ECOS do ATLÂNTICO · 2018-01-24 · teve lugar a Missa do Galo, ... partilha e de criatividade que...

8
ECOS do ATLÂNTICO CASA DE SAÚDE CÂMARA PESTANA Nº 63 Novembro/Dezembro 2017 Editorial do Boletim Na Casa de Saúde Câmara Pestana tudo, no mês de Dezembro, cheira a Natal. Pelos corredores e unidades decoradas com pre- sépios e árvores de natal, o aroma das bro- as e os bolos de mel que estão a ser prepa- rados na cozinha fazem-se notar e fazer crescer água na boca de todos os que por ali passam. Nesta quadra festiva a Casa de Saúde quer fazer chegar a todos os que aqui estão por motivos de saúde o verdadeiro espírito de natal. O do amor, da partilha e da solidarie- dade. Assim no dia 16 de Dezembro pelas 14h00, no auditório da instituição realizou- se a tradicional Festa de Natal para as pes- soas assistidas e seus familiares. A festa, esta foi feita com a prata da casa, com uten- tes, familiares de utentes, colaboradores e seus familiares também. No dia 19 de Dezembro, às 8h30, foi cele- brada, na capela desta Casa a tão tradicio- nal Missa do Parto, só conhecida na Madei- ra e que já vem sendo também habitual na nossa Casa de Saúde. Para que todos pudessem reviver esta tradi- ção não faltaram as romagens no final da eucaristia. Cada um destes grupos, oriundos dos diferentes serviços e áreas de interven- ção desta Casa, este ano recolheram bens alimentares e num gesto de fraternidade e partilha foram doados às Irmãs Clarissas. No final todos tiveram à sua espera o tradicio- nal cacau e as sandes de carne de vinho e alhos. Mas a festa não se ficou por aqui, no dia 24 teve lugar a Missa do Galo, e já bem perti- nho do final do ano foi a vez de visitara iluminação de Natal. FESTA DE NATAL

Transcript of ECOS do ATLÂNTICO · 2018-01-24 · teve lugar a Missa do Galo, ... partilha e de criatividade que...

ECOS do ATLÂNTICO CASA DE SAÚDE CÂMARA PESTANA Nº 63 Novembro/Dezembro 2017

Ed

ito

rial

do

Bo

leti

m

Na Casa de Saúde Câmara Pestana tudo, no

mês de Dezembro, cheira a Natal. Pelos

corredores e unidades decoradas com pre-

sépios e árvores de natal, o aroma das bro-

as e os bolos de mel que estão a ser prepa-

rados na cozinha fazem-se notar e fazer

crescer água na boca de todos os que por

ali passam.

Nesta quadra festiva a Casa de Saúde quer

fazer chegar a todos os que aqui estão por

motivos de saúde o verdadeiro espírito de

natal. O do amor, da partilha e da solidarie-

dade. Assim no dia 16 de Dezembro pelas

14h00, no auditório da instituição realizou-

se a tradicional Festa de Natal para as pes-

soas assistidas e seus familiares. A festa,

esta foi feita com a prata da casa, com uten-

tes, familiares de utentes, colaboradores e

seus familiares também.

No dia 19 de Dezembro, às 8h30, foi cele-

brada, na capela desta Casa a tão tradicio-

nal Missa do Parto, só conhecida na Madei-

ra e que já vem sendo também habitual na

nossa Casa de Saúde.

Para que todos pudessem reviver esta tradi-

ção não faltaram as romagens no final da

eucaristia. Cada um destes grupos, oriundos

dos diferentes serviços e áreas de interven-

ção desta Casa, este ano recolheram bens

alimentares e num gesto de fraternidade e

partilha foram doados às Irmãs Clarissas. No

final todos tiveram à sua espera o tradicio-

nal cacau e as sandes de carne de vinho e

alhos.

Mas a festa não se ficou por aqui, no dia 24

teve lugar a Missa do Galo, e já bem perti-

nho do final do ano foi a vez de ‘visitar’ a

iluminação de Natal.

FESTA DE NATAL

PÁGINA 2 E C O S D O ATLANTICO

De 16 a 19 de Novembro realizou-se

uma vez mais a Feira das Vontades. E como de cos-

tume a Casa de Saúde esteve representada com a

sua ‘barraquinha’ para expor os trabalhos realizados

pelas pessoas assistidas nos ateliers de trabalhos

manuais da Instituição e informação sobre os servi-

ços que nela existem, nomeadamente o Serviço de

Voluntariado. Foi fantástico constatar o apoio que

as pessoas que passaram pela Avenida Arriaga nos

deram elogiando e comprando alguns dos nossos

artigos. Os nossos vizinhos, com os quais partilhá-

mos a barraquinha da Âncora, Associação de Fami-

liares e Amigos das Doentes da Casa de Saúde Câ-

mara Pestana tinham à venda doces e bolos tradici-

onais que foram saboreados pelas pessoas, tanto

os locais como os estrangeiros. Muitas pessoas já

conheciam a Casa de Saúde e falavam bem da insti-

tuição. Àquelas que não conheciam foi facultada

informação através de panfletos e assim iam fican-

do com a ideia do que é o dia a dia da Instituição e

das atividades desenvolvidas para e com as suas

pessoas assistidas. A adesão aos nossos produtos

foi imensa o que foi muito gratificante Este é um

projeto do qual a Casa de Saúde faz parte do inicio

e será para continuar com toda a certeza. Para o

ano voltamos com a mesma Vontade.

Rosa Freitas

FEIRA DAS VONTADES

PÁGINA 3 E C O S D O ATLANTICO

Concurso de Anjos

F oi no dia 30 de Novembro que decorreu

com grande sucesso a 4a edição do Con-

curso de Anjos na Casa de Saúde Câmara

Pestana. Num evento festivamente apresentado pelo nosso amigo Xavier Agrela foram abertas as portas

do Natal na CSCP. Com o grande contributo do júri constituído por Esmeralda Lourenço, diretora do Mu-

seu Henrique e Francisco Franco, Sandra Nóbrega, diretora do Teatro Municipal Baltazar Dias, Susana Fi-

gueiredo, jornalista do Jornal da Madeira, Cristiana Sousa, artista plástica e Catarina Cadavez, jornalista da

RTP Madeira, foi com um olhar feminino de amor, partilha e de criatividade que o "anjo" eleito foi o do Lar

da Bela Vista, entre 10 anjos que deram mesmo asas ao sonho e aos afetos. Os 2º e 3º lugares foram en-

tregues à Casa de Saúde Câmara Pestana, nomeadamente e respetivamente à Área de Intervenção do Cur-

to e Médio Internamento e à Área de Intervenção de Psicogeriatria.

Um grande obrigado a todas as áreas de Intervenção desta casa de saúde incluindo também às outras ins-

tituições participantes : Associação Protetora dos Pobres, Garouta do Calhau, Casa do Povo da Camacha,

Estabelecimento Vilamar e Santa Casa da Misericórdia de Machico.

PÁGINA 4 E C O S D O ATLANTICO

J á estamos no Natal e com isto já passou o 1º período do ano letivo 2017/18. Altura de festa, de solidarieda-

de, de celebração, de confraternização, de amor, de estarmos juntos com os que nos são mais próximos e

também de meditação! Estes valores deveriam estar sempre presentes ao longo do ano, mas ganham outra

ênfase nesta época!

Fazendo uma pequena reflexão a este período, as alunas da Casa de Saúde Câmara Pestana (CSCP), participaram

em algumas atividades com muita alegria e boa disposição nas quais elas se evolveram com entusiasmo, principal-

mente nas atividades ao ar livre como foi o caso do passeio na promenade, desde da Praia Formosa até Câmara de

Lobos. Esta foi realizada em outubro, em pleno outono mas que parecia verão com céu azulado e o sol quentinho,

ideal para relaxar e aproveitar a beleza e tranquilidade que o mar nos proporciona!

Também houve tempo neste trimestre para visitar o museu CR7, que gentilmente nos recebeu e nos ofereceu uma

manhã diferente, com a oportunidade de conhecer melhor o “nosso” Cristiano Ronaldo e a sua grandeza desporti-

va e humana! Aproveitamos para felicitar o Cristiano pela sua “nova” conquista pessoal “Le Ballon d´Or de 2017”,

trofeu este que distingue o melhor jogador de futebol do mundo e enriquecer o museu com esta 5ª bola de ouro!

As alunas já referiram que querem ir ver se é igual as outras, teremos que agendar nova visita!

Para finalizar, gostaríamos de realçar o que já se torna um clássico da escola da CSCP, o animado e contagiante

intercambio com as instituições do Lar da Bela Vista e Casa de Saúde São João de Deus onde se realizam várias

atividade lúdicas mas com principal destaque para o jogo de Bocia.

Estas atividades tiveram a coordenação dos professores da CSCP e com o apoio incansável da direção da CSCP,

coordenação pedagógica e enfermagem, obrigado a todos e aos colaboradores da CSCP (motoristas, funcionárias

das unidades e outros) por tornarem estas pequenas atividades possíveis.

A toda a comunidade do Ensino Básico do Recorrente e mundo Hospitaleiro, um Santo Natal!

Pedro Pereira

Atividades das alunas da CSCP – 1º Período

PÁGINA 5 E C O S D O ATLANTICO

CONCURSO DE PRESÉPIOS

A área de intervenção da Deficiência Intelectual

foi mais uma vez a representante da Casa de

Saúde Câmara Pestana no XVI Concurso de

Presépios do Funchal organizado pela Garouta do Ca-

lhau. Com grande esforço, dedicação e criatividade foi

construído um presépio na linha tradicional, com bone-

cos e fatos desenhados à medida. Mas só vendo para

perceber a dimensão desta obra. Um presépio que con-

quistou o 1º lugar na categoria de presépios tradicionais.

Parabéns!

DIA HOSPITALEIRO

Dia Hospitaleiro em pleno Natal

Olá, nós somos a Eva A., Eva B. e Ana R. e decidimos

arriscar participar num dia hospitaleiro, da Juventude

Hospitaleira. Divertimo-nos muito, quem tem tempo

para vir aqui ajudar devia vir pois divertir-se-á ao má-

ximo. Começamos o dia

por participar no encontro

de Natal das famílias da

área de intervenção da

reabilitação, onde pude-

mos conhecer um pouco

da realidade da saúde

mental, da Casa de Saúde

Câmara Pestana, os seus

serviços e atividades e

projetos realizados pelas

pessoas assistidas. Em

seguida conhecemos al-

guns sítios da casa, que é

bastante grande. Acha-

mos que é um hospital

que acolhe bem as pesso-

as, um lugar agradável e confortável. As pessoas fo-

ram muito atenciosas com cada uma de nós. Entretan-

to chegou a hora do almoço e de surpresa tivemos a

honra de almoçar com todas as irmãs, momento que

vai ficar para a nossa história e onde nos pudemos

sentir em casa e à vontade. Após o almoço participá-

mos e assistimos à festa de Natal dos doentes com

muita alegria e satisfação. Depois deste dia, temos a

mente mais aberta sobre saúde mental. Agradecemos

a todos os que nos acolheram, irmãs, colaboradores e

doentes, a todos desejamos um bom ano e um feliz

natal. Sentimo-nos contentes e satisfeitas por ajudar

os doentes e felizes con-

nosco próprias e realizadas

por contribuir um pouco

para ajudar o mundo a ser

um pouco melhor. Levamos

daqui o respeito pelo ou-

tro, o carinho e um olhar

diferente…

Eva A., Eva B. e Ana

R.

PÁGINA 6 E C O S D O ATLANTICO

N o dia 12 de dezembro, como vem sendo habitual, o grupo teve o seu almoço de Natal,

no Restaurante “Quinta Estação”, no Pico dos Barcelos. A comida estava divinal e o

companheirismo muito saudável e relaxante. Encontrámos no restaurante um grupo

muito animado do CAO de Câmara de Lobos.

Dentro de um menu variado de carnes e peixes e de deliciosas sobremesas, nesse dia não houve

o habitual cuidado com a dieta. Gostámos muito. Fomos muito bem tratadas. Estamos muito gra-

tas às duas facilitadoras do grupo.

Ângela Ornelas

No dia 8 de novembro o grupo

de auto-representação foi ao Funchal provar as

deliciosas castanhas assadas na Avenida do

Mar, perto do cais.

Fomos um grupo de 9 elementos com a Drª

Carina e a Drª Idalina. Fomos na carrinha da

Casa de Saúde. Saímos por volta das 10 horas.

Depois de termos comido as castanhas fomos

ao café “Verdinho”, onde reunimos ao ar livre, discutindo os conceitos de auto-representação,

qualidade de vida e empowerment, que são as palavras-chave do nosso grupo.

Tendo no grupo alguns elementos que vivem autonomamente nas duas residências de reabilita-

ção externa, sentem e vivem o valor destes conceitos no dia-a-dia.

GAR

PÁGINA 7 E C O S D O ATLANTICO

O CONTO… O MISTÉRIO DA LAGOA AZUL

O MISTÉRIO DA LAGOA AZUL

6

Desci no elevador até ao piso zero, onde ficava o bar do hospital. Tinha a informação na parede. Quando cheguei ao

bar estava disposto mesas e cadeiras e um longo balcão com sandes, bolos, chocolates, bebidas etc.…

- Hoje Henrique e Laura vão tomar um leite e duas sandes com salada, está bem?! Sabem porquê?

- “Não”, exclamaram os dois.

- “Porque a vossa mãe é diabética, ou seja, tem açúcar ou glicémia elevada e eu não vos quero ver doentes com a

doença dela. Quero ver-vos felizes”. Daí a pouco, durante o lanche Lúcia apareceu. Pediu uma sandes mista um copo

de leite e disse: - “Estou mais aliviada. Ele de certa forma parece resistir a tudo”.

- “Ainda bem. Ora bem, vamos meninos?”

- “Sim”, exclamaram os dois.

Quando chegámos a casa reflecti sobre o momento em que o revi. Percebi que a emoção que senti ao vê-lo é como

alguém que está a espera de um anjo da guarda há muito tempo e aparece um inesperadamente. Assim aconteceu.

Daí a um mês ele sairia do hospital. Haveria uma festa surpresa. Entretanto, eu cuidava das crianças e da casa. A nani

só vinha de manhã. Ela era Ucraniana, boa pessoa.

Quando fomos ao hospital passado um mês parecia-me mentira; é claro que a sua irmã estava a par de tudo e to-

dos os dias fora visitá-lo depois do trabalho. Contava-me sobre o milagre da sua saúde. Quando chegou a festa sur-

presa, todos o receberam bem. Estava mais magro, mas, com um sorriso para todos. As crianças correram a dar-lhe

as boas vindas. Eu, Lúcia e a nani saudámo-lo, afirmando ambas:

- “Pareces com muita energia positiva!”

- “Sabes, a minha energia deve-se aos meus filhos. O desejo de os ver crescer e cuidar deles é maior que tudo. E sa-

bes Lúcia, tenho um mistério a resolver, não é verdade?” E olhou para mim.

- “Sim, temos. Mas, hoje é um dia de festa. Que tal começarmos amanhã, se te sentires melhor?”

- “Ainda tenho um pouco de dor na perna, mas só quando estou demasiado tempo em pé. O médico disse-me que

em breve estarei bem, o tempo curará, mas amanhã é o dia! Certo?”

- “Sim, certo.” disse eu.

PÁGINA 8 E C O S D O ATLANTICO

Dia Mundial do Voluntariado

‘O voluntariado é imagem de uma Igreja que põe o avental e se inclina

para servir os irmãos em dificuldade; é o anúncio vivo da ternura de

Cristo.’

Papa Francisco

O Dia Internacional do Voluntariado, 5 de dezembro de 2017, foi assinalado este ano

na Casa de Saúde Câmara Pestana, entre outras atividades, com uma reportagem da RTP Madeira, procurando mos-

trar in loco, quais são as principais tarefas de um voluntário. Foram selecionadas duas voluntárias: Rosa e Teresa. A

Rosa desenvolve a sua atividade no apoio às refeições e na catequese; a Teresa, dinamiza igualmente sessões de ca-

tequese.

A visita de uma equipa de reportagem suscitou alguma curiosidade, até porque havia toda uma série de máquinas:

de filmar, o microfone, os cabos que são uma realidade desconhecida das utentes. Porém, a curiosidade deu lugar à

necessidade de receber estes invulgares visitantes com a simpatia que lhes é característica. A equipa de reportagem

colheu imagens reais do voluntário a desempenhar a sua tarefa junto das utentes. Neste aspeto, todas fizeram ques-

tão de deixar uma boa imagem de si, do voluntário e da própria instituição.

A efeméride levou-me a pensar na questão do que significa ser voluntário hoje. Significa, em primeiro lugar, seguin-

do as palavras do Papa Francisco, “não passar adiante do sofrimento”, ter a coragem de não desviar o olhar dos que

sofrem. Significa, em segundo lugar, tornar o amor visível, algo que se pode tocar, é “ser artesão da misericórdia”. Em

terceiro lugar, “significa levar esperança, sonhos, fé e carinho para que a pessoa que sofre se sinta amada.”

O voluntário hospitaleiro tem, contudo, uma especificidade muito própria na medida em que se rege pelos valores

da instituição, como a hospitalidade que nasce da sensibilidade perante os excluídos, o serviço aos doentes e neces-

sitados e o acolhimento libertador, capaz de promover uma saúde integral. Deste modo, as principais atitudes do

voluntário são a gratuidade, o sentido do outro, o interesse em ajudar, a constância e a generosidade.

O voluntário hospitaleiro está integrado em diversas áreas que vão desde a ajuda nas refeições e na mobilização,

passando por atividades ocupacionais e de lazer, até aos cuidados espirituais e religiosos. Se é verdade que o volun-

tário leva esperança e carinho aos que sofrem, não é menos verdade que há benefícios em ser voluntário e, neste

sentido, o voluntário recebe muito mais do que dá, porque ao dar prioridade ao outro, o voluntário está a abrir cami-

nho para que as suas próprias chagas se curem através da interação com os mais frágeis. Quando o voluntário de-

sempenha a sua tarefa, sabendo que não vai ser remunerado, os seus gestos são mais naturais e por isso têm a capa-

cidade de libertá-lo das suas preocupações e aliviá-lo dos seus sofrimentos. A gratuidade do voluntariado contém

em si uma riqueza extraordinária que não se pode quantificar, mas que ultrapassa largamente os benefícios materi-

ais.

Nada se pode comparar a um rosto sorridente, onde as mãos afáveis de um voluntário secaram as lágrimas.

Teresa Sousa