Homilética para EBD

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SumrioIntroduo...............Pg 1 - 4 Oratria...................Pg 5-13 Eloqncia .............Pg 14 - 21 Retrica ..................Pg 22 - 28 Prtica .....................Pg 29 - 32

Departamento de E.B.D. Cricima SC. Introduo. Histria da Pregao - Pr.Almiro Lucht Aps o exlio na Babilnia foi que a homilia primitiva comeou a desenvolver-se, por ocasio de um novo aspecto na vida judaica: A pregao feita em publico com a leitura das escrituras e explanao da mesma, por volta de 445-425 a.C. (Ne 13. 1-3). Os gregos entre 500-300 a.C. desenvolveram a retrica com os grandes filsofos: Plato, Scrates e Aristteles. Os romanos influenciados pelos gregos aperfeioaram a retrica em forma de oratria. Jesus foi o maior exemplo de pregao publica nos dias dos tempos romanos. A pregao imprime ao cristianismo a forma mais expressiva para a comunicao do evangelho de Cristo. Ocupou lugar central no ministrio de Jesus. Ele se identificou como pregador em publico quando visitou a sinagoga de Nazar, ao afirmar que fora enviado para evangelizar aos pobres ... proclamar libertao aos cativos ... apregoar o ano aceitvel do Senhor (Lc 4.18,19). Jesus foi um pregador itinerante. Seu plpito, na maioria das vezes era improvisado sobre um monte, na popa de um barquinho junto ao mar da Galilia, nas tribunas das sinagogas ou em casa de amigos. Ele no tinha lugar especifico para pregar e nada o impedia de anunciar o evangelho do Reino. Nas vilas, aldeias e cidades, o mais glorioso pregador da face da terra atraia multides de pessoas eletrizadas por seus sermes cheios de graa e autoridade divinas. Poder e autoridade lhe eram peculiares. John Broadus escreve: A pregao de Jesus inclua todos os elementos calculados com o fito de mover a mente em todas as direes e levar o homem a ver, sentir, avaliar e tomar decises morais. Portanto, o ministrio da pregao tomou forma expressiva com o exemplo pessoal de Jesus. Ele deu-lhe um sentido mais amplo e livre. Ele libertou o ministrio da pregao do formalismo, pregando ao ar livre, sobre um monte, ou junto ao mar da Galilia. Sem duvida a maior escola de homiltica teve o maior mestre de todos os tempos, o Senhor Jesus. Os discpulos foram preparados para continuarem o ministrio da pregao aps a ascenso de Jesus. Enquanto o paganismo dos romanos e dos gregos se valia da pregao polida e retrica, o Cristianismo soube dar-lhe a verdadeira nfase, tornando-a uma fora vital para o crescimento rpido e assustador do reino de Deus nos primeiros sculos da Era Crist. Na pregao, Joo Batista precedeu ao Mestre Jesus, ao qual se seguiram os apstolos. A historia confirma este fato. Entretanto, a pregao crista no se restringiu aos apstolos. Eles se preocuparam em preparar outros pregadores, os quais vemos destacados nos atos dos apstolos, como Paulo, Estevo, Filipe, Apolo, Silas, Tito, Timteo, e outros. Neste curso voc aprendera as principais regras de homiltica para organizar um sermo A homiltica a cincia que ensina ao pregador como preparar e expor o sermo. De maneira alguma tal estudo anular a inspirao do Esprito Santo. A homiltica apenas coloca os pensamentos inspirados por Ele numa ordem que facilita a exposio do sermo. Todo o ministrio da palavra de Deus tem seu ponto de partida diante de pessoas e termina diante delas. Por isso o pregador deve preparar-se o melhor que puder atravs da orao e da meditao nas Escrituras Sagradas, para apresentar mensagens poderosas e com a uno divina. No decorrer desta lio voc aprendera o que homiltica e a importncia que ela tem para o pregador. Departamento de E.B.D. Cricima SC. 2

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Vamos definir o que homiltica. Homiltica pode ser definida como a cincia que ensina os princpios fundamentais do discurso publico, aplicados na proclamao do Evangelho. Em termos mais simples: a homiltica a arte da preparao e comunicao de sermes. A palavra homiltica deriva-se do termo homiltike, que significa o ensino em tom familiar. De origem grega, aparece tambm o verbo homilo, que quer dizer conversar. Este verbo tomou forma na Era Crist, resultando no termo homilia, que designa a pregao crist feita nos lares em forma de conversao. A observao da homiltica no preparo de um sermo, no visa suprimir a inspirao e a uno do Esprito Santo, no s necessrias, mas, tambm indispensveis pregao do evangelho. Ela fornece ao pregador recursos para a elaborao dos pensamentos inspirados pelo esprito Santo, colocando-os na ordem lgica. Por termos a grande verdade a transmitir ao mundo, devemos possuir um grande mtodo para sua transmisso. Ligada homiltica aparecem trs outros termos muito relacionados entre si, mas distintos quanto o significado, que so: oratria, eloqncia e retrica, como se define a seguir. 1. Oratria

A oratria a arte de falar em publico de forma elegante, precisa, fluente e atrativa. Muitos pregadores so estudiosos, pesquisadores, inteligentes, homens de orao; mas falham quanto elegncia e fluncia na transmisso da mensagem divina. 2. Eloqncia

A eloqncia pode ser desenvolvida na teoria e na pratica da oratria. o dom natural da palavra, desenvolvido de modo coordenado, coerente e fluente. 3. Retrica

A retrica o estudo terico e pratico das regras que desenvolvem e aperfeioam o talento natural da palavra, baseando-se na observao e no raciocnio. Como se v, a homiltica como a arte de cultivar a terra. Se o lavrador souber usar a cincia e a tcnica agrcolas no cultivo de sua terra, os resultados sero satisfatrios. Assim o pregador que sabe aonde quer chegar, saber como chegar. A pregao a homiltica posta em pratica. A homiltica , portanto, uma cincia que estabelece regras bsicas para a preparao de discursos. Ela aplica os princpios da oratria, da eloqncia e da retrica para que haja, na preparao e comunicao do sermo, clareza de idias, lgica nos pensamentos, melhor inter-relao dos pontos expostos com o tema central e facilidade para cronometrar o tempo do sermo. Hoppin escreveu: homiltica a cincia que ensina os princpios fundamentais dos discursos em publico, que proclamam o ensino da verdade divina em reunies regulares para o exerccio do culto. Departamento de E.B.D. Cricima SC. 3

Departamento de E.B.D. Cricima SC. Waltensir L. da Silva afirma que a homiltica soma um complicado sistema de preparao. Que se caracteriza pela harmonia entre o terreno e o celestial. O humano e o divino, o transitrio e o eterno, o racional e o sobrenatural, em que Deus fala ao homem por meio do homem, fala do desconhecido usando o conhecido. Fala ao homem na linguagem do homem. Todo pregador deve ter mente o significado e a importncia dos trs elementos chaves da homiltica j citados: oratria, eloqncia e retrica. A oratria a arte de falar em publico. Existem, pelo menos, cinco formas distintas de oratria: a acadmica, a forense, a poltica, a religiosa e a popular. Diz o professor Osmar Barbosa: A oratria constitui um gnero literrio que une o belo ao til, tendo por obras oraes ou discursos, como tambm toda espcie de composies com a finalidade de persuadir e comover os ouvintes. Entre as faculdades que mais contribuem para o xito da persuaso esta a eloqncia, que o poder de persuadir por meio de palavra e do gesto. A oratria acadmica utilizada nos discursos universitrios, nos grmios literrios e academias. possvel nas escolas teolgicas de grau superior. A oratria forense a que se emprega nos tribunais, exigindo dos oradores clareza, conciso e lgica nos seus discursos. A oratria poltica empregada nos discursos que tratam de assuntos do estado. Exige-se eloqncia parlamentar, diplomtica e popular. Aristteles declarou que a poltica trata dos problemas entre cidado e cidado, e cidado e cidade, e entre cidade e cidade. A partir desse conceito, entende-se por poltica, a arte de bem governar a populao. Dois aspectos essenciais da oratria poltica so: os discursos e os debates. A oratria religiosa, ou sagrada, aquela que procura difundir a religio atravs da predica. Alguns mestres do vrios nomes s formas de comunicao verbal dos oradores religiosos. Tais como prtica, prdica, homilia, sermo. Segundo John Broadus, a predica caracterstica do Cristianismo. Ningum como os cristos imprimiram uma importncia to grande pregao. Jesus deu prdica lugar central em seu ministrio. Em sntese, prdica o sermo que d ao plpito sacro toda beleza e veemncia de uma tribuna. A oratria popular a fala discursiva desprovida de mtodo e erudio, mas que acontece nas ruas, nos festejos e nos protestos sociais. A homiltica ajuda o pregador a desenvolver Estilo prprio O estilo a maneira de o pregador expressar no sermo o seu pensamento. Cada pregador tem caractersticas prprias e deve us-las, para que, no plpito, sua autenticidade no seja apagada. Deus usa pessoas tais como elas so. As caractersticas pessoais de expresso so respeitadas por Deus. Ele no usa robs, mas pessoas de personalidade firme e saudvel. Sua palavra canalizada em nosso ser, e a uno divina flui atravs da nossa personalidade. No confundamos personalidade com individualismo. A individualidade respeitada e necessria para que nossa personalidade no seja apagada. Entretanto, o individualismo no caracterstica recomendvel a um pregador da palavra de Deus, visto ser uma manifestao negativa e egocntrica que rejeita a submisso ao Senhor. Deus no quer que o individualismo anule sua palavra, mas tambm no deseja que percamos a nossa individualidade. O estilo o homem, disse certo escritor. A linguagem, a forma e a expresso podem ser desenvolvidas pelo pregador, e o resultado ser o estilo. A palavra estilo vem do latim stilus, que era uma haste pontiaguda, um estilete ou ponteiro de escrever. Os romanos o usavam para escrever sobre tabuinhas cobertas de cera. A partir de ento, a palavra estilo passou a ter sentido figurado. O modo de escrever, de falar e a postura fsica podem indicar o estilo de cada um. O pregador demonstra seu estilo pela maneira como se expressa. Departamento de E.B.D. Cricima SC. 4

Departamento de E.B.D. Cricima SC. comum aos iniciantes imitarem o estilo de pregadores que admiram. Prtica no recomendvel, porque pode anular-lhes a personalidade. Imaginemos que algum oua um pregador e o identifique com outro. aceitvel que um iniciante apresente alguma caracterstica de um pregador que admira. Essa admirao pode ser mantida mas o tempo e a experincia contribuiro para tornar o pregador autentico, a desenvolver seu prprio estilo. Autoridade O estilo do pregador percebido pela autoridade espiritual que manifesta em suas pregaes. A palavra de Deus deve ser falada com autoridade espiritual, a fim de que o sermo no seja mera exibio retrica. Uma personalidade fraca gerar pregao fraca e sem autoridade. O principio de autoridade que rege o pregador reside na sua submisso palavra de Deus. maior a palavra de Deus que o pregador. Sua autoridade sobre o auditrio tanto maior quanto maior for a autoridade da palavra divina sobre o pregador. Paulo demonstrou autoridade em sua pregao conforme est escrito em Tito 2.15 e 2 Corntios 5.20. A Arte da Oratria Sacra - Pr.Almiro Lucht Introduo: Um dos principais instrumentos de transformao da humanidade a fala: algo que usamos todos os dias automaticamente. A fala mudou a histria do mundo vrias vezes. Com sermes e pregaes, profetas construram religies, filsofos explicaram a vida. Com os discursos se iniciaram conflitos. Muitas guerras se iniciaram graas a falas que incendiaram naes. A paz tambm veio graas fala. A fala a principal forma de conquista do ser humano: com ela a gente convence, compartilha idias, compartilha conhecimento e, principalmente, se revela, como disse Jesus: A boca fala do que o corao esta cheio (Mt 15. 11,18,19). Ento, dentro desse contexto, estudaremos a oratria. Temos como propsito, nesta apostila de aula, ensinar aos amados irmos coma se comunicarem melhor e com mais eficincia no exerccio do ministrio da Palavra de Deus. 1. A oratria de Jesus

Oratria a capacidade de falar em pblico de maneira clara, objetiva e vibrante. O treinamento dos discpulos realizado por Jesus envolvia muitas reas, inclusive a rea da comunicao e a da oratria. Ele queria falar de maneira vibrante, pois seu plano era vibrante. Ele queria falar ao corao dos homens, pois seu projeto era regado a afeto. Os discpulos tinham parcos recursos lingsticos. Divulgar o plano de Jesus, seu amor e sua misso no envolviam presso social, armas ou violncia. A nica ferramenta eram as palavras. Se seus discpulos no aprendessem a mais excelente oratria, no convenceriam o mundo de que o carpinteiro que morrera na cruz de maneira vexatria era o Filho do Deus Altssimo. Como ensinar homens a falar com multides se eles mal conseguiam organizar suas idias diante dos seus amigos? Jesus corria grandes riscos de no ter xito. Ele deu aulas magnficas de oratria sem que eles percebessem. A capacidade de comunicao de Jesus deixava todos seus ouvintes fascinados. Numa poca de escassos oradores, Ele brilhou. As platias ficavam impressionadas tanto com o contedo de seus discursos como com a maneira como o expunha. Jesus reuniu dois instrumentos difceis de ser conciliados na oratria: a convico e a sensibilidade. Ele tinha voz segura e suave. O Mestre passeava pelas vielas da emoo dos seus ouvintes. Falava com os olhos e com os gestos. Seu corpo era uma sinfonia. Departamento de E.B.D. Cricima SC. 5

Departamento de E.B.D. Cricima SC. Jesus foi um excelente comunicador de massas. Os palestrantes da atualidade usam recursos multimdia. Alguns conferencistas travam sua inteligncia sem o recurso de computadores

para animar sua exposio. Hoje em dia, as pessoas dependem cada vez mais de recursos exteriores para expor as suas idias. Porm, Jesus no tinha nenhum recurso externo; no tinha nem sequer um quadro negro para expor didaticamente seus pensamentos, mas seus discursos e sua didtica magnetizavam as platias. Isso e tanto verdade que a Bblia registra que as pessoas madrugavam para ouvi-lo (Lc 21.37,38). Ele era capaz de falar para milhares de pessoas ao mesmo tempo. E, o que e pior, falar para um publica misto. A coisa mais difcil falar para um publico constitudo de adultos, crianas, intelectuais, iletrados. As crianas distraem os adultos; uma palavra difcil no e compreendida por quem tem menos conhecimento cultural das coisas. Realmente vira um tumulto quase que incontrolvel. Agora, imagine falar para um publica misto e sem microfone. Quase impossvel, mas Jesus falava com maestria para dez, vinte, cem, mil ou dez mil pessoas. Para falar para as multides Ele procurava espaos abertos, calmos e com capacidade de difuso sonora, como o Monte das Oliveiras e as praias. Suas conferencias levavam as multides a suspirar. Os evangelhos registram diversas reaes de encantamento que ele provocava no publico (Mt 7.28; 13.54; Mc 1.22 e 6.2; Lc 4.32). Joo registra no captulo 7.45-47 de seu evangelho que Jesus deixava seus ouvintes to perplexos, no importando se eram seguidores ou perseguidores, que uma certa vez uma escolta de soldados que estava incumbida de prende-lo ficou paralisada diante da pessoa e do discurso de Jesus. Voltaram de mos vazias!!!! Era muito fcil, Ele no tinha qualquer proteo, mas quem consegue aprisionar um homem que abala os pensamentos? Quem consegue amordaar um divulgador de sonhos que liberta a emoo? Os lideres de Israel que os enviaram ficaram indignados. Os soldados quando inquiridos por que no o prenderam, responderam: Nunca algum falou como este homem. Os soldados foram libertados no seu esprito, desejaram ansiosamente beber da felicidade sabre a qual Jesus discursava. Raramente os lideres espirituais de hoje tem um discurso vibrante, no apelativo, que provoque fascnio e inspirao. Raramente falam ao corao e conseguem fazer com que seus ouvintes sonhem com as flores, amem a vida, superem suas angustias. Sem nenhuma atitude apelativa, o Mestre conseguia 100% de audincia nas proximidades em que estava. Ate as crianas silenciavam suas mentes. Fazer com que as pessoas deslocassem sua ateno do po fsico para o po psicolgico e espiritual era uma empreitada gigantesca. Mas Jesus atraia multides incontveis. Mais do que seus atos sobrenaturais, a sua oratria deixava assombrados homens e mulheres. Seus discpulos, ouvindo Jesus e convivendo com tudo isso, deram um salto espiritual e intelectual sem precedentes. Eles aprenderam a se comunicar com criatividade, venceram a timidez, a insegurana, a insensibilidade, o medo de ser rejeitado, incompreendido e criticado.

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Falando em publico

Para se ter um bom desempenho na hora de falar em publico, faz-se necessrio que o orador (pregador, ensinador) responda s seguintes questes:

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Departamento de E.B.D. Cricima SC. Quem o seu publico? um publico heterogneo (misto)? E homogneo? (igual) O que meu publica deseja? Como voc pode ajudar a conseguir o que desejam? De quanto tempo voc dispe para transmitir a sua mensagem? Sabe-se que discursos muito longos causam desmotivao nos ouvintes. Portanto, procure mostrar suas idias de forma sucinta e rpida. Um certo palestrante disse: Serei breve para ser ouvido. Voc precisa ter senso de durao: saber o tempo de entrar no assunto, e cair fora. Conhecer a condio fsica do ouvinte nesse momento e muito importante, pois se ele estiver cansado, no se sentira estimulado a ouvir o seu sermo ou sua palestra. Falar bem e demonstrar equilibra e sensatez. Como se deve demonstrar equilibra quanta ao tempo da fala para no ser curto demais ou enfadonho demais? O segredo e ter contedo e que seja breve. Se voc no tiver contedo, pelo menos seja breve, seno voc vai fazer o pessoal dispersar. Isso e uma realidade! Acredite! H pessoas que acham que sempre tem que falar muito e, s vezes, no se faz necessrio. O tempo rege qualquer discurso; ele marcante em todas as relaes. Procure praticar o poder de sntese. Quanto mais uma plvora espremida mais poder de exploso ela ter. O teatrlogo francs Jean Coquiteau disse certa vez que estilo a arte de cortar palavras. O que voc deve fazer, ento, para ser claro e objetivo? Diga ao publico o que vai dizer (ou seja, o assunto), desenvolva-o e, por fim, faa um resumo do que disse, desafiando ou persuadindo o seu ouvinte a mudar de comportamento. O primeiro principio do discurso ter um objetivo bem claro. Qual o centro do seu discurso? Sabemos que as oportunidades so desperdiadas quando as pessoas tm objetivos indefinidos ou confusos. O objetivo de cada discurso esta em uma destas cinco categorias: 1- Entreter; 2- Informar; 3 Inspirar; 4- Convencer (Persuadir); 5- Comover. Entreter levar o ouvinte a descontrair-se, ou seja, a descarregar sua tenso, predispondo-o para a aprendizagem. - Informar atingir o domnio cognitivo das pessoas acrescentando-1hes algo dantes no conhecido... Inspirar conceber idias, descobrir expresses e saber aproveitar as circunstancias, surpreendendo os ouvintes com o brilho e o inesperado da sua fora oratria. So efeitos da inspirao esses toques inesperados que os oradores conseguem operar em nosso animo; verdadeiros relmpagos que nos iluminam e incendeiam a alma. - Persuadir convencer, obrigar com provas e argumentos a inteligncia a reconhecer uma verdade, um fato. Comover mudar a disposio da vontade de um auditrio para que ele experimente os mesmos sentimentos e emoes que o orador sente e tenta comunicar-lhe. Cada discurso, ensino ou pregao deve ter trs partes: introduo, desenvolvimento e concluso, ou seja, deve ter comeo, meio e fim e, quanto mais simples, melhor. necessrio concatenar as idias. Nesse caso, a objetividade fundamental. Na introduo voc atrai o interesse do seu ouvinte. Ela tem dois propsitos: falar ao publico sobre a vantagem de ouvir o resto de seu discurso e antecipar o que vira pela frente. Voc pode com uma pergunta, uma afirmao, uma experincia, ou, ate mesmo, uma historia engraada, dependendo do ambiente ou da situao. No desenvolvimento voc comenta o assunto que foi apresentado na introduo. Nele voc explica e refora seu objetivo e deve ter relao com seus ouvintes. Conhea-o e apresente-o to concisa e vigorosamente quanto possvel. Mantenha seu discurso simples, fcil de ser entendido e bem organizado, de forma que o ouvinte se recorde do que foi dito. Na concluso realce os principais pontos que devem ser lembrados. como se fosse uma reviso do seu discurso. O ouvinte deve se sentir interessado, informado, estimulado, persuadido ou convencido aps ouvi-lo. Seu publico deve sentir-se recompensado por ouvi-lo. Pea-lhes para agir ou reagir a suas idias. Uma mensagem sem um pedido especifico uma oportunidade desperdiada. Faa-os agir. Departamento de E.B.D. Cricima SC. 7

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4. Tcnicas e caractersticas que devero ser observadas para uma melhor comunicao. 4.1 Quanto ao medo de falar em publico x segurana:

O medo de falar em publico extremamente normal. Rui Barbosa disse que a pessoa que vai falar em publico e no fica com frio na barriga anormal. O medo estimula e faz com que a adrenalina suba, provocando, assim, um bom desempenho. Jesus, certa vez, disse: No se preocupem com o que ho de falar, pois na hora aprazada, Deus dar a vocs o que devem falar (Mt 10.19). A bblia diz que o Esprito Santo nos far lembrar as palavras que o Senhor proferiu (Jo 14.26). Mas para lembrar as palavras que o Senhor proferiu e necessrio que as conheamos. Agora, se no tivermos as palavras, o que vamos falar? Por isso, no se proponha a falar de coisas que voc no sabe, que no so de seu meti (oficio, domnio; rea). 3.2 Quanto ao contato visual: - E importante ver a fisionomia de todos os seus ouvintes. Precisamos ver se h algum apoiando, gostando ou no, querendo dormir, etc. s vezes isso depende muito do horrio em que vamos falar. Existem horrios crticos nos quais as pessoas esto mais propensas a enfados e sonolncia: aps o almoo, noite perto da hora de dormir, etc. nessa hora que o falante tem que fazer alguma coisa para despertar o povo. 3.3 Quanto voz: A oratria se baseia na voz, como a musica no som, como a pintura na cor. - Ela deve ser flexvel (variada), de acordo com o ambiente e assunto; no deve ser trmula, porem firme. - Se sua voz atingir apenas quem est na frente, aquele que est no fim do recinto vai comear com conversas paralelas. Tambm voc no deve irritar quem est na frente. - muito importante que voc se dirija a todas as pessoas e olhe para elas, mudando a entonao. Se voc no fizer isso, ningum agentar ouvi-lo, pois falar numa mesma entonao como cantar uma cantiga de ninar ou fazer uma narrao de um jogo esportivo. A modulao da voz no momento da fala de suma importncia. Deve-se variar a velocidade e a entonao. A sua dico (modo de pronunciar as palavras) deve ser clara; com palavras bem pronunciadas. indispensvel que o orador articule perfeitamente consoantes e vogais, que conhea os acentos tnicos, as silabas finais, etc. Isso constitui um prazer esttico aos ouvidos da assistncia. As pessoas que no pronunciam as consoantes finais, que no executam como deve ser a acentuao do ritmo e que no sabem fazer ressaltar a palavra de valor, podero ser tudo o que quiserem, mas nunca oradores. Departamento de E.B.D. Cricima SC. 8

Departamento de E.B.D. Cricima SC. - A velocidade da fala deve ser normal. Alguns tomam tal rapidez no falar que parecem estar sendo tangidos pela neura da pressa..

3.4 Quanto a pausa: - Ela muito bem vinda, especialmente quando se est nervoso. Nessas horas, um copo dgua e muito importante, porte quando o pregador ou palestrante sofrer algum tipo de branco (esquecimento), naquele momento, ao parar para beber um pouco de gua, ele poder retornar confortavelmente para o assunto; sem falar tambm da boa oportunidade de molhar as cordas vocais. - A maioria dos que falam em publico logo se fatiga por no saber aproveitar o sopro respiratrio, justamente no instante de maior efeito, perdendo o flego, pronunciando as derradeiras palavras de tal forma que o auditrio no as percebe. 3.5 Quanto aos recursos didticos ou multimdia: - Eles so bons, pois podem servir de ajuda como recurso de memria, como tambm servir de apoio audiovisual. Porem importante lembrar que no devemos confiar 100% neles. Conheo a historia de um certo palestrante que ficou na mo quando usava um data-show (recurso audiovisual), exatamente numa empresa de energia eltrica. E ai ele teve que falar durante duas horas, luz de velas. Se ele no dominasse o assunto, no teria dado a palestra. Portanto, se voc no falar aquilo que sabe, no ter domnio da situao. bom lembrar que a informao sozinha no nada. Ela s tem significado quando transformada em conhecimento. Por sua vez, a pratica sozinha no e nada. Agora, quando transformada em experincia j significa alguma coisa. Logo, o conhecimento de causa de suma importncia para uma boa comunicao. Quando juntamos experincia com conhecimento encontramos sabedoria humana. 3.6 Quanto memria: Existe tambm na fala em pblico um problema que pode acontecer com qualquer pessoa o problema do branco total. uma sensao terrvel. Nessas horas os recursos didticos ou material de apoio (os esquemas) podem ajudar muito. So de inestimvel valor para todos, especialmente para os iniciantes. Esses recursos pe-nos claro diante dos olhos o plano que temos a seguir. Mostram-nos, como um mapa, o caminho a percorrer. Do-nos a planta da arquitetura que vamos executar. Existe neles a convico de no errar, de ir certo ao fim previsto. s vezes o branco se d por estresse, cansao, etc. Em casos como esses o pregador ou ensinador deve ter uma dose de compaixo por si mesmo; isso algo que ajuda muito. No entre em desespero, voc vai sair dele em alguns minutos. Portanto, prepare-se para a apresentao. Se o branco ocorrer, ele vai sumir naturalmente. a que entra o poder de improvisao e a criatividade. 3.7 Quanto aos gestos: Sabemos que o corpo fala. A face fala dos sentimentos, as mos falam das palavras e o corpo fala do ritmo. Porm, no podemos ser exagerados. Eles devem ser adequados e naturais. Os gestos so sempre denunciadores da sensibilidade humana. Departamento de E.B.D. Cricima SC. 9

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3.8 Quanto clareza da informao: O que voc esta querendo dizer? O que voc fala esta sendo entendido? Um certo escritor disse certa vez: Escrever fcil s comear com uma maiscula, terminar com um ponto final e no meio colocar as idias. Porm o problema fazerse entender. Cremos que a parte mais difcil do discurso achar o seu objetivo. Por isso, sempre se pergunte Aonde eu quero chegar? 3.9 Quanto arte de contar histrias e imaginao. A imaginao constitui o maior tesouro do orador. ela que 1he vai sugerindo as mais lindas comparaes, as mais formosas e adequadas figuras para os seus pensamentos e as mais empolgantes descries. O orador deve ser imaginoso. Ele deve trazer uma figura ou histria que se enquadre no assunto que ora est sendo ministrado. 3.10 Quanto sensibilidade. - A sensibilidade e um dote natural que devemos encontrar em todo orador. Ela consiste na facilidade espontnea de perceber e de reproduzir os sentimentos, dando-1hes um cunho pessoal, inconfundvel. Para que a sensibilidade seja completa o orador deve dispor de grande poder de receptividade, ser como certas flores que se transformam com o menor sopro quente de ar e imediatamente poder expressar a impresso recebida de vrias maneiras, sempre vibrante de pessoalismo. Quem no dispuser deste carter sensvel nunca poder ser orador. Se o meio ambiente, a oportunidade da hora no consegue impressionar a sua personalidade, como haver de, por sua vez, impressionar os ouvintes? Se voc dotado de natureza fria, quase impassvel, sobre a qual de nada valem as impresses de um jubilo pblico, de uma tristeza geral, a sua palavra tambm no conseguir nada em tais auditrios porque no dispe de vibrao alguma. importante salientar tambm que os excessos devem ser prevenidos. H pessoas sensveis em demasia, que transformam em grandes catstrofes os acontecimentos comuns da vida. So os nervosos e impressionveis ao extremo. O orador no pode perder certa majestade e imponncia a fim de que o ouam com respeito e acatacamento. 3.11 Quanto convico: Convico a certeza adquirida por demonstrao, argumentos e evidncias (provas). Essa a parte por excelncia do discurso, principalmente quando o orador se esfora por convencer o pblico. Nessas horas vo pesar, e muito, a adeso dos ouvintes, o assunto apresentado e a maneira pela qual ele e apresentado. A convico se baseia nos fundamentos do princpio ora apresentado e na experincia com ele. 4 A importncia do domnio da lngua portuguesa na capacidade de se comunicar. de fundamental importncia ter o domnio da lngua portuguesa para se comunicar com mais clareza e coerncia. Se voc no se importar com isso, vai ter dificuldades de estabelecer credibilidade. Departamento de E.B.D. Cricima SC. 10

Departamento de E.B.D. Cricima SC. A lngua portuguesa uma lngua muito difcil e, sem dvida alguma, toda vez que voc for falar em pblico voc ir esbarrar com ela. Por isso, precisamos de um aprimoramento nessa rea. Voc ter que possuir um bom vocabulrio, pois s se fala o que se tem dentro de si. Entretanto, preciso ter cuidados para no formalizar demais o discurso nem baixar o nvel demais. necessrio saber qual o pblico alvo. s vezes o falante expressa a lngua formal no lugar errado, no momento errado ou, at mesmo, de forma errada. E a o pblico v que a pessoa no tem experincia ou vivncia para falar em pblico, ou que a pessoa no tem a formao que aparenta ter com demonstraes de palavras difceis para impressionar. A escolha adequada das palavras ajudar o falante na hora da comunicao. Nessa hora perguntese a si mesmo: O que que vou falar? E, para quem vou falar? A lngua no pode ser uma forma de distanciamento, mas, sim, uma forma de comunicao e de expresso. Ela no deve ser usada como uma arma, pois a vtima pode ser voc ou o seu pblico. Faa simples que d certo. Procure ter vocabulrio para usar as palavras de acordo com a situao. 4.1 Vcios de linguagem: a) A ambigidade aquela palavra ou expresso de sentido duvidoso, duplo, confuso. Exemplo: Trouxe uma caixa de pssegos para teu pai que est na geladeira. b) O barbarismo a pronncia, forma ou significao errada da palavra: em lugar de rubrica; proporam em lugar de propuseram; bizarro no sentido de esquisito (falso cognato). c) A cacofonia Som desagradvel ou palavra de sentido ridculo ou torpe, resultante da seqncia de certos vocbulos na frase: por cada mil habitantes; nunca gaste seu tempo em coisas inteis; a boca dela; etc. d) O estrangeirismo Comunicao ou presuno? Se o falante usar uma palavra estrangeira com respeito, ele at pode proferi-la, mas que seja de acordo com o seu bom senso. Ele deve 11sa-la e dar a devida traduo para que seus ouvintes se sintam bem. Se houver alguma palavra que o pblico no a entenda, o palestrante comprometer a apresentao. As palavras quer sejam em portugus, ingls ou em outra lngua qualquer devem ser confortveis para todos. Em momento algum as palavras devem parecer pedantes. Muitos as usam por puro pedantismo, para querer sofisticar, uma coisa no precisa ser sofisticada. Dessa forma, cria-se um distanciamento do povo. e) A coliso Sucesso desagradvel de consonncias idnticas: o rato roeu a roupa do rei e da rainha; o que se sabe sobre o sabre? Eu quero frango frito, feijo e farofa; a vida uma sucesso de sucessos e insucessos que se sucedem sucessivamente. O delegado narrando os fatos: queremos comunicar este fato que aconteceu, que no era para acontecer que acabou acontecendo, e por causa deste acontecimento que aconteceu, que no era para acontecer que acabou acontecendo, aconteceu este acontecimento que no era para acontecer que acabou acontecendo, e por isso aconteceu este acontecimento. f) O eco a concorrncia de palavras que tem a mesma terminao: a flor do irmo Nestor tem odor e frescor. Departamento de E.B.D. Cricima SC. 11

Departamento de E.B.D. Cricima SC. g) A obscuridade Sentido obscuro ou duvidoso decorrente do emaranhado da frase, da m colocao das palavras, da impropriedade dos termos ou da pontuao defeituosa.

h) O pleonasmo Redundncia; presena de palavras suprfluas na frase: entrar para dentro; sair para fora; a brisa matinal da manh, cafezinho pequeno; etc. i) O solecismo Erro de concordncia, regncia e colocao: falta cinco alunos; eu lhe estimo; revoltaro-se; etc. j) Os bordes Conhecidos como amparos ou muletas. So aquelas palavras que se usam repetidas vezes numa fala. Exemplos: N? Obviamente; com certeza; tranqilamente; veja bem...; tipo assim; a nvel de; como de fato e mesmo etc. 4.2- Qualidade da boa linguagem: a) A correo seguir na medida do possvel as regras gramaticais sem, portanto, ser rgido demais para no abafar a espontaneidade. b)A conciso Consiste em dizer muito em poucas palavras. evitar as palavras suprfluas, a desmedida adjetivao e as frases extensas e emaranhadas. A conciso o contrrio da prolixidade (prolixo, longo, demorado). c) A clareza Esta uma das mais estimadas de um discurso. O orador tem de ser claro em seus pensamentos, nas suas frases, nos seus menores vocbulos. As palavras difceis, de uso raro, prejudicam em excesso a clareza do discurso. d)A preciso a escolha acertada do termo prprio, da palavra exata para a idia que se quer exprimir. e) A naturalidade a forma simples e espontnea de falar. Use as palavras do dia-a-dia. O uso sistemtico de termos difceis e frases rebuscadas que denotam artificialismo e pedantismo ferem a naturalidade. f) A originalidade Seja original, seja voc mesmo. Use seu prprio estilo. No tente ser o que voc no . Tenha sua prpria viso do mundo e das coisas. g) A nobreza ter decoro, evitando os palavres, os termos chulos e torpes que aviltam a boa linguagem. A arte no dispensa o vu do pudor e do decoro. 5. Dependendo de Deus no exerccio da oratria. Aquele que prega e ensina precisa saber tambm que precisa de Deus. O problema que h alguns obreiros mais parecidos com executivos e com empreendedores de agenda cheia do que com homens de Deus, verdadeiros servos e amigos ntimos do Senhor. Enoque foi um homem to ntimo de Departamento de E.B.D. Cricima SC. 12

Departamento de E.B.D. Cricima SC. Deus que ao caminhar com Ele no voltou mais. Certamente Deus disse para ele: Enoque, no volta mais no!. Fica comigo!. Nessa excessiva nfase do fazer muitos correm o risco de perder a dimenso do ser. Os sermes se tornam muito mais uma produo mental do que uma experincia do corao. A instituio toma cada vez mais lugar na agenda dos lderes e pouco tempo resta para a busca de Deus em orao, pouco tempo resta para a famlia e amigos do peito. Mais e mais encontramos pregadores e ensinadores que vivem duas realidades: uma no plpito e outra na vida pessoal. Mais do que nunca os mestres da palavra devem buscar uma vida que priorize a devoo pessoal, os vnculos e os afetos, a palavra que vem do corao, a tica e a cidadania.- Essas so qualidades essenciais para quem quer liderar, ensinar ou pregar. Como disse Jesus: Saia do pblico, entre em seu quarto, feche a porta e me busque. (Mt 6.6). Concluso: Tenho certeza absoluta de que tudo o que voc aprendeu nesta apostila ir despertar em voc o interesse por se aperfeioar mais nesta arte to eloqente que a oratria. Atravs dos exemplos e dos ensinos de Jesus pudemos perceber que temos condies de nos aprimorar mais na arte da fala para abalar o mundo com a palavra de Deus. Aprendemos tambm que se faz necessrio observar algumas regras, posturas e tcnicas que sero imprescindveis no exerccio do ministrio da palavra. Termino aqui meu trabalho, desafiando-o(a) a mudar de comportamento e a juntar-se a ns nesta empreitada gigantesca: a proclamao das Boas Novas do Senhor e o ensino de seus preceitos na bendita inspirao do Esprito Santo. Amm! Bibliografia consultada -Bblia. Traduo de Joo Ferreira de Almeida, edio revista e corrigida, Imprensa Bblica Brasileira, Rio de Janeiro RJ, 1994. -Cury, Augusto. O Mestre Inesquecvel. 17 ed. Academia de Inteligncia, So Paulo, 2003. -Mauricio, Ricardo, Oratria Hoje. 10 Edio Imprensa Livre Porto Alegre RS, 2000. -Beltro, Lenito. A Arte da Oratria no Ministrio Cristo, CPAD, Rio de Janeiro RJ, 2005. Cabral, Elienai, Homiltica. 4 Edio EETAD Campinas SP, 2000.

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Eloqncia: Introduo - Ax.Joel Rocha Eloqncia: uma palavra que perdeu o seu sentido original. Muitos falam dela de modo pejorativo. H, porm, boas razes para v-la dentro de um contexto mais amplo, em que se privilegiam o convencimento e a persuaso daqueles que falam em publico. Isto porque, todo o orador, quando fala, quer ser ouvido. Caso contrrio, para que falar em pblico? Na antiguidade clssica grega a palavra falada era muito exaltada. Os gestos, as posturas, a teatralizao e as demais formas de se expressar nada mais eram do que modos diferentes de atrair o pblico. Naquela poca havia um grande prazer em assistir a uma pea oratria, porque esta era a nica forma de transmitir conhecimentos. Os livros e a gama enorme dos meios de comunicao de massa que temos nos dias que correm, principalmente os recursos da internet, eram inexistentes. Deleitar o esprito dos ouvintes era o principal fim de todas as oraes. Nesse mister, h o exemplo de Demstenes, o imortal ateniense, muito citado nos livros e cursos de oratria. Desde o seu nascimento, fora tolhido por graves deficincias, inclusive a gaguez. Como tinha a ambio de transmitir aos outros os seus pontos de vista, andava na praia com pedrinhas na boca, no sentido de melhorar a nitidez de sua voz. O seu esforo foi tanto que no demorou muito tempo para se tornar o maior orador de todos os tempos. Observe o que alguns pensadores disseram sobre o tema: para Pascal, A eloqncia a pintura do pensamento, para E. Ferri, A eloqncia o talento de transmitir com fora ao esprito dos outros, o sentimento de que o orador est possudo, para Dammien, A eloqncia a arte de dizer bem aquilo que preciso, tudo quanto preciso, e nada mais do que isso, para Rui Barbosa, A eloqncia a sinceridade na ao. Ilustremos o tema com uma comparao entre o orador e o pintor. O pintor, ao dar vazo ao seu sentimento artstico, f-lo para si mesmo, para agradar ao seu ego, sua concepo de arte; o orador, no. Ele tem que falar para atingir a quem ouve, isto , platia. Pergunta-se: como ser ouvido se no conseguir prender a ateno de quem o escuta? Este deve ser o grande exerccio do orador: agradar aos olhos e aos ouvidos do pblico. Para tal finalidade, precisa de persuaso e de eloqncia. A eloqncia no falar fcil e corretamente, impressionar os sentidos alheios, mas expressar o pensamento prprio, com graa, equilbrio, harmonia e muita perspiccia de tempo e lugar.

Histria Universal da Eloqncia A palavra uma arma acessvel a qualquer homem. Independente de credo, raa, sexo ou condio social. Sua onipotncia existe desde o que chamamos de histria e resiste, firme e forte, at os dias atuais. Foi fundamental em momentos crticos da historia conhecida e contada pelo homem, mudou rumos, criou verdades e mentiras, imortalizou deuses e heris como enterrou viles e covardes. Foi a palavra que informou e manipulou o homem, com o passar dos sculos. Ainda engana. uma arma poderosa, estridente. Completo afirmando que uma arma acessvel a qualquer homem desde que o mesmo aceite o hercleo desafio de manuseia-la, domin-la. Poucos se dedicam a esse rduo, mas proveitoso, trabalho. A palavra to poderosa que, com um simples disparo, pode destruir um ser. Aniquilar para sempre qualquer um que duvide de seu poder. Nada de quebrar ossos, deixar hematomas ou dilacerar a pele. Seu poder maior. Invade o corpo e atinge a mente. quase impossvel no admirar um discurso eloqente. Cometendo o sacrilgio de tomar as palavras emprestadas, exemplifico com o belo discurso de Caio Graco notvel tribuno da Roma Antiga que antes de defender uma causa perdida, ganhou o pblico com sbias palavras:Cidados, se sois inteligentes e honestos, no encontrareis, entre ns, um nico que fale sem esperana de Departamento de E.B.D. Cricima SC. 14

Departamento de E.B.D. Cricima SC. recompensa. Todos os oradores acautelar os vossos interesses e aumentar os vossos rendimentos, tambm no o fao desinteressadamente. Simplesmente, no espero de vs dinheiro, mas sim ateno e aplauso!. S para constar, Caio Graco jovem orador romano, em um dos seus primeiros discursos ganhou a causa. Talvez tenha se sado muito bem por ter feito uma boa introduo. Ganhou o respeito dos concidados, e se sentiu a vontade no tribunal. Para finalizar esse breve elogio palavra, cito Victor Hugo: Uma palavra Cada de uma tribuna cria sempre razes em alguma parte. Dizeis: no nada, um homem que fala. Encolheis os ombros.espritos de curto alcance! Dizeis que no nada e um futuro que germina, um mundo que desabrocha! A eloqncia pode ser desenvolvida na teoria e prtica da oratria. Nela o dom natural da palavra se desenvolve mais facilmente. a faculdade adquirida ou aptido natural do homem para persuadir, aperfeioada ou no pela arte. Um famoso professor de oratria escreveu: A eloqncia a fora do dizer dominadora do nimo alheio. Independente de tcnicas, h pessoas que, mesmo incultas, possuem o poder da persuaso. De algum modo todo ser humano, em maior ou menor grau, capaz de promover no nimo de outras pessoas os afetos, as emoes. Na pregao, a eloqncia de grande importncia ao pregador. E o falar no o nico modo de exprimir eloqncia. Certas atitudes da postura fsica do pregador, como o olhar, os gestos, a mmica facial, as lgrimas, os suspiros e at mesmo o silncio so procedimentos poderosos de persuaso. Nos dias atuais, a eloqncia de um discurso ou pregao reveste-se de regras mais simples. Antigamente, o sucesso da prdica dependia de tantas regras que cansava os ouvintes. Entretanto, o obreiro, em sua prdica, no deve pensar que tais recursos so a razo do sucesso da mensagem que transmite. So Paulo, extraordinrio pregador, no confiou em sua formao privilegiada, aos ps de Gamaliel. Escrevendo aos corntios, disse: A minha palavra e a minha pregao no consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstrao do Esprito e de poder (1Co 2:4). Ele confiava na eloqncia do poder, ao invs de se firmar no poder da eloqncia. A vaidade na pregao faz com que certos evangelistas no se interessem por pregar para pequenas multides. Seu ego s se satisfaz se lhe for assegurada a assistncia de milhares de pessoas. Uma anlise das caractersticas dos grandes pregadores seus sermes 1. Os grandes pregadores em qualquer poca levam muito a srio a chamada de Deus para pregar a Boa Nova. Reconhecem que so porta-vozes de Deus e devem a Ele sua lealdade e obedincia. (1 Cor 9:6 e Jr 20:9) 2. Eles entendem que a pregao a atividade mais importante do seu ministrio. O preparo e pregao de sermes uma prioridade m suas vidas. 3. Eles so evangelistas fervorosos e tm f que Deus vai us-los na converso de pessoas sem Cristo. 4. So ntegros e autnticos, e a pregao no somente o que fazem, mas antes o que so. Tm a confiana do povo, de que so homens de Deus. 5. Eles continuam a crescer e a ter experincias novas com Deus. 6. Os grandes pregadores so caracterizados pela sua f, entusiasmo e gozo em Cristo. 7. Eles procuram se identificar com o povo amam o povo e em seus sermes procuram satisfazer as necessidades do povo. 8. O estudo dos grandes pregadores demonstra como eles gostam de pregar, e como aproveitam todas as oportunidades possveis para anunciar a Palavra. 9. So estudantes da Palavra de Deus, com o desejo insacivel de ler e juntar informaes e idias sobre os textos escolhidos para seus sermes. Eles tm certeza de que a Bblia a Palavra de Deus. 10. Os grandes pregadores de todas as pocas pregam com idias lgicas e simples. 11. Usam de imaginao, criatividade e humor. Sempre esto procurando idias e ilustraes para sermes. Departamento de E.B.D. Cricima SC. 15

Departamento de E.B.D. Cricima SC. 12. Suas mensagens no so tericas e abstratas, somente com fatos e detalhes do texto bblico. Pregam mensagens prticas, aplicveis vida dos ouvintes. Envolvem o povo em suas mensagens, com aplicaes objetivas, prticas, pessoais e dinmicas. 13. Utilizam suas prprias personalidades e desenvolvem seus prprios mtodos de proferir sermes. No imitam os outros, mas deixam uma marca distinta em seus ministrios de plpito. 14. So interessados na tcnica da comunicao, no uso da voz, na gesticulao e em toda a arte da comunicao com o corpo. 15. Do muita nfase boa msica nos cultos. 16. A maioria dos grandes pregadores em todas as pocas so escritores. Blackwood ensina que s quiser pregar bem, voc deve desenvolver a arte da palavra escrita, aprendendo a colocar suas idias no papel. A arte de escrever envolve disciplina, preciso de idias, aumento do poder descritivo, capacidade de auto-crtica, ateno a detalhes da gramtica, concordncia, etc. mas os sermes escritos no devem ser lidos. Ampliando o vocabulrio Ampliar o vocabulrio no significa apenas descobrir novas palavras, mas tambm, e, sobretudo, fazer uso das que j foram aprendidas e que, por qualquer razo, no se incorporaram a comunicao ativa. Para que uma palavra passe a participar do seu vocabulrio ativo, siga os seguintes passos: Anote a palavra que voc no conhece ou de cujo significado tenha duvida; Recorra a um dicionrio para estud-la; Construa algumas frases diferentes, incluindo o novo termo apreendido; Use-a na primeira oportunidade, escrevendo ou conversando; Procure aplica-la em outras ocasies para que se incorpore definitivamente ao seu vocabulrio. Todas as situaes podero ser aproveitadas para observar e por em destaque palavras a serem estudadas. Alem da leitura de livros, jornais e revistas, voc poder se valer de palavras utilizadas por outras pessoas com quem conversar ou de personalidade de boa formao cultural que se apresentam em programas nas emissoras de radio e televiso. O processo cansativo e exige trabalho e disciplina, porque, quando voc estiver lendo um artigo de jornal ou de revista, naturalmente desejara ir ate o fim sem interrupes. Durante os exerccios, isso no ser possvel, pois voc precisara parar constantemente. Para atenuar um pouco o trabalho, a alternativa fazer a leitura com uma caneta na mo e, toda vez que surgir uma nova palavra, sublinha-la, recorrendo, no final, ao dicionrio. O exerccio de destacar palavras em suas leituras do dia-a-dia importante pelo fato de j estarem inseridas em um contexto, o que facilita e estimula o aprendizado. A voz como Instrumento H dois pilares bsicos dos quais depende a comunicao: a voz e a fala. Embora sejam confundidos ou atem mesmo fundidos e tomados com uma mesma coisa, bom que se diga: voz e fala so coisas distintas. Voz: A voz resultante de emisso do som pelas pregas vocais, tradicionalmente conhecidas como cordas vocais. Fala: A fala o que resulta da articulao de letras, silabas e palavras depois da passagem pelas pregas vocais. Assim, o que dizemos uma mescla de sons, articulaes, elaborao e exposio do pensamento. Departamento de E.B.D. Cricima SC. 16

Departamento de E.B.D. Cricima SC. Uma pessoa pode ter problema de fala e no de voz, ou o contrario; ou ainda, pode apresentar uma mescla de ambos, resultando um desafio ainda mais complexo. Problemas de voz so caracterizados por alteraes na sonoridade, como: Rouquido; Cansao; Falta de extenso; Pigarro constante. E podem decorrer de diversos fatores, como: Necessidade de falar por tempo prolongado como acontece com professores; Necessidade de fala em ambientes desfavorvel, como o muito ruidoso, o muito seco ou o muito mido; Estresse. Muitas vezes, os problemas vocais tm a ver com caractersticas pessoais, como: Volume de voz excessivo ou insuficiente; Falta de ritmo ou monotonia; Nasalidade; Desarmonia entre voz e corpo (adulto com sonoridade infantil ou mudana de tom involuntria). Os problemas de fala podem, ainda, se caracterizar por: Articulao alterada, muito tensa ou travada, como abrir pouco a boca ao falar; Ritmos extremos, como rapidez exacerbada ou lentido; Projeo da lngua entre dois dentes em sons como s e z. Qualquer que seja a origem do problema, precioso buscar a avaliao de um fonoaudilogo, que definira a melhor maneira de corrigir a falha. O importante saber que qualquer que seja a falha, h como corrigir. Ningum precisa se condenar a viver com um problema de voz. Em certos casos, haver a necessidade de ouvir a opinio de um medico otorrinolaringologista melhor ainda se tiver a experincia em laringologia. A inteno observar se o caso de terapia ou de micro cirurgia. A voz boa a que soa sem rudos, sem esforo, parece confortvel para quem fala e, consequentemente, para quem ouve. Tem variaes, claro, de intensidade (volume) e freqncia (fino ou agudo ou grave), muito importantes para a expresso. Nada pior para a comunicao do que a monotonia. O som montono convida ao sono, nada mais. A sade da voz depende de muitos fatores. Confira, a seguir, as dicas mant-la. Boa Hidratao: gua faz bem para a voz; deve ser consumida diria e constantemente, em pequenos goles subseqentes; portanto, tenha sempre a mo uma garrafinha com gua.

A Emoo na Ponta da Lngua Faa a sua voz se reconhecida. Aproveite esse potencial. Departamento de E.B.D. Cricima SC. 17

Departamento de E.B.D. Cricima SC. A voz traduz e revela emoes, por isso conseguimos perceber o estado emocional de algum sem ver sua expresso facial, Apenas falando por telefone. A voz revela emoes ate mesmo em frases simples, como Ola, tudo bem?. Esse simples cumprimento pode estar permeado de alegria, pesar, ironia, desconfiana, raiva... Para saber, basta observar e entonao com que foi dito ou o timbre de voz de quem o disse pessoas com voz muito grave (grossa) costumavam dar a impresso de seriedade, maturidade, enquanto as mais agudas (finas), tanto para o homem como para a mulher, podem inspirar infantilidade. Independentemente do timbre, porem, todas as pessoa podem - e devem - usar bem seu principal instrumento de comunicao que a voz. De uma forma ou de outra, percebe se o quanto as noes de desenvolvimento pessoal, identidade e capacidade de estabelecer vnculos esto profundamente relacionados com a voz.

A POSTURA DO ORADOR muito importante que o orador saiba como comportar-se em um plpito ou tribuna. A sua postura pode ajudar ou atrapalhar sua exposio. A fisionomia muito importe pois transmite os nossos sentimentos, Vejamos : - Ficar em posio de nobre atitude. - Olhar para os ouvintes. - No demonstrar rigidez e nervosismo. - Evitar exageros nos gestos. - No demonstrar indisposio. - Evitar as leituras prolongadas. - Sempre preocupado com a indumentria. ( Cores, Gravata, Meias ) - Cabelos penteados melhora muito a aparncia. - O assentar tambm muito importante. Lembre-se que existem muitos ouvintes, e esto atentos, esperando receber alguma coisa boa da parte de Deus atravs de voc.

DOZE REGRAS PARA UM BOM SERMO 1. Prepare bem o seu sermo, decida fazer o melhor. 2. Tente achar uma boa introduo: adequada, criativa, interessante.

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Departamento de E.B.D. Cricima SC. 3. Formule para voc mesmo o objetivo do sermo: tenha certeza da direo que precisa apontar aos ouvintes. 4. Afaste tudo que poderia desviar os pensamentos dos seus ouvintes para uma trilha secundria. 5. Organize sua mensagem: tome todas as precaues para no ficar repetitivo, inseguro, perdido em meio s idias. 6. Use uma linguagem viva e simples. 7. Use ilustraes e exemplos prticos em quantidade suficiente. 8. Diga eu. No adquira o hbito de referir-se a voc como ns, isto j est totalmente ultrapassado. 9. Seja voc mesmo. No queira imitar outros pregadores. 10. Mostre humildade e apreo pelos ouvintes. 11. Fale ao corao dos seus ouvintes. 12. Sempre d aos ouvintes algo que eles possam colocar em prtica.

Existem trs mtodos pelos quais os pregadores podem preparar e pregar: 1- Escrever e ler o sermo Traz habilidade ao pregador em escrever, ter um estilo sempre correto, perfeito e atraente, visto que emprega as palavras com bastante cuidado e segurana. Conserva melhor a unidade do sermo, evitando assim que o pregador v para o plpito nervoso e preocupado com vai falar. Pode citar os textos bblicos com bastante preciso, e gasta menos tempo em dizer o que tem a transmitir. O pregador deve ter cuidado pois este mtodo traz alguma desvantagem tais como: Muito tempo para escrever, fica preso a leitura e pode perder o contato com os ouvintes, no simptico ao povo e nem todo pregador sabe ler de maneira que impressione. 2- Escrever, decorar e recitar o sermo Possui muitas vantagens como exposto no mtodo anterior, tem mais vantagem porque exercita a desenvolver a memria, e deixa o pregador livre para gesticular, parece mais natural. Cuidado deve ser tomado pois o pregador pode esquecer uma palavra ou frase, pondo assim em perigo todo o sermo cair em descrdito.

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Departamento de E.B.D. Cricima SC. 3- Preparar um esboo e pregar O pregador gasta menos tempo em preparar o sermo, habitua-se a desenvolver o pensamento e fica-se livre para gesticular. O pregador fica livre para usar sua imaginao, criatividade e usar ilustraes que se lembrar no momento, tambm pode expandir seu temperamento emocional. Este o mtodo mais utilizado na oratria. Cuidados tambm devem ser tomados pois o pregador perde o hbito de escrever, pode se empolgar com a mensagem e esquecer o tema e o estilo no to apurado e elegante como os escrito. No grite. No confunda grito com eloquncia. Do tipo: (receba, receba, recebaaaaaaaaaaaa!). ( D glria, D glria, D glria, D glriaaaaaaaa!) ( Olhe o anjo, Olhe o anjo, Olhe o anjooooooooo!) ( Shiiiiiiiiiiiii, escuta o poder, escuta o poder shiiiiiiiiiii). "O GRITO A MANIFESTAO CABAL DE QUEM NO TEM O ARGUMENTO". Lutero disse: Ser eloqente Saber se fazer entender Saber transmitir de maneira clara e convincente sua mensagem. No ser cansativo. No confundir eloqncia com altura da voz. Um pregador pode falar bem alto e no ser eloqente. Eloqncia poder, porque se assemelha virtude.

ELOQUNCIA um termo derivado Latim Eloquentia que significa: Elegncia no falar, Falar bem, ou seja, garantir o sucesso de sua comunicao, capacidade de convencer. a soma das qualidades do pregador. No gritaria, pularia ou pancadaria no plpito. A elocuo o meio mais comum para a comunicao; portanto deve observar o seguinte: 1. Voz - A voz, o principal aspecto de um discurso. Audvel Todos possam ouvir. Entendvel Todos possam entender. Pronunciar claramente as palavras. Leitura incorreta, no observa as pontuaes e acentuaes. 2. Vocabulrio - Quantidade de palavras que conhecemos. Fcil de falar - comum a todos, de fcil compreenso - saber o significado Evitar as grias, Linguagem incorreta, Ilustraes imprprias. ALGUMAS REGRAS DE ELOQUNCIA - Procurar ler o mais que puder sobre o assunto a ser exposto. - Conhecimento do publico ouvinte. Departamento de E.B.D. Cricima SC. 20

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- Procurar saber o tipo de reunio e o nvel dos ouvintes. - Seriedade pois o orador no um animador de platia. - Ser objetivo, claro para no causar nos ouvintes o desinteresse. - Utilizar uma linguagem bblica.

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RETRICA - Pb.Cleber de AmorinDefinio etimolgica: Do grego rthor orador. a arte de falar e escrever bem, tendo como alvo a persuaso dos ouvintes e leitores. Relaciona-se com a oratria, com a lgica e eloqncia. A filosofia e a Teologia, por usar a razo e precisarem expressar suas concluses, foram s primeiras cincias a formatar o uso tcnico desta ao. A oralidade e a escrita, so formas de expresso do pensamento humano, de onde demandam todo um contedo que quando expressado deve proeminentemente alcanar o alvo, o corao do interlocutor. Da a necessidade da expresso com lgica, clareza e inspirao. Os sofistas1 eram adeptos dos discursos impressionantes, com contedo no baseado em valores moralmente positivos. Usavam o recurso da retrica meramente com o intuito de impressionar e persuadir as pessoas. Muitos advogados parecem ser os sofistas modernos, quando perante os tribunais usam de recursos da oralidade para impressionar os jurados, sem se preocupar em fazer necessariamente a justia. Plato2 opunha-se aos sofistas por questes morais em uma s teoria do conhecimento, que negava o ceticismo dos sofistas. Aristteles3 encarava a retrica como uma arte que exige que o conhecimento seja potencializado, tendo algum motivo significativo e til, no envolvendo apenas uma questo de persuaso. Agostinho4 empregou sua habilidade retrica para defender a f crist em seu tempo.

REGRAS QUE DESENVOLVEM O TALENTO DAS EXPOSIES DAS PALAVRAS

A retrica a arte com a qual o orador explicitar seu pensamento, sempre com o intuito de se fazer entendido. Destacaremos aqui conjuntos de regras que o auxiliaro a expor seu pensamento. I COMO FALAR BEM E SER ACEITO Como falar bem em pblico1

Sofistas. Grupo de filsofos que transmitiam a sophia (sabedoria) apenas aparente, porquanto no acreditavam na sabedoria verdadeira. Existiram no sculo V A.C. em Atenas. Eles especializaram-se em linguagem e retrica. Eram ateus e agnsticos. 2 Plato. Foi um dos mais brilhantes filsofos e autores de todos os tempos. Plato era o aluno mais clebre de Scrates e professor do gnio, Aristteles, a quem ele chamava de O Intelecto. Nasceu em Atenas na Grcia entre os anos 428-347 A.C. 3 Aristteles. Filsofo grego nascido na Macednia (384-322 A.C.). Foi discpulo de Plato, foi tutor de Alexandre o Grande. 4 Grande Patriarca cristo nascido no norte da frica. Depois de viver e conviver no meio acadmico e dominar a arte da retrica e filosofia, teve um encontro mstico com o Senhor que o levou a uma autntica converso e ao cristianismo. Foi ordenado bispo de Hipona. Mostrou-se um hbil administrador, pregador, polemista, e escritor. Escritos estes que influenciaram seu tempo, como at os dias de hoje.

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Departamento de E.B.D. Cricima SC. Estas so regras genricas que devero ser usadas por qualquer orador que espere ser bem sucedido em sua prelao. Seja voc mesmo; Pronuncie bem as palavras; Fale com boa intensidade; Fale com boa velocidade; Tenha um vocbulo adequado; Cuide da gramtica; Tenha postura correta; Faa uma organizao mental (tenha incio meio e fim); Pratique bastante. Fale , oua, leia.

Estilo de comunicao Estas so caractersticas prprias e pessoais, inerentes de cada indivduo. Aqui que se difere o grande orador e reala-se o estilo prprio. Seja direto. Use frases simples indo direto ao assunto (no fique enrolando). Seja desembaraado. Seja leve sem palavras difceis, cacfagos ou grias. Seja calmo. Procure controlar o ritmo da fala, e procure usar um volume agradvel a ela. Seja adequado. O orador precisa saber se conduzir em relao ao seu pblico, momento e temtica em que esteja envolvido. Evitar fazer ilustraes do seu tema, usando pessoas presentes como exemplo, evitando assim possveis constrangimentos. Seja positivo. Seja agradvel, pertinente e procure transmitir o lado positivo dos temas em anlise. Mesmo quando destacar algum aspecto ruim de seu tema, tenha o cuidado de no contaminar o ambiente negativamente. Seja receptivo. Saber receber crticas, ou trilhar ambientes hostis, uma arma importantssima ao orador. Pois ao perceber que o auditrio ou o interlocutor no esto correspondendo bem ao seu tema, o orador poder optar por uma nova atitude na exposio do pensamento, usando toda sua criatividade no intuito do convencimento, sem se desanimar com a situao.

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Departamento de E.B.D. Cricima SC. Seja equilibrado. Nossos pensamentos devem passar pelo crivo da meditao, organizao mental e antecedncia. Moderao, humildade e abalizamento terico produzem o equilbrio necessrio ao orador. Principalmente ao homem de Deus. Este equilbrio nos ser muito til, para discernirmos a voz do Esprito Santo. II RECONHECER CARACTERSTICAS DO PBLICO Geralmente, o pblico formado por pessoas com perfis distintos e que, por isso, possuem aspectos de percepo, resistncia e anlise deferentes. Assim o que interessa como fonte desta anlise so as caractersticas predominantes do pblico em si. Elas que, devem orientar o seu preparo e o seu comportamento como orador. As principais caractersticas do pblico so: a) b) c) d) Sexo; Idade; Nvel scio cultural e intelectual; Diversidade racial Sexo Na capacidade do entendimento homens e mulheres so iguais. A diferena reside basicamente na forma como apresent-los ao tema proposto. Estudos recentes reforam a idia de que homens aceitam melhor, exposies com dados lgicos, nmeros e concatenados. Enquanto mulheres, por possurem a sensibilidade e a intuio em geral mais desenvolvidas, tendem a aceitar argumentos sem a necessidade das provas e da maneira como so ordenados. Idade O pblico pode ser dividido em quatro faixas etrias: Infantil (at doze anos); Jovem (entre doze e dezoito anos); adulto (entre dezoito e setenta anos); Idoso (acima de setenta anos). Devemos nos preparar para reconhecer e a aplicar recursos ao tema, condizentes com a necessidade de cada uma delas, para obtermos o fim desejado. Nvel scio cultural e intelectual A Bblia diz que a humildade precede a honra (Pv 15.33). Porm no devemos ser simplistas ao ponto de desconsiderar as diferenas entre pessoas que tem formao e convivncias diferentes em seu cotidiano. Poderemos ter vrias situaes como um rico inculto, um pobre com formao superior, um rico sbio, um pobre ignorante etc. Em nosso caso, igrejas mais ou menos doutrinadas, ou mais ou menos abastadas etc. Diversidade racial A nacionalidade e a origem racial so muito importantes na avaliao de um pblico. Sabe-se que os orientais, os germnicos, anglo-saxes e escandinavos so mais receptivos s apresentaes formais e aos argumentos baseados em fatos e nmeros, ou seja, orientados pela razo. J latinos so mais informais e emocionais. Os negros exteriorizam mais os sentimentos, e ndios tendem a ser mais Departamento de E.B.D. Cricima SC. 24

Departamento de E.B.D. Cricima SC. introspectivos e calados. Estes pressupostos podem ser aplicados genericamente a um povo, porm na individualidade das pessoas eles podem variar. III RECONHECER AS VARIAES LINGSTICAS Aqui reside a sabedoria do orador, quando ele compreende diferenas que podero existir at mesmo dentro de uma determinada cultura como: a) b) c) d) Regionalismos; Social; Etria; Profissional;

A lngua no usada de modo homogneo por todos os seus falantes. O uso da lngua varia de poca para poca, de regio para regio, de classe social para classe social, e assim por diante. Nem individualmente podemos dizer que o seu uso seja uniforme. Dependendo da situao, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma s forma de lngua.

REGRAS DE INTERPRETAOSaber expressar-se, ter o domnio do pblico, da situao, no deve ser a nica meta do orador cristo. Ele tem de entender que no cabe a ele persuadir ou convencer, esta tarefa cabe ao Esprito Santo, pois seno o processo seria puramente humano. Lembre-se das palavras do mestre: Sem mim nada podereis fazer (Jo 15.5), e ainda a afirmao de Paulo aos Corntios (I Co 2.4 e 5). Somos apenas o canal pelo qual o Senhor falar. Da a necessidade de uma boa Hermenutica. Ela deve ser conduzida pelo Esprito Santo que tem como ministrio ensinar todas as coisas (Jo 14.26). A Hermenutica como cincia de interpretao usada em vrios campos de estudo. O que vale a pena salientar aqui a posio do hermeneuta em relao ao tema, ou texto. Aonde se quer chegar, ou onde este tema ou texto me quer levar. Lembre-se voc no SENHOR da situao, mas SERVO. Nossa hermenutica pode ser influenciada por nossa cultura, experincias e tradies. Ela tambm pode ser propensa a questes como histria, apologia, moral, exegese, escatologia etc. Em relao Bblia quando nos deparamos com o texto e mensagem, precisaremos saber: a) b) c) d) Dados sobre o autor e a data do documento; Qual a temtica abordada; Para quem ele escreve, ou est falando; Porque ele escreve. Compreender as razes ou fatos que o levaram a isto importantssimo para a real compreenso do texto em apresso; e) Como relacion-lo com os demais textos. Ex: quando um texto faz relao a outro (parfrase, contexto ou referncia); f) Como aplicar o contedo do texto, na formao de uma teologia sistemtica e seus temas. Ex.: Teologia (Deus Pai, Filho e Esprito Santo), Angelologia (Anjos e demnios), Antropologia (homem), Harmateologia (Pecado), Soteriologia (Salvao) e Escatologia (Eventos futuros). Conhecer as escrituras e ter uma compreenso espiritual de seu contedo so pressupostos do homem de Deus, pois a palavra que deve ser transmitida e ter a primazia na ao do orador cristo. Departamento de E.B.D. Cricima SC. 25

Departamento de E.B.D. Cricima SC. O USO DA BBLIA Como literatura Documento histrico patrimnio da humanidade. Uso particular Consolo e estudo pessoal. Uso litrgico Das religies, cultos e cerimoniais. Uso Teolgico Fontes dos informes teolgicos como regra de f e prtica. Uso tico Legalismos - leis e normas de conduta, para uma sociedade ou grupo social/religioso.

REGRAS DE GRAMTICA TEIS AO ORADORI - CONCORDNCIA NOMINAL E VERBAL Precisamos situar o sujeito dentro do tempo verbal em que ele est agindo. Ex: Nis vai amanh. (errado) Ns iremos amanh. (certo) II - NMERO DO SUBSTANTIVO Precisamos citar a quantidade de sujeitos s aes. Ex: Os irmo comeu os lanche. (errado) Os irmos comeram o lanche. (certo)

FIGURAS DE LINGUAGEMAs figuras de linguagem so recursos utilizados para ampliar a expressividade da mensagem atravs de construes incomuns. I FIGURAS DE PALAVRAS a) Comparao. Como o prprio nome sugere, o conjunto de dois elementos do mesmo universo (comparao simples) ou de universos diferentes (comparao smile). Ex: Aquele carro veloz como um avio (simples); naquela loja, todos trabalham como loucos (smile).

b) c)

Metfora. uma comparao direta, sem conectivo, em que se estabelece uma relao de semelhana entre termos. Afirma que uma coisa outra diferente.Ex: Porque o Senhor um sol e um escudo (Sl 84.11). Sinestesia. Figura que resulta da fuso dos sentidos. Ex: Ela cantava com sua voz doce (fuso entre audio e tato). Departamento de E.B.D. Cricima SC. 26

d) e) f)

Departamento de E.B.D. Cricima SC. Antonomsia. a substituio do nome prprio de um indivduo por suas qualidades, aes ou pelo seu ttulo. Ex: Tu s o Cristo (messias) o filho do Deus vivo (Mt 16.16); ver tambm (Is 9.6). Onomatopia. a reproduo de sons atravs de palavras. Naquele silncio sepulcral ouviase o somente o tic-tac do relgio. Metonmia. a substituio de um termo por outro, existindo entre eles uma noo de semelhana. Ex: Gosto de ler Mateus (o evangelho de Mateus). H vrios tipos de metonmia como o autor pela obra, produto pela origem, causa pelo efeito etc. II FIGURAS DO PENSAMENTO

a) Anttese. Indica uma idia de oposio. Ex: O calor de seu olhar rompia o frio de meu corao. Ver tambm (Dt 30.15). b) Paradoxo. Apesar de ser confundido com anttese, o paradoxo indica idias contraditrias. Ex: A nossa liberdade o que nos prende. c) Hiprbole. Indica um exagero. Ex: Todas as noites fao nadar a minha cama, molho meu leito com as minhas lgrimas (Sl 6.6). d) Prosopopia. D qualidades humanas a seres inanimados. Ex: O cus proclamam a glria de Deus (Sl 19.1). e) Eufemismo. um abrandamento dado a frase. Ex: O nobre Deputado est faltando com a verdade. (mentindo) f) Gradao. Consiste em palavras em seqncia, sinnimas ou no, que intensificam uma mesma idia. Ex: Ele chegou, parou, olhou, analisou e perguntou. g) Ltotes. Afirmao pela negao do contrrio. Ex: No esmagar a cana quebrada, nem apagar pavio que fumega (Is 42.3). III FIGURAS DE CONSTRUO a) Polissndeto. a repetio de conjunes aditivas com o intuito de enfatizar as aes, dandolhes continuidade. Ex: Corria e saltava e beijava o ar. b) Assndeto. Ao contrrio do Polissndeto, a ausncia das conjunes aditivas. Ex: Corria, pulava, saltava, beijava o ar. c) Elipse. Ocorre quando um termo da ao foi subentendido. Ex: Sobre a mesa o computador. (estava o computador). d) Zeugma. um caso especfico de Elipse. Ocorre quando h omisso de um termo j utilizado. Ex: Comprei um carro, minha irm uma moto (comprou uma moto). e) Inverso ou hiprbato. Ocorre quando h inverso da ordem direta das frases. Ex: As esposas amam seus maridos. Amam os seus maridos as esposas. f) Pleonasmo. a repetio de um termo ou de uma idia com o intuito de enfatiz-lo (a). Ex: Vi com meus prprios olhos.

Obs: Subir para cima, e descer para baixo so vcios de linguagem, tambm conhecidos como pleonasmos viciosos, e no figuras de linguagem.

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Departamento de E.B.D. Cricima SC. Concluso: Quando Paulo instrui a Timteo apresentar-se a Deus como um obreiro aprovado (II Tm 2.15), no o faz por acaso, pois hoje em dia vemos igrejas sofrendo, pelo fato de ter de suportar uma classe de obreiros nefitos e despreparados, que resistem diligentemente ao preparo teolgico, espiritual e humano. No se importando com as mudanas temporais, sociais e humanas, como o aumento de seitas e heresias, e da necessidade crescente das igrejas pela palavra de Deus. Notemos tambm a inverso de valores dos dias atuais, quando d-se mais importncia ao estilo do que ao contedo. Estamos concluindo nossa participao neste curso, com o intuito de ter mostrado a diferena entre convencer e persuadir, entre ser usado por Deus ou usar Deus e sua palavra como temtica da nossa oratria. Caro irmo, deixe Deus te usar. Deus abenoe! Deixamos para vossa meditao Mt 12.36; Pv 18.21; I Co 2.4 e 5 e Tg 3.1 13.

REFERNCIAS BBLIA de Estudo Almeida. So Paulo: Sociedade Bblica do Brasil 1999. BBLIA de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD 2006. BOYER, Orlando. Pequena Enciclopdia bblica. SBB, So Paulo 1987. POLITO, Reinaldo. Assim que se fala. So Paulo: Ed. Saraiva, 2005. CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopdia de Bblia Teologia e Filosofia. So Paulo: Hagnos 2004. CHARTIER, Roger. Histria da leitura no mundo ocidental. Trad. Fulvia Moretto et all. So Paulo: tica 2002. FREIRE, Paulo. A importncia do ato de ler. So Paulo, Cortez, 2005

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Prtica - Pr.Joo Fidlis Montagem do sermoO sermo se constitui de trs partes distintas: a) Introduo b) Assunto. c) Concluso. Porm para elaborar um sermo precisamos dar os passos certos, entendendo cada um deles. Assim alcanaremos xito, qualidade e segurana na exposio final. Montamos um esquema: Esquema ser o resultado do resumo das idias mais significativas do sermo. No esquema pensamos em um ttulo, condizente com a idia que quero transmitir. Pensamos num texto Bblico que servir de base para o assunto do sermo. A palavra texto vem do latim texere que significa tecer, figuradamente pode significar compor, construir, reunir. Pensamos ento na diviso do texto a vem a introduo. Introduo onde o pregador prepara a mente dos ouvintes, para esclarecer o assunto exrdio. Abrindo a porta para o assunto. Podemos usar uma ilustrao, um acontecimento do dia, isto dar idia ao auditrio do que eles ouviro. Assunto o conjunto de Fatos, idias, provas ou argumentos que o pregador far como resposta em sua tese. Fonte para o assunto. A Bblia Sagrada a fonte principal, voc deve procurar o estudo sistemtico e a leitura devocional isto lhe servir de fonte inspiradora para o assunto escolhido Concluso o desfecho final dando suporte ao convite ao ouvinte, para que se manifeste publicamente sobre o mensagem que ouviu. Atravs do estudo voc descobrir costumes da poca, histria da poca, geografia da poca, cincia da poca e com isto voc estar aprimorando seu sermo. Tipos de sermo. A) Sermo textual. B) Sermo Tpico C) Sermo Expositivo.

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Departamento de E.B.D. Cricima SC. Sermo textual. Os sermes textuais so aqueles que tem, o TEMA e as DIVISES no texto e so deduzidos do texto. Ha trs tipos de sermes textuais. A) sermo textual simples. B) sermo textual de tpico. C) sermo textual por inferncia. Os sermes textuais simples so aqueles cujas divises so as prprias palavras do texto. Ex: Romanos 1.16 Tema: No me envergonho do Evangelho de Cristo I pois o poder de Deus. II para a salvao. III de todo aquele que cr. Os sermes textuais tpicos so aqueles cujo o tema e cujas divises so expressas por palavras equivalentes ao texto. Ex: Lucas 9.23 Tema: As trs condies para seguir a Jesus I Renuncia II Sacrifcio III Submisso Os sermes textuais por inferncia so aqueles que tem o tema e as divises deduzidas do texto. ( Inferncia = deduo ). Ex: Joo 6.37 Tema: Jesus Nunca rejeita o pecador. I Vem do Pai II S Cristo pode salvar. III Jesus no pode se contradizer.

Vantagens do sermo textual. As vantagens do sermo textual so as seguintes. 1) Da mais autoridade ao pregador, pelo fato dele procurar e usar as prprias palavras da Bblia ou equivalente. 2) A Bblia uma fonte inesgotvel de assunto. 3) Os sermes textuais no cano o auditrio. Os sermes textuais tem as suas vantagens, pois dependem de uma analise perfeita do texto O sermo textual limitado no texto. No serve para todos os textos. Sermes tpicos ou temtico. Os sermes tpicos so aqueles cujo TEMA est baseado no texto e as divises esto fora do texto. Ex: Joo 9.25 Departamento de E.B.D. Cricima SC. 30

Departamento de E.B.D. Cricima SC. Respondeu ele. Tema: O credo do cego. Divises I Baseado na Experincia. II Reconhecendo sua capacidade. III Resultado do contato com Jesus. Vantagens do sermo tpico ou temtico. 1) 2) 3) 4) As vantagens do sermo tpicos so as seguintes: Da mais liberdade ao pregador. Estimula o pregador a adquirir maiores conhecimentos. O sermo tpico presta-se melhor ao estilo retrico. O sermo tpico molda-se a cultura do pregador. Cuidado com as desvantagens. 1) Cansa os ouvintes mais depressa, pios o repertorio do sermo tpico sempre mais extenso 2) Amolda-se a cultura do pregador Ex: Estilo e muitos no se adaptam ao estilo do pregador. 3) As vezes levam o pregador a pregar fora da Bblia.

Sermes expositivos. O sermo expositivo infelizmente tem sido pouco usado nos dias atuais, porque o mtodo que mais exige do pregador O sermo expositivo antes de qualquer coisa um modo de ensinar, cujo o tema tirado inteiramente do texto, o seu tema deve estar inserido no contedo do texto. O verbo expor significa apresentar algo para ser visto; trazer a tona, declarar, explicar o sentido genuno de uma palavra. A palavra expor deriva-se de duas outras do latim ex e ponere ex significa fora e ponere quer dizer colocar. O sermo expositivo essencialmente Bblico suas divises so feitas de forma lgica e cronolgica, para que o ouvinte acompanhe com clareza o raciocnio do pregador. O pregador deve se preocupar em explanar o texto, isto dizer exatamente o que o texto quer dizer. Alguns conselhos para elaborao do sermo expositivo. a) No fuja do texto. Fique nele. Explique-o. b) No seja mero terico. Seja pratico na aplicao da passagem escolhida. c) Estude bem o texto. Cada palavra,cada frase, no seja superficial. Tenha conhecimento pleno do texto que pretende expor o sermo. d) Evite monotonia. Voc deve escolher textos de diferentes partes das escrituras, que possuam alguma lio positiva. e) Cultive a leitura sistemtica da Bblia. Pense e pesquise cada palavra ou versculo interessante que encontrar. f) Ore sempre, pedindo a iluminao do Esprito Santo sobre a passagem estudada. Vantagens do sermo expositivo. 1) o que mais edifica a Igreja. Departamento de E.B.D. Cricima SC. 31

Departamento de E.B.D. Cricima SC. 2) o mais fcil de se pregar. 3) um sermo fcil de ser compreendido.

Exemplo de sermo expositivo. Tema O drama em Jeric. Texto Lc 19: 1-10 a) Jesus encontra Zaqueu pequeno por fora e grande por dentro. b) Zaqueu aquele que procura.19: 3-4 Ele deseja encontrar-se com Jesus. Subiu para ver. ( obs podemos falar aqui sobre o amor prprio sobre o egosmo tem que renunciar s assim se v Jesus). c) Zaqueu encontrado. 19: 5-7 Aquele que queria encontrar agora encontrado. Jesus o v o chama pelo nome ( Obs Jesus nos conhece at pelo nome Jesus lhe faz o primeiro pedido dizendo desce depressa.V 5 d) Depois de encontrado ele obedece fruto da verdade conversao. Ouve uma reao do coletor trazendo arrependimento e converao ouve uma reao da multido quetionamento V 7 e) Zaqueu salvo 19: 8-10 conforme seu testemunho Ele dar metade de suas riquezas aos pobres V 8a Ele restituir quatro vezes quele de quem o defraudou V 8b. Conforme o testemunho de Jesus que diz que ele salvo. Misso de Jesus Salvar V10 Jesus veio buscar e salvar o que se avia perdido.

Programao Curso de Homiltica.Sexta-feira dia 04/07. 19:30 h at 19:45 h Abertura 19:45 h at 20:25 h Oratria 20:25 h at 21:05 h Eloqncia 21:05 h at 21:45 h - Retrica Sbado dia 05/07 14:00 h at 14:40 h Prtica 14:45 h at 15:25 h Oratria 15:30 h at 16:10 h Eloqncia 16:15 h at 16:55 h Retrica 17:00 h at 17:40 h Prtica. 17:40 at 18:00 - Caf com entrega dos certificados.

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