Edição 234 - Tukasom

132
www.backstage.com.br 3 SOM NAS IGREJAS

description

TUKASOM expande seus negócios e aposta no mercado carioca trazendo soluções em áudio, luz, imagem e energia • ABLETON - Como transferir os arquivos no modo Arrangement para o Session View • AURO d415 - Caixa promete soluções versáteis para integrar sistema de PA • ILUMINAÇÃO - FESTIVAL VIÑA DEL MAR - Projeto de iluminação trouxe conceitos dos anos 60 • TYROS 5 - Teclado sintetizador une poder sonoro, versatilidade e quebra preconceitos • LANÇAMENTO - QL SERIES - Novo console da Yamaha utiliza protocolo Dante e entradas analógicas • GOSPEL: Estúdio MK Music se moderniza e ganha nova acústica • CUBASE - Mixagem e masterização • PRO TOOLS: Vale a pena fazer o upgrade? • LOGIC PRO: conheça o efeito Arpeggiator

Transcript of Edição 234 - Tukasom

Page 1: Edição 234 - Tukasom

www.backstage.com.br 3

SOM NAS IGREJAS

Page 2: Edição 234 - Tukasom

4 www.backstage.com.br

SOM NAS IGREJAS

Page 3: Edição 234 - Tukasom

www.backstage.com.br 3

SOM NAS IGREJAS

Page 4: Edição 234 - Tukasom

4 www.backstage.com.br

SOM NAS IGREJAS

Page 5: Edição 234 - Tukasom

www.backstage.com.br 5

SOM NAS IGREJAS

Page 6: Edição 234 - Tukasom

6 www.backstage.com.br

SOM NAS IGREJAS

Page 7: Edição 234 - Tukasom

www.backstage.com.br 7

SOM NAS IGREJAS

Page 8: Edição 234 - Tukasom

8 www.backstage.com.br

SOM NAS IGREJAS

Page 9: Edição 234 - Tukasom

www.backstage.com.br 9

SOM NAS IGREJAS

Page 10: Edição 234 - Tukasom

10 www.backstage.com.br

SOM NAS IGREJAS

Page 11: Edição 234 - Tukasom

www.backstage.com.br 11

SOM NAS IGREJAS

Page 12: Edição 234 - Tukasom

12 www.backstage.com.br

SOM NAS IGREJAS

Page 13: Edição 234 - Tukasom

www.backstage.com.br 13

SOM NAS IGREJAS

Page 14: Edição 234 - Tukasom

SumárioSumárioAno. 20 - maio/ 2014 - Nº 234

18 Vitrine

O PC3 LE8, da Kurzweil, o PreAmp ADA 8 e o CP-4 Mini, sãouns dos destaques da coluna.

26 Rápidas e Rasteiras

A Sabian tem novo endorsee ea D.A.S. apresenta novosmodelos de line array.

34 Play Rec

Thiago Espirito Santo lançatrabalho autoral mesclandocontrabaixo, bandolim eacordeon.

36 Gustavo Victorino

Confira as notícias maisquentes dos bastidores domercado.

38 Serie QL Yamaha

Com a mesma interface da

linha CL, aliada à função touchscreen and turn, o operacionalpermanece intuitivo e atraentee pode se adequar ao perfil dequalquer engenheiro.

52 Sertanejo em Niterói

Um dos modelos de evento mais bemsucedidos atualmente, o Villa Mix al-cançou até mesmo searas onde pre-valecem o funk e o samba, como oRio de Janeiro.

30 Caixa Auro D415

Prática, leve e versátil, a Serie Auroda Samson traz o modelo de caixa

ativa D415, projetada para alcancelongo, com nível máximo de pressãosonora de 124 dB SPL.

118 Estúdios MK Music

A reforma no estúdio da gravadora,localizado no RJ, ganhou melhoriaacústica e retirada das sobras de gra-ves que existiam na técnica.

124 Boas Novas

Danielle Cristina grava segundo clipe

e já definiu a capa do seu mais novoCD É Só Adorar.

128 Vida de Artista

Dando continuidade à série sobre ahistória dos discos de sua carreira, LuizCarlos Sá chega ao sétimo de Sá &Guarabyra, o Harmonia.

NESTA EDIÇÃO

Alinhamento de PAMedir, analisar e diagnosticar possíveis problemas de sincronia nosom fazem parte de um alinhamento sonoro. O uso de softwares

pode auxiliar o trabalho dos técnicos.

Com a projeção dealcançar cerca de 10% do

mercado corporativofluminense, a Tukasom

entra em nova fase e passaa atuar de forma definitiva

no Rio de Janeiro e contacom mais três empresas

parceiras na área deiluminação, imagem e

energia elétrica paradesenvolver soluções. Em

entrevista exclusiva, Tukaconta quais são os planos

da companhia e fala sobreo mercado de

entretenimento no Brasil.

“4848

4040

Page 15: Edição 234 - Tukasom

CADERNO TECNOLOGIA

76 Ableton Live

Como produzir um material

no modo Arrangement etransferi-lo para o SessionView.

72 Pro Tools

Até onde vale a pena fazer os

upgrades do Pro Tools? Com osestúdios rodando várias versõesdo software, o ideal é adequar o

software às suas necessidades.

80 Reverbs

Além da reverberação natural

encontrada em salas e espaçosexistem também os rever-beradores físicos como o springe o plate.

94 Preview

Atendendo às exigências dos

lighting designers, o Mac QuantumWash, da Martin, promete maisbrilho no efeito wash.

CADERNO ILUMINAÇÃO104Ride de Light(n)ing

Em entrevista para o colunista

Cezar Galhart, o LD da bandade heavy metal Metallica, JohnBroderick fala como faz os seusprojetos de iluminação para osshows do grupo de rock.

60 Tecnologia

O Tyros 5, da Yamaha, veio fazer coro

para quebrar o preconceito que existiacom os teclados arrajadores, comrecursos e características que aten-dem aos profissionais mais exigentes.

64 Logic Pro

O Logic Pro incorporou uma nova

categoria de plug-ins, com 8 efeitos,

entre eles o Arpeggiator, que cria

arpegios baseados em notas MIDI.

68 Cubase

Mixagem e masterização no

Cubase. Onde começa um termina

o outro. Como fazer uso de tudo o

que está à disposição.

Expediente

Os artigos e matériasassinadas são de respon-sabilidade dos autores.É permitida a reproduçãodesde que seja citada afonte e que nos seja envia-da cópia do material. Arevista não se responsa-biliza pelo conteúdo dosanúncios veiculados.

DiretorNelson [email protected] administrativaStella [email protected]@backstage.com.brCoordenadora de redaçãoDanielli [email protected]ãoHeloisa BrumTraduçãoFernando CastroColunistasCezar Galhart, Cristiano Moura, GustavoVictorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg,Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, MarcelloDalla, Ricardo Mendes e Vera MedinaColaboraram nesta ediçãoAlexandre Coelho e Ricardo SchottEdição de Arte / DiagramaçãoLeandro J. Nazá[email protected] Gráfico / CapaLeandro J. NazárioFoto: Ernani Matos / Divulgação

Publicidade / AnúnciosPABX: (21) [email protected]

Webdesigner / MultimídiaLeonardo C. [email protected] AlvesPABX: (21) [email protected] de CirculaçãoErnani [email protected] de CirculaçãoAdilson SantiagoCrí[email protected]

Backstage é uma publicação da editoraH.Sheldon Serviços de Marketing Ltda.

Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - JacarepaguáRio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549CNPJ. 29.418.852/0001-85

Distribuição exclusiva para todo o Brasil pelaFernando Chinaglia Distribuidora S.A.

Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - Sl. AJardim Belmonte - Osasco - SPCep. 06045-390 - Tel.: (11) 3789-1628Disk-banca: A Distribuidora Fernando Chinaglia

atenderá aos pedidos de números atrasados enquantohouver estoque, através do seu jornaleiro.

Festival Viña Del MarA 55ª edição de um dos maiores festivais da América Latina e

que acontece no Chile, ganhou iluminação do LD espanholLuis Pastor, equipamentos Robe e som da Gabisom.

110110

Page 16: Edição 234 - Tukasom

CART

A AO

LEI

TOR

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

16

siga: twitter.com/BackstageBr

CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

xiste uma história que conta que, quando foi decidido cons-truir uma estrada de ferro no alto dos Alpes italianos, num

lugar de difícil acesso há mais de um século, alguns questionaramsobre a necessidade de tal obra se não havia trem e nem mesmo apromessa de trem para aquela região. A resposta teria sido quehavia, sim, a necessidade dele e que um dia ele teria que passar porlá. Foi por isso que a construíram.

Quem nunca ouviu de um aluno “pra quê estudar português ou ciên-

cias se eu não vou precisar?”. Se existe a necessidade, provavelmenteé porque um dia será preciso saber tal informação. Podemos dizero mesmo de algumas atitudes e decisões que devem ser tomadas nomercado. Antecipar necessidades e tendências há muito deixoude figurar apenas nos planos de marketing e passou a ser intrínse-co ao negócio.

Levando em conta as mudanças de comportamento do consumi-dor, mudanças tecnológicas e falta de um planejamento sério naeconomia do país, agir com antecipação, levando em consideraçãonovos caminhos que as necessidades já sinalizam torna-se quaseobrigação. Vinte anos, na Idade Contemporânea Tecnológica, sig-nifica muito tempo. Velhos conceitos e modelos não sobrevivemsequer por 10 anos mais.

Como numa espiral sem fim, nessa Era, empresas têm que repen-sar caminhos e propósitos com muito mais frequência, sem deixarde prestar atenção nas necessidades já apontadas pela própria evo-lução do negócio. Pode não ser a solução para todos os problemas,mas pode ser a salvação futura.

Boa Leitura,

Danielli Marinho

E

O treme ferrovia

Page 17: Edição 234 - Tukasom

17

Page 18: Edição 234 - Tukasom

VITR

INE

ÁUDI

O| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

18

SISTEMA SEM FIO GLXDwww.shure.com.br

O Sistema sem Fio Shure GLX-D conta com tecno-logia inteligente e gerenciamento de energia, ofere-cendo áudio digital profissional para cantores e músi-cos em qualquer ambiente. O Gerenciamento Auto-mático de Frequências LINKFREQ garante totalconfiabilidade e áudio cristalino, sem falhas, e é umadas principais características do equipamento. Aconfiguração do sistema é simples e rápida. Com ape-nas quatro passos é possível fazer a sincronização defrequência entre transmissor e receptor. Outro desta-que é o gerenciamento de Bateria Recarregável. Ostransmissores GLX-D contam com baterias de íonde lítio, que são carregadas rapidamente por meio deum encaixe no receptor ou por meio de uma grandevariedade de conectores USB.O Sistema Sem Fio GLXD trabalha com as cápsulasmais usadas pelos vocalistas, como as lendáriasSM58®, SM86, BETA58A® e BETA87A e possui trêssistemas disponíveis para Vocal (GLXD24BR/SM58,GLXD24BR/BETA58 e GLXD24BR/BETA87A).

TYROS 5www.yamaha.com.br

O Tyros 5 traz o que há demelhor na tecnologia Yamaha, comnovas possibilidades inexploradas pelosmodelos anteriores. Mais que completo, o teclado écapaz de produzir sons incrivelmente realistas, acompanha-dos por efeitos elaborados pelos melhores músicos e compositores domundo, fazendo do produto a última palavra em teclados arranjadores. Tudoisso reunido em um novo e exclusivo design, com acabamento em titânio, tornandoo Tyros 5 uma verdadeira obra de arte high-tech. As posições dos botões de operações e dosknobs receberam especial atenção, privilegiando a destreza do músico, característica presente emtoda a linha Tyros. O novo teclado arranjador da Yamaha está disponível em duas versões, com 61 e 76 teclas.

GUIA DE ONDAS NURWS-1.4 PWGwww.amercobrasil.com.br

A CIARE, por meio de seu distribuidor oficialno Brasil, estará presente na AES Expo Brasil2014 e entre os principais produtos, os visitan-tes poderão conferir o novo Guia de OndaNURWS-1.4 PWG (Non Rational WavefrontShape), além de outro recente lançamento, oFMJ-60J, um driver de 1.4”, bobina de 2.36”- 60mm, com 80 Watts RMS, resposta de frequênciade 0.8 ÷ 20 kHz, e sensibilidade de 107 dB SPL(1w/1m). Confira mais detalhes no site do dis-tribuidor oficial.

Page 19: Edição 234 - Tukasom

19

Page 20: Edição 234 - Tukasom

VITR

INE

ÁUDI

O| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

20

NEO1840TOPwww.taigar.com.br

Esse line array é ideal para grandes even-tos. O modelo Neo1840Top possui sensi-bilidade média de 105,6 dB 1W/1m, po-tência 1500W RMS, resposta de 80Hz -20KHz, peso de 62,9 Kg. Completam ascaracterísticas impedância de 16 ohms(LF), 32 ohms (MF) e 16 ohms (HF),conectores Speakon NL8MPR. O acaba-mento da caixa é em compensado navalmultilaminado preto texturizado e telaem chapa de aço perfurada.

MICRO-AFINADOR S-1www.sonotec.com.br

Do mesmo fabricante Qwik Tune, a Sonotec importa e distribui para todoo país os fantásticos afinadores Snark com metrônomo visual e displaycolorido que oferecem precisão na hora de afinar o seu instrumento decordas. O afinador S-1 é uma versão miniatura do clássico modelo SN-1,já distribuído pela Sonotec para todo o país. Indicado para violão, guitarrae contrabaixo, o mini-clip S-1 é um afinador cromático discreto e compouco mais de 1x1” que se esconde por trás do headstock da guitarra. Seudisplay multicolorido e a fixação por presilha permitem uma medição rá-pida e precisa.

MIDAS PRO2www.proshows.com.br

O Midas PRO2 é um sistema de mi-xagem de áudio que oferece nível semigual de integração de controle noque se refere à velocidade e facilidadedo fluxo de trabalho. Possui interfacede operação do usuário mais intuitiva,com melhor custo-benefício, com-parado a outros consoles existentes nomercado. A PRO2 pode ser operada dediversas maneiras – modo normal eavançado – permitindo acesso a ní-

veis de controle, com facilidade de trabalho jamais imaginadas para um console de áudio profissional. Entre ascaracterísticas do equipamento se destacam 156 entradas x 166 saídas (capacidade máxima) com roteamentoponto a ponto totalmente flexível dentro da rede de comunicação; 56 entradas de microfone/linha com preampspara microfone da Midas; 64 canais de processamento de entradas simultâneas; 32 saídas analógicas (incluindo2 saídas de monitor estéreo locais); 3 saídas do tipo AES3; 2 entradas do tipo AES3; 27 grupos de mixagem comcoerência de fase, com sincronização de amostras; 6 processadores de efeito multi-canal; até 28 EQs gráficos de31 bandas modelo DN370 da Klark Teknik, 8 grupos VCA (Associação de Controle Variável), 6 gruposPOPulation, processamento de 96kHz 40-bits com flutuação de ponto total, sistema multicabo de 100m bi-direcional do tipo Cat-5e AES50 digital snake (48 in x 16 out).

Page 21: Edição 234 - Tukasom

21

Page 22: Edição 234 - Tukasom

VITR

INE

ÁUDI

O| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

22

SISTEMA TOUR GUIDE 640PROwww.lyco.com.br

A LYCO está lançando o sistema Tour Guide,composto pelo transmissor BT-640PRO e o re-ceptor BR-640PRO, que possuem alta potênciade transmissão e estabilidade de sinal. Com ele,é possível transmitir em 40 frequências diferen-tes operando em UHF e utilizar quantos recep-tores desejar. Ideal para apresentações e utiliza-ções profissionais desde museus, conferênciasinternacionais e passeios turísticos em locaisabertos ou fechados.

PULPS 950 DUPLA ATIVAwww.leacs.com.br

Essa linha de caixas Ativas/Passivas foram proje-tada para pequenas e médias sonorizações. Dispo-níveis nos formatos Frontal e Monitor, elas sãomuito famosas pelo seu ótimo custo- benefício.Na versão Monitor, a caixa também atua comoFrontal, pois tem a mesma dinâmica das frontais,passando a ser um verdadeiro trunfo na mão dosoperadores. Além disso, o equipamento possuientrada USB para tocar formatos mp3 e wma, econtrole remoto.

XC-SERIESwww.dbaudio.com

O sistema XC-Series é uma gama de colunas de alto-falantes que oferece elevados níveis de inteli-gibilidade da fala em ambientes acústicos difíceis. Omaior elemento da série, o alto-falante 24C, podeefetuar uma atenuação de banda larga de -18 dB en-tre a frente e a traseira de propagação para baixocomo 190Hz, com a adição do extensor 24C-E, ou a370 Hz, quando utilizado sozinho. Todos os seis LF eHF drivers no 24C são cruzados passivamente, por-tanto, podem ser conduzidos por um único canal doamplificador. O 24C produz uma inclinação parabaixo de cinco graus na escala baixa e média, en-quanto um ajuste variável nas frequências altas éorientável entre zero e menos de quatorze graus.

Page 23: Edição 234 - Tukasom

23

Page 24: Edição 234 - Tukasom

VITR

INE

ÁUDI

O| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

24

FONE DE OUVIDO ATH-M10www.proshows.com.br

O fone de ouvido para monitoração ATH-M10 oferece excepci-onal conforto, qualidade sonora e isolamento de ruídos exter-nos com resposta de frequência natural para mixagem emonitoração profissional. Excelente designer e resistentes, osfones acolchoados e robustos foram desenvolvidos para um ex-cepcional isolamento de ruídos, sendo ideais para audições queduram horas de uso. Compõem as características do microfone:resposta de frequência 30-20,000 Hz, fone circumaural para iso-lamento superior, resposta clara e precisa para monitoração emixagem, falantes com diâmetro de 40mm para resposta defrequência natural e equilibrada e cabo reto dual terminado emmini-plug 3,50 mm com adaptador de 6,30 mm (1/4”).

MR 980www.mrmix.com.br

Esse microfone que a Mr. Mix traz ao mercado é ummicrofone dinâmico que possui padrão polar cardióide,unidirecional, qualidade de tom claro, com uma estru-tura de metal sólida. A esponja de proteção integradacontra vento e ruído de respiração deficiente é outracaracterística do produto de uso profissional de quali-dade estável e confiável. O MR 980 possui resposta defrequência 40 Hz – 17 KHz, sensibilidade -52dB + -3dB (0dB=1v/Pa a 1kHz), impedância de saída de 600ohms + 30% (a 1kHz).

PC3 LE8www.equipo.com.br

Sons fantásticos, performanceincrível, expressividade musical efacilidade de operação. A nova sé-rie PC3LE da Kurzweil combina aperfeita qualidade sonora, con-trole de performance a uma nova interface de usuário objetiva e inteligente, proporcionando uma experiênciainterativa que inspira a criatividade. Esse teclado de 88 teclas pesadas sistema Hammer Action, com sensibilida-de ao toque e aftertouch (Fatar TP40L), possui ainda polifonia de 64 vozes, com alocação dinâmica de rápidaperformance, e motor de síntese PC3 e edição V.A.S.T. a partir da versão 2.0 do S/O, que dá ao usuário mais poderde programação de algoritmos DSP e roteamento. Outras características incluem VA1 Interno, osciladores pode-rosos e processamento DSP diretamente do synth protótipo Kurzweil VA1, 1061 presets de fábrica e ainda os 16arpegiadores completos e independentes com múltiplos modos, com seleção de ordem das notas, velocidade,duração, tempo e funções de sincronismo para ritmos pré-gravados e frases musicais.

Page 25: Edição 234 - Tukasom

25

PRE AMP ADA 8www.equipo.com.br

Este pré-amplificador de microfone de uma unidade derack, com conversão AD/DA, permite, por exemplo, obtersinais de/para um gravador multipista com a maior facili-dade. Os famosos pré-amplificadores de baixo ruído daPhonic fornecem clara reprodução de áudio que demons-tram as nuances de seu áudio, enquanto os conversoresAD/DA fazem com que o áudio seja convertido cuidadosa-mente para digital – não resultando em distorção ou degra-dação de sinal. Destacam-se entre suas características al-cance de ganho -10 a +40 dB, saídas de linha XLR balan-ceado eletronicamente, entrada e saída digital tipoTOSLINK, Conversor AD/DA: Tipo 24-bit, 64 vezesoversampling, delta-sigma, Alcance Dinâmico (entradaanalógica para saída digital, aprox. 103 dB), alcance defrequência 44.1 a 48 kHz

CP-4 MINIwww.yamaha.com.br

A Yamaha mais uma vez revolu-ciona ao dar seguimento em sua len-

dária linha CP. Entre seus melhores recursos estão as te-clas de madeira (realmente de madeira no CP-4) com omelhor mecanismo do mercado, sons da linha CFX (pia-nos de concerto Yamaha), saída de áudio XLR (balancea-da), 5 Equalizadores Sliders físicos, gravador e leitor deáudio, polifonia de 128 vozes. Tudo muito fácil de operare pesando menos de 16kg. Está esperando o que para tes-tar essa máquina que possui síntese especial YamahaSCM (spectral component modeling) na loja mais próxima?

Page 26: Edição 234 - Tukasom

RÁPI

DAS

& RA

STEI

RAS

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

26

Empresa argentinaadquire equipamentos PointeA Fusión Sur, que tem base na cida-de de Comodoro Rivadavia, Chu-but, no sul da Argentina, e que for-nece iluminação, áudio, vídeo e es-truturas para uma ampla varieda-de de eventos e shows, adquiriu oitoRobin Pointe para compor seu es-toque de equipamentos de ilumina-ção. Recentemente, os aparelhosforam utilizados na turnê do grupode rock uruguaio No Te Va a Gustar(NTVG) e também para o show do

artista italiano Franco de Vita, naprópria cidade de Comodoro Riva-davia. O lighting designer paraNTVG foi Martín Arriola e paraFranco de Vita, Roberto Penso. Nosshows de No Te Va a Gustar, os oitoPointe estavam localizados em umaestrutura no fundo do palco sobre atela de LED, enquanto para FrancoDe Vita, ficaram sobre o chão nafrente do palco, com quatro apare-lhos para cada lado.

TURNÊ DE MILEY CYRUS COM EQUIPAMENTOS SGM

A turnê pela Europa da cantorateen Miley Cyrus ganhou 87 no-vos equipamentos da SGM, os no-vos X-5 LED strobes. O lightingdesigner Rob Sinclair, que traba-lha pela primeira vez com Myles,explica que essa foi a primeira vezque usou os strobes. Os equipa-

mentos, que foram introduzidos naturnê por recomendação do produ-tor de design Es Devlin, tinhamcomo função “brigar” com umparedão de painéis de LED, por issoSinclair escolheu os equipamentosque dessem maior quantidade debrilho e os agrupou em blocos.

Fo

to: S

teve J

ennin

gs / D

ivu

lgação

COPA YAMAHAPREMIARÁ MELHORTECLADISTAEntre os dias 3 de abril e 16 de

julho músicos podem se inscre-

ver para participar da Copa

Yamaha de Teclados Arran-

jadores, que a Yamaha Musical

do Brasil promove e que irá pre-

miar o tecladista mais versátil

com um teclado arranjador

Tyros 5, lançamento da marca.

Os músicos têm de provar sua

criatividade e perícia produzin-

do dois vídeos em que estejam

utilizando os teclados PSR-S950,

PSR-S750 ou Tyros 4. No primei-

ro vídeo, o participante deve to-

car a música no qual se baseou

para criar o estilo. Já na segun-

da performance, ele deve tocar

o mesmo estilo em uma música

completamente diferente.

Depois, os estilos selecionados

serão postados na página da

Yamaha no Facebook, entre os

dias 17 de julho e 16 de agosto.

Os oito mais curtidos disputarão

o primeiro lugar ao vivo, no dia

17 de outubro, em local que ain-

da será definido. Caso o te-

cladista seja um dos oito esco-

lhidos, a tarefa ficará ainda mais

difícil, pois o músico deverá ter

na manga mais três estilos para

competir nas eliminatórias.

As inscrições são pelo site da

Yamaha.

ALEXANDRE APOSANINTEGRA TIME DA SABIANO baterista Alexandre Aposan é o

mais novo integrante do time de ar-

tistas da Sabian, que conta com

nomes consagrados como Chad

Smith, Jack De Johnette, Mike

Portnoy, Dave Weckel e, no Brasil,

Vera Figueiredo, Albino Infantozzih,

Cuca Teixeira, Maurício Leite, entre

outros. O artista participou de um

“Welcome Show”, promovido pela

Equipo, no dia 9 de abril, na EMT –

Escola de Música e Tecnologia – em

Jabaquara (SP).

Page 27: Edição 234 - Tukasom

27

GRAVAÇÃO DO DVD DE ANITTA

O fenômeno pop Anitta gravou seuprimeiro DVD no HSBC Arena, noRio de Janeiro, e contou com as em-presas de São Paulo Apple Produ-ções e Spectrum Iluminação, quecombinaram recursos para fornecerequipamentos de ponta para o pro-jeto de iluminação de Carlos No-gueira. Uma variedade de movingsda Robe (76 Pointe, 36 MMX Wash-Beam, 34 LEDBeam 100, 24 LED-Wash 1200 e 40 LEDWash 600), fo-ram os equipamentos escolhidospara compor o registro. Os Pointeforam montados junto com outros

aparelhos em três estruturas em li-nha no teto do palco formandouma espécie de V estendido. OsMMX WashBeam foram usadospara fazer a iluminação de frentepara todos os artistas no palco epara a platéia, enquanto os LED-Beam 100 estavam em volta da pla-téia em uma estrutura de dois me-tros de altura. Os LEDWash 1200também foram distribuídos na pla-téia para a iluminação da pista e daarquibancada, e os LEDWash 600foram usados também para cobrir ocenário e os bailarinos.

Foto

: Art

hur C

arr

atu

/ D

ivulg

ação

NÃO CONFUNDA SUB 800 COM 18-800 STEm 2010 foi lançado o 18-800 ST, um alto-falante montado com o mesmo reparo do SUB

800 convencional, garantindo a mesma resistência mecânica e resposta de

frequência. Porém o mesmo possui um conjunto magnético menor e

consequentemente menor nível de SPL. Este modelo foi criado para

atender as mesmas necessidades do consumidor que hoje utiliza

o SUB 800, que buscava um produto com valor mais acessível.

O produto é um sucesso de vendas, mas é bom ficar atento

pois não é aconselhável misturar modelos diferentes no

mesmo sistema, pois podem acontecer cancelamentos.

Page 28: Edição 234 - Tukasom

RÁPI

DAS

& RA

STEI

RAS

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

28

WORKSHOP HARMAN DA SOUNDCRAFT VI6

No dia 26 de março, na Fundição Progresso (RJ), o palestrante Luis Salgueiro

(vendas e marketing da Harman), promoveu um workshop para cerca de 30

participantes. No evento, foi apresentado o console Vi6, da Soundcraft, e as prin-

cipais inovações e diferenças entre ele e os modelos Vi4 e Vi1.

EQUIPO PROCURANOVOS TALENTOSComo parte de seu processo de

renovação a Equipo está em bus-

ca de novos talentos na área co-

mercial para o segmento de ilumi-

nação profissional. Os candidatos

devem possuir experiência no se-

tor, serem dinâmicos, pró-ativos e

arrojados. Interessados devem en-

viar currículo para joey.gross-

[email protected] ou adria-

[email protected]

A PR Lighting apresentou umagama de novos produtos durante afeira de Frankfurt. Os novos apa-relhos incluíam característicascom aplicações para estúdios e atépara o mercado fotográfico. Entreos destaques estavam os 5000sPR, os XR200 e XR300 Beams, osXLED 336 e 250 XLED Spots. Noentanto, a grande novidade foi onovo XLED 2007 Beam. Este miniaparelho, pesando apenas 4,36 kg,tem todas as vantagens dos XLED336, mas pode rodar indefinida-mente e contém sete das fontes deluz Osram Ostar, equivalente a15W cada, com LED 4 em 1.

PR une tecnologia eeconomia na Prolight+Sound

D.A.S. AUDIO EVENT SERIES

A D.A.S. introduz uma nova série desistemas Line Array chamado EventSeries, destinado a pequenos e médi-os sistemas de reforço sonoro. Idealpara utilização em instalações fixasbem como em sistemas móveis, anova série é composta por três mode-los, dois Lines Arrays e um sistema desub. Os Lines Arrays da linha EventSeries incluem dois modelos, o Event208A e o Event 210A. Ambos são 3vias amplificados configurados com2x8'’ e 2x10'’ respectivamente.As unidades de alto-falantes uni-ram-se com um driver M-75 junto asua guia de onda de alumínio injeta-do. Ambos os modelos são alimen-tados por um amplificador de trêscanais Classe D que oferece 360Wpeak por canal. O painel traseirodo amplificador inclui NeutricXLR e conectores PowerCon, LEDsde status para facilitar a configura-ção e uma interface D.A.S. Easy-DSPTM que simplifica a seleçãopredefinida para o número de uni-dades e profundidade de tiro.

Page 29: Edição 234 - Tukasom

29

A Sonotec Music & Sound reuniu representantes co-merciais e equipe interna de vendas, em São Paulo, nodia 3 de abril, para a 2ª edição do ‘Encontro de Traba-lho’ de 2014. Mark DeCaterino, representante da dis-tribuidora Kaman para a América do Sul, realizou umtreinamento de vendas sobre as marcas Charvel e Kat– assumidas recentemente pela Sonotec no Brasil.O coordenador de markerting Northon Vanalli e o as-sessor de imprensa Lucas Ferracioli apresentaram asações desenvolvidas e os futuros projetos do departa-mento de Marketing da Sonotec e o gerente comercialNenrod Adiel informou sobre o desempenho em ven-das de cada região no início de 2014 e as metas para opróximo trimestre. Durante o encontro, o diretor ad-ministrativo Alexandre Seabra apresentou os instru-

mentos musicais e acessórios que estão sendo desenvolvidos e importados pela Sonotec nos próximos meses. Deacordo com ele, a intenção é realizar encontros trimestrais. “Este ano, optamos por uma presença mais efetivajunto aos nossos representantes comerciais. Dessa forma, pretendemos acompanhar de perto as necessidades decada região e corrigir pontualmente os resultados em vendas e eventuais falhas que possam surgir”, completou.Os participantes contaram com a presença do baterista Alexandre Aposan, durante o anúncio do lançamento dasérie Gretsch Catalina Ash, que estará disponível no Brasil a partir de julho.

Sonotec reúne representantes

Page 30: Edição 234 - Tukasom

RÁPI

DAS

& RA

STEI

RAS

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

30

Com visual moderno e alta potência, o

produto oferece 10 opções de cores.

A Yamaha Musical do Brasil apresenta o

novo integrante de sua família de micro

systems: o MCR-B142, que alia potência

e estilo, além de contar com alta

tecnologia. O sistema Bluetooth permite

a interação com smartphones, possibili-

tando que o usuário ouça as músicas do

dispositivo por meio do sistema sem fio.

O micro system possui, ainda, entrada

USB compatível com iPad, entrada auxi-

liar P2, rádio FM com memória para 30

estações, dock para iPod/iPhone, CD

player (audio CD, MP3, WMA) e In-

telliAlarm (despertador que toca a músi-

ca favorita do usuário em volume baixo,

aumentando gradualmente o volume

para um acordar mais suave).

Além das tecnologias já citadas, o MCR-

B142 apresenta ótima qualidade de

áudio, com 30W RMS de potência. Tudo

isso reunido em um visual moderno e

estiloso, com 10 opções de cores: bran-

co, verde, vermelho, preto, rosa, laranja,

marrom, cinza, amarelo e roxo.

Yamaha lançamicro system MCR-B142

JAZZ NO VERÃO ITALIANO

Entre 27 de julho e 3 de agostoacontece um dos principais festi-vais na Europa para estudantes demúsica. O Arcevia Jazz Fest, naregião de Marche, na Itália, reúneprofessores de países como EUA,Alemanha, Eslováquia, África doSul, Noruega, Inglaterra, Suíça,Espanha, França e Brasil para quecada um traga sua vivência musi-cal, suas referências e não só apre-sentem aos alunos como tambémincentivem a troca de conheci-mento entre os participantes dediversas partes do mundo. Du-rante uma semana, são ministra-das aulas de todos os instrumen-tos, além de cursos de harmonia,prática de banda, improvisação,técnica vocal, oficinas, laborató-rios e até mesmo treinamentospara simplesmente aprender a

apreciar a música. São 9 horas deaulas todos os dias (com interva-los para almoço e jantar) e à noiteacontecem jam sessions pelasruas ou espaços culturais da cida-de de Arcevia.Através de uma parceria entre oFestival e a South African Collegeof Music, dois alunos serão premi-ados com cursos de jazz com dura-ção de duas semanas na África doSul, em Cape Town. A novidadede 2014 é que outros dois alunostambém serão premiados combolsas para um curso de uma se-mana na Columbia College, emChicago, universidade que trarápara o Festival seu Coordenadorde Estudos de Jazz e professor ti-tular, Scott Hall.Mais informações pelo:www.arceviajazzfeast.it

BIGLIONE EM NOVA EDIÇÃOO autor Euclides Amaral acaba delançar a 3ª edição do livro O guitar-

rista Victor Biglione e a MPB.

HARMAN’S WEEKA Harman do Brasil realizou, em parceria com a Mil Sons, nos dias 8 e 9 de abril, em

Porto Alegre, dois encontros voltados para os músicos e profissionais do mercado

fonográfico. No dia 8, o músico e consultor Richard Powell apresentou a linha de

produtos da marca AKG e demonstrou os pedais e pedaleiras da Digitech. No dia 9,

foi a vez do consultor da Harman Luís Salgueiro apresentar as mesas digitais

Soundcraft, DBX e Crown. Os eventos aconteceram nas lojas Mil Sons da Rua Coro-

nel Vicente e da Rua Alberto Bins. O evento ainda seguirá para as cidades de Natal,

Recife e João Pessoa, em maio e junho, e finaliza nas lojas Mil Sons, em São Paulo.

EQUIPO FORNECEINSTRUMENTOS PARASUPERSTARO novo reality show de competição

musical, o Superstar, que estreou no

dia 6 de abril na TV brasileira, teve o

cenário composto por diversos ins-

trumentos musicais fornecidos pela

Equipo, dentre eles, baixos e guitar-

ras da consagrada marca japonesa

Ibanez, amplificadores Laney e

Hartke, além de bateria da marca

Tama e fone de ouvido da Koss. O

programa de entretenimento tem

como apresentadores Fernanda

Lima e André Marques, no corpo de

jurados cantores como Dinho, Ivete

Sangalo e Fábio Junior. A Equipo

também foi responsável pelo forneci-

mento de produtos para as duas

edições do programa The Voice

Brasil realizadas em 2013 e 2012.

Page 31: Edição 234 - Tukasom

31

Page 32: Edição 234 - Tukasom

RÁPI

DAS

& RA

STEI

RAS

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

32

Page 33: Edição 234 - Tukasom

33

Page 34: Edição 234 - Tukasom

PLAY

REC

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

34

DANIELLI MARINHO | [email protected]

Na gíria dos jogadores debola de gude, Marraio é ogrito que dá direito a sero último a jogar. Produ-zido por Lello Guita, quetrabalhou no disco deestreia da banda, essenovo álbum duplo doquinteto traz um reper-tório totalmente autoral

e arranjos criados de forma coletiva. A paixão peloclassic rock das décadas de 1960 e 70 se funde às influ-ências do rock nacional brasileiro dos anos 80 e atémesmo ao reggae e funk, samba e baião. Mas cada umdos discos têm cara diferente. O primeiro (Lado B) émais direto e roqueiro. O disco 2 (Lado A) traz umavertente mais experimental, como nas faixas Saudade eMaravilhosa, em que a banda flerta com o baião. Comprodução fonográfica da MAF Produtora, o CD temprodução musical de Lello Guita, arranjos da própriabanda Marraio e masterização de Ricardo Garcia(Magic Master Mastering Studio).

B-A BA!Marraio

Conhecido com um dosmais versáteis e origi-nais cantrabaixistas domundo, por seu estilo etécnicas musicais, Thia-go Espirito Santo lançanovo trabalho essenci-almente autoral, apre-sentando diálogos entrecontrabaixo, bandolim e

acordeon. Novas faixas gravadas ao vivo exibem ovirtuosismo e a brasilidade genuína que fazem gingaras quatro cordas de Thiago nesse novo CD. Composi-ções próprias e parcerias sob ares modernos da forma-ção inusitada, transportam os ouvintes ao universo dochoro, com visitas ao baião e forró. Também partici-pam desse novo trabalho, o pai do músico, o multi-instrumentista Arismar Espirito Santo, na faixa desua autoria Sonhando Acordado, e sua mãe, a pianistaSilvia Goes, em E foi, é.

ALMA DE MÚSICOThiago Espirito Santo

Completando 15 anosde estrada, o cantor ecompositor Landau lan-ça o álbum Casca Grossa,apresentando a nova fa-se de seu rock alternati-vo de forma consistente,inspirado no Hard Rockdos anos 70. Das faixasmarcantes, Pé na Estrada

evidencia a personalidade rock pop de Landau, masdesta vez, com uma nova malícia e um lado countryinédito explorado pelo artista. Eu Sou Terrível é umasurpresa boa do CD e uma das faixas que tem o bluesenraizado. A música O bem e o mal vem séria, exige cor-das vocais mais graves do cantor, e com a companhiada melancolia, ganha uma face inédita da MPB. Amo-

res Possíveis vem com o romantismo de Landau quenão pode ficar de fora, com a visão de solidão docowboy morando em São Paulo. Casca Grossa repre-senta a liberdade sonora do novo álbum, com uma veiamais rock´n roll e rústica. Além do próprio Landau, odisco é produzido por Paulo Senoni e masterizado porSteve Corrao (Sage Audio) de Nashville, USA.

CASCA GROSSAFlavio Landau

O violinista mineiro ra-dicado no RJ lança seuprimeiro CD de trabalhosolo, produzido pelo com-positor Sergio Roberto deOliveira. Ayran Nico-demo, que passo u a inte-grar a Orquestra Sinfô-nica do Theatro Muni-cipal do Rio de Janeiro

desde fevereiro, traz nesse CD uma de suas influênciasmusicais, a música cigana, reunindo em oito faixasdesde disco para violino solo. Composto em sua maio-ria por obras autorais, Pedra Cigana tem apenas umareleitura, em Hora de La Munte, um folclore romenotradicional. Já as autorais Ciganada, que abre o CD,Samsara, Suíte Cigana e De Luz e Trevas, Ela Cigana e amúsica-título Pedra Cigana completam o repertório.

PEDRA CIGANAAyran Nicodemo

Page 35: Edição 234 - Tukasom

35

DANIELLI MARINHO | [email protected]

Page 36: Edição 234 - Tukasom

GUST

AVO

VICT

ORIN

O |

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r36 TROPEÇO

Os trambolhões que a economia brasi-leira vem enfrentando parecem ter afe-tado o mercado de forma curiosa. En-quanto a cautela ou até o temor excessi-vo se justificariam como medida pre-ventiva, a postura geral é de novos ca-minhos numa clara demonstração dematuridade do segmento. Racionaliza-ção de custos internos, novos distribui-dores, realinhamento logístico e váriasoutras medidas se mostram como o re-médio com que o mercado enfrenta astrapalhadas de Brasília.

PESQUISANo mês passado foi divulgado peloSESC uma pesquisa de preferência mu-sical que indica o samba apenas comosétimo colocado no gosto popular dobrasileiro. Contestados pelos músicosdo segmento, os números são polêmicospor separar samba, pagode e MPB. Comisso, a metodologia da pesquisa atrapa-lhou as respostas e tornou o resultadoconfuso. Mesmo bem intencionada, acoisa ficou enrolada na hora de classifi-car os nossos gêneros musicais. E paradesespero de quem tem ouvidos, o serta-nejo liderou a pesquisa.

CONSTATAÇÃOAs quedas de vendas em determinadossegmentos de mercado devem passar poruma criteriosa e seletiva avaliação técnicana hora de definir horizontes. Os produ-tos continuam vendendo, e bem. A pul-verização de alternativas é que trouxe afalsa sensação de queda generalizada.Como exemplo vamos tomar a compra deuma pequena mesa de 6 canais para usomúltiplo ou um simples microfone semfio. Antes essa compra ficava restrita a 3ou 4 marcas conhecidas. Hoje a oferta ul-trapassa dez marcas com diferentes preçose recursos. A isso chamamos competição.Ponto para o consumidor.

OPORTUNIDADESA sonorização da Copa do Mundo ultra-passa os limites dos sistemas pré-instala-dos nos estádios e abre um interessanteleque de bons negócios para empresas bra-sileiras. Eventos paralelos, sonorização deáreas especiais, centros de imprensa eequipamentos de suporte auxiliar sãoapenas algumas das centenas de alternati-vas que vão movimentar a economia dosetor. A hora é de mostrar ao mundo nos-sa competência e qualidade.

BRONCARecebo um educado e-mail da amigaKika, do marketing da Meteoro, medando bronca sobre a nota da ediçãopassada criticando a mesmice no seg-mento de amplificadores de instrumen-tos. Motivo de orgulho para o Brasil, aMeteoro é a maior indústria de amplifi-cadores da América Latina e uma dasmaiores do mundo. Além de exportarpara muitos países, a Meteoro anual-mente lança interessantes novidadesna Expomusic. Seus amplificadores debaixo, reconhecidamente, estão entreos melhores do mundo. Mas a nota eratopicamente sobre novidades tecno-lógicas e design, nada mais.

A proposta deredução da carga

tributária sobreequipamentos e

instrumentosmusicais estacionou

na cabeceira dapista diante daindefinição da

Abemúsica, quecomo líder do

segmento deve ditaro rumo do

encaminhamentoda matéria. A

participação naFesta Nacional da

Música abriu asportas e cabe agora

à entidade aelaboração de um

projeto políticopara tão

importante tema.

Page 37: Edição 234 - Tukasom

GUSTAVO VICTORINO | [email protected]

37

ENGRAÇADINHOSO governo dos EUA recebeu a pro-posta de anulação do green card docantor (?!?) canadense Justin Bieberatravés de uma petição com quase275 mil assinaturas. As estripuliasdo bad boy irritou os americanos quequerem o mimado chutado para foradas terras do Tio Sam. O problema éque o menino dá muito lucro ao go-verno americano através de núme-ros astronômicos em impostos e in-vestimentos. Como americano pen-sa com o bolso, a resposta da turmado Obama foi engraçadinha e irôni-ca. Por força de lei, ela foi postada nainternet e irritou muita gente. Soouquase um deboche.

SUBSTITUIÇÃOFinalmente assumiram que o axéestá decadente. No seu lugar osbaianos apostam no arrocha...Acho que vou para a Criméia.

MODABandas e artistas gringos que apor-tam por aqui adotaram a moda detocar uma música brasileira duran-te o show como forma de agradarao público. A estratégia é manjada,mas simpática. Chico Sciense,Raul Seixas e Roberto Carlos sãoapenas alguns dos que já foram ho-menageados por artistas interna-cionais como Bruce Springsteen,Guns N’ Roses e outros.

PERGUNTINHACompressor é para equilibrar os li-mites do som, ou para operador as-sustado se esconder do delicado esutil trabalho de equalização?

BOB DYLANEnquanto tenta se livrar da en-crenca que arrumou na Europa ao

comparar Croatas a membros daKu Klux Klan e nazistas, ainda porconta da guerra na Sérvia, BobDylan comemora a mega valoriza-ção de uma guitarra ao ver a suaFender Strato Sunburst ser vendi-da por mais de um milhão de dóla-res em um leilão nos EUA. Em1965 esse instrumento custou amaior vaia da carreira do artistaao ser mal recebido por puristasdo folk que o acusaram de traidorpor subir ao palco com uma gui-tarra elétrica.

PREVISÃOAnalistas econômicos e cientis-tas políticos avaliam que a Chi-na, hoje a fábrica do mundo, podeperder esse perfil mais cedo doque se imagina. A pressão sobreos custos da mão de obra e alogística próxima da saturaçãopodem alterar o atual cenário damanufatura mundial. Apesar dosinvestimentos do governo chi-nês, alguns fatores fogem ao seucontrole e as rápidas mudançasno perfil social daquele país jácomeçam a chegar aos preços. Embreve os chineses vão exportarmenos manufaturados e mais fá-bricas. O processo já começou.

REVOLUÇÃO?A gigante japonesa de telecomuni-cações NTT apresentou ao mundouma nova tecnologia que prome-te revolucionar a percepção so-nora em apresentações musicaise esportivas. O sistema consisteem um conjunto de microfonesque pode criar um zoom virtual eseletivamente processar um somemitido a quase 20 metros de dis-tância. O mapeamento é feitoatravés de sensores (ou microfo-

nes) com ultra sensibilidade quepodem filtrar os ruídos indesejá-veis calculando a distância doque se deseja reproduzir ou elimi-nar. A geringonça é tão avançadaque o sistema promete ouvir aconversa dos jogadores em umcampo de futebol sem necessaria-mente captar o ruído da torcida.Tô pagando para ver...

PIRATARIAA associação que representa asgravadoras nos Estados Unidos, aRecording Industry Associationof America, a temida RIAA, vol-tou à carga contra a pirataria eabriu um milionário processocontra o site de compartilha-mento de arquivos Megaupload.Três dias antes os estúdios deHollywood tinham feito o mes-mo contra o site que está entre osmaiores do mundo em distribui-ção de arquivos digitais. Em suadefesa, o site alega que não temcomo saber o conteúdo dos ar-quivos que armazena e disponi-biliza de forma compartilhada.Vem aí mais uma interessantediscussão sobre jurisdição, direi-to autoral, propriedade imate-rial, direitos individuais e com-petência territorial.Preparem seus argumentos, aguerra vai recomeçar...

AQUI E AGORACopa do Mundo no Brasil é lugarpara a melhor e mais rica músicado mundo... A música brasileira.Enxertos gringos ou latinos po-dem provocar vaias e mostrar umcolonialismo inaceitável. Com apalavra nossos ilibados e honradosdirigentes esportivos e a simpáticae inatacável FIFA.

Page 38: Edição 234 - Tukasom

PREV

IEW

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

38

linha QL foi lançada para com-plementar a linha CL, que já pos-

sui mais de 100 unidades vendidas emtodo o território nacional, já aceita erecomendada por vários operadores aoredor do país, inclusive os principaisoperadores de PA do carnaval de Sal-vador deste ano, segundo a Yamaha.Com a mesma interface da linha CL,aliada à função touch and turn (quepermite ao técnico a agilidade de tocaruma função na tela e girar um encoderfixo), o operacional permanece intui-tivo e atraente, podendo se adequar aqualquer perfil de engenheiro de som eem qualquer situação.

A

[email protected]

Fotos: Divulgação

A função “port-to-port”, “gain com-pensation”, o protocolo Dante nativo eas entradas analógicas diretamente noconsole fazem da QL o complementoperfeito para os sistemas integradoscom a linha CL. É possível ainda reali-zar uma infinidade de configurações en-tre as portas físicas de entrada e saída e osistema da rede Dante, com o uso dasentradas analógicas da QL5 como umrack externo de uma CL, ou de outraQL, endereçando as mesmas direta-mente para a rede Dante, sem utilizarnenhum canal (bus) de saída.Entre as novidades da linha QL tam-bém está o automixer Dan Dugan em-

QL SERIESQL SERIESYAMAHA LANÇA NOVO CONSOLE

A Yamaha lançou naMusikmesse/

Prolight+Sound, queaconteceu em Frankfurt

no mês de março, umnovo console digital

totalmente integrado como automixer Dan Dugan.

A novidade foiapresentada para cerca

de 300 pessoas no estandeda empresa. O

lançamento vem sendoconsiderado uma

revolução pelo fabricante,principalmente nos

setores de eventoscorporativos, talkshows,

assembleias/câmaras eoperação de PGM.

Page 39: Edição 234 - Tukasom

39

butido na mesa, capaz de equilibraro nível de até 16 canais automati-camente e sem “gate”, com o nívelde ruído de apenas um microfoneaberto. Basta substituir os equa-lizadores gráficos pelo automixer esua interface aparece na tela, po-dendo ser facilmente configuradoe monitorado.As 12 User Defined Keys e 4 layerscustomizados de faders permitemque a QL tenha o formato quequalquer perfil de operador re-

produza seu próprio estilo de mi-xagem em poucos minutos. Assima operação se torna uma tarefaprazerosa, sem dores de cabeça esurpresas na passagem de som oudurante o evento.Em processamento ela também nãodeixa a desejar, possui os mesmospré-amplificadores de microfone dalinha CL e os plug-ins nativos noRack Premium, 8 efeitos e até 16equalizadores gráficos estéreo fun-cionando simultaneamente.

Para saber online

http://br.yamaha.com/pt/products/

proaudio/mixers/digital-mixers/ql/

?mode=series

A linha QL possui dois modelos: oQL5, com capacidade de mixar até64 canais mono e 8 estéreo, com 32entradas AD, 16 saídas DA e 34faders na superfície. E o QL1, quemixa até 32 canais mono e 8 es-téreo, com 16 entradas AD, 8 saí-das DA e 18 faders, no padrão rack,se tornando a opção número 1 emeventos corporativos de pequeno emédio porte. Ambos os consolespossuem 16 MIX + 8 MATRIX,interface Dante nativa e 2 SLOTsMY para expandir as possibilida-des de conexão e integração comoutros sistemas.Quem quiser conferir e aprendermais sobre o console, pode visitaro estande da Yamaha durante aAES EXPO 2014.

Page 40: Edição 234 - Tukasom

REPO

RTAG

EM|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r40

queles que trabalham em gigs sa-bem exatamente que deixar tudo

pronto para um show não envolve ape-nas montar palco e estruturas, montar osistema de som e passar o som com abanda ou roadies. O antes, durante edepois ainda exige e depende de umaatenção especial que nem sempre é bemcompreendida: o alinhamento sonoro.Antigamente existiam infinitos pro-blemas, tais como caixas penduradasdentro do palco, com uma tremendavolta de médio grave, cancelamento defase entre componentes do PA, e as fer-

A

[email protected]

Fotos: Divulgação

ramentas eram poucas. Sem sombra dedúvidas hoje tudo ficou muito mais fácile controlado ao fazer um alinhamentode sistema de PA. Atualmente, com ossistemas processados, inteligentes, pro-jetos com falantes menores, guia deonda e maior cobertura, depois de bonsanos de FLY, o técnico tem a possibilida-de de levar exatamente o que o artistafaz dentro do estúdio para os palcos.“Sem menosprezar os mais novos, massem sombra de dúvidas, tudo ficou mui-to mais fácil. Para quem sabe mixar deverdade, para quem conhece ou entende

Medir, analisar aacústica, diagnosticaros possíveis problemas

do sistema, fazer oajuste de fases e tempoentre os componentes,

ajustar as diversasfaixas de frequênciase, finalmente fazer aaudição da música.

Independente de usartecnologia ou truques,é indispensável que ostécnicos e engenheiros

de som – sejam elesdas bandas ou das

locadoras quefornecem os

equipamentos –tenham pelo menos

dois aliados: o ouvidoe certa bagagem de

conhecimento. Nestaedição, conversamoscom o engenheiro de

som Luizinho Mazzeia fim de desmistificar

uma das maisimportantes etapas

que envolvem asonorização: o uso do

software noalinhamento do PA.

DO SOMDO SOMMUITO ANTES

Page 41: Edição 234 - Tukasom

41

de música e vivenciou todas essasetapas, o trabalho já começa de umoutro nível”, avalia Luizinho.“Alinhar não consiste em ajustesmatemáticos dentro de proces-sadores ou consoles. É algo muitoalém disso”, afirma Mazzei. Para oengenheiro, dimensionamentos ecoberturas são itens, em seu en-tendimento, bem mais essenciaisdo que uma equalização, por exem-plo. “Se você trabalha com a quan-tidade correta de caixas, com oposicionamento correto e com adisposição correta, seus ajustes deequalização serão mínimos possí-veis. Claro, se estivermos falandode um sistema de verdade”, ressalta.Independente do espaço a ser so-norizado, Luizi-nho comenta quesempre pede co-berturas extras co-mo center fill, frontfill, out fill, downfill e delay na hou-se, às vezes até sis-temas periféricos,para sonorizar ambi-entes fechados den-tro da mesma casa deshow como camaro-tes e áreas VIPs .“Sou da escola ameri-cana de mixagem, ja-mais trabalhando aci-ma dos 100dBA a 25m.E faço esse mesmo cál-culo, onde peço essascoberturas, claro, deacordo com cada apli-cação de cada caixa, pa-ra que consiga um re-sultado equilibrado en-tre qualquer área do re-cinto. Hoje o que maisencontramos por ai é afamosa guerra de volu-mes. Cada vez mais assis-to menos as bandas quedividem o palco com meuartista”, comenta.

COM QUE SOFTWARE?Segundo Luizinho, quando utilizaos recursos dos processadores,nunca trabalha com equalizaçãográfica. “Hoje em dia temos a sortede ter praticamente todos os siste-mas inteligentes e processados defábrica, caso algum filtro seja tra-balhado errado ou alguma equa-lização gráfica, você estará danifi-cando o trabalho dos componen-tes, ocasionando problemas decancelamento que, na maioria dasvezes, não são percebidos, seja peloengenheiro do artista ou do siste-ma”, observa.Além do alinhamento do sistema,os técnicos das bandas ou artistas

também colocam a mão na massa.O chamado alinhamento “artísti-co” em que cada profissional e en-genheiro desenvolve de acordocom a necessidade do trabalho. Éaí que muitos recorrem ao uso desoftwares. Mas como esses progra-mas podem ajudar? Isso pode de-pender muito da função que cadatécnico desempenha.Para Luizinho, o trabalho atravésdo software seria mais direcionadoao técnico do sistema, aquele res-ponsável por entregar tudo devi-damente montado, posicionado,funcionando em perfeita ordempara que o técnico do artista reali-

ze apenas seus ajustes ar-tísticos, de acordo com oestilo musical de cadaum. “Eu uso o softwaresomente em casos extre-mos, quando estou comum sistema realmentedeficiente, onde o pro-fissional que está meatendendo não tem co-nhecimento do que es-tá fazendo e falando,somado à má vontadeem me ouvir e buscar-mos uma solução jun-tos”, ressalta.Mas, ao chegar nesseponto, surge outra dú-vida: qual usar? Hoje,por causa da tecno-logia digital, o alinha-mento de sistemaspassa por um proces-so de aumento deprecisão. Antes, eraum processo em-pírico de monta-gem com bastanteequalização, ondenão era possível se-quer ajustar os de-lays entre as re-giões de frequên-cias. Hoje, com ouso de softwares

Luizinho Mazzei

Page 42: Edição 234 - Tukasom

REPO

RTAG

EM|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r42

de medição e o advento dos line arrays,com seus programas próprios de alinha-mento, fica cada vez mais difícil errar.Algumas das principais ferramentaspara o alinhamento são os softwares deanálise (Smaart, SIM, Spectra Full etc),analisadores de espectro, equalizadoresparamétricos, gráficos e processadoresde sistema de sonorização, como XTAou BSS, além, é claro, dos ouvidos.“Sempre tenho em mãos o Smaart (vialaptop) e o AudioTools, com quase to-das as licenças (via iPad), mas o que usomais é o AudioTools, já que uso meulaptop gerenciando outras funções den-tro do trabalho musical”, afirma Maz-zei. Os analisadores de espectros, porsua vez, raramente são usados pelo en-genheiro. “Eu gosto de ver primeiro oque me espera, depois dou meu parecervisual, ai ouço detalhadamente e, a par-tir disso, tomo minhas decisões sobremudanças de posicionamento, alinha-mento, ou o uso do software para algu-ma correção mais drástica, caso neces-sário. Prefiro sempre confiar em meusouvidos e bom gosto, sempre me ade-quando à acústica do local, sem ter quefazer correções de mixagem ou timbre

de instrumentos na console”, completa,acrescentando ainda que prefere respei-tar ao máximo o que traz pronto no con-sole que sempre viaja com ele, “pensan-do em música, no disco, na verdade ar-tística do meu artista”.

TECNOLOGIA PRÓPRIAO line array representou muita mudan-ça na forma como se faz o áudio, e nãopoderia ser diferente no que diz respeitoà forma de se alinhar o sistema. Para essetipo de sistema funcionar corretamen-te, é preciso fazer um posicionamentocorreto das caixas e um processamentoadequado. Sem alinhamento correto,por exemplo, do ponto de vista de em-pilhamento, do ângulo de curvatura ealinhamento no tempo para depois fa-zer a equalização, o trabalho de sono-rização pode ficar comprometido.Como uma das características dessessistemas de arranjos temos o controle dediretividade do som. Então, antes de sermontado, é feito um projeto da sono-rização utilizando o software proprietáriode cada sistema. Com os dados fornecidospelo sound designer, o software ajuda aevitar problemas como rebatimentos no

ArrayCalculator, d&b audiotechnik

“Eu gosto de verprimeiro o que meespera, depois dou

meu parecer visual,ai ouço

detalhadamente e,a partir disso, tomo

minhas decisõessobre mudanças de

posicionamento,alinhamento, ou o

uso do softwarepara alguma

correção maisdrástica, caso

necessário(Mazzei)

Page 43: Edição 234 - Tukasom

43

Page 44: Edição 234 - Tukasom

REPO

RTAG

EM|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r44

teto e laterais, além de uma concen-tração racional de energia sonoranos lugares certos do local do show.“Sem dúvida que o fato dos fabri-cantes disponibilizarem seus soft-wares, ajuda muito e precisamosrespeitar as especificações técnicasdos projetistas. Mas aqui no Brasiltemos muitos casos fora do nor-mal, em que é necessária a somado que vem da fábrica com o nossotoque pessoal e isso com quemtem estudo, conhecimento e bomgosto, funcionará perfeitamentebem”, avalia Mazzei.No entanto, o engenheiro chama aatenção para o fato daqueles quetêm um line importado, “mas o subdo fundo de quintal, com o ampli-ficador para anunciar a tele-senana bicicleta do bairro e o proces-sador que não casa com o line, como sub, muito menos com o amplifi-cador e ainda por cima lhe entre-gam travado ou o responsável (ir-responsável), não sabe manusear.E ainda querem usar o programapirata ou gratuito que pegou doamigo do amigo, para poder fazeralgum cálculo, gerenciamento ouangulação do sistema”, completa.

SIMPLES OU COMPLEXO?Há várias situações diferentes pe-las quais o técnico pode passar aomontar uma sonorização. Desdeum sistema simplificado, onde háapenas L&R e subgraves, até siste-mas complexos. Em sistemas sim-

plificados, geralmente, a preocupa-ção é quanto a certificar-se que to-das as áreas estão cobertas peloL&R, acerto da fase do L&R emrelação ao subgrave e, com um

equalizador, filtrar algumas fre-quências indesejáveis.Em sistemas mais complexos, épreciso integrar diversos subsis-temas com o objetivo de formaruma cobertura uniforme e coesa.Antes de iniciar o procedimentode análise, faz-se a verificação de

cada ramal (ganho, delay,equalização, microfone)para certificar-se de queestá tudo conectado cor-retamente. “Acho que

um sistema se torna ‘simples’ paraquem vai mixar, quando o locadorrespeita em 100% a fidelidade doequipamento. Por exemplo, usan-do tudo do mesmo fabricante,

como um sistema “casado”. Difi-cilmente você terá problemas. Ascorreções serão mais artísticas doque matemáticas ou físicas. Mascomo isso acontece uma vez a cada10 shows que faço, preciso suar acamisa pra fazer o meu melhor. En-tão acabo tendo muito mais traba-

lho antes de mixar, do que duranteo show. Não gosto de ter uma quan-tidade grande de line. Gosto de tero suficiente para uma boa cobertu-ra do espaço pensando no todo. E

Audio Tools

Sem dúvida que o fato dos fabricantes

disponibilizarem seus softwares, ajuda muito e

precisamos respeitar as especificações

técnicas dos projetistas (Mazzei)

Page 45: Edição 234 - Tukasom

45

como sou inimigo de volumes altos,me preocupo em ter mais caixas por di-versos locais. Então, valorizo muito ouso de centers, fronts, outfills, down-fills, delays, fazendo assim o sistematrabalhar bem mais confortável e comuma cobertura praticamente linearpor todo o espaço. Tento trabalharcomo se eu fosse um fã do artista, que-rendo ouvir todas as nuances da músi-

ca, independente de onde esteja senta-do”, comenta Luizinho.

ERROSMas de nada adianta seguir um passo apasso se dúvidas e erros persistem. “Vejotodo mundo dizendo que sabe tudo. Maso que há é uma simples falta de conheci-mento no uso da tecnologia. O Smaart,por exemplo, é uma ferramenta podero-

Smaart em ação

LAC - software de alinhamento (JBL)

“... como souinimigo de volumesaltos, me preocupoem ter mais caixaspor diversos locais.

Então, valorizomuito o uso decenters, fronts,

outfills, downfills,delays, fazendoassim o sistema

trabalhar bemmais confortável e

com uma coberturapraticamente

linear por todo oespaço.

Page 46: Edição 234 - Tukasom

REPO

RTAG

EM|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r46

sa e absurdamente completa, mas a grande maioria usacomo analisador de espectro e decibelímetro apenas (e odecibelímetro sem estar calibrado)”, comenta Mazzei.Mas o que fazer para não errar ou o quê priorizar na faseinicial do alinhamento, por exemplo? Para Mazzei nãoexiste fórmula, mas sim bom senso somado à experiência eà necessidade de cada um. “Respeito e entendo a forma decada um se posicionar e trabalhar, mas tenho umametodologia muito parecida ou igual à dos americanos, emrelação à postura profissional, volume, timbre, cobertura,tentando sempre ser o mais fiel possível ao publico, no que

já conhecem das músicas. Assim quem é fã, continua sendofã e quem foi pela primeira vez, voltará com certeza” finali-za o engenheiro.

O ALINHAMENTOGeralmente o primeiro passo é a medição, análise acústicae o diagnóstico dos possíveis problemas. A etapa seguinte édedicada aos ajustes de fase e tempo entre os componentes,níveis entre as diversas faixas de frequências. É importan-te levar em consideração a situação em que o sistema seráusado, em termos de potência, cobertura e qualidade dosom e a correta setorização desse sistema para que hajacontrole suficiente de cada zona de sonorização (ganho,delay e equalização em cada ramal) para se certificar de queestá tudo conectado corretamente.Na maioria das vezes esse processo acontece gerando pinknoise, onde se abre uma via de cada vez e se faz a conferên-cia de cada canal de amplificação independentemente.Neste momento, o profissional procura identificar se hávias trocadas e componentes ou equipamentos danifica-dos. Depois, é feita uma comparação do L&R das vias dasfrequências altas, médias e graves para detectar dese-quilíbrio entre um lado e outro.O próximo estágio é ligar apenas a via de graves e somá-laà de subgraves para verificar se elas estão somando ou se énecessário inverter a polaridade da via de subgraves paraque haja esta soma. Quando esta parte do processo se en-

“Para Mazzei não existe

fórmula, mas sim bom senso

somado à experiência e à

necessidade de cada um“

Page 47: Edição 234 - Tukasom

47

Para saber online

http://www.rationalacoustics.com/smaart/smaart-v-7/

http://www.studiosixdigital.com/audiotools/

http://www.dbaudio.com/systems/details/arraycalc.html

https://www.meyersound.com/products/sim/sim3/07.htm

https://www.jblpro.com/www/news/news-detail/2014/01/22/harman-s-jbl-professional-intro-

duces-vrx-line-array-calculator-at-winter-namm-2014

http://www.dasaudio.com/en/software-2/ease-software/

http://focus.afmg.eu/index.php/fc-software-en.html

“Outro pontoimportante dentro do

alinhamento équanto à frequência

em função do tempo.Isso garante que não

haja interferênciasdestrutivas do tipo

combfilter oucancelamentos de

fase. O alinhamentodas frequências

garante o equilíbrioentre os graves,

médios e agudos.

cerra, o técnico pode tocar alguma mú-sica de referência no sistema para teruma primeira impressão da sonoridadedo sistema na sala, identificando possí-veis correções na resposta.A próxima etapa seria a procura de al-gum excesso ou falta de resposta em de-terminada região de frequência. Exis-tem muitos problemas que podem a-contecer na resposta de um PA. Há téc-nicos que já procuram logo o equa-lizador para resolvê-los, mas isto podenão ser a atitude mais indicada. Na mai-oria dos casos, o equalizador deve ser oúltimo recurso para correção, depois detentadas todas as outras possíveis solu-ções como reposicionamento do PA,revestimento de superfícies, atenuação.Os mesmos procedimentos devem sertomados com relação aos subsistemas.

Deve-se ter o cuidado de fazer o alinha-mento apenas com o subsistema a seralinhado ligado e com o microfone deanálise posicionado na frente dele, sem-pre com referência na curva de respostado PA principal. É importantíssimoacertar o delay e o volume entre o PAprincipal e os subsistemas de forma quepareça que o som tenha origem psicoa-cústica no PA principal e que os siste-mas de delay e front fill não se sobressai-am. Usando os ouvidos, confira os tem-pos de delay de diversos pontos.Outro ponto importante dentro do ali-nhamento é quanto à frequência em fun-ção do tempo. Isso garante que não haja in-terferências destrutivas do tipo combfilterou cancelamentos de fase. O alinhamentodas frequências garante o equilíbrio entreos graves, médios e agudos.

EASE Focus: compatível com diversos sistemas

Page 48: Edição 234 - Tukasom

CAPA

| R

EPOR

TAGE

M|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r48

TUKA ackstage - A Tukasom está há maisde 30 anos no mercado. Quando

exatamente a empresa foi fundada?Tuka - A empresa foi fundada em 1980,permanecendo com o mesmo númerode CNPJ.

A partir de 2014, a empresa tambémterá um escritório no Rio de Janeiro.Por que a decisão de vir para essa ci-dade? Seria uma aproximação com omercado carioca e adjacentes? Como equando surgiu o projeto de se instalarno RJ?A ideia de uma operação no Rio de Ja-neiro deu-se a partir do convite quetivemos em prestar serviços de sono-rização para a Fundição Progresso (naLapa), local que estamos há um ano.Nesse período, com a colaboraçãopreciosa do Anselmo (Paulista) e deuma equipe realmente fantástica, aliado à expectativa de negócios daárea corporativa e os eventos pontu-ais, a ideia transformou-se em neces-sidade. Hoje temos um depósito edois escritórios e evoluímos parauma solução completa, com som, luz,imagem e energia.

B

[email protected]

Fotos: Divulgação

TUKA APORTA NO MER

Agregar valor eexpertise para oferecer

soluções de áudio, luz eenergia para as

empresas no Rio deJaneiro. Há 34 anos no

mercado de áudio eentretenimento, a

Tukasom entra em umanova fase e abre

escritório na capitalfluminense com a meta

de atingir 10% domercado corporativo

carioca.Fundador de uma das

maiores empresas deáudio do mercado

brasileiro, ArmandoVicente Baldassarra, o

Tuka, dá um novo passoe coloca a Tukasom em

uma nova fase. Nestaentrevista exclusiva à

Backstage, o empresáriofala sobre os planospara a empresa, as

parcerias para a novaempreitada e o novo

modelo de gestão quevai reger a companhia.

Quais os projetos que a Tukasom pre-tende implementar ou já vem desenvol-vendo nos próximos meses com a inau-guração da empresa no Rio? Quais sãoas metas da Tukasom?As metas são ambiciosas. Entendemosque não existe no Rio de Janeiro uma em-presa com uma solução semelhante ànossa. A parceria com a RP Ligthing,Montreal Geradores e Image Pró trouxeuma musculatura importante. No primei-ro ano, entendemos que possamos partici-par em 10% do mercado corporativo.

Como você desenharia o atual panora-ma do mercado brasileiro de áudio,iluminação e show business em geralbrasileiro?É um mercado importante, ainda jovemna qualidade, nas entregas, na visão em-presarial, na legalidade, mas caminhandorealmente para um cenário profissionalem alguns anos, acredito.

Os grandes eventos trazem oportuni-dades concretas de um futuro desen-volvimento e conseqüente amadureci-mento do mercado e das empresas, ousão acontecimentos pontuais e o que

Page 49: Edição 234 - Tukasom

49

SOM SOM CADO CARIOCA

se desenvolve são apenas solu-ções paliativas para o mercado?Por quê?Não acredito que eventos gran-des pontuais, fora da curva, be-neficiem a longo prazo o desen-volvimento de qualquer setor, e onosso não é diferente. O que éimportante é a continuidade.Veja um exemplo de uma fábrica.Se determinado segmento temuma demanda enorme de produ-ção em um determinado mês, elaprecisa de funcionários extras,capital de giro, linhas de produ-ção, e não é possível investirpara apenas um mês de demandaforte. Isso acontece também nosetor de locação e serviços. Nãoexiste tempo para treinamento eaprimoramento da prestaçãode serviços. Acredito sim, nocrescimento constante e susten-tado, com treinamento e acom-panhamento da equipe técnica.

Hoje o crescimento das empresasdo setor deve estar focado naprestação de serviços.

Qual a sua avaliação em relaçãoà profissionalização das empre-sas e mão de obra técnica nomercado de áudio, iluminaçãoshow business?É natural que o mercado venha sedesenvolvendo e cobrando a pro-fissionalização das empresas e con-sequente prestação de serviços. Amaioria das empresas brasileiras deáudio e iluminação começou pelaaptidão do proprietário pela ati-vidade que ele desenvolvia. Naverdade ele era um técnico e trans-formou-se em empresário, mas namaioria das vezes, com apenas uma

Page 50: Edição 234 - Tukasom

CAPA

| R

EPOR

TAGE

M|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r50

visão romântica e não administrati-va e profissional, com várias exce-ções, mas com pouca capacidade degestão de processos e negócios. Como desenvolvimento do setor, a co-brança das empresas produtoras, quehoje são gigantes internacionais, anecessidade da profissionalização

da atividade, tornou-se indispensá-vel para a continuidade dessas em-presas. Quanto à qualidade da pres-tação de serviços e mão de obra téc-nica, somos ainda carentes de quali-dade em quantidade. O que quero di-zer é que temos excelentes técnicos eengenheiros, mas precisamos demais, para podermos estender, cres-cer e sermos melhores e em maiorquantidade nas várias regiões doBrasil. Quanto maior for a quantida-de de técnicos com qualidade, maior

será o desenvolvimento e conse-quente profissionalização do setor.

A Tukasom terá como parceiros noRio a empresa RP Ligting. Comosurgiu essa parceria e por que houvea necessidade de também atuar nosetor de iluminação?

Como já disse, na verdade temos ummodelo de negócios no Rio que inovacom uma solução agregada e muitosólida em locação de prestação de ser-viços nos setores de áudio, iluminção,imagem e energia. Não é apenas uma atuação isolada nosetor de iluminação ou áudio. É ummodelo que não existia até então noRio. Não se trata de uma empresa quetem vários serviços. Na realidade éuma proposta com empresas grandese dedicadas de cada setor, oferecen-

Quanto à qualidade da prestação

de serviços e mão de obra técnica,

somos ainda carentes de qualidade em

quantidade

Tuka ao lado de Paulista (ao centro) e Ronaldo (à direita)

Page 51: Edição 234 - Tukasom

51

do serviços de primeira linha, agrega-dos, com um inventário de materiaise equipamentos relevante e operan-do em conjunto.

Acredita que o modelo de parceriase soluções conjuntas será a tendênciado mercado? Por quê?A tendência é nessa linha de compor-tamento. Hoje no Brasil, as grandesempresas produtoras são estrangeiras,que adquiriram as suas concorrentes. Aminha visão é que serão poucos grandesblocos que estão se formando em todo omundo, nos mais diversos setores. Nãoserá diferente no nosso mercado.

A instalação da Tukasom no Rio po-deria ser considerada uma nova eta-pa na vida da empresa?Sem dúvida que sim. Precisávamos deum modelo de negócios diferenciadopara podermos estar presentes em ou-tra cidade, de forma definitiva, ofere-cendo a mesma qualidade na presta-ção de serviços que oferecemos emnossa sede, em São Paulo.

Existem mudanças que a Tukasomtenha feito para se adequar ao cons-tante movimento do mercado nos úl-timos três anos? Quais?A Tukasom vem em um processo deatualização e profissionalização deseus negócios há vários anos. Na ver-dade, nos últimos cinco anos, inves-timos fortemente na administraçãoempresarial, na gestão do negócio e,evidentemente, na qualidade da pres-tação de serviços.

Quais foram os períodos mais mar-cantes na história da empresa?Tivemos vários. Na área de aquisi-ções, podemos lembrar da chegadadas Midas XL4, que trazia a quali-dade máxima disponível no merca-do internacional, a utilização desoftwares de alinhamento como oSMAART na sua primeira versão,quando da inovação e utilização daprimeira console de grande portedigital – YAMAHA PM 1D, emuma parceria com a empresa quedura até hoje, a apresentação aomercado da então nova console daDIGIDESIGN VENUE, e agoramais recentemente a nossa parce-ria com o Grupo Harman.

Conte como foi sua trajetória noáudio, desde quando começou a se in-teressar pelo áudio até os dias de hoje.A trajetória a maioria já conhece.Comecei a me interessar por áudioainda na adolescência, passando pelaengenharia no Mackenzie, apren-dendo os primeiros passos com Fla-

via Calabi, Sólon do Valle, Joel Bri-to, Ronconi e tantos outros mestresque tenho muito orgulho por tê-losconhecido. Atualmente devo agra-decer à minha equipe que me acom-panha há tantos anos. Embora hojeem dia esteja pessoalmente maisdistante do operacional, pelos com-promissos administrativos, apro-veito para relembrar quando sono-rizamos os grandes concertos demúsica clássica.

Precisávamos de um modelo de

negócios diferenciado para podermos

estar presentes em outra cidade, de

forma definitiva

Page 52: Edição 234 - Tukasom

REPO

RTAG

EM|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r52

VILLA MIXVILLA MIX

uando a primeira dupla sertaneja,Humberto & Ronaldo, subiu ao pal-

co, ainda era dia. Mesmo começando comum pouco de atraso, devido a um contra-tempo no sistema elétrico, o primeiroshow do dia levantou o público, que aindachegava ao Teatro Popular. Também passa-ram pelo palco do Villa Mix as duplas Jorge& Matheus, Matheus & Kauan e Guilher-me & Santiago e Gusttavo Lima.

SONORIZAÇÃOO Festival, que começou em Goiânia,em 2011, hoje acontece em diversos es-tados do Brasil e tem data para aconte-cer também em Lisboa, Portugal. Com

Q

[email protected]

Fotos: Divulgação

tantos locais de apresentação distintos,a opção foi por escolher uma única con-figuração dos PAs para atender a todasas edições do festival.Na edição Villa Mix Niterói, a monta-gem do sistema, que ficou a cargo daempresa de locação AudioCompany, deVolta Redonda (RJ), foi um PA compos-to por 48 DAS AERO48 E 32 SUBNORTON INFRA21 divididos emquatro colunas e Center fill, mais delaysd&b audiotechnik Q7. Foram usados 3consoles novinhos na House Mix: 2Venue Profile e 1 Midas PRO6.Baianinho, ou Adailton Santos, técnicode som da dupla Humerto & Ronaldo,

AGITA NITERÓIQuem disse que o RJ

também não é a seara dossertanejos? O festival

Villa Mix, que aconteceuem Niterói, no dia 30 de

março, reuniu cincoatrações da vertente dosertanejo universitário,

que se apresentaram paracerca de 100 mil pessoas,em uma área descoberta

do Teatro Popular deNiterói Oscar Niemeyer.A sonorização ficou sob

responsabilidade daAudio Company, empresa

de Volta Redonda.

Festival, em Niterói, contou comsistema DAS, da Audio Company

Page 53: Edição 234 - Tukasom

53

destaca que o formato com duascolunas de PA por lado, center edelay foi o que deu maior satisfaçãosonora. “O Villa Mix é um projetoque já atingiu público superior a 80mil pessoas. Para que todos indepen-dentes da sua localizacao tenhamqualidade uniforme no áudio. Esseformato com duas colunas de PApor lado, center e delay foi o que nosdeu maior qualidade”, avalia. “Noalinhamento do sistema foi feitoum belo trabalho da locadora deequipamentos AudioCompany”,comenta Baianinho, admitindoque o único vilão para ele ainda é oequalizador gráfico.A dupla Humberto & Ronaldoparticularmente exibe vários tiposde ritmos em suas apresentações,mudando muito as característicasdas vozes e dos instrumentos. Des-sa forma, isso exige um pouco maisde atenção e dinâmica do técnico.“O show da dupla Humberto &Ronaldo é composto com um re-pertório com vários ritmos - Axé,Funk, Eletro, Forró e o Sertanejo,

que é o carro chefe. E isso requeruma atenção especial durante oshow. Preciso conhecer bem o re-pertório, os artistas e a dinâmicados músicos”, completa.

CHECK LINEO Villa Mix acaba por ser um festi-val um pouco diferente e nem sem-pre o processo de passagem de somé feito passo a passo. Geralmente é

feito um check line, o que pode tra-zer certa dificuldade de adaptação.Por isso, Baianinho, por exemplo,procura exigir sempre o mesmobackline e os mesmos consoles. Para André Agapito, técnico dePA da dupla Guilherme & Santia-go, o sistema montado pela Au-dioCompany favoreceu para quetudo corresse bem. “Quando che-guei para fazer o alinhamento do

Marcelo Félix, PA da dupla Jorge & Matheus

Luiz comanda o console Soundcraft, usado como master na housemix

Cabeça (à equerda) e Armando (centro), da BackLight, e o LD Ivan Moura

Page 54: Edição 234 - Tukasom

REPO

RTAG

EM|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r54

sistema, com o velho amigo SHURESM-58, já encontrei o sistema pronto.Daí era só fazer o check line e começaro show”, ressalta. “A única adaptaçãoé em relação ao tempo, para a passa-gem do som, que em festivais são ex-tremamente curtos”, pondera.De acordo com André, os consolesDigidesing Profile, atualmente muitoutilizados na maioria dos festivais, euma Soundcraft Vi1, usada como mesamaster, mais o sistema DAS e d&b,formaram um sistema bem homogê-neo, com uma cobertura perfeita emtodo o local, “o que facilitou muitopara que o som ficasse pronto logo naprimeira música do show”, comentou.Marcelo Félix, técnico de PA da duplaJorge&Matheus, também aponta ocurto tempo como o vilão nos festi-vais. “O que às vezes complica umpouco nos festivais é o curto espaçode tempo, mas dessa vez (no Villa MixNiterói) foi tudo tranquilo. A loca-dora atendeu a todas as minhas ne-cessidades com relação aos equipa-

mentos e o sistema de PA estava im-pecavelmente alinhado”, afirma.

DETALHESDa mesma forma que Baianinho, otécnico de Guilherme & Santiagotambém aposta na atenção aos deta-lhes que marcam a apresentação dadupla. “Precisamos de muita atençãoem cada detalhe da música, pois issofaz uma enorme diferença no resulta-do final. Quando o músico toca é pre-ciso fazer com que as pessoas ouçamexatamente o que ele quer dizer com oseu instrumento e até mesmo nasvozes, onde utilizo todos os recursospossíveis para transmitir essa essên-cia para o público”, explica André.“Ao longo de mais de trinta anos deestrada fui aprendendo a fazer comque cada música tenha o seu som es-pecifico. Não tínhamos tantos recur-sos como consoles digitais e sistemasde PA compatíveis, na verdade eramuito mais difícil, hoje posso fazertodas essas mudanças de uma música

Configuração é sempre a mesma em todos os locais do festival: quatro colunas L&R e center fill

Andre, Douglas, Rodrigo Cebola, Fernando e Danyllo Absolon (Peixe Boi), monitor Humberto & Ronaldo

Page 55: Edição 234 - Tukasom

55

Page 56: Edição 234 - Tukasom

REPO

RTAG

EM|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r56

para outra, com mais eficiência e ra-pidez” conclui.Fernando Henrique Brito, técnico dePA da dupla Matheus & Kauan, pro-cura priorizar bem os solos das músi-cas dos artistas. “Destaco músicas demais expressão no show, e as vozessempre bem nítidas para possibilitaruma boa interação com o público, ecom isso imprimir um pouco mais daidentidade deles no festival”, avalia.“No caso de um festival onde não sepassa som e às vezes nem se confere o

sistema, como o Villa Mix, o mais im-portante é começar o show sem exces-sos. Eu priorizo uma base firme da ban-da e nitidez das vozes. Conforme o an-damento do show, as peças vão se encai-xando. No caso do Villa Mix Niterói euusei a mesma mixagem usada na estradano dia a dia da banda e não foi precisonenhuma adaptação ou alteração doprograma já feito”, completa.“O sistema DAS Aero 50 estava mui-to bem alinhado, usei uma mesaVenue Mix Rack e tínhamos umaSoundcraft Vi1 para controlar todo osistema entre PA, Out fill, Front fill eCluster central. Não tive dificuldadepara conseguir um resultado final óti-mo. Acho que uma característica mu-sical é o jeito com que os músicos to-cam. Podemos dizer que tocam livresem cima dos arranjos”, avalia ThiagoMarcello Taranto Martins, técnico dePA do cantor Gusttavo Lima, acres-centando que para essa apresentaçãoconseguiu usar todo o setup que ge-

Sistemas de microfone sem fio no palco

Digidesign na House Mix

Compressor Manley Soundcraft como master do festival

Page 57: Edição 234 - Tukasom

57

Page 58: Edição 234 - Tukasom

REPO

RTAG

EM|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r58

ralmente usa na estrada, tanto em equi-pamentos como em instrumentos. Outro detalhe levado em consideraçãopelos técnicos é quanto à sonoridade dabanda durante a apresentação ao vivo.Segundo Fernando, uma de suas priori-dades é levar a mesma característica dodisco para a estrada. “Tem que ser a mes-

ma do disco que foi produzido, pois éisso que o artista espera. E mesmo assimdá para colocar a nossa marca particularna mixagem, em alguns momentos ondedestacamos solos, alguns lances de efei-tos”, comenta.“Devido à mudança de estilos, troca deinstrumentos e a dinâmica do show

Show da dupla Guilherme e Santiago

Baianinho (à esquerda) e Valmar Fernandes Da esq. para dir.: Anerilton, Jonatas e Luciano

“Os parâmetros deordem das notas

fornecem controlesobre uma sequência

de notas pré-definidas, repetidasde forma cíclica. As

notas que estãopressionadas no

teclado são tocadasuma atrás da outrana ordem definida.

É possível adicionarou retirar notas do

arpegio apenas nãoas tocando no

teclado. Osparâmetros podem

ser alterados emtempo real

(Marcelo Félix)

Page 59: Edição 234 - Tukasom

59

como um todo, sempre se fazemnecessários ajustes que irão mantera música em primeiro plano”, afir-ma Marcelo. Para o técnico de Jor-ge & Matheus, a banda se sai muitobem nessas trocas e está sempredando o melhor, portanto, o seutrabalho é manter esse empenhoem evidência. “O público, mesmoque de forma inconsciente, precisadessa musicalidade pra se inflamar.O solo de guitarra, a frase de vio-lão, aquela “lágrima’ na interpre-tação do cantor, tudo tem que estarali, presente e isso faz com que oshow tenha ainda mais sucesso.Como eu faço isso? Encaro tudocomo um ciclo em que a bandatoca, minha alma sente, meu cora-ção dita as ações e meus dedos fa-zem a música rolar. Tão naturalquanto respirar”, ressalta Félix.Thiago acrescenta que, no caso dasapresentações do Villa Mix, tam-

bém deve haver algum cuidado deambas as partes, uma vez que osmúsicos podem tocar livres. “Tam-bém temos que ter cuidado em al-gumas dinâmicas de algumas músi-cas, sempre utilizo compressorespara poder ajudar”, completa.Para Marcelo Félix, o fato de carre-gar um rack com os inserts demaster que ele gosta de usar, aliadoà tecnologia atual que possibilita ouso das cenas das consoles, que emalguns casos foram lapidadas nosistema de som que será usado nodia, permite que tudo fique maisrápido. “Quando isso acontecelogo na primeira música já tenhouma ótima mixagem base e aí é só‘pilotar’ cada música trazendo ascaracterísticas de cada uma naspontas dos dedos. A banda temuma performance excelente e semantém constante em todas asapresentações”, completa.

Page 60: Edição 234 - Tukasom

TECN

OLOG

IA |

ESTÚ

DIOS

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

60

ma entre as responsáveis por essaquebra de paradigma é certamente a

linha Tyros da Yamaha, que chega à suaquinta geração esbanjando poder sonoro,escolha certa para quem quer um instru-mento musical versátil e inovador.Essa caminhada para o sucesso se ini-ciou em 2002 com o lançamento da pri-meira geração Tyros. O equipamento

U

Luciano Freitas é técnico de áudio

da Pro Studio americana com for-

mação em ‘full mastering’

ESPERADO COMO SEMPRE,PODEROSO COMO NUNCA

TYROS 5TYROS 5Graças aos avanços tecnológicos ocorridos na última década, a indústria da música

conseguiu enfim quebrar o preconceito que existia em torno dos teclados arranjadores.Rotulados inicialmente como simples instrumentos dotados de sons basilares, com

qualidade sonora inferior à encontrada nos chamados “teclados sintetizadores”, essesequipamentos possuem hoje características e recursos capazes de satisfazer até mesmo os

profissionais mais exigentes do mercado.

introduzia o conceito “Mega Voices”,timbres que contêm não apenas asamostras sonoras digitalizadas (sam-plers) de instrumentos reais, mas tam-bém várias técnicas de execução aloca-das em suas camadas (layers). O segundointegrante da família (Tyros 2) tambémchegou com novidades, dentre as quaisa tecnologia batizada de “Super Articu-

Page 61: Edição 234 - Tukasom

61

lation”. Este conceito trazia pela pri-meira vez em uma workstation umalgoritmo que condicionava a execu-ção das expressões dos instrumentosao momento melódico em que a teclaera pressionada, levando em conside-ração o intervalo entre as notas e omodo de execução, mais ligado ou des-

tacado (legato ou stacatto),sem perder as ca-

racterísti-cas das cama-

das presentes nasMega Voices. Já o

modelo da terceira ge-ração (Tyros 3) trouxe a

evolução da tecnologia Su-per Articulation. A nova “Su-

per Articulation 2” aprimoravasua antecessora adicionando características comovibratos, portamentos, glissandos, entre outras ex-pressões musicais, que podem ser disparadas peloscontroladores ART1 e ART 2 ou mesmo automatica-mente, tendo como referência as características da fra-se musical executada (tais componentes são divi-didos em waveforms e re-sintetizados instanta-neamente durante a execução musical peloalgoritmo “Articulation Element Modeling –AEM”). Logo chegou o modelo da quarta geraçãotrazendo o dobro do número de timbres recriados pelatecnologia Super Aticulation 2, além de trazer o novoalgoritmo “Wave Cycling” (capaz de introduzir altera-ções randômicas nas articulações e nas waveforms du-rante a execução) potencializando a sua impressio-nante biblioteca de timbres de vozes humanas.Com quase 1.300 sons (somados a 480 XG Voices e a37 kits de bateria/efeitos), chega ao mercado o tãoesperado Tyros 5 trazendo todos os timbres presen-tes nas gerações que o antecederam (do Tyros aoTyros 4), além de 300 inéditos (elevando para 44 onúmero de sons que utilizam o conceito SuperArticulation 2). Sua biblioteca sonora está organi-zada em 18 categorias de instrumentos, sendo que

duas delas fazem sua primeira aparição nos equipa-mentos do fabricante: a “Organ World”, com 40 tim-bres capturados de 5 diferentes instrumentos (Vin-tage, Home, Euro, Concert e Theatre), traz sons de fa-mosos órgãos eletrônicos amostrados em um nível deexcelência nunca ouvido em um teclado arranjador, e a“Ensemble Voices”, com 55 timbres, dedicada a repro-duzir a sonoridade de instrumentos pertencentes àdeterminada família quando tocados em grupo (quar-teto de cordas, quarteto de metais). Nesta categoria desons (Ensemble Voices), encontramos um dos recur-sos que mais impressionam no novo equipamento: atéagora, quando selecionávamos um timbre com essascaracterísticas em um teclado (por exemplo, um popu-lar “Brass Section”), ao tocar um acorde fechado (4notas), todos os instrumentos do grupo reproduziam

A nova “Super Articulation 2”

aprimorava sua antecessora adicionando

características como vibratos,

portamentos, glissandos

Page 62: Edição 234 - Tukasom

TECN

OLOG

IA |

ESTÚ

DIOS

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

62

todas as notas (parecendo ter 16 instru-mentos tocando simultaneamente, enão 4, cada qual tocando uma nota emsua tessitura, assim como ocorre emuma situação real). E é isso que o novoalgoritmo desenvolvido pela Yamahafaz, atribui (divide) automaticamenteuma das notas para cada um dos instru-mentos do grupo, proporcionando umasonoridade muito mais autêntica. Mes-mo com todo esse arsenal sonoro, o usu-ário pode ainda expandir a biblioteca doTyros 5 adquirindo os “Premium Packs”,pacotes com novos sons (que tambémtrazem novos ritmos, multi pads, regis-trações e músicas de demonstração) que

certamente agregarão valor ao instru-mento (necessária a instalação das me-mórias flash FL512M ou FL1024M nosslots do equipamento).Já em sua seção rítmica, o Tyros 5 ofere-ce 539 (sendo 40 inéditos) padrões in-ternos, cada qual com 4 variações, queenglobam praticamente todas as cultu-ras e gêneros musicais (novos pacotesde ritmos podem ser adquiridos na pági-na eletrônica oficial do equipamento nainternet - http://music-tyros.com - esalvos em seu disco rígido interno de500 GB, o dobro da capacidade do seuantecessor). A novidade nesta seçãofica por conta da categoria “Audio

Painel 'Ensemble Voices

“E é isso que onovo algoritmo

desenvolvido pelaYamaha faz,

atribui (divide)automaticamente

uma das notaspara cada um dos

instrumentos dogrupo,

proporcionandouma sonoridade

muito maisautêntica

Page 63: Edição 234 - Tukasom

63

Para saber online

[email protected]

Styles”, ritmos que possuem além do tradicional con-teúdo midi, conteúdo em áudio, fazendo o músico ter asensação de ser acompanhado por uma banda de verda-de. Mesmo com esse material, os ritmos dessa categoriase valem do novo algoritmo deTime Stretch da Yamaha, poden-do ter seu andamento alteradoem até 60% do padrão sem perdera autenticidade das performan-ces (acima disso, o canal de áudiofica mudo e o restante é reprodu-zido normalmente).Outra novidade presente noTyros 5 se encontra na seção deMulti Pads (botões que disparamfrases musicais pré-gravadas, asquais podem se adaptar automa-ticamente à harmonia da música com a função “ChordMatch”). Além da vasta biblioteca interna (190 ban-cos x 4 frases em cada um), o Tyros 5 permite que o usu-

Painel 'Organ World

ário crie novos Multi Pads com o conteúdo de áudio(arquivos “wav”) gravado em seu HD ou em mídiaflash externa (função Audio Link Multi Pad). Como jáse podia esperar, o Tyros 5 traz um poderoso pro-

cessador de efeitos baseado na consagrada tecnologiaVitual Circuitry Modeling - VCM, a qual simula todoo “calor” encontrado na sonoridade dos lendários pe-riféricos analógicos presentes nos mais renomados es-túdios do planeta. Tal tecnologia se mostra marcanteprincipalmente nas novas simulações de amplificado-res de guitarras (Real Distortion), reproduzindo me-ticulosamente as frequências (harmônicos) e dinâ-micas geradas pelos equipamentos reais (destaquepara a bela e intuitiva representação gráfica criadapara esta seção). Já para a sua entrada de microfone(conector combo XLR), um conjunto de 23 efeitosdedicados estão disponíveis para se somarem aos re-cursos do seu harmonizador de voz (tecnologia VocalHarmony 2 – VH2).Na sua seção de áudio, o Tyros 5 é capaz de reproduzirarquivos nos formatos “wav” e “mp3”, com livre ajustede tempo e tonalidade do material, podendo tambémgravar áudio multicanal (duas pistas) no formato“wav” (44.1kHz/16 Bits) e transferi-lo facilmente paraum CD ou qualquer mídia flash removível. O usuáriotambém terá nas mãos a ferramenta “vocal cancel”,capaz de suprimir efetivamente sinais como vocais ousolos para criar arquivos do tipo “karaokê”.Disponível agora em duas versões, com 61 ou com 76teclas (mecanismo FSX) em um gabinete com designcontemporâneo, o Tyros 5 conta ainda com um impo-nente visor colorido de 7,5’’ (640 x 480 pixels) quepermite o acesso à qualquer parâmetro ajustável noequipamento e com um adaptador wireless que oconecta numa rede de internet sem fios (necessárioum modem externo).

Painel 'Real Distortion

Mesmo com esse material, os ritmos dessa

categoria se valem do novo algoritmo de Time

Stretch da Yamaha, podendo ter seu andamento

alterado em até 60% do padrão

Page 64: Edição 234 - Tukasom

TECN

OLOG

IA|

LOG

IC |

ww

w.ba

ckst

age.

com

.br

64 Logic Pro X incorporou uma novacategoria de plug-ins denominada

MIDI FX Plug-ins, contemplando 8efeitos. Entre os efeitos disponíveis, te-mos o Arpegiator como carro chefe dogrupo. O MIDI plug-in Arpeggiator criaarpeggios variados baseado em notasMIDI e possibilita configurar as funçõesremotas que fazem também dele umaferramenta para apresentações ao vivo.É importante ressaltar que nas versões

O

XLOGIC PROVera Medina é produtora, cantora,

compositora e professora de canto e

produção de áudio

ARPEGIADOR NO

TODAS AS VARIAÇÕES DISPONÍVEIS NO FORMATO DE PLUG-INO Logic Pro X

incorporou umanova categoria de

plug-insdenominada MIDI

FX Plug-ins,contemplando 8efeitos. Entre os

efeitos disponíveis,temos o Arpegiator

como carro chefe dogrupo. O MIDI

plug-in Arpeggiatorcria arpeggios

variados baseadoem notas MIDI e

possibilitaconfigurar as

funções remotas quefazem também dele

uma ferramentapara apresentações

ao vivo.

anteriores do Logic, a criação de umarpegiador demandava um conheci-mento avançado da ferramenta, poistudo teria que ser montado no Envi-ronment do Logic e utilizando os objetosdisponíveis, tais como Tranformers,Arpeggiators, Monitors, Faders etc.Cada componente tinha sua configura-ção específica e depois tinham que serinterligados num fluxo lógico, consoli-dados numa Macro que seria inserida

Page 65: Edição 234 - Tukasom

65

num fluxo de sinal. Sua flexibilidadefinal seria do tamanho do conheci-mento avançado do usuário.São dois mundos diferentes e distan-tes. Hoje, você apenas tem que esco-lher o MIDI plug-in Arpeggiator edefinir sua configuração básica.Um arpegio é uma sucessão de notas deum acorde. Em vez de todas as notas se-rem tocadas simultaneamente, são to-cadas separadamente numa sequência es-pecífica. A inversão de um acorde faz comque haja a alteração no baixo do acorde. Oplug-in possui uma variedade de padrõesdefinidos, variações e inversões.A janela principal do plug-in está di-vidida em 3 áreas (vide Figura 1):• Parâmetros de controle: esta áreaengloba os controles Play e Latch.• Parâmetros de ordem das notas:determinam o tipo de arpegio e in-cluem quatro variações ou inversões,

as oitavas e a velocidade do arpegio.• Parâmetros avançados: está dividi-do em 4 áreas: Pattern, Options,Keyboard, Controller.Os efeitos MIDI são selecionados naárea Inspector à esquerda da tela, aci-ma do menu de Instrumentos e abaixodo botão EQ. Os plug-ins MIDI são re-presentados na cor verde para distin-gui-los das outras opções de plug-ins.Para remover um plug-in MIDI bastaclicar sobre o seu nome com o mouse,clicar sobre a seta para cima e para bai-xo e escolher a opção No Plug-in.Os parâmetros de controle são osseguintes:

•Botão Play: utilizado para tocarou parar o arpegio enquanto toca-do no teclado ou em uma região;•Botão de captura de performanceao vivo: clicando sobre o botão earrastando o símbolo para uma tri-lha de instrumento, a região MIDIcom o padrão de arpegio é copiada;•Botão Latch: escolhendo estaopção, o arpegio continua a tocarmesmo que não se esteja pressio-nando as teclas do acorde;•Latch Mode: várias opções, co-mo segue:- Reset: quando se toca uma nota,as demais param de arpegiar.- Transpose: pressionando umanota, o acorde que está sendoarpegiado é transposto, mantidasas relações entre as notas. Lembreque deve ser somente pressionadauma nota para o efeito desejado;

- Gated Transpose: próxima à op-ção de Transpose, o arpegio conti-nua a soar enquanto tiver algumanota pressionada;- Add: as notas são acrescentadasao serem tocadas uma a uma ouem formato de acorde;- Add Temporarily (adicione

temporariamente): as notas sãoadicionadas ao arpegio que estáno modo latch apenas enquantoestão sendo pressionadas, ou seja,temporariamente;- Through: Todas as notas MIDIque vão entrando se somam ao ar-pegio que está se repetindo;

“A inversão de um acorde faz com que

haja a alteração no baixo do acorde. O plug-in

possui uma variedade de padrões definidos,

variações e inversões“

Page 66: Edição 234 - Tukasom

TECN

OLOG

IA|

LOG

IC |

ww

w.ba

ckst

age.

com

.br

66

Para saber online

[email protected]

www.veramedina.com.br

• Botão Delete Last (deletar último):possibilita apagar a última nota ou pau-sa que foi adicionada ao arpegio.• Botão Clear (limpar): remove todas asnotas da memória de repetição do arpe-giador. O arpegiador para de tocar e tudo éreconfigurado para zero, possibilitandocriar um novo arpegio sem ter que desligaro modo Latch. Isto é bem útil numa situa-ção ao vivo, nas mudanças de acorde.• Silent Capture (parâmetro estendi-do): possibilita capturer cada passo deum arpegio sem ter que ouvir os resulta-dos em tempo real.Os parâmetros de ordem das notas forne-cem controle sobre uma sequência de no-tas pré-definidas, repetidas de formacíclica. As notas que estão pressionadasno teclado são tocadas uma atrás da outrana ordem definida. É possível adicionarou retirar notas do arpegio apenas não astocando no teclado. Os parâmetros po-dem ser alterados em tempo real.Vamos analisá-los:• Botão e campo de Rate (taxa): Exis-tem possibilidades de ¼ a 1/128;• Os botões ao centro definem a direçãodo arpegio:

- seta para cima: o arpegio é tocado danota mais grave para a mais aguda.- seta para baixo: o arpegio é tocado danota mais aguda para a mais grave.- seta para cima e para baixo: oarpegio vai da nota mais grave até amais aguda e retorna desta para a maisgrave continuamente.- Duas setas para o meio: o arpegio toca asnotas mais agudas, depois as mais graves,depois a segunda mais aguda e a segundamais grave, e assim continuamente.- Random: o arpegio é tocado de formaaleatória.- Símbolo da mão (as played): Todas asnotas tocam na ordem que foram inseri-das no acorde. Existe um botão de segu-rança para travar o conjunto de notas(ordem) de um arpegio.• Selecionador de Variação: Apresenta 4 po-sições como opções de variação do arpegio.• Botão de extensão de oitavas e in-

versões: possui dois modos para deter-minar a extensão das oitavas cobertas

pelo arpegio ou para determinar o pa-drão de inversão de acordes adotado.• A opção de Oitavas possui as seguin-tes 4 posições:- Posição 1: o arpegio se repete semtransposição;- Posição 2: a nota mais grave é trans-posta em uma oitava. Uma vez repetido,o arpegio reinicia na oitava original;- Posição 3: a primeira repetição étransposta por uma oitava e a segundarepetição por duas oitavas. Uma vez quea segunda repetição é tocada, o arpergioreinicia na oitava original;- Posição 4: A primeira repetição étransposta por uma oitava, a segunda porduas oitavas e a terceira por 3 oitavas.Uma vez que a terceira repetição termi-na, o arpegio reinicia na oitava original.• No modo de Inversões:- Posição 1: o arpegio repete sem inver-são das notas presas.- Posição 2: O arpegio é invertido umavez durante a primeira repetição. Umavez finalizada, o arpegio reinicia.- Posição 3: O arpegio é invertido duasvezes, durante a primeira e a segundarepetição. Finalizada a segunda repeti-ção, o arpegio reinicia.- Posição 4: O arpegio é invertido trêsvezes, uma vez durante a primeira, segun-da e terceira repetições. Uma vez que a ter-ceira repetição finalize, o arpegio reinicia.Desta forma, verifica-se que existem mui-tas opções somente se considerarmos aspossibilidades pré-definidas. Vamos abor-dar nas próximas matérias os padrões e de-finições avançados. Teste os parâmetros deordem das notas para que sejam úteis, prin-cipalmente em situações ao vivo.

“Os parâmetros deordem das notas

fornecem controlesobre uma

sequência denotas pré-definidas,

repetidas deforma cíclica. As

notas que estãopressionadas no

teclado sãotocadas uma

atrás da outra naordem definida.

Page 67: Edição 234 - Tukasom

67

Page 68: Edição 234 - Tukasom

TECN

OLOG

IA|

CUB

ASE

|

www.

back

stag

e.co

m.b

r68

oa monitoração, bom ambiente deaudição, bons cabos, enfim... Condi-

ções mínimas para a audição crítica e jul-gamento de resultados passaram a serobrigatórios mesmo nos home studios demenor porte. A coerência do que se fazcom os plug-ins e o que se ouve, só podeser julgado com transparência no som, e aítemos mais problemas a resolver no mun-do analógico.Vamos abordar neste artigoum pouco mais sobre estas questões.Onde termina a mixagem e começa amasterização? Para grande parte dosprofissionais que usam workstations di-gitais hoje, esta fronteira é tênue e mui-tas vezes confusa. O Cubase 7.5, porexemplo, reforçou a implementaçãodestinada a estas funções. A figura 1

CUBASECUBASE7.57.5

B

E MASTERIZAÇÃOMIXAGEME MASTERIZAÇÃOMIXAGEMONDE COMEÇA UM TERMINA O OUTRO

Marcello Dalla é

engenheiro, produtor

musical e instrutor

Olá amigos,Nunca foi tão

necessárioconhecermos as

ferramentas dasnossas

workstations. Aomesmo tempo todaselas se apresentam

com um conjuntode plug-ins nativosque proporcionam

condições para umbom resultadofinal. Isso nos

coloca quase que na“obrigação” de

fazer bom uso detudo o que está à

disposição.

mostra o mixer redesenhado e diversosplug-ins novos que podem ter as maisdiversas aplicações. E então? Como eonde utilizar estas muitas opções e quaisresultados são mais interessantes emcada situação? Com certeza não vou res-ponder algo tão complexo em apenasum artigo, mas uma visão crítica e obje-tiva podemos começar a cultivar.Home studios (de todos os portes) setornaram símbolos da liberdade criati-va, da disponibilidade de recursos einesgotáveis fontes de coisas muitoboas e de “lambanças” sem precedentesna história da humanidade. Primeira-mente, se queremos obter bons resulta-dos, temos que buscar a consciência deque as funções de criação e construção

Page 69: Edição 234 - Tukasom

69

sonora estão todas acumuladas e sob responsabilidade dacriatura posicionada entre o monitor e a cadeira. É aí quecomeça a diversão e a criatividade. É aí que começam osproblemas quando desejamos escutar o que criamos.A partir deste artigo, vamos abordar pontos con-ceituais que direcionam o difícil processo de “pilotar” opróprio estúdio em todas as suas possibilidades. Mixar emuitas vezes também masterizar são tarefas que estarãoincluídas na lista de afazeres, além de compor, arranjar,gravar, agendar músicos, pedir pizza, fazer café etc., etc.E aí cara pálida? Preparado pra isso? Por este simplesmotivo e para que nosso produto final seja coerentecom as propostas criativa e sonora, um mínimo de cri-tério pra tudo se faz necessário.Mixagem é a busca do equilíbrio entre os elementos(instrumentos, efeitos, vozes etc.) que constroem qual-quer música. Por ser um exercício de possibilidadesconstitui-se, inevitavelmente, num universo de possí-veis alegrias e sofrimentos. Não existe receita de bolo,dicas miraculosas, fórmulas pré-estabelecidas. Vamosnos libertar destas expectativas e cultivar a consciên-cia teórica e prática dos fundamentos do som e sua ma-nipulação digital. Só isso já é um bom começo.Quando ouvimos uma boa mixagem, é importante quealguns parâmetros subjetivos sejam conceituados, pois

eles serão nossos guias quando estivermos nesta fun-ção. Transparência, presença, definição, profundidade,“cores” sonoras, tudo isto conceitua subjetivamentecomo se fosse a referência de uma imagem. É exatamen-te isto que devemos buscar em nossas mixagens: a “pai-sagem” sonora correspondente ao que desejamos artis-ticamente. Nosso conhecimento técnico estará a ser-viço disto. Devemos saber lidar com equalizadores,compressores, reverbs, delays e todo o arsenal de plug-ins com a consciência de que tudo isto estará “a servi-ço” de um conceito artístico, de uma determinada pai-sagem sonora desejada. Estes conceitos independem deestilo musical. Cada um terá sua linguagem e amixagem está diretamente relacionada à linguagem

Mixagem é a busca

do equilíbrio entre os

elementos (instrumentos,

efeitos, vozes etc.)

““

Page 70: Edição 234 - Tukasom

TECN

OLOG

IA|

CUB

ASE

|

www.

back

stag

e.co

m.b

r70

Para saber online

[email protected]

www.ateliedosom.com.brFacebook: ateliedosom | Twitter:@ateliedosom

estética seja o que for. A pior sensaçãoque pode acontecer durante uma mi-xagem é a indecisão. “Entrar em loop”é um risco constante frente às inúme-ras possibilidades. É nessa hora que o

critério entra em ação. Boa moni-toração e foco no que se deseja são ospontos de partida.São estas questões que vamos abordarnos próximos artigos. Seguiremoscom a mixagem e seus fundamentos.Ao mesmo tempo, vamos começar afalar da encrenca seguinte, inevitávele necessária: a masterização.

A ideia é pontuar aspectos técnicos econtextualizá-los a serviço do con-ceitual, da busca da paisagem sonora. Jáescrevi muitos artigos aqui para vocêscom conteúdo técnico e formato tu-torial. Ótimo. De agora em diante va-mos ver e rever estes conceitos comuma perspectiva mais artística paraque nossas mixagens e masterizaçõescaminhem ao encontro de nossa satis-fação de ouvir nos monitores o que ou-vimos internamente quando “pensa-mos” nosso som. Até a próxima.Forte abraço.

A pior sensação que pode

acontecer durante uma mixagem é a

indecisão. “Entrar em loop” é um

risco constante

Figura 1

Page 71: Edição 234 - Tukasom
Page 72: Edição 234 - Tukasom

PRO

TOOL

S| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

72

muitas vezes nós mesmos não sabe-mos se vale ou não a pena fazer o

upgrade. Normalmente respondemosalgo do tipo "ah, porque aqui funcionatão bem... tenho medo de fazer o upgradee piorar tudo".A ideia deste artigo é servir como umguia, onde os usuários poderão analisaras principais melhorias entre as versõesdo Pro Tools e julgar se para seu tipo detrabalho de fato vale a pena a aventura eo investimento de um upgrade.

Pro Tools 7.3 e anteriores

Se você é um usuário de uma destas ver-sões, vale muito a pena considerar umupgrade. Simples assim. Existem cente-nas de funções incorporadas que podemfacilitar seu trabalho, mesmo que sejaapenas gravar uma dublagem.

Pro Tools 7.4

A grande novidade no Pro Tools 7.4 foia função Elastic Audio (fig. 1). Graças aeste recurso, usuários podem manipularáudio de maneira muito mais prática noque se refere a tempo. Ele é uma soluçãode Time Strech em tempo real e diretona janela de edição. Para ajustar umabateria no andamento, sincronizar umadublagem ao movimento dos lábios de

EEstamos nummomento em

que os estúdiosrodam várias

versões do ProTools, e uma

perguntacomum do

cliente é: maspor que você

não faz oupgrade?

um ator num vídeo, ou simplesmentepara aumentar a duração de uma notacantada, esta é a ferramenta.Foi um marco na maneira não só de editar,mas também de gravar e "pensar" em música.

Pro Tools 8

Sem dúvida, esta foi a versão mais revo-lucionária da ferramenta. Além de umainterface nova e moderna (fig. 2), trouxeum editor MIDI dedicado, aumento no nú-mero de tracks, sistema de partituras (fig.3) e um Elastic Pitch, que permite que ousuário altere a afinação de um áudio.Indo mais longe, uma biblioteca deplug-ins de áudio e de instrumentosvirtuais muito mais rica do que as ver-sões anteriores.

Cristiano Moura é produtor, en-

genheiro de som e ministra cur-

sos na ProClass-RJ

UPGRADESPRO TOOLS

ATÉ ONDE VALE A PENA?

Fig. 1 - Elastic áudio no Pro Tools 7.4

Page 73: Edição 234 - Tukasom

73

Para muitos, era como se fosse um"novo" sistema. Esta é a primeiraversão do Pro Tools realmente ca-paz de servir estúdios de pequeno emédio porte em todos os cenários,como uma ferramenta completa eauto-suficiente.

Pro Tools 9

Se o Pro Tools 8 foi a revolução nosoftware, o Pro Tools 9 foi a revolu-ção com relação ao hardware. Apartir desta versão, é possível usar oPro Tools com qualquer hardwarecompatível com drivers ASIO (Win)ou Core Audio (Mac) (fig. 4). Issoquer dizer duas coisas:1- o usuário está livre para comprara interface que julgar melhor para assuas necessidades. Além da Avid,existem outras centenas de empre-sas que fazem interfaces de áudio dequalidade: RME, MOTU, Focusritee Apogee são algumas delas.Com relação ao software, também éalgo bem impactante. Até a versão8, o usuário tinha que pagar diver-sos pacotes de funções à parte: DVToolkit, Music Production Toolkit

e Complete Production Toolkitalém de um MP3 Export Option.Era realmente muito frustrante com-prar o Pro Tools e depois descobrir

que, por exemplo, para você ter umtimeline contando em timecodevocê precisava do DV Toolkit. Oupara exportar um bounce direto paraMP3, era necessário um MP3 option.Tudo isso acaba no Pro Tools 9.Timecode, MP3 Export, BeatDetective, Import Session DataAvançado, Catálogos no Digibaseforam liberados.Só restou um pacote, chamado de

Complete Production Toolkit 2,que na sua essência era simples-mente transformar o Pro Tools"convencional" em Pro Tools HD,versão mais avançada da ferramen-ta para trabalhos de grande porte.Correndo por fora, também temosno Pro Tools 9 o ADC (AutomaticDelay Compensation), que corrigepequenas diferenças de latênciaexistentes entre plug-ins de pro-cessamento de áudio.São pouquíssimos casos em queisso acontece no Pro Tools con-vencional, mas caso você use umplug-in que tenha este problema,vale muito a pena o upgrade.

Pro Tools 10

Quem está com o Pro Tools 9 estárealmente muito bem equipado. Aversão 10 é mais uma versão detransição para o Pro Tools 11 doque uma versão mesmo.O ponto mais forte do Pro Tools10, no que se refere aos recursos, é afunção Clip Gain (fig. 5), que per-mite o ajuste de ganho do áudio emtempo real, diretamente da EditWindow. É um comando de umapraticidade incrível e, sem dúvida,útil para qualquer tipo de trabalho.Também temos o novo plug-inChannel Strip (fig. 6) que real-mente é interessante e gratuito.Seu algoritmo é retirado da System5, console da antiga Euphonix, quehoje em dia faz parte da Avid.Obviamente, existem outras me-lhorias valiosas, mas que não seria

Fig. 5 - Clip Gain

Fig. 4 - imagem que significava o fim de umaescravidão das interfaces do fabricante

Fig. 3 - partitura, MIDI e instrumentos virtuais

Fig. 2 - Mixer ganhou cores

Page 74: Edição 234 - Tukasom

PRO

TOOL

S| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

74

possível definir como "essenci-ais" como é o caso do Clip Gain.Por exemplo, temos fades sendofeitos em tempo real. Útil, masnada que faça como que alguémno Pro Tools 9 trabalhe pior. Al-gumas outras são: 32-bit floatingpoint, Bus Interration e melho-rias do Audiosuite.

Pro Tools 11

Finalmente chegamos à versãoatual do Pro Tools. Esta versãoroda em 64-bit e tem apresenta-do um desempenho realmentemelhor. Algumas sessões que euestava tendo dificuldade de rodarno Pro Tools 10 rodam muitobem no Pro Tools 11.Acredito que a nova função mais

comentada é o Bounce to disk offline,que sem dúvida é prática, bem-vinda,acelera o trabalho, mas novamente nãoé algo que vá fazer você trabalhar me-lhor ou pior. É só pensar: quanto tempodo seu dia você passa fazendo bounce?Quantos bounces vocês faz por mês?Obs.: Para quem tem o Pro Tools HD 11,além do bounce offline também existe apossibilidade de fazer o bounce de fontesdiferentes ao mesmo tempo. Aí a coisafica realmente séria, principalmentepara quem exporta muitos stems, sejapara música ou pós-produção.O mixer na minha opinião é o grandeganho desta versão (fig. 7). Ele ganhou apossibilidade de mostrar mais sends aomesmo tempo, meters novos, medido-res de redução de ganho e tudo isso, sim,faz com que você trabalhe melhor. Maisque isso, um novo recurso chamado deDynamic Host Processing, que significabasicamente que o Pro Tools agora é in-teligente e processa plug-ins apenasquando tem áudio na pista. Se não hou-ver áudio, o sistema não gasta pro-cessamento com os plug-ins que estãoinseridos naquela pista. Resumindo,mais plug-ins, menos travamentos.Para quem trabalha no mercado de pósprodução, há também importantes me-lhorias como a possibilidade de rodar

vídeos de outros formatos e em HD.

Cuidados com a última versão

É comum pensar "vou direto pegar aversão mais avançada", mas o Pro Tools11 tem suas peculiaridades e elas devemser levadas em consideração.A principal é com relação aos plug-ins.O Pro Tools aceita apenas plug-ins noformato AAX, e, infelizmente, aindanão são todas as empresas que têm seusplug-ins adaptados para a nova versão.É muito importante confirmar se todosos seus plug-ins possuem uma versão emAAX antes de partir para o Pro Tools11.E é isso aí. O mais importante antes deentrar na paranoia de sempre querer tera última versão de tudo é lembrar que aferramenta é apenas o "meio". Lem-brem-se de que 99% dos CDs que omundo ama e idolatra não foram feitosna última versão do Pro Tools. Talveznem na penúltima, e, se quer saber, nemna antepenúltima!Abraços.

Para saber online

[email protected]

http://cristianomoura.com

Fig. 7 - Pro Tools 11 Mixer

Fig. 6 - Pro Tools 10 Channel Strip

“Acredito que a novafunção mais

comentada é oBounce to disk

offline, que semdúvida é prática,

bem-vinda, acelerao trabalho, mas

novamente não éalgo que vá fazer

você trabalharmelhor ou pior

Page 75: Edição 234 - Tukasom

75

Page 76: Edição 234 - Tukasom

ABLE

TON

LIVE

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

76

ABLETON LIVE

gora, como prometi, estaremos to-mando o caminho inverso! Produ-

ziremos um material no modo Arran-gement, que será transferido para oSession View, que é o modo mais usadopara Performace, Djing, Controlado-rismos e afins.Inicialize o Ableton Live, e alterne asjanelas Session/Arrangement, apertan-do a tecla TAB do computador, ou atra-

vés desses ícones que ficam no lado su-perior direito da janela do programa (es-ses 3 traços verticais e/ou horizontais)Em tese, o que faremos será gravar ouimportar material sonoro na janela dadireita Arrangermet View e arrastare-mos diretamente nos Slots da janela àesquerda no Session View. Parece sim-

A

ABLETON LIVE

Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor,

sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de

Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee

College of Music em Boston.

“MODO ARRANGEMENT”P E R F O R M A N C E D J

Parte 1

Na matéria dotutorial anterior,

explanamos comose grava umaperformancemontada na

Session View, naoutra parte do

programaArrangement View,

que é o setor degravação linear do

Ableton Live.

ples assim, mas para tal, como veremos,alguns ajustamentos precisam ser feitospara que tudo funcione como desejado.

Existem várias técnicas desenvolvidasao longo desse anos, para transferir mon-tagens feitas no Arrangement View aoSession View. Essa é uma das que eu uso,mas tudo depende do tipo do produçãoenvolvida. Para Djing e Remix, acho essabem adequada.Para esse tutorial eu montei um peque-no projeto com loops de áudio e outros seg-mentos lineares, ainda não em looping,com propósito didático.Vejamos!Para começar o processo, primeiro sele-cione com o mouse do compasso 3 ao 7

Alternar janelas

Session view

Page 77: Edição 234 - Tukasom

77

(fica azul quando selecionado). Su-giro que para facilitar essa selecão,clique fora e não diretamente emcima do segmento de áudio ouMIDI e então arraste por toda áreadesejada com o cursor do mouse.

Use a tecla Shift caso precise fazereventuais ajustes nessa seleção.Agora, clique com o botão esquer-do do mouse (Mantenha apertadoo botão) e aperte a tecla TAB aomesmo tempo em que arrasta omaterial selecionado. Repare quea imagem mostra tudo meio dis-torcido (Blured). É o material so-noro em movimento sendo arras-tado (Uma cópia).

Arraste até a outra janela e solte.....UPSS!! Mas algo deu errado... observe!Todos os Chuncks (segmentos deáudio) deveriam estar alinhadoshorizontalmente no track do Ses-sion View para reproduzir exata-mente o que está no ArrangementView. Assim como se apresenta nes-sa imagem, quando você disparar oMaster track 1 (Toque o Áudio!) ,alguns segmentos de áudio nãoirão tocar??!!! Todos precisariamestar alinhados na mesma linha

horizontal para reproduzirem exa-tamente o que temos no Arran-gement View.AFINAL O QUE ACONTECEU??!!(Control + Z para Undo ou desfazera ação)Aqui nós explicamos os proble-mas... Claro!!Session View é uma interface queinterpreta dados de maneira dife-renciada, de forma não linear, por-tanto quando você importa umsegmento não contínuo de dadoscom espaços sem dados ou seccio-nado, o Session View coloca esseseguimento no começo de outrotrack, interpretando como um seg-mento independente,”e cria outro

Arrangement view

Projeto

Arraste Clips para Session

Deletar Loop

Algo deu errado

Page 78: Edição 234 - Tukasom

ABLE

TON

LIVE

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

78

Track”. Então devemos sempre com-pletar os espaços USANDO A OPE-RAÇÃO “Consolidate”.

Veja a solução para Audio loopsegmentado:Nesse caso acima, selecione o segun-do segmento do Loop (esse em ver-melho que é uma duplicação do pri-meiro), delete-o , e então (como mos-tra a imagem) alongue a borda até

completar o espaço desejado, com-pensando o espaço deixado pelo loopdeletado...*Assim como outros programas nomercado de áudio, o Ableton Livepermite que você alongue um loop in-definidamente, arrastando sua bordasuperior até um ponto desejado. (se-tas em vermelho)Quando temos segmentos sem dados(em branco mesmo) o procedimento en-

volve a operação Consolidate! (isso criasegmentos com dados)Selecione e delete o segundo loop(esse em laranja). Agora tente alon-

gar sua borda superior como feitocom o outro loop há pouco. Ele vai serepetindo sucessivamente, mas nãodeixando o espaço vazio que tínha-mos entre um loop e o outro??!!

Solução:Você deve selecionar (em azul) como cursor o espaço vazio desejado e osegmento de áudio até o comprimen-to desejado,..Clique com o botão direito na áreaselecionada (Crtl +J) para a operação

Loop deletado

Loop Extendido

Delete Loop 2

No silence no loop

Selecione o espaço do loop

Consolidering

Page 79: Edição 234 - Tukasom

79

Consolidate e o segmento se transfor-ma em um monolito do tamanho se-lecionado. Um novo segmento deÁudio ou MIDI (se fosse o caso) serácriado na sua Library ou no diretóriodo projeto.Então é só estender a borda do looppara completar os espaços em branco(agora áudio + silêncio no lugar dezero dados)Agora é só arrastar o material sonoro denovo ao Session View e tudo estará sendoexecutado exatamente como desejado.Era assim que tudo deveria estar des-de o começo!!Claro que todo o tutorial envolveuuma série de dificuldades criadas, masnos deparamos com elas algumas ve-zes ao executar uma pré-produção,remix ou planejando uma perfor-mance. Isso nos ajuda a prevenir erros

Arraste o novo seguimento loop

Setup Final

bobos que só atrapalham nosso mo-mento criativo. Na segunda parte dotutorial estaremos trabalhando commúsicas inteiras dividindo-as empartes e inserindo outros materiais,que é o conceito básico de um remix.Bom trabalho a todos!

Para saber online

Facebook - Lika Meinberg

www.myspace.com/lmeinberg

Page 80: Edição 234 - Tukasom

PROD

UÇÃO

MUS

ICAL

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

80

e você reparar, os esquemas dosreverbs plate e spring são extre-

mamente simples e podem ser cons-truídos sem nenhum conhecimentode eletrônica. No caso do reverbspring, se você tiver um amplificadorde guitarra, não precisa nem construirum. Pode usar o do seu amplificador.O plate consiste em uma placa de me-tal suspensa em uma caixa com um

S

REVERBS FÍSICOS E

REVERSOSRicardo Mendes é produtor,

professor e autor de ‘Guitarra:

harmonia, técnica e improvisação’

Além dareverberação

natural encontradaem salas e espaçosexistem também os

reverberadoresfísicos como o plate

e o spring. Hojetodos o plug-ins ou

periféricos podemsimular estes

reverbs físicos, masalém de ser

interessante sabercomo eles

funcionam, se vocêtiver um talento e

gosto para construircoisas, você poderá

fazer seu próprioreverb e ter um som

único no seuestúdio.

transdutor de output (uma espécie decaptador ao contrário) posicionadono centro. Nessa mesma placa são co-locados dois microfones de contato.O sinal é enviado ao transducer que faza placa vibrar. Essa vibração é captadapelos dois microfones (um é o canaldireito e o outro o esquerdo) e envia-da de volta para a mesa de som. Hojeem dia é muito raro encontrar um des-

Page 81: Edição 234 - Tukasom

81

ses, mas existem vários plug-ins ou reverbs eletrô-nicos de hardware que emulam o plate.O spring (mola) é um sistema muito similar. Con-siste em um par de molas suspenso dentro de umacaixa de metal. A diferença é que o transducer deoutput é colocado numa ponta da mola e outrotransducer de input (parecido com um captador decontato) é colocado na outra ponta da mola. Esse

tipo de reverb é facilmente encontrado em amplifi-cadores de guitarra. Em alguns amplificadores quetêm esse tipo de reverb, a caixa de metal fica separadafisicamente do circuito, sendo conectada por cabosRCA. Isso significa que você pode desconectar essescabos e conectar cabos com sinal enviado da sua

interface, utilizando o reverb de mola do seu amplifi-cador de guitarra como um periférico externo.Estes reverbs soam mais “vintage” por que eram osutilizados na época em que ainda não haviam peri-

O spring é um sistema

muito similar. Consiste em um

par de molas suspenso dentro

de uma caixa de metal

Page 82: Edição 234 - Tukasom

PROD

UÇÃO

MUS

ICAL

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

82

Para saber [email protected]

“Existe um truquebem interessante

que é fazer oreverb “adivinhar”

a nota que vai sertocada. Ainda não

existe umalgoritmo que faça

isso, pois o somprecisa passar peloreverb para que ele

possa processá-lo

féricos de efeitos de reverberação.Sempre que você quiser soar maisvintage, a opção por um reverb demola ou plate sempre estará no topoda lista de preferências.

REVERB REVERSO

Esse efeito não existe na natureza,mas os algoritmos permitem que pos-samos criar alguns efeitos como esse.O reverb reverso, como o próprionome diz, se comporta de trás parafrente. Quando uma nota é tocada, areverberação começa no nível maisbaixo, como se fosse no final do decaye vai aumentando de volume até en-trarem as reflexões iniciais e final-mente chegar ao som direto.Existe um truque bem interessanteque é fazer o reverb “adivinhar” anota que vai ser tocada. Ainda nãoexiste um algoritmo que faça isso, poiso som precisa passar pelo reverb paraque ele possa processá-lo. O plug-innão teria como processar um áudioque ainda não entrou nele. No entan-to, podemos recorrer a um truque quejá era utilizado no tempo das fitasanalógicas. Vamos fazer um passo apasso para criar um reverb reverso an-tecipado para um trecho de voz.

1º passo: abra um novo canal e dupli-que o trecho da voz.

2º passo: reverta este trecho usando afunção reverse do seu programa. Issofará a voz tocar de trás para frente eaplique um reverb normal, um hall,por exemplo, sobre a voz com o mixem 100% (ou o parâmetro direct em -8). Repare que o desenho da waveform

verde é exatamente o espelho da wa-veform azul.

3º passo: crie outro canal e enderecepara a entrada dele a saída do canalanterior (o que você tem a voz reversacom o reverb normal) e grave estereverb neste canal.

4º passo: inverta agora o reverb gra-vado usando a função reverse nova-mente, e posicione no grid este áudiode maneira que a primeira sílaba apóso crescimento da cauda do reverb re-verso coincida com a primeira sílabado canal original e mute o segundocanal onde estava a voz de trás para afrente. Desta maneira, o decay e as re-flexões virão antes da voz, dando umefeito fantasmagórico e surreal.

GATE REVERB

Um efeito muito utilizado nos anos80, hoje um pouco menos, mas quemsabe quando isso pode voltar a moda?Para criar um som de caixa “maior doque a realidade” um recurso é colocaruma quantidade exagerada de reverbna caixa da bateria, tanto no parâ-metro mix quanto no parâmetro de-cay, porém cortando abruptamenteesse decay com um noise-gate inseri-do depois do reverb. Alguns reverbs játêm essa função embutida, mas nemtodos. Repare como na segunda figurao decay do reverb (o canal azul) é in-terrompido bruscamente:

Abraços.

Page 83: Edição 234 - Tukasom

83

Page 84: Edição 234 - Tukasom

BAIX

O EL

ÉTRI

CO|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r84

o mundo dos instrumentos elétricosisto pode soar nada anormal, mas

estamos falando do universo da luthieriatradicional vinculada há séculos às mãos ementes de seus inventores e mantene-dores, em Cremona (Itália). Tudo pareciatranquilo e imutável até que surge o músi-co italiano Andrea Spada, radicado noBrasil há alguns anos, para transformarnossa forma de pensar as coisas.Talvez não seja realmente de hoje que osinstrumentos acústicos de orquestra te-nham tido avanços em sua forma econstrução, haja vista que eles já foramde somente 3 cordas e hoje são vistos em

N até 6 ou 7 cordas, usavam cordas de tripacontra as atualmente cordas de aço, sur-giram as extensões para alterar o tomdas cordas mais graves e os formatos va-riaram levemente aqui ou ali.Porém, verificamos em duas visitas à ofi-cina de Andrea Spada que a situação ge-ral do design e da forma de trabalho po-deriam variar e avançar muito mais, embusca da total entrega às necessidades domúsico instrumentista, afinal é ele (opróprio músico) quem vai usar o instru-mento (por vezes, pelo resto de sua vida),mesclando naturalmente com um com-promisso estético e sonoro que envolve

INOVAÇÃOINOVAÇÃOJorge Pescara é baixista, artista da

Jazz Station e autor do ‘Dicionário

brasileiro de contrabaixo elétrico’

E N T R E V I S T A

L U T H I E R A N D R E A S PADA

Nem sempre em umaprofissão, principalmente

quando tida por muitoscomo extremamente

conservadora nos seusprincípios mantenedores, seencontra alguém com uma

mente tão aberta ainovações. Menos ainda

quando esta profissão é a deluthier/artesão de

contrabaixos acústicos,violoncelos, violas e

violinos. Se descobrirmosque esta pessoa está

preparada para enfrentar osdesafios das mudanças e

não tem medo deexperimentar, a questão

torna-se ainda maiscomplexa...

Page 85: Edição 234 - Tukasom

85

exaustivas pesquisas, testes de campo,muita experimentação e alguma dosede genialidade (ou mesmo de uma cer-ta loucura ao enfrentar o status quo do

academicismo social reinante).

Spada é bem falante e carrega em siuma naturalidade brasileira de levaras questões mais complexas com umsorriso. O músico chegou ao Brasil emdezembro de 1997 e, ao desembarcarno Rio de Janeiro, teve um feliz en-contro com Heloisa Fischer, da revis-ta Viva Música, que o levou a conhe-cer pessoalmente o contrabaixistaSandrino Santoro.Neste artigo em forma de entrevista,procuro contar um pouco da históriadeste músico e luthier e suas fantásticascriações, os contrabassetos pequenos,práticos, confortáveis, porém com umasonoridade monstruosa; os contra-baixos acústicos que se desmontam parafacilitar o transporte... Enfim, puxe a ca-

deira, abra uma boa garrafa de vinho tin-to e seja nosso convidado em uma tardede sol quente no Rio de Janeiro, numatelier do tipo que se pode dizer “de artis-ta”, em uma agradabílissima rua no bair-ro de Santa Tereza.

Como foram os primeiros anos no Brasil?Os primeiros anos profissionalmenteno Brasil foram bem difíceis. Na épo-ca me dividia entre dar aulas e peque-nos trabalhos em teatro ou comomúsico. Comecei aos poucos a aden-trar no mundo das orquestras sinfô-nicas, a princípio na Orquestra Sin-fônica Brasileira Jovem. Após a inici-ação recebida pelo Sandrino e sobre-tudo graças ao suporte e influênciadele, comecei a receber pequenos pe-didos de serviços de reforma. Sendomúsico, as pessoas confiavam em mi-nha capacidade de regulagem e aprincípio este foi meu carro chefe.Meu primeiro cliente foi o Saulo deMello, da OSB e, graças à exigênciadele pude refinar meu entendimentode ergonomia e mecânica. Em 2006,pouco depois de ter prestado um con-curso para entrar na orquestra Petro-brás Sinfônica, e com um filho recém-nascido, decidi abandonar a vida demúsico para me dedicar totalmente àluteria - no começo, resolvi me especi-alizar e trabalhar exclusivamente comos contrabaixos. Até este momento, ti-nha trabalhado apenas como restaura-dor, mas estava me preparando para co-meçar a construir meus primeiros ins-trumentos. Minha primeira encomen-da foi do Tony Botelho, que tinha sidomeu professor de contrabaixo e se tor-nado colega na orquestra. Acabousendo um pequeno instrumento se-mi-acústico, precursor do que se tor-nariam os meus contrabassettos.

Além do Sandrino Santoro, você temou teve outros mestres?Sim. A grande virada em minha for-mação aconteceu quando o próprioSandrino me apresentou ao Nilton deCamargo, que fazia duas décadas mo-Damasco

rava e trabalhava em Cre-mona. Ele estava voltando amorar no Brasil e, de imedia-to, nasceu uma profunda a-mizade. Curiosamente ele seinteressou muito pelo meutrabalho e pelas minhas ideias,apesar de eu estar no começo,e resolveu depositar em mimmuita confiança. Extraordi-nário professor, começou acompartilhar comigo segre-dos que os lutiers costumamguardar a sete chaves e fezcom que eu realmente en-trasse de cabeça no mundoda alta luteria. Ele, especia-lista no quarteto clássico esobretudo na viola, às vezesme pedia para ajudá-lo empequenos trabalhos com vio-loncelos, através dos quais seaproveitava para tecer críti-cas sempre construtivas eapropriadas. Passou a me re-passar sistematicamente osclientes que o procuravampara trabalhos com contra-baixos, e ajudou com quemeu nome começasse a serassociado à luteria de autor.O treinamento com ele foi omais próximo que tive deum treinamento formal. La-mentavelmente ele morreurepentinamente no ano pas-sado, o que deixou um vazioimenso em todos nós que oconhecíamos, mas deixou u-ma herança enorme no e-xemplo de si e de sua arte. Al-gumas das ferramentas e atémesmo um gaveteiro que te-nho hoje em dia foram dele esempre que trabalho me sintopróximo a ele. É curioso, masmuitas vezes escuto a voz deleme chamando a atenção, co-mo fazia anos atrás, especial-mente quando deixo acumu-lar sujeira debaixo da banca-da: ele odiava isso! (Risos)

Page 86: Edição 234 - Tukasom

BAIX

O EL

ÉTRI

CO|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r86

“Não sigo cegamenteuma determinada

escola. Meu métodode trabalho é

intrinsecamenteitaliano

(cremonense), poruma questão de

gosto e afinidade,mas no estilo tenhosimpatia e ligaçãocom várias escolas

Você segue alguma escola específi-ca de luthieria? Algum esti lo ouluthier famoso?Não sigo cegamente uma determinadaescola. Meu método de trabalho é in-trinsecamente italiano (cremonense),por uma questão de gosto e afinidade,mas no estilo tenho simpatia e ligaçãocom várias escolas. Cremona e Bresciasão ambas minhas principais referênci-as. Gasparo da Saló e Maggini são meusícones absolutos em termos estéticos econceituais, mas além deles adoro e re-verencio o trabalho dos Amati, em es-pecial, Andrea e seu neto Nicoló e, cla-ro, de Stradivari. Na verdade posso dizerque busco inspiração em todo grandelutier - antigo ou contemporâneo, eprocuro incorporar todos os elementosque mexem comigo. Considero a escolainglesa um grande exemplo de sínteseonde cito Panormo, Fendt, Lott… Eacredito que o contrabaixo em especial,tão heterogêneo em sua gênese e desen-volvimento, merece um estudo siste-mático de todas as escolas, pois muitasforam as soluções propostas para os ób-vios problemas de ergonomia e de acús-tica. Para mim, a luteria é acima de tudoum movimento artístico, uma criaçãoespontânea e genuína, da qual simples-mente não consigo viver sem. Os ele-mentos estéticos e formais precisam mesatisfazer como um todo, e não façoconcessão a nenhum detalhe até queseja plenamente resolvido. Com fre-quência porém me vejo aportando mo-dificações na hora da confecção, muitas

vezes apenas porque a madeira, comsuas nuanças de cor e textura, simples-mente sugere uma direção à outra. Ouseja, em meu método a pesquisa e o pla-nejamento nunca sobrepujam a espon-taneidade; elementos contrastantes secompletam e atuam em conjunto. Nãosou um copista, e nisso me sinto muitopróximo às referências que respiro.Em oito anos de construções criei seismodelos de contrabaixos, cinco decontrabassettos e estou trabalhando aomesmo tempo em vários modelos devioloncelos e violas. Além disso, estouconvencido de que posso e devo melho-rar muita coisa, aqui ou acolá… Para al-guns é algo estranho, pouco ou nadaviável. A maioria dos meus colegas es-colhe um ou dois modelos e procuramanter o foco neles. Eu não, preciso deuma continua investigação. Para mim écomo deve ser, não ha outro jeito. Estousempre reconsiderando meus passos, rea-valiando minhas soluções e perseguindo oinatingível ideal de perfeição. Vale a penaressaltar que todo modelo que realizo é fru-to de anos de maturação e pesquisas. Reali-zo dezenas e dezenas de desenhos até che-gar ao resultado que me satisfaz, e estudo a-tentamente todo livro e publicação deluteria e acústica que consigo ter em mãos.

Você é um músico atuante no cenáriomusical. De quais trabalhos já partici-pou e com quem trabalha atualmente?Eu já toquei todo tipo de repertório. Játoquei na OSB, na Orquestra SinfônicaNacional, na Filarmônica e na Petrobrás

Preparando uma junta

Page 87: Edição 234 - Tukasom

87

Sinfônica. Entre outras coisas, fizparte de um trio experimental cha-mado Varal de Corda. Também parti-cipei do quarteto afro-brasileiro Re-percussão (com Carlos Negreiros),com o qual gravamos pela Finaflor.Hoje em dia, toco com o Leoni (des-de 2007) além de alguns poucos ou-tros artistas (entre eles, DanielLopes). Tenho planos porém devoltar a tocar música de câmara,da qual sinto muito saudade…Além de músico, trabalhei comocompositor e criei e produzi deze-nas de trilhas para documentários,espetáculos de teatro e comerciais.

Voltando a falar de luthieria, quaismúsicos usam seus instrumentos?Hoje em dia, para minha lisonja,tenho instrumentos meus nasmãos de grandes músicos, e co-brindo um grande leque de reper-tórios, seja em orquestras ou emmãos de solistas. No Teatro Muni-cipal do Rio de Janeiro, na OSB enas mãos de artistas de calibre in-ternacional, como o André Vas-concellos e o Bruce Henri, ou dejovens promessas como o PabloArruda. O Ricardo Vasconcellos,pai do André, não abre mão demeus serviços para a manutençãode seu instrumento, e posso dizero mesmo para o Gael Lhoumeau,para citar alguns dos músicos maisprestigiados com os quais traba-lho. Falando do André Vascon-cellos, além de ter se tornado umgrande amigo, ele é hoje em diaum verdadeiro parceiro e grandeincentivador, pois seu instintorevolucionário e indagador foi es-topim para muitas de minhas cri-ações recentes.Por exemplo, o último modeloque criei, o Amalfi, foi concebidoexclusivamente em cima das es-pecificações e exigências que eletraçou para poder se adequar aotrabalho que ele desenvolve como Hamilton de Hollanda.

O que o levou a pesquisar novaspossibilidades sonoras/timbrísticase de design nos instrumentos? Equais são os parâmetros que objeti-va sua pesquisa?Acho que, acima de tudo, minhapesquisa é alimentada pela buscaestética e formal, tipicamenterenascentista. O estudo da arte ede Belas Artes deixaram marcasprofundas em mim, ainda maistendo crescido na Itália entre Flo-rença e Veneza, e em mim existeclaramente o instinto de perseguirum ideal platônico. Além disso, sen-do músico, conheço perfeitamente agrande frustração de se tocar em uminstrumento que não permite a al-guém ser o músico que gostaria oupoderia ser, portanto meu primeiroinstinto enquanto criador foi buscarsoluções pessoais aos problemasmais comuns. Como profissional,procuro entender ao máximo quaissão as exigências de meus clientes etrabalho exaustivamente para con-seguir satisfazê-las. Ou seja, meusprincipais parâmetros são as pro-blemáticas que o cliente traz pramim. Não abro mão de meu concei-to artístico porém, tento chegar aotimbre e ao “feeling” que me é soli-citado, mas sempre respeitandomeus critérios do “belo” e “funcio-nal”. Fujo de soluções complexas ede difícil manutenção, pois nãoquero que meu cliente seja obrigadoa recorrer só a mim para o reparo deseu instrumento. Quanto mais sim-ples a solução, mais simples o repa-ro em caso de acidente.

Quais madeiras você costumausar em seus projetos?Trabalho apenas com madeiras tra-dicionais, que muitas vezes acaboimportando diretamente da Áus-tria, de uma serraria de confiança.Essa pequena serraria compra árvo-res muito interessantes, e hoje emdia separam cortes específicos sobminhas especificações. O abeto -

sempre dos Alpes - é imprescindívelpara o tampo, mas para fundos, fai-xas e braços, além do convencionalbordo (maple), gosto de usar madei-ras que hoje em dia são difíceis de seachar: Faia italiana, Álamo, ChoupoNegro, Pereira e Olmo. Todas as ma-deiras que gozaram de grande prestí-gio nos séculos passados, e que pormotivos comerciais foram postas delado. Algumas delas são mais raras ecaras que o próprio Bordo (como oOlmo e a Pereira), mas são incrivel-mente lindas e sonoras.

Poderia nos contar um pouco so-bre sua forma de trabalho, se temajudantes ou se usa maquinário?Eu trabalho quase exclusivamentecom ferramentas manuais. Exclu-indo as serras de fitas e eventual-mente uma ou outra furadeira elé-trica, uso também furadeiras ma-nuais. Trabalho exatamente damesma forma que se trabalha háséculos. As ferramentas não muda-ram - se você for no museu Stradi-variano de Cremona vai ver ferra-mentas quase idênticas às que uso -e nem a forma de utilizá-las. Lu-teria para mim não é apenas profis-são, é um estilo de vida. Na verda-de, tenho medo de máquinas mo-dernas, e as evito quase que intei-ramente. Às vezes, por emergênci-as, me vejo obrigado a usá-las maisdo que gostaria, a muito contragos-

Garda

Page 88: Edição 234 - Tukasom

BAIX

O EL

ÉTRI

CO|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r88

“Como profissional,procuro entender ao

máximo quais sãoas exigências de

meus clientes etrabalho

exaustivamentepara conseguir

satisfazê-las

to. Sempre trabalhei sozinho, e continuorealizando meu trabalho autoral sozinho,mas há pouco mais de um ano aceitei umaprendiz, o Tarcisio Fiorini (tambémcontrabaixista), que está aprendendo ame auxiliar na parte preliminar da con-fecção dos instrumentos (na preparaçãodas formas e estrutura) e a realizar peque-nos serviços de manutenção, para que eupossa dedicar mais tempo à construção.

Descreva-nos os modelos de instrumen-tos que fazem parte das opções atuaispara quem quer encomendar um?Hoje em dia tenho diversas opções demodelos. Procuro ter interpretações demodelos tradicionais para a orquestra(Sófia) e para o solista (Garda e Ra-venna). Outros, como o Épheso e oSafirah, possuem visual mais arrojado, esão excelentes opções tanto no âmbitotradicional como moderno. Para quemviaja muito mas precisa de visual tradi-cional desenhei o Amalfi, um travelbass desmontável que pode ser facil-mente despachado no check-in dascompanhias aéreas. Depois, vem oscontrabassettos, minha criação, quepodem ser vistos como contrabaixosportáteis. Hoje em dia trabalho com 4modelos: o Damasco, meu menino dosolhos e meu modelo mais representati-vo; o Aleppo, modelo gamba tradicio-nal; o Zagora, inspirado nos violones deMaggini; e o Samarra, uma versão redu-zida do Safirah.

Porque seus modelos têm nomes tão exóticos?Eu escolhi batizar cada modelo com onome de uma cidade do mediterrâneo. Éao mesmo tempo um tributo às minhasorigens e uma dica das referências artís-ticas que compõem um projeto específi-co. O Amalfi, por exemplo, deve seunome à maior “Repubblica Marinara”da península italiana, caracterizada porviagens ousadas e aventurosas: nadamelhor para um modelo “itinerante”.Na verdade, todo o modelo tem em seunome uma chave para uma interpreta-ção de sua origem. Apesar de poder soarexótico, não é exclusividade minha: os

Pöllmann, tradicional família de lu-thiers alemã, faz algo muito parecido eprovavelmente com parâmetros bas-tante próximos…

Trabalha com outros instrumentos,além dos contrabaixos?Sim, hoje em dia trabalho também comvioloncelos, violas e violinos, nesta or-dem. Neste caso, ao invés de criar novosmodelos, resolvi escolher exemplares tra-dicionais das escolas mais representati-vas; Stradivari, Ruggeri, Gofriller, Amati,Bergonzi, Rogeri, da Saló… Não faço có-pias exatas, mas procuro capturar o espíri-to destes modelos e criar novas versõesdos mesmos, de meu próprio punho. Es-tou bastante interessado nas violas - tal-vez inspirado pelo Nilton de Camargo,que também foi violista - e dedico bastan-te tempo a desenvolver modelos confor-táveis e ao mesmo tempo sonoros.

Como chegou no conceito dos con-trabassetos?Bom, em princípio, como músico co-nheço bem as dificuldades que existemem amplificar e transportar os contra-baixos. Portanto, dediquei grande partede meu tempo a conceber algo que pu-desse ser ao mesmo tempo leve, portátil,versátil e simples de amplificar. Acabeichegando aos contrabassettos, instru-mentos curiosos que, após as primeirasexperiências, se provaram capazes degrandes possibilidades. No começo, fo-ram concebidos para serem instrumen-tos semi-acústicos, mas rapidamenteme dei conta de que era possível chegara resultados próximos ou até idênticos ainstrumentos convencionais com ta-manho muito menor. A pesquisa querealizei nos contrabassettos foi deter-minante para que pudesse criar umconceito pessoal e independente deconstrução interna e equilíbrio estru-tural que hoje em dia é presente emtodo meu instrumento. Algumas dasalterações que realizei e as inovações àsquais cheguei se alastram até mesmo àsviolas e violoncelos que estou conce-bendo e realizando. Hoje em dia eles são

Zagora

Page 89: Edição 234 - Tukasom

89

Page 90: Edição 234 - Tukasom

BAIX

O EL

ÉTRI

CO|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r90

“Não faço cópiasexatas, mas procuro

capturar o espíritodestes modelos e

criar novas versõesdos mesmos, de meu

próprio punho.Estou bastante

interessado nasviolas - talvezinspirado pelo

Nilton de Camargo,que também foi

violista

instrumentos a todos os efeitos acústi-cos, que possuem a mesma mecânica e er-gonomia de um contrabaixo acústico, eque respondem da mesma maneira - massempre com rapidez e consistência.

No que este instrumento realmente diferedos contrabaixos acústicos tradicionais?Eles tem o corpo muito menor, mas ocomprimento de cordas é o mesmo seassim desejar, pois são todos feitos sobmedida. Os outros elementos estrutu-rais são menores, mas muito parecidos.Por exemplo, o cavalete é menor, comotambém a voluta e as cravelhas, procuromanter neles o caráter estético da altaluteria. O verniz é artesanal, de receitaitaliana. São esculpidos inteiramente àmão e recebem filete tradicional. O quemuda mesmo é a facilidade que se tem emviajar com eles, pois desmontados po-dem ser levados como bagagem de mão. Ena hora da amplificação eliminei do es-pectro sonoro deles parte do subwoofercaracterístico dos contrabaixos, respon-sável pela maioria de problemas de mi-crofonia, falta de presença e com isso setornaram instrumentos “plug’n play”,usando um termo contemporâneo.

Quanto tempo demora para ficarpronto um instrumento Andrea Spada,partindo da encomenda do cliente?Isso varia conforme o instrumento. Paraum contrabaixo levo de três a quatro me-ses. Para um contrabassetto ou violon-celo, o tempo fica entre dois a três meses.Violas e violinos demoram menos.

Agora falando sobre o mercado de ins-trumentos acústicos, em sua opiniãoeste mercado cresceu ou está estagnadono Brasil nos últimos anos?O mercado do contrabaixo acústico cer-tamente sofreu uma crescida. Existe simum “revival”, e hoje em dia, para umcontrabaixista popular, por exemplo, to-car o contrabaixo acústico pode fazer a di-ferença em conseguir um trabalho ou não.O que está estagnado é o sistema tributá-rio e de comércio exterior do Brasil, queprejudica de forma quase que absoluta o

artesão que aqui trabalha. Somos obriga-dos a importar praticamente todo o mate-rial e ferramentas, pagando os impostosde importação criminosos aplicados pelogoverno federal, mais o frete, o despa-chante, o depósito do galpão etc., e porcausa disso nossos custos são até quatroou cinco vezes maiores que os dos colegaseuropeus. Se o produto europeu, com todoseu valor agregado, se torna economica-mente viável, como está acontecendo,quem vai comprar o produto nacional?

Bom, mas ainda assim, com toda esta pers-pectiva instável de mercado, você tem pla-nos para novos instrumentos no futuros?Sim, sempre. No momento estou traba-lhando no projeto de um “upright elé-trico”, como são chamados esses instru-mentos, para me inserir no mercado deprodutos mais acessíveis, tanto para oconsumidor como para mim. Tenho fei-to muitas experiências e conduzido es-tudos sistemáticos sobre característicasda construção das Violas da Gamba in-glesas que podem me ajudar a oferecerum instrumento elétrico com “feeling”muito parecido ao de um instrumentoacústico. E é muito divertido poder criarsem o compromisso de satisfazer uma es-tética estabelecida. Agora estou me pre-parando para a construção do primeiroexemplar e acredito que com ele possooferecer ao mercado uma opção muitointeressante. Vamos ver.Assim nos despedimos de Andrea Spada,certo de que suas criações nos brindarão comboa música, nas mãos dos mais talentosos ar-tistas brasileiros, Salute! Musica e Pace .:.

Para saber online

[email protected]

http://jorgepescara.com.br

Page 91: Edição 234 - Tukasom

91

Page 92: Edição 234 - Tukasom

PREV

IEW

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

92

nova Auro D415 oferece soluçõesversáteis de alto-falante que se in-

tegram facilmente em sistemas de PApara uma variedade de aplicações, in-cluindo musical e reforço de som aovivo em geral. Oferecendo 400 Watts depotência de saída, a Auro D415 possuiwoofer de 15”, de baixa frequência es-tendida e driver de compressão de 1,34”em titânio.Isso significa que o equipamento é idealpara profissionais de áudio e artistasque necessitam de uma solução eficien-te para aplicações fixas ou performan-ces itinerantes em espaços pequenos e

A

[email protected]

Fotos: Divulgação

médios. Um dos principais diferenciaisdas caixas desta linha é justamente o seudesign leve, e resistente, o que a torna aescolha perfeita para professores ou mú-sicos que realizam workshops e eventosem diferentes cidades, aplicação em clu-bes e academias, bares, restaurantes.Um dos destaques é seu grave forte, arti-culado, e agudos brilhantes, que criamum som equilibrado e expressivo. Alémdisso, o processamento exclusivo Opti-max garante que as caixas operem emaltos volumes, sem sacrificar os graves.A entrada de linha de ¼” balanceada e aentrada XLR para microfone, além de

AURO D415AURO D415UNE LEVEZA, RESISTÊNCIA E VERSATILIDADE

A recente linhalançada pela

Samson, são osalto-falantes Auro,que compreendem

modelos de oitopolegadas, 12

polegadas e 15polegadas (o D208,

D412 e D415,respectivamente), e

um subwoofer de 18polegadas

conhecido como aD1800 Auro.

Projetado paraabranger alcance,

portabilidade e somexcepcional, a Auro

D415 é leve, comdois falantes ativo,

que combinacomponentes de

alta qualidade eengenhariameticulosa.

Page 93: Edição 234 - Tukasom

93

Para saber online

http://www.equipo.com.br/samson/

produtos/detalhes.asp?id=49&

prod_id=9118

saída XLR, juntamente com con-trole de volume e equalizador deduas bandas, combinam capacida-des proporcionando total facili-dade de utilização. O alto-falantetambém possui um pólo de mon-tagem de 1-3/8” e monitor composicionamento em ângulo du-plo, permitindo uma configura-ção flexível.

COMO MONITOR DE CHÃOA Auro D415 também pode seruma solução ideal para monitores

Especificações do produto

Alto-falantes: 1 Woofer de 15" + 1 driver de 1,34” de titânio

Potência: Bi-amp com 320 W nos graves e 80 W nos agudos

Resposta de frequência: 55 Hz – 20 kHz

Crossover: 2.1 kHz filtro 24 dB / oitava

Controles giratórios: Level, Bass e Treble

Entradas: XLR e Line P10 – ¼” balanceadas

Saída: XLR balaceada

Estrutura rígida e durável

Dimensões: A=698 mm x L=450 mm x P=342 mm

Peso: 22,25 kg

Máximo de Pressão Sonora: 124 dB SPL a 1 m

de palco e, graças ao seu designúnico, são possíveis duas sessõesde posições de monitores. Quan-do colocado com os speakers dealta frequência voltado para a es-querda do gabinete, a Auro é in-clinada em um ângulo de 30 graus,otimizando o desempenho quandousado em um grande palco. Quan-do colocado com os speakers dealta virado para a direita do gabi-nete, a Auro é inclinada em umângulo de 45 graus, perfeito parauso em palcos menores.

TRANSPORTE FÁCILContando com duas alças er-gonômicas e construção sóli-da de polipropileno, as caixasda l inha Auro são fáce i s det ranspor tar e o fe recem a l tadurab i l i dade mesmo sob a sma i s d ive r sa s cond içõe s de“estrada”. A D415 se integrafac i lmente a s i s temas de PApara uma variedade de aplica-ções, incluindo musical, FOH,e outro reforços de som ao vi-vo em geral.

Page 94: Edição 234 - Tukasom

PREV

IEW

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

94CADERNO ILUMINAÇÃO

ILUM

INAÇ

ÃO|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r94

MAIS BRILHO

Quantum Wash não é apenas o ir-mão do popular Aura. Projetado

para aplicações exigentes, o QuantumWash MAC apresenta uma construçãocompacta e robusta, que oferece fácil

manuseio, movimentos de alta ve-locidade e baixo ruído de refri-geração. O Quantum WashMAC, que veio para atenderos pedidos do mercado de lu-zes wash mais brilhantes ecompactas, também combinauma paleta de cores da MartinProfessional com uma mistura

O

[email protected]

Fotos: Divulgação

uniforme, feixes apertados e belos wa-shes, oferecendo brilho e perfeição aoprojeto de iluminação.Ao combinar as possibilidades de deslo-camento da lente, o MAC QuantumWash estabelece novos padrões para a luze efeito morphing de uma luz wash. Jun-tando o novo efeito beam twister e as ca-pacidades de wash bem agradáveis, oequipamento estabelece novos padrõespossíveis para se conseguir luzes de efei-tos wash. O MAC Quantum Wash é per-feito para aplicações em sala de concer-tos, teatro, TV e arenas.

NO EFEITO WASH

Especificações do produto

Luz brilhante e perfeita para aplicações

exigentes

Zoom 01:06

Sistema Colorganics

Qualidade óptica de alta eficiência

Movimentos de super alta velocidade

Construção robusta

Sistema de controle: DMX

Opções de controle: Controle independen-

te de cor - ring/beam zones

Programas macro selecionável via DMX

Resolução de controle 8-bit, com16-bit

controle de pan, tilt, dimming

Canais de DMX: 37/14

Color mixing: RGBW

Efeitos Feixe: Feixe twister, luz e cor

morphing, cor de spin

Efeito “roda de cores”: 36 cores LEE-

referenciados mais branco, velocidade

variável de efeito de rotação da roda de

cor e cor aleatória

Efeitos anel Cor: 36 aneis de cores

divididos com roda de cores de velocidade

e efeitos de rotação variável

Efeito do Obturador: Eletrônico, com strobe

regular e aleatório de velocidade variável

Efeitos pré-programados: Faixa sincroniza-

da e cor independente, intensidade, twister

beam e zona de efeitos

Escurecimento eletrônico: Quatro opções

de curva de escurecimento

Controle de temperatura: Variável - 2700 -

7200 K

Zoom: 11 ° - 59 ° (um décimo do ângulo de pico)

Pan: 540 ° - Tilt: 270 °

Pan e velocidade de inclinação ajustá-

veis através do painel de controle a

bordo e DMX.

A Harman, Martin Professional, lançou na LDI 2013, Las Vegas, seu mais novo MacQuantum Wash, equipamento que combina impressionantes 750 watts de potência LED

RGBW com um sistema óptico que garante que o zoom de 1:6 opere com potência máximae desempenho pleno, além de sistema Colorganics.

Page 95: Edição 234 - Tukasom

9594

Page 96: Edição 234 - Tukasom

LEIT

URA

DINÂ

MIC

A| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

96CADERNO ILUMINAÇÃO

ILUM

INAÇ

ÃO|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r96

prêmio PIPA, entregue durante a

edição 2014 da Prolight+Sound,foi recebido por Jiri Baros, gerente de

marketing, da Robe, que aproveitoua oportunidade para enfatizar o com-

promisso da Robe com a inovação e exce-lência. Segundo ele, o prêmio é um ótimo

presente para comemorar o 20º aniversá-rio da Robe. “Ganhar este Prêmio - vota-

do por mais de 100 publicações da indús-tria no mundo inteiro - foi a ‘cereja no

O

[email protected]

Fotos: Divulgação

bolo’ de uma incrível Prolight+Sound

para nós”, avaliou Baros.O estande da Robe também contou com

a visita do corredor tcheco do MotoGP,Karel Abraham - a Robe é um dos seus

patrocinadores para a temporada 2014 –,e de um dos fundadores da Robe, Josef

Valchar, que também esteve presente du-rante a Prolight+Sound.

Os novos produtos como os ROBIN1000 LEDBeam e CycFX 4 e o PARFect

MiniMeMiniMena Prolight+Sound

ganha prêmioO ROBIN MiniMe,

da Robe, foi eleitopor jornalistas de

diversaspublicações

especializadas domundo na

categoria melhor‘Luz de efeitos’.

O movimentado estande da Robe

Page 97: Edição 234 - Tukasom

9796

100, e os novos aparelhos LEDpotenciados a bateria, os Lite

Ware HO (High Output) e Lite-Ware Satellite, além das luzes

LED para teatro Actor 3, 6 e 12,relançadas com uma nova curva

de dimming ultrauniforme, tam-bém estiveram entre os desta-

ques levados pela Robe para a fei-ra. O ROBIN MiniMe, por exem-

Ganhar este Prêmio - votado por

mais de 100 publicações da indústria no

mundo inteiro - foi a ‘cereja no bolo’ de uma

incrível Prolight+Sound (Jiri Baros)

“plo, foi mostrado com uma nova

lente wide, dando mais possibili-dades para aplicações especiais.

Para Harry von den Stemmen,diretor de vendas da Robe, a

Prolight+Sound foi ótima. “Ti-vemos muito feedback, tanto

sobre os nossos planos atuaisquanto os futuros, e estamos re-

almente satisfeitos com a quan-

Jiri Baros, Marketing Manager da Robe, recebe oPrêmio PIPA 2014 obtido pelo produto ROBINMiniMe como melhor ‘Luz de efeitos’

Page 98: Edição 234 - Tukasom

LEIT

URA

DINÂ

MIC

A| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

98CADERNO ILUMINAÇÃO

ILUM

INAÇ

ÃO|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r98

tidade de profissionais que nos vi-sitaram de todas as partes do mun-

do”, elogiou. Os visitantes aindapuderam participar de um happy

hour no final do dia e assistir o

show de luzes a cada meia hora,criado e programado pelo LD Na-

than Wan.

Josef Valchar, CEO da Robe, e o corredor de MotoGP, Karel Abraham

Equipe da Robe no estande da Prolight +Sound, em Frankfurt

Page 99: Edição 234 - Tukasom

9999

Page 100: Edição 234 - Tukasom

CADERNO ILUMINAÇÃOVI

TRIN

E IL

UMIN

AÇÃO

| ww

w.ba

ckst

age.

com

.br

100

ROBIN CYCFX 4TM www.robe.cz

‘Pequeno e maravilhoso’ tem sido sempre um mantraganhador para a Robe. Altamente versátil, o CycFX 4mantém todos os parâmetros do CycFX 8 só que coma metade do tamanho. Pode ser montado em estrutu-ras ou no chão e oferece quatro LEDs controláveisindividualmente, com zoom de 8 a 67 graus e movi-mento muito rápido. É ideal para criar efeitos e corti-nas de luz e cor no palco, ou em diferentes espaços, eaté mesmo para criar efeitos ‘blinder’ sobre a plateia.

PH 10MM LIGHT CURVEwww.proshows.com.br

Especialmente para a Copa do Mundo, a PROLED apresenta aosbrasileiros o painel de LED PH 10mm light Curve. Leve, práticoe versátil, o PH 10mm representa uma excelente opção para asaplicações de alta resolução. Esse painel de LED de alta resoluçãopossui módulos em curva, ideal para estádios, shows e aplicaçõesque sofram interferências climáticas. Seu diferencial está no me-lhor custo-benefício, já que é o modelo de outdoor mais econô-mico do mercado. Além disso, proporciona imagens vivas, comaltas taxas de contraste e brilho. Com resolução de 10.4mm, o pa-inel utiliza LEDs tipo SMD, que proporcionam brilho de 3.000cd/m², ângulo de visualização de 120/140° e densidade de 10.000pixels/m². O consumo médio é de 350W/m² e o máximo de 700W/m². Frame Rate em 60Hz e temperatura de operação de -35~85°Csão outras características que compõem o equipamento.

DW FRESNELwww.elationlighting.com

A DW Fresnel apresenta um zoom manual de 19° a72° e é capaz de variar a temperatura de cor de 3200 K- 7000 K, com um CRI de mais de 90. Embora a produ-ção seja de até 8.700 lumens, um sistema de refrigera-ção termo-óptico mantém a luminária refrigerada epraticamente em silêncio. A temperatura de cor e ofull range dimming podem ser manuais ou controla-dos por DMX a um consumo de energia máximo de320W. A operação do DW Fresnel é fácil através deum painel de controle 4-button/3-dial com exibiçãodo menu LCD. Uma série de recursos vem de fábricacomo o controle DMX, 3 e 5 pinos XLR e conexõesPowerCon in / out, e uma fonte de alimentação comdetecção automática que permite que os dispositivoselétricos operem em qualquer lugar do mundo. Adici-one os outros benefícios da iluminação LED, comomaior confiabilidade, menor consumo de energia emenor manutenção e esse equipamento vai satisfazeraté o profissional mais exigente.

Page 101: Edição 234 - Tukasom

101

Page 102: Edição 234 - Tukasom

CADERNO ILUMINAÇÃOVI

TRIN

E IL

UMIN

AÇÃO

| ww

w.ba

ckst

age.

com

.br

102

MAC AURAwww.harmandobrasil.com.br

O MAC Aura é o primeiro moving head wash de LED com ampla pa-leta de cores RGBW e zoom que oferece efeitos de iluminação nuncaantes vistos. O inovador sistema óptico do MAC Aura combina fa-chos multicores de LED com lentes secundárias de LED para produziruma nova gama visual, possibilitando uma nova experiência no designde iluminação. Pode ser utilizado como um poderoso Wash de lenteúnica ou como um conjunto individual multicor para misturar, combi-nar e criar efeitos. O MAC Aura foi desenvolvido com mecanismo FX,usado para criar os efeitos extraordinários com uma fácil operação.Dentre as características técnicas deste equipamento estão zoom de11° a 58°, canais DMX 19/25, Pan/Tilt 540°/232°, controle de tempe-ratura de cor 10.000 – 2.500 K e 50.000 horas de tempo de vida do LED.

MOVING HEAD BEAM SPOTwww.star.ind.br

A Star Lighting Division apresenta o novo Moving Head Beam Spot 280W.Um equipamento que trabalha com fechamento de zoom igual a um MovingHead Beam – 2,7 graus e uma abertura máxima de zoom de um SPOT – 25graus. O produto possui ângulo de foco ajustável, 17 Gobos Fixos + Aberto+ Efeito Rainbow, Disco Rotante com 9 Gobos Intercambiáveis, 1 Prisma de3 Faces Rotativo e Iris mais lâmpada MSD 280W R8.

HIVEwww.equipo.com.br

A Chauvet apresenta o Hive, um equipamentoque emite raios espessos e multicoloridos paradar à aplicação móvel aquele estilo visual “rockstar”. LEDs vermelhos, verdes e azuis de altapotência (3 watts cada) emitem raios concentra-dos precisos a partir de seis lentes de ângulo fixo(44° de ângulo de cobertura). Ideal para criar vi-suais personalizados em modo DMX, ou aindausar os programas internos automatizados oudisparados por som para governar o show.

Page 103: Edição 234 - Tukasom

103

Page 104: Edição 234 - Tukasom

CADERNO ILUMINAÇÃOIL

UMIN

AÇÃO

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

104

que esperar de um show? Para os fãs,entretenimento com canções mar-

cantes e emblemáticas e proximidade comos ídolos. Para a banda, locais repletos defãs e palco sem problemas – de forma que ostalentos sejam percebidos com elevado pa-

O drão de qualidade (de sonorização e ilumi-nação). E como fica para quem cuida jus-tamente desta parte de produção relacio-nada à sonorização e iluminação? As ga-rantias de qualidade para o atendimentodas expectativas da banda e dos públicos.

Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de even-

tos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design

de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisa-

dor em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Gra-

duação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.

CÊNICACÊNICAILUMINAÇÃOILUMINAÇÃO

RIDE DE LIGHT(N)ING!O impacto visual que um projeto de iluminação cênica proporciona a um espetáculo

musical transforma as percepções dos públicos participantes, de forma a valorizarsensações e sentimentos. Novamente em turnê pelo Brasil, o Metallica, banda

estadunidense de Trash Metal, apresentou no fim de março deste ano a turnê MetallicaBy Request – cujo repertório foi escolhido pelos fãs, por meio de votação, antes e,

inclusive, durante o show (para a penúltima canção). E se o resultado de um show éuma consequência de escolhas, relacionadas a diversos aspectos, entre elas os

profissionais envolvidos, podemos dizer que o Metallica vem fazendo a coisa certa. Abanda trabalha há anos com o brilhante Lighting Designer John Broderick, que me

concedeu uma entrevista durante a sua passagem pelo Brasil.

Page 105: Edição 234 - Tukasom

105

Para um show do Metallica, quali-dade e garantia fundem-se comouma óbvia expressão (“garantia dequalidade”) que transmite uma dascaracterísticas de um dos mais sig-nificativos espetáculos presencia-dos pelos públicos brasileiros (e ou-tros, que vêm para o Brasil paraprestigiar essa banda). Para os maisde 65 mil espectadores (inclusive,este colunista) que presenciaram oúnico show da atual turnê no Brasil(realizado no dia 22 de março, noEstádio Cícero Pompeu de Toledo,em São Paulo), o espetáculo produ-ziu momentos únicos e memorá-veis. E muitas dessas imagens, eter-nizadas em fotografias e lembran-ças, foram resultantes do excelenteprojeto de iluminação cênica.Neste contexto, o desenvolvimen-to de um projeto de iluminação cê-nica deve contemplar, em primeirolugar, as condições nas quais a turnêserá inserida. Com isso, John Bro-derick, que trabalha com a bandadesde 1988, desenvolveu o concei-to da Metallica By Request Tour con-siderando, principalmente, os re-quisitos operacionais que essaturnê envolvia, e que, no que se re-

fere à turnê que anteriormente visi-tou o Brasil - World Magnetic Tour(WMT), em 2010, com três showsem duas cidades, Porto Alegre (umshow) e São Paulo (dois), comple-mentar à Death Magnetic Tour(DMT). Particularmente em rela-ção a esta última (DMT), John des-creveu a principal diferença comorelacionada ao fato de que “a DMT

foi realizada em espaços fechados,sem a projeção de vídeo, em oposi-ção às outras – WMT e Metallica ByRequest, em estádios com vídeo”.Nesse aspecto, as mudanças sãosubstanciais. O impacto visual deuma produção com telas de LED setorna uma referência incompará-

vel, quando analisada em relação àprodução com iluminação projeta-da com outros instrumentos. Sãoprojetos com estruturas, dimensõese resultados completamente dife-rentes. E qual é o melhor?Engana-se quem imagina que sãomelhores aquelas produções comgrande telas e projeções mescladas –com câmeras e vídeos programados.

E o próprio John Broderick e o Me-tallica passaram por essa avaliação.A primeira parte da turnê europeiade 2009, intitulada Death Magnetic

Tour foi concebida para teatros eoutros espaços fechados, e menores.Neste cenário, Broderick desenvol-veu um projeto que pudesse ser

Figura 1: Metallica by Request – Estádio Cícero Pompeu de Toledo (São Paulo) - (22/03/2014)

Fo

nte

: E

du

ard

o A

niz

elli

/ F

olh

ap

ress / D

ivu

lgação

O impacto visual de uma produção com

telas de LED se torna uma referência incomparável,

quando analisada em relação à produção com

iluminação projetada com outros instrumentos

Page 106: Edição 234 - Tukasom

CADERNO ILUMINAÇÃOIL

UMIN

AÇÃO

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

106

adaptável a todos os espaços já confirma-dos, e que contemplasse elementoscenográficos (quatro “caixões”, em refe-rência à capa do disco de mesmo nome)nos quais ficavam fixados os principaisinstrumentos de iluminação de palco(basicamente moving heads, modeloInfinity Wash XL, da empresa italianaCoemar). Ele queria fazer o trabalho deiluminação para cada espaço do lugar e,por isso, ele expandiu a iluminação para

fora do palco em direção à área do públi-co em geral – e sem telões.Fez tanto sucesso que, a pedido e insis-tência dos fãs, as datas da turnê realizadanos Estados Unidos da América repeti-ram a mesma estrutura (decisão essa de-finida com a antecedência de três sema-nas antes do primeiro show).Outro elemento fundamental nesse pro-cesso é o controle. Broderick explicou quena turnê de 2009, o controle ocorria “no

Fo

nte

: S

teve J

ennin

gs / D

ivu

lgação

Figura 2: Death Magnetic Tour – Turnê 2008/2009

Figura 3: Montagem da Metallica by Request – Estádio Cícero Pompeu de Toledo (São Paulo)

Fo

nte

: M

Ro

ssi /

T4F

/ D

ivu

lgação

“Para esse método, aassimetria éaplicada às

estruturas de BoxTruss, aos

instrumentos deiluminação cênica

e, inclusive, àcriação, na qual adinâmica de palco

e a interação dosmúsicos com as

canções

Page 107: Edição 234 - Tukasom

107

Page 108: Edição 234 - Tukasom

CADERNO ILUMINAÇÃOIL

UMIN

AÇÃO

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

108

palco”, enquanto que na atual turnê,em função da estrutura, ocorre nahouse mix, naturalmente. O con-trole de iluminação é normalmenterealizado com a mesa grandMA FullSize Lighting Console, da empresaalemã MA Lighting. A programaçãoé feita com o software WYSIWYG(What You See Is What You Get).Nas duas situações, Broderick impri-me a sua marca e sua identidade comdois métodos que se tornaram refe-rência, para o Metallica e para asproduções de sua responsabilidade.No primeiro, o conceito de assi-metria que proporciona múltiplasperspectivas e interações, além devalorizar elementos diversos (mú-sicos, formas e profundidade),também resulta em impressões,ora enérgicas e estimulantes, orainsólitas e dramáticas.Para esse método, a assimetria éaplicada às estruturas de Box Truss,aos instrumentos de iluminaçãocênica e, inclusive, à criação, naqual a dinâmica de palco e a inte-ração dos músicos com as canções,com o público e com a ambien-tação também produzem resulta-dos impressionantes.Outro método está relacionado àpaleta de cores. Para o Metallica, aexploração de possibilidades torna-se ilimitada. Ou quase isso. De fato,as cores primárias são raramenteusadas, para momentos e cançõesespecíficas, que requerem essas sen-sações cromáticas. Para todas as ou-tras, diversificadas combinações,com interferências e misturas, am-plificando as opções, ou mesmo,com mais intensa e elevada satura-ção das cores, resultando em um es-petáculo vibrante e memorável.Isso pôde ser percebido em São Pau-lo desde a primeira canção, Battery(canção que abre o álbum Master of

Puppets, de 1986) até a última can-ção do show – Seek and Destroy, pe-núltima canção do primeiro álbum,Kill ‘Em All (1983). A diversidade

de cores – e mesmo a ausência delas,com a presença de fachos brancos,com inúmeras intensidades – des-tacaram-se nas dezoito cançõesexecutadas com intensidade e pro-fissionalismo exemplares.

O inventário de instrumentos deiluminação também é amplo. Paraobter os resultados esperados, alémdos moving heads da empresa itali-ana Coemar, Broderick diversificaseu “repertório” com moving headsSXB – com lâmpadas de Xenon com5000W e refletores dicroicos – daempresa estadunidense Syncrolitee instrumentos MAC da empresadinamarquesa Martin Professional.Mas com tanto planejamento, é pos-sível ainda ocorrer algum imprevis-to (e possível improviso)? “Nós es-peramos ter as pistas das cançõesprogramadas nos consoles; se não,temos que improvisar usando umaestrutura existente, e adaptá-la ‘aovivo’ para cada canção”, disse ele.Experimentação é outra palavraque pode ser associada ao amplo re-

pertório de Broderick. Instrumen-tos diversos e diferentes técnicas deprodução têm sido experimentadasnas últimas décadas – de lasers daempresa estadunidense DPSS La-sers Inc. ao projeto específico e

direcionado à gravação do filmeMetallica Through The Never em 3Dpara ser exibido em cinemas IMAX.Broderick sabe que o atendimentodas expectativas de públicos e ban-da pode ser integrado com a ilumi-nação cênica. Isso proporciona uni-dade no projeto de iluminação cê-nica e aproxima o público da banda– e vice-versa.“Tentamos dar uma experiênciaincrível para o público”, disse ele,com modéstia e a convicção de quecada espetáculo do Metallica éuma experiência única. Mais queisso: uma experiência incompará-vel e arrebatadora. Abraços e até apróxima conversa!!!

Para saber mais

[email protected]

Figura 4: Metallica by Request – Estádio Cícero Pompeu de Toledo (São Paulo)(22/03/2014)

Fonte

: E

duard

o E

nem

oto

/ P

ort

la R

7 / D

ivulg

ação

Page 109: Edição 234 - Tukasom

109

Page 110: Edição 234 - Tukasom

CADERNO ILUMINAÇÃOLE

ITUR

A DI

NÂM

ICA|

ILUM

INAÇ

ÃO|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r110

produção completa de ilumina-ção, suporte de media servers,

design de iluminação e execução foramfornecidos, pelo quarto ano consecuti-vo, pela empresa Producciones Órbita,da cidade de Santiago. O Lithing De-signer espanhol Luis Pastor – que é res-ponsável pelo design de iluminação emViña del Mar desde 2011 – explicouque o processo criativo inteiro come-çou há quatro anos.“Para essa edição, especialmente, a ideiaera retomar o espírito histórico do festi-val, recriando a forma de concha acústi-ca original da estrutura do palco do anode 1960”, ressalta Pastor.

[email protected]

Fotos: Divulgação

FESTIVAL DE CONCEITO DE ILUMINAÇÃO TROUXE DE VOLTA OS ANOS 60CONCEITO DE ILUMINAÇÃO TROUXE DE VOLTA OS ANOS 60

A 55º edição do Festival Internacional da Cançãode Viña del Mar, um dos mais famosos do mundoe realizado na região de Valparaíso, no Chile, foi

no palco do anfiteatro da Quinta Vergara. Oevento de seis noites contou com a participação de

artistas locais e internacionais como RickyMartin, Laura Pausini, La Ley, Ana Gabriel,

Carlos Vives, Rod Stewart entre outros.

Show de Ana Gabriel

Page 111: Edição 234 - Tukasom

111

VIÑA DEL MARO lighting designer utilizou aotodo 48 ROBIN Pointe. No cen-tro da montagem de iluminação,por exemplo, havia oito estrutu-ras triangulares de truss com ele-vadores de velocidade variável,contendo seis ROBIN Pointe ca-da uma, todas idealizadas pelo LDpara dar mais dinamismo ao pal-co. As estruturas estavam monta-das com um sistema de automa-tização e podiam mover-se paracriar diferentes formas sobre opalco de 60 metros de largura e 25metros de profundidade.Alicia Lawner, uma das diretorasda Producciones Órbita, comen-tou que Luis Pastor sugeriu o Poin-te da Robe porque já havia usado o

equipamento e tinha uma impres-são altamente positiva sobre oaparelho. Outro objetivo em men-

te ao desenhar a estrutura de ilu-minação era dar a cada LD das ban-das participantes espaço para pro-

Show de La Ley, LD Luis Pastor

Show de Carlos Vives, LD Christopher Penso

Page 112: Edição 234 - Tukasom

CADERNO ILUMINAÇÃOLE

ITUR

A DI

NÂM

ICA|

ILUM

INAÇ

ÃO|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r112

gramar seus próprios shows com o equi-pamento disponível. Foram adiciona-dos ainda efeitos com os triângulos -cada um com seis Pointe, mais um apa-relho Wash de tecnologia LED e umestrobo. “Trabalhamos a 5600° K, por-que essa era uma temperatura de cor quenos permitia obter o espectro inteiropara as câmeras como azul, congo bluepouco saturado e as gamas de magenta.As luzes de frente ficaram mais cálidas,entre 5100° K e 5300° K para que ostons de pele fossem mais naturais. OsBeams estavam a 7000° K para conse-guir um branco puro para os efeitos

usando os Pointe”, explica. A progra-mação de iluminação foi desenvolvidapelos Lighting Designers Luis Pastor e obrasileiro Paulo Lebrão, que usaram umsistema em rede de quatro consolesgrandMA 2. Um modelo Light comomaster e outro Light para luzes de TVe dois grandMA 2 Full Size para toda aprogramação e controle da ilumina-ção do palco.A montagem técnica do evento levou seisdias. O festival foi organizado e transmiti-do ao vivo cada noite pelo canal de TVChilevisión, com áudio fornecido pelaempresa brasileira Gabisom.

Técnicos de VGL, Chilevisión e Órbita no palco da Quinta Vergara

LD Luis Pastor com Alicia Lawner e GladysHervia, da Produciones Órbita

Show de Laura Pausini, LD Francesco de Cave

“Trabalhamos a5600° K, porque

essa era umatemperatura de cor

que nos permitiaobter o espectrointeiro para as

câmeras como azul,congo blue pouco

saturado e asgamas de magenta.

As luzes de frenteficaram mais

cálidas,entre 5100° K e

5300° K

Page 113: Edição 234 - Tukasom

113

Page 114: Edição 234 - Tukasom

LEIT

URA

DINÂ

MIC

A| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

114

ovo contratado da gravadora Uni-versal Music Christian Group –

que iniciou recentemente suas ativida-des no Brasil – o cantor e compositorgospel Thalles recebeu a imprensa re-centemente para falar da nova parceria.Na ocasião, o cantor, sempre descon-traído e irreverente, falou sobre seuspróximos lançamentos, a iminente car-reira internacional, o início na bandaJota Quest e o peso do selo Motown, doqual passa a fazer parte.Para Thalles Roberto, ou simplesmenteThalles, como muitos o chamam, teruma carreira internacional sempre este-ve nos seus planos. De backing vocal nabanda Jota Quest até se tornar um dosmaiores fenômenos da música gospel noBrasil, parece que o tempo passou bemrápido para ele. Agora, contratado por

N

Alexandre Coelho

[email protected]

Fotos: Divulgação

uma das maiores gravadoras do mundo, osonho está prestes a se tornar realidade.“Eu sempre achei que meu estilo tinhaentrada lá fora, mas é difícil. É mais fácilficar aqui, no mercado que a gente já con-quistou. Mas eu sempre pensei em teruma carreira internacional. Tenho cer-teza de que conseguiremos. Acredito queuma música que tenha verdade, com le-tra boa, uma pegada boa e uma mensagemde Deus, as pessoas vão gostar. Quem so-nha e se dedica chega lá”, filosofa.A trajetória foi árdua. Seu estilo arroja-do – tanto nas letras quanto em suas in-terpretações – e uma música que mistu-ra do pop ao soul, passando pelo reggae eo dub, entre outros, não se encaixava natradicional música religiosa. Por isso,segundo Thalles, muita gente o desani-mou no início da carreira. Mas ele per-

“Eu temo lançar

‘Motown’ na capa”

“Eu temo lançarum disco com o selo

‘Motown’ na capa”

Novo contratadoda Universal

Music, o cantorThalles fala com aimprensa sobre os

próximos passosem sua carreira.

Thalles e José Éboli,presidente da

Universal Music Brasil

Page 115: Edição 234 - Tukasom

115

Page 116: Edição 234 - Tukasom

REPO

RTAG

EM|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r116

sistiu e, depois de um tempo como ar-tista da Graça Music (selo especi-alizado em música gospel), chegou àgrande mídia.“Sei do risco que estou correndo, de fa-lar para outro povo e em uma mídia di-ferente. Mas acredito que quem me co-nhece vai continuar me acompanhan-do, e quem não conhece vai ter essaoportunidade. Acho que vai dar certo.Sempre acreditei. Acho que eu fui cha-mado para um ministério diferente,para falar com outro público”, avalia.Os primeiros testes virão já em 2014.O cantor tem previsão de lançar umCD em julho, voltado para o públicoda América Latina e dos EstadosUnidos, que incluirá a regravação dealguns de seus sucessos, e músicas eminglês e espanhol. Em outubro, devesair um DVD ao vivo, também dire-cionado ao público estrangeiro.

“Meu trabalho é muito audiovisual.As pessoas querem me ouvir e me ver.É o jeito de dançar, nos shows... Euvou falar com as pessoas, dou o mi-crofone para elas cantarem... Meu pú-blico se identifica com meu jeito deser. Então, eu tenho que gravar emespanhol, gravar ao vivo lá fora, parafalar diretamente com esse público”,justifica o cantor.

Muito desse jeito despojado de Thallestem explicação em suas origens musi-cais. Ex-cantor de jingles, Thalles foidescoberto por um amigo de RogérioFlausino, vocalista do Jota Quest, queouviu uma gravação sua no rádio. Naépoca, a banda mineira precisava dedois cantores negros com experiênciapara os backing vocals, e ele foi umdos escolhidos.“O Jota Quest foi a minha escola. Euvia o Rogério Flausino no palco, e eleé muito comunicativo, muito caris-mático. Acho que Deus me colocouali para eu aprender, apesar de, na-quela época, eu estar muito perdido,muito doidão de álcool e de drogas.Mas eu olhava como ele se comporta-va no palco, como ele se vestia, comofazia nas entrevistas, no trato com aspessoas... Nós nos falamos semprepelo telefone e, quando nos encon-tramos, sempre damos boas risadas.Eu gostaria de cantar com ele, ou defazer uma música com ele. Nunca fa-lei isso pra ele, mas tudo tem que serna hora certa. O Jota Quest foi umaescola muito boa para mim”, elogia.A escola foi importante. Porque, den-tro da gravadora Universal Music,Thalles vai integrar o cast do emble-mático selo Motown, célebre por im-pulsionar a música negra americana,desde meados do século passado. E,para Thalles, ter no currículo o nome‘Motown’ tem um peso do tamanho dahistória e da fama do selo de Detroit.“Eu sempre ouvi a Motown. A negra-da, que é o meu povo, é também o meusom. O nome ‘Motown’ carrega umpeso artístico e de qualidade muitogrande. Como fã dos artistas daMotown, pesa no meu coração a res-ponsabilidade de ter de ser aindamelhor. Eu temo lançar um disco comaquele selo ali na capa. É uma granderesponsabilidade, mas também umagrande felicidade. Deus falou assim:‘Eu vou colocar você lá, junto comseus irmãozinhos de cor’. Tem que tergabarito para chegar lá, mas é um or-gulho”, admite.

Thalles pocket show

Page 117: Edição 234 - Tukasom

117

Page 118: Edição 234 - Tukasom

REPO

RTAG

EM|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r118

na música gospelMK: arte e técnicaMK: arte e técnica

música gospel tem como objetivo olouvor e, para atingir plenamente

este objetivo, o foco na voz, a inteli-gibilidade das palavras e a clareza nasmixagens são características artísticas etécnicas que prevalecem em gravaçõesde alguns dos artistas mais famosos dosegmento como Fernanda Brum, AlineBarros, Kleber Lucas, Oficina G3 eMarina de Oliveira, que também é dire-

A

Miguel Sá

[email protected]

Fotos: Divulgação

Revisão Técnica: José Anselmo “Paulista”

tora artística da MK Music.

A REFORMA NO ESTÚDIODesde quando surgiu, em fins dos anos1980, a MK já tinha um estúdio próprio,no Centro do Rio de Janeiro. No ano2000 ele se mudou para onde é a atualsede da gravadora, em São Cristóvão.Nesta época, ele funcionava com umamesa analógica Soundcraft e gravadores

MK Musicinveste na

modernizaçãodo seu estúdio.

O local é oúnico no meio

gospel quepertence a uma

gravadora.

Max Motta, gerente, e Vitor Farias, técnico do MK

Page 119: Edição 234 - Tukasom

119

ADAT. “Quando entrei na empre-sa, em 2002, ainda como auxiliar, jáhavia um Pro Tools. O EdinhoCruz (técnico de som da MK) foi oprimeiro aqui a trabalhar com oPro Tools”, relembra o gerente doestúdio, Max Motta. Já em 2006,foi adquirida uma Control 24 e oPro Tools se tornou a ferramentaprincipal de trabalho.Além de Max e Edinho, o estúdioainda conta com Vitor Farias. NaMK há quatro anos, ele é um dosgrandes técnicos de som do meiosecular, figurinha carimbada nasfichas técnicas de vários clássi-cos da MPB e do rock Brasil.“Quando cheguei, as interfaces jáeram do Pro Tools HD e esse rackcom os pré-amplificadores Amek eo Manley (VoxBox)”. Mesmo comos bons equipamentos que já ti-nham à disposição, no dia a dia detrabalho, os três profissionais co-

meçaram a verificar que algumascoisas ainda podiam ser melhora-das. “Houve reuniões comigo, oEdinho Cruz, o Vitor Farias e a di-reção da empresa e chegamos a um

consenso do que era necessário fa-zer”, aponta Max.Em 2013, após um ano e meio deconversas, foi decidida a reformaque colocaria o estúdio em diacom os conceitos mais moder-

nos de gravação. Em primeirolugar, foram retirados diversosequipamentos obsoletos, como osADATs, reprodutores de minidisce cérebros de teclados. Com isso, o

estúdio ganhou espaço. Depois,foi feita uma melhoria na acústi-ca. Foram implantados algunsdifusores projetados por CarlosDutweller que “enxugaram” a so-bra de grave que havia na técnica.

Quando cheguei, as interfaces já

eram do Pro Tools HD e esse rack com os

pré-amplificadores Amek e o Manley

VoxBox (Vitor Farias)

Page 120: Edição 234 - Tukasom

REPO

RTAG

EM|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r120 Lista de equipamentos

InterfacesProTool HDXAVID HDX16X16 e 8X8X8 ProTools 10 e 11

Plug-insUAD-2Satellite Quad UltimateWaves DiamondAvid Plug-ins Pack with Protools

Mixer/Pré-ampsMatrix SSLAPI 512CAPI 550BDistressor EL 8SXAvalon VT737spFocusrite Red7Amek Neve9098EQManley VoxBoxUniversal Áudio 2-610

EfeitosLexicon 960L com Larc 2Lexicon 300Lexicon PCM-80Alesis Quadraverb 2Eventide Ultra-harmonizer H3500Yamaha SPX-1000

PeriféricosEqualizador Yamaha Q2031BBehringerMDX2100

MicrofonesNeumann U87Neumann U89Neumann TLM-149CAD VX2psAKG C12vrAKG C414B-TLIIAKG D-112AKG C1000 S c/ garraSennheiser MD 421CrownPZMShure Beta 98 D/SShure SM 57Shure Beta 91Klark TeknikActive DI Box

MonitoraçãoGenelec 1032 AMackieHR824Mackie HR626Tannoy System 12 DMT IIYamaha NS-10JBL SWPB12Crest Audio CPX 2600Hafler TransnovaPowerplay HA-4400

Sennheiser HD 202 II HeadphoneAKG K270 HeadphoneAKG K300 Headphone

Com relação aos equipamentos, foi to-mada a decisão de adquirir a SSL Ma-trix. Além de funcionar syncada com oPro Tools, ela traz, segundo Vitor, facili-dades para os inserts analógicos e quali-dade de áudio excelente. “De pré-am-plificador já estava bem completo, mascompramos os API, que são prés muitobons”, ressalta o técnico de som. “Osprincipais equipamentos novos forama SSL e o Pro Tools HDX, além dosAPI e do (compressor) Distressor”,reforça Max. Além dos periféricosanalógicos, foi adquirido o pacote deplug-ins UAD-2 e feita uma inter-ligação da técnica com o estúdio paraprogramas ao vivo na rádio.

QUALIDADE MUSICALA estrutura da empresa é grande e já sãomuitos anos de estrada, nos quais já foipossível estabelecer uma rotina detrabalho que forma novos talentos eatrai outros músicos talentosos. Umadas consequências é que mais de umartista da gravadora já ganhou prêmiosGrammy como a própria Marina, AlineBarros, Oficina G3 e Kleber Lucas. Istonão é por acaso. Yvelise de Oliveira,presidente da MK Music, é uma entusi-asta da qualidade musical e técnica.“Nosso estúdio já era muito bom, mas euqueria que ele ficasse ótimo”, enfatiza.A empresa tem um grande número deartistas no cast. Por isto, não pode tra-

“A MK tem 28 anos.Ela começou

pequenininha,como tudo o que vai

dar certo. Sempretivemos estúdio

próprio, masusamos também defora. Usamos os do

Roupa Nova, a Ciados Técnicos, o do

Emerson Pinheiro emuitos outros

estúdios, porquetemos 36 artistas

(Yvelise)

Page 121: Edição 234 - Tukasom

121

Page 122: Edição 234 - Tukasom

REPO

RTAG

EM|

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r122

balhar apenas com o estúdio próprio.“A MK tem 28 anos. Ela começou pe-quenininha, como tudo o que vai darcerto. Sempre tivemos estúdio próprio,mas usamos também de fora. Usamos osdo Roupa Nova, a Cia dos Técnicos, odo Emerson Pinheiro (produtor musi-cal, marido de Fernanda Brum) e mui-tos outros estúdios, porque temos 36 ar-

tistas”, completa Yvelise. A MK costu-ma trabalhar com vários produtores.Além de Emerson, há CDs produzidospor Kleyton Martins e Tuca Nascimen-to, entre outros. “Aqui é como se fosseum útero onde se geram ministérios.Porque aqui não são cantores, são mi-nistérios. Aqui todos têm ministériosde louvor, cantam de graça em orfanatose igrejas, mas ‘digno é o obreiro do seusalário’. Eles têm que ganhar dinheiropara viver e viver de música é difícil. Fa-zemos o possível para dar o que temos demelhor, aquilo que sabemos que é bom”,enfatiza Yvelise.

Para saber online

http://www.mkmusic.com.br/[email protected]

Estúdio adiquiriu o pré-amplificador API, Manley (VoxBox)

ProTools HDX e SSL Matrix estão entre as novidades do estúdio

Page 123: Edição 234 - Tukasom

123

Page 124: Edição 234 - Tukasom

BOAS

NOV

AS |

ww

w.b

acks

tage

.com

.br

124

CAPA DO CD DEDANIELLECRISTINA JÁ FOIDEFINIDA

É Só Adorar é o próximoálbum da adoradora pe-la Central Gospel Musicjá tem capa definida. Oprojeto gráfico foi ideali-zado pela própria canto-ra em parceria com VladAguiar e desenvolvidopor David Cerqueira.Este é o quarto CD deDanielle Cristina pela gra-vadora e foi produzidocom muito carinho paraque vidas possam seralcançadas ao ouviremcada uma das 12 faixasdo repertório.

Esperança é o novo álbum de Jozyanne

A cantora, que vence uma grave doença, o lúpus,escolheu a palavra Esperança para dar título aoseu segundo disco pela Central Gospel Music. Aprodução mais uma vez é assinada por JosuéLopes, talentoso músico e irmão da cantora. Agorao próximo passo é mixar e masterizar o CD, fazersessão de fotos para a capa e desenvolver o designgráfico. Ainda falta um pouquinho para que o CDchegue às lojas, e a equipe se encontra em conta-gem regressiva.

DVD Liberta-meO tão aguardado DVD Liberta-me, deFernanda Brum, chegou da fábrica. O

trabalho vai além de um registro audio-visual com qualidade elevada de uma

noite que entrou para a história de Re-cife (PE). Gravado na maior casa de

shows do Nordeste (Chevrollet Hall),essa super produção MK Music marca de

forma especial os 20 anos de carreira deuma das cantoras gospel mais queridas e

populares do Brasil. Em toda a sua car-reira, Fernanda Brum lançou oito ál-

buns inéditos em português, dois proje-tos em espanhol, cinco DVDs. Foram

oito meses de pré-produção até a grava-ção no dia 31 de agosto de 2013, que contou com o engajamento de centenas de pro-

fissionais, desde a decisão de gravar o primeiro DVD da MK na capital pernam-bucana, até a viabilização do projeto, que foi captado dentro do Canta Recife.

Raquel Mello visita gravadora

A Central Gospel ficou movimentada e emclima de festa na tarde do dia 19 de março.Quem marcou presença foi a cantora Ra-quel Mello, que acaba de lançar o álbum Háum Deus no Céu. A cantora adorou ao Se-nhor com um medley das músicas Oh Happy

Day, Segura na mão de Deuse Chuva de bênçãos. Todosos colaboradores do callcenter da Editora CentralGospel fizeram coro comRaquel, que também mi-nistrou a regravação deDescansarei, da bandaHillsong, e Vou te adorar,sua música de trabalho.

DANIELLECRISTINAGRAVASEGUNDO CLIPEÉ Só Adorar, que perten-ce ao mais novo CD, ho-mônimo, da cantora, é asegunda música a ga-nhar versão em vídeo. Aprodução audiovisual foidirigida por Vlad Aguiare Emerson Freitas. O lo-cal escolhido para agravação foi um teatrolocalizado na cidade deDuque de Caxias, Riode Janeiro, onde umbelo cenário foi monta-do, com a presença deuma pequena orquestrae banda.

Page 125: Edição 234 - Tukasom

125

DANIELLI MARINHO | [email protected]

Festa na Igreja

Esse é o título do mais novo trabalho dos irmãos gêmeosTiago e Diogo. A dupla lança o CD em maio, com can-ções evangélicas em ritmo de funk, pela Sony Music. Afaixa O Fogo e Funk já está sendo tocada em algumasrádios e traz a participação especial do cantor MattosNascimento. Além da participação de Mattos, o álbumconta também com a participação do cantor JonasMaciel na música Todo Mundo na Unção e de MC Neblinana música Conselho de Irmão.

Deixa a lágrima rolar

Esse é o nome do novo clipe de Bruna Karla. O vídeo trazmomentos de angústia e dor vividos pela cantora e suafamília, que sentiu o desejo de compartilhar seu testemu-nho. O nascimento do filho Benjamin, tão aguardado porBruna Karla e seu ma-rido Bruno Santos é aprova de que o Se-nhor realiza o impossí-vel e transforma lágri-mas em testemunhodo Seu poder. No cli-pe há fotos e vídeosexclusivos, que acom-panham o crescimentode Benjamin e o amorrecebido antes mesmode seu nascimento.As cenas foram grava-das em Orlando (EUA),e conta com a direção de Dayane Andrade e roteiro deAlomara Andrade, profissionais da gravadora. A canção éuma composição de Emerson Pinheiro e Klênio e integra oCD Aceito o Teu Chamado, ganhador do Disco de Platinaduplo por mais de 160 mil cópias vendidas.

CD INÉDITO DE SUELLEN LIMATambém pela Sony Music, a cantora Suellen Lima lança seutrabalho inédito Jesus simplesmente Tudo. São dez faixas,sendo nove inéditas e uma regravação do hino Grandiosoés Tu. O repertório é composto por canções de diferentescompositores, entre eles Ronaldo Rios, André & Felipe,Roberto Reis, Wesley Alexandre, entre outros, e segue atemática pop sertanejo. A produção do CD é de AdilsonRodrigues e as gravações aconteceram nos estúdios daMelody Gospel, em Curitiba, com masterização nos estúdi-os Sage Audio, em Nashville (Estados Unidos).

Page 126: Edição 234 - Tukasom

BOAS

NOV

AS |

ww

w.b

acks

tage

.com

.br

126

Turma Cristãozinho recebe DVD de ouro

O projeto infantil idealizado por Bira Uchôa recebeu o Discode Ouro por mais de 25 mil cópias vendidas. O prêmio foientregue no dia 11 de abril na sede da gravadora CentralGospel pelas mãos da diretora Elba Alencar.O DVD possuiu dez canções infantis, sendo oito que marcaramépoca no meio cristão e duas inéditas. São elas: Dia de festacom Jesus, As árvores, Se eu fosse um elefante, Cuidadoolhinho, Deus criou os peixes, Três palavrinhas, Florzinha eSoldadinho, O sabão, Meu barco é pequeno e Sou ocristãozinho. Todas as canções são exibidas com clipes infantis.

Grandes sucessos de amor

A MK Music lança em maio o DVD Amo Você 20 Anos, comclipes inesquecíveis que marcaram vidas e histórias de amor.São registros de grandes sucessos interpretados por nomesconsagrados do segmento gospel como Bruna Karla,Fernanda Brum, Marina de Oliveira, Rayssa & Ravel, WilianNascimento, entre outros intérpretes.

Léa Mendonça estreia programa na rádio

No dia 15 de abril a cantora estreou o programa ProfetizandoVida, com o pastor Sérgio Andrade, marido da cantora, na deterça a sábado, às 00h15, na Rádio 93 FM. O programa tratade assuntos que vão de encontro às necessidades do dia adia do ouvinte que enfrenta correria da vida, estresse, ansie-dade e as lutas com o objetivo de não fazê-lo desanimar e irem busca de Deus. “Trazemos passagens bíblicas paraedificar a todos, além de muita oração. Temos que interceder pelo povo de Deus”, conta a cantora e pastora.

Novo CD de Florelis

A tarde de segunda-feira, dia 14 de abril, foi de muita expec-tativa para a cantora Flordelis, que esteve no estúdio MKMusic para a audição do novo CD pela gravadora, A VoltaPor Cima. Ao lado da di-retora artística, Marinade Oliveira, e do produ-tor Melk Carvalhedo,Flordelis estava muito fe-liz com o resultado. Elaconta que ficou muito sa-tisfeita com tudo o quefoi realizado, desde aprodução até os prepa-rativos finais. Uma dasgrandes novidades foi agravação ao vivo para oCD realizada em feverei-ro deste ano no Ministé-rio Flordelis em São Gonçalo (RJ). O álbum terá ainda outrasnovidades, mas por enquanto, não foram reveladas. O quese sabe é que as canções virão no estilo pentecostal já co-nhecido de Flordelis, mas com outros estilos musicais tam-bém, além de participações especiais.

LOUVORZÃO 2014O Rio de Janeiro foi palco no feriado do dia 18 de abril de umdos maiores festivais de música gospel. O Louvorzão, reali-zado na Quinta da Boa Vista, recebeu um público de maisde 100 mil pessoas, durante oito horas seguidas de música,

com ritmos que iam do pop aoforró, passando por baladasromânticas, rock, pop-rock,black, soul, louvor e adora-ção. Do pop de Aline Barros eFernanda Brum, ao ‘dance’de Raphael Lucas, sem con-tar o rock do Oficina G3 e PG,o evento mostrou que a músi-ca gospel é diversificada edemocrática, unindo todos osestilos num convívio harmonio-

so. O evento, promovido pela MK Music, teve entrada gratui-ta e contou com o cast de artistas da gravadora.

Page 127: Edição 234 - Tukasom

127

Page 128: Edição 234 - Tukasom

LUIZ

CAR

LOS

SÁ |

www

.bac

ksta

ge.c

om.b

r128

OS DISCOS DA MINHA VIDA

omo os leitores habituais da coluna já sabem, ve-

nho contando em sequência a história dos discosda minha carreira. Depois de Passado, Presente, Futuro

e do Terra - ambos do trio Sá, Rodrix & Guarabyra - edos seis primeiros da dupla, chego ao sétimo de Sá &

Guarabyra, o...HARMONIA.

O ano de 1985 foi emblemático para nós. Em pleno13º ano de carreira voltávamos à crista da onda, graças

ao estrondoso sucesso da novela Roque Santeiro. Na tri-lha, além da música-título que interpretávamos, tí-

nhamos também Verdades e Mentiras e Dona, todas far-tamente executadas nas rádios do país inteiro. Com a

faca, o garfo, a colher e o queijo na mão não dávamosconta dos convites para shows, TV e tudo mais, a pon-

to de curtirmos o luxo de poder recusar um tanto des-ses shows (por falta de estrutura) e outro tanto dos

programas de TV (por baixa qualidade).Para fazer o disco, partiríamos dessas três músicas, já

previamente gravadas para integrar os dois LPs da no-vela. Roque Santeiro, tema do personagem encarnado

pelo recentemente falecido Zé Wilker, (grande figuraque por cruel ironia jamais conheci pessoalmente), ti-

nha sido composta a pedido de Máriozinho Rocha, jáentão na direção musical da Globo. Talvez pelo fato de

Guarabyra ter crescido em Bom Jesus da Lapa, centrode famosa romaria anual às margens do São Francisco,

C Mário tinha certeza de que acertaríamos na mosca

com a música-título. Na ocasião, lembrei-me deIncelença, uma composição que acabamos por não gra-

var na época do trio, construída no formato do tradici-onal “ABC” recorrente no folclore dos sertões nordes-

tinos. Ela dizia:“Diz um A, amiga dos meus amigos

Diz um B, bastante pra um homem sóDiz um C...”

...e por aí adiante, percorrendo todo o abecedário.Empolgamo-nos com a idéia, pegamos o briefing da

novela e em menos de dois dias a música estava pronta.Mas para nossa surpresa, nem Mário nem Dias Gomes,

o autor da novela, acreditaram muito na letra, achan-do que a fórmula do ABC não iria colar. Depois de al-

guns telefonemas, a boa lábia de Guarabyra convenceua ambos e partimos para a gravação, nos estúdios da

RCA carioca, em Copacabana.Não me lembro quem nos indicou o tecladista Rique

Pantoja para o arranjo, mas quem quer que tenha sido,acertou em cheio. Rique entendeu o sentido da música

e colocou sobre nossas violas e violões leves e inteli-gentes intervenções de teclado, que casaram perfeita-

mente com nossas ideias. Roque ficou em cima da riscaque divide tradição e modernidade e integrou-se de tal

maneira à trama que muitos pensavam que fosse ela otema de abertura, o que não era verdade.

OS DISCOS DA MINHA VIDA

“O HARMONIA”

Page 129: Edição 234 - Tukasom

129

[email protected] | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM

Já Dona, para tema da Viúva Porcina magistralmenteencarnada por Regina Duarte, foi idéia de Máriozinho,

que conhecia a música desde o Festival MPB Shell de 82,onde a lançáramos, com nós mesmos cantando sobre

um arranjo de Wagner Tiso. Chegamos a finalistas, maslevamos azar na apresentação quando um lado inteiro

do PA do Maracanãzinho apagou, o que revoltou o pú-blico e provocou uma estrepitosa vaia contra a ausência

do som. Saímos desconcertados e só nos conformamoscom aquilo quando Guto Graça Mello nos explicou nos

bastidores o que havia realmente acontecido:- Não foram vocês os vaiados, foi a pifada do som!

As palavras de Guto nos consolaram, mas Dona ficoupor ali mesmo, sem colocação entre as primeiras. Fica-

mos muito chateados com aquilo, ainda mais que tí-nhamos absoluta certeza da possibilidade de sucesso

da música. Mas como o que é do homem o bicho nãocome, Mário foi lembrá-la quase três anos depois e cha-

mou o Roupa Nova para a interpretação, o que – ressal-tando o perfeito solo vocal do baterista Serginho

Herval – elevou a música ao patamarque ela merecia. Pela parte que me

toca, não sofro de falsa modéstia...Enquanto o folhetim – chamo de

“folhetim” no melhor sentido dessapalavra – empolgava o Brasil inteiro,

surfávamos confortavelmente a no-va onda que nos carregara, prestigia-

dos agora por produtores e autor. Pracompletar a boa fase, Mário veio en-

comendar-nos outra música para osegundo disco da novela. Essa, em

particular, não seria tema de perso-nagem, mas sim a descrição de um ponto da trama

onde nenhum deles, personagens, saberia ao certo oque seria verdade ou mentira. Para mostrar a am-

biguidade da situação recorremos desta vez a outrafonte da tradição musical nordestina, a poesia de cor-

del. Com uma extensa letra dividida em três partes econtando com bons palpites do Máriozinho – que deu

inclusive a idéia do “esconde-esconde” – Verdades e

Mentiras discorre sobre as conveniências e inconveni-

ências de mentir ou falar a verdade em horas certas ouerradas. Sabe de alguma coisa mais atual?!

Tendo já três sucessos previamente emplacados no dis-co, partimos para resolver o resto do repertório.

Marisa Saad, à época namorada de Guarabyra, abriupra nós as portas de sua maravilhosa fazenda Pira-

cuama, em Pindamonhangaba, SP, onde ficamos umbom tempo finalizando ideias já começadas ou bolan-

do um caminho para as inéditas já compostas. Lá mes-mo fizemos a Harmonia que deu título ao disco; demos

acabamento à já pronta Lembranças do Futuro, umahomenagem póstuma à poetisa Ana Cristina César,

inspirada por um poema de Emily Dickinson traduzidopor ela; fizemos também o baião Bom Que Dói, um tan-

to influenciado pelos hermetismos pascoais que tantonos agradavam; decidimos regravar Me Faça um Favor,

do 1º disco do trio (Passado, Presente, Futuro), nossaprimeira parceria; e completamos o repertório com

Chuva e Sol, que Amelinha já gravara; Penso Demais -uma reflexão guarabírica sobre o fato de que ele real-

mente pensava demais - e Tua Casa Minha Casa, umareflexão desta vez minha sobre o imprevisível futuro

da convivência de duas pessoas sob o mesmo teto. Fei-to isso, refizemos as malas, agradecemos aos Saad a bela

acolhida e tocamos pro Rio para entrar no estúdio. Ocomando da produção foi de Guti Carvalho e a produ-

ção artística de Ricardo Cristaldi, que dividiu tecladose arranjos de base com Paulinho Calazans. Um encarte

cheio de imagens e depoimentos recheava o vinil, docu-mentando inclusive, com fotos de Mario Luiz Thompson

à luz de fantásticos amarelos outonais, uma longa tour

que fizéramos pelo oeste paulista. Lá, rola inclusive umamal-sucedida tentativa minha de arvorismo: dancei logo

na primeira forquilha, dando motivo para as risadas deAlaor Neves (bateria), Jaziel Araujo (roadie), Marco

Bosco (percussão), Wilson Gonçalves (som), HerbertLucas (empresário), Paulinho Calazans (teclado), Sergio

Kaffa (baixo) e Betto Martins (guitarra), além, é claro, dopróprio Guarabyra.

Essa foto expressava bem a alegria com que caíamos naestrada, enfrentando longas e intermináveis viagens

no nosso ônibus pilotado pelos folclóricos Ligeiro eLigeirinho, cidade após cidade, ficando às vezes uma

semana inteira sem ver o rumo de casa. Mas esse tempofoi de verdade um tempo de harmonia entre nós, ban-

da, técnica, estrelas, um por todos e todos por cada um.Entender isso nos dias de hoje me faz questionar o que

então nesse disco terá vindo primeiro: o nome ou oestado de espírito?

...Dona, para tema da Viúva Porcina

magistralmente encarnada por Regina Duarte, foi

idéia de Máriozinho, que conhecia a música desde o

Festival MPB Shell de 82

““

Page 130: Edição 234 - Tukasom

An

un

cia

nte

s B

acksta

ge |

ma

io 2

014

REL

AÇÃO

| w

ww.b

acks

tage

.com

.br

130

Empresa ......................... Telefone ............... Home Page/e-mail .................................................... Pág

AES Brasil ............................................................................... www.aesbrasilexpo.com.br ........................................................................ 12

AH Lights ...................................... (21) 2242-0456 .............. www.ahlights.com.br ................................................................................. 99

Amerco Brasil ................................ (41) 3337-1331 .............. www.amercobrasil.com.br ......................................................................... 59

Audicare Ears ................................ (11) 3846-2500 .............. www.audicare.com.br ....................................................................... 71 e 81

Augusto Menezes .......................... (71) 3371-7368 .............. [email protected] .................................................................. 79

Arena Áudio Eventos ..................... (71) 3346 -1717 ............ www.arenaaudio.com.br ............................................................................ 65

Bass Player .................................... (11) 3721-9554 .............. www.bassplayerbrasil.com.br .................................................................... 98

B&C Speakers Brasil ...................... (51) 3348-1632 .............. www.bcspeakers.com ................................................................................ 27

CSR ............................................... (11) 2711-3244 .............. www.csr.com.br .......................................................................... 31, 32 e 33

Decomac ...................................... (11) 3333-3174 .............. www.decomac.com.br ..................................... 4ª capa, 19, 75, 113 e 117

Digico ............................................ (11) 3228-8623 .............. www.audiosystems.com.br ........................................................................ 13

Equipo ........................................... (11) 2199-9999 .............. www.equipo.com.br .................................................................................. 83

Eros Alto-Falantes ........................ (18) 3902-5455 .............. www.eros.com.br ...................................................................................... 89

Expomusic ..................................... (11) 2226-3100 .............. www.expomusic.com.br ............................................................................ 04

Gigplace ................................................................................. www.gigplace.com.br ................................................................................ 79

Gobos do Brasil ............................. (11) 4368-8291 .............. www.gobos.com.br ......................................................... 3ª capa, 25 e 103

Guitar Player ................................. (11) 3721-9554 .............. www.guitarplayer.com.br ........................................................................... 50

Harman .................................................................................. www.harman.com ............................................................................ 21 e 57

Hot Machine ................................. (11) 2909-7844 .............. www.hotmachine.ind.br .......................................................................... 121

Imaginasom ................................... (12) 7813-5478 .............. [email protected] ................................................................... 29

João Américo Sonorização ............ (71) 3394-1510 .............. www.joao-americo.com.br ........................................................................ 78

Leác's ............................................ (11) 4891-1000 .............. www.leacs.com.br ..................................................................................... 91

Lyco .............................................. (11) 3675-2335 .............. www.lyco.com.br .............................................................................. 06 e 07

Meyer Sound .......................................................................... maxionline.com.br/leo ................................................................................ 35

Metal Fecho .................................. (11) 2967-0699 .............. www.metalfecho.com.br ........................................................................... 46

Modern Drummer ......................... (11) 3721-9554 .............. www.moderndrummer.com.br .................................................................. 56

Mr. Mix ......................................... (21) 3375-1063 .............. www.mistermix.com.br ............................................................................. 67

Oneal ............................................. (43) 3420-7800 .............. www.oneal.com.br ............................................................................ 10 e 11

Oversound .................................... (12) 3637-3302 .............. www.oversound.com.br .......................................................................... 115

Penn-Elcom ................................... (11) 5678-2000 .............. www.penn-elcom.com.br .......................................................................... 08

Prisma ........................................... (51) 3711-2408 .............. www.prismaaudio.com.br .......................................................................... 51

Projet Gobos ................................ (11) 3675-9447 .............. www.projetgobos.com.br .......................................................................... 54

Pro Shows ..................................... (51) 3589 -1303 ............ www.proshows.com.br ........................................................................... 109

Quanta .......................................... (19) 3741- 4644 ............ www.quanta.com.br ................................................................................. 09

Robe ....................................................................................... www.robe.cz ............................................................................................ 107

Sonotec ......................................... (18) 3941-2022 .............. www.sonotec.com.br ................................................................................ 05

Star ............................................... (19) 3864-1007 .............. www.star.ind.br .......................................................................................... 95

SPL Alto-Falantes ......................... (47) 3562-0209 .............. www.splaltofalantes.com.br ..................................................................... 101

Tagima .................................................................................... www.tagima.com.br .................................................................................. 43

Taigar ............................................ (49) 3536-0209 .............. www.taigar.com.br .................................................................................... 97

Visom Digital ................................ (21) 3323-3300 .............. www.visomdigital.com.br .................................................................. 23 e 55

Yamaha ......................................... (11) 3704-1377 .............. www.yamahamusical.com.br .................................................... 2ª capa e 03

Page 131: Edição 234 - Tukasom

www.backstage.com.br 3

SOM NAS IGREJAS

Page 132: Edição 234 - Tukasom

4 www.backstage.com.br

SOM NAS IGREJAS