É Hora de Acabar Com a Guerra Às Drogas! - Portal Libertarianismo

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Voltar ao Topo Pesquisar... Ir Encontrenos no Facebook Libertarianismo É Hora de Acabar com a Guerra às Drogas! Tweeta 11 [Aritigo escrito em 1992] Vinte anos atrás, o presidente Richard M. Nixou anunciou a “Guerra às Drogas”. Eu critiquei tal ação tanto no aspecto moral como no aspecto experimental na minha coluna na revista Newsweek do dia 01/05/1972, sob o título de “Proibição e Drogas”: Na questão de natureza ética, nós temos o direito de usar a estrutura do governo para impedir que um individuo torne-se um alcoólatra ou drogado? Para as crianças, pelo menos, quase todo mundo responderia com um sim, qualificado. No entanto, para adultos responsáveis, eu, por minha parte, responderia com um direto não. Falar sobre as consequências, sim. Rezar por e com ele, sim. Contudo, eu acredito que nós não temos o direito de usar a força, direta ou indiretamente, para impedir que um indivíduo cometa o suicídio, beba álcool ou use drogas. Aquela falha ética básica tem inevitavelmente gerado os seguintes males durante o último quarto de século, assim como havia ocorrido durante uma tentativa anterior de proibição ao álcool: O uso de informantes Informantes não são necessários em crimes como o roubo e o assassinato porque as vítimas daqueles crimes têm um forte incentivo a denunciar o crime. No tráfico de drogas, o crime consiste de uma transação entre um comprador e um vendedor dispostos a comercializar. Nenhum deles tem qualquer incentivo a denunciar uma violação da lei. Pelo contrário, é do interesse de ambos que o crime não seja denunciado. É por isso que informantes são necessários. O uso de informantes e as grandes quantias de dinheiro em jogo inevitavelmente geram corrupção – tal como ocorreu durante a “Era da Proibição” (Lei Seca dos Estados Unidos). Elas também levaram a violações dos direitos civis de pessoas inocentes, a práticas vergonhosas de invasão de domicílios e perda de direitos sem um processo criminal. Como escrevi em 1972: “Viciados e vendedores ilegais não são os únicos corruptíveis. Grandes quantidades de dinheiro estão em jogo. É inevitável que alguns policiais mal pagos e outros funcionários do governo – e algum muito bem pagos, inclusive – sucumbirão à tentação de ganhar dinheiro fácil”. Lotando as prisões Em 1970, 200.000 pessoas estavam presas. Hoje, 1.6 milhões estão. São oito vezes mais em números absolutos; seis vezes mais comparado ao crescimento da população. Além disso, 2.3 milhões de pessoas estão em liberdade condicional ou prisão domiciliar. A tentativa de proibir as drogas é de longe a principal fonte do crescimento horrendo na população prisional. Não existe luz no fim do túnel. Quantos cidadãos nós queremos que se tornem criminosos antes de dizermos “chega”? Prisão indiscriminada de negros Sher Hosonko, naquele tempo o diretor do centro de tratamento de dependentes químicos de Connecticut, ressaltou esse efeito da proibição às drogas em um discurso em junho de 1995: Nos Estados Unidos, atualmente, nós encarceramos 3109 negros para cada 100.000 deles na população. Para você ter uma ideia do drama inserido nesse número, nosso concorrente mais próximo no Drogas Publicado em 4 de outubro de 2013 | por Milton Friedman 0 44 Curtir Popular Blog Recente A aurora nórdica para o capitalismo 18 de maio de 2015 | por Adrian Wooldridge 6 verdades chocantes que irão fazer de você uma pessoa melhor 31 de outubro de 2013 | por David Wong Uma semente plantada 22 de maio de 2015 | por Benjamin Tucker 5 fatos que irritam seu professor de Economia 19 de maio de 2015 | por Andrew Criscione Os efeitos da revolução industrial nas mulheres e crianças 1 de abril de 2015 | por Robert Hessen

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IMB - Criminalidade, Drogas e Proibição

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  • 24/05/2015 HoradeAcabarcomaGuerrasDrogas!PortalLibertarianismo

    http://www.libertarianismo.org/index.php/artigos/acabarguerradrogas/ 1/3

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    [Aritigo escrito em 1992] Vinte anos atrs, o presidente Richard M. Nixou anunciou a Guerra sDrogas. Eu critiquei tal ao tanto no aspecto moral como no aspecto experimental na minhacoluna na revista Newsweek do dia 01/05/1972, sob o ttulo de Proibio e Drogas: Na questo denatureza tica, ns temos o direito de usar a estrutura do governo para impedir que um individuotorne-se um alcolatra ou drogado? Para as crianas, pelo menos, quase todo mundo responderiacom um sim, qualificado. No entanto, para adultos responsveis, eu, por minha parte, responderiacom um direto no. Falar sobre as consequncias, sim. Rezar por e com ele, sim. Contudo, euacredito que ns no temos o direito de usar a fora, direta ou indiretamente, para impedir que umindivduo cometa o suicdio, beba lcool ou use drogas. Aquela falha tica bsica teminevitavelmente gerado os seguintes males durante o ltimo quarto de sculo, assim como haviaocorrido durante uma tentativa anterior de proibio ao lcool:

    O uso de informantes

    Informantes no so necessrios em crimes como o roubo e o assassinato porque as vtimasdaqueles crimes tm um forte incentivo a denunciar o crime. No trfico de drogas, o crime consistede uma transao entre um comprador e um vendedor dispostos a comercializar. Nenhum delestem qualquer incentivo a denunciar uma violao da lei. Pelo contrrio, do interesse de ambos queo crime no seja denunciado. por isso que informantes so necessrios. O uso de informantes e asgrandes quantias de dinheiro em jogo inevitavelmente geram corrupo tal como ocorreu durantea Era da Proibio (Lei Seca dos Estados Unidos). Elas tambm levaram a violaes dos direitos civisde pessoas inocentes, a prticas vergonhosas de invaso de domiclios e perda de direitos sem umprocesso criminal. Como escrevi em 1972: Viciados e vendedores ilegais no so os nicoscorruptveis. Grandes quantidades de dinheiro esto em jogo. inevitvel que alguns policiais malpagos e outros funcionrios do governo e algum muito bem pagos, inclusive sucumbiro tentao de ganhar dinheiro fcil.

    Lotando as prises

    Em 1970, 200.000 pessoas estavam presas. Hoje, 1.6 milhes esto. So oito vezes mais em nmerosabsolutos; seis vezes mais comparado ao crescimento da populao. Alm disso, 2.3 milhes depessoas esto em liberdade condicional ou priso domiciliar. A tentativa de proibir as drogas delonge a principal fonte do crescimento horrendo na populao prisional. No existe luz no fim dotnel. Quantos cidados ns queremos que se tornem criminosos antes de dizermos chega?

    Priso indiscriminada de negros

    Sher Hosonko, naquele tempo o diretor do centro de tratamento de dependentes qumicos deConnecticut, ressaltou esse efeito da proibio s drogas em um discurso em junho de 1995: NosEstados Unidos, atualmente, ns encarceramos 3109 negros para cada 100.000 deles na populao.Para voc ter uma ideia do drama inserido nesse nmero, nosso concorrente mais prximo no

    Drogas

    Publicado em 4 de outubro de 2013 | por Milton Friedman 0

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    A aurora nrdica para o capitalismo18 de maio de 2015 | por Adrian Wooldridge

    6 verdades chocantes que iro fazerde voc uma pessoa melhor31 de outubro de 2013 | por David Wong

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    5 fatos que irritam seu professor deEconomia19 de maio de 2015 | por Andrew Criscione

    Os efeitos da revoluo industrialnas mulheres e crianas1 de abril de 2015 | por Robert Hessen

  • 24/05/2015 HoradeAcabarcomaGuerrasDrogas!PortalLibertarianismo

    http://www.libertarianismo.org/index.php/artigos/acabarguerradrogas/ 2/3

    encarceramento de negros a frica do Sul. A frica do Sul antes de Nelson Mandela e sob oregime de poltica pblica do apartheid encarcerava 729 negros para cada 100.000. Reflita: na terrada Carta dos Direitos, ns prendemos quatro vezes mais negros do que o nico pas do mundo queadotou uma poltica chamada apartheid.

    Destruio dos centros das cidades

    A proibio s drogas um dos fatores mais importantes que colaboraram para reduzir o centro denossas cidades ao estado atual. Os tumultuados centros das cidades tem uma vantagemcomparativa na venda de drogas. Embora grande parte dos consumidores no viva no centro dascidades, a maioria dos vendedores vive. Jovens garotos e garotas veem os traficantes orgulhosos eafluentes como exemplos. Comparado com o retorno de uma carreira de estudo e trabalhotradicional, o retorno oriundo do trfico de drogas tentador para jovens e pessoas de idade. Emuitos, especialmente os jovens, no so dissuadidos pelas balas que voam livremente nas rixasentre traficantes balas que voam somente porque o trfico de drogas ilegal. Al Capone resumenossa antiga tentativa na proibio; as gangues Crips e Bloods resumem essa.

    Somando os danos aos usurios

    A proibio torna as drogas exorbitantemente caras e altamente duvidosas em sua qualidade. Umusurio deve associar-se com criminosos para adquirir as drogas, e muitos so levados a se tornarcriminosos para financiar seu vcio. Agulhas, que so difceis de obter, so frequentementecompartilhadas, com o efeito previsvel de propagao de doenas. Finalmente, um viciado quebusca tratamento deve confessar-se como criminoso para se qualificar para um programa detratamento. Alternativamente, os prprios profissionais que tratam dos viciados devem tornar-seinformantes ou criminosos

    Tratamento de dores crnicas

    O Departamento de Sade e Recursos Humanos dos Estados Unidos emitiu relatrios mostrandoque 2/3 dos pacientes com cncer no recebem tratamento adequado para dor, e os nmeros socertamente maiores em pacientes no terminais. Esse tratamento incompleto da dor crnica umresultado direto da presso exercida pela Agncia Americana de Combate s Drogas sobre osmdicos que prescrevem os narcticos.

    Prejudicando pases estrangeiros

    Nossa poltica em relao s drogas levou a milhares de mortes e grandes perdas de riqueza empases como a Colmbia, Peru e o Mxico, prejudicando a estabilidade de seus governos, tudoporque ns no podemos fazer cumprir nossas leis em nosso prprio pas. Se consegussemos, nohaveria mercado para drogas importadas. No existiria o cartel de Cali (ou o do Mxico). Os pasesestrangeiros no teriam de sofrer a perda de soberania envolvida na permisso aos nossosconselheiros e tropas de operar no seu solo, vasculhar seus navios e encorajar o ataque demilitares locais aos avies de seus concidados. Eles poderiam virar-se como pudessem, e ns, poroutro lado, poderamos evitar o desvio das foras militares de suas funes reais. Pode qualquerpoltica, por mais bem pensada, ser considerada moral se levar corrupo, priso de muitos, aefeitos racistas, destruio dos centros das cidades, a prejuzos aos indivduos mais vulnerveis esem direo, trazendo morte e destruio a pases estrangeiros?

    ***

    Traduo de Matheus Pacini. Reviso de Adriel Santana.

    Sobre o autorMilton Friedman

    Milton Friedman foi um dos mais destacados economistas do sculo XX eum dos mais influentes tericos do liberalismo. Foi o principal apstoloda Escola Monetarista e membro da Escola de Chicago, alm de defensordo laissez faire e livre mercado. Por suas realizaes nos campos daanlise do consumo, da histria monetria e da teoria e demonstrao dacomplexidade da poltica de estabilizao, recebeu o Nobel em CinciasEconomicas de 1976.

  • 24/05/2015 HoradeAcabarcomaGuerrasDrogas!PortalLibertarianismo

    http://www.libertarianismo.org/index.php/artigos/acabarguerradrogas/ 3/3

    Porquenoaderiraofusionismo?2comments2monthsago

    CarlosEduardoMachadoOliveirdifcildizerseoBolsonarojogoumaisgenteparaoladodaesquerdado

    LevandoaEconomiaAustracaaoextremoemumminuto1commentamonthago

    RafaelLeiteGenial!

    OquePikettynoentendeusobreoterceiromundo3comments2monthsago

    ricardodimNemtodoempreendimentodependedefuncionrios,nemtodopobrequer

    OgrandeerrodeBastiateoSubjetivismonaEconomia1commentamonthago

    MatheusCunhaDuarteSilvaVerynice!

    ALSOONPORTALLIBERTARIANISMO

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