Doença cardiovascular e o paciente com câncer. Dr. Marcelo Goulart Paiva Hospital 9 de Julho São...
Transcript of Doença cardiovascular e o paciente com câncer. Dr. Marcelo Goulart Paiva Hospital 9 de Julho São...
Doença cardiovascular e o paciente com
câncer.
Dr. Marcelo Goulart PaivaHospital 9 de Julho
São Paulo
Declaro não haver conflito de interesse na apresentação
Objetivos
Doença cardiovascular pré tratamento
Hipertensão pulmonar - TEP Avaliação pré-operatóriaEndocardite Doença pericárdicaCardiotoxicidade
Hipertensão Pulmonar
Cirurgia Oncológica
Cirurgia de urgência (alto risco, >5%).Cirurgia de risco intermediário (<5%) :
cabeça e pescoço, intraperitoneal, torácica, próstata, ortopédica.
Fatores associados: sind. hipercoagulabilidade, anemia, dor, comorbidades, QT e RT (cardiotoxicidade).
Prognóstico e tempo.
Preoperative Risk Stratification Using Gated Myocardial Perfusion Studies in
Patients with CancerKiran Chang1, Mona Sarkiss2, Kyoung Sook Won1,3, Joseph Swafford4, Lyle Broemeling5, and Isis Gayed1
394 pctes193 alteração MN (HPP, DLP, RM)32% mudaram planejamento
terapêutico9 MACE todos no grupo MN (+)
J Nucl Med 2007; 48:344–348
ENDOCARDITE
ETT sens. 60 a 70% (50% em UTI)esp. 98%
ETEsens. 75 a 95%esp. 98%
Janela ecocardiográfica limitadaPrótese valvarEI préviaBacteremia por Stafilo ou agente causador de bacteremiaForte suspeita de EISuspeita de abscesso (bloqueio)
Endocardite vs Bacteremia por S.Aureus
0
5
10
15
20
25
% IE
DUKE TTE TEE
RID,'87
Arch Intern Med, '87
JACC, 97
Ecocardiograma
Tamponamento
Sensibilidade: 97%Sensibilidade: 97%Especificidade: 40%Especificidade: 40%
Sensibilidade: 60-90%Sensibilidade: 60-90%Especificidade: 85-100%Especificidade: 85-100%
Tamponamento
IC: Classificação
Estágio da IC DescriçãoFatores
etiológicos (exemplos)
A(Paciente de alto risco)
Pacientes com alto risco de desenvolver IC pela presença de condições clínicas associadas ao desenvolvimento dessa enfermidade. Tais pacientes não apresentam nenhuma alteração funcional ou estrutural do pericárdio, miocárdio ou de valvas cardíacas e nunca apresentaram sinais ou sintomas de IC.
Hipertensão sistêmica, coronariopatia, diabete melito, histórico de toxicidade, tratamento por droga ou abuso de álcool, histórico pessoal de febre reumática, histórico familiar de cardiomiopatia.
B(Disfunção ventricular assintomática)
Pacientes que desenvolveram cardiopatia estrutural sabidamente associada a IC, mas que nunca exibiram sinais ou sintomas de insuficiência cardíaca.
Hipertrofia ventricular esquerda ou fibrose, dilatação ventricular esquerda ou hipocontratilidade, valvulopatia ou IAM.
C(IC sintomática)
Pacientes com sintomas prévios ou presentes de IC associados com cardiopatia estrutural adjacente
Dispnéia ou fadiga por disfunção ventricular esquerda sistólica, pacientes assintomáticos sob tratamento para prevenção de IC.
D(IC refratária)
Pacientes com coronariopatia estrutural e sintomas acentuados de IC em repouso, apesar de terapia clínica máxima, e que requerem intervenções especializadas.
Pacientes nas seguintes situações: hospitalizados por IC ou que não podem receber alta, hospitalizados esperando transplante, em casa sob tratamento de suporte IV ou sob circulação assistida, em unidade especial para manejo da IC.
FisiopatologiaFisiopatologia
Mann et al. Circulation 1999; 100: 999
Quadro Clínico
AGUDA SUBAGUDA TARDIA
Período Horas após QT.Após a última QT, até 30 meses.
Após 5 anos do final da QT.
Quadro Clínico
Oligossitomática, miopericardite, ICC, arritmia
ICCICC, arritmia, morte súbita.
BX endomiocárdica
Destruição de miócitos, infiltração linfócito, granulócito e histiócito
Lesão de miofibrilas, vacuolização do SRE.
Fibrose e hipertrofia dos miócitos.
Tratamento e
Prognóstico
Assintomático, geralmente não precisa, recuperação espontânea.
Boa resposta ao TTO convencional.
Refratário ao TTO convencional, BB, IECA
Fatores de Risco
Extremos das idades.
Radioterapia mediastinal.
Dose total acumulada de antraciclina.
Associação com outros quimioterápicos
Co-morbidades.
Hipertermia.
Cardiomiopatia por Antraciclina
ICC x dose ICC x tempo
Kremer et al., J Clin Oncol 2001
Disfunção Ventricular Disfunção Ventricular AssintomáticaAssintomática
Wang et al. Circulation 2003; 108:997
Sobrevida, de acordo com Causa Subjacente de
Cardiomiopatia
Felker GM, et al. N Engl J Med 2000;342:1077
1,00
0,75
0,50
0,25
0,000 5 10 15
Anos
Periparto
Idiopática
Devida a isquemia miocárdica
Devida a infecção por HIV
Devida a doença infiltrativa do miocárdio
1%
Pro
po
rção
de
So
bre
vid
a
Devida a terapia com doxorrubicina
Pinder MC, et al. J Clin Oncol 2007;25:3808
Sobrevida Livre de ICC, de acordo com o Tipo de
Quimioterapia
Sem quimioterapia adjuvante
Adjuvância com antraciclina
Adjuvância com outro quimioterápico
Tempo em meses
Pro
po
rção
livr
e d
e IC
C
1,0
0,8
0,6
0
0,4
0,2
24 144120967248
Teoria dos Múltiplos Golpes
QT RT
Sepsis
Drogas
FR DAC
Neo mama
RadioterapiaRadioterapia
1960 – cirurgia conservadora + RT1990 – Early Breast Cancer Trialist
Collaborative Group1993 – SEER (Surveillance
Epidemiology and End Results1998 - 2001 Marks et al
1-5% VE = 25% alteração MN>5% VE = 55% alteração MN
Prosnitz et al. JCO 2005
Trastuzumab
a a Queda LVEF basal 20% , menor a 45%, ou ICC
Trastuzumab
Trastuzumab+AC
ACTrastuzumab
+PP
Cardiotoxicidade
3% to 7%
27% 8% 13% 1%
Class III-IV2% to
4%16% 4% 2% 1%
ICC: Tratamento
Estágio A:alto risco, sem sintomas
Estágio B:doença cardíaca estrutural, sem sintomas
Estágio C:doença cardíaca estrutural, sintomas anteriores ou atuais
Estágio D:sintomas refratários, requerendo intervenção especial
Cuidados terminais
Dispositivo de assistência ventricular, transplante
Inotrópicos
Antagonistas de aldosterona, nesiritida
Considerar equipe multidisciplinar
Revascularização, cirurgia de válvula mitral
Ressincronização cardíaca, se bloqueio de ramo presente
Restrição dietética de sódio, diuréticos e digoxina
Inibidores da ECA e beta-bloqueadores em todos os pacientesInibidores da ECA e bloqueadores de receptor de angiotensina em todos os pacientes, beta-bloqueadores em
pacientes selecionadosTratar hipertensão, diabetes, dislipidemia; Inibidores da ECA e bloqueadores de receptor de angiotensina em alguns pacientes
Redução de fatores de risco, educação do paciente e familiares
Braunwald's Heart Disease: A Textbook of Cardiovascular Medicine, 8th ed.
Neoplasia de Mama
Hanrahan EO et al. J Clin Oncol 2007. 25: 4958
Feldman AM. Et al Circulation 2000; 102: 272-274
Câncer Pediátrico
Oeffinger K et al. N Engl J Med 2006;355:1572-1582
Diagnóstico
ECG.
Troponina.
Medicina nuclear.
Ecocardiograma.
Bx. Endomiocárdica.
RNM
Troponina T
0
9
22,7
0
5
10
15
20
25
pre < 160mg/m2 > 160mg/m2 A B
46,2
87,5
0102030405060708090
100
p=0,06
TROPONINA T
Paiva MG, et al. ASE, Baltimore, 2006
Niveles de cTnT
Pac
ien
tes
(%)
Lipshultz SE., N Engl J Med 2004; 351:145
***p<0,001
******
***
50%
32%37%
21%
10% 12%
0
10
20
30
40
50
60
Qualquer elevação(>0,01 ng/mL)
Qualquer elevaçãoextrema (>0,025
ng/mL)
Várias elevações
Grupo controle (n=76)
Grupo dexrazoxano (n=82)
Pacientes com LLA:Monitorização da troponina T cardíaca
(cTnT)
BNP
Cardiotoxicidade da antraciclina
Fra
ção
de
eje
ção
ven
tric
ula
r es
qu
erd
a %
60
55
50
45
00 100 200 300 400 500
Dose cumulativa de doxorrubicina mg/m2
BN
P p
lasm
átic
o p
mo
l/L
Dose cumulativa de doxorrubicina mg/m2
12
10
8
6
4
2
0 100 200 300 400 500
Nousiainer et al. Eur J. Haematol; 62: 135-141; 1999l
Ecocardiograma: Função Sistólica
Fração de Encurtamento37,7 36,9
31,437,6
34,4
27
20
25
30
35
40
PRÉ QT 160 >160
p= 0,4
P<0,01
Fração de Encurtamento com DSE
p<0,01
40,8
30,3
48,445,2
46
36,1
20
25
30
35
40
45
50
PRÉ QT 160 >160
AB
P< 0,01
Paiva MG, et al. ASE, Baltimore, 2006
Journal of Clinical Oncology, Vol 26, No 8 (March 10), 2008: pp 1201-1203
Left Ventricular Ejection Fraction and Cardiotoxicity: Is Our Ear Really to the
Ground?Michael S. Ewer, Daniel J. Lenihan
Department of Cardiology, The University of Texas M.D. Anderson Cancer Center, Houston, TX
Definição de cardiotoxicidade contratilidade reserva contrátil disfunção precoce e tardia
Mecanismo de cardiotoxicidade Biomarcadores (BNP e troponina)
Biópsia Endomiocárdica
0 Normal
15% de cel. com perda de miofibrilas e/ou distensão do ret.sarcoplasmático.
1,55 a 15% de cel. com perda de miofibrilas e/ou vacuolização do ret.sarcoplasmático.
2
16 a 25% de cel. com perda de miofibrilas e/ou vacuolização do ret.sarcoplasmático. (< 10% risco de ICC com mais 100 mg/m2 de doxo.)
2,5
26 a 35% de cel com perda de miofibrilas e/ou vacuolização do ret.sarcoplasmático. (10 a 25% risco de ICC com mais 100 mg/m2 de doxo.)
3
> 35% de cel. com perda de organelas e miofibrilas degeneração nuclear. (> 25% risco de ICC com qualquer dose de doxo.)
JACC 2000
FU 3,5 anosMSMorte CVEAPICC↓ FE > 25%
Arritmia
MP definitivo 1
37
84
-/ - +/ - +/ +
Cardinale D, et al. Circulation 2006;114:2474 Antes da QT de altas doses
Fra
ção
de
Eje
ção
do
Ven
tríc
ulo
Es
qu
erd
o %
Controles Inibidor da EnzimaConversora de Angiotensina
R R80
60
40
20
3 m1 m 6 m 12 m 1 m 3 m 6 m 12 m
PE FE
60,00
65,00
70,00
75,00
80,00
85,00
FE basal FE dob.
Grupo III Grupo II Controle
p = 0,048 p = 0,026GI vs. GII (p = 0,051)
GII vs. GIII (p = 0,066)
ICC vs Câncer: o que vc prefere?
ICC(60)
ICC III/IV(17)
Câncer(30)
p
Sintomas 9,1 13,2 8,6 0,03
Depressão 3,9 6,7 3,2 0,001
Conforto espiritual
35,9 29 38,9 <0,01
Bekelman Det al Quality of Care and Outcomes Research in Cardiovascular Disease and Stroke Conference 2008; May 2, 2008; Baltimore, MD