dossier especial CONOMIA S · 2016-12-19 · dossier especial CONOMIA S Associadas da AISC...

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dossier especial CONOMIA S Associadas da AISC movimentam mais de 55 milhões de euros por ano As vinte e quatro associações locais filiadas na AISC dão emprego a cerca de 2200 pessoas e prestam apoio a mais de 11 mil utentes. Só nas direcções destas 24 instituições trabalham em regime de volun- tariado mais de 140 pessoas. Anualmente, estas 24 casas movimen- tam um total de cerca de 55 milhões de euros, decisivos para a economia local no plano do emprego e dos consumos que fazem junto do comércio e das empresas locais. No concelho de Vila Franca de Xira Instituições empregam mais de 2500 e apoiam mais de 12 mil utentes O sector da economia social é particularmente importante na nossa região e, muitas vezes, a sua importância não é totalmente conhecida e reconhecida. Só no concelho de Vila Franca de Xira há 35 instituições/associações de cariz social registadas, que empregam mais de 2500 pessoas e apoiam mais de 12 mil utentes. Nos concelhos vizinhos este sector também tem bastante di- namismo. Mas há áreas em que se nota, ainda, alguma falta de resposta, como o apoio/acolhimento à terceira idade e o apoio à deficiência. II Jorge Talixa O concelho de Vila Franca de Xira destaca-se no panorama nacional pelo número. pelo dinamismo e pela qualidade das suas instituições sociais. São 35 instituições/associ- ações registadas na Segurança So- cial com sede na área do concelho, abrangendo as diversas áreas de apoio à infância, à juventude, à ter- ceira-idade e à deficiência. Mas esta realidade é, por vezes, pouco con- hecida. A Vida Ribatejana publica, com esta edição de Dezembro. um dossier dedicado à Economia Social tema que prometemos desen- volver em próximas edições da Vida Ribatejana e do Voz Ribatejana. Para já abordamos alguns dados sobre .a importância do sector e destacamos três das mais dinâmicas instituições do concelho, o Centro Social para o Desenvolvimento So- cial do Sobralinho, a Fundação C ri31 e a Associação de Reforma- dos e Idosos da Póvoa de Santa Iria. Como estas coisas não se fazem e não se constroem sem o apoio da comunidade, realçamos também a politica de responsabilidade e os ex- emplos de apoio de duas grandes empresas locais: a Sociedade Cen- tral de Cervejas c Bebidas e a Ogma-lndústria Aeronáutica de Portugal. Vinte e quatro das 35 instituições registadas no concelho (algumas destas poderão estar, nesta altura, inactivas ou quase inactivas) estão filiadas na Associação de Inter- venção Social e Comunitária (AISC), que promove a reflexão sobre estas temáticas, desenvolve algumas acções conjuntas e repre- senta as s,l1ds filiadas no diálogo com entidades públicas. Manuel Martins, presidente da di- recção da AIS( e da direcção da ABEI (Associação de Bem-Estar Infantil de Vila Franca de Xira), ob- serva, em declarações à Vida Rib- atejana, que o concelho de Vila Franca está, em termos gerais. acima da média nacional no que diz respeito aos rácios de sei viços soci- ais existentes. "Fstamos acima da média nacional em quase todas as áreas, In.. , . isso pode ser penalizador para o concelho, designadamente quando abrirem candidaturas para a construção de lares de idosos. Em termos práticos. como temos uma população cada vez mais envelhe- cida, há falta de respostas em lar, mas quando olhamos para a média nacional Vila Franca é visto como um concelho que está acima da média", sublinha Manuel Martins, temendo que os critérios que ven- ham a ser definidos para essas can- didaturas venham a dificultar a aprovação de novos lares para o concelho. "Nas creches e no pré-es- colar. a dimensão que temos a nivel concelhio é suficiente, não haverá necessidade de criar mais equipa- mentos nestas áreas", acrescenta o presidente da AISC, notando que a quebra de natalidade tem feito com que o número de crianças inscritas neste conjunto de instituições esteja a diminuir, inclusivamente rias freguesias do concelho, que têm unia população em média mais jovem, Por isso, as instituições criadas, muitas delas. na fase pós-25 de Abril de 1974 para responder às ne- cessidades das famílias de colo- carem as suas crianças têm, obrigatoriamente, que tentar tomar medidas para se adaptarem a esta nova realidade. Por um lado terão que diversificar serviços c, por outro. coloca-se a questão da con- corrência com a rede pública de pré- escolar. Manuel Martins acha que esta adaptação passa por criar novas respostas para apoio à terceira- idade, mas também à deficiência e às crianças em risco e na área dos cuidados continuados e da saúde. "As instituições vão ter que criar outras respostas e adaptar os seus equipamentos, onde isso for pos- sível, a essas respostas. Actual- mente as instituições vão fazendo face ao seu dia-a-dia, mas se não começarem rapidamente a procurar meios alternativos de financiamento podem acabar por ter um colapso". alerta o presidente da AISC. Muitas destas instituições cresce- ram em torno do apoio à infância e foram beneficiadas pelo alarga- mento do ensino pré-escolar. Mas, agora, defrontam-se com a redução do número de crianças e, ao mesmo tempo, com a maior concorrência dos jardins-de-infância da rede pública (com frequência gratuita e onde algumas associações de pais se organizam para assegurar horários mais alargados). "Não é uma concorrência desleal, mas é re- tirar importância às instituições que tinham essas crianças. Estamos confrontados com urna concorrên- cia que é leal, mas os pais organi- zam-se não tendo as mesmas condições que nós temos", sustenta, frisando que é importante que a Se- gurança Social também olhe para esta realidade e aprove acordos que permitam a estas instituições alargarem a sua actividade a outras áreas que garantam a sua sus- tentabil idade.

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dossier especial

CONOMIA S

Associadas da AISC movimentam mais de 55 milhões de euros por ano As vinte e quatro associações locais filiadas na AISC dão emprego a cerca de 2200 pessoas e prestam apoio a mais de 11 mil utentes. Só nas direcções destas 24 instituições trabalham em regime de volun-tariado mais de 140 pessoas. Anualmente, estas 24 casas movimen-tam um total de cerca de 55 milhões de euros, decisivos para a economia local no plano do emprego e dos consumos que fazem junto do comércio e das empresas locais.

No concelho de Vila Franca de Xira

Instituições empregam mais de 2500

e apoiam mais de 12 mil utentes O sector da economia social é particularmente importante na nossa região e, muitas vezes, a sua

importância não é totalmente conhecida e reconhecida. Só no concelho de Vila Franca de Xira há

35 instituições/associações de cariz social registadas, que empregam mais de 2500 pessoas e

apoiam mais de 12 mil utentes. Nos concelhos vizinhos este sector também tem bastante di-

namismo. Mas há áreas em que se nota, ainda, alguma falta de resposta, como o apoio/acolhimento

à terceira idade e o apoio à deficiência.

II Jorge Talixa

O concelho de Vila Franca de Xira destaca-se no panorama nacional

pelo número. pelo dinamismo e pela qualidade das suas instituições sociais. São 35 instituições/associ-

ações registadas na Segurança So-cial com sede na área do concelho,

abrangendo as diversas áreas de apoio à infância, à juventude, à ter-

ceira-idade e à deficiência. Mas esta

realidade é, por vezes, pouco con-hecida. A Vida Ribatejana publica, com esta edição de Dezembro. um dossier dedicado à Economia Social

tema que prometemos desen-volver em próximas edições da Vida Ribatejana e do Voz Ribatejana.

Para já abordamos alguns dados sobre .a importância do sector e

destacamos três das mais dinâmicas instituições do concelho, o Centro Social para o Desenvolvimento So-

cial do Sobralinho, a Fundação C ri31 e a Associação de Reforma-dos e Idosos da Póvoa de Santa Iria. Como estas coisas não se fazem e não se constroem sem o apoio da

comunidade, realçamos também a

politica de responsabilidade e os ex-emplos de apoio de duas grandes

empresas locais: a Sociedade Cen-tral de Cervejas c Bebidas e a

Ogma-lndústria Aeronáutica de Portugal. Vinte e quatro das 35 instituições

registadas no concelho (algumas destas poderão estar, nesta altura,

inactivas ou quase inactivas) estão

filiadas na Associação de Inter-venção Social e Comunitária (AISC), que promove a reflexão

sobre estas temáticas, desenvolve algumas acções conjuntas e repre-

senta as s,l1ds filiadas no diálogo com entidades públicas. Manuel Martins, presidente da di-recção da AIS( e da direcção da

ABEI (Associação de Bem-Estar Infantil de Vila Franca de Xira), ob-serva, em declarações à Vida Rib-atejana, que o concelho de Vila

Franca está, em termos gerais. acima da média nacional no que diz respeito aos rácios de sei viços soci-ais existentes. "Fstamos acima da média nacional em quase todas as

áreas, In..,. isso pode ser penalizador

para o concelho, designadamente

quando abrirem candidaturas para a construção de lares de idosos. Em termos práticos. como temos uma

população cada vez mais envelhe-cida, há falta de respostas em lar,

mas quando olhamos para a média nacional Vila Franca é visto como

um concelho que está acima da

média", sublinha Manuel Martins, temendo que os critérios que ven-

ham a ser definidos para essas can-

didaturas venham a dificultar a aprovação de novos lares para o concelho. "Nas creches e no pré-es-

colar. a dimensão que temos a nivel concelhio é suficiente, não haverá necessidade de criar mais equipa-

mentos nestas áreas", acrescenta o presidente da AISC, notando que a quebra de natalidade tem feito com que o número de crianças inscritas neste conjunto de instituições esteja

a diminuir, inclusivamente rias

freguesias do concelho, que têm unia população em média mais jovem, Por isso, as instituições criadas,

muitas delas. na fase pós-25 de Abril de 1974 para responder às ne-cessidades das famílias de colo-carem as suas crianças têm, obrigatoriamente, que tentar tomar

medidas para se adaptarem a esta nova realidade. Por um lado terão

que diversificar serviços c, por outro. coloca-se a questão da con-corrência com a rede pública de pré-escolar. Manuel Martins acha que

esta adaptação passa por criar novas respostas para apoio à terceira-idade, mas também à deficiência e às crianças em risco e na área dos cuidados continuados e da saúde.

"As instituições vão ter que criar

outras respostas e adaptar os seus equipamentos, onde isso for pos-

sível, a essas respostas. Actual-mente as instituições vão fazendo face ao seu dia-a-dia, mas se não começarem rapidamente a procurar

meios alternativos de financiamento podem acabar por ter um colapso". alerta o presidente da AISC. Muitas destas instituições cresce-ram em torno do apoio à infância e foram beneficiadas pelo alarga-

mento do ensino pré-escolar. Mas, agora, defrontam-se com a redução do número de crianças e, ao mesmo tempo, com a maior concorrência

dos jardins-de-infância da rede pública (com frequência gratuita e onde algumas associações de pais se organizam para assegurar

horários mais alargados). "Não é uma concorrência desleal, mas é re-tirar importância às instituições que

tinham essas crianças. Estamos confrontados com urna concorrên-cia que é leal, mas os pais organi-

zam-se não tendo as mesmas condições que nós temos", sustenta, frisando que é importante que a Se-

gurança Social também olhe para esta realidade e aprove acordos que permitam a estas instituições alargarem a sua actividade a outras

áreas que garantam a sua sus-tentabil idade.

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•fieepege~liI

Luis Coelho, presidente do Centro Social do Sobralin

"Procuramos respon er aos problemas de pobrez e exclusão" O Centro Social para o Desenvolvimento do Sobralinho (CSPDS) tem-se revelado, nos últimos anos, uma das instituições mais dinâmicas do concelho de Vila Franca, alargando e diversificando actividades. Com mais de 400 utentes, cerca de 150 funcionários e colaboradores e mais de 200 praticantes de várias modalidades desportivas, o CSPDS tem novos projectos em curso. Criou, re-centemente, a Sol School, pretende abrir um centro de dia para idosos já em Abril, está envolvido no programa de Desenvolvimento Local de Base Comunitária e já pensa na possível construção de uma unidade de cuidados continuidados. Em entrevista à Vida Ribatejana, Luís Coelho, presi-dente da instituição do Sobralinho, aborda estes e outros temas.

ã Jorge Talixa

Vida Ribatejana - A real idade demográ-fica e social do país e do concelho mudou bastante na última década. Que reflexo é que isso tem tido na actividade do CSPDS e que medidas tem tomado a dilecção para procurar adaptar o fun-cionamento e os serviços da instituição às novas realidades e às novas necessi-dades? Luís Coelho - é verdade, mudou muito. Ma'. aqui, em relação ao CSPDS, deve-mos analisar separadamente estas duas realidades. Quanto à questão demográ-fica, e relativamente às nossas principais áreas de atuação/intervenção não senti-mos essa pressão. Temos conseguido manter o número de utentes em todas as valências, com uni ligeiro decréscimo no pré-escolar, mas nas restantes a procura tem sido muito satisfatória. ao ponto de termos lista de espera no berçário, o que é muito bom, pois per-mite-nos ter alguma esperança para o futuro. O CSPDS tem conseQuido manter uma política de gestão que lhe permite por um lado, manter baixos, os custos reais de cada valência, e ao mesmo tempo cativar públicos de outras áreas grxagrá-ficas. e com alguma capacidade finan-ceira, que não apenas do Sobralinho,

tanto nas áreas de relacionadas com a in-fância/juventude, como no serviço de apoio domiciliário. E isto é fruto do em-penho que temos mantido na preser-vação da qualidade das nossas instalações e da qualidade do serviço prestado em todas as áreas em que in-tervimos. O problema tem sido outro, a realidade socioeconomica alterou-se drastica-mente, e nota-se efetivamente a falta de recursos económicos das .famí I ias, prin-cipalmente das famílias do Sobralinho. O desemprego e os baixos salários, têm provocado uma descida da compartici-pação familiar nas respetivas valências, o que significa uma descida da nossa re-ceita. Aliás, olhando para os indicadores da pobreza infantil, verificamos que mais de 50% dos nossos utentes nesta faixa etária têm um rendimento per capita in-ferior a 90 euros mensais. Se pensarmos que deste montante terão que suportar custos básicos, com a renda de habitação, alimentação, água, energia, vestuário, etc, facilmente concluímos que é manifestamente impossível que essas filmílias consigam viver condig-namente. Vão sobrevivendo. O supri-mento destas dificuldades, exige de todos nós um comprometimento adi-

cional.

O CSPDS trabalha essencialmente para a freguesia do Sobralinho ou o seu raio e intervenção vai bastante mais longe? Como é que têm evoluído os números de utentes (diferentes áreas) e de fun-cionários? Os nossos utentes são maioritariamente dto Sobralinho, mas temos merecido a confiança de muitos utentes prove-nientes de. outrasáreas, quer de A I verca, A lhandra, que estão mais próximas, mas também de localidades como a Póvoa, Forte da Casa, Castanheira e Vialonga, mas também dc concelhos vizinhos como Arruda e de Benavente (Porto Alto). Mantemos as áreas/valências de: Creche; Pré-Escolar; ATL; - Clubes Jovens e Apoio Domiciliário. Nestas valências não temos tido alterações sig-nificativas. Mantemos ainda as valên-cias de Cantina Social e Apoio Alimentar, e temos em fase final dc li-cenciamento o Centro de Dia, que pre-

vemos abrir até Abril de 2017. Por outro lado, como associação de "bailio" que somos, na área Cultural e Desportiva, dispomos de um edifício com pequeno auditório, bar e sala de convívio, onde promovemos espetácu-

los de teatro, música, exposições, e man-temos várias atividades para os mais novos e para adultos, nomeadamente: Danças dc Salão; Ginástica; Yoga; Zumba; Karaté; Ballet-Dança Jazi; De-fesa Pessoal e Acro-Canibal, e cm in-stalações contratadas temos, ainda, Natação e E libai, sendo que ao todo temos Certa de 200 praticantes.

Nota-sena gestão do CSPDS uma pre-ocupação na diversificação de atividades e respostas. Para além da infància, a in-stituição atua nas áreas da juventude, da temei ra idade, do combate à pobreza, do ensino, do desporto, etc. Como e por que é que o CSPDS tem optado por esta di-versidade de serviços? Os estatutos do CSPDS definem como objetivos principais o apoio à infáncia e juventude; o apoio à família e comu-nidade; o apoio às pessoas idosas, assim como o Desenvolvimento Social e Co-munitário, e como tal fica muito pouco Para do nosso ámbito de intervenção, com uma preocupação crescente na

procura permanente& respostas para os problemas da pobreza e dc exclusão so-cial. Fazemo-lo porque a comunidade neces-sita e o CSPDS está aqui para isso. E também, porque tem sido na diversi-

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dade, sem nos dispersarmos e sem com-

prometermos aquilo que somos, que temos encontrado as fontes de financia-mento alternativas, que nos têm garan-

tido a sustentabilidade financeira da

instituição. E fazemo-lo com muito trabalho e ded-

icação dos nossos colaboradores. que fazem muito e bem dentro daquelas que são as suas competências especificas e

colaboram muito para além das suas competências funcionais puras. Por

outro, na procura fontes de financia-

mento alternativas. que vão para além das funções tradicionais das 1PSS. C on-

siderando que, a Câmara Municipal, e

bem, tem recorrido às I PSS do concelho para satisfazer algumas necessidades do concelho, mantemos protocolos para: a) C onfeção e fornecimento de cerca

12(X) refeições diárias para consumo in-

terno e para as escolas dos agrupamen-tos escolares do 1" (ido de Alhandra e

Alverea; b)Qiganização e gestão das A E. C (ativi-

dades extra curriculares) dos agrupa-

Mentos escolares dc Alhandra e

Alverca,que envolvem cerca de 800 cri-anças e 40 professores contratados para

oefeite; Transporte Escolar para crianças e jovens cujo acaso a transporte público

é extremamente dificil ou inexistente. Atividades de animação e de apoio á fa I ( AA ) no ámbito da educação pré-escolar e em :articulação com o Agrupamento em Alverca. Projeto "Férias Desportivas" para cri-anças e jovens, que visa a dinamização

desportiva na freguesia do Sobralinho nas férias escolares de verão proporcio-nando-lhes urna prática desportiva:orga-nizada e de qualidade. Mantemos ainda

os nossos programas de férias escolares,

e o programa de férias de verão "Praia-Campo", que são atividades abertas a

toda a comunidade, e para. muitas cri-anças. é ia única forma de terem terias, principalmente no verão

A comunidade local/famílias de utentes

é chamada a participar e participa regu-larmente? A comunidade e as támí lias dos utentes participam, sempre que são chamadas a participar, mas gostariamos que partici-

passem muito mais. É extremamente importante que a vida associativa cresça,

e aqui e fundamental a participação vol-

untária e interessada dos associados. Apesar de compreendemios as suas lim-

itações familiares, profissionais e outras, é um facto que os nossos associados

participam muito pouco, principalmente

na apresentação e desenvolvimento de propostas. Temos feito alguma coisa,

Mas não é o suficiente.

Como é que o CSPDS vê a relação com o Município de Vila Franca e o facto de, nalgumas áreas, a rede pública de pré-escolar finiciónar em concorrência di-reta com as IPSS? Esta é urna matéria muito sensível, e que

mereceu unia análise profunda e cuidada, mas não deixarei de responder

questão e manifestar as nossas preocu-

pações. Devo salientar em primeiro

lugar que o C SPDS não é contra a es-cola pública, e SIs pessoas que o repre-

sentam bem como a generalidade dos-seus associados são também a favor do mesmo principio. Contudo, é essencial considerarmos al-

gumas variáveis na avaliação desta questão, c aqui vou reservar-me apenas ao Sobra linho, apenas por não conhecer

cm profundidade o resto do concelho, mas poderá extrapolar-se para o isto do Município: a) existe carência de lugares de pré-es-colar no Sobralinho? A oferta existente é inadequada ou não consegue respon-der à procura? A oferta, apesar de pri-vada (IPSS) pratica preços

incomportáveis para o público que dela necessita? A concorrência é má para ao desenvolvimento da oferta existente:' E a resposta a todas estas questões é não. No Sobra lin lio, neste momento: a) a oferta é superior à procura:a oferta é ad-equada e satisfaz grandemente os seus

utentes; os preços por nós praticados são equilibrados, respeitadores da lei pois

sendo a valência subsidiada pela Segu-rança Social não podemos praticar preços desconforme a legislação cm

vigor, e nessa medida são perfeitamente adequados aos orçamentos. familiares

das nossas famílias; E a concorrência,

sempre que leal e justa. é sempre bené-fica para todos os envolvidos. Porém,

não podemos esquecer que este tipo de instituições, que nasceram da vontade.

dos cidadãos para servir os seus pares

sob os princípios da igualdade. da tratei.-idade e da solidariedade. em momentos

nos quais o Estado não conseguiu ou se demitiu de dar resposta ás suas necessi-

dades. Estas instituições criaram infiaestruturas com base em apoios financeiros que têm

que continuar a suportar criaram em-pregos socialmente estáveis e respon-sáveis que querem preservar, logo será

fácil de entender que a que abertura de equipamentos públicos para satisfazer

necessidades já garantidas junto das IPSS. irá necessariamente colocarem

causa a sustentabilidade financeira da

valência e da própria instituição. Refira-se que, em termos médios, por

cada 2 salas públicas de pré-escolar que

sejam abertas, a IPSS ficará com ex-cesso de mão-de-obra de cerca de 5.4

postos de trabalho (2 educadoras, 3 aux-

iliares acção educativa, e 0,4 auxiliares de serviços gerais) que correspondem a

cerca de 4.900 euros mensais (68.600€

anuais). Este valor é completamente in-comportável para qualquer instituição

sem que obtenha a receita correspon-dente, logo o recurso mais utilizado será

o despedimentre caso não seja possível

encontrar UM função alternativa. Relativamente ao Sobralinho, c até

hoje, o Município sempre foi sensível aos nossos argumentos, e entendeu per-feitamente que caso isto tivesse aconte-

cido, o CSPDS não estaria cm condições de prestar o apoio à popu-lação que presta. c o prejuizo social da medida seria muito superior ao benefi-

cio que apenas ,Ilguw, iriam beneficiar Pelo que, acreditamos que o Município continuará atento às nossas preocu-pações no momento de decidir sobre

este assunto.

O CSPDS tem outros projectos na "manga" que queira revelar? Não diria na "manga", pois não somos

propriamente atores de ilusionismo,

apesar de muitas vezes conseguirmos

desenvolver atividades mágicas no que

toca à capacidade de resolver algumas situações mais delicadas de apoio à co-

munidade. Mas o CSPDS tem sempre projetos em "carteira" prontos para ar-

rancar, e alguns na "gaveta" há demasi-

ado tempo, para os quais as autoridades municipais e do Governo deveriam

prestar alguma atenção especial. Neste caso refiro-me especialmente ao ERPI (Lar). Este projeto, que prevê a existên-

cia de um lar com 60 camas e um centro de dia para 40 utentes, está na gaveta há

uma dezena de anos. Já este ano solic-itámos ao projetista uma alteração ao estudo prévio, que previsse a possibili-

dade de alteração total ou parcial do

mesmo para reconversão em Unidade de Cuidados Continuados (UCC), unia

vez que esta também constitui uma enorme carência em toda a zona da

grande Lisboa, e porque entendemos

que está na hora do Sobra linho merecer um investimento desta envergadura,

pois até aqui tem sido a iffulação a su- portar maioritariamente a construção:reconversão das suas in-fraestruturdS de apoio social. É verdade que atravessamos uns período eco-

nomicamente di1kil, mas entendemos

que estão reunidas todas as condições para que se aposte na prossecução deste projeto. Quanto aos projetos em

"carteira" temos: a) Em fase dc estudo,

a implementação de um Centro de Ju-ventude, no edifício da antiga escola n° 1 do Sobralinho, cedida ao CSPDS pela

( amara Municipal, do qual daremos

notícias em breve. b) Temos em análise o estabelecimento de uma parceria com a ARSLVT para implementação de: gabinete médico

para suprira falta de médicos de família. Nó Sobralinho, cerca de 1500 pessoas

não têm médico de família. Destes 419 são cria nças e jovens com menos de 18 anos e cem de 150 são peSSoas com mais de 65 anos de idade.

Economia Social responsável por 5, 5 por cento do emprego nacional A importància econômica e social das perto de 30 instituições com actividade no concelho dé Vila Franca de Xira nem sempre é suficien-temente conhecida. Luís Coelho realça isso mesmo e considera que há muito para fazer, também ao nível da comunicação social, para di-vulgar este sector da economia local/regional/nacional. O presidente do. CSPDS sublinha que o concelho de Vila Franca de Xira tem cerca de 25 instituições particulares de solidariedade social. "Cada uma delas, na grande maioria, emprega mais de 70 pessoas, tem orçamen-tos anuais acima de 1,5 milhões de euros e que presta serviços a mil-hares de utentes", destaca o dirigente associativo. "Se confrontarmos com os dados estatísticos nacionais (2012) que indicam que a Economia Social é responsável pela manutenção de 5,5% do emprego nacional, e que este é superior ao de setores como a Saúde (4,9%), Atividade Financeira e Seguros (2,2%) e muito acima do setor das Telecomunicações (0,4%), considero que há muito para dizer sobre este setor da economia social", acrescenta.

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Intervenção social é prioridade da instituição de Alverca

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Apoio alimentar da CEBI beneficiou

885 pessoas em 2015 Natal é sinónimo de solidariedade, mas também de consumo e de partilha com os mais próximos.

Para muitos vila-franquenses a quadra de Natal é, no entanto, uma época como todas as outras,

marcada por dificuldades, pelo contar constante dos últimos tostões, pela luta pela sobrevivência. Semanalmente, são cerca de 200 famílias que recorrem à ajuda alimentar da Cáritas Paroquial de

Vila Franca de Xira. Um apoio muitas vezes fundamental para o sustento de perto de 600 pessoas

O Departamento de Intervenção So-cial e Comunitária (DISC.) da 1-un-dação C E' BI desenvolve a sua praxis em torno de dois eixos fim- damenta a intervenção dirigida para os clientes e colaboradores da fundação e para a comunidade en-volvente. no sentido da contenção de situações de risco ou crise psi-cológica e social. A sua ação é di-versificada, complementar e sistémica e procura responder às di-versas solicitações. no maior re-speito pelas crianças, indivíduos e famílias que serve, no sentido da sua autonomia e bem-estar. No que respeita ao primeiro eixo referido destaque-se a ação desen-volvida no ãmbito da psicologia e ação social em contexto escolar, no Colégio José Álvaro Vidal. e a co-laboração com os restantes departa-mentos da fundação. A sua ação estende-se ainda para junto dos seus colaboradores, como por exemplo na implementação de programas de formação e prevenção de burn-oul. São ações desenvolvidas por uma equipa, composta por técnicos de serviço social e psicologia, para além da componente administrativa e auxiliar. Aqui. neste breve texto são focadas principalmente as ações dirigidas para a comunidade envol-vente. particularmente no que re-speita aos que estão em risco social OU CM situação de crise. 782 casos acompanhados em 201 5 Assim, durante o ano de 2015 criou respostas e acompanhou 782 casos. Mas para além da resposta quanti-tativa. o DISC, como aliás é carac-terística da Fundação. está empenhado também na promoção da qualidade dos serviços prestados. Nesse sentido destaque-se a ampli-ação das instalações do Banco Ali-mentar, que permitiu otimizar a qualidade do serviço e unia melhor racionalização das respostas. Tam-bém exemplo da melhoria do serviço prestado são o Banco de Roupas, o Banco dc Brinquedos e o Banco de Livros. O l3anco dc Roupas tem um serviço de reeeção,

seleção e acondicionamento dos mais diversos tipos de peças de ves-tuário e calçado. Os clientes podem recorrer a este banco mediante mar-cação prévia de modo a serem acon-selhados e acompanhados por uma assistente. Uma das ações desenvolvidas, tam-bém considerada relevante para os nossos utentes foi o Programa de Treino de Competências Sociais de modo a melhor capacitar Os partici-pantes para o seu desempenho e au-tonomia. Dos bens alimentares, com proveniência diversa. saliente-se a importància das doações das orga-nizações privadas. Sem a relação entre a F undação e estas, a tarefa de minimizar as carências das famílias seria bem mais difícil. Foram assim. distribuídos, com regularidade sem-anal, 124.217 Kgs. de alimentos. Quantitativamente, e como curiosi-dade, podemos afirmar. com base no ano de 2015. que foram abrangi-das 885 pessoas, das quais 334 são crianças. Deste total 15% são pes-soas isoladas. Cerca de 54% destas .famílias têm pelo menos um dos seus membros em condição de de-semprego. Ainda no que respeita à intervenção

junto destas populações social-mente mais fragilizadas, a Fun-dação está, através do DISC a colaborar com os parceiros concel-hios, em diagnósticos, programas de formação e principalmente no SAASI — Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social Integrado de modo a melhorar o atendimento e algumas das respostas sociais no concelho. Com O Maior respeito pelas popu-lações com que trabalhamos e pela contribuição que pretendemos

tid d autono—mia, programa designado como "Troca de Sabores" onde os utentes e os técnicos irão preparar e cozinhar al-imentos provenientes do nosso banco alimentar. Aqui podemos todos conhecer melhor, valorizar os conhecimentos de cada um. us seus saberes e culturas, e mais que tudo promover o encontro entre pessoas.

Fundação CEBI

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CEBI tem projecto exemplar de acolhimento de crianças em perigo

"Urge recriar a resposta do acolhimento familiar" A CEBI foi pioneira, em 1995, com a criação do seu Departamento de Emergência Social (DES) e com a instalação do Centro de Emergência Social, hoje denominado "Casa de Acolhimento". Um serviço essencial vocacionado para o acolhimento "urgente e temporário" de crianças em perigo, de ambos os sexos e com idades até aos 12 anos, que necessitam de proteção e de uma in-tervenção adequada. A Casa de Acolhimento da CEBI tem capacidade para acolher, em permanên-cia, 30 crianças e funciona diariamente durante 24 horas, todos os dias do ano. Olga Fonseca, psicóloga que dirige o DES e a Casa de Acolhimento da CEBI, Sublinha, em entrevista à Vida R i-

bateja na, que o objectivo primeiro da legislação e dos organismos competentes é retirar as crianças da situação de perigo em que se encontrem. A maioria dos casos a que, neste momento, a "Casa de Acolhimento" dá resposta provém de outros concelhos. A colocação é efectuada pela Equipa

de Gestão Centralizada de Vagas do Instituto da Segurança Social conforme as vagas existentes

nos Equipamentos disponíveis.

Jorge Talixa

Vida Ribatejana - A capacidade de re-sposta existente no concelho revela-se suficiente? Olga Fonseca - C leio que a capacidade de resposta para o Acolhimento de Cri-anças no concelho é suficiente - se Ia lar-111(Yi em Acolhimento Residencial. claro. Contudo, e atendendo às reais necessi-dades das crianças - tendo em conta as suas idades, muitas vezes inferiores 3 anos -. penso que urge recriar a resix)sta de Acolhimento Familiar no nosso con-celho. Não podemos continuar a enviar para Acolhimento Residencial crianças com idade inferior a 3 anos. A ciência mostra as implicações nefastas e du-radouras que o mesmo deixa a nível do desenvolvimento cerebral das crianças e, a alteração à Lei de Protecção de <„ ri-atiças e Jovens cm Perigo, consubstan-ciada na Lei n142/2015, de 8 de Setembro. felizmente jà privilegia "a aplicação da medida ele acolhimento fa-miliar sobre a de acolhimento iesidencia em especial relativamente a crianças até aos 6 anos de idade ( 1-lá. pois, que criar as condições para a pôr em prática. em pleno. E eu já só me refiro a crianças com idade até aos 3 anos...

Os tempos de permanência são os "indi-cados" ou continua a haver muitas difi-culdades para desenvolver os "projectos de vida" das crianças acolhidas, quer seja por mecanismos de adopção, quer de reintegração Familiar? Os tempos de permanência continuam a ser prolongados. sobretudo se tivermos em conta o tempo das crianças, que não corre ao mesmo ritmo do dos adtlItoskle-cisores. O tempo da infiincia é precioso e curto. Qualquer corte ou impossibili-dade de criação de vínculos afectivos se-guras é prejudicial 00 desenvolvimento e ao bem-estar das crianças, logo, qual-quer que seja o período de tempo em que

esteja sob uma medida de colocação, é excessivo. De qualquer modo. quando a mesma se impõe para salvaguarda desse mesmo bem-estar da criança, o tempo de institucionalização é, muitas vezes, pro-longado. E certo, todavia, que esta é uma afirmação que tem de ser contextuai-izada já que são vários os factores que concorrem para que isso aconteça. Os sistemas de protecção à infancia não são auto-suficientes e muito menos fun-cionam como uma linha de montagem. Quero com isto dizer que são necessários Os meios humanos para que o mesmo funcione e. para que funcione bem, que esses meios tenham a lermação e a disponibilidade indispensáveis para a re-sposta adequada e atempada às necessi-dades das crianças e das famílias.

A comunidade local tem estado sensível e apoia o DES? Sim. temos uma relação de proximidade com a comunidade. relação essa que muito privilegiamos. Temos apostado, ao longo dos anos. no Voluntariado, quer ao nível de .acções internas (no DES), quer ao nível de acções externas. onde destaco o papel das nossas Famílias Amigas. felizmente, a comunidade têm-se mostrado sensível, apoiando o DF S e as crianças que acolhemos. Gostaria de destacar• o Programa de Apadrinhamento Solidário, que iniciá-mos em 2015- por altura do 20" aniver-sário do DES - através do qual é possível àqueles que se preocupam com estas cri-onças e que queiram e possam colaborar para melhoraras suas condições de vida. contribuir para favorecer o seu acesso à prática de experiências que contribuam para a promoção de seu desenvolvi-mento integral. Através deste programa, os Padrinhos Solidários dão tosto à co'-responsabilidade social, trazendo à luz o interesse dos cidadãos em contribuir ma-

teria' e/ou alètivamente com estas cri-anças. Mas, sobretudo, contribuem para devolver às crianças em acolhimento a capacidade de sonhar. proporcionando-lhes algumas das ferramentas necessárias p<KI que possam ser felizes, na esperança dum futuro melhor e mais risonho. Temos já alguns Padrinhos Solidários

quem. aqui. saúdo e agradeço em nome das crianças. Aproveito a oportunidade para convidar aqueles que nos lêem a sê-lo também, se assim o desejarem. Inibi--mações mais pormenorizadas podem ser obtidas no nosso sole ou directamente com a Equipa do DES.

A Casa de Acolhimento promove algu-mas acções específicas na quadra de Natal? A Casa de Acolhimento do DES pro-move iniciativas com, e a favor. das cri-anças que acolhe, ao longo de tock) o ano. A quadra de Natal é significativa. sim. Mas. para as crianças. é apenas um período especial. Como tal, ao longo de todo o ano promovemos acções para dar voz ás crianças e paia sensibilizar a co-munidade relativamente ás suas necessi-dades. Pela quadra Natalícia, para além de ten-

larmos que as crianças que acolhemos tenham oportunidade de se sentir em casa. junto de amigos, em ambiente fa-miliar, recebemos os amigos na Festa de Natal do Dl-S e proporcionamos às cri-anças momentos de convívio que se as-sociam à época. como é o caso da ida ao circo, da recepção dos Pai Natal doe Iole. Motard de Alverca - que trazem prendas de Natal ás crianças e convivem com elas no espaço exterior da Fundação-,da participação em festas de Natal Mereci-das por grupos de amigos e empresas, entre outras actividades. A decoração da Casa é, também, uma actividade em que todos gostam de participar. Para muitas crianças é UM momento novo que se reveste de fascinação e encanto. Felizmente, nos 20 Natais que o DES já viveu. todas as crianças puderam estar com as nossas Famílias Amigas. nunca tendo ficado nenhuma a passar a con-soada e o dia de Natal na instituição. Só com o contributo destas f amil ias isto é possivel, sendo, para nós, algo que lou-

vamos. A esperança num Mundo melhor não pode desvanecer-se c é esse o espirito que tentamos manter nesta quadra.

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Empresas apoiam comunidade envolvente iN

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Central de Cervejas e Ogma dão o exemplo

na responsabilidade social A sustentabi I idade deve ser uma preocupação prioritária, também das empresas. No caso do concelho de Vila Franca há alguns bons exemplos de políticas de responsabilidade social. Destacamos aqui os casos da So-

ciedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC) e da Ogma-Indústria Aeronáutica de Portugal.

SCC apoia famílias, instituições e alunos

Ogma apoia CEBI e Centro de Emergência de Vialonga A d) ima é outra das grandes em-presas locais que se mostra bas-tante sensível às questões da responsabilidade social. "En-quanto empresa portuguesa e parte integrante da sociedade, a Ogma reconhece a importância do desen-volvimento de atividades ligadas à sustentahil idade da sua presença na mesma". refere a indústria aeronáutica de Alverca, frisando que actua em -quatro pilares de apoio aos trabalhadores e suas famílias e à comunidade: crescer, apoiar, viver e desenvolver. No que diz respeito à Comunidade, dentro do pilar "Apoiar", a Ogma desenvolve várias iniciativas com instituições da região, focadas principalmente no apoio a jovens e crianças em situação de risco. Ligada à CEBI desde a sua fun-dação (em 1968, a Ogma cedeu a cave onde a instituição começou a sua actividade), a indústria aeronáutica alverquense é, tam-bém, desde 1995, um dos membros fundadores da Fundação CEBI e faz parte dos seus órgãos sociais. Por isso, a empresa destaca os apoios que presta à Fundação CEBI e ao Centro de Emergência Infantil de Vialonga, instituição que."a Ogma tem apoiado regular-mente através da dinamização de apoio por parte de trabalhadores. com a recolha de material escolar, presentes dc aniversário, presentes de Natal e a oferta de bilhetes para as Crianças do Centro partici-parem nas festas de aniversário e de Natal da Empresa". Anual-mente, a Ogma identifica, também,

uma instituição à qual doa bens al-imentares. Já no -plano interno, a Ogma disponibiliza um "conjunto alargado" de beneficies nas áreas da saúde e da qualidade alimentar. "Destacamos o nosso refeitório, com refeições completas e variadas a um custo muito acessível para o trabalhador e o suporte total do custo de um seguro de saúde para todos os trabalbádoreS e de 50% do custo do seguro de familiares de trabalhadores que pretendam in-cluir -o seu agregado Destacamos ainda o nosso Centro Médico (cinco especialidades), a consulta de medicina no trabalho, a consulta de medicina curativa, a consulta de nutrição. a consulta de redução tabágica e a consulta de -or-topedia", prossegue a empresa,. frisando que, ao longo do ano, de-senvolve "campanhas sobre a temática da saúde. da alimentação e da atividade física, organizando sessões dc sensibilização, work-shops e rastreios em que todos os trabalhadores podem participar". Já o Clube Ogma, instituição sem fins lucrativos que tem como fim a prática dc - actividades desportivas, culturais e recreativas. organiza di-versas atividades desportivas que tocam diversas modalidade; como-atletismo. ciclismo, tutsal e kart-ing. Além da participação nestas modalidades. os trabalhadores só-cios do clube têm ainda oportu-nidade de participar em inúmeras actividades ligadas ao desporto, como o mergulho, caminhada. BTT, pesca e canoagem.

A politica de responsabilidade social da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC ) e do grupo I leineken em que a empresa de Vialonga está inserida reflecte-se em várias ver-tentes. que vão desde os aspectosam-bicntais. a saúde e segurança no ti aba lho e ao apoio a famílias caren-c Lidas, instituições e alunos da comu-nidade local. De acordo com o Relatório de Sustentabilidade da SCC, em 2015, no domínio do inves-timento social e comunitária a em-presa contribuiu com 114 50(1 euros para as comunidades em que está in-serida. Destacam-se o protocolo anual com a Câmara de Vila Franca de X ira para apoio alimentar às famílias mais carenciadas do concelho, mas tam-bém o apoio à Associação Orquestra de Vialonga e as bolsas escolares

Os protocolos anuais com o Município de Vila Franca iniciados

em 2004 já resultaram em donativos de mais de I . 2 milhões de euros para a comunidade local. A SCC aposta, também, na permanente melhoria do seus desempenhos ambientais, tendo conseguido, em 201 5. reduzir em 17 por cento os seus consumos de água em cinco por cento os consumos de energia. No âmbito da promoção da saúde e da segurança no trabalho, a empresa organizou acções de for-mação para I07 dos seus colabo-radores visando atingir o objectivo zero de acidentes. E promoveu ini-ciativas na área da segurança rodoviária que abrangeram 300 co-laboradores e 200 jovens do projecto social "Futebol de Rua". Ao longo dos anos, a Sociedade Central de Cervejas e Bebidas tem apoiado, também, várias instituiçõessociais e culturais do concelho de Vila Franca de ira.

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João Quítalo, presidente da ARIPSI, em entrevista

"A procura é substancialmente •

superior a nossa

capacidade" A Associação de Reformados e Idosos da Póvoa de Santa Iria (ARIPSI) celebrou, em Maio, o seu 25°. aniversário. Vocacionada para o apoio à ter-ceira-idade nas suas múltiplas vertentes, a ARIPSI apoia, actualmente, mais de 180 utentes. Numa freguesia com mais de 30 mil habitantes, a necessidade deste tipo de serviços tem crescido muito nos últimos anos e os re-sponsáveis da Associação admitem que não têm capacidade para responder a toda a procura, ne-cessitando de um alargamento dos acordos com a Segurança Social. Em entrevista à Vida Rib-atejana, João Quítalo, presidente da direcção da ARIPSI aborda estes e outros temas

k Jorge Talixa

Vida Ribatejana - A ARIPSI cele-brou, este ano, 25 anos de ex-istência. Até que ponto a instituição tem conseguido con-cretizar os seus objectivos e dar resposta às necessidades da pop-ulação sénior da sua zona de in-fluência? João Quítalo - E lectivamente, a ARIPSI comemorou este ano os seus 25 anos de existência, dos quais cinco já passados nas suas novas instalações, uma realidade totalmente diferente daquela que existia anteriormente. sendo um objectivo concretizado, o qual já vinha dos finais do século pas-sado, tornado possível finalmente em 201 1 . Naturalmente, com estas

novas condições foi possível re-sponder com maior acuidade às necessidades da nossa população sénior, por via do aumento das ca-pacidades nas respostas sociais Centro de Dia, Apoio Domicil-iário e Centro de Convívio, mas principalmente pela introdução das 59 camas de Lar, levando a que a ARIPSI apoie presente-mente mais de 180 utentes nestas valências.

A Póvoa ainda é uma "freguesia

jovem", mas, como é natural, a população vai envelhecendo. Sen-tem, nestes últimos anos, uma maior pressão em termos de procura e de listas de espera? A Póvoa é, de facto, unia "fregue-sia jovem". mas também e cada vez mais com uma população idosa crescente, sendo com muita dificuldade que se vai dando re-sposta á procura dos nossos serviços, principalmente na valên-cia ER PI (I ar), onde a procura tem sido substancialmente supe-rior à nossa capacidade. levando as famílias a procurar outras re-spostas ou ficar em lista de espera.

O alargamento dos acordos com a Segurança Social será, nesse sen-tido, decisivo. Há evoluções? Sen-tem mais sensibilidade da administração central para esse problema, atendendo à crescente necessidade dos vossos serviços para a população local? No ano de 2015, foi possivel ter-mos um alargamento dos acordos de cooperação com a Segurança Social nas valências de Centro de Dia e ERPI, respectivamente de 50 para 60 utentes e de 15 para 30. Nesta última resposta social, tín-

liamos solicitado o alargamento para 47 utentes, tendo-nos sido concedido apenas para 30. origi-nando que lemos praticamente metade em regime privado, o que em certos momentos nos causa al-guma dificuldade em responder às farniliib de menor capacidade fi-nanceira, as quais têm de aguardar que ocorram vagas compartici-padas pela Segurança Social. Esta entidade mostra sensibilidade para este problema. mas os constrangi-mentos financeiros impedem. ou têm impedido, mais este alarga-mento.

A ARIPSI tem cerca de 1800 asso-ciados. No dia-a-dia, a população em geral e as empresas em partic-ular apoiam a instituição e estão mais despertas para as questões sociais? Mien/mente, e apesar dos quase dois milhares de associados. são bastante escassos aqueles que apoiam a ARIPSI no seu dia-a-dia, o mesmo é verdadeiro para as em-presas do nosso território. (:onlin-uamos a ter um grande alheamento das questões sociais, só quando a necessidade bate à porta de cada UM. aparecem a solicitai' os

serviços, e e quase uma constante que apenas se fazem sócios quando necessitam do apoio da in-stituição, salvaguardando os que entrarmo nos primeiros anos da ura constituição. Outra realidade é que quase metade dos associados não pagam as suas quotas. apesar de ser de apenas 1 curo mês. 1' e-izmente que a ARIPSI tem encon-

trado, ao longo dos anos. um conjunto de voluntários nos seus órgãos sociais e outros pequenos apoios. que lhe têm permitido con-tinuar esta senda de trabalho solidário, muito humanizado, para que os idosos apoiados se sintam o melhor possível, e tenham a MáXiMa dignidade nos anos que ainda lhes resta de vida. Registe-se que a ARIPSI tem três cen-tenárias no Lar, as quais farão 104 e 1 02 anos no próximo mês de Março de 2017 e a outra 101 anos no dia 01 de Setembro de 2017.

Que outros objectivos gostaria a ARPSI de concretizar nos próxi-mos anos? Nos próxim05 anos, para além do alargamento para 47 utentes, com acordo de cooperação da Segu-rança Social na valência Lar, pre-

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affl'auesiMelliseinises. sklassilaffissislainurle

ARIPSI participa no programa municipal

Distribuição de alimentos beneficia 70 famílias A Associação de Reformados e Idosos da Póvoa de Santa Iria partic-ipa, também, no programa municipal de distribuição alimentar a famílias mais carenciadas. A procura desta ajuda tem aumentado e o número de famílias apoiadas subiu de 50 para 70. "A procura tem vindo a crescer, actualmente são cerca de 70 as famílias da freguesia da Póvoa de Santa Iria que recebem este apoio, quando inicialmente rondavam as 50. Apesar do crescimento deste apoio, parece-nos que o quadro social da freguesia está relativamente estável, porque este crescimento deve-se mais à passagem da informação a outros poten-ciais candidatos", constata João Quítalo. Os beneficiários deste apoio alimentar têm de reunir um rendimento "per capita" perfeitamente identificado. "Acontece que, nalguns casos, não aparecem a proceder à recolha dos cabazes, os quais, nestas cir-cunstâncias, são de imediato encaminhados para os "Companheiros da Noite"", explica o presidente da ARIPSI.

tende-se manter a‘, instalações

COM a qualidade que tem apresen-

tado. procedendo a todo o tipo de

manutenções que se venham a ver-

i ficar como necessárias. Queremos

também continuar a Criar melhores

condições para os utentes, assina-

lando-se que este ano comprámos 21 camas hospitalares, já em uti-

lização, assim como continuar aa

dar formação às nossas trabalhado-

ras, a dar-lhes sempre melhores

condições de trabalho, e melhorar

o já muito interessante serviço

clinico prestado. com a aquisição de equipamentos já identificados

pelos nossos médicos e enfer-

meiros. Basicamente. pretende-se

continuar a prestar um serviço de

qualidade. reconhecido por muitos

dos nossos utentes e famílias. com uni processo de melhoria contínua.

para que o trabalho realizado pelos

actuais e próximos órgãos sociais

(vão ocorrer eleições no dia

15/12/2(116), possa ser profícuo

em prol dos utentes, suas famílias

e associados.

O presidente da Câmara de Vila

franca de X ira garante que a au-

tarquia apoia as instituições lo-

cais por diversas formas e

reconhece a enorme importa ncia

do sector social no concelho. Al-

berto Mesquita realça o conjunto

dial-gado de parcerias existentes

entre a edilidade e as instituições.

assegurando que essa cooperação

é para continuar e se possível,

aprofundar.

"A economia social é dos

grandes empregadores do nosso

concelho e queremos que assim

continue. Portanto, da parte da

Câmara. o que temos feito, e

vamos continuar a fazer, é desen-

volver estas parcerias". sustenta.

A Vida Ribatejana lembrou. to-

davia, que a Cámara, através da

rede pública de pré-escolar, con-

corre cie certa forma com as

F que os apoios dados

ás instituições não atingem o

volume dos subsidios atribuidos

às colectividades. Alberto

Mesquita não tem o mesmo en-

tendimento. "Não é exactamente

assim". observa o edil, garanti-

ndo que a ( Jatara "tem desen-

volvido parcerias cada rei

maiores, por exemplo no que diz

respeito à alimentação das esco-

las, que é tida feita através das

instituições. t algumas já nos confidenciaram que. se assim

não fosse. as dificuldades

económicas delas eram mui tis-

simo maiores. Assim. ajudamos

as instituições. lemos alimen-

tação de qualidade e desde que

retomámos este processo as

coisas têm corrido muitíssimo

bem", sublinha.

Depois. o presidente da Câmara de Vila 1- rasca salienta que têm

sido estabelecidos protocolos

com instituições que apoiam o

Município nas horas de almoço

com pessoal que ajuda as cri-

anças nas refeições. "É, também,

uma área que vamos desen-

volver. Trabalhamos, igual-

mente, com as instituições e

desenvolvemos actividades di-

ti 32.

reccionadas às instituições, prin-

cipalmente na área dos idosos.

com as visitas em que disponibi-

liiaMO\ viaturas. com a

Passerelle d'Ouro. com a Festa

da Flor, etc. E toda 1.11%1 relação

que temos vindo a desenvolver e

que queremos aprofundar". afi-

ança.

Alberto Mesquita Cila. ainda, os

apoios financeiros dados à ,1 1.11-

pliaçào e á construção de novas

instalações para as instituições,

em que a edilidade apoia com 25

por cento elo custo de obras fi-

nanciadas também pela adminis-

tração central. E aponta.

igualmente. os apoios fi nan-ceiros atribuídos para a aquisição

de viaturas e para pequenas obras. "O nosso movimento as-

sociativo é bastante apoiado, de

Maneira que estou convicto que,

se não fossem estes apoios, as in-

stituições teriam uma dificuldade

bastante maior. Agora, há

questões que nos transcendem e

que têm que ser a administração

central e o Governo a resolver.

I uto há muitos anos para que o

I VA relativo á energia gasta

pelas instituições passe para 6

por cento, porque unia parte sig-

nificativa da despesa das institu-

ições e,.justamente. a energia. Na

água já lemos unia tabela que

minimiza essas despesas", ex-

plica o edil vila-franquenSe.

Presidente da Câmara

Alberto Mesquita realça "grande

importância" da economia social

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CONCELHO DE VILA FRANCA DE XIRA TEM 35 INSTITUIÇOES

ECONOMIA SOCIAL EMPREGA MAIS DE 2500 E APOIA 12 MIL UTENTES O sector social tem um grande dinamismo na região e em particular no concelho de Vila Ranca de >Kira. Os serviços que fia#ne' presta são decisivos para dezenas de milhares de utentes de todas as idades e dão emprego a mais de 2500 pessoas. Muitas destas instituições são, igualmente, determinantes na distribuição de alimentos pelas famílias mais carenciadas.