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1) As endocrinopatias influen- ciam na reabsorção dentária du- rante o tratamento ortodôntico? Guilherme dos Reis Pereira Janson Não. A superfície da raiz dentá- ria está revestida por cementoblas- tos e também ocupada por fibras colágenas periodontais perpendicu- larmente inseridas no cemento. As células funcionam e executam tare- fas apenas quando mediadores quí- micos passam ordens ou mensa- gens; as células não trabalham es- pontaneamente, apenas sob ordens. Os cementoblastos não têm recep- tores para os hormônios que acele- ram ou diminuem o processo contí- nuo da remodelação óssea como o paratormônio e a calcitonina, res- pectivamente. Os hormônios são mensagens químicas para as célu- las executarem suas funções As cé- lulas ósseas respondem a estes hormônios porque possuem recep- tores na membrana celular, verda- deiros “ouvidos bioquímicos”. Pode- Entrevista Certa vez, num artigo sobre educação, li algo sobre ser professor que realmente me comoveu. Dizia: “Ser professor é poder aplicar o amor na sua mais expressiva manifestação de sublimidade. É fazer brilhar no íntimo de cada aluno, a chama sagrada que o criador ali depositou. Ser professor é muito mais do que passar teorias e conceitos. É edificar pelo próprio exemplo”. Na verdade, hoje poucos possuem esse perfil, principalmente porque, no momento atual, ser professor, para alguns, significaria apenas a garantia de emprego, de salários e de um invejável status para interesses particulares. Pois bem, correndo contra essa correnteza, ou seja, dentre aqueles poucos idealistas e educadores na acepção da palavra, menciono, sem dúvidas, o nome do Professor Dr. Alberto Consolaro. Aluno da Faculdade de Odontologia do Campus de Araçatuba-UNESP, na década de 70, o então acadêmico Consolaro já se diferenciava pela sua aplicação e dedicação aos estudos. Eram notáveis sua inteligência e raciocínio, na verdade, causavam inveja. Com esses sinais, ele “abscedeu”, e “drenou” toda sua vitalidade e conhecimentos. Como meteorito, venceu todos os obstáculos com grande competência, atingindo hoje o apogeu de sua profissão. Contrariando o seu próprio pensamento a respeito, descrito em seu livro “O Ser Professor”, acredito sinceramente que divinamen- te foi enviado com o “dom” de ser professor, pois sua maneira de ser vai muito além do trabalho incansável que desenvolve, dos treinamentos e ensaios didáticos. Professor Consolaro, você “nasceu” e “cresceu” Professor. Considerado um dos ícones da Odontologia Biológica, o Prof. Consolaro consegue transmitir conceitos básicos com uma simplici- dade ímpar, respondendo às questões sempre com leveza de entendimento e embasamento científico. Falar do Prof. Alberto Consolaro é prazeroso e nos conduz a um sentimento de extrema felicidade e satisfação, pois ele vem cumprindo fielmente sua missão com o seu Criador, nosso Deus onipotente. Cumprindo sim, a nobre missão de ensinar, educar, como ele próprio diz, ensinar o aluno a pensar, ensiná-lo a conhecer-se e prepará-lo para as intempéries da vida cotidiana. Obrigado Prof. Alberto Consolaro pelas suas contribuições e por sua produtividade científica, honrando assim nossa profissão. Com certeza, também estamos representando a gratidão de todos aqueles que usufruem de seus ensinamentos, sempre dirigidos em prol de uma odontologia mais científica e principalmente mais humana. Na seqüência, mais um momento de sublimidade, a oportunidade de poder “devorar” seus conhecimentos, por meio de suas sábias palavras aos questionamentos elaborados, produzindo respostas consistentes e convincentes, calcadas em fundamentos biológicos. Por isso e tudo mais, Prof. Dr. Alberto Consolaro, a ciência lhe agradece. Prof. Dr. Pedro Felício Estrada Bernabé R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 3, p. 7-16, maio/jun. 2002 7 se dizer que os cementoblastos são “surdos” para os mediadores da rea- bsorção óssea e assim atuam como Guardiões da Integridade da Raiz. Quando alguma reabsorção for de- tectada apenas uma pergunta deve ser feita: Quem matou os cemento- blastos? A causa que lesou estas células é local, pois fatores sistêmi- cos são “ignorados” pelos cemen- toblastos e se eles não “desocupam” a superfície radicular não é possível reabsorvê-la. Em 2002, duas teses de douto- rados que orientamos procuraram evidenciar a falta de fundamenta- ção em considerar as endocrinopa- tias como causa de reabsorções dentárias. Na tese de Franscischone 3 (2002) analisamos criteriosamente os dentes e maxilares de 81 pacien- tes endocrinopatas, incluindo-se pa- cientes com hiper e hipoparatireoidis- mo, hiper e hipotireoidismo, diabetes 1 e 2, síndrome dos ovários policísti- cos, mulheres na fase do climatério e também mulheres ingerindo contra- ceptivos por longos períodos. Em ne- nhum destes pacientes observou-se reabsorções dentárias generalizadas Alberto Consolaro

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1) As endocrinopatias influen-ciam na reabsorção dentária du-rante o tratamento ortodôntico?Guilherme dos Reis Pereira Janson

Não. A superfície da raiz dentá-ria está revestida por cementoblas-tos e também ocupada por fibrascolágenas periodontais perpendicu-larmente inseridas no cemento. Ascélulas funcionam e executam tare-fas apenas quando mediadores quí-micos passam ordens ou mensa-gens; as células não trabalham es-pontaneamente, apenas sob ordens.Os cementoblastos não têm recep-tores para os hormônios que acele-ram ou diminuem o processo contí-nuo da remodelação óssea como oparatormônio e a calcitonina, res-pectivamente. Os hormônios sãomensagens químicas para as célu-las executarem suas funções As cé-lulas ósseas respondem a esteshormônios porque possuem recep-tores na membrana celular, verda-deiros “ouvidos bioquímicos”. Pode-

Entrevista

Certa vez, num artigo sobre educação, li algo sobre ser professor que realmente me comoveu. Dizia: “Ser professor é poder aplicaro amor na sua mais expressiva manifestação de sublimidade. É fazer brilhar no íntimo de cada aluno, a chama sagrada que o criador alidepositou. Ser professor é muito mais do que passar teorias e conceitos. É edificar pelo próprio exemplo”. Na verdade, hoje poucospossuem esse perfil, principalmente porque, no momento atual, ser professor, para alguns, significaria apenas a garantia de emprego, desalários e de um invejável status para interesses particulares. Pois bem, correndo contra essa correnteza, ou seja, dentre aqueles poucosidealistas e educadores na acepção da palavra, menciono, sem dúvidas, o nome do Professor Dr. Alberto Consolaro.

Aluno da Faculdade de Odontologia do Campus de Araçatuba-UNESP, na década de 70, o então acadêmico Consolaro já sediferenciava pela sua aplicação e dedicação aos estudos. Eram notáveis sua inteligência e raciocínio, na verdade, causavam inveja. Comesses sinais, ele “abscedeu”, e “drenou” toda sua vitalidade e conhecimentos. Como meteorito, venceu todos os obstáculos com grandecompetência, atingindo hoje o apogeu de sua profissão.

Contrariando o seu próprio pensamento a respeito, descrito em seu livro “O Ser Professor”, acredito sinceramente que divinamen-te foi enviado com o “dom” de ser professor, pois sua maneira de ser vai muito além do trabalho incansável que desenvolve, dostreinamentos e ensaios didáticos. Professor Consolaro, você “nasceu” e “cresceu” Professor.

Considerado um dos ícones da Odontologia Biológica, o Prof. Consolaro consegue transmitir conceitos básicos com uma simplici-dade ímpar, respondendo às questões sempre com leveza de entendimento e embasamento científico.

Falar do Prof. Alberto Consolaro é prazeroso e nos conduz a um sentimento de extrema felicidade e satisfação, pois ele vemcumprindo fielmente sua missão com o seu Criador, nosso Deus onipotente. Cumprindo sim, a nobre missão de ensinar, educar, como elepróprio diz, ensinar o aluno a pensar, ensiná-lo a conhecer-se e prepará-lo para as intempéries da vida cotidiana.

Obrigado Prof. Alberto Consolaro pelas suas contribuições e por sua produtividade científica, honrando assim nossa profissão. Comcerteza, também estamos representando a gratidão de todos aqueles que usufruem de seus ensinamentos, sempre dirigidos em prol deuma odontologia mais científica e principalmente mais humana.

Na seqüência, mais um momento de sublimidade, a oportunidade de poder “devorar” seus conhecimentos, por meio de suassábias palavras aos questionamentos elaborados, produzindo respostas consistentes e convincentes, calcadas em fundamentosbiológicos.

Por isso e tudo mais, Prof. Dr. Alberto Consolaro, a ciência lhe agradece.

Prof. Dr. Pedro Felício Estrada Bernabé

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se dizer que os cementoblastos são“surdos” para os mediadores da rea-bsorção óssea e assim atuam comoGuardiões da Integridade da Raiz.Quando alguma reabsorção for de-

tectada apenas uma pergunta deveser feita: Quem matou os cemento-blastos? A causa que lesou estascélulas é local, pois fatores sistêmi-cos são “ignorados” pelos cemen-toblastos e se eles não “desocupam”a superfície radicular não é possívelreabsorvê-la.

Em 2002, duas teses de douto-rados que orientamos procuraramevidenciar a falta de fundamenta-ção em considerar as endocrinopa-tias como causa de reabsorçõesdentárias.

Na tese de Franscischone3

(2002) analisamos criteriosamenteos dentes e maxilares de 81 pacien-tes endocrinopatas, incluindo-se pa-cientes com hiper e hipoparatireoidis-mo, hiper e hipotireoidismo, diabetes1 e 2, síndrome dos ovários policísti-cos, mulheres na fase do climatério etambém mulheres ingerindo contra-ceptivos por longos períodos. Em ne-nhum destes pacientes observou-sereabsorções dentárias generalizadas

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curaram estabelecer esta suscepti-bilidade ou predisposição genéticae hereditária não conseguiram ouapresentam falhas metodológicasgraves.

A maior ou menor predisposiçãoou susceptibilidade relaciona-se a fa-tores locais realmente individuaiscomo a forma da raiz e da crista ós-sea alveolar.

Classificamos as raízes quanto àsua forma geométrica em romboidal,triangular e retangular. A raiz trian-gular concentra a força na regiãoapical, que neste caso, apresenta aestrutura apical mais delicada ainda,possibilitando que as lesões na ca-mada cementoblástica ocorram commaior freqüência e gravidade. A ca-mada cementoblástica possui a fun-ção de protetora da integridade radi-cular. Na raiz retangular, a força dis-sipa-se melhor no dente, no ligamen-to periodontal e na estrutura ósseavizinha, possibilitando menor chancede reabsorção dentária.

A delicadeza da estrutura apical ea sua forma mais afilada determinamreabsorções menores implicando emredução do comprimento dentário,mais comumente denominado dearredondamento apical. Por isto, ápi-ces afilados em forma de pipeta oude garrafa e dentes com dilaceraçãoapical apresentam maior chance dereabsorção. A chance de lesar a ca-mada cementoblástica apical é mai-or. Da mesma forma, ocorre com araiz curta que apresenta maior fre-qüência de reabsorção dentária, poisa coroa representa um braço de ala-vanca maior e implicará em uma for-ça mais intensa nos tecidos apicaisquando aplicados movimentos de in-clinação.

Nas cristas ósseas alveolarestriangulares a deflexão óssea é mai-or e a força dissipa-se mais unifor-memente, diminuindo a chance delesar os tecidos periodontais e espe-cialmente a camada cementoblásti-ca. Na movimentação de dentes comcristas ósseas retangulares a dissi-pação das forças será menor, pois a

vada? Guilherme dos Reis PereiraJanson

Em 1996, orientamos a tese dedoutoramento de Cuoghi2 (1996) naqual acompanhamos a movimenta-ção dentária induzida nas primeiras25 horas, em macacos.

A força contínua dissipante atin-gia a máxima movimentação dentá-ria depois de 10 horas de sua aplica-ção e permanecia no mesmo pata-mar após 15 e 20 horas. Após 10horas de movimentação dentária in-duzida removia-se a força e reaplica-va-se a mesma após 5 horas de re-pouso. Observava-se uma acentua-da redução da área de pressão. Areaplicação desta força após 10 ho-ras implicava em retomar todo o pro-cesso no nível inicial anterior. Pôde-se concluir que as forças contínuasdissipantes devem ser empregadas deforma contínua ao longo dos dias.Nos primeiros momentos, a interrup-ção em horas da aplicação da forçacontínua dissipante não favorece aeficiência da movimentação dentáriainduzida.

Estes resultados foram atribuídosà compressão do ligamento periodon-tal e da matriz extracelular, bem comoà deflexão óssea, pois não haviaclastos reabsorvendo o osso alveolarnestes períodos, quando examinadosmicroscopicamente.

Do ponto de vista experimental,confirmou-se a teoria das 10 horasde Andrews.

3) Qual sua opinião sobre a rea-bsorção radicular em Ortodon-tia? Você acha suficiente o atualmétodo radiográfico de preven-ção adotado para a identificaçãoda susceptibilidade individualem tempo hábil? LeopoldinoCapelozza Filho.

Os termos susceptibilidade oupredisposição individual podem su-gerir que há algum fator genético eou hereditário favorecedor da ins-talação da reabsorção em algunspacientes, o que na realidade nãoocorre. Todos os trabalhos que pro-

ou significantes. Quando estes pa-cientes apresentavam lesões periapi-cais crônicas, freqüentemente relacio-nadas com reabsorções apicais, es-tas eram pequenas e até questionáveisquando comparadas com pacientesnão endocrinopatas. Não havia, por-tanto, nem intensificação de um pro-cesso reabsortivo preexistente. Ospacientes com hiperparatireoidismoapresentavam alterações severas notrabeculado inclusive com perda com-pleta da lâmina dura, mas os dentesestavam íntegros.

Na tese de Furquim4 (2002) fo-ram examinados 210 pacientes sen-do 70 sem tratamento ortodôntico,70 com tratamento ortodôntico semreabsorção dentária e 70 com tra-tamento ortodôntico com reabsorçãodentária. Foram feitos todos os exa-mes endocrinológicos e sistêmicosnecessários, analisando-se todos osdentes e maxilares. Os três gruposeram iguais do ponto de vista endo-crinológico e surpreendentemente aúnica variável que mudava era aforma da raiz e da crista óssea al-veolar. No terceiro grupo, predomi-navam raízes triangulares e cristasósseas retangulares, enquanto nosegundo grupo predominavamraízes rombóides e retangulares comcristas triangulares. A forma da raize da crista óssea alveolar determinacomo a força será distribuída e ograu de deflexão óssea, influencian-do na freqüência e na gravidade dareabsorção dentária durante o tra-tamento ortodôntico, como explica-remos mais detalhadamente na res-posta da terceira pergunta.

Em suma, endocrinopatias nãoprovocam reabsorções dentárias ea maior ou menor freqüência de rea-bsorção dentária em Ortodontia estáassociada a fatores locais, especial-mente à forma de raiz e da cristaóssea alveolar e não a fatores sistê-micos.

2) A teoria das 10 horas sobrea movimentação dentária indu-zida de Andrews, está compro-

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deflexão óssea apresenta-se diminuí-da. As cristas ósseas alveolares rom-bóides dissipam estas forças de for-ma intermediária. As implicaçõesclínicas da forma da raiz e da cristaóssea alveolar foram evidenciadasna tese de doutoramento deFurquim4 (2002).

As reabsorções dentárias sãodiagnosticadas radiograficamente,mas em películas periapicais, poisnas radiografias panorâmicas aidentificação precisa não é possível,a não ser em casos avançados. Operíodo ideal para avaliar “preven-tivamente” o grau de reabsorçãoradicular durante o tratamento or-todôntico varia entre os 6 e 9 pri-meiros meses. Se após este períodoas reabsorções forem pequenas, orisco maior já passou.

Quando uma reabsorção radicu-lar em Ortodontia aparece na radio-grafia periapical, do ponto de vistaestrutural, apresenta-se muito maisavançada e não há mais como com-pensar a perda tecidual, pois a re-moção da força cessa o processo noestágio em que se encontra. O usoendodôntico do hidróxido de cálciopara os casos de reabsorção radicu-lar em Ortodontia nada resolve, in-dependentemente do seu estágio decomprometimento estrutural.

A radiografia periapical tem sidode grande utilidade e ainda constituio método mais freqüente e disponí-vel para diagnosticar-se as reabsor-ções radiculares, mas possuímos no-vas perspectivas e expectativas.

Concluímos o trabalho deHIDALGO5 (2001), uma tese de dou-toramento, em que a FAPESP finan-ciou a detecção de proteínas denti-nárias específicas e as reações dosistema imunológico frente a elas,como ocorre quando da exposiçãoda dentina em áreas de reabsorção.Neste trabalho, vislumbramos aperspectiva de criarmos um “kit” dediagnóstico para detectarmos estasreações do sistema imunológico.Quando um paciente for submetidoao tratamento ortodôntico, após 2

e abordagens pertinentes com estafinalidade;

d) Não há causas sistêmicas oumedicamentosas para as reabsorçõesdentárias durante o tratamento or-todôntico, como se citava antigamen-te os contraceptivos;

e) O principal fator na previsibili-dade de reabsorções dentárias é aforma da raiz e da crista ósseaalveolar, mensuráveis apenas em ra-diografias periapicais. Raízes trian-gulares e ou com ápices afilados emforma de pipeta, garrafa ou com di-laceração, tendem a apresentar rea-bsorções maiores e precoces, bemcomo dentes com raízes curtas.Quando as cristas ósseas são retan-gulares também aumenta a possibili-dade de reabsorções radiculares, poisapresenta menor deflexão óssea e asforças se concentram mais no liga-mento periodontal.

Se o Ortodontista levar estes fa-tores em consideração terá menosproblemas com as reabsorções den-tárias, pois elas serão menos fre-qüentes, menos severas, além de pre-visíveis.

Iniciamos um projeto como partede doutoramento de Martins-Ortiz8

(2002) no qual procuraremos desen-volver um Índice de Risco paraÍndice de Risco paraÍndice de Risco paraÍndice de Risco paraÍndice de Risco paraReabsorções Dentárias em OrReabsorções Dentárias em OrReabsorções Dentárias em OrReabsorções Dentárias em OrReabsorções Dentárias em Or-----todontiatodontiatodontiatodontiatodontia e será aplicado a partir daavaliação destes fatores por um pro-grama no computador que será ali-mentado com imagens das radiogra-fias, das fotografias e dos modelosdo paciente. Assim a partir de umnúmero estipulado avalia-se, em umatabela previamente estabelecida, ograu de risco da movimentação den-tária para aquele paciente. Isto daráprevisibilidade e segurança para oOrtodontista e o paciente entenderámelhor a relação custo biológico/be-nefício funcional e estético.

Ao formular suas perguntas o pro-fessor Omar Gabriel da Silva Filho,enviou o seguinte comentário “É gra-tificante para um clínico, que execu-ta o ofício, ter a oportunidade de lan-

a 3 semanas, ou mesmo antes, serápossível diagnosticar e ou quantifi-car um processo reabsortivo dentá-rio em andamento ou não. Este “kit”poderá ser usado por um laborató-rio ou mesmo pelo ortodontista emsua clínica: esta é nossa perspecti-va de trabalho e este produto estásendo desenvolvido a partir dopatenteamento via FAPESP.

4) Existe alguma forma eficien-te de prever e ou prognosticar orisco ou a quantidade de reab-sorções radiculares antes dosprimeiros 6 a 9 meses de trata-mento? Como elucidar o “tiro noescuro” da susceptibilidade in-dividual? Conselho Editorial RevistaDental Press

Sim, é possível prever reabsorçõesdentárias em Ortodontia, mas qua-tro aspectos devem ser sempre leva-dos em consideração:

a) Na população ocidental, 7 a10% das pessoas sem qualquer tipode tratamento ortodôntico tem rea-bsorção radicular. Se estas reabsor-ções não forem diagnosticadas emradiografias periapicais antes dotratamento ortodôntico ser aplica-do, durante a movimentação elasserão exacerbadas e a culpa recai-rá sobre a Ortodontia pela falta dediagnóstico prévio. “Coincidente-mente”, apenas 10% das reabsor-ções dentárias em Ortodontia sãoconsideradas severas;

b) A radiografia para o planeja-mento de casos ortodônticos e paraprognosticar reabsorções dentáriasdeve ser com películas periapicais enão panorâmicas;

c) Dentes traumatizados devemser considerados mais predispostosa apresentarem reabsorções radicu-lares durante o tratamento dentário.Este dado indica que devemos valo-rizar muito uma anamnese minucio-sa para recuperarmos o máximo deinformações sobre os dentes do pa-ciente. Muitos pacientes não lembramde relatar os traumatismos dentários,precisamos resgatar com perguntas

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çar questões cotidianas a quem lidacom a fundamentação da teoria.Aproveito a oportunidade paraparabenizá-lo pela contribuição dadaà nossa especialidade.”

5) Quais os prováveis fatoresetiológicos da anquilose alveo-lodentária espontânea de mola-res decíduos relacionados ao li-gamento periodontal? OmarGabriel da Silva Filho.

Em nosso laboratório pudemosdetectar, durante a dissertação demestrado e tese de doutorado deLourenço6,7 (1997, 1999), que os ce-mentoblastos e os restos epiteliais deMalassez entram em apoptose umavez completada a formação do dentedecíduo e isto ocorre também com asdemais células do ligamento perio-dontal. Esta morte fisiológica das cé-lulas do ligamento periodontal expli-ca o destino dos tecidos moles dosdentes decíduos após a sua rizólise.

Sem os cementoblastos e os res-tos epiteliais de Malassez, a raiz dosdentes decíduos fica exposta à açãodos clastos e à aproximação da es-trutura óssea seguida de interaçãocontínua com o cemento e dentina.Estará assim caracterizada a an-quilose alveolodentária do dente de-cíduo. Isto ressalta o papel prote-tor dos cementoblastos para com aintegridade da raiz, bem como opapel dos restos epitel iais deMalassez na manutenção do espa-ço periodontal para deixar o osso“longe” do dente pela liberação deEGF ou fator de crescimentoepitelial, um mediador indutor dareabsorção óssea local.

O principal fator etiológico da an-quilose alveolodentária decídua cons-titui-se no tempo excessivo do dentedecíduo no arco dentário. Todo pro-cesso de odontogênese, erupção,rizólise e exfoliação do dente decíduotem um “timing”, ou seja um tempoe seqüência de ocorrência. Nestescasos de anquilose alveolodentáriadecídua houve uma quebra neste“timing”, especialmente no tempo de

exfoliação. Houve o desaparecimen-to dos tecidos periodontais, o desco-brimento das raízes por parte doscementoblastos que entraram emapoptose, mas não houve a devidaestimulação dos clastos no processode reabsorção ou rizólise por partede mediadores químicos. Em suamaioria, estes mediadores estão nofolículo pericoronário do dente per-manente sucessor. Esta falta de me-diadores ocorre com freqüência quan-do há anodontia parcial dos pré-mo-lares.

Com a rizólise lenta, as raízesdecíduas desprotegidas em decorrên-cia da apoptose dos cementoblastose do ligamento periodontal, junta-mente com o desaparecimento dosrestos epiteliais de Malassez. O ossoalveolar aproxima-se e une-se aodente decíduo.

6) Qual o mecanismo envolvidona “reabsorção por substitui-ção” pós-anquilose provocada?Omar Gabriel da Silva Filho.

O osso remodela-se a todo ins-tante, um processo também conhe-cido como turnover ósseo. Na anqui-lose alveolodentária, a união do ossoao dente promove uma integraçãomorfofuncional, as estruturas dentá-rias também integrarão este proces-so de remodelação constante, masnos locais onde ocorre a reabsorçãodo cemento e da dentina será depo-sitado tecido ósseo, daí o termo rea-bsorção dentária por substituição. Doponto de vista radiográfico, o dentee o osso aparecem indistinguíveis nosseus limites. O fato de a anquilosealveolodentária ter sido provocada ounatural não muda em nada a natu-reza do processo.

7) Por que a anquilose provo-cada vem acompanhada de“reabsorção por substituição”,enquanto que na anquilose es-pontânea de molares decíduosnão se observa este fenômeno?Omar Gabriel da Silva Filho.

A anquilose alveolodentária pro-

vocada advém de traumatismos ousobrecargas, transplantes e reim-plantes e isto associa o processo àinflamação e também à recolocaçãodos dentes envolvidos em funçãonovamente. Estes fatores promo-vem acúmulo local de mediadoresrelacionados à reabsorção ósseaque nesta área será acelerada, ace-lerando também o processo de“substituição” de estruturas dentá-rias por estruturas ósseas. Alémdisto, com freqüência, estão asso-ciados ou próximos aos molaresdecíduos, os pré-molares e seus res-pectivos folículos pericoronários,ricas fontes de mediadores locais dareabsorção óssea, visto que são asestruturas essenciais da erupçãodentária.

Na anquilose alveolodentáriaespontânea não deve ter havido umtraumatismo ou sobrecarga, massim a morte natural das células doligamento periodontal, incluindo-seos cementoblastos. Não há um acú-mulo significativo de mediadores dareabsorção no local e a remodela-ção óssea fica lenta naturalmente.Com freqüência nestes casos nãohá o permanente sucessor e seurespectivo folículo pericoronário, di-minuindo mais ainda a chance deacúmulo de mediadores da reabsor-ção no local. Desta forma o pro-cesso da reabsorção dentária porsubstituição fica naturalmente len-to, podendo levar décadas até acompleta reabsorção da raiz den-tária envolvida. A reabsorção exis-te, apenas em ritmo lento. Colocareste dente em oclusão ou sobre oclu-são tende a acelerar o processo,pois promoverá lesão tecidual, in-flamação e acúmulo local de medi-adores da reabsorção óssea.

8) Qual a função específica dosrestos epiteliais de Malassez? Apresença desses resíduos epite-liais é imprescindível para o vi-gor do ligamento periodontal?Omar Gabriel da Silva Filho.

Os termos restos e resíduos são

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“injustos” com estas ilhotas e cor-dões epiteliais que envolvem a raizdentária como uma verdadeira ces-ta de basquetebol. Eles liberam pro-dutos ou mediadores químicos queestimulam o osso vizinho à reabsor-ção quando se aproximam demasia-damente do dente. Entre estes pro-dutos podemos destacar o papel doEGF ou fator de crescimentoepidérmico ou epitelial. Sem estasestruturas ocorrerá a anquilosealvéolodentária, por isso podem serdenominados como Guardiões doEspaço Periodontal.

A presença deste mediador, o EGF,nas áreas epiteliais invariavelmentepromove reabsorção óssea; em nos-so corpo, os epitélios nunca são vizi-nhos de estruturas ósseas. Experi-mentalmente se removermos o liga-mento periodontal de uma faixa aolongo da raiz, nesta área haverá an-quilose, mas se removermos o liga-mento e no lugar colocarmos umepitélio de algum outro lugar, isto nãoocorrerá.

9) O que você considera maisimportante na reabsorção radi-cular frente à mecânica ortodôn-tica: a intensidade da força ou ointervalo entre a aplicação daforça? Omar Gabriel da Silva Filho.

As evidências em vários traba-lhos revelam que o mais importan-te não é a intensidade ou tempo deaplicação da força, mas sim a dis-tribuição da força ao longo da raizdentária e da estrutura óssea vizi-nha. Um exemplo disto está na fre-qüência maior de reabsorção den-tária em movimentos de inclinaçãoquando comparada com a de mo-vimentos “de corpo”, pois nestesúltimos a distribuição não concen-tra demasiadamente forças em cer-tos locais, como por exemplo, naregião apical. No que tange a dis-tribuição de forças, esta distribui-ção sofre forte influência da formada raiz e da crista óssea alveolar,como discorremos em repostas an-teriores.

10) Como clínico, constato “sus-ceptibilidade individual” no custobiológico dentário (encurtamen-to radicular) durante a movi-mentação dentária induzida.Como poderíamos explicar o fe-nômeno da grande variabilida-de individual, fundamentado-nos na biologia molecular? OmarGabriel da Silva Filho.

Os termos susceptibilidade oupredisposição individual podem su-gerir que há algum fator genético eou hereditário favorecedor da insta-lação da reabsorção em alguns pa-cientes, o que na realidade não acon-tece. Todos os trabalhos que procu-raram estabelecer esta relação gené-tica e hereditária não conseguiram ouapresentaram falhas metodológicasgraves que afetam a credibilidade dotrabalho. A maior ou menor predis-posição ou susceptibilidade está rela-cionada a fatores locais realmenteindividuais como a forma da raiz eda crista óssea alveolar. Na respostaà terceira pergunta explicamos deta-lhadamente esta variabilidade indivi-dual com base na morfologia da raizdentária e da crista óssea alveolar, apartir de duas teses de doutorado,concluídas neste ano.

A biologia molecular não explicade forma alguma esta variabilidadeindividual, mas sim confirma a suarelação com a morfologia radicular eda crista óssea alveolar.

O desenvolvimento das estruturassofre influências externas. Dificilmen-te, mesmo em lados diferentes domesmo paciente, haverá igualdadeestrutural radicular. O desenvolvimen-to da raiz está relacionado com re-gularidade da trajetória eruptiva, va-riação do trabeculado ósseo, obstá-culos encontrados, tempo de entra-da do dente em função e posição noarco dentário. Como exemplo, o ter-ço apical tem sua formação após oposicionamento do dente em oclusãoe ganha espaço às custas da estru-tura óssea que o circunda; desta for-ma tende a ter uma morfologia apicalmuito variada e mais irregular. As

outras partes da raiz dentária for-mam-se enquanto o dente vai subin-do para encontrar o plano oclusal.

Em suma, pode-se afirmar que asusceptibilidade, a predisposição oua variabilidade individual está rela-cionada com a morfologia da raiz eda crista óssea alveolar. A informa-ção genética para formar tais estru-turas poderia gerar raízes padroni-zadas para ambos os lados, mas asinfluências externas ao desenvolvi-mento do dente modificam e indivi-dualizam cada uma das raízes.

11) Por que o auto-transplantedo germe dentário é viável en-quanto o mesmo não acontecequando o dente irrompeu e al-cançou o plano oclusal? OmarGabriel da Silva Filho.

Os melhores resultados dostransplantes autógenos durante afase de germe dentário estão relacio-nados a questões biológicas, masprincipalmente técnicas.

O germe tem uma ampla papiladentária que faz interface extensacom os tecidos do folículo dentário.Dificilmente, nestas condições, apapila dentária sofrerá restrição deirrigação e nutrição sangüínea, nãocomprometendo a continuidade daformação radicular. Ao colocar o ger-me no seu leito receptor, continuaráo processo da odontogênese quaseque naturalmente, pois não haveránecessidade de reparo e reconstru-ção periodontal, pois o periodontoainda está por ser formado. O ger-me dentário vem para o leito recep-tor embrulhado ou envolvido por umtecido bem vascularizado, frouxo ericamente celularizado denominadofolículo ou saco dentário que seadapta facilmente ao novo tecidovizinho.

Em transplantes de dentes com-pletos ou com estruturas radicula-res em fase avançada de formação,terá lugar a desorganização do liga-mento periodontal e o rompimentodos vasos pulpares. No leitor recep-tor será necessária uma adaptação

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mínima necessária da forma da raizà forma do novo alvéolo e a chancede contato direto raiz-osso aumen-ta; nestas áreas ocorrerão reabsor-ções radiculares. O reparo do liga-mento periodontal deve contar comos remanescentes que vieram ade-ridos à raiz e aos que ficaram noleito receptor e nem sempre ele es-tão presentes, pois o alvéolo podeter sido cirurgicamente delineado. Achance de morte dos cementoblas-tos e dos restos epiteliais deMalassez aumenta a possibilidade dereabsorções dentárias e de anquilo-se alveolodentária. O rompimentodos vasos indicará a necessidade detratamento endodôntico associado.Além destes inconvenientes citados,tem-se a carga oclusal a que serásubmetido o dente transplantado.

12) Como podemos explicar quea mecanoterapia ortodôntica es-timule um processo de reabsor-ção radicular em um dente comtraumatismo prévio? OmarGabriel da Silva Filho.

A proteção da raiz dentáriafrente à contínua remodelação ós-sea, evitando-se a reabsorção ra-dicular, é oferecida pela camada decementoblastos em função da au-sência de receptores de superfíciepara os mediadores do turnoverósseo, como descrevemos na pri-meira pergunta.

Nos dentes traumatizados hápossibilidade de lesão nesta cama-da cementoblástica e parte de suascélulas, pode no reparo periodontal,ser substituída focalmente por osteo-blastos vizinhos, pois o osso alveo-lar está a 250 micrometros da su-perfície dentária. Os osteoblastos nasuperfície radicular cumprem perfei-tamente as funções de cementoblas-tos, mas continuam tendo recepto-res de superfície frente aos media-dores locais da reabsorção. Estesosteoblastos ficam na superfície porum tempo ainda não determinado ouprevisto. Assim, nos dentes trauma-tizados pode-se afirmar que parte

periodontal e funcional.Outra forma de colaborar para

o aumento do sucesso está no in-cluir este assunto no conteúdo pro-gramático das várias disciplinasnos cursos de graduação. Pareceincrível, mas há escolas onde nãose ensina ou pratica os reimplan-tes dentários, um procedimento re-conhecido e indicado de forma uni-versal.

Por fim, poderíamos publicar cadavez mais casos de dentes reimplan-tados que foram movimentados or-todonticamente, submetidos a proce-dimentos restauradores e estéticos eaté incluídos no contexto de uma rea-bilitação bucal. Assim convencería-mos a todos sobre a viabilidade doprocedimento, da sua importânciasocial e pessoal no contexto da saú-de bucal.

Do ponto de vista biológico, o co-nhecimento sobre a reparação perio-dontal e os danos pulpares sofridospor dentes traumatizados, bem comoa possibilidade de lesões na camadade cementoblastos e nos restos epi-teliais de Malassez, reforça o pensa-mento de que o aprimoramento deveser social e técnico para obter-se cadavez mais casos de sucesso nos reim-plantes dentários.

14) Quais são os estudos maisrecentes (novos avanços) quevocê considera importantes equais dentre estes você acha quetrouxeram uma nova visão parao tratamento das reabsorçõesdentárias? Que abordagem deveser feita para se conseguir no-vos avanços no tratamento dasreabsorções dentárias? RobertoEsberard.

Nos casos de reabsorções den-tárias relacionadas à movimentaçãoortodôntica o tratamento está dire-tamente relacionado à identificaçãoe remoção da causa. Assim, ela ces-sará em uma semana e a superfíciese regularizará entre 4 e 6 sema-nas. O tratamento endodôntico comou sem utilização de hidróxido de

dos cementoblastos, em áreas focais,está constituída por osteoblastos ou“cementoblastos-like”. Quandoocorre a movimentação dentária in-duzida, os mediadores acumuladosno ligamento periodontal podem ati-var imediatamente estas célulasosteoblásticas com a função degerenciar as células que promovema reabsorção óssea; neste casogerenciarão imediatamente a reab-sorção radicular associada à movi-mentação ortodôntica. Por isso jus-tifica-se afirmar: dentes traumatiza-dos podem mais freqüentementeapresentar reabsorções radicularesquando movimentados ortodontica-mente. Este fato não contra-indicaa movimentação dentária em den-tes traumatizados, apenas indica anecessidade de um planejamento econtrole especial.

13) Como podemos colaborarpara aumentar o sucesso no tra-tamento dos dentes avulsiona-dos? Roberto Esberard.

A tomada de consciência da so-ciedade sobre a possibilidade de su-cesso em casos de dentes avulsiona-dos e reimplantados é essencial parareduzir o tempo decorrido entre aavulsão e a reimplantação, bem comoa forma de armazenamento do denteavulsionado durante este período. To-das as especialidades deveriam cola-borar na disseminação desta idéia: asassociações de classe, os órgãos go-vernamentais, as organizações nãogovernamentais e as sociedades civis.Com certeza nossas crianças e ado-lescentes agradeceriam.

Não raramente encontramos pro-fissionais afirmando que reimplantesnão tem sucesso! O sucesso decorredo tempo de reimplantação, da for-ma de armazenamento e do proto-colo seguido pelo profissional após areimplantação que deve incluir:antibioticoterapia por duas semanas,fixação semi-rígida, vacinaçãoantitetânica, tratamento endodônticodepois de duas semanas e avaliaçãomensal até a volta à normalidade

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do diz respeito à graduação das de-mais áreas do conhecimento huma-no; comparativamente a Odontolo-gia está no mesmo nível das de-mais. Esta constatação não develevar ao conformismo, mas indicaque o problema não é específico daOdontologia Brasileira, mas da So-ciedade Brasileira que não se orga-niza e não vota adequadamente emdirigentes que priorizem a forma-ção educacional dos nossos jovens.O graduando inicia a universidademuito mais despreparado psicoló-gica, cultural e socialmente do quetecnicamente. Um exemplo: todossabem e utilizam tecnologias combase na informática, fibra óptica elaser, mas não praticam regras bá-sicas de civilidade e educação comopontualidade, cortesia, seriedade,autocrítica, capacidade de análisecrítica, capacidade de escolha, dedecisão e de convívio social. Mui-tos dos nossos jovens, senão amaioria, acredita que o mundo exis-te para servi-los ou para fazê-losfelizes. Não há uma prática gene-ralizada de solidariedade, fraterni-dade e noção de nação. Na reali-dade deveria ser ensinado a elesque o mundo existe para serconstruído e melhorado e que istodepende da ação de cada um denós. Deveria-se ensinar aos jovensque praticando a Odontologia comprincípios éticos estaremos contri-buindo para um mundo melhor.Tudo isto deveria ser ensinado nocolégio, preparando-o para a uni-versidade.

Quanto à graduação em Odon-tologia por si mesma, acredito quepossa ser atualizada. Nos dias dehoje a informática permeia todas asáreas: as clínicas deveriam ser me-lhores equipadas, os laboratórios di-recionados para experiências aplica-das, os serviços de informação e do-cumentação, também conhecidoscomo bibliotecas, dinamizados parafavorecer um acesso rápido ao co-nhecimento.

Nos cursos de odontologia ain-

tes. Ao serem ingeridos, os bifos-fanatos incorporam-se na matrizmineralizada durante o processo deremodelação óssea. Quando osclastos reabsorvem o osso por jo-garem ácidos e enzimas entre suamembrana e a superfície óssea for-mam as lacunas de Howship e des-montam a estrutura óssea, liberan-do bifosfanatos que em parte atua-rão sobre os clastos, levando-os àmorte por apoptose. Nestes casos,a remodelação óssea ficará maislenta, o índice de reabsorção nopaciente diminuirá e a osteoporoseestará controlada. Imaginemos al-guma substância com propriedadesemelhante aos bifosfanatos admi-nistrada para nossas crianças e in-corporada nos tecidos dentários mi-neralizados, como se faz com oflúor. Na fase adulta, os processosde reabsorção seriam bem meno-res e clinicamente insignificantes.Os clastos iniciariam a reabsorçãoradicular e cessariam, pois boa par-te entraria em apoptose pela libe-ração desta substância na lacunade Howship recém instalada.

De concreto e imediatamente apli-cável à clínica, os avanços ainda es-tão por vir, pois se utiliza ainda comsucesso quando oportunamente uti-lizado, o bom e velho hidróxido decálcio para a maioria dos casos, es-pecialmente nas reabsorções infla-matórias associadas a traumatismos,reimplantes, transplantes e lesõesperiapicais crônicas.

15) Como você vê o estudo dagraduação em Odontologia noBrasil? Deve ser modificado, re-duzido, ampliado...? RobertoEsberard.

A Odontologia Brasileira represen-ta a única área do conhecimento ava-liada no provão com nota superior amédia mínima. Isto permite conside-rar que temos escolas cujo ensino dagraduação tem nível elevado; sãovárias escolas, pena que muitas dei-xem a desejar.

Outro aspecto a ser considera-

cálcio não controla ou paralisa areabsorção dentária induzida pormovimentação ortodôntica, não seindicando esta conduta nem mes-mo como tentativa; o tratamentonestes casos consiste na remoçãoda força aplicada.

Há duas estratégias para as pers-pectivas de novas pesquisas quantoao tratamento das reabsorções den-tárias.

A primeira, para casos de reim-plantes, transplantes e traumatis-mos, a principal perspectiva está emprodutos colocados no interior doscanais que impeçam a união dosclastos à superfície radicular exter-na. Esta união se faz a partir de umaproteína de membrana dos clastosdenominada integrina αVβ3. Esta in-tegrina une-se a osteoproteína e oclasto forma uma zona de selamentocircundando o espaço entre a suaborda ativa e a superfície minerali-zada, parecendo uma verdadeiraventosa aderida ao dente. A quebradesta união entre a proteína do ossoe a integrina do clasto impediria asua atividade reabsortiva e oprocesso não se iniciaria ou cessariacom a colocação deste produto nointerior do canal.

O uso deste produto propiciariaum tempo para a reconstrução teci-dual do ligamento periodontal, dacamada cementoblástica e dos res-tos de Malassez. Após um certo pe-ríodo de tempo e passado o efeitoda droga, o dente estaria em condi-ções de normalidade e a reabsorçãodentária não ocorreria, ou teria ces-sado e reparado a superfície radicu-lar. Este tempo de ação da drogatambém permitiria a ação antibac-teriana dos mecanismos normais dedefesa e dos antibióticos. As bacté-rias presentes no processo de reab-sorção podem manter indefinida-mente o processo, pela inflamaçãoque provocam.

A segunda estratégia estácentrada na forma de atuação dosbifosfanatos nos casos de osteopo-rose e doenças ósseas esclerosan-

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mo tempo estabelecendo uma re-lação custo/benefício/investimen-to/lucro maior por equipamentoinstalado na escola privada.

Não freqüentemente tambémcita-se a imaturidade do aluno aosair da faculdade após o quarto anocomo justificativa para prolongar ocurso. Caso isto ocorra, este alunodeve ter entrado imaturo na univer-sidade ou ainda este aluno não foisensível ou não submetido a um pro-cesso de amadurecimento intelectualna própria universidade: algo deveter falhado no processo e este deveser repensado e não alongado, poisisto apenas adiará o problema emum ano.

17) Como você vê a prolifera-ção dos cursos de pós-gradua-ção no Brasil, especialmente oschamados mestrados profissio-nalizantes e os inter-institucio-nais? Conselho Editorial RevistaDental Press.

O mestrado e o doutorado devemser valorizados como formadores deprofessores e pesquisadores. Pena queo mercado e a necessidade de mar-keting profissional não entendemassim e induzam nos profissionaisliberais uma ansiedade em realizarestes cursos.

O mestrado e o doutorado re-querem tempo integral em sua de-dicação, pois implicam na forma-ção filosófica, nos caminhos do co-nhecimento humano, nas técnicasde pesquisa, no estilo de atuar, es-crever, nas técnicas de ensinar eprincipalmente na geração de umnovo conhecimento que vai grada-tivamente mudando a realidade dopaís. O mestrando e o doutorandodevem conviver com seus profes-sores e orientadores, absorvendotoda uma filosofia de ver o mundo,ensinar o outro e gerar o novo co-nhecimento pelas pesquisas. Seassim não for, não é pós-gradua-ção no sentido exato de sua cria-ção e instalação.

O ápice da carreira de um profis-

período de feriados prolongadossendo eliminados. Não vejo estarealidade estabelecida em nossomeio.

A tecnologia atual de ensino in-clui:

- aulas em CD-ROM,- programas de cálculos e es-

tudos com simulações clínicas,- acesso mais rápido à infor-

mação,- programas de imagens para

diagnóstico e prognóstico,- maior disponibilidade de ma-

teriais pré-pontos para o uso no pa-ciente,

- instrumentais mais apropri-ados em função do avanço de ligas ede design,

- equipamentos mais ágeis narealização de testes, e

- desenho ergonômico de nos-sos equipamentos e consultórios clí-nicos,

- pacientes mais conscientiza-dos e colaboradores quanto à preven-ção e cuidados.

Com todos estes recursos anterior-mente não disponíveis, os 4 anos deduração da graduação em Odontolo-gia estão bem dimensionados. A re-tirada de alguns conteúdos, foi com-pensada pelo acréscimo de outros,mas houve a otimização do tempo porestes recursos de ensino e treinamen-to: estes aspectos levam-nos a estaconclusão.

Uma preocupação que tenho:não devemos ampliar o curso deOdontologia no ímpeto de corrigir-mos falhas na formação dos alu-nos herdadas do ensino médio,mas sim nos reunir como cidadãos,mobilizar e exigir um nível melhorpara nossos colégios, bem comoescolher conscientemente nossosdirigentes municipais, estaduais efederais.

Alguns aspectos são menciona-dos para justificar o aumento doperíodo de 4 para 5 anos, entreos quais pode-se citar um tempomaior do aluno na universidade,onerando-o ainda mais e ao mes-

da se pratica algo parecido com oscolégios: aulas magistrais, avalia-ções restritas a perguntas e respos-tas, bem como ao uso de sistemasde notas sem critérios prévios e de-finidos. Raras escolas possuem epraticam um projeto político peda-gógico coerente com nossa realida-de ou com os tempos atuais deavanço tecnológico. Nossas univer-sidades, incluindo dirigentes e pro-fessores, não acompanharam o pro-gresso dos últimos 20 anos e esta-mos praticando a mesma universi-dade da década de 70 e 80. Exem-plos: ainda se anota aulas registra-das com canetas, em vez de grava-das ou digitadas em “notebook”; nasprovas ainda se fecham os alunosem salas de aula como verdadeiros“cárceres privados” para tirar oacesso às informações como livros,periódicos e banco de dados; aindase fornecem as jurássicas apostilasem vez de CD-ROM, etc.

As modificações na Odontologiadevem ser de abordagens do co-nhecimento e do conteúdo, atuali-zando métodos e critérios junto auma mudança de mentalidade detodos. Para tudo isto se requer umespírito de grupo, discutindo-se comtodos os participantes do processoquanto cada um pode dar, melho-rar e empenhar-se; organizando opapel de cada um com hierarquiza-ção, no tempo e nas prioridades.Toda esta mobilização chama-seprojeto político pedagógico dinâmi-co e aplicado.

16) O curso de Odontologiadeve ser ampliado de 4 para 5anos? Em caso positivo, por que?E o que deveria ser oferecidoneste ano suplementar? RobertoEsberard.

A ampliação do tempo tradicio-nal de duração de um curso pres-supõe que as aulas e atividades es-tão iniciando-se antes do horárionormal e terminando após o perío-do estabelecido. E ainda, que o tem-po de férias está se reduzindo e o

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dentário induzido e das reabsorçõesdentárias. Ultimamente, também háuma verdadeira descoberta dos prin-cípios biológicos na Ortopedia dosMaxilares.

A Biopatologia permite ao clínicocompreender as variações encontra-das no dia a dia e dá segurança parao tratamento: de pacientes adultos,de pacientes submetidos a medicaçãopor outros problemas de saúde, depacientes com alterações sistêmicas,de pacientes com outros problemasodontológicos como doença periodon-tal, traumatizados, etc. Um conteú-do programático em tópicos nemsempre reflete o todo do assunto, masno contexto de um curso de especia-lização, com um carga de 16 horasteóricas, acredito que os temas a se-rem desenvolvidos seriam:

- Introdução à biologia celular;- Princípios da biopatologia

óssea e do reparo ósseo;- Aspectos biopatológicos or-

topédicos aplicados aos maxilares;- Modificações celulares e te-

ciduais durante a movimentação den-tária induzida;

- Classificação, nomenclatura,mecanismos e causas das reabsor-ções dentárias;

- Aspectos diagnósticos, pre-ventivos e terapêuticos das reabsor-ções dentárias;

- Miscelânea: dentes com ri-zogênese incompleta, erupçãodentária e os caninos não irrompidos,biopatologia dos reimplantes e trans-plantes, etc.

Ao analisarmos os tópicos men-cionados, percebe-se que a Biopa-tologia insere o Ortodontista nocontexto das novas descobertas daMedicina e da Odontologia; permi-tindo que ele compreenda a evolu-ção da Ortodontia enquanto parteda ciência. A biologia oferece ao Or-todontista a possibilidade de enten-der as perspectivas no diagnósti-co, prognóstico e tratamento dasmás oclusões e das reabsorçõesdentárias. Mesmo aqueles que nun-ca tiveram este conhecimento,

sional clínico liberal corresponde àespecialização. Após esta capacitaçãoe este título, depois de transcorridoum certo período de tempo, deve-serealizar cursos de excelência, educa-ção continuada, workshops, seminá-rios e simpósios para atualizar-seconstantemente. Ser especialista sig-nifica estar apto a resolver quase atotalidade das situações clínicas e istonão é pouco, requer muito trabalho eestudo. Submeter este profissional aum mestrado ou doutorado pode serconsiderado um desvio de função.

Para garantir uma imagem oumaior rendimento, criou-se mestra-dos e doutorados nos quais o pro-fissional freqüenta, com atividadesacadêmicas efetivas, apenas 2 a 5dias por mês, que o compatibilizacom as suas atividades profissionaisliberais. Apesar das aparências, nãoparece justo com estes colegas pro-fissionais liberais, pois estão adqui-rindo algo não correspondente aonome ou título que receberão: nomeio acadêmico todos sabem quaissão os verdadeiros cursos de pós-graduação e os “mestrados-like” eos “doutorados-like”.

Por isso quando solicitado a opi-nar, recomendo: se for um clínicoo profissional deve escolher e fazerum excelente curso de especializa-ção na área em que deseja; se de-sejares ser professor e pesquisadorselecione e realize um verdadeirocurso de mestrado e doutorado, nãosimulacros.

18) Alguns anos atrás, poucosprofissionais se preocupavamcom a parte biológica aplicadaà Ortodontia. Nos dias atuais, nasua visão, como está a biopato-logia no ensino da Ortodontia noBrasil? Qual seria o conteúdoprogramático abordado numcurso sobre Biopatologia aplica-da à Ortodontia? Conselho Edito-rial Revista Dental Press.

A Ortodontia Brasileira tem valo-rizado muito a Biopatologia aplicadapara a compreensão do movimento

quando se iniciam nele percebem deimediato o ganho real de qualidadena sua prática diária da Ortodon-tia. Esta vivência é muito gratifican-te ao término dos cursos ministra-dos para Ortodontistas em que te-nho oportunidade de abordar o as-sunto.

Tão gratificante quanto ver adescoberta por parte dos alunos,também é perceber a valorizaçãodada pelos professores destes res-pectivos cursos que passam apermear esta visão biológica no diaa dia das clínicas em que seus alu-nos ganham experiência na Orto-dontia. Deve ser por isso que mui-tas pessoas dividem os cursos deespecialização e pós-graduação emOrtodontia no Brasil em dois gru-pos: os que oferecem conhecimen-to biopatológico aos seus alunosembasando-os na sua prática eevolução futura e os que apenasadestram tecnicamente seus alu-nos, sem preocupar-se em fazê-losentender porque as coisas aconte-cem e como acontecem nos tecidos,quando os maxilares e os dentessão modificados pela prática orto-dôntica.

19) Qual a sua maior contribui-ção para a Odontologia Nacio-nal? Pedro Felício Estrada Bernabé

Ao longo de 24 anos de carreirauniversitária, minha maior contribui-ção foi fazer o clínico brasileiro acre-ditar ser possível dominar a biopato-logia e, a partir dela, ganhar sua qua-lificação profissional com aplicabili-dade prática direta. Isto resultou domeu sonho de “ser professor” parapoder estimular as pessoas a cresce-rem e para ajudarem as demais; istoé fascinante!

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Guilherme Janson

- Professor Associado daDisciplina de Ortodontia daFaculdade de Odontologiade Bauru – Universidade deSão Paulo.

- Pós-Doutorado na Univer-sidade de Toronto, Canadá.

- Coordenador do Curso de Especializaçãoem Ortodontia da FUNBEO.

- Professor dos Cursos de Especializaçãoem Ortodontia da FOB, FUNBEO e APCD.

- Professor dos Cursos de Extensão daSociedade Paulista de Ortodontia.

- Membro do Royal College of Dentists ofCanada – M.R.C.D.C.

LeopoldinoCapelozza Filho

- Professor Doutor da Facul-dade de Odontologia deBauru da Universidade deSão Paulo.

- Responsável pelo Setor deOrtodontia do Hospital de Reabilitação deAnomalias Craniofaciais da Universidadede São Paulo, em Bauru-SP.

Omar Gabriel daSilva Filho

- Coordenador do Curso deAtualização em OrtodontiaPreventiva e Interceptiva,promovido pela PROFIS(Sociedade de PromoçãoSocial do Fissurado Lábio-Palatal).

- Professor do Curso de Especialização emOrtodontia promovido pela PROFIS (Soci-edade de Promoção Social do FissuradoLábio-Palatal).

- Ortodontista do Hospital de Pesquisa eReabilitação de Lesões Lábio-Palatais.Universidade de São Paulo, em Bauru.

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Pedro Felício Estra-da Bernabé

- Especialista emEndodontia. Especialistaem Radiologia.

- Doutorado em DiagnósticoOral pela Universidade deSão Paulo, USP, São Paulo.

- Livre Docente na Universidade EstadualPaulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP,São Paulo.

- Diretor e Administrador da Faculdade deOdontologia de Araçatuba, Departamentode Clínica Infantil - UNESP/Araçatuba.

Roberto MirandaEsberard

- Professor Titular emEndodontia, da Faculdadede Odontologia de Arara-quara-UNESP.

- Vice-Diretor da Faculdadede Odontologia de Araraquara-UNESP.

- Coordenador do Curso de Especializaçãoem Endodontia da Faculdade de Odonto-logia de Araraquara – UNESP.

- Professor do Curso de Pós-Graduação emEndodontia da FOA-UNESP.

- Professor Visitante da University of Texas -Health Science Center at San Antonio, USAnos anos de 1994 e 1996.

REFERÊNCIAS1 - CONSOLARO, A.; MARTINS-ORTIZ,

M. F.; VELLOSO, T. R. G. Dentes comrizogênese incompleta e movimentoortodôntico: bases biológicas. R Den-tal Press Ortodon Ortop Facial,Maringá, v. 6, n. 2, p. 25-30, 2001.

2 - CUOGHI, Osmar A. Avaliação dosprimeiros momentos da movimenta-ção dentária induzida: estudo mi-croscópico em macacos da espécieCebus apella. 1996. Tese (Doutorado)- Faculdade de Odontologia de Bauru,Universidade de São Paulo, Bauru,1996.

3 - FRANCISCHONE, T. R. C. G. Reabsor-ção dentária: determinação de suafreqüência em pacientes comendocrinopatias. 2002. Tese (Douto-rado) - Faculdade de Odontologia deBauru, Universidade de São Paulo,Bauru, 2002.

4 - FURQUIM, L. Z. Perfil endocrino-lógico de pacientes ortodônticoscom e sem reabsorções dentárias:correlação com a morfologiaradicular e da crista ósseaalveolar. 2002. 122f. Tese (Douto-rado) – Faculdade de Odontologiade Bauru, Universidade de SãoPaulo, Bauru, 2002.

5 - HIDALGO, M. M. Estudo sobre opotencial imunogênico dadentina: - contribuição para aetiopatogenia da reabsorção den-tária. 2001. 103f. Tese (Doutora-do) - Faculdade de Odontologia deBauru, Universidade de São Paulo,Bauru, 2001.

6 - LOURENÇO, S. Q. C. Apoptose naodontogênese: durante a fragmen-tação da lâmina dentária e da bai-nha epitelial de Hertwig e no

epitélio reduzido do órgão do es-malte. Estudo pela técnica TUNELmodificada em camundongos.1997. 133f. Dissertação (Mestra-do) – Faculdade de Odontologia deBauru, Universidade de São Paulo,Bauru, 1997.

7 - LOURENÇO, S. Q. C. Reabsorção den-tária fisiológica: estudo dos mecanis-mos (Apoptose) e das moléculasdesencadeadoras (Bmp-4 e GelatinaseB) em dentes decíduos de gatos.1999. 104f. Tese (Doutorado) – Fa-culdade de Odontologia de Bauru,Universidade de São Paulo, Bauru,1999.

8 - MARTINS-ORTIZ, M. F. Determina-ção de um índice de reabsorçãodentária durante tratamento orto-dôntico. Bauru, 2002. Projeto deDoutorado.