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    PEA

    Econom ia do Traba lho Au la 2

    CONCEITOS BSICOS

    PEA ou Fora de Trabalho expressa a quantidade de pessoas quepotencialmente colocam sua mo de obra para suprir as necessidadesda empresa. Engloba as pessoas empregadas como as que estodisponveis para trabalhar, mas no esto conseguindo emprego(denominadas desempregadas);

    PIA populao em idade ativa;

    PINA populao em idade no ativa.

    Populao Total

    Populao emIdade no Ativa

    PINA(Crianas/Aposentados)

    Populao emIdade Ativa

    PIA

    TrabalhamNo Trabalham

    Trabalho comRemunerao

    Sem Trabalhomas buscando

    Emprego

    EmpregadosDesempregados

    Estudantes, trabalhadores domsticos, invlidos, presos

    Trabalho semRemunerao

    PNEANo

    trabalham eno buscam

    emprego

    Fora da Fora de Trabalho

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    A FORA DE TRABALHO

    Para entender o que vem a ser o mercado de trabalho, no que se referea indivduos que o constituem, necessrio, inicialmente, classificar apopulao segundo a atividade econmica que cada um exerce.

    Para delimitar o mercado de trabalho, deve-se partir da noo deatividade econmica, um conceito bastante complexo.

    PEA ou fora de trabalho representa os elementos que iro constituiro mercado de trabalho que. O mercado de trabalho, por sua vez,abastece as firmas no que diz respeito necessidade de mo-de-obra.

    Entende-se por PEA o conjunto de elementos empregados (E) edesempregados (D), num certo momento, captado por um inquritoestatstico com base na definio de atividade econmica dos indivduos.

    A PEA um subconjunto da populao em idade ativa (PIA), comomostra a figura 1 anterior, que fornece, com um maior grau dedetalhes, as categorias da populao com relao atividadeeconmica, partindo-se do total da populao de um pas. Nessa figurapodemos destacar trs grandes segmentos de trabalhadores que maisdiretamente dizem respeito ao mercado de trabalho e prpriadinmica de formao de salrios e empregos na economia:

    a)os indivduos em idade ativa, mas no consideradoseconomicamente ativos - indivduos fora da fora de trabalho;

    b)os indivduos ocupados (empregados)c) os indivduos desocupados (desempregados)

    A soma dos indivduos que esto empregados com os que estodesempregados forma o conceito de PEA ou fora de trabalho disposio das firmas.

    Importante: PEA = empregados (E) + desempregados (D) , sendoque desempregados so os indivduos que no trabalham mas estoprocurando emprego. Um indivduo que no trabalha mas no procuraemprego no considerado desempregado.

    No interior de cada um desses segmentos citados acima, ocorreminmeras outras classificaes que permitem enquadrar com maiorpreciso os trabalhadores segundo a atividade econmica que exercem.Um sumrio a seguir apresentado.

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    Popu lao econom icament e a t i va (PEA)

    Empregados

    a) plenamente ocupados:

    - em tempo integral

    - em tempo parcial

    b) subempregados:

    - visveis

    - invisveis

    Desempregados

    a) buscando trabalho:

    - j trabalharam

    - nunca trabalharam (1 emprego)

    b) no esto procurando trabalho, mas dispostos a trabalhar emcondies especficas:

    - j trabalharam

    - nunca trabalharam

    Popu lao no econom icamen te a t i va ( PNEA)

    Capacitados para o trabalho

    a) trabalhadores desalentados ou desencorajados (dispostos a trabalhar,mas desestimulados a buscar emprego):

    - dedicando-se a afazeres domsticos

    - estudante

    - aposentado

    - pensionista

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    - rentista e outros

    b) inativos (no buscam trabalho nem desejam trabalhar):

    - invlidos

    - idosos

    - rus

    - outros

    Essa forma de apresentao da PEA universal, contemplada pelas maisimportantes instituies voltadas para questes do mercado de trabalho

    e adotada nos principais inquritos, visando captar aspectos recativos atividade econmica dos indivduos. A principal polmica ocorre emcomo enquadrar determinada categoria ocupacional com base numasituao observada. Como exemplo, temos o subemprego que, paraalguns (como o IBGE), uma categoria entre os empregados, enquantopara o Dieese uma forma de desemprego.

    As seguintes observaes merecem tambm destaque:

    a) alguns indivduos que no trabalham fazem parte do mercado

    informal, que composto tambm por indivduos que trabalham;b) o nvel de participao na PEA pode alterar-se sem modificaesoriginadas por aspectos demogrficos;

    c) o critrio para definir idade ativa arbitrrio, variando entre pases,mas, em geral, contido no intervalo entre 10 e 15 anos de idade. NoBrasil, adota-se o critrio de 10 anos como limite mnimo para idadeativa;

    d) os desempregados autnticos representam um patamar mnimo desubutilizao da mo-de-obra, desde que entre os empregados existamos subempregados;

    e) o fato de o indivduo estar em idade ativa no o caracteriza comoeconomicamente ativo;

    f) possuir capacidade para trabalhar tambm no assegura que oindivduo seja economicamente ativo;

    g) desemprego no significa inatividade.

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    Finalmente, devemos notar que as categorias classificadas comoeconomicamente ativas da forma mencionada, ainda que

    representativas do volume de trabalho apto e imediatamente disponvel,no revelam a total potencialidade da fora de trabalho.

    A fora de trabalho no leva em considerao aspectos como nveleducacional dos trabalhadores, experincia no trabalho, qualidade dotrabalho, horas trabalhadas, entre outras variveis que sodeterminantes do trabalho potencial dos indivduos componentes domercado de trabalho.

    Dessa forma, a PEA deve ser interpretada como um conceito parcial noque diz respeito oferta do trabalho imediatamente utilizvel no pas.

    INDICADORES DO MERCADO DE TRABALHO

    Vimos a composio da Populao Economicamente Ativa (PEA). Paraavaliar o comportamento desse mercado, uma srie de indicadores construda: alguns diretamente das definies apresentadas, e outros -com o ndice de salrio real que no emergem diretamente do que foidescrito, mas sim por meio de variveis que se formam no mercado.

    Tais indicadores possibilitam tanto refletir sobre o desempenho quantoavaliar o comportamento da economia. Podem tambm ser utilizadoscomo importantes fatores de orientao no processo de tomada dedecises (seja pelo governo ou pelas firmas), visando proporcionarmelhorias no padro de vida, nas condies de emprego e trabalho e,principalmente, na harmonizao das relaes entre capitalistas etrabalhadores. Servem ainda para refletir estados de pobreza oumisria, alm de contribuir para a avaliao do nvel de absoro demo-de-obra e de seu grau de subutilizao.

    Indicadores

    1 Taxa de participao na fora de trabalho ( tP)

    Reflete o nvel de engajamento da populao ativa nas atividadesprodutivas, pela mensurao do tamanho relativo da fora de trabalho,fornecendo uma aproximao do volume de oferta de empregoimediatamente disponvel na economia.

    Desde que o tamanho da populao e da prpria PEA tendem a diferir depas para pas, ou entre regies de um mesmo pas, necessrioexpressar percentualmente o volume de indivduos em atividades

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    voltadas para a produo social de bens e servios em relao Populao em Idade Ativa (PIA). Define-se, ento, taxa de participao

    (tP) como:

    tP = PEA / PIA

    Regra geral, para qualquer pas, observa-se que:

    a) a taxa de participao masculina maior que a feminina, pois osafazeres domsticos no so considerados ocupaeseconomicamente ativas e so exercidos majoritariamente pelasmulheres;

    b) a participao adulta maior que a participao jovem ou idosa. Anecessidade de educar e a aposentadoria so as explicaestradicionais para a menor participao desses dois ltimos grupos;

    c) a participao feminina tende a crescer com o desenvolvimentoeconmico, seja porque aumentam as oportunidades de empregopara as mulheres, seja porque o prprio papel delas com relaoao trabalho visto de forma diferente.

    2) Taxa de desemprego (tD)

    Figurando entre os mais conhecidos indicadores, esse ndice tende arefletir desequilbrios no mercado de trabalho. Representa a falta decapacidade do sistema econmico em prover ocupao produtiva paratodos aqueles que a desejam.

    A taxa de desemprego contabiliza aqueles indivduos que esto aptos,saudveis e buscando trabalho, mas que no encontram ocupao taxa de salrios vigente no sistema econmico.

    Essa taxa inclui o que se denomina desemprego aberto, o qual expressaum patamar mnimo de subutilizao de mo-de-obra, j que o

    subemprego existe no mercado de trabalho.Estatisticamente, a taxa de desemprego a relao entre o nmero dedesempregados (D) e o total da fora de trabalho (PEA), ou seja:

    tD = D / PEA => tD = D / (E + D)

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    Sua evoluo demonstra as flutuaes da atividade econmica, sendoextremamente til ao governo como indicador do impacto das polticas

    econmicas de curto prazo.Do ponto de vista social, inegavelmente o principal indicador daocorrncia de recesso, pois incorpora tanto movimentos da fora detrabalho quanto flutuaes no plano das atividades produtivas.

    NOTA - A taxa de desemprego pode aumentar sem que tenha havidodemisso.

    Exemplos:

    1) Supondo que o nmero de desempregados de um pas de 20(D=20) e que o nmero de empregados seja 60 (E= 60) . Neste caso, a

    taxa de desemprego ser:tD = 20 / (20 + 60) = 0,25 ou 25 %

    2) Se um inativo se incorpora PEA, porm no obtm emprego (ficadesempregado), temos a seguinte composio:

    tD = 21 / 81 = 0,259

    Pode-se perceber que a taxa de desemprego aumentou, apesar de noter havido novas demisses.

    A taxa de desemprego capta aqueles indivduos classificados comodesempregados por diversas razes, que vo desde a totalinvoluntariedade do trabalhador em se colocar nessa situao at aincapacidade do sistema em absorver o contingente de indivduos queafluem s foras de trabalho periodicamente. Em outras palavras,existem diversas classificaes de desemprego, segundo sua origem,todas ocorrendo ao mesmo tempo e, dessa forma, captadas pela taxade desemprego, tradicionalmente calculada por pesquisas primrias. Asprincipais so:

    Desemprego involuntrio

    Ocorre quando o indivduo deseja trabalhar taxa de salrios vigentesno sistema econmico, mas no encontra colocao. tambmdenominado desemprego cclico ou desemprego conjuntural.

    Ocorre devido insuficincia de demanda agregada na economia(falaremos desse assunto mais adiante). Desde que Keynes se destacoucomo formalizador das idias sobre o impacto da insuficincia dedemanda sobre a economia e o mercado de trabalho, esse tipo dedesemprego tambm conhecido como Keynesiano. Representa, sem

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    transformaes tecnolgicas que afetam o comportamento das firmasquanto ao nvel de emprego por elas desejado.

    RELAO IMPORTANTE ENTRE TAXA DE DESEMPREGO E DEEMPREGO

    Como tD = D / PEA e tE = E / PEA, temos que:

    tD + tE = D/PEA + E/PEA = (D + E) / PEA = PEA / PEA = 1 =>

    tD + tE = 1 (ou 100%)

    4) Subemprego

    a prpria subutilizao da mo-de-obra. As causas e os efeitos dosubemprego so mltiplos, mas invariavelmente ele est relacionadocom o desenvolvimento econmico insuficiente ou atrasado. De modogeral, tal conceito associado questo de emprego na Amrica Latina,sia e frica.

    Historicamente, o subemprego tende a representar a parcela dapopulao subutilizada em decorrncia do padro de crescimento

    adotado, o qual exclui inmeros segmentos da populao dedesempenho de atividades econmicas produtivas.

    Alm disso, o subemprego tem grande aceitao como conceitoreferente ao problema ocupacional no meio rural, onde reflete aporcentagem de ocupados em atividades de baixa produtividadeagrcola.

    Igual conceito tambm se aplica ao meio urbano, mas recentemente adefinio de subemprego ganhou nova roupagem, sob o ttulo demercado ou setor informal de trabalho. Neste setor informal de trabalho,muito mais um problema conceitual ou de mensurao, se discute a

    importncia do ncleo capitalista de produo no surgimento e nodesenvolvimento de atividades econmicas marginais e/ou informais.

    Subemprego visvel(tSH) definido como a diferena entre o volumereal de horas trabalhadas pelo indivduo e o volume de horas que elepoderia, de fato, trabalhar.Na economia, esse subemprego seria medidocomo:

    tSH = ( Sh / PEA ) x100

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    em que Sh = nmero de indivduos ocupados trabalhando menos queum determinado nmeros de horas.

    Esse indicador merece algumas consideraes.

    O subemprego deve-se dar por razes econmicas, caracterizando umainvoluntariedade do indivduo, que no est trabalhando mais porinsuficincia de demanda. O trabalho em tempo parcial no umaaspirao do indivduo. Ademais, o nmero de horas pode ser fixado emtermos de dias, semanas, ms ou ano e varia de acordo com ascaractersticas do pas ou regio em que se pretende medir osubemprego.

    Subemprego encoberto (tsp) representa a quantidade de mo-de-obra que seria possvel liberar melhorando-se a organizao e adistribuio das tarefas de trabalho, mantendo-se o nvel de produosem necessidade de novos investimentos em capital fixo e semmodificao das formas de utilizao do trabalho assalariado ouestrutura social de produo.

    tsp = ( Sp/ PEA ) x 100

    em que Sp = nmero de indivduos em produtividade igual ou inferior acerto valor prefixado.

    Subemprego potencial(tSV) definido como a quantidade da mo-de-obra que pode ser liberada, dado um nvel de produo, por meio demudanas nas condies de explorao dos recursos ou transformaesnas indstrias ou agricultura. Implica reduzir gradualmente a proporode mo-de-obra ocupada em atividades de baixa produtividade,elevando-a simultaneamente.

    tSV = N / (d + 1) x100 , onde:

    PEA

    onde N = nmero de pessoas pobres (populao abaixo de uma linha depobreza);

    d = (N n) / N, razo de dependncia;

    n = nmero de indivduos ativos includos na populao pobre.

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    5)Taxa de rotatividade da mo-de-obra (t r)

    Os movimentos referentes s demisses e rescises de contrato detrabalho (sejam por iniciativa das firmas ou de empregados), tantopodem representar desemprego da fora de trabalho como tambmrotatividade da mo-de-obra. O que diferencia essas duas situaes que, do ponto de vista das firmas, a rotatividade implica idia de que amo-de-obra dispensada, ou que voluntariamente se demite, sersubstituda. Por sua vez, a dispensa do empregado por parte da firma ou

    seu pedido de resciso do contrato de trabalho, sem que ocorrareposio, caracteriza um desemprego na forma tradicional do termo.

    O princpio da substituio de mo-de-obra de fcil compreenso, masa mensurao da rotatividade algo complexo.A medida mais usual quepreserva a idia de substituio a seguinte:

    tr = _min (A, D) x 100___, em que:

    0,5(F i + (F i +A D))

    A = admisses da firma ou setor no perodo;

    D = demisses;

    Fi = estoques de trabalhadores no incio do perodo

    Uma explicao simples para o numerador da frao min (A,D) seria:

    a) Recesso na economia ocorrendo uma recesso, o nmero dedemisses bem maior que o nmero de admisses. Se tomssemos o

    maior valor entre admisses e demisses, este seria o nmero dedemisses. Logo, o numerador seria grande, induzindo ao erro de sepensar que estaria havendo rotatividade na economia, o que no verdade (D>A). Dessa forma, ou seja, tomando o valor mnimo donumerador, estaramos , certamente, mais prximos da realidade.

    b) Crescimento econmico num perodo de crescimento o nmero deadmisses bem maior que o nmero de demisses. Logo, setomssemos o nmero de admisses (A), que maior que o nmero dedemisses (D), estaramos superestimando o ndice de rotatividade, jque este valor seria grande. Ao tomarmos o mnimo entre demisses e

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    admisses, tomaramos o valor correspondente ao nmero de demisses(que menor). Com isso o ndice seria menor, retratando melhor a

    momento econmico, ou seja: no h grande rotatividade e simcrescimento econmico.

    MERCADO DE TRABALHO FORMAL E INFORMAL

    Mercado Formal

    Neste tipo de mercado de trabalho as empresas cumprem a legislaovigente nos mbitos fiscal, sanitrio, de segurana, trabalhista,ambiental etc. Produz-se mercadorias tendo como objeto o lucro.

    Mercado Informal

    Existem empresas que no cumprem os itens citados no caso domercado formal. Outras cumprem parcialmente os aspectos legais, sejapor no ter condies de manter a empresa com o cumprimento daprpria lei, seja porque so atividades condenadas, como por exemplo,a venda de CDs piratas ou trfico de drogas. Nestes casos, nocumprem a legislao porque a prpria continuidade da empresa seriacolocada em xeque. So empresas do setor informal da economia e seustrabalhadores, por conseqncia, fazem parte do mercado de trabalhoinformal. No h registro em carteira, e, logo, no h direitos sociaisgarantidos em lei.

    Observe que muitos trabalhadores podem estar, em dado momento, nosetor informal e, num momento posterior, podem retornar ao setorformal de trabalho.

    Atualmente, o setor informal funciona na linha limtrofe da economiaformal. Eis algumas caractersticas do setor informal:

    - facilidades entrada de novas empresas;

    - recursos de origem domstica;

    - a propriedade individual ou familiar;

    - operam em escala reduzida;- o processo produtivo intensivo em trabalho e a eventual tecnologia adaptada;

    - os mercados em que atuam so competitivos.

    SALRIO REAL E NOMINAL CLSSICOS X KEYNESIANOS

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    A economia chamada clssica, baseada nos postulados de Adam Smith,Ricardo, Malthus e outros pensadores econmicos dos sculos XVII,

    XVIII, XIX e parte do sculo XX acreditava que, se a economia de umpas estivesse em equilbrio, este se daria no denominado PLENO-EMPREGO. Ou seja, eles no admitiam a existncia do desempregocomo temos hoje. Para os clssicos, o equilbrio se daria com plenoemprego (dos fatores de produo).

    Mas, mesmo no pleno emprego, eles admitiam um s tipo dedesemprego: o chamado DESEMPREGO FRICCIONAL ou TAXA NATURALDE DESEMPREGO, que , antes de qualquer coisa, um tipo dedesemprego nada preocupante em relao a uma economia. aqueledesemprego que ocorre em qualquer momento e em qualquer

    economia, mesmo nas mais desenvolvidas. A razo desta crena, ouseja, a de no haver desemprego em grande nmero, estava apoiadaem algumas hipteses. Vejamos algumas:

    - Num perodo de retrao econmica (recesso), acreditavam osclssicos que os empresrios, em vez de demitir, abaixariam os salriosnominais dos trabalhadores, de forma que no fosse necessrio demitiros empregados. E isso era um motivo para no haver demisses;

    - Era vlida a chamada Lei de Say, economista de renome francs,que afirmava, em palavras resumidas, que: A OFERTA CRIA A SUAPRPRIA DEMANDA. Isto , para os clssicos, os empresrios

    ofertariam os diversos bens e estes seriam consumidos pelosempregados. Primeiro haveria a oferta dos bens e depois, acreditavameles, os bens seriam consumidos.

    - Uma outra concepo clssica era a de que o governo no deveriainterferir na economia. As foras do mercado seriam suficientes paratornar o mercado eficiente. Aos governos caberia a funo de forneceros bens pblicos. Isto , o governo forneceria para a sociedade osservios de segurana, defesa nacional, justia, sade pblica etc. Efaria isso com recursos advindos da tributao.

    Em 1929 houve a quebra da bolsa de Nova York e a crise econmica nosEUA causou uma alta taxa de desemprego. A Inglaterra, e o mundocomo um todo, passaram por um perodo de forte recesso. As teoriasclssicas da economia no conseguiam explicar, a contento, o queestava realmente acontecendo. Neste perodo (de 1929 at 1936), JohnM.Keynes, economista ingls, colocou o pensamento clssico em xeque.Aqueles trs pilares do pensamento clssico foram reformulados porKeynes, que criou , com a edio de seu livro A teoria do Emprego, dosJuros e da Moeda, de 1936, as bases da moderna macroeconomia. Seupensamento se chocava diretamente com os pensamentos clssicos no

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    tocante ao papel do governo, da Lei de Say e da flexibilidade dossalrios nominais.

    Basicamente, Keynes enunciou:

    - Ao contrrio do que afirmavam os clssicos, para Keynes os salrioseram rgidos, inflexveis. Ou seja, o trabalhador no aceita corte noseu salrio nominal (aquele que consta do nosso contra-cheque). Issoseria um dos motivos do desemprego.

    - Keynes inverteu os termos da Lei de Say, dizendo, em resumo, queADEMANDAAGREGADACRIA A SUAOFERTA. Esse o princpioda demanda efetiva. Isto , ao contrrio do que acreditavam os

    clssicos, os empresrios s ofertariam os bens se houvesse procurapelos mesmos. Demanda agregada um termo que se usa paraexpressar a riqueza ou renda de um pas. a soma de todas asdemandas da sociedade. Eis sua equao:

    Demanda Agregada (DA) = C + I + G + X M , onde:

    C = consumo das famlias

    I = investimento privado (produtivo, em empresas)

    G = gastos do governo (gastos com funcionalismo, compra de bens para

    escolas pblicas, sade pblica, estradas, hidreltricas, indstrias debase etc)

    X = exportaes do pas

    M = importaes do pas

    Essa Demanda Agregada (DA) representou uma revoluo no que serefere s funes do estado numa economia. Isto porque os termos daDA dependem do governo, seno vejamos:

    - o consumo de uma sociedade pode ser estimulado ou desestimulado

    (para conter a inflao, por exemplo) atravs de um instrumento que ogoverno tem em seu poder: A TRIBUTAO. Ou seja, se o governopretende o crescimento econmico, ele deveria diminuir a cargatributria. Caso contrrio, isto , se o governo pretende diminuir oconsumo das famlias, ele poderia aumentar a carga tributria (paraconter um processo inflacionrio, como aconteceu no passado recenteno Brasil - Plano Real).

    - o termo investimento (I), que representa o investimento em empresas(no em ttulos, no mercado financeiro), o investimento que gerariqueza e emprego para o pas. Um dos fatores determinantes do

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    investimento a taxa de juros. Se esta estiver alta, haver um grandeestmulo para os detentores de capital a aplicarem seu dinheiro no

    mercado financeiro e no em empresas, j que o risco de se abrir umaempresa maior e os rendimentos das aplicaes financeiras somaiores. Mas isso no gera renda para o pas. No gera emprego. Se astaxas de juros diminurem o contrrio acontecer. Se o mercadofinanceiro no estiver remunerando bem, os detentores de capital iroaplicar seu dinheiro em empresas, gerando riquezas e um ProdutoInterno Bruto (PIB) maior. Isso vai acarretar numa queda dodesemprego. Finalmente, a taxa de juros bsica de uma economia estabelecida pelo governo. Da a importncia do mesmo na economia.

    - o termo G (gastos do governo) uma varivel que depende somente

    do prprio governo. poltica econmica do governo.- os termos exportaes (X) e importaes (M) so variveis quedependem, dentre outros fatores, da taxa de cmbio. Desta forma, seum pas, em determinado momento, deseja estimular as exportaes,ele deveria desvalorizar a taxa de cmbio. Assim, o preo da moedaestrangeira ficaria mais caro e exportar seria mais fcil do que importar.

    Exemplo:

    Dia 10/ 03/ 2006 taxa de cmbio => 1 US$ = R$ 2,24. Isso significaque, se um exportador brasileiro exportar uma mercadoria de 100.000dlares, ele receber o montante, em reais, de R$224.000,00.

    Supondo que no dia 10/04/2006, a taxa de cmbio seja: 1US$ = R$2,35; se o mesmo exportador exportasse a mesma mercadoria acima,ele receberia, em reais, R$235.000,00.

    Note que quando a taxa de cmbio desvalorizada, h incentivo maiorpara se exportar. E quando acontecer uma valorizao da taxa decmbio acontecer o contrrio. Exportar no ser mais to estimulantecomo no caso acima e a valorizao da taxa de cmbio estimular asimportaes, pois a moeda estrangeira ficar mais barata em reais.

    Foi o que aconteceu em 1994/95, quando a taxa de cmbio estava

    valorizada na faixa de 1US$ = R$1,00. Isso favoreceu as importaes,pois o dlar estava barato. Para comprar um carro americano deUS$12.000,00 (doze mil dlares) seria preciso ter R$12.000,00 (dozemil reais). Da o crescimento forte das importaes naquele perodo emque a taxa de cmbio estava valorizada, ou seja, nossa moeda estavavalorizada.

    Mas o regime cambial de um pas definido pela Autoridade Monetriado prprio pas. Ou seja, poltica cambial do governo.

    Essas variveis da Demanda Agregada refletem as chamadas polticasfiscal, monetria e cambial, assunto dos domnios da Macroeconomia.

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    Dentro do nosso programa de Economia de Trabalho veremos apenasnoes das mesmas.

    EXERCCIOS

    1) A populao em Idade Ativa:

    I) a populao economicamente ativa.

    II) no abrange as crianas recm-nascidas.

    III) abrange os aposentados.

    IV) a populao cuja idade a capacita a exercer o trabalho.

    a) II e IV so corretas

    b) I correta

    c) II, III e IV so corretas

    d) I e II corretas

    2) O trabalhador desencorajado expressa situao:

    I - da pessoa que no pretende trabalhar porque no quer.

    II - da pessoa que pretende trabalhar s em futuro prximo.

    III - de pessoa desempregada.

    IV - de pessoa que, procurando trabalho, no achou e acabou desistindode procur-lo.

    a) II, III e IV so corretas

    b) I, II e III so corretas

    c) III correta c) III correta

    d) II, IV so corretas

    e) todas so corretas

    3) A P IA formada:

    a) pelos que tm trabalho remunerado, pelos os que no trabalham,mas buscam emprego e pelos que efetuam trabalho no remunerado.

    b) pela PEA, PNEA e PINA.

    c) somente pelos que tm trabalho remunerado e os desempregados.

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    d) pelos que tm trabalho sem remunerao e os que no trabalham enem buscam emprego.

    e)pela PEA e PNEA

    4) Dado que a PNEA igual a 15% da PI A, qual a taxa departicipao?

    a) 0,15 b) 0,425 c) 1,5 d) 0,75 e) 0,85

    5) A idia de rotatividade implica:

    a) demisso do trabalhador.

    b) pedido de demisso pelo trabalhador.c) em manter a vaga do trabalhador.

    d) reposio do trabalhador.

    e) posio do trabalhador.

    6) (Fiscal do Trabalho/98) Com relao aos conceitos bsicosenvolvendo o mercado de trabalho, podemos firmar que:

    a) no se incluem no conceito de desemprego aquelas pessoas que, no

    estando empregadas, abandonaram a busca de emprego.b) considerado desempregado todo o membro da populao residenteque no possui emprego.

    c) considerado desempregado todo o membro da populao residenteque no possua carteira de trabalho assinada.

    d) no so computadas no desemprego aquelas pessoas que nuncatrabalharam.

    e) o fato de um indivduo estar em idade ativa caracteriza-o como sendomembro da PEA (Populao Economicamente Ativa).

    7) (Fiscal do Trabalho/ 98) Considerando a abordagemKeynesiana em relao ao mercado de trabalho, podemosafirmar que:

    a) os trabalhadores no aceitam perdas nos salrios reais, mas estodispostos a experimentar variaes nos salrios nominais.

    b) por esta teoria temos que os salrios nominais so rgidos, mas noos salrios reais, devido flexibilidade dos preos dos produtos finais naeconomia.

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    c) no h como comprimir os salrios reais j que os trabalhadores notm iluso monetria.

    d) os salrios nominais so determinados pelo mercado de trabalho, notendo sentido a existncia de sindicatos.

    e) os salrios nominais so flutuantes de acordo com os movimentos nomercado de trabalho, ao passo que os salrios reais so relativamenteestveis em decorrncia da estabilidade dos preos relativos naeconomia.

    8) (Fiscal do Trabalho/98) Quanto aos conceitos de plenoemprego e de desemprego, correto afirmar que:

    a) o pleno emprego o nvel de emprego consistente com a taxa naturalde desemprego, que reflete fatores basicamente friccionais.

    b) a taxa natural de desemprego reflete um desemprego cclico devido asituaes recessivas no mundo dos negcios.

    c) o pleno emprego pode ser compatvel com desemprego no friccional,desde que este seja cclico.

    d) abaixo do pleno emprego, pode ser possvel a existncia apenas dedesemprego friccional, desde que a taxa natural de desemprego sejazero.

    e) o desemprego friccional aquele decorrente de um ciclo recessivo naeconomia de carter conjuntural.

    9) (ESAF) A teoria Keynesiana supe salrios nominais:

    a) flexveis e salrios reais flexveis.

    b) rgidos e salrios reais rgidos.

    c) rgidos e salrios reais flexveis.

    d) flexveis e salrios reais rgidos.

    GABARITOS COMENTADOS

    1)

    - A proposio I FALSA. O conceito de Populao em Idade Ativa (PIA) diferente do conceito de Populao Economicamente Ativa (PEA). Oconceito de PIA abrange os indivduos que trabalham sem remunerao

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    e os que no trabalham e no procuram emprego, alm dos quetrabalham e os que esto desempregados. J o conceito de PEA engloba

    apenas os que trabalham e os que esto desempregados (mas procuramemprego).

    - A proposio II VERDADEIRA. As crianas recmnascidas, bemcomo os idosos, no esto no contexto da PIA e sim da Populao emIdade No Ativa (PINA).

    - A proposio III FALSA. Vide proposio II.

    - A proposio IV VERDADEIRA. o prprio conceito de PIA.

    GABARITO: letra A

    2)

    A proposio I FALSA. O desencorajado o indivduo que, depois deprocurar emprego, no o encontra. Temporariamente ele pra deprocurar emprego e sai da PEA

    - A proposio II VERDADEIRA. O desencorajado volta a procuraremprego quando o que lhe oferecido satisfatrio.

    - A proposio III FALSA. O desencorajado no est procurandoemprego num certo momento, enquanto o desempregado est.

    - A proposio IV VERDADEIRA.

    GABARITO: letra D

    3) O conceito de PIA composto da PEA e da PNEA.

    GABARITO: letra E

    4) Como foi dada a PNEA = 15% da PIA, temos que a taxa departicipao = PEA/PIA; se PNEA =15% => PEA = 85%

    Logo, taxa de participao = 85/100 = 0,85

    GABARITO: letra E

    5) Rotatividade significa reposio. A quantidade de demisses seriaaproximadamente igual ao nmero de admisses.

    GABARITO: letra D

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    6) o item A est correto. Se o indivduo no est empregado e noest procurando emprego ele no est desempregado, devido ao fato de

    estar procurando emprego.GABARITO: letra A

    7) Segundo a teoria keynesiana, os salrios nominais so rgidos(inflexveis) e os salrios reais so flexveis.

    Salrio Real = Salrio Nominal / inflao.

    Se existir inflao (ou deflao) os salrios reais sero variveis ouflexveis.

    GABARITO: letra B

    8) Vimos que no pleno emprego existe um tipo de desemprego: odesemprego friccional ou taxa natural de desemprego, que inerente aqualquer economia. Tanto na teoria clssica quanto na teoria keynesianaexiste, no pleno emprego, este desemprego friccional. Atente para ofato de que ele tambm existe numa situao diferente do plenoemprego, alm do desemprego keynesiano, estrutural, sazonal etc.

    GABARITO: letra A

    9) Como foi visto, a teoria keynesiana supe salrios nominais rgidos esalrios reais flexveis.

    GABARITO: letra C