Drummond Subiu Aos Céus

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Drummond subiu aos Céus Quando você se foi Tinha eu pouca idade E sendo muito pequenino Para entender o longínquo e Mundo vasto, vasto mundo O qual você deixou. Na aurora da minha infância Não pude perceber (E nem poderia) Que você já ia...Que você voou. Quem sabe Deus queria Um observador deste mundo Bem pertinho dele, lá no céu Escrevendo nas nuvens Como os anjos lidavam com seus medos Suas esperanças, suas culpas: Repercussão inesperada Da trupe celestial. A verdade é que Deus Levou para junto de Si O homem de Itabira Que escrevia (para) o mundo Tentando entendê-lo Momento de intercâmbio: Cessaram as substantivas impressões Deste mundo no papel Ficou o vazio que jamais foi e será preenchido Para dar vez as impressões celestiais Crivadas nas nuvens do céu Mas Deus é bom Para com suas criaturas mortais Pois quando chove Poesias em formas de gotas Em nossas cabeças caem E quem quiser pode lavar-se nelas E se abrir a boca, bebê-las pode também Obrigado Senhor! Obrigado Drummond! Amem! jorge viana de moraes

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Homenagem ao poeta Carlos Drummond de Andrade porJorge Viana de Moraes

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  • Drummond subiu aos Cus

    Quando voc se foi

    Tinha eu pouca idade

    E sendo muito pequenino

    Para entender o longnquo e

    Mundo vasto, vasto mundo

    O qual voc deixou.

    Na aurora da minha infncia

    No pude perceber

    (E nem poderia)

    Que voc j ia...Que voc voou.

    Quem sabe Deus queria

    Um observador deste mundo

    Bem pertinho dele, l no cu

    Escrevendo nas nuvens

    Como os anjos lidavam com seus medos

    Suas esperanas, suas culpas:

    Repercusso inesperada

    Da trupe celestial.

    A verdade que Deus

    Levou para junto de Si

    O homem de Itabira

    Que escrevia (para) o mundo

    Tentando entend-lo

    Momento de intercmbio:

    Cessaram as substantivas impresses

    Deste mundo no papel

    Ficou o vazio que jamais foi e ser preenchido

    Para dar vez as impresses celestiais

    Crivadas nas nuvens do cu

    Mas Deus bom

    Para com suas criaturas mortais

    Pois quando chove

    Poesias em formas de gotas

    Em nossas cabeas caem

    E quem quiser pode lavar-se nelas

    E se abrir a boca, beb-las pode tambm

    Obrigado Senhor!

    Obrigado Drummond! Amem!

    jorge viana de moraes