E2_Mod4_Un1
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O Mdulo Transversal 1 apresentou, por meio de 3 unidades e por inseres nas demais unidades do Curso, a interface entre a gesto, o planejamento e a avaliao dos servios farmacuticos.
UnA-SUSM
dulo 4: Logstica de Medicam
entos
Gesto da AssistnciaFarmacutica
Eixo 2: Servios Farmacuticos
Mdulo 4: Logstica de Medicamentos
UnA-SUS
EaD
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Programao de medicamentos
Mdulo 4
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GOVERNO FEDERALPresidente da Repblica Dilma Vana Rousseff Ministro da Sade Alexandre Rocha Santos PadilhaSecretrio de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade (SGTES) Mozart Jlio Tabosa SalesDiretor do Departamento de Gesto da Educao na Sade (DEGES/SGTES) Felipe Proeno de OliveiraSecretrio de Cincia, Tecnologia e Insumos Estratgicos (SCTIE) Carlos Augusto Grabois Gadelha Diretor do Departamento de Assistncia Farmacutica e Insumos Estratgicos (DAF/SCTIE) Jos Miguel do Nascimento JniorResponsvel Tcnico pelo Projeto UnA-SUS Francisco Eduardo de Campos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAReitora Roselane Neckel Vice-Reitora Lcia Helena PachecoPr-Reitora de Ps-Graduao Joana Maria PedroPr-Reitor de Pesquisa e Extenso Edison da Rosa
CENTRO DE CINCIAS DA SADEDiretor Srgio Fernando Torres de Freitas Vice-Diretora Isabela de Carlos Back Giuliano
DEPARTAMENTO DE CINCIAS FARMACUTICASChefe do Departamento Mriam de Barcellos FalkenbergSubchefe do Departamento Maique Weber BiavattiCoordenadora do Curso Eliana Elisabeth Diehl
COMISSO GESTORACoordenadora do Curso Eliana Elisabeth DiehlCoordenadora Pedaggica Mareni Rocha FariasCoordenadora de Tutoria Rosana Isabel dos SantosCoordenadora de Regionalizao Silvana Nair LeiteCoordenador do Trabalho de Concluso de Curso Luciano Soares
Coordenao Tcnica Alessandra Fontana, Bernd Heinrich Storb, Fernanda Manzini, Kaite Cristiane Peres, Guilherme Daniel Pupo, Marcelo Campese, Samara Jamile Mendes
AUTORESCarine Raquel BlattClia Maria Teixeira de CamposIndianara Reynaud Toreti Becker
AUTORES (2 EDIO)Carine Raquel BlattClia Maria Teixeira de CamposIndianara Reynaud Toreti Becker
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2013. Todos os direitos de reproduo so reservados Universidade Federal de Santa Catarina. Somente ser permitida a reproduo parcial ou total desta publicao, desde que citada a fonte.
Edio, distribuio e informaes:Universidade Federal de Santa CatarinaCampus Universitrio 88040-900 Trindade Florianpolis - SCDisponvel em: www.unasus.ufsc.br
EQUIPE DE PRODUO DE MATERIALCoordenao Geral da Equipe Eleonora Milano Falco Vieira e Marialice de MoraesCoordenao de Design Instrucional Andreia Mara FialaDesign Instrucional Mrcia Melo Bortolato Reviso Textual Judith Terezinha Mller LohnCoordenadora de Produo Giovana SchuelterDesign Grfico Patrcia Cella Azzolini Ilustraes Aurino Manoel dos Santos Neto, Felipe Augusto FrankeDesign de Capa Andr Rodrigues da Silva, Felipe Augusto Franke, Rafaella Volkmann Paschoal Projeto Editorial Andr Rodrigues da Silva, Felipe Augusto Franke, Rafaella Volkmann PaschoalIlustrao Capa Ivan Jernimo Iguti da Silva
EQUIPE DE PRODUO DE MATERIAL (2 EDIO)Coordenao Geral da Equipe Eleonora Milano Falco Vieira e Marialice de MoraesCoordenao de Produo de Material Andreia Mara FialaReviso Textual Judith Terezinha Muller LohnDesign Grfico Tas Massaro
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SUMRIO
unidade 1 - PrograMao de MedicaMentos ............................... 07Lio 1 - Definio e objetivo da programao de medicamentos....... 10Lio 2 - Mtodos de programao .................................................... 16Lio 3 - Controle de estoque............................................................. 21Lio 4 - Gesto dos estoques de medicamentos ............................... 31
referncias ......................................................................... 38
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Unidade 1
Mdulo 4
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Unidade 1 - Programao de medicamentos 7
UNIDADE 1 - PROGRAMAO DE MEDICAMENTOS
Ementa da Unidade
Definioeobjetivodaprogramaodemedicamentos.
Mtodosdeprogramao.
Controleegestodeestoquesdemedicamentos.
Carga horria da unidade: 15 horas.
Objetivos especficos de aprendizagem
Desenvolveraatividadedeprogramaodemedicamentos.
Conhecer os diferentes mtodos de programao demedicamentos.
Reconhecer os conceitos fundamentais para o controle deestoquesdemedicamentos.
Reconhecer os conceitos fundamentais da atividade degerenciamentodeestoquesdemedicamentos.
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Blatt, Campos e Becker8
Apresentao
Ol! Seja bem-vindo unidade Programao de medicamentos.EstaunidadeestinseridanoMdulodeLogsticademedicamentose, para abordar de forma clara o contedo deste Mdulo, nsorganizamosotextodaseguintemaneira:naunidade1,discutiremoscomodesenvolveraatividadedeprogramaonosserviospblicos,demodoaminimizarfaltasesobrasdemedicamentos.Naunidade2, abordaremos as etapas de aquisio dos medicamentos, demodoaesclarecerostrmitesburocrticosdesseprocesso.E,porfim,naunidade3,apresentaremososcuidadosnoarmazenamentoe na distribuio, para evitar perdas e organizar o estoque demedicamentos;eomanejodosresduosdesade.
E,ainda,apresentaremosalgunsconceitos importantesealgumasorientaes para a realizao das atividades antes descritas.Lembramosque,parabemexecut-las,necessrioquevocfaaoexercciodepensar:Comoissonoserviodesadeondeatuo?Comopossoaplicaressesconceitos?Oqueprecisomudar?Quaissoosatoresenvolvidos?
Bonsestudos!
Conteudistas responsveis:
CarineRaquelBlattCliaMariaTeixeiradeCamposIndianaraReynaudToretiBecker
Conteudista de referncia:
CarineRaquelBlatt
Conteudistas de gesto:
SilvanaNairLeiteMariadoCarmoLessaGuimares
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Unidade 1 - Programao de medicamentos 9
ENTRANDO NO ASSUNTO
Contextualizando
Vamoscomearnossoestudocomumabuscaporreportagensquenosmostremdiferentesrealidadesesituaespertinentesaostranstornoscausados pela falta e pelo excesso demedicamentos nos serviospblicos.Acesseainternet,digiteaspalavrasfaltademedicamentosevejaoquevocencontra.
Os exemplos de reportagens que voc encontrou so recorrentesnos meios de comunicao. Isso lembra alguma coisa para voc?Provavelmente,problemasde faltademedicamentosso frequentesnoseudiaadia.
Vamosfazerumareflexosobreessasituao:
Noserviodesadeondevocatuatambmhfaltadealgunsmedicamentoseexcessodeoutros?Sesim,porqueserqueissoacontece?
Bem,essetemaserobjetodeestudodaprximalio.
Existem inmeras evidncias do aumento crescente dos gastos em
sade, sendo que os medicamentos so responsveis por uma grande
parcela desse custo. Relatrio do Banco Mundial, resultante de estudo
que avaliou a governana no SUS, aponta que o gerenciamento da
logstica de medicamentos absorve cerca de 20% dos recursos
financeiros da sade, podendo ser a causa principal da ineficincia e
perda (BANCO MUNDIAL, 2007).
Antes de continuar a leitura da unidade, reflita, ainda, sobre osquestionamentosaseguir.
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Blatt, Campos e Becker10
Reflexo
Se h um aumento crescente dos gastos em sade, por que, geralmente,
o servio pblico apontado como ineficiente? Como podemos melhorar
a logstica que envolve os medicamentos no setor pblico?
As atividades de programao, aquisio, armazenamento edistribuio so atividades gerenciais que exigem adequadoplanejamento. Essas atividades esto intrinsecamente relacionadase exigem do farmacutico, alm do conhecimento tcnico, oconhecimentodegestoderecursosfinanceiros,materiaisehumanos.
Isso mesmo! Alguns farmacuticos precisam assumir atividadesgerenciais que envolvem a administrao de recursos humanos efinanceiros.Almdisso,comumouvirmosaafirmaodeque,emsade,asnecessidadessoinfinitaseosrecursossofinitos.Partindo-sedapremissaqueosrecursosfinanceirossofinitos,torna-seaindamaisimportanteautilizaodosrecursoscommaioreficincia.
Lio 1 Definio e objetivo da programao de medicamentos
Nesta lio, vamos abordar o tema, iniciando pela definio epelos objetivos e, depois, apresentando formas de se fazer umaprogramao, salientando sua importncia como atividade deplanejamento e gesto. Ao final da lio, voc dever reconheceras etapas para desenvolver a atividade de programao demedicamentos.
Na gesto da assistncia farmacutica, a programao demedicamentoseogerenciamentodeestoquessoatividades-chaveporsuasrelaescomonveldeacessoaosmedicamentosecomonveldeperdasdessesprodutos.Vamosentender,deformamaisdetalhada,oqueenvolveumaprogramaodemedicamentos.
O que mesmo programao?
Programardefinirosquantitativosdosmedicamentos,selecionadospreviamente,quedevemseradquiridos,demodoaevitaradescon-tinuidadedoabastecimentoporumdeterminadoperododetempo.
Nesse sentido, o objetivo principal da programao manter oabastecimento de medicamentos das farmcias dos serviosde sade, compatibilizando os recursos disponveis com asnecessidades.
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Unidade 1 - Programao de medicamentos 11
Vamoschecaroquemostramosdados.Noquadroaseguir,vocpodeverificaroresultadodeumestudo,queutilizouapropostadeavaliaoda Organizao Mundial de Sade (OMS). Esse estudo avaliou adisponibilidadedemedicamentos,aporcentagemdemedicamentosprescritosedispensadoseotempomdiodedesabastecimentoemunidadesdesade,centraisdeabastecimento farmacutico (CAF)municipaiseestaduaisemcincoestadosbrasileiros(EspritoSanto,Gois,Par,RioGrandedoSuleSergipe).Osdadosforamobtidosdedoismunicpiosporestado,selecionadosporsorteio,conformeapresentadonoQuadro1(BRASIL,2005):
Quadro 1 Disponibilidade dos medicamentos em unidades e centrais de abastecimento
unidades de sade
centrais de abasteciMento farMacutico MuniciPais
centrais de abasteciMento farMacutico estaduais
Disponibilidade dos medicamentos principais
73% 76% 77%
Porcentagem de medicamentos prescritos, dispensados ou administrados
66% -- --
Tempo mdio de desabastecimento
84 dias 74 dias 128 dias
Fonte: Adaptado de BRASIL, 2005.
OutroinquritorealizadonoestadodeMinasGerais,utilizandoamesmametodologia, apresentou o percentualmdio de disponibilidadedoconjuntodemedicamentostraadores1,emalmoxarifadospblicos(n=14),de52,0%e,emunidadespblicas(n=14),de46,9%(GUERRAJRet al.,2004).Essesdados reforamqueabaixadisponibilidadedosmedicamentosessenciaisnosetorpblicopreocupante.
Outro exemplo a considerar a pesquisa realizada por Vieira(2008), com 597 municpios selecionados (10,7% dos municpiosbrasileiros),emqueseverificoua faltademedicamentosem24%desses municpios. Em 13% dos municpios, foram encontradosmedicamentosvencidose,em71%,foiconstatadaafaltadecontroledeestoqueousuadeficincia.
VieiraeBousquat(2008)apontamduascaractersticasadministrativasque podem contribuir para as deficincias na programao: (1) afaltadetreinamentodosfuncionriosnocontroledeestoquee(2)aausnciadefuncionriosfixos.
Medicamentos traadores: so medicamentos selecionados dentro de um determinado conjunto de medicamentos para a avaliao em questo. Os medicamentos traadores podem ser selecionados por classe, por demanda ou por importncia de uso.
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Blatt, Campos e Becker12
O rodzio de auxiliares de enfermagem e tcnicos de farmcia nas
farmcias pode levar falta de vnculo e ao descompromisso com a
funo.
A ausncia ou deficincia de programao e controle de estoqueindicam que a aquisio de medicamentos realizada sem autilizao de parmetros concretos para a mensurao da ofertaconformeademanda.Dessa forma,osmedicamentospodemseradquiridos em quantidade muito superior necessria, levandoa perdas e desperdcios de recursos pblicos, resultantes danecessidadededescartarprodutoscomprazodevalidadeexpirado.Sem considerar a demanda, tambm possvel a aquisioinsuficientedemedicamentos,prejudicandooacessodapopulaoe, consequentemente, a efetividade do cuidado sade. Oagravamentodessasituaoculminanafaltademedicamentos,quepodeconstituir-seumdosmotivospelosquaisoscidadosbuscamaviajudicialparaasseguraroseudireitodeacessoamedicamentos.
Estudos recentes demonstram que um percentual elevado demedicamentos solicitados judicialmente est presente na lista doComponenteBsicoounoComponenteEspecializadodaAssistnciaFarmacutica.
Vieira e Zucchi (2007), em estudo realizado no municpio de SoPaulo, apontam que esse percentual chegou a 62%. Em umapesquisarealizadanoestadodeSantaCatarina,opercentualfoide40%(PEREIRAet al.,2010).
Voc conseguiria apontar quais as fragilidades existentes na sua
programao? Comece por fazer uma reflexo a respeito das questes
a seguir:
Existe controle informatizado de estoque? Os dados existentes so
confiveis? Voc tem acesso aos dados tempestivamente? Como o
processo de programao? Quais so as pessoas responsveis pela
programao?
Reflexo
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Unidade 1 - Programao de medicamentos 13
Refletirsobreoprocessodeprogramaoleva-nosaponderarsobreaquestodadiferenaentrenecessidadeeconsumo.
Voc tem conhecimento de que necessidade diferente de consumo?
Muitos servios no tm registro dos medicamentos que esto em falta
ou que no so disponibilizados populao (demanda no atendida),
ou, ainda, a programao baseada apenas no consumo, o que, algumas
vezes, pode no refletir a real necessidade daquele medicamento.
As necessidades de medicamentos se originam nos locais dedispensao,emconsultascomespecialistasounoshospitaisesoresultantesdoperfil dasdoenasdapopulao, enodevemserconfundidascomoconsumodemedicamentos.Quandoousuriovaifarmciaeomedicamentoqueestavaprescritoestemfaltanaquelemomento,eleteveumanecessidadequenofoiatendida.
Muitas vezes, programamos a aquisio de medicamentosconsiderandooquefoidispensado(consumido)enocomputamosoquedeveriatersidodispensado,masque,poralgummotivo,noofoi.Lembre-sedecomputaranecessidadedemedicamentosnasuaprximaprogramao.
Aprogramaoumaatividadeassociadaaoplanejamento,porissorecomenda-sequesejadescentralizadaeascendente.Mas,oqueissosignifica?
Significa que preciso conhecer as necessidades e o consumode cada unidade de dispensao para estimar a necessidade doservio. Por isso, a qualidade da informao muito importanteparaumaprogramaosatisfatria.Pensandoassim,quais so as informaes necessrias para uma adequada programao?
A primeira informao refere-se aos medicamentos padronizados no servio, incluindo aqueles medicamentos para os diferentes nveis de ateno. A padronizaodos medicamentos definida pela Comisso de Farmcia eTeraputica (CFT), conforme estudado na unidade de Seleodemedicamentos.Porisso,umbomprocessodecomunicaointersetorial importante para evitar faltas e desperdcios. Ofarmacutico ou o setor responsvel pela programao deveser avisado sempre que um medicamento for excludo dalista ou includo nela.Damesmamaneira, importanteprever
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Blatt, Campos e Becker14
um aumento de demanda se novos servios esto para serimplantadosnomunicpio.
A segunda informao consiste em saber qual processo de aquisio adotado pelo servio e qual a periodicidade das compras.ConfiraasmodalidadesdeaquisionaunidadedeAquisiodemedicamentos.
A terceira informaocorrespondeaestimar as quantidades a serem programadas.Osprofissionaisfarmacuticosresponsveispelo dimensionamento dos estoques costumam reclamar emrelao ao grau de incerteza que envolve a programao demedicamentos, reforando a necessidade de utilizao deferramentas que possibilitem, no mnimo, planejar com maiorprecisoealiviarostranstornoscausadospelafaltaoupeloexcessodeprodutosestocados.Talvezessasejaamaisrdua tarefadaprogramao,poisexigeumconjuntode informaesfidedignasemrelaoaoestoqueeconsumodosmedicamentose/ouadadosepidemiolgicosdemorbidade(taxadeportadoresdedeterminadadoenaemrelaopopulao totalestudadaemdeterminadolocaleemdeterminadomomento).Nessecaso,umbomsistemainformatizado e adequadamente alimentado uma importanteferramenta.Sevocno tiverumsistema informatizado,elaborealgunsformulriose/outabelasparaauxili-lonolevantamentodedados.Vamosdiscutirmaissobreissoaolongodestaunidade.
Aquartainformaodefinir a quantidade de medicamentos a ser adquirida.Lembrarque,paratanto,sedeveconsideraraquantidadedemedicamentosemestoque,ascomprasqueestoparaserementregueseademandaatadataderecebimentodaprximacompra.
Aquintainformao,enomenosimportantequeasanteriores,aestimativa de oramento para o processo licitatrio.Paratal, necessrio multiplicar as quantidades estimadas para operodoprogramado,pelovalorunitriodecadamedicamento.A estimativa de preo, de acordo com a Lei n. 8.666/1993 obrigatria, e, segundo orientao do Tribunal de Contas daUnio (TCU),deveser feitaconsiderando registrosdecomprasefetuadas (como o caso da ltima compra e do Banco dePreosdoMinistriodaSade(BPS/MS)bemcomoacotaonomercado.Ooramentomuitoimportanteparadarandamentoao processo de aquisio. Convm ressaltar que a reserva deverba e a autorizao da aquisio so realizadas a partir daprogramao.
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Unidade 1 - Programao de medicamentos 15
Vamosvisualizaragora,naFigura1,asetapasdaprogramaodemedicamentos.
Definir a equipe de trabalhoQuem alimentar o sistema de informao, ou quem repassar as informaes sobre a necessidade de medicamentos?
Estabelecer normas e procedimentosQual o fluxo e o prazo para o conhecimento dessas informaes?
Elaborar a programaoElaborar a programaoElaborar a programao
Levantar dados e informaes necessrias ao processoQual a lista de medicamentos selecionados?Qual a posio de estoque?Existe algum pedido para ser entregue? Existe algum quantitativo de medicamento com prazo de vencimento prximo?Quais recursos esto disponveis?Existem protocolos de tratamento para algumas doenas especficas?Para quanto tempo devo programar?Quanto tempo demora o processo entre a programao, a compra e a entrega dos medicamentos?Existe previso de abertura de algum servio, unidade ou contratao de novos profissionais?Existe diferena de sazonalidade na necessidade de medicamentos?
Acompanhar e avaliarAcompanhar e avaliarAcompanhar e avaliar
Figura 1 - Etapas da programao de medicamentos.
Apsoentendimentodasetapasdaprogramaodosmedicamentos, preciso definir qual mtodo ser utilizado, assunto que serabordadonalio2.
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Blatt, Campos e Becker16
Lio 2 - Mtodos de programao
Nestalio,vocconheceraprogramaoeosmtodos:consumohistrico, perfil epidemiolgico, oferta de servios e consumoajustado. Assim, ao final desta lio, voc dever estar apto aconhecerosdiferentesmtodosdeprogramaodemedicamentos.
A maioria das instituies pblicas costuma utilizar o mtodo deconsumohistricoparaaprogramaodemedicamentos.Contudo,destacamosqueexistemoutrosmtodosdeprogramaoosquaistambm podem ser utilizados. Cadamtodo apresenta vantagensedesvantagens,almdassituaesemqueummtodopodesermaisadequadoqueooutro,principalmentequandonosedispede informaes fidedignas sobre o consumo histrico. Observa-se, tambm,queo usodeumnico critrio tcnicopodepermitira manuteno de erros contnuos de fornecimento, por isso,recomenda-se ajustar a combinao dos vrios mtodos para seobterumaprogramaomaisadequada.
Mtodo consumo histrico
Consiste na anlise do comportamento do consumo demedicamentos, em uma srie histrica no tempo, possibilitandoestimarasnecessidades.Devem-seexcluirperdas,emprstimoseoutrassadasdeprodutosnoregulares.
Avantagemdestemtodoquenorequerdadosdemorbidadeedeesquemasteraputicos,almdequeosclculossosimplificados.
Dentreasdesvantagens,podemoscitar:adificuldadenaobtenodedadosdeconsumofidedignose/ouqueretratemarealnecessidade;a no confiabilidade quando ocorrem perodos prolongadosde desabastecimento; o fato de que pode no corresponders necessidades sanitrias do momento; e o uso irracional demedicamentospodeserperpetuado(MARINet al.,2003).
Requisitos:
Registros de movimentao de estoques (entradas, sadas,estoque);
Dadosdedemanda(atendidaenoatendida);
Inventrioscominformaesdepelomenos12meses,includasas variaes sazonais (alteraes na incidncia das doenasdecorrentesdasestaesclimticas).
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Unidade 1 - Programao de medicamentos 17
Como calcular:
Efetuarlevantamentodedados:sriehistricarepresentativadoconsumonotempode,pelomenos,12meses;
Calcularoconsumodecadamedicamento:somarasquantidadesconsumidas e dividir o resultado pelo nmero de meses deutilizao.
Exemplo: O consumo de comprimidos de norfloxacino 400 mg,ocorridonosltimos12meses,emumaunidadebsicadesadedomunicpio,foide:570,630,750,680,740,710,690,640,670,720,700e660.Calcularoconsumomdiomensalpelomtododoconsumohistrico(CMM).
Soluo:
CMM=(570+630+750+680+740+710+690+640+670+720+700+660)12
CMM =680 comprimidos
Se, durante o perodo analisado, ocorreu o desabastecimento daunidade de sade, o consumomdio mensal deve ser calculadousando,nodenominador,apenasosmesesemqueosmedicamentosestavamdisponveis.
Mtodo perfil epidemiolgico
Baseia-se,fundamentalmente,nosdadosdemorbidadedasdoenaspara as quais os medicamentos padronizados so utilizados.Estemtodo considera osdadospopulacionais deprevalncia ouincidnciadadoena,osmedicamentospadronizadoseosesquemasteraputicoscomumenteutilizadosparaessesmedicamentos.
A vantagem deste mtodo poder ser utilizado quando noexisteminformaessobreoconsumo.Podesertilquandoocorrea padronizao de um novomedicamento, tendo o cuidado paraconsideraraconfiabilidadedosdadosepidemiolgicosdefrequnciadadoena.
Adesvantagemsitua-senadisponibilidadeeconfiabilidadedessesdadosepidemiolgicos.
Como calcular:
Identificaroproblemadesade;
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Blatt, Campos e Becker18
Verificar os dados de frequncia das doenas nas diferentesfaixas etrias. Geralmente, usa-se prevalncia para doenascrnicascomodiabetesmellitusehipertensoe,incidncia,paradoenasinfecciosascomoconjuntiviteoudiarreia;
Verificarqualacapacidadedecoberturadadoenanosserviospblicos,umavezquenemtodosos indivduossoatendidosnoSUS;
Identificar a posologia e o tempo de tratamento para omedicamentopadronizado;
Calcularanecessidademensal.
Exemplo: A populao do municpio de gua Fria/BA2, segundoa estimativa do IBGE (BRASIL, 2010a), de 14.966 habitantes e aincidnciadeconjuntivitede3%dapopulaoaoano.Otratamentofeitoutilizando-secloranfenicol4mg,colrio(frascoscontendo10mL).Aposologiapingar,diretamentenosacoconjuntivaldoolhoafetado,2a3gotas,3vezesaodia(1frascoportratamento).Calcularaquantidadedefrascosdocolrioparaatenderasnecessidadesmensaisdoservioambulatorial de oftalmologia, que ser implantado na unidade deprontoatendimento(UPA)nomunicpio,utilizandoomtododoperfilepidemiolgico.Acapacidadedecoberturadosserviosserde50%.
Soluo:
Necessidade mensal =nmerodeusuriosxpercentualdepessoasqueusamomedicamentoxconsumo/diaxnmerodediasnomsxpercentualdecobertura.
Necessidade mensal =(14.966x0,03x1x0,5)/12=19 frascos.
Observao:noexemplodescrito,foiusadooconsumode1frascopor perodo de tratamento. Dessamaneira, excluiu-se da frmulaonmerodediasnomsemusodomedicamento.Oclculo foidivididopor12paraquesejaobtidaanecessidademensal,umavezqueaincidnciainformadaparaconjuntivitefoianual.
Mtodo oferta de servios
Baseia-se na estimativa de medicamentos em funo dadisponibilidade de servios ofertados determinada populao-alvo.Nopodeseraplicadoparadoenasquenopossuemserviode registro e acompanhamentode usurios porque dependentedessas informaes.Estemtodopodesertilparaaspatologiashipertenso e diabetes mellitus; para doenas de notificao
Para fins didticos de busca de dados epidemiolgicos,
utilizaremos o municpio de gua Fria, na Bahia, ao qual iremos nos referir ao longo do texto. Todas as demais informaes so fictcias.
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Unidade 1 - Programao de medicamentos 19
compulsria;eparadoenasespecficasqueoserviopossuicentroespecializadodeatendimento.
Apresenta a vantagem de no depender de dados de consumohistrico. Tem como desvantagem que a estimativa pode sersubestimada, dependendo do grau de cobertura do servio. Porexemplo, pode-se utilizar os dados doDATASUS SIS/HIPERDIApara identificar o nmerode usurios comhipertenso e diabetesmellitus, o que destaca a importncia de um bom sistema deinformaoecominformaesconfiveis.
Como calcular:
Inicialmente, deve-se levantar a informao do registro deusurios oude atendimentos na redede serviospara aquelapatologia,emumdeterminadoperododetempo;
Identificar a posologia e o tempo de tratamento para omedicamentopadronizado.
Exemplo:OnmerodeusurioshipertensosdomunicpiodeguaFria/BA, cadastrados no programa DATASUS SIS/HIPERDIA(BRASIL,2010b), de1.114usurios.Destes,334 fazemusodecomprimidosdemaleatodeenalapril10mg,2vezesaodia,sendoquesomente234 retiramomedicamentonasunidadesdesade.Calcular a previso de consumodomedicamento para 12mesespelomtodoofertadeservios.
Soluo = nmero de casos estimados para o atendimento xquantidade de comprimidos necessria ao esquema teraputicopropostoxperododetempo(mesesouanos).
Soluo =334x2x30x12=240.480 comprimidos.
Mtodo consumo ajustado
Aplicadoemsituaesemquenose temdisponibilidadealgumade dados (consumo, demogrficos e epidemiolgicos). Pode sertilparaprojeodenecessidadesoramentriasemunidadesdesade.Nessescasos,podem-seextrapolardadosdeconsumoporcomparao a outras reas/populaes semelhantes.NoBrasil, oregistrodemorbidade incompleto,geralmenteh faltadedadosimportantes.
A desvantagem deste mtodo est na estimativa grosseira dademanda,pois no levamemconsideraoquaisquerparmetroslocais.
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Blatt, Campos e Becker20
Como calcular:
Selecionar o servio ou a rea considerada padro (local econdiessemelhantesaosdareaouservioparaoqual sedesejaextrapolarosdados);
Determinaroperodoemquesefararevisodedados;
Determinarodenominadoraserutilizadoparaoserviopadro(ex:nmerodehabitantes);
Determinar a taxa de consumo para cada medicamento noserviopadro;
Extrapolarataxadeconsumoparaaunidade-alvo,multiplicandoessataxapelonmerodehabitantesdaunidade-alvo.
Exemplo: Calcular a quantidade de frascos do colrio soluooftlmicadetobramicina3mgparaatenderasnecessidadesmensaisdoservioambulatorialdeoftalmologia,queserimplantadoemumaunidadedeprontoatendimento (UPA), nomunicpiodeguaFria/BA,com14.966habitantes,segundoestimativadoIBGE(BRASIL,2010a),utilizandoomtododoconsumoajustado.Convmressaltarque,segundoolevantamentodasfichascadastraisdosusuriosemtratamentocomomedicamentodeumaUPA,emumoutromunicpiodaregio,com12.567habitantes,oconsumode35frascos.
Soluo:
35frascos12.567habitantesX14.966habitantesX = 42 frascos/ms
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Unidade 1 - Programao de medicamentos 21
Um municpio de nome no identificado, teve, por muitos anos, alguns
problemas com o processo de programao dos medicamentos.
Atualmente, o farmacutico responsvel pela elaborao da
programao formou uma comisso para auxili-lo nas tarefas. Fazem
parte dessa comisso o farmacutico da unidade de pronto atendimento
(UPA), o farmacutico responsvel pela CAF e um farmacutico de uma
unidade de sade. Esses membros da comisso trazem dados com
diferentes combinaes que auxiliam no ajuste do pedido, conforme as
necessidades do municpio, identificando o aumento e o decrscimo da
demanda nos diferentes nveis de atendimento. E no seu caso? Qual a
sua equipe? Quem pode auxiliar na sua programao?
Reflexo
Medicamentosparausoemdoenascrnicas,comoocaptoprileametformina,possuemumademandaconstantenasunidadesdesade.Programarumaquantidademaiordessesmedicamentosnoserdesperdcioderecursos,pelocontrrio,muitasvezesrepresentauma antecipao demanda crescente para o consumo dessesmedicamentosnasunidadesdesade.
Lio 3 - Controle de estoque
Nestalioserabordadootemacontroledeestoque,emquevocverascaractersticasdestecontrolenoformatomanualenoinformatizado.Tambmconheceroinventrioealgunsconceitosfundamentaisparaocontroledeestoque.Comessaorganizaodeestudos,esperamosque, ao final da lio, voc seja capaz de reconhecer os conceitosbasilaresparaocontroledeestoquesdemedicamentos.
Comovocpodepercebernoseucotidiano,odimensionamentoeocontroledeestoquesdemedicamentossofatoresdecisivosparaosucessooufracassodagestodaassistnciafarmacutica,estandointimamenterelacionadoscomasfaltaseosdesperdcios.Portanto,descobrir frmulasparareduzirestoques,semafetaroprocessoesemocrescimentodecustos,umdosmaioresdesafios.
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Blatt, Campos e Becker22
Como realizar o controle de estoques?
- Definindo rotinas;
- Estabelecendo prioridades;
- Realizando o gerenciamento das informaes.
Uma administrao adequada do servio deve disponibilizar umsistemaeficientedecontroledeestoque,queapresente,demaneirasatisfatria, informaes sobre a posiodos estoques, os dadosde consumo, a demanda, o percentual de cobertura, os gastosefetuadoscommedicamentoseoquantitativofinanceirodeperdasdemedicamentosnarededesade.
Sem informao no h gerenciamento!
Para o perfeito gerenciamento dos materiais, imprescindvelo exerccio do controle fsico e registro de todas as operaesrealizadas(entradasesadas),oquepossibilitainformaesprecisasarespeitodosaldoexistenteemestoque.Todasasinformaessoimprescindveisparaumadequadoprocessodeprogramao.
Lembre-se de que o controle de estoque deve ser realizado na CAF
e tambm nas unidades onde h armazenamento e dispensao ou
distribuio de medicamentos.
A forma de controle, adotada para a obteno de informaesreferentes ao estoque de medicamentos, pode ser manual ouinformatizada.
Controle de estoque manual
Ocontroledeestoquemanualrealizado,aofinaldecadams,pormeiodautilizaodeficha de prateleiraeconfrontodosregistrosrealizados do estoque fsico. Para ser efetivo, alguns dados soobrigatriosnafichadeprateleira.Veja,aseguir,osprincipais:
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Unidade 1 - Programao de medicamentos 23
Identificao do produto: especificao (nome, formafarmacutica, concentrao e apresentao) e cdigo domedicamento.
Dados da movimentao do produto:quantidade(recebidaedistribuda),dadosdofornecedoredorequisitante(procedncia/destinatrio e nmero do documento), lote, validade, preounitrioetotal.
Dados do produto:consumomensal,estoquemximoemnimoepontodereposio.
Pode-segerar,seaadministraodaCAFjulgarnecessrio,umduplocontroledeestoque.Dessaforma,teremosumaficha de prateleira(apenascomregistrodemovimentaodoestoque),colocadajuntoacadamaterial,eumaficha de controle de estoque,emqueseregistram, alm das transaes propriamente ditas, os nveis deestoque(mximoemnimo)edeseguranaeoutrasinformaesacritriodaCAF.
As fichasdecontroledevemserorganizadasemordemalfabtica(nome genrico), datadas e assinadas. Ao trmino de cada ms,devem-se somar as entradas e sadas e confrontar os valoresencontradosnasfichascomoestoquefsico(quantidadearmazenadanaprateleira),corrigindopossveisdistoreseatualizando-as.Parafacilitaroprocessoeevitarerros,o registrodasentradasesadasdeve ser feito com cores diferenciadas (entradas: cor vermelha;sadas:corazuloupreta).
Controle informatizado
Aintroduodesistemasinformatizadostemafinalidadedefornecerasinformaesnecessriasemtemporeal,almdemodernizarosprocedimentos.Dentreosbenefciosadvindoscomainformatizaopode-secitar:
agilidadedoprocessodetomadadedeciso;
criaodeumbancodedadosconfivel;
aumento da velocidade de localizao das informaes ediminuiodamanipulaodegrandequantidadededocumentos.
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Blatt, Campos e Becker24
Lembre-se de que o sistema informatizado tem por fim facilitar o
gerenciamento e fornecer informaes confiveis e tempestivas. Se o
seu sistema no preenche esses requisitos, necessrio rever e planejar
adequadamente. Muitas vezes, quem cria um sistema informatizado no
conhece as informaes de que o farmacutico precisa para o controle
de estoque. Acompanhar a criao do sistema e fazer sugestes de
melhoria deve ser obrigao do profissional farmacutico.
Alm disso, informaes corretas so imprescindveis, por issoquemalimentaosistemadeverecebercapacitaoadequadaparatal tarefa.Damesmamaneira,periodicamentedeveserrealizadaaconfernciaeoacertodasdivergnciasentreoestoque fsicoeoestoqueregistradonosistemainformatizado.
Existem vrios sistemas informatizados para gerenciamento deestoques,porm,para informatizarosestoques,necessrio,emprimeirolugar,organizar o servio.
ATENO: O sistema informatizado s moderniza o processo. Se no
existir um controle eficaz, esse sistema no ir solucionar os problemas,
pelo contrrio, poder aument-los.
Hoje,disponibilizadaumasriedesoftwaresdegerenciamentodeestoquesdemedicamentos,plenamenteexequveiseadaptveisaqualquerservioquesedisponhaaimplementar.
DestacamosaquioHrusSistemaNacionaldeGestodaAssistnciaFarmacutica - por ser um sistema informatizado de controle deestoque,desenvolvidoedistribudogratuitamentepeloDepartamentodeAssistnciaFarmacuticaeInsumosEstratgicosdoMinistriodaSadeDAF/MS,apresentadonoMdulo1desteCurso.OHrustemcomoobjetivocontribuircomagestodaassistnciafarmacutica,por meio da informatizao dos almoxarifados/CAFs e farmcias/unidadesdesadeparaauxiliarnoplanejamento,monitoramentoeavaliaodasaesdaassistnciafarmacutica.Osistemapermite,entreoutrasfuncionalidades,ocontroledeestoque,arastreabilidadedos medicamentos distribudos e dispensados, o agendamentodas dispensaes e o conhecimento do perfil de consumo. Alm
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Unidade 1 - Programao de medicamentos 25
disso, possibilita o acompanhamento do uso dos medicamentose a gerao de dados para o desenvolvimento de indicadores deassistnciafarmacuticaqueauxiliemnoplanejamento,naavaliaoenomonitoramentodasaesnessarea.
Se o seumunicpio possui um sistema informatizado diferente doHrus,nodeixedeconheceraPortarian.271/GM/MS,de27defevereirode2013,queinstituiaBaseNacionaldeDadosdeaeseserviosdaAssistnciaFarmacuticaeregulamentaoconjuntodedados,fluxoecronogramadeenvioreferenteaoComponenteBsicodaAssistnciaFarmacuticanombitodoSUS.
Inventrio
O inventrio a contagem fsica dos estoques para verificar se aquantidadedemedicamentosestocadacoincidecomaquantidaderegistradanasfichasdecontroleounosistemainformatizado.
Arealizaodoinventriopermiteverificarasdivergnciasentreosregistroseoestoquefsico,almdepossibilitaraavaliaodovalortotal(contbil)dosestoquesparaefeitodebalanooubalancete,noencerramentodoexercciofiscal.
Oinventriodeveserrealizadonotrminodeumanodetrabalho,ousemprequeoresponsvelseausentardasfunes,aodeixare/ouassumirumnovocargooufuno.
Aperiodicidadedoinventriopodeser:
Diria:deformaaleatria,paramonitorarosprodutosdecontroleespecial,medicamentosclassificadoscomoAdacurvaABC,ouosmedicamentosclassificadoscomoPdacurvaPQR,queserodiscutidosnaprximalio.
Semanal: contagem por amostragem seletiva de 10% a 20%dosestoques.
Trimestral: contagempara conferncia do estoque, que podeserporamostragemoudototalizador.
Anual: obrigatoriamente, ao final de cada ano-exerccio, paraatualizaodosestoqueseprestaodecontas.
Para realizaodo inventrio,devehaverumplanejamentoprvio.Vejaaseguir.
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Blatt, Campos e Becker26
Como realizar o inventrio?
Elaborar um instrumento padro (formulrio), com asespecificaesdetodososprodutos,lote,validade,quantidadesprevistas,quantidadesemestoque,diferenas(paramaiseparamenos)epercentualdeerros;
Determinaroperodopararealizaodoinventrio;
Designarosprofissionaisresponsveisparacontagem;
Proceder arrumao fsica dos produtos, para agilizao dacontagem;
Retirardaprateleiraosprodutosvencidosouprestesavencer,bemcomoosdeterioradosedarbaixanosestoques;
Comunicar, por escrito, aos interessados (administrao eusurios)adatadeincioefinalizaodoinventrio;
Atender a todos os pedidos pendentes antes do incio doinventrio;
Revisarasfichasdecontrole,somandoentradasesadas(seocontroleformanual);
Realizaracontagem.Cada itemdevesercontadoduasvezes.A segunda contagem deve ser feita por uma equipe revisora(diferentedaprimeira).Nocasodedivergnciadeveserfeitaumaterceiracontagem;
Confrontaroestoqueregistradonasfichascomoestoquefsico;
Atualizaroregistrodosestoques,fazendoosajustesnecessrios;
Elaborar relatrio e encaminhar cpias s reas competentes.Pode-seregistrarcomoindicadoronmerodeitenscomestoquedivergenteentreoestoquefsicoeovalordosistemadecontroledeestoque;
Quandodiferenassoencontradas,deve-sebuscar identificarsuascausasepossibilidadesdecorreo.
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Unidade 1 - Programao de medicamentos 27
Recomendaes
O inventriodeveserrealizadoemperodoemquenoocorraatendimentosimultaneamente.
As entradas e sadas devem ser lanadas somente aps afinalizaodoinventrio,paraevitarriscodeduplacontagemdomesmoproduto.
Nocasodedivergncianosestoques:
Registraraocorrncia;
Rastrearasnotasfiscaisdeentrada,osdocumentosdesada,os registrosdeocorrnciadedevoluo,o remanejamento,asperdaseavalidadevencida,paraidentificaraspossveisfalhas;
Revisarasomadeentradasesadasdasfichasdecontrole,paraavaliarsehouveerronasomaounosregistrosetc.;
Emcasodedesviodemedicamentos,comunicar,porescrito,reacompetente,paraasprovidnciascabveis.
Alguns conceitos importantes para o controle de estoque
Nestapartedalio,vocverosprincipaisconceitosrelacionadosaocontroledoestoque.Fiqueatento,essesconceitosdevemestarclarosparavoc,poisserorecorrentesnoprocessodegesto.
Consumo mdio mensal (CMM)
a mdia dos consumos mensais de cada produto num certoperododetempo.
CMM=CM/NM CMM=consumomdiomensal CM=consumodecadams NM=nmerodemeses
Exemplo:determinaodoconsumodeunidadesdecomprimidosdecaptopril25mgdurante12meses.
Ms J f M a M J J a s o n dQuantidade 1222 807 1022 1200 1390 1350 1345 1334 1345 1356 1358 1367
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Blatt, Campos e Becker28
Soluo:
CMM =(1222+807+1022+1200+1390+1350+1345+1334+1345+1356+1358+1367)/12CMM = 1258 comprimidos
Mdia aritmtica mvel
amdiadecertaquantidadededados.Consisteemutilizarcomoprevisoparaoperodoseguinte,calculando-seamdiadosvaloresdeconsumonosnanteriores.
CM =(C1+C2+C3+......Cn)/n CM =consumomdio C =consumonosperodosanteriores n =nmerodeperodos
Aescolhadovalordenarbitrriaeexperimental.
Qual a diferena entre mdia aritmtica mvel e consumo mdio mensal?
A mdia aritmtica dita mvel porque, a cada novo tempo, consideradoumnovodadoeabandona-seomaisantigo,isto,aquantidadededadossempreconstante,oquefazcomquesejaabandonado sempreoprimeirodadoda srie.Oconsumomdiomensal(CMM)amdiadosconsumosmensaisdecadaprodutonumcertoperododetempo,que,geralmente,de12meses.
Quando usar um ou outro?
Deve-se dar preferncia ao consumo mdio mensal. Utiliza-se amdia aritmtica mvel quando no estiverem disponveis todososdadosdeconsumo. Issoacontece,geralmente,quandonosetemosdadosdedemandanoatendida(reprimida)empocasdedesabastecimentodemedicamentos.
Exemplo: o consumo, em quatro anos, do comprimido delevonorgestrel75mgpluladodiaseguintefoide:
ano 2007 2008 2009 2010Quantidade 82 88 120 140
Qual deveria ser o consumo previsto para 2010, utilizando-se omtododamdiaaritmticamvel,comn=3?
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Unidade 1 - Programao de medicamentos 29
Soluo: CM =(82+88+120)/3 CM = 96,6
Qual dever ser o consumo previsto para 2011, utilizando-se omtododamdiaaritmticamvel,comn=3?
Soluo: CM =(88+120+140)/3 CM = 116
Estoque mnimo
Durante o perodo de renovao, que o tempo que decorreentre dois pedidos consecutivos, podem ocorrer algumas falhas,motivadas,porexemplo,poratrasosdos fornecedoresnaentregados produtos ou por aumento de demanda. Para evitar falta deprodutos e compras emergenciais, introduz-se o conceito deestoque mnimo (EMn),queumaquantidadedematerialreservadaparasuprireventuaisnecessidadesdosistema.
Estoque mnimo ou de segurana (EMn)
Tambm chamado estoque reserva, a quantidade que se devemanterdecada item,como reservaparagarantir acontinuidadedoatendimentoemcasodeocorrnciasnoprevistas,comoaelevaobruscanoconsumoouoatrasonosuprimento.
EMn =CMMxkEMn =estoquemnimoCMM =consumomdiomensalk =umaconstantequecorrespondeaumfatordeseguranaarbitrriocomoqualsedesejagarantirumriscoderuptura.proporcionalaograudeatendimentodesejadoparaoitem=relaoentreademandaatendida (quantidade atendida) e a demanda real (quantidadenecessitada).
Exemplo:oconsumomdiomensaldealbendazol400mgde95unidades.Calcularoestoquemnimo,levandoemcontaumgraudeatendimentode90%,ouseja,umagarantiadequesomente10%dasvezesoestoquedessemedicamentoestejazerado.
Soluo:
EMn =95x0,9 EMn = 85,5
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Blatt, Campos e Becker30
Quando o valor do estoque mnimo mensal atingido (nestecaso quando restarem apenas 85 frascos em estoque), existe anecessidadedeprovidenciarareposiodoestoque.Poroutrolado,se existem300 frascos em estoque, no h necessidade de fazernovopedido.Talmedidapodesertilparaareposiodosestoquesnasunidadesdesade,que,geralmente,trabalhamcomareposiomensal.Nessecaso,recomenda-seusarovalorde100%paraograudeatendimento.
Estoque mximo (EMax)
igualasomadoestoquemnimoedolotedecompra(cujoclculoestaseguir).
EMax =EMn+LC
Emcondiesnormais, de equilbrio entre a compra eo consumo,oestoqueoscilarentreosvaloresmximosemnimos.Oestoquemximo sofrer limitaes de ordem fsica, como espao paraarmazenamento.possvel,ainda,diminuirtantootamanhodolotecomoodeestoquemnimo,quandohouverfaltadecapital.
Lote de compras (LC) de reposio
Olotedecomprasdeveconterumaquantidadedemedicamentosigual necessidade do perodo, considerando, obviamente, ainclusodoestoquemnimo.Portanto,olotedecomprasigualaopontodepedido.
LC = PP
Prazo de abastecimento (PA)
Perodocompreendidoentreasolicitaoeachegadadopedido.Considera-se,nesseprazo,o tempogastonaemissodopedido,atramitaodoprocessodecompra,otempodeespera,aentregadofornecedor,aentradanosestoquesatadisponibilidadeparaautilizaodomedicamento.
Ponto de pedido (PP)
O nvel de estoque que indica o momento de solicitao denominadopontodepedido,nvelderessuprimentoouestoquedealerta,conformeindicadonaFigura2.Aquantidadeaseradquiridadeveseramnimasuficienteparaatenderasnecessidadesatqueseatinjaumnovoperododeabastecimentoecalculadaapartirdasmdiasjmencionadas.
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Unidade 1 - Programao de medicamentos 31
PP =(CMMxPA)+EMn
Quantidade emestoque
Pedido
Recebimento
Prazo deabastecimento
Recebimento Recebimento Recebimento
Pedido Pedido
Ponto de pedido
Estoque mnimo
Tempo
Q Q Q
Figura 2 - Representao grfica do modelo de estoque.
Fonte: VECINA NETO; REINHARDT FILHO, 1998.
Convmsalientarqueopontodepedidomaisutilizadoemfarmciascomerciais e deve ser evitado ao mximo em entidades pblicasque necessitam fazer licitao, pois compras pequenas e noplanejadaspodemaumentarovalordosprodutos.Oidealseguiraprogramaodecompras.Mas,podem-seusaressasferramentasparaomonitoramentodosestoqueseevitarfaltademedicamentos.
Lio 4 Gesto dos estoques de medicamentos
Nesta lio, vamos focar o gerenciamento dos estoques demedicamentos,apresentandoavocosconceitosfundamentaisdaatividadedegernciadeestoquesdemedicamentos.Aofinaldesteestudo,vocdeverreconhecertaisconceitos.
Classificao de itens do estoque de medicamentos
a utilizao de tcnicas que permitem aplicar tratamentosapropriadosacadaitemdeestoqueeconstitui-seemumaimportantealiada na elaborao das estratgias de gesto dos estoques demedicamentos.
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Blatt, Campos e Becker32
Voc j ouviu falar da curva ABC? Provavelmente sim, mas voc a utiliza
no gerenciamento do seu estoque? Vamos ver como ela pode ser til.
AanlisedeParetooucurvaABCummtododeclassificaodeinformaes,adotadoparasepararositensdemaiorimportnciaouimpacto(CARVALHO,2002).Correspondeaumaduplaclassificaodos itens: de acordo com seu valor, obtido pelo preo unitrio; ede acordo com sua posio no estoque, obtida pelos registrosde consumo. Pode ser til para a determinao de estoques desegurana;orefinamentonaalocaodosrecursos;eparaareduodecustos.
Como elaborar uma curva ABC
Veja,aseguir,ospassosparaaelaboraodacurvaABC:
1) Listartodosositenscompradosouconsumidos(Coluna-Item).
2) Identificar a unidade de custo (comprimido, ampola, frasco,cartela)(ColunaUnidade).
3) Identificarovalordecadaunidadedos itens listados(ColunaValorunitrio).
4) Calcular o nmero de unidades consumidas no perodo.Usualmenteseutiliza12meses(ColunaConsumonoperodo).
5) Calcularovalordeconsumo(multiplica-seovalorunitriopelonmerodeunidadesconsumidasnoperodo),obtendo-se,assim,ovalortotalgastodecadaitemnoperodo(ColunaValortotal).
6) Calcularovalorpercentualdecadaitem,dividindoovalortotalgasto de cada item pelo valor total da lista (Coluna Valorpercentual).
7) Rearranjar a lista, realocando os itens de acordo com ospercentuais individuais, comeando com o maior (Coluna Valorespercentualemordemdescrente).
8) Emumanovacoluna,calcularopercentualacumuladonovalortotaldecadaitem(ColunaPercentuaisacumulados).
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Unidade 1 - Programao de medicamentos 33
9) Identificar os itens de cada categoria (Coluna ClassificaoABC).Paraaclassificaodos itensemA,B,C,sugere-seosseguintespontosdecorte:
MedicamentosA:10%a20%dositense75%a80%dosrecursos;
MedicamentosB:10%a20%dositense15%a20%dosrecursos;
MedicamentosC:60%a80%dos itense5%a10%dosrecursos.
10) Apresentarosresultados(plotar%dovaloracumuladonoeixoyenmerodeitensnoeixoX,conformeapresentadonaFigura3).
% do valor
% de materiais
10%
15%
75%
10% 20% 70%
AB
C
Figura 3 - Representao da curva ABC.
Consideraes sobre a curva ABC
Osparmetrosnosofixos,eospercentuaisdescritospodemvariar,combasenaorganizaodosservios.
O que importa que a anlise desses parmetros propicia otrabalhodecontroledeestoquedofarmacutico,cujadecisodecomprapodesebasearnosresultadosobtidospelacurvaABC.
Os itens considerados de classe Amerecero um tratamentopreferencial.Paraessesitens,asaesdevemtercomometa:diminuiodosprazosdeabastecimento;reduodosestoques;
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Blatt, Campos e Becker34
reduodosperodosderenovao;reduodosestoquesdesegurana; estabelecimento de controles de utilizao; buscadosmelhoresfornecedores;eobtenodosmelhorespreos.Oestoquedeveserrigorosamentecontrolado.
OestoquedositensdeclasseCpodetercontrolemaissimples,podendoatterumestoquedeseguranamaior.J,ositensdaclasseBdeveroestaremsituaointermediria.
Lembre-se de que os itens classificados como A, emborarepresentem os maiores gastos, no so necessariamenteaquelesdemaiorcustounitrio.Algunsprodutosdecustounitriomdio,masde consumoelevado, absorvemgrandes volumesfinanceiros. Provavelmente, alguns anti-hipertensivos iro fazerpartedasualistadeitensA,devidoaograndevolumeutilizado.
O uso da curva ABC propicia uma otimizao na aplicaodos recursos financeiros, pois evita desperdcios ou aquisiesinadequadas.Umasolicitaodeitenscommaisfrequnciaeemquantidadesmenorespodelevarreduonoscustosdoestoque.Porm, tomecuidado, pois aquisio emquantidadesmenorespodefavorecercotaesmaisaltasnessesitens,amenosqueoserviotenhaosistemaderegistrodepreo.
AcurvaABCpodeserutilizada tambmduranteaseleodemedicamentos. Uma reviso dos medicamentos classificadoscomoApodemostrar itensparaosquais existemalternativascommesmaeficciaecustomenor.
Existem outras maneiras de classificar os medicamentos. A curva ABC
utiliza o ponto de vista econmico, mas podemos utilizar o ponto de vista
do usurio; do fornecedor; ou do processo operacional.
Vejaatabelacomparativaaseguir:
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Unidade 1 - Programao de medicamentos 35
Tabela 1 - Classificao de itens de estoque de medicamentos.
classificaoPonto de vista conteMPlado
conceito
ABC Econmico
Consiste na separao dos itens em trs grupos de acordo com o valor da demanda, em determinado perodo de tempo, sendo:A = alto valorB = valor intermedirioC = valor baixo
XYZ Usurio
Classificao de criticidade, baseada no critrio do impacto resultante da falta, sendo:X = alta criticidade (material imprescindvel)Y = mdia criticidadeZ = baixa criticidade
123 Fornecedor
Classificao de aquisio, baseada na dificuldade em adquirir determinado item, sendo:1 = obteno muito difcil2 = obteno relativamente difcil3 = obteno fcil
PQRProcesso
operacional
Classificao de popularidade, baseada na frequncia de utilizao dos itens, sendo:P = elevada frequncia de movimentaoQ = frequncia de movimentao intermediriaR = baixa frequncia de movimentao
VEN Essencialidade
Classificao baseada na essencialidade do produto para o servio de sade, sendo:V=VitalE=EssencialN=No-essencial
Naliteratura,vocpoderencontraroutrasformasdeclassificarositensdoestoque,bemcomoabordagensdiferentes.muitocomumencontraraclassificaoXYZcomumaabordagemdevariabilidadededemanda,ondeositensXsoaquelescujademandavariapoucoe Z os produtos com demanda variada. Dessa maneira, os itensclassificadoscomoZseriamosdegerenciamentomaiscrtico.
Paraasuarotina,adoteaquelaqueformaisadequadaaoseuservioeestabeleaaprioridadedegerenciamentodeacordocomasuarealidade.
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Blatt, Campos e Becker36
Ao final desta unidade, vamos listar alguns fatores que j foram
amplamente discutidos e que podem interferir no processo de gesto
dos estoques. Cabe a voc identificar quais os problemas enfrentados
na sua realidade e como esses problemas podem ser resolvidos.
Reflexo
Falta de critrios tcnicos
Afaltadecritriospodecomprometeroprocessodeprogramao.Esseproblemapodeocorrer tantonaprimeiravezqueseefetuaaprogramaoparaumservioouunidadequantoemprogramaessucessivas.Aindaqueas informaesa coletar sejamescassasededifcil acesso, importantechegaratelasde formacriativa.importanteaderirslistasdemedicamentosessenciais,bemcomo,ainda,imprescindvelqueseempreguemmtodosdeavaliaodemodoaacompanharoprocessoaolongodotempo.Programaesanteriores,queforamempreendidascomfaltadecritriostcnicosadequados, no podem ser utilizadas na elaborao de novaprogramao,poistrazemdistoresimportantes.
Centralizao
Aprogramao deve ser descentralizada, para que possa retrataromaisfielmentepossvelanecessidade local. impossvelparaogestor central ter uma ideia clara das necessidades locais se nobuscar dados ou no receb-los. A perpetuaodeprogramaocentralizadapodeocasionarexcessosefaltasdegrandemonta,comsrioimpactosobrearesolutividadedosservios.
Sistema de informao gerencial e epidemiolgica deficiente
Os dados de consumo obtidos, normalmente, so aquelesrelacionadosdistribuio,semquehajaavaliaodademandareal(atendidaenoatendida);aosperodosdedesabastecimento;eaosestoques existentes (inventrio).Os registros epidemiolgicos, quenormalmentepoderiamcorroborarasinformaesdeconsumo,sopoucoconfiveisnessecaso.
Recursos humanos despreparados
Abaixacapacitaotcnicaumgrandeentravenaqualidadedoprocessodeprogramao.Acarnciadeconhecimentos tcnicos
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Unidade 1 - Programao de medicamentos 37
aliadafaltadeatitudepr-ativacomprometeodesempenhodessaatividade.
Recursos financeiros insuficientes
Alimitaodosrecursosfinanceiros,cadavezmaisescassos,temtransformado as programaes em um processo eminentementeadministrativo,queacabamsendorealizadasemfunodosrecursosfinanceirosdisponveisenodasreaisnecessidadesdapopulao.Alm da insuficincia no tocante disponibilidade financeira, airregularidadedoseuaportecomprometesobremaneiraaeficinciadaexecuodaprogramao.
Falta de eficiente sistema de controle e de informao
Seminformao,nohgerenciamento.Semregistros,emespecialdasdemandasatendidaseno-atendidas,dificilmenteseconseguirprogramaodemedicamentosajustada.Umsistemadeinformaoeficientepermiteevitarafaltae/ouodesperdciodemedicamentos;garantiraregularidadenoabastecimento;esuprirasnecessidadesdos serviosde sade.Existemvrias alternativaspara registrar ecoletardadosdedemanda,mesmosemumprogramainformatizado:ficha,planilha,cpiada2viadaprescriooucadastrodousuriosorecursosquepossibilitamregistrarasquantidadesdemedicamentosentregues,datadaentrega,entreoutrasinformaes.
Conclumos os estudos desta unidade. Acesse o AVEA e confira as
atividades propostas.
Ambiente Virtual
Anlise Crtica
Baseadoem tudooque estudamosnesta unidade, conclui-sequea eficincia do gerenciamento de estoques de medicamentos fundamental para suprir as necessidades de medicamentos dasinstituiesdesade,almdecolaborartambmparadiminuirgastos.Portanto,voc,farmacutico,precisaaliarasnovastcnicasdegestodeestoqueaoseuconhecimentotcnico.Precisatambmconheceras etapas e a organizao do processo de programao para darmaioragilidadeaoprocessoeevitardesperdciosdetempoedinheiro.
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Blatt, Campos e Becker38
Referncias
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Unidade 1 - Programao de medicamentos 39
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Blatt, Campos e Becker40
Autores
Carine Raquel Blatt
Possui graduao em Farmcia (2002), especializaoMultiprofissionalemSadedaFamlia(2003),mestradoemFarmciapelaUniversidadeFederaldeSantaCatarina(2005),especializaoem Avaliao de Novas Tecnologias em Sade pela UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul (2007), doutorado pelo ProgramadePs-graduaoemFarmciadaUniversidadeFederaldeSantaCatarina(2011),tendorealizadoestgiodedoutoradosanduchenaUniversity for Health Sciences,Medical Informatics and Technology,na ustria (UMIT-AT). Atualmente professora da UniversidadeFederal de Cincias da Sade de Porto Alegre. Tem experinciana rea de Farmcia, com nfase em Assistncia Farmacutica,atuando,principalmente,nosseguintestemas:gestodaassistnciafarmacutica, ateno farmacutica, avaliao de tecnologias emsade,sadepblicaeestudosdeutilizaodemedicamentos.
http://lattes.cnpq.br/4746842392238066
Clia Maria Teixeira de Campos
Conhecida como a professora Celinha, doCurso de Farmcia daUniversidade Federal de Santa Catarina (UFSC), nativa da Ilhade Santa Catarina. Cursou graduao em Farmcia - habilitaoTecnologia de Alimentos e mestrado em Cincias dos Alimentos,ambosnaUFSC,edoutoradoemCinciadosAlimentos,naUFSCenacole Nationale Suprieure Agronomique de Rennes-Frana.JtrabalhoucomofarmacuticanaSecretariadeSadedoEstadodeSantaCatarina,antesdeserprofessoradaUniversidade.MinistrouaulasdeQumicaFarmacutica,FarmciaHospitalar,FarmacotcnicaeEstgioSupervisionadoemFarmcia.Hoje,atuanadisciplinadeAssistncia Farmacutica e exerce a funo de Coordenadora doCurso.
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Unidade 1 - Programao de medicamentos 41
Indianara Reynaud Toreti Becker
Catarinense, nascida e criada no municpio de Cricima, cidadeque reside at o momento, cursou graduao em Farmcia eespecializaoemFarmciaClnicanaUniversidadedoSuldeSantaCatarina(UNISUL).PossuimestradoemFarmciapelaUniversidadeFederal de Santa Catarina (UFSC). professora no Curso deGraduaoemFarmciadaUniversidadedoExtremoSulCatarinense(UNESC), atuando em ensino, pesquisa e extenso na rea deAssistnciaFarmacutica.Atualmente,exercesuasfunesjuntoResidnciaMultiprofissional,PrSadeeComponenteEspecializadodaAssistnciaFarmacutica(pormeiodaFarmciaEscola).
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