Ecos do Xingu: Uma Reflexão Semiótica sobre Usina de Belo Monte nas redes sociais conectadas

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ECOS DO XINGU: Uma reflexão semiótica sobre a repercussão da Usina de Belo Monte nas redes sociais conectadas Renato Martinelli 9º Interprogramas do Programa de Mestrado da Faculdade Cásper Líbero 22 e 23 de novembro de 2013

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O artigo "Ecos do Xingu: Uma Reflexão Semiótica sobre Usina de Belo Monte nas Redes Sociais Conectadas" traz uma análise sobre os diversos significados que um empreendimento pode ter a partir da semiótica peirceana. Para tal, forma escolhidos vídeos produzidos e distribuídos por quatro atores sociais distintos: comunidade artística, estudantes, iniciativa pública, terceiro setor e sociedade. O presente trabalho busca contribuir para o debate sobre as características que possibilitam maior visualização e disseminação de produtos midiáticos nas redes conectadas. O artigo foi apresentado no 9o Interprogramas de Mestrado da Faculdade Cásper Líbero, em 22 de novembro de 2013.

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ECOS DO XINGU: Uma reflexão semiótica sobre a repercussão da Usina de Belo Monte nas redes sociais conectadas

Renato Martinelli

9º Interprogramas do Programa de Mestrado da Faculdade Cásper Líbero

22 e 23 de novembro de 2013

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Objetivos

• Apontar a possibilidade de diferentes significados para um mesmo empreendimento (Usina de Belo Monte), a partir de uma leitura da semiótica peirceana, por materiais disponibilizados nas mídias sociais conectadas.

• Identificar o potencial de impacto de produtos midiáticos elaborados por quatro públicos distintos: • iniciativa privada

• iniciativa pública

• comunidade artística

• estudantes

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Usina de Belo Monte

• Estudos para construção de hidrelétricas no rio Xingu desde 1970. Projeto foi remodelado em 1994 e somente em 2000 voltou à tona.

• Leilão para concessão e operação da usina vencido pela Norte Energia em abril de 2010.

• Será a terceira maior hidrelétrica do mundo.

• Capacidade de 11.233 MW foi reduzida para 4.500 MW (40%), para diminuir área alagada na Amazônia.

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Ciberespaço como esfera pública digital

Maior acesso à Internet:

• Equipamentos com moderna tecnologia digital embutida e alto desempenho técnico.

• Surgimento de dispositivos eletrônicos móveis com acesso às redes – notebooks, celulares e tablets.

• Declínio do preço médio de tais equipamentos são elementos-chave que contribuíram para maior acesso à web por internautas.

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Ciberespaço como esfera pública digital

• A web possibilitou a criação e desenvolvimento de espaços para qualquer pessoa conectada à rede exercer seu protagonismo e divulgar suas manifestações individuais e/ou coletivas.

• Conversações, interações e colaborações sobre temas de interesse comum passaram a invadir as redes interativas.

“O ciberespaço tornou-se uma ágora eletrônica global em que a diversidade da divergência humana explode numa

cacofonia de sotaques.”

CASTELLS (2003:115)

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Comunidades on-line

• Representação fragmentada da sociedade no espaço digital.

• O ser humano também busca no ciberespaço fortalecer seus laços de relacionamento, aumentar sua integração e identidade sociais, e ampliar sua rede de informação.

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Ativismo nas redes conectadas

• Mídias sociais como ferramenta para organizar, mobilizar e dialogar, usada por grupos de interesse, representantes do terceiro setor, organizações não-governamentais e ativistas ambientalistas e políticos.

• Exemplos recentes de uso das redes sociais para mobilização e pressão social em contextos locais:

• Primavera Árabe: países do Oriente Médio (2010)

• Movimento Occupy: EUA, Europa e América Latina (2011)

• Movimento Passe Livre: Brasil (2013)

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Semiótica e ação do tempo no Ciberativismo

• Objeto imediato – representado no signo (a ideia do que representa a imagem de uma usina hidrelétrica)

• Objeto dinâmico (as percepções que a usina de Belo Monte gera para cada indivíduo, a partir de sua experiência colateral).

• Relação triádica na terceiridade (signo, objeto, interpretante)

“O significado é algo que o próprio signo transmite, tratando-se, portanto, de uma propriedade objetiva interna ao signo, enquanto que a ideia que ele provoca se constitui no interpretante.”. SANTAELLA (2000:28)

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Produtos Midiáticos sobre Belo Monte

Movimento Tempestade em Copo d´água Vídeo de estudantes que são a favor do projeto

Movimento Gota d´água Vídeo de artistas que são contra o projeto e pedem para assinar petição proibindo construção da usina

X

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Belo Monte – Anúncio de uma Guerra Filme produzido com apoio de ONGs e sociedade civil (via crowdfounding)

Filme Institucional Apresentação da usina, produzida pela Norte Energia, responsável pela gestão de Belo Monte

X

Produtos Midiáticos sobre Belo Monte

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Número de visualizações no YouTube

Período: novembro/2011 a novembro/2013

Produtos Midiáticos sobre Belo Monte

1.000.000 700.000 70.000 200.000

Fonte: YouTube (novembro/2013)

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Mesma usina, diferentes significados

• Usina pode ser sinônimo de destruição ambiental da região, da identidade cultural e o fim de parte da fauna e da flora local.

• Belo Monte também pode ser símbolo do progresso, da chegada de recursos para saúde e educação para a comunidade local, geração de emprego e renda, um passo importante para o planejamento energético do Brasil.

• As características da usina em si não foram alteradas, o que mudou de um público para o outro foi a ressignificação desse empreendimento.

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Quadro Teórico

• Com base nos dados apresentados no estudo de caso, é possível afirmar que:

• o uso de pessoas conhecidas do público em geral, como artistas, personalidades e famosos, gera um impacto maior na disseminação de produtos midiáticos pela Internet e, consequentemente, na influência sobre a opinião pública.

• as mídias sociais permitem um espaço digital democrático, para dar voz aos segmentos da sociedade sensibilizados com o debate.

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Referências

CASTELLS, Manuel. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e

a sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.

COLAPIETRO, Vincent. The Tones, Tints and textures of Temporality: Putting

Peirce´s Categories to Work. VI Advanced Seminar on Peirce´s Philosophy and

Semiotics: Centro Internacional de Estudos Peirceanos, 2012.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: 34, 1999.

SANTAELLA, Lucia. A teoria geral dos signos: como as linguagens significam as

coisas. São Paulo: Pioneira, 2000.

SANTAELLA, Lucia. Tempo na Filosofia e Semiótica de C. S. Peirce. VI Advanced

Seminar on Peirce´s Philosophy and Semiotics: Centro Internacional de Estudos

Peirceanos, 2012.

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Referências

BELOMONTEOFILME. Vídeo “Belo Monte – Anúncio de uma guerra”. 2012.

Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=091GM9g2jGk . Acesso em 11

jan 2013.

BLOG AMIGOINFO. Vídeo “Tempestade em Copo D´Água”. 2011. Disponível em

http://www.youtube.com/watch?v=suyiVxfkKHQ. Acesso: 09 jan 2013.

MOVIMENTO GOTA D´ÁGUA. Vídeo “É a Gota d´água + 10”. 2011. Disponível em

http://www.youtube.com/watch?v=DIpAbXsWH7U . Acesso: 09 jan 2013.

UHE BELO MONTE. Vídeo “Apresentação - Usina Belo Monte”. 2011. Disponível em

http://www.youtube.com/watch?v=U6VNKvL1cMQ . Acesso em 08 jan 2013.

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Sobre o Autor

Renato Martinelli

Mestrando em Comunicação pela Faculdade Cásper

Líbero (SP). Bacharel e Pós-graduado em Comunicação

pela ESPM (SP). Especialista em Comunicação

Corporativa, pela Syracuse University (EUA).

Professor-orientador da BSP - Business School São

Paulo (SP) em Comunicação Empresarial, Media

Training, Marketing Digital e Mídias Sociais.

Contatos: [email protected]

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