação, para fazer tarefas e até mesmo cópias,

enfim são inúmeras as possibilidades e detectando a origem de tal aversão da

criança, será o primeiro passo para resolvê-lo.

“Esta moça de trança longa e macia é prisioneira da

bruxa numa torre alta e sombria. Rapunzel das longas tranças. Espera ser livre um dia. Virá alguém libertá-la? A estória aqui

principia.” (Irmãos Grimm)

Fonte:https://loucosportecnologias.blogspot.com.br/2013/11/rapunzel-musicas-e-audios-com-o-tema-do.html

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CONCLUSÃO

Esse trabalho foi elaborado com uma abordagem de referencial teórico

buscando ressaltar a contribuição dos contos de fadas para a formação da

criança ao longo dos séculos.

Buscou-se ressaltar a Importância da Literatura principalmente os

Contos de fadas para o desenvolvimento cognitivo, dando ênfase às

representações simbólicas de conflitos humanos. São também imensuráveis os

seus benefícios ao Neurodesenvolvimento infantil.

A Neuroeducação vem trazendo um novo olhar sobre a aprendizagem.

Destaca-se então a necessidade de um professor inserido nesta nova

perspectiva.

A pesquisa promoveu o entendimento de que contar histórias não é só

abrir um livro e reproduzir oralmente o que se lê com a finalidade de acalmar as

crianças ou passar o tempo. É necessário entender que a criança precisa,

primeiramente estar motivada a ouvir uma história. Existe também todo um

critério para contar uma história, desde a escolha dos livros, até a escolha do

tom de voz que será usado. Vale ressaltar que existem muitas maneiras e

muitos recursos para se contar uma história. Desta maneira sua imaginação

estará sendo estimulada, sua curiosidade aguçada e progressivamente o

desenvolvimento do seu intelecto. Consequentemente está criança será de fato

um futuro leitor, pois lhe foi despertado o encantamento desde a infância.

Outro aspecto bastante relevante tratado nesta pesquisa e provoca

reflexão, é a concorrência desleal dos livros com a tecnologia, cada vez mais

presente em nossas vidas e de forma tão precoce. Deve haver então, cautela

no contato da criança com o livro, focando no seu encantamento, no seu prazer

e nas suas emoções diante deste universo mágico.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03

DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05

METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A Importância da Literatura Infantil para o Desenvolvimento do Cérebro

Cognitivo Infantil 10

CAPÍTULO II

Cérebro literatura Infantil e as Emoções 18

CAPÍTULO III

Como Despertar na Criança o Interesse pela Leitura? 24

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA 35