DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL · Louro “Educação musical e deficiência:...

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU NEUROCIÊNCIA E MÚSICA NA EDUCAÇÃO Alessandra Mendonça de Oliveira ORIENTADOR: Prof. Marta Relvas Rio de Janeiro 2018 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

Transcript of DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL · Louro “Educação musical e deficiência:...

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NEUROCIÊNCIA E MÚSICA NA EDUCAÇÃO

Alessandra Mendonça de Oliveira

ORIENTADOR:

Prof. Marta Relvas

Rio de Janeiro

2018

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Neurociência Pedagógica. Por: Alessandra Mendonça de Oliveira

NEUROCIÊNCIA E MÚSICA NA EDUCAÇÃO

Rio de Janeiro 2018

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por direcionar cada momento de minha vida e ter

me conduzido até aqui. A minha família, esposo e filhas, pelo apoio,

encorajamento e força nos momentos de maiores dificuldades e sempre

estarem ao meu lado, incentivando meu crescimento profissional e pessoal. A

cada professor da pós graduação, por contribuir na construção do meu

conhecimento. Aos alunos que tive, tenho e terei, pois eles são os maiores

professores que qualquer educador pode ter.

E a mim, especialmente, pois mesmo cansada e desanimada, acreditei

que o crescimento são para os que abrem mão da comodidade e lutam para

vencer.

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DEDICATÓRIA

Dedico a minha família.

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RESUMO

O presente estudo teve como objeto de investigação a importância da música,

no processo de aprendizagem dos alunos, aliada ao estudo da neurociência

buscando melhor compreender o funcionamento do cérebro humano e o

benefício que temos diante do contato com a música. O estudo da música tem

sido valorizado em diversas áreas, das quais se destacam a relação entre

música e movimento, a relação entre música e memória, estudos com música e

linguagem, as relações interpessoais, além daqueles acerca das emoções

evocadas por música. Sendo assim, muitos estudos têm apontado para o papel

da música como ferramenta de intervenção em diferentes alterações

neurológicas, assim como o melhor desempenho acadêmico dos alunos. Este

estudo apresenta uma revisão dos trabalhos publicados em periódicos

nacionais e internacionais, nas últimas décadas, relacionados à música e

neurociência, representativos de cada uma das sub-áreas acima citadas.

Através de pesquisa realizada com professores e alunos, constatou-se que as

experiências musicais aceleram o processo de ensino/aprendizagem.

Concluiu-se ainda que há contribuição da neurociência tanto para o campo de

música, da pedagogia musical e da performance, quanto para o campo da

musicoterapia.

Palavras-chave: neurociência, música, aprendizagem.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado através de pesquisa bibliográficas e entrevista

com professoras que utilizam ou não a música nas aulas para ensinar

conteúdos diversos.

Alguns autores foram fundamentais para embasar o presente trabalho:

Jon-Roar “Música, inspiração e criatividade. Uma linguagem universal”. Viviane

Louro “Educação musical e deficiência: propostas pedagógicas”. Kenneth

“Definindo musicoterapia”, assim também como artigos científicos sobre o

assunto.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A Importância da Música na História da Sociedade 09

1.1 Funções Sociais da Música 10

CAPÍTULO II

O Processamento do Cérebro Através dos Inputs Musicais 16

2.1 Processamento Musical no Cérebro 17

2.2 Neurociência, Neuropsicologia e Música 18

CAPÍTULO III

A Musicoterapia no Processo de Ensino e Aprendizagem 21

3.1 Música Como Recurso didático 22

3.2 Pesquisa Qualitativa Realizada na Escola 23

3.3 Etapas da Investigação 23

3.4 Características da Turma Observada 24

3.5 Dados Levantados 24

CONCLUSÃO 26

BIBLIOGRAFIA 27

ÍNDICE 28

8

INTRODUÇÃO

A música faz parte da vida de cada ser humano. Todos nós temos

canções favoritas com as quais nos identificamos. Estas canções podem

exprimir uma emoção que sentimos ou falar de uma experiência que estamos

vivenciando. Independente do estilo ou gênero, o mundo ama música.

Ela está presente em todas as culturas, nas mais diversas situações:

festas e comemorações, manifestações religiosas, manifestações cívicas,

políticas etc. Faz parte da educação há muito tempo; na Grécia antiga, era

considerada como fundamental para a formação dos cidadãos, ao lado da

matemática e da filosofia. Platão considerava que a música tinha grande poder

de influência sobre o homem, por isso deveria estar sob controle do Estado

(cidade), considerado como responsável por garantir o bem social. Na visão de

Aristóteles a música era uma espécie de ócio e uma arte liberal e nobre, sendo

ao mesmo tempo medicinal e educativa por oferecer às pessoas a

oportunidade do confronto com sentimentos específicos, para conhecê-los e

posteriormente, na vida real, poderem ser capazes de escolher os que fossem

adequados.

Como o cérebro processa a música? Qual o poder de sua influência na

mente humana? Quais áreas são estimuladas para fazer com que mudanças

de comportamento e ideias sejam aceitas mais facilmente através da música?

Que benefícios podemos encontrar ao utilizarmos a música no processo de

ensino e aprendizagem? Crianças com transtorno de aprendizagem obtem um

resultado melhor mediante ao uso da música como ferramenta pedagógica?

Esses e outros questionamentos é o que pretendemos começar a desvendar

através deste trabalho de pesquisa bibliográfica e entrevista com professores

do ensino fundamental, entendendo que muitas outras perguntas e respostas

ainda surgirão para serem investigadas ao longo da história da humanidade.

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CAPÍTULO I

A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA HISTÓRIA DA

SOCIEDADE

Culturalmente a música constitui um dos sistemas simbólicos mais

significativos que possuímos. É um universo de significados, representações e

percepções distintas, tornando possível afirmar que cada pessoa a perceberá

de um modo diferente. A música aciona diversas áreas do cérebro humano,

podendo ainda induzir atos, pensamentos e emoções, como ocorre com a

música religiosa, romântica ou com uma mais agitada.

Por ser um legado cultural de extrema importância para a humanidade, a

música aparece desde os tempos mais remotos na história até mesmo de

civilizações antigas, dentre tantas definições, podemos considerá-la como um

meio de interação social, produzida por especialistas para outras pessoas, o

fazer musical é um comportamento aprendido, através do qual sons são

organizados, possibilitando uma forma simbólica de comunicação na inter-

relação entre indivíduo e grupo.

Quando se fala em ouvir e entender música, fala-se da "percepção"

musical. Entende-se como percepção o processo através do qual o ser humano

organiza e vivencia informações, estas basicamente de origem sensória. Longe

de existir um consenso, música e sua percepção cognitiva é assunto que já

causou polêmica entre representantes de diversas disciplinas. Assim, há

psicólogos que acreditam em processos cognitivos como universais de

natureza, pois cada ser humano dispõe de um sistema nervoso. A visão oposta

já enxerga na diversidade cultural a predisposição para uma preferência e

seleção naturais dos padrões visuais e auditivos, fazendo de cada processo

cognitivo um caso específico e culturalmente impregnado (Bornstein, 1973).

Com base em dados empíricos, a pesquisa musical ajudou a detalhar

diferenças cognitivas no processo de percepção sonora. Ao darem início à

Musicologia Comparativa por volta de 1900, os pesquisadores, psicólogos e

musicólogos em Berlim já faziam as perguntas em torno de "como ouvem" e

10

"como entendem" outros povos os seus sistemas musicais, diferentes dos

cânones ocidentais (Simon, 2000).

1.1. Funções Sociais da Música

As funções sociais da música foram classificadas segundo a

categorização proposta por Allan Merriam (1964), da qual resultam dez

categorias principais, a saber: 1) função de expressão emocional; 2) função de

prazer estético; 3) função de divertimento; 4) função de comunicação; 5) função

de representação simbólica; 6) função de reação física; 7) função de impor

conformidade às normas sociais; 8) função de validação das instituições sociais

e dos rituais religiosos; 9) função de contribuição para a continuidade e

estabilidade da cultura; 10) função de contribuição para a integração da

sociedade.

Merriam considera a música como comportamento humano e parte

funcional da cultura humana, sendo integrante de sua totalidade e refletindo a

organização da sociedade em que se insere. Embora considere que o som

musical e o resultado de processos de comportamento humano que são

modelados por valores, atitudes e crenças das pessoas de uma cultura

particular, Merriam buscou, através da comparação de diversas sociedades,

chegar a funções sociais da música, por ele consideradas como “universais

culturais”, ou seja, encontráveis em todas as culturas.

Merriam reconhece, portanto, imprecisões e necessidades de

aprofundamento acerca de diversas categorias. A seguir, serão apresentadas

resumidamente, a descrição que o autor faz dessas categorias:

1) Função de expressão emocional refere-se ao papel da música como

veículo para a expressão de ideias e emoções não reveladas no discurso

comum. Seriam expressões emocionais extravasáveis através da música: a

liberação de ideias e pensamentos não mencionáveis de outro modo; o

extravasamento de uma grande variedade de emoções em correlação com a

música realizada; o desabafo de conflitos sociais e talvez sua resolução; a

explosão da criatividade em si mesma; a expressão das hostilidades de um

grupo; etc. Alguns exemplos que Merriam apresenta e que se encaixam, todos,

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nos grupos acima mencionados são: evocação de estados de tranquilidade,

nostalgia, sentimento, relações grupais, sentimento religioso, solidariedade

partidária e patriotismo; liberação emocional individual (sobretudo ligada ao

processo criativo em si mesmo) e coletiva; excitação sexual; exaltação do ego

(em demonstração de virtuosismo ou em cantos de glória); estímulo, expressão

e divisão de emoção; diminuição de frustrações (através do desabafo),

conduzindo ao ajuste ou à mudança social, e, em ambos os casos, à redução

do desequilíbrio social e à integração da sociedade; etc.

2) Função de prazer estético - refere-se à estética, tanto do ponto de

vista do criador quanto do contemplador. Merriam considera que música e

estética estão claramente associadas na cultura ocidental, assim como em

diversas culturas orientais. Ele assinala, contudo, que essa associação e

discutível nas culturas ágrafas, sendo também problemático definir exatamente

o que é uma estética, bem como estabelecer se ela é um conceito de cultura.

3) Função de divertimento - segundo Merriam, a música exerce uma.

função de diversão em todas as sociedades. Ele ressalta, contudo, que deve

ser feita uma distinção entre diversão “pura” (que seria uma característica

particular da música na sociedade ocidental) e diversão combinada com outras

funções (que seria prevalecente nas sociedades ágrafas). Cabe observar que o

próprio entendimento do que seja diversão varia de uma cultuara para outra.

4) Função de comunicação - refere-se, segundo o autor, ao fato de que

a música comunica alguma coisa, não estejamos certos quanto ao “quê”,

“como” e “para quem”.

A música não é uma linguagem universal, mas sim é formada de

acordo com a cultura da qual é parte. [...] Ela transmite emoção ou

algo similar à emoção, para aqueles que compreendem seu idioma.

O fato de que a música é compartilhada como uma atividade humana

por todos os povos pode significar que ela comunica uma

determinada compreensão, simplesmente por sua existência.

(MERRIAM, 1964, p.223)

Merriam afirma que o som musical não pode ser produzido senão a

partir de pessoas para outras pessoas, e, embora se possa separar

conceitualmente esses dois aspectos, um não é realmente completo sem o

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outro, o que pressupõe a função de comunicação. O autor considera que, num

nível simples, pode-se dizer, talvez, que a música comunica em uma dada

comunidade, embora se compreenda pouco como essa comunicação se

processa. O mais óbvio, possivelmente, é que a comunicação é efetuada

através da investidura da música com significados simbólicos que são

tacitamente aceitos pela comunidade.

5) Função de representação simbólica - Merriam assinala que quase não

há dúvida de que a música funciona em todas as sociedades como uma

representação simbólica de outras coisas, ideias e comportamentos.

Simbolismo em música pode ser considerado nestes quatro níveis: significação

ou simbolização, existente nos textos de canções; representação simbólica de

significados afetivos ou culturais; representação de outros comportamentos e

valores culturais; simbolismo profundo de princípios universais. É evidente que

a abordagem que visualiza música essencialmente como simbólica de outras

coisas e processos é proveitosa: e pressiona também a uma espécie de estudo

que objetiva compreender a música não simplesmente como uma constelação

de sons, mas como comportamento humano. (MERRIAM, 1964, p.258)

Merriam afirma, ainda, que a música é simbólica de muitas maneiras e reflete a

organização da sociedade.

6) Função de reação física - Merriam considera discutível a inclusão

desta categoria entre as funções sociais. “No entanto, o fato de que a música

provoca reação física é claramente notado pelo seu uso na sociedade humana,

embora as reações possam ser motivadas por convenções culturais” (p. 224).

É o caso, segundo o autor, de emoções despertadas por determinadas

músicas ocidentais (emoções envolvem, sem dúvida, reação física) e que nada

estimulam em indivíduos de outras culturas, uma vez que não receberam

determinado “treinamento” cultural para terem tais emoções.

Alguns exemplos que ele cita, no âmbito da reação física, são: a

possessão (sem a qual são considerados frustrados determinados rituais

religiosos); excitação e canalização de comportamento da multidão;

encorajamento de reações físicas do guerreiro e do caçador; estímulo à reação

da dança.

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Considera ainda, que a questão relativa a se a função de reação física é

principalmente uma reação biológica provavelmente é superada pelo fato de

que ela é formada culturalmente.

7) Função de impor conformidade a normas sociais - Merriam

exemplifica esta função com canções que chamam a atenção para

comportamentos convenientes ou não (canções de protesto) e canções que

instruem os jovens membros da comunidade sobre os comportamentos

próprios e impróprios (canções usadas em cerimônias de iniciação), canções

cujos textos refletem mecanismos psicológicos individuais e coletivos e atitudes

e valores prevalecentes na cultura, assim como transmitem mitos, lendas e

história.

Considera que a música e a linguagem exercem influências mútuas,

sendo que os textos das canções constituem um suporte para uma linguagem

permissiva.

8) Função de validação das instituições sociais e dos rituais religiosos -

Merriam considera que há pouca informação para se saber até onde a música

realmente valida instituições sociais e rituais religiosos, devendo esta função

ser melhor estudada.

Apresenta, contudo, alguns exemplos cabíveis de serem aqui relatados:

preservação da ordem e coordenação de símbolos cerimoniais através de

canções; transmissão de potência mágica através de encantamentos por meio

de canções; desgaste de um conflito ou frustração de longo prazo, através de

canções com versos estabilizadores que sugerem uma solução permitida,

segundo os costumes; validação de sistemas religiosos, como no folclore,

através da recitação do mito e da lenda em canções, assim como através da

música que expresse preceitos religiosos.

9) Função de contribuição para a continuidade e estabilidade da cultura -

para Merriam, esta função seria uma decorrência ou talvez um somatório das

funções anteriores, pois

[…]se a música permite expressão emocional, dá prazer estético,

diverte, comunica, provoca reação física, impõe conformidade às

normas sociais e valida instituições sociais e religiosas, é claro que

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ela contribui para a continuidade e estabilidade da cultura.

(MERRIAM, 1964, p.225)

Alguns exemplos seriam: a música como veículo de história, mito e

lenda, apontando para a continuidade da cultura; a música, através da

transmissão pela educação, contribuindo para o controle de membros

desviantes da sociedade e para o sublinhamento do que é certo, o que

contribui para a estabilidade da cultura; a participação da música na

enculturação de indivíduos, instruindo-os sobre o seu ambiente natural e sua

utilização, transmitindo a visão de mundo do grupo, funcionando como

emblema da condições de membro do grupo, etc.

Merriam considera que o som musical é o resultado de processos de

comportamento humano que são modelados por valores, atitudes e crenças

das pessoas de uma cultura particular, contribuindo, assim, para a continuidade

e estabilidade dessa cultura.

10) Função de contribuição para a integração da sociedade – “É claro

que, promovendo um ponto de união em torno do qual os membros de uma

sociedade se congregam, a música realmente realiza a função de integrar a

sociedade” (MERRIAM, 1964, p.226).

Alguns exemplos que Merriam apresenta são: execuções da música de

um grupo, contribuindo para a satisfação de participar de algo familiar e para a

certeza de tomar parte de um grupo que compartilha os mesmos valores, os

mesmos modos de vida e as mesmas formas de arte (NKETIA, 1958); canções

de protesto social, permitindo ao indivíduo desabafar e ajustar-se às condições

ou promovendo a mudança através da mobilização do sentimento do grupo

(FREEMAN, 1957); danças com canções de acompanhamento, contribuindo,

em virtude do ritmo e da melodia, para a cooperação harmoniosa entre os

indivíduos, para o agir em unidade, para o compartilhamento de um sentimento

de prazer (RADCLIFFE-BROWN, 1948).

O autor considera, ainda, que a música constitui um ponto de união em

torno do qual os membros da sociedade se reúnem para se dedicarem a

atividades que requerem cooperação e coordenação do grupo, e, que embora

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nem toda música seja executada assim, há, em toda sociedade, ocasiões

marcadas pela reunião das pessoas, lembrando-lhes sua unidade.

Torna-se muito claro que a música vem exercendo um papel

fundamental na história da sociedade em geral, atuando até mesmo de

maneira a ditar normas e regras sociais. No próximo capítulo, serão

apresentadas pesquisas que demonstram como é processada a música no

cérebro, demonstrando o poder que exerce na mente, capaz de mudar

sentimentos e comportamentos.

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CAPÍTULO II

O PROCESSAMENTO DO CÉREBRO ATRAVÉS DOS INPUTS MUSICAIS

Convém observar que ao longo dos séculos a música tem sido usada

para fins pedagógicos, no século XVI, os jesuítas já utilizavam a música como

atrativo nos seus ideais de catequização e afirmavam que a música em si já é

um grande veículo de aprendizado cultural que pode ensinar história, geografia,

moral, costumes, etc.

Desde que Fröebel (1810) propôs a música como recurso pedagógico,

ela vem sendo utilizada na educação escolar, justamente por aliar os aspectos

lúdicos e cognitivos.

A necessidade de saber sobre as diversas formas de aprendizagem e

como o cérebro humano se comporta durante esse processo levou estudiosos,

pesquisadores, psicólogos, psiquiatras, pedagogos e educadores a refletirem

sobre o assunto.

Nessa época, descobriram que o cérebro funciona de forma

semiautônoma, ou seja, um sistema pode funcionar sozinho, com dois ou mais

sistemas ou, ainda, de forma integrada.

É importante ressaltar que, dos anos 50 aos anos 70, a música

compunha o currículo da grande maioria das escolas como disciplina formal,

embora não houvesse um claro entendimento sobre a influência da mesma na

cognição humana. Hoje, com a tecnologia e o desenvolvimento dos estudos

sobre cérebro, seria imprescindível que a música voltasse à sala de aula,

principalmente na educação infantil, dada sua importância para o

desenvolvimento cognitivo (Saraiva 201).

Através do monitoramento cerebral em músicos de jazz, Granja (2006),

demonstrou que as mesmas áreas envolvidas no Efeito Mozart, também estão

envolvidas em complexas atividades cerebrais durante a improvisação musical,

o que demonstra uma estreita relação entre a criatividade, raciocínio lógico,

estruturação da linguagem, memória operacional, sensações e emoções.

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2.1. PROCESSAMENTO MUSICAL NO CÉREBRO

Warren (2008), propôs um esquema de organização do cérebro musical,

envolvidos na percepção e compreensão da música pelo ouvinte, que sugere

como os componentes do processamento musical se relacionam tanto

funcionalmente quanto anatomicamente.

Neste esquema, indicado na Figura 1, a música, enquanto um estímulo

auditivo complexo, segue uma organização hierárquica anatômica e funcional

com componentes acústicos mais básicos (frequência fundamental, sons

harmônicos, duração e intensidade) sendo codificados primeiro, passando por

estágios sucessivos de processamento das características perceptuais,

acessando o conhecimento e memória musical armazenado, importando

informações de outros domínios e, por fim, elaborando a resposta

comportamental.

A música é processada inicialmente nas vias auditivas ascendentes, nas

quais são codificadas as estruturas acústicas elementares como, por exemplo,

no caso da altura, a energia de uma onda de frequência específica. Já a altura,

considerada enquanto percepto e resultante dos padrões totais do sinal

acústico, é processada em regiões corticais.

De acordo com Warren (2008), os padrões perceptuais são inicialmente

processados no córtex auditivo primário localizado na parte medial do giro de

Heschl (GH), na porção superior do lobo temporal dentro da fissura lateral. Em

torno do GH estão redes de áreas corticais de alta hierarquia que processam

propriedades específicas dos sons complexos, representadas pelos lobos

temporal, frontal e parietal.

O planum temporale fica localizado posteriormente em relação ao GH,

sendo uma área de associação auditiva implicada na análise de atributos como

localização espacial, características identificáveis tais como sílabas e timbres

de vozes e instrumentos. O giro temporal superior é anterior ao GH e participa

da análise de fluxos de informação auditiva (fala e melodia). A identificação de

melodias familiares envolve a ínsula e áreas adjacentes à porção anterior do

lobo temporal.

Os lobos parietal e temporal fazem a associação entre a informação

auditiva e de outras modalidades sensoriais, principalmente a visão. Já a

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memória de trabalho para música e respostas ao som são mediadas por

circuitos dos lobos frontal e parietal.

Portanto, várias regiões cerebrais, que se relacionam em uma hierarquia

funcional, estão envolvidas no processamento dos componentes musicais.

FIGURA 1. Esquema relacionando as áreas e mecanismos envolvidos na

percepção e compreensão musical (adaptado de Warren, 2008).

2.2. Neurociência, neuropsicologia e música

Assim como exercícios físicos ajudam a manter a forma física, os exercícios

mentais ajudam a melhorar a capacidade cerebral. Isso é o que afirmam Katz e

Rubin (2000) em seu livro “Mantenha Seu Cérebro o Vivo”. A música,

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atualmente, tem se confirmado como uma ferramenta extremamente útil em

acréscimo as atividades de aprendizado justamente por atuar em múltiplas

áreas do sistema nervoso.

Segundo Sorias-Urios et al (2011), dependendo de que aspecto,

qualidade ou componente da música estejamos analisando (tom, organização

temporal, sequência motora, canto, etc.), intervém distintas áreas cerebrais,

não somente as corticais, como também dos gânglios basais ou do cerebelo. E

a música também age como estímulo emocional, em si mesmo, podendo ativar

zonas diferentes do cérebro conforme seja uma música agradável

(núcleo accumbens, “o núcleo do prazer”) ou desagradável (amígdala, “o

núcleo do desprazer”). Nesse sentido a música pode ser usada dentro das

metodologias de aprendizado para incrementar as atividades e melhorar a

capacidade cerebral para um melhor aprendizado.

Sorios-Urios, falando a respeito da Neuropsicologia cognitiva da música,

comentam que a música pode ser vista como uma “linguagem” organizada que

se baseia em um sistema de regras que coordenam uma série de elementos

básicos e, por outro lado, temos a música como elemento cultural. O

processamento da música no cérebro é modular, por isso existe um sistema de

informação mental específico, o qual é formado por módulos menores

específicos para processar seus distintos componentes.

Quando escutamos uma canção, acontece, primeiramente, uma análise

acústica, a partir do qual cada um dos módulos se encarregará de alguns

componentes:

– A letra da canção será analisada pelo sistema de processamento da

linguagem.

– O componente musical será analisado por dois subsistemas:

organização temporal (analisamos o ritmo e o compasso) e organização do tom

(a análise do contorno e dos intervalos nos levam a codificar o tom).

Temos uma memória musical de tudo aquilo que vamos recebendo ao

longo de nossa vida, e é o que nos faz reconhecer uma canção. Através da

música é possível ativar a nossa memória associativa. Segundo Cascarani

(2008) a criança, ao se envolver em processos musicais, lida com vários

componentes pessoais como: sensações, percepções, afeto, escuta,

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habilidades motoras, mobilização de energia, atenção, concentração,

expressão, habilidades espaciais e temporais os quais são os mesmos

utilizados na aprendizagem.

A música, além do mais, pode fazer com que o aluno desenvolva níveis

superiores de linguagem e cognição, por sua característica de facilidade em

acessar conteúdos não verbais, principalmente naqueles em que a capacidade

da linguagem oral esteja deficitária.

A experiência musical modifica estruturalmente o cérebro. Pessoas sem

treino musical processam melodias preferencialmente no hemisfério cerebral

direito, enquanto nos músicos, há uma transferência para o hemisfério cerebral

esquerdo. O treino musical também aumenta o tamanho, a conectividade

(maior número de sinapses-contatos entre os neurônios) de várias áreas

cerebrais como o corpo caloso (que une um lado a outro do cérebro), o

cerebelo e o córtex motor (envolvido com a execução de instrumentos).

Ativação maior de áreas do hemisfério cerebral esquerdo pode potencializar

não só as funções musicais, mas também as funções linguísticas, que são

sediadas neste mesmo lado do cérebro.

Vários circuitos neuronais são ativados pela música, uma vez que o

aprendizado musical requer habilidades multimodais que envolvem a

percepção de estímulos simultâneos e a integração de várias funções

cognitivas como a atenção, a memória e das áreas de associação sensorial e

corporal, envolvidas tanto na linguagem corporal quanto simbólica. As crianças,

de maneira geral, expressam as emoções mais facilmente pela música do que

pelas palavras. Neste sentido, o estudo da música pode ser uma ferramenta

única para ampliação do desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças,

incluindo aquelas com transtornos ou disfunções do neurodesenvolvimento

como o déficit de atenção e a dislexia.

21

CAPÍTULO III

BENEFÍCIOS DA MUSICOTERAPIA NO PROCESSO DE

ENSINO E APRENDIZAGEM

Bruscia (2013) ao referir-se as práticas didáticas em Musicoterapia,

relata que as experiências musicais são usadas funcionalmente em ambiente

de formação e educativo em auxílio ou enriquecimento do aprendizado não

musical.

A música pode ser usada tanto como música de fundo para acelerar o

aprendizado, para otimizar a formação e treinamento. Na educação especial

pode “ajudar alunos especiais a ganhar conhecimentos e habilidades não

musicais que são essenciais ou que fazem parte da sua educação,

desenvolvimento ou adaptação.”

A Música por ser um estímulo multimodal pode ser um poderoso agente

no sentido de facilitar a aprendizagem de alunos que portem síndromes ou

enfermidades como: síndrome de down, autismo ou crianças com algum tipo

de dano cerebral, dentre outras, por exemplo. Numa pesquisa desenvolvida por

Soria-Urios et al (2011), eles discorrem sobre cinco tipos de modulações, que

são fatores para que a música em processos musicoterapêuticos, seja efetiva

em alunos com déficits cognitivos ou com algumas das patologias citadas

acima:

– Modulação de atenção/Fator de atenção – em casos de elevado

estresse, por exemplo, a música é usada tanto para distrair como para ativar a

atenção

– Modulação emocional/Fator emocional – em áreas corticais e

subcorticais a música é capaz de mudar emoções e provocar respostas

emocionais.

– Modulação cognitiva/Fator cognitivo – Este fator implica a memória

musical (codificação, armazenamento e recuperação).

– Modulação comportamental/Fator comportamental/motor – a música é

capaz de evocar padrões de movimento em pacientes com paralisia cerebral,

por exemplo.

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– Modulação comunicativa/Fator interpessoal – em casos de alterações

de conduta e autismo, por exemplo, pode auxiliar no aprendizado e treinamento

de habilidades de comunicação não verbal.

A este cinco pode ser acrescentada a modulação perceptiva o que pode

ajudar em outros processos como a compreensão da linguagem.

3.1. Música como Recurso Didático

A música é um recurso didático simples, dinâmico, contextualizado, que

se aproxima da realidade da criança e do jovem, ajudando no diálogo entre

professor e aluno e favorecendo a interdisciplinaridade.

O lúdico pode ser utilizado então como promotor da aprendizagem nas

práticas escolares, possibilitando a aproximação dos alunos ao conhecimento

científico. Neste sentido, trabalhar com ludicidade se constitui um importante

recurso para o professor desenvolver a habilidade de resolução de problemas,

a favorecer a apropriação de conceitos e atender aos anseios daqueles que

ainda estão em processo de desenvolvimento.

Mas embora a música tenha suas primícias lúdicas, não deve utilizar

apenas como tal, mas, sim, como um instrumento de disciplina e de combate

às dificuldades de aprendizagem e de memorização de conteúdo ou como um

recurso para atenuar a violência.

Nessa interação entre professores e alunos, a música como mediadora

deve agir com o propósito de intensificar algumas características humanas,

como a sensibilidade auditiva, a imaginação, a criação de músicas e letras, a

comunicação, a interpretação, entre outras, mas a música, em sala de aula,

pode ir além de penas um instrumento; ela é capaz de promover o

desenvolvimento do ser humano, torná-lo capaz de conhecer os elementos de

seu mundo para intervir nele, transformando-o no sentido de ampliar a

comunicação, a colaboração e a liberdade entre os seres.

As atividades musicais realizadas na escola não visam a formação de

músicos, e sim, através da vivência e compreensão da linguagem musical,

propiciar a abertura de canais sensoriais, facilitando a expressão de emoções,

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ampliando a cultura geral e contribuindo para a formação integral do ser. A

esse respeito Bréscia (2003) afirma que:

“[...] a música pode melhorar o desempenho e a concentração,

além de ter um impacto positivo na aprendizagem de matemática,

leitura e outras habilidades linguísticas nas crianças”.

3.2. Pesquisa Qualitativa Realizada na Escola

Serão apresentados e discutidos os principais resultados da pesquisa

realizada. Como cenário da investigação escolheu-se o Colégio Adventista de

Campo Grande, que fica situado na Rua Baicuru, 95, no bairro de Campo

Grande, Rio de Janeiro.

O Colégio Adventista de Campo Grande faz parte de uma rede de

ensino, presente em mais de 150 países, possui cerca de 1,5 milhão de alunos

no mundo, 120 anos de Brasil e atende da Educação Infantil ao ensino

superior. A unidade de Campo Grande existe há 53 anos, onde atende os

segmentos de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. Funciona

em dois turnos, manhã e tarde, possui aproximadamente 1170 alunos.

Deste universo participaram do estudo apenas a turma do 1° ano B com

23 alunos. Auxiliaram na pesquisa ainda professoras de 6 turmas do

fundamental 1, respondendo o questionário de perguntas referente ao assunto.

A pesquisa aconteceu com apoio e conhecimento da equipe de direção

e de todos os envolvidos, que tomaram ciência da participação mediante a

exposição do tema, explicando as razões e importância do estudo para o

campo educacional.

3.3. Etapas da Investigação

A investigação ocorreu nos meses de maio e junho de 2018, sendo

divididas em três etapas:

1º Consistiu em apresentar o questionário, as professoras do

fundamental 1, com perguntas claras e objetivas sobre a música, como recurso

pedagógico no auxílio da aprendizagem.

24

2º Envolveu o envio e resposta do questionário, a devolução dos

mesmos e a tabulação dos resultados obtidos.

3º Observação da turma diante de diferentes situações envolvendo

música ou a falta dela.

3.4. Característica da Turma Observada

A turma do 1º ano B, possui 23 alunos com idades entre 6 e 7 anos, a

maioria das crianças são de famílias estruturadas e com recursos. São 10

meninas e 13 meninos, gostam muito de conversar e brincar, a maioria

respeitam as regras de convivência e estão dispostos a colaborar quando

solicitado. A sala possui um ambiente agradável, com televisão, DVD e

geladeira.

Para a apresentação de novos conteúdos foram realizadas três

experiências; duas que utilizavam a música e uma não, e foi verificado que,

com o auxílio da música o conteúdo era facilmente memorizado e as crianças

interagiam mais, demonstrando maior interesse nas atividades. Era comum vê-

las nos momentos de atividades livres, repetirem as canções em suas

brincadeiras.

3.5. Dados Levantados

Participaram do estudo 6 professoras, com idade entre 25 e 45 anos, e

estão no exercício na área de educação entre 3 e 22 anos. Todas atuam como

professora somente na instituição pesquisada.

TABELA DE RESULTADOS:

QUESTÕES VOTOS

Tem formação no Ensino Médio, Curso Normal

50% sim

Tem formação em Ensino Superior? 100% sim

Já participou de algum curso de capacitação,

para a área de musicalização?

80% não

25

A escola oferece materiais para trabalhar a

música?

100% sim

Você tem hábito de usar a música na sala de

aula?

50% sim

Você considera a música um recurso pedagógico

para auxiliar os professores?

100% sim

Você tem dificuldade para trabalhar a música

com os alunos?

50% não

Na sua opinião, a música contribui para

potencializar o processo de ensino

aprendizagem?

100% sim.

A maioria das professoras pesquisadas não fizeram curso de

aperfeiçoamento na área de musicalização, a metade delas tem o costume de

utilizar a música na sala de aula, enquanto a outra metade possuem dificuldade

para trabalhá-la. Todas acreditam que é uma importante aliada na formação

dos alunos, tanto em rotinas diárias como para fixar conteúdos.

A busca por uma formação continuada contribui para o crescimento

profissional dos professores. Buscando e aprendendo o uso de novas

ferramentas metodológicas, que contribuirão nos processos de ensino e

aprendizagem dos alunos, assim, a música faz parte destas metodologias de

especialização, com o conhecimento adquirido em tais estudos, os professores,

não terão dificuldades em trabalhar a música na sala de aula, potencializando

assim a aprendizagem.

Mediante a análise dos resultados da pesquisa realizada é possível

relacioná-los aos conhecimentos teóricos pesquisados, verificando que o

cérebro responde bem aos estímulos musicais e que o conteúdo é melhor

fixado através da música, é importante discutir a eficácia do uso da música,

como ferramenta pedagógica

Além de auxiliar na transmissão de conhecimentos e fixação de

conteúdos, a música permite levantar ainda discussão sobre questões

ambientais, sociais e culturais, trabalhando a capacidade crítica e reflexiva dos

alunos.

26

CONCLUSÃO

A música em conjunto com a musicoterapia tem comprovado o valor das

experiências musicais no desenvolvimento cerebral e neurológico, e a

pedagogia avança em direção a metas em que o ser humano seja respeitado

como um todo em seus processos educacionais. A pesquisa de forma

interdisciplinar é sem dúvida o caminho para ampliação e testificação de novos

métodos.

Conforme demonstrado nos capítulos deste estudo, há fortes evidências

que corroboram para que a música inserida no contexto educacional consiga

fazer com que o aluno consiga atingir metas mais rapidamente do que sem seu

auxílio. Para isto é preciso que haja também a inserção de musicoterapeutas,

neurocientistas e músicos, trabalhando juntamente com pedagogos em

ambiente educacional e de forma interdisciplinar.

Fica evidente de que a música desperta emoções e sentimentos de

acordo com a capacidade de percepção que cada um possui. A música não é

somente uma associação de sons e palavras, mas sim, um rico instrumento

que pode fazer a diferença na assimilação de conteúdo, pois ela desperta o

indivíduo para um mundo prazeroso e satisfatório para a mente e para o corpo

que facilita a aprendizagem e também a socialização do mesmo. Esta pode ser

uma alternativa metodológica que estimula o conhecimento, além de ser uma

atividade lúdica e de baixo custo que auxilia na melhoria do ensino-

aprendizado.

27

BIBLIOGRAFIA

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São Paulo: Átomo, 2003.

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Difference in Color Naming and Illusion Suscebility", Behavior Science Notes, n.

8: 41-101.

BRUSCIA, K. E. Definindo musicoterapia. 3. ed. Barcelona: Barcelona

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CASCARANI, A. P. Educação, música e desenvolvimento humano. 1. ed. São

Paulo: Casa do Novo Autor Editora, 2008.

GRANJA, C.E.S.C. Musicalizando a escola: música, conhecimento e educação.

São Paulo: Escrituras, 2006.

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Editora Sextante, 2000.

MERRIAM, Allan O. The anthropology of music. U.S.A.: North- west University

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SARAIVA, J.R.; PEREIRA, V.W. Música, linguagem, cognição e ensino:

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2000 The Berlin Phonogramm-Archiv 1900-2000. Collections of Traditional

Music of the World, Berlin, VWB.

Warren, J. (2008). How does the brain process music? Clinical Medicine, 8 (1),

32-36.

28

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A Importância da Música na História da Sociedade 09

1.1 Funções Sociais da Música 10

CAPÍTULO II

O Processamento do Cérebro Através dos Inputs Musicais 16

2.1 Processamento Musical no Cérebro 17

2.2 Neurociência, Neuropsicologia e Música 19

CAPÍTULO III

A Musicoterapia no Processo de Ensino e Aprendizagem 21

3.1 Música Como Recurso didático 22

3.2 Pesquisa Qualitativa Realizada na Escola 23

3.3 Etapas da Investigação 23

3.4 Características da Turma Observada 24

3.5 Dados Levantados 24

29

CONCLUSÃO 26

BIBLIOGRAFIA 27