Dr Sexta Feira3

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Surpreso? Pois é, não fa-zemos mais zines. Acho que ficamos velhos rápi-

do demais, sérios demais, en-fim, as idéias ficaram velhas numa velocidade espantosa, os meios de comunicação mu-daram e isso nos impediu de continuar fazendo zines.

Nada contra quem ainda faz zines, ao contrário! Adoramos ler zines. É muito divertido ver o povo das comunidades on line no orkut, facebook, multiply compartilhando suas idéias e trabalhos... Apreciamos os sites que disponibilizam tudo free, essas coisas modernas da contemporaneidade. :–)

Nós estamos no mesmo ca-minho de quem quer mostrar suas idéias, seus sentimentos, firmar-se neste mundo, ocu-pando o lugar que é nosso por direito, como todo ser huma-

no no caminho do crescimen-to e da evolução.

Nós usamos a tecnologia postscript® como quem usou mimeógrafo, xerox, torpedos SMS, clichês, web 2.0, litogra-vuras, serigrafia, pincéis ou mesmo a estética punk do re-corte e da colagem adaptado para o ctrl-C/ctrl-V.

O “meio é a mensagem” já dizia um cachaceiro que co-nhecemos. Se ligue! Desligue sua TV! Use camisinha, use cinto de segurança.

Depois que derrubaram as torres, Deep Blue não jogou mais xadrez, hoje ele geren-cia uma grande rede finan-ceira do narcotráfico ameri-cano. Agora sim, estamos no fim da história, é uma nova era. Não perca o bonde.

Renove-se!

Isto não é um zine*

Wener Marq & Zé Colméia Soluções Mentais Ltda.

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Todos nós, os que escre-vemos e assinamos, o fazemos para ganhar o

arroz-com-feijão. Nada mais. E, para ganhar o arroz-com-feijão, não vacilamos, às vezes, em afirmar que o branco é preto e vice-versa. E, além

disso, às vezes até nos permitimos o cinismo de dar risada e de achar que somos gênios...A maioria de nós que escreve, o que faz é desorientar a opinião pública. As pessoas buscam ver-dades e nós lhes damos verdades enganosas. O branco pelo preto.

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É doloroso confessá-lo, mas é assim. É preciso escrever. Na Europa, os autores têm seu público; para esse público, dão um livro por ano. O senhor pode acreditar, de boa fé, que em um ano se escreva um livro que contenha verdades? Não, senhor. Não é possível. Para escrever um livro por ano é preciso contar lorotas. Dourar a pílula. Encher a página de frases.É o ofício, “o métier”. As pessoas recebem a mercadoria e acreditam que é matéria-prima, quando se trata apenas de uma falsificação grosseira de outras falsificações que também se inspiraram em falsificações. Se o senhor quer formar “um conceito claro” da existência, viva. Pense. Aja. Seja sincero. Não engane a si próprio. Analise. Estude-se. O dia em que o senhor conhecer a si próprio perfeitamente, lembre-se do que lhe digo: em nenhum livro vai encontrar nada que o surpreenda. Tudo será velho para o senhor. O se-nhor lerá por curiosidade livros

e livros e sempre chegará a esta fatal palavra terminal: “Mas eu já tinha pensado isso”. E nenhum livro poderá lhe ensinar nada.Salvo os que se escreveram sobre esta última guerra. Vale a pena conhecer esses documentos trágicos. O resto é papel...

El Mundo, 26/2/1930ROBERTO ARLTTrecho extraído de Aguafuertes porteñas. Tradução de Maria Paula Gurgel Ribeiro

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A vida quer viverA informação quer informarA xerox quer xerocarA microsoft quer te enganarA apple quer projetarNós queremos a sua atenção,mas não queremos te vender nada.

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Na hora em que você conseguir deixar para trás todos os professores ruins, você vai

começar a se aproximar cada vez mais - isto é, se você quiser, e se procurar, e se tiver paciência de esperar - da espé-cie de conhecimento que será muito, muito importante para você. Entre outras coisas, você vai descobrir que não é a primeira pessoa a ficar confusa e assustada, e até enojada, pelo com-portamento humano. Você não está de maneira nenhuma sozinho neste ter-reno, e se sentirá estimulado e entusi-asmado quando souber disso. Muitos homens, muitos mesmo, enfrentaram os mesmos problemas morais e espiri-tuais que você está enfrentando agora. Felizmente, alguns deles guardaram um registro de seus problemas. Você aprenderá com eles, se quiser. Da mesma forma que, algum dia, se você tiver alguma coisa a oferecer, alguém irá aprender alguma coisa de você. É um belo arranjo recíproco. E não é instrução. É história. É poesia.”

J. D. SalingerO apanhador no campo de centeio, pg 160.

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“As únicas coisas importantes acontecem nos corpos e cérebros dos indivíduos.”Neal Cassady

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“As únicas coisas importantes acontecem nos corpos e cérebros dos indivíduos.”Neal Cassady

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om>A maior religião monoteísta atualmente é o consumismo.

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*Eu não poderia chamar isto de zine simplesmente porque ele foi planejado demais, pensado demais, bem impresso demais (a criação é analógica, a pro-dução é digital, a reprodução é híbrida e a distribuição é coletiva), tem muito projeto, muitas horas de elucubração madrugada adentro, muitas dicas de outros colegas, cor-reções, fontes (algumas origi-nais, outras copiadas e muitas gratuitas) é um produto gráfi-co com intenção. A manifesta-ção espontânea foi formatada e enquadrada para caber nes-te pequeno espaço (A6 e A5), tudo foi pensado: as fontes, o papel, a cor, a impressão, por último e não menos importan-te, o conteúdo.

Principalmente este forma-to: ele foi projetado para ser passado de mão em mão, mas também para ser enviado pe-los correios com um mínimo de custo (na crise eterna da produção do valor, toda eco-nomia é sinal de inteligência), ele cabe num bolso (de paletó, da calça, da bermuda) e na bolsa também!

É muito pequeno para ficar numa prateleira ou estante de livros, no meio dos grandões.

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Eu não teria chega-do até aqui sem a ajuda inestimável das muitas pessoas que encontrei por estes tempos: todos

os fanzineiros com quem me correspondi por email e correios e que mantive-mos a conexão, Red Empire Distro Crew (Saulo Dias e seu irmão, #P.R.O.T#, Ra-tão, Keka e todo mundo que participou daquele proje-to), Gazz, <design–ufes>, coletivo anarquista CSO, Léo, Fejão & La Revancha, adobe e seus piratex, li-nux, redes torrents, Lucia-no Bravo, Alex “derrover” Rodrigues, professores que não ensinam e nos obrigam a estudar, professores que nos corrijem e nos impedem de errar novamente, aos colegas e amigos que sem-pre incentivam a gente, nos dando força para não parar.

-> meadiciona.com/wenermarq

Muitos já usaram este formato antes da gente, mas batizamos ele de car-tão-zine, pois a primeira intenção era enviá-lo pelos correio.

Tudo começou com o informativo Bolagato® (quem conheceu vai ligar um ao outro sem pestanejar) e tor-nou-se um padrão como 100% Zine (que veio à luz no finado Dia D).

Influências não nos faltaram, co-piamos este formato e o adequamos à nossa intenção.

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A característica do homem imaturo é aspirar a morrer nobremente por uma causa, enquanto que a característica do homem maduro é querer viver humildemente por uma causa. (Wilhelm Steckel)

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O espetáculo é o capital a um tal grau de acumulação que se torna imagem. (...) A teoria crítica deve comunicar-se na sua própria linguagem. É a linguagem da contradição, que deve ser dialética na sua forma como no seu conteúdo. Ela é a crítica da totalidade e crítica histórica. Ela não é a negação do estilo, mas o estilo da negação. O mundo já foi filmado, falta agora mudá-lo.

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As oito preocupações mundanas são:

1. Gostar de ser elogiado2. Não gostar de ser criticado3. Gostar de ser feliz4. Não gostar de ser infeliz5. Gostar de ganhar6. Não gostar de perder7. Desejar ser famoso8. Não gostar de ser ignorado

9% ecologicamente correto. 7% economicamente sustentável 45% livre de sofrimento animal 20% drug free 33% dependente tecnologicamente de design estrangeiro 86% reciclável100% livre de trabalho alienado

(criado nos momentos de ócio dos empregos subalter-nos, diagramado, rascunhado e resenhado nas horas de trabalho, reproduzido nas impressoras do patrão. Peça o seu PDF por email institucional, subverta a ordem, faça o sistema funcionar, movimente o financeiro, não pague pela diversão: compartilhe-a. Pense superficialmente, aja localmente, respire profunda e demoradamente)

Este zine é:

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ste trabalho tem como principal característica editorial a idéia de dètour dos situacionistas fran-ceses, que copiamos por sermos incapazes de criar algo novo e original a essa altura da existência; nós incentivamos a cultura da cópia, o share-alike e o creative commons (as idéias contidas neste zine estavam por aí e nos apropriamos delas). Este impresso está disponível sob a licença “cul-tura da cópia” e deve ser usado apenas para uso pessoal e é intransferível.

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projeto & edição_Wener Marq e Zé Colméiarevisão_Thatiely Pereira Colaboração_Janandexsoft_inDesign/photoshop/illustrator CS2, MSword, TextEdit, Firefox, gmail, macOS X/Windows XP, html, tiff, eps, psd, doc, txt.hard_xerox, ibook, cascorez, moleskine, macintel, canson, staedtler,

heidelberg, ilford, G4, pentium, scanner e cybershot.tipografias utilizadas_Gentium <http://scripts.sil.org/Gentium> & Titillium <http://www.campivisivi.net/titillium/?page_id=2papel_capa: couchê liso 115 g/m2, miolo: AP 70 g/m2.impressão_Gráfica A1, Vitória-ES, inverno de 2009.

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