DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORALde 19% na rede pública. De 2013 a 2014, houve um...
Transcript of DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORALde 19% na rede pública. De 2013 a 2014, houve um...
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
ESTUDO DOS ASPECTOS DESMOTIVANTES QUE LEVAM A
EVASÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM
QUÍMICA
Igor Alves da Silva
ORIENTADOR:
Prof. Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
2018
DOCUMENTO
PROTE
GIDO P
ELA LE
IDE D
IREITO
AUTO
RAL
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em docência do ensino superior.
Por: Igor Alves da Silva
ESTUDO DOS ASPECTOS DESMOTIVANTES QUE LEVAM A
EVASÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM
QUÍMICA
Rio de Janeiro
2018
AGRADECIMENTOS
A Deus, meus pais, minha irmã, todos os meus
familiares e amigos e especialmente a Patricia
Santos de Alencar.
DEDICATÓRIA
Dedico esta obra aos meus pais.
RESUMO
Este trabalho está pautado nos aspectos que levam à evasão do aluno do
curso superior de licenciatura em química. A relação entre o ingresso e a
permanência em cursos de graduação são fatores que induzem a diversos
questionamentos.
Portanto, o texto traz dados estatísticos acerca do crescimento das
instituições de ensino superior no Brasil, o crescente número de matrículas nos
cursos de graduação (Licenciaturas, bacharelados e cursos superiores
tecnológicos) diferenciando as instituições públicas e privadas e ainda divergindo
entre cursos presenciais e a distância (EaD). Após esta abordagem, se inicia
uma visão geral sobre evasão de cursos universitários no Brasil enfatizando o
prejuízo financeiro e de recursos humanos para as universidades, bem como
para o mercado de trabalho que perde os possíveis profissionais qualificados. O
referencial teórico está pautado em uma visão global que vai se direcionando
para os cursos de licenciatura, onde é abordado o contraste entre o número de
ingressantes e de evadidos, utilizando dados estatísticos de fontes confiáveis
como o Censo realizado pelo MEC. Chega-se então ao curso alvo deste trabalho
que é a licenciatura em química, que apresenta alto índice de evasão. No
entanto, partindo-se para o capítulo III, onde está o foco principal deste trabalho
que está discutindo uma enquete realizada pelo autor, distribuída para alunos de
graduação em licenciatura em química com perguntas focadas em aspectos que
influenciam a evasão do curso. Inicia-se então uma abordagem reflexiva sobre
tais parâmetros, que variam entre as dificuldades nas disciplinas, aspectos
socioeconômicos, dentre outros. A discussão não se detém apenas a enquete,
mas aos poucos trabalhos encontrados na literatura sobre a evasão do curso de
licenciatura em química.
Com a imposição desta enquete, observa-se que 45,3% dos entrevistados
dizem-se desmotivados mas, a grande maioria diz que não está disposta a
abandonar o curso. Os dados obtidos conduzem aos principais aspectos que
desmotivam os alunos e induzem a evasão. Além disso, nos ajuda a equacionar
esses impasses e propor soluções.
METODOLOGIA
A base metodológica deste trabalho está pautada nos dados
estatísticos divulgados pelo MEC sobre ingresso e evasão de alunos nas
instituições de ensino superior, precedendo o capítulo II que foca nestes
parâmetros ressaltando os cursos de licenciatura, sobretudo o de química, que
servem como base para discussão acerca de um questionário sobre aspectos
desmotivantes nos cursos de licenciatura em química que foi divulgado
presencialmente em universidades do Rio de Janeiro e publicadas para alunos
de outras universidade brasileiras pela internet com auxílio das redes sociais. Tal
enquete, serve como base para discussão, comparação com os dados
estatísticos do MEC, da literatura e sustentar conclusões sobre os princípios
desmotivacionais que levam o aluno a evadir o curso de licenciatura em química.
Os principais autores e teóricos utilizados para a realização desta
pesquias foram André Cristo Daitx, Edmery Tavares Barbosa e Raphael Thiago
Gerba.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
O contraste entre o ingresso e a evasão nos cursos de graduação 10
CAPÍTULO II
Evasão do curso de licenciatura em química 16
CAPÍTULO III
Resultados e discussão sobre a enquete 31
CONSIDERAÇÕES FINAIS 48
BIBLIOGRAFIA 50
9
Introdução
O ingresso e a permanência do aluno na educação de nível superior têm
sido relacionados pelo Estado e por universidades. Desta forma, foram
estabelecidos programas de avaliação e de democratização da educação
superior, tal como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o Sistema de
Seleção Unificada (SISU) e o Programa Universidade para Todos (ProUni).
Entretanto, viabilizar o acesso a um curso de graduação por meio de políticas de
inclusão ou de processos seletivos não certifica a retenção do aluno na
Instituição de Ensino Superior (IES).
Na sociedade pós-moderna, a conclusão de um curso de ensino superior
mostra-se cada vez mais primordial para a independência do indivíduo e para
sua incorporação no mercado de trabalho. Com a educação superior, o aluno se
estabelece como um profissional, pensando, aprendendo e aperfeiçoando suas
capacidades e habilidades. Certamente o papel da educação na melhoria da
qualidade de vida é fundamental, todavia, a evasão na educação superior é um
parâmetro relevante nas IES.
A evasão escolar é um fato que começou a ser objeto de investigação das
políticas públicas e educacionais com maior ponderação a partir da segunda
metade dos anos 90, por conta da implantação deste indicador no destino de
recursos financeiros do Governo Federal. A retenção escolar, neste sentido,
também se faz fundamental, pois há um crescimento do índice de despesas das
universidades, indicando também para possíveis fraquezas nos sistemas de
ensino e aprendizagem. A preservação dos índices de evasão não está em
níveis baixos, sendo assim, faz-se necessário estudos sobre este fenômeno.
Podemos definir a evasão como um processo de abandono voluntário ou
forçado do estudante de um curso, uma disciplina, uma instituição de ensino ou
mesmo do sistema educacional. Como consequência pode ter repercussões
positivas (encontro de uma nova adequação às suas competências) ou
negativas (impossibilidade de seguir seus estudos) envolvendo conjunturas
internas ou externas, podendo ser passageira ou permanente.
Faz se necessário, portanto averiguar as causas de uma evasão. Os
aspectos que se somam até que o aluno tenha sua decisão. Há uma gama de
10
parâmetros que podem induzir o aluno a abandonar o curso de graduação e
desta forma alguns destes fatores são discutidos neste trabalho.
Portanto, o objetivo geral desta monografia é identificar os aspectos que
desmotivam o aluno no curso de licenciatura em química.
11
Capítulo I
O contraste entre o ingresso e a evasão nos cursos de graduação
1.1 Instituições de ensino superior (IES)
Esteve em constante crescimento, nos últimos anos, o número de
instituições de ensino superior (IES) no Brasil, com um crescimento total de
102,6%, sendo 108,2% nas IES privadas e 71% nas públicas.
No entanto, em 2013, houve um decréscimo de cerca de 1% no setor de
educação de nível superior, totalizando 2391 instituições, sendo 2090
instituições privadas e 301 públicas.
Figura 1. Instituições de Ensino superior – Brasil
(Fonte: Sindata/Semesp / Base: Censo INEP)
12
Nos últimos trinta anos, cursos presenciais não só das universidades
públicas, mas também das universidades privadas, tiveram um aumento
significativo no número de matrículas. Do ano 2000 a 2013 houve um
crescimento de 129%. Em 2013, 1,8 milhão de alunos estavam matriculados nas
instituições públicas (28,8%) e 4,4 milhões de alunos em redes privadas (71,2%),
completando 6,1 milhões de matrículas. Em 2012, a totalidade era de 5,9
milhões, das quais 1,7 milhão na rede pública e 4,2 milhões em IES privadas.
Essa contagem representa um aumento total de 3,8%, sendo 3,6% em instituição
pública e 3,9 em instituição privada.
Figura 2. Matrículas em cursos presenciais – Brasil
(Fonte: Sindata/Semesp / Base: Censo INEP)
O ensino superior a distância registrou, de 2009 a 2017, um aumento de
60% na evolução das matrículas, sendo 80% na rede privada e um decréscimo
13
de 19% na rede pública. De 2013 a 2014, houve um crescimento na rede privada
de 20% (999 mil matrículas para 1,2 milhão). Contudo, houve uma diminuição de
10% nas matrículas da rede pública. (de 155 mil em 2013, chegou a 139 mil em
2014). No período de 2013 a 2014, cursos de graduação tecnológica na
modalidade presencial, tiveram uma diminuição de 1,4%, sendo 3% na rede
privada e um aumento de 4,9% na rede pública. Já no período de 2009 a 2014
esse crescimento chegou a 25%.
Figura 3. Matrículas em cursos presenciais – Brasil
(Fonte: Sindata/Semesp / Base: Censo INEP)
Por conseguinte, há uma divergência considerável entre alunos
ingressantes no ensino superior e os que conseguem se formar. Essa
discrepância é devido a alta taxa de evasão dos estudantes nos cursos de
graduação. No Brasil, a concorrência por vagas nos cursos de graduação,
14
principalmente nas instituições públicas é muito elevada. Não obstante, dados
do Mapa do ensino superior revelam que o abandono dos cursos na rede pública
chega a 25,4% nos cursos presenciais e 32,0% nos cursos à distância, tendo
como base tanto as instituições públicas, quanto as instituições privadas,
conforme pode ser observado na figura 4. (MAPA DO ENSINO SUPERIOR,
2016).
Figura 4. Evasão no ensino superior em 2014 – Brasil
(Fonte: Sindata/Semesp / Base: Censo INEP)
1.2 A desistência do curso de graduação
Ao longo do tempo, a evasão de cursos de graduação vem se tornando
uma realidade cada vez mais frequente. Conquanto, embora se tenha números
alarmantes sobre o abandono de matrículas de cursos universitários, sabe-se
que este fenômeno ainda não é suficientemente forte para desestabilizar a
estrutura pedagógica universitária e gerar interesse como objeto de estudo para
analisar suas causas e consequências. Existe inúmeras dúvidas a respeito do
que a caracteriza, nada obstante, faltam análises críticas que mensurem ou
entendam o porquê da evasão de cursos universitários, especialmente o curso
de licenciatura em química. É necessário questionar diretamente os evadidos e
15
os alunos desmotivados, além disso, é preciso verificar aspectos e condições
socioeconômicas, além de aspectos psicológicos, de saúde, vida pessoal e
familiar. Também é importante verificar se houve algum bullying sofrido pelos
alunos ou algum outro preconceito dentro da universidade. A evasão dos alunos
na área da educação ocorre em todos os níveis de ensino. Todavia, esse
problema tem se tornado cada vez mais frequente no ensino superior e isso gera
uma considerável diminuição no número de alunos que chegam a se formar. Não
é raro ver turmas que começaram com 40 alunos, terminarem com apenas 5
alunos se formando. Isso não só se configura como um fator preocupante para
a educação do país, como também é um desafio para a gestão universitária
(BARBOSA, et. al. 2016).
Desse modo, políticas de inclusão, como o sistema de cotas para alunos
de baixa renda, que cursaram todo o ensino médio em instituições de ensino
pública, negros e pardos, indígenas, dentre outros, acabam não se mostrando
tão eficientes devido aos altos índices de evasão nas universidades do país.
Isso, inclusive, pode acarretar numa desmotivação para investimento nessa área
(DAITX, 2014).
A desistência do curso pelo discente cria uma vaga ociosa que dificilmente
é preenchida e isso provoca uma enorme defasagem de recursos humanos e
financeiros. Outrossim, o abandono do curso causa, nas universidades
particulares, uma diminuição nas receitas provenientes de mensalidades,
gerando um impacto na base financeira da instituição (Noronha,2001; Andrade,
2014). De resto, além de problemas econômicos e de ordens sociais que são
gerados pela evasão de alunos, há consequências psicológicas para o aluno.
Portanto, a formulação de estratégias que minimizem os índices de desistência
se faz necessária. (GUIMARÃES e MONSUETO, 2017).
Os prejuízos derivados da evasão atingem não só as IES, como também
o próprio aluno desistente e a sociedade como um todo. As IES particulares
perdem em receita e as públicas, mesmo não tendo um investimento direto por
parte dos alunos em mensalidades, aplicam recursos destinados a formação e
capacitação de pessoas para o mercado de trabalho e, não tendo o retorno
esperado, a sociedade perde com a falta de novos profissionais qualificados para
o mercado de trabalho (ALVES, 2008). Já na visão do aluno desistente, a não
conclusão do curso representa um custo não só financeiro, como também de
16
tempo dedicado ao curso, pois muitas vezes esse tempo poderia ter sido
aproveitado em atividades que trariam retorno ao aluno desistente. (CUNHA;
NASCIMENTO; DURSO, 2014, apud. BARBOSA, et. al. 2017).
Desse modo, a perda de profissional capacitado e preparado para o
mercado de trabalho é um impacto muito grande para toda a sociedade. E para
as Instituições de ensino superior, tanto públicas, quanto privadas. Seja pelos
aspectos sociais, o prejuízo econômico e empresarial que ocorrem nas IES
privadas, seja por todos os recursos utilizados e investidos que não têm retorno
que ocorrem nas IES públicas. Desse modo, olhando-se de um contexto global,
significa dizer que mesmo que um ser humano inicie todo um ‘’projeto de vida’’,
ele acaba não o concluindo e é necessário saber o porquê da não conclusão
desse projeto (BARBOSA, 2017).
17
Capítulo II
Evasão do curso de licenciatura em química
2.1 Uma visão geral sobre ingresso e evasão nos cursos de licenciatura
Um aumento no ingresso em cursos de licenciatura foi registrado pelo
Censo da educação superior. Em 2010, um quinto das matrículas da graduação
tanto de cursos presenciais, quanto de cursos a distância, está nas licenciaturas.
Em vista disso, as licenciaturas representam 21,1% do total de matrículas desse
mesmo ano. Nas disciplinas onde ocorre falta de professores, o país teve, na
década, uma expansão nas matrículas, de acordo com que destacou Fernando
Haddad. À medida que em 2001 havia 78 mil estudantes matriculados em cursos
de biologia, em 2010, foram 160 mil; já em física esse número passou de 18 mil
(2001) para 42 mil (2010); já em matemática, o número de matriculados passou
de 60 mil (2001) para 86 mil (2010) e em química de 26 mil para 53 mil.
A coleta de dados do censo da educação superior é feita pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) anualmente e gera
informações a respeito das instituições de ensino superior, cursos de graduação
tanto presenciais quanto a distância, cursos sequenciais, vagas ofertadas,
matrículas, número de estudantes ingressantes e formados. E traz ainda, dados
sobre os docentes como formação, títulos acadêmicos, se atuam em instituições
públicas ou privadas, entre outros dados. O Censo é divulgado no link
<http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/32044-censo-da-educacao-
superior>.
Os cursos presenciais atingem os totais de 3.958.544 matrículas de
bacharelado, 928.748 de licenciatura e 545.844 matrículas de grau tecnológico.
Já a educação à distância soma 426.241 matrículas de licenciatura, 268.173 de
bacharelado e 235.765 matrículas em cursos tecnológicos. Os percentuais
representativos dessas informações são representados no gráfico a seguir.
18
Figura 5 - Número de Matrículas por Modalidade de Ensino
e Grau Acadêmico – Brasil – 2010
Fonte: Censo do ensino superior no Brasil 2010
Vale salientar que em 2010 deixou de existir a designação ‘’bacharelado
e licenciatura”, o que acarreta algumas observações na análise da evolução do
número de matriculados no curso de licenciatura ou de bacharelado. Dado que,
até o ano de 2009, a informação sobre o total de matrículas era calculada a partir
do somatório das matrículas declaradas como “licenciatura” e das matrículas
declaradas como ‘’bacharelado e licenciatura”. O mesmo ocorria para cálculo
das matrículas do curso de bacharelado, pois o cálculo era feito do somatório
das matrículas realizadas tanto no curso de “bacharelado”, quanto no curso de
‘’bacharelado e licenciatura”. Sendo assim, poderia ser superestimado os totais
informados tanto para o curso de licenciatura, quanto para o curso de
bacharelado, pois nem todos os alunos optavam por concluir o curso nos dois
graus acadêmicos. (CENSO DO ENSINO SUPERIOR, 2010).
Comparando-se os alunos que cursam a licenciatura em cursos
presenciais e a distância, o Censo de 2016 do MEC revela que aluno de cursos
de graduação a distância cursam em sua maioria a licenciatura e na modalidade
presencial, a maioria cursa bacharelado.
19
Tabela 1. “Perfil” do vínculo discente nos cursos de graduação, por
. modalidade de ensino (presencial e a distância) – Brasil – 2016
De acordo com as informações da tabela, podemos observar que em
relação ao número de estudantes matriculados, o sexo predominante é o
feminino em ambas as modalidades de ensino; o turno da noite é o que possui
mais estudantes matriculados nos cursos presenciais. Isto se deve ao fato dos
alunos terem empregos durante os períodos da manhã e da tarde e se dedicarem
a faculdade durante o contraturno.
A idade de 21 anos é a mais frequente entre os alunos matriculados nos
cursos presenciais e o de 28 anos nos cursos a distância.
Em seguida, pode-se observar o gráfico da figura 6, mostrando o
crescimento de matrículas divididos por graus acadêmicos nos últimos anos,
onde os cursos de bacharelado são representados pelas barras de cor azuis, os
de licenciatura são representados pelas barras de cor rosa e as barras de cor
laranja referem-se aos cursos superiores tecnológicos.
20
Figura 6. Número de matrículas em cursos de graduação,
por grau acadêmico – Brasil – 2006 - 2016
Do total de matrículas, o dado mais recente em que se tem registro é do
ano de 2016, onde 69% correspondem aos cursos de bacharelado. Já os de
licenciatura correspondem a apenas 18,9% e os cursos tecnológicos
correspondem 11,8%.
As matrículas dos cursos tecnológicos quase triplicaram de 2006 a 2016
(190,3% de aumento); já nos cursos de bacharelado esse aumento no
crescimento das matrículas foi de 74,9% no mesmo período; já o aumento
observado no número de matrículas nos cursos de licenciatura no período de
2006 e 2016 foi de 48,5%.
Apesar do aumento nas matrículas nas licenciaturas e nos cursos
tecnológicos visualizado no período de 2006 a 2016, o curso de bacharelado
mantém sua predominância na educação superior brasileira com uma
21
participação de 69% das matrículas, embora o curso de licenciatura tenha tido o
maior crescimento entre os graus acadêmicos em 2016 (3,3%) quando
comparado a 2015 (CENSO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR, 2016).
Ainda em 2016, o Censo da educação superior se preocupou em entender
e localizar os cursos de licenciatura e dividir entre universidades, centros
universitários, faculdades e Institutos Federais de educação e Centros Federais
de educação tecnológica; a divisão de sexo dos estudantes e saber se a
instituição de ensino superior na qual oferece o curso é pública ou privada. Tais
dados podem ser observados na figura 7.
Figura 7. Número de matrículas em cursos de graduação em licenciatura, por
sexo, organização acadêmica e categoria a administrativa – Brasil – 201 6
Por consequência, pode-se perceber que das matrículas realizadas nos
cursos de licenciatura em 2016, 38,1% estão em instituições públicas e 61,9%
22
estão em instituições privadas. O número de matrículas nos cursos de
licenciatura representa 15,7% do total de matrículas nesse grau acadêmico;
pode-se perceber uma predominância do sexo feminino, pois enquanto 71,7%
das matriculas realizadas no curso de licenciatura pertencem ao sexo feminino,
28,9% das matrículas são realizadas pelo sexo masculino.
Embora no período de 2015 a 2016, 60% dos ingressos nas instituições
tenham ocorrido nos cursos de bacharelado, os graus acadêmicos que tiveram
aumento no número de ingresso, nesse mesmo período, foram os cursos de
licenciatura e os cursos tecnológicos. E isso pode-se observar no gráfico da
figura 8.
Figura 8. Número de ingressos em cursos de graduação, por grau acadêmico –
Brasil – 2006 – 2016
23
Não obstante esses dados fundamentem um aumento no número de
ingressantes nos cursos de licenciatura, existe uma verdade inconveniente e
implícita.
Dados do MEC revelam número assustadores sobre a evasão dos cursos,
que serão mostrados a seguir, mais especificamente será abordado a evasão
nos cursos de licenciatura em química nas instituições de ensino superior no
Brasil. Mas por hora, numa visão geral, um dado estarrecedor publicado pelo
Jornal Gazeta do Povo (Paraná), mostra que a cada dez alunos que iniciam no
curso de formação de professores, quatro não completam o curso e essa evasão
nos cursos de licenciatura já chegou próximo aos 40% nos últimos anos.
Em média, anualmente,15,3% desistem dos cursos voltados a formação
de professores para a educação básica (ensinos fundamental e médio). Baseado
no Censo Escolar, os dados levantados pelo Instituto Lobo, mostram a
dificuldade de formar novos docentes para a educação básica e revelam que a
sala de aula está longe de ser capaz de atrair esses profissionais: “Não há
estímulo. A carreira e o salário não são atrativos. Isso tem impacto direto na
qualidade da educação. Em algumas regiões, alunos da educação básica estão
há anos sem aulas de ciências por falta de professores”, conforme avalia o
presidente do Instituto Lobo, Roberto Leal Lobo em entrevista dada ao Jornal
Gazeta do Povo (ANIBAL, 2013).
A fuga das salas de aulas não se restringe apenas ao Paraná, os índices
são preocupantes em todas as regiões do Brasil. O índice de desistência é alto
em todos os estados do país. A média nacional mostra que 48% dos alunos de
licenciatura não concluem a graduação. Por ano, 19,6% se desligam do curso
de licenciatura. Em todas as áreas do conhecimento os dados preocupam, de
acordo pesquisa de âmbito nacional.
Na graduação em licenciatura em física, 60% dos alunos não terminam o
curso e a taxa de desistência anual é de 26,4%. Já quem cursa licenciatura em
línguas (português – língua estrangeira), há uma evasão de 57% e anualmente
24,5% saem do curso. A performance de alguns cursos de instituições do Paraná
supera a média do país. Por exemplo, o índice de evasão calculado no período
de 1992 a 2011, na Universidade Estadual de Londrina (UEL) alcança os 56%
no curso de Matemática e em Física, ambos no período noturno. Na
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), foram logradas as maiores
24
taxas nos mesmos cursos: 69% em Matemática e 40% em Física (dados de
2013). Outras universidades públicas foram consultadas, entretanto elas não
tinham os dados compilados.
Com valores muito próximos, a evasão do curso de licenciatura em
química chega a ser tão alarmante quanto a da matemática e da física. Atingindo
o patamar de 22,4% de evasão anual no Brasil, entre os anos de 2010 e 2011,
e totalizando 53,1% dos ingressantes não se formam. Nesta mesma
universidade, onde foi realizado a pesquisa, a licenciatura em química é o 5º
curso com maior taxa de evasão, por conseguinte, perdendo apenas para
matemática e física.
De acordo com, com um estudo feito por pesquisadores da Universidade
de São Paulo, explícito na figura 9, observa-se que, na modalidade de Física,
48% dos estudantes de licenciatura não desejam ou não sabem se almejam ser
professores. Na licenciatura em Matemática, o rol chega a 45%. É notável
também que, em pesquisa realizada em outras IES, que os cursos de licenciatura
em Física e Química, foco principal de estudo desta pesquisa, destacam - se
dentre os cursos com maiores percentuais de abandono.
O ranking da evasão por estado no Brasil pode ser visto na figura 10, onde
a média nacional da evasão anual chega a 16,5%, e o Ranking em % dos que
não se formam no Brasil é observado na figura 11 e a média nacional dos alunos
que não se formam é de 41,7%.
25
Figura 9. Desestimulo nos cursos de licenciatura
Fonte: Instituto Lobo USP, UEL e UEPG (Gazeta do Povo)
26
Figura 10. Evasão nos cursos da UEL
Fonte: Instituto Lobo USP, UEL e UEPG (Gazeta do Povo)
Como pode-se observar na figura 10, o estado de Santa Catarina exibe
evasão anual de 19,8%. Curiosamente, o Amapá apresenta o menor índice de
evasão, chegando a apenas 6%. Ainda observando a figura 11, é possível
27
perceber que 63% dos universitários do estado do Mato Grosso do Sul não
chegam a concluir o curso de graduação. O estado que apresenta o maior índice
de evasão é o Mato Grosso do Sul, com um total de 28,2 % dos alunos evadidos.
O estado do Pará exibe a menor média dos que não se formam, totalizando
apenas 17,5%.
Figura 10. Ranking da evasão no Brasil
28
Figura 11. Ranking em % dos que não se formam no Brasil
Fonte: Instituto Lobo (Gazeta do Povo)
Gerba (2014) cita Martins (2007) que faz uma síntese sobre os fatores
pessoais e externos à IES que levam à evasão, que são:
Imaturidade, Casamento/Filhos, Mudança de Cidade, Situação Financeira
/Socioeconômica, Pressão/Aprovação Familiar do curso, Preconceito – gênero
e raça, Conciliação entre trabalho e estudo, Opção equivocada / Falta de
orientação Profissional / Desconhecimento Prévio, Adaptação à vida acadêmica,
Relação custo/benefício, Formação escolar anterior / Despreparo,
29
Colocação/valorização Profissional, Reprovação, Faltas/Frequência,
Dificuldades de acompanhamento, Aprovação em mais cursos ou aquele não
pretendido, Vocação / Mudança de interesses, Atitudes, Transferência para IES
pública, Decepção acadêmico a, Qualidade do curso / instituição,
Comprometimento / Integração do aluno com a Instituição, Concorrência entre
IES privadas.
Os mesmos autores também citam os fatores internos da instituição de
ensino superior que são: Metodologia de ensino, Infraestrutura deficitária
(laboratórios, salas de aulas, equipamentos de informática, acervo...), Currículos
desatualizados, rígida cadeia de pré-requisitos, Aspectos Pedagógicos –
Instituição e Professores, Atuação/Avaliação dos professores, Avaliação dos
alunos nas disciplinas, Greves e Programas de apoio ao estudante.
Gerba (2014) ainda observa que os aspectos sociais e econômicos do
indivíduo são fatores determinantes na vida acadêmica e que a formação
precária no ensino de base acaba por acarretar em reprovações nas disciplinas
do curso, contribuindo para a evasão. Em muitos casos, as dificuldades
financeiras em que se encontram os alunos, acabam por tornar a manutenção
da vida acadêmica algo longínquo. De acordo com os fatores pessoais e
externos à instituição, a concordância entre estudo e trabalho, e a situação
financeira do aluno universitário são causas primordiais nas causas de evasão.
O autor ainda cita trabalhos onde demonstra-se que a relação conflituosa entre
estudo e trabalho ocorre devido a elevada carga horária semanal de trabalho,
ausência de tempo para se dedicar aos estudos e possíveis mudanças no horário
do emprego. Martins (2007) demonstra, baseado na literatura, que a seleção do
curso de graduação, devido à aprovação ou influência familiar, favorece a
evasão que ocorre pelo universitário ao entrar na universidade por exigência,
pela procura de herança profissional e ainda pela falta de influência familiar, mas
quase há acoroçoamento dos amigos e/ou de familiares, o aluno se sentirá
motivado a prosseguir sua trajetória acadêmica.
Encontram-se na literatura, autores que citam também como fator
contribuinte à evasão a opção desacertada e a falta de orientação profissional,
de acordo com dados publicados pelo MEC em 1997, um poderoso aliado da
evasão. Também, deve-se levar em consideração a desinformação a respeito
dos cursos, sobre as atribuições corretas do profissional, onde se encaixa no
30
mercado de trabalho, dentre outros atributos da profissão, bem como a
metodologia da graduação.
Gerba (2014), cita os estudos de Paredes (1994), Biazus (2004), Pereira
(2003) e Gomes (1998) como referências da evasão gerada pela escolha
imprópria do curso e pela falta de conhecimentos prévios sobre o conteúdo
abordado nas disciplinas do curso bem como a prática profissional. O parâmetro
colocação profissional e a valorização profissional são citadas por Martins (2007,
apud GERBA, 2014), que ainda relata que a desvalorização da profissão
almejada e a condecoração social da carreira escolhida são fatores chave na
evasão e que as causas podem ser a falta de apoio da do local onde está
empregado e a inadequação da profissão ao seu trabalho e que as diminutas
oportunidades de trabalho para a carreira e o status profissional da carreira.
O trabalho publicado por Paredes (1994, apud GERBA, 2014), mostra
como parâmetros motivacionais da evasão, matrículas simultâneas em duas
instituições de ensino superior, por receio de não assegurar a vaga, e o curso
que ele passou somente para assegurar a sua vaga no ensino superior, é
deixado assim que o estudante conquista a vaga no curso almejado. A
concomitância de dois cursos é mencionada por Noronha, Carvalho e Santos
(2001). A peculiaridade do curso e da IES, a dificuldade de atualizar a
universidade frente aos avanços tecnológicos, econômicos e sociais., também
se mostra como parâmetro relevante.
Fatores como mudança de residência, casamento e filhos, vocação,
mudança de interesses e a decepção com o curso escolhido têm peso importante
na hora da decisão de evadir o curso. O compromisso do aluno com a IES e o
ajustamento com a vida acadêmica, assim como os novos ritmos de trabalho
acadêmico e a adaptação à vida universitária, as dificuldades acadêmicas e o
pouco envolvimento com o curso, também possuem relevância (GERBA, 2014;
MARTINS, 2007).
Em correspondência aos fatores internos das IES, constata-se que a
existe uma forte ligação entre a importância da infraestrutura da instituição e a
evasão acadêmica. Dados do MEC (1997) revelam que a insuficiente estrutura
de apoio ao ensino superior (laboratórios, computadores, etc.), currículos
desatualizados e em desacordo com as exigências e interesses do mercado de
trabalho, baixa adesão de disciplinas profissionalizantes e acervo desatualizado,
31
tais como livros, revistas, periódicos, etc., disciplinas em apenas um turno como
fundamentais neste aspecto. Gerba (2014) ainda relata diversos trabalhos que
apontam à atuação e avaliação dos professores, a discriminação dos
professores em relação aos alunos, falta de capacitação dos professores para o
ensino de algumas disciplinas, falta de respeito dos professores para com os
alunos, impontualidade dos professores, forma inadequada com que os
professores falam do curso, baixa motivação por parte dos professores e ainda
a falta de programa de apoio aos alunos carentes.
32
Capítulo III
Resultados e Discussão sobre a enquete
Neste capítulo será abordado uma discussão sobre uma enquete,
divulgada presencialmente nas universidades do Rio de Janeiro e disponibilizada
pela internet sobre a plataforma de fórum do google.
Esta enquete foi elaborada levando em consideração alguns parâmetros
determinantes para desmotivação de um aluno em um curso de graduação.
Suportado principalmente nos poucos trabalhos anteriores relatados na
literatura, estas respostas podem direcionar a razão para um aluno evadir um
curso de licenciatura em química.
Foram entrevistados ao todo, 360 pessoas, mas nem todas as respostas
eram obrigatórias. Por tal motivo, nota-se uma quantidade de resposta sempre
próxima ou igual ao número de entrevistados.
Inicialmente, é perguntado a faixa etária do aluno, o sexo e onde o aluno
cursa a licenciatura em química.
É notável que mais da metade dos alunos entrevistados está na média de
18 a 24 anos, coincidindo com os dados publicados pelo Inep no MAPA DO
ENSINO SUPERIOR NO BRASIL 2017, abordado no capítulo I. A faixa etária de
25 a 35 anos é equivalente a 33,1% dos entrevistados, 10,9% possuem idade
entre 36 e 50 anos e em menor número os alunos com até 17 anos, que
33
normalmente são os que terminam o ensino médio e ingressam imediatamente
no ensino superior e seguido uma proporção ainda menor, os alunos com idade
a partir de 50 anos, que segundo os dados do Inep, geralmente estão buscando
uma segunda graduação.
Nota-se que a maioria dos alunos entrevistados são do sexo feminino,
numa proporção de 64,3% frente a apenas 35,7% de homens. Estes dados
concordam com os números do IBGE (2014), onde mostra que as mulheres
estão em maior número nas instituições de ensino superior em todas as regiões
do Brasil, conforme se observa no gráfico 1.
Gráfico 1. Fonte: IBGE, 2014
34
Uma sucessão de parâmetros indica o fato de as mulheres estarem em
maior número nas instituições de ensino. No nível superior não é diferente; nele,
a comparência de mulheres é prevalecente. Contudo, este cenário não afasta as
distorções de gênero que, combinada a outros veículos de desigualdade social,
como raça ou etnia, ainda são existentes e limitam a equivalência na distribuição
de oportunidades. De acordo com o exposto nos dados do IBGE (2014), as
estudantes eram maioria entre os universitários na faixa etária de 18 a 24 anos.
Elas constituem um total de 57,1% de matriculados em instituições de ensino
superior no Brasil, e o conforme o gráfico, a maior relevância de mulheres tende
a se manter nos próximos anos (BARRETO, 2014).
Quando a enquete é dirigida até o aluno presencialmente, a tendência a
negar o preenchimento é maior que um convite pela internet utilizando e-mail ou
redes sociais tais como facebook. Obedecendo as normas da Universidade
Cândido Mendes, pela ausência de declaração das IES pesquisadas, é
necessário manter o anonimato.
Por conseguinte, nota-se que grande maioria dos alunos que
responderam à enquete, foram alunos das mais diversas universidades
brasileiras. Portanto, temos representantes de universidades de todas as regiões
do Brasil. Infelizmente, na opção ‘’outra’’, poucos alunos escreveram o nome das
suas universidades. Por isso, em trabalhos futuros, a descrição da universidade
deverá ser uma resposta obrigatória para melhor compreensão dos resultados.
Após as 3 perguntas iniciais, a enquete é iniciada com perguntas em que
o tema do desânimo não está em foco, principalmente para não ser um
35
questionário voltado apenas para aspectos negativos, onde o aluno pode ser
induzido a dizer que está desmotivado de maneira errônea. Aborda-se então na
primeira pergunta o fator em que o aluno se motivou para escolher o curso de
licenciatura em química.
Apesar da pergunta sobre a motivação do aluno para escolher este curso
apresentar uma quantidade razoável de respostas, em maior número tem-se a
vontade de trabalhar como professor (26%), que é o foco principal do curso. Tais
dados dialogam com o trabalho de Frasson e Campos (2011), que após uma
entrevista com alunos de licenciatura puderam concluir que a maioria dos
estudantes tinham a intenção de lecionar.
Em contrapartida, este dado é relativamente alarmante porque em um
curso de licenciatura, apenas um quarto dos estudantes se motivaram pela
possibilidade de lecionar a escolher o curso de licenciatura em química.
Representando 23,1% das respostas, a possibilidade de trabalhar em
laboratório é o segundo maior motivo para os alunos ingressarem neste curso.
De fato, o Conselho Federal de Química designa a atribuição ao licenciado em
química de trabalhar com controle de qualidade ou pesquisa e desenvolvimento.
Um ponto muito importante foi relatado com 18,1% das respostas, que é a
facilidade/identificação com a disciplina de química no ensino médio, que
conforme Miranda e colaboradores (2015) já analisaram é um fator fundamental
na escolha da química por carreira, muita das vezes influenciada por um bom
professor no ensino médio. Em seguida, 16,4% dizem que a possibilidade de
cursar a pós-graduação Stricto Sensu e trabalhar com ensino e pesquisa foi o
36
motivo da seleção do curso. Neste aspecto, é interessante notabilizar que antes
de ingressarem na graduação, os estudantes já visam o mestrado e o doutorado
como opção futura. Uma fração significativa destas respostas foi de que a nota
no ENEM não foi alta o suficiente para a escolha de outro curso e por tal motivo,
o aluno veio a escolher a licenciatura em química. Este parâmetro não é
necessariamente uma motivação, mas o fato de conseguir ingressar no ensino
superior, mesmo que fora da carreira almejada, implica em ter que escolher um
curso em que a nota no exame é suficiente para o ingresso ou ter que repetir o
ENEM no ano seguinte ou ainda para quem pode, ingressar em uma instituição
de ensino superior privada. A zona de respostas livres teve com mais frequência
as seguintes elucidações: o curso de licenciatura em química ser noturno, a
concorrência relativamente baixa, a identificação com a química durante o curso
técnico, a proximidade da universidade com a residência e a falta de professores
no mercado.
Com relação a modalidade de curso, foi disponibilizado também as
respostas ‘’Cursei a modalidade presencial, mas abandonei o curso’’ e ‘’Cursei
a modalidade EaD mas abandonei o curso, porque a enquete também foi
direcionada a alunos evadidos.
Desta forma, nota-se que a maioria dos entrevistados cursam a
licenciatura em química modalidade presencial (88,2%) equivalente ao total de
37
300 alunos e 5,9% representando os alunos da modalidade EaD. Este número
já é significativo frente ao fato de que o curso de licenciatura em química
modalidade EaD foi inaugurado no Brasil apenas na segunda metade da década
de 2000. A soma dos alunos evadidos soma também 5,9%.
A resposta quanto ao período foi pensada em até 10 períodos pois alguns
cursos de licenciatura em química possuem carga horária mínima a ser cumprida
em pelo menos 5 anos. No entanto, esta pergunta foi a que obtive um menor
número de respostas. Uma possível explicação para este fato, é que alguns
alunos fazem matérias de períodos anteriores por motivo de reprovação e as
vezes de períodos a frente e acabam se confundindo quanto ao tempo de
permanência na universidade.
Ainda assim, deve-se enfatizar que os maiores índices de resposta foram
de alunos entre o 5º e o 7º período, com uma representação de 18,5% e 17,3%
respectivamente. É interessante notar que os alunos que estão na metade do
curso são os que tiveram maior participação na enquete. Este fato é atrativo
porque a resposta parte de acadêmicos que já tem bons argumentos com
relação ao curso, pela sua relativa experiência dentro dele.
38
A partir da 4ª pergunta é que o tema desmotivação aparece para o
entrevistado e nota-se um número muito alarmante de alunos desmotivados.
Nem sempre o foco nas dificuldades da profissão ou de conseguir o
emprego é um fator desmotivante para o aluno. Sabe-se que a dificuldade nas
disciplinas reforçada pela má atuação de um professor pode ser um fator
determinante para desmotivar um aluno.
Short e Martin (2011) demonstram o estilo de aula ou palestra preferida
dos alunos e que isto é um fator primordial para manter um aluno no curso de
graduação. Neste trabalho, foram analisados os seguintes tópicos:
1) Apresentação visual: Os pesquisadores apontam que no caso de aulas com
recurso de data show, os slides devem conter pouco texto, incluindo palavras-
chave e deve conter imagens, pois slides com muito texto faz com que o aluno
tente ler e não consiga acompanhar a fala do professor.
2) Apresentação verbal: Com relação a este tópico, os alunos têm uma maior
aceitação a informações verbais com tendência informal e de forma relaxada
alterando-se o volume e o tom de voz com frequência ao longo da sua aula, a
fim de demonstrar entusiasmo e enfatizar determinados pontos. E ainda, rir em
determinadas situações e usar piadas é sempre uma forma de conquistar a
atenção dos alunos. E ainda, não explicar os tópicos em profundidade. Deve-se
focar nas questões-chave e recomendar um determinado livro para os alunos a
fim de obterem maiores informações sobre determinado tópico.
3) Interação com o público: Perguntas dirigidas aos alunos, com a oportunidade
de resposta caso levante a mão, tempo para discussão entre os alunos e chamar
39
os alunos a frente da sala de aula para participarem de algum tipo de dinâmica
é uma forma robusta de manter a atenção e motivação do aluno na aula.
4) Links pessoais: Contar histórias ou fazer piadas com experiências
profissionais sobre o que está sendo discutido ajuda o aluno a concretizar o
conhecimento passado.
5) Controvérsia: Utilizar exemplos controversos projetados para provocar
choque, surpresa, admiração ou intriga do público apresentados com tom
animado de voz com gestos físicos expansivos, a fim de incentivar uma
sensação de espanto com relação ao material. Utilizar deste recurso fazendo um
aviso inicial convidando os alunos a discordarem da teoria ou das conclusões da
pesquisa apresentada, a fim de inspirar um senso de curiosidade e desenvolver
o pensamento analítico.
Certamente, um professor que atua de forma a prender a atenção do
aluno, contribui com a retenção dos mesmos em seus cursos de graduação. No
entanto, esta é apenas uma das formas de contribuir com a diminuição da
desmotivação por parte dos alunos.
A resposta da pergunta número 5 serve como um complemento para a
número 4, visto que a pesar do alto índice de alunos que se dizem desmotivados,
a nota de motivação prevalecente foi a de número 3, o que remete a uma
desmotivação não muito intensa.
40
Neste aspecto, encontra-se um grande vetor de desmotivação do aluno
de licenciatura em química. Exatamente 50% dos entrevistados dizem que o
salário do professor é um fator de desmotivação. Isto reflete na abordagem da
pergunta número 1, onde apenas um quarto dos entrevistados dizem que
trabalhar como professor foi a motivação para escolher o curso de licenciatura
em química.
De acordo com o sindicato dos professores do estado do rio de janeiro a
partir de abril de 2017, o piso do salário base do professor que atua no ensino
médio, onde é trabalhado a disciplina de química, sofreu um reajuste de 4,69%,
em turmas de até 35 alunos e o professor passa a ganhar R$18,97 por hora de
aula. Este valor é referente ao salário base mais uma parcela referente ao
repouso. Em turmas com mais de 35 alunos, paga-se o piso referente a R$20,20
por hora de aula. Isto significa que se um professor assina um contrato com uma
determinada escola na cidade do Rio de Janeiro que pague o piso salarial e que
tenha uma turma para cada série do ensino médio, com a carga horária mínima
que é de 100 minutos por semana, sendo composta por menos de 35 alunos
cada, este professor será gratificado com um salário mensal de R$455,28. Os
dados divulgados pelo Sinpro Rio (2017) mostram que grande parte das escolas
privadas da cidade do Rio de Janeiro pagam o piso aos professores e que o
enriquecimento do currículo com cursos de pós-graduação (Lato Sensu ou
Stricto Sensu) não reflete em aumento de salários.
Ainda sobre a pergunta 6, o gráfico mostra que 23,7% dos entrevistados
sabem do valor dos salários dos professores, mas não se importam e que 9,9%
não sabem, mas não se importam com isso, totalizando 33,6% dos
41
entrevistados. De acordo com o trabalho de Dela Coleta (2006), a profissão pode
gerar diversos sentimentos agradáveis tais como satisfação, gratidão,
sentimento de deleite e felicidade geral e que isto pode ser superior a um elevado
salário. No entanto, isto pode ser reflexo de uma juventude sustentada pelos pais
e que ainda não assumiram responsabilidade que lhes exigissem uma grande
demanda financeira, visto que 53,3% dos entrevistados possuem idade entre 18
e 24 anos.
É importante ressaltar que 16,4% dos entrevistados têm como parâmetro
motivacional o fato de que algumas escolas pagam salários acima do piso.
Sobretudo os Institutos Federais de Educação Tecnológica, Centros Federais de
educação Tecnológica e o Colégio Pedro II, para professor do ensino básico,
técnico e tecnológico, classe D, nível 1, que é o primeiro cargo a ser assumido
nestas instituições ao ser aprovado em concurso público, se o professor tiver o
doutorado concluído, o salário inicial bruto gira em torno de R$9500,00.
Respostas:
42
Dando início à análise dos resultados a partir dos fatores de
características pessoais e sociais, é possível constatar que os principais fatores
que influenciam na desmotivação do aluno são a dificuldade em conciliar
emprego e estudo, visto que a maioria dos cursos presenciais de licenciatura em
química funcionam no período noturno. Sendo assim, muito dos alunos
trabalham em horário comercial e estudam no período noturno. Desta forma, a
principal queixa dos alunos é o horário para estudar para as provas. O aluno
precisa encontrar um tempo livre e um lugar adequado para se preparar para as
provas durante o horário laboral. No entanto, não são todos que têm esta
oportunidade, sendo assim este parâmetro torna-se um grande desafio na vida
do aluno, principalmente para aquele que precisa sustentar uma família. Estes
fatores vão refletir na dificuldade em administrar a vida acadêmica com a vida
pessoal, por conta do universitário ter que optar muitas vezes em se dedicar aos
estudos e deixar a companhia de parceiros, amigos e parentes em segundo
plano, por tal motivo esta condição aparece com coeficiente de resposta
semelhante a anterior. Continuando a análise sobre as razões sócioeconômicas
associadas a desmotivação, com um número de respostas também elevado,
aparece a dependência financeira dos pais ou cônjuge. Este fator caracteriza
43
uma dificuldade em se manter no curso pois se o aluno não tiver dinheiro de
passagem para o transporte público, para um lanche durante sua permanência
na instituição, para fazer cópias (xerox) de materiais didáticos, para comprar
material de laboratório de uso pessoal, dentre outros, haverá certamente uma
resistência a presença nas aulas ou até mesmo a ausência forçada por carência
de recursos. Como houve a possibilidade de resposta livre, alguns alunos
citaram alguns fundamentos, tais como a grande quantidade de greves nas IES
públicas e problemas com a saúde mental, particularmente a depressão, a
dificuldade de concentração e ansiedade. Por fim, observa-se que um número
significativo dos entrevistados (30,4%) diz não sofrer desmotivação por qualquer
aspecto sócio econômico.
Uma grande dificuldade revelada pelos entrevistados são as disciplinas
de cálculo diferencial e integral e as Físicas. Alguns cursos de graduação
disponibilizam o curso de pré-cálculo, onde o aluno tem uma revisão de
matemática de nível médio focada em funções e em alguns casos é possível
trabalhar o conteúdo de limite. No entanto, é muito comum os alunos concluírem
o ensino médio e trazerem consigo uma grande deficiência em matemática que
atrapalha a aprendizagem destas disciplinas.
A dificuldade maior nas disciplinas de cálculo e de física também foram
pontos encontrados nos trabalhos de Vianna et al. (1996), Cunha et. al. (2001),
Machado e Cavalcanti (2015). Um dos motivos relatados é que tais disciplinas
possuem os mesmos conteúdos programáticos das grades curriculares dos
cursos de engenharia e de graduação em física. Não obstante, em diversas
44
áreas da química o que é aprendido nestas disciplinas não é utilizado e o
conteúdo acaba sendo esquecido. Nestes trabalhos também são abordados que
das disciplinas de química, a que os alunos apresentam maior dificuldade e
reprovam mais são as de química geral I e II. Isto se deve ao fato da má formação
no ensino médio e do ensino com o currículo mínimo, que faz com que o aluno
não tenha uma base sólida para cursar as disciplinas de nível superior, por mais
que se identifique com a química.
A pesar de diversos aspectos desmotivantes, quase 90% diz não ter a
intenção de desistir do curso. Este número é consonante com as respostas das
questões número 4 e 5, onde 45,3% se diz desmotivado e 54,7% motivado e a
pesar disso, a nota dominante a respeito do nível de motivação é a de número 3
levando a uma possível interpretação de que a pesar de todos aspectos
negativos, a evasão não é a prioridade. De forma correspondente Massi e Villani
(2015) publicaram um trabalho sobre a baixa evasão na licenciatura em química
explicada pelas disposições e integrações apontando parâmetros semelhantes
aos abordados neste trabalho.
O brasileiro tem a consciência de que o mercado de trabalho está cada
vez mais competitivo e que ter um curso de graduação é fundamental na
conquista de um emprego. Uma interpretação para esta resposta pode se dar
pelas atribuições que o licenciado em química possui, dando a capacidade de
atuar em outros setores se não em sala de aula. Os 7 atributos do licenciado em
química frente ao Conselho Regional de Química 3ª região são apresentados
pela Resolução Normativa do CFQ nº 36, de 25/4/1974.
45
1. Direção, Supervisão e Responsabilidade Técnica **
2. Assessoria, Consultoria e Comercialização
3. Perícia, Serviços Técnicos e Laudos
4. Magistério
5. Desempenho de Cargos e Funções Técnicas
6. Pesquisa e Desenvolvimento
7. Análise Química e Físico-química, Padronização e CQ
Uma outra elucidação para esta resposta pode ser tratada pelo fato de
que o concluinte pode ingressar nos cursos de pós-graduação Stricto Sensu e
concorrer a bolsa de mestrado e doutorado, que financiados pela Capes, CNPq
ou outros órgãos de fomento devem pagar no mínimo R$1500,00 e R$2200,00
respectivamente. A possibilidade de acumular a bolsa com outra atividade
remunerada na área de química, caso autorizado pelo orientador e pelo
coordenador do programa de pós-graduação, tal como lecionar a disciplina é
uma possibilidade bem atrativa para os licenciados em química.
Abaixo estão relatados os comentários dos entrevistados que sentiram
falta de algum fator que não foi abordado no questionário e se sentiu à vontade
para expor suas opiniões:
É complicado desistir no final do curso. Mas no início da faculdade a culpa de não conseguir vagas na área é a pouca experiência e só no final do curso é quando percebe-se que elas não existem. Escolas particulares geralmente apresentam 1 professor que
supre toda a escola e só sai quando se aposenta e as públicas não sobram vagas porque o professor efetivo é suficiente.
Não tem talvez no questionário. Essa disciplina empaca a maioria. Tem pessoas
repetindo 6 ou 7 vezes. Se eu não passar eu saio.
A quantidade de horas de estágio obrigatório dificulta a vida de pessoas que trabalham para manter o curso.
46
Estou em licenciatura em química porque minha nota não foi suficiente para conseguir
entrar no bacharelado. Não tenho intenção de concluir a licenciatura, mas apenas de pedir transferências para o bacharelado.
Poucas ofertas de trabalho.
Sair da modalidade Ead e ir para o presencial fazer bacharelado.
No caso específico da UFV, universidade onde estudei, a grade do curso é totalmente
desmotivante, fazemos exatamente os mesmos cálculos e físicas das engenharias e não temos a motivação que a engenharia tem. As pessoas entram em um nível bem abaixo de que quem entra nas engenharias, devido a maior facilidade de acesso aos cursos de
licenciatura, e a grande maioria não dá conta das disciplinas de cálculo e física, ou seja, ou a pessoa toma um milhão de reprovações até passar ou acaba desistindo do curso!
Em contrapartida, a coordenação do curso sabe das dificuldades e limitações de quem entra no curso, possui conhecimento da grande evasão e sabe os motivos, mas nada faz para melhorar a situação. Eu acabei fazendo transferência para o curso de engenharia e
não me arrependo, o sofrimento é praticamente o mesmo, porém tenho perspectivas melhores para o futuro!
Desistiria pela desvantagem de que meus colegas utilizam celular nas provas. Fico
pensando como serão como professores e que será dos alunos nas próximas gerações.
Mesmo depois de ter feito as disciplinas de estágio, não me acostumei com sala de aula, não quero ser professor.
Pretendo trancar e me recuperar da depressão.
A grade. Químicas na escola e as diversas mudanças da mesma, que vão acabar me
atrasando.
Ensino atrasado para um curso que tem muito o que oferecer
Seria importante aborda algo relacionado a estrutura física dos laboratórios, deficit de equipamentos desmotiva o aluno!. E o acesso gratuito aos livros didáticos que é muito difícil. Principalmente na educação a distância.
A forma com que os professores lidam com os alunos, como se acham superiores e as panelinhas que se formam. Além do que, quero trabalhar mais com educação, então esse ano vou decidir se de fato mudo ou não.
Não tenho motivação, não tenho perspectiva, vejo que gosto mais do campo das
públicas do que das ciências exatas
Os professores não são preocupados em ser bons professores.
Trabalho e os horários não estão batendo estou vendo se consigo que a faculdade me ajude porém não estou muito esperançoso.
Neste espaço onde o entrevistado foi convidado a relatar os aspectos não
abordados, tornou-se um canal para descrever o que mais lhes desmotiva, como
pode ser observado nas respostas.
47
Respostas:
Por fim, uma pergunta dedicada apenas aos alunos que cursam a
modalidade EaD, teve como maioria respondendo que os principais aspectos
desmotivantes são: A falta de tempo para os estudos, já que que a modalidade
EaD exige do aluno uma grande quantidade de leitura de apostilas e de
confecção de trabalhos acadêmicos. A impossibilidade de participar de
encontros presenciais é um ponto sensível pois nem sempre os alunos moram
próximo ou tem a possibilidade de se dirigir ao polo da instituição para tirar suas
48
dúvidas com os tutores presenciais. No entanto, alguns estudantes não se
adaptam a modalidade EaD, e optam pela desistência do curso ou transferência
para a modalidade presencial quando é possível.
49
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados obtidos com a enquete respondida por 360 pessoas, dentre elas
em sua maioria estudantes ativos e em uma minoria alunos evadidos
contribuíram para um melhor entendimento dos aspectos desmotivantes que
contribuem com o fenômeno da evasão do curso de graduação em licenciatura
em química nas modalidades presencial e a distância.
Considerando os resultados apresentados na presente pesquisa,
observa-se que 45,3% se dizem desmotivados. Exatamente 50% dizem saber o
salário dos professores e que isto é um fator de desmotivação, no entanto,
apenas um quarto dos entrevistados dizem ter a intenção de atuar como
professor.
Com relação a desmotivação causada por aspectos socioeconômicos,
70% dos alunos dizem sofrer com este tipo de problema. Contudo, as principais
queixas dos alunos são com relação a dificuldade em custear os estudos, a
dependência financeira dos pais ou cônjuge e a dificuldade em conciliar emprego
e estudo.
Os dados desta entrevista também sugerem que maior dificuldade dos
alunos se dá com as disciplinas de cálculo e física. No entanto, as disciplinas de
química que os alunos dizem ter mais dificuldade são as de química geral I e II.
Os alunos e/ou evadidos da modalidade a distância indicam como
principal dificuldade a falta de tempo para se dedicar os estudos. Normalmente,
os alunos que optam pela modalidade EaD, não tem tempo ou possibilidade de
cursar a modalidade presencial. Entretanto, a cobrança acaba sendo a mesma
pelas recomendações do MEC. Por tal motivo, estes alunos sentem dificuldade
de se adaptarem a grande demanda de estudo e não conseguem se adequar a
tal.
Um dado intrigante deste trabalho é que apesar de todos os indicadores
de desmotivação apontados e os dados estatísticos da literatura relatada neste
trabalho mostrando elevados índices de evasão do curso de licenciatura em
química, 87,9% dos entrevistados dizem não ter a intenção de abandonar o curso
e menos de 5% dizem ter esta intenção. Os fatores atribuídos a estes números
foram relatados no capítulo III, mas que para uma melhor interpretação, sugere-
50
se que para trabalhos futuros se faça uma pergunta sobre o que leva o aluno a
permanecer no curso mesmo que se sinta desmotivado.
51
Referências bibliográficas
BARRETO, Andreia. A MULHER NO ENSINO SUPERIOR DISTRIBUIÇÃO E
REPRESENTATIVIDADE. Cadernos do GEA, [S.L], v. 1, n. 6, p. 1-52, jul./dez.
2014.
COLETA, José Augusto Dela; COLETA, Marilia Ferreira Dela. Felicidade, bem-
estar subjetivo e comportamento acadêmico de estudantes universitários.
Psicologia em estudo, Maringá, v. 11, n. 2, p. 533-539, set./dez. 2006.
CORDASSO, J. A. et al. Fatores determinantes na evasão de acadêmicos no
ensino superior: estudo em um município do norte mato-grossense. Gestión de
la investigación y compromiso social de la universidad, Arequipa, p. 1-15,
nov. 2016.
CUNHA, Aparecida Miranda; TUNES, Elizabeth; SILVA, Roberto Ribeiro Da.
Evasão do curso de química da universidade de brasília: a interpretação do aluno
evadido. Química nova, Brasília, v. 24, n. 1, p. 262-280, jan. 2001.
BARBOSA, Edmery Tavares et al. FATORES DETERMINANTES DA EVASÃO
NO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DE UMA INSTITUIÇAO PÚBLICA DE
ENSINO SUPERIOR. In: XIII CONGRESSO USP DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EM CONTABILIDADE, 8., 2016, São Paulo. Anais. São Paulo: Usp, 2016. p. 1 -
22.
DAITX, André Cristo. Evasão e Retenção escolar no curso de Licenciatura
em Química do Instituto de Química da UFRGS. 2014. 74 f. Monografia
(Graduação) - Curso de Licenciatura em Química, UFRGS, Porto Alegre, 2014.
DAVOK, Delsi Fries; BERNARD, Rosilane Pontes. Avaliação dos índices de
evasão nos cursos de graduação da universidade do estado de santa Catarina
– udesc. Avaliação, Sorocaba, v. 21, n. 2, p. 503-521, jul. 2016. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1590/s1414-40772016000200010>.Acesso em: 06 fev.
2018.
52
FRASSON, Marina V.; CAMPOS, Luciana M. Lunardi. A opção pela licenciatura
e pela profissão de professor: razões reveladas pelas vozes de licenciandos em
ciências biológicas. Departamento de educação – instituto de biociências –
unesp, São paulo, v. 1, n. 1, p. 1-12, mar. 2011.
GERBA, Raphael Thiago. ANÁLISE DA EVASÃO DE ALUNOS NOS CURSOS DE
LICENCIATURA: ESTUDO DE CASO NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,
CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA. 2014. 149 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Programa de Pós-Graduação em Administração,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014.
GUIMARÃES, Adriana Moura; MONSUETO, Sandro Eduardo. Determinantes da
evasão nos cursos de graduação da face-ufg. Série de textos para discussão
do curso de ciências econômicas, Goiânia, n. 61, p. 1-27, jun. 2017.
MACHADO, Raquel Cardoso; CAVALCANTI, Eduardo Luiz Dias. Dificuldades de
aprendizagem versus desempenho acadêmico dos estudantes do curso de
química: relatos possíveis. Debates em ensino de química, [S.L.], v. 1, n. 1, p.
49-61, out. 2015.
MAPA DO ENSINO SUPERIOR. Brasil: Semesp, 2015. Anual.
MAPA DO ENSINO SUPERIOR. Brasil: Semesp, 2016. Anual.
MAPA DO ENSINO SUPERIOR. Brasil: Semesp, 2017. Anual.
MARTINS, Cleidis Beatriz Nogueira. EVASÃO DE ALUNOS NOS CURSOS DE
GRADUAÇÃO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR. 2007. 116 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Programa de Pós-Graduação em
Administração, Fundação Pedro Leopoldo, Pedro Leopoldo, 2007.
MASSI, Luciana; VILLANI, Alberto. Um caso de contra tendência: baixa evasão
na licenciatura em química explicada pelas disposições e integrações. Educ.
53
pesqui., São paulo, v. 41, n. 4, p. 975-992, out./dez. 2015. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1590/s1517-9702201512135667>.Acesso em: 21 fev.
2018.
Ministério da educação. Censo da Educação Superior 2016: Notas
Estatísticas. 2016. ed. [S.l.: s.n.], 2016. 17 p. Disponível em:
<http://portal.inep.gov.br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/mec-
e-inep-divulgam-dados-do-censo-da-educacao-superior-2016/21206>. Acesso
em: 15 fev. 2018.
MIRANDA, Camila Lima; LISBÔA, Julio Cezar Foschini; REZENDE, Daisy De
Brito. A licenciatura por acaso: motivações para o ingresso em um curso de
licenciatura e bacharelado em química. X encontro nacional de pesquisa em
educação em ciências – x enpec, Águas de lindóia, p.111-222, nov. 2015.
MOREIRA, Karine Pires; SANTOS, Joana Mara Teixeira. ESTUDO DE EVASÃO
NO CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA DA UERJ. 2001. Disponível em:
<http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/vienpec/CR2/p1046.pdf>. Acesso em: 20 fev.
2018.
SILVA, R. R. da et al. Evasão e reprovações no curso de química na universidade
de Brasília. Química nova, Brasília, v. 18, n. 2, p. 210-214, dez. 1994.
SOUZA, Doroteia de Carvalho et al. Evasão do Curso de Licenciatura em
Química IFSP – Campus Sertãozinho. Proposta para redução do número de
alunos evadidos. In: 1° CONGRESSO PARANAENSE DE EDUCAÇÃO EM
QUÍMICA, 1., 2009, Curitiba. Resumo de trabalho. Curitiba: Ufpr, 2009. p. 1 - 1.
SHORT, Fay; MARTIN, Jesse. Presentation vs. performance: effects of lecturing
style in higher education on student preference and student learning.
Psychology teaching review, v. 17, n. 2, p. 71-82, jan. 2011.
VIANNA, José F.; AYDOS, Maria Celina R.; SIQUEIRA, Onofre S. Curso noturno
de licenciatura em química - uma década de experiência na ufms. Química
nova, Campo grande, v. 20, n. 2, p. 213-218, ago. 1996.
54
VITELLI, Ricardo Ferreira. Evasão em cursos de licenciatura: perfil do evadido e
fatores intervenientes no fenômeno. In: X ANPED SUL, 10., 2014, Florianópolis.
Anais. Florianópolis: 2014. p. 1 - 15.