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4 Editorial

Em meio a discussões e estudos sobre o novo Código Florestal Brasileiro, os produtores rurais

procuram agir de acordo com aquilo que acreditam ser o correto para o meio am-biente. O produtor tem consciência de sua responsabilidade. Esse é o assunto discutido na “Reportagem de Capa” deste mês, que traz as informações sobre o vi-veiro de mudas nativas da Fazenda Sapé, no município de Altinópolis. Dos 45 al-queires plantados com cana-de-açúcar, uma área de 3 mil metros foi destinada a produção de mudas de plantas nativas, uma atividade ecologicamente correta e rentável para a família Meyer.

O entrevistado desta edição é o pre-sidente da Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo. Durante a entrevista, o presidente falou sobre a necessidade de investir no setor para recuperar a produção dos canaviais, sa-fra de grãos e também sobre a crise de abastecimento de etanol.

A secção “Ponto de Vista” de julho traz dois artigos: um assinado pelo diretor adjunto da Canaoeste, José Mário Paro e outro pelo presidente da associação, Ma-noel Ortolan, que faz uma reflexão sobre o bom momento vivido pelo produtor rural, principalmente o médio agricultor, que teve os limites de renda, custeio e in-vestimentos ampliados dentro do Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012, lançado em Ribeirão Preto, pela presidente Dil-ma Rousseff, no mês passado.

Em “Notícias Canaoeste”, o leitor se informa sobre o treinamento de perdas de cana na colheita mecanizada, realiza-do em parceria com o CTC, na Fazenda Santa Rita, de propriedade da Coperca-na e Canaoeste.

Já em “Notícias Copercana”, é pos-sível conferir os resultados da sétima

edição do Agronegócios Copercana, realizado no final de junho, exclusiva-mente aos cooperados do Sistema Co-percana, Canaoeste e Sicoob Cocred. Mais de R$ 120 milhões é o volume de negócios gerados durante os três dias do evento. Essa edição foi recor-de e superou as expectativas iniciais dos organizadores.

Ainda nesta secção, todas as informa-ções sobre a entrega do prêmio à equipe da Copercana (usuários Digilab da Una-me – Unidade de Grãos da Copercana) que venceu o concurso fotográfico da Basf. O concurso é uma realização da Unidade de Proteção de Cultivos da Basf, em que os usuários podem parti-cipar catalogando imagens capturadas com o Digilab.

Em “Assuntos Legais”, o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, fala sobre a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), requisito obrigatório para manter de-vidamente regularizada a propriedade rural.

Os artigos técnicos mostram o acom-panhamento da safra 2011/2012 até a segunda quinzena de junho e também a mecanização do plantio, considerado ser mais um desafio para o setor, devido ao alto custo dos equipamentos e alta capacidade operacional. Os artigos são assinados pelo Assistente de Controle Agrícola da Canaoeste, Thiago Silva e por pesquisadores do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira).

Além disso, a Revista Canavieiros de julho também traz as Informações Se-toriais com o assessor agronômico da Canaoeste, Oswaldo Alonso, dicas de leitura e gramática.

Boa leitura!

É preciso investir para recuperar o tempo perdido

Boa leitura!Conselho Editorial

RC

Conselho editoRial:Antonio Eduardo TonieloAugusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido VanzellaManoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio SicchieriOscar Bisson

editoRa:Carla Rossini - MTb 39.788

PRojeto gRáfiCo e diagRamação: Rafael H. Mermejo

equiPe de Redação e fotos:Carla Rodrigues - MTb 55.115Murilo SicchieriRafael H. Mermejo

ComeRCial e PubliCidade:Marília F. Palaveri(16) 3946-3311 - Ramal: [email protected]@revistacanavieiros.com.br

imPRessão:São Francisco Gráfica e Editora Ltda

tiRagem: 11.000 exemplares

issn: 1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuída gra-tuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e SicoobCocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos au-tores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte.

endeReço da Redação:A/C Revista CanavieirosRua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680Fone: (16) 3946 3311 - (ramal 2190)

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Expediente:

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Ano V - Edição 61 - Julho de 2011

Índice:

E mais:

Capa - 22Mudas de Árvores Nativas: nova

atividade para produtores ruraisResponsabilidade ambiental

e cumprimento de legislação fomenta a produção de mudas de árvores nativas

12 - Notícias Copercana

18 - Notícias Canaoeste

24 - Notícias Sicoob Cocred

32 - Artigo Técnico

Plantio Mecanizadomais um desafio a ser vencido

Armene José Conde – Gerente Regional Mauro Sampaio Benedini – Gerente RegionalJosé Guilherme Perticarrari – Coordenador de Pesquisa TecnológicaCTC - Centro de Tecnologia Canavieira

- Agronegócios Copercana, recorde em volume de negócios: mais de R$ 120 milhões

- Equipe da Copercana vence concurso fotográfico da Basf

- Treinamento sobre perdas de cana na colheita mecanizada

- Balancete Mensal

Informações Setoriais

.................página 26

Acompanhamento de

Safra

.................página 28

Assuntos Legais

.................página 34

Circular Consecana

.................página 35

Cultura

.................página 36

Agende-se

.................página 37

Classificados

.................página 38

06 - Entrevista

08 e 10 - Pontos de Vista

Antonio Eduardo Tonielopresidente da Copercana e SicoobCocredBons preços e investimentos para recuperar a quebra

de produção dos canaviais

Manoel Ortolanpresidente da Canaoeste

Festa na roça

José Mario ParoDir. Adjunto da Canaoeste e Conse-

lheiro da Sicoob CocredLendo as entrelinhas

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Antonio Eduardo Tonielo

Bons preços e investimentos para recuperar a quebra de produção dos canaviais

Carla Rossini

Revista Canavieiros: Qual é a aná-lise que o senhor faz da safra 2011/12 para os produtores de cana?

Antonio Eduardo Tonielo: Em se tratando de preços de cana, açúcar e etanol, esse ano está sendo bem melhor que o ano passado. Agora, em termos de qualidade da matéria-prima, teremos al-gumas quebras de produção devido a fa-tores climáticos. Recentemente, tivemos as geadas, que trouxeram alguns prejuí-zos em boa parte do Estado de São Pau-lo. Eu posso falar como produtor e como industrial e acredito que o preço da cana vai compensar todas essas perdas. Pro-vavelmente o produtor vai trabalhar me-nos e ganhar melhor porque os preços do açúcar e do etanol são bons. Quando pro-duzimos menos o preço melhora, quando produzimos mais o preço despenca. Mas de forma geral, 2011 está sendo um bom ano para os canavicultores.

Revista Canavieiros: E para os pro-dutores de grãos, principalmente de amendoim, milho e soja?

Tonielo: Para a soja o ano está exce-

Entrevista com:

A Revista Canavieiros entrevistou o presidente da Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, em meados de julho, que fez uma análise das safras de cana e grãos (amendoim, soja e milho) em 2011. Toninho Tonielo também fa-lou sobre a crise de abastecimento de etanol, preços e interferências do governo no setor sucroenergéti-co. No final da entrevista, o presidente falou sobre o desempenho das cooperativas. Confira:

lente, hoje os preços estão piores do que no período da colheita, mas deve haver re-cuperação. 75% da soja que produzimos já saiu das mãos dos produtores e é claro que tem bastante farelo com os grandes compradores, as multinacionais e as fábri-cas de óleo. Então, se pegarmos uma safra que terminou no começo de maio e, com apenas dois meses, já foi comercializada 75% da produção, isso é muito bom. As perspectivas são boas, principalmente no mercado interno. No ano passado tivemos preço de mercado interno melhor do que o mercado externo e isso é bom para o pro-dutor. O amendoim também está melho-rando no mercado internacional, acredito que para o produtor vai ser um ano bom de preço dando retorno aos plantadores. O milho também está explodindo, os pre-ços estão excelentes e os produtores estão muito satisfeitos.

Revista Canavieiros: Recentemente tivemos uma crise de falta de etanol no mercado. Os preços ficaram elevados. Por que isso acontece?

Tonielo: Toda a crise de etanol é ge-

rada por causa de preço. Quando uma mercadoria não tem valor no mercado, ela fica desestimulada de ser produzida. Foi isso que aconteceu com a cana, o açúcar e o etanol. Desde 2008, quando teve início a crise econômica mundial, os preços desses produtos que são vincula-dos ficaram muito ruins. A falta de recur-sos financeiros obrigou os produtores a investirem menos nos tratos culturais e reformas de seus canaviais. Ou seja, ape-nas administramos a crise. Além disso, num ano tivemos chuva demais, no outro fomos castigados pela seca. Para se ter uma ideia, o Brasil teria que estar pro-duzindo aproximadamente 700 milhões de toneladas de cana nesta safra, mas a previsão de moagem é atingir apenas 530 milhões de toneladas. Foi por isso que começou a faltar produto no merca-do, por falta de produção. Existe uma de-manda muito grande pelo etanol, princi-palmente em virtude dos carros flex que atingem quase 90% da produção interna de veículos. Para suprir essa demanda do mercado, nós precisaríamos estar produ-zindo 2,5 bilhões de litros a mais de eta-

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“...Se o governo não atrapalhar, porque quando ele entra no

negócio é para atrapalhar, já está de

bom tamanho.”

nol. E hoje nós produzimos 1,5 bilhão a menos, ou seja, vamos ter um déficit de mais de 4 bilhões de litros. A conclusão que chego é que mercadoria que não tem preço tabelado ou estável para quem a produz, corre risco. Uma hora os preços estão altos, outra hora estão muito bai-xos. Um exemplo disso é o que acontece com o arroz no Rio Grande do Sul. Há dois anos, os arrozeiros estão brigando contra preços de R$18,00 (saco de 50 quilos) por excesso de produção. Posso afirmar que daqui mais um ano ou dois anos, quem vai brigar serão os consumi-dores porque o preço estará muito alto.

Revista Canavieiros: Então o se-nhor acredita que para o final da safra, podemos ter falta de etanol?

Tonielo: Não teremos falta de pro-duto porque é regulado pelo preço. Vai acontecer o seguinte: o preço do etanol vai aumentar o suficiente para diminuir o consumo, daí o consumidor vai optar pela gasolina. O Brasil precisa vender apenas 1 bilhão de litros de álcool hi-dratado por mês para aguentar chegar na próxima safra. E é isso que vai acontecer, o preço vai permitir a venda de apenas 1 bilhão de litros por mês. Infelizmen-te é uma conta que se faz. É uma con-ta “burra”, mas é uma conta que se faz para não faltar o produto. Se os preços do etanol despencarem, não temos produto para aguentar a demanda até dezembro. O governo pretende até o fim do ano, reduzir a mistura de etanol na gasolina para tentar chegar em 2012 com produto no mercado. Mas essa não é a solução do problema. O que precisamos é ter financiamentos a altura, para os produ-tores voltarem a investir nos canaviais, aumentando a produtividade. Nós temos potencial para produzir 700 milhões de toneladas de cana por ano. Mas é preciso investimento no setor.

Revista Canavieiros: Esse é o papel do governo dentro do setor?

Tonielo: O que nós precisamos é de ajuda financeira. Se o governo não atrapa-lhar, porque quando ele entra no negócio é para atrapalhar, já está de bom tamanho. Essas ameaças do governo de que vai re-duzir a mistura de etanol na gasolina, vai taxar isso, taxar aquilo, não resolve nada, até piora a situação. Se o governo reduzir a mistura e o preço do etanol cair, o re-flexo pode ser uma fabricação maior de

açúcar e consequentemente, falta de álco-ol no mercado. Então, o governo precisa pensar bastante nessa decisão para não atrapalhar e desestimular a produção. O que estimula a produção é investir dinhei-ro, ter políticas firmes para todo setor ter coragem de investir. Infelizmente o inves-tidor tem medo de expandir porque sabe que o governo a qualquer hora pode por a mão e aonde o governo põe a mão a coisa fica ruim.

Revista Canavieiros: O senhor acre-dita que tem que haver um aumento de Unidades Industriais para assegurar a produção?

Tonielo: Com certeza. Precisamos construir 30 usinas urgentes e não temos nenhuma projetada ainda. Para projetar uma usina, construir e começar a produ-zir demoramos de 3 a 4 anos e não com 100% da capacidade. Então estamos longe do ideal. Temos que recuperar nossos canaviais, recuperar nossa pro-dutividade e voltar a produzir, pelo me-nos, 600 milhões de toneladas de cana. O governo, junto com o BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) precisa liberar dinheiro para o plantio de cana. Só assim aumentaremos a nos-sa produção.

Revista Canavieiros: Com relação ao Plano Agrícola e Pecuário 2011/12, que foi lançado recentemente pela pre-sidente Dilma Rousseff em Ribeirão Preto, qual a sua análise?

Tonielo: Eu não vejo tanta diferença do plano de safra deste ano para o an-terior. Foram disponibilizados R$ 107,2 bilhões, 7,2% a mais que na safra pas-sada. A diferença foi pouca, não repre-senta quase nada. Na parte de produção de grãos, o plano é bom. Mas a parte de cana-de-açúcar tem que ser melhorada. Houve uma linha de financiamento de R$ 1 milhão para reforma de canaviais e o governo também disse que vai liberar um outro plano para plantio e renovação. Se isso acontecer, vai ser bom. Fazia muitos

anos que a cana não recebia incentivos do governo. Porque para o produtor de cana, crédito de R$ 300 mil por CPF é a mesma coisa que não dar nada. Com esse dinheiro, nem adubação adequada o produtor consegue fazer. R$ 1 milhão por CPF não é o ideal, mas já melhora bastante e vai estimular a produção.

Revista Canavieiros: Nesse momen-to o que o setor mais precisa é de inves-timento?

Tonielo: Claro, com dinheiro a coisa anda, plantamos mais, adubamos mais e colhemos mais. O crédito hoje está complicado. Quem faz dívida hoje a juro caro não consegue pagar. Precisa-mos ter juros condizentes com a nossa realidade. Na hora que o governo libe-rar dinheiro para plantar cana, realizar os tratos culturais e também para cons-trução de novas Unidades Industriais, vamos nos recuperar. Eu acredito que dentro de 4 ou 5 anos, recuperamos toda essa parte perdida que tivemos com a crise e os problemas climáticos.

Revista Canavieiros: Mudando de assunto, como está sendo o ano para as cooperativas, principalmente para a Copercana e a SicoobCocred?

Tonielo: A SicoobCocred está muito bem, tivemos várias recuperações de cré-dito e isso é muito importante. A Cocred vai atravessar um ano muito diferente desde 2008, porque vínhamos sofrendo com a crise, prorrogando os contratos de financiamento, dando apóio aos produto-res, mas sempre conseguimos adminis-trar essas contas. Então, esse é um ano bem diferente, em que a cooperativa de crédito terá um saldo positivo. É cedo para falarmos com certeza porque ainda estamos no meio do ano. Mas esperamos que o segundo semestre seja melhor que o primeiro.

A Copercana também está muito bem, com um faturamento muito melhor que o ano passado, nossos negócios de vendas estão com mais de 30% acima de 2010. O nosso custo fixo é o mesmo e quando melhoramos o faturamento e o custo fixo fica o mesmo, temos um retorno melhor. Outro fator importante é que não temos quase nada de inadimplência e o que tem está sendo muito bem administrado. En-tão eu penso que 2011 será um ano para as duas cooperativas fechar com “chave de ouro”. A expectativa é muito boa.RC

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8Ponto de Vista

Manoel Ortolan*

Festa na roça

Tradicionalmente, o mês de junho abriga as festas de Santo Antonio (13/06), São João (24/06) e São

Pedro (29/06). Nas fazendas, muita ani-mação ao som da sanfona, dança da qua-drilha, fogos, comidas e bebidas típicas. Em volta das fogueiras, crianças brincam e casais se aquecem enquanto recordam de tempos passados. Muitos motivos para comemorar.

Mas esse ano, o produtor rural tem algo a mais para festejar no mês de ju-nho. O entusiasmo é consequência do lançamento do Plano Agrícola e Pecu-ário 2011/2012, que foi anunciado no Theatro Pedro II, em Ribeirão Preto, na sexta-feira (17/06), pela presidente Dil-ma Rousseff, em cerimônia que contou com a presença do vice-presidente, Mi-chel Temer, do governador de São Pau-lo, Geraldo Alckmin e dos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi; do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence e da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas.

Senadores, deputados federais e es-taduais, prefeitos, líderes de instituições ligadas ao agronegócio e uma platéia de mais de mil pessoas, muitos produtores rurais, assistiram a cerimônia em que o governo destinou R$ 107,2 bilhões para o financiamento da produção e comer-cialização da safra. O montante é 7,2%

maior que o disponibilizado no período 2010/2011.

Uma das medidas que mais agradou a classe produtora foi o apoio ao médio agricultor, já que os limites de renda, custeio e investimentos foram amplia-dos. Mudanças significativas foram rea-lizadas, como a unificação do limite de financiamento de custeio de R$ 275 mil para R$ 650 mil e de R$ 200 mil para R$ 300 mil no caso de operações de in-vestimento. Além disso, houve elevação da renda bruta anual para fins de enqua-dramento como médio produtor rural: de R$ 500 mil, foi elevada para R$ 700 mil, permitindo um contingente maior de produtores rurais, efetivamente inseridos na classe de médios produtores.

O evento colocou em evidência a importância da região de Ribeirão Pre-to, que é a maior produtora agrícola do Estado de São Paulo. O ministro Wagner Rossi, conhecedor das necessidades do setor, realizou um trabalho fantástico e junto com sua equipe, conseguiu elabo-rar um Plano Agrícola e Pecuário, com linhas específicas para pecuária, cana-de-açúcar e agroenergia, além da esto-cagem do suco de laranja. No caso da cana-de-açúcar e dos biocombustíveis, estão asseguradas linhas de financiamen-to para expansão e renovação dos cana-viais - com taxa de juros fixa em 6,75%

ao ano e crédito de R$ 1 milhão por CPF para as próximas 4 safras. Já a pecuária, terá crédito de R$ 750 mil para matrizes nas mesmas condições de taxas e juros.

As medidas adotadas no Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012 estimulam o desen-volvimento sustentável e fomentam a ex-pansão da produtividade nas lavouras atra-vés de práticas agronômicas adequadas. O Brasil tem condições de aumentar sua produção de alimentos, biocombustíveis e energia sem desmatar suas florestas. Um dos caminhos para se alcançar o sucesso no aumento da produção é o investimento em infra-estrutura, armazenagem e logísti-ca de transporte, minimizando perdas sig-nificativas dos produtos agrícolas.

Recentemente, foram divulgadas pela imprensa nacional, o número de residên-cias brasileiras em que famílias vivem em condições de miséria. 16 milhões de pessoas vivem nessas condições. É um paradoxo, o país do agronegócio, que pode vir a ser o celeiro do mundo na pro-dução de alimentos, ainda ter brasileiros passando fome. Miséria está ligada a saúde, a educação, a qualidade de vida, mas principalmente à fome.

As políticas públicas são fundamen-tais para se combater a miséria. O Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012 vêm de encontro com as necessidades da erradi-cação da pobreza, já que tem como prin-cipal objetivo o aumento da produção de forma sustentável, gerando renda, em-pregos e garantindo alimento na mesa do brasileiro. Estamos bastante otimistas. Agora é hora de “arregaçar as mangas” e não deixar a oportunidade passar.

*presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Esta-

do de São Paulo)

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10Ponto de Vista

José Mario Paro *

Lendo as entrelinhas

Sou do tempo em que na escola se ensinava que o Brasil seria o país do futuro, embora àquela

época este futuro parecesse longínquo e até inatingível.

Sou do tempo em que se dizia que os brasileiros padeciam do complexo de vira lata, que explicaria o pouco apreço que tinham por suas próprias coisas e o sentimento de inferioridade que nu-triam por outras terras e outras gentes.

Sou do tempo em que los hermanos argentinos chamavam os brasileiros de cucarachas.

Sou do tempo em que o Brasil ex-portava quase que só café em grão.

Tempos ruins aqueles, mesmo para um adolescente.

Após a II Guerra Mundial, o país começou a mudar. Foi construída a CSN - Companhia Siderúrgica Na-cional - Volta Redonda/RJ; criou-se a Petrobras e foi implantada a indústria automobilística.

Até que se chegou ao momento pre-sente, em que o Brasil é a bola da vez. E é bastante provável que aquele lon-gínquo futuro, visto dos bancos escola-res, tenha finalmente chegado.

Causou-me enorme satisfação no-tícia veiculada recentemente, dando conta de que a desigualdade social tem

diminuído no Brasil, ao contrário dos outros membros do Brics (Brasil, Rús-sia, Índia, China e África do Sul), onde tem aumentado. E, se assim for, real-mente o futuro chegou.

Sabe-se que grande parte deste im-pulso modernizante têm vindo do vigor do agronegócio, recém-saído de dois eventos grandiosos, em junho passado: o Ethanol Summit, realizado em São Paulo e o Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012, lançado pelo Governo, em Ribeirão Preto.

Mas é sempre bom ler as entreli-nhas. E ao ler as entrelinhas percebe-se que nem tudo é o que parece:

- percebe-se que as deficiências da infra estrutura, em especial da logísti-ca, poderão comprometer este futuro que está à mão;

- percebe-se que as diferenças do ICMS entre os Estados e a manutenção dos preços da gasolina, congelados há cinco anos, tem penalizado fortemente o etanol hidratado;

- percebe-se que soam totalmente estranhas as ameaças, veladas ou não, por parte do Governo Federal, de in-tervir no mercado de açúcar e etanol. Como por exemplo, a determinação de fazer com que a Petrobras aumente sua participação no setor, até plantando cana (?!), que poderia ter a leitura: ou vocês fazem ou eu faço;

- percebe-se que, bem feitas as con-tas, uma vez mais, a agricultura em-presarial não teve o mesmo tratamen-to que a agricultura familiar no Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012, recém lançado;

- percebe-se que o adiamento da votação do Código Florestal continua aterrorizando a classe produtora rural;

- percebe-se que o veto do Minis-tro da Ciência e Tecnologia à redução dos prazos para liberação de transgê-nicos é mais um instrumento do atraso e do ranço ideológico que persiste em parte do governo contra a agricultura empresarial;

- percebe-se que, apesar do aclamado potencial e de liderar a produção mun-dial em açúcar, café, suco de laranja e carnes, a agricultura brasileira talvez seja a menos protegida do planeta. A regularização do seguro rural continua se arrastando e os subsídios ao setor são um quase-nada frente àqueles do Japão, China, Índia, Estados Unidos e países da União Européia;

- percebe-se as enormes dificulda-des que os produtores independentes de cana tem tido para participar dos ganhos de eficiência do processo pro-dutivo do açúcar e dos etanóis e das alternativas de renda, como a geração de energia elétrica a partir do bagaço da cana.

Como se vê, nem tudo é o que pa-rece. Basta ler as entrelinhas para perceber.

*Diretor Adjunto da CanaoesteConselheiro da Sicoob Cocred

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Agronegócios Copercana, recorde em volume de negócios: mais de R$ 120 milhões

A sétima edição da feira exclusiva aos cooperados do sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred superou todas as expectativas

Notícias Copercana

Carla Rossini

Entrada do VII Agronegócios Copercana

Antonio Tonielo discursa durante abertura da feira, observado pelo secretário da Indústria e Comércio de Sertãozinho, Marcelo Pelegrini; 1º vice-presidente do CeiseBR, Antonio Tonielo Filho; prefeito de Sertão-zinho, Nério Costa; presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan; diretor da Sicoob Cocred, Francisco Ure-nha; diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti e presidente da Câmara dos Vereadores, José Aprígio.

Pedro Esrael Bighetti, diretor da Copercana

Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste

Mais de R$ 120 milhões. Esse foi o volume de negócios ge-rado durante os três dias do

VII Agronegócios Copercana, feira ex-clusiva aos cooperados do sistema Co-percana, Canaoeste e Sicoob Cocred, realizado no final de junho no Clube de Campo Vale do Sol, em Sertãozinho. Essa edição foi recorde e superou as expectativas iniciais dos organizado-res. “Em 2010 tínhamos vendido R$ 100 milhões e esse ano conseguimos superar o volume de negócios e tive-mos um aumento de 20% nas vendas”, disse Pedro Esrael Bighetti, diretor da Copercana.

O presidente da Copercana, Sicoob Cocred e do Agronegócios explica que em 2011, a cooperativa vendeu muito bem no primeiro semestre. “Tivemos um excelente primeiro semestre, ven-demos 30% a mais que no ano passa-do e o VII Agronegócios Copercana confirmou as nossas boas expectativas para esse ano, gerando um volume de negócios recorde. Os cooperados com-praram com bons preços e facilidades de pagamento. Isso é o mais importan-te”, disse Tonielo.

“Mais uma vez a cooperativa cum-priu o seu papel social oferecendo aos cooperados as melhores oportunidades para negociar os produtos e equipa-mentos necessários nas lavouras cana-vieiras. Estamos felizes com os bons

resultados obtidos nesta sétima edição do Agronegócios Copercana”, disse Manoel Ortolan, presidente da Canao-este e diretor da Copercana e Sicoob Cocred, no encerramento da feira.

No total, foram comercializados 1,6 milhões de quilos/litros de defensivos agrícolas e 60 mil toneladas de fertili-zantes. Foram vendidos mais de R$ 4 milhões em máquinas e equipamentos e R$ 3 milhões de gesso e calcário. O setor de ferragens também gerou um excelente volume de negócios: R$ 140 mil.

Para o gerente de comercialização da Copercana, Frederico José Dal-maso, os bons resultados são obtidos porque a Copercana visa o melhor aos seus cooperados. “A Copercana está preparada para atender todas as neces-sidades dos seus cooperados. A coo-perativa desempenha seu papel social trabalhando para facilitar todas as ne-

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gociações com os produtores rurais”, disse Dalmaso.

COOPERAdOsPara os cooperados, o Agronegócios

Copercana é muito importante e permiti a realização dos melhores negócios:

“A feira foca bastante o que o pro-dutor precisa. Aqui, reunimos as nossas compras e adquirimos implementos e insumos. E é uma feira de negócios, en-tão facilita para o produtor. Em apenas um dia, resolvemos as compras do ano todo”.

João Ângelo Guidi Júnior

“Essa feira é esperada o ano todo, prin-cipalmente pelo fornecedor de cana. É um termômetro para comprarmos tudo que precisamos para cana, milho, amendoim e soja. É positivo em tudo. Encontramos os produtos que preci-samos e temos as con-dições de pagamento que precisamos. A Si-coob Cocred está aqui para ajudar o fornece-dor a adquirir os pro-dutos”.

Fernando dos Reis Filho

RC

Uma comitiva de Dourados - MS visitou o Agronegócios Copercana

Frederico Dalmaso, gerente de comercialização

Luiz Geraldo Iunes Elias - Cajuru

Hugo Evaristo Benedini Junior - Ribeirão Preto

Toninho Tonielo, presidente da Copercana e Sicoob Cocred; Marco Aurélio Borges de Almada Abreu, diretor presidente do Bancoob; David Andrade – Conselheiro Administrativo do Bancoob; Luciano Ribeiro Machado – Gerente de Agronegócios do Bancoob; Marcelo Carneiro Costa – Superintendente de Negócios

do Bancoob e Márcio Meloni, diretor da Sicoob Cocred

Wellington Luis Bertoni - Franca

Laudinei Adilson Romanello - Descalvado

Salvador Natal Romanello - Descalvado

Valquiria Alves de Souza - Barrinha

Ganhadores das TVs do Rally Copercana e dos Home Theaterdo sorteio da Copercana seguros

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Frederico Dalmaso junto com os representantes das empresas de defensivos agrícolase com o diretor da Multiplus, Augusto Balieiro

Estande da loja de ferragens da Copercana apresentou vários produtos aos visitantes

Área externa

Manoel Sérgio Sicchieri e representantes da Cooperfértil du-rante reunião realizada no VII Agronegócios Copercana

Sala de negócios

André Cokely - palestra Vansil

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Equipe da Copercana vence concurso fotográfico da Basf

Os usuários Digilab da Uname – Unidade de Grãos da Copercana,venceram o concurso no mês de junho

Notícias Copercana

Carla Rossini

Os profissionais da Uname – Unidade de Grãos da Coper-cana, Edgard Matrangolo Jú-

nior (encarregado técnico de projetos de amendoim), Juliano José Valério (técnico agrícola) e Márcio Rogério Fernandes (assistente técnico de pro-jetos), venceram o ZOOM – Concurso Fotográfico Digilab, do mês de junho. O concurso é uma realização da Uni-dade de Proteção de Cultivos da Basf, em que os usuários podem participar catalogando imagens capturadas com o Digilab.

O material fica disponível no site do Top Ciência, comunidade que re-úne profissionais que têm em comum o interesse em desenvolver a pesqui-sa científica para a agricultura com o objetivo de aumentar os níveis de pro-teção, segurança, produtividade, quali-dade e rentabilidade das lavouras, com o uso de tecnologia da Basf. Todo mês, os membros da comunidade elegem as melhores imagens, divididas nas cate-gorias: oleaginosas, cereais de inverno, cereais, perenes e hortifruti. O usuário que obtém o maior número de votos,

em cada categoria, ganha uma filmado-ra digital.

A equipe técnica da Uname que venceu o concurso em junho recebeu a premiação durante a realização do VII Agronegócios Copercana. O diretor de Negócios de Cul-tivos e Especialidades da Basf, José Mu-nhoz Felipe, fez a entrega da filmadora digital e logo após falou com a equipe de redação da Revista Canavieiros.

Revista Canaviriros: Explique o que é o Digilab?

Felipe: O Digilab foi um conceito que desenvolvemos com o intuito de agregar mais um serviço ao produtor, ou seja, a toda cadeia que faz a assis-tência técnica junto aos produtores. Desenvolvemos esse serviço para fazer um diagnóstico mais rápido e mais pre-

ciso dos problemas que estão aconte-cendo com as diversas culturas.

Revista Canavieiros: Ele tem atin-gindo o objetivo?

Felipe: Estamos muito satisfeitos com o trabalho que temos feito com o Digilab. Temos percebido que o diag-nóstico tem sido mais rápido e bastan-te preciso e agora estamos numa fase de ampliar a capacidade desse novo Digilab. Estamos incluindo novas pragas, novas doenças, novas culturas e estamos também evoluindo com o próprio Digilab.

Revista Canavieiros: Através deste concurso fotográfico, a Basf visa in-centivar o uso do Digilab?

Felipe: Eu penso que esse é um gran-de desafio e todo grande desafio envol-ve um pouco de mudança de cultura. O Digilab é uma ferramenta excepcional que permite essa diagnose muito mais prática e rápida. Eu acho que as pes-soas vão ter que se conscientizar um pouco mais sobre isso. A premiação é uma forma de incentivo e eu acho que vamos continuar incentivando para que todos usem. Tenho certeza que isso vai fazer com que as pessoas percebam na prática que o Digilab pode ajudar a ser um profissional mais completo.

A equipe técnica da Uname-Copercana recebeu o prêmio do diretor da Basf, José Munhoz Felipe e de representantes da empresa

Foto Campeã do ZOOMConcurso Fotográfico Digilab

RCO diretor de Negócios de Cultivos e Especialidades da Basf, José Munhoz Felipe

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18Notícias Canaoeste

Treinamento sobre perdas de cana na colheita mecanizadaMauro Benedini Gerente Regional do CTC - Centro Tecnologia Canavieira

Figura 1 – Colhedora de cana. Fonte: Projetos P&D do CTC

Foto 1: Extrator regulado a 900 rpm.

Foto 2: Extrator regulado a 1100 rpm.

A Canaoeste, juntamente com os profissionais do CTC - Centro Tecnologia Canavieira, Adriana

Lúcia da Silva, especialista em Tecnolo-gia Agrícola e Mauro Benedini, gerente regional do CTC, promoveu no dia 6 de julho, mais um treinamento sobre perdas na colheita mecanizada. A parte teórica do treinamento foi realizada no perío-do da manhã, na fazenda Santa Rita, de propriedade da Copercana e Canaoeste. O treinamento prático foi realizado no período da tarde, numa propriedade rural próxima da fazenda Santa Rita.

A responsável técnica pelo treinamento, Adriana mostrou as principais perdas que ocorrem no processo de colheita mecani-zada e deu dicas de como minimizá-las. A figura 1 esquematiza a colhedora de cana.

Adriana fez considerações de como levantar essas perdas no campo (amos-tragem), correlacionando-as com os di-versos componentes da colhedora.

As perdas podem ser visíveis e invisí-veis. As visíveis são aquelas que podem ser detectadas no campo e ocorrem na forma de cana inteira, pedaços de cana, lascas, toletes, tocos e cana ponta (cana agregada ao ponteiro). São facilmente identificadas e coletadas no campo. Devem ser amostrados no mínimo 10 ou mais pontos aleatórios por área de liberação de colheita e a representa-tividade de cada amostra de 10m² (figura 1) não deve ultrapassar a 3 hectares.

As perdas invisíveis ocorrem na for-ma de caldo, serragem e pequenos esti-lhaços, durante o processamento interno da matéria prima na colhedora, devido aos impactos mecânicos dos sistemas de corte, picagem, transporte e limpeza. O CTC vem estudando e quantificando es-sas perdas invisíveis visando minimizá-las, através do conhecimento das suas origens, efetuando as correções necessá-rias na colhedora.

As perdas por estilhaços surgem devi-do à má regulagem do extrator primário, cuja rotação deve variar de acordo com as condições do canavial. É importante

que o operador tenha o hábito de alterar essa rota-ção regularmente devido às mudan-ças de talhões, variedades, umi-dades relativas do ar, entre ou-tros fatores. Uma maneira prática de acompanhar essas perdas por estilhaços é quan-

tificá-las em 1m² (fotos 1 e 2). Lembran-do que 100 g/m² equivale a uma perda de 1 t/ha. Quando a carga estiver com muita impureza vegetal, a melhor alter-nativa pode ser a de reduzir a velocidade de operação da colhedora e não aumentar a rotação do extrator primário.Figura 1- Esquema da amostragem de campo.

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Fotos 3 e 4 – Problemas ocasionados pela facas do sistema síncrono.

As perdas por toletes estão principalmente relacionadas à falta do sincronismo entre colhedora e transbordo. Os toletes são formados pelas facas de corte do rolo picador. Quando apenas uma das facas estiver cortando bem, haverá canas cortadas em diversos tamanhos ou canas parcialmente cortadas, gerando um aspecto popu-larmente conhecido por “linguiça”. Isso é constatado também quando algumas par-tes da colhedora, principalmente no elevador, ficam com cana e palha não picadas como se fosse um varal. (fotos 3 e 4).

A sincronização entre colhedora e veículo transportador é de responsabi-lidade do operador e também do tratorista, devendo ter atenção redobrada principalmente nos momentos de passagens de carreador, no início e término da linha de cana e nas paradas da máquina provocadas por embuchamentos e obstáculos.

Vários fatores interferem na altura do corte de base: sistematização ina-dequada com sulco profundo e falta de “quebra de lombo”, torrões devido ao cultivo inadequado, locais com pedra, cana tombada, excesso de velocidade da máquina e falta de habilidade do operador.

Uma observação prática é sobre o tamanho das faquinhas. O tamanho de 4” (quatro polegadas) gastam e que-bram mais que as do tamanho de 3”, que são as recomendadas pelos fabri-cantes.

O acompanhamento de perdas na colheita mecanizada é fundamental, pois pode chegar a valores muito altos e resultar em perdas significativas de cana. Valores extremos de perdas de 10-15 toneladas/hectare podem ocor-rer. Valores próximos de 3-4 ton/ha são considerados aceitáveis (Tabela 1).

Tabela 1: Classificação das perdas.

Nível de perdas Percentual de perdas (%)Baixo < 2,5Médio 2,5 < 4,5Alto > 4,5

O treinamento e capacitação do pessoal envolvido no processo de co-lheita são fundamentais para diminuir as perdas de cana a valores satisfató-rios. No período da tarde foi realizada a amostragem em área de fornecedor para exemplificar o procedimento pre-conizado pelo CTC. RC

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Responsabilidade ambiental e cumprimento de legislação fomenta a produção de mudas de árvores nativas

As exigências do Código Flores-tal Brasileiro e a preocupação com a conservação do meio

ambiente inseriu uma nova palavra no dia-a-dia do produtor rural: o refloresta-mento, que nada mais é do que à ativi-dade de replantar florestas, ou seja, que já existiram, mas que foram extintas por algum motivo.

Por incentivos ao desenvolvimento, durante a ocupação do Brasil, parte de sua vegetação, foi derrubada para a ex-tração da madeira e, depois, plantio de diversas culturas agrícolas. Mas as obri-gações ambientais atuais exigem que os produtores rurais recuperem parte da re-gião devastada através do reflorestamen-to. E zelar para que ninguém mais des-trua. O agricultor está consciente da sua responsabilidade, prova disso é o inves-timento na área de produção de mudas de plantas nativas para o reflorestamento.

A Fazenda Sapé, no município de Al-tinópolis, é um bom exemplo de que unir a produção de cana com um viveiro de mudas de árvores nativas pode dar certo. Dos 45 alqueires plantadores com cana-de-açúcar, uma área de 3 mil metros foi destinada a atividade de produção de mudas de plantas nativas. “A ideia sur-giu no final do ano passado, quando a en-

Carla Rossini

Gustavo, Maria Angélica e Humberto Biagi Meyer

Mudas de Árvores Nativas: nova atividade para produtores rurais

tressafra nos deixou num período ocioso. Como estamos implantando o nosso pro-jeto de reflorestamento aqui na fazenda e tínhamos necessidade de adquirir mudas, resolvemos investir na atividade e come-çar a produção também para a comer-cialização”, disse Gustavo Biagi Meyer, proprietário da Fazenda Sapé.

Há quem defenda que a recuperação da vegetação deve ocorrer de forma na-tural sem que haja a intervenção do ho-mem mesmo que para o plantio. Mas, desta forma o processo é bem mais de-morado. Então, a maioria dos proprie-tários de terra, que optam por recuperar áreas devastadas, geralmente, resolvem fazer o reflorestamento.

Na Fazenda Sapé a produção está a todo vapor. 50 mil mudas de 50 espécies diferentes já estão a disposição dos com-pradores. Mas até o final de 2011, esses números serão outros. “Até o final do ano, vamos ter 100 espécies diferentes e aproximadamente 120 mil mudas dispo-níveis para vender”, disse Meyer.

O engenheiro agrônomo da Coper-cana, Rodrigo Zardo explica que para se reflorestar uma área é preciso plan-tar pelo menos 80 espécies diferentes. “Para reflorestar uma área de 1 hectare

é preciso de 1666 mudas de árvores de, pelo menos, 80 espécies diferentes”, afirma Zardo.

Para que o reflorestamento aconteça adequadamente, é preciso plantar árvores de porte pequeno e de rápido desenvolvi-mento para que elas dêem suporte para as árvores de grande porte crescerem e formarem a mata. É por isso que Meyer quer aumentar a diversidade de espécies e para isso ele compra sementes e tam-bém faz um trabalho de campo em busca

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Rodrigo Zardo e Gustavo. Ao fundo o viveiro da família Meyer

Os irmãos cuidam de cada detalhe para o desen-volvimento das mudas

de sementes de árvores que já existem nas matas da região. “Também tenho espécies de árvores frutíferas e exóticas (aquelas que são usadas em centros urba-nos para paisagismo), e a maioria dessas sementes, eu colhi aqui nos arredores da fazenda,” conta.

A matriarca da família, Maria Angé-lica Biagi Meyer, considera a atividade uma terapia, mas a diversificação da ati-vidade da família também tem uma visão lucrativa. “Quando estamos cuidando das plantas não sentimos a hora passar e as conversas são muito agradáveis”,

disse e completou: “não queríamos mais depender apenas da renda da cana-de-açúcar, por isso investimos nessa ativi-dade como uma nova fonte de renda para a família”, explicou Maria Angélica.

E a produção de mudas pode ganhar ainda mais destaque se o novo Código Florestal for aprovado. Zardo explica que só no Estado de São Paulo, em áreas de APPs (Área de Preservação Perma-nente), existem mais de 600 mil hecta-res para serem reflorestado. “Num curto espaço de tempo não teremos mudas su-ficientes para atender toda a demanda”, disse o agrônomo.

Se realmente a legislação entrar em vigor, o governo terá que incentivar mais proprietários de terras a entrar nesse ramo de atividade. “O governo terá que fomentar a atividade através de liberação de crédito para que a demanda por mu-das seja suprida”, completou Zardo.

Empolgada com o novo ramo de ati-vidade, a família Meyer quer ampliar até mesmo a área do viveiro. “Já estou

preparando uma nova área para implan-tarmos um novo viveiro de mudas e aí te-remos capacidade para produzir 200 mil mudas por ano”, finalizou Gustavo.RC

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24Notícias Sicoob Cocred

Balancete MensalCOOP.CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO

INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - JUNHO/2011Valores em Reais

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26Informações Setoriais

CHUVAS DE JUNHoe Prognósticos Climáticos

No quadro a seguir, são apresentadas as chuvas do mês de JUNHO de 2011.

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoTécnico Agronômico da Canaoeste

A média das observações de chuvas do mês de junho (32mm), “ficou” pou-co abaixo da média das normalidades climáticas (24mm) de todos os locais informados. Apenas na Açúcar Gua-rani e Fazenda Monte Verde (região de Olímpia-Severínia); Usina Ibirá e em São Simão é que as chuvas ficaram bem acima das respectivas médias his-tóricas.

O Mapa 1 abaixo mostra, que no período de 14 a 16 de Junho, o índice de Água Disponível no

Solo, apresentava-se como médio a bom na faixa Centro Sul, reduzindo a disponi-bilidade hídrica no quadrante Noroeste e, até crítico, no Nordeste do Estado.

Os índices de Disponibilidades de Água no Solo, aos finais de junho de 2010 e de 2011, mostrados nos Mapas 2 e 3 abaixo, mostram interessante e grande semelhança de água disponível à cultura na quase totalidade da área sucroenergé-tica do Estado.

Para subsidiar planejamentos de ati-vidades futuras, a Canaoeste resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteoro-logia e INPE-Instituto Nacional de Pes-quisas Espaciais para os meses de julho a setembro.

Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 13 a 15 de JUNHO de 2011. Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de JUNHO de 2010.

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• Para os meses de julho a setembro as chuvas poderão “ficar” próximas às médias históricas em todos estados da Regiões Centro Sul, tendendo para ficar ligeiramente abaixo das médias nos Estados do Sul do Brasil;

• Prevêm-se temperaturas médias próximas das normais climáticas nas áreas sucroenergéticas da Região Centro Sul, alertando para possíveis variabilidades temporais (possibili-dade de ocorrências de frios intensos) nos Estados do Sul;

• Como referência de normais climáticas de chuvas para Ribeirão Preto e municípios vizinhos, pelo Centro Apta-IAC, são de 20mm em julho e agosto, e de 55mm em setembro.

A SOMAR Meteorologia prevê, também, que as chuvas poderão “ficar” entre próximas das respectivas médias cli-máticas nos meses de julho a setembro, em toda região de abrangência Canaoeste. Pode-se acrescentar previsão semelhante (para abaixo da média) para o mês de outubro. A SOMAR assinala que está havendo equilíbrio entre os fe-nômenos La Niña (que vinha se manifestando) e El Niño. Entretanto, não está afastada a possibilidade do “retorno” de La Niña a partir da primavera (início de outubro).

Quanto às condições climáticas para estes meses de meio de moagem desta safra - julho a setembro, a Canaoeste sugere aos produtores de cana que busquem o máximo de qualidade em operações de colheita e aproveitem ao máxi-mo os dias e tempos disponíveis; bem como, efetuarem os necessários e aprimorados tratos culturais e até utilização de insumos (serem mais generosos nas adubações e atenções – muitas atenções mesmo - em monitoramentos de pragas e doenças), visando às crescentes demandas por matéria prima nas próximas duas safras.

Canaviais depauperados por falhas, pragas, doenças e ervas dani-nhas merecem renovações, visando redução da idade média e, con-seqüente, melhora da produtividade em atenção às safras futuras. Mas, atenção! Qualidade das mudas é fundamental para assegurar produtividade e longevidade dos canaviais. A relação custo/benefí-cio é por demais de favorável quando se empregam mudas sadias.

Estes prognósticos serão revistos a cada edição da Revista Canavieiros e fatos ou prognósticos climáticos relevantes serão noticiados em nosso site www.canaoeste.com.br .

Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos mais próximos ou através do Fale Conosco Canaoeste.

Mapa 3:- Água Disponível no Solo, 50cm de profundidade, ao final de JUNHO de 2011.Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de JUNHO de 2010.

Mapa 4:- Adaptação pela CANAOESTE do Prognóstico de Consenso entre INMET e INPE para o trimestre julho a setembro

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28Artigo Técnico

Acompanhamento da safra 2011/2012A safra 2011/2012, iniciada em março de 2011, encontra-se na 1ª quinzena do

mês de julho e, neste artigo, são apresentados os dados obtidos até a 2ª quin-zena de junho em comparação com os obtidos na safra 2010/2011.

Na tabela 1, encontra-se o ATR médio acumulado (kg/tonelada) do início da safra até a 2ª quinzena de junho, comparação com o obtido na safra 2010/2011, sendo que o ATR da safra 2011/2012 está 5,77 Kg abaixo do obtido na safra 2010/2011 no mesmo período.

Thiago de Andrade SilvaAssistente de Controle Agrícola da CANAOESTE

As tabelas 2 e 3 contém detalhes da qualidade tecnológica da matéria prima nas safras 2010/2011 e 2011/2012.

O gráfico 1 contém o comportamento do Brix do caldo da safra 2011/2012 em compa-ração com a safra 2010/2011.

Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelosfornecedores de cana da Canaoeste das safras 2010/2011 e 2011/2012

Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores de cana da Canaoeste, até a 2ª quinzena de maio, da safra 2010/2011

Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores de cana daCanaoeste, até a 2ª quinzena de maio, da safra 2011/2012

Gráfico 1 – Brix do caldo obtido nas safras 2011/2012 e 2010/2011

O Brix do caldo da safra 2011/2012 ficou abaixo em todas as quinzenas, em relação à safra 2010/2011, sendo de forma mais acentuada na 2ª quin-zena de março.

O gráfico 2 contém o compor-tamento da Pol do caldo na safra 2011/2012 em comparação com a sa-fra 2010/2011.

Pode-se observar que a Pol do caldo apresentou o mesmo comportamento do Brix do Caldo.

O gráfico 3 contém o comporta-mento da pureza do caldo na safra 2011/2012 em comparação com a sa-fra 2010/2011.

A pureza do caldo da safra 2011/2012, do início até a 2ª quin-zena de abril, ficou muito abaixo da obtida na safra 2010/2011, com maior acentuação na 2ª quinzena de março, ficando próximo, do mês de maio em diante, se igualando na 2ª quinzena de junho.

O gráfico 4 contém o compor-tamento da fibra da cana na safra 2011/2012 em comparação com a sa-fra 2010/2011.

A fibra da cana na safra 2011/2012 ficou acima da obtida na safra

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2010/2011 somente na 1ª quinzena de abril. Na 2ª quinzena de abril, 1ª quinzena de maio e 2ª quinzena de ju-nho observam-se poucas variações em relação à da safra 2010/2011, ficando bem abaixo na 2ª quinzena de março, 2ª quinzena de maio e na 1ª quinzena de junho.

O gráfico 5 contém o compor-tamento da Pol da cana na safra 2011/2012 em comparação com a sa-fra 2010/2011.

A Pol da cana obtida na safra 2011/2012 ficou muito abaixo da ob-tida na 2010/2011 em todas as quinze-nas, sendo a diferença mais acentuada na 2ª quinzena de março.

O gráfico 6 contém o comporta-

mento do ATR na safra 2011/2012 em comparação com a safra 2010/2011.

Pode-se observar que o ATR apre-sentou um comportamento semelhante ao da Pol da Cana.

O gráfico 7 contém o compor-tamento do volume de precipitação pluviométrica registrado na safra 2011/2012 em comparação com a sa-fra 2010/2011.

A precipitação pluviométrica mé-dia dos meses de fevereiro, abril e ju-nho de 2011 ficou acima dos valores observados em 2010. O mês de março ficou muito acima, comparativamente com o de 2010. Porém nos meses de janeiro e maio a precipitação pluvio-métrica desta safra ficou abaixo da observada em 2010.

O gráfico 8 contém o comporta-mento da precipitação pluviométri-ca acumulada por trimestre na safra 2011/2012 em comparação com a sa-fra 2010/2011.

Em 2011, observa-se um volume de chuva muito acima no 1ª trimestre e um pouco maior de chuva no 2º tri-mestre, se comparado aos volumes médios de 2010.

Houve na 2ª quinzena de junho um período de temperatura muito baixa com ocorrência de geada, em diver-sos locais e também acompanhados de ventos de grande intensidade cau-

Gráfico 2 – Pol do caldo obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011

Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011

Gráfico 4 – Comparativo das Médias de Fibra da cana

Gráfico 5 – Pol da cana obtida nas Safras 2011/2012 e 2010/2011

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Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) por trimestre, em 2010 e 2011Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada em 2010 e 2011

Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2011/2012 e 2010/2011sando o tombamento da cana. Essas ocorrências deverão impactar a qualidade da matéria prima, levando em conta também o florescimento apre-sentado em variedades mais suscetíveis devido às condições climáticas favoráveis, tais como temperatura, foto-período, umidade e radiação solar. Pode-se observar na 1ª quinzena de junho que a qualidade ficou mais próxima, em se com-parando esta quinzena com a mesma na safra 2010/2011; porém na 2ª quinzena de junho já se pode observar o impacto dos efeitos climáticos ocorridos, onde a qualidade ficou menor que a da 1ª quinzena de junho. RC

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32Artigo Técnico

Plantio Mecanizadomais um desafio a ser vencidoArmene José Conde – Gerente Regional Mauro Sampaio Benedini – Gerente RegionalJosé Guilherme Perticarrari – Coordenador de Pesquisa TecnológicaCTC - Centro de Tecnologia Canavieira

Figura 1 – Plantadora de cana desenvolvida pelo CTC.

INTRODUÇÃO - Depois da mecani-zação da colheita da cana na década de 80 e a introdução do corte da “cana

crua”, em maior escala na década de 90; períodos respectivamente marcados pelos termos: “mal necessário” e “necessidade de se pagar pedágio”, devida a acentuada tecnologia envolvida no processo; chega-mos ao início do século 21 com a implan-tação acelerada do plantio mecanizado, que certamente necessitará também de novos aprendizados. É a alternativa en-contrada para a falta de mão de obra e para reduzir custos. Sendo bem implantado, o plantio mecanizado tem produtividade e longevidade de canaviais semelhantes às do plantio tradicional.

O primeiro ensaio do CTC para es-tudar o plantio mecanizado foi realiza-do em 1989, numa área de 45 hectares. Ocorreram muitas injúrias nas mudas de cana e a brotação foi muito ruim, com muitas falhas por ataque de fungos (po-dridão abacaxi), inviabilizando o ensaio. Posteriormente, muitas tecnologias foram sendo estudadas e implantadas para viabi-lizar o sucesso desta prática. Em 1998, o CTC disponibilizava aos associados a sua primeira plantadora de cana, aprimorada com o passar dos anos (figura 1).

Igualmente à colheita, o plantio me-canizado necessita de preparo do terre-no para que as operações sejam realiza-das satisfatoriamente. O planejamento dos talhões e da sulcação devem ter o mínimo possível de sulcos curtos para reduzir manobras dos equipamentos. A manobra implica em perda de tempo e pisoteio, resultando em compactação

Dependerá da necessidade diária de plan-tio. A quantidade de plantadoras, colhedoras e a distância dos viveiros implicará no siste-ma de transporte, principalmente na quanti-dade de caminhões e finalmente nos custos. Quanto mais próximo o viveiro estiver da área de plantio, menor será o custo com o transporte da muda e maior será a capacida-de operacional do plantio. Distâncias maio-res que 5 km da área de plantio ao viveiro necessitarão de mais equipamentos, compo-sições rodoviárias e a eficiência de plantio dependerá de mais fatores, e desta forma a probabilidade de falta de muda é maior.

O dimensionamento mais comum de uma frente de plantio é de duas colhedo-ras para cada três plantadoras. Não exceder quatro plantadoras por frente de plantio para conseguir um aproveitamento próximo de 50-60% do tempo da plantadora, conside-rando as quebras, abastecimentos e mano-bras. No plantio de meiosi, uma colhedora já é suficiente para duas plantadoras.

É necessária, portanto, uma logística muito bem planejada de época de plantio e localização do viveiro para serem obti-das mudas novas e bem localizadas.

A idade das mudas é fator crucial para o sucesso do plantio mecanizado e ela deve estar com no máximo nove me-ses de idade, portanto, para o plantio de 18 meses (janeiro a abril) existe neces-

O alto custo dos equipamentos como co-lhedoras, adaptação das mesmas, sistemas de transportes com tratores de alta potência, transbordos ou ainda caminhões transbordos de alta capacidade e também as plantadoras de cana; são investimentos necessários para se fazer o plantio mecanizado. A alta capa-cidade operacional, assim como a boa qua-lidade do plantio dependerão de diversos fatores, alguns sendo destacados a seguir:

Preparo e sistematização

Viveiros

Logística do Plantio

sobre a área a ser plantada. O preparo de solo deve eliminar as camadas compac-tadas do ciclo anterior e não apresentar torrões. A distribuição dos toletes pelas plantadoras atuais ainda não é unifor-me, sendo que os torrões favorecem a presença de bolsões de ar que impedem o contato da gema com o solo, prejudi-cando a brotação da cana.

sidade de se plantar o viveiro de maio a agosto do ano anterior, em plantio de inverno. Esta prática não é comum no plantio tradicional no qual se planta normalmente mudas de 11-12 meses e

necessita de bom planejamento para a viabilização da mesma.

Algumas variedades como SP81-3250 e RB72-454 normalmente apresentam problemas de brotação em áreas de plan-tio mecanizado. De maneira geral exis-tem diferenças entre as variedades, mas as maiores causas de falhas são devidas à idade da muda, maior que nove meses, às injúrias na colheita destas como trincas e amassamentos nos toletes e problemas nas plantadoras também com injúrias, co-brição da muda inadequada, com muita terra e finalmente ainda, falhas dos ope-radores. As características físicas das ge-mas dos colmos não são significativas na capacidade de germinação como mostram diversos ensaios conduzidos pelo CTC.

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Para o plantio mecanizado os colmos são cortados em toletes com tamanho próximos a 40 cm, sendo o limite má-ximo para que dentro das plantadoras não causem embuchamentos e neces-sário para que os toletes apresentem de 2 a 3 gemas. A colhedora de cana deve receber alterações para colher mudas, para que não existam saliências que da-nifiquem as gemas dos toletes. Todas as partes metálicas que tenham contato com a gema devem ser lisas ou ainda melhor, emborrachadas. Existem kits que podem ser adquiridos no mercado para proteção dos toletes e gemas e também kits para pulverização de produtos fitossanitários nas partes cortantes da colhedora.

No corte de base o desgaste das facas é intenso e é recomendável que sejam avaliadas constantemente durante o tra-balho. Estas facas com poucas horas de trabalho já devem ser trocadas de posi-ção e também serem substituídas para se-rem reutilizadas posteriormente no corte de cana comercial, na safra.

A velocidade de trabalho deve ser baixa para que a limpeza da palha seja

No plantio um dos pontos cruciais é a quantidade de gemas colocadas de forma uniforme no sulco para não haver falhas no sulco (sem brotação de cana). A ha-bilidade dos operadores é fundamental para não despejar muitas gemas por me-tro, aumentando o consumo de muda por área e também favorecendo bolsões de ar evitando o contato do solo com as gemas ou de forma contrária, distribuir poucos toletes que não garantam a uniformidade do estande da cultura.

As plantadoras existentes no mercado realizam operações simultâneas de sul-cação de duas linhas com espaçamentos de 1,40m e 1,50m e também adubação, aplicação de inseticidas e cobrimento dos toletes.

O trator com a plantadora carregada de mudas e insumos formam um conjunto operacional com comprimento de mais de 15 metros e peso que pode variar de 20 a 30 toneladas, apresentando dificuldade para trafegabilidade no período chuvoso, de

Corte de Mudas

Plantio

Conclusão

bem feita. A presença de palha dificulta a movimentação da muda dentro da plan-tadora, prejudicando a distribuição dos toletes no sulco e impede o contato da gema com o solo, diminuindo a germi-nação. Velocidades normais de colheita de cana de safra (6-7 km/h) danificam os toletes e as gemas, deixando-os com trincas que permitem a entrada de pató-genos e a perda de água, ocasionando a diminuição do vigor.

É importante considerar que quando cortamos as mudas manualmente, os colmos antes de serem picados dentro dos sulcos, têm um tempo de “descanso” no campo suficiente para translocação de hormônios e auxinas que interferem na brotação, revigorando as gemas das re-giões medianas e basais do colmo, mais velhas e que apresentam menos vigor. Já no corte mecanizado, os colmos são sec-cionados junto com o corte de base e esta translocação não ocorre. Isto faz com que o plantio mecanizado exija que as técnicas sejam as mais corretas possíveis como preparo do solo, idade e qualidade da muda, distribuição no sulco, cobrição; devido ao vigor irregular das gemas.

alta umidade, que normalmente é feito o plantio. Também possui dificuldades para manobras.

Existem no mercado equi-pamentos com configuração de carretas tracionadas que depois da área sulcada, entram nos sulcos distribuindo os tole-tes. A operação de cobrimento da muda é feito em outra ope-ração separadamente. O ponto negativo deste equipamento é o risco de compactar o fundo do sulco, danificar mais as mudas, devido ao tráfego com umidade no solo do trator e da carreta distribuidora. A carreta possui uma haste escarificadora de sulcos que nem sempre é eficiente para eliminar a compactação causada dentro do sulco e, dependendo das condições do solo, poderá causar a formação de torrões, prejudicando a ope-ração de cobrição e brotação dos toletes. Outro problema é o sulco ficar aberto por muito tempo, diminuindo a umidade dis-ponível para a germinação dos toletes.

A complexidade do sistema de plantio mecanizado como um todo exige atenção e melhorias constantes nas operações de campo. O treinamento dos responsáveis técnicos, dos operadores de máquinas e demais funcionários da empresa resulta em aprimoramento operacional e con-sequentemente, em menores problemas com falhas no plantio e custos de produ-ção da cana. É função da empresa, pro-porcionar esta capacitação técnica aos seus colaboradores.

Figura 2 – Podridão abacaxi, doença causada pelo fungo Ceratocystis paradoxa.

Foto: Antonio Sérgio Marchi/CTC.

Figura 3 – Ensaio de aptidão varietal ao plantio mecanizado. Foto: Ivo Francisco Bellinaso

Como o problema de injúrias e menor vigor na germinação dos toletes no plantio mecanizado são significativos, o apodreci-mento dos colmos através da doença podri-dão abacaxi é preocupante, principalmente em plantios realizados no período mais frio do ano. Em ensaios realizados pelo CTC, o tolete classificado como ótimo, sem in-júrias, é melhor do que o regular, mesmo com fungicida para evitar doenças.

O CTC realiza todos os anos testes experimentais de plantio mecanizado (fi-gura 3) com suas variedades comerciais e também com clones promissores, obje-tivando auxiliar seus filiados na escolha dos melhores materiais para o plantio.

RC

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Revista Canavieiros - Julho de 2011

34Assuntos Legais

DITRDeclaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR)

Através da Instrução Normati-va RFB nº 1.166, de 21 de ju-nho de 2011, a Secretária da

Receita Federal disciplina o prazo, a forma e o procedimento para entre-ga da DITR (Declaração do Imposto sobre a Propriedade Rural) do exer-cício 2011, requisito obrigatório para manter devidamente regularizada a propriedade rural.

Está obrigada a apresentar a DITR (Declaração do Imposto sobre a Pro-priedade Rural) toda pessoa física e/ou jurídica que, em relação ao imó-vel a ser declarado seja, na data da efetiva entrega da declaração: pro-prietária ou possuidora, condômina, expropriada entre 1º janeiro de 2011 e a data da efetiva apresentação da declaração, inventariante, compos-suidora, etc., independente de estar imune ou isenta do ITR (Imposto Territorial Rural). No caso de mor-

Juliano BortolotiAdvogado da Canaoeste

te do proprietário do imóvel, como já dito, a declaração deverá ser feita pelo inventariante, enquanto não ter-minada a partilha ou, se ainda não foi nomeado inventariante, está obrigado o cônjuge, o companheiro ou o suces-sor do imóvel a qualquer título.

Cumpre informar que na referida DITR está obrigada a apurar o ITR (Imposto Territorial Rural) toda pes-soa física ou jurídica, desde que não seja imune ou isenta, sendo certo que a DITR corresponde a cada imó-vel rural e é composta dos seguintes documentos: DIAC – Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR, mediante o qual devem ser prestadas à Secretaria da Receita Fe-deral as informações cadastrais cor-respondentes a cada imóvel rural e a seu titular (obrigatório para todos os proprietários rurais); DIAT - Do-cumento de Informação e Apuração do ITR, onde devem ser prestadas à Secretaria da Receita Federal as in-formações necessárias ao cálculo do ITR e apurado o valor do imposto correspondente a cada imóvel (que se torna dispensável em caso de o imó-vel ser imune ou isento do ITR).

O valor do imposto é apurado apli-cando-se, sobre o Valor da Terra Nua Tributável (VTNt) uma alíquota (va-riável de 0,02% a 4,50%), levando-se em consideração a área total do imóvel e o grau de utilização (GU) desta, não podendo ser o valor nunca inferior a R$-10,00 (dez reais).

Demais disso, a propriedade rural localizada no Estado de São Paulo que possuir área de até 30 hectares, estará imune do ITR desde que o seu proprietário a explore só ou com sua família, além deste não possuir outro imóvel (urbano ou rural). Por seu tur-no, estão isentos de ITR os imóveis rurais compreendidos em programa oficial de reforma agrária oficial, bem como o conjunto de imóveis ru-

rais de um mesmo proprietário, cuja área total não exceda os 30 hectares e desde que o proprietário os explore só ou com sua família (admitida aju-da eventual de terceiros) e não pos-sua imóvel urbano.

O prazo para a apresentação da DITR de 2011 será de 22 de agosto a 30 de setembro de 2011, podendo ser feita de três formas, conforme o seu tamanho e localização: pela Internet, (www.receita.fazenda.gov.br); por mídia removível a ser entregue nas agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal; ou, em formulário próprio, a ser entregue nas agências da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Se o imó-vel estiver localizado no Estado de São Paulo e tiver área superior a 200 hec-tares, a declaração deverá ser feita ex-clusivamente pela internet (http://www.receita.fazenda.gov.br), assim como se o proprietário for pessoa jurídica.

Se a declaração for apresentada após o prazo, o proprietário terá de pagar multa de 1% do valor do im-posto ao mês. Nos casos de imóvel rural imune ou isento do ITR, a multa será de R$-50,00.

O pagamento do imposto (ITR) apurado poderá ser realizado em até 4 (quatro) quotas, mensais e sucessi-vas, desde que: nenhuma quota pos-sua valor inferior a R$-50,00; o im-posto de valor inferior a R$-100,00 será pago de uma só vez; a primeira cota ou cota única deverá ser paga até 30.09.2011 as demais quotas se-rão pagas até o último dia útil de cada

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Consecana CIRCULAR Nº 04/11DATA: 30 de junho de 2011

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de JUNHO de 2011. O preço médio do kg de ATR para o mês de JUNHO, referente à Safra 2011/2012, é de R$ 0,4952.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a junho de 2011 e acumulados até JUNHO, são apresentados a seguir:

Notícias Canaoeste

mês, acrescidas de juros com base na taxa Selic, calculada a partir de outu-bro de 2011 até o mês anterior ao do pagamento e, ainda, de 1% no mês do pagamento.

Por fim, deve ainda, o contribuinte preencher e protocolizar o ADA (Ato Declaratório Ambiental) perante o IBAMA, observando-se a legislação pertinente, com a informação de áre-as não-tributáveis, inclusive no caso de alienação de área parcial.

Isto porque, as áreas considera-das como sendo de preservação per-

manente (mata ciliar) e de Reserva Florestal Legal (20% da propriedade averbada na matrícula do imóvel com vegetação nativa) são isentas da tri-butação do ITR (Imposto Territorial Rural), desde que devidamente infor-madas no formulário ADA (Ato De-claratório Ambiental), que, a partir do exercício de 2007, é obrigatoria-mente enviado por meio eletrônico, via internet (ADAweb), através do site www.ibama.gov.br/adaweb/.

Portanto, para efeito de obtenção

do benefício da isenção tributária do ITR (Imposto Territorial Rural) em

áreas de preservação permanente e de reserva florestal legal, basta ao pro-prietário rural preencher e enviar ao IBAMA o formulário do ADA – Ato Declaratório Ambiental, informando referidas áreas de uso restrito.

Importante enaltecer, ainda, que visando um maior controle admi-nistrativo das propriedades rurais, o IBAMA começou a cruzar suas in-formações com a Receita Federal e o INCRA – Instituto Nacional de Co-lonização e Reforma Agrária, respon-sáveis pelo controle e recolhimento anual do ITR.

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD).

Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a junho de 2011 e acumulados até JUNHO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/11, são os seguintes:

RC

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36

“General Álvaro Tavares Carmo”

Visão Agrícola

A Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP) apresenta dois temas relevantes em agricultura e agronegócio em seus últimos volumes da revista Visão Agrícola. No volume 8 (oito) o tema é agroenergia. Com uma abordagem muito apropriada para este momento, em que o segmento é foco de atenção especial da mídia e dos governos em todo o mundo, faz-se ne-cessária uma reflexão abrangente sobre o assunto, para que o agronegócio continue contribuindo para o crescimento econômico do Brasil.

No volume 9 (nove) o enfoque é o Sistema de Plantio Direto (SPD), extremamente ade-quado para o atual momento, em que o grande foco é a sustentabilidade econômica, social e ambiental, contando, para tanto, principalmente com o conhecimento e a tecnologia. Uma ampla abordagem sobre cobertura do solo, fertilidade, matéria orgânica, microbiologia, mecanização agrícola, proteção de plantas, ambiente, aspectos econômicos, desafios e inovações tecnológicas são abordados de forma minuciosa e serão, cer-tamente, material de consulta constante acerca dessa temática tão atual.

Obs: trecho retirado e adaptado do Editorial dos dois volumes da revista citada.

VISÃO AGRÍCOLA. Agroenergia. Piracica-ba, SP: USP ESALQ, v.8, ano 5, jan/jun 2008. ISSN: 1806-6402

VISÃO AGRÍCOLA. Plantio direto. Piracica-ba, SP: USP ESALQ, v.9, ano 6, jul/dez 2009. ISSN: 1806-6402

Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini,

nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone :(16)3946-3300 - Ramal 2016

Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português.

“ O homem prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz.”

Aristóteles

Cultivando a Língua Portuguesa

PARA VOCÊ PENSAR:

Dicas e sugestões, entre em contato: [email protected]* Advogada, Prof. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua

Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.

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1) Pedro pretende ampliar a empresa.Precisa de mais “infra-estrutura”...

...e precisa conhecer a nova regra ortográfica.Regra, segundo o VOLP, 5 edição: o hífen deixa de ser empregado quando o prefi-

xo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente.

No exemplo: Infra - prefixo termina com a vogal a

Estrutura - segundo elemento começa com a vogal e

O correto é infraestrutura.

2) Maria está “ anti-social”. Não participa de eventos familiares, reuniões etc.

... e não sabe a nova regra ortográfica.Regra nova, segundo o VOLP, 5 edição: quando o prefixo ter mina em vogal e o

segundo elemento começa com as consoantes S ou R. Nesse caso, a consoante obri-gatoriamente passa a ser duplicada.

No exemplo: Anti - prefixo termina com a vogal i

social - segundo elemento começa com a consoante S

O correto é antissocial (dobra a consoante).

3) Ele disse que é “anti-religioso”....e não domina a nova regra ortográfica também.Regra nova, segundo o VOLP, 5 edição: quando o prefixo termina em vogal e o

segundo elemento começa com as consoantes S ou R. Nesse caso, a consoante obri-gatoriamente passa a ser duplicada.

No exemplo: Anti - prefixo termina com a vogal i

Religioso - segundo elemento começa com a consoante R

O correto é antirreligioso (dobrar a consoante r).

USP / ESALQ

“Saudade é ser depois de ter” Guimarães Rosa

“ Aprendi a selecionar meus diamantes, Cacos de vidros não me enganam mais...” AD

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Eventos em Agosto de 2011REunIãO TéCnICA sOBRE EduCAçãO

AMBIEnTAl PARA RECuPERAçãO E susTEnTABIlIdAdE dE FRAGMEnTOs FlOREsTAIsInício: 04/08/2011 Fim: 04/08/2011 Horário: 13:30 a 17:30local: Entro A.P.T.A. de Engenharia e Automação - Rod.

D. Gabriel P.B. Couto, km. 65 - Jundiaí-SP Vagas: 100 Público-alvo: profissionais das ciências ambientais e agrá-

rias, estudantes e demais interessadosContato: 11-4582-8155, r. 158 | [email protected]: gratuito

XXXII REunIãO dE PEsQuIsA dE sOJA dA RE-GIãO CEnTRAl dO BRAsIl

Empresa Promotora: PECEGE /ESALQ /USP / FEALQ Tipo de Evento: Reunião / Fórum / Workshop Início do Evento: 09/08/2011Fim do Evento: 10/08/2011Estado: SPCidade: São Pedrolocalização do Evento: Hotel Fazenda Fonte Colina Ver-

de, Rua Veríssimo Prado, 1.500, em São Pedro, SP Informações com: FEALQ - CDT site: www.pecege.esalq.usp.br/rpsrcb Telefone: 19 3417-6604E-mail: [email protected]

XI CuRsO A dIsTânCIA: TóPICOs dA CulTuRA dA CAnA-dE-AçúCAR

Início: 01/08/2011 Fim: 09/11/2011 local: Via internet e Aulas práticas presenciais nas regiões

de Piracicaba e Ribeirão PretoVagas: 60 Público-alvo: Técnicos, Biólogos, Engenheiros Agrôno-

mos e Agrícolas, estudantes e outros profissionais interessados em se especializar na cultura da cana-de-açúcar

Coordenadores: Marcos Guimarães de Andrade Landell, Hélio do Prado e Ivan Antônio dos Anjos

Contato: (16) 3621-1110 / (16) 3637-2650 | cana@iac.

sp.gov.br

XIII FóRuM InTERnACIOnAl sOBRE O FuTuRO dO ETAnOl 2011

Empresa Promotora: Revista Opiniões Tipo de Evento: Fórumdata do Evento: 29 de agosto de 2011Estado: SPCidade: Sertãozinholocalização do Evento: Teatro Municial de Sertãozinho

- SP

site: www.revistaopinioes.com.brTelefone: (16) 3965 4600

FEnAsuCRO & AGROCAnA 2011Empresas Promotoras: Reed Exhibitions e Multiplus

Feiras & EventosTipo de Evento: feiras de exposiçãodata de início: 30 de agostodata de término: 02 de setembroEstado: SPCidade: Sertãozinholocalização do evento: Av. Marginal João Olesio Mar-

ques, 3.563 – Distrito Industrial Maria Lúcia Biagi America-no – defronte á Rod. Armando Salles Oliveira, altura do Km 339, Sertãozinho – SP

Informações: www.fenasucroeagrocana.com.brTelefone: (16) 2132 8936

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