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1T14 COMPROMISSO 1

Encontro

ÊxodoMigrações em busca

de vida melhorO sonho de encontrar uma terra, mais prodigiosa para viver tem levado seres

humanos em todas as épocas, desde os primórdios da história, a peregrinarem pelos diversos cantos da terra. A Bíblia registra, já em suas primeiras páginas, as migrações humanas, como do pioneiro Caim em busca de um lugar melhor para sobreviver. Tais narrativas de deslocamentos na procura de uma subsistên-cia mais digna tornam-se frequentes em boa parte da Palavra de Deus.

Compreende-se que por um longo período da história, especialmente no período inicial narrado pela Bíblia, as pessoas eram nômades, isto é, viviam em permanente processo de mudança pela sobrevivência. Há muito a quase totali-dade da humanidade deixou de ser nômade, mas será isso realmente verdade? Embora o conceito não se aplique formalmente, observa-se nestes tempos mo-dernos (e pós-modernos?) a continuidade frenética da migração que seria uma versão moderna de nomadismo. Tanto no interior dos países, como entre países e continentes, as pessoas migram no afã de uma vida que possa ser melhor.

O êxodo do povo de Deus, registrado no livro que tem o mesmo título, é o gran-de exemplo de migrações na Bíblia. O livro do Êxodo narra a história de um povo peregrino que foi anteriormente para o Egito em busca de sobrevivência, quando da grande fome na região em que vivia. Mas a terra dos faraós não era o seu destino. A necessidade de migrar em direção a outro local, à chamada terra prometida, fez com que os hebreus, conduzidos por Deus, sob a liderança de Moisés, migrassem para a terra que mana leite e mel, numa metáfora que signi� ca terra da abundância, da provisão, da bondade do Senhor.

Estudar o livro de Êxodo neste início de 2014 – ano de eleições estaduais e federais – é um privilégio e um desafio. Privilégio por meditarmos/recordarmos uma das mais belas, ricas e pedagógicas histórias da Palavra de Deus. Desa� o, pois diante do que recordaremos/aprenderemos, como tornar essa terra que o Senhor nos deu para viver mais próspera, justa e digna para todos os seus moradores?

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2 COMPROMISSO 1T14

COMPROMISSO destina-se a adultos (36 a 64 anos), contendo lições para a Escola Bíblica Dominical. Os adultos de 65 anos em diante podem, obviamente, usar esta revista, mas a CBB destina a eles a revista REALIZAÇÃO, cuidadosamente preparada para a faixa etária da terceira idade

LITERATURA BATISTAAno CVIII – Nº 429 – Jan.Fev.Mar. 2014

ISSN 1984-7475

Nossa missão: “Viabilizar a cooperação entre as igrejas batistas no cumprimento de sua missão como comunidade local”

COMPROMISSO

Todos os direitos reservados. Copyright © 2014 da Convenção Batista BrasileiraProibida a reprodução deste texto total ou par-cial por quaisquer meios (mecânicos, eletrô-

banco de dados etc.), a não ser em breves citações, com explícita informação da fonte

Publicação trimestral doDepartamento de Educação Religiosa da Convenção Batista BrasileiraCNPJ (MF): 33.531.732/0001-67Registro nº 816.243.760 no INPI

Endereço

Direção GeralSócrates Oliveira de Souza

Coordenação Editorial

(RP/16897)

RedaçãoClemir Fernandes Silva

Produção Editorial

DistribuiçãoEBD-1 Marketing e Consultoria Editorial Ltda.

QUEM ESCREVEU nasceu em São Caetano do Sul, SP, em 21 de

o seu curso no Seminário do Sul, em 1952. Foi consagrado ao pastorado na Igreja Batista da

Lapa, em São Paulo, no dia 27 de dezembro de 1952. Em 1954 casou-se com Zênia dos Santos

e foi pastorear a Igreja Batista de Promissão, passando depois pelo pastorado das igrejas de

Quatá, Piracicaba, Vila Industrial, vindo para o Rio de Janeiro em 1960 para pastorear a Igreja

CIEM, RJ e dedica seu tempo a escrever.

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SumárioSumário

VARIEDADES

Deus trabalha com famílias

“Que feliz é o lar”

7

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29

33

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Ênfase do ano

Deus trabalha com famílias

No princípio criou Deus uma famí-lia: Adão e Eva. Que se ampliou com seus � lhos Caim, Abel. Caim e outros � lhos do primeiro casal formaram outras famílias, conforme mostram as genea-logias bíblicas. E assim sucessivamente, como a família de Noé, que Deus cha-mou para o grande empreendimento de salvar a humanidade do dilúvio. As pes-soas não atenderam ao convite de arre-pendimento de Deus mediado por Noé e o Senhor retoma a história da salvação, convocando outra família, a de Abraão e Sara. A trajetória da ação de Deus pela humanidade prossegue como uma histó-ria de famílias, como revela a caminhada dos diferentes patricarcas: Isaque e Rebe-ca; Jacó e Raquel e outros como vemos em Gênesis.

Em Êxodo, a história da liberta-ção do povo do Egito se desenvolve a partir de uma família, a de Joquebede, que vai resultar na família de Moisés, prosseguindo com seus descendentes. Podemos considerar que toda a histó-ria da salvação não se dá por meio de indivíduos, geralmente homens como

Tema: Família, o ideal de Deus para o ser humanoDivisa:Hino do trimestre:

Clemir Fernandes

têm sido vistos, mas uma história de família, que envolve mulheres, � lhos e também os homens.

Deus é Deus de famílias. Ele não quer que ninguém viva sozinho, mas faz com que o solitário viva em família (Gn 2.18; Sl 68.6).

No decorrer de todo o Antigo Tes-tamento, vemos sobejos exemplos de como Deus age na história a partir de várias famílias e para abençoar as famí-lias de toda a terra, como vemos na cha-mada missionária de Abraão (Gn 12).

Também no Novo Testamento, ve-mos a importância das famílias, a partir da genealogia do próprio Jesus, passan-do pela família de Isabel, Zacarias e João Batista, a linhagem de Jesus e de outras famílias, tanto implícitas como explíci-tas conforme o exemplo de Timóteo, Priscila e Aquila e muitos outros.

O tema deste novo ano da Conven-ção Batista Brasileira enfoca a família, visando à valorização e apoio a esta instituição fundamental para a vida de qualquer ser humano e também para a ação de Deus no mundo.

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Hino do trimestre

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Segunda

Êxodo

1.1-5

Terça

Êxodo

1.6

Quarta

Êxodo

1.7

Quinta

Êxodo

1.8-10

Sexta

Êxodo

1.11-14

Sábado Domingo

Êxodo

1.20-22

5 de janeiro

COMO OS TEMPOS PODEM MUDAR

Êxodo signi� ca “saída”. Para os rabi-nos judeus, o título desse livro é “No-mes”, palavra que vem logo no primeiro versículo, indicando a nomeação dos � lhos e netos de Israel que desceram ao Egito 430 anos antes do Êxodo. Gêne-sis 46.27 e Êxodo 1.5 falam de 70 des-cendentes de Jacó que desceram para o Egito. Em Atos 7.14, Estêvão, em seu discurso, fala de 75 almas, possivelmen-te incluindo o próprio Jacó e José com a esposa e os dois � lhos de José, que já estavam no Egito. O livro de Êxodo foi escrito por Moisés como continuação do livro de Gênesis. Há uma continui-

dade natural do capítulo 50 de Gênesis para o primeiro de Êxodo. Não pode-mos entender o que é narrado em Êxo-do sem conhecer a vida de José, � lho de Jacó (Gn 37-50) que foi usado por Deus como instrumento para a � xação de Israel e seus 70 descendentes no Egi-to visando à sua proteção para se mul-tiplicar e se preparar para a conquista da terra prometida, tornando-se uma nação. José chegou a ser o governador do Egito, o que lhe deu oportunidade para trazer seu pai Israel e toda a sua fa-mília para morar no Egito, onde havia trigo, uma vez que em Canaã grassava terrível fome. O ensino central do livro é que Deus dirige a história para reali-zar os seus propósitos.

tornaram-se fortes"

Texto áureo

Escravidão e terror no Egito

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DE JOSÉ A MOISÉS

Israel cresceu tanto que se espa-lhou por todo o Egito e passou a cons-tituir séria ameaça à nação egípcia, como entendeu Faraó, que decidiu usar de astúcia e dureza para impedir o crescimento dos israelitas (1.9,10). Submeteu os � lhos de Israel a mais dura escravidão e trabalhos forçados na fabricação de tijolos e em cons-truções. Exatores egípcios castigavam duramente os escravos hebreus para obrigá-los a trabalhar para Faraó. Para tentar evitar o crescimento da popula-ção dos hebreus, a ordem do Faraó foi que todos os meninos que nascessem de mulheres escravas fossem jogados no Rio Nilo. O Rio Nilo possuía mui-tos canais e em todos eles havia cro-codilos, que são animais carnívoros e vorazes. Nenhum bebê jogado ao rio poderia escapar. A intenção de Faraó era eliminar só os meninos. Alguns autores pensam que a ordem do Faraó visava a uma puri� cação genética, pois as meninas poupadas poderiam ser tomadas pelos egípcios como concu-binas para a geração de cidadãos egíp-cios (R. Alan Cole, 1963, p. 54).

Um descendente de Levi chamado Anrão casou-se com a própria tia (6.20), chamada Joquebede. Ela deu a Anrão dois � lhos e uma � lha: Arão, Miriã e seu irmão Moisés, que nasceu depois do decreto de Faraó para que todos os meninos fossem jogados ao rio. Vendo que seu � lho era um lindo bebê, Anrão

e Joquebede resolveram não jogá-lo ao rio, mas o esconderam em casa por três meses. Seria impossível escondê-lo por mais tempo e, então, Joquebede for-mulou um plano que cooperou com o propósito de Deus. Ela tomou um cesto de juncos, betumou-o cuidadosa-mente para que o cesto pudesse " utuar, colocou o menino dentro e deixou o pequeno barco entre os juncos na bor-da do rio. O cesto foi visto pela � lha de Faraó que viera ao canal para se banhar. Ela mandou que uma das suas damas de companhia apanhasse o cesto. Ao levan-tar a cobertura, que surpresa! Um lindo menino jazia dentro do cestinho! Logo a princesa reconheceu que se tratava de um menino hebreu (2.6) e, em vez de jogá-lo no rio em obediência ao decreto do seu pai, decidiu levá-lo para o palá-cio e adotá-lo como � lho, dando-lhe o nome egípcio de Moisés, que signi� cava “tirado das águas”. Miriam, irmã do me-nino, que a tudo assistia à distância, cor-reu e se ofereceu para chamar uma mu-lher hebreia para criar o menino, o que foi prontamente aceito pela princesa, que veio a ser a rainha Hatsepsut. Des-se modo, Joquebede pode não somente amamentar e criar seu � lho, recebendo salário da princesa por esse trabalho, mas certamente dar-lhe os primeiros ensinamentos sobre o Deus dos hebreus e suas promessas. Como se sabe, o que uma criança ouve nos seus primeiros anos de vida � ca gravado em seu cora-ção, molda seu pensamento e a segue até o � m da sua vida. Acompanhando a

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trajetória de Moisés, podemos ver a � r-meza da sua fé e seu amor a seu povo, o que mostra a propriedade da providên-cia divina ao colocá-lo sob os cuidados de sua própria mãe.

NA CORTE DO FARAÓ

Levado para o palácio, Moisés recebeu a formação de um príncipe, sendo instruído em toda a cultura do Egito (At 7.22) sob a presunção de que, sendo � lho da princesa herdeira do trono, ele poderia, no futuro, ser coroado rei (Hb 11.24-26). Moisés adquiriu uma extraordinária educa-ção nos campos da matemática, da organização e funcionamento de um governo, da astronomia, da agricultu-ra, da medicina, do direito de proprie-dade, da natureza animal e da guerra, de arquitetura, como ele vai demons-trar na liderança de Israel na formula-ção das suas leis. Alguns historiadores supõem que Moisés criou o alfabeto hebraico (Mesquita, 1971, p. 54). A invenção do alfabeto é atribuída aos fenícios e pelo menos é certo que fo-ram eles que introduziram o alfabeto na Grécia, mas o historiador romano Tácito diz que o primeiro povo a usar formas grá� cas em lugar dos hierógli-fos foram os egípcios. Aliás, os egíp-cios reivindicavam para si a notável criação do alfabeto com o desenho de animais estilizados para representar os fonemas da linguagem humana. De qualquer forma, é certo que Moisés

conhecia o alfabeto e o utilizou, pois lhe seria impossível escrever os livros que escreveu usando hieróglifos.

NO DESERTO DE MIDIÃ

Desde menino, Moisés se identi� -cou com o seu povo. Aos 40 anos, foi veri� car como estava sua gente e sur-preendeu um feitor egípcio castigan-do um israelita. Olhou para os lados e presumindo que ninguém observava, matou o egípcio (2.11) e enterrou o corpo na areia. Foi um erro, natural-mente, pois em vez de olhar em volta, ele devia ter olhado para cima (F. B. Meier, 1993, in loc) e certamente o seu Deus, que lhe deu o mandamento “não matarás”, teria orientado outra forma de agir. Não podemos concordar com a ideia de que foi Deus que mandou Moisés matar o egípcio ou que Deus tenha concordado com o homicídio. Quantas vezes nós olhamos em volta, achamos que “ninguém está vendo” e, por isso, nos julgamos impunes para cometer nossos pecados quando, na verdade, deveríamos olhar para cima e seguir a vontade de Deus, que é a nossa santi� cação (1Ts 4.3). O pecado deve ser evitado, não porque alguém está vendo, mas porque é pecado. Deus, porém, mais uma vez, transformou a tragédia em vitória para que Moisés pudesse ter um retiro de 40 anos em Midiã, completando o seu preparo para a importante missão de liderar o êxodo de Israel e escrever as suas leis.

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O assunto da morte do egípcio che-gou ao conhecimento de Faraó (2.15), que percebeu o perigo da opção de Moisés por Israel e o condenou à morte, obrigando-o a fugir para o sul da Penín-sula do Sinai e esconder-se na casa do sacerdote Jetro, onde ele deveria passar os 40 anos seguintes aprendendo mais sobre Deus e sobre o deserto por onde depois deveria guiar o povo de Israel na sua peregrinação. Temos pouco material sobre a permanência de Moisés em Mi-diã, mas ali se deu sua mais notável expe-riência com Deus junto à sarça ardente

(3.2). Vários escritores e poetas veem no arbusto que queimava e não se con-sumia, uma alegoria de Israel, um povo que ardia em sofrimentos no Egito, mas não se consumia. Outros entendem que a sarça ardente representa a perenidade do próprio Deus, que se revela a Moisés pelo nome de Jeovah, com o signi� cado de que Deus tem a vida em si mesmo e nem a eternidade o consumirá. Na mi-tologia grega, o deus khronos devorava os outros deuses, o que signi� ca que o tempo se encarregava de mostrar a inu-tilidade dos deuses do Panteão. O nome

O pequeno Moisés é encontrado nas águas do rio

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pelo qual o Deus Altíssimo se revela a Moisés – “EU SOU” – tem tantos e tão profundos signi� cados que nos im-põem até um certo temor em abordá-los. Se quisermos saber, ainda que em parte, o signi� cado do nome EU SOU, acom-panhemos, no estudo de Êxodo, o que Deus fez pelo seu povo para tirá-lo do Egito. “Ser” é um verbo predicativo, ou seja, exige um predicado. Curiosamen-te, EU SOU é o uso incomum desse verbo ser sem predicativo, como se Deus estivesse dizendo: “Eu sou tudo de que você precisar”. Este verbo foi assumido por Jesus, às vezes, com predicativos como luz, porta, água, pão, caminho, o bom pastor e outras vezes sem predica-do, igualando-se ao “EU SOU” que se revelou a Moisés: João 8.24,58. Que re-velação, que experiência íntima, pessoal, temos com Deus? Até que ponto nossa visão de Deus mudou o nosso viver? Muitos líderes cristãos, infelizmente, estão tentando liderar o povo de Deus na capacidade da carne, sem passar pela “sarça ardente” de uma experiência pes-soal e transformadora com Deus.

APLICAÇÕES PARA A VIDA

Deus dirige a história acima da vontade dos povos e dos reis. Deus realiza o seu propósito visando dar ao ser humano a oportunidade de aceitar o seu amor e ser salvo da escravidão do pecado. Assim também Deus dirige a sua vida e a minha, dando-nos o ense-

jo de viver em santidade para sermos participantes conscientes do seu pla-no redentor. Por meio dos fatos que vão acontecendo em nosso caminhar, Deus nos está preparando para realizar seu soberano querer por meio de nossa vida, como aconteceu com José e de-pois com Moisés. Procure lembrar-se um pouco da sua própria história e verá que Deus conduziu sua vida até aqui, preparando você para dar continui-dade ao seu eterno propósito. O pro-blema surge quando, apesar de todo o cuidado divino, nós nos distraímos e até nos rebelamos contra o propósito de Deus por não ser exatamente o que nós desejávamos para nossa vida. Não foi o caso de Moisés. Apesar de relutar a princípio, ele obedeceu ao chamado divino e levou sua missão a bom termo. Um bom exemplo para nós.

"Por meio dos fatos que

vão acontecendo em nosso

soberano querer por meio de

com José e depois com Moisés.

continuidade ao seu

eterno propósito"

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DEUS SE REVELA

Abraão teve a visão de Deus como aquele que abençoa. Jacó teve a visão do acesso a Deus, uma visão profética do próprio Cristo, na forma da escada que ligava a terra ao céu (Gn 28.10-17). No Sinai, do outro lado do deserto, Moisés teve a mais completa e surpreendente visão de Deus como um ser não criado, que tem a vida em si mesmo e que se doa por amor, certamente outra visão profé-tica sobre o Deus eterno que se dá em Cristo pela redenção de todos os que nele creem. Moisés sabia quem era Elo-him, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, mas até o Horebe, não tivera ainda uma visão completa da glória e do poder de Jeovah. A partir de Horebe ele vai co-nhecer o Deus que busca o prisioneiro

Segunda

Êxodo2.1-10

Terça

Êxodo

2.11-15

Quarta

Êxodo 2.16-22

Quinta

Êxodo

3.1-6

Sexta

Êxodo

3.7-12

Sábado

Êxodo 3.13-22

Domingo

Êxodo

4.1-17

para libertá-lo, que vai ao encontro do sedento para dessedentá-lo, um Deus que busca o perdido para salvá-lo. Aqui ele passa a conhecer o Deus que quer ti-rar Israel do Egito e levá-lo para Canaã, onde cumprirá sua promessa de aben-çoar todas as famílias da terra. Moisés teve 80 anos de preparação para uma missão que durou 40 anos. Seu preparo intelectual, embora notável, não o teria capacitado para aquela missão sem o seu encontro pessoal com Jeovah. Não se podem alcançar os objetivos espirituais do reino de Deus contando com recursos humanos. Sem um encontro pessoal com Deus, podemos ter boas estatísticas, mas sem resultados na glória. Muitos líderes cristãos nunca estiveram “do outro lado do deserto”. É preciso ter um encontro pessoal com o grande EU SOU!

o monte de Deus"Deus levanta um libertador

Texto áureo Êxodo 3.1

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A CONVOCAÇÃO DE MOISÉS

Não se pode inferir do incidente em que Moisés matou um egípcio, que ele tivesse em mente libertar Israel. Naquele episódio, Moisés apenas defendeu um irmão de raça que estava sendo covarde-mente espancado. Deus precisava desig-nar e convocar um homem especialmen-te dotado para a missão de tirar Israel do Egito. Por meio de tudo o que aconteceu a Moisés desde o seu nascimento, vemos que Deus o estava preparando para ser esse homem. Moisés relutou muito em receber a incumbência porque ele conhe-cia a grandiosidade da missão que Deus lhe propunha. Primeiro, ele estranhou a sua escolha em 3.11: “Quem sou eu que vá a Faraó e tire do Egito os � lhos de Israel?” Ele conhecia a natureza dos reis do Egito, sua mania de grandeza e despotismo e sabia que, além do Faraó, teria que enfrentar os sacerdotes das divindades egípcias e oponentes como Janes e Jambres (2Tm 3.8). Não culpe-mos Moisés por resistir assumir a missão de libertar Israel porque, além do mais, ele sabia que seria impossível convencer os israelitas a saírem do cativeiro, pois o povo tinha saudade das panelas de carne e das cebolas do Egito, apesar de tudo o que lá havia sofrido. A miséria é acomo-datícia. Moisés, no entanto, pela sua per-sonalidade bem estruturada, pela cultura que adquiriu, pelo seu temor a Deus e pelo seu amor ao povo, pelo qual estava disposto a matar e a morrer, certamente era o homem para aquela missão.

DEUS VAI À FRENTE

Sua terceira objeção foi de que ele tinha di� culdade para falar, uma disla-lia não especi� cada, mas Deus lhe diz claramente: Israel não vai ser libertado pelo que você vai falar, mas pelo que Deus vai fazer. Ele não contava que Deus mesmo iria à frente quebrando as portas de bronze e despedaçando os ferrolhos de ferro (Is 45.2). Quan-tos obreiros valorosos têm fracassado, como Saul, porque imaginam que a obra depende deles e não do Senhor! Deus respondeu a Moisés: “Eu serei contigo”. Essa palavra nos faz lembrar a promessa de Jesus, depois de dar aos discípulos uma missão que para eles seria impossível: levar o evangelho até os con� ns da terra: “Eu estarei convosco até a consumação dos sécu-los” (Mt 28.20). Moisés acrescenta: “Os � lhos de Israel me perguntarão: Quem enviou você?” Deus responde: “Eu sou o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó”. Era o Deus da própria his-tória de Israel e não um deus estranho, do Egito ou da Mesopotâmia, que falava com Moisés. Quando Moisés pergunta qual o nome de Deus que ele diria tê-lo enviado, Deus lhe res-ponde: “Dirás ao povo de Israel: EU SOU me enviou a vós”, surgindo daí o nome inefável e santo, Jeovah, pelo qual Deus passou a tratar com Israel. Ele não foi nem será. Ele é. “EU SOU”.

“De eternidade a eternidade tu és Deus”, proclama Moisés (Sl 90.12).

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O COMEÇO DE UMA NAÇÃO

Para haver uma nação, quatro elementos são necessários: (1) um povo; (2) um território; (3) leis; (4) um governo. Os zíngaros e os curdos, por exemplo, são povos, mas não têm seus territórios, não sendo, portanto, nações. Em sua providência a � m de cumprir suas promessas visando à re-denção da humanidade e formar uma nação sacerdotal, Deus levou os � lhos de Jacó para o Egito, onde eles pode-riam se multiplicar com segurança e receber noções de uma nação bem estruturada, o que não aconteceria em Canaã. O Egito era um país rico e poderoso, altamente desenvolvido nas ciências da medicina, astronomia, matemática, agricultura, arquitetura e governo. Israel, até então um pequeno clã de pastores nômades, tinha muito que aprender no Egito para vir a ser uma poderosa nação. Israel cresceu sob a proteção de Faraós estrangeiros durante quase três séculos, espalhou-se por todo o país e se tornou um povo forte e numeroso até que os reis hicsos invasores foram expulsos e o novo Fa-raó, agora egípcio, não reconheceu os privilégios dados pelos reis semitas a José (1.8) e começou a perseguir e mal-tratar os � lhos de Israel por entender que aquele povo constituía uma ame-aça latente para a nação (1.9). Durante os restantes 130 a 140 anos em que os � lhos de Jacó permaneceram no Egito, eles perderam as regalias de que goza-

vam e foram reduzidos à condição de escravos em trabalhos forçados, com muito sofrimento, até que suspiraram e clamaram ao seu Deus. Veja como Deus age: se Israel permanecesse em Canaã, não teria aprendido a ser uma nação. Se tivesse permanecido no Egi-to com os privilégios dados a José, com certeza não desejaria sair de lá nem clamaria pelo socorro divino, provavel-mente poderia ter sido absorvido pela cultura egípcia e deixaria de cumprir sua missão como povo do Messias. O sofrimento de Israel não foi provocado por Deus, mas Deus o utilizou para que os israelitas desejassem deixar o Egito. O mesmo vai acontecer séculos depois na Babilônia. Finalmente, Israel clamou a Deus por causa do tanto que sofria moral e � sicamente sob o tacão de um Faraó déspota e cruel e Deus interveio para libertá-lo. A impressão que se pode ter pelas murmurações dos � lhos de Israel no deserto é de que eles queriam alívio do seu sofrimento, mas não pensavam em emigrar para Canaã. Era preciso que o cativeiro � casse mui-to mais apertado para que eles sonhas-sem em fugir para a terra prometida. A saída de Israel do Egito, no entanto, foi penosa e demorada, pois os Faraós precisavam da mão de obra escrava e es-tavam dispostos a tudo para que os es-cravos não fossem embora. Os egípcios não estavam acostumados a trabalhos pesados. Estes � cavam para os servos. Se os escravos fugissem, obras impor-tantes seriam paralisadas.

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Moisés tem uma história de prepa-ração para a tremenda responsabilida-de que Deus lhe con� ou. Conhecia o Deus de Israel e suas promessas de fazer dos descendentes de Jacó uma grande nação. Tinha conhecimento da palavra de Deus a Abraão sobre a permanência de Israel no Egito por 400 anos. Sabia do destino profético de Israel no pro-pósito messiânico de Jeovah. Adquiriu uma cultura universal, pois o Egito era o país mais adiantado do mundo e Moisés teve acesso a todas as informações sobre todos os países conhecidos da terra. Ho-mem de fé, era totalmente determinado na obediência à vontade e aos propósi-tos de Deus. Amava o seu povo e pelo seu povo estava disposto a morrer. Co-nhecia profundamente o Egito onde os israelitas estavam escravizados, suas leis, o caráter dos seus governantes, seu poderio militar, seus deuses e seu povo. Ninguém melhor do que Moisés para li-derar o êxodo de Israel. Para toda a tarefa no seu reino, Deus precisa de homens e mulheres preparados aos quais ele mes-mo capacita com poder espiritual para a tarefa. Oremos ao Senhor procurando saber qual a missão que ele tem para nós na sua causa. Se Deus pode usar Moisés, ele pode usar qualquer um de nós.

TRÊS DIAS DE CAMINHADA Em nenhum momento, Moisés

disse a Faraó que depois de adorarem a

Deus no deserto a três dias de caminho, os israelitas voltariam para o Egito para retomarem o seu trabalho escravo. As-sim Faraó entendeu: se deixasse o povo sair, Israel não voltaria mais e a perda da mão de obra escrava era certa. Um enorme prejuízo para o Egito. Satanás nunca abre mão dos escravos do peca-do que mantém sob seu domínio. Para haver libertação, é preciso que Deus manifeste o seu poder, o que ele fez por meio do seu Filho unigênito.

APLICAÇÕES PARA A VIDA

Observe que cada personagem men-cionado na Bíblia teve uma revelação particular de Deus. Abraão, Jacó, Moi-sés, Elias, Jó, Isaías, Jeremias e os demais profetas, a cada um deles Deus se re-velou de um modo pessoal e único. Procure lembrar-se como Deus se revelou a você. Deus se revela como pessoa a cada pessoa. O problema surge quando nos acomodamos a uma experiência do passado e nos esquecemos de que Deus quer se re-velar a nós cada dia para cuidar de nós e nos usar como canais das suas bênçãos de acordo com a necessida-de de cada dia, como vemos na vida de Moisés. O melhor é que Deus sempre irá à sua frente para indicar o caminho, para protegê-lo e revelar-se a você cada vez mais, pois as suas mi-sericórdias se renovam a cada manhã (Lm 3.22,23).

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Segunda

Êxodo

4.18-31

Terça

Êxodo

5.1-5

Quarta

Êxodo

5.6-19

Quinta

Êxodo

5.20-6.1

Sexta

Êxodo

6.2-13

Sábado

Êxodo

6.14-27

Domingo

Êxodo

6.28-7.13

DEUS REVELA SUA MISERICÓRDIA

Nos capítulos 7.19 a 12.36 de Êxo-do, temos a narrativa das 10 pragas que se abateram sobre o Egito. Esses even-tos catastró� cos foram 10 chances que a graça de Deus concedeu a Faraó para se arrepender da sua soberba e permitir a saída dos israelitas. Há uma sequên-cia de destruição até a tragédia � nal da morte dos primogênitos egípcios e nes-sas 10 calamidades Deus executou juí-zo sobre os deuses dos egípcios e sobre Faraó, que se julgava um deus.

PRIMEIRA DEMONSTRAÇÃO

DA GRAÇA

As águas se transformam em san-gue (7.19-25). Os egípcios considera-

vam o Nilo como um deus. Ele nasce no coração da África, passa por vários países até o seu imenso Delta no Egito, desaguando no Mar Mediterrâneo. Sua extensão total chega a 7.088 quilôme-tros, o que faz dele o mais extenso rio do mundo. Suas águas trazem nutrientes em abundância de todos os lugares por onde passa, transformando o seu Del-ta numa região extremamente fértil. É também um rio com grande variedade e quantidade de peixes. Desse modo, a primeira das 10 pragas feriu o Egito física e moralmente. As águas do Nilo tornaram-se fétidas e impróprias para consumo e todos os peixes morreram, inclusive as espécies dadas como sagra-das pelos egípcios. Os magos de Faraó foram chamados, mas em vez de remo-verem a praga para provar que tinham poder, eles produziram mais praga. O

"Os egípcios saberão

Moisés en� enta o Faraó

Texto áureo

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deus Khnun, que dominava o Rio Nilo e todas as águas do Egito foi arruinado, mas o rei endureceu o seu coração

SEGUNDA DEMONSTRAÇÃO DA GRAÇA

Rãs pra todo lado (8.1-15). Imagine milhares de rãs fazendo um barulho en-surdecedor ao redor da sua casa, no seu quarto, debaixo da sua cama. As rãs eram associadas ao deus Hapi e à deusa Heqt, que presidia os partos. Matar uma rã era um sacrilégio punível com a morte. Essa calamidade, portanto, não foi uma fes-ta folclórica, mas uma terrível desgraça. Novamente os magos de Faraó são cha-mados e, em vez de fazerem seus sortilé-gios para acabar com as rãs, eles produ-zem mais rãs. Finalmente, Faraó manda chamar Moisés e Arão e pede: “Rogai a Jeovah que tire as rãs de mim e do meu povo” (8.8). Moisés pede que o rei indi-que uma hora quando a praga deve ter-minar e Faraó responde: “Amanhã”. No dia seguinte, por intercessão de Moisés, morreram todas as rãs, que foram ajun-tadas aos montões e toda a terra cheirou mal. Vendo-se livre do & agelo, Faraó en-dureceu ainda mais o seu coração e não deixou o povo ir.

TERCEIRA DEMONSTRAÇÃO DA GRAÇA

Piolhos ardentes (8.16-19). A ter-ceira praga não foi precedida de aviso nem de ameaça. Arão simplesmente

estendeu sua vara e feriu o pó da terra, surgindo milhões de insetos como a poeira dos campos, que os tradutores chamam de piolhos, mas o termo he-braico também poderia designar inse-tos voadores, como os nossos conhe-cidos carapanãs ou maruins. De qual-quer modo, eram insetos incômodos e nocivos, cujas picadas queimavam como fogo. Os piolhos em tão gran-de escala nas pessoas e nos animais infernizaram a vida no Egito. Desta vez, os magos de Faraó não consegui-ram reproduzir a praga e tiveram que reconhecer: “Isto é o dedo de Deus” (8.19), metáfora que reconhece a ca-lamidade dos insetos como obra do Deus dos hebreus. Não foi a vara de Arão que produziu os piolhos, mas “o dedo de Deus”.

QUARTA DEMONSTRAÇÃO DA GRAÇA

Enxames de moscas (8.20-32). Quan-do as águas baixavam no Delta do Nilo, + cava uma grossa camada de lodo, que facilitava a proliferação das moscas. A praga decretada por Deus, no entanto, não foi um fenômeno natural, mas uma ferramenta a mais da sua misericórdia, para quebrantar o coração de Faraó. E para comprovar que se tratava de uma ação do Deus dos hebreus, a terra de Gósen, onde eles habitavam, foi total-mente poupada das moscas “para que saibas que eu sou o Senhor no meio desta terra” (v. 22).

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QUINTA DEMONSTRAÇÃO DA GRAÇA

A peste nos animais (9.1-7). Deus manda um recado a Faraó: “Deixa o meu povo ir porque se não me ouvires, ferirei todo o gado do Egito com pes-tilência mortal”. Bois, vacas, jumentos, cavalos e ovelhas dos egípcios serão todos feridos. Os animais dos � lhos de Israel, porém, foram preservados porque dentre eles seriam escolhidos aqueles que os israelitas ofereceriam a Deus nos seus atos de culto, como aconteceu com os cordeiros na insti-tuição da Páscoa. Faraó mandou seu emissário veri� car. Cumpriu-se a pala-vra de Jeovah e o relatório a Faraó foi: “nenhum animal dos hebreus foi atin-gido”. Aqui, a poderosa deusa egípcia Apis, protetora do gado, foi desmas-carada como uma crença inócua.

SEXTA DEMONSTRAÇÃO DA GRAÇA

A praga das úlceras (9.8-12). Nas cinco pragas anteriores, os egípcios não tinham sido molestados � sica-mente. Jeovah mostrara seus juízos sobre os deuses dos egípcios, que eles supunham proteger as águas, o pó das ruas, os animais, mas agora vai surgir uma nova praga que atingirá homens, mulheres, povo e nobres e até os magos, no seu próprio corpo. As cinzas do forno foram jogadas para o ar por Moisés na presença de

Faraó, espalharam-se por todo o Egi-to e provocaram úlceras malignas nos homens e nos animais que restaram da praga anterior. Esta praga não foi um fenômeno climático natural, mas uma ação direta de Deus. Sekhmet, deusa que curava todas as doenças na crença dos egípcios, garantindo a saúde dos seus corpos, foi também submetida ao juízo divino. O texto diz que os magos não podiam se manter em pé e tiveram de curvar-se em dores diante de Moisés e Arão. Nem assim Faraó se deu por vencido e não deixou o povo de Deus partir. É óbvio que estas úl-ceras não afetaram os hebreus, pois o texto diz que havia tumores em todos os egípcios. Deus cuida do seu povo e as chagas morais que devastam a hu-manidade não o atingem.

SÉTIMA DEMONSTRAÇÃO DA GRAÇA

Pavor na terra e nos ares (9.22-35). Deus poderia ter exterminado Faraó e todo o seu povo num instante (9.15). As seis pragas anteriores foram adver-tências da misericórdia de Deus para que Faraó se humilhasse e libertasse os hebreus para servirem ao Senhor. Ago-ra, porém, virá uma praga destruidora, de saraiva e fogo que devastará todo o Egito, poupando apenas o territó-rio habitado pelos hebreus. Essa cala-midade não atingirá apenas a saúde e os bens, mas a vida dos egípcios que estivessem nos campos. Como Faraó

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não se quebrantou diante de Deus, Moisés estendeu seu cajado para o céu e começaram a cair enormes granizos, seguidos de trovões, enquanto a ter-ra ardia em chamas, pois junto com grandes trovões sempre há grandes raios. Novamente, a terra de Gósen foi poupada. Faraó pareceu ceder, de-clarando “Desta vez pequei” (9.27). Logo, porém, que cessou a praga pela mediação de Moisés, Faraó eriçou a crista do seu orgulho e não permitiu que Israel partisse (9.35).

OITAVA DEMONSTRAÇÃO DA GRAÇA

Gafanhotos (10.12-20). Neste ponto da narrativa, Deus declara que as maravilhas que está realizando têm como objetivo levar os israelitas a sa-berem que ele é o Senhor e a passa-rem esse saber aos seus descendentes (10.2). Os gafanhotos sempre foram uma praga temida em vários países da Ásia e da África, inclusive em Canaã e no Egito. Onde eles atacam, devoram

Moisés e Arão perante Faraó

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toda a vegetação. Da grama do chão ao topo das árvores, nada sobra. Em Israel, eram considerados um castigo de Deus ( Jl 1.3ss; Ml 3.11). O Egito acabara de ser afetado por pesadas saraivas, que destruíram as lavouras e agora surge a praga dos gafanhotos para não deixar nada de vegetal com vida. Ao ver a destruição do seu país, Faraó pareceu humilhar-se, mas assim que um vento, soprando do ocidente lançou os gafanhotos no Mar Verme-lho, o rei novamente endureceu o seu coração. A praga dos gafanhotos reve-lou a inutilidade do deus Osiris, pro-tetor da vegetação e deus supremo do Egito ao lado do deus Rá. Os gafanho-tos simbolizam o poder destruidor de Satanás como resultado da apostasia, mas o sopro do Espírito lança os dia-bólicos acrídeos no inferno para que deixem de causar dano.

NONA DEMONSTRAÇÃO DA GRAÇA

Trevas palpáveis (10.21-29). O deus supremo para os egípcios, como para muitos povos primitivos, era o sol, a que chamavam Rá, doador da vida. A praga das trevas derrubou o deus Rá do pedestal da crença dos egípcios, ao mesmo tempo em que deu aos egíp-cios e aos hebreus, uma prova a mais de que Jeovah é o único Deus, pois nas casas dos hebreus, a praga das trevas não chegou. Não foi uma tempestade

de areia, mas uma intervenção sobre-natural de Deus, uma última tentati-va de quebrantar o coração de Faraó antes da catástrofe # nal. Desta vez, Faraó, ao ver desmoralizado o prin-cipal dos seus deuses, Rá, o deus-sol, # cou muito irado e ameaçou Moisés de morte, caso ele se atrevesse a ver o seu rosto outra vez. Moisés respondeu ao rei: “Disseste bem: eu nunca mais verei o teu rosto” (v. 29). O Egito foi dominado pelas trevas físicas, palpá-veis, porque estava dominado pelas trevas espirituais do politeísmo e da idolatria.

APLICAÇÕES PARA A VIDA

O lar onde Deus está, onde habi-ta o povo de Deus, é uma “Terra de Gósen”, é protegido das calamidades que se abatem sobre o mundo, espe-cialmente as calamidades morais que devoram a paz, destroem a alegria e se tornam trevas espirituais. Os crentes # éis não estão isentos de sofrer pelos desastres naturais como terremotos, seca, enchentes, mas estão a salvo do desespero e do desânimo que as ca-lamidades provocam. Se você e sua família tiverem que enfrentar lutas, tragédias e até a morte, vocês sabem que podem contar com a proteção de Deus e que do outro lado do rio espe-ra por vocês uma nova Canaã onde habita a justiça, onde haverá luz e paz eterna.

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