Economia Urbana

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A nova economia A nova economia espacial: o centro espacial: o centro contra a periferia contra a periferia na Europa na Europa Abel Moreira Mateus Consultor Banco de Portugal Consultor Banco de Portugal

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A nova economia espacial: o centro contra a periferia na Europa Abel Moreira Mateus Consultor Banco de Portugal Professor Universidade Nova de Lisboa Setúbal, 24 de Março de 2000. Economia Regional. Economia Urbana. - PowerPoint PPT Presentation

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A nova economia espacial: o A nova economia espacial: o centro contra a periferia na centro contra a periferia na

EuropaEuropa

Abel Moreira Mateus

Consultor Banco de PortugalConsultor Banco de PortugalProfessor Universidade Nova de LisboaProfessor Universidade Nova de Lisboa

Setúbal, 24 de Março de 2000

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• A teoria tradicional do comércio internacional diz que a intensificação da integração aumenta a especialização inter-industrial:

– os países com rendimentos mais elevados especializam-se em indústrias intensivas em capital e R&D e de mão-de-obra qualificada,

– os países com mão-de-obra abundante especializam-se em sectores intensivos em trabalho

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• As novas teorias do comércio internacional:– os custos de uma empresa decrescem quando aumenta a dimensão da industria

local, mantém a hipótese de concorrência perfeita e os custos internos são constantes. As economias de escala externas à empresa formam a base da concentração regional de industrias.

– A economia é caracterizada por economias internas de escala e concorrência monopolística. Os consumidores derivam utilidade da variedade de produtos e cada variedade é produzida com economias de escala. Nestes modelos, o comércio torna-se uma forma de alargar o mercado, permitindo a exploração de economias de escala e dando origem ao comércio intra-industrial, independentemente das diferenças internacionais das tecnologias e dotação de factores.

– Os inputs são produzidos com economias de escala, e uma grande variedade de componentes gera economias de especialização. Cada pais tem acesso aos componentes produzidos noutro local, dando origem às “economias de escala internacionais”, donde aparece o comércio intra-industrial em inputs

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• A nova geografia económica diz que há três elementos essenciais para a aglomeração e dispersão das actividades económicas: economias de escala, custos de transporte e o efeito do “mercado doméstico” combinado com a migração, os efeitos a jusante e a montante e os efeitos de spillover– os grandes países do core produzem uma maior variedade de bens com

rendimentos crescentes e beneficiam mais do efeito “mercado doméstico”. Os sectores com elevadas economias de escala localizam-se próximo destes centros. Estes centros pagam salários mais elevados, o que atrai mais trabalhadores e alarga o mercado,

– os países da periferia especializam-se em sectores intensivos em mão-de-obra com baixos salários, com rendimentos constantes e com spillovers

limitados.

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• A Figura seguinte representa o modelo de U-da-especialização de Krugman.

• Em A, com elevados custos de transporte e comunicações, e barreiras ao comércio internacional, existe uma elevada dispersão da actividade económica

• A baixa dos custos de transporte e outros leva a uma maior concentração da actividade económica (B)

• Continuando aqueles a baixar, e aumentando a disparidade nos custos da mão-de-obra entre o centro e a periferia começa a tornar-se cada vez mais rentável deslocalizar certa produção para a periferia (C). Temos o fenómeno da globalização com subida dos salários reais da periferia e possível queda dos salários reais da mão-de-obra não qualificada do centro.

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Redução custos transporte

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• UE: com elevada disparidade regional nos níveis de desenvolvimento económico

• A disparidade entre a região mais pobre (Iperos-Grécia) e mais rica (Londres) é de 1:5,33

• A disparidade entre o país mais pobre (Grécia) e o país mais rico (Luxemburgo) é de 1:2,22.

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Economia RegionalEconomia RegionalPIB per capita (UE=100)

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EU15 USA

Standart of living (PPP)

Labour productivity (PPP)

mployment level

Consumer price level

A Europa está bastante atrasada em relação aos EUA:em nível de vida, produtividade e nível de emprego

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Krugman specialisation index

70/73 80/83 88/91 94/97

Production 0.43 0.4 0.44 0.47

Exports 0.67 0.62 0.63 0.63

Source: Midelfart-Knarvik et al. (1999)

Table 1: Evolution of the Production and Trade Specialisation of the EU member States (1970-1997)

A especialização está a crescer mas a um ritmo lento

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• Enquanto o grau de especialização industrial nos Seis cresceu gradualmente,

• a entrada na CE produziu um forte aumento na Espanha, Portugal, Grécia, Irlanda e Dinamarca, iniciado em (1984-86) - os quais são os países com maior grau de especialização

• o mesmo processo de especialização ainda foi mais intenso

na Finlândia, Áustria e Suécia a partir de 1994-96.

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• França, Alemanha e Reino Unido são países com elevado nível tecnológico e com indústrias com rendimentos crescentes à escala. Por ex. 70% do VAB da indústria automóvel está concentrado nestes três.

• A Irlanda e a Finlândia especializaram-se em sectores de elevada tecnologia e de rendimentos crescentes. A intensidade de mão-de-obra qualificada subiu drasticamente na Irlanda nos anos 80 e 90.

• A Grécia e Portugal permanecem especializados em sectores intensivos em mão-de-obra de baixos salários e de baixo nível tecnológico

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• Os estudos da Comissão suportam a ideia de que o peso do comércio intra-industrial cresceu na Europa nos últimos 30 anos, devido ao processo de integração, à convergência de tecnologias e de dotação de factores

• A subida desta percentagem foi notável para Portugal

• Mas estudos mais recentes do CEP mostram que se deu intensificação de comércio intra-industrial de produtos de baixa qualidade do Sul contra alta-qualidade do Norte.

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Share of the top 3 Member States

1980 1995 Change

R & D capital stock* 80.1% 75.9% -4.2%Physical capital stock** 62.4% 61.5% -0.9%Active Population*** 54.4% 56.5% 2.1%

* out of DK, D, E, F, I, Irl, NL, Fin, S and the UK** out of B, DK, D, EL, E, F, I, NL, A, P, Fin, S and the UK*** out of B, DK, D, EL, E, F, I, Irl, NL, A, P, Fin, S and the UK

Source: WIFO (1999)

Table 3: Convergence of Factor Endowments Between EU Member States

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Table 2: Evolution of Intra-industry trade Inside the EU (1970-1997)

Grubel-Loyd index * 1970 1980 1987 1995 1997

Belgium-Luxembourg 0.69 0.76 0.77 0.77 0.81

Denmark 0.41 0.52 0.57 0.65 0.67

Germany 0.73 0.78 0.76 0.80 0.80

Greece 0.22 0.24 0.31 0.27 0.27

Spain 0.35 0.57 0.64 0.72 0.72

France 0.76 0.83 0.83 0.86 0.87

Ireland 0.36 0.61 0.62 0.53 0.53

Italy 0.63 0.55 0.57 0.61 0.60

Netherlands 0.67 0.73 0.76 0.61 0.61

Austria Na Na Na 0.71 0.75

Portugal 0.23 0.32 0.37 0.52 0.55

Finland Na Na Na 0.51 0.50

Sweden Na Na Na 0.69 0.70

UK 0.74 0.81 0.77 0.80 0.80

Source: Eurostat and Comission services

* The closer the indicator is to one, the more a Member State's trade with its EU partners is intra-industry in nature, and so the more comparable are their industrials strutures.

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• O grau de concentração espacial da indústria baixou na UE

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70/73 82/85 88/91 94/97

EU share (D+F+UK) 63.2 59.6 58.7 59.0

Gini coefficient 0.58 0.55 0.56 0.55

Source: Miderfart-Knarvik et al. (1999)

Table 4: Evolution of the Concentration of EU Manufacturing Production (1970-1997)

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• Durante os anos 1988-1998 os níveis de concentração regional baixaram na maioria das indústrias na UE

• Aumentaram o grau de concentração: alimentação, vestuário, automóveis, computadores e pasta de papel

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• Em comparação com os EUA

• a especialização regional

• e a concentração industrial

• são bastante mais elevadas nos EUA que na UE

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• Experiência histórica dos EUA (que já leva um avanço de cerca de um século na integração económica)– Na indústria, e desde finais do século XIX até em torno dos anos

1950 houve um forte aumento da concentração regional (e empresarial)

– na última metade do século XX deu-se um declíneo na concentração - que ainda está em curso

– Nos serviços a especialização regional é menor que na indústria. Com a terceriazição das economias, os índices globais de concentração tendem a baixar

• Esta experiência corrobora a teoria do U- da- especialização regional de Krugman

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Kim, Economic integration and convergence: US regions, 1840-1987, NBER WP 6335, 1997

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Gini coefficient 70/73 80/83 88/91 94/97

of specialisation EU (production) 0.25 0.23 0.25 0.26 US (employment) 0.45 0.41 0.39 0.37

of concentration EU (production) 0.59 0.57 0.58 0.57 US (employment) 0.68 0.65 0.64 0.62

Source: Miderfart-Knarvik et al. (1999)

Table 5: Specialisation and Concentration of Manufacturing in the EU* and the US

* Due to the fact that the EU sectors are aggregated up to the 21 US sextors befiore the Gini coefficients are calculated, the EU figures reported in Table 5 are different from those reported in Table 4.

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• Principal conclusão: ainda é cedo para verificar a teoria de U-da-especialização na Europa.

• Os dados mostram que não houve ainda um claro movimento de maior especialização regional ou de concentração no core em detrimento da periferia.

• O impacto da adesão à UE provocou importantes efeitos de especialização dentro dos pequenos países membros

• Mas enquanto que a especialização foi no bom sentido para os pequenos países do Norte (Irlanda e Finlândia), nos países do Sul (Grécia e Portugal) ainda não é claro que a especialização tenha sido no sentido de sectores com mais intensidade tecnológica e mão-de-obra mais qualificada

• A adaptabilidade e os ajustamentos estruturais são fundamentais para a competitividade, crescimento e emprego

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• E o futuro da Europa?

• As ligações a jusante dos sectores industriais estão a tornar-se cada vez mais importantes determinantes de localização. Por exemplo, os fornecedores de componentes de automóveis estão a localizar-se cada vez mais junto às fábricas de montagem

• As ligações a montante também se estão a tornar importantes. Indústrias muito dependentes de bens intermédios estão-se a localizar nas regiões centrais com bom acesso aos fornecedores

• As indústrias e serviços com elevada intensidade tecnológica e de mão-de-obra qualificada vão tender a localizar-se junto de grandes pools de capital humano e acesso fácil a centros de R&D

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• E o futuro de Portugal?

• Nos últimos quinze anos houve um notável processo de convergência real com aproximação das dotações dos factores da UE, mas este processo está no último quinquénio em desaceleração e as estimativas são agora de pelo menos 50 a 60 anos para atingir a média da UE

• O progresso técnico a favor de sectores intensivos em mão-de-obra qualificada (tecnologias de informação) e redução dos custos de transporte e comunicação vão continuar a intensificar a globalização: países com mais baixos níveis de qualificação (Portugal) vão sofrer a concorrência dos PVD

• Necessidade de continuar a reduzir custos de periferia (estamos a caminhar de B para C no U-Krugman?)

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• O alargamento a Leste vai provocar maior concorrência nos sectores intensivos em mão-de-obra não qualificada (têxteis e vestuário). Preocupação com perda de competitividade da economia portuguesa

• A maior concentração das indústrias com economias de escala e efeitos a montante pode levar a uma progressiva transferência para o centro (impacto sobre a indústria automóvel e componentes). Possíveis obstáculos na convergência

• A terciarização da economia vai continuar a intensificar-se

• Políticas importantes: intensificação da acumulação de capital humano, maior adaptabilidade e flexibilidade nas estruturas produtivas, maior dinamismo na transformação empresarial - e políticas de facilitação o processo.

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