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Hélder Paixão Dossier Relações Interpessoais 1. Psicologia Educacional 2. Psicologia do Trabalho 3. Psicologia Clínica 4. Psicologia Criminal 5. Psicologia Desportiva

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Hélder Paixão

Dossier

Relações Interpessoais

1. Psicologia Educacional 2. Psicologia do Trabalho 3. Psicologia Clínica 4. Psicologia Criminal 5. Psicologia Desportiva

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Hélder Paixão

1 O que é a Psicologia Educacional? A psicologia é a ciência que estuda os processos mentais e o comportamento humano. A educação é a construção do conhecimento, que engloba ensinar e aprender. Psicologia educacional é a área da psicologia que aborda todas as problemáticas referentes à educação e aos processos de ensino e aprendizagem nas crianças e adultos (portanto está relacionada com a psicologia do desenvolvimento). Cabe ao psicólogo educacional analisar a eficácia das estratégias educacionais, desenvolver projectos educativos, bem como desenvolver as capacidades das crianças com dificuldades de aprendizagem, em instituições educativas (escolas, creches, jardins de infância, internatos, instituições de reeducação, actividades de tempos livres, etc.). Estuda também o funcionamento da própria instituição enquanto organização (portanto está relacionada com a psicologia social e das organizações). O psicólogo da educação pode intervir, tal como o psicólogo clínico, em dificuldades de natureza mental e emocional. Desde as perturbações de sono e alimentares até maus-tratos e abusos sexuais, numa perspectiva educacional.

Aprendizagem Noção Aprender significa “apreender para si próprio”, ou seja, fazer seu, assimilar. Podemos definir aprendizagem como uma mudança relativamente estável e duradoura do comportamento e do conhecimento. É uma mudança que se traduz por um hábito ou por uma tendência a responder de uma certa forma numa determinada situação. Esta mudança é resultado do exercício e da experiência, podendo ocorrer de forma consciente ou inconsciente, num processo individual ou interpessoal. A aprendizagem é um processo cognitivo que implica que o ser humano interaja com o meio, a partir da sua experiência de vida. Para se adaptar, cada um de nós tem de gerir a informação que recebe, tendo em conta as solicitações da situação e as informações que já possuímos. Assim se percebe que face a uma mesma situação, diferentes pessoas aprendam de forma diferente e que o resultado da aprendizagem seja também diferente. A aprendizagem é um processo pessoal, que envolve a totalidade da pessoa: o seu pensamento, as suas emoções e afectos, a sua história de vida. Ao aprender, modificamo-nos e reorganizamo-nos interiormente. O modo como integramos uma informação ou conhecimentos novos resulta de uma síntese entre o que somos e o que sabemos, entre as representações do mundo que possuímos e o que se nos apresenta de novo. Daí que não se possa ensinar a mesma coisa do mesmo modo a todas as pessoas; assim se explica por que razão não aprendemos da mesma maneira as mesmas coisas, mesmo que a informação seja a mesma. Factores

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São muitos os factores que influenciam a aprendizagem de formas mais ou menos directas, mais ou menos conscientes e em graus de abrangência e de importância diversos. Assim, podemos referir: -A Dinâmica do Ambiente A criança desenvolve-se, logo aprende, num ambiente. O que significa que o que vemos exprimir-se ou desenvolver-se diante dos nossos olhos depende, em larga medida, do contexto no seio do qual vive e age presentemente a criança, um contexto de que o adulto, tanto na família como na classe, faz parte, mesmo quando não intervém na acção da criança. -Motivação Aprende-se melhor e mais de pressa se se estiver interessado por um assunto. Uma pessoa motivada tem uma atitude activa e empenhada no processo de aprendizagem. Aprendizagem e motivação têm uma relação dinâmica: a motivação pode ocorrer durante o processo de aprendizagem. -Conhecimentos Anteriores Os conhecimentos anteriores podem condicionar a aprendizagem, na medida em que há conhecimentos prévios ou bases que se não tivessem sido concretizadas, não seria possível a aprendizagem. Uma nova aprendizagem só acontece quando a nova informação se apreende e relaciona com os saberes que possuímos. -Experiências Passadas As situações vivenciadas influenciam as atitudes face à aprendizagem, quer em relação aos conteúdos, quer em relação aos métodos utilizados. Uma experiência agradável dá-nos confiança e motivação para outras aprendizagens nesse domínio. -Factores Sociais O meio social, económico e cultural de origem dos alunos influencia em grande medida o processo de aprendizagem. Por exemplo, as crianças habituadas a ouvir historias, sentadas, quando vão para a escola estão mais adaptadas ao clima da sala de aula, apresentando maior capacidade de concentração. Os antecedentes culturais criam muitas vezes diferenças entre os alunos. -Expectativas dos pais, dos professores e dos aluno s As expectativas que os professores e pais têm em relação aos alunos vão afectar o modo como interagem com eles, portanto, influenciam a auto-imagem dos alunos e o comportamento de ambos. As expectativas positivas geram comportamentos positivos e as negativas, comportamentos negativos. -Quantidade de Informação

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A capacidade para aprender novas informações é limitada: não é possível integrar grandes quantidades de informação ao mesmo tempo. Por este motivo, é necessário seleccionar a informação relevante e organizá-la para a memorizar. -Diversificação das Actividades Quanto mais diversificadas forem as abordagens a um tema e as tarefas a realizar, maior é a motivação e a concentração, logo mais eficaz é o processo de aprendizagem. -Planificação e Organização A forma como se aprende influencia o que se aprende. Estabelecer objectivos a cumprir, seleccionar estratégias, planificar, organizar o trabalho por etapas são elementos essenciais que controlam a aprendizagem e ajudam a desenvolver a autonomia. -Cooperação A aprendizagem cooperativa, ao implicar interacção e ajuda mútua, possibilita a resolução de problemas de forma eficaz. Isto porque a forma como cada um encara um problema e forma de o solucionar é diferente. -Idade A idade é um factor que interfere na aprendizagem, porque a cada estádio do desenvolvimento intelectual correspondem capacidades específicas. (Ver psicologia do desenvolvimento). Portanto, os conteúdos e as metodologias educativas têm de estar em consonância com o nível etário e de desenvolvimento dos indivíduos. -Inteligência O nível de inteligência de uma pessoa relaciona-se com a sua facilidade em aprender. As pessoas com maiores capacidades intelectuais conseguem elaborar raciocínios mais elaborados e resolver problemas mais depressa.

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Psicologia do Trabalho

O que pode um Psicólogo fazer pela sua empresa? Este ramo da Psicologia é, sem sombra de dúvidas e como o nome indica, o mais virado

para as empresas. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, nós não tratamos as pessoas que estão

“doentes” nas empresas. Os Psicólogos do Trabalho e das Organizações diagnosticam e “curam” as próprias

empresas. Fazemos trabalhos diversificados e tão diferentes como análises às forças e fraquezas

da sua empresa, oportunidades e ameaças, conjugando, sempre, esta análise com factores do meio, tais como, a conjuntura económica, as políticas e as leis vigentes.

Estes diagnósticos podem aliar-se à intervenção directa no local e aí, não só detectamos falhas na sua empresa como implementamos, acções de correcção.

Pretende contratar a pessoa certa para uma determinada função? Nós encarregamo-nos de todo o processo de Recrutamento e Selecção. Desde o

anúncio até à selecção final. Estamos habilitados a elaborar uma análise e descrição detalhada e concreta das

funções e postos de trabalho, porque só assim poderemos, de uma forma mais eficaz, seleccionar os candidatos.

Fazemos também o acompanhamento e integração desse novo colaborador, bem como o planeamento e a gestão da sua carreira.

Sem descurar o desenvolvimento e contínua melhoria dos seus recursos humanos, podemos, ainda, fazer avaliações de desempenho, diagnóstico de necessidades de formação,

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(acrescendo ainda a mais valia de que poderemos, nós mesmos ser os formadores), e intervenções no Marketing, com ênfase no interno.

Cabe-nos, também, fazer a gestão de conflitos e a gestão da mudança. Para tal aplicamos os factores críticos de sucesso à gestão das pessoas, encarando-as, já, como um destes factores.

Um Psicólogo do Trabalho e das Organizações vai para lá da simples gestão

dos Recursos Humanos. Para além de tudo isto, podemos ajudar a construir coisas que parecem, à partida

simples, como um organigrama. Muitas empresas que deviam saber de onde vêm, para onde vão e onde estão (Missão, Visão & Valores), podem sentir-se com dificuldades para balizar essas diferenças ou até mesmo para se saberem enquadrar e mais uma vez, cá está o Psicólogo das Organizações auxiliar.

Definimos, ainda, o seu negócio, a sua missão e a sua visão a concretizar. Incutimos, também, a Cultura Organizacional e analisamos também o Clima. Temos conhecimentos de Estratégia e Intervenção organizacional o que nos torna

numa “arma” ao serviço das empresas competitivas e de futuro. Sabemos motivar, cativar e conquistar os seus colaboradores e, em conjunto, fazer uma

organização funcionar de forma mais eficiente em busca da, tão desejada excelência. Conhecemos os modelos de liderança e conseguimos gerir emoções, cognições e

comportamentos. Quem, nos dias de hoje, não sente stress? Quem é que não sente que o stress é um problema com o qual, cada vez mais, temos

de lidar? Nós fazemos a Gestão do Stress. Trazemos satisfação aos trabalhadores, criamos, dinamizamos e motivamos equipas de

trabalho. Melhoramos os processos de comunicação, conhecemos as aptidões individuais, as

atitudes face ao trabalho, a vinculação dos indivíduos à organização e, ainda, como os seus trabalhadores se poderão comportar individualmente ou em grupo.

Inovamos, melhoramos e continuamos a melhorar. Somos proactivos e assertivos. Somos profissionais altamente qualificados e desejamos percorrer o caminho da vitória

e do sucesso, em conjunto com as empresas e pessoas com quem trabalhamos. Somos conhecedores das realidades: portuguesa, europeia, mundial, o que faz de nós

peritos nos mais variados assuntos e modelos de gestão. Nunca deixamos de acompanhar a vanguarda e o progresso.

Sabemos analisar se as condições dos postos de trabalho são ou não adequadas e ergonomicamente satisfatórias para os operadores.

Temos também conhecimentos nas áreas de Marketing, Mercado e Publicidade. A nossa profissão obriga-nos a conhecer as pessoas e o que delas se pode esperar. Obriga-nos a trabalhar de forma consciente, coerente e ética. Conhecemos os processos cognitivos dos seres humanos e temos, para além de formação em Psicologia do Trabalho e das Organizações, uma sólida base que nos permite ir além do óbvio.

Apesar de muitas empresas ainda não saberem bem o que faz um Psicólogo desta área, a realidade obriga a que as empresas tenham que evoluir e nós podemos ser uma mais valia ao seu dispor. Trazemos valor acrescentado não só com as funções que anteriormente indiquei mas em muitas outras. Depois de tudo o que leu e aprendeu, concluo, deixando em aberto o seguinte: Se contratar um Psicólogo é certo que trará um gasto extra! Mas quanto estará a sua empresa disposta a perder sem os nossos serviços? Valerá a pena não saber o quão mais ganharia com a nossa/minha presença?

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Psicologia Clínica

A Psicologia Clínica enquanto processo de diagnóstico e intervenção clinica, apresenta-se como um factor de desenvolvimento emocional imprescindível no contexto da saúde mental. Responde eficazmente a sintomas de depressão, ansiedade, quadros de hiperactividade, dificuldades de relacionamento e inserção social, perturbações alimentares, agressividade, problemas de aprendizagem e disfunções da personalidade. A Avaliação Psicológica diferenciada de crianças, adolescentes ou adultos permite um conhecimento aprofundado das faculdades e dinâmicas psíquicas da pessoa, permite ainda, em caso de necessidade, indicar soluções terapêuticas ou estruturar uma intervenção adequada. Têm uma utilidade acrescida quando utilizada para esclarecer dúvidas dos pais, em processos de reforma, avaliações de prontidão escolar ou relatórios para médicos, professores ou advogados. Consulta e Acompanhamento Psicológico de Crianças e Adolescentes Muitas Crianças necessitam de estimulação do desenvolvimento emocional e cognitivo. A abordagem psicológica permite compreender e resolver muitas das problemáticas características do desenvolvimento infantil. Tais como: Problemas de Aprendizagem e Adaptação Escolar Problemas de Comportamento e de Atenção Enurese e Ecoprese Perturbações Alimentares e do Sono Perturbações da Fala e da Linguagem Problemas de Ansiedade e Separação Luto e Tristeza Medos e Fobias A Adolescência é por definição uma etapa de crescimento e transformação. No entanto, podem aparecer

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nesta altura importantes chamadas de atenção para dificuldades no desenvolvimento emocional. Por Exemplo: Dificuldades de Relacionamento e Integração Social/Escolar Problemas de Comportamentos Aditivos com Dependência Agressividade com os Pares ou com Adultos Comportamentos Obsessivos Perturbações Alimentares como Anorexia e Bulimia Depressão e Inibição Consulta e Acompanhamento Psicológico de Adultos e I dosos A consulta psicológica e a psicoterapia são instrumentos de transformação psíquica com repercussões muito positivas na qualidade de vida daqueles que deles usufruem. É uma intervenção recomendada para problemáticas como: Perturbações da Personalidade Stress Depressão Perturbações do Comportamento Alimentar Perturbações da Sexualidade Somatizações Fobias Dificuldades de Relacionamento Perda/Luto Ansiedade Neuroses Comportamentos Aditivos Estados Limite/Boderline Também o diagnóstico de doença tem um impacto emocional relevante. A Psicologia da Saúde contribui de forma decisiva para a compreensão emocional da pessoa, potenciando, não só a adesão terapêutica, como também o entendimento dos aspectos psicológicos subjacentes à doença, é particularmente indicada em casos de: Doença Oncológica Hipertensão Obesidade Infantil Diabetes

Psicologia Criminal

A Psicologia Jurídica, também chamada de Psicologia Criminal ou Forense, é uma vastíssima vertente de estudo da Psicologia, consistente na aplicação dos conhecimentos psicológicos aos assuntos relacionados ao Direito, principalmente quanto à saúde mental, quanto aos estudos socio-jurídicos dos crimes e quanto a personalidade da Pessoa Natural e seus embates subjectivos. Por esta razão, a Psicologia Forense tem se dividido em outros ramos de estudo, de acordo com as matérias a que se referirem. Podemos encontrar os seguintes objectos de estudo e prática; Psicanálise Forense (mas genérica e aborda o sistema jurídico como um todo sob perspectivas psicólogicas), Psicologia Criminal, Psicologia Obrigacional e do Consumidor (também denominado de Psicologia Civil), Psicologia da Família (sob óptica jurídica),Psicopatologia

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Trabalhista e o mais novo sobre o ramo da Psicologia Judiciária, que também envolvem os cartórios judiciais e extrajudiciais, devido ao aumento significativo de processos.

Freitas-Magalhães, director do Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab/UFP), em Portugal, é o autor do projecto científico pioneiro "ForensicPsy" no âmbito da Psicologia Forense e que consiste na avaliação e medição da expressão facial da emoção dos delinquentes para efeitos da investigação criminal e dos processos judiciais[1].

Dedica-se à protecção da sociedade e à defesa dos direitos do cidadão, através da perspectiva psicológica. Juntamente com a Psicanálise Forense, constitui o campo de atuação da Psicologia conjuntamente com o Direito.

Este ramo da Psicologia dedica-se às situações que se apresentam sobretudo nos tribunais e que envolvem o contexto das leis. Desse modo, na Psicologia Jurídica, são tratados todos os casos psicológicos que podem surgir em contexto de tribunal. Dedica-se, por exemplo, ao estudo do comportamento criminoso, ao estudo das doenças emvolventes de situações failiares e de separação civil. Clinicamente, tenta construir o percurso de vida dos indivíduos no dia-a-dia na sociedade em constantes relações jurídicas e todos os processos psicológicos que possam conduzido à doenças do Consumidor, de estrutura familiar e do Trabalho. O Psicólogo Forense, assim, tenta descobrir a raiz do problema, uma vez que só assim se pode partir à descoberta da solução. Descobrindo as causas das desordens, sejam elas mentais e/ou comportamentais, também se pode determinar um processo justo, tendo em conta que estes casos são muito particulares e assim devem ser tratados em tribunal.

Um psicólogo formado nesta área tem que dominar os conhecimentos que dizem respeito à Psicologia em si, mas também tem que dominar os conhecimentos referentes às leis civis, alguns dispositivos importantes do Código de Defesa do Consumidor, Leis trabalhistas e às leis Penais. Deve ser um bom clínico e possuir um conhecimento profundo da Psicopatologia quanto ao estudo dos psicopatas e se especializar na do Trabalho, deve conhecer as Doenças mentais (psicoses) decorrentes das relações de trabalho. A atuação do Psicólogo ou Psicopatólogo do Trabalho é na denominada Segurança do Trabalho, prevista inclusive na CLT. Podem-se encontrar peritos nesta área em instituições hospitalares, especialmente do tipo psiquiátrico.

O primeiro ramo da psicologias Forense a surgir foi a Psicologia Criminal, pois realiza estudos psicológicos de alguns dos tipos mais comuns de delinquentes e criminosos em geral, como, por exemplo, os psicopatas, quando aprofundada na psicanálise Forense. De facto, a investigação psicológica desta sub área apresenta, sobretudo, trabalhos sobre homicídios e crimes sexuais, talvez devido à sua índole grave e fascinante.

A psicologia forense também tem relações com a Psicanálise e em especial a Psicanálise Forense e a Sexologia Forense, traçando as causas psíquicas que levam ceros indivíduos à sexualidade doentia.

A Psicologia e o Golfe

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Para que uma competição decorra com êxito, um jogador de golfe deverá entrar em campo

reunindo a junção de quatro factores fundamentais:

1 – Factor técnico: – Swing correcto na pancada na bola

- Bater o Drive

- Pancada certa com o Putt

2 – Factor táctico: – Uma boa leitura do green

- Definir a estratégia do jogo

- Escolha do taco correcto mediante a dificuldade e a distância

3 – Factor físico: – Aquecimento adequado

- Hidratação durante a volta

- Alimentação equilibrada

4 – Factor emocional

Na actual sociedade industrial o golfe impôs-se como modalidade desportiva, actividade de

lazer e recreação, devido a sua prática ser adequada para pessoas idosas, considerando o

nível de exigência física corporal e tendo como atractivo o facto de ser uma actividade

aprazível e amena.

O golfe pode ser considerado como um desporto ideal para os idosos uma vez que

possibilita, sem grande esforço físico, a manutenção da performance, desfrutando de um

envolvimento com a natureza.

O golfe é jogado ao ar livre, caminhando em contacto com a natureza, na relva, junto às

árvores, riachos, lagos, mar, sob a chuva e o sol durante todo o ano. Pode ser uma

alternativa viável do combate ao sedentarismo e respectiva acomodação ao processo de

envelhecimento.

Sendo o golfe um desporto importante na campo da acção e das vivências dos jogadores que

o praticam, torna-se inevitável o conhecimento do seu mundo subjectivo, visando a

compreensão do envolvente.

Antes, durante ou após cada volta, múltiplos fenómenos psíquicos envolvem a mente do

jogador, independentemente do seu handicap, como a confiança, expectativa, decepção,

desânimo, prazer, alegria, tristeza, etc. Há necessidade de equilibrar estes detalhes

psicológicos, as prioridades em cada momento do jogo, a selecção das técnicas apropriadas

para a resolução de cada problema que a volta proporciona. São múltiplos os problemas a

solucionar nos treinos, nas competições (tendo até em consideração que cada volta tem uma

duração de cerca de quatro horas e meia) e após a apresentação dos resultados da volta.

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Estas situações devem ser analisadas, avaliadas e definidas estratégias preventivas para que

o jogador tome consciência de como se defender dos desafios psicológicos, criando as

estruturas necessárias para a obtenção do seu equilíbrio emocional, com um psicólogo

desportivo. Assim, técnicas de relaxamento, aumento de motivação, melhoria da

concentração, diminuição dos índices de ansiedade, são estratégias preventivas que devem

ser melhoradas nos jogadores: o território invisível, a mente, onde acontecem as grandes

diferenças entre um jogador vencedor e o jogador perdedor. Uma atitude mental positiva

reflecte-se tanto na prática desportiva como na sua vida em geral.

Pensamentos negativos tais como “não gosto de jogar neste campo”, “não jogo bem no

buraco 5 porque o faço sempre acima do par”, “o meu drive não é o ideal”, entre outros,

fomentam resistências físicas e mentais que são nefastas para a performance dos jogadores;

nestes momentos as afirmações devem ser alteradas: “gosto de jogar neste campo uma vez

que constitui um grande desafio para mim enquanto jogador”, “quero fazer um birdie no

buraco 5”, ”o meu drive melhorou bastante esta semana”.

“Acho que os meus putts não estão bons” ou “não estou confiante no meu putter” são

pensamentos que se traduzem em dificuldades físicas, psíquicas e técnicas. Para melhorar os

putts, para ter confiança na sua execução do, tem que se criar uma rotina técnica de treino

através pancadas sucessivas de distâncias variadas. Neste tipo de treino deverá também ser

integrada a componente psicológica, com a introdução de pensamentos e feed-backs

positivos, que com o tempo se traduzirão numa melhoria da estrutura psíquica e numa

melhoria do seu desempenho. O medo será substituído pela confiança; a pancada pensada

pela pancada intuitiva, ajudando-o na melhoria da sua auto-imagem. Através do treino cria-

se rotina e confiança, que após a visualização do objectivo no meio do fairway e da pancada

nessa direcção, o cérebro responde com mais clareza enviando a mensagem mais precisa

para a musculatura quando o ponto de referência é menor. Não esquecer também o papel

fisiológico da adrenalina e da serotonina (uma estimula, a outra relaxa.) Assim algumas

técnicas de relaxamento ajudam o jogador a diminuir a sua ansiedade, fenómeno psíquico

muito comum no período pré-competição e durante a competição.

Os jogadores vencedores têm uma auto-imagem tão positiva que quando entram numa

competição nunca duvidam da sua vitória, mesmo que no final percam. Daqui se pode

concluir que uma auto-imagem bem alimentada através de afirmações e visualizações

positivas proporciona mudanças no desempenho do jogador. Vencer um torneio, melhorar o

handicap, é muito importante para o jogador que deverá refazer a sua auto-imagem pois um

jogador renovado está a surgir com muito maior prazer pela modalidade.

Esta mudança de atitude para um pensamento positivo que deve direccionar as nossas

acções não implica o ignorar do conhecimento das dificuldades e problemas mas sim uma

mudança de atitude gradual uma vez que são habilidades psicológicas que necessitam de

treino.

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De um modo geral não se pode falar de pensamentos positivos ou negativos pelo simples

facto de um determinado pensamento poder influenciar negativamente o rendimento de um

jogador e actuar de forma positiva em relação a outro. Como tal, devemos falar de

pensamentos funcionais e pensamentos disfuncionais, dependendo da repercussão positiva

ou negativa que tenham no jogador.

Os pensamentos disfuncionais mais habituais podem ser as autocríticas antes dos erros, as

dúvidas sobre a habilidade técnica, as expectativas de fracasso antes da competição ou da

tacada.

Estes tipos de pensamento influenciam igualitariamente todos os jogadores, pelo facto de

lhes retirarem a autoconfiança.

Vejamos como actuam os referidos pensamentos. Um jogador antes de uma determinada

pancada, formula um pensamento disfuncional como: “sei que vou falhar…”. A este

pensamento associam-se a insegurança e as dúvidas na hora de executar o swing. O mais

provável é que a pancada seja má. Se falhar a pancada, estas expectativas negativas

cumprem-se e o pensamento inicial adquire um carácter de certo e verdadeiro. “Sabia que ia

falhar!” são os comentários do jogador. O jogador termina a pensar de forma disfuncional

porque não é depois que ocorre a realidade, sem se dar conta que é mesmo ele que está a

provocar os erros com a sua forma de pensar.

Os pensamentos anteriormente expostos não deixam dúvidas que prejudicam o rendimento

do jogador. Mas, sem dúvida, há outro tipo de pensamentos que aparentemente não têm

repercussões negativas e que, contudo, podem influenciar de forma negativa.

Pensamentos que expressam obrigação: “Hoje tenho que jogar bem!!”, “Se não meter este

Pat …”. Estes pensamentos aumentam ainda mais a pressão da situação e podem fazer

com que o jogador esteja mais dependente do resultado que quer obter e das

consequências que vão tendo as suas acções que os factores de jogo.

Pensamentos absolutistas: “ Nunca consigo fazer duas boas voltas seguidas”, “Sempre que

falho o primeiro pat-curto, falho os seguintes”. Este tipo de pensamento actua como o

pensamento do exemplo anterior; se o jogador pensa assim, provoca que isso ocorra

realmente.

É importante que cada jogador analise qual é a sua forma habitual de pensar em campo e se

os seus pensamentos influenciam negativamente ou positivamente o seu rendimento.

Quando surgem pensamentos disfuncionais, deve elimina-los da sua mente e concentrar-se

no que é importante no momento para que a pancada saia o melhor possível.

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O Psicólogo Desportivo

O psicólogo desportivo é uma figura recente do mundo desportivo, mas que se tem imposto

principalmente em desportos individuais como o Ténis e o Golfe.

A actividade do psicólogo desportivo insere-se na planificação das competições, visando que

os jogadores possam superar com êxito as exigências psicológicas da sua modalidade,

melhorando o seu rendimento na competição.

Assim o trabalho do psicólogo desportivo, consiste em:

Melhorar a capacidade de concentração do jogador. Controlar a ansiedade, característica da competição. Eliminar pensamentos negativos que surgem em determinadas situações. Controlar os momentos de tensão. Ensinar técnicas psicológicas visando a melhoria do rendimento desportivo.

Este tipo de treino psicológico contudo é mais utilizado pelos jogadores profissionais, que

também recorrem quando tem problemas no seu jogo, relacionados com as suas

capacidades psicológicas a nível da concentração, autoconfiança, pensamentos negativos,

entre outros.

Mas este treino psicológico beneficia qualquer jogador, uma vez que o objectivo é o melhor

rendimento no campo, de acordo com o seu nível técnico. Um jogador que em treino no

campo atinge um handicap 10 mas que na competição seguinte, jogar com handicap 18,

poderia tirar proveito destas técnicas, uniformizando o seu jogo de treino com o da

competição. Característica deste jogador, é a tensão nervosa que atinge os últimos buracos

da competição, quando apresenta um bom resultado, podendo melhorar através de técnicas

de concentração e relaxamento. Logicamente que os jogadores profissionais, estão

habituados a estar submetidos à grande pressão competitiva, e como tal, ao uso destas

técnicas para a obtenção de um melhor rendimento, mas também o seu nível técnico é mais

elevado que os jogadores de clube.