Download Jornal

24
Distribuição gratuita no congresso “Uma Sociedade Científica sem limite de velocidade na estrada do sucesso” No caminho da profissionalização, internacionalização, modernização e do funcionamento sustentado Prof. Doutor Carlos Robalo Cordeiro EDIÇÃO Pneumorespirologista

Transcript of Download Jornal

Page 1: Download Jornal

Distribuição gratuita no congresso

“Uma Sociedade Científica sem limite

de velocidade na estrada do sucesso”

No caminho da profissionalização,

internacionalização, modernização

e do funcionamento sustentado

Prof. Doutor Carlos Robalo Cordeiro

EDIÇÃO

Pneumorespirologista

Page 2: Download Jornal

XXX CONGRESSO DE PNEUMOLOGIA

A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) cum-pre 40 anos de existência.Este é, assim, o momento de prestar homenagem a quem iniciou a caminhada, desde Thomé Villar, que liderou a primeira direção, a todos os seus presidentes anteriores, como António Robalo Cordeiro, Freitas e Costa, Ramiro Ávila, Teles de Araújo, Agostinho Mar-ques, Maria João Marques Gomes e Segorbe Luís, mas também aos membros das sucessivas direções, Co-missões de Trabalho, Grupos de Estudos e de diversos órgãos e comissões que foram permitindo a evolução e engrandecimento da nossa SPP.

Com uma matriz identitária que coincide com mo-mentos históricos de conquistas geracionais, a Socie-dade Portuguesa de Pneumologia (SPP) comemora 40 anos de uma ação orientada para “a promoção e proteção da saúde respiratória dos portugueses, da educação e da formação proissional, através do es-tímulo ao estudo e à divulgação de todos os assuntos relacionados com a patologia respiratória, sob qual-quer aspeto ou modalidade”, acompanhando também a evolução vivida na sociedade civil. Esta é uma so-ciedade cientíica sem limite de velocidade na estrada do sucesso, razão pela qual a atual direção tem de-senvolvido um plano estratégico que se pretende in-dutor do desejável êxito, permitindo à SPP airmar-se como marca inequívoca de prestígio e de notorieda-

de no seio de congéneres nacionais e internacionais.De facto, a Pneumologia portuguesa tem um passado e um presente, mas é para o futuro que tem que olhar com coniança.Pata tal temos dado passos consistentes no sentido de fomentar o nível de proissionalização da SPP. Este é

um dos objetivos que gostaríamos de ver concretizado no inal dos mandatos da atual direção. Processo difí-cil e dispendioso, mas que parece estar no bom cami-nho. Com efeito, como exemplo paradigmático desta estratégia, o secretariado da instituição está, desde o

passado mês de outubro, sob a égide de uma empre-sa externa que otimizará os níveis de produção e ei-cácia, respondendo, assim, às necessidades da SPP. A modernização e adequação à era da globalização prosseguem igualmente ao nível da imagem, sendo que a Sociedade procedeu à atualização do logótipo e

do site oicial, sendo estes, atualmente, interfaces com um impacto visual mais apelativo e consonante com a dimensão da Sociedade Portuguesa de Pneumologia. Aliás, através da assessoria de imagem, para além de termos deinido um layout que acompanha todas as

nossas ações e iniciativas, alcançámos também uma maior proximidade junto dos media, possibilitando à SPP potenciar a divulgação da doença respiratória e a importância da adoção de condutas preventivas. A proissionalização da Sociedade é igualmente visí-vel na formalização do suporte jurídico. Este serviço de assessoria possibilitou, entre outros efeitos, a re-visão e atualização dos Estatutos e do Regulamento Interno da Instituição, adaptando as condições pro-cessuais, quer na regulação da atribuição de Prémios e Bolsas de estudo e na conceção de patrocínios cien-tíicos, quer na otimização do funcionamento norma-tivo, integrado e agilizado, de diversas áreas nucleares da SPP, das quais se destacam as Comissões de Traba-lho e os Núcleos de Estudo, a Escola de Pneumologia e o Gabinete de Monitorização da Doença Respira-tória (GARE) – plataforma de dados pneumológicos

que constitui, seguramente, o grande legado que esta direção deixará à Pneumologia portuguesa. Na realidade, esta estrutura de aquisição de conhe-cimento da epidemiologia da doença respiratória em Portugal, com coordenação cientíica e técnica de conceituados e experientes especialistas, ambiciona alcançar um funcionamento sustentado, com uma de-sejável e necessária articulação entre a própria Socie-dade e o Programa Nacional para as Doenças Respi-ratórias, pelo que se depositam fundadas expectativas na atividade, a médio e longo prazo, desta estrutura nuclear da SPP.Também o acordo entre a SPP e a European Respira-

tory Society (ERS), que alcança eicácia a partir de ja-neiro de 2015, constitui um desiderato maior da nossa ambição.Sendo múltiplas as parcerias previstas no âmbito deste acordo, julgamos estar perante uma enorme e imperdível oportunidade de um avanço qualitativo re-lativamente à projeção internacional da pneumologia portuguesa.Parabéns e obrigado a todos os associados.

* Presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia

Prof. Doutor Carlos Robalo Cordeiro

40 anos da SPP

Uma Sociedade com história

O acordo entre a SPP e a European

Respiratory Society (ERS), que

alcança eficácia a partir de janeiro

de 2015, constitui um desiderato

maior da nossa ambição.

Sendo múltiplas as parcerias

previstas no âmbito deste acordo,

julgamos estar perante uma enorme

e imperdível oportunidade de um

avanço qualitativo relativamente

à projeção internacional da

pneumologia portuguesa

A atual direção tem desenvolvido

um plano estratégico que se

pretende indutor do desejável êxito,

permitindo à SPP afirmar-se como

marca inequívoca de prestígio e de

notoriedade no seio de congéneres

nacionais e internacionais.

De facto, a Pneumologia portuguesa

tem um passado e um presente, mas

é para o futuro que tem que olhar

com confiança

Page 3: Download Jornal

JoR

na

l D

o C

on

gR

esso

|

4

XXX CongResso De Pneumologia

Jornal do Congresso – Qual a importância da área Healthcare dentro do Grupo Praxair? Dr. Carlos Velasco - A Praxair é uma multinacional

que opera em 50 países e na Península Ibérica está

presente há mais de 50 anos. Em Espanha e Portu-

gal, 90% do negócio está inserido no setor público

e isso faz com que tenhamos uma maior indepen-

dência estratégica a nível ibérico. Atuamos como

ponta de lança do grupo a nível de estratégias de

Healthcare, em concreto na parte das terapias res-

piratórias domiciliárias.

JC – Como é encarado o setor em Portugal?CV - O mercado português é uma oportunidade,

uma vez que só agora entrámos no grande setor

público. Contudo, foram necessários três grandes

investimentos: a nível de infraestrutura de produ-

ção e distribuição, equipamentos e tecnologias de

informação. Todos estes investimentos já estão fei-

tos para responder ao plano de comercialização.

JC – De que forma se enquadra a estratégia Ibérica, tendo em conta o cenário em Portugal? CV - A Praxair é líder na Península Ibérica, onde tra-

balha com mais de 200 mil doentes.

O nosso percurso em Portugal tem por meta o reco-

nhecimento como líderes na prestação de cuidados

respiratórios domiciliários dentro de três anos, como

já acontece em Espanha.

JC – Poderia especiicar aspetos diferenciadores da Praxair? CV - A diferença consiste na gama de produtos e

equipamentos disponíveis, formação associada à uti-

lização desses equipamentos, sobretudo ao nível da

gestão do paciente relativamente às boas práticas e

seu cumprimento, bem como o acompanhamento

dos pacientes, tanto críticos como crónicos.

JC - Quais os principais interlocutores que preten-dem alcançar?CV - Dado que o concurso a nível nacional foi re-

centemente implementado (1 de setembro de 2014),

é para área clínica que dirigimos atualmente a men-

sagem de dar a conhecer a Praxair, assim como a

nossa experiência em CRD. Trabalharemos, sem dú-

vida, em estreita colaboração com a Pneumologia,

Pediatria e Medicina Geral e Familiar, assim como

com restantes interlocutores, em prol do doente.

* Diretor da área Healthcare ibérico da Praxair

Pelo Colégio de Pneumologia da Ordem dos Médi-

cos foram deinidos os objetivos gerais da formação pneumológica:

• Habilitar o médico ao exercício diferenciado e au-

tónomo da Pneumologia;

• Uma aprendizagem clínica que permita uma deci-são baseada na evidência e uma atuação alicerçada

numa correta metodologia cientíica;• Conhecimento das várias técnicas de diagnóstico e

terapêutica que requerem uma aprendizagem espe-

cíica, quer na utilização, quer na interpretação dos resultados;

• Promoção de programas de investigação médica de aplicação pneumológica.

Ontem, como hoje, o Colégio de Pneumologia tem

colaborado ativamente na elaboração dos principais

documentos de suporte e orientação ao internato da

especialidade. Do programa do internato à caderneta

do interno, dos requisitos de serviço idóneo ao apoio

ao orientador de formação, da metodologia de ava-

liação contínua ao regulamento da avaliação inal, o Colégio de Pneumologia em colaboração com o Con-

selho Nacional Executivo tem realizado um trabalho

contínuo e inovador.

Outras instituições, da área pneumológica, têm de-

sempenhado um papel complementar na formação

em pneumologia. A Sociedade Portuguesa de Pneu-

mologia (SPP) tem procurado contribuir, desde a sua

fundação, para a formação em Pneumologia. Deini-da, nos seus estatutos, como um dos objetivos, a for-

mação a par com a investigação são hoje áreas funda-

mentais que justiicam a SPP. A internacionalização com intercâmbio do saber muito tem colaborado na

formação dos jovens internos de Pneumologia.

São muitas as iniciativas SPP com objetivo de con-

tribuir para a formação em Pneumologia. A Revista da SPP, hoje indexada com um fator de impacto de

0.855, procura oferecer um espaço de publicação

cientíica que permita divulgar e difundir informa-

ção e conhecimento gerado por parte de qualquer

investigador nacional (interno ou especialista) nos di-

ferentes âmbitos temáticos da patologia respiratória.

A Escola de Pneumologia procura dinamizar a apren-

dizagem e promover a aquisição de capacidades e

competências técnicas, com a inalidade de melhorar o exercício proissional e a qualidade de prestação de cuidados na área respiratória.

O Congresso Anual continua a dar particular atenção

aos colegas mais novos que com o seu dinamismo e

inovação expresso sob a forma de excelentes posters

e comunicações partilham a sua investigação e traba-

lho nesta patologia tão complexa como a patologia

respiratória.

As Comissões de Trabalho procuram cooperar ativa-

mente em cursos de preparação, formação de internos

da especialidade que manifestem interesse pela área

especíica da comissão. Procuram ainda desenvol-ver e estimular a investigação clínica e experimental

através de ações conjuntas e articuladas envolven-

do internos, especialistas, serviços e instituições.

Os best traineers proporcionam aos internos do últi-

mo ano um tempo de ampla discussão e aprendiza-

gem sobre os principais temas no âmbito da Pneumo-

logia, que serão alvo de avaliação inal. A SPP, no sentido de incentivar a realização de tra-

balhos cientíicos, publicações e comunicações cien-

tíicas, bem como apoiar projetos de investigação e estágios de formação no país e no estrangeiro, criou,

maioritariamente com o apoio da indústria farmacêu-

tica, vários prémios e bolsas que visam premiar e in-

centivar estas atividades.

Com orgulho podemos airmar que - Universidade, Serviços de Pneumologia, Colégio de Pneumologia,

Fundação Portuguesa do Pulmão, Sociedade Portu-

guesa de Pneumologia e outros - todos contribuímos

para termos hoje um vasto conjunto de especialistas,

distribuídos por todo o país, possuidor de elevados

níveis de saber e que airma querer continuar a criar, desenvolver ensinar, investigar e inovar.

* Vice-Presidente da sPP

Formação em Pneumologia

“o mercado português é uma oportunidade”

“O mercado português é uma oportunidade, uma vez que só agora entrámos

no grande setor público”, airma em entrevista o Dr. Carlos Velasco, adiantando que foram necessários três grandes investimentos - a nível

de infraestrutura de produção e distribuição, equipamentos e tecnologias

de informação - para responderem ao plano de comercialização traçado

pela Praxair.

LInHAS DE ATuAção DA PRAxAIR Em PoRTuGAL

“Em Portugal estamos presentes há 25

anos, 15 dos quais na área dos Cui-

dados Respiratórios Domiciliários

(CRD), privilegiando três pilares es-

senciais”, refere a Dr.ª Cátia Caneiras,

Responsável de Negócio Healthcare

em Portugal.

Os pilares a que se refere são a qua-

lidade dos serviços prestados, salva-

guardando critérios de Segurança,

através de uma equipa especializa-

da e multidisciplinar; a proximida-

de do doente e prescritor, garantindo

elevados níveis de qualidade de vida

e bem-estar e promovendo a monito-

rização e adesão à terapia; e a cola-

boração sustentada com entidades re-

conhecidas na área da Saúde, poten-

ciando a formação, a investigação e a

responsabilidade social.

“Este ano destacamos que a Praxair

trabalhou em parceria com a Socieda-

de Portuguesa de Pneumologia (SPP),

com quem lançou o primeiro prémio

na área de CRD em Portugal, cujo

vencedor será conhecido no XXX

Congresso de Pneumologia”, men-

ciona a Dr.ª Cátia Caneiras. “Tam-

bém neste Congresso será lançado o

primeiro guia de bolso para prescri-

ção de CRD desenvolvido pela SPP

e a Associação Portuguesa de Medi-

cina Geral e Familiar”, acrescenta, i-

nalizando que com “a Fundação Por-

tuguesa do Pulmão participámos no

Concurso de Escolas, para sensibilizar

as crianças e famílias para a área res-

piratória e celebramos, com a Asso-

ciação Nacional Tuberculose e Doen-

ças Respiratórias, os seus 25 anos de

existência”.

* Responsável de negócio Healthcare

em Portugal

Dr.ª Cátia Caneiras*

PU

B

Dr. Fernando Barata*

Dr. Carlos Velasco*

Com orgulho podemos afirmar

que todos contribuímos para

termos hoje um vasto conjunto de

especialistas possuidor de elevados

níveis de saber e que afirma querer

continuar a criar, desenvolver

ensinar, investigar e inovar

5.ª feira, 06 de novembrosala Thomé Villar - 10h30 -12h00

Page 4: Download Jornal

JoR

na

l D

o C

on

gR

esso

|

5

XXX CongResso De Pneumologia

não são representativos das atividades de vida diária

(AVDs) do doente, podendo ser afetados por fatores

psicológicos e pelo declínio cognitivo. Investigadores

desenvolveram um teste que pretende simular e repre-

sentar as mais comuns AVDs.

A educação para a autogestão e a melhoria do conhe-

cimento promovem a auto-eicácia (coniança e capa-

cidade para desempenhar tarefas). Este ganho não é

rotineiramente avaliado em reabilitação, pelo que foi

desenvolvida uma escala de auto-eicácia com itens especíicos para a reabilitação.A qualidade de vida relacionada com a saúde é um

dos mais comuns outcomes em reabilitação, avaliada

por “populares” questionários (CRQ, SGRQ, CCQ).

O COPD Assessment Teste (CAT) surgiu recentemente

como instrumento de avaliação do impacto dos sin-

tomas da DPOC. De preenchimento fácil e rápido,

demonstrou ter sensibilidade para detetar a melhoria

em reabilitação.

Em suma, a avaliação de outcomes é considerada atu-

almente uma componente essencial ao sucesso dos

programas de reabilitação respiratória.

* Pneumologista.

Coordenadora da Comissão

de Reabilitaçao Respiratoria da sPP

A reabilitação respiratória é atualmente deinida pela ATS/ERS como uma “intervenção baseada numa ava-

liação cuidadosa do doente, que deve incluir exercí-

cio físico mas também educação e alteração compor-

tamental e é desenhada para melhorar a condição físi-

ca e emocional dos portadores de doença respiratória

crónica e para promover a adesão a longo prazo de

comportamentos promotores de saúde”.

Os benefícios dos programas de reabilitação respira-

tória reletem a melhoria da capacidade de exercício e da qualidade de vida relacionada com a saúde, a

redução da dispneia, a menor utilização dos recursos

de saúde (com diminuição do número de hospitaliza-

ções e dias de internamento), a redução da ansiedade

de depressão e aumento da sobrevida.

A avaliação de outcomes (resultados) envolve inúme-

ros parâmetros e deve ser incluída em todos os progra-

mas de reabilitação, pois permite não só avaliar a res-

posta individual, mas comprovar e certiicar a eicácia global dessa intervenção. O feedback dos resultados

motiva os intervenientes e permite ajustes no progra-

ma com o objetivo de otimizar ganhos.

Os parâmetros a avaliar são múltiplos e incluem habi-

tualmente a avaliação da capacidade de exercício, da

dispneia e da qualidade de vida.

A educação com vista à modiicação comportamen-

tal e adesão a longo prazo de hábitos promotores de

saúde são os novos objetivos da reabilitação. Desta

forma, o sucesso do programa deve contemplar a ava-

liação do nível de conhecimento adquirido e de auto-

-eicácia e a manutenção de comportamentos que promovem a saúde, tais como atividade física regular

e evicção tabágica.

Para o doente, a melhoria da capacidade funcional,

ou seja, a capacidade de desempenhar tarefas será,

sem dúvida, um dos resultados mais importantes de

todo este processo de reabilitação.

A escolha da adequada ferramenta de avaliação deve

considerar os objetivos e necessidade do doente, do

programa e da equipa. Deve ser objetiva e ter sensibi-

lidade para detetar a mudança.

Na avaliação da capacidade de exercícios, os testes

de endurance, baseados em cargas constantes, mos-

traram ser os mais sensíveis aos efeitos da reabilitação,

ou seja, obtiveram melhores índices de resposta com-

parativamente à prova da marcha dos seis minutos e

aos testes incrementais.

A capacidade funcional é tradicionalmente avaliada

por questionários. Apesar de validados, muitas vezes

A avaliação de outcomes (resultados)

envolve inúmeros parâmetros e deve

ser incluída em todos os programas

de reabilitação, pois permite não

só avaliar a resposta individual,

mas comprovar e certificar a

eficácia global dessa intervenção.

O feedback dos resultados motiva

os intervenientes e permite ajustes

no programa com o objetivo de

otimizar ganhos

O COPD Assessment Teste (CAT)

surgiu recentemente como

instrumento de avaliação do

impacto dos sintomas da DPOC.

De preenchimento fácil e rápido,

demonstrou ter sensibilidade para

detetar a melhoria em reabilitação

avaliação de outcomes em reabilitação respiratória

Dr.ª Cidália Rodrigues*

6.ª feira, 07 de novembrosala Thomé Villar - 10h30 -12h00

Page 5: Download Jornal

JoR

na

l D

o C

on

gR

esso

|

6

XXX CongResso De Pneumologia

No início dos anos 80, dois estudos aleatorizados

desmonstraram os efeitos benéicos da oxigenote-

rapia de longa duração (OLD) na sobrevida de do-

entes com DPOC e hypoxemia grave em repouso

(PaO2 < 55 mmHg). O estudo Nocturnal Oxygen The-

rapy Trial (NOTT) e o estudo do Medical Research Cou-

ncil (MRC) (incluindo: 203 e 87 doentes respetivamen-

te) constituiram a base para as recomendações da OLD

na maioria dos países desenvolvidos. Ficou claro ainda

que os benefícios da OLD são proporcionais ao núme-

ro de horas de uso diário, justiicando a prescrição de pelo menos 15 horas e, idealmente, a oxigenoterapia

contínua. Por outro lado, é sabido que os efeitos positi-

vos da OLD (nomeadamente a melhoria da qualidade

de vida e da sobrevida) só são conseguidos proporcio-

nando um controle ideal da oxigenação dos doentes.

Os doentes com DPOC não mantêm sempre os mes-

mos níveis de PaO2 ao longo do dia, apresentando, por

vezes, dessaturações profundas durante atividades da

vida diária (como andar, comer ou lavar-se). Os estudos

NOTT e MRC foram realizados antes dos equipamentos

modernos de oxigenoterapia de deambulação (OD) esta-

rem disponíveis; atualmente com os sistemas portáteis de

oxigénio líquido, quer com os concentradores portáteis,

poderá ser mais fácil atingir o uso de 24 horas e titular

melhor os débitos durante o exercício. Terá este avanço

algum benefício em termos de sobrevida? Aguardam-se

estudos prospetivos para responder a esta pergunta.

mAS SERá QuE oS DoEnTES CumPREm Com A oD?Numa amostra de 37 doentes estudados (20 com DPOC),

no Porto, a aderência a OD (medida por um questioná-

rio) foi de 83.8%, contudo os doentes passaram menos

horas por dia fora de casa após iniciarem o tratamento

com OD (3.5 ± 2.6 h vs 5.0 ±3.5 h, p < 0.025). Num

estudo prospetivo mais recente (incluindo 19 doentes

com DPOC) em que foi utilizado um dispositivo capaz

de monitorizar objetivamente a aderência, constatámos

um uso em 92.8% do tempo e de 3,5h/dia. Apesar das recomendacões sugerirem um uso de mais de 4h/dia, este tempo não foi atingido em nenhum dos estudos

publicados.

mIToS ACERCA DoS ConCEnTRADoRESDevido a uma pureza de oxigénio inferior a 100%, serão

os concentradores apenas eicazes para doentes com débitos inferiores a 3L/min? Esta presunção baseou-se numa análise feita em 1991 e atualmente existem con-

centradores estacionários capazes de fornecer débitos

até 10L/min e atingir pureza de O2 próxima de 98%.

QuAL o PAPEL DoS ConCEnTRADoRES PoRTáTEIS?De acordo com um recente debate publicado na lite-

ratura, haverá algumas vantagens em utilizar sistemas

como os concentradores portáteis (CP), dado não ne-

cessitarem de um fornecedor periódico de oxigénio

ao domicílio.

Será sempre aconselhado testar a eicácia do mode-

lo de CP a prescrever na melhoria da oxigenação do

doente, uma vez que existem diferenças signiicativas entre os débitos (pulsado em ml ou contínuo), peso,

sistema de transporte (tiracolo ou em carrinho de

transporte).

O uso de sistemas de deambulação de oxigénio lí-

quido poderá estar recomendado para doentes que

necessitem de débitos mais elevados (> 3L/Min) ou quando os níveis de oxigenação durante o esforço nao

iquem controlados com os CP.

ExISTEm ALGumAS noVAS TECnoLoGIAS PARA oTImIzAR A oD?Um transdutor de pressão duplo para detetar o débito

de O2 permite ser acoplado aos sistemas de OD e

conirmar objetivamente a aderência (número de ho-

ras de uso). Ao conirmar o débito prescrito e as horas de utilização poder-se-á otimizar esta terapêutica.

Para prescrever OD é necessário demonstrar uma

SpO2 média < 88% durante prova de 6 minutos de

marcha (P6M) e conirmar a melhoria da SpO2 (> 90%) com a OD, realizando repetidas P6M com vá-

rios débitos de oxigénio até alcançar a SpO2 desejada

( ≥ 90%). Para evitar estas repetições existe atualmente um sistema de ajuste do débito automatizado baseado

no feedback da oximetria, o que poderá na realidade

simpliicar a prescrição.Por outro lado, um sistema de ventilação por pressão

positiva portátil (recentemente testado) acoplado a

OD parece também melhorar a tolerância ao esforco

quando comparado com a OD isolada.

ConCLuSõESA OD deverá ser indicada em doentes rigorosamente

selecionados.

Os novos concentradores portáteis parecem ser uma

boa alternativa aos sistemas convencionais.

O seu controle (aderência/oxigenação adequada/ati-vidade física) é mandatório.

BIBLIoGRAfIAReport of the Medical Research Council Working Par-

ty. Long-term domiciliary oxygen therapy in chronic

hypoxic cor pulmonale complicating chronic bronchi-

tis and emphysema. Lancet. 1981;1:681–5

Nocturnal Oxygen Therapy Trial Group. Continuous

or nocturnal oxygen therapy in hypoxemic chronic

obstructive lung disease: a clinical trial. Ann Intern

Med. 1980;93:391-8

Judy M. Bradley, Toby Lasserson, Stuart Elborn, Joe

MacMahon, Brenda O’Neill. A Systematic Review of

Randomized Controlled Trials Examining the Short-

term Beneit of Ambulatory Oxygen in COPD. CHEST 2007; 131:278–285

T. Vieira, I. Belchior, J. Almeida, V. Hespanhol e

J.C. Winck. Eicácia e padrões de utilização da oxigenoterapia de deambulação — experiência

de um hospital universitário. Rev Port Pneumol.

2011;17(4):159—167

P.J. Dunne. Long-term oxygen therapy (LTOT) revisi-

ted: In defense of non-delivery LTOT technology. Rev

Port Pneumol. 2012;18(4):155-157

M.J. Kampelmacher. Long-term oxygen therapy (LTOT)

revisited: In defense of traditional LTOT systems. Rev

Port Pneumol. 2012;18(4):158-159

Evaluation of Adherence to Ambulatory Liquid Oxy-

gen Treatment: Are Commercialized Dual-Pressure

Transducers Helpful? Mafalda van Zeller, Ermelinda

Eusébio, João Almeida,

João Carlos Winck. Respir Care 2014;59(9):1

Inluence of Lightweight Ambulatory Oxygen on Oxygen Use and Activity Patterns of COPD Patients

Receiving Long-Term Oxygen Therapy. Richard Casa-

buri, Janos Porszasz, Ariel Hecht, Brian Tiep, Richard

K. Albert, Nicholas R. Anthonisen, William C. Bailey,

John E. Connett, J. Allen Cooper Jr., Gerard J. Criner,

Jeffrey Curtis, Mark Dransield, Stephen C. Lazarus, Barry Make, Fernando J. Martinez,Charlene McEvoy,

Dennis E. Niewoehner, John J. Reilly,Paul Scanlon,

Steven M. Scharf, Frank C. Sciurba, Prescott Woodru-

ff, for the COPD Clinical Research Network. COPD,

9:3–11, 2012

Cirio S, Nava S. Pilot study of a new device to titrate

oxygen low in hypoxic patients on Long-term oxygen therapy. Respir Care 2011; 56 (4): 429-433

Janos Porszasz, Robert Cao, Richard Morishige,Leo

A van Eyckern, Alex Stenzler, Richard Casaburi. Phy-

siologic effectsof an ambulatory ventilation system in

Chronic Obstructive Pulmonary Disease. Am J Respir

Crit Care Med 2013; 188 (3): 334-342

* Faculdade de medicina, universidade do Porto, Portugal

linde Healthcare, Pullach, alemanha

Diferenças

que fazem a Diferença no tratamento Da Dpoc

simpósio menarini08 noV � 17h � sala thomé villar

palestrantes

professor carLos robaLo corDeiro chairman

professor heLgo magnusem

oxigenoterapia de deambulação

Prof. Doutor João Carlos Winck*

5.ª feira, 06 de novembrosala Thomé Villar - 14h30 -15h30

A OD deverá ser indicada em doentes

rigorosamente selecionados. Os

novos concentradores portáteis

parecem ser uma boa alternativa

aos sistemas convencionais

Page 6: Download Jornal

JoR

na

l D

o C

on

gR

esso

|

7

XXX CongResso De Pneumologia

According to recent GOLD-guidelines, the mainstay of

the pharmacological therapy in patients with COPD is

based on long-acting ß-agonists (LABA) and long-acting

anti-muscarinic agents (LAMA) alone or in combina-

tion. In addition, in patients with severe and very severe

COPD or in those patients with recurrent exacerbations

inhaled corticosteroids are recommended.

The long-acting bronchodilators can be inhaled via

different devices or in ixed combination using one device. According to the pharmacological properties

of the bronchodilators, once-daily or twice- daily ad-

ministration is recommended. Recently, a number of

new LABAs (olodaterol, vilanterol) and new LAMAs

(aclidinium, glycopyrronium, umeclidinium) has been

introduced in the market in some countries. The ixed combination of LABA/LAMA with glycopyrronium and indacaterol and umeclidinium and vilanterol is avail-

able whereas the combination of tiotropium/olodaterol and aclidinium/formoterol is awaited in the near future.There is some controversy about once-daily versus

twice-daily application of the aforementioned com-

pounds. Recently, there were a number of publications

demonstrating that patients with more severe COPD

are suffering from night-time and in particular early-

morning symptoms which impair quality of life and

probably contribute to reduced daily physical activity.

The effect of once-daily inhaled tiotropium versus twice-

daily inhaled aclidinium bromide has been investigated

demonstrating that twice-daily inhaled aclidinium bro-

mide improves night-time lung function as well as early-

morning symptoms. These differences were not always

statistically signiicant which may relate to the fact that the patients were not selected according to their diurnal

proile of respiratory symptoms. Future studies are war-ranted to more closely investigate individualized bron-

chodilator therapy in patients with COPD.

* Pulmonary Research institute at lungClinic grosshansdorf

Estadiamento patológico:

- Reprodutível e universalmente válido; ajuda a de-

terminar o melhor tratamento, permite determinar o

prognóstico.

- pTNM: baseado no exame macroscópico e histoló-

gico do tumor e tecidos adicionais.

- Avaliação das dimensões do tumor; invasão pleu-

ral; tipo histológico; grau de diferenciação; inva-

são linfo vascular; metástases ganglionares; mar-

gens de resseção.

Há outros fatores que também inluenciam o prognós-tico: necrose tumoral, reação linfoide ao tumor, ativi-

dade mitótica e características moleculares

A incidência de tumores múltiplos tem aumentado

devido ao desenvolvimento de técnicas de imagem

de maior resolução, screening mais frequente em fu-

madores e follow-up mais apertado de doentes com

carcinomas operados.

Diiculdades no estadiamento de tumores múltiplos pulmonares: metástases vs carcinomas múltiplos pri-

mários (carcinomas adicionais, carcinomas multifo-

cais, carcinomas primários simultâneos).

* assistente hospitalar de anatomia Patológica

do Hospital Pulido Valente, CHln

Diferences that make a diference in the treatment of CoPD

Dúvidas no estadiamento do cancro do pulmão

Prof. Dr. med.Helgo Magnussen*

Dr.ª Isabel Lourenço*

Sábado, 08 de novembrosala Thomé Villar - 17h00 -18h00

6.ª feira, 07 de novembrosala Robalo Cordeiro - 10h30 -12h00

A incidência de tumores múltiplos

tem aumentado devido ao

desenvolvimento de técnicas

de imagem de maior resolução,

screening mais frequente em

fumadores e follow-up mais

apertado de doentes com

carcinomas operados

Page 7: Download Jornal

JOR

NA

L D

O C

ON

GR

ESSO

|

10

XXX CONGRESSO DE PNEUMOLOGIA

Dois doentes, dois casos clínicos, dois desafios

Este ano o laboratório Bial traz ao XXX Congresso da

Sociedade Portuguesa de Pneumologia um simulador

da vida real associado às novas tecnologias.

Serão simulados dois casos reais que podem ser en-

contrados nos serviços de urgência dos nossos hos-

pitais, constituindo dois desaios à prática clínica. A moderação dos casos icará a cargo da Dr.ª Susana Sousa, pneumologista do Serviço de Pneumologia do

Centro Hospitalar de Setúbal.

Durante a manhã de sábado iremos assistir à entra-

da no serviço de urgência de um doente com DPOC

agudizada no contexto de pneumonia. O tratamento

pode suscitar questões tão complexas como a abor-

dagem inicial do doente, a indicação de ventilação

não invasiva vs ventilação invasiva ou a decisão da

antibioterapia mais adequada. Após estabilização do

doente será necessário programar a alta e decidir a

estratégia terapêutica mais adequada para obter o

controlo sintomático e a redução do risco futuro. A

relevância do tratamento com b2 agonistas associados

a corticoides inalados será o foco principal de discus-

são. Teremos neste caso a presença de dois pneumolo-

gistas, Dr. Chaves Caminha e Dr. Filipe Froes, experts

no tratamento destes doentes, sobretudo no contexto

de Unidade de Cuidados Intensivos.

Durante a tarde, será admitida no serviço de urgência

uma doente fumadora com agravamento recente das

queixas de dispneia - aparentemente uma DPOC. Este

caso constitui um desaio no diagnóstico levando-nos a repensar o tratamento futuro desta doente. O que

parece evidente nestes doentes nem sempre se espe-

lha na evidência real.

A síndrome de sobreposição Asma – DPOC (Asthma-

-COPD Overlap Syndrome – ACOS) constitui um de-

saio para o diagnóstico e tratamento no presente e futuro. Teremos como experts o Professor Doutor Jorge

Ferreira e o Professor Doutor António Bugalho para

nos ajudarem a chegar não só ao diagnóstico como ao

consenso de tratamento.

Durante todo o dia de sexta-feira poderão contactar

ativamente com o BodyInteract e perceber a proximi-

dade com a nossa realidade. Teremos doentes virtuais

com casos reais, onde se espera a participação de to-

dos como uma verdadeira equipa de urgência.

* Pneumologista do Serviço de Pneumologia

do Centro Hospitalar de Setúbal

Dr.ª Susana Sousa*

Durante todo o dia de sexta-feira

poderão contactar ativamente

com o BodyInteract e perceber a

proximidade com a nossa realidade

A pneumonia continua a ser uma das principais cau-

sas de doença e mortalidade no mundo.

Na União Europeia (UE), a mortalidade média é

de 13,0/100.000 por ano e em Portugal é de 23,6/ /100.000, sendo cerca do dobro em comparação com outros países da UE.

Portugal é o terceiro país com a taxa de mortalidade

mais elevada da Europa.

A pneumonia adquirida na comunidade (PAC) foi uma

das principais causas de internamento hospitalar no

período de 2000 a 2009 em Portugal, tendo corres-

pondido a 3,7% do total dos episódios de internamen-

to hospitalar de adultos por todas as causas. Cerca de

81 adultos foram internados por dia com o diagnósti-

co de PAC, dos quais 16 faleceram no decurso desse

internamento.

Estes internamentos por PAC têm custos diretos elevados

que podem variar entre os 1.165,54€ e os 13.916,46€.

Custos evitáveis se optarmos pela vacinação.

O Streptococcus pneumoniae é o principal microrga-

nismo responsável pela PAC. A doença pneumocóci-

ca é complexa, tem múltiplas manifestações, desde a

sinusite, otite média e pneumonia, nos casos menos

graves e no caso da doença invasiva pneumocócica

(DIP) é responsável por pneumonia grave, meningite,

bacteriémia e septicémia.

Atinge principalmente as crianças com menos de cin-

co anos de idade e os adultos com mais de 50 anos.

A incidência da DIP e a mortalidade aumentam sig-

niicativamente após esta idade, existindo um risco aumentado quando existem doenças associadas, tais

como a doença cardíaca crónica, doença pulmonar

crónica, insuiciência renal, insuiciência hepática e diabetes. O risco também está aumentado nas pessoas

com imunodeiciência congénita ou adquirida, doen-

ças neoplásicas nos transplantados, sob terapêutica

imunossupressora, incluindo corticoterapia sistémica

nos doentes com alcoolismo e nos fumadores.

Por outro lado existe, cada vez mais, o aparecimento

de resistências do pneumococo aos antibióticos mais

utilizados, o que complica o tratamento especíico, tornando-se essencial uma vacinação mais eicaz contra a doença pneumocócica.

Em Portugal estão disponíveis duas vacinas pneumo-

cócicas para adultos com idade igual ou superior aos

18 anos, indicadas na prevenção da doença invasiva

pneumocócica pelos serotipos incluídos na vacina:

• A vacina pneumocócica polissacárida (VPP23), que existe desde 1997 e inclui 23 serotipos do

pneumococo;

• A vacina pneumocócica polissacárida conjugada (VPC13), mais imunogénica que inclui 13 serotipos

e que gera memória imunológica, produzindo um

efeito booster.

A VPC13 em Portugal, inicialmente disponibilizada

para as crianças das 6 semanas aos 5 anos e mais tar-

de alargada até aos 17 anos, foi aprovada, em janeiro

de 2012, nos adultos com idade igual ou superior a

50 anos de idade e, posteriormente, foi aprovada nos

adultos com idade ≥ 18 anos, nos casos descritos na tabela 1.

Atualmente aguardam-se resultados de estudos sobre

a eicácia da VPC13 na prevenção da pneumonia em adultos.

O Documento de Consenso para a Prevenção das In-

feções Respiratórias no Adulto do Grupo de Trabalho

da Comissão de Infecciologia Respiratória da Socieda-

de Portuguesa de Pneumologia aconselha a vacinação

antipneumocócica na prevenção da doença invasiva

pneumocócica nos grupos indicados na tabela 1.

A Pneumonia é a doença prevenível por vacinas que

causa maior mortalidade pelo que devemos vacinar

os nossos doentes.

BIBLIoGRAfIA

Portugal: Doenças respiratórias em números-2013: Pro-

grama Nacional para as Doenças Respiratórias DGS

Relatório do Observatório Nacional das Doenças Res-

piratórias (ONDR) 2013 - Prevenir a doença, acompa-

nhar e reabilitar o doente

Froes F et al., Hospital admissions of adults with

community-acquired pneumonia in Portugal between

2000 and 2009. Eur Respir J. 2013;41:1141-6

Froes F et al., Morbilidade e Mortalidade da Pneumo-

nia Adquirida na Comunidade no Adulto, em Portu-

gal, Acta Med Port 2013 Nov-Dec;26(6):644-645

Filipe Froes et al., Documento de Consenso para a

Prevenção das Infeções Respiratórias no Adulto, Gru-

po de Trabalho da Comissão de Infecciologia Respira-

tória da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, 2013

* Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca

Dr.ª Cecília Pardal*

Sábado, 08 de novembrosala Thomé Villar - 14h30 -15h30

Doença Pneumocócica

Porquê vacinar os nossos doentes?

agradece o apoio de todos os que contribuiram para a realização deste Jornal, nomeadamente:

avenida infante d. Henrique, n.º 333 H, esc. 37 \\ 1800-282 lisboatel.: 218 504 065 \\ Fax: 210 435 [email protected]

edição: secretariado:

coordenação: patrícia rebelo | [email protected]

Sociedade Portuguesa de Pneumologiarua ivone silva, nº 6 (edifício arcis), 6º esq. 1069-130 lisboatelef.: 217 962 [email protected]: www.sppneumologia.pt

Tabela 1 - Indicações da vacinação antipneumocócica

Page 8: Download Jornal

JOR

NA

L D

O C

ON

GR

ESSO

|

14

XXX CONGRESSO DE PNEUMOLOGIA

A terapêutica inalatória tem um papel central no tra-tamento da doença respiratória nomeadamente asma brônquica (AB) e doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), mas a sua eicácia e benefícios/riscos estão dependentes da distribuição do fármaco diretamente no órgão alvo, ou seja no pulmão. Isto requer que o doente utilize o dispositivo inalatório de forma corre-ta, de modo a otimizar a deposição pulmonar. Se tal não acontecer, os benefícios terapêuticos serão meno-res, com aumento dos efeitos adversos e consequente compromisso da compliance. Assim, os fatores que inluenciam a eicácia da tera-pêutica inalatória são as características técnicas do próprio inalador e o agente farmacológico, associa-dos à capacidade do doente em manusear e utilizar de forma correta o inalador, que dispensará partículas de tamanho adequado por forma a permitir uma boa resposta terapêutica, com melhor controlo da doença.A aderência à terapêutica inalatória depende, no en-tanto, não só do doente e do próprio tratamento, no-meadamente a diiculdade no manuseio do inalador, complexidade do regime terapêutico e efeitos secun-dários mas também de fatores sociais, como a relação médico-doente, suporte social, acesso à medicação e treino inalatório.

Apesar da técnica inalatória se revestir de extrema importância, nas guidelines GINA ou GOLD atuais a proporção de conteúdos relacionados com técnica inalatória é muito baixa, comparativamente a outras guidelines nomeadamente do ACCP.Os dispositivos inalatórios mais utilizados são os pres-

surised metered-dose inhalers (pMDIs) e os dry-pow-

der inhalers (DPIs). Ambos permitem a deposição de fármaco a nível pulmonar, mas só se utilizados com técnica inalatória correta. Num estudo efetuado por Pedro Chorão et al. Inhaler

devices in asthma e COPD – An assessment of inhaler

technique and patient preferences, publicado em junho deste ano na Respiratory Medicine, concluiu-se que o uso de técnica inalatória incorreta é frequente, nenhum dispositivo inalatório demonstrou uma taxa signiicati-vamente menor de passos errados e nenhum dispositi-vo foi claramente preferido pela maioria dos doentes sugerindo os resultados que prescrever ao doente o seu inalador preferido não se associa a uma melhor técni-ca inalatória. Deve sublinhar-se que se um doente está familiarizado e a sua doença estabilizada com um tipo de inalador, este não deverá ser substituído por um di-ferente sem o seu próprio envolvimento ou treino ade-quado e follow-up por parte do médico.Assim podemos questionar se o mais importante será o dispositivo inalatório ou o fármaco, assunto já aborda-do por Virchow num artigo publicado em 2008 (“Im-portance of inhaler devices in management of airway diseases”) onde refere que “… an old but well-known drug in a new, more reliable inhaler is probably more useful than a new drug in a old (lawed) inhaler”.

* Assistente graduada de Pneumologia

do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra - HUC

O tabagismo é considerado pela Organização Mun-dial de Saúde a principal causa de morte evitável no Mundo. No relatório Health 2020 do “WHO Regio-

nal Ofice for Europe 2012”, as intervenções para o controlo do tabagismo são apontadas como a segunda medida mais eicaz para se investir de modo a melho-rar a saúde, logo a seguir à imunização infantil. Apesar destes dados, o tabagismo continua a ser um tema pouco debatido e pouco ensinado em todas as áreas da saúde. Em Portugal tem havido um esforço importante no sentido de aumentar o número de con-sultas de cessação tabágica, quer a nível hospitalar, quer dos centros de saúde, mas é no entanto noto-riamente insuiciente, havendo ainda regiões do país em que o número de consultas é muito baixo ou mes-mo inexistente. No que concerne a prevenção, muito pouco é feito: a prevalência do tabagismo em Portu-gal é baixa (23% segundo dados do Eurobarómetro 2013), mas estudos portugueses apontam para um aumento da prevalência nos jovens, particularmente no sexo feminino.É necessário questionar todos os doentes quanto aos seus hábitos tabágicos, e face a um doente fumador saber responder às suas questões e às suas dúvidas e ser irme no aconselhamento do abandono do hábito. Saber fazer uma intervenção breve é mandatório!A Comissão de Tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, ciente desta realidade, propôs a re-alização de um curso de tabagismo, que embora par-te integrante da Escola de Pneumologia, pudesse ser realizado num formato que o tornasse mais acessível e aberto, não só aos internos de Pneumologia, mas

também a todos os proissionais de saúde. Na mesma linha de pensamento, os formadores incluirão além de pneumologistas, outros proissionais dedicados a esta área.

Este curso funcionará em duas versões: uma versão gratuita, aberta a todos os médicos de todas as espe-cialidades e internos, psicólogos, enfermeiros, dietis-tas e farmacêuticos, em formato de e-learning, dan-do direito no im a um certiicado de participação, e uma versão paga, aberta a médicos, psicólogos, dietistas e enfermeiros, com número limite de inscri-ções, em formato de blended-learning, com exame inal e diploma. No inal do Curso espera-se que os participantes te-nham adquirido aptidões que lhes permitam ter uma visão abrangente da problemática do tabagismo, des-de o seu aparecimento, passando pelos fatores que

levaram à sua implementação e manutenção, até à necessidade de uma legislação para o seu controlo; compreender o tabagismo como uma dependência, e perceber a neurobiologia da nicotina, bem como as componentes física e psicológica da dependência; perceber a importância da prevenção, especialmen-te para grupos mais vulneráveis; conhecer as conse-quências do tabagismo ativo e passivo para a saúde; conhecer os vários níveis de intervenção e ser capaz de identiicar as janelas de oportunidade para este tipo de intervenções e de efetuar corretamente uma intervenção mínima e breve. Para os participantes no curso de blended-learning, pretende-se ainda que adquiram conhecimentos que lhes permitam trabalhar numa consulta especializada de cessação tabágica.Esperamos que esta “aventura” no mundo das novas tecnologias seja só um primeiro passo, permitindo no futuro abrir cada vez mais as portas ao conhecimento, que deve ser global e partilhado.A Sociedade Portuguesa de Pneumologia, como so-ciedade responsável pela saúde respiratória dos portu-gueses está determinada a contribuir para um Portugal livre de fumo de tabaco. E porque para ajudar é neces-sário ter conhecimento, convidamos todos os sócios da SPP a inscreverem-se no Curso!

* Coordenadores do Curso

Dr.ª Ana Figueiredo*

Dr. José Reis Ferreira*

Dr. José Pedro Boléo-Tomé*

Este curso funcionará em duas versões: uma versão gratuita, aberta a todos os médicos de todas as especialidades e internos, psicólogos, enfermeiros, dietistas e farmacêuticos, em formato de e-learning, e uma versão paga, aberta a médicos, psicólogos, dietistas e enfermeiros, com número limite de inscrições, em formato de blended-learning

5.ª feira, 06 de novembrosala Robalo Cordeiro - 15h30 -16h30

5.ª feira, 06 de novembrosala Thomé Villar - 17h00 -18h00

Curso e-learning da Escola de Pneumologia

Travar o tabagismo

Técnica inalatóriana prática clínica

Dr.ª Alexandra Catarino

Page 9: Download Jornal

JOR

NA

L D

O C

ON

GR

ESSO

|

15

XXX CONGRESSO DE PNEUMOLOGIA

O cancro do pulmão (CP) é uma patologia de rele-vante importância na prática clínica da medicina torácica, não só pela sua frequência relativa (tumor maligno frequente no sexo masculino), mas também pelos desaios que suporta relativamente ao rastreio, diagnóstico, estadiamento e abordagem terapêutica com intenção curativa.A Pneumologia é uma especialidade médica que está na linha da frente na abordagem dos pacientes com suspeita de CP, e à qual recorrem quando surgem sin-tomas ou sinais de alarme (modiicação das caracte-rísticas de uma tosse crónica, dor torácica, dispneia, expetoração hemoptoica, entre outros).Aos especialistas de Pneumologia cabe a tarefa de esclarecer o diagnóstico diferencial das anomalias imagiológicas torácicas suspeitas, com a utilização de técnicas de diagnósticas que permitem executar biop-sias ou exames citológicos (broncoscopia nas lesões centrais, biopsia pleural e citopunções aspirativas nas lesões periféricas, toracoscopia médica).Cabe ao pneumologista avaliar a função respiratória de modo a certiicar o risco cirúrgico de um paciente com CP em estádio precoce, ou ainda o risco funcio-nal de um doente com patologia pulmonar prévia (ex. DPOC) quando submetido a radioterapia torácica.É ainda o pneumologista com diferenciação em bron-cologia de intervenção que intervém com EBUS na avaliação diagnóstica e estadiamento patológico das adenomegalias mediastínicas.

O estadiamento anatómico (TAC, RMN, PET-TAC, cin-tigraia) é uma tarefa do clínico que estuda o doente com CP, geralmente o pneumologista, assim como o estadiamento isiológico (avaliação das funções respi-ratória, cardíaca, renal, hepática).A maioria dos doentes com CP (65-70%) apresentam estádios avançados da doença (IIIB e IV) aquando do diagnóstico e são candidatos a abordagens tera-pêuticas médicas (quimioterapia, terapêuticas alvo, imunoterapia, entre outras). Tem sido a Pneumologia que a nível nacional e desde há décadas se tem ocu-pado do manuseamento terapêutico destes doentes avançados. A experiência publicada da Pneumolo-gia neste campo está plasmada em inúmeros artigos originais, teses de doutoramento, comunicações em congressos e participação em ensaios clínicos nacio-nais e internacionais.Acrescenta-se que muitas das atitudes paliativas nos estádios avançados da doença, são da responsabili-dade da Pneumologia como sejam: drenagem conti-nuada do derrame pleural, esclerose pleural, controle endobrônquico de hemoptises, desobstrução endo-brônquica com laser, próteses traqueobrônquicas etc.Por todas estas condicionantes é obrigatório que os internos de Pneumologia façam estágio no âmbito da Pneumologia Oncológica (que no programa de forma-ção tem a duração de três meses), e em relação aos

tumores torácicos, adquiram conhecimento sobre:- Deinição, classiicação, etiopatogenia, epidemiolo-

gia e fatores de risco;- Sintomas e sinais físicos, síndromes para neoplásicos;- Investigação diagnóstica não invasiva (radiograia to-

rácica, ecograia, TAC, RMN, cintigraia, PET-TAC) e invasiva (amostras para citologia e histologia), mar-cadores tumorais;

- Estadiamento anatómico TNM, estadiamento isio-lógico (PS);

- Modalidades terapêuticas: indicação para interven-

ção cirúrgica (avaliação patológica e funcional), quimioterapia, terapêutica molecular alvo, radiote-rapia, técnicas broncoscópicas de intervenção, tera-pêuticas paliativas, melhor terapêutica de suporte;

- Complicações da cirurgia, quimioterapia e radio-terapia;

- Prognóstico (sobrevida, consequências funcionais, incapacidade).

É importante airmar que os tumores torácicos são do-enças cuja abordagem deve ser multidisciplinar (con-sulta de grupo), com várias especialidades (Anatomia

Patológica, Imagiologia, Pneumologia, Cirurgia Torá-cica, Radioterapia, Oncologia e Cuidados Paliativos), em colaboração estreita e na qual a Pneumologia tem papel fundamental.

* Pneumologista.

Professor da Faculdade de Medicina do Porto

O ANTICOLINÉRGICODE ALTA AFINIDADE1

1 VEZ DIA1

O SEU DOENTE

COM DPOC SENTE-SE

COM FORÇA PARA SUBIRMAIS UM DEGRAU?

Tovanor Breezhaler 44 microgramas pó para inalação, cápsulas (glicopirrónio)▼Este medicamento está sujeito a monitorização adicional. Isto irá permitir a rápida iden-tifi cação de nova informação de segurança. Pede-se aos profi ssionais de saúde que noti-fi quem quaisquer suspeitas de reações adversas.Nota Importante: Antes de prescrever consulte o Resumo das Características do Medicamento.APRESENTAÇÃO: Pó para inalação, cápsulas contendo brometo de glicopirrónio equivalentea 50microgramas de glicopirrónio. INDICAÇÕES: Tovanor Breezhaler é indicado como tratamentobroncodilatador de manutenção, para alívio dos sintomas em doentes adultos com doençapulmonar obstrutiva crónica (DPOC). POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO: Adultos:A dose recomendada é a inalação do conteúdo de uma cápsula de 50 microgramas uma vez por dia, usando o inalador Tovanor Breezhaler. Crianças (< 18 anos): não deve ser usado em doentes com menos de 18 anos. Populações especiais de doentes: não é necessário ajuste de dose emdoentes idosos ou em doentes com compromisso ligeiro a moderado da função renal. Modo deadministração: As cápsulas de Tovanor Breezhaler apenas devem ser administradas por viainalatória e apenas usando o inalador Tovanor Breezhaler. As cápsulas não devem ser engolidas. Os doentes devem ser instruídos sobre como administrar o medicamento corretamente. Os doentes que não sentiram melhorias na respiração devem ser questionados se estão a engolir o medicamento em vez de o inalar. CONTRAINDICAÇÕES: Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos outros excipientes. ADVERTÊNCIAS/PRECAUÇÕES: ♦utilização aguda: não deve ser usado como terapêutica de recurso ♦hipersensibilidade: se ocorrerem sinais sugestivos de reações alérgicas, em particular, angioedema, Tovanor Breezhaler deve ser imediatamente descon-tinuado e instituída terapêutica alternativa ♦broncospasmo paradoxal: tal como outras terapêuticasinalatórias, a administração pode resultar em broncospasmo paradoxal que pode por em riscoa vida. Se ocorrer broncospasmo paradoxal, Tovanor Breezhaler deve ser descontinuado imediata-mente e substituído por terapêutica alternativa ♦efeito anticolinérgico: deve ser usado com pre-

caução em doentes com glaucoma de ângulo estreito ou com retenção urinária ♦compromisso renal: deve apenas ser utilizado se o benefício esperado superar o risco potencial e doentes comcompromisso renal grave incluindo os com doença renal terminal necessitando de diálise ♦doençacardiovascular: deve ser usado com precaução em doentes com doença cardíaca isquémicainstável, falência ventricular esquerda, história de enfarte do miocárdio, arritmia (excluindo fi brilhaçãoauricular estável crónica), história de síndrome de prolongamento do intervalo QT ou cujo QTc foiprolongado. GRAVIDEZ: apenas deve ser usado durante a gravidez se os benefícios esperadospara o doente compensarem os potenciais riscos para o feto. ALEITAMENTO: apenas deve ser considerado se os benefícios esperados para a mulher compensarem qualquer potencial risco paraa criança. FERTILIDADE: os estudos de reprodução e outros dados em animais não levantampreocupações no que respeita a fertilidade quer em machos quer em fêmeas. INTERAÇÕES:♦a administração concomitante com outros medicamentos contendo anticolinérgicos não foiestudada e como tal não é recomendada. REAÇÕES ADVERSAS: ♦Frequentes (≥1 a <10%): xerostomia, insónia, gastroenterite ♦Pouco frequentes (≥0,1 a <1%): hipersensibilidade, angioede-ma, dispepsia, cáries dentárias, dor nas extremidades, dor torácica musculoesquelética, erupçãocutânea, fadiga, astenia, sinusite, tosse produtiva, irritação da garganta, epistaxis, rinite, cistite, hiper-glicemia, disúria, retenção urinária, fi brilhação auricular, palpitações, hipoestesia ♦Outras reaçõesadversas: nasofaringite, dor musculoesquelética ♦Apenas em doentes idosos: cefaleias,infeção do trato urinário. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO:Novartis Europharm Limited Wimblehurst Road Horsham West Sussex, RH12 5AB Reino UnidoREPRESENTANTE LOCAL: Laboratório Medinfar-Produtos Farmacêuticos, S.A. Rua ManuelRibeiro de Pavia, 1, 1º Venda Nova 2700-547 Amadora. Escalão de comparticipação: B (69%; 84%).Medicamento sujeito a receita médica. Para mais informações deverá contactar o titular da AIM/representante local do titular da AIM. TOV_RCM201406_IEC_V05

Número verde: 800 204 661 LABORATÓRIO MEDINFAR - PRODUTOS FARMACÊUTICOS, S.A. | Rua Manuel Ribeiro de Pavia, n.º1 - 1.º, Venda Nova 2700-547 AmadoraTel. 21 499 74 00 | Fax. 21 499 74 97 | email: [email protected] | www.medinfar.pt | Capital Social: €7.000.000,00 - Contribuinte n.º 500 384 045Sob licença Novartis - Medicamento sujeito a receita médica. Para mais informações deverá contactar o titular da AIM/representante local do titular da AIM. Tovanor-2014-09-FL-32 elaborado em julho de 2014

A importância de um estágio de Pneumologia Oncológica na formação em Pneumologia

Prof. Doutor Henrique Queiroga*

É importante afirmar que os tumores torácicos são doenças cuja abordagem deve ser multidisciplinar, com várias especialidades, em colaboração estreita e na qual a Pneumologia tem papel fundamental

6.ª feira, 07 de novembrosala Robalo Cordeiro - 10h30 -12h00

Page 10: Download Jornal

JOR

NA

L D

O C

ON

GR

ESSO

|

16

XXX CONGRESSO DE PNEUMOLOGIA

XXX CongRESSo SPP

Herpes Zoster - Carga da doença e BenefíCios da VaCinação

simpósio Sanoi Pasteur MSD

06noV’14sala thomé Villar12h00-13h00

Moderação: Prof. Doutor Carlos Robalo Cordeiro, Presidente sociedade Portuguesa de Pneumologia

Carga da doença por Herpes Zoster – dados naCionais Dr. Filipe Froes, Hospital Pulido Valente, CHLn, Lisboa

Herpes Zoster and post-HerpetiC neuralgia preVention | ZostaVax® VaCCine Dr. Robert Johnson, emeritus Consultant in Pain Medicine and Honorary senior research fellow in the department of Clinical sciences, University of Bristol, UK

Dr. José Monteiro Ferreira*

Em Portugal vive-se o período de transição para a consagração da Medicina do Sono como uma área do conhecimento e da praxis da Medicina Moderna

O estudo retrospetivo “Internamentos hospitalares por herpes zoster em Portugal entre 2000 e 2010”, pu-blicado na edição de setembro/outubro de 2013 da Acta Médica Portuguesa, reportou um total de 1706 internamentos hospitalares com diagnóstico principal de herpes zoster neste período. A propósito dos dados deste estudo, o Dr. Filipe Froes abordará o impacto

do herpes zoster em Portugal, durante um simpósio promovido pela Sanoi Pasteur/MSD, no dia 6 de no-vembro. De acordo com o coordenador da Unidades de Cui-dados Intensivos Médico-Cirúrgicos do Centro Hospi-talar de Lisboa Norte (Hospital de Pulido Valente) e coordenador da Comissão de Infecciologia Respirató-ria da SPP (Sociedade Portuguesa de Pneumologia), “a incidência de herpes zoster tem vindo a aumentar nos últimos anos”, como consequência do envelhecimen-to populacional. “Neste momento, estima-se que 33% da população no decurso da sua vida venha a ter herpes zoster (ou, na designação mais popular, ‘Zona’). Também metade da população até aos 85 anos terá, pelo menos, um episódio de HZ”, assinalou este especialista. O estudo, que analisou retrospetivamente a base de dados da Administração Central dos Sistemas de Saú-de com a informação clínica de indivíduos admitidos no hospital com diagnóstico principal de herpes zos-ter, revelou que, ao longo destes 11 anos, o número

de internamentos regista uma tendência progressiva de crescimento. “Neste período, o número total de internamentos foi, em média, de 155 por ano, o que equivale a um internamento (devido a herpes zoster como diagnóstico principal) a cada dois dias”, con-cretizou o Dr. Filipe Froes. O especialista airmou que desde 2000 até 2010 “ob-servou-se uma tendência crescente”, já que aquando do início deste estudo (em 2000) o número de interna-mentos era de 130, tendo subido, em 2010, para 160. “Em termos de incidência, espera-se que ocorram cerca de 5 casos/1000 habitantes/ano. Geralmente, os doentes não precisam de ser internamento, embora 1-4% do número de casos necessitem de hospitaliza-ção, o que signiica que o grande impacto da doen-ça, quer em Portugal, quer lá fora, está relacionado, sobretudo, com os cuidados de saúde ambulatórios”, completou. Ainda de acordo com o especialista, o HZ “é uma pa-tologia com tendência progressiva, que está associada a uma elevada morbilidade e, inclusivamente, mor-

talidade”, além de ser responsável por uma parcela não despicienda de recursos em saúde. No parecer do Dr. Filipe Froes, o HZ pode ter consequências na qualidade de vida dos doentes. Embora a mortalidade seja baixa, o HZ está associado a “dor, incapacidade e a um quadro de nevralgia pós-herpética”, uma con-sequência que, em média, atinge 25-50% dos indiví-duos com idade superior a 50 anos. “Além das complicações dolorosas e álgicas, foram identiicadas outras complicações, nomeadamente, o herpes oftálmico e a meningite herpética, que poderá conduzir a lesões graves no sistema nervoso central e a mortalidade. Contudo, neste estudo conirmou-se uma taxa de letalidade intra-hospitalar de 1%”, con-cluiu o Dr. Filipe Froes.

A patologia respiratória do sono constitui, muito provavel-mente, o conjunto de distúrbios intrinsecamente relacio-nados com o sono mais reconhecido e divulgado entre a comunidade em geral e a comunidade dos proissionais da saúde.A sua elevada prevalência, o seu caráter essencialmente orgânico, a sua isiopatologia especíica, as característi-cas das suas expressões, como o ressonar, variavelmente acessíveis ao reconhecimento, a compreensão da lógica e da gravidade potencial das suas temerosas consequências têm sido decisivos para a importância que se tem dedica-do e que se tem de continuar a dedicar.Tudo isto signiica porque a Pneumologia tem sido uma das especialidades médicas que mais tem contribuído para o desenvolvimento da Medicina do Sono.

Além de haver legitimamente lugar para tempos e temas sobre sono e a patologia respiratória em reuniões de Pneumologia, num Congresso como este tem todo o ca-bimento haver uma sessão, precisamente organizada pela Comissão de Trabalho de Patologia Respiratória durante o Sono, com o Dr. Richard Staats, como coordenador, e a

Dr.ª Fátima Teixeira, como secretária, para que se aborde uma perspetiva mais alargada da Medicina do Sono.Em Portugal vive-se o período de transição para a consa-gração da Medicina do Sono como uma área do conhe-cimento e da praxis da Medicina Moderna. Aguarda-se que a Comissão para a Obtenção da Competência em Medicina do Sono emita a lista de médicos a quem será atribuída essa competência. Seguramente, haverá um nú-mero apreciável de pneumologistas. Deste embrião deseja-se que se abra o caminho que pode atingir a criação da especialidade de Medicina do Sono, já existente em poucos países.Este enquadramento integra em absoluto a conferência a proferir pelo Prof. Mark Elliot da St. James’ University Hospital em Leeds: From Non-Invasive Ventilation and Life

Support to Sleepiness Testing. The many features of Sleep

Medicine. Com formação pneumológica inicial, dedica--se a temas como a ventilação não invasiva e a sonolência diurna excessiva particularmente no contexto da condu-ção automóvel.Este último tema é da maior oportunidade porque as nor-mas europeias mais recentes sobre este tema, na sua rela-ção com a síndrome de apneias – hipopneias do sono e com a permissão para conduzir destes doentes, estão para ser aplicadas nos países da União Europeia.A atenção da Comissão de Trabalho de Patologia Respi-ratória durante o sono tem-se focado mais recentemente em aspetos mais especíicos relacionados com a realida-de portuguesa, nomeadamente o desenvolvimento das Recomendações terapêuticas dos distúrbios respiratórios

durante o sono e a elaboração da “Base de dados de do-entes com DRS a nível nacional”. A análise destes dois temas e da sua situação atual preencherá a segunda parte desta reunião.

* CEDRA - Centro de Diagnóstico e Tratamento de Doenças

Respiratórias e Alérgicas, Coimbra

Impacto do herpes zoster e dados de Portugal

Recomendações terapêuticas nos distúrbios respiratórios no sono

Um estudo, publicado na Acta Médica Portuguesa (número de setembro/outubro de 2013), concluiu que, no nosso País, “as formas graves de herpes zoster (HZ) estão relacionadas com a idade e associadas a signiicativa morbilidade, mortalidade e utilização de recursos em saúde”. Saiba quais os dados e o impacto deste estudo, apresentado pelo Dr. Filipe Froes durante um simpósio que decorre entre as 12h00 e 13h00, no dia 6 de novembro.

5.ª feira, 06 de novembrosala Thomé Villar - 12h00 -13h00

5.ª feira, 06 de novembrosala Robalo Cordeiro - 08h30 -10h00

Dr. Filipe Froes*

Page 11: Download Jornal

JOR

NA

L D

O C

ON

GR

ESSO

|

17

XXX CONGRESSO DE PNEUMOLOGIA

É na sarcoidose que a biopsia transbrônquica tradi-cional tem a sua maior utilidade, com uma acuidade diagnóstica entre os 40-60%. No entanto, a sua uti-lidade é questionável no diagnóstico da maior parte das DPD, dada a habitual exiguidade da amostra e a sua má qualidade, nomeadamente com presença de artefactos de esmagamento. Recentemente, têm sido publicadas algumas séries de criobiopsias transbrôn-quicas, que se traduzem por uma maior dimensão e maior qualidade, permitindo uma maior acuidade diagnóstica nas doenças em que o diagnóstico era possível pelo método tradicional, como a sarcoidose, mas também naquelas em que tal não era possível, como no caso das pneumonias intersticiais. Neste

conjunto de doenças, em que a informação do LBA não é tão relevante como nas doenças granulomato-sas, as criobiopsias transbrônquicas tem permitido a obtenção de amostras representativas do padrão de pneumonia intersticial usual, pneumonia intersticial não-especíica ou pneumonia intersticial descama-tiva. No entanto, estes padrões histológicos podem encontrar-se em vários contextos, sendo que por vezes a diiculdade não se encontra exatamente no seu reconhecimento, dado que a TAC torácica apre-senta alterações compatíveis, mas sim em diferen-ciar as diferentes entidades que se podem associar ao mesmo padrão, sendo que até ao momento ainda não temos dados suicientes que nos garantam que

as criobiopsias poderão ter aqui um papel decisivo.Em conclusão, apesar de atualmente termos novos meios de diagnóstico que nos permitem uma maior acuidade diagnóstica nas DPD, o LBA mantém um pa-pel insubstituível como um dos componentes essen-ciais da abordagem multidisciplinar diagnóstica.

* Consulta de doenças pulmunares difusas

Centro Hospitalar de São João

6.ª feira, 07 de novembrosala Robalo Cordeiro - 08h30 -10h00O lavado broncoalveolar (LBA) tem sido um meio

auxiliar de diagnóstico incontornável na abordagem multidisciplinar do diagnóstico das doenças pulmo-nares difusas (DPD) nas últimas três décadas. Embora sem nenhum avanço relevante relativamente ao des-crito em inais dos anos 80, a contagem celular total e diferencial no LBA associada ao estudo de fenoti-pagem celular, nomeadamente linfocitária no LBA, permitiu em conjunto com a avaliação clínica e a interpretação rigorosa do padrão e distribuição das al-terações na TAC torácica com cortes de alta resolução obter o diagnóstico preciso num número signiicativo de casos de DPD, sem necessidade de obtenção de tecido pulmonar por meios invasivos, embora mesmo neste contexto, possa dar um contributo importante para o diagnóstico inal.Tradicionalmente, a contribuição do LBA para o diag-nóstico das DPD é dividida em dois grupos: em pri-meiro lugar, nos casos em que pode ser diagnóstico, como são exemplo a proteinose alveolar, a histioci-tose pulmonar de células de langerhans, as doenças eosinofílicas pulmonares, a hemorragia alveolar difu-sa ou as pneumoconioses e, em segundo lugar, nos casos em que constitui um apoio ao diagnóstico, no conceito previamente referido de um componente da abordagem diagnóstica multidisciplinar, como acon-tece na sarcoidose, pneumonite de hipersensibilida-de ou nas pneumonias intersticiais. É principalmente neste último grupo que a importância diagnóstica do LBA tem sido questionada face à introdução de novos métodos de diagnóstico, como é o caso da punção aspirativa ganglionar por ecograia endobrônquica (EBUS) ou das criobiopsias transbrônquicas.

A ecoendoscopia apresenta valores elevados de renta-bilidade diagnóstica na sarcoidose com envolvimen-to torácico de tipo I e II em vários estudos publica-dos, com uma acuidade diagnóstica na ordem dos 80-90%, o que constitui uma rentabilidade superior à biopsia transbrônquica tradicional. Por sua vez, o LBA apresenta uma elevada especiicidade para o diagnós-tico de sarcoidose, quando se veriica a presença de linfocitose, com uma relação CD4/CD8 > 3,5, o que ocorre apenas em cerca de 55% dos casos. Baseado nestes valores, parecia ser óbvio que a utilidade do LBA no diagnóstico da sarcoidose se encontraria em causa. No entanto, uma observação mais atenta dos dados publicados revelou que a acuidade diagnóstica do EBUS é mais elevada principalmente nos casos de sarcoidose torácica em estadio I, com apresentação clínica e imagiológica característica da doença, sen-do menor ao invés na sarcoidose torácica de tipo II e em casos com apresentação atípica, motivo pelo qual parece ainda ser precoce a dispensa do LBA na abor-dagem diagnóstica da sarcoidose.

Lavado broncoalveolar na patologia pulmonar difusa

Dr. António Morais*

não deixe que a Zona os impeça de aproveitar a vida

NOME DO MEDICAMENTO ZOSTAVAX pó e veículo para suspensão injetável em seringa pré-cheia. Vacina viva contra a zona (Herpes zoster) COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Após reconstituição, 1 dose (0,65 ml) contém: Vírus da varicela-zoster1, estirpe Oka/Merck, (vivo, atenuado), não menos de 19400 UFP2 1produzido em células diploides humanas (MRC-5); 2UFP = Unidades formadoras de placas Esta vacina pode conter quantidades vestigiais de neomicina. FORMA FARMACÊUTICA Pó e veículo para suspensão injetável em seringa pré-cheia. O pó é uma massa cristalina, compacta, branca ou quase branca. O veículo é um líquido incolor e límpido. INFORMAÇÕES CLÍNICAS Indicações terapêuticas ZOSTAVAX está indicado na prevenção do herpes zoster (“zoster” ou zona) e da nevralgia pósherpética (NPH) relacionada com o herpes zoster em indivíduos com 50 ou mais anos de idade. Posologia e modo de administração Posologia Os indivíduos devem receber uma dose única (0,65ml), administrada por via subcutânea. Não é atualmente conhecida a eventual necessidade de uma segunda dose. Não injetar por via intravascular. Contraindicações Antecedentes de hipersensibilidade à substância ativa, a qualquer dos excipientes ou vestígios residuais (ex., neomicina). Estados de imunodeficiência primária e adquirida devidos a situações tais como: leucemias agudas e crónicas; linfomas; outras condições que afetem a medula óssea ou o sistema linfático; imunosupressão devida ao VIH/SIDA; deficiências imunocelulares. Terapêutica imunosupressora (incluindo doses elevadas de corticosteroides); contudo, ZOSTAVAX não está contraindicado para utilização em indivíduos medicados com corticosteroides tópicos/de inalação ou com doses baixas de corticosteroides administradas por via sistémica ou em doentes que recebem corticosteroides como terapêutica de substituição, ex: para a insuficiência supra-renal. Tuberculose ativa não tratada. Gravidez. Adicionalmente, a gravidez deve ser evitada durante 1 mês após a vacinação. Advertências e precauções especiais de utilização Deverão estar prontamente à disposição um tratamento e supervisão adequados em caso de uma reação anafilática/anafilatoide rara após a administração da vacina, pois existe a possibilidade de ocorrência de reações de hipersensibilidade, não apenas às substâncias ativas, mas também aos excipientes e aos vestígios residuais (ex., neomicina) presentes na vacina ZOSTAVAX não está indicado no tratamento do herpes zoster ou da NPH. Deverá considerarse o adiamento da vacinação em caso de febre. Tal como para qualquer vacina, a vacinação com ZOSTAVAX poderá não resultar na proteção de todos os indivíduos vacinados. A segurança e a eficácia do ZOSTAVAX não foram estabelecidas em adultos com infeção conhecida pelo VIH, com ou sem evidência de imunosupressão. Transmissão Nos ensaios clínicos realizados com ZOSTAVAX, não foram referidos casos de transmissão do vírus da vacina. Contudo, a experiência pós-comercialização com as vacinas contra a varicela sugere que a transmissão do vírus da vacina pode ocorrer raramente entre indivíduos vacinados que desenvolvem uma erupção cutânea do tipo varicela e contactos suscetíveis (por exemplo, criança suscetível ao VVZ, neto do vacinado). Tem também sido referida a transmissão do vírus da vacina a partir de indivíduos vacinados com a vacina contra a varicela que não desenvolvam uma erupção cutânea tipo varicela. Interações medicamentosas e outras formas de interação ZOSTAVAX pode ser administrado concomitantemente com a vacina contra a gripe inativada, como injeções separadas e em locais do corpo diferentes. ZOSTAVAX não deve ser administrado concomitantemente com a vacina antipneumocócica polissacarídica 23-valente, uma vez que num ensaio clínico, a administração concomitante das duas vacinas resultou em imunogenicidade reduzida de ZOSTAVAX. Não estão atualmente disponíveis dados relativos à utilização concomitante com outras vacinas. Não foi avaliada a administração simultânea de ZOSTAVAX e de medicações antivirais com reconhecida eficácia contra o VVZ. Efeitos indesejáveis Muito frequentes: eritema, dor/hiperestesia à palpação, tumefação, prurido. Frequentes: cefaleias, dor nas extremidades, hematoma, calor, induração Para a lista completa de reações adversas incluindo as que foram reportadas na vigilância póscomercialização, consultar o Resumo das Características do Medicamento. Para mais informações deverá contactar o titular da autorização de introdução no mercado. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO: Sanofi Pasteur MSD SNC, 162 avenue Jean Jaurès, F-69007 Lyon, França. Representante local: Sanofi Pasteur MSD, SA – Tel: 214704550. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO: 5976584 DATA DA RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO: 23 de Maio de 2011. DATA DA REVISÃO DO TEXTO: Março 2014. Medicamento sujeito a receita médica, não comparticipado. P.V.P.=145,43€. Para mais informações deverá contatar o titular da A.I.M..

1. Bowsher D. The lifetime occurrence of herpes zoster and prevalence of post-herpetic neuralgia: A retrospective survey in an elderly population. Eur J Pain. 1999;3(4):335-42. 2. Miller E, Marshall R, Vurdien J.

Epidemiology, outcome and control of varicella-zoster infection. Rev Med Microbiol. 1993;4:222-30

Vacina já disponível em portugal Ajude a prevenir a Zona e a Nevralgia Pós-Herpética

1 em 4 adultos irá ter Zona1,2, uma doença dolorosa que pode afetar profundamente a qualidade de vida dos seus doentes.

a primeira vacina contra a Zona e a npH

Alfrapark, Estrada de Alfragide, Nº 67, Lote F Sul, Piso 2 • 2610-008 Amadora Tel. +351.214704550 • Fax: +351.214714675 • Registada na Conservatória do Registo Predial/Comercial da Amadora sob o número único de matrícula e de pessoa colectiva 507 632 796 (anteriormente sob o número de matrícula 16198/2006-03-01 na CRCL)/Capital Social 50.000€

PT00

756-

abr.1

4

Fig. 1- Fase de processamento do LBA

Page 12: Download Jornal

JOR

NA

L D

O C

ON

GR

ESSO

|

19

XXX CONGRESSO DE PNEUMOLOGIA

As doenças neuromusculares compõem um grupo he-terogéneo de patologias, de curso variável, cujo en-volvimento dos músculos respiratórios é relativamente previsível de acordo com a patologia em causa.Tendo em conta a história natural da doença, estão descritas recomendações sobre os parâmetros fun-cionais respiratórios a avaliar e a sua interpretação. Embora as recomendações sejam transversais a várias patologias neuromusculares, tratando-se de doenças raras e com cursos muito diferentes, a maioria da evi-dência encontra-se suportada por estudos observacio-nais e não randomizados.Nas doenças neuromusculares que envolvem os mús-culos respiratórios inevitavelmente, como acontece na esclerose lateral amiotróica, na atroia muscular espinhal, ou na distroia muscular de duchénne, a avaliação funcional respiratória é fundamental, desde o seu diagnóstico e ao longo da sua evolução. Esta avaliação deverá incluir a determinação da capacida-de vital (CV/CVF), as pressões inspiratória e expirató-ria máximas (PIM e PEM, respetivamente), o Sniff nasal

inspiratory pressure (SNIP), a máxima capacidade ins-piratória (MIC), o Cough Peak Flow (CPF), a oxicapno-graia em período noturno e/ou diurno a polissonogra-ia (PSG) ou os estudos cardiorespiratórios do sono. O seguimento destes doentes deverá incluir a repetição periódica (3-6meses) de algumas destas avaliações, fornecendo orientação sobre a melhor altura para iniciar as propostas terapêuticas (ventiloterapia, tosse assistida, air-stacking ou a realização da gastroscopia).A existência de insuiciência respiratória do tipo 2 ou a hipercapnia diurna são indicações formais, embora tardias, para o início de suporte ventilatório. A hipo-ventilação noturna pode ser sugerida pelo aumento isolado dos bicarbonatos em gasimetria arterial reali-zada em período diurno.

As alterações na estrutura do sono (sono fragmenta-do, diminuição da eiciência do sono, diminuição do sono REM) são frequentes nas doenças neuromuscu-lares e apenas podem ser objetivadas por PSG (com EEG). Estas precedem muitas vezes o aparecimento da hipercapnia noturna, indicando hipoventilação, o que traduz já uma grave disfunção dos músculos respira-tórios, e que condiciona igualmente a necessidade de suporte ventilatório.As alterações funcionais induzidas pelo sono ou pelo decúbito dorsal (disfunção diafragmática), são precur-soras das alterações funcionais encontradas nas avalia-ções em repouso e sentada como a FCV/CV (<50-80%), o PIM (<60cmH2O) entre outros. A avaliação da CV/CVF deve assim ser igualmente realizada em decú-bito dorsal, cuja queda superior a 12% indica disfun-ção diafragmática, sendo esta grave, se superior a 25%.De forma igualmente importante é a avaliação da ei-cácia da tosse, como mecanismo de proteção da via aérea. A CPF permite estimar o comprometimento da

tosse e quando inferior a 270L/min signiica que a tos-se pode ser ineicaz aquando de um processo infeccio-so respiratório. Se o seu valor for inferior a 160L/min, traduz que a tosse é totalmente ineicaz. Deste modo, técnicas de limpeza das vias aéreas, como a tosse as-sistida manual ou mecânica são necessárias.A realização diária de manobras repetidas de air-stack-

ing, para atingir a máxima capacidade de insulação ou MIC, aumenta o CPF e consequentemente a eicá-cia da tosse, na presença de função bulbar preservada.A grave disfunção bulbar cursa com alterações da lin-guagem, disfagia, sialorreia e risco de aspiração para

a via aérea. Esta pode ser objetivada por videoluros-copia ou videoendoscopia da deglutição e indica a necessidade de realização de gastroscopia percutânea (PEG). A decisão da colocação da PEG deve ser toma-da antes do grave compromisso nutricional e funcio-nal, podendo realizar-se com sedação e com eventual suporte ventilatório não-invasivo.O suporte ventilatório não-invasivo representa o su-porte ventilatório predominante e preferencial, reser-vando-se a ventilação por traqueostomia para as si-tuações de grave disfunção bulbar, quando este é o desejo do doente.

Por vezes, após um longo percurso, progressivamente desfavorável, com uma evolução fatal inevitável, os melhores cuidados paliativos são a nossa única e úl-tima atitude.

* Assistente Hospitalar de Pneumologia do CHTMAD, EPE,

Coordenadora e membro fundador do grupo de interesse

em suporte ventilatório a doentes neuromusculares

Dr.ª Bebiana Conde* 5.ª feira, 06 de novembro

sala Thomé Villar - 15h30 -16h30

Avaliação funcional respiratóriaem patologia neuromuscular

A Carbocisteína está indicada pela DGS no tratamento da DPOC

Nome: Pulmiben 2% e Pulmiben 5%, Xarope Composição: Cada ml contém 20 mg e 50 mg de carbocisteína. Contém vermelho de ponceau 4R, p-hidroxibenzoato de metilo sódico e sódio. Excipientes, ver RCM completo. Indicações terapêuticas: Tratamento de todas as afeções agudas e crónicas das vias respiratórias incluindo a esfera ORL, caracterizadas por um excesso de produção de secreções, ou pela existência de secreções patológicas de viscosidade elevada. Tais como: bronquites, traqueítes, laringites, rinites, rinofaringites, sinusites e otites. Posologia e modo de administração: Pulmiben 2%: Crianças até 5 anos: 5ml antes de cada refeição (2 x d). Crianças maiores de 5 anos: 5 ml antes de dada refeição (3 x d). Tratamento mínimo de 15 dias. Pulmiben 5%: Adultos: 15 ml (3 x d). Tratamento mínimo 15 dias. Contraindicações: Úlcera gastroduodenal ativa; Hipersensibilidade individual ao medicamento. Advertências e precauções especiais de utilização: Este medicamento contém vermelho ponceau 4R. Pode causar reacções alérgicas. Este medicamento contém p-hidroxibenzoato de metilo sódico. Pode causar reacções alérgicas (possivelmente retardadas). Pulmiben 2% contém 3.749 mg/ml sódio e Pulmiben 5% contém 7.7715 mg/ml de sódio. Esta informação deve ser tida em consideração em doentes com ingestão controldada de sódio. Efeitos indesejáveis: Em doses superiores às recomendadas podem surgir sintomas de gastralgias, náuseas ou diarreia, que costumam desaparecer com a redução da dose. Medicamento não sujeito a receita médica. Para mais informação, contactar o titular de AIM.

Doente

A

B

C

D

SABA (SOS)ou

SAMA (SOS)

LABAou

LAMA

ICS + LABAou

LAMA

ICS + LABAe/ou

LAMA

Primeira escolha

LABAou

LAMAou

SABA e SAMA

ICS + LABA e LAMAe/ou

LAMA e LABA

LAMA e LABA

LAMA e LABA

Segunda escolha

Teofilina

Teofilina

SABA e/ou SAMA

Teofilina

SABA e/ou SAMA

Teofilina

SABA e/ou SAMA

Carbocisteína

Escolhas alternativas

Fonte: GOLD, update 2013 (adaptada)A terapêutica referida em cada opção (caixa) está de acordo com a ordem alfabética, por conseguinte, não é uma ordem de preferência.

Fonte: GOLD, update 2013

Baixo RiscoPoucos Sintomas

Baixo RiscoMais Sintomas

Alto RiscoPoucos Sintomas

Alto RiscoMais Sintomas

Característica

GOLD 1-2

GOLD 1-2

GOLD 3-4

GOLD 3-4

Classificaçãoespirométrica

≤ 1

≤ 1

≥ 2

≥ 2

Exacerbaçõespor ano

0-1

0-1

≥ 2

≥ 2

mMRC

≥ 10

≥ 10

< 10

< 10

CATDoente

A

B

C

D

Quadro IV: Tratamento farmacológico inicial Estratificação dos grupos de gravidade* Na avaliação do risco a existência de uma ou mais hospitalizações por exarcebação de DPOC é critério de risco elevado.

NADA BATE A EFICÁCIA

COMPROVADA

O suporte ventilatório não-invasivo

representa o suporte ventilatório

predominante e preferencial,

reservando-se a ventilação por

traqueostomia para as situações de

grave disfunção bulbar

Page 13: Download Jornal

JOR

NA

L D

O C

ON

GR

ESSO

|

20

XXX CONGRESSO DE PNEUMOLOGIA

Sob a moderação dos Profs. Doutores J. Agostinho Marques e Carlos Robalo Cordeiro, o simpósio pro-movido pela Novartis (subordinado ao tema “Virar a página no tratamento da DPOC”) contará com um painel de quatro palestrantes - Prof. Doutor Kai Beeh

(um especialista alemão que reúne uma vasta expe-riência clínica e investigacional na área da DPOC) e Drs. João Cardoso, Miguel Guimarães e Sandra André.Antecipando o conteúdo desta sessão, o Prof. Doutor J. Agostinho Marques, pneumologista do Centro Hos-pitalar de São João, no Porto, indicou que, atualmen-te, o “standard of care” da DPOC fundamenta-se no tratamento com broncodilatadores de duas famílias: anticolinérgicos e agonistas b2. Com base neste ra-cional, o moderador lembrou “existem evidências já documentadas com a nova associação ixa (brometo de glicopirrónio/indacaterol)”.“Uma série de trabalhos mostra que esta associação, em concreto, é eicaz no alívio dos sintomas e na diminuição do número de exacerbações. Em con-junto, estes efeitos produzem também benefícios na melhoria da qualidade de vida dos doentes com DPOC”, reforçou o moderador”, frisando que os ensaios de fase III validam a eicácia e a segurança desta combinação ixa.

Ainda na opinião deste especialista, a primeira as-sociação ixa estará recomendada para doentes com estádio B, C e D (segundo a nova classiicação do GOLD), ou seja, doentes com um quadro mais mar-cado de dispneia e com exacerbações. “Estes são os potenciais candidatos ao tratamento com esta combi-nação ixa”, airmou. “Na DPOC, o número de exacerbações passou a ocupar um papel central, porque correspondem aos episódios mais onerosos do tratamento da DPOC, so-bretudo quando obrigam a hospitalizações. A exacer-bação corresponde a um período de agravamento e a mortalidade é potenciada pelo número destes episó-dios”, explicou. Por esta razão, o Prof. Doutor J. Agostinho Marques admitiu que a combinação ixa “é uma estratégia poupadora de custos”, inclusivamente diretos, já que a aquisição de um único fármaco parece ser “mais barata do que a dispensa dos vários componentes separadamente”. De acordo com o especialista, “a

experiência tem mostrado, também em outras áreas da medicina, que o doente é mais cumpridor quando está medicado com uma associação ixa, em compa-ração com uma combinação livre”. “Esta associação ixa implica uma toma única diá-ria – algo que é mais cómodo e confortável para o doente – e possui um instrumento de inalação mais intuitivo, com uma cápsula transparente, que garante, através da visualização, que há uma inspiração efe-tiva da substância ativa e uma deposição pulmonar bem-sucedida. Esta é, entre várias outras razões, os argumentos que validam o sucesso desta associação terapêutica”, rematou o especialista, alegando que todos estes pressupostos legitimam a utilização das combinações ixas no contexto da DPOC.

Foi efetuada pesquisa bibliográica sobre cancro do pulmão no European Respiratory Journal desde 2012 e selecionados os artigos que pareceram de maior interesse, tendo em conta não só as áreas em maior desenvolvimento, como também a sua importância na prática clínica e menos debatidas em reuniões recen-tes (já efetuadas ou já programadas).Fala-se de rastreio, uma vez que é um tema ainda controverso pois apesar dos resultados serem encora-jadores (National Lung Cancer Trial e estudo Nelson) ainda permanece a questão dos falsos positivos (per-centagem menor com TC de baixa voltagem e estudo volumétrico), a necessidade de diagnosticar lesões de pequenas dimensões com métodos invasivos, o im-pacto na morbilidade e mortalidade, a relação custo--benefício e o tratamento eicaz.Por outro lado, esta temática levará a uma evolução cientíica devido à necessidade de técnicas menos invasivas de diagnóstico (a PET?), algoritmos de segui-mento, diagnóstico e tratamento.Em relação ao diagnóstico mantém-se um tema emer-gente uma vez que cada vez mais se caminha para a terapêutica personalizada, com a necessidade de efetuar, para além do diagnóstico histológico, o per-il genómico do tumor que é cada vez mais acessível mas que exige uma maior dimensão e qualidade da amostra. Como se pode contribuir para isso?Cada vez mais se tem que dar importância ao modo

de colheita, às técnicas para colheita (criobiópsia por exemplo) e ao modo de preparação e conservação da amostra para análise patológica e molecular. O diagnóstico de lesões periféricas continua a ser um problema e também nesta área se têm tentado novas técnicas, a criobiopsia por EBUS foi uma delas.Recentemente surge a nova classiicação dos ade-nocarcinomas do pulmão efetuada por uma equipa multidisciplinar (IASLC, ATS, ERS). Os vários subtipos histológicos (lepídico, acinar, papilar, micropapilar e sólido) estão associados a diferentes prognósticos. Se-ria interessante poder aferir, através das características radiológicas, o padrão de crescimento das lesões e associá-las a um determinado prognóstico, deinindo algoritmos de diagnóstico e tratamento através das ca-racterísticas radiológicas.Uma das grandes alterações decorrentes da nova clas-siicação foi o abandono da designação de carcinoma bronquioloalveolar e o aparecimento de termos como adenocarcinoma in situ e adenocarcinoma minima-mente invasivo. Com os rastreios, mais lesões peque-nas e de difícil diagnóstico têm sido detetadas. Como as diagnosticar e tratar?As ressecções limitadas mantêm-se em questão e têm sido fonte de intensa investigação. O diagnóstico pré e intra-operatório é diicil e mantém-se em desenvol-vimento (importância das alterações morfológicas na TAC, a PET nos pequenos tumores, outras técnicas de diagnóstico). A introdução da nova classiicação dos adenocarcinomas teve implicações importantes na atitude cirúrgica dos tumores do pulmão em es-tádios precoces. Continua a questionar-se lobectomia ou resseções menos alargadas, toracotomia ou VATS, esvaziamento ganglionar mediastinico em todos os tumores precoces. Estão a decorrer dois estudos ran-domizados prospetivos que comparam lobectomia vs

ressecção sublobar em tumores ≤ 2cm, periféricos.Para além da abordagem cirúrgica há que pensar tam-bém na possibilidade de tratamento não cirúrgico, nomeadamente com a radioterapia estereotáxica que está a ser usada nos doentes mais idosos, com comor-

bilidades e contraindicação para cirurgia, com resul-tados muito positivos. Não existem ainda resultados de estudos que a comparem com a cirurgia.O cancro do pulmão de crescimento lento surge então como uma entidade cada vez mais presente desde os programas de rastreio e há que decidir como abordar: manter vigilância e em que moldes, tratar ou não tra-tar e como. É necessária mais investigação nesta área para auxiliar nas atitudes a tomar.Finalmente não poderia deixar de referir um artigo que destaca a importância do pneumologista na abor-dagem multidisciplinar do canco do pulmão.

ARTIGoS SELECIonADoS

Eur Respir J. 2013 Dec;42(6):1659-67. doi: 10.1183/09031936.00197712. Epub 2013 Jul 11.Volumetric computed tomography screening for lung cancer: three rounds of the NELSON trial.Horeweg N, van der Aalst CM, Vliegenthart R, Zhao Y, Xie X, Scholten ET, Mali W, Thunnissen E, Weenink C, Groen HJ, Lammers JW, Nackaerts K, van Rosmalen J, Oudkerk M, de Koning HJ.Eur Respir J. 2014 Sep 26. pii: erj00665-2014. Positron emission tomography in the diagnostic work-up of screening-detected lung nodules.Veronesi G, Travaini LL, Maisonneuve P, Rampinelli C, Bertolotti R, Spaggiari L, Bellomi M, Paganelli G. Eur Respir J. 2014 Oct;44(4):1011-22. doi: 10.1183/09031936.00197013. Epub 2014 Aug 7.Tumour tissue sampling for lung cancer management in the era of personalised therapy: what is good enough for molecular testing?Kim L, Tsao MS.Eur Respir J. 2012 Mar;39(3):685-90. doi: 10.1183/09031936.00033011. Epub 2011 Aug 18.Cryobiopsy increases the diagnostic yield of endobronchial biopsy: a multicentre trial.Hetzel J, Eberhardt R, Herth FJ, Petermann C, Reichle G, Freitag L, Dobbertin I, Franke KJ, Stanzel F, Beyer T, Möller P, Fritz P, Ott G, Schnabel PA, Kastendieck H, Lang W, Morresi-Hauf AT, Szyrach MN, Muche R, Shah PL, Babiak A, Hetzel M.

Eur Respir J. 2014 Jan;43(1):233-9. doi: 10.1183/09031936.00011313. Epub 2013 Jul 30.Endobronchial ultrasound-guided cryobiopsies in peripheral pulmonary lesions: a feasibility study.Schuhmann M, Bostanci K, Bugalho A, Warth A, Schnabel PA, Herth FJ, Eberhardt R.Eur Respir J. 2013 Apr;41(4):943-51. doi: 10.1183/09031936.00056612. Epub 2012 Jul 26.Correlation of radio- and histomorphological pattern of pulmonary adenocarcinoma.Lederlin M, Puderbach M, Muley T, Schnabel PA, Stenzinger A, Kauczor HU, Heussel CP, Herth FJ, Hoffmann H, Dienemann H,Weichert W, Warth A.Eur Respir J. 2012 Feb;39(2):478-86. doi: 10.1183/09031936.00027511. Epub 2011 Aug 4.Surgical implications of the new IASLC/ATS/ERS adenocarcinoma classiication.Van Schil PE, Asamura H, Rusch VW, Mitsudomi T, Tsuboi M, Brambilla E, Travis WD.Eur Respir J. 2014 Aug;44(2):483-94. doi: 10.1183/09031936.00020214. Epub 2014 Jun 12.Surgical and nonsurgical approaches to small-size nonsmall cell lung cancer.De Ruysscher D, Nakagawa K, Asamura H.Eur Respir J. 2013 Dec;42(6):1706-22. doi: 10.1183/09031936.00186212. Epub 2013 May 16.Slow-growing lung cancer as an emerging entity: from screening to clinical management.Infante M, Berghmans T, Heuvelmans MA, Hillerdal G, Oudkerk M.Eur Respir J. 2013 Nov;42(5):1183-5. doi: 10.1183/09031936.00145813.Pulmonologists and lung cancer: pivotal role in multidisciplinary approach.

Gaga M, Sculier JP, Rabe KF.

* Coordenadora da Comissão de Trabalho

de Pneumologia Oncológica

Cancro do pulmão na “revista das revistas”

Dr.ª Paula Alves*

Máxima eicácia broncodilatadora com estratégia “dois em um”

Estudos comprovam benefícios da primeira associação fixa no tratamento da DPOC

Disponível em Portugal desde setembro deste ano, a associação ixa de brometo de glicopirrónio/indacaterol demonstrou ser capaz de melhorar a função respiratória (FEV1), reduzindo, simultaneamente, o número de exacerbações em doentes com DPOC. Estas foram as principais conclusões de dois estudos de fase III (ILLUMINATE e ENLIGHTEN), que avaliaram a eicácia e a segurança da combinação ixa composta por um anticolinérgico e um agonista b2.

5.ª feira, 06 de novembrosala Thomé Villar - 08h30 -10h00

6.ª feira, 07 de novembrosala Thomé Villar - 12h00 -13h00

Prof. Doutor J. Agostinho Marques

Page 14: Download Jornal

JOR

NA

L D

O C

ON

GR

ESSO

|

21

XXX CONGRESSO DE PNEUMOLOGIA

Mesa redonda da Comissão de Tabagismo da SPP

Tabaco, sorriso e voz

Este ano, a Comissão de Trabalho de Tabagismo es-colheu o tema “Tabaco, Sorriso e Voz” para a sua mesa-redonda no Congresso da SPP. O tabagismo é um problema que atravessa diversas áreas e especia-lidades, pela multiplicidade de problemas a que está associado. Dois destes fatores, menos associados à prática da Pneumologia são, no entanto, extremamen-te importantes na comunicação e na vivência huma-na: a boca e a voz. Com estes dois aparelhos o ser humano fala, come, canta, sorri, beija… e fuma. Ao abordar este tema, deparamo-nos com uma excelen-te oportunidade para promover a cessação tabágica, preservando a saúde e o bem-estar, a voz e o sorriso.Para tal, teremos duas convidadas prestigiadas nas suas áreas de conhecimento. A Prof.ª Dr.ª Marta Re-sende, médica dentista e professora da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, dar-nos--á a visão da Medicina Dentária sobre o problema do tabagismo. A Prof.ª Marta Resende, que também coordena uma consulta de cessação tabágica associa-da à clínica dentária, irá falar-nos das patologias orais associadas ao fumo de tabaco, das implicações do consumo tabágico nos tratamentos e da posição privi-legiada do médico dentista na prevenção e cessação. A formação do médico dentista nesta área será outros dos tópicos abordados.

A segunda convidada será a Dr.ª Clara Capucho, otor-rinolaringologista no Centro Hospitalar de Lisboa Oci-dental. É bem conhecida a relação negativa entre o fumo de tabaco e a voz, e grande parte das patologias da laringe têm uma associação ao tabagismo. A Dr.ª Clara dedica-se à área da voz desde há vários anos, sendo responsável por esta consulta, onde a cessação tabágica constitui uma parte integrante. Tem desen-volvido ações de grande destaque na sociedade civil, como a promoção do Dia Mundial da Voz.O trabalho conjunto de todos os proissionais é funda-mental para que os nossos doentes não fumem e assim respirem, falem e riam saudáveis.

* Pneumologista do Hospital

Prof. Dr. Fernando Fonseca, Amadora

O tabagismo é um problema

que atravessa diversas áreas e

especialidades, pela multiplicidade

de problemas a que está

associado. Dois destes fatores,

menos associados à prática da

Pneumologia são, no entanto,

extremamente importantes

na comunicação e na vivência

humana: a boca e a voz

Dr. José Pedro Boléo-Tomé*

Sábado, 08 de novembrosala Robalo Cordeiro - 15h30 -16h30

Ultibro Breezhaler 85 microgramas/43 microgramas, pó para inalação, cápsulas (indacaterol/glicopirrónio) Este medicamento está sujeito a monitorização adicional. Isto irá permitir a rápida identificação de nova informação de segurança. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas. Nota Importante: Antes de prescrever consulte o Resumo das Características do Medicamento. APRESENTAÇÃO: Pó para inalação, cápsulas contendo 143 microgramas de maleato de indacaterol equivalente a 110 μg de indacaterol e 63 μg de brometo de glicopirrónio equivalente a 50 μg de glicopirrónio. Cada dose libertada (a dose libertada do aplicador bucal do inalador) contém 110 g de maleato de indacaterol equivalente a 85 μg de indacaterol e 54 μg de brometo de glicopirrónio equivalente a 43 μg de glico-pirrónio. INDICAÇÕES: Ultibro Breezhaler é indicado como tratamento broncodilatador de manutenção para alívio dos sintomas em doentes adultos com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC). POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO Adultos: A dose recomendada é a inalação do conteúdo de uma cápsula uma vez por dia, usando o inalador Ultibro Breezhaler. Populações especiais de doentes: Compromisso renal: pode ser usado na dose recomendada em doentes com compromisso renal ligeiro a moderado. Em doentes com compromisso renal grave ou com doença renal terminal que necessitem de diálise, este deve ser usado se o benefício esperado superar o risco potencial. Compromisso hepático: pode ser utilizado na dose recomendada em doentes com compromisso hepático ligeiro a moderado. Não estão disponíveis dados para a utilização em doentes com compromisso grave da função hepática. População idosa: pode ser utilizado na dose recomendada em doentes idosos (idade igual ou superior a 75 anos). População pediátrica (<18 anos): a segurança e eficácia não foram estabeleci-das. Não existem dados disponíveis. Modo de administração: As cápsulas de Ultibro Breezhaler devem ser administradas pela via inalatória oral e apenas com a utilização do inalador Ultibro Breezhaler. As cápsulas não devem ser engolidas. Ultibro Breezhaler deve ser administrado à mesma hora do dia todos os dias. Se for omitida uma dose, esta deve ser tomada assim que possível no mesmo dia. Os doentes devem ser instruídos a não tomarem mais do que uma dose por dia. As cápsulas devem ser sempre conservadas no blister de origem para proteger da humida-de, e apenas retiradas imediatamente antes da utilização. Os doentes devem ser instruídos sobre como administrar o medicamento corretamente. Os doentes que não sentiram melhorias na respiração devem ser questionados se estão a engolir o medicamento em vez de o inalar. CON-TRAINDICAÇÕES: Hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer um dos excipientes de Ultibro Breezhaler. ADVERTÊNCIAS/PRECAUÇÕES: ♦ Ultibro Breezhaler não deve ser administrado concomitantemente com medicamentos contendo agonistas beta-adrenérgicos de longa duração ou antagonistas muscarínicos de longa duração ♦ não deve ser usado no tratamento da asma, os agonistas beta2-adrenérgicos de longa duração podem aumentar o risco de acontecimentos adversos graves relacionados com a asma, incluindo mortes relacionadas com a asma, quando utilizados no tratamento da asma ♦ não está indicado para o tratamento de episódios agudos de broncospasmo. ♦ se ocorrerem reações de hipersensibilidade, o tratamento com Ultibro Breezhaler deve ser descontinuado e deverá ser instituída terapêutica alternativa ♦ tal como com outras terapêuticas de inalação, a administração pode resultar em broncospasmo paradoxal, o que pode pôr em risco a vida. Se tal ocorrer, o tratamento com Ultibro Breezhaler deve ser interrompido imediatamente e deverá ser instituída terapêutica alternativa ♦ utilizar com precaução em doentes com glaucoma de ângulo estreito e retenção urinária ♦ tal como com outros agonistas beta2-adrenérgicos, deve ser utilizado com precaução em doentes com perturbações cardiovasculares (doença arterial coronária, enfarte agudo do miocárdio, arritmias cardíacas, hipertensão); em doentes com perturbações convulsivas ou tirotoxicose, e em doentes com resposta aumentada aos agonistas beta2-adrenérgicos ♦ apenas deve ser utilizado se o benefício esperado superar o risco potencial em doentes com compromisso renal grave, in-cluindo os com doença renal terminal necessitando de diálise ♦ tal como com outros agonistas beta2 adrenérgicos, pode causar efeitos cardiovasculares clinicamente significativos em alguns doentes, evidenciados pelo aumento da frequência cardíaca, pressão arterial e/ou sintomas, alterações no eletrocardiograma (ECG) ♦ os agonistas beta2-adrenérgicos podem produzir hipocaliemia significativa em alguns doentes, o que potencialmente pode levar a reações adversas cardiovasculares. A diminuição do potássio sérico é usualmente transitória, não requerendo suplementação. Em doentes com DPOC grave, a hipocaliemia pode ser potenciada pela hipoxia e pela terapêutica concomitante, o que pode aumentar a suscetibilidade a arritmias cardíacas ♦ Ultibro Breezhaler não foi estudado em doentes com diabetes mellitus que não estava bem controlada.GRAVIDEZ: apenas deve ser usado durante a gravidez se os benefícios esperados para o doente compensarem os potenciais riscos para o feto. TRABALHO DE PARTO: Informação relacionada com indacaterol – tal como com outros medicamentos contendo ago-nistas beta2-adrenérgicos, Ultibro Breezhaler pode inibir o trabalho de parto devido ao efeito relaxante no músculo liso uterino. ALEITAMENTO: apenas deve ser considerado se os benefícios esperados para a mulher compensarem qualquer potencial risco para a criança. FERTILIDADE: os estudos de reprodução e outros dados em animais não levantam preocupações no que respeita a fertilidade quer em machos quer em fêmeas. INTERAÇÕES: ♦ Não foram conduzidos estudos de interação específicos com Ultibro Breezhaler. A informação sobre o potencial de interações é baseada no potencial para cada um dos seus dois componentes. ♦ não deve ser administrado conjuntamente com bloqueadores beta-adrenérgicos (incluindo colírios) exceto se existirem razões imperiosas para a sua utilização ♦ Os fármacos conhecidos por prolongar o intervalo QT podem aumentar o risco de arritmia ventricular ♦ a administração concomitante de outros agentes simpaticomiméticos pode potenciar os efeitos indesejáveis ♦ o tratamento concomitante com derivados da metilxantina, corticosteroides ou diuréticos não-poupadores de potássio pode potenciar o possível efeito hipocaliémico dos agonistas beta2-adrenérgicos ♦ A inibição dos principais contribuidores para a depuração do indacaterol, CYP3A4 e glicoproteína P (P-gp) não tem impacto na segurança das doses terapêuticas ♦ a coadministração com outros medicamentos que contêm anticolinérgicos não foi estudada e portanto não é recomendada ♦ não se esperam interações medicamentosas relevantes quando glicopirrónio é coadministrado com cimetidina ou outros inibidores do transporte de catiões orgânicos. REAÇÕES ADVERSAS: Reações adversas de Ultibro Breezhaler: ♦♦ Muito frequentes (≥1/10): infeção do trato respiratório superior ♦ Frequentes ((≥1/100, <1/10): Nasofaringite, infeção do trato urinário, sinusite, rinite, tonturas, cefaleias, tosse, dor orofaríngea incluindo irritação da garganta, dis-pepsia, cáries dentárias, dor musculosquelética, pirexia, dor torácica ♦ Pouco frequentes (≥1/1.000, <1/100): insónia, parestesias, glaucoma, doença cardíaca isquémica, fibrilhação auricular, taquicardia, palpitações, epistaxis, xerostomia, prurido/enxantema, espasmos muscu-lares, mialgias, obstrução da bexiga e retenção urinária, edema periférico e fadiga. Reações adversas observadas com pelo menos um dos componentes individuais mas não com Ultibro Breezhaler: ♦ Pouco frequentes: broncospasmo paradoxal, dor nas extremidades. ♦ Frequentes: gastroenterite. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Novartis Europharm Limited Wimblehurst Road Horsham West Sussex, RH12 5AB Reino Unido. REPRESENTANTE LOCAL Novartis Farma - Produtos Farmacêuticos S.A., Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, n.º 10E, Taguspark, 2740-255 Porto Salvo. Escalão de comparticipação: Escalão B (69%; 84%). Medicamento sujeito a receita médica. Para mais informações deverá contactar o titular da AIM/representante local do titular da AIM. ULT_RCM201309_IEC_V03

Bibliografia:1. Ultibro Breezhaler RCM http://www.ema.europa.eu/ema. September 2013.2. Vogelmeier CF, Bateman ED, Pallante J, et al. Efficacy and safety of once-daily QVA149 compared with twice-daily salmeterol-fluticasone in patients with chronic obstructive pulmonary disease (ILLUMINATE):

a randomised, double-blind, parallel group study. Lancet Respir Med. 2013;1:51-60.3. Bateman ED, Ferguson GT, Barnes N, et al. Dual bronchodilation with QVA149 versus single bronchodilator therapy: the SHINE study. Eur Respir J.

Published online May 2013 as doi: 10.1183/09031936.00200212.4. Wedzicha JA, Decramer M, Ficker JH, et al. Analysis of chronic obstructive pulmonary disease exacerbations with the dual bronchodilator QVA149 compared with glycopyrronium and tiotropium (SPARK): a randomised, double-blind, parallel-group study. Lancet Respir Med. 2013;1:199-209.

Novartis Farma – Produtos Farmacêuticos S.A.Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, n.º 10E, Taguspark • 2740-255 Porto Salvo • NIPC 500 063 524 C.R.Com Cascais • Sociedade Anónima Capital Social: € 2.400.000www.novartis.pt

ULTIBRO®

BREEZHALER®

MÁXIMA EFICÁCIA para VIRAR A PÁGINA no tratamento da DPOC1-4

ULT1

5/07

/201

4

Page 15: Download Jornal

JOR

NA

L D

O C

ON

GR

ESSO

|

22

XXX CONGRESSO DE PNEUMOLOGIA

A Comissão de Trabalho de Fisiopatologia vai reali-zar no Congresso da SPP 2014 a sua primeira reunião com a nova designação de “Fisiopatologia Respirató-ria e DPOC”.Ao abraçar a DPOC, a Comissão pretende alargar a sua área de estudo e investigação, enriquecendo as suas reuniões com temas pertinentes, que se esperam úteis e de interesse comum.Gostaríamos que a reunião se desenrolasse num clima de viva discussão, com a participação de todos, con-tando com o contributo precioso dos nossos ilustres palestrantes. A iniciar, teremos o Dr. Miguel Guimarães com um tema sempre atual e pertinente face aos novos desa-ios terapêuticos da DPOC - a avaliação funcional na DPOC para além do FEV1.Seguidamente, em formato de debate de prós e con-tras, teremos dois temas.O primeiro aborda o tema da espirometria como exa-me fundamental na avaliação do doente com DPOC –

– exame insuiciente para deinir fenótipos e orientar tratamento personalizado? Contamos com a participa-ção desaiadora do Dr. Reis Ferreira e do Dr. Joaquim Moita. O segundo tema, não menos interessante, aborda-rá a pertinência do estabelecimento de recomen-dações nacionais na DPOC, com a participação da Prof.ª Marta Drummond e da Dr.ª Sandra André.Resta-nos um apelo: venham e participem! Para que tenhamos uma reunião dinâmica e proveitosa.

* Coordenador da Comissão de Trabalho

de Fisiopatologia Respiratóriae DPOC

Co-autora: Dr.ª Inês Gonçalves - Secretária

da Comissão de Trabalho

de Fisiopatologia Respiratóriae DPOC

Durante anos e anos, a opção terapêutica disponí-vel para o doente com cancro do pulmão, numa fase avançada baseava-se em quimioterapia – um composto platínio com outro agente citostático de última geração e efeito no cancro do pulmão. Em comparação com a melhor terapêutica de suporte, estas combinações de alvo inespecíico melhoraram em doentes que mantinham um bom estado geral, o controlo sintomático, a qualidade de vida e a so-brevivência global. No im do século XX, a sobre-vivência média destes doentes não ultrapassava os dez meses.Felizmente, novas abordagens surgiram. Primeiro selecionou-se a terapêutica com base na histologia e características clínicas do doente. Ultrapassámos os doze meses. Recentemente incorporámos as ca-racterísticas moleculares na identiicação do doente, associámos terapêuticas especíicas e os resultados iniciais conduziram-nos aos 24 meses de sobrevivên-cia global.

TERAPêuTICA PERSonALIzADA – A DECISão

ADEQuADA PARA o DoEnTE ConCRETo

Nunca, como hoje, a compreensão dos mecanismos moleculares e celulares subjacentes ao processo de iniciação, proliferação e progressão do cancro do pul-mão foram tão importantes. Qualquer atual algoritmo de tratamento recomenda para o adenocarcinoma, em fase avançada, que se pesquise mutações do gene EGFR (epidermal growth factor receptor) ou rearranjo no gene ALK (anaplastic lymphoma kinase). A muta-ção EGFR estará presente em cerca de 16% a 18% no grupo dos adenocarcinomas. Quando presente, uma terapêutica oral especíica (inibidores tirosina cinase: geitinib, erlotinib ou afatinib) está recomendada. Os resultados conduzem-nos aos primeiros passos de um velho sonho – tornar o cancro do pulmão, mesmo em fase avançada, numa doença crónica controlada por uma terapêutica prolongada. A translocação ALK esta-rá presente em 4 a 7% dos casos. Também a recente aprovação de crizotinib para este rearranjo conduziu a melhores taxas de resposta, um duplicar da sobrevi-vência livre de progressão e da sobrevivência global. Ainda no adenocarcinoma, novos marcadores mole-culares como o ROS1, HER2, KRAS com prevalências muito díspares, aguardam resultados de fármacos em experiência e particularmente orientados para estes marcadores. Tal como ocorreu noutros tipos de doen-ças oncológicas, esperamos para 2020 que em mais de metade dos doentes com adenocarcinoma avança-do a opção se faça, com base num marcador molecu-lar, por uma terapêutica especíica. Também para o carcinoma epidermoide ou escamoso, marcadores moleculares como o DD2, o P13KCA ou

o mais promissor FGFR1 tenham, quando positivos, uma terapêutica dirigida. Duas novas áreas terapêuticas, em diferentes fases de investigação, podem contribuir, administradas de modo concomitante ou sequencial, para melhorar os resultados globais.

REfERênCIA oBRIGATóRIA à TERAPêuTICA

DE mAnuTEnção E A ImunoTERAPIA

A terapêutica de manutenção com a continuação da administração de pemetrexedo, para além dos quatro ciclos de indução com platínio e pemetrexedo, cata-pultou os resultados, na histologia não escamosa para

os 17 meses de sobrevivência global versus os dez meses clássicos. Excelentemente tolerado, é hoje in-questionavelmente a terapêutica de eleição para o do-ente sem marcador molecular especíico identiicado.Referência inal à imunoterapia. Historicamente com limitada eicácia no cancro do pulmão, a recente des-coberta de anticorpos bloqueadores da escassa respos-ta imunológica face ao tumor conduziu à estimulação da resposta celular e humoral via hiperatividade dos linfócitos T e B. Os resultados obtidos no melanoma foram animadores e conduziram à sua aprovação para esta doença oncológica. Decorrem múltiplos estudos de fase III no cancro do pulmão, em que Portugal par-ticipa ativamente, procurando demonstrar signiicati-vos resultados na sobrevivência livre de progressão e na sobrevivência global com a imunoterapia isolada ou associada à quimioterapia.Terapêuticas biológicas, manutenção e imunoterapia – – três modernas opções para melhor controlar o nos-so doente com cancro do pulmão em fase avançada. Realizada sempre em conjugação com a melhor te-rapêutica de suporte, temos hoje e esperamos mais para os próximos anos. Mais vida com controlo dos sintomas e excelente qualidade de vida.

* Vice-Presidente da SPP.

Presidente do GECP.

Diretor da Pneumologia B (CHUC-HGeral)

: “Podemos personalizar o tratamento?”

Presente e futuro

Cancro do pulmão

Terapêuticas biológicas, manutenção

e imunoterapia – três modernas

opções para melhor controlar o

nosso doente com cancro do pulmão

em fase avançada. Realizada sempre

em conjugação com a melhor

terapêutica de suporte, temos hoje

e esperamos mais para os próximos

anos. Mais vida com controlo dos

sintomas e excelente qualidade

de vida

Ao abraçar a DPOC, a Comissão

pretende alargar a sua área de

estudo e investigação, enriquecendo

as suas reuniões com temas

pertinentes, que se esperam úteis

e de interesse comum.

Gostaríamos que a reunião se

desenrolasse num clima de viva

discussão, com a participação

de todos

Sábado, 08 de novembrosala Thomé Villar - 12h00 -13h00

Dr. Fernando Barata*

Sábado, 08 de novembrosala Robalo Cordeiro - 08h00 -10h00

Reunião da Comissão de Trabalho de Fisiopatologia e DPOC

Dr. João Cardoso*

Page 16: Download Jornal

XXX CONGRESSO

DE PNEUMOLOGIA

SOCIEDADE PORTUGUESA DE PNEUMOLOGIA

Prof. Doutor Carlos Robalo Cordeiro

Internacionalizaçãouma forte aposta da SPP

Pneumorespirologista

Distribuição gratuita no CongrEsso N.º 1 ::: 7 nov'14 | N.º 2 ::: 8 nov'14

VIII CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO

EDIÇ

ÃO

Page 17: Download Jornal

XXX CONGRESSO PORTUGUÊS DE PNEUMOLOGIA

JORN

AL

DO

CO

NG

RESS

O |

3

O XXX Congresso de Pneumologia coincide, este ano, com o VIII Congresso Luso-Brasileiro de Pneumologia e com o 40.º Aniversário da SPP, razão pela qual teremos, no dia 8, um jantar come-morativo desta efeméride.Durante estes dias, no Algarve, serão abordados, no forum anual da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), os temas mais atuais e discutidos os aspetos mais relevantes da patologia respiratória.Esta é igualmente a oportunidade para apresentação, à comunidade

científica, dos trabalhos clínicos e de investigação dos diversos grupos, promovendo o desejável contacto entre os diferentes centros do País e centros internacionais de reco-nhecida qualidade, motivando e estimulando assim o entusiasmo e a criatividade, principalmente dos participantes em fase de formação.E é também o ponto de encon-tro obrigatório e uma oportunidade continuada de troca de ideias e de projetos no âmbito das várias Comissões de Trabalho, dos Grupos de Interesse e de outras estruturas da SPP, de que se salienta o Gabinete de Monitorização da Doença Respiratória, que aqui apresentará estudos epidemiológicos e analíticos em desenvolvimento.O Congresso desenvolve-se num programa baseado em 4 conferên-cias, 3 mesas redondas, 2 sessões institucionais, 9 simpósios, 8 sessões da responsabilidade de Comissões de Trabalho e 264 apresentações, nacionais e internacionais, o que

constitui um número record de comunicações livres, distribuídas por 9 sessões de comunicações orais, 11 de posters digitais e 1 de comunica-ções selecionadas, traduzindo, desta forma, o vigor e atratibilidade da nossa Sociedade.

Também as relações institucionais com outras especialidades conti-nuam a ser uma forte aposta da SPP, consistindo, este ano, não ape-nas na participação de instituições como a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, a Sociedad Española de Neumología y Cirugía Torácica e a Asociación Latinoamericana del

Tórax, como também na assinatura de um novo protocolo de colabo-ração, desta vez com a Sociedade Portuguesa de Pediatria.Temos este ano a novidade de apro-veitar as pausas para, junto da habi-tual exposição técnica, com um volume de crescimento exponencial e bem-vindo, realizar sessões Meet the Expert e sessões baseadas em casos clínicos simulados.Aguardamos, deste modo, não ape-nas uma forte participação, nova-mente com cerca de 700 congres-sistas previstos, como também uma presença dinâmica dos diversos protagonistas da área Respiratória, nacionais e internacionais.“40 anos a inspirar a pneumologia” é o mote através do qual vos recebe-mos, num Congresso livre de tabaco, retribuindo a vossa presença com o convívio científico e social que todos ambicionamos.

* Presidente da SPP

e do XXX Congresso de Pneumologia

Prof. Doutor Carlos Robalo Cordeiro*

30.ª edição do Forum Anual da SPP

“40 anos a inspirar a pneumologia” é o mote através do qual vos recebemos, num Congresso livre de tabaco

::: FLASHES

4conferências

3mesas redondas

2sessões institucionais

9simpósios

8sessões de Comissões de Trabalho

264apresentações

9sessões de comunicações orais

11sessões de posters digitais

1sessão de comunicações selecionadas

XXX CONGRESSO EM NÚMEROS

Page 18: Download Jornal

XXX CONGRESSO PORTUGUÊS DE PNEUMOLOGIA

JORN

AL

DO

CO

NG

RESS

O|

4

::: FLASHES

Os Cuidados Respiratórios Domi-ciliários (CRD) correspondem ao fornecimento de serviços e equi-pamentos no local de residência dos doentes e suas famílias, com o objetivo de suprir necessidades maioritariamente resultantes de con-dições respiratórias crónicas, com incapacidade permanente ou doen-ça terminal.Entende-se que a qualidade do ser-viço prestado por empresas credita-das e contratadas para o efeito, pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), tem a mesma importância que as próprias características técnicas dos equipamentos, devendo estes cor-responder ao “estado da arte” do conhecimento médico numa pers-petiva de eficiência e racionali-zação de forma a responder ao tratamento padronizado de cada condição clínica.

As regras para prescrição adequada de CRD estão atualmente defini-das por três Normas de Orientação Clínica (NOCs) emanadas pela Direção Geral da Saúde (DGS), respetivamente referentes a oxige-noterapia, ventiloterapia aerosso-loterapia. Até muito recentemente, o panorama nacional dos CRDs evidenciava claramente não haver procedimentos uniformes a nível nacional, quer quanto aos meios de prescrição, quer quanto às regras de prescrição, apesar de existir um normativo para o efeito.A melhoria da qualidade da pres-crição só poderá pois ocorrer se for observado pelos médicos prescri-tores um cumprimento estrito dos critérios de prescrição definidos nas NOCs. É também imperativo ter um maior controlo dos encargos com os CRDs. A instituição da Prescrição Eletrónica Médica (PEM) de CRDs, a partir de novembro de 2013 surge assim naturalmente como a melhor opção face às necessidades iden-tificadas. De forma similar, a cele-bração, em 2014, de um Contrato Público de Aprovisionamento (CPA) de âmbito nacional veio também promover a equidade e acessibilida-de, por parte dos doentes aos CRDs, a nível do SNS. Com efeito, com a implementação

da prescrição eletrónica de CRD a nível nacional, viabilizou-se uma efetiva monitorização da prestação de CRD nas suas vertentes de pres-crição, faturação e conferência dessa faturação. Esta solução apresenta numerosas vantagens de entre as quais se destacam as seguintes:•Unicidade e uniformidade do siste-

ma de prescrição utilizado a nível nacional, garantindo o cumprimen-to das regras de prescrição (e.g. através de criação de mecanismos que impeçam a prescrição se não forem cumpridos todos os requisi-tos do normativo em vigor);

•Facilitação da comunicação entre os prestadores de cuidados nos diferentes locais de saúde através da disponibilização da informação relativa a prescrições anteriores, permitindo uma melhor articulação entre CSP e hospitalares;

•Facilitação dos processos de monitorização, análise de dados e auditoria (e.g. através de criação de mecanismos que permitam a recolha de informação agregada do sistema);

No momento atual, podemos pois

dizer que virámos uma página na prestação de CRDs, apesar de ser por demais evidente ainda existir um longo caminho a percorrer no sentido do aperfeiçoamento, por parte de todos os intervenientes no processo. Os médicos prescritores porque evoluirão tendencialmente para uma prescrição de boa prática, quer a nível dos CSP, quer dos cuida-dos hospitalares, sendo-lhes imposta naturalmente, uma melhor comu-nicação e integração de cuidados, através da plataforma informática. As empresas fornecedoras, porque tam-bém elas deverão fornecer serviços melhores e mais eficientes, em con-formidade com as boas práticas. Por último, os doentes serão, conforme desejável, os principais beneficia-dos, porque se pretende que tenham direito a melhores e mais eficientes tratamentos.Vencidas as dificuldades, conclui-remos seguramente que ganhamos uma oportunidade!

* Diretora do Serviço de Pneumologia

do Centro Hospitalar Lisboa Norte.

Diretora do Programa Nacional para as

Doenças Respiratórias

Prof.ª Doutora Cristina Bárbara*

Situação atual

Cuidados Respiratórios Domiciliários

É imperativo ter um maior controlo dos encargos com os CRDs

6.ª feira, 07 de novembro

sala Thomé Villar - 16h00 -17h00

Page 19: Download Jornal

XXX CONGRESSO PORTUGUÊS DE PNEUMOLOGIA

JORN

AL

DO

CO

NG

RESS

O |

5

Este ano o tema da sessão da Comis-são de Alergologia Respiratória vai ser subordinado à asma na criança. Vão ser abordados os seus determi-nantes e particularidades e os distúr-bios do sono na criança asmática.O corpo humano está exposto, des-de o nascimento, a uma variedade de elementos externos que vão ajudar a moldar o sistema imunológico. Exis-tem diversos estudos sobre como o microbioma, em particular nos três primeiros anos de vida, poderá ter um papel na patogénese de diversas patologias, incluindo a asma. Tam-bém a inluência das infeções virais num sistema imunológico em matu-ração e num pulmão em desenvolvi-mento, pode condicionar o apareci-mento de certos fenótipos de asma. Sabe-se atualmente que o desenvol-vimento do microbioma tem início ainda no útero materno, havendo trabalhos a demonstrar que o líquido amniótico não é estéril como se pen-sava, tendo sido detetada a presença de bactérias mesmo no líquido am-niótico de mães com bebés saudá-veis. Por outro lado, também o tipo de parto (vaginal vs cesariana) vai determinar o microbioma do recém--nascido. Por exemplo, estudos re-centes demonstram um aumento do risco de asma em crianças nascidas por cesariana.

O intestino de um recém-nascido é um ambiente onde crescem apenas anaeróbios facultativos. Com a in-gestão de leite nos primeiros tem-pos de vida e, posteriormente, com a introdução de alimentos sólidos, o microbioma vai-se modiicando pro-gressivamente até evoluir, cerca dos 2-3 anos para um que se encontra na idade adulta. Também é conhe-cida a inluência que as variações geográicas têm no microbioma, uma vez que vão inluenciar o tipo de alimentação. No entanto, num bebé em crescimento, todos estes microorganismos que colonizam o trato intestinal podem ser alterados pela utilização de antibióticos, con-dicionando assim o aparecimento de determinadas patologias, nomeada-mente atopia e asma. Em relação ao papel das infeções vi-rais, é bem conhecida a associação da sibilância provocada por este tipo de infeções e o risco do desenvolvi-mento de asma. A maior parte dos estudos demonstra que, em apro-ximadamente 1/3 das crianças com sibilância nos primeiros três anos de vida, esta vai persistir para lá dos três anos. Para além do bem conhecido vírus sincicial respiratório, também o rinovírus parece estar na génese da asma. Será que as infeções provocam alterações no sistema imunológico

da criança, aumentando o risco de asma? Ou serão as bronquiolites vi-rais um marcador precoce da predis-posição para desenvolver asma? Esta é uma questão que ainda permanece em aberto. Vários estudos têm vindo a demons-trar um aumento da incidência de distúrbios do sono nas crianças as-máticas. Nesta sessão pretende-se não só fazer uma abordagem destes distúrbios, mas também por em foco a classiicação da gravidade das ap-neias do sono nas crianças, uma vez que é muito diferente da dos adultos.

* Coordenadora da Comissão de Trabalho

de Alergologia Respiratória da SPP** Secretária da Comissão de Trabalho de

Alergologia Respiratória da SPP

Dr.ª Lígia Pires*

Dr.ª Filipa Todo Bom**

Determinantes e particularidades da asma na infância

Vários estudos têm vindo a demonstrar um aumento da incidência de distúrbios do sono nas crianças asmáticas

A maior parte dos estudos demonstra que, em aproximadamente 1/3 das crianças com sibilância nos primeiros três anos de vida, esta vai persistir para lá dos três anos

6.ª feira, 07 de novembro

sala Robalo Cordeiro - 16h00 -17h00

Page 20: Download Jornal

XXX CONGRESSO PORTUGUÊS DE PNEUMOLOGIA

JORN

AL

DO

CO

NG

RESS

O|

6

::: VOX POP

Porquê?A reabilitação respiratória é parte integrante dos programas de contro-lo da doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC). Recentemente, as recomendações foram alargadas a outras doenças respiratórias cróni-cas, entre as quais o cancro do pulmão. A evidência cientifica é ainda limitada. No entanto, as duas patologias estão fortemente interliga-das e há um verdadeiro overlap entre a fisiopatologia, os sintomas e as comorbilidades associadas a ambas.A inflamação cónica que ocorre a nível do parênquima pulmonar e vias aéreas periféricas é responsável pelas alterações estruturais do pulmão, que condicionam obstrução progressiva e irreversível, com os respetivos sin-tomas associados. Ao mesmo tempo, atua como um promotor tumoral, aumentando a agressividade e dis-seminação da doença. Os mesmos fatores inflamatórios que promovem o crescimento tumoral são respon-sáveis por sintomas sistémicos como anorexia, caquexia, dor e debilidade. Estas manifestações, decorrentes da doença, das comorbilidades ou dos tratamentos, condicionam perda de capacidade funcional e de qualidade de vida. A morbilidade associada à doença é também um importante problema social e económico.A tolerância ao esforço é um fator independente de prognóstico no carcinoma pulmonar não pequenas células (CPNPC). A reabilitação res-piratória, ao permitir um aumento da capacidade antioxidante, reduz o status inflamatório, reduz os sinto-mas, melhora parâmetros funcionais e tem impacto positivo na qualidade de vida destes doentes.Há, por essa razão, interesse cres-cente na reabilitação respiratória e o seu impacto no cancro do pulmão.

Quando?A reabilitação pode ter interesse em diferentes momentos no decurso da doença: nos estádios iniciais, a evi-dência aponta para benefícios no con-texto do pré e pós-operatório da tora-cotomia; nos estádios avançados, no contexto de tratamentos oncológicos.A condição de elegibilidade de um doente para tratamento cirúrgico curativo depende de uma rigorosa avaliação cardiorrespiratória, na qual a prova de esforço cardiopulmonar tem um papel fundamental. Estima--se que a performance do doente

nesta prova, expressa em VO2peak, seja um indicador de prognóstico, e se relacione inversamente com a probabilidade de complicações do pós-operatório. A reabilitação respi-ratória, ao melhorar a em VO2peak em doentes a aguardar cirurgia de resseção, pode aumentar o número de candidatos a cirurgia curativa.A cirurgia de ressecção tem impacto negativo na qualidade de vida e na tolerância ao esforço. Vários estudos já demonstraram que o VO2peak, reduz entre 12 a 20%, dependen-do do tipo de cirurgia (lobectomia versus pneumectomia). Esta redução pode ser atenuada com a reabilita-ção respiratória, uma vez que um programa de reabilitação precoce, em doentes selecionadas, previne a deterioração e acelera a recuperação funcional do pós-operatório. Os doentes com doença avançada experimentam níveis mais elevados de sintomas físicos e psicológicos. Estudos demonstraram haver benefí-cios a nível dos sintomas e da capa-cidade funcional. No entanto, persis-tem dúvidas sobre a viabilidade de determinados programas, nomeada-mente os de regime hospitalar.

Como?A maioria dos programas utiliza treino aeróbico cardiovascular, mas podem ser integrados exercícios resis-tência, alongamento e relaxamento, bem como sessões de educação.O treino pode ter modo contínuo ou combinado (continuo e intervalado). Os programas podem ter diferentes durações e frequência: entre 4 a 14 semanas, 2 a 3 sessões semanais, 10 a 45 minutos de duração por sessão. A intensidade-alvo mais comum é moderada a elevada.Aguardam-se os resultados de um estudo randomizado (LUNGEVITY), cujo objetivo é comparar a eficá-cia de um treino do tipo aeróbico, de resistência, ou ambos, no pós--operatório de cirurgia de receção em doentes com CPNPC. Este estudo poderá contribuir para a elabora-ção de recomendações científicas no âmbito da reabilitação respiratória no cancro do pulmão.

* Assistente Hospitalar de Pneumologia

Serviço de Pneumologia,

Instituto Português de Oncologia

Francisco Gentil de Coimbra, EPE

Dr.ª Ana Luísa Fonseca*

Reabilitação respiratóriano cancro do pulmão

Dr.ª Paula SimãoPneumologista do Hospital Pedro Hispano, Matosinhos

"O Congresso de Pneumologia é um espaço de troca de experiências clínicas pneumológicas entre especialistas de todo o país. É também o ponto de encontro das comissões de trabalho e grupos de estudo para o planeamento das atividades e trabalhos de investigação nas áreas a que cada um se dedica, potenciando ainda o convívio entre colegas."

Dr. Miguel GuimarãesPneumologista do Centro Hospitalar Gaia/Espinho

"Este é o Congresso de excelência em Pneumologia com múltiplas sessões de perder o fôlego."

Dr.ª Adelina AmorimPneumologista do Centro Hospitalar de São João

"Chegado o momento do Congresso de Pneumologia, as expectativas são de uma atualização de conhecimentos, de reencontro com colegas e partilha de experências."

Dr. João Munhá FernandesAssistente graduado sénior de Pneumologia do Centro Hospitalar do Algarve, Hospital de Portimão

"Este Congresso é um encontro de colegas e amigos, que tão poucas vezes têm oportunidade de se juntar. O grande fórum português de Pneumologia."

Dr. Fernando MarteloChefe de Serviço de Cirurgia Torácica

"Porquê participar no Congresso de Pneumologia? A Pneumologia e a Cirurgia Torácica são as especialidades irmãs no “Congresso do Pulmão”."

Em retrospetiva

A reabilitação respiratória reduz o status inflamatório, os sintomas, melhora parâmetros funcionais e tem impacto positivo na qualidade de vida destes doentes

A CELEBRAR 30 ANOS DE CONGRESSO

Page 21: Download Jornal

XXX CONGRESSO

DE PNEUMOLOGIA

SOCIEDADE PORTUGUESA DE PNEUMOLOGIA

Prof.ª Doutora Paula Pinto

e Dr. Fernando Barata

Uma participação ativa de todosJovens especialistas

não faltam à chamada

Pneumorespirologista

Distribuição gratuita no CongrEsso N.º 1 ::: 7 nov'14 | N.º 2 ::: 8 nov'14

VIII CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO

EDIÇ

ÃO

Page 22: Download Jornal

XXX CONGRESSO PORTUGUÊS DE PNEUMOLOGIA

JORN

AL

DO

CO

NG

RESS

O |

3

Em Portugal, um país que se aproxi-ma do cut-off de baixa incidência de tuberculose, a tuberculose durante a gravidez é pouco frequente e a tuber-culose pulmonar infecciosa durante o puerpério é rara. Apesar disso, é uma situação que não deve ser esquecida

uma vez que a sua ocorrência pode ter consequências graves, se não for devidamente orientada.A principal dificuldade prende--se com o diagnóstico precoce da tuberculose durante a gravidez. Por um lado, os sintomas inespecíficos associados à doença como astenia e sudorese podem ser atribuídos à gravidez e, por outro lado há sempre um cuidado em evitar exposição desnecessária do feto a radiação (as próprias grávidas são relutantes em fazer exames imagiológicos). Isto leva a um atraso no diagnóstico, particularmente se a mulher não fizer parte de um grupo de risco. O atraso diagnóstico de uma tuber-culose numa mulher grávida, parti-

cularmente numa fase avançada da sua gravidez pode levar a que o feto tenha doença ou que a mãe possa infetar o recém-nascido.É muito importante que se evite o

atraso diagnóstico de doença na grávida e se promova a prevenção da doença no recém-nascido filho de mãe doente. Serão estes os temas em discussão na sessão “Tuberculose na grávida e no recém-nascido”.

* Programa Nacional para a Tuberculose

Centro de Referência Nacional

para a Tuberculose Multi-resistente

UGI Torax, Centro Hospitalar

de Vila Nova de Gaia/Espinho

Faculdade de Medicina,

Universidade do Porto

Instituto de Saúde Pública,

Universidade do Porto

Raquel Duarte, MD, MPH, PhD*

Tuberculose na grávida e no recém-nascido

O atraso diagnóstico

de uma tuberculose

numa mulher grávida,

particularmente numa

fase avançada da sua

gravidez pode levar a que

o feto tenha doença ou

que a mãe possa infetar

o recém-nascido

Inovação

DPOC Pulmão

Atualização

Dinamismo

Posters

Re

en

co

ntr

o

40 anos

Conhecimento

No

vid

ad

e

Investigação Partilha

So

no

Novas Tecnologias

Pn

eu

mo

log

ia

Ar

Convívio

Excelência

En

co

ntr

o

Asma

ExperiênciaRespirar

EducaçãoIna

lad

ore

s

Pe

da

gic

o

En

riq

ue

ce

do

r

Ca

nc

roV

en

tila

çã

o

Saúde

Reabilitação

Interesse

Organização

Futuro

Construir

Qualidade

Discussão

Inovação

DPOC Pulmão

Atualização

Dinamismo

Posters

Re

en

co

ntr

o

40 anos

Conhecimento

No

vid

ad

e

Investigação Partilha

So

no

Novas Tecnologias

Pn

eu

mo

log

ia

Ar

Convívio

Excelência

En

co

ntr

o

Asma

ExperiênciaRespirar

EducaçãoIna

lad

ore

s

Pe

da

gic

o

En

riq

ue

ce

do

r

Ca

nc

roV

en

tila

çã

o

Saúde

Reabilitação

Interesse

Organização

Futuro

Construir

Qualidade

Discussão

Sábado, 08 de novembro

sala Robalo Cordeiro - 10h30 -12h00

O Jornal do Congresso auscultou os Congressistas sobre as palavras-chave da 30.ª edição do

Congresso de Pneumologia. Os resultados mostraram harmonia quanto ao aspeto mais marcante

deste Encontro. A palavra Inovação foi a mais referida, seguindo-se outras como DPOC, Pulmão,

Atualização e Dinamismo. Ao mesmo tempo, as respostas espelham a diversidade de temáticas e

interesses mobilizados pelo programa científico, a avaliar pelas diferentes palavras selecionadas.

XXX CONGRESSO EM PALAVRAS

Page 23: Download Jornal

XXX CONGRESSO PORTUGUÊS DE PNEUMOLOGIA

JORN

AL

DO

CO

NG

RESS

O|

4

::: FLASHES

O cancro do pulmão (CP) continua a ser a principal causa de morte por doença oncológica a nível mundial e é um tema de interesse transver-sal a todos os países. A “revista das revistas” do Jornal Brasileiro de Pneumologia fez a retrospetiva do que foi publicado desde 2012 e foram selecionados os artigos de maior interesse. Foi efetuada uma pesquisa bibliográ-fica sob o tema no Jornal Brasileiro de Pneumologia de 2012 até à data e foram selecionados os artigos de maior interesse. Começámos por

um tema que é já atual e que, no futuro, irá ainda ser muito mais debatido: a magnitude dos sintomas relacionados com a doença e com os tratamentos e o seu impacto na qualidade de vida dos doentes com CP. É um tipo de estudos que leva à identificação de clusters de sintomas e que pode, não só, mudar a prática clínica como também aperfeiçoar as intervenções multidisciplinares nes-tes doentes.Passámos para um segundo artigo que analisa e valida os modelos probabilísticos de malignidade do nódulo solitário do pulmão (NSP) numa população brasileira, e onde se demonstra que o modelo de Swensen et al. de 1997 apresenta melhor rendimento, com sensibilida-de, especificidade e precisão maio-res. Clinicamente, as três característi-cas que se revelaram estatisticamen-te significativas quando associadas à malignidade do NPS foram a idade avançada, as margens espiculadas e o diâmetro da lesão.

Não podemos deixar de falar em cirurgia de pulmão, na morbilidade/ /mortalidade a ela associada e do importante papel da seleção e da identificação de doentes de alto risco cirúrgico, e, por ser um tema “sensível” aos dois países. Foi sele-cionado um artigo sobre tuberculose e cancro de pulmão, que é um artigo bastante interessante mas limitado pelo número de doentes e pelo facto de ser retrospetivo.

No final de 2013, surge um arti-go sobre os efeitos sinérgicos da metformina, que aponta, pela pri-meira vez, para a sua atividade antiproliferativa numa linhagem de carcinoma de grandes células e que em combinação com os citostáticos utilizados, tem uma ação sinérgica e que amplia a taxa de morte celular. Dada a dificuldade da interpretação dos mecanismos subjacentes, serão necessários mais estudos nesta área, que parece tão promissora.Para terminar, um protocolo de ras-treio de CP, que é um tema contro-verso, mas que seria de ferramen-ta de extrema utilidade em países como o Brasil.

* Pneumologista

do Hospital Beatriz Ângelo

Dr.ª Margarida Felizardo*

Jornal Brasileiro de Pneumologia

Cancro do pulmão na “revista das revistas”

Começámos por um

tema que é já atual e que,

no futuro, irá ainda ser

muito mais debatido:

a magnitude dos

sintomas relacionados

com a doença e com

os tratamentos e o seu

impacto na qualidade de

vida dos doentes com CP Em retrospetiva

Page 24: Download Jornal

XXX CONGRESSO PORTUGUÊS DE PNEUMOLOGIA

JORN

AL

DO

CO

NG

RESS

O |

5

As doenças intersticiais do pulmão constituem um grupo de doenças heterogéneas que afetam primaria-mente o interstício pulmonar cau-sando inflamação e fibrose que pode levar à insuficiência respiratória. Geralmente apresentam-se com um quadro clínico de dispneia ou tosse seca. Sintomas sistémicos como perda de peso e fadiga também são apresentações comuns. No exame clínico o doente apresenta-se muitas vezes taquipneico e com crepitações na auscultação pulmonar. Cianose e unhas “em vidro de relógio” podem

ocorrer ocasionalmente nos estádios mais avançados e os doentes habitu-almente têm um padrão restritivo nas provas funcionais respiratórias.Existem mais de 200 diferentes subti-pos de doenças do interstício pulmo-nar pelo que chegar a um diagnós-tico específico correto é na maioria das vezes um desafio médico.O diagnóstico específico é de importância vital no estabelecimen-to do prognóstico e na escolha da terapêutica.A tomografia computorizada de alta resolução é fundamental no diag-nóstico destas entidades com uma acuidade diagnóstica que em alguns estudos se cifra entre 61 a 80%. Por exemplo, na UIP a acuidade pode chegar aos 90% quando os achados são fortemente sugestivos, no entan-to isto só é verdade em cerca de 50% dos casos.Para obter o diagnóstico é necessá-rio muitas vezes conjugar a HC, o exame físico, análises completas, TACAR, LBA e BPTB. Apesar disso, o

diagnóstico especifico é inalcançá-vel em cerca de 1/3 dos casos pelo que a biopsia cirúrgica resta como a última opção.

A biopsia cirúrgica não é isenta de riscos motivo pelo qual em muitos casos era uma opção colocada com algum receio pelos médicos. Desde há alguns anos a biopsia torácica vídeo-assistida (VATS) veio modificar por completo esses receios por ser menos invasiva e mais segura. A toracoscopia médica realizada por pneumologistas pode também ser

de enorme valor no diagnóstico das doenças do interstício pulmonar. As indicações da toracoscopia médica acabam naquelas que são as indica-ções da VATS. Existem no entanto, algumas indicações que podem ser comuns dependendo do know-how do médico pneumologista e desde que seja realizada em completa segurança para o doente.A biopsia pulmonar por toracos-copia médica pode ser realizada por biopsia com electrocautério ou por autosutura. Ambos os tipos de biopsia têm uma excelente renta-bilidade com reduzido número de complicações.

* Diretor do Serviço de Pneumologia,

Hospital Fernando Fonseca

Dr. Fernando Rodrigues*

Biopsia pulmonar por toracoscopia médica

Existem mais de 200

diferentes subtipos de

doenças do interstício

pulmonar pelo que

chegar a um diagnóstico

específico correto é na

maioria das vezes um

desafio médico

Em retrospetiva