Econo Merc(Completo Com Est Caso)

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Mdulo1 QuestesBsicasdaEconomia 1.1.ConceitodeEconomia Todos ns temos uma srie de necessidades. Precisamos comer, precisamos nos vestir,precisamosestudar,precisamosnoslocomover,etc.Estasnecessidadesso crescenteseilimitadas.Noentanto,paraconseguirsuprirtodasestasnecessidades, emgeraldispomosdeumarendaqueinsuficienteparaconseguirtodososbense servios desejados para satisfazer estas necessidades. Da mesma forma como os indivduos, a sociedade possui necessidades que precisamsersatisfeitascoletivamente,comoporexemplo,estradas,defesa,justia, escolas, hospitais, etc.Assim como ocorre com as pessoas individualmente, a sociedade em geral possui mais necessidades do que meios de satisfazlas. Os fatores produtivos disponveis para a produo no so suficientes para atender todasasnecessidadesdestasociedade. Sendoassim,emqualquersociedade,asnecessidadeshumanassoilimitadas,ao passo que os recursos produtivos so escassos. preciso, portanto, definir como empregar estes fatores produtivos escassos na produo de bens e servios, de forma que eles possam contribuir da melhor maneira para a satisfao das necessidadesnoapenasdosindivduos,mastambmdasociedade. A economia estuda a maneira como se administram os recursos escassos, com o objetivo de produzir bens e servios e distribulos para seu consumo entre os membros da sociedade. Isto significa tentar compreender como os indivduos deveriamempregarsuarendaparateromaioraproveitamentopossvel,edecomo a sociedade alcanaria o maior nvel de bemestar material possvel a partir dos recursosdisponveis. 1.2.OsProblemasEconmicosFundamentais No nosso diaadia nos deparamos, a todo momento, com diversos problemas econmicoscom osquais temos delidar,sejaatravsdosjornais,rdio, televiso, ouatmesmonasquestesmaisrotineirasdenossocotidiano,comoporexemplo: a) Por que o nordestino possui uma renda muito inferior do paulista? b) At que ponto os juros altos reduzem o consumo e estimulam os preos? c) Por que est to difcil conseguir um emprego nos dias atuais? d) Por que o aumento no salrio mnimo provoca uma deteriorao nas contas do governo? e) Por que a carga tributria brasileira est to elevada? f) Como so definidos os preos dos produtos? g) Como so definidos os aumentos de salrios? h)ComosodefinidasastaxasdejurosdoBancoCentral? Todas estas questes trazem implcitos diversos conceitos importantes, queso a baseeoobjetodoestudodaCinciaEconmica:escolha,escassez,necessidades, recursos, produo, distribuio. Mas para respondlas preciso entender os problemaseconmicosfundamentais.

Em primeiro lugar preciso decidir o que produzir e em que quantidades produzir, dado que os recursos de produo so escassos e as necessidades humanas ilimitadas, como j mencionamos no tpico anterior. Essas escolhas dependem de vriosfatores,comoaperspectivadelucro(dopontodevistadosempresrios)ou opesdepolticaeconmicaeasnecessidadesdasociedade(dopontodevistada sociedade). Depois preciso definircomo produzir, ondeasociedade ter de escolher, dadoo conhecimentotecnolgicoexistente,quaisrecursosprodutivosseroutilizadospara a produo de bens e servios. Em outras palavras, a deciso de como produzir implica a escolha das tcnicas, e dentre os mtodos mais eficientes, em geral se escolheaquelemaisbarato,ouseja,comomenorcustopossvel. Posteriormenteprecisodecidirparaquemproduzir.Ouseja,precisodefinirpara quemsedestinaraproduo etambmdefinircomoosindivduosparticiparoda distribuio dos resultados de sua produo. Esta distribuio depende fundamentalmente de como foi instituda e dividida a propriedade privada numa determinada sociedade, e de como esta propriedade se transmite por herana. A distribuio da renda depender tambm do mecanismo de preos que atua por meio do equilbrio entre oferta e demanda para a determinao dos salrios, das rendasdaterra,dosjurosedosbenefciosdecapital. Poderamos nos perguntar quais as questes econmicas fundamentais de um indivduoquerecebeumarenda,masnoempresrio.Nestecaso,osindivduos devem decidir como vo gastar sua renda entre os diferentes bens e servios ofertadosparasatisfazersuasnecessidades,ouseescolheropouparpartedesua rendaaoinvsdeconsumirtodoomontanterecebido.Nahoradesuasdecisesde consumo, o indivduo levar em conta no apenas as suas necessidades, mas os preosdosbensesuaspreferncias,inclusiveentreconsumopresenteouconsumo futuro (representado pela poupana). preciso ter em mente que estas questes: o que, quanto, como e para quem produzir, e at mesmo o que consumir no seriam problemas se os recursos produtivos disponveis fossem ilimitados. Sendo assim, a economia e seus problemasfundamentaisoriginamsedacarnciaderecursosprodutivosescassos. 1.3.Aleidaescassezderecursos Naeconomiatudoestpautadonabuscadeproduziromximodebenseservios comosrecursoslimitadosdisponveis,poiscomojdestacamosanteriormente,no possvelaproduodeumaquantidadeinfinitadecadabemcapazdesatisfazer completamente os desejos humanos. Isto porque os nossos desejos materiais so virtualmente ilimitados e insaciveis, eos recursos produtivossoescassos. Desta feita,nopodemostertudooquedesejamose,portanto,imperativoqueohomem faaescolhas. Portanto, o objeto da cincia econmica o estudo daescassez, porque esta consistenoproblemaeconmicoporexcelncia.Conseqentemente,aescassezde recursos de produo resulta na escassez dos bens. Dizer que os bens so econmicos quer dizer que eles so relativamente raros ou limitados. Ora, mas o fatodeexistirumbemempoucaquantidadenoodefinecomoescasso.preciso

paraistoqueestebemsejadesejado,portanto,procurado.Aescassezsexistese houverprocura(oudemanda)paraaobtenodobem. Ora, mas poderamos nos perguntar porqueum determinadobem procurado (ou demandado). Um bem demandado porque tem a capacidade de satisfazer uma necessidade humana, ou seja, tem utilidade. Um bem procurado porque til. Sendoassim,osbenseconmicossoaquelesescassosemquantidade,dadasua procura,eapropriveis.Osbenseconmicostmcomocaractersticaautilidade,a escassez e a possibilidade de transferncia. Os bens livres, por outro lado, so aqueles disponveis em quantidadesuficiente parasatisfazer a todoo mundo so, portanto,ilimitadosemquantidadeoumuitoabundantesenosoapropriveis. Mas o queseriam ento as necessidadeshumanas?Este poderiaser um conceito relativovagoefilosfico,jqueosdesejosdosindivduosnosofixos.Masparaa economiaasnecessidadeshumanasrelevantessoaquelesdesejosqueenvolvam aescolhadeumbemeconmicocapazdecontribuirparaasobrevivnciaouparaa realizao social do indivduo. Asnecessidadespodemserclassificadasem: a) Bsicas ou primrias: so aquelas indispensveis para nossa sobrevivncia ou que sem as quais nossa vida seria insuportvel. Exemplo: alimentao, sade, habitao,vesturio,entreoutras. b)Necessidadessecundrias:soaquelasdesejadaspeloconvviosocial.Exemplo: educao,transporte,lazer,turismo. 1.3.1.TiposdeBensEconmicos Como j vimos, os bens econmicos so aqueles que possuem uma raridade relativa, ou seja, possuem um preo. Estes bens econmicos, quando se destinam satisfao direta de necessidades humanassochamadosbensdeconsumooubensfinais.Sotodosaquelesbens que j esto aptos a serem consumidos sem que haja necessidade de qualquer outra transformao. Os bens de consumo podem ser divididos em bens de consumo durvel, que podem ser utilizados por um perodo mais prolongado automvel, geladeira e os bens de consumo no durvel, que devem ser consumidos imediatamente ou so utilizados apenas uma vez ou poucas vezes, comoalimentoseroupas. Osbensquesodestinadosfabricaodeoutrosbensequesoabsorvidospelo processo de produo so chamados de bens intermedirios. Estes bens sofrem novastransformaesantesdeseconverteremembensdeconsumooudecapital, e possuem umciclocurtonoprocesso produtivo,sendototalmente consumidos no processo produtivo. So exemplos de bens intermedirios as matriasprimas, material de escritrio, insumos, barras de ferro, peas de reposio, etc. Os bens decapital tambm so utilizados nageraodeoutros bens,mas nose desgastam totalmente no processo produtivo, ou seja, no so absorvidos no processodeproduo.Umacaractersticaimportantedestesbensquecontribuem paraamelhoriadaprodutividadedamodeobra.Soexemplosdebensdecapital

as mquinas, equipamentos e instalaes. Os bens de capital, como no so consumidosnoprocessodeproduo,tambmsobensfinais. 1.4.OsRecursosouFatoresdeProduo Paraqueseobtenhaasatisfaodasnecessidadeshumanasnecessrioproduzir bens e servios. E a produo exigiria o emprego de recursos produtivos e bens elaborados. Os recursos de produo ou fatores de produo da economia so aqueles utilizadosnoprocessoprodutivoparaobteroutrosbenseservios,comoobjetivode satisfazerasnecessidadesdosconsumidores. Osfatoresdeproduoso:aterra,ourecursosnaturais,incluindogua,minerais, madeiras, solo para fbricas recursos humanos, englobando o trabalho enquanto faculdades fsicas e intelectuais dos seres humanos que intervm no processo produtivo, e a capacidade empresarial, que se constitui daqueles indivduos que renemoscapitaisparaadquirirrecursosprodutivoseproduzirbenseserviospara omercadocapital,queenglobaosbenseserviosnecessriosparaaproduode outros bens e servios, como mquinas, equipamentos, instalaes, dinheiro, ferramentas,capitalfinanceiroetecnologia. importante ressaltar que para cada fator de produo corresponde uma remunerao.Aotrabalhocorrespondeopagamentodesalrios.Ojuropagaouso do capital. O aluguel constitui a remunerao da terra. A tecnologia paga com royalties.capacidadeempresarialcorrespondeolucro. FATORDEPRODUO TRABALHO CAPITAL TERRA TECNOLOGIA CAPACIDADEEMPRESARIAL TIPODEREMUNERAO SALRIO JURO ALUGUEL ROYALTIES LUCRO

Aproduo,portanto,seriaoprocessodetransformarmatriasprimasemprodutos acabadosutilizandoparatantoosbensdecapital,osbensintermedirioseamo deobra.

Mdulo2 CustosdeOportunidadeeCurvadePossibilidadesdeProduo 2.1.CustodeOportunidade Conforme vnhamos analisando, os recursos produtivos so escassos e as necessidades humanas ilimitadas, e porque existe a escassez os agentes econmicostmquedecidirondeecomoaplicarosrecursosdisponveis.Fazemos isso todo o tempo no nosso diaadia, no supermercado, em nossas decises de compras. Isto porque como os fatores de produo so limitados, s possvel satisfazerumanecessidadeabrindomodasatisfaodeumaoutra.Nohcapital, nemtrabalho,nemterra,nemtecnologiasuficientesparaproduzirtudoaquiloquese deseja.A remunerao destes fatores tambm restrita, restringindo as possibilidadesdeconsumo. Aescassezforaosindivduos,asfamlias,asempresaseatosgovernosafazer escolhas.Osindivduos,porexemplo,tmdedecidircomogastarsuarendaeque necessidades devem priorizar. As empresas tm de decidir se ampliam o capital produtivo ou investem no mercado financeiro. Os governos precisam decidir se pagamumaparceladesuasdvidasoufazeminvestimentosemeducaoesade. Mas uma vez que um destes agentes econmicos tome uma deciso, estaro necessariamente abrindo mo de outras possibilidades. Assim,em ummundo de recursos limitados, aoportunidade deproduzirum bem significa deixar deproduzir outro. Como toda escolha, a escolha de satisfao de certas necessidades em detrimentodeoutrasenvolveganhoseperdas.Porisso,quandodecidemgastarou produzir, empresas, governos ou famlias estaro renunciando a outras possibilidades.Aopoquesedeveabandonarparapoderproduzirouobteroutra coisaseassociaaoconceitodecustodeoportunidade. O custo deoportunidade deum bem ou servio a quantidade de outros bens ou servios a que se deve renunciar para obtlo. Em outras palavras, o custo de oportunidadeosacrifciodoquesedeixoudeproduzir,ocustoouaperdadoque no foi escolhido e no o ganho do que foi escolhido. O custo de oportunidade tambm chamado custo alternativo, por representar o custo da produo alternativasacrificada. 2.2.CurvadePossibilidadesdeProduo Dadaaescassezderecursosdaeconomia,osagenteseconmicossoobrigadosa fazer escolhas. Quandoum bem escasso, os indivduos soforados a escolher como uslo. Em conseqncia passa a haver uma troca satisfazer uma necessidade significa a no satisfao de uma outra. A curva de possibilidades de produo mostra as trocas que os indivduos, as empresas, ou os governos so obrigados a fazer por causa da escassez de recursos. Suponhamos uma determinada sociedade, onde exista um certo nmero de indivduos, uma tecnologia dada, uma quantidade definida de empresas, instrumentos de produo e de recursos naturais. Como os fatores produtivos so limitados, a produo total desta sociedade tem um limite mximo a que

chamaremos de produto de pleno emprego. Neste nvel de produo, todos os recursos disponveis esto empregados, todos os trabalhadores que querem esto trabalhando, todos os instrumentos de produo esto sendo utilizados, todas as fbricas esto a pleno funcionamento e os recursos naturais esto sendo plenamenteaproveitados. Vamossuporaindaqueestaeconomiaproduzaapenasalimentoseroupas.Haver sempre uma quantidade mxima de alimentos produzidos mensalmente quando todososrecursosforemdestinadossuaproduo,semquenenhumsedestine produoderoupas.Havertambmumaquantidademximaderoupasproduzidas mensalmentequandotodososrecursosforemdestinadossuaproduo,semque nenhum se destine produo de alimentos. Entre as quantidades mximas de roupas e alimentos que podem ser produzidas, existem uma srie infinita de possibilidades de combinaes de quantidades de roupas e alimentos que podem ser produzidos naquela sociedade, com aquele nvel de tecnologia e aqueles recursos disponveis, com todos os recursos sendo plenamente utilizados. Suponhamos que as alternativas de produo de roupas e alimentos sejam as colocadasnatabelaabaixo. Alternativasdeproduo 1 2 3 4 5 6 Alimentos(toneladas) 10 20 30 40 50 60 Roupas(milhares) 160 150 130 100 60 0

FIGURA1CURVADEPOSSIBILIDADESDEPRODUO

A essacurva que ilustraessaspossibilidadesdecombinaes intermedirias entre roupasealimentoseuvouchamardecurvadepossibilidadesdeproduooucurva de transformao. Ela indica todas as possibilidades de produo de alimentos e roupas nessa construo econmica hipottica. A curva de possibilidades de produo um conceito terico para ilustrar a capacidade produtiva de uma sociedade. Atravs desta curva podemos perceber claramente que numa economia em pleno emprego, aoproduzir um bemestaremossempre desistindoda produzir uma certa quantidade de um outro bem. Em outras palavras, Para conseguirmos uma quantidade constante adicional de um bem (alimentos), precisaremos renunciar a quantidades crescentes do outro bem. Tendoemvistaquecadaumadascombinaessobreacurvadepossibilidadesde produotecnicamenteeficiente,asociedadeescolherumadelasemfunodos preosdosprodutosedasquantidadesdesejadasdecadaumdeles. Para as firmas tambm possvel construir uma curva de possibilidades de produo semelhante ao exemplo que elaboramos acima. Mas no lugar dos bens produzidos pela sociedade, construiremos a curva de possibilidades de produo contrapondoosprodutosaseremproduzidosporessafirma.Umaempresaprecisa sempre decidir quais produtos produzir e em que quantidade produzir.Ser a interao entre preos e quantidades de mercado que daro essa resposta, supondose que os empresrios so agentes racionais e procuram sempre economizar os fatores escassos com o objetivo de maximizar lucros. Observemosafiguraabaixo:

Deacordocomogrficoacima,sehouverumaexpansodosfatoresdeproduo, ou se houver um melhor aproveitamento dos recursos produtivos j utilizados, ou aindaseatecnologiautilizadasofreralgumavano,havercrescimentoeconmico

naquelasociedadeeacurvadepossibilidadesdeproduosedeslocarparacima eparaadireita.Istosignificaqueaeconomiapoderdispordemaioresquantidades tantodealimentosquantoderoupas. Aexpansodosfatoresprodutivosouamelhoranoseuaproveitamento,bemcomo os avanos tecnolgicos dependem significativamente de um aumento nos investimentos. Isto significa que os agentes econmicos famlias, empresas e governoprecisamreduziroseuconsumoatualedirecionarpartedeseusrecursos para a poupana, a fim de que ela esteja disponvel para investimento. Um outro elementoimportanteparaocrescimentoeconmico,tantoquantooinvestimento,a diviso do trabalho. Um aumento da diviso do trabalho permite que os trabalhadores se tornem mais produtivos, com um aumento da especializao do trabalho,elevandotambmosvolumesnegociadosnocomrcio. 2.3.AnliseMarginal Diante do que foi exposto, como ento a populao poderia alocar seus recursos escassos de modo a obter o maior proveito possvel? A fim de responder a esta pergunta fundamental da economia, os economistas utilizam a chamada anlise marginal. Esta tcnica amplamente utilizada na tomada de deciso das firmas, onde se faz a anlise dos custos e benefcios de uma unidade adicionada de um bem ou insumo para o montante da produo, a chamada unidade marginal. Em qualquer situao, os indivduos querem maximizar os chamados benefcios lquidos.Obenefciolquidoseriaobenefciototalsubtradososcustostotais. BENEFCIOLQUIDO=BENEFCIOTOTALCUSTOTOTAL Afimdemaximizarseusbenefcios,podesealteraralgumadasvariveisenvolvidas noprocesso,comoaquantidadedeumprodutoquecompramouaquantidadeque produzem.Essavarivelseriachamadadevariveldecontrole.Aanlisemarginal identifica se a alterao da varivel de controle proporciona um aumento do benefcio total e de quanto seria esse aumento ou se a alterao da varivel de controleocasionaumaumentodocustototal,eemquemedidaessecustoaumenta. Sendoassim,precisoprimeiroidentificaravariveldecontrole.Feitoisto,devese determinar qual seria o aumento do benefcio total se fosse acrescentada uma unidade da varivel de controle. O aumento do benefcio total decorrente do aumentodeumaunidadedavariveldecontroledeterminariaochamadobenefcio marginaldaunidadeadicional. Por outro lado, devemos identificar a varivel de controle, para depois determinar tambm qual seria o aumento do custo total se houvesse uma elevao de uma unidadedestavariveldecontrole.Ocustomarginalseriajustamenteoaumentono custototaldecorrentedoaumentodeumaunidadedavariveldecontrole. Se o benefcio marginal da unidade adicional da varivel de controle for maior ou igual ao custo marginal, teremos uma variao positiva do benefcio lquido. Portanto,obenefcio lquidoaumenta e a unidademarginal davarivel decontrole deve ser adicionada, pois desta elevao resulta um impacto positivo, de maximizaodebenefciolquido.

BENEFCIOMARGINAL=AUMENTODOBENEFCIOTOTAL precisoteremmentequeapenasasalteraesdobenefciototaledocustototal devem ser analisadas, porque o benefcio marginal representa o aumento do benefciototal,enquantoqueocustomarginalrepresentaoaumentodocustototal. CUSTOMARGINAL=AUMENTODOCUSTOTOTAL Portanto, teremos que a variao do benfico lquido dada pela diferena entre benefciototalecustototal. VARIAODOBENEFCIOLQUIDO=BENEFCIOMARGINALCUSTO MARGINAL Emumafirma,obenefciolquidoaoatuarnosnegciosolucro.Obenefciototal corresponderia receita total auferida pela empresa, e os custos totais teriam a mesmadenominao.Assim,aanlisemarginalestudariaasrepercussessobreo lucrototal,apartirdosefeitossobreareceitatotal(preosxquantidades)eocusto total (custo mdio x quantidades). A deciso do empresrio depender da anlise marginalqueefetuar,apartirdeumaequaofundamental,derivadadaquelasque construmos acima. Sendo assim, numa empresa, a frmula acima apresentada seriamodificadapara: LUCRO=RECEITATOTALCUSTOTOTAL A variao do lucro total seria dada pela diferena entre receita marginal e custo marginal. A receita marginal seria a receita proporcionada pela venda de uma unidade adicional doproduto.Ocustomarginal seria ocusto daproduo deuma unidadeadicionaldeproduto. VARIAODOLUCROTOTAL=RECEITAMARGINALCUSTOMARGINAL Afirmacontinuaraproduzirunidadesadicionaisdoprodutoatopontoemqueo customarginalforigualaopreo.Opontodeequilbriodaproduodeumafirma, paraateoriaeconmica,justamentequandoocustomarginaligualaoseupreo.

ESTUDODECASOMDULO2

OgrandedebateemCubanosanos19631964.

Aexperincia deplanificaoem Cuba iniciasenosanos 60,logo aps a vitria da Revoluo e ao bloqueio econmico iniciado pelos Estados Unidos. Ela ocorre, tambm, sob graves agresses externas como a invaso da Baa dos Porcos, em 1962, e crise dos msseis, tambm em 1962. Em 1961, uma misso do comit estatal deplanificaotcheco discutiucom os tcnicoscubanos o estabelecimento das bases de uma metodologia de planificao que, se bem que tivesse algumas limitaes, tornou possvel a formulao dos primeiros planos anuais de desenvolvimentoeconmico.(GUEVARA,1963,p.268). ApesardoSistemaOramentrioestarimplementadoeemfuncionamento, alei1122foisancionadasomenteem1963,elaestabeleceuquetodasasatividades econmicasdasempresassubmetidasaoSistemaOramentriodeFinanciamento fossemincorporadasaoOramentoNacional(ESCALONA,1964,p.243). Assim, durante a primeira metade dos anos sessenta, conviveram simultaneamente dois sistemas de planificao distintos, que expressavam diferentesvisessobre o papel daplanificaona construo dosocialismo e que geraramoqueficouconhecidocomoograndedebatesobreaeconomiaemCuba. Aprincipaldistinoentreessesdoissistemasestavanaconceposobreagesto dasempresas. No sistema de autogesto financeira ou clculo econmico, as empresas eramunidadesautnomas, financiadas econtroladas pelosistema bancrio,soba direo da Junta Central de Planificao (JUCEPLAN). O critrio de desempenho dessas empresas era a lucratividade que obtinham. Essas empresas eram fundamentalmenteasempresaseunidadesdeproduoagrcolasqueficaramsob aresponsabilidadedoInstitutoNacionaldeReformaAgrria(INRA),apsacriao doMinistriodasIndstrias. No sistema oramentrio de financiamento, as empresas foram consolidadas por ramos de produo e afinidades de produtos, eram financiadas pelo Oramento Nacional e no tinham financiamento bancrio. Cada empresa consolidada funcionava como umgrande monoplio estatal e tinha um Diretor que

respondia diretamente aos viceministros do Ministrio das Indstrias, esses diretorestinhamaobrigaodeapresentarrelatrioscontbeisdodesempenhodas empresaseocritriodeavaliaoeraoaumentodaproduoedaprodutividadedo trabalho. 3.1Oclculoeconmico.

Aautogestofinanceiradasempresasouclculoeconmicoeraaformaem que erarealizada a planificao naUnio Soviticae emoutros pasessocialistas. Esse sistema deveria respeitar alguns princpios como a gesto planificada, a disponibilidadedefundosparaosgastoscomaproduoesuasobrigaescomo oramento, serem rentveis, receber do Estado meios mnimos para cumprimento dos planos, utilizar crditos bancrios, efetuar investimentos descentralizados e utilizaremproporesadequadasosestmulosmateriaisemorais. SegundoainterpretaodoChe,asprincipaisdiferenasestonadefinio deempresa,naformadeutilizaododinheiro,naexistnciadefundosprpriose nas normas de trabalho. Para o clculo econmico, cada empresa uma unidade compersonalidadejurdicaprpria,odinheiro,almdeunidadedeconta,tambm meiodepagamentoeasrelaesentreasempresaseosbancossosimilaress de um produtor privado com os bancos capitalistas. As empresas tomam emprstimosbancriosepagamjuros,paratantodevemexplicar[paraosbancos] exaustivamenteseusplanosedemonstrarsuasolvncia(GUEVARA,1964b,p.88 89). No sistema de autogesto financeira, as empresas eram autorizadas a abriremcontasbancriasparadepsito,saques,pagamentosetransfernciaparao OramentoNacionalattulodelucro,depreciaoereduodosmeiosderotao (insumos e estoques). Poderiam ainda manter outras contas para fins especficos como investimentos descentralizados ou Fundos da Empresa. Os investimentos especficosdeveriamconstarnosplanosaprovadospelaJUCEPLANesereferiama reparaes bsicas ou gerais, ampliao e modernizao dos meios bsicos de produo (meios de produo, exceto insumos) e construo e reparaes de habitaes ou edificaes scioculturais. Eles deveriam ser financiados pelos Fundoscriadosparaessafinalidadeeeram constitudosporrecursosprovenientes de parte das reservas para depreciao, das receitas decorrentes da venda de

meios de produo bsicos ociosos, das receitas pelavenda de dejetos esucatas, recursos do Fundo da Empresa e contribuies do Organismo Central (INFANTE, 1964,p.133). Aprimeiracondioparaofuncionamentodasempresasqueelasdeviam serrentveis.Olucrodessasempresas,namedidaemquegarantemaacumulao emdinheiro,queaprincipalfontedereceitadoOramentoNacional,erautilizado comocritrioparamediraeficinciadesuagestoeconmica.(INFANTE,1964,p. 127). Para o seu funcionamento, as empresas recebiam do Estado os meios bsicoseosmeiosderotao,segundoasnormasdeproduo,poderiamrecorrer ao crdito bancrio e tinham personalidade jurdica prpria. Assim, as operaes entre as empresas efetuavamse obrigatoriamente como compras e vendas de produtoseservios,quedeviamserpagoscomoemqualquersociedadecapitalista. O controle da gesto econmica entre as empresas funcionava exatamente como entre empresas capitalistas, pois elas no deviam aceitar, ou deviam exigir descontos, para produtos fora das especificaes contratuais ou de qualidade inferior. Os salrios eram compostos de uma parte fixa, segundo as normas de produo,eumavarivel,prmiossegundoaquantidadeproduzidaalmdanorma. Nohavianenhumarestrionemlimitesremuneraespagasaostrabalhadores pela produo efetuada alm da norma. Os preos poderiam seguir os critrios utilizados na URSS e outros pases socialistas. Primeiro, os preos por atacado eramcompostospeloscustosdeproduoeumamargemdelucro,paraaempresa adicionandose um imposto de circulao, obtinhase o preo segundo o ramo de produo. Em seguida, os preos no varejo eram os resultados dos preos no atacadomaisasdespesascomadministraoedistribuiocomercialeamargem delucrodocomrcio.(INFANTE,1964,p.140143). As empresas eram submetidas a controles financeiros pelos Organismos centraissquaiseramsubordinadas,peloBancoNacionaldeCubaepeloMinistrio da Fazenda. Os primeiros encarregavamse de controlar a elaborao e cumprimento dos planos, a reduo de custos, o cumprimento de obrigaes contratuais,autilizaoracionaldosmeiosdeproduoeocumprimentoemgeral da disciplina financeira. Ao Banco Nacional, cumpria fiscalizar todos os aspectos financeiros da gesto econmica, como a utilizao dos recursos para os fins que

foram destinados, o uso do crdito, os gastos com investimentos, garantir o cumprimento dos pagamentos e recebimentos, a utilizao do fundo de salrios planificadose a ordem depreferncia dos pagamentosnocaso de insuficincia de recursos. Finalmente, ao Ministrio da Fazendacabia a exigncia do cumprimento de todas as disposies legais e regulamentares em matria financeira, tanto das empresas quanto dos rgos centrais, garantir o cumprimento recproco das obrigaes entre as empresase o Oramento Nacional,vigiar ocumprimentos dos planos financeiros, e cobrar as responsabilidades administrativas pelo no cumprimentodasdisposieslegais.(INFANTE,1964,p.146). 3.2Osistemaoramentriodefinanciamento.

Aps a vitria da revoluo Che foi nomeado, inicialmente, para o Departamento de Indstrias do Instituto Nacional de Reforma Agrria (INRA), em seguida,assumiuocargodePresidentedoBancoNacionaldeCubaesaiudapara o postode Ministro das Indstrias. Podemos dizer que o sistemaoramentrio de financiamentosurgiuduranteoperodoemqueasempresasprivadasforamsendo expropriadas e as estrangeiras foram nacionalizadas e incorporadas ao Departamento de Indstrias. As dificuldades de administrao e financiamento decorrentes da fuga macia de tcnicos e engenheiros para o exterior e do abandono de empresas por parte de seus proprietrios conduziram o Che a idealizar, de incio, o sistema de direo oramentria. O primeiro passo foi a criao de uma conta bancria nica, na qual todas as fbricas depositavam os recursosdeseufaturamento. Em seguida, tratousedeestabeleceruma estratgia para a utilizao desses recursos, de determinar as normas para sua redistribuio.(SAENZ,2004,p.108). Segundo a concepo do sistema oramentrio de financiamento, as empresas sob comando do Ministrio das Indstrias eram consideradas unidades produtivas de uma nica empresa estatal, em termos prticos diversas empresas foramagrupadasnasempresasconsolidadas,foramcriadascercade25empresas consolidadas, como as do Acar, Eletricidade, Petrleo, Produtos farmacuticos, Confeces e Txteis e Tecidos Planos, entre outras. (SAENZ, 2004, p. 105). As transaes entre elas eram simples transferncias entre as unidades, no eram mercadoriascompradas evendidas, pois no ocorria transferncia depropriedade.

Nessastransaesodinheiroeraconsideradoapenascomounidadedecontaeos preos eram fixados segundo determinados critrios baseado nos custos de produo. Toda a produo seria financiada atravs do oramento, segundo um plano previamente aprovado, que alocaria recursos para a aquisio de matrias primas e pagamento de salrios, em contas bancrias distintas. As empresas no disporiam de fundos prprios, no tomariam emprstimos bancrios e no teriam lucros. Assim, o excedente entre a receita e a despesa seria automaticamente apropriadopeloEstado.OspreosaosconsumidoresseriamfixadospeloMinistrio de Comrcio Interior, considerando sempre que toda uma srie de artigos de carter fundamental paraavida dohomem devem ser oferecidos a preos baixos, ainda que, para os outros menos importantes, se cobre muito mais caro com o explcito desconhecimento da lei do valor em cada caso concreto.(GUEVARA, 1964b,p.100). O Ministrio das Indstrias, que era responsvel por mais de 80% da produo industrial, foi dividido em quatro viceministrios e os diretores das empresas consolidadas foram subordinados aos viceministros das indstrias bsicasoudasindstriasleves.FoicriadoumConselhodeDireo,rgocoletivo mximo da direo do ministrio (...). Dele participavam os viceministros e os diretores do ministrio, alm de convidados da Junta Central de Planejamento, do Ministrio do Comrcio Exterior, do Ministrio do Trabalho e da Central de TrabalhadoresdeCuba(SAENZ,2004,p.111).Esseeraogruporesponsvelpelo acompanhamento das empresas, controle e estmulo produo e soluo dos gigantescos problemas colocados pela necessidade de reconverso das indstrias cubanas. O desempenho das empresas era acompanhado e avaliado atravs de reuniessemanaisdeanlisedobalanodasempresasapartirdeumcronograma anualdeapresentaoderelatriosdasempresas.Essesrelatrioseramanalisados portrsmembrosdoConselhodeDireoquetambmfaziamvisitassempresase entrevistavamseusdirigentes.Almdisso,eramrealizadasreuniesdecontroleda produo dos principais produtos das empresas, representando 60% da produo industrialdeCuba,visandoasolucionarosprincipaisproblemasdetectados.Delas participavam os viceministros e diretores de ramos produtivos (SAENZ, 2004, p. 113 115). Alm disso, cada dirigente do ministrio, inclusive o Che, devia fazer a cada ms umavisita auma fbrica indicada pelo Conselhode Direo, a partir da visita,deveriaserelaboradoumrelatrioparaoConselhodeDireo.

QUESTESPARADISCUSSO: 1) Ser que o sistema de gesto das empresas no Socialismo Cubanopropiciouumaprodutividademelhor? 2) Ser que o modelo de economia planificada de Cuba proporcionou uma melhoria nas condies de vida de sua populao?

Mdulo3 OSistemaEconmico 3.1.Oquevemaserumsistemaeconmico? Sabese que a economia de cada pas funciona de maneira distinta, no entanto podemosdizerque,emlinhasgerais,amaiorpartedospasesnomundopossuemo mesmo sistema econmico. Mas afinal o que viria a ser um sistema econmico? Ora, se as questes fundamentais da economia giram em torno da deciso de o que, quanto, como e para quem produzir de forma eficiente, num contexto de necessidades ilimitadas, mas com recursos produtivos e tecnologia limitada, necessrio que uma sociedade se organize para tal. As atividades comuns a qualquersistemaeconmicosoaproduo,oconsumoeastrocas.Eaformade adoodastrocasdiferenteemcadasistemaeconmico. O sistema econmico seria a forma como a sociedade organiza a sua produo, distribuio e consumo de bens e servios, para que seja alcanado nesta sociedade o maior nvel de bemestar possvel. Essa organizao envolve a dimensoeconmica,mastambmadimensosocialepolticadeumasociedade. No entanto, preciso ter em mente que as comunidades no simplesmente escolhem um sistema econmico, mas ele fruto de um processo histrico de lutas,guerras, disputas deinteresses queacabam definindo a forma dasociedade seorganizarpoltica,socialeeconomicamente.Umsistemaeconmicoseriaentoo conjunto de relaes tcnicas, bsicas e institucionais que caracterizam a organizaoeconmica,socialepolticadasociedade.Essasrelaescondicionam as decises fundamentais da sociedade e quais as atividades que sero as mais importantesdentrodaquelacomunidade. Tradicionalmente,classificamseossistemaseconmicosem: a)sistemacapitalistaoueconomiademercado:abasedestesistemaeconmicoa propriedade privada dos bens de produo e do capital, onde predomina a livre iniciativa. Numa economia de mercado, as decises de o qu, como e para quem produzirseriamdefinidasapartirdaconcorrnciaedosistemadepreos,regulado pelo mecanismo de oferta e demanda, com pouca interferncia do Estado. O que produzir seria definido pela demanda dos consumidores no mercado quanto produzir seria determinado pela interao entre consumidores e produtores no mercado, com o devido ajustamento dos preos como produzirseria determinado pela concorrncia entre os produtores e o para quem produzir seria determinado pelaofertaedemandanomercadodefatoresdeproduo.Aproduosedestinaa quemtemrendaparapagar. b)Economiasmistas:surgemapartirdadcadade30dosculoXX,quandoainda prevalecemalivreiniciativa,apropriedadeprivadaeasforasdemercado,mash grande participao do Estado, no apenas na produo de bens e servios, mas tambm na alocao e na distribuio de recursos. O Estado tambm atua nas reasdeinfraestrutura,energia,saneamentoetelecomunicaes. c) Economias socialistas ou economia planificada: nestas economias, as decises sobre o que, quanto, como e para quem produzir so determinadas por rgos de planejamento dogoverno, enopelosistema depreos epela concorrncia inter

capitalista. Os meios de produo mquinas, equipamentos, matriasprimas, instrumentos, terras, minas, bancos,etc soconsiderados propriedadedetodo o povo (propriedade coletiva ou social). Os meios de sobrevivncia como roupas, automveis,eletrodomsticos,mveis,etcpertencemaosindivduos.Asresidncias pertencemaoEstado. O que seria ento o mercado? Como j vimos, numa economia de mercado os preos dos produtos a serem vendidos so em geral estabelecidos pela livre concorrnciaentreosprodutoreseosconsumidores,epelomecanismodepreos, ondehacompraevendadebenseservios,mastambmdefatoresdeproduo. Omercadoseriatodainstituiosocialnaqualbens,serviosefatoresdeproduo sotrocadoslivremente,trocaestamediadapelamoeda.Naeconomiademercado os consumidores tentaro maximizar o seu bemestar e os produtores tentaro maximizaroseulucro. Ecomofuncionariaentoomecanismodepreos?Quandoosconsumidoresvoao mercado em busca por maiores quantidades de certa mercadoria, o preo desta mercadoriasobe, indicando ao produtor que h falta deste produto nomercado. O produtor por sua vez eleva a produo desta mercadoria, com o objetivo de obter maiores lucros ao vendla a um preo mais alto. Com o aumento contnuo dos preos, osconsumidores passam ento a demandar uma quantidade menor desta mercadoria, e ao reduzir o consumo, elevamse os estoques dos produtores, que so obrigados a reduzir o preo daquela mercadoria. A queda na demanda e nos preos sinaliza ao produtor a necessidade de reduzir a produo daquela mercadoria. 3.2.OsFluxosReaiseMonetriosdaEconomia Ofuncionamentodeumaeconomiademercadodependedoentendimentodequem so osprincipais agentes econmicos queinterferem nosistema econmico eque papelcadaumdelesexercedentrodaorganizaodosistemaeconmico. Como j vnhamos citando ao longo desta aula, os principais agentes econmicos so asfamlias, as empresas e ogoverno.So estesagentes osresponsveispor todaaatividadeeconmicadeumadeterminadasociedade. As famlias so proprietrias dos fatores de produo e os fornecem para as empresas,aomesmotempoemqueconsomemosbenseserviosproduzidospor estas mesmas empresas. As empresas utilizam os fatores de produo fornecidos pelas famlias e atravs de sua combinao, produzem bens e servios que so fornecidosparaoconsumodasfamlias.Ogovernocuidadasegurana,educao, sade,dadefesadoscidadosedeseusdireitos.Almdisso,ogovernoassegurao pleno funcionamento da economia, atravs da coordenao e regulao dos mercados(benseserviosemercadodefatoresdeproduo).Aolongodosculo XX,ogovernoassumiuoutrasfunes,atuandocomoempresriofornecendobens pblicos. Numa economia de mercado, estes diferentes agentes econmicos podem ser agrupados em trs grandes setores: o setor primrio, que engloba a agricultura, a pesca, a pecuria e a minerao o setor secundrio, onde h combinao de

fatoresdeproduoparaatransformaodebens,eincluiasatividadesindustriais e o setor tercirio, ou setor de servios, que inclui servios, comrcio, transporte, bancos,educao,entreoutros. Para entender melhor o funcionamento do sistema econmico, vamos supor uma economia de mercado que no tenha interferncia do governo, no tenha transaes comerciais nem financeiras com o exterior e no possua um setor financeirodesenvolvido.Asatividadeseconmicasestarocentradasnasaesde dois grandes agentes: as empresas, que renem os fatores produtivos para a produo de bens e servios, e as famlias, constitudas pelos indivduos que so proprietrias dos recursos de produo (terra, trabalho, capital e capacidade empresarial). Comovimos,asunidadesfamiliaresfornecemrecursosprodutivosparaasempresas e as empresas fornecem bens e servios finais para as unidades familiares. A interao entre as famlias e as empresas feita atravs do mercado de bens e servios e do mercado de fatores de produo. Desta interao, resultam dois fluxos: a)Fluxorealdaeconomiaoucirculaoreal:quandohouverdeslocamentofsicodo bem pode ser definido a partir do fornecimento de recursos de produo, do uso destes recursos e de sua combinao na produo de bens e servios intermedirios e finais. H emprego efetivo de fatores produtivos e dos produtos gerados.Htrocamaterialderecursosprodutivosedebenseservios.Englobao mercadoderecursosdeproduoeomercadodebenseservios.Ofluxorealda economia, no entanto, stornase possvel com a presena da moeda, que utilizadaparapagarosbenseservioseosfatoresdeproduo.Paralelamenteao fluxorealtemosofluxomonetriodaeconomia. GRFICO1FLUXOREALDAECONOMIA

Fonte:VASCONCELOS(2000,p.06) b) Fluxo monetrio da economia: quando hapenas transferncia de propriedade, representada pelos pagamentos monetrios efetuados pelos produtos (bens e servios)epelosfatoresdeproduo.Tambmvaienglobaromercadoderecursos oufatoresdeproduoeomercadodebenseservios.

Tantoofluxorealquantoofluxomonetriovoenvolverasfamliaseasempresas, bemcomoosmercadosderecursosedebenseservios. No mercado dos recursos de produosero transacionados recursos necessrios s atividades de produo, tais como modeobra, matriasprimas, tecnologia, formaodecapital,capacidadeadministrativa, entre outros. Neste mercado quem ofertarecursossoasfamliaseademandarepresentadapelasempresas.Neste mercado, as unidades produtoras, ou seja, as empresas, pagam s famlias uma remunerao pelos fatores de produo desuapropriedade, na forma de salrios, aluguis,juroselucros. As famlias (ou os indivduos que as compem) vo at o mercado de fatores de produoeoferecemseusprodutosouservios,embuscadeumarenda(oferta defatores).Asempresas,porsuavez,precisamdestesfatoresprodutivosafimde combinlos na produo de seus produtos e vo ao mercado de fatores com o objetivo de comprlos (demanda de fatores). Os preos dos fatores (salrios trabalho, aluguis terra, juros capital, lucros capacidade empresarial) sero determinados pela interao entre a oferta e a demanda. A soma dos salrios, aluguis,juroselucrosformamarendadaeconomia.Aoreceberemessarenda,as famliastmcondiesdecomprarprodutosofertadospelasempresasnomercado debenseservios. Assim, as empresas combinam os fatores de produo adquiridos no mercado de fatoreseproduzembenseserviosevoaomercadodebenseserviosoferec losparaasfamlias,queestodepossedesuasrespectivasrendas.Ospreosde cada bem ou servio vai ser determinado a partir da interao entre a oferta e a

demanda de cada um deles. A nossa hiptese inicial foi ade que no haveria um setorfinanceiro,portantoosconsumidoresgastamtodaasuarendanestemercado. As empresas acabam absorvendo essa renda. Ao se dirigirem ao mercado de fatores,asempresasacabamdistribuindoestarendanaformadesalrios,aluguis, juroselucros. No mercado debenseserviosso transacionadosbens eserviosnecessrios satisfao humana, tais como alimentao, sade, vesturio, habitao, calados, transportes.Quemrepresentaaofertanestemercadosoasempresas,nacondio de produtores, e quem representa a demanda so as famlias, na condio de consumidores. Aqui, as famlias ou os consumidores acabam transferindo os pagamentosrecebidosdasempresaspelousodosfatoresdeproduo,paraessas mesmas empresas, como forma de pagamento monetrio dos bens e servios adquiridos. Ofluxocirculardarendaconstitudopelauniodosfluxosrealemonetrio,onde emcadaumdosmercadosatuamconjuntamenteasforasdaofertaedademanda, determinandoopreo. GRFICO3FLUXOCIRCULARDERENDA

Como podemos observar, famlias e empresas exercem um duplo papel. No mercado de bens e servios, as famlias demandam bens e servios enquanto as empresas ofertam estes mesmos bens e servios no mercado de fatores de produo,asfamliasqueoferecemosserviosdosfatoresdeproduo,desua propriedade,easempresasvodemandarestesmesmosfatores.

Noequilbrio,ento,teremososeguinteesquema: FLUXOREAL=FLUXOMONETRIO FLUXOREALDEFATORES=RENDA FLUXOREALDEBENSESERVIOS=FLUXOMONETRIODOMERCADODO PRODUTO

necessrio fazer uma observao importante. Para a teoria econmica, tanto os consumidores, na figura das famlias, como os produtores, representados acima pelasempresas,soracionaisnassuasdecises.Oqueistosignifica?Significaque os indivduos, enquanto consumidores, buscam obter o mximo de produtos gastando o mnimo possvel. J as empresas, ou os produtores, buscam obter o maior lucropossvel,e paraisto querdiminuir custos evender osseus produtos o mais caro possvel. Cada um dos agentes que interferem no processo econmico agem buscando o seu prprio interesse, a partir de uma racionalidade meramente econmica. importanteressaltarqueestesfluxossofremalgumasalteraescomaintroduo dosetorpblico(governo)edastransaescomosetorexterno. Com a incorporao do setor pblico ao fluxo anterior, teremos o impacto dos impostos e dos gastos pblicos no fluxo da renda. Ao se incluir o governo, este impesobreempresasefamliasimpostos,quediminuemtantoopoderdecompra das unidades familiares,como o lucro das empresas. Por outro lado, ao conceder subsdios[1],quenadamaisdoqueumaajudadogovernoadeterminadossetores produtivosouparcelasdasociedade,aumentamaspossibilidadesdeinvestimentos dasempresas. Poroutrolado,seeuintroduzonoesquemaacimaocomrciointernacional,hum aumentodademandaporprodutosnomercadodebenseservios,namedidaem quepartedosbenseserviosdisponibilizadospelasempresasiroserexportados. Htambmumaumentonaofertanestemesmomercado,atravsdasimportaes, o que acabaporelevaraconcorrncia,podendo ocasionar uma quedanos preos destesprodutoseumamelhorianaqualidade. 3.3.DivisodoEstudoEconmico Quandopensamosoudiscutimosaeconomiapodemosdefinirsequeremosteruma viso mais ampla ou mais restrita dos fenmenos econmicos. Para analisar o sistema econmico podemos nos concentrar no estudo das unidades familiares e produtivas, ou podemos trabalhar com os grandes agregados. Neste sentido, sobretudoporrazesdidticas,costumasedividiraeconomiaemquatroramosde estudofundamentais:microeconomia,macroeconomia,desenvolvimentoeconmico eeconomiainternacional.

Amicroeconomiaouteoriadeformaodepreosestudaaformaodepreosem mercados especficos, ou seja, como consumidores e empresas se relacionam no mercado,pormeiodaaoconjuntadeofertaedemanda,edefinemospreospara que as necessidades tanto dos consumidores quanto dos produtores sejam satisfeitas ao mesmo tempo. Em outras palavras, a microeconomia ocupase da anlise do comportamento das unidades econmicas, como as famlias, os consumidores ou as empresas. Para a microeconomia, as diferentes unidades econmicas atuam como se fossem unidades individuais, e estudaa racionalidade dos indivduos (consumidores e empresas) diante do problema da escassez de recursos,benseservios. A macroeconomia estuda o funcionamento da economia em seu conjunto, ocupandose da determinao e do comportamento dos grandes agregados nacionais,comooprodutointernobruto(PIB),quemedeototaldoqueproduzido no pas, investimento agregado, a poupana agregada, o emprego, o consumo agregado,onvelgeraldepreos,osjurosdaeconomia,osndiceseconmicos.O objetivodamacroeconomiaoferecerumavisosimplificadadaeconomia,masque fornea condies para o conhecimento e atuao sobre o nvel de atividade econmica de um pas, atravs das polticas governamentais. A anlise macroeconmicatrabalhacomascondiesdeequilbrioestvelentrearendaea despesa nacionais, e com as polticas econmicas de interveno que procuram estabeleceresteequilbrio. Os estudos do desenvolvimento econmico se concentram no entendimento dos processoseconmicosenabuscademelhorarascondiesdevidadasociedade aolongodotempo,atravsdaacumulaoderecursosescassosedageraode tecnologiacapazesdeaumentaraproduodebenseserviosdaquelasociedade. Para isto,o desenvolvimento econmico discute medidas quedevem ser adotadas pelospasesnolongoprazo,afimdequeumasociedadeobtenhaumcrescimento econmico equilibrado, autosustentado e com uma distribuio de renda mais eqitativa. Busca, portanto, entendercomo se processaa acumulaoderecursos escassos e a gerao de tecnologia que resultariam no aumento da produo de benseserviosparaasociedade. Aeconomiainternacionalporsuavezprocuracompreenderasrelaeseconmicas internacionais,atravsdoestudodosfluxoscomerciaisefinanceirosqueinterligam os pases e os indivduos habitantes em cantos distintos do globo. o ramo da economia que estuda, portanto, as condies de equilbrio entre importaes e exportaes,eosfluxosdecapitalentreasnaesdomundo.Ocupase,portanto, das relaes econmicas entre residentes e noresidentes do pas, sejam elas transaesdebenseserviosoudecapital. [1]Auxlioconcedidopelogovernodeumpasadeterminadossetoresouempresas (pblicas ou privadas), tecnicamente definido por: benefcios pagos, sem contrapartidaemprodutosouserviostransfernciaderecursosdeumaesferado governo em favor de outra despesas governamentais para cobrir prejuzos de empresas benefcios a consumidores, sob a forma de preos inferiores aos nveis normais do mercado benefcios a produtores evendedores mediante preos mais

elevados. Disponvel em: http://www.google.com.br/search?hl=pt BR&q=o+que+s%C3%A3o+subs%C3%ADdios&meta=.Acessoem20jun.2006.

Mdulo4 AsOrigensdoPensamentoEconmico As escolas de pensamento econmico constituem um conjunto sistematizado de idias, valores e princpios tericos, mas sempre vinculadoss questes polticas, sociais e ticas. Sendo assim, os pressupostos e concluses de cada corrente de pensamento econmico, bem como os resultados desuas investigaescientficas estointeiramentecondicionadosporsuamatrizideolgica. Durante muito tempo a economia constituiu umconjunto de solues a problemas especficos e orientavase por princpios gerais de tica, justia e igualdade. As justificativas dos conceitos eram muito mais de natureza moral, no existindo, at Smith,umestudosistemticodasrelaeseconmicas. 4.1.OPensamentoEconmiconaAntiguidade Na Antiguidade Clssica, a maior parte da populao era composta de escravos, que trabalhavam em troca dobsico paraasuasubsistncia (roupas e alimentos). Todo o produto excedente a essas necessidades bsicas dos trabalhadores era apropriadopelossenhoresdeescravos. A economia era eminentemente rural eas cidadesdesenvolveramsecomoavanodastrocascomerciais.Estascidadeseram politicamente independentesumas das outras, e a navegao desenvolveusecom aexpansodointercmbiocomercial. Os autores da Antigidade, tanto na Grcia, quanto em Roma, no possuam um pensamento econmico geral e independente. Havia o domnio da Filosofia e da Polticasobreopensamentoeconmico. Nestesentido,emboraotermoeconomia(oikosnomos[1])tenhasurgidonaGrcia, apredominnciadaFilosofiasobreasociedadenofavoreciaodesenvolvimentoda anliseeconmica. Existem algumas reflexes de ordem econmica em Plato (427347 a.C.) e Xenofontes (440335 a.C.), mas muito incipientes. Aristteles apresentou algumas contribuiesinteressantessteoriasdovalor,dospreosedamoeda,mastratava sobretudodeaspectosdastransaescomerciaisedasfinanaspblicas.

Osgrandes pensadores gregospartiam dapremissa que o trabalho eraindigno do homem e que deveria ser reservado aos escravos, considerados inferiores.Assim,

Plato e Aristteles faziam a defesa da escravido argumentando que alguns homens eram naturalmente inferiores a outros. Defendiase a igualdade entre os cidados (homens livres, nascidos na CidadeEstado e proprietrios de terras) e havia um certo desprezo pela riqueza e o luxo. Isto dificultava o desenvolvimento das relaes econmicas, e assim, portanto, do prprio pensamento econmico. Sendo assim, na Grcia apareceram poucas idias econmicas, fragmentadas em estudosfilosficosepolticos. O pensamento romano tambm no deu uma grande contribuio ao desenvolvimentodasidiaseconmicas.Osromanosnodesprezavamariquezae oluxo,ehaviaumaeconomiadetrocasmuitomaisintensaemRomaquenaGrcia, com o desenvolvimento decompanhiascomerciais esociedades por aes. Mas o pensamentodeRomacentrousenasquestesdapoltica,eodesenvolvimentoda sociedade romana estava centrado em torno de objetivos muito mais polticos do queeconmicos,oqueanulouasuacontribuioaopensamentoeconmico. 4.2.OpensamentoeconmiconaIdadeMdia Com o declnio do Imprio Romano e as invases brbaras, surgiu o feudalismo, cujabaseeraotrabalhodosservosnasterrasdossenhores.Apesardoservono ser livre, por estar ligado terra e a seu senhor, no era propriedade do senhor, comooescravonaAntigidade. Existia tambm uma hierarquia dentro da classe de senhores feudais. Um senhor devialealdadeaumsenhormaispoderoso,eesteaoutro,eaoutro,atchegarao rei. Os vassalos recebiam a terra de seus senhores para cultivlas em troca de dinheiro, alimentos, trabalhoe lealdade militar. Em contrapartida, osenhor oferecia proteomilitaraseuvassalo. Ao longo da Idade Mdia h um amplo desenvolvimento das trocas nas cidades, ampliandoseaatividadeeconmicaregionaleinterregionalatravsdosurgimento das feiras peridicas. O avano das trocaspropiciou o desenvolvimento da diviso dotrabalho:surgemascorporaesdeofcioeocorreumaampliaocrescentedas trocas entre as reas urbanas e rurais. Com as Cruzadas expandese o comrcio atravsdoMediterrneo,fazendosurgirgrandescentroscomerciaiscomoGnova, Veneza,PisaeFlorena. Assim como na Antiguidade Clssica, o pensamento econmico medieval no constitua um corpo terico independente e sistematizado, e tinha um carter eminentemente prtico. Ao invs de estar pautado por questes filosficas e polticas,amoralcristorientavaesubordinavaopensamentoeconmiconaIdade Mdia,atravsdadominaoexercidapelaIgrejaCatlicaemtodasasdimenses dasociedade. Neste sentido, a teologia catlica, ao subverter a tica do trabalho, no apenas defendendoadignidadedotrabalho,masocolocandocomomeiodeexpiaodos pecadosdohomem,revolucionaasrelaeseconmicas,dandoaelasumgrande impulsodedesenvolvimento.

Aticapaternalistacrist,noentanto,condenavaaaquisioeacumulaodebens materiais. A Igreja condenava a busca desenfreada pelo interesse individual, e tentava moralizar as aes econmicas dos indivduos e a conduta humana, inclusivecomainstituiodeleispaternalistas,comoaLeidosPobres.Permitiase a propriedade privada, mas estadeveriaser usadacom moderao. Surge a partir desta idia de moderao dos agentes econmicos a concepo de justia nas trocas,ondebuscavaseojustopreoeojustosalrio. E o que vinha a ser o justo preo? Seria o preo baixo o bastante para que o consumidorpudessecomprar,semextorso,eaqueleelevadoosuficienteparaque o vendedor tivesse interesse em vender para poder viver de maneira decente. O justo salrio seria aquele que permitiria ao trabalhador e sua famlia viver dignamente.Haviatambmanoodejustianastrocas,ondeolucronodeveria permitiraoscomerciantesenriquecer(jqueariquezaeracondenada),masapenas viver de forma decente. Dessa concepo de justia nas trocas advm tambm a condenaodoemprstimoajuros,jqueodinheiroreembolsadoaoemprestador seriamaiorqueodinheirotomadoemprestado. No entanto, com o desenvolvimento do comrcio e das trocas, e com o desenvolvimentodasatividadesmanufatureiras,estasconcepescaemporterra,e a subordinao da economia teologia substituda pela busca desenfreada de acumularmetaispreciosos. 4.3.OMercantilismo ApartirdosculoXV,umasriedetransformaesintelectuais,religiosas,polticas associadasaodesenvolvimentodastrocasedocomrcioeexpansoultramarina eaosgrandesdescobrimentosimpulsionaramoavanodaatividadeeconmicade formasignificativa. A Reforma Protestanteabre asportas parao individualismo, aoexaltar aatividade econmicaeosucessomaterial,eaojustificarabuscadolucro,osemprstimosa juros e o enriquecimento. No mais secondenava a riqueza, mas o pecado agora eraaociosidade.OenriquecimentoerasinaldasalvaodeDeuseotrabalhono eramaisummeiodeexpiaodepecados,masinstrumentoparaalcanaragraa divinaeoxitomaterial.

Hnesteperodooenfraquecimentodosfeudoseacentralizaodapolticacomo surgimentodosEstadosNacionais.OEstadopassaacoordenarasforasmateriais eosrecursoshumanos,fazendodecadapasumorganismoeconmicointegrado. O Estadonacionalpassa a assumir o lugarda Igreja desupervisionaro bemestar dasociedade. neste contexto que surge o mercantilismo, considerada por alguns estudiosos comoaprimeiraescolaeconmica,apesardenorepresentarumconjuntotericoe tcnico homogneo e sistematizado. No entanto, o mercantilismo j apresenta algumaspreocupaesexplcitascomacumulaoderiquezasdeumanao. Para os mercantilistas, o governo de um pas seria mais forte e poderoso quanto maisricoelefosseeestariquezaseriatanto maiorquantofosseoseuestoquede metaispreciosos(ouroeprata). No sentido de garantir um aumento no saldo de ouro e prata, os mercantilistas defendiamumapolticadeaumentodasexportaes,aproibiodasadademetais preciosos e reduo significativa, seno a proibio da entrada de mercadorias estrangeirasemseupas. Paradesenvolveraindustrializaointerna,exportarmaisereduzirasimportaes ao mnimo possvel, os mercantilistas defendiam uma poltica intervencionista na indstria e o protecionismo alfandegrio, efetivamente implantados em alguns pases.Htambmumcontroleeproteodasatividadesdecomrciointernacional, j que o comrcio e as navegaes eram as principais fontes de riqueza nacional neste perodo. Assim, os mercantilistas eram entusiastas da ampla interveno do Estadonosnegciosprivadosedaimposiodebarreirasaocomrciointernacional comoformadepromoverumsaldocomercialpositivo. Apolticacolonialmercantilistatambmfoifundamentalparaodesenvolvimentoda economiamundialnesteperodo.Opactocolonialentreasmetrpoleseuropiase suas respectivas colnias no almmar foi estabelecido para elevar o saldo comercialeofluxodemetaispreciososparaasmetrpoles.Ascolniasspoderiam consumir produtos da metrpole, s poderiam exportar para a metrpole, que controlavatambmotransportedasmercadorias.Osnveisdepreosdosprodutos aseremimportadospelascolniaseramfixadospelasmetrpolesemnveisosmais altos possveis enquanto que os produtos exportados pelas colnias tinham seus preosestabelecidos em nveis bem baixos.Isso permitiu um aumento significativo dos saldos comerciais das metrpoles e uma ampliao do fluxo de metais preciosos. Embora o mercantilismo tenha uma contribuio pouco significativa para a constituio da anlise econmicocientfica, foi fundamental para o surgimento do capitalismo. O mercantilismo teve uma contribuio significativa para fortalecer a economia nacional, ampliar as relaes comerciais, na expanso dos mercados, para desenvolver o sistema manufatureiro, na formao dos grandes capitais que financiaram a revoluo industrial e no surgimento do trabalho assalariado. Todos esseselementosforamfundamentaisparaaconsolidaoposteriordocapitalismo. 4.4.AFisiocracia

As primeiras tentativas de sistematizao da cincia econmica remontam ao trabalho dos fisiocratas. A fisiocracia um movimento econmico que surgiu no sculo XVIII como uma reao s distores do mercantilismo: a excessiva regulamentao e interveno do Estado nos negcios privados e o abandono da agriculturaembenefciodaindstria.Suaprincipalpreocupaoeraacirculaoou distribuiodoprodutosocial. Afisiocraciaacreditaqueaeconomia,comoouniversodeNewton,regidaporleis naturais,absolutas,imutveiseuniversaisestabelecidasporumentedivinoparaa felicidadedohomem.Caberiaaohomem,pormeiodarazo,descobrirestaordeme trabalharnosentidoderespeitarasleisqueregulamaordemnatural.Sendoassim, osfenmenoseconmicosdeveriamfluirlivremente,seguindoestasleisnaturais. Portanto, os fisiocratas consideravam desnecessria e at mesmo prejudicial qualquerintervenodoEstadonasrelaeseconmicas,poiscriariaobstculos ordemnatural,inibindoacirculaodepessoasedebens.Afunodaautoridade governamentaleraentenderestaordemnaturaleservirdeintermedirioparaqueas leisdanaturezapudessemserrespeitadasecumpridas.OEstadonodeveintervir naeconomiamaisdoqueonecessrioparaasseguraravida,apropriedadeepara manteraliberdade. Um dos grandes pensadores desta corrente de pensamento, Franois Quesnay (16941774), defendeu alguns princpios que serviriam mais tarde de base para a construodaanliseeconmicaposterior.AprincipalobradesteautorOquadro econmico. Quesnay elaborou o princpio utilitarista de busca da obteno de mximasatisfaocomummnimodeesforo,queseriadesenvolvidoamplamente peloseconomistasdaescolamarginalistanosculoXIX.Eleprecursortambmda idia de que a busca do interesse individual numa economia competitiva originaria umacompatibilidadedeinteressespessoais,levandoasociedadeharmoniaeao bemestar coletivo. Alm disso, Quesnay evidencia a interdependncia entre as atividadeseconmicas,desenvolvendopelaprimeiravezumaanlisedosfluxosde rendasedebensdeumanao,esuasvariaes.

Os fisiocratas no acreditavam que a riqueza de um pas dependia de seus estoquesdemetaispreciosos,comodefendiamosmercantilistas.Paraafisiocracia, a riqueza de uma nao dependia de sua capacidade de produo, mais especificamentenosetoragrcola.

A agricultura era a nica atividade realmente produtiva, pois somente a atividade agrcola capaz de gerar excedentes portanto era a nica atividade que gerava valor s a terra tinha capacidade de multiplicar ariqueza. Os demais setores da economia, como a indstria e o comrcio eram apenas desdobramentos da agricultura, pois apenas transformam e transportam bens. Dependiam, assim, dos excedentes gerados na agricultura. Portanto, era primordial para os fisiocratas o incentivoagriculturaparaelevaroprodutosocial. Os fisiocratas propunham, almda reduodainterveno estatal naeconomia, a eliminaodas barreirasaocomrcio interno einternacional,tocaractersticas do mercantilismo, uma poltica de promoo das exportaes. Tambm sugeriam polticasdecombateaosoligoplios(mercadocontroladoporpoucosvendedores)e ofimdasrestriessimportaes.

[1] Existem controvrsias entre os autores da Histria do Pensamento Econmico sobrequem utilizoupela primeiravez o termo economia. Para alguns, este termo foiutilizadopelaprimeiravezporXenofontes,sereferindoaosprincpiosdegesto dos bens privados. Para outros, Aristteles teria cunhado o termo oidosnomos em seusestudossobreaspectosdaadministraoprivadaesobrefinanaspblicas.

Mdulo5 AConstruodaCinciaEconmica H um consenso entre os cientistas econmicos de que o marco inicial de uma teoria econmica sistematizada remonta publicao da obra de Adam Smith A riquezadasnaesem1776.AtosurgimentodateoriadeSmith,aeconomiaera tratadaeestudadacomoumramodaFilosofiaMoral,daticaedoDireito. 5.1.EscolaClssica Opensamentoeconmicoclssicoopeseaosfisiocratasfranceses,namedidaem que preconizavam que no apenas a agriculturaera produtora de excedentesede valor, mas tambm a indstria criaria valor. A economia clssica pautada pelo individualismo, liberdade pessoal, tanto econmica quanto poltica, e crena no comportamentoracionaldosagenteseconmicos.Defendiamapropriedadeprivada, a iniciativa individual e o controle individual da empresa. Estes seriam princpios bsicos capazes de harmonizar interesses individuais e coletivos e gerar o progressosocial. OEstado,talqualnateoriafisiocrata,deveriaatuarsomentenadefesa,najustiae na manuteno de algumas obras pblicas, sem intervir significativamente na atividadeeconmicanemnofuncionamentodomercado. Mantmseaquiavisodeummundoregidoporleisnaturaiseharmnicas,quese refletia na economia, a qual deveria ser deixada livre de intervenes, a fim de chegaraumequilbrioqueproporcionariaobemestardetodos. O pensamento clssico surge em meio revoluo industrial, onde a economia apresentaumavanosignificativodeprodutividade,refletindosenumamudanana estruturapolticaesocialdomundo.Humcrescimentoestrondosodaurbanizao, um amplo xodo rural, a consolidao dos Estados nacionais e da democracia representativa como sistema poltico. A partir da contribuio dos economistas clssicos,aeconomiapassaaformarumcorpotericoprprioeadesenvolverum instrumental de anlise especfico para as questes econmicas. Buscase sobretudo encontrar leis gerais eregularidades no comportamento econmico, e o interesse primordial passa a ser a anlise abstrata das relaes econmicas. No mais so priorizados os pressupostos morais e as conseqncias sociais das atividadeseconmicas,comoantes. Os clssicos acreditam que o valor dos bens determinado pela quantidade de trabalho neles incorporada, e assim, o elemento crucial para a determinao dos preos seria o custo de produo. A anlise centrada, portanto, na oferta. A grandepreocupaodestesprimeiroseconomistasadeterminaodascausasdo desenvolvimentodariqueza. preciso ter em mente que o liberalismo econmico caracterstico da escola clssica se manteve muito mais no plano da retrica, pois na prtica houve muito dirigismoestatalnasociedadecapitalistadesdeoseusurgimento. 5.1.1.AdamSmith

Adam Smith (17231790) o grande precursor desta corrente de pensamento econmico,sendoconsideradopormuitosopaidaeconomia,jquenasuaobraA riqueza das naes de 1776 ele desenvolve a teoria econmica com um corpo tericoprprio,comoumconjuntocientficosistematizado.

ParaSmith,osindivduos,nabuscadasatisfaodeseusprpriosinteressesede maximizaodeseubemestar,acabariamcontribuindoparaaobtenodomximo bemestar da sociedade. Isto porque o indivduose esfora para empregar o seu capital da maneira mais vantajosa, e isto o conduziria, naturalmente, a preferir o empregodecapitalmaisvantajosoparaasociedade. Parapromoverobemestaromelhorcaminhoseriaoestmuloabuscaindividualdo prpriointeresseeconcorrncia.Setodososindivduossoassimdeixadoslivres, haveria como que uma mo invisvel orientando todas as decises da economia, semnecessidadedeatuaodoEstado.Atravsdalivreconcorrncia,asociedade chegariaharmoniaemaximizaodobemestardetodos. Omercadoseriaentooreguladordasaeseconmicasetrariabenefciosparaa coletividadeindependentedaaodoEstado.Smithpostulavaqueosgovernosso ineficazes e tm a tendncia de favorecer alguns em detrimento da maioria da sociedade, portanto sua interferncia no mercado tende a provocar distores e ampliar desigualdades. Se o governo no interferir nos assuntos econmicos, a ordem natural poderia ser alcanada atravs do uso da razo. Seus argumentos baseavamsenalivreiniciativaenolaissezfaire. Smithacreditavaqueaorigemdariquezanoestavanaagriculturaounoacmulo de metais preciosos, mas sim no trabalho humano produtivo. Este sim seria o elemento essencial da riqueza e gerador de valor. Sempre que uma mercadoria vendida a um preo superior a seu custo de produo, temos gerao de valor, mesmoforadaagricultura. Para Smith a diviso do trabalho e a especializao de tarefas um elemento essencial para aumentar a habilidade pessoal, para promover o aumento de produtividade, para ampliar o desenvolvimento tecnolgico e, conseqentemente, elevara produo. O aprofundamento dadiviso do trabalho decorre daexpanso dastrocasedosmercados.Assim,parapromoveroaumentodaprodutividadeeda riquezaprecisoampliarosmercadoseainiciativaprivada.

Smithacreditavaqueoslucrosdosempresrios,aoseconverterememmaquinaria eexpansoprodutiva,permitiriaaampliaodadivisodotrabalhoedaproduo,o que impulsionaria o crescimento da riqueza. Portanto, para ele a acumulao de lucros pelos empresrios era algo essencial para promover o desenvolvimento da sociedade. 5.1.2.DavidRicardo Estepensadorclssicoacreditavaqueocrescimentodemogrficoexerceumefeito negativo sobre a economia. Sua obra principal Princpios de economia poltica e tributao.SegundoRicardo(17721823),oaumentodapopulaoacompanhariaa expanso econmica, e isto faria com que as necessidades de alimentos aumentassem.Estasnecessidadesspoderiamsersatisfeitasacustosmaisaltos.

Assim,oaumentodapopulaogerariaumcrescimentodademandadealimentos, queprovocariaumaumentodepreos.Istoocasionariaumaelevaodossalrios industriaiseumareduodataxamdiadelucrodaeconomia.Assim,haveriauma conseqentereduodosinvestimentos,comreduodoempregoe da produo. Com esta anlise, Ricardo mostra que o processo de desenvolvimento econmico poderiaminarsuasprpriasbases. O problema central residia na incapacidade da agricultura de produzir alimentos baratosparaoconsumodostrabalhadores,poispossuarendimentosdecrescentes. medidaqueaumentavaapopulao,aproduoampliavaseemterrascadavez piores, o que provocaria aumento de custos, aumento de salrios e reduo de lucros. Isto inibiria os investimentos e aproduonaagricultura, o queserefletiria posteriormenteemtodaaeconomia. Defendiacomopossveissoluesparataisproblemasocontroledanatalidadeea livreimportaodealimentosparaoconsumodostrabalhadores. Ricardo tambm desenvolveu a teoria das vantagens comparativas. Ele defendia que cada pas deveria se especializar naqueles produtos que tivessem os custos comparativos mais baixos, e importar aqueles cujo custo comparativo fosse maior. Cadapasdeveria,assim,dedicarseproduoquesemostracomparativamente maislucrativa.Aconseqnciadistoseriaqueotrabalhoseriadistribudocommaior

eficincia, a produo geral se elevaria, e promoveriase o bemestar geral e a harmoniadeinteressesdosdiferentespasesanvelinternacional. 5.1.3.ThomasMalthus Malthus (17661834)colocase contra a viso otimista dos outros pensadores clssicos.Asinstituiessociaisnoseriamasresponsveispelasmisriasevcios dosindivduos,masoprprioinstintodereproduohumanaosteriamgerado.Em sua obra An essay on the principle of population, Malthus propugna que a populao, quando no controlada, cresce em propores geomtricas (1,2,4,8,...) enquantoqueaproduodealimentos(subsistncia)quandomuitocresceataxas aritmticas(1,2,3,4,...).Aconseqnciadistoque maisinevitavelmenteonmero dehabitantesultrapassariaaquantidadedealimentosnecessriaparamantlos.

Assim,ocrescimentodapopulaodependedaofertadealimentos:semprequeos salriosnominaisestiveremacimadosalriodesubsistncia,haverincentivopara o casamento e para o aumento no tamanho das famlias, provocando o aumento populacional. Malthus sugeria uma srie de polticas para conter o avano populacional como o adiamento dos casamentos, a limitao voluntria de nascimentos nas famlias. Tudo isto a fim de evitar uma crise na produo de alimentos. Malthus tambm reconhecia que as guerras, os vcios, a misria e as doenas seriam obstculos importantesparalimitarocrescimentodapopulao,eportantodeveriamseraceitos comosoluesparainterromperocrescimentopopulacional. Noentanto,precisodestacarqueMalthusnolevouemcontaoritmoeoimpacto do progresso tecnolgico para a elevao da produtividade e do produto total da agricultura,querepresentamumarespostaimportanteparaodescompassonatural entre a produodealimentos e o crescimento populacional. Malthus tambmno poderiapreverarevoluonastcnicasdelimitaodafertilidade,querepresentam umpassoimportanteparadeteroavanopopulacional. 5.1.4.JohnStuartMill JohnStuartMill(18061873)sistematizouedivulgouocorpotericodopensamento econmicodesuapoca.Eleavananateoriaaoincorporaremsuaobraelementos institucionais, e ao definir de forma mais precisa as restries, vantagens e o funcionamento de uma economia de mercado. Ele introduz nas suas anlises a

preocupao com a justia social, e com as conseqncias sociais da industrializao em sua poca. Sua principal obra o livroPrincpios de Economia Poltica.

Mill percebe que o instrumental terico deixado pelos clssicos, baseado nos pressupostos de harmonia de interesses, de ordem natural e de um mercado regulado para atender o bemestar de todos no se confirmava na prtica em sua poca. Se por um lado o crescimento industrial propiciou de fato aumento da produo, do volume de comrcio internacional e crescimento da acumulao de capital, por outro lado gerou a deteriorao do padro de vida da classe trabalhadora, com reduzidos salrios, longas jornadas de trabalho, ausncia de legislaotrabalhista,pssimascondiesdemoradia,entreoutrascoisas. Para Mill era evidente que a economia capitalista, em expanso, no apresentava um sistema de distribuio de renda que funcionasse bem, e no gerava o bem estargeraldacoletividadecomopreconizavamosoutrospensadoresclssicos.Para Mill, era necessrio polticas de promoo do bemestar geral, especialmente voltadasparaaclassetrabalhadora. Alm disso, Mill percebe que o sistema capitalista no possui uma tendncia ao equilbrio,pelocontrrio,humatendnciadosistemainstabilidade,comtaxasde lucros decrescentes, queda do nvel de atividade econmica e elevadas taxas de desempregoentreapopulaotrabalhadora.

Mdulo6 AEvoluodaCinciaEconmica 6.1.OsSocialistas O pensamento socialista surge em meio revoluo industrial, com suas grandes fbricas.Ostrabalhadorespossuamcondiesprecriasdetrabalhoedevida,com salriosdesubsistncia,semdireitospolticosnemsociais,emcondiesdemisria e abandono. Deste contexto histrico surge a necessidade de despertar a conscinciadasociedadeparaasituaoeconmicadasclassesdesfavorecidas. Ossocialistasrejeitamaidiadelivremercadoedeharmoniadeinteressesentreas diferentes classes sociais. No acreditam que a busca egosta e desenfreada dos indivduospelosseusprpriosinteresseslevarasociedademaximizaodeseu bemestar. OgrandetericodestacorrentedepensamentoeconmicoKarlMarx(18181883). Tal como Stuart Mill, Marxse preocupa com as conseqncias sociais da industrializaoedodesenvolvimentocapitalista.OobjetivodeMarxeradescobrira estruturaeofuncionamentodaeconomiacapitalistaesuasleisdemovimento.Seu objetivoerademonstrarqueocapitalismoexploravaaclassetrabalhadora,ecomo essaexploraoconduzirianecessariamentedestruiodessesistemaeconmico.

Assim como Smith e Ricardo, Marx tambm acreditava no trabalho como determinante do valor, e que a origem da riqueza estava no trabalho humano produtivo. A apropriao do excedente econmico produtivo era a origem da acumulaodecapitaleriqueza. O excedente econmico no capitalismo surge do fato do capitalista pagar ao trabalhador uma quantidade igual ao valor de sua fora de trabalho (insumos necessrios subsistncia e reproduo do trabalhador), mas esse pagamento equivale somente a uma parte daquilo que o trabalhador produz para o capitalista em sua jornada de trabalho. O valor das mercadorias produzidas pelos trabalhadores em um dado perodo de tempo superior ao valor da fora de trabalho vendida aos capitalistas que a contratam. A diferena destes valores a chamada maisvalia o valor que excede o valor da fora de trabalho e que apropriado pelos capitalistas. Seria esta, para Marx, a origem dos lucros, juros e aluguisnestesistemaeconmico.

Istoocorreporqueostrabalhadoresspossuemsuaforadetrabalhoparavender, no possuindo outra fonte de renda alternativa, sendo obrigados a aceitar as condies impostas pelos capitalistas, detentores no apenas dos meios de produo,mastambmdosmeiosdesubsistncia.Apropriedadeprivadadosmeios deproduoseriaentoachaveparacompreenderaexploraonocapitalismo. 6.2.AEscolaNeoclssica No final do sculo XIX fezse necessria uma reavaliao da teoria econmica, dadasastransformaesestruturaisdaseconomiasdasnaesindustrializadas.No lugar de um capitalismo concorrencial, surge um sistema econmico com forte tendnciamonopolista.Humaintensaconcentraodecapitais,oqueimplicouem umaconcentraoderenda,eumaintensoxodorural,decorrentesdosprocessos deindustrializao. Alm disso, evidenciase nesta poca que a atividade econmica tende a apresentarse cada vez menos competitiva. o perodo do surgimento e consolidao dos movimentos operrios edossindicatos, que buscam defender os interessesdostrabalhadoresfrenteexploraocapitalista. O Estado passa a intervir significativamente no campo econmico, especialmente apsacrisedasbolsasdevaloresnadcadade1930.Evidenciasenesteperodo que a idia clssica de uma economia em constante equilbrio, onde ofertas e procuras reagiriam automaticamente diante das alteraes de preos no necessariamenteverificadasnaprtica. No entanto, os economistas da escola neoclssica, apesar de avanarem significativamente na elaborao dos princpios tericos fundamentais da Cincia Econmica, e a despeito das evidncias em contrrio, continuavam a reproduzir a crena cega nos mecanismos reguladores do mercado. Reafirmam a tendncia do sistemaaoequilbriopelaaodasforasdomercado,equequalquerinterferncia nestasforasgeracustosereduzobemestarsocial. Ospensadoresdaescolaneoclssicapropugnamsuasidiascomoumareaoaos movimentos socialistas, reafirmando a crena na economia de mercado e na sua capacidade autoreguladora, mas secontrapondo idia clssica de que a fonte geradora de riqueza o trabalho (teoria do valortrabalho). Os neoclssicos combatiamtambmaidiadequearendadaterranoerasocialmentejusta. Estes pensadores deslocam a anlise econmica da determinao das causas do desenvolvimentodariqueza,parabuscaradeterminaodaalocaodosrecursos escassosentreusosalternativos,comoobjetivodemaximizarasatisfao,sejade consumidores, seja de produtores. A economia passa ento a trabalharna anlise das necessidades dos indivduos, sua satisfao e a atribuio subjetiva de valor aosbens.Passaseaprivilegiarosaspectosmicroeconmicos,ondeoindivduoea firma esto nocentroda anlise. Ao invs deconsiderar globalmente a economia, suas anlises esto centradas nas decises dos agenteseconmicos individuais e nascondiesepreosdomercado.

Para os neoclssicos, o homem procura o mximo prazer, com um mnimo de esforo. Sendo assim, a base para a elaborao de seu arcabouo terico o desejodosindivduosdemaximizaremsuasatisfaoconsumidoresestariamem busca de maximizar sua utilidade (satisfao no consumo), e produtores estariam embuscademaximizarseuslucros. Partemdopressupostodequeaeconomiaatomizada,ouseja,formadaporum grandenmerodeprodutoreseconsumidores,queisoladamentesoincapazesde influenciar os preos dos produtos e as quantidades no mercado. Admitiam a existncia dos monoplios, mas este seria uma exceo regra de um mercado ondepredominavaaconcorrnciapura.Ademandapassaaseroelementocrucial paraadeterminaodospreos. Introduzseaanlisemarginal,ondeadecisodeproduzirouconsumirdependedo custooubenefcioproporcionadopelaunidadeadicionaldefatordeproduooude bemaserconsumido.Assim,ovalordeumbemnodeterminadopelaquantidade detrabalhoneleincorporado,masadeterminaodovalordeumbemdependeria da sua utilidade marginal (utilidade que gera a ltima unidade consumida). A demanda dependeria ento da utilidade marginal. Assim, um produto ser mais demandadoeterumpreomaiorquantomaisraroetilelefor.Oscustosincluem osacrifcioeafadiga,quesupemacriaoeaadministraodeumaempresaea acumulaododinheiroparaconstituirocapital. Os indivduos atuam racionalmente, calculando as utilidades marginais dos diferentes bens, calculando prazer e dor, e estabelecendo um equilbrio entre as necessidadespresentesefuturas. Os principais pensadores desta escola so Alfred Marshall, William Jevons, Leon Walras, Eugene BhmBawerk, Vilfredo Pareto, Francis Edgeworth, Joseph SchumpetereArthurPigou. 6.3.OPensamentoKeynesiano A Primeira Guerra Mundial e a Grande Depresso da dcada de 1930 abalaram seriamenteaseconomiasdospasesindustrializadosdomundoocidental.Osnveis de investimento e de produo caram vertiginosamente, gerando uma queda nos nveis de emprego sem precedentes na histria, o que acabou por atingir as economiasdospasesdetodoomundo. A teoria econmica prevalecente na poca propugnava que as distores que porventura aparecessem no sistema seriam automaticamente corrigidas pelos mecanismos automticos de regulao do mercado. Portanto, os economistas acreditavam que a crise econmica era passageira. No entanto, o desemprego j atingia nveis elevadssimos e a economia no dava indicaes de que a situao estaria se autocorrigindo. Era necessrio identificar as causas do desemprego. E explicaoestarianomaufuncionamentodasinstituiesdomercadocapitalista,o quejustificariaaampliaodaintervenodoEstadonaeconomia. Neste contexto, John Maynard Keynes publica sua Teoria geral do emprego, dos jurosedamoedaem1936,rompendocomatradioneoclssica.Keynesprocurou

entender os problemasde instabilidade decurtoprazo edeterminar ascausas das flutuaes econmicas. Keynespreocupavase tambm com a determinao dos nveisdeempregoerendadaseconomiasindustriais,eidentificouumaimportante interrelaoentrearendanacionaleosnveisdeemprego.

Segundo este pensador, um dos principais fatores responsveis pelo nvel de empregoexplicadopelonveldeproduonacionaldeumaeconomia,oqualseria determinadopelademandaagregada.Keynesvaiassimrefutarateoriadeumdos pensadoresclssicosconsagrados,JeanBaptisteSay,queacreditavaqueaoferta criasuaprpriaprocura,ondeoaumentodaproduosetransformariaemrendade trabalhadoreseempresrios,aqualseriagastanacompradeoutrasmercadoriase servios.ParaKeynes,aofertadeterminadapelademandaenoocontrrio. ParaKeynes,osprincipaisdeterminantesdarendaedoempregosoosgastoscom consumoeinvestimento,sendoogastopblicoumaimportantevarivelcomponente do gasto total. Para cada nvel de renda, o gasto em consumo uma proporo dada da renda, proporo esta que cai quando a renda aumenta. O nvel de consumovariaentocomarenda.Earendavariaporqueoinvestimentoouogasto pblicovaria.Ogastocominvestimentoseriaporsuavezdeterminadopelataxade jurosepelataxaderetornoesperadasobreocustodosnovosinvestimentos(aque Keyneschamavaeficinciamarginaldocapital). Keynesacabamostrandoquenoexistemforasdeautoajustamentodaeconomia, sendo necessria a interveno governamental atravs de uma poltica de gastos pblicosparagarantirmelhoresnveisdeemprego,colocandoemxequeoprincpio do laissezfaire, consagrado pelo pensamento econmico clssico e neoclssico. Isto porque quando os gastoscom consumo e investimento so insuficientes para manteroplenoemprego,oEstadodeveestardispostoaaumentarofluxoderenda pormeiodegastosfinanceiros. A teoria de Keynes influenciou sobremaneira a poltica econmica dos pases capitalistasnoperodopsguerraeestaspolticasmostraramseeficientesaponto de se considerar este perodo os anos dourados do capitalismo, que se encerra comacrisedosistemamonetrionoinciodadcadade1970. 6.4.OPensamentoEconmiconoperodorecente Aps a publicaoda Teoria Geral de Keynes, a teoria econmica apresentou um desenvolvimento significativo. Instituiuse um amplo debate sobre aspectos do

trabalho de Keynes, incorporando modelos matemticos e estatsticos, que contriburamparaformalizaracinciaeconmicaesistematizaraindamaisosseus conceitos. Vrias correntes de pensamento surgiram ento. Os monetaristas, cujo principal expoente Milton Friedman, defendem uma mnima interveno do Estado na economia e um amplo controle da moeda. Os fiscalistas recomendam o uso de polticas fiscais ativas e uma elevada interveno do Estado nas atividades econmicas, e tm comoprincipais destaquesJames Tobin e Paul Samuelson. Os pskeynesianos fazem uma releitura da obra de Keynes, destacando o papel da especulao financeira no sistema capitalista, defendendo tambm uma macia participao do Estado na conduo da atividade econmica. Seus principais economistassoHymanMinsky,PaulDavidsoneAlessandroVercelli. Na dcada de 1970 o mundo assistiu a duas graves crises no abastecimento de petrleo,almdeumacrisenosistemafinanceirointernacionaledaeconomiados EstadosUnidos.Ateoriaeconmicaacabaporapresentaralgumastransformaes importantes. Ampliase a conscincia das limitaes e possibilidades de aplicao dateoria,consolidamseascontribuiesdosperodosanterioreseaprofundamse asanlisesempricas,oquepermiteumaaplicaoprticamaior.

Mdulo7 Demanda,OfertaeEquilbriodemercado Como vimos, a microeconomia ou teoria dos preos analisacomo consumidores e empresas interagem no mercado, e como essa interao determina o preo e a quantidade de um bem especfico. A microeconomiapreocupase, ento, com a formao dos preos de bens e servios e defatoresde produoem mercados especficos, atravs do estudo do funcionamento da oferta e da demanda na formao do preo no mercado da interao entre consumidores e produtores obtmse preos e quantidades produzidasnumdadomercado. Parafazeraanlisedocomportamentodademandaedaofertaprecisamospartirde alguns pressupostos bsicos que so estabelecidos pela microeconomia. Emprimeirolugar,paraanalisarum mercadoespecfico,amicroeconomiaparteda hiptese coeteris paribus (tudo o mais permanece constante). Ao se adotar essa hiptese,podeseestudarummercadoespecficoselecionandoapenasasvariveis cujainflunciasobreconsumidoreseprodutoresdesejamosanalisarnestemercado, independentemente da influncia de outros fatores ou de outros mercados. Por exemplo,sequeremosavaliaroefeitodopreosobreademanda,supomosarenda constante(mesmosabendoquearendatambmafetaademandadeumbem),ese eu quero analisar o efeito da renda sobre ademanda, passo a considerar o preo constante(coeterisparibus). Uma outra hiptese importante aquelaquesupe que os indivduosatuam como agentes econmicos eso guiados pelo princpio da racionalidade. Segundo este princpio, empresrios estosempre em busca de maximizar lucros condicionados pelos custos de produo, consumidores procuram maximizar sua utilidade, trabalhadoresprocurammaximizarseulazereassimpordiante. Assim,osconsumidoressoaquelesquesedirigemaomercadoafimdeobterum conjuntodebenseservioscomoobjetivodemaximizarasuasatisfao(utilidade). A firma corresponde combinao organizada feita pelo empresrio de fatores de produo (capital, trabalho, recursos naturais e tecnologia) a fim de produzir o mximo possvel ao menor custo. Buscase a maximizao da produo e a minimizao de custos nas empresas. Uma empresa escolhe o que e quanto produzir em funo dos preos e das preferncias dos consumidores, j que o empresrioproduzumbemparavendernomercado. A teoria microeconmica procura, portanto, explicar como se determina os preos dos bens e servios, e dos fatores de produo, procurando responder questes como:porquequandoopreodeuma mercadoriaaumenta,asuaprocuradever cair, consideradas as demais variveis constantes? Olivrejogodaofertaedemandaumelementofundamentalparaofuncionamento daeconomiademercado,poisdainteraoentreconsumidoreseprodutoresque obtemospreosequantidadesdeequilbrio.Portanto,fazsenecessrioanalisaros mecanismos de demanda e oferta de bens e servios individuais em um mercado competitivo, com um grande nmero de produtores e consumidores, para compreender como seriam ento estabelecidos os preos dos produtos e as quantidadesproduzidas.

7.1.ADemanda Asmercadoriassodemandadasporqueoseuconsumoproporcionaalgumprazer ouasatisfaodealgumanecessidadedosconsumidores,ouseja,umbempossui demandaporquepossuiutilidade.Autilidadeacapacidadequepossuemosbens econmicos de satisfazer necessidades humanas. Segundo a teoria do Valor Utilidade, ovalor deum bemformadopelasatisfao queo bem proporciona ao consumidor,enopelocustodotrabalhoembutidonestebem.Emoutraspalavras, ovalordeumbemseformapelasuademanda. Ademandaseriaaquantidadedeumamercadoriaouservioqueosconsumidores desejam adquirir em um determinado perodo de tempo. Isto vai depender significativamente do preo desta mercadoria ou deste servio. Quanto menor o preo de um bem, maior ser a quantidade demandada quanto maior o preo, menor a quantidade que cada um estar disposto a comprar. Almdopreo,existem,paracadaindivduo,diversasvariveisquecondicionamas suas escolhas enquanto consumidor, tais como: a sua renda, o preo dos outros bens relacionados,seus gostos e preferncias. Para analisar a influncia de cada uma dessas variveis sobre a deciso dos consumidores temos de nos valer da hiptesecoeterisparibuseavaliaroimpactodecadaumaseparadamente. Acurvadedemandadomercadomostraarelaoentreasquantidadesdeumbem ou servio que todos consumidores estariam dispostos a adquirir a diferentes preos,mantendoconstantesoutrosfatores,taiscomogosto,rendaepreodebens relacionados.Humarelaoinversaentreaquantidadedemandadaeopreodo bem, tudo o mais permanecendo constante. Esta a Lei Geral da Demanda. Vamos considerar um mercado de bananas, com muitos compradores e muitos vendedores, onde nenhum dos agentes econmicos deste mercado possui o controle sobre o preo. O quadro abaixo representa a relao existente entre os preos de venda das bananas e a quantidade em quilos demandadas pelos consumidoresporsemana. QUADRO1DEMANDADEBANANAS 1)PreoP(R$porquilo)(2)QuantidadeQdemanda(milharesde quilosdebananaporsemana) R$10,00 50 R$ 8,00 100 R$ 6,00 200 R$ 4,00 400

A B C D

Assim,seopreodabananaforR$10,00,serodemandados50quilosnasemana se o preo for R$ 8,00, sero demandadas 100 quilos de bananas na semana. A tabela acima mostra que quanto maior o preo de um bem, menor a quantidade desse bem que os consumidores estaro dispostos a adquirir. Por outro lado, quandomenoropreo,maiorquantidadedobemserdemandada. Umaoutraformadeapresentaressasdiversasalternativasseriaatravsdacurvade demanda. Utilizamos,ento, um grficocomdois eixos, colocandono eixovertical osvriospreosP,enohorizontalasquantidadesdemandadasQ.Paracadapreo

humacertaquantidadedebananasqueosindivduosestodispostosacomprar. Acurvadedemandateminclinaonegativa,ouseja,decrescente,umavezque osindivduoscomprammaismedidaqueopreosereduz. GRFICO1CURVADEDEMANDADEBANANAS

A reduo das quantidades demandadas de bananas decorrente do aumento dos preospodeserexplicadaporduasrazes.Ouosconsumidorespassamasubstituir asbananasporoutrosbens,comomasoumames,cujospreospermaneceram constantes ou os outros consumidores deixam de consumir as bananas porque o aumentodospreosocasionouumencarecimentorelativodasbananasemrelao a outros bens e uma reduo do poder aquisitivo de sua renda, que permanece constante.Areduodopoderaquisitivodesuarendafarcomqueoconsumidor reduzasuademandadetodososbens,emparticularademandadebananas. Matematicamente, a relao entre a quantidadedemandada e o preo deum bem podeserexpressapelafunodemandaouequaodademanda,quesignificaque a quantidade demandada Q uma funo do preoP,isto,dependedopreo: Qd=f(P) Onde: Qd = quantidade demandada de um bem ou servio em determinado perodo de tempo P=preodobemouservio

Comohavamosdestacadoanteriormente,ademandadeumbemouserviono condicionada apenas peloseupreo. Arenda dosconsumidores, o preode bens substitutos (bem similar que satisfaa a mesma necessidade), o preo dos bens complementares e as preferncias dos consumidores tambm afetam significativamenteademandadosconsumidores. Arelaodarendadosconsumidorescomademandadeumprodutovaideterminar a classificao deste produto como bem normal, bem inferior ou bem de consumo saciado. Quando a demanda de um bem aumenta com o aumento da renda dos consumidores, dizemos que esse bem um bem normal. Se, por outro lado, o aumentodarendadosconsumidoresprovocarareduodademandadeumbem, teremosumbeminferior(oconsumodecarnedesegundasereduzcomoaumento da renda). Existem ainda os bens de consumo saciado cuja demanda no influenciadapelarendadosconsumidores(arroz,feijo,farinha,sal,etc). Se a demanda de um bem aumenta devido ao aumento dos preos de um outro bem, dizemos que este um bem substituto ou concorrente, pois h uma relao diretaentreopreodeumbemequantidadedeoutro(carneefrango,porexemplo). Quando, por outro lado, a demanda de um bem se reduz devido ao aumento do preo de um outro bem, denotando a existncia de uma relao inversa entre o preo de um e a quantidade demandada do outro, eles so chamados bens complementares (carros e gasolina, por exemplo). Bens complementares so, portanto, bens que so consumidos conjuntamente. Parainfluenciaroshbitoseprefernciasdosconsumidores,asempresasinvestem pesadoempublicidadeepropagandatentandoinfluenciarestasprefernciascomo objetivodeelevaraprocuradecertosbensouservios. 7.1.1.ElementosqueDeslocamaCurvadeDemanda Alguns dos fatores que influenciam a demanda podem ser responsveis por um deslocamento da curva de demanda. Uma variao positivanosgostosou preferncias de um consumidor porum certo produtosignificaquemaisunidadesdoprodutoserodemandadasacadapreo.A demanda aumenta e a curvadeslocase para a direita. Uma variao desfavorvel desloca a curva da demanda para a esquerda. Aintroduodeumprodutonovotambmalteraademanda,deslocandoacurvade demandaparaaesquerda. Um aumento no nmero de consumidores num mercado tambm provoca um deslocamento positivo da curva de demanda, j que provoca um aumento na demanda. Damesmaforma,comovimosacima,parabensnormais,quandoarendaaumenta, a demanda tambm aumenta provocando um deslocamentoda curvade demanda paraadireita.Istosignificaquecoeterisparibus,aosmesmospreos,oconsumidor estaria disposto a adquirirmaiores quantidadesdo produtocom a elevao desua renda. As expectativas dos consumidores quanto aos preos dos produtos, disponibilidade dos produtos e sua renda no futuro podem tambm deslocar a demanda. Expectativas de elevao de preos no futuro podem induzir o

consumidor a comprar mais agora, para evitar os aumentos esperados de preos, aumentando a demanda hoje e deslocando a curva de demanda para a direita. preciso ter em mente a diferena entre demanda e quantidade demandada. A demanda toda a curva que relaciona os possveis preos a quantidades determinadas.Aquantidadedemandadadizrespeitoaumpontoespecficodacurva dedemanda,relacionandoumpreoaumaquantidade. 7.2.AOferta Enquanto a demanda reflete uma relao que descreve o comportamento de consumidores,aofertaexprimeocomportamentodosprodutores,mostrandoquanto estesempresriosestariamdispostosavenderaumdeterminadopreo.Assim,as diferentes quantidades que os produtores desejam vender no mercado em um determinadoperododetempoconstituemaoferta. Vriossoosfatoresquecondicionamaoferta:opreodoprodutoaserofertado, os preos dos fatores de produo, a tecnologia, as preferncias do produtor. Se apenasopreodobemofertadovaria,permanecendoosdemaisfatoresconstantes (coeteris paribus), obteremos a relao entre o preo de um bem, por exemplo, bananas,eaquantidadedebananasqueumagricultordesejariaoferecerporpreo eporunidadedetempo. Os preos altos estimulam os vendedores a produzir e vender mais. Portanto, quantomaiselevadoopreo,maioraquantidadeofertada.Afunoofertamostraa relaodiretaentrequantidadeofertadaenveldepreos,coeterisparibus.Temosa lei