e Meio Ambiente Formiguinhas do Vale · Edição 37 Ano III Dezembro 2010 Distribuição Gratuita...

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RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Cidadania e Meio Ambiente Formiguinhas do Vale www.fomiguinhasdovale.org A Associação tem como princi- pal objetivo interferir nas mudanças compor- tamentais da sociedade que o momento exi- ge, no que tange a preservação ambiental, sustentabilidade e paz social, reflorestamen- to, incentivo á agricultura orgânica, hortas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e compostagem do lixo doméstico além, de incentivar a pre- servação e o conhecimento de nossas cultu- ras e tradições populares. Formalizado atra- vés do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divulgado através deste veículo de interação. Projetos integrados: Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a musica de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições popula- res de cada região. Inicialmente iremos for- mar turmas que terão a finalidade de multi- plicação do conhecimento adquirido, no pro- jeto, em cada Escola e em suas respectivas comunidades. Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os e- cossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo domésti- co, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico á prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgâni- ca, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conhecimen- to adquirido em cada comunidade. Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finali- dade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a for- mação de cooperativas ou grupos preserva- cionistas em suas comunidades. Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a mú- sica de raiz sejam o seu tema. Primeiramen- te será formado um grupo composto por cri- anças, adolescentes e adultos com respon- sabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos. # SEJA UM VOLUNTÁRIO. Fale conosco 0xx12 - 9114.3431 Acesse: http://www.formiguinhasdovale.org Este veículo. transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem so- bre temas dos projetos desenvolvidos pela OSCIP“Formiguinhas do Vale”,organização sem fins lucrativos e, com ênfase em assuntos inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa Edição 37 Ano III Dezembro 2010 Distribuição Gratuita Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê Então é Natal, e o que você fez? O ano termina, e nasce outra vez. Então é Natal, a festa Cristã. Do velho e do novo, do amor como um todo. Então bom Natal, e um ano novo também. Que seja feliz quem, souber o que é o bem. BAHIA A Bahia é o estado mais populoso da região Nor- deste. Situa-se ao sul dessa região e faz divisa com oito estados: Leia mais: >>>>> Página 4 RIO DE JANEIRO É inegável que o atual governador do Rio Sérgio Cabral decidiu enfrentar o crime organizado, o tráfico de drogas especificamente. Mas é preocu- pante constatar que o aparelho policial é em boa parte corrupto e ao longo de muito tempo vem favorecendo e sendo cúmplice do crime. Leia mais: >>>>>>>>>>>>>>>>>>>> Página 12 EDUCAÇÃO A base da educação romana, como atesta Cícero, foi por muito tempo o das Doze tábuas, fixado em 451 a.C., no bronze e exposto publicamente no fórum, para que todos pudessem vê-lo. Leia mais >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> Página 13 RESPONSABILIDADE SOCIAL As transformações sócio-econômicas dos últimos 20 anos têm afetado profundamente o comportamento de empresas até então a- costumadas à pura e exclusiva maximização do lucro. Leia mais: >>>>>>>>>>>>>>>>> Página 14 AMIGAS CURAM Um estudo publicado pela universidade de Los Angeles, Califórnia, indica que a amizade entre mulheres é verdadeiramente especial. Leia mais: >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> Página 15 APESAR DE TODO O PROGRESSO... Nada me comove mais que a pureza de uma criança. Ontem, eu estava numa lanchonete daquelas em que as mesas são geminadas. Leia mais: >>>>>>>>>>>>>>>>>>> Página 16

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Meio Ambiente

Formiguinhas do Vale www.fomiguinhasdovale.org

A Associação tem como princi-pal objetivo interferir nas mudanças compor-tamentais da sociedade que o momento exi-ge, no que tange a preservação ambiental, sustentabilidade e paz social, reflorestamen-to, incentivo á agricultura orgânica, hortas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e compostagem do lixo doméstico além, de incentivar a pre-servação e o conhecimento de nossas cultu-ras e tradições populares. Formalizado atra-vés do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divulgado através deste veículo de interação.

Projetos integrados: • Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a musica de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições popula-res de cada região. Inicialmente iremos for-mar turmas que terão a finalidade de multi-plicação do conhecimento adquirido, no pro-jeto, em cada Escola e em suas respectivas comunidades.

• Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os e-cossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo domésti-co, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico á prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgâni-ca, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conhecimen-to adquirido em cada comunidade.

• Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finali-dade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a for-mação de cooperativas ou grupos preserva-cionistas em suas comunidades.

• Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a mú-sica de raiz sejam o seu tema. Primeiramen-te será formado um grupo composto por cri-anças, adolescentes e adultos com respon-sabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos.

# SEJA UM VOLUNTÁRIO. Fale conosco

0xx12 - 9114.3431 Acesse: http://www.formiguinhasdovale.org

Este veículo. transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem so-bre temas dos projetos desenvolvidos pela OSCIP“Formiguinhas do Vale”,organização sem fins

lucrativos e, com ênfase em assuntos inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa

Edição 37 Ano III Dezembro 2010 Distribuição Gratuita

Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê

Então é Natal, e o que você fez? O ano termina, e nasce outra vez.

Então é Natal, a festa Cristã. Do velho e do novo, do amor como um todo. Então bom Natal, e um ano novo também.

Que seja feliz quem, souber o que é o bem.

BAHIA

A Bahia é o estado mais populoso da região Nor-deste. Situa-se ao sul dessa região e faz divisa com oito estados: Leia mais: >>>>> Página 4

RIO DE JANEIRO

É inegável que o atual governador do Rio Sérgio Cabral decidiu enfrentar o crime organizado, o tráfico de drogas especificamente. Mas é preocu-pante constatar que o aparelho policial é em boa parte corrupto e ao longo de muito tempo vem favorecendo e sendo cúmplice do crime. Leia mais: >>>>>>>>>>>>>>>>>>>> Página 12

EDUCAÇÃO A base da educação romana, como atesta Cícero, foi por muito tempo o das Doze tábuas, fixado em 451 a.C., no bronze e exposto publicamente no fórum, para que todos pudessem vê-lo. Leia mais >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> Página 13

RESPONSABILIDADE SOCIAL

As transformações sócio-econômicas dos últimos 20 anos têm afetado profundamente o comportamento de empresas até então a-costumadas à pura e exclusiva maximização do lucro. Leia mais: >>>>>>>>>>>>>>>>> Página 14

AMIGAS CURAM

Um estudo publicado pela universidade de Los Angeles, Califórnia, indica que a amizade entre mulheres é verdadeiramente especial. Leia mais: >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> Página 15

APESAR DE TODO O PROGRESSO...

Nada me comove mais que a pureza de uma criança.

Ontem, eu estava numa lanchonete daquelas em que as mesas são geminadas. Leia mais: >>>>>>>>>>>>>>>>>>> Página 16

Dezembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 02

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Por: José Carlos Oliveira

No dia 24 de dezembro, há dez anos (tinha eu dezoito), prepa-rei-me tranqüilamente para passar o Natal em solidão. Che-gara ao Rio em setembro. De-pois do período natural de difi-culdades que todo provinciano atravessa, começara a traba-lhar numa revista. E agora es-tava ali, na redação, terminan-do de escrever uma reportagem e pensando nas ruas festivas, onde multidões faziam compras e em como seria bela a noite para os que tinham parentes e amigos.

O crítico cinematográfico da re-vista aproximou-se de mim e disse: "Olha eu sei que você não co-nhece ninguém no Rio, de mo-do que quero convidá-lo para passar a noite no apartamento de uma amiga minha. Ela vai dar uma festa para gente assim como você." Tomei nota do endereço e ele disse: "Ao chegar, é só dizer que você é o José Carlos, que ela já está avisada." Às nove horas da noite, rumei para lá. Os sonhos mais arden-tes me dominavam. A moça do-na da casa era linda e passaría-mos a noite dançando colados! Coisas assim; eu ia andando cheio de esperança. Diante do apartamento, toquei a campai-nha e então fluíram segundos de espera ansiosa. Abriu-se a porta: uma jovem linda, de ves-tido vermelho, surgiu à minha frente. Atrás dela vi um corre-dor, e depois uma sala onde outras moças estavam senta-das, uma das quais conversava com um rapaz. Da vitrola vinha uma canção tristonha. — Que é que o senhor deseja? -perguntou a moça. — Eu sou o José Carlos. Ao ouvir essas palavras, ela me olhou com expressão indefiní-vel: espanto, ou esquecimento, ou então não ouvira direito, o certo é que ficou olhando fixa-mente o provinciano durante um minuto bastante penoso. Finalmente, falou: — José Carlos ainda não che-gou. Com licença — e bateu a porta na minha cara. Meia hora depois, outra vez na rua, eu ainda não sabia se devi-a rir ou chorar. Fui andando sem rumo, e afinal entrei no Alcazar, sentei, pedi cuba-libre e comecei a encher a cara.

Crônica do mês

“Conto de Natal” Por: RUBEM BRAGA Sem dizer uma palavra o homem deixou a estrada, andou alguns metros no pasto e se deteve um instante diante da cerca de ara-me farpado. A mulher seguiu-o sem compreender, puxando pe-la mão o menino de seis anos. - Que é? O homem apontou uma árvore do outro lado da cerca. Curvou-se, afastou dois fios de arame e passou. O menino preferiu pas-sar deitado, mas uma ponta de arame o segurou pela camisa. O pai agachou-se zangado. - Porcaria... Tirou o espinho de arame da ca-misinha de algodão e o moleque escorregou para o outro lado. Agora era preciso passar a mu-lher. O homem olhou-a um mo-mento do outro lado da cerca e procurou depois com os olhos um lugar em que houvesse um arame arrebentado ou dois fios mais afastados. - Pera aí... Andou para um lado e outro e afinal chamou a mulher. Ela foi devagar, o suor correndo pela cara mulata, os passos lerdos sob a enorme barriga de 8 ou 9 meses. - Vamos ver aqui... Com esforço ele afrouxou a ara-me do meio e puxou-o para ci-ma. Com o dedo grande do pé fez descer bastante o de baixo. Ela curvou-se e fez um esforço para erguer a perna direita e passá-la para o outro lado da cerca. Mas caiu sentada num torrão de cupim. - Mulher! Passando os braços para o ou-tro lado da cerca o homem aju-dou-a a levantar-se. Depois pas-sou a mão pela testa e pelo ca-belo empapado de suor.

- Pera aí... Arranjou afinal um lugar melhor, e a mulher passou de quatro, com dificuldade. Caminharam até a árvore, a única que havia no pasto, e sentaram-se no chão, à sombra, calados. O sol ardia sobre o pasto mal-tratado e secava os lameirões da estrada torta. O calor abafa-va, e não havia nem um sopro de brisa para mexer uma folha. De tardinha seguiram caminho, e ele calculou que deviam faltar umas duas léguas e meia para a fazenda da Boa Vista quando ela disse que não agüentava mais andar. Ele pensou em voltar até o sítio de “seu" Anacleto. - Não... Ficaram parados os três, sem saber o que fazer, quando co-meçaram cair uns pingos gros-sos de chuva. O menina chora-mingava. - Eh, mulher... Ela não podia andar e passava a mão pela barriga enorme. Ouvi-ram então o guincho de um car-ro de bois. - Ó, graças a Deus... As 7 horas da noite, chegaram com os trapos encharcados de chuva uma fazendinha. O tem-poral pegou-os na estrada e en-tre os trovões e s relâmpagos a mulher dava gritos de dor. Vai ser hoje, Faustino, Deus me acuda, vai ser hoje. O carreiro morava numa casinha de sapê, do outro lado da vár-zea. A casa do fazendeiro estava fechada, pois o capitão tinha ido para a cidade ha dois dias. - Eu acho que o jeito... O carreiro apontou a estrebaria. A pequena família se arranjou lá de qualquer jeito junto de uma vaca e um burro. No dia seguinte de manhã o car-reiro voltou. Disse que tinha ido pedir uma ajuda de noite na ca-sa de “siá" Tomásia, mas “siá"

Tomásia tinha ido à festa na Fa-zenda de Santo Antônio. E ele não tinha nem querosene para uma lamparina, mesmo se tives-se não sabia ajudar nada. Trazia quatro broas velhas e uma lata com café. Faustino agradeceu a boa von-tade. O menino tinha nascido. O carro deu uma espiada, mas não se via nem a cara do bichinho que estava embrulhado nuns trapos sobre um monte de ca-pim cortado, ao lado da mãe a-dormecida. - Eu de lá ouvi os gritos. Ó Natal desgraçado! - Natal? Com a pergunta de Faustino a mulher acordou. - Olhe, mulher, hoje é dia de Na-tal. Eu nem me lembrava... Ela fez um sinal com a cabeça: sabia. Faustino de repente riu. Há muitos dias não ria, desde que tivera a questão com o co-ronel Desidério, que acabara mandando embora ele e mais dois colonos. Riu muito, mos-trando os dentes pretos de fu-mo. - Eh, mulher, então “vamo" bo-tar o nome de Jesus Cristo! A mulher não achou graça. Fez uma careta e penosamente vol-tou a cabeça para um lado, cer-rando os olhos. O menino de seis anos tentava comer a broa dura e estava mexendo no em-brulhinho de trapos: - Eh, pai, vem vê... - Uai! Pera aí... O menino Jesus Cristo estava morto.

Dezembro 2010 Gazeta Valeparaibana Pagina 03

ESTADOS BRASILEIROS - Todo o mês, tudo sobre cada Estado da Federação - JANEIRO será a vez do CEARÁ

Utilidade pública

Como fazer um bom currículo

O que deve impressionar é o conteúdo. A forma precisa ser simples, clara e muito bem organizada

O currículo é sua primeira apresentação em uma empresa. Você deve causar uma boa impressão e alguns cuidados na formata-ção, organização e no envio do currículo podem ser fundamen-tais na seleção para passar para a próxima fase no recrutamento. O principal é saber o que e como destacar entre as informações sobre suas habilidades e qualificações. “O currículo vende a ima-gem da pessoa e ajuda a mostrar seus pontos fortes”. Atividades ou prestação de serviços voluntários junto a Associa-ções, OSCIP’s, ou Comunidades agregam um valor inestimável ao currículo.

Dez dicas para fazer um currículo bem apresentado 1)Tipos e fontes Siga uma linha tradicional, use fontes Courier, Arial ou Times New Roman. Recursos de itálicos, negritos e sublinhados podem ser usa-dos para destacar e organizar as informações. 2) Número de folhas No máximo duas, de preferência brancas e grampeadas. 3) Ordem das informações Priorize as mais importantes, com destaque para seus dados com en-dereço, telefone e e-mail, seguidos pelo interesse ou objetivo com a vaga, sua formação e experiências profissionais. 4) Foto somente se for solicitada Use plano americano (retrato). 5) Corpo do e-mail ou em anexo Sempre envie um anexo, mas faça uma apresentação com seus con-tatos no corpo do e-email. 6) Pretensão salarial Vai atrapalhar se ficar muito distante do que a empresa oferece; pes-quise antes o quanto costuma ser oferecido ou evite colocar. 7) Informações sobre redes sociais Lembre que os perfis podem ser visitados pelo selecionador; prefira divulgar perfis profissionais. 8) Uso de modelos prontos Sem problemas, mas é preferível utilizá-los como parâmetro, persona-lize. 9) Escrito à mão Está fora de uso; envie sempre digitados. 10) Assinatura Necessário só se solicitado. Importante: Não falte com a verdade nem acrescente algo inverí-dico, isso pode derrubar sua carreira. Hoje as empresas têm mei-os de como verificar verdades e mentiras. Da redação

O que eu espero de 2011

Espero que em 2011 toda tristeza se transforme em alegria, e que Deus proporcione a cada uma de nós momentos de eterna paz.

Que nossos corações possam se alegrar novamente. E que possamos entender, que Deus sempre faz o melhor por nós, mesmo que a gente não compre-enda.

Espero que você possa sorrir pa-ra a vida, e que a vida lhe pro-porcione momentos muitos feli-zes que superem toda a tristeza pela qual você passou

2010 foi um ano muito difícil para muitas de nós. Derramamos mui-tas lágrimas, passamos por mo-mentos difíceis, que só quem passou por eles é que entende realmente do que estou falando.

Tivemos que nos recompor, bus-car novamente o equilíbrio e um novo sentido para a vida.

Mas somos fortes, pois a palavra de Deus diz que Ele não dá um julgo maior do que possamos carregar. Sendo assim, vamos nos levantar, continuar vivendo, fazendo planos, não podemos parar de sonhar.

Assim como uma criança que cai, chora, e se levanta, devemos

continuar a nossa caminhada, pois a vida continua e precisa-mos crescer espiritualmente.

E a vida amiga é feita assim, um dia estamos por cima nesta i-mensa roda gigante e no outro estamos por baixo. E por mais que a distância seja grande entre nós, um dia nos encontraremos, pois a terra é redonda.

Aprendi a amar você, como se fosse minha própria família. De-sejo que você seja muito, muito feliz. Estarei orando por você pa-ra que você tenha um 2011 mara-vilhoso, em nome de Jesus. Agradeça a Deus pelo ar que vo-cê respira.

Agradeça a Deus por você poder se levantar e caminhar, enquanto muitos não podem.

Agradeça a Deus pela família lin-da que você tem, e que sempre esteve ao seu lado.

Agradeça a Deus por você poder sonhar, porque os seus sonhos vão se tornar realidade.

Agradeça a Deus pelo milagre da vida, por você estar viva.

Agradeça a Deus pelas coisas maravilhosas que Ele vai fazer em sua vida.

Agradeça a Deus por este ano novo.

Agradeça a Deus por Ele cuidar de você!!!

Por: Cecylia

EDUCAR - Uma janela para o mundo

Todos sabemos que programas sobre educação onde se abor-dem verdades e se discuta o as-sunto de forma imparcial, supra-partidariamente e com ética são raros na mídia convencional. São raros porque infelizmente não dá IBOPE e a mídia conven-cional busca imagem e IBOPE, pois somente assim conseguirá

patrocinadores e valorizará seus espaços publicitários. Foi-nos aberto um espaço de duas horas na Rádio Web Tera-peutas Virtuais, o qual agradece-mos, já que educação não costu-mar ter espaço. Aceitamos já que até o nome combina com a necessidade de terapia em que se encontra a E-ducação no Brasil.

Nosso programa irá ao ar todos os Sábados, das

18;00 ás 20;00 horas e, o ouvinte poderá interagir

com suas sugestões, criticas ou

questionamentos.

Acesse e prestigiem-nos

www.terapeutasvirtuais.com.br

Dezembro 2010 Gazeta Valeparaibana Pagina 04

Bahia (BA)

Cuidar de nosso lixo, de nosso quintal e, fiscalizar, é uma obrigação de cada um de nós.

SÍNTESE

A Bahia é o estado mais populoso da região Nordeste. Situa-se ao sul dessa região e faz divisa com oito estados: Alagoas, Sergipe, Per-nambuco e Piauí ao norte, Minas Gerais e Espírito Santo ao sul, Goi-ás e Tocantins a Oeste. Ao leste, faz divisa com o Oceano Atlântico. Logo, a Bahia é o estado que mais faz divisa com outras unidades da federação.

Possui uma importante indústria petroquímica e tem a mais extensa faixa litorânea do Brasil, além da maior concentração de números relativos de negros e mulatos do Brasil. Tem grande influência da cultura africana: a música, culiná-ria, religião e o modo de vida de sua população apresentam grande contribuição dos escravos africa-nos.

Na economia, a Bahia é o sexto es-tado brasileiro em riqueza, reali-zando mais da metade das exporta-ções do Nordeste. A economia do estado baseia-se na indústria (química, petroquímica, informática e automobilística), agropecuária (mandioca, feijão, cacau e coco), mineração, turismo e nos serviços. Em Camaçari, próximo a Salvador, localiza-se um importante Pólo pe-troquímico e um complexo industri-al da Ford Motor Company.

A Bahiaé uma das 27 unidades fe-derativas do Brasil. Está situada ao sul da região Nordeste e é o maior estado da região, fazendo limites com 8 outros estados federados brasileiros, a saber: Sergipe, Ala-goas, Pernambuco e Piauí (N); To-cantins e Goiás (O); Minas Gerais e Espírito Santo (S) A leste, é banha-da pelo Oceano Atlântico e tem, com 900 kms a mais extensa costa de todos os estados do Brasil com acesso ao Oceano Atlântico. Ocu-pa uma área de 564.692,669 km², sendo pouco maior que a França. Dentre os estados nordestinos, a Bahia é o maior, o mais rico e o es-tado que mais recebe turistas.

A capital estadual é Salvador. Além dela, há outras cidades influentes como as capitais regionais Feira de Santana, Vitória da Conquista, a conturbação formada por Itabuna e Ilhéus, Barreiras e a conturbação

entre Juazeiro e Petrolina,[10] esta última é um município pernambu-cano e "núcleo" junto com Juazei-ro da RIDE Pólo Petrolina e Juazei-ro. A essas somam-se por sua po-pulação e importância econômica, três municípios integrantes da Grande Salvador: Camaçari, Lauro de Freitas e Simões Filho; e os mu-nicípios interioranos de Alagoi-nhas, Jequié, Teixeira de Freitas, Porto Seguro e Paulo Afonso. Parte mais antiga e primeiro núcleo de riqueza açucareira da América portuguesa, recebeu a Bahia imen-so contingente e enorme influência de trabalhadores compulsórios a-fricanos, trazidos pelos colonizado-res europeus para seus engenhos e fazendas, em especial do Golfo da Guiné, das antigamente chama-das costas dos escravos, da pi-menta, do marfim e do ouro, no o-este africano, com destaque para o país iorubá e o antigo reino de Dao-mé.

Diferentemente disso, muito de-pois, o Rio de Janeiro recebeu es-cravos de Angola e Moçambique. Assim a influência da cultura afri-cana na Bahia permanece em des-taque, na música, na culinária, na religião, no modo de vida de sua população, não só ao redor de Sal-vador e Recôncavo baiano, mas principalmente em toda a longa e bela costa baiana. Um dos símbo-los mais importantes do estado, é a da negra com o tabuleiro de acara-jé, vestida de turbante, colares e brincos dourados, pulseira, saias compridas e armadas, blusa de renda e adereços de 'pano da cos-ta', a típica 'baiana'. Foi na Bahia, entre Santa Cruz de Cabrália e Porto Seguro, que a fro-ta de Pedro Álvares Cabral anco-rou, no ano de 1500, marcando o descobrimento do Brasil. Em 1º de novembro de 1501, o navegante genovês Américo Vespúcio, a ser-viço da Coroa portuguesa, desco-briu/batizou a baía de Todos-os-Santos, maior reentrância de mar no litoral desde a foz do Rio Ama-zonas até o estuário do Rio da Pra-ta. A povoação formada nessas mar-gens tornou-se a primeira sede do governo-geral em março de 1549 com a chegada do fidalgo Tomé de Sousa, a mando do rei D. João III de Portugal para fundar a que seri-a, pelos próximos 214 anos, a cida-de-capital da América Portuguesa.

É conhecida como a "A terra da fe-licidade", isso por causa de sua população alegre e festiva, fatos que contribuem para o seu alto po-tencial turístico, que vem sendo muito explorado através de seu li-toral, o maior do Brasil, da Chapa-da Diamantina, do Recôncavo e de outras belezas naturais e de valor histórico e cultural.

Apesar de ter a sexta maior econo-mia do Brasil, com o PIB superior a

90 bilhões de reais, são quase sete mil reais de PIB per capita. Isso ge-ra o quadro em que a renda é mal distribuída, e se reflete no IDH: 0,742 em 2005, o nono pior do Bra-sil, equivalente ao IDH de 2005 do Siri Lanca, que é o 99º do mundo com 0,743.

Além do IDH, reflete também na es-perança de vida de 71,4 anos, 12º em 2005 no Brasil, na mortalidade infantil de 34,5 mortes em 2007-2008 a cada mil nascidos, 7º pior do Brasil, e no analfabetismo de 15% da população baiana, 8º pior do Brasil em 2006. HISTÓRIA

Brasil dividido nas Capitanias Hereditárias.

No território correspondente ao a-tual da Bahia, foram formadas cin-co capitanias hereditárias entre 1534 e 1566, conservadas até a se-gunda metade do século XVIII. As quais foram a da Bahia, doada a Francisco Pereira Coutinho em 5 de abril de 1534; de Porto Seguro doada a Pero do Campo Coutinho em 27 de maio de 1534; de Ilhéus doada a Jorge de Figueiredo Corrê-a em 26 de julho de 1534; das Ilhas de Itaparica e Tamarandiva doada a D. Antonio de Athayde em 15 de março de 1598; do Paraguaçu ou do Recôncavo da Bahia doada a Álvaro da Costa em 29 de março de 1566. CAPITANIA DA BAHIA

A costa do atual estado brasileiro da Bahia foi atingida e reconhecida por navegadores portugueses des-de 1500, e desde então foi alvo da ação de contrabandistas de pau-brasil ("Caesalpinia echinata").

A baía que lhe dá o nome foi des-coberta no dia 1 de novembro - de-dicado, pelo calendário católico, a

Todos os Santos -, pela primeira expedição exploradora em 1501. Com o estabelecimento, pela Coroa Portuguesa do sistema de Capitani-as Hereditárias para a colonização do Brasil (1534), o território do atu-al estado da Bahia estava distribuí-do entre vários lotes:

1 - da foz do rio São Francisco à do rio Jaguariçá, doado a Francis-co Pereira Coutinho (Capitania da Baía de Todos os Santos); 2 - da foz do rio Jaguariçá à do rio Coxim, a Jorge de Figueiredo Cor-reia (Capitania de Ilhéus); e 3 - da foz do rio Coxim à do rio Mu-cura, a Pero de Campos Tourinho (Capitania de Porto Seguro).

O lote que constitui a Capitania da Baía foi doado em 5 de março de 1534. Quando o seu donatário che-gou, dois anos mais tarde, já existi-a na baía de Todos os Santos uma pequena comunidade de europeus entre os quais se destacava Diogo Álvares Correia, o Caramuru, com a esposa, Catarina Paraguaçu, e muitos filhos.

Com o auxílio destes, Francisco Pereira Coutinho fundou uma po-voação (Vila do Pereira depois Vila Velha, 1536) no alto de Santo Antô-nio da Barra, onde ergueu uma ca-sa-forte (Castelo do Pereira). A paz reinou durante alguns anos, esta-belecendo-se engenhos e espa-lhando-se as culturas de cana-de-açúcar, algodão e tabaco.

Ao final de quase uma década, o estabelecimento inicial foi arrasada por um maciço ataque dos Tupi-nambás (1545), que forçou os colo-nos a se refugiarem na vizinha Ca-pitania de Porto Seguro. Negociada a paz, ao retornarem à Vila do Pe-reira, o donatário e os colonos nau-fragaram durante uma tempestade diante da Ilha de Itaparica, tendo os sobreviventes sido capturados e devorados pelos indígenas (1547).

Diante dessa tragédia, as terras de Francisco Coutinho foram adquiri-das aos respectivos herdeiros pela Coroa Portuguesa (1548), para ne-las ser estabelecido o Governo-geral da colônia. Os demais esta-belecimentos da região, à época (Capitanias de Ilhéus e de Porto Seguro), também foram devasta-dos pelo indígena revoltado.

A partir de então a Capitania Real da Baía tornou-se a sede da colô-nia portuguesa na América, sendo fundada, para esse fim, a cidade de São Salvador da Bahia, pelo pri-meiro Governador-Geral, Tomé de Sousa. As ilhas e terras do Recôncavo transformar-se-iam, mais tarde,

em "capitanias autônomas":

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Dezembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 05

Acertar por vezes é um dever mas, saber reconhecer um erro, é sem dúvida o maior dos acertos...

Bahia - continuação

* Capitania de Itaparica – a ilha de Itaparica, doada em sesma-ria pelo Governador-geral Tomé de Sousa a D. Violante da Câmara, foi transformada em capitania e doa-da, em 1558, a seu filho, D. Antônio de Ataíde, primeiro conde da Cas-tanheira, que a legou para seu filho homônimo, o segundo conde da Castanheira.

* Capitania do Paraguaçu - a sesmaria do rio Paraguaçu, doa-da a Álvaro da Costa, filho do Go-vernador-geral Duarte da Costa, foi transformada em capitania em 1566, em recompensa pela contri-buição do seu donatário na expul-são dos indígenas do Recôncavo. Por um documento de 1571, sabe-se que essas terras iam “da parte da barra do dito Rio de Peroassu da parte do sul até a barra do Rio de Jaguaripe por costa”.

Às vésperas da Independência do Brasil, a 28 de fevereiro de 1821, a Capitania da Baía tornou-se uma província e assim permaneceu du-rante todo o período imperial. Com a Proclamação da República Brasi-leira (1889), a província tornou-se o atual estado da Bahia

CAPITANIA DE PORTO SEGURO

A Capitania de Porto Seguro, na divisão administrativa do Brasil em capitanias hereditárias, feita por ordem do rei Dom João III, coube ao donatário Pero do Campo Touri-nho.

A carta de candidatura de Pero do Campo foi assinada em 27 de Maio de 1534. A capitania era constituída por 50 léguas de costa entre o rio Mucuri e o rio Poxim. Eduardo Tou-rinho, autor baiano que, do donatá-rio guarda o nome (um Pero de Campos Tourinho, neto do donatá-rio, mais tarde deão da sé da Bahi-a), afirma que "na extensão de su-as 50 léguas, estendia-se da mar-gem sul do rio Grande, Jequitinho-nha ou Belmonte, à margem norte do rio Doce." e "Começarão na par-te onde se acabarão as 50 léguas de que tenho feito mercê a Jorge de Figueiredo Correia na dita costa do Brasil", dizia o Rei.

Tinha solo de ótima qualidade para o cultivo da cana-de-açúcar, mui-tos rios e muito pau-brasil. Eduar-do Tourinho explica:

"nos limites com Ilhéus tinha muita ibirapitanga (pau-brasil), e no rio Caravelas muito nimbo [(zimbo)], aqueles búzios miudi-nhos que em Angola se trans-formavam em dinheiro e que da-qui iam em barricas para o res-gate de escravos."

Outro fator de colonização do lito-ral brasileiro foi a ação catequiza-dora das ordens religiosas. Os franciscanos foram os primeiros a

estabelecer contacto com aquele trecho do litoral, já que na expedi-ção de Pedro Álvares Cabral vi-nham oito religiosos daquela Or-dem, chefiados pelo Pe. Frei Henri-que de Coimbra, que seguiram pa-ra a Índia.

Por volta de 1516, chegavam a Por-to Seguro dois missionários da Província de São Francisco de Por-tugal, que desenvolveram a cate-quese entre os Tupiniquins e a as-sistência religiosa aos colonos, soldados e degradados portugue-ses. Foram eles que construíram a primeira igreja no país, dedicada a São Francisco de Assis e localiza-da no Outeiro da Glória, na parte alta da cidade, hoje desaparecida.

De Porto Seguro partiram, ainda no século XVI, várias entradas de des-bravamento do sertão, embora não tenham chegado a criar povoa-ções. Dentre as mais notáveis des-tacam-se:

* a de Francisco Bruza de Es-pinosa (1553), que acompanha-va o padre jesuíta João de Azpil-cueta Navarro. Supostamente explorou a bacia do rio Jequiti-nhonha, as cabeceiras do rio Pardo e do rio das Velhas, al-cançando o rio São Francisco;

* a de Martim de Carvalho (1567), que subiu o rio Jequitinho-nha, chegando à serra de Itacambi-ra, onde descobriu areias auríferas; * a de Sebastião Fernandes Tou-rinho (1572) explorou o vale do rio Doce, tendo, possivelmente, che-gado até à atual Diamantina, e * a de Antônio Dias Adorno (1574), que partindo de Salvador por mar, penetrou no rio Caravelas e, por terra, chegou ao vale do rio Mucuri, alcançando terras do atual Estado de Minas Gerais.

Em meados do século XVIII foram incorporadas à Coroa a Capitania de Ilhéus (1754), a de Porto Seguro (1761), a Capitania de Itaparica e a Capitania do Paraguaçu que, junta-mente com a que pertenceu a Fran-cisco Pereira Coutinho e fora incor-porada em 1548, para criação da sede do Governo Geral, formaram a grande Capitania da Bahia, cujo território correspondia, pratica-mente, aos atuais Estados da Bahi-a e Sergipe. CAPITANIA DE ILHEUS

A Capitania de Ilhéus, no sistema das capitanias hereditárias, foi uma das divisões da costa brasileira determinada pelo rei Dom João III como sistema de colonização do Brasil.

Foi criada no trecho da costa entre o Morro de São Paulo até à mar-gem esquerda do rio Jequitinho-nha, em Belmonte. Eram 50 léguas de costa, estendo-se da foz do rio

Jaguaripe, próximo à Ilha de Tinha-ré, ao norte, até à foz do Rio Co-xim, ao sul. Doada pelo rei na cidade de Évora, em 26 de junho de 1534, a Jorge de Figueiredo Correia, foi ocupada em 1535 por um Capitão-mor por ele nomeado, Francisco Romero que, após curta estada no Morro de São Paulo, transferiu-se para a foz do rio Cachoeira e fundou a primitiva vila de São Jorge dos Ilhéus (1536), na elevação depois conhecida co-mo Morro da Matriz Velha. Foi de lá transferida para o sítio atual, entre os outeiros de Pontal e da Ponta de Pedra de Pernambuco.

Romero conseguiu uma boa convi-vência dos colonos com os índios Tupiniquins, o que resultou em re-lativa prosperidade.

Segundo Gabriel Soares, nela se plantou, pela primeira vez no Bra-sil, a cana-de-açúcar. Dentre os sesmeiros que possuíam engenho figuram Mem de Sá, dono do Enge-nho de Sant’Ana, doado mais tarde aos jesuítas, e Fernando d’Álvares de Andrade, homem rico da Metró-pole.

Outro grande sesmeiro foi Lucas Giraldes que, com a morte do do-natário em 1552, obteve consenti-mento da Coroa para comprar a capitania na mão de seu filho, Jerô-nimo d’Alarcão de Figueiredo. De propriedade de Lucas Giraldes e de seu filho Francisco, a capitania chegou a ter nove engenhos ainda no século XVI. Em 1565 Giraldes ordenou a seu procurador, Baltazar Ferreira Gaivoto, a criação das vi-las de Cairu, Camamu e Boipeba. Mas devido às lutas com os Aimo-rés, isto só se efetivou entre 1608 e 1610.

Após um período próspero a capi-tania entrou em longa disputa judi-ciária. Incorporada junto com a Ca-pitania de Porto Seguro à Capitania da Baía de Todos os Santos em 1761, a Capitania de Ilhéus deu ori-gem sucessivamente à Província e ao Estado da Bahia.

Atualmente o território original-mente pertencente à capitania co-meça, em sentido leste-oeste, em Ilhéus e vai até Brasília. Capitania das Ilhas de Itaparica e Tamarandiva

Em 6 de abril de 1763 foi unida à Capitania da Bahia. Capitania do Paraguaçu ou do Recôncavo da Bahia

Foi comprada pela Coroa portugue-sa e também unida à capitania da Bahia.

INVASÕES HOLANDESAS

Ingleses e holandeses atacaram a Bahia no século XVII. Durante o

Governo de D. Diogo de Mendonça Furtado, Salvador foi invadida pe-los holandeses que vencendo a re-sistência dos cidadãos que deixa-ram a cidade, dominaram Salvador de 1624 a 1625. Mas em 1º de maio de 1625, depois de vários conflitos, os holandeses estando cercados e isolados, com a ajuda de morgados como a Casa da Torre e dos espa-nhóis, a cidade foi retomada pelos portugueses.

Por sua posição estratégica, à en-trada da baía de Todos os Santos, e por ali se refugiarem barcos ini-migos e contrabandistas, o Gover-nador Diogo Luís de Oliveira deter-minou em 1631 a construção de um forte em Morro de São Paulo, am-pliado em 1730, transformando-se em uma das maiores fortificações da costa, com 678 m de cortina. Os holandeses, antes de atacarem Sal-vador, em 1624, estiveram em Mor-ro de São Paulo e utilizaram o seu canal como tocaia para atacar navi-os lusos, entre os quais um barco jesuíta que vinha de São Vicente, conduzindo 15 religiosos da Com-panhia e outros de outras Ordens.

Um ano mais tarde, ali se refugiou a numerosa armada de Boudewijn Hendriczzood que, ao ter conheci-mento da retomada de Salvador pelos espanhóis e portugueses, rumou para o Norte.

Os holandeses fizeram outras ten-tativas para retomar Salvador, mas todas sem sucesso, principalmen-te, após a construção do Forte de São Marcelo em ponto estratégico da Baía de Todos os Santos não há registros de invasões de estrangei-ros. Com isso, a Bahia se tornou uma referência em resistência na Colônia, em especial, aos holande-ses que dominaram com sucesso Recife.

Enquanto estiveram em Recife, os holandeses não deixaram de ron-dar a costa baiana, atacando Cara-velas (1636), Camamu e Ilhéus (1637), mas todas as tentaivas sem sucesso. Os ataques provocaram a construção em Camamu, em 1649, do forte de Nossa Senhora das Graças, com quatro baluartes, ree-dificado entre 1694/1702 e, possi-velmente, a construção do forte de São Sebastião em Ilhéus, pois do-

cumento de 1724 já o assinala so-bre um monte. CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE

Dezembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 06

"Existem três Tipos de pessoas no mundo: As que fazem as coisas acontecerem; as que assistem as coisas acon-tecerem e as que não se dão conta das coisas que acontecem."

O Pro-

grama

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foi criado com o

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Bahia - continuação

O que é? Trata-se de um movimento com a fina-lidade de anualmente promover uma exposição onde fornecedores da C&C exporão seus produtos e concomitan-temente apadrinharão os projetos e iniciativas de uma comunidade previa-mente escolhida por cada um deles. Quem poderá participar? Projetos Sociais em andamento, vin-dos de entidades devidamente reco-nhecidas, registradas e sem fins lucra-

tivos, tais como: Fundações, Associa-ções, Cooperativas, Escolas, Socieda-des Amigos de Bairro, etc.

Quais os projetos que podem ser apresentados? Projetos já em andamento, que não tenha qualquer apoio Oficial, tanto mo-netário como didático; sem patrocínios ou apoio da iniciativa privada e que sejam oriundos de Entidades Filantró-picas ou Sociedades Amigos de bairro, sem fins lucrativos. Quais os projetos a serem prioriza-

dos? Serão priorizados projetos voltados para o Meio Ambiente, Culturas Popu-lares, Artesanato e Reciclagem, Aten-dimento a Pessoas Excepcionais, Ge-ração de Renda, Paz e Desenvolvi-mento Sustentável. Mais informações e o Formulário de

apresentação dos projetos, no site:

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Séculos XVIII e XIX

A economia do litoral foi extrativis-ta. A princípio, pau-brasil, valoriza-do na Europa como pau de tinta e disputado por comerciantes portu-gueses, contrabandistas e piratas. Depois, incluíram-se na pauta de exportação e contrabando madei-ras para a construção naval e civil, cortadas entre Ilhéus e Valença.

Em 1722, os jesuítas do Colégio da Bahia instalaram uma serraria hi-dráulica em Camamu à qual se so-mavam mais duas de terceiros, no final do século. No imposto extor-quido para a reconstrução de Lis-boa, após o terremoto, a vila paga-ria sua contribuição com madeira e farinha de mandioca. Desde a co-roação de Dom José I, em 1750, e a nomeação do conde de Oeiras, fu-turo Marquês de Pombal como pri-meiro-ministro, havia-se inaugura-do uma política mais atuante com relação ao Brasil e, em particular, à Bahia.

Pela Carta Régia datada de 1755, decidiu-se transformar em vilas as missões jesuíticas, com a intenção de afastar os índios da influência dos padres. São criadas as vilas de Prado (1755), antiga Aldeia de Ju-cururu; Alcobaça (1755), com terri-tório desmembrado de Caravelas;

Nova Santarém (1758), antiga aldei-a de São Miguel e Santo André de Serinhaém, atual cidade de Ituberá; Barcelos (1758), ex-aldeia de Nos-sa Senhora das Candeias, emanci-pada de Camamu; Troncoso (1759), ex-aldeia de S. João Batista dos Índios; Vale Verde (1759), anti-ga Aldeia do Espírito Santo; Maraú (1761), ex-Aldeia de S. Sebastião de Maraú.

Por solicitação de Dom Marcos de Noronha, Conde dos Arcos, e atra-vés de Provisão do Conselho Ultra-marino de 4 de março de 1761, D. José I ordenou ao ouvidor da Co-marca da Bahia, Desembargador Luís Freire Veras, que tomasse posse da Capitania dos Ilhéus para a Coroa.

Igual providência foi adotada com relação à Capitania de Porto Segu-ro, transformando-se as duas em comarcas. Estas medidas estavam relacionadas com a preocupação do Governo Geral em controlar o contrabando no litoral sul e prote-ger as populações da região de Cairu e Camamu, centros de abas-tecimento da capital, contra os fre-qüentes ataques dos Guerens, que voltaram a atacar, no período entre 1749 e 1755. Foram elevadas a vila a Aldeia de Belmonte (1765); a mis-são de N. S. da Escada, com o no-me de Nova Olivença (1768), em Ilhéus; o povoado de Campinhos (1720), com a denominação de Vila Viçosa (1768) e a Aldeia do Mucuri, com o nome de São José de Porto Alegre (1769), atual cidade de Mu-curi.

Três destes municípios foram su-pressos nas três primeiras déca-das do século atual: Vila Verde, Trancoso e Barcelos. Com a mu-

dança da capital do país para o Rio de Janeiro, o Governo da Bahia ordenou em 1777 ao Ouvidor de Porto Seguro criar paradas de cor-reio, vilas e povoações entre Sal-vador e Espírito Santo, mas pouca coisa se fez. No fim do século XVII-I, a Povoação de Amparo, à mar-gem do rio Una, foi levada a vila com o nome de Valença (1799), sendo seu território desmembrado de Cairu.

De nada valeu o protesto de Silva Lisboa, juiz conservador das ma-tas, em 1779, contra a devastação da Mata Atlântica. Ainda no início do século XIX o inglês Thomas Lin-dley seria preso em Porto Seguro por contrabando de pau-brasil, cu-jo comércio foi monopólio do Esta-do até 1859.

Na Baía de Tinharé, cessados os ataques indígenas, os colonos re-fugiados na Ilha de Boipeba volta-ram ao continente. Em 1811, Boi-peba chegou a tal ruína que perdeu sua condição de vila para o povoa-do de Jequié, em terra firme, que recebeu o nome de Vila Nova de Boipeba, hoje Nilo Peçanha.

Por sua vez, a Vila de Nova Boipe-ba perdia, em 1847, o foro de vila para Taperoá, uma povoação sur-gida em torno a uma capela jesuíti-ca que, em 1637, pertencia à Fre-guesia de Cairu. Nova Boipeba foi restaurada, em 1873, com território desmembrado de Taperoá. Todos os demais municípios do litoral sul foram criados no século XX. CONJURAÇÃO BAIANA

A Conjuração Baiana, também de-nominada como Revolta dos Alfai-ates (uma vez que seus líderes e-

xerciam este ofício), foi um movi-mento de caráter emancipacionis-ta, ocorrido no ocaso do século XVIII, na então Capitania da Bahia, no Estado do Brasil. Diferentemen-te da Inconfidência Mineira (1789), reveste-se de caráter popular.

Antecedentes

Sendo a então Capitania da Bahia governada por D. Fernando José de Portugal e Castro (1788-1801), a capital, Salvador, fervilhava com queixas contra o governo, cuja po-lítica elevava os preços das merca-dorias mais essenciais, causando a falta de alimentos, chegando o povo a arrombar os açougues, an-te a ausência de carne.

O clima de insubordinação conta-minou os quartéis, e as ideias nati-vistas que já haviam animado Mi-nas Gerais, foram amplamente di-vulgadas, encontrando eco sobre-tudo nas classes mais humildes.

A todos influenciava o exemplo da independência das Treze Colônias Inglesas, e idéias iluministas, repu-blicanas e emancipacionistas eram difundidas também por uma parte da elite culta, reunida em associa-ções como a Loja Maçônica Cava-leiros da Luz.

Os 5 pontos da conju-ração baiana eram:

1. Proclamação da Re-pública; 2. Diminuição dos Im-postos;

3. Abertura dos Portos; 4. Fim do Preconceito; 5. Aumento Salarial.

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Dezembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 07

Uma das maiores riquezas mundiais, em importância para a sustentabilidade do planeta está na Amazônia

Bahia - continuação

Idéias

Os revoltosos pregavam a liberta-ção dos escravos, a instauração de um governo igualitário (onde as pessoas fossem vistas de acordo com a capacidade e merecimento individuais), além da instalação de uma República na Bahia e da liber-dade de comércio e o aumento dos salários dos soldados. Tais idéias eram divulgadas sobretudo pelos escritos do soldado Luiz Gonzaga das Virgens e panfletos de Cipriano Barata, médico e filósofo. A revolta

Em 12 de Agosto de 1798, o movi-mento precipitou-se quando alguns de seus membros, distribuindo os panfletos na porta das igrejas e co-lando-os nas esquinas da cidade, alertaram as autoridades que, de pronto, reagiram, detendo-os. Tal como na Conjuração Mineira, inter-rogados, acabaram delatando os demais envolvidos. Um desses panfletos declarava: "Animai-vos Povo baiense que está para chegar o tempo feliz da nossa Liberdade: o tempo em que todos seremos irmãos: o tempo em que todos seremos iguais." A repressão

Bandeira da Conjuração Baiana. as cores da bandeira do movimento (Azul, branca e vermelha) são até hoje as cores da Bahia.

Durante a fase de repressão, cente-nas de pessoas foram denunciadas - militares, clérigos, funcionários públicos e pessoas de todas as classes sociais. Destas, quarenta e nove foram detidas, a maioria ten-do procurado abjurar a sua partici-pação, buscando demonstrar ino-cência.

Finalmente, no dia 8 de Novembro de 1799, procedeu-se à execução dos condenados à pena capital, por enforcamento, na seguinte ordem:

1. soldado Lucas Dantas do Amo-rim Torres; 2. aprendiz de alfaiate Manuel Faustino dos Santos Lira; 3. soldado Luís Gonzaga das Vir-gens; e 4. mestre alfaiate João de Deus Nascimento.

O quinto condenado à pena capital, o ourives Luís Pires, fugitivo, ja-

mais foi localizado. Pela sentença, todos tiveram os seus nomes e me-mórias "malditos" até à 3a. gera-ção. Os despojos dos executados foram expostos da seguinte forma:

* a cabeça de Lucas Dantas ficou espetada no Campo do Dique do Desterro; * a de Manuel Faustino, no Cru-zeiro de São Francisco; * a de João de Deus, na Rua Di-reita do Palácio (atual Rua Chile); e * a cabeça e as mãos de Luís Gonzaga ficaram pregadas na for-ca, levantada na Praça da Piedade, então a principal da cidade.

Esses despojos ficaram à vista, pa-ra exemplo da população, por cin-co dias, tendo sido recolhidos no dia 13 pela Santa Casa de Miseri-córdia (instituição responsável pe-los cemitérios à época do Brasil Colônia), que os fez sepultar em local desconhecido.

Os demais envolvidos foram con-denados à pena de degredo, agra-vada com a determinação de ser sofrido na costa Ocidental da Áfri-ca, fora dos domínios de Portugal, o que equivalia à morte. Foram e-les:

* José de Freitas Sacota e Ro-mão Pinheiro, deixados em Acará, sob domínio holandês; * Manuel de Santana em Aquito, então domínio dinamarquês; * Inácio da Silva Pimentel, no Castelo da Mina, sob domínio ho-landês; * Luís de França Pires em Cabo Corso; * José Félix da Costa em Fortale-za do Moura; * José do Sacramento em Co-menda, sob domínio inglês.

Cada um recebeu publicamente 500 chibatadas no Pelourinho, à época no Terreiro de Jesus, e foram de-pois conduzidos para assistir a e-xecução dos sentenciados à pena capital. A estes degredados acres-centavam-se os nomes de:

* Pedro Leão de Aguilar Pantoja degredado no Presídio de Bengue-la por 10 anos; * o escravo Cosme Damião Perei-ra Bastos, degredado por cinco a-nos em Angola; * os escravos Inácio Pires e Ma-nuel José de Vera Cruz, condena-dos a 500 chibatadas, ficando seus senhores obrigados a vendê-los para fora da Capitania da Bahia; * José Raimundo Barata de Al-meida, degredado para a ilha de Fernando de Noronha; * os tenentes Hermógenes Fran-cisco de Aguilar Pantoja e José Go-mes de Oliveira Borges, permane-ceram detidos por seis meses em Salvador; * Cipriano Barata, detido a 19 de Setembro de 1798, solto em Janei-ro de 1800.

Conclusão

O movimento envolveu indivíduos de setores urbanos e marginaliza-dos na produção da riqueza coloni-al, que se revoltaram contra o sis-tema que lhes impedia perspecti-vas de ascensão social.

O seu descontentamento voltava-se contra a elevada carga de im-postos cobrada pela Coroa portu-guesa e contra o sistema escravis-ta colonial, o que tornava as suas reivindicações particularmente per-turbadoras para as elites. A revolta resultou em um dos projetos mais radicais do período colonial, pro-pondo idealmente uma nova socie-dade igualitária e democrática. Foi barbaramente punida pela Coroa de Portugal.

Este movimento, entretanto, deixou profundas marcas na sociedade soteropolitana, a ponto tal que o movimento emancipacionista eclo-diu novamente, em 1821, culminan-do na guerra pela Independência da Bahia, concretizada em 2 de ju-lho de 1823, formando parte da na-ção que emancipara-se a 7 de se-tembro do ano anterior, sob impé-rio de D. Pedro I. INDEPENDÊNCIA

A Independência da Bahia foi um movimento que, iniciado em 1821 (mas com raízes anteriores) e com desfecho em 2 de julho de 1823, motivado pelo sentimento federa-lista emancipador de seu povo, ter-minou pela inserção daquela então província na unidade nacional bra-sileira, durante a Guerra da inde-pendência do Brasil.

Aderira Salvador à Revolução libe-ral do Porto, de 1820 e, com a con-vocação das Cortes Gerais em Lis-boa, em janeiro do ano seguinte, envia deputados como Miguel Cal-mon du Pin e Almeida na defesa dos interesses locais. Divide-se a cidade em vários partidos, o liberal unindo mesmo portugueses e bra-sileiros, interessados em manter a condição conquistada com a vinda da Corte para o país de Reino Uni-do, e os lusitanos interessados na volta ao status quo anterior.

Dividem-se os interesses, acirram-se os ânimos: de um lado, portu-gueses interessados em manter a província como colônia, do outro brasileiros, liberais, conservado-res, monarquistas e até republica-nos se unem, finalmente, no inte-resse comum de uma luta que já se fazia ao longo de quase um ano, e que somente se faz unificada com a própria Independência do Brasil a partir de 14 de junho de 1823, quando é feita na Câmara da vila de Santo Amaro da Purificação a pro-clamação que pregava a unidade nacional, e reconhecia a autoridade de Pedro I.

Na Bahia a luta pela Independência veio antes da brasileira, e só con-cretizou-se quase um ano depois do 7 de setembro de 1822: ao con-trário da pacífica proclamação às margens do Ipiranga, só ao custo de milhares de vidas e acirradas batalhas por terra e mar emancipou-se de Portugal, de tal modo que seu Hino afirma ter o Sol que nas-ceu ao 2 de julho brilhado "mais que o primeiro". Agitações na Bahia

Sementes da luta

A partir da Conjuração Baiana (1799), pode-se afirmar que na Ba-hia, mais até que em Minas Gerais quando da Inconfidência Mineira (1789), estava arraigado na popula-ção o sentimento de independência em relação a Portugal. Se em Minas o conciliábulo se deu entre as famí-lias mais abastadas, na Bahia gen-te humilde participou ativamente, como por exemplo colando carta-zes nas ruas concitando o apoio de todos.

A Revolução liberal do Porto (1820) teve enorme repercussão na Bahia, onde era grande o número de por-tugueses. Como desdobramento, em fevereiro de 1821 uma conspira-ção de cunho constitucionalista eclodiu em Salvador. Dela partici-param Cipriano Barata, José Pedro de Alcântara, o capitão João Ribei-ro Neves e outros. Detido o Coman-dante das Armas e soltos os solda-dos presos, foi lida uma proclama-ção que exortava:

"Os nossos irmãos europeus derrotaram o despotismo em Portugal e restabeleceram a boa ordem da nação portuguesa (...) Soldados! A Bahia é nossa pá-tria e nós não somos menos va-lorosos que os Cabreiras e Se-púlvedas! Nós somos os salva-dores do nosso país; a demora é prejudicial, o despotismo e a traição do Rio de Janeiro maqui-nam contra nós, não devemos consentir que o Brasil fique nos ferros da escravidão."

E concluía: "Viva a constituição e cortes na Bahia e Brasil - Viva El-Rei D. João VI nosso soberano pela constituição. Marcha."

Os conspiradores liberais pretendi-am, como em Portugal, uma consti-tuição que limitasse o poder real. Habilmente, alguns foram adrede convencidos de que a verdadeira luta deveria ser pela manutenção do soberano no Brasil, entre eles o futuro marquês de Barbacena, en-tão marechal Felisberto Caldeira Brant Pontes que, apesar de brasi-leiro, comandou a reação do gover-no, junto ao então coronel Inácio Luís Madeira de Melo. CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE

Dezembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 8

Bahia (BA) - continuação

Queimadas. Destruição. Flora, Fauna e Ar... E o que falar do intencional?

GOVERNADOR Conde da Palma

Lutas ocorreram até à vitória dos revoltosos, sendo aclamado ao povo, na Praça da Câmara, o novo estado de coisas. O Governador, conde da Palma, foi à Câmara Mu-nicipal e renunciou.

Portugueses e brasileiros estavam unidos, e constituíram uma Junta Governativa. Mas a situação não iria durar.

Com o retorno de D. João VI a Por-tugal (Abril de 1821), permanecen-do no Rio de Janeiro o Príncipe-Regente D. Pedro de Alcântara, que uma carta das Cortes de Lis-boa mandava voltar a Portugal, fi-cou claro aos brasileiros que a an-tiga metrópole não aceitaria a con-dição de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Nas tropas, uni-das no sentimento constituciona-lista, a cisão entre portugueses e brasileiros foi-se acentuando.

Ódios acirrados resultaram em muitos conflitos parciais e boatos que, em 12 de Julho de 1821, fize-ram os portugueses se reunir no quartel para a defesa de possível ataque dos brasileiros.

A 12 de novembro soldados portu-gueses saíram pelas ruas de Sal-vador, atacando soldados brasilei-ros, num confronto corporal na Praça da Piedade, registrando-se mortos e feridos. A população, te-merosa, iniciou um êxodo paulati-no para os sítios do Recôncavo. O ano terminou com as tensões em alta.

A 31 de janeiro de 1822 uma nova Junta foi eleita e em 11 de feverei-ro chegou a notícia da nomeação do Brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo como Comandante das Armas da província. Era o militar que apoiara o conde da Palma, um ano antes. A ordem da nomeação chegou quatro dias depois. Os bai-anos tinham um comandante que já se declarara contrário aos seus ideais...

De junho de 1822 a julho de 1823 a luta se prolongou entre o governo provisório da província, eleito em junho, favorável à independência, e as forças portuguesas sob o co-mando do brigadeiro Madeira de Melo, concentradas em Salvador. Resistência a Madeira de Melo - a primeira mártir do Brasil Na Bahia, constituíam-se três facções, que manteriam a luta acesa:

* os partidários da manutenção do regime colonial - quase que ex-

clusivamente integrado por portu-gueses;

* os Constitucionalistas do Brasil - defensores de uma constituição para o Brasil, enquan-to Reino Unido, integrado por por-tugueses e brasileiros;

* os Republicanos - adeptos da emancipação política, com a adoção de um regime republicano (à semelhança dos Estados Uni-dos), integrado quase que exclusi-vamente por brasileiros.

No comando das Armas estava o brigadeiro Manuel Pedro, que for-talecera os brasileiros, antecipan-do estrategicamente uma refrega. A sua destituição e a nomeação de Madeira de Melo foi duro golpe no partido nacional.

A posse de Madeira de Melo foi obstada pelos brasileiros, sob pre-texto da ausência de pequenas for-malidades. Enquanto isso, o povo passou a defender o nome de Ma-noel Pedro. Madeira de Melo bus-cou apoio junto aos comerciantes portugueses da cidade, além dos regimentos de Infantaria (12º), de Cavalaria e das unidades da Mari-nha Portuguesa. Por seu lado, os brasileiros na Bahia contavam com a Legião de Caçadores, o re-gimento de Artilharia e o 1º Regi-mento de Infantaria.

A 18 de fevereiro de 1822 reuniu-se um conselho de vereadores, juízes e Junta Governativa para dirimir a questão da posse. Como solução foi proposta uma junta mi-litar, sob a presidência de Madeira de Melo. Na prática, era a sua vitó-ria sobre os interesses contrários.

Joana Angélica

As tropas portuguesas estavam de prontidão desde o dia 16, enquan-to os marinheiros percorriam as ruas, fazendo provocações - Ma-deira de Melo fizera constar que, ocorrendo qualquer ameaça à constituição, agiria sem consultar a Junta Militar.

Vitorioso, desfilou pelas ruas, ins-pecionando as fortificações, desa-fiando as guarnições de maioria nacional.

Na madrugada do dia 19 ocorre-ram os primeiros tiros, no Forte de São Pedro, para onde acorreram as tropas portuguesas, vindas de São Bento. Salvador transformou-se numa praça de guerra, e con-frontos violentos ocorreram nas Mercês, na Praça da Piedade e no Campo da Pólvora.

Apesar da encarniçada defesa, as tropas portuguesas tomaram o quartel onde se reunia o batalhão 1º da Infantaria.

Os marinheiros portugueses feste-jaram a vitória, tendo atacado ca-sas, pessoas e invadido o Conven-to da Lapa onde haviam se refugia-do alguns revoltosos, vindo a as-sassinar a sua abadessa, Sóror Joana Angélica.

Restava tomar o Forte de São Pe-dro. Madeira de Melo preparou-se para bombardear a fortificação - uma das poucas inteiramente em terra, no centro da cidade. No cer-co, foram atacados nos lados do Garcia. No dia seguinte, o forte rendeu-se, evitando-se o derrama-mento de sangue. O brigadeiro Ma-nuel Pedro foi preso e enviado a Lisboa.

No poder, o "Partido português" atemorizava os brasileiros. A 2 de março de 1822, Madeira de Melo finalmente prestou juramento pe-rante a Câmara de Vereadores.

"monumento ao 2 de Julho" na Praça do Campo Grande

A guerra

Julho de 1822 - a Bahia conflagrada

Os brasileiros ainda na capital rea-giram com pedradas às ações mili-tares de Madeira de Melo e, na pro-cissão de São José (21 de março de 1822), os portugueses foram apedrejados.

Sobre esse episódio, Madeira de Melo registrou:

"Então viu-se nesta cidade reu-nir-se uma multidão de negros a fazer depósitos de pedras em al-guns lugares muito públicos, co-mo o Largo do Teatro e ruas adja-centes; tomaram suas posições e logo que apareceu uma procissão que era feita por naturais da Euro-pa, atiraram sobre ela uma infini-dade de pedradas (...) Chegada a noite, reuniram-se grandes mago-tes em diferentes sítios e apedreja-ram todos os soldados e mais pes-soas que viram ser Europeus (...)"

Respondia pelos interesses dos b a i a n o s u m j o r n a l , o "Constitucional", de Francisco Corte Imperial e Francisco Gê A-caiaba de Montezuma (que veio a compor o primeiro governo duran-te as lutas), que dava vazão aos sentimentos da maioria do povo.

A cidade de Salvador assistia à debandada, a cada dia maior, dos moradores, que aumentou diante da chegada de reforços a Madeira de Melo: um navio, dos que leva-vam tropas do Rio de Janeiro de volta a Portugal, aportou na capi-tal, ali deixando seus soldados. Consulta às Câmaras Munici-pais

Os deputados da província da Ba-hia nas Cortes de Lisboa (entre os quais Luís Paulino d'Oliveira Pinto da França, que chegou a ser envia-do por D. João VI para negociar com Madeira de Melo - chegando após o desfecho do conflito), con-sultaram por carta os seus distri-tos, indagando qual a opinião das municipalidades sobre qual deveri-a ser a relação da Bahia com a me-trópole. Tomando a frente, as vilas de Cachoeira e São Francisco do Conde, seguidas pelas demais, manifestaram-se favoráveis a que a província passasse para a regên-cia de D. Pedro, no Rio de Janeiro. Havia, por trás destas declarações, nítida vontade de separação de Portugal, a quem já tinham como a figura opressora.

Uma escuna militar foi mandada por Madeira de Melo para Cachoei-ra. A 25 de junho de 1822, reuni-ram-se na Câmara Municipal de Cachoeira os nomes de Antônio de Cerqueira Lima, José Garcia Pa-checo de Aragão, Antônio de Cas-tro Lima, Joaquim Pedreira do Couto Ferraz, Rodrigo Antônio Fal-cão Brandão, José Fiúza de Almei-da e Francisco Gê Acaiaba de Montezuma, futuro visconde de Jequitinhonha, tendo como resul-tado a consulta ao povo, pelo Pro-curador do Senado da Câmara, "se concordava que se proclamas-se Sua Alteza Real como Regente Constitucional e Defensor Perpé-tuo do Brasil, da mesma forma que havia sido no Rio de Janeiro".

O povo respon-deu com entu-siasmo que "Sim!". Em comemora-ção, a vila ini-ciou em segui-da um desfile da cavalaria que marchou

pelas ruas, celebrando-se uma missa.

Durante o desfile popular, foram disparados tiros em sua direção, vindos da casa de um português e da escuna fundeada ao largo. O tiroteio seguiu por toda a noite e no dia seguinte.

CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE

Dezembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 9

Bahia (BA) - continuação

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Miguel Calmon, futuro Marquês

de Abrantes, primeiro gover-nador da Bahia

"livre" Em Cachoeira constitui-se a "Junta de De-fesa"

Os partidários "brasileiros" reuni-ram-se e proclamaram uma Junta Conciliatória e de Defesa, para go-verno da cidade, em sessão perma-nente, recebendo a adesão de mui-tos portugueses. Dentre esses bra-sileiros, destacavam-se Rodrigo Antônio Falcão Brandão, depois feito primeiro barão de Belém, e Maria Quitéria de Jesus. Foi consti-tuída uma caixa militar e instaram ao comandante da escuna portu-guesa para que cessasse o ataque, obtendo como resposta uma amea-ça.

O povo reagiu e teve lugar o pri-meiro combate pela tomada da em-barcação que, cercada por terra e água, resistiu até à captura e pri-são dos sobreviventes, em 28 de junho de 1822. As vilas do Recôn-cavo foram aos poucos aderindo à de Cachoeira. Salvador tornou-se alvo de maiores opressões de Ma-deira de Melo, e o êxodo da popula-ção ganhou intensidade.

As municipalidades se organiza-ram para um combate, treinando tropas, cavando trincheiras. Pelo sertão chegavam as adesões. Posi-ções estratégicas foram tomadas nas ilhas do Recôncavo, em Pirajá e Cabrito. As hostilidades iniciaram-se e as suas notícias espalharam-se pela Província e pelo restante do país. Itaparica já aderira. Para lá enviou Madeira de Melo uma expe-dição, que chegou atirando. O po-vo fugiu, engrossando as hostes que se concentravam no Recônca-vo. Em Cachoeira foi organizado um novo Governo, para comandar a resistência, a 22 de setembro de 1822, sob a presidência de Miguel Calmon do Pin e Almeida, futuro Marquês de Abrantes.

Todos estes movimentos foram comunicados ao Príncipe-Regente. De Portugal, 750 soldados envia-dos como reforço para a manuten-ção da ordem na Bahia, chegaram em agosto.

Proclamada a Independência do Brasil (Setembro), em outubro de 1822 chegou do Rio de Janeiro o primeiro reforço aos patriotas baia-nos, sob o comando do francês general Pedro Labatut. Era uma tropa constituída quase toda por portugueses, já que ainda não exis-tia um exército verdadeiramente nacional. O seu desembarque foi impedido, indo aportar a Maceió, em Alagoas, de onde veio, por terra

– conseguindo assim arregimentar mais elementos ao fraco contin-gente.

Labatut assumiu o comando das operações, sendo mais tarde subs-tituído nessa função pelo general José Joaquim de Lima e Silva. As batalhas

Diversas batalhas foram travadas, levando o nome dos lugares onde os combates ocorreram. Pirajá Tendo recebido reforços, Madeira de Melo desferiu um grande golpe contra as tropas brasileiras em Pi-rajá, conduzindo as suas forças para a Estradas das Boiadas (ver também: Liberdade). Assim regis-trou Tobias Monteiro, em "A elabo-ração da independência":

"A luta foi tremenda, a resistên-cia heróica; mas após quase cinco horas de refregas, acudindo refor-ços chegados da cidade e para não ver o exército bipartido, os inde-pendentes estavam ao ponto de recuar e escolher na retaguarda melhor ponto de defesa.

Já galgavam os atacantes as en-costas dos montes, certos de levar de vencida o inimigo, quando ouvi-ram o toque sinistro de avançar cavalaria e degolar. O corneta, a quem o major Barros Falcão, que comandava a ação naquele ponto, dera ordem de tocar retirada, troca-ra, por conta própria, o toque desti-nado a anunciar a derrota dos ir-mãos de armas, pelo do ataque i-nesperado, donde veio a desordem e o pânico dos portugueses. (nota abaixo sobre o Corneteiro Lopes)

O estratagema providencial de Luís Lopes, que assim se chamava esse lusitano aderente à causa do Brasil, transformou subitamente a ação. Espantados da presença des-sa cavalaria imaginária, com que não contavam, os portugueses es-tremeceram indecisos e, por fim, recuaram. Sem perda de um mo-mento, prevalecendo-se os brasi-leiros da situação, ordenaram a carga de baioneta. As hostes qua-se vitoriosas vinham agora de rol-dão sobre a planície, fugindo ame-drontadas, envolvendo as reservas na mesma dispersão e na mesma derrota.

Depois desse desastre e do últi-mo malogro da ação sobre Itapari-ca, o exército de Madeira ficou em total abatimento, que não pôde re-novar reforços para dominar além da capital."

Em maio de 1823, chegou à costa da província a esquadra comanda-da por Thomas Cochrane, para par-ticipar do bloqueio marítimo à capi-tal da província. A derrota final de Madeira se deu em 2 de julho de 1823.

Não houve rendição de Madeira de Melo; este simplesmente embar-cou, derrotado, com o que lhe res-tava de tropas na capital, cerca de quatro mil e quinhentos homens, que tomaram 83 embarcações.

As primeiras tropas brasileiras que entraram na capital foram as que estacionavam em Pirajá e seguiram até São Caetano, sob o comando do coronel João de Souza Meira Girão, trecho da antiga "estrada das boiadas" que, depois, passou a chamar-se Estrada da Liberdade. Teriam sido recebidos, segundo a tradição, por um arco do triunfo feito em flores pelas irmãs do Con-vento da Soledade. Também ali se-guiam José Joaquim de Lima e Sil-va, à frente do Batalhão do Impera-dor e comandante-em-chefe e o Coronel Antero José Ferreira de Brito com os homens que tomaram as trincheiras da Lapinha e Soleda-de.

Outras tropas ingressaram na cida-de, ocupando-lhe os quartéis e pontos-chave de sua defesa:

1. Felisberto Gomes Caldeira saiu de Armação e Rio Vermelho rumo ao Tororó, Barra, Graça e Corredor da Vitória, ocupando os quartéis do Campo da Pólvora, Palma, Gam-boa e Forte de São Pedro, e ainda a Casa da Pólvora, nos Aflitos.

2. Major José Leite Pacheco, sa-indo de Armação e da Pituba, se-gue pela área conquistada pelo Ma-jor Silva Castro em Cruz de Cosme e vai para o Carmo. Ocupam o Con-vento do Carmo, e postos em São Bento, Piedade, Jerusalém (ou Hospício), Noviciado (atual São Jo-aquim) e Santa Tereza.

Ao todo chegam a Salvador, no 2 de julho, um total de 8.686 oficiais e soldados, sem contar as mais de mil mulheres que os acompanha-vam no auxílio, cozinha e socorro.

Entrada do Exército Libertador, se-gundo tela de Presciliano Silva, mostra a passagem dos soldados pelo arco feito pelas freiras do So-ledade. Nas batalhas * Intervenções divinas:

Registra ainda Calasans um fato narrado pelo folclorista João da Silva Campos, em que Santo Antô-nio protagoniza uma curiosa inter-venção na retirada das tropas do brigadeiro Manuel Pedro de Salva-

dor, possibili-tando assim a organização das forças de r e s i s t ê n c i a em Cachoeira: "A soldades-ca d'el-rei deu para trás com precipitação, ante os repeti-dos golpes do e s t r a n h o

guerreiro de burel que, ao demais, parecia blindado contra as balas (...) Mais tarde explicaram os rei-nóis a causa de haverem cedido terreno àqueles. Então os nacio-nais, que não tinham visto frade algum à testa dos seus pelotões, atribuíram a Santo Antônio a faça-nha de, esposando a causa da In-dependência do Brasil, haver-se oposto de arma em punhos aos seus compatriotas".

Já na batalha do Rio Vermelho foi a aparição da Senhora Santana que, estando as tropas descansando, avisou-as da chegada do inimigo, evitando assim o ataque surpresa e possibilitou a vitória aos brasilei-ros.

O Corneteiro Lopes

Segundo José Calasans foi possi-velmente o historiador Inácio Acioli de Cerqueira e Silva, na obra Me-mórias Históricas e Políticas da Bahia quem primeiro explicou a vitória baiana na Batalha de Pirajá como decorrente de um toque erra-do de corneta. Temendo ficar sitia-do, o Major José de Barros Falcão, no comando de posição-chave, mandara tocar a retirada, mas o corneteiro Luís Lopes, um portu-guês que combatia do lado brasi-leiro, fez o oposto: deu o toque pri-meiro de avançar cavalaria e, em seguida, o degola: os inimigos, a-creditando a chegada de reforços, saem em debandada e os brasilei-ros, quase derrotados, saem vitori-osos da pugna.

O episódio descrito por Acioli é repetido na obra de Braz do Ama-ral, mas o Barão do Rio Branco, apesar de conhecedor daquela o-bra, omite tal passagem. Ganhara a passagem o tom lendário, até que pesquisas ulteriores deram conta ao registro feito por D. Pedro II em seu diário, sobre o relato feito ao Imperador pelo Barão de Cajaíba, que tomara parte dos combates: "um corneta trânsfuga portu-guês que descompunha, por meio de toques, o exército lusi-tano, e neste dia, tocando a reti-rar, fez com que avançassem os lusitanos para debandarem para o lado do campo de Cabrito e da cidade, logo que ouviram os vi-vas dados a meu pai, pelo major de Pernambuco Santiago". CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE

Dezembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 10

O mundo está precisando de mais ações concretas e de menos discursos !!! - Façamos mais e falemos menos...

Bahia (BA) - continuação

O "Caboclo"

Importante participação nas lutas teve o elemento indígena, identifi-cado simbolicamente como o "verdadeiro brasileiro", o dono da terra, que somara seus esforços aos demais combatentes. A Bahia rendeu-lhe homenagens sempre ostensivas e, em 1896, no monu-mento erguido na capital baiana, a figura do caboclo encima - tal qual a do Almirante Horatio Nelson na Coluna de Nelson em Londres - aquele importante marco.

Na cidade de Caetité, que todos os anos festeja o 2 de Julho com grande pompa, a figura de uma ca-bocla surge num dos carros, ma-tando o "Dragão da Tirania", que representa o colonizador vencido. O Mata Maroto

São conhecidas como Mata-Maroto as lutas que se sucederam entre brasileiros e portugueses, em Sal-vador e em algumas vilas do Re-côncavo e do sertão da então Pro-víncia da Bahia, no contexto do Período Regencial.

Governava a Província da Bahia Luís Paulo de Araújo Bastos quan-do eclodiram, em Salvador, os mo-tins de abril de 1831, que se segui-ram à abdicação de D. Pedro I e ao seu retorno para a Europa onde desempenhou papel decisivo na Guerra Civil Portuguesa (1828-1834).

Aquele governador registrou, em Ofícios datados de 11 de fevereiro e 17 de março de 1831, a sua apre-ensão por conta dos informes que relatavam tumultos "os quais devi-am ter por fim o extermínio dos portugueses",

Entre os populares havia o receio de que D. Pedro arquitetava a uni-ão dos dois reinos - o de Portugal e o do Brasil, em moldes ainda pio-res do que os que levaram às lutas de 1821 com o início das lutas pela Independência da Bahia, e que dei-xaram como resquício um perma-nente ressentimento entre brasilei-ros e portugueses. Abrilada

No dia 4 de abril registou-se o mo-tim mais violento: o Presidente da Província foi deposto e destituído o Governador das Armas, que era de origem portuguesa, João Cri-sóstomo Calado. Pelas ruas grita-va-se o mote que deu nome ao mo-vimento: "Mata-maroto".era como os baianos chamavam, em tom pe-jorativo, aos portugueses que, pa-ra chegar ao Brasil, tinham que a-travessar o oceano.

Cabe assinalar que na Bahia, onde os combates da Independência se estenderam de 1821 a 2 de julho de 1823, diversos incidentes envol-vendo brasileiros e portugueses

vinham ocorrendo dos anos de 1829 a 1831. Reação legalista

Assumiu interinamente a presidên-cia da Província João Gonçalves Cezimbra que, objetivando apazi-guar a situação, comprometeu-se em nomear apenas brasileiros para os comandos dos batalhões e a deportar aqueles que fossem parti-dários da reinstauração do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algar-ves.

Entretanto, um incidente provocou novas perseguições: o português Francisco Antônio de Sousa Para-nhos assassinou o brasileiro Vítor Pinto de Castro, o que acarretou o recrudescimento da violência.

Neste estado de coisas, foi nomea-do como novo Comandante das Armas, o general Antero José Fer-reira de Brito, que assegurou apoio às medidas adotadas pelo gover-nante. Sentindo-se fortalecido, Ce-zimbra deixou de deportar os por-tugueses detidos; foi quando ocor-reram levantes no Forte de São Pe-dro e nos quartéis da Mouraria e da Palma. O anti-lusitanismo inicial passou para as críticas à Monar-quia e falou-se pela primeira vez em "federação", ideia que motivou o motim que se lhe seguiu, a Fede-ração do Guanais. Interiorização

Muitos portugueses fugiram para o sertão. Em Caetité haviam sido a-colhidos pelo intendente, Joaquim Venâncio Gomes de Azevedo, que lhes declarou: "Nada temeis, estais nos Estados Unidos do Brasil"[4] Isso não impediu, entretanto, que, num recrudescimento das lutas, vários portugueses houvessem perdido a vida, como ocorreu ao irmão do português Antônio José da Silva, que foi "cruelmente mas-sacrado" enquanto que este esca-pou, refugiando-se num morro no distrito do Gentio (hoje Ceraíma, em Guanambi).

Episódio curioso é narrado das perseguições em Caetité: numa feita foram mortos dois portugue-ses, cuja comunidade numerosa e influente refugiara-se na fazenda Lagoa do Coelho, sendo um deles abatido diante da Igreja de Santa-na, onde celebrava o padre Quei-roz Osório: terminado o ofício, o vigário tocou com o pé no rosto do morto, declarando "Me cheira mal o sangue do maroto".

Movimento oposto ocorreu em Rio de Contas: naquela vila a comuni-dade lusitana era bastante numero-sa, atraída que fora pela explora-ção o ouro de aluvião que fizera a breve riqueza do lugar. Persegui-dos, muitos deles mortos, uma grande parte fugiu para o Recônca-vo, onde procuram meios de retor-nar à Europa e outra, mudando de

nome para evitar o reconhecimen-to, refugia-se em Vila Velha, Para-mirim e seu hoje distrito de Água Quente e, finalmente, para Caetité - datando desta época os estabeleci-mentos rurais feitos por portugue-ses. Geografia

A Bahia é o quinto estado do país em extensão territorial e equivale a 36,3% da área total do Nordeste brasileiro e 6,64% do território na-cional. Da área de 564.692,67 km², cerca de 70% encontram-se na re-gião do semi-árido, enquanto o li-toral sendo o maior do Brasil, me-de 1.183 km, abriga muitos tipos de ecossistemas, favorecendo a atividade turística por sua rara be-leza.

É o estado brasileiro com o maior litoral. Possuindo famosas e belas praias, como a praia de Itapuã, di-versas vezes homenageada em músicas e poesias. Hidrografia

O principal rio é o São Francisco, que corta o estado na direção sul-norte. Com importância análoga, os rios Paraguaçu - maior rio genu-inamente baiano, e o de Contas - maior bacia situada apenas no es-tado, que se somam os rios Jequi-tinhonha, Itapicuru, Capivari, Rio Grande, entre outros que com-põem um total de 16 bacias hidro-gráficas. Relevo

Seu território está situado na fa-chada atlântica do Brasil. O relevo é caracterizado pela presença de planícies, planaltos, e depressões e as formas tabulares e planas (chapadas, chapadões, tabuleiros). As altitudes da Bahia são modes-tas, de modo geral: o território bai-ano possui uma elevação relativa, já que 90% de sua área está acima de 200 metros em relação ao nível do mar.

Os pontos mais elevados na Bahia são o Pico do Barbado, com 2.033,3 metros, localizado na Serra dos Barbados, entre os municípios de Abaíra e Rio do Pires e o Pico das Almas, com 1.836 metros, lo-calizado entre os municípios de Érico Cardoso, Livramento de Nos-sa Senhora e Rio de Contas, na Serra das Almas. O planalto e a baixada são as suas duas grandes unidades morfológi-cas bastante caracterizadas.

Os chapadões e as chapadas pre-sentes no relevo mostram que a erosão trabalhou em busca de for-mas tabulares. Um conjunto de chapadões situados a oeste rece-be, na altura do estado, o nome de Espigão Mestre.

Os planaltos ocupam quase todo o estado, apresentando uma série de patamares, por onde cruzam rios vindos da Chapada Diamantina, da serra do Espinhaço, que nasce no centro de Minas Gerais, indo até o norte do estado, e a própria Chapa-da Diamantina, de formato tabular, marcando seus limites a norte e a leste. O planalto semi-árido, locali-zado no sertão brasileiro, caracte-rizado por baixas altitudes.

As planícies estão situadas na re-gião litorânea, onde a altitude não ultrapassa os 200 metros. Ali, sur-gem praias, dunas, restingas e até pântanos. Quanto mais se anda rumo ao interior, mais surgem ter-renos com solos relativamente fér-teis, onde aparecem colinas que se estendem até o oceano. As planí-cies aluviais se formam a partir dos rios Paraguaçu, Jequitinho-nha, Itapicuri, de Contas, e Mucuri, que descem da região de planalto, enquanto o rio São Francisco atua na formação do vale do São Fran-cisco, onde o solo apresenta for-mação calcária.

Um único recorte no litoral baiano, determina o surgimento do Recôn-cavo baiano, cuja superfície apre-senta solo variado, sendo muito pouco fértil em algumas áreas, en-quanto em outras a fertilidade é favorecida pela presença do solo massapê, formado por terras de origem argilosa.

Ao norte, o limite é o rio São Fran-cisco, no município de Curaçá, di-visa com Pernambuco. Ao sul, o limite extremo é a Barra do Riacho Doce, no município de Mucuri, na divisa com o Espírito Santo. No leste, o ponto extremo é a Barra do Rio Real, no município de Jandaí-ra, na divisa com o Oceano Atlânti-co. CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE

Dezembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 11

Na Edição de JANEIRO abordaremos detalhadamente o Estado Brasileiro do Ceará

Bahia (BA) - continuação Clima

Devido à sua latitude, o clima tropi-cal predomina em toda a Bahia, apresentando temperaturas eleva-das, em que as médias de tempera-tura anuais, em geral ultrapassam os 30 °C, entretanto na serra do Espinhaço as temperaturas são mais amenas e agradáveis. Contu-do, no sertão, o clima é o semi-árido, em que os índices pluviomé-tricos são bastantes baixos, sendo comuns os longos períodos de se-ca.

Há distinções apenas quanto aos índices de precipitação em cada uma das diferentes regiões. En-quanto que no litoral e na região de Ilhéus, a umidade é maior, e os índices de chuvas podem ultrapas-sar os 1.500 mm anuais, no sertão pode não chegar aos 500 mm anu-ais.

A estação das chuvas é irregular, consequentemente podendo falhar totalmente em certos anos, desen-cadeando a seca, que é mais mar-cante no interior, com exceção pa-ra região do vale do rio São Fran-cisco. Vegetação

Fitogeograficamente, possui três grandes formações vegetais: a ca-atinga, a vegetação predominante, a floresta tropical úmida e cerrado. A caatinga se localiza em toda a região norte, na área da depressão do São Francisco, e na serra do Espinhaço, deixando para o cerra-do apenas a parte ocidental e para a floresta tropical úmida, o sudes-te.

A floresta tropical úmida sofreu forte impacto da exploração antró-pica, em que se devastou madeiras de lei. Nesses locais, vem ocorren-do o reflorestamento com o euca-lipto. Agricultura

A agricultura está dividida em grande lavoura comercial, a peque-na lavoura comercial e a agricultu-ra de subsistência. A grande lavou-ra está baseada na cultura da cana-de-açúcar e integrada com moder-nas usinas e na do cacau. Entre as pequenas culturas comerciais a mandioca, o coco-da-baía, o fumo, o café, o agave, o algodão, a cebo-la, dendê (e consequente azeite-de-dendê) são as produções em des-taque. As culturas de subsistência

estão em todo o território e desem-penha um papel secundário da cul-tura principal (cana-de-açúcar ou cacau), em que a cultura da mandi-oca é a mais importante, seguida em menor quantidade pelo feijão, o milho, o café e a banana.

A Bahia é o primeiro produtor na-cional de cacau, sisal, mamona, coco, feijão e mandioca, sendo os dois últimos mais voltados para a subsistência do que para a comer-cialização. A região de Itabuna é uma das mais propícias áreas para o cultivo do cacau em toda a Bahi-a. Tem bons índices também na produção de milho e cana-de-açúcar.

Outra região do estado que merece a devida atenção é aquela compre-endida pelo rio São Francisco, co-nhecida também como Vale do São Francisco, compreendendo as ci-dades de Juazeiro, Curaçá, Casa Nova, Sobradinho, dentre outras. A região é a maior produtora de fru-tas tropicais do país, essa fruticul-tura é irrigada, tem crescido e ex-porta para os mercados europeu, asiático e estadunidense.

Além de ser o principal produtor de cacau, é também o principal ex-portador de cacau no Brasil. Re-centemente, o cultivo da soja au-mentou substancialmente no oeste do estado. Indústria

A indústria na Bahia é relativamen-te modesta, apesar do crescimento dos últimos 20 anos, não represen-ta uma grande força econômica no estado, volta-se para os setores da química, petroquímica, agroindús-tria, informática, automobilística e suas peças, produtos alimentares, têxtil e fumo.

Porém na cidade de Salvador, es-tão concentradas as indústrias me-talúrgicas, mecânicas, gráficas, de material elétrico e comunicações.

Com um crescimento sustentado de grupos de pesquisa a uma taxa de 30% ao ano, a Bahia saltou da 9ª para a 6ª posição no ranking na-cional em 2005, abrindo espaço para o projeto da Tecnovia: um grande parque tecnológico em Sal-vador, tendo como prioridades TI, biotecnologia e energia. A primeira área do complexo tem previsão para ser inaugurada em 2010.

A primeira biofábrica do país se encontra na cidade sertaneja de Juazeiro, no vale do rio São Fran-cisco. Cultura

A cultura da Bahia é uma das mais ricas e diversificadas do Brasil, sendo o estado considerado um dos mais ricos centros culturais do país, conservando não apenas um rico acervo de obras religiosas, arquitetônicas, mas é berço das

mais típicas manifestações cultu-rais populares, quer na culinária, na música, e em praticamente to-das as artes.

A Bahia tem seus expoentes, suas características próprias, resultado da rica miscigenação entre o índio nativo, o português colonizador e o negro escravizado. Nessa imen-sa vastidão cultural, entre as prin-cipais manifestações culturais es-tão o carnaval de Salvador, a festa da Independência da Bahia, as fes-tas juninas no interior, em especial a guerra de espadas em Cruz das Almas e em Senhor do Bonfim, a lavagem do Bonfim, a Festa de Santa Bárbara, a Festa de São Se-bastião, a festa de Iemanjá, e mui-tas outras. Na Bahia, ainda há es-paço para um provérbio, a um tem-po jocoso e sério, que retrata a ín-dole do seu povo: "O baiano não nasce, estréia". Música

Já era a Bahia, em particular Salva-dor, sua capital, a maior cidade das Américas durante vários sécu-los, um dos principais centros co-merciais do Novo Mundo. Das raí-zes negras brotou o samba de ro-da, seu filho samba, o lundu e ou-tros tantos ritmos, movidos por atabaques, berimbaus, marimbas - espalhando-se pelo resto do Bra-sil, e ganhando o mundo.

Xisto Bahia, levando os ritmos e mesmo poetas (como Plínio de Li-ma), descobre o novo meio e grava o primeiro disco brasileiro. E expe-rimenta o sucesso internacional com Dorival Caymmi.

Do rock ao tropicalismo, de Raul Seixas a Caetano Veloso, infinitos nomes desfilam mundo afora, co-mo João Gilberto, Gilberto Gil, Tom Zé… O Carnaval de Salvador é a maior manifestação popular do Mundo[1], batendo recordes com cerca de 2.700.000 foliões em seis dias de festa, que festejam em três princi-pais circuitos: Dodô (Barra-Ondina), Osmar (Campo Grande-Avenida Sete) e Batatinha (Centro Histórico).

Criado por Dodô e Osmar a famosa fobica, remodelação de um velho Ford Bigode 1929, tornou-se o pri-meiro trio elétrico. Totalmente mu-dado e pintado para a festa, a fobi-ca virou o palco perfeito para à guitarra baiana.

Esta invenção transformou o car-

naval de rua de Salvador. Que hoje em dia é agitado por vários canto-res famosos na Bahia.

Os shows dados em cima do trio elétrico são gratuitos e passam pelas ruas dos bairros como Barra, Ondina e Campo Grande. Atraindo uma grande multidão de pessoas, tanto anônimas quanto outros ar-tistas e personalidades. Culinária

A culinária da Bahia mais conheci-da (embora não a mais consumida) é aquela produzida no Recôncavo e em todo o litoral da Bahia — pra-ticamente composta de pratos de origem africana, diferenciados pelo tempero mais forte à base de azei-te de dendê, leite de coco, gengi-bre, pimenta de várias qualidades e muitos outros que não são utili-zados nos demais estados do Bra-sil. Essa culinária, porém, não che-ga a representar 30% do que seus habitantes consomem diariamente.

As iguarias dessa vertente africana da culinária estão reservadas, pela tradição e hábitos locais, às sextas-feiras e às comemorações de da-tas institucionais, religiosas ou fa-miliares. No dia a dia, o baiano alimenta-se dos pratos herdados da vertente portuguesa, englobados no que se costuma chamar de "culinária ser-taneja". São receitas que não le-vam o dendê e demais ingredien-tes típicos de origem africana, co-mo ensopados, guisados e várias iguarias encontradas também nos outros estados, embora com to-ques evidentemente regionais (a utilização mais ou menos acentua-da de determinados temperos nu-ma dada receita, por exemplo).

A predominância, no imaginário do brasileiro e nos meios de comuni-cação, da culinária "afro-baiana", deve-se muito ao fato de Salvador, a capital da Bahia, situar-se no lito-ral do Recôncavo, o que confere maior poder de divulgação para o saboroso legado africano da culi-nária regional.

Fontes: Wikipédia Portal “Só Geografia”

Edição e diagramação: Filipe de Sousa

Dezembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 12

Gazeta Valeparaibana - O jornal + EDUCAÇÃO + CIDADANIA + MEIO AMBIENTE e muito mais BRASIL

Repensando os episódios do Rio de janeiro (RJ)

Por: Laerte Braga É inegável que o atual governador do Rio Sérgio Cabral decidiu en-frentar o crime organizado, o tráfi-co de drogas especificamente. Mas é preocupante constatar que o apa-relho policial é em boa parte cor-rupto e ao longo de muito tempo vem favorecendo e sendo cúmplice do crime. É despreparado para ações de grande envergadura (exceto quan-do trata de professores reivindi-cando melhorias salariais, movi-mentos soc ia is buscando reforma agrária, etc.). Esse despre-paro não é só conseqüência de baixos salários e falta de estrutura, é de corrupção também. Não é da natureza das forças arma-das intervir em conflitos dessa na-tureza, mas o apoio emprestado pelas três armas tornou possível que as polícias militar e civil do Rio de Janeiro viabilizassem opera-ções concretas contra os trafican-tes. Nem é cabível colocar a culpa no governador. As chamadas Unida-des de Polícia Pacificadora foram como que estopim para a reação do tráfico. Estava perdendo espa-ço. É claro que a imensa e esmagado-ra maioria da população favelada do Rio de Janeiro e em qualquer lugar é ordeira, formada por traba-lhadores e vive atemorizada pelo tráfico, até pela ausência do Esta-do. Existem no ar muitos outros bi-chos voando além dos aviões da carreira. É preciso, por exemplo, ir fundo na questão das milícias. O embrião dessas organizações está lá nos tempos da ditadura, no antigo es-quadrão da morte, em organiza-ções como a Escuderia Le Coq. Funcionavam à margem da lei, no discurso de defesa da lei da ordem diante da ausência do Estado. No fundo eram organizações crimino-sas ligadas ao jogo do bicho, à é-poca senhor absoluto do crime or-ganizado no Rio de Janeiro. Um dos principais banqueiros, o capi-tão Guimarães, era de fato capitão do exército e ligado aos grupos de tortura àquela época. Foi coopta-do. As primeiras tentativas de comba-ter de forma efetiva o tráfico de

drogas começaram no governo Le-onel Brizola e se estendiam para além da ação policial pura e sim-ples. Os CIESP eram uma raiz de uma árvore que se plantava para gerar frutos a médio e longos pra-zos.

As organizações GLOBO, por inte-resses comerciais, econômicos, trataram de criar um “vínculo” ine-xistente entre o governador Brizola e o crime organizado. Se nos reportarmos ao Rio de Ja-neiro da ditadura militar, governos como os de Chagas Freitas, Marce-lo de Alencar, Wellington Moreira Franco foram omissos em matéria de políticas de segurança. Desde o feijão com o arroz ao planejamento a médio e longo prazo. A retomada das grandes facões criminosa ocorreu nos governos de Anthony e Rosinha Garotinho, principais responsáveis pela for-mação das milícias. Responsáveis e comandante no caso de Anthony Garotinho. Usando setores das igrejas evan-gélicas ligadas e controladas por ele o governo entrou nos presí-dios, nas favelas, formou os gru-pos de milicianos (a maior parte deles com policiais militares e ci-vis) e gerou um imenso aparato de controle político do estado, tan-to quanto de lucro em operações de “proteção”. O distinto cidadão pagar um valor qualquer para ficar livre do tráfico.

Em pouco tempo milícias e tráfico se articularam e se organizaram para atuar em conjunto, ainda que pareçam antagônicas. Uma aliança estratégica. Um dos secretários de segurança do governo Garotinho, Álvaro Lins, foi preso e perdeu o mandato de deputado estadual por suas liga-ções com essas milícias. Na campanha eleitoral de 2006 nu-ma das favelas do Rio o deputado Marcelo Itagiba, também do esque-ma Garotinho recebeu 18 mil votos com ostensivo apoio das milícias e do tráfico. Nenhum outro candida-

to conseguiu fazer campanha na-quela favela. A exacerbação dos fatos via mídia, sobretudo pela rede GLOBO por pouco não atinge às raias da insa-nidade. É simples entender porque não chegaram a tanto. O GLOBO detém os direitos de transmissão da Copa do Mundo e em 2014 a competição será no Rio. Terminada a Copa, se prepare a RECORDE, que detém os direitos em relação às Olimpíadas, 2016.

Por trás da fingida

indignação os “negócios”

No caso do jornalista TIM Lopes a rede tirou o corpo fora de todas as formas possíveis, como revelou o jornalista Mário Augusto Jakobs-kind e livro detalhado e minucioso sobre o assunto. A questão para essa gente não é acabar com o tráfico de drogas, mesmo porque os chefões estão nos bairros das elites, ou são pre-sidentes, como era Álvaro Uribe na Colômbia. O diretor do BBB, o tal Boninho, admitiu em determinado momento ser consumidor de drogas e a seu talante e de seus amigos determi-navam quem era “vadia” ou não e, “vadias”, eram aquinhoadas com baldes de água suja. O câncer da sociedade está aí, o crime organizado nasce aí. A ação policial é necessária, mas a reestruturação das polícias, o fim da polícia militar e o surgimento da instituição polícia em sua essên-cia, como força de prevenção e combate ao crime é fundamental. Não interessa às elites. Como não interessa uma profunda reforma do J u d i c i á r i o , n a s v á r i a s mazelas que enfrenta, inclusive a corrupção em alguns setores. Da-niel Dantas, por exemplo está solto e o delegado Protógenes Queiroz condenado. E Gilmar Mendes con-tinua ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) O Rio é vítima de traficantes, de milícias justiceiras (mas altamente lucrativas para o ex-governador Garotinho e seus cúmplices, inclu-sive setores de igrejas evangéli-cas) e o desafio que o governador Sérgio Cabral tem pela frente, nes-se seu segundo mandato, já que se dispôs a enfrentar as quadrilhas que controlam o estado, atemori-zam a população, passa por aí. Como o respeito pelos direitos hu-manos é fundamental. Há policiais do BOPE envolvidos em crimes, inclusive seqüestros. Em breve, como os antigos “HOMENS DE OURO” da polícia carioca (era o antigo estado da Guanabara), essa linha entre a lei e

o crime vai acabar sendo cruzada. É sedutora e se confere uma força e uma imagem exageradas a polici-ais que em boa parte das ações que desfecha viola direitos básicos do cidadão e exibe uma sociedade boçal, bárbara, violenta. Quem não se lembra de Mariel Ma-riscot? O endeusamento daquele policial é semelhante ao que se faz hoje dos policiais do BOPE. Há uma cultura da violência e da barbárie sendo vendida. Os fatos acontecidos nos últimos dias no Rio foram uma reação às Unidades de Polícia Pacificadora. É preciso ir mais longe que ocupar as favelas do Cruzeiro e do Alemão e depois, como previsto, a Roci-nha. É necessário identificar os fre-qüentadores de salões requintados que comandam toda essa estrutura criminosa. E não há no Rio cidadão consciente que não saiba que um dos chefões é o ex-governador An-thony Garotinho. Não tem diferença nenhuma, só no status, para qualquer Elias Maluco, ou Marcinho VP, ou Fernandinho Beira-mar. O que a mídia tenta fazer é trans-formar o Rio num grande Iraque e prosseguir impávida em seus “negócios”. Vem aí a edição do BBB-11 A vitória deste domingo deve ser seguida de políticas públicas de educação, saúde, saneamento bá-sico e outras capazes de integrar essa massa de c idadãos afastados e abandonados pelo Es-tado. É diferente de quando um filho de um “condomínio fechado” foi pre-so por crimes vários e seu pai não o queria na cadeia ao lado de “marginais da favela”. Um detalhe decisivo. Não vai ser só subir o Alemão do contrário, quando saírem, os traficantes vol-tam e, os moradores, vão pagar o pato. É imensa a responsabilidade do governo da cidade, do estado e fe-deral. Do contrário, daqui a pouco, Willi-am Bonner vai estar gritando histé-rico que estamos virando um Ira-que e pedindo a presença dos ma-riners norte-americanos.

Dezembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 13

NA PRÓXIMA EDIÇÃO IREMOS ABORDAR em História da Educação o período “ MEDIEVAL”

História da Educação - Período Romano Resumo:

1 - Não existia democratização;

2 - A educação dava ênfase à for-mação moral e física (formação do guerreiro); 3 - O ideal de Direitos e Deveres.

A base da educação romana, como atesta Cícero, foi por muito tempo o das Doze tábuas, fixado em 451 a.C., no bronze e exposto publica-mente no fórum, para que todos pudessem vê-lo. Nelas, sublinhava-se o valor da tradição (o espírito, os costumes, a disciplina dos pais) e delineava-se um código civil, ba-seado na pátria potestas e caracte-rizado por formas de relação social típicas de uma sociedade agrícola atrasada. Como modelo educativo, as tábuas fixavam à dignidade, a coragem, a firmeza como valores máximos, ao lado, porém, da pietas e da parcimônia. A educação na Roma arcaica te-ve, sobretudo, caráter prático, fa-miliar e civil, destinada a formar em particular o civis romanus, superi-or aos outros povos pela consciên-cia do direito como fundamento da própria “romanidade”.

Os civis romanus era, porém, for-mado antes de tudo em família pelo papel central do pai, mas também da mãe, por sua vez menos sub-missa e menos marginal na vida da família em comparação com a Gré-cia.

A mulher em Roma era valorizada como mater famílias, portanto re-conhecida como sujeito educativo, que controlava a educação dos fi-

lhos, confiando-os a pedagogos e mestres.

Diferente, entretanto, é o papel do pai, cuja auctoritas, destinada a formar o futuro cidadão, é coloca-da no centro da vida familiar e por ele exercida com dureza, abarcan-do cada aspecto da vida do filho (desde a moral até os estudos, as letras, a vida social).

Para as mulheres, porém, a educa-ção era voltada a preparar seu pa-pel de esposas e mães, mesmo se depois, gradativamente, a mulher tenha conquistado maior autono-mia na sociedade romana. O ideal romano da mulher, fiel e operosa, atribui a ela, porém, um papel fami-liar e educativo. A Escola Romana

Foi a partir do século Ii a. C. que em Roma também se foram organi-zando escolas segundo o modelo grego, destinadas a dar uma forma-ção gramatical e retórica, ligada à língua grega. Só no século I a. C. é que foi fundada uma escola de re-tórica latina, que reconhecia total dignidade à literatura e à língua dos romanos.

Pouco tempo depois, o espírito prático, próprio da cultura romana, levou a uma sistemática organiza-ção das escolas, divididas por graus e providas de instrumentos didáticos específicos (manuais). Quanto aos graus, as escolas eram divididas em: 1. elementares ou do litterator ou ludus, dirigidas pelo ludi magis-ter e destinadas a dar a alfabetiza-ção primária: ler, escrever e, fre-qüentemente, também calcular; tal escola funcionava em locais aluga-dos ou na casa dos ricos; as crian-ças dirigiam-se para lá acompanha-das do paedagogus, escreviam com o estilete sobre tabuletas de cera, aprendiam as letras do alfa-

beto e sua combinação, calcula-vam usando os dedos ou pedri-nhas – calculi - , passavam boa parte do dia na escola e eram sub-metidas à rígida disciplina do ma-gister, que não excluía as punições físicas; 2. secundárias ou de gramática

(nas quais se aprendia a cultura nas suas diversas formas: desde a música até a geometria, a astrono-mia, a literatura e a oratória; embo-ra predominasse depois o ensino literário na sua forma gramatical e filosófica, exercido sobre textos gregos e latinos, através da lectio, da enarratio, da emendatio e do ju-dicium); 3. escolas de retórica – políti-

ca, forense, filosófica etc. – e ela-boravam –se as suasoriae ou dis-cursos sobre exemplos morais e as controvérsia e ou debates sobre problemas reais ou fictícios). Em-bora mais limitada em comparação à educação grega (eram escassas a gramática, a música, e também a ciência e a filosofia), mais utilitária, a formação escolar romana man-tém bem no centro este princípio retórico e a tradição das artes libe-rais, resumidas no valor atribuído à palavra. Existiam também, escolas para os grupos inferiores e subalternos, embora menos organizadas e insti-tucionalizadas. Eram escolas técnicas e profissio-nalizantes, ligadas a os ofícios e às práticas de aprendizado das diver-sas artes.

As técnicas eram ligadas num pri-meiro momento, ao exército e à a-gricultura, depois ao artesanato, e por fim ao artesanato de luxo. Fonte: Portal Só Pedagogia

De: Portugal

A divinal D. Beatriz D. Beatriz, senhora alentejana, 80 anos, solteira, organista numa igreja da Diocese de Beja. É admirada por todos pela sua sim-patia e doçura. Uma tarde, convidou o novo padre da igreja para ir lanchar a sua casa e ele ficou sentado no sofá, enquanto ela foi preparar um chá. Olhando para cima do órgão, o jo-vem padre reparou numa jarra de vidro com água e, lá dentro, boiava um preservativo. Quando a D. Beatriz voltou com o chá e as torradas, o padre não resis-tiu e perguntou-lhe o porquê de tal decoração em cima do órgão. E responde ela apontando para a jar-ra: Ah! refere-se a isto? Maravilhoso, não é? Há uns meses atrás, ia eu a passear pelo parque, quando encontrei um pacotinho no chão. As indicações diziam para colocar no órgão, manter úmido e que, assim, ficava prevenida contra todas as doenças. E sabe uma coisa? Este Inverno ainda não me constipei.

A Gazeta Valeparaibana, um veículo da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos, so-mente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões dentro das salas de au-las, tais como: educação, cultura, tradições, história, meio ambiente e sustentabilidade, responsabilidade social e ambiental, além da transmis-são de conhecimento. Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cida-dão deve ser um multiplicador do conhecimento adquirido e, que nes-sa multiplicação, no que tange a Cul-tura e Sustentabilidade, todos deve-mos nos unir, na busca de uma soci-edade mais justa, solidária e conhe-cedora de suas responsabilidades sociais. No entanto, todas as matérias e ima-gens serão creditadas a seus edito-res, desde que adjudiquem seus no-mes nas matérias publicadas. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato. [email protected]

Dezembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 14

Juntos e na mesma direção

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Culturas e Tradições Populares

EDUCAR * Uma Janela para o mundo - SaciArte - Arte&Sobra - Reciclagem - Teatro - Viveiro Escola Planta Brasil

Não existe País que se queira grande, sem que invista em boa educação , para seu povo.

“Quando se sonha só, é apenas um sonho, mas quando se sonha com muitos, isso é realidade.”

O Projeto Social “Formiguinhas do Vale” mantém na rádio web dois programas de divulgação de seus projetos, a saber:

EDUCAR - Uma janela para o mundo. Neste programa abordados as questões sociais mais importantes, tais como Educação, Sustentabilidade Social, Meio Ambiente e Culturas.

No ar todos os Sábados das 18;00 ás 20;00 horas > acesse: www.terapeutasvirtuais.com.br

RAÍZES & MATRIZES. Este programa é dedicado á Comunidade Lusófona Internacional e nele aborda-mos a Cultura, Turismo e História de cada país e cidade, além de servir como um prestador de serviços e de apoio a todo o cidadão das Comunidades Lusófonas em dificuldades, quer seja de Documentação ou outra dificuldade pontual.

Vai ao ar todas as Sextas-Feiras das 18;00 ás 20;00 horas. Acesse: www.terapeutasvirtuais.com.br

As transformações sócio-econômicas dos últimos 20 anos têm afetado profunda-mente o comportamento de empresas até então acostuma-das à pura e exclusiva maximi-zação do lucro. Se por um lado o setor privado tem cada vez mais lugar de destaque na cria-ção de riqueza; por outro lado, é bem sabido que com grande poder, vem grande responsabi-lidade. Em função da capacida-de criativa já existente, e dos recursos financeiros e huma-nos já disponíveis, empresas têm uma intrínseca responsa-bilidade social.

A idéia de responsabilidade so-cial incorporada aos negócios é. portanto, relativamente re-cente. Com o surgimento de novas demandas e maior pres-são por transparência nos ne-gócios, empresas se vêem for-çadas a adotar uma postura

mais responsável em suas a-ções.

Infelizmente, muitos ainda con-fundem o conceito com filan-tropia, mas as razões por trás desse paradigma não interes-sam somente ao bem estar so-cial, mas também envolvem melhor performance nos negó-cios e, conseqüentemente, maior lucratividade. A busca da responsabilidade social cor-porativa tem, grosso modo, as seguintes características:

É plural. Empresas não devem satisfações apenas aos seus acionistas. Muito pelo contrá-rio. O mercado deve agora prestar contas aos funcioná-rios, à mídia, ao governo, ao setor não-governamental e am-biental e, por fim, às comunida-des com que opera. Empresas só têm a ganhar na inclusão de novos parceiros sociais em seus processos decisórios. Um diálogo mais participativo não apenas representa uma mu-dança de comportamento da empresa, mas também signifi-ca maior legitimidade social.

É distributiva. A responsabili-dade social nos negócios é um conceito que se aplica a toda a cadeia produtiva. Não somente o produto final deve ser avalia-do por fatores ambientais ou sociais, mas o conceito é de

interesse comum e, portanto, deve ser difundido ao longo de todo e qualquer processo pro-dutivo. Assim como consumi-dores, empresas também são responsáveis por seus forne-cedores e devem fazer valer seus códigos de ética aos pro-dutos e serviços usados ao longo de seus processos pro-dutivos.

É sustentável. Responsabilida-de social anda de mãos dadas com o conceito de desenvolvi-mento sustentável. Uma atitu-de responsável em relação ao ambiente e à sociedade, não só garante a não escassez de re-cursos, mas também amplia o conceito a uma escala mais ampla. O desenvolvimento sus-tentável não só se refere ao ambiente, mas por via do forta-lecimento de parcerias durá-veis, promove a imagem da empresa como um todo e por fim leva ao crescimento orien-tado. Uma postura sustentável é por natureza preventiva e possibilita a prevenção de ris-cos futuros, como impactos ambientais ou processos judi-ciais.

É transparente. A globalização traz consigo demandas por transparência. Não mais nos bastam mais os livros contá-beis. Empresas são gradual-mente obrigadas a divulgar sua

performance social e ambien-tal, os impactos de suas ativi-dades e as medidas tomadas para prevenção ou compensa-ção de acidentes.

Nesse sentido, empresas serão obrigadas a publicar relatórios anuais, onde sua performance é aferida nas mais diferentes modalidades possíveis. Muitas empresas já o fazem em cará-ter voluntário, mas muitos pre-vêem que relatórios sócio-ambientais serão compulsórios num futuro próximo.

Muito do debate sobre a res-ponsabilidade social empresa-rial já foi desenvolvido mundo afora, mas o Brasil tem dado passos largos no sentido da profissionalização do setor e da busca por estratégias de in-clusão social através do setor pri-vado. Portal: responsabilidade social

Dezembro 2010 Gazeta Valeparaibana Página 15

Espaço “Melhor Idade”

AMIGAS CURAM Um estudo publicado pela univer-sidade de Los Angeles, Califórnia, indica que a amizade entre mulhe-res é verdadeiramente especial. Descobriu-se que as amigas con-tribuem para o fortalecimento da identidade e da proteção de nosso futuro. Constituem um remanso no meio do mundo real cheio de tem-pestades e de obstáculos. As amigas ajudam encher os vazi-os emocionais de nossas relações com os homens e ajudam-nos re-cordar quem nós somos realmen-te. Após 50 anos das investiga-ções, identificou-se que existem substâncias químicas produzidas pelo cérebro que ajudam a criar e manter os laços de amizades entre as mulheres. Os pesquisadores, homens em sua maioria, foram surpreendidos com os resultados dos estudos. Quando o hormônio OXITOCINA é liberado como a parte da reação das mulheres ao stress , elas sen-tem a necessidade de proteger su-as crianças e de agrupar-se com outras mulheres; quando acontece isso, uma quantidade ainda maior é produzida de oxitocina que reduz o stress agudo e causa um efeito tranqüilizante. Estas reações não aparecem entre os membros do sexo masculino porque a testosterona que os ho-mens produzem em quantidades

elevadas, tende a neutralizar os efeitos da oxitocina; visto que os estrógenos femininos aumentam a produção deste hormônio. Depois de estudos repetidos, de-monstrou-se que os laços emocio-nais existentes entre as mulheres que são amigas verdadeiras e le-ais, contribuem para uma redução dos riscos das doenças relaciona-das à pressão arterial e ao coleste-rol. Acredita-se que esta pode ser uma das razões por que geralmen-te as mulheres vivem mais do que os homens. As mulheres que não estabelecem relações da amizade com outras mulheres, não mos-tram os mesmos resultados em sua saúde. Assim, ter amigas ajuda-nos não só a viver mais, como também a viver melhor. O estudo sobre a sa-úde indica que quanto mais ami-gas têm uma mulher, maior é a probabilidade de que chegue à ve-lhice sem problemas físicos e le-vando uma vida plena e saudável. Neste mesmo estudo observou-se como as mulheres superam os mo-mentos críticos (como a morte do esposo ou dos pais) e percebeu-se também que as mulheres que po-dem confiar em suas amigas rea-gem às doenças sérias e recupe-ram-se em um lapso de tempo me-nor do que aquelas que não têm em quem confiar. O estudo concluiu que a amizade entre as mulheres constitui uma fonte de força, bem estar, alegria e saúde.

Tentativa

Estava olhando o céu, num pôr-do-sol deslumbrante e pensando em quão pequenos nós somos. Ape-sar de nos considerarmos tão transformadores do mundo; se pa-ramos para refletir, somos muito

frágeis. Ele se apresentou como sempre cheio de luminosidade e palavras de sabedoria:

- Não credes que a vida é feita de pequenas coisas? Que os detalhes é o que compõem o todo? - Sim, acredito que os detalhes somados fazem o todo. - Se os seres humanos são peque-nos, mesmo assim podem fazer toda a diferença... não? - Sim, mas geralmente eles fazem transformações egoístas e princi-palmente na natureza. - Se os homens se sentissem frá-geis, pequenos e insignificantes não alterariam a natureza mas tam-bém não se sentiriam motivados a se desenvolver da maneira como tem sido feito desde o início de sua existência. - Mesmo assim, não somos nada... perto da grandiosidade da nature-za. E se pensamos que alguns a-contecimentos se apresentam mai-ores do que achamos que podere-mos suportar, neste caso, também nos sentimos indefesos. - A vida se faz através de tentati-vas, erros e acertos... Mas os seres precisam mover-se em busca de algo: o que diferencia a direção é o que cada um tem dentro de si. Tan-to que acabam por se formar gru-pos de pessoas com as mesmas vontades. - Acabamos nos agrupando para ter mais força, mais vontade e se-guir. Só que tem os que têm como motivação experiências que cau-sam dor às outras. - Os seres que acabam por causar dor nos outros nem sempre o in-tentam desde o princípio. Na maioria das vezes não há certe-za quando intenta-se algo e no ca-minhar faz-se a situação.

- Mas como que uma pessoa não se dá conta de que vai fazer mal á outra? É só fazer uma projeção. - As projeções são baseadas em conhecimento pessoal e isso di-verge de pessoa para pessoa. Os seres humanos são limitados e as suas escolhas baseiam-se no que conseguem projetar como conse-qüência, mas há muitas possibili-dades... além do pensado. - Não entendo. Você está me dizen-do que devo desculpar aqueles que fazem o mal somente porque não sabem que o estão fazendo? - A questão não é desculpar e sim não julgar. Nas tentativas errar é comum. Sabes os caminhos de tua cidade de cor só porque moras ne-la? - Não. Não sei... - Pois eis que a vida também é as-sim: muitos estão nela há tempo suficiente para ter aprendido mui-tas coisas, porém a bagagem e o foco indicam o que ela está apta para perceber. - Mesmo assim... há pessoas que escolhem seguir a direção em que causam dor, como pode haver compreensão disso? - Aqueles que só conhecem a dor sabem que existe outro sentimen-to? - Bem, vendo por este ângulo... - E há, minha cara, vários ângulos para observardes. Experimenta ir além do pensado e sentirás além do sentido. É como se os seres humanos estivessem com um pe-queno cristal multifacetado, capaz de produzir várias cores ao ser po-sicionado contra o sol, e mesmo assim insistissem em posicioná-lo sempre do mesmo modo. - Tentarei fazê-lo. - Lembra: são sempre tentativas.

Educar: propiciando oportunidades e orientando novos cidadãos

Comunicação Comunicação é uma arte que

precisa de atenção.

Comunicação é uma arte e, como toda arte, possui segredos e técni-cas. Estudando o poder da lingua-gem, a gente sabe que existem téc-nicas que podem ser facilitadoras para uma boa narrativa. É preciso convidar o ouvinte para ouvir. É preciso instigar a imaginação do ouvinte, tentando despertar o inte-

resse dele pelo conteúdo da men-sagem. O narrador precisa conhe-cer o público que vai ouvir sua narrativa ou sua conversa para o-ferecer uma mensagem que faça sentido para o ouvinte. Não é fácil, pois para ouvir uma boa narrativa é preciso concentra-ção e o narrador precisa ter propri-edade do que está falando, conhe-cer as informações que estão nas entrelinhas do assunto narrado. A narrativa deve fazer parte do nar-

rador até o momento em que ele não fala mais, mas canta.

A mensagem flui de uma forma cantada, harmonizada, tocando o coração da sua audiência. É nesse momento que percebemos a sabe-doria do contador, ao definir qual a mensagem que ele deseja transmi-tir para um público específico, na-quele momento da narração. Na comunicação a interação entre

o locutor e o público tem que ser estreita e colaborativa. Não se po-de deixar que o programa caminhe para o monólogo. O monólogo cansa, o monólogo afasta. Como em comunicação o que con-ta é o numero e a qualidade dos ouvintes, na rádio não é diferente; um bom programa atrai bons pa-trocinadores, enquanto que um mau programa tende a acabar on-de começou. Para uma emissora, não é interes-sante a ocupação de espaços so-mente para ocupar intervalos de programação. Neste caso, o Editor deve optar por programas musi-cais e com pouco papo. Usualmen-te costuma-se construir este tipo de programa. No entanto, não a-conselhamos esta forma de apre-sentação já que o ouvinte não é identificado em rádio o que identi-fica ouvinte é a voz e não o nome.

Na web, o sonho de muitos tem feito prosperar as chamadas rá-dios web, ou seja, a web rádio. No entanto, muito poucas têm tido u-ma vida longa, precisamente por-que não têm Editores ou não dis-põem de profissionais habilitados ou suficientemente profissionais para ocupar o seu espaço livre nas 24 horas do dia. Rádio não pode ficar ociosa. Rádio ociosa cede gratuitamente o espa-ço para outras rádios e, cada vez que o ouvinte acessa a radio e ela está indisponível (fora do ar) ele sente a fragilidade e, geralmente deixa de procurar esse link. O que se vê muito são rádiosweb tipo fa-miliares, ou seja, onde um determi-nado grupo se reúne para brincar de rádio. Comunicação é muito mais que

isso. Filipe de Sousa

Dezembro 2010 EDIÇÃO Nº. 37 Ano III

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável

Apesar de todo o progresso

Nada me comove mais que a pu-reza de uma criança.

Ontem, eu estava numa lancho-nete daquelas em que as mesas são geminadas. Eu estava sozi-nho (pra variar) comendo um da-queles sanduíches em que a pri-meira mordida é deliciosa, a se-gunda é boa, a terceira é mais ou menos e na quarta você já está com azia.

Foi então que se aproximaram uma mãe carregando uma ban-deja cheia de fast food e um me-nino que devia ter uns seis ou sete anos.

Notei que o garoto ia sentar-se num dos três lugares vagos que havia na minha mesa ("minha", olha só!). Ele faria aquilo porque não tem preconceito. Não tem ainda a noção mesqui-nha de individualidade cultivada pelos adultos. Ele não se inco-modaria de sentar-se ao meu la-do. E, na sua cabecinha, isso também não seria um problema para mim.

Na realidade, adulto que sou, tal-vez eu me incomodasse.

O garoto, no entanto, só queria comer seu sanduba e tomar seu refrigerante, sem se importar se havia mais alguém na mesma mesa.

Na minha cabeça de adulto, ele poderia derrubar o refrigerante em cima da minha perna, ou rir e falar alto na mesa, atrapalhando meu silêncio vazio. Na cabeça dele, eu poderia ser um cara legal, que conversaria com ele sobre algo interessante. Um amigo que ele viria a fazer. Mas sua mãe, quando viu que ele iria sentar-se ao meu lado, deu-lhe um leve e carinhoso cu-tucão para que fossem para ou-tra mesa, esta com seus quatro lugares vazios. Àquele doce cutucão, chamam "educação". Naquele momento, o menino talvez tenha aprendido que a fraternidade é um artigo em extinção no mundo de hoje.

E que pessoas adultas devem manter distância umas das ou-tras.

Pode ser que ele tenha aprendi-do ali que pessoas adultas, em vez de se aglutinar, segregam.

Em vez de se ajudar, competem. Ali, ele aprendeu que tem que se preparar para um mundo com-pletamente diferente daquele que ele imaginou que encontrari-a.

Vamos entregar todo o poder neste planeta a crianças com até nove anos de idade.

Não haverá mais guerras, nem exploração, nem falcatruas, nem fome, nem destruição da nature-za.

O que estamos esperando? --------------------------------------------

Apesar de progresso, Brasil per-manece um dos mais desiguais Relatório da ONU mostra que o País é o 10º em ranking de desi-

gualdade

Apesar dos progressos sociais registrados no início da década passada, o Brasil continua entre os países mais desiguais do mundo, segundo atesta um rela-tório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

O índice de Gini - medição do grau de desigualdade a partir da renda per capita - para o Brasil ficou em torno de 0,56 por volta de 2006 – quanto mais próximo de um, maior a desigualdade. Isto apesar de o país ter elevado consideravelmente o seu índice de desenvolvimento humano – de 0,71 em 1990 para 0,81 em 2007 – e ter entrado no grupo dos países com alto índice neste quesito.

O cálculo do indicador de desi-gualdade varia de acordo com o autor e as fontes e a base de da-dos utilizados, mas em geral o Brasil só fica em melhor posição do que o Haiti e a Bolívia na A-mérica Latina – o continente mais desigual do planeta, segun-do o Pnud.

No mundo, a base de dados do

Pnud mostra que o País é o déci-mo no ranking da desigualdade. Mas os dados levam em conta apenas 126 dos 195 países mem-bros da ONU, e em alguns ca-sos, especialmente na África subsaariana, a comparação é prejudicada por uma defasagem de quase 20 anos de diferença.

Na seleção de países menciona-da no relatório do Pnud, os pio-res indicadores pela medição de Gini são Bolívia, Camarões e Ma-dagascar (0,6) e Haiti, África do Sul e Tailândia (0,59). O Equador aparece empatado com o Brasil com um indicador de 0,56.

Colômbia, Jamaica, Paraguai e Honduras se alternam na mesma faixa do Brasil segundo as dife-

rentes medições.

Desigualdade e mobilidade

O relatório foca no problema da desigualdade na América Latina, o continente mais desigual do mundo, segundo o Pnud. Dos 15 países onde a diferença entre ricos e pobres é maior, dez são latino-americanos.

Em média, os índices Gini para a região são 18% mais altos que os da África Subsaariana, 36% mais altos que os dos países do leste asiático e 65% mais altos que os dos países ricos.

O documento traça uma relação entre a desigualdade e baixa mo-bilidade social, caracterizada pe-lo círculo de aprisionamento so-cial definido pela situação famili-ar de cada indivíduo. No Brasil e no Peru, por exemplo, o nível de renda dos pais influencia a faixa de renda dos filhos em 58% e 60-%, respectivamente.

No Chile esse nível de pré-determinação é mais baixo, 52% - semelhante ao da Inglaterra (50%). Já nos países nórdicos, assim como no Canadá, a influência da situação familiar sobre os indiví-duos é de 19%. Alemanha, França e Estados U-nidos (32%, 41% e 47%, respecti-vamente) se incluem a meio do caminho.

A mobilidade educacional e o acesso à educação superior fo-ram os elementos mais impor-tantes na determinação da mobi-lidade socioeconômica entre ge-rações.

Relatório do Pnud

No campo educacional, os níveis de educação dos pais influenci-am o dos filhos em 55% no Bra-sil e em 53% na Argentina. No Paraguai essa correlação é de 37%, com Uruguai e Panamá re-gistrando 41%. A influência da educação dos pais no sucesso educacional dos filhos é pelo menos duas vezes maior na A-mérica Latina que nos EUA, on-de a correlação é 21%.

"Estudos realizados em países com altos níveis de renda mos-tram que a mobilidade educacio-nal e o acesso à educação supe-rior foram os elementos mais im-portantes na determinação da mobilidade socioeconômica en-tre gerações", afirma o relatório. Para o Pnud, a saída para resol-ver o problema da desigualdade na América Latina passa por me-lhorar o acesso das populações aos serviços básicos – inclusive o acesso à educação superior de qualidade.

O relatório diz que programas sociais como o Bolsa Família, Bolsa Escola e iniciativas seme-lhantes na Colômbia, Equador, Honduras, México e Nicarágua representaram "um importante esforço para melhorar a incidên-cia do gasto social" na América Latina, sem que isso tenha signi-ficado uma deterioração fiscal das contas públicas.

No que diz respeito à distri-buição de renda, as políti-

cas orientadas para o com-bate à pobreza e à proteção da população vulnerável promove-ram, na prática, uma incidência mais progressiva do gasto soci-al, que por sua vez resultou em

uma melhor distribuição da renda.

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