e No Turismo

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enoturismo douro

Transcript of e No Turismo

  • IntroduoComo consultar este guia 4Mapa do Douro 8Informaes gerais 10

    O Douro 12

    Principais castas brancas 14Principais castas tintas 18

    O Vinho do Porto 20

    Principais castas brancas 24Principais castas tintas 26

    O essencial sobre a prova de vinho 30

    O sentido da viso 32O sentido do olfacto 35Influncias 36Como cheirar 37O sentido do paladar 39Provar versus beber 39Os quatro componentes: acidez, 40secura/doura, amargo, salgadoSensaes tcteis 42Principais defeitos do vinho 44Temperaturas de servio 46Mitos do vinho 49

    Vinha 54 Acessrios 56

    Copos 57Saca-rolhas 58Como conservar o vinho 59

    Rotas do vinho 60Mapa 62

    Produtores 64Casa de Sto. Antnio de Britiande 66Casa dos Alpajares 66Casa dos Viscondes da Vrzea 67Caves da Murganheira 68Caves da Raposeira 69Maritvora 70Morgadio da Calada 71Quinta da Aveleira 72Quinta da Canameira 73Quinta da Casa Amarela 74Quinta da Sequeira 75Quinta das Aveleiras 76Quinta das Carvalhas 77Quinta de la Rosa 78Quinta de So Jos 79Quinta de Tourais 80Quinta do Crasto 81Quinta do Panascal 82QuintadoPgo 83

    Quinta do Pessegueiro 84Quinta do Ppa 85Quinta do Portal 86Quinta do Seixo 87Quinta do Tedo 88Quinta do Vallado 89Quinta Nova de Nossa 90Senhora do Carmo Quinta Seara d Ordens 91Ramos Pinto Qta. da Ervamoira 92Wine and Soul / Pintas 93

  • Introduo

  • Convm record-lo, a histria dos vinhos do Douro um captulo de histria recen-te. O pretexto para a demarcao do Douro foi o Vinho do Porto e foi precisamente o Vinho do Porto que sempre comandou a vida e o pulsar do Douro, relegando os vinhos tranquilos para a condio de acessrio. No Douro, os vinhos de mesa repre-sentam um parto recente. Simbolizam o sonho de um punhado de pioneiros, nasceram da audcia e determinao de um pequeno grupo de precursores.

    Durante dcadas, durante sculos, o Douro foi sinnimo de Vinho do Porto, con-dio indissocivel do vale do Douro, razo de ser para a construo de uma paisa-gem pica que emociona e comove pela amplitude e monumentalidade, pela rudeza e pelo carcter indomvel. Durante dcadas o vinho de mesa do Douro foi encarado como um simples subproduto, como vinho remanescente das uvas no passveis de ser transformadas em Vinho do Porto, como matriz de escoamento de sobras, como alimento para uma legio de trabalhadores que povoavam as quintas e as aldeias do Douro. Alguns dos pesos pesados de Portugal, muitos dos quais encerrando histrias fantsticas para contar, j tinham nascido ostentando nomes to ilustres como Barca Velha, Reserva Especial da Ferreirinha, Quinta do Ctto, Duas Quintas Reserva, Quinta do Confradeiro ou Reserva de San Marcos. Mas estes sempre foram privilgio de uns poucos,casosraroseexticos,excepesqueconfirmavamaregradeprivilegiaroPorto em detrimento dos vinhos de mesa.Ederepente,semavisoprvio,nofinaldadcadadenoventaoDourocambioupor

    inteiro, dando azo a uma metamorfose extraordinria; uma mudana tranquila revolu-cionou aquela que era, e , a denominao mais antiga do mundo. Em pouco mais de duas dcadas mudou tudo no Douro, oferecendo novos paradigmas regio, novos modelos e novas oportunidades. Em poucos anos o Douro converteu-se na regio mais reconhecida de Portugal, forando a uma revoluo de costumes, obrigando mes-mo as casas mais tradicionais a entrar no mundo dos vinhos tranquilos. Subitamente, sados do nada, nasceram novas estrelas no Douro, vinhos poderosos e irrequietos, jovens e entusiastas.Salvaguardandorarasexcepes,quetodosconhecemos,podemosafirmarcomal-

    guma candura que os vinhos do Douro nasceram na dcada de noventa. Na verdade, na segunda metade da dcada de noventa, com a exploso determinante a acontecer apenasem1999.Anteriormente,sunsbravossetinhamaventuradonestaexcntricaaventura de criar vinhos tranquilos em terra de generosos. Hoje o vale do Douro j se habituouaestasconvivnciaentreoVinhodoPortoeovinhodoDouro,nascidossob uma das paisagem vnicas mais belas e monumentais, paisagem rude que o homem ajudou a suavizar e a humanizar.

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  • Como consultar este guiaSeja bem-vindo ao vale do Douro, mais antiga denominao do mundo, corao do Vinho do Porto e dos vinhos do Douro, terra austera e patrimnio da humanidade capazdelheproporcionarexperinciasfantsticas.Paratornarasuavisitamaisfcile

    agradvel reunimos nesta edio mapas e uma srie de informaes relevantes sobre cada produtor aderente rota de enoturismo, bem como um conjunto de informaes essenciais sobre a regio, o vinho, a prova e o prazer.

    HorriosApesar de os horrios de abertura e fecho de cada produtor e/ou loja estarem re-ferenciados no guia, ser conveniente entrar em contacto directo e antecipado com oprodutorparasecertificarqueelescontinuamvlidos.Destaformaevitarafrus-trao de por alguma razo inesperada o produtor no ter a adega aberta, sobretudo duranteofim-de-semana.

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  • Mapas de Portugal e da Regio do Douro

  • A4

    A7 A24

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    A24

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    Aveiro ViseuA25

    A25

    Amarante

    Rgua

    Vila Real

    A24

    Porto

    Comboio

    Comboio

    Bragana

    N222N222Lamego

  • Como se deslocar:

    CarroA regio est perfeitamente coberta por

    uma rede alargada de estradas alcatroadas e bem pavimentadas que permitem aceder quasetotalidadedasquintassemdificul-dades de maior. Apesar de algumas das es-tradas serem relativamente estreitas e ro-deadas por precipcios, o acesso ao Douro por carro est facilitado e confortvel. A regio est bem servida por auto-estradas que permitem uma comunicao fcil com o resto do pas.

    TxiApesar de ser um meio de transporte

    relativamente caro, poder alugar um txi ao dia, devendo para isso entrar em con-tacto com as paragens de txi presentes na maioria das povoaes.

    ComboioO comboio poder ser uma das melho-

    res formas de transporte quando preten-der deslocar-se a algumas zonas do Dou-ro, nomeadamente ao Douro Superior. A viagem vale por si s tendo em conta a paisagem de um trajecto que decorre em tramos quase sempre junto ao rio. Nos apeadeiros das maiores estaes poder contar com servio de txi.

    BarcoApesar de no existirem carreiras regu-

    lares, o barco apresenta-se como uma das melhores opes para visitar e viajar no Douro, oferecendo paisagens de rara bele-za e que seriam inacessveis por qualquer outro meio. possvel contratar servios de transporte por barco em vrios pontos do Douro, com destaque especial para o Pinho.

    Estaes de combustvelExistem muitas estaes de combust-

    veis espalhadas pelo Douro, pelo que o acesso a gasolina e gasleo no dever constituir um problema. Mantenha no entanto o depsito cheio, sobretudo noite, quando algumas estaes podero estar fechadas.

    MoedaA moeda que vigora em Portugal o

    Euro e a nica moeda aceite. Os ser-vios de pagamento electrnico esto disseminados por toda a regio e a maio-ria dos locais aceita cartes de dbito e crdito.Certifique-senoentantodaacei-tao desse meio de pagamento antes de proceder despesa.

  • Informaes teis

    Beira Douro - Associao de Desen-volvimento do Vale do DouroTel: (+351) 254 611 [email protected]

    Associao do Douro HistricoTel: (+351) 259 931 [email protected]

    Douro Superior Associao de De-senvolvimentoTel: (+351) 279 200 [email protected]

    IVDP- Instituto dos Vinhos do Dou-ro e PortoTel: +351 22 [email protected]

    Wines of PortugalTel.: (+351) 21 350 67 [email protected]

    ViniportugalTel : (+351) 213 569 [email protected]

    Turismo de Portugalwww.visitportugal.com

    Turismo do DouroTel. (+351) 259 323 560 [email protected]

    Nmero de emergncia: 112

    Hospital So Teotnio (Viseu)+351 232 420 500www.hstviseu.min-saude.pt

    Hospital So Pedro de Vila Real+351 259 300 500www.chtmad.min-saude.pt

    PSP- Polcia de Segurana Pblicawww.psp.pt

    GNR- Guarda Nacional Republicanawww.gnr.pt

    PSP / Comando de Vila Real+351 259 330 240

    Cartes de CrditoAmerican Express: 707 50 40 50Mastercard: 800 811 272Visa: 800 811 107

    PT Portugal Telecom: 118 (Servio Informa-tivo Nacional)Optimus: 16103; TMN: 1696; Vodafone: 16912

    AeroportosANA - Aeroportos de Portugal: www.ana.ptAeroporto de Lisboa: +351 21 841 35 00Aeroporto do Porto: +351 22 943 24 00

    Transportes: www.transpor.pt

    CP-Comboios de Portugal: 808 208 208 / www.cp.pt Tap-Portugal:707205700/www.flytap.comRede-Expressos: 707 223 344 / www.rede--expressos.pt Central Nacional de Txis Digital: 707277277Txis no Porto: +351 22 507 39 00+351 22 507 64 00 (Txis Invicta)

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  • O Douro

  • A presena da vinha e do vinho na regio do Douro muito antiga, remontando aos tempos da ocupao romana do Douro. Depois de perder algum fulgor durante o longo domnio muulmano, a cultura da vinha renovou-se com a reconquista crist gra-as ao estabelecimento dos mosteiros de algumas ordens religiosas no Douro. Sabe-se dos registos histricos que o Douro j era ento uma terra rica em castas autctones, existindo documentos que comprovam algumas das variedades ainda hoje conhecidas e utilizadas.OVinhodoPorto,ovinhofinodoDouro,ganhourapidamentepopularidade

    noimportantemercadoingls,favorecidoportaxasaduaneirasespecialmentefavorveis,

    prefernciaacrescidadepoisdacriaoecomercializaodosvinhosfortificados.

    A verdade que o Douro uma regio nica, que potencia muitos estilos e muitas identidades. Poucas regies no mundo se podem orgulhar de apresentar tanta diver-sidade de identidade e carcter, conseguindo produzir no mesmo espao fsico desde vinhos espumantes leves, frescos e complexos at a vinhos brancos densos e ricos, desde vinhos rosados jovens e frutados a tintos srios e de guarda longa, desde vinhos Moscatel doces e simples a vinhos do Porto generosos e carnudos.

    Para alm de uma beleza natural indescritvel o Douro uma das regies mais ricas na diversidade e qualidade de castas autctones, na diversidade de exposies e altitu-des,noespaoinfindvel,naformanicadeplantarvinhasmisturadasenariquezade

    um enorme patrimnio de vinhas velhas e muito velhas. As vinhas misturadas so um dos maiores trunfos do Douro na tipicidade e originalidade da frmula.

    O Douro possui ainda uma imagem externa esplendorosa, apresentando-se interna-cionalmente como a regio portuguesa mais conhecida e valorizada, capaz de oferecer vinhos notveis no segmento superior. O amparo do Vinho do Porto foi essencial para o levantar voo inicial da regio mantendo uma relao muito prxima entre vinhos generosos e vinhos de mesa, apresentando-se como a nica regio do mundo que par-tilha duas denominaes no mesmo espao fsico, nos mesmos solos, com as mesmas castas, as mesmas adegas e os mesmos enlogos. Ainda hoje o Vinho do Porto fun-damental para auxiliar o cultivo da vinha com a implementao e permuta de cartes do benefcio.

    Apesar da sua juventude o Douro conseguiu conquistar um lugar prprio no panora-ma vnico nacional e internacional, feito notvel se nos recordarmos que o virar de pgina s correu em 1995 e que a verdadeira exploso ocorreu j no virar do sculo. Em pouco mais de quinze anos o Douro assumiu a liderana interna e externa na imagem dos vi-nhos de prestgio. Hoje o Douro conhecido interna e internacionalmente pelos vinhos de mesa e pelos generosos, pela combinao entre vinhos do Douro e Vinho do Porto.

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  • O Douro > Castas brancas

    Cdega do LarinhoApesar da semelhana fontica com

    a casta Cdega do Douro, conhecida como Sria nas Beiras, a Cdega do La-rinho uma variedade diferente que se desenvolveu maioritariamente na sub-regio do Douro Superior. Apesar de no ser uma variedade especial-mente aromtica, apresentando-se por

    vezes demasiado neutral no nariz, as uvas desta casta, quando provenientes de vinhas velhas, do origem a vinhos de carcter nico e pronunciado, vi-nhos estruturados e quase mastig-veis onde a acidez, a riqueza floral e a mineralidade dominam. uma das grandes esperanas das castas brancas portuguesas.

    Cdega

    Moscatel Galego Branco

  • Moscatel Galego BrancoFaz parte do amplo lote de castas

    da famlia, mutao da casta primitiva que o isolamento e as distintas evo-lues fizeram divergir em direces opostas. O Moscatel Galego Branco, variedade menos popular em Portugal que o mais comum Moscatel Grado, corresponde casta que internacio-nalmente conhecida como Muscat Petit Grains ou Muscat de Frontignan. Em Portugal ainda conhecida pelas sinonmias Moscatel Branco e Mosca-tel do Douro, nomes que indicam de forma tcita a sua disperso geogrfi-ca centrada nas freguesias de Favaios, Alij e Sanfins do Douro, por regra a altitudes entre os 500 e o 600 metros. nos vinhos brancos da regio, seja em lote seja como vinho estreme, no conhecido generoso Moscatel de Fa-vaios, que o Moscatel Galego Branco costuma brilhar.

    Malvasia ReiA Malvasia, ou mais correctamen-

    te, o grupo muito alargado das castas Malvasia, ser, muito provavelmente, o exemploporexcelnciadoestereti-po de casta mediterrnica, disseminada desde a antiguidade clssica por toda a bacia mediterrnica. Presume-se que a Malvasia Rei tenha sido introduzida em Portugal a partir da vizinha Espa-nha, tendo viajado desde a Andaluzia

    onde conhecida pelo nome Palomi-no Fino, base para os famosos vinhos de Jerez. Curiosamente foi igualmente aproveitada para dar corpo a vinhos generosos na ilha de Porto Santo, sob o nome Listro, casta hoje em desuso no Vinho da Madeira. Prefere os cli-mas mais quentes e ensolarados, evi-denciando uma sensibilidade extrema ao mldio e odio, bem como alguma susceptibilidade botritis. Adapta-se melhor a solos calcrios e com boa reteno hdrica.

    CdegaAmada por uns e detestada por

    outros, a Cdega uma casta de ex-tremos, de relaes apaixonadas e de dios de estimao. Sabe-se pouco sobre as suas origens e sobre o seu parentesco, embora a enorme variabi-lidade gentica evidenciada demonstre ser uma casta antiga. Em territrio na-cional evidencia uma distribuio geo--grfica peculiar, alongando-se dentro de uma estreita faixa de Norte a Sul, junto raia espanhola. As sinonmias abundam, de acordo com a localizao, incluindo nomes to famosos como Sria e Roupeiro. Produz muito, ofere-cendo aromas primrios entusiasman-tes com notas perfumadas a frutos ci-trinos, muita laranja e limo bem como algumas sugestes de pssego,melo,

    loureiro e flores silvestres.

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  • O Douro > Castas tintas

    Touriga NacionalAlegadamente originria do Do, a Tou-

    riga Nacional igualmente decisiva no Douro, onde ter sido maioritria antes dainvasodafiloxera.umacastanobre

    e muito apreciada, a casta mais exaltada em Portugal, estando hoje disseminada por quase todas as regies nacionais: Alentejo, Lisboa, Bairrada, Setbal, Tejo, Algarve e Aores. A pele grossa, rica em matria corante, ajuda a obter cores in-tensas e profundas. A riqueza de aromas primrios uma das imagens de marca da casta, podendo apresentar-se simultanea-mentefloral e frutada, intensaeentusi-stica. Medianamente produtiva, a Touriga Nacional produz vinhos equilibrados mas com boas graduaes alcolicas, possuin-do uma capacidade de envelhecimento notvel. Espanha, Austrlia, Frana, Brasil, frica do Sul e Califrnia so alguns dos pases e regies que se converteram aos encantos da Touriga Nacional.

    Tinta FranciscaA casta Tinta Francisca uma varieda-

    de mtica mas abandonada durante anos, uma variedade de que muito se fala, sobre a qual muito se teoriza, criando lendas e histrias repletas de magia, convertendo--a numa casta que todos esperam ver um dia renascer e erguer-se como uma das reformadoras da regio, devolvendo uma nova imagem de marca ao Douro. Uma casta essencialmente duriense e trans-

    montana mas regularmente assumida no imaginrio popular como sendo de as-cendncia francesa,daBorgonha.Oque

    certo que a Tinta Francisca apesar de hoje ocupar pouco mais de 40 hectares do Douro est em franca recuperao do prestgio perdido, sendo encarada com o uma das esperanas da recuperao de castas antigas do Douro, elogiada por muitos pelos vinhos que proporciona, mas malquerida por quase todos pelas di-ficuldadesextremasnavinha.umacasta

    de ciclo longo, de abrolhamento mdio e maturao tardia, com vigor elevado e produtividade muito baixa que se apre-senta extremamente sensvel ao odio e em muitos casos ao mldio.

    Tinta Carvalha no vale do Douro que a Tinta Car-

    valha se evidencia e onde concentra a sua distribuio geogrfica. Os registos

    histricos apontam para uma gnese duriense, muito provavelmente com ori-gem no concelho de Sabrosa, lugar onde continua a marcar o encepamento das vinhas. uma casta notria por dar azo a vinhos to ligeiros na cor que em muitas ocasies acabam por ser relegados para a condio de rosados. Cada em claro des-favor, raro assistirmos hoje replanta-o da Tinta Carvalha, uma variedade que continua a sobreviver apenas nas vinhas velhas da regio, onde, por se apresentar como uma casta extremamente produ-

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  • O Douro > Castas tintas

    Touriga Nacional

    tiva, com rendimentos por hectare que chegam a ultrapassar a fasquia impres-sionantedasvinte toneladas, afirmou-se

    como maioritria em muitas das vinhas velhas do Douro.

    AlvarelhoApesar de durante o sculo XIX o

    Alvarelho ter sido reiteradamente con-siderado como uma das melhores varie-dades portuguesas; elogiada de forma entusiasta pelo Baro de Forrester, aca-bou por mais tarde por ser condenada agonia do abandono. A sua presena resume-se ao Norte de Portugal e Galiza, entrecortada nas vinhas velhas que rema-nesceram do passado. E precisamente

    na regio do Douro, nos planaltos mais altos situados em redor de Vila Real, que a casta sobrevive, sobretudo nas vinhas mais velhas, onde alimenta vinhos ligeiros na cor, palhetes e claretes, como desde cedo foram classificados os vinhos da

    casta. Durante muitos anos a casta foi usada como base para os vinhos rosados da regio, aos quais conferia delicadeza e aromas perfumados. No incio da aventu-ra Mateus Ros, quando os vinhos ainda provinham maioritariamente da regio, o Alvarelhocedoseafirmoucomoava-riedade de base para a sua lavra.

    Malvasia PretaComo tantas outras castas portugue-

  • sas tradicionais, tambm a Malvasia Preta corre hoje um perigo real de extino, abandonada por sucessivas geraes de viticultores e enlogos. no nordes-te de Portugal, nas regies do Douro e Do, que a casta mantm presena fsica, ocupando pouco menos de 2.000 hec-tares de superfcie, com tendncia para

    anunciar um rpido declnio. Regular na fasedefloraoepintormasprecocena

    maturao, apresenta-se por vezes com mais de duas semanas de avano em re-lao mdia das castas tintas da regio. Apesar de ser uma variedade rstica e relativamente robusta, sensvel podri-do e muito atreita ao odio, sendo ainda bastante atreita bagoinha. Tinta Carvalha

    Malvasia Preta

    Alvarelho

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  • O Vinho do Porto

  • A presena da vinha e do vinho na regio do Douro muito antiga, remontando aos tempos da ocupao romana no Douro. Depois de perder algum fulgor durante o lon-go domnio muulmano, a cultura da vinha renovou-se com a reconquista crist graas ao estabelecimento dos mosteiros de algumas ordens religiosas no Douro. Sabe-se dos registos histricos que o Douro j era ento uma terra rica em castas autctones, exis-tindo documentos que comprovam algumas das variedades ainda hoje conhecidas e utilizadas.OVinhodoPorto,ovinhofinodoDouro,ganhourapidamentepopularidade

    noimportantemercadoingls,favorecidoportaxasaduaneirasespecialmentefavor-veis,prefernciaacrescidadepoisdacriaoecomercializaodosvinhosfortificados.

    Odinamismoprodutivoecomercialmanteve-seduranteoperodofilipino,assistin-do-seaumrecrudescimentodaproduologoapsarestauraodaindependncia,

    quandocomeouaserusadaapalavravinhofinoparaosmelhoresvinhosdoDouro.

    Com a restaurao e a necessidade de criar e reforar alianas com outros pases face ameaa de Castela, foram dados privilgios de comrcio a mercadores holandeses, franceses e suecos, revogados posteriormente em favor de uma aliana estratgica com Inglaterra que permitiu o acesso aos vinhos portugueses em condies de grande vantagem sobre as restantes naes europeias, antes ainda da celebrao do Tratado de Methuen.OvinhofinodoDouro,favorecidoportaxasaduaneirasmaisfavorveisqueasim-

    postasaosvinhosfranceses,ganhouumacrescentepopularidadenomercadoingls,

    passandoadeterprefernciasobreosdemaisvinhoslogonoinciodosculoXVIII.O

    negciofloresceudetalformaquemuitorapidamentechegaramasprimeirasfraudes,

    como a adio de acar, baga de sabugueiro e outras receitas menos escrupulosas. As burlas atingiram tal proporo que foi instituda a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, demarcando aquela que se viria a transformar na primeira regio demarcada do mundo.ComofimdoreinadodeD.JoseoafastamentodomarqusdePombaldachefia

    do governo a Companhia acabou por perder alguns dos privilgios iniciais enquanto o pas e o Douro viviam sob as incertezas do liberalismo. A segunda metade do sculo XIX acabaria por marcar o ponto de viragem do Douro pombalino para o Douro moderno. Primeiro como odio,mas tarde com a filoxera,muitos vinhedos foram

    reduzidos a mortrios. indiscutvel que o Vinho do Porto foi consagrado como o embaixador do vinho

    portugus,umdosgrandesdomundo.DevemosmuitoaoVinhodoPorto,emimagem,

    emreputaointernacional,emqualidade,emhistriaeemconsistncia.Portugalno

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  • O Vinho do Porto

    estarianomapaenosradaresvnicosdomundonoforaaexistnciadoVinhodo

    Porto. Como em todas as actividades econmicas do mundo, sobretudo entre as que conseguem sobreviver durante vrios sculos, a vida feita de ciclos de bonana e tormenta, alternando entre os ventos favorveis e as tempestades.

    A revoluo da viticultura tem sido um dos pontos altos da lenta transformao do Vinho do Porto, tal como a renovao das adegas, visvel no investimento srio em frio e em equipamentos tecnolgicos, como os lagares robticos. Processos que ajudaram a uma revoluo enolgica no mundo conservador do Vinho do Porto. A liberdade de poder escolher livremente as melhores aguardentes foi uma das principais revolues do Vinho do Porto. Poder at parecer um factor displicente, mas a qualidade e estilo da aguardente comque se realiza a fortificao umdos factores diferenciadores

    fundamentais entre os vinhos do Porto do presente e do passado, permitindo uma melhoriadequalidadeeconsistnciaassinalveis.

    A forte presso exercida pelos principais mercados para ter os vinhos prontos cedo, tanto nas categorias Vintage como Colheita, tornando-os macios e sedutores desde a juventudeumdosgrandesdesafiosmodernosdoVinhodoPorto.Masumadasmaio-resdificuldadesdaregioassentanaconcorrnciavirtualentreoVinhodoPortoeos

    vinhos do Douro, duas denominaes que partilham o mesmo espao e os mesmos recursos, competindo fraternalmente pelas melhores uvas. Uma batalha desigual que se tornar ainda mais salgada ao longo dos prximos anos, sobretudo nas colheitas de anos mais quentes, forando o Porto Vintage a procurar por uvas dos locais mais frescos, dos altos, entrando em competio directa com os vinhos do Douro.

    As perspectivas so no entanto bem melhores do que muitas vezes admitimos. Entre as iniciativas mais saudveis para a recuperao de imagem do Vinho do Porto conta-se o lanamento de edies reduzidas de vinhos de qualidade absolutamente extraordinria, vi-nhos vendidos a preos exorbitantes, que ajudaram a recolocar o Vinho do Porto no mapa dos vinhos de luxo, devolvendo-lhe o prestgio e exclusividade de que ele tanto necessita.

  • Douro Wine Tourism 23

  • RabigatoMaioritria no Douro Superior, foi em

    tempos confundida com a casta Rabo de Ovelha, com a qual no apresenta qualquer familiaridade. Depois de dcadas de esque-cimento o Rabigato ganhou reconhecimen-to; comea hoje a galgar as fronteiras regio-nais para se expandir para sul onde comea a ser experimentada. Em sua defesa ofere-ceacidezfirmeebemequilibrada,elevado

    grau potencial, vivacidade, frescura e estru-tura, caractersticas decisivas em qualquer casta branca. uma casta verstil, que fun-ciona especialmente bem nos lotes como casta dominante, onde a sua acidez viva e penetrante valoriza o conjunto. Prefere terrenos secos, bem drenados, que este-jam situados em cotas elevadas, condies onde d o seu melhor. Em condies muito particularespoderservinificadaemestre-me, consagrando vinhos onde sobressaem asnotasaromticasdeacciaeflordela-ranjeira, que costumam ser acompanhadas por uma mineralidade assanhada, com uma acidez mordaz e penetrante capaz de re-juvenescer os brancos do Douro Superior.

    GouveioO Gouveio frequentemente confun-

    dido com a castaVerdelho, o autntico

    Verdelho da Madeira, tendo no passado aproveitado a prerrogativa especial de poder ser chamado Verdelho. Hoje a cas-ta Gouveio encontra-se disseminada um pouco por todo o territrio de Portugal

    continental, apresentando-se como uma casta produtiva e relativamente tempor, medianamente prdiga nos rendimentos, sensvel ao odio e s chuvas tardias, reve-lando cachos de dimenso mdia e com-pacta que produzem uvas pequenas de cor verde-amarelada. D origem a vinhos deacidezfirme,boagraduaoalcolica,

    encorpados, de aromas frescos e citrinos, comnotasapssegoeanisebomequil-brio entre acidez e acar.

    ViosinhoCasta transmontana, o Viosinho uma

    variedade de valorizao e reconhecimen-to relativamente recente, perfeitamente adaptada para a produo de Vinho do Por-to e vinhos do Douro. Infelizmente tam-bm uma variedade pouco produtiva e que oferece rendimentos muito baixos, o que ajuda a explicar uma popularidade to re-duzida entre a maioria dos viticultores. No sendo uma casta profundamente aromtica, oferece um equilbrio quase perfeito entre acar e acidez, que d origem a vinhos es-truturados, encorpados e potencialmente ricos em lcool. Casta de maturao pre-coce, revela uma sensibilidade estremada ao odio e podrido, preferindo os climas quentes e soalheiros. Por regra os vinhos resultam estruturados e potentes, embo-ra por vezes com alguma falta de vigor e frescura, o que a torna numa casta especial-mente competente para ajudar a estrutu-rar lotes de vinhos brancos.

    O Vinho do Porto > Castas brancas

  • Douro Wine Tourism 25O Vinho do Porto > Castas brancas

    Rabigato

    Viosinho

    Gouveio

  • O Vinho do Porto > Castas tintas

  • Tinta RorizA Tinta Roriz uma das raras castas

    que se pode considerar ibrica, uma das raras variedades a ser plantada e valori-zada nos dois pases da Pennsula, sendo igualmente conhecida pelo nome Arago-ns,sinonmiaobrigatriaquandoacas-ta no plantada nas regies do Do e Douro. uma casta precoce, vigorosa e produtiva, adaptvel a diferentes climas e solos, verstil e condescendente na vinha. Se o vigor for devidamente controlado, a Tinta Roriz produz vinhos que conciliam elegncia com robustez e fruta com especiarias, num discurso profundo e vivo. Por regra prefere os climas mais quentes e secos, solos arenosos ou argilo-calcrios, sendo normalmente as-sumida como uma casta de lote, bene-ficiandorecorrentementedacompanhia

    das castas Touriga Nacional e Touriga Franca no Douro, Trincadeira e Alicante Bouschet no Alentejo e Touriga Nacional e Alfrocheiro no Do.

    Touriga FrancaA Touriga Franca, em tempos chamada

    de Touriga Francesa, a casta tinta mais plantada no Douro. A sua popularidade justifica-sepelaversatilidade,elevadapro-dutividade, equilbrio e consistncia da

    produo,bemcomopelaresistnciage-ral a doenas. Desenvolve-se num ciclo ve-getativo longo, expondo cachos de bagos mdios e arredondados, proporcionando

    vinhos ricos em cor. A casta assume-se como um dos pilares fundamentais dos lotes durienses, contribuindo de forma efectiva tanto para o Vinho do Porto como para os vinhos do Douro. Entre os seus atributos constam taninos intensos e fruta farta, proporcionando vinhos de corpodensoeestruturafirmeemborasi-multaneamente elegantes. Aromaticamen-tepredominamasnotasfloraisderosas,

    floressilvestres,amoraseesteva,surgindo

    frequentemente associada com as castas Tinta Roriz e Touriga Nacional.

    SousoA origem da casta inegavelmente

    minhota, regio onde conhecida pelo nome Vinho, tendo emigrado para a re-gio do Douro, onde sempre foi conheci-da como Souso. Um dos principais atri-butos que particulariza a casta Souso a cor preta escura e intensa que acrescenta aos vinhos, dando corpo a vinhos pretos, escuros e opacos, fechados e quase impe-netrveis luz, vinhos com alguma rudeza e rispidez nos taninos e na acidez. Foram precisamente estas caractersticas to peculiares que a tornaram to apetecvel no Douro, onde a sua capacidade corante foi rapidamente apreciada para o Vinho do Porto. a casta tinta mais cultivada na regio do Vinho Verde, oferecendo vinhos rsticos, de acidez muito elevada, not-rios pela acidez inquieta, e est em franco crescimento na regio do Douro.

    O Vinho do Porto > Castas tintas Douro Wine Tourism 27

  • Tinta BarrocaFaz parte do grupo elitista das cinco

    castas recomendadas para o Douro, sen-do uma das que ocupa maior superfcie de plantao. Generosa no rendimento, prdiga no grau alcolico potencial, a Tinta Barroca consegue combinar pro-dues elevadas com um grau potencial igualmente elevado. Convive mal com os excessos de calor e com o stress hdrico, convertendo-se em passa com demasiada facilidade em condies extremas. Media-na na produo e resistente a doenas e pragas, a Tinta Barroca d corpo a vinhos de cor intensa, suaves mas rsticos, de elevado potencial alcolico. Curiosamen-te assumiu um protagonismo desusado na frica do Sul onde usada com re-gularidade tanto nos vinhos tranquilos como nos vinhos generosos.

    Tinto CoFaz parte do encepamento tradicional

    das regies do Douro e Do, embora se presuma ser originria do Douro onde apresenta maior variabilidade gentica. A sua viabilidade j esteve em risco, por ser uma casta que apresenta rendimen-tos muito baixos, que a tornam pouco popular junto dos viticultores. Possui ca-chos muito pequenos revestidos por uma pelcula densa e grossa que lhe garante resistnciaadequadaaosataquesdeml-dio e podrido, apresentando-se como uma variedade de maturao tardia. A boca evidencia a grandeza de uma casta perfeitamente equilibrada entre taninos, acidez e acar, dura nos taninos, mate-rializando-se em vinhos florais, densos,

    slidos e duradouros. frequentemente lotada com as castas Touriga Nacional e Tinta Roriz.

    O Vinho do Porto > Castas tintas

  • Douro Wine Tourism 29O Vinho do Porto > Castas tintas

    Tinto Co

    Souso

    Tinta Barroca

    Touriga FrancaTinta Roriz

  • O Essencial sobre a Prova do Vinho

  • Douro Wine Tourism 31

    IntroduoCom certeza que no lhe apetecer adquirir o hbito de escrever longas e deta-

    lhadas descries sobre cada um dos vinhos que prova, anotando dezenas e dezenas de notas de prova caracterizadas por uma linguagem rebuscada. Com certeza que no ter como ambio de vida anotar todas as sensaes que o vinho lhe transmite, deixando de lado o prazer puro de desfrutar de um vinho para transformar o acto de beber num mero trabalho, mais ou menos enfadonho, uma canseira que incomoda tan-to a si como aos que o rodeiam. Certamente no querer deixar-se enredar na escrita de notas de prova mais ou menos pretensiosas e que na realidade pouco acrescentam satisfao de beber um vinho.

    A verdade que para obter prazer com o vinho no necessrio adoptar com-portamentos estranhos, que aos outros podem parecer ridculos ou presumidos, no preciso cuspir e sorver o vinho com fora, no necessrio encontrar descritivos requintadoseimaginativosparaodescrever,noobrigatrioficarafalarsobreele

    durante toda a refeio. Podemos mesmo confessar que o vinho no mais que o acompanhamento perfeito para os momentos verdadeiramente importantes da vida, para harmonizar uma refeio, para alimentar uma conversa entre amigos, para acom-panharumbomlivroouummomentodereflexo.

    Aatitude intermdia,entrequemsededicaprofissionalmenteaovinhoequemo

    bebe sem sequer lhe prestar ateno, aquela que consegue proporciona maior prazer. Paratal,parapoderdesfrutardovinhonasuaplenitude,bastaatentaraostrsaspectos

    fundamentais do vinho: a cor, ou aspecto do vinho, o cheiro e o paladar. Claro que po-der tomar apontamentos, se assim o desejar, sobretudo para memria futura, embora tal tarefa esteja longe de ser considerada essencial para o desfrute do vinho.

    O Essencial sobre a Prova do Vinho

  • A visoSe no pudermos ver bem o que estamos a beber sentimo-nos inseguros para avaliar

    o que vemos e cheiramos. Apesar de preconceituosas e potencialmente enganadoras, as informaestransmitidaspelosentidodavisosoessenciaisparaanossaconfianaa

    avaliar qualquer vinho. Apesar de a cor revelar muito pouco sobre a qualidade e perso-nalidade do vinho, o nosso crebro precisa dessa informao para conseguir processar ainformaoquetransmitidapelossentidosdoolfactoedopaladar.Masafinaloque

    analisar com o sentido da viso?O vinho dever apresentar-se efectivamente lmpido e brilhante, independentemente

    da cor e tonalidade, independentemente de estarmos perante um vinho branco, rosado, ou tinto. Os vinhos enevoados e/ou nebulosos devem ser evitados, salvo em situaes extremas de velhice ou em caso de agitao dos sedimentos, aquilo a que vulgarmente chamamos de depsito. A maioria dos vinhos actuais apresenta-se cristalina e sem qual-quer trao de turbidez.

    Os sedimentos so menos vulgares nos vinhos brancos que nos vinhos tintos, embora sejam possveis, denunciando por regra que o vinho j apresenta alguma idade e que muitoprovavelmentenotersidofiltrado.Porseramargoeportransmitirsensaes

    desagradveis, para alm de se revelar esteticamente pouco agradvel, o depsito de-ver manter-se na garrafa em vez de ser descuidadamente despejado para o copo. Tal

    O Essencial sobre a Prova do Vinho

  • Douro Wine Tourism 33O Essencial sobre a Prova do Vinho

    circunstncia recomenda que os vinhos com depsito sejam previamente decantados, isto , que sejam cuidadosamente vertidos da garrafa original para um decanter ou uma jarra transparente, permitindo dessa forma a separao entre o vinho e os sedimentos. Emboraasnuancesdecordosvinhosbrancossejamenossignificativaqueavariao

    de tonalidades nos vinhos tintos, a verdade que podem variar entre o incolor absoluto mais prprio dos vinhos de clima mais frio e o amarelo carregado mais tpico dos vinhos de clima quente, dos vinhos doces ou dos vinhos brancos que contam j com alguma ida-de. Ao invs dos vinhos tintos, os vinhos brancos tornam-se mais escuros com o passar do tempo e ganho de idade.

    A cor dos vinhos tintos oferece mais indicaes sobre o estilo do vinho e sua pro-venincia.Osvinhostintosperdemgradualmenteacor,muitasvezesnaformadedepsito,

    oquesignificaquesetornammaisplidoscomaidade,evoluindodesdeopretofechadoe

    concentradoataovermelhorubi,acordetijoloefinalmenteoambarinoacastanhado.De-ver prestar uma ateno especial ao menisco do vinho, ao anel formado no rebordo do copo quelheindicacomalgumaprecisoatendnciafuturaeactualestgiodeevoluodovinho.

    As famosas lgrimas so por vezes tomadas como um sintoma de qualidade quando na prtica representam unicamente um vinho mais alcolico e/ou com maior teor de acar, podendo ainda depender do tipo de detergente utilizado na limpeza do copo. No se deixe portantoinfluenciarpelaformaodelgrimasnoscopos,sejamelasligeirasouintensas.

  • O Essencial sobre a Prova do Vinho

  • Douro Wine Tourism 35

    O sentido do olfactoApesar de pouco desenvolvido nos seres humanos, o olfacto o mais importante

    dos cinco sentidos na apreciao do vinho. O olfacto funciona como um preldio da gratificaoevocando,recordaesdopassado,evocaesdainfncia,memriasvivas

    de pessoas, lugares, emoes e sensaes. de muito longe o sentido mais importante, tanto na prova olfactiva propriamente dita como no momento de beber o vinho.

    A maioria do que habitualmente descrevemos como sabor na verdade simples-mente aroma, circunstncia facilmente perceptvel e empiricamente comprovvel pela experincia de que no somos capazes de saborear a comidaou a bebida quando

    estamos constipados e, consequentemente, com as vias nasais obstrudas.Os aromas do vinho variam em funo de diversos parmetros, especialmente da

    casta ou castas utilizadas no lote, da localizao das vinhas e do tipo de viticultura adoptado,dosmtodosdevinificaoempreguesedoposteriorenvelhecimentoem

    garrafa. Pode-se dizer, ainda que de forma genrica, que os aromas podem ser divididos em diferentes categorias, entre as quais os aromas frutados (limo, pera, morango, cereja,etc.),minerais(calcrio,grafite,minadelpis,pdetalco,etc.),animais(caa,

    couro, l molhada, urina de gato, etc.), especiados (pimenta preta, cravinho, canela, ce-dro,etc.),frutossecos(avel,noz,amndoa,boloingls,etc.),queimados(alcatro,caf,

    torrada, chocolate, etc.) e qumicos (sulfdrico, enxofre, etc.).Curiosamente a maioria do vinho, com a notvel excepo dos vinhos elaborados

    com a casta Moscatel, no cheira a uva. O processo de fermentao das uvas acrescen-tanovosaromasenovassequnciasdemolculasodorferasqueadicionamtodosos

    aromas que se podem encontrar num copo de vinho.

  • InflunciasApesar de dever manter-se longe de fundamentalismos a verdade que o local de

    prova deve ser o mais neutro possvel quanto a aromas, distanciado de qualquer fonte de cheiros intensos. Por isso, sempre que pretender provar um vinho dever ter o cui-dado de se abster de usar perfumes, after-shave ou guas-de-colnia, ainda que media-namente intensas. Pelas mesmas razes no devero estar presentes na sala alimentos crus ou cozinhados de cheiro forte e marcante. Lembre-se ainda que fumar um acto absolutamente proibido em qualquer momento da prova.

    Lembre-se no entanto que o olfacto humano um dos sentidos mais sensveis e simultaneamente um dos mais preguiosos. Qualquer aroma intenso, por muito forte e veemente que se apresente, deixa de ser perceptvel aps alguns minutos de convi-vncia.Porisso,quandoestiveraprovarumvinho,deverteratenoparanoseen-tusiasmardemasiado,perdendohorasacheiraromesmovinho.Confienasprimeiras

    impressestransmitidas,porqueoseunarizirrapidamenteficarincapazdedescobrir

    quaisquer novas sensaes aps uma exposio mais ou menos prolongada.Existem alguns factores importantes que determinam e afectam as sensaes que

    retiramos do que cheiramos. Para alm do cansao precoce do sentido de olfacto com aromas repetidos e da nossa incapacidade para continuar a reconhecer um aroma recalcado, a percepo dos aromas depende da temperatura a que o vinho servido, afectando a forma e velocidade com que os aromas so volatilizados. Genericamente podemos dizer que quando o vinho servido a temperaturas mais altas a volatilizao de lcool e aromas mais rpida e imediata, enquanto a temperaturas mais baixas se nota maior relutncia na libertao de aromas.Asequnciacomoosvinhossoprovadosigualmentedeterminante.Temosten-

    dnciaparaacreditarfisiologicamentequeumcheirofrescomaislmpidoeintenso

    queoanterior,talcomotemostendnciaparacomparararomasentrevinhos,con-dioquepodebeneficiarouprejudicarumvinhoemrelaoaoutro.Finalmenteo

    copo, cujo formato influencia omodo como percepcionamos o vinho.O tamanho

    do copo, a forma do corpo e o tamanho da abertura condicionam o modo como os aromas so concentrados ou dispersos, a forma como os aromas atingem o nariz. Por isso, e independentemente da marca e/ou modelo utilizados, ao compararmos vinhos devemos usar sempre o mesmo modelo de copo, nica forma justa de poder tecer comparaes.

    O Essencial sobre a Prova do Vinho

  • Como cheirarPode limitar-se a erguer o copo at ao

    nariz e cheirar intensamente, com uma inalao profunda. No entanto as emana-es sero muito mais intensas se voltear o copo com alguma energia, permitindo deste modo uma maior volatilizao dos aromas. Tenha no entanto ateno para que numa primeira fase, durante o pri-meiro instante da prova, dever cheirar o copo antes de o agitar. As molculas odorferas variam no grau de delicadeza e volatilidade, na capacidade de se vapo-rizarem. As mais delicadas emergem de forma natural e seriam perdidas se co-measse logo por agitar o copo. Inspire cuidado mas intensamente para se aper-ceber dos aromas transmitidos.

    No momento seguinte volteie o copo com energia para ajudar a soltar os aro-mas, facilitando a evaporao de todos os cheiros. Para tal ir necessitar de alguns segundos de concentrao, tentando iden-tificarosaromasquesesoltam.Resista

    tentao de descobrir aromas por simpa-tia, pela simples necessidade de encontrar um aroma qualquer. Alguns vinhos no transmitem qualquer aroma e deve estar preparado para essas eventualidades.

    No se esquea que algumas molcu-las odorferas s se libertam depois de um contacto prolongado com o oxignio. Por isso importante voltar a cheirar o copo depois de vazio, aquilo que na gria se chama o cheiro de fundo de copo.

    O Essencial sobre a Prova do Vinho Douro Wine Tourism 37

  • O Essencial sobre a Prova do Vinho

  • O paladarEmbora as papilas gustativas detectem unicamente um nmero muito reduzido de

    sabores bsicos e no volteis, a verdade que desempenham um papel crucial na avaliao do vinho. Os cinco sabores primrios capazes de serem diferenciados pelas papilas gustativas so o doce, o cido, o amargo, o salgado e o umami, sabor de con-cepoorientaledefinioetraduodifcilquepodesertraduzidocomosaboro-so, presente em muitos alimentos, desde a soja ao queijo, e vulgarmente adicionado comida oriental sobre a forma de glutamato monossdico, aditivo que de forma naturalouartificialacrescentariquezaecomplexidadeamuitospratosorientais.As

    papilasregistamaindaaadstringnciadostaninosoudoscidos,arudezadotanino,

    amaciezadogliceroletrsoutrosaspectosdecisivosnaavaliaodequalquervinho,

    opesooucorpo,oequilbriodesaboreseocomprimentofinal.

    O peso ou corpo detectado atravs do lcool, do glicerol, do tanino do acar e dos restantes elementos no lquidos que em conjunto so conhecidos como ex-tractos.evidentequecadapessoateroseugraudesensibilidadeedeexperincia,

    peloquecadaumsentirumaexperinciadiferenteeindividual.Tendoemcontaque

    a lngua tem reas diferenciadas e que so supostamente sensveis a cada um dos elementos primrios, importante que ao provar um vinho o bocheche de forma a maximizar a exposio a todas as papilas gustativas presentes na boca.

    Provar versus beberBeber vinho representa essencialmente recreao, um momento de satisfao e

    prazer em que nos deliciamos com as sensaes sem pensar demasiado nelas. Provar vinho implicaumactodeliberadodeexameeobservao,umareflexoprecisae

    desapaixonada, uma avaliao impiedosa dos defeitos e virtudes de cada vinho. En-quanto beber representa prazer, provar representa trabalho. Enquanto beber implica procuraredesfrutardasvirtudesdovinho,provarenvolveaprocuraeidentificao

    dos eventuais defeitos do vinho.

    O Essencial sobre a Prova do Vinho Douro Wine Tourism 39

  • O Essencial sobre a Prova do Vinho

  • Douro Wine Tourism 41

    Os quatro componentes funda-mentais

    fundamental conseguir entender os sabores primrios, as suas origens e consequnciasnosabordosvinhos.

    AcidezO amargor traduz o grau de acidez,

    o que encontramos em grande abun-dncia no sumo de limo e no vinagre. Enquanto o excesso de acidez mos-tra ser profundamente incomodativo, acrescentando uma desagradvel sen-sao de azedo, a acidez em si um dos constituintes mais importantes do vinho, proporcionando frescura e um leve travo picante. Doura e acidez so dois factores que costumam andar de mos dados na fruta e no vinho, essen-ciais para se complementarem e equili-brarem. Encontrar o equilbrio perfeito entre acar e acidez uma das tarefas mais importantes e, simultaneamente, uma das tarefas mais difceis no mundo do vinho.

    Em todos os vinhos encontramos vrios tipos de cidos, sendo o cido tartrico o mais comum, seguido dos cidos mlico, ctrico, lctico, actico e succnico. Curiosamente, quanto maior for o grau de doura do vinho, maior a necessidade de uma acidez elevada para ajudar a contrabalanar a doura, de tal forma que o vinho no se trans-forme em algo simplesmente enjoativo.

    A diferena mais notria entre um bom vinho doce, seja ele um Moscatel, um Vinho do Porto, um Vinho da Madeira ou um vinho de colheita tardia, reside no grau de acidez que exista para com-pensar a doura presente. Um vinho que se apresente extra seco, por sua vez, dever ser mais parcimonioso na acidez, sob risco de se mostrar dema-siado acre e azedo.

    Dever ter cuidado para no confun-dir acidez com secura. Um pouco de doura um dos truques mais utiliza-dos por produtores pouco escrupulo-sos de todo o mundo para mascarar vi-nhos de qualidade duvidosa. A acidez especialmente importante no universo dosvinhosbrancosjque,naausncia

    detaninos,afigura-secomooelemento

    essencial na formao da estrutura dos vinhos.

    Doura/SecuraA fermentao das uvas, a transfor-

    mao de sumo de uva numa bebida alcolica, representa a transformao e consequente desdobramento em lcool do acar contido nas uvas. No entanto, e apesar de ser muito mais seco que o sumo de uva inicial, o vinho pode ain-da conter algum acar, aquilo que se chama acar residual, a quantidade de acar original que no foi convertida em lcool. Os vinhos podem ser extra secos, secos, mdios, doces ou muito

    O Essencial sobre a Prova do Vinho

  • doces, dependendo da quantidade de acar persistente no vinho. Mesmo os vinhos extra secos contm, apesar de

    no o demonstrarem, uma percenta-gem mnima de acar. O teor de acar pode variar entre menos de um grama at mais de duzentos gramas, sabendo--se que a maioria dos vinhos secos se si-tua num intervalo entre os dois e cinco gramas de acar por litro. O lcool, tal como a glicerina, potenciam a sensao de doura e ajudam a suavizar o vinho, tornando-o mais macio e sedoso.

    AmargorO amargor menos importante no

    universo do vinho, embora um nmero muito considervel de vinhos, sobretu-do tintos, deixe a boca com uma forte sensao de amargor. Dever ter especial cuidado em no confundir a sensao de amargor com tanino, impresses diferen-tes que so facilmente confundidas. O amargor um sabor enquanto os tani-nos so uma sensao tctil. As origens podem ser mltiplas, desde a prpria casta de uva a taninos no maduros, ex-traco excessiva ou demasiada madeira nova. A percepo na boca semelhante presena de quinino na gua tnica ou ingesto de caf puro, sem adio de acar ou adoantes.

    Ao contrrio da acidez e do acar o amargor no fundamental para a estru-tura do vinho.

    SalgadoApear de habitual e vital nos alimen-

    tos, o sabor salgado raramente iden-tificado no vinho, sendo considerado

    universalmente como o sabor menos relevante na avaliao do vinho. Os vinhos secos de Jerez simbolizam um dos poucos estilos de vinhos em que a percepo salgada est habitualmente presente.

    Sensaes tcteisUm dos ingredientes do vinho mais

    fceisdeidentificar,capazesdeserindu-tores de sensaes fortemente desagra-dveis em determinadas ocasies, so os taninos. Taninos ou polifenis que podem surgir no vinho atravs das grainhas, da pele, do engao ou, no caso dos vinhos com estgio em madeira, das barricas de madeira onde o vinho estagiou.A presena e identificao do tanino

    so particularmente evidentes no ch preto, bebido puro e sem adio de a-car,ounapelefinadasnozes.Asensao

    provocada pelo tanino frequentemente rude e grosseira, ressequindo as gengivas e secando e encortiando as mucosas, oferecendo uma sensao agressiva de amargor que quando excessiva se torna absolutamente desagradvel.

    Tal com os vinhos brancos destinados a serem envelhecidos necessitam de uma acidezpungentenafasedaadolescncia,

    os vinhos tintos necessitam de taninos

    O Essencial sobre a Prova do Vinho

  • veementes na juventude, actuando como um conservante natural que prolonga a vida dos vinhos tintos. medida que os vinhos vo amadurecendo os taninos co-meam a perder protagonismo, desenvol-vendo sabores mais suaves e delicados. Apesar de o tanino ser muito mais im-portante e de presena obrigatria nos vinhos tintos, alguns vinhos brancos pos-suem igualmente uma quantidade apreci-vel de taninos.Masassensaestcteisnoprovm

    somente dos taninos. O lcool igual-mente determinante na percepo de

    corpo ou leveza. Podemos dizer que o corpo de um vinho a medida indica-dora do extracto seco e lcool que con-tm.Comfrequncia,quantomaiorfor

    o teor alcolico maior ser a sensao de peso, quanto menor for o teor alco-lico maior ser a sensao de leveza, facto que pode ser perturbado pela pre-sena de acar no vinho ou pela pre-sena de gs carbnico.

    Vinhos com maior ndice de lco-ol apresentam-se regularmente mais quentes e mais espessos, por vezes viscosos e glicerinados.

    O Essencial sobre a Prova do Vinho Douro Wine Tourism 43

  • Principais defeitosApesar de a qualidade mdia ter vindo a subir ao longo das duas ltimas dcadas e

    de a larga maioria dos vinhos actuais raramente apresentar defeitos graves, sempre tileconvenientesaberidentificarosdefeitosmaiscomunsnouniversodovinho.

    TCA a abreviatura mais comum da palavra tricloroanisole, de dico sempre difcil,

    palavra que designa um composto que possui um cheiro particularmente repulsivo a uma mistura de bolor, carto molhado e poeira. A causa mais comum para a sua manifestao no vinho assenta em rolhas de cortia natural contaminada. O TCA pode atacar qualquer tipo de rolha de cortia, incluindo as mais caras, e considerado como o defeito mais comum presente em garrafas de vinho. No incio dos anos noventa dosculopassadoaincidnciadeTCAtornou-separticularmentegravechegandoa

    atingir,deacordocomalgumasfontes,umaincidnciaaproximadade10%.Hojeataxa

    deocorrnciadeTCAsubstancialmentemenor,aproximando-se,deacordocomas

    mesmasfontes,devaloresquenodeveroultrapassaros3%deocorrncias.

    Dixido de enxofreO enxofre um dos anti-spticos naturais mais antigos, utilizado virtualmente em

    todos os vinhos desde os tempos imemoriais da pr-histria vnica. Protege o vinho do oxignio e o seu uso essencial em todos os tipos de vinho. Quando

    presenteemdoseselevadas,porm,podeseridentificadocomoabaforada

    acre de um fsforo acabado de apagar. Os aromas podem ser dissipados com a decantao e um arejamento forte.

    O Essencial sobre a Prova do Vinho

  • O Essencial sobre a Prova do Vinho

    OxidaoOxidao um termo genrico e difcil de caracterizar que descreve os defeitos do

    vinho resultantes da absoro de um excesso de oxignio. A oxidao um defeito tpico nos vinhos mais leves e delicados, fazendo com que ganhem um sabor inspido e cansado nos vinhos brancos, azedo ou doce nos vinhos tintos. Alguns vinhos so deliberadamente oxidados, isto , so expostos propositadamente ao oxignio com consequnciasagradveiscomooVinhodoPortoTawny,oVinhodaMadeiraeoMos-catel de Setbal.

    BrettanomycesAformamaisfcildeidentificarestedefeitoimaginarpeloderato,cheiroanimal

    forte, aroma de estbulo ou de sela de cavalo. O defeito, que em pores mnimas pode chegar a ser considerado uma virtude, deve-se a uma contaminao bacteriolgica que se aloja na adega, sobretudo em madeira velha, e que j demonstrou ser de difcil remoo.

    Sulfito de hidrognioMuitasvezesidentificadosimplesmentecomosulfdrico,produzaromasmuitodesa-

    gradveis a ovos podres ou borracha queimada. O defeito poder ser corrigido com um arejamento feroz do vinho, ou deitando uma pequena moeda de cobre no copo. Se no for tratado a tempo na adega, com o passar do tempo o sulfdrico poder trans-formar-se em mercaptanos, passando a exibir aromas repugnantes de esgoto, cebola e alho. Neste caso no h qualquer soluo possvel para salvar o vinho.

    ActicoO vinho j ultrapassou h muito a fase de oxidao e passou a exibir aromas de

    vinagre. Neste caso no h qualquer soluo possvel para salvar o vinho.

    Douro Wine Tourism 45

  • TemperaturasAtradiomandaquebrancoserosssejamservidos frios,deprefernciaquase

    gelados. A mesma tradio impe que os vinhos tintos sejam servidos temperatura ambiente.Averdadequeatemperaturadeserviotemumainflunciaprofundanaforma como podemos apreciar o vinho, tanto no nariz como na boca. Se servirmos dois copos iguais e com o mesmo vinho podemos ter a certeza que sero entendi-dos como dois vinhos absolutamente distintos. Torna-se por isso impossvel pretender comparar vinhos servidos a temperaturas diferentes.

    Quanto mais elevada for a temperatura, mais facilmente se volatilizam as substncias aromticas, proporcionando mais fragrncias e aromas mais intensos ao sentido do ol-facto. Ou seja, os aromas so exaltados a 18C, diminudos a 12C, e quase inexistentes a 8C. Por outro lado a evaporao do lcool passa a ser dominante a partir dos 20C, sobrepondo-se a todos os restantes aromas. Da mesma forma, podemos acrescentar que as papilas gustativas so literalmente anestesiadas a temperaturas abaixo dos 6C o que nos permite criar balizas de servio.

    compreensvel que os vinhos no devam ser servidos acima dos 20C, pois arrisca-mo-nos a no sentir seno o lcool no nariz, tal como no devem ser servidos abaixo dos6C,jqueaspapilasgustativasficamanestesiadasabaixodessatemperatura.

    Vinhos doces, temperaturas baixasOs principais parmetros para estabelecer as regras de temperatura so o teor de

    acar, grau de acidez, tanino, grau alcolico e eventual presena de gs carbnico. Quanto mais elevada for a temperatura, maior ser a sensibilidade do palato doura. Por isso os vinhos doces devem ser servidos a temperaturas mais baixas que o habitual de modo a contrabalanar a doura presente.

    Quanto menor for a temperatura, maior ser a nossa sensibilidade para a adstrin-gncia dos taninos. Por isso omesmo vinho tinto pode ser consideradomagro e

    suave quando servido a 21C e extremamente adstringente a 12C. A temperatura desempenha ainda uma tarefa crucial na libertao de gs carbnico, sobretudo nos vinhos espumantes. Quanto mais elevada for a temperatura, mais rpida e intensa ser alibertaodegs,significandoqueumvinhoespumanteservidoa18Cpossaapre-sentar um comportamento violento e agressivo. Tal realidade implica que os vinhos espumantes devem ser servidos a temperaturas muito baixas, condicionando dessa forma a libertao de gs para nveis civilizados que os tornem agradveis.

    No se preocupe se o vinho for servido a uma temperatura ligeiramente abaixo

    O Essencial sobre a Prova do Vinho

  • da temperatura ideal. Vai reparar que a evoluo da temperatura no copo rpida, galopante. Podemos, ento, elaborar uma lista de temperaturas de servio que, ainda que genrica, serve como base segura para a maioria das ocasies:

    O Essencial sobre a Prova do Vinho Douro Wine Tourism 47

    Brancos: 10C a 12CBrancos complexos: 12C a 14CTintos: 15C a 17CTintos complexos: 16C a 18CEspumantes: 8C

    Vinho do Porto Tawny, Madeirae Moscatel: 14CVinho do Porto Vintage: 16CColheitas tardias: 6C a 8C

  • O Essencial sobre a Prova do Vinho

  • Douro Wine Tourism 49

    Mitos do vinhoO vinho est repleto de mitos, proibies e tabus, certezas e incertezas. Existem

    mitospara todosos gostose feitios, fantasiasqueolidemenfilose consumidores

    casuais, especialistas e amadores. Como sempre mitos e fantasias representam apenas um desconhecimento que se baseia em certezas absolutas, sem qualquer fundamento objectivooucientfico.Aslendasdovinhofornecemexplicaesplausveis,eatcerto

    pontoromnticas,paracoisasquenotmexplicaocientficacomprovada,oupara

    realidades do dia-a-dia que no dominamos.A linguagem do vinho j por natureza complicada, com uma terminologia e um

    discurso nem sempre compreensveis. Os mitos encarregam-se de adicionar ainda mais rudoeperturbaodificuldadedecomunicao.Sonovasevelhascrenas,histrias

    passadas de gerao em gerao, interpretaes deformadas da realidade. Mitos anti-gos e modernos. Muitos esto to enraizados no imaginrio popular que acabaram em certezas absolutas difceis de contrariar. Eis algumas das histrias mais comuns.

    Quanto mais velho melhorumadas frasesmaisutilizadas. Infelizmenteaafirmaoraramenteverdadeira

    e raros so os vinhos que sabem envelhecer com sade. A maioria dos vinhos foi pensada para serem consumidos num prazo relativamente curto. A maioria dos vinhos ros tem um perodo de vida til de um ano, os brancos de dois anos, os tintos entre quatro a cinco anos. No espere pois demasiado tempo para abrir as suas garrafas. Os poucos vinhos pensados para durar anos, dcadas, so vinhos excepcio-nais e infelizmente, por regra, muito caros.

    Um Reserva ser melhor que um vinho normal. As palavras Reserva, Colheita Seleccionada ou Garrafeira so uma garan-tia de qualidadeInfelizmentearealidadenoconfirmaestateoria.Aadjectivaonoestdirecta-

    mente relacionada com a qualidade do vinho, determinando antes o perodo mnimo de estgio em garrafa e/ou barrica. Indicaes como Colheita dos Scios, Colheita Seleccionada,SelecoEspecial,ReservaPessoalououtrasrefernciassomen-sagens sem qualquer vnculo legal e sem associao directa com a qualidade do vinho. Por si s, so palavras pouco ou nada dizem sobre o vinho.

    O Essencial sobre a Prova do Vinho

  • Um vinho DOC (Denominao de Origem Controlada) ser neces-sariamente melhor que um vinho Regional

    No necessariamente. Para que um vinho tenha o direito de ostentar o nome de uma denominao de origem controlada ter de obedecer a regras claras, nome-adamente quanto ao uso das castas autorizadas e recomendadas para essa mesma DOC. Basta que um produtor recorra a castas no contempladas para essa mesma regio,mesmoquemelhores,paraficarimpedidodeusaronomedadenominao.

    Vinho de Mesa sinnimo de vinho mauAqualidadedoVinhodeMesacomfrequnciapoucoentusiasmanteeraramente

    merece grandes consideraes. Existem no entanto excepes e por vezes o Vinho de Mesa a soluo possvel para alguns produtores. A legislao portuguesa no permite um lote que abranja vinhos provenientes de duas regies diferentes. Nesse caso, tal como no caso da utilizao de uma casta proibida pela legislao regional, a nica soluo seria despromover esse vinho para a categoria Vinho de Mesa.

    Vinhos mais caros so melhoresSeguramente que no, e os exemplos a provar o contrrio abundam. Num mer-

    cado livre o preo dos vinhos determinado no s pelos custos de produo mas tambm pela sua escassez, pela moda, pelo empolamento feito pela comunicao social, por boas campanhas de promoo, etc.

    O vinho branco no consegue envelhecer e tem de ser bebido o mais depressa possvel

    Os vinhos brancos pensados para serem envelhecidos so relativamente raros, mas existem exemplos vivos de vinhos que envelhecem de forma admirvel. Os vinhos da casta Alvarinho, da casta Encruzado e da casta Bical e das regies mais latas do Douro so os melhores exemplos portugueses.

    O vinho ros uma mistura de vinho branco com vinho tintoO vinho ros elaborado exclusivamente com uvas tintas. S o vinho palhete

    pode ser elaborado de um lote contendo uvas tintas e uvas brancas. So as peles, ou melhor, a matria corante existente nas cascas das uvas tintas que acrescentam cor ao vinho tinto. Quanto maior for o contacto com as peles, mais intensa ser a cor resultante. Os vinhos rosados passam pouco tempo em macerao com as

    O Essencial sobre a Prova do Vinho

  • Douro Wine Tourism 51

    pelesecomotalnotmespaoparaextrairmuitamatriacorante.Ovinhore-sultante frui assim de uma cor mais aberta e rosada.

    Os verdadeiros grandes vinhos no sabem bem enquanto jovens e s melhoram com a idade

    No acredite nisso! Os grandes vinhos so soberbos desde a nascena e no se transformam por milagre tardio. Um mau vinho nunca se transformar num bom vinho.

    O bom vinho o vinho do lavrador. Os outros esto cheios de qu-micos e outras coisas esquisitas

    Raramente assim , e s por milagre tal poderia acontecer. Na verdade, a maioria dos vinhos de lavrador apresenta uma srie de defeitos bacteriolgicos. O vinho um produto alimentar que deve seguir normas de higiene precisas e severas e que norecebeaditivos,corantesouconservantesartificiais.

    Os vinhos mais velhos devem ser sempre decantadosPor estranho que parea mais importante decantar os vinhos jovens en-

    quanto jovens do que na fase adulta. Os vinhos mais velhos, pela sua extrema fragilidade, raramente aguentam o choque da decantao. Pelo contrrio, os vinhos mais jovens precisam de sofrer um choque de oxignio que os liberte do engarra-famento recente e do ambiente redutor da garrafa. Quando o vinho cria depsito, mesmo no caso de vinhos velhos, no h alternativa possvel decantao do vinho.

    O depsito um defeito?No, o depsito representa um processo natural da precipitao sendo absolu-

    tamenteinofensivo.Odepsitoumaconsequncianaturaldoenvelhecimento

    do vinho. Tal como os tintos, os vinhos brancos tambm podem apresentar de-psito sob a forma de tartaratos, pequenos cristais brancos que se assemelham a pedaos de vidro ou gros de acar. Tambm aqui o depsito absolutamente inofensivo.

    O depsito na garrafa sinal de qualidade?No,significaapenasqueovinhonofoifiltradodeformaagressiva.Nadagaran-

    te sobre a qualidade do vinho.

    O Essencial sobre a Prova do Vinho

  • Quando abro um vinho devo deixar o vinho respirar, retirando a ro-lha uma hora antes de ser servido

    Apesar de ser uma prtica recorrente no tem qualquer utilidade. A superfcie em contacto com o ar to limitada para o volume a oxigenar que os resultados prticos so nulos. A nica alternativa vlida ser a decantao do vinho.

    As lgrimas no copo so um indicador de qualidadeA formao de lgrima irrelevante e no constitui nenhum indicativo

    de qualidade.Quantomaior,oteoralcolicoe/oudeacar,maiorseratendnciapara a criao de lgrimas. Por outro lado, o tipo de detergentes usados na lavagem dos copos pode induzir ou inibir o aparecimento da lgrima.

    Depois de aberto o vinho transforma-se em vinagreEventualmente, mas esse um processo moroso, que s poder acontecer aps

    um longo perodo de garrafa aberta. Depois de abertos os vinhos oxidam e esse o sintoma e o defeito detectado.

    O vinho tinto benfico para a sade; o vinho branco noNoexistemprovascientficasquesustentemessaafirmao.Evidentementeque

    consumido em excesso o vinho ser sempre prejudicial, independentemente de con-sumir vinho branco ou tinto.

    O peixe deve ser harmonizado com vinho branco e a carne com vi-nho tinto

    Estas so regras rgidas do passado. A harmonia entre comida e vinho depende no s da matria-prima mas tambm da forma como cozinhada. Um peixe grelhado ne-cessita de um acompanhamento distinto de um peixe assado, da mesma forma que um bife de atum tem uma textura diferente de um lombo de peixe-galo. As nicas regras que devem prevalecer so o bom senso e o seu gosto pessoal.

    O queijo deve ser acompanhado pelo vinho tinto ou por Vinho do PortoDepende do queijo e dos gostos pessoais. Com queijos de pasta mole, os mais co-

    muns em Portugal, o vinho branco proporciona harmonias mais consistentes e mais felizes. A acidez natural do vinho branco contrasta melhor com a gordura dos queijos de pasta mole e com muitos outros queijos.

    O Essencial sobre a Prova do Vinho

  • Douro Wine Tourism 53O Essencial sobre a Prova do Vinho

  • A Vinha

  • A videira uma planta trepadora, um arbusto constitudo por razes, tronco, sarmen-tos,folhas,floresefruto,quemantmumciclodevidarelativamentealargado,quede

    uma vida mdia de trinta anos pode ir at idades superiores a cem anos. Pertence famlia botnica Vitaceae que pode ser subdividida em dezenas e dezenas de gneros e famlias dos quais nos interessa reter o gnero Vitis, que engloba todas a classe de videiras. Estas, por sua vez, podem ainda ser subdivididas em diferentes espcies de acordocomaprocednciageogrfica.

    A maioria dos vinhos elaborada com uvas da espcie Vitis Vinfera, a nica autorizada na Europa, me de todas as castas actuais. Segundo alguns estudos recentes existiro perto de 10.000 castas distintas da famlia Vitis Vinfera, muitas delas de gerao natural, outras resultantes de cruzamentos forados pela mo humana. Todas as castas por-tuguesas, tal como as restantes castas europeias, fazem parte da espcie Vitis Vinfera.

    Cada casta apresenta folhagem prpria, cachos distintos no tamanho e na forma, bem como aromas e sabores diferenciados que do origem a mostos diferentes, e conse-quentemente,avinhoscomperfis,saboresearomasdistintos.PortugaleItliapodem

    orgulhar-sedepossuiropatrimnioampelogrficomaisricodomundo,patrimnio

    infelizmentemalconhecidoepoucoexplorado.Afigura-seassimumfuturopromissor

    recheado de surpresas e descobertas, medida que se vo redescobrindo as castas tradicionais de Portugal. O Douro nesse captulo uma das regies mais abenoadas em Portugal, possuindo uma coleco impressionante de castas que no existem em nenhuma outra parte do mundo.Secontabilizarmososcincofactoresessenciaisnaqualidadeeperfildeumvinho:

    clima, solo, viticultura e prtica enolgicas, a casta seguramente o factor mais decisivo naidentificaoecaracterizaodecadavinho.Paraqueovinhofaasentido,tantodo

    ponto de vista enolgico como do consumidor, indispensvel entender as caracte-rsticas e peculiaridades de cada casta. Para o enlogo fundamental saber se a casta floresceouamadurececedo,sevigorosa,seresistebemadoenase/oupodrido,se

    apelculadauvagrossa,oquesignificavinhoscommaiscor,seauvatemmuitasgrai-nhas,oquesignificataninosmaiselevados,etc.Paraoenfiloimportantesentirque

    algumas castas se reconhecem por aromas muito particulares, outras pela exuberncia aromtica, pelo extraordinrio equilbrio acar/acidez, pela cor, pela estrutura ou, nos piores casos, pelo anonimato.

    A Vinha Douro Wine Tourism 55

  • Acessrios

  • Copos partida qualquer copo poderia ser adaptado para a funo. Infelizmente isso no

    verdade. O copo desempenha um papel fundamental para a apreciao do vinho. O mesmo vinho, da mesma garrafa e servido mesma temperatura, evidencia aromas distintos quando servido em copos diferentes, proporcionando prazeres e sensaes diferentes. E no caia na tentao de assumir que so diferenas subtis, detectveis apenas por narizes sobredotados.

    Os copos de vinho so desenhados de modo a evidenciar a cor, os aromas e os sabo-res do vinho. Devero ser preferencialmente de vidro ou de cristal, obrigatoriamente transparentes,incolores,finos,esemsuperfciesfacetadas,obrigatoriamentecomum

    p. O copo deve ser sempre seguro pelo p, ou pela base, evitando dessa forma que se aquea o vinho com a palma da mo. Ao segurar o copo pelo p, tem igualmente um campo de viso mais amplo, sendo mais fcil o acto de girar o vinho no copo.Oscoposdevemsergenerososnadimenso,proporcionandoespaosuficientepara

    o correcto arejamento do vinho. Devem ter a forma genrica de tulipa, afunilando ligeiramente do corpo do copo para o topo. Essa forma potencia a concentrao aro-mtica, ampliando as sensaes olfactivas e o prazer da retirado. Os copos demasiado abertos no topo, em forma de dedal ou de sino invertido, so desadequados para a prova de vinho.

    Apesar de existirem modelos de copos relativamente genricos, adaptados maioria dos vinhos, dever optar por quatro modelos bsicos de copo branco, tinto, espu-mante e generoso. Os copos ISO, tambm conhecidos como copos de prova, apesar de minimamente funcionais so pouco adequados por serem demasiado pequenos. Pode-ro no entanto ser uma boa alternativa para os vinhos generosos. Para os espumantes opte por fltes, copos em formato de tulipa esguia, altos e estreitos.

    Cuidados a ter com os coposNo use detergente para lavar os seus copos. Passe-os por gua bem quente e se-

    que-os com um pano simples. O detergente poder acrescentar odores desagradveis aos copos. Quando estiver a secar os copos tenha o cuidado de no os segurar pelo p enquanto limpa o interior do copo. Essa a origem da maioria dos acidentes. No armrioguardesempreoscoposcomaaberturaviradaparacima.Certifique-seque

    oscoposnotmcheiroantesdeosusar.Amaioriadosarmriosacrescentaaromas

    desagradveis aos copos. Nunca guarde os copos nas caixas de carto originais ou, se ofizer,limpe-osbemantesdeosutilizar.

    Acessrios Douro Wine Tourism 57

  • Saca-rolhasH-os de todas as formas e feitios, em todas as cores e decoraes, num verdadeiro

    desafioimaginao.Dosmaisexuberantesaosmaissbrios,dosmaisprticosaos

    mais complicados, dos mais clssicos aos mais irreverentes, dos mais baratos aos mais caros.Todostmcomofunoprimordialextrairarolhadagarrafa,apesardenem

    todos cumprirem essa mesma funo com facilidade.A espiral, o componente mais importante do saca-rolhas, deve ser larga e de pre-

    fernciarevestidaateflon.Osmecanismosdetracodevemserdeutilizaofcile

    suficientementeflexveisparanoobrigaraesforosintensos.Ostiposmaisclssicos

    so o saca-rolhas de asas e o saca-rolhas conhecido como sommelier. Os primeiros so por regra pouco teis, com espirais mal desenhadas e de utilizao pouco prtica. Infelizmente esto bastante difundidos nos lares portugueses. Os segundos, os modelos sommelier, so versteis sobretudo quando providos do mecanismo de dupla alavanca. Pequenos,compactos, leves,simplesefiveis,soocanivetesuodossaca-rolhas.As

    suas limitaes s so perceptveis quando se extraem rolhas muito compridas.Existem ainda alguns saca-rolhas especiais, os saca-rolhas para emergncias e os

    saca-rolhas inovadores, para os mais desejosos de gadjets. No primeiro caso esto includos os saca-rolhas de lminas. A sua especialidade so as rolhas difceis, rolhas soltas, rolhas quase desfeitas, frgeis e quebradias. So ferramentas especiais e poucoversteisdestinadasaummercadoprofissional.Ossaca-rolhasdegs,

    tal como o nome indica, injectam gs inerte atravs de uma pequena agulha que acaba por expelir a rolha. A sua utilizao em vinhos velhos est proibida pelo peri-godeoxidaoeviolnciaqueacarreta.

    Acessrios

  • Como conservar um vinho depois de abertoUma vez aberta a garrafa, o vinho oxida facilmente, perdendo qualidades com uma

    velocidade espantosa. De quanto tempo dispomos, entre a abertura e a morte? A res-posta varia em funo do estilo e idade do vinho, intercalando entre os poucos minutos de um vinho velho e os muitos anos de vida potencial de um Vinho da Madeira.Podemosnoentantocontarcomaproximadamentedoisatrsdiasdevidatilpara

    um vinho mdio, desde que sejam respeitados os principais princpios e tcnicas de conservao. Por conservao subentende-se que o vinho continue aprazvel, sabendo no entanto que ir perder inevitavelmente alguma da frescura e vivacidade originais. J que o oxignio o vilo de servio, a principal preocupao ser encontrar um dispo-sitivo que permita evitar o contacto entre vinho e ar.

    Os mecanismos fundamentam-se em dois princpios fundamentais, a remoo de ar da garrafa ou a introduo de um gs inerte, mais pesado que o ar, que se deposite impedindo dessa forma o contacto do oxignio com a superfcie do vinho. O mtodo de vcuo certamente o mais popular pela facilidade de utilizao, pelo custo mode-rado e pelas rolhas reutilizveis. Segundo os fabricantes os vinhos sero capazes de permanecer frescos durante quase uma semana, embora estes resultados sejam difceis de reproduzir em casa.

    O mtodo de gs inerte, igualmente conhecido pelo cognome de private preserver, funciona como um spray que injecta um gs inerte na garrafa ou decanter que, sendo mais pesado que o ar, se deposita no fundo e em contacto com a superfcie do vinho. Apesar de funcional o sistema pode ser caro e difcil de controlar.

    Outra soluo possvel assenta em trasfegar o vinho no consumido para uma gar-rafamaispequena,de375mlou500ml.Bastarolh-laecoloc-lanofrigorficopara

    ter uma forma econmica e despretensiosa de preservar a vida do vinho. O mtodo permite conservar um vinho por 3 a 4 dias, sem grande prejuzo para a sade do vinho.

    Acessrios Douro Wine Tourism 59

  • Rotas do vinho

  • Rota do Vinho do Porto

    O enoturismo, ramo do turismo intimamente associado ao vinho e gastronomia, representa um nicho de mercado em clara expanso com uma oferta capaz de associar produtos complementares produo vitivincola e restaurao. O enoturismo tem--se tornado com naturalidade numa actividade activamente procurada e promovida em todas as regies portuguesas, bem como nos principais pases produtores.

    O Douro est empenhado nesta forma de promover o turismo local, o vinho e a gastronomia, proporcionando actividades que colocam os amantes do vinho ou os simples viajantes em contacto directo com a natureza, com as vinhas e as adegas, com paisagens deslumbrantes, envolvendo os visitantes de forma mais ou menos directa na produo da bebida.

    A Rota do Vinho do Porto, constituda por 83 associados ligados em rede, permite aproveitar a riqueza e tradio do Douro. A Rota do Vinho do Porto prope aos visitantes a realizao de um conjunto de mini-rotas pela regio tomando contacto directo com as formas de cultivo e produo dos Vinhos do Porto e Douro, bem como o contacto com as suas gentes e costumes. A rota possui uma grande variedade de programas de visita Regio durante todo ao ano (visitas e provas de vinho, almoos e jantares nas Quintas, alojamento em unidades de Turismo em Espao Rural, cruzeiros no Rio Douro e passeios no Comboio Histrico) e em particular na poca das vindi-mas (dias de vindima, lagaradas, almoos e jantares de vindima).Existemdiversasquintaseadegas,dedimensesvriasecomgrausdeenvolvncia

    diferentes, que abrem a porta das suas adegas permitindo ao turista participar nas vindimas, visitar as vinhas, provar os vinhos, visitar as caves, saborear gastronomia mais regionaloumaissofisticada,durmirnaherdadeoucomprarvinhoououtrosprodutos

    da terra directamente ao produtor, entre muitas outras opes vlidas.

    Rotas do vinho Douro Wine Tourism 61

  • Peso da Rgua

    Vila Real

    Lamego

    Moimenta da Beira

    Alij

    Mura

    Santa Marta de Penaguio

    Meso Frio

    Tarouca

    Cinfes

    Resende

    Sernancelhe

    13

    4

    58

    1016

    25 27

    14

    17 2621

    1429

    13

    22

    7

    2015

    1819 23

    Penedono

    Armamar

    Tabuao

    1 - Casa de Santo Antnio de Britiande2 - Casa dos Alpajares3 - Casa dos Viscondes da Vrzea4 - Caves da Murganheira5 - Caves da Raposeira6 - Maritvora7 - Morgadio da Calada

    8 - Quinta da Aveleira9 - Quinta da Canameira10 - Quinta da Casa Amarela11 - Quinta da Sequeira12 - Quinta das Aveleiras13 - Quinta das Carvalhas14 - Quinta de la Rosa

    Produtores

  • Douro Wine Tourism 63

    Vila Nova de Foz Ca

    Freixo de Espada Cinta

    Torre de Moncorvo

    S. Joo da Pesqueira

    Alij

    Mogadouro

    Mura

    Sernancelhe

    11 928

    12

    62

    Penedono

    Tabuao

    15 - Quinta de S. Jos16 - Quinta de Tourais17 - Quinta do Crasto18 - Quinta do Panascal19-QuintadoPgo20 - Quinta do Pessegueiro21 - Quinta do Ppa

    22 - Quinta do Portal23 - Quinta do Seixo24 - Quinta do tedo25 - Quinta do Vallado26 - Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo27 - Quinta Seara D' Ordens28 - Ramos Pinto - Quinta da Ervamoira29 - Wine and Soul

    Produtores

  • Produtores

  • Douro Wine Tourism 65Produtores

    Casa de Santo Antnio de Britiande

    A Casa de Santo Antnio de Britiande, na vertente de Enoturismo, abriu as suas portas aquando do lanamento da Rota das Vinhas de Cister.

    Situada em Britiande, prximo de Lamego, esta casa senhorial, de fachada quinhentista e capela do sculo XVII, foi utilizada, em tempos, para repouso dos frades do Convento de Ferreirim. A proximidade do Vale do Douro oferece a tranquilidade das majestosas paisagens da regio de Lamego, melhoradas pelo repouso sereno destas paragens e a descoberta de verdadeiros tesouros do patrimnio nacional dos sculos VII ao XVIII.

    Visitas s VinhasVisitas AdegaProva de VinhosProgramas EspeciaisInglsFrancsEspanholOutras Lnguas

    Wine BarRestauranteAlmooJantarOrganizao de eventos

    AlojamentoNmero de quartos 6Piscina InteriorPiscina ExteriorSala de JogosBibliotecaWi-FiAcesso Internet

    Casa de Santo Antnio de BritiandeLargo de S. Sebastio5100-360 Britiande - Lamego

    Tel.: (351) 254 699 346www.casasantoantoniobritiande.cominfo@casasantoantoniobritiande.com

  • Produtores

    Casa dos Alpajares

    A Casa de Alpajares Enoteca & Spa um alojamento encantador, localizado nas margens do rio Douro, na regio do Douro Superior, junto fronteira com Espanha, na secular vila de Freixo de Espada Cinta.

    A casa possui tambm uma enoteca onde podem ser degustados os vinhos de produo prpria e outros vinhos do Douro.

    Visitas s VinhasVisitas AdegaProva de VinhosProgramas EspeciaisInglsFrancsEspanholOutras Lnguas

    Wine BarRestauranteAlmooJantarOrganizao de eventos

    AlojamentoNmero de quartos 6Piscina InteriorPiscina ExteriorSala de JogosBibliotecaWi-FiAcesso Internet

    Casa de AlpajaresLugar do Cabeo da Forca5180-132 Freixo de Espada Cinta

    Tel.: (351) 279 653 [email protected]

  • Douro Wine Tourism 67

    Casa dos Viscondes da Vrzea

    A Quinta da Vrzea situa-se em pleno Douro, perto de Lamego inserida numa paisagem bela e variada onde a natureza convive com os estilos romnico e gtico-manuelino. Ao atravessarmos os portes brasonados da Quinta da Vrzea sentimos desde logo a magia de um lugar que promete momentos inesquecveis. Este solar. nserido numa propriedade de famlia com mais de 180 hectares, repartidos por vinha, azeite e rvores de fruto, foi adaptado recentemente para Hotel de Charme.

    Visitas s VinhasVisitas AdegaProva de VinhosProgramas EspeciaisInglsFrancsEspanholOutras Lnguas

    Wine BarRestauranteAlmooJantarOrganizao de eventos

    AlojamentoNmero de quartos 20Piscina InteriorPiscina ExteriorSala de JogosBibliotecaWi-FiAcesso Internet

    Casa dos Viscondes da VrzeaQuinta da Vrzea - Vrzea de Abrunhais5100-878 Lamego

    Tel.: (351) 254 690 [email protected]

    Produtores

  • Caves da Murganheira

    As terras frteis do vale do Varosa so o bero dos vinhos e espumantes Murganheira, desde sempre associados aos mais altos padres de qualidade.

    Aqui, onde o Douro e a Beira se tocam, renem-se excelentes condies climatricas e geolgicas, propcias gnese dos mais intensos sabores e aromas.

    A Murganheira fundada h mais de 50 anos, aliou as virtudes da me natureza a uma sabedoriasecularherdadadosmongesdeCistereafirmou-senomercadocomvinhos

    e espumantes de qualidade comprovada nacional e internacionalmente.

    Visitas s VinhasVisitas AdegaProva de VinhosProgramas EspeciaisInglsFrancsEspanholOutras Lnguas

    Wine BarRestauranteAlmooJantarOrganizao de eventos

    AlojamentoNmero de quartos Piscina InteriorPiscina ExteriorSala de JogosBibliotecaWi-FiAcesso Internet

    Sociedade Agrcola e Comercial da Varosa, S.A.Abadia Velha3610 - 175 Ucanha

    Tel.: (351) 254 670 185 / [email protected]

    Produtores

  • Douro Wine Tourism 69

    Caves da Raposeira

    O prestgio dos vinhos da regio de Lamego remonta ao sculo XVI e foi definitivamente consagrado com a produo dos espumantes Raposeira, empresa

    fundada h mais de 100 anos.Estudos ento realizados pelos seus proprietrios na famosa regio de Champagne,

    emFrana,eumasriedeexperincias levadasacaboemterras lamecensespelos

    mesmos permitiram criar a personalidade de alguns dos mais consagrados espumantes portugueses.

    Lamego, terra de grandes pergaminhos e com lugar cativo na histria de Portugal, foi, assim, terra-me deste nctar que foi buscar s castas originais de Champagne a sua matriaprimamasqueseafirmoucomoumprodutodecarcterbemnacional.

    Visitas s VinhasVisitas AdegaProva de VinhosProgramas EspeciaisInglsFrancsEspanholOutras Lnguas

    Wine BarRestauranteAlmooJantarOrganizao de eventos

    AlojamentoNmero de quartos Piscina InteriorPiscina ExteriorSala de JogosBibliotecaWi-FiAcesso Internet

    Lugar da Raposeira5101-909 Lamego

    Tel.: (351) 254 655 [email protected]

    Produtores

  • Maritvora

    A Maritvora foi fundada com o objectivo de dotar com uma estrutura empresarial uma actividade familiar com mais de 150 anos de histria e tradio.

    Em meados do sc. XIX, Jos Junqueiro Jnior, pai do poeta Guerra Junqueiro, adquiriu um conjunto de quintas no concelho de Freixo de Espada--Cinta. Os seusdescendentes fundarama aMaritvora, como intuitodeprofissionalizaruma

    actividade familiar com mais de 150 anos de histria. Este projecto tem como principal objectivo a valorizao do patrimnio cultural e familiar, promovendo a produo de vinhos de qualidade na regio do Douro Superior. um projecto de pequena dimenso, e no caso dos Vinhos do Porto, estes so produzidos em parceria com a empresa Baro de Vilar, da famlia Van Zeller.

    Visitas s Vinhas*Visitas Adega*Prova de Vinhos*Programas Especiais*InglsFrancsEspanholOutras Lnguas

    Wine BarRestauranteAlmooJantarOrganizao de eventos

    AlojamentoNmero de quartos Piscina InteriorPiscina ExteriorSala de JogosBibliotecaWi-FiAcesso Internet

    Quinta de MaritvoraEstrada Nacional 221 - Km 885180-181 Freixo de Espada Cinta

    Tel.: (351) 214 709 [email protected]

    * Re

    serv

    a obr

    igat

    ria

    Produtores

  • Morgadio da Calada

    EmplenaregioclassificadacomopatrimnioMundial,oMorgadiodaCaladaest

    localizado na aldeia histrica de Provezende na sub-regio do Cima Corgo em pleno coraodaproduodoVinhodoPorto.azonaporexcelnciadasgrandesquintas

    produtoras de vinhos do Porto e Douro, estando a localizadas algumas das mais em-blemticas propriedades de toda a Regio.

    O Morgadio da Calada disponibiliza aos seus visitantes oito quartos situados nas antigas cavalarias e armazns agrcolas, recuperados com mtodos tradicionais mas numa linguagem contempornea. Esto distribudos por diversos ptios que garantem a privacidade e que sero de uso exclusivo dos hspedes.

    Grandes rvores abrigam bancos ou cadeiras que convidam leitura, acompanhada por um vinho, um refresco ou um ch. E na piscina os visitantes encontraro num es-pao surpreendente abrigo, e frescura para os longos e quentes dias de vero.

    Visitas s VinhasVisitas AdegaProva de VinhosProgramas EspeciaisInglsFrancsEspanholOutras Lnguas

    Wine BarRestauranteAlmooJantarOrganizao de eventos

    AlojamentoNmero de quartos 8Piscina InteriorPiscina ExteriorSala de JogosBibliotecaWi-FiAcesso Internet

    Morgadio da Calada5060-251 Sabrosa

    Tel.: (351) 254 732 [email protected]

    Douro Wine Tourism 71Produtores

  • Quinta da Aveleira

    Inserida numa paisagem natural nica esta quinta est situada em Tvora, no Municpio de Tabuao, bem no corao da Regio do Douro.

    Desfrute do conforto de casa, num recanto especial do Douro, deslumbre-se com a paisagem natural e perca-se na atmosfera de uma verdadeira casa tradicional do Douro.

    Visitas s VinhasVisitas AdegaProva de VinhosProgramas EspeciaisInglsFrancsEspanholOutras Lnguas

    Wine BarRestauranteAlmoo*Jantar*Organizao de eventos

    AlojamentoNmero de quartos 4Piscina InteriorPiscina ExteriorSala de JogosBibliotecaWi-FiAcesso Internet

    Estrada Nacional - Tvora5120-447 Tabuao

    Tel.: (351) 96 82 51 [email protected]

    Produtores

    * Re

    serv

    a obr

    igat

    ria

  • Douro Wine Tourism 73Produtores

    Quinta da Canameira

    Volvidas cinco geraes na posse da famlia Sampaio e Melo em que a produo de uvascontinuadestinadavinificaodeVinhosdoPorto,tambmdesdeoanode2000

    se dedica produo de vinhos Douro DOC Quinta da Canameira.SituadaentreFoz-CaeMda,desfrutadevinhasemsolosxistososcomdiversidade

    de altitudes e exposies vrias, que permite obter vinhos volumosos mas frescos, bem como frutados, provenientes das castas autctones, factor para o que tambm contribuem as amplitudes trmicas com Veres escaldantes e Invernos rigorosos.

    O casario tpico do Douro, com intervenes vrias ao longo dos ltimos 150 anos, preservou a sua funcionalidade enquanto casa agrcola; na adega os lagares de granito aguardam a vindima para receber as uvas e os pisadores bem como quem nos quiser visitar ou participar

    Uma Quinta secular num Douro j longnquo mas prximo.

    Visitas s VinhasVisitas AdegaProva de VinhosProgramas EspeciaisInglsFrancsEspanholOutras Lnguas

    Wine BarRestauranteAlmooJantarOrganizao de eventos

    AlojamentoNmero de quartosPiscina InteriorPiscina ExteriorSala de JogosBibliotecaWi-FiAcesso Internet

    Quinta da Canameira5150 - 000 Vila Nova de Foz Ca

    Tel.: (351) 96 70 65 [email protected]

  • Quinta da Casa Amarela

    A Quinta da Casa Amarela situa-se na margem esquerda do rio Douro, na regio classificadapelaUnescocomoPatrimniodaHumanidade,ameiocaminhoentreas

    cidades do Peso da Rgua e Lamego. Encontra-se na posse da mesma famlia desde o ano de 1885. A casa de habitao, reconstruida e ampliada no primeiro quartel do sculo passado, empresta o nome propriedade, em virtude da cor amarela com que se encontra pintada.

    Empresa de cariz familiar, continuadora das tradies multicentenrias da regio, na arte de produzir o Vinho do Porto e o Vinho de Denominao de Origem Douro.

    A Quinta dispe de vinhas com uma idade mdia superior a 45 anos, onde predominam as castas nobres do Douro e desenvolve uma viticultura sustentvel num terroir nico, que respeita e protege o ambiente, apoiada num sistema de Produo Integrada. uma das casas pioneiras no enoturismo do Douro.

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    Quinta da Casa AmarelaRio Bom5100-421 Lamego

    Tel.: (351) 254 666 [email protected]

    Produtores

    * Re

    serv

    a obr

    igat

    ria

  • Douro Wine Tourism 75Produtores

    Quinta da Sequeira

    A Quinta da Sequeira, localizada no concelho de Vila Nova de Foz Ca, foi fundada em 1899 por Jos Joaquim Costa, casado com Maria Jos Sequeira, a quem se deve o nome da Quinta.

    A sua localizao privilegiada em pleno Douro Superior, combinada com um solo xistoso, baixa pluviosidade e grandes amplitudes trmicas, proporcionam mostos intensos, aromticos e concentrados, determinantes para a qualidade dos vinhos Quinta da Sequeira.

    O sucesso e o reconhecimento da Quinta da Sequeira o resultado de um trabalho com paixo, devoo e determinao.

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    Quinta da SequeiraHorta do Douro5155-336 Horta - Vila Nova de Foz Ca

    Tel.: (351) 279 779 [email protected]

    * Re

    serv

    a obr

    igat

    ria

  • Produtores

    Quinta das Aveleiras

    SituadanoDouroSuperior,inseridanaSerradoRebordoesobranceiraVilade

    TorredeMoncorvo,aQuintadasAveleirasproporcionaumamagnficaeespectacular

    vista panormica desde o Vale da Vilaria at Serra de Bornes.Talhadaemsocalcosquedefinemazonaagrcolaeazonaflorestal,aQuintadas

    Aveleiras tem uma rea de 45ha, sendo a actividade agrcola dominante a viticultura, seguida da olivicultura.Noespao envolvente existe uma densa zona florestal, com rvores centenrias:

    castanheiros, pinheiros, medronheiros, zimbros, sobreiros e camlias.

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    AlojamentoNmero de quartos 7Piscina InteriorPiscina ExteriorSala de JogosBibliotecaWi-FiAcesso