Edição 61

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Janeiro | 2011 |S29 |D30 |S31 |T|Q2 |Q3 |S4 Ano II R$ 2,50 O Caxiense apurou que a cobrança ilegal de uma quantia extra – “por fora” – sobre imóveis financiados pelo Minha Casa Minha Vida virou prática “normal” de imobiliárias da cidade. Alguns proprietários também cometem irregularidades: estão alugando ou revendendo a moradia que mal começaram a pagar A nova safra da uva reanima o interior Um gênio maldito do cinema italiano Prefeitura prevê crescimento de 29% da receita em 2011 Roberto HUNOFF 61 Renato HENRICHS As indelicadezas, formalidades e oportunidades do novo comandante A vitória que valeu o cargo a Picoli Dupla CA-JU EXCLUSIVO: MINHA CASA SEU NEGÓCIO, NOSSO LUCRO

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O Caxiense apurou que a cobrança ilegal de uma quantia extra – “por fora” – sobre imóveis financiados pelo Minha Casa Minha Vida virou prática “normal” de imobiliárias da cidade. Alguns proprietários também cometem irregularidades: estão alugando ou revendendo a moradia que mal começaram a pagar

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Janeiro | 2011|S29 |D30 |S31 |T1º |Q2 |Q3 |S4

Ano ii

R$ 2,50

O Caxiense apurou que a cobrança ilegal de uma quantia extra – “por fora” – sobre imóveis financiados pelo Minha Casa Minha Vida

virou prática “normal” de imobiliárias da cidade. Alguns proprietários também cometem irregularidades: estão alugando ou revendendo a

moradia que mal começaram a pagar

A nova safra

da uvareanima

o interior

Um gêniomaldito do cinemaitaliano

Prefeitura prevê crescimento

de 29% da receita em 2011

Roberto Hunoff

61

RenatoHenRicHS

As indelicadezas, formalidades e

oportunidades do novo comandante

A vitória quevaleu o cargo

a Picoli

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MinHA cASASeu neGÓcio,noSSo LucRo

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2 29 de janeiro a 4 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Índice

Expediente

Assine

A Semana | 3As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4Município aumentou receita em 12% e reduziu gastos com pessoal

Rodeio | 5As histórias de quem se diverteenquanto peleia para manter as tradições

Vindima | 7Colheita da uva começa com expectativas melhores do que em 2010

exclusivo | 11imobiliárias e proprietários estão lucrando ilegalmente com imóveis fi nanciados pelo programa Minha Casa Minha Vida

cinema | 14Diretor italiano prepara fi lmagem na Serra com produtora caxiense

Boa Gente | 16Seja solidário, faça da vida o que vocêmais gosta, adote um animal e compre uma camiseta legal de madrugada

Artes | 17O círculo das formigas suicidas e o mundo das criaturas monstruosas

Guia de cultura | 18Estreia caxiense no cinema do Ordovás e encerramento do rodeio nos Pavilhões Dupla cA-Ju | 21A vitória dupla do técnico Picoli no clássico

Guia de esportes | 22Os desafi os de Juventude e Caxias depois do CA-JU

Renato Henrichs | 23Depois de faltar à própria posse, comandante do CRPO faz roteiro de visitas a autoridades

www.ocAXienSe.com.br

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita comercial: Pita Losscirculação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de OliveiraAdministrativo: Luiz Antônio Boffimpressão: Correio do PovoDistribuição: Dinâmica Assessoria de Distribuição

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para [email protected]. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal o caxiense Ltda.Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471Fone 3027-5538 | E-mail [email protected]

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@felipeBavaresco Como acompanhar o Ju-ventude aqui em Curitiba? Ver a cobertura completa do @ocaxiense #futebolaovivo

@Kely_Melo hoje li a edição da semana pas-sada do @ocaxiense. tô atrasada, mas preciso elogiar a matéria da @camilaboff e da @carol-debarba sobre o BBB. #BBB

@mc_jao81 Parabéns para o jornal @ocaxien-se, provando ser o melhor da cidade disparado.. que cobertura boa.. Continuem assim! #fute-bolaovivo

@todolho @ocaxiense Fazendo coro a muitos: excelente a última edição. Renovados cumpri-mentos e a certeza de brilhante futuro. Para-béns. #edição60

@Luu_Lacerda A cada dia me impressiono mais com o @ocaxiense. Jornalismo sério, tex-tos ótimos e reportagens importantes. Para-béns. #edição60

@danieldalsoto Passei numa banca e comprei @ocaxiense. Mais uma vez uma bela capa. Pes-soal do jornal sempre muito criativo. Parabéns!#edição60

Além da capa dessa edição, os textos estão

muito bons! Bem escritos.Maria fernanda nunes

novo sistema do Sine |Gostei dessa medida, agora vai acabar com a farra do Segu-

ro-Desemprego...Everton José Oliveira Padilha

chimarrão em vídeo | O diretor da Escola do Chimarrão, que acompanha o 23º Rodeio Crioulo de Caxias do Sul, ensi-na a preparar um mate em 11 segundos.

Azul adia ônibus caxias/PoA |Como em qualquer negócio, primeiro precisamos gerar

demanda para depois ter a oferta, apesar de não ser a forma correta de pensar. As empresas aéreas precisam ter dados e informações que demonstrem que Caxias pode ter mais voos.

Para uma cia. aérea colocar voos aqui precisa saber que terá demanda o sufi ciente para dar resultados para ela melhor que outros mercados que ainda não têm voos também.

Hoje Caxias tem se mostrado um mercado que não com-porta mais de uma empresa aérea, pois a maioria de nós aceita viajar 2 horas até Porto Alegre se a diferença da tarifa for su-perior a R$ 60.

Rodrigo Collaro

NO SITE

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www.ocaxiense.com.br 329 de janeiro a 4 de fevereiro de 2011 O Caxiense

Palestrante da primeira reu-nião-almoço da CiC deste ano, o secretário estadual de Segurança Pública, Airton Michels, prome-teu integrar a Polícia Civil e a Bri-gada Militar. Uma iniciativa sur-gida no governo Olívio, que, por resistência de ambas as partes, nunca chegou a funcionar plena-mente. É uma promessa e tanto. Na ocasião, Michels também ou-viu uma velha cobrança, que tem como argumento principal a rele-vância econômica de Caxias: “Por tudo que somos e fazemos, nos sentimos desprezados pelos go-vernos”, reclamou o presidente da CiC, Milton Corlatti, referindo-se à área da segurança.

A prefeitura continua decidida a gastar R$ 200 mil na pesquisa de um substituto para a capina com roçadeira nas vias públicas. Além do método tradicional, ou-tros sete serão testados pela UCS, contratada para o serviço, em parceria com a Codeca. O início dos trabalhos está previsto para o dia 20 de fevereiro. Entre as for-mas de capina planejadas para o estudo se mantém a aplicação do O Programa Universidade para

Menos de uma semana depois de anunciar que colocaria à dispo-sição de seus passageiros ônibus diários de Caxias para o Aeropor-to Salgado Filho, em Porto Alegre – com quatro viagens de ida e qua-tro de volta –, a Azul Linhas Aére-as puxou o freio de mão. Em nota oficial, comunicou o adiamento do início do serviço, por prazo indefi-nido, alegando “questões operacio-nais”. A linha começaria a funcio-nar nesta segunda-feira (31). Algo estranho aconteceu. Há tempos a Azul insinua interesse em operar voos no aeroporto caxiense. Terá desistido da cidade?

Dispensados das empresas que procuram o Sine com a ideia fixa de apenas retirar o Seguro-Desem-prego e o FGTS estão tendo uma surpresa. Com a mudança do sis-tema que controla benefícios e va-gas disponíveis, a primeira opção é outra: encaminhá-los a uma entre-vista de emprego no mesmo ramo. “Se for aceito na ocupação, o tra-balhador não receberá o seguro”, explica Antônio Pescador, coorde-nador do Sine Caxias. A alteração foi feita porque muita gente queria só receber o auxílio do governo, sem voltar ao mercado de trabalho formal. Boa parte até arrumava outro emprego, mas ganhava “por fora” nos primeiros meses – uma malandragem para continuar re-cebendo o Seguro-Desemprego.

Os 26 pardais continuam insta-lados ao longo da Estrada do Mar (RS-389), mas deram uma folga aos motoristas neste veraneio. Não estão multando, assim como outros 44 existentes em rodovias estaduais, desde 25 de novembro, por força de recurso judicial de duas empresas derrotadas na úl-tima licitação (os aparelhos são alugados ao Estado). Mas os mo-toristas mais apressados que não se animem. Para compensar, o Comando Rodoviário da BM está fiscalizando a Estrada do Mar com radares móveis.

O Município enviou projeto para conseguir, junto ao governo federal, R$ 3,3 milhões em recur-sos para a construção de um novo parque, que deverá ficar no bairro Cidade Nova. Pelo projeto, a área terá quadras poliesportivas e um Centro de Referência de Assistên-cia Social (CRAS). Embora as di-mensões do parque sejam peque-nas – 1,5 hectare, assemelhando-se mais a uma praça –, trata-se de uma iniciativa importante, espe-cialmente por se localizar em uma zona de forte expansão urbana.

Secretário promete integrar as polícias

Testes de capina devem começar em 20 de fevereiro

Prouni oferece 972 vagas

Sine encaminha para vaga antes de pagar seguro

Azul adia linha de ônibuspara Porto Alegre

estrada do Mar sem pardais, mas com radares

Prefeitura quer construir parque no cidade nova

SeGunDA | 24.jan

TeRÇA | 25.jan

QuinTA | 27.jan

SeXTA | 28.jan

QuARTA | 26.jan

A Semanaeditada por felipe Boff | [email protected]

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Desde 25 de novembro, os 26 pardais da Estrada do Mar estão desativados. Mas a polícia rodoviária está fiscalizando com radares móveis

famigerado glifosato – proibido por lei municipal, pela Anvisa e pela Fepam –, ou seja, capina quí-mica. Resta saber se as autorida-des federais e estaduais irão per-mitir o teste.

Todos (ProUni), que compra vagas nas universidades e facul-dades privadas, vai oferecer 972 bolsas (somando as integrais e as que cobrem metade das men-salidades) em 12 instituições ca-xienses. A lista dos selecionados foi divulgada na sexta-feira (28). Agora, os candidatos têm até o dia 4 para comprovar, com docu-mentos, que se encaixam nos cri-térios do programa. Para a bolsa integral, devem ter renda familiar média de até um salário mínimo e meio. Para a meia-bolsa, a renda máxima é de três salários.

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4 29 de janeiro a 4 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Roberto [email protected]

A prefeitura de Caxias do Sul encerrou o exercício de 2010 com receita total de quase R$ 816,4 mi-lhões, em alta de 16% sobre o ano anterior e de 12% sobre as estima-tivas iniciais de R$ 730 milhões. De acordo com o secretário municipal da Receita, Ozório Rocha, o iCMS é o principal gerador de receita para a cidade, superando R$ 250 milhões, seguido pelo imposto sobre Servi-ços de Qualquer Natureza (iSSQN), com R$ 95 milhões.

Outro valor considerável, de qua-se R$ 90 milhões, tem origem no Fundo de Participação dos Muni-cípios. Para 2011 a expectativa de crescimento é de 29%, superando R$ 1 bilhão.

o Sindicato dos Servidores Municipais não viu com bons olhos a redução dos gastos da Prefeitu-ra com pessoal. O índice caiu de 43,08%, consolidado em 2009, para 42,19%. Na avaliação do presidente João Dorlan, o correto seria que o aumento salarial, de 9,5% no ano passado, ficasse mais próximo do desempenho do orçamento. Ele ob-serva que, embora o índice obtido depois de dura negociação seja um dos mais elevados da cidade, a ca-tegoria ainda não é suficientemente valorizada pela administração. Co-bra melhorias nas condições de tra-balho e mais contratações por meio de concurso, alegando haver áreas carentes de funcionários.

Depois custar mais caro do que no Exterior, o aço produzido no Brasil fechou o ano passado com preços competitivos, tornando-se um dos mais baratos do mun-do. De acordo com o empresário caxiense José Antônio Fernandes Martins, presidente da Asso-ciação do Aço do Rio Grande do Sul, a queda foi motivada, principalmente, pelo aumento das importações, que chegaram a representar quase 30% do aço

consumido no Estado. Mas esta situação deve mudar em breve. Por conta da escassez de coque, matéria-prima básica na produção de aço, causada pelas enchentes na Austrália, o preço do produto aumentou 35% no mercado mun-dial. Segundo Martins, as usinas brasileiras ainda não mudaram suas tabelas, mas o reajuste deve vir muito em breve. Caxias do Sul responde por mais de 50% do aço consumido no Rio Grande do Sul.

Assim como outras categorias profissionais, como a dos advo-gados, os bacharéis em Ciências Contábeis e Técnicos em Conta-bilidade deverão realizar exame de suficiência para obter o regis-tro profissional conferido pelo Conselho Federal da profissão.

As inscrições para o exame, marcado para 27 de março, de-vem ser feitas até 11 de feverei-ro junto aos órgãos reguladores da profissão: Conselho Federal, Conselho Regional e Fundação Brasileira de Contabilidade. A prova integra a Lei de Regência da Contabilidade Nacional, aprova-da em julho de 2010. Mais infor-mações podem ser obtidas junto ao Sincontec de Caxias do Sul.

O Caxias Plaza Shopping, mais novo centro comercial da cidade – localizado no prédio onde fun-cionavam as Casas Bahia –, ganha nova loja a partir de segunda-feira. A rede de Óticas Diniz abre seu segundo ponto na cidade – o primeiro funciona na Rua Moreira César. A inauguração será marca-da pela distribuição de armações e venda de lentes monofocais, bifocais e multifocais a preços especiais. A rede pretende, na sequência, abrir franquias em Farroupilha e Bento Gonçalves. No Brasil são 470 unidades e a expectativa é de chegar perto de 900 em cinco anos.

Até o dia 12 de fevereiro em torno de 1,3 mil estabelecimentos comerciais de Caxias participam da campanha Liquida Tchê, pro-movida pela Federação das Câma-ras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul em todo o Estado. Na cidade a coordenação é da Câ-mara dos Dirigentes Lojistas, que projeta crescimento de 15% nas vendas em relação ao mesmo perí-odo do ano passado. Para atrair os

clientes cada loja terá sua estratégia específica, com descontos variando de 20% a 60% e facilidades nos pa-gamentos. Todo o consumidor que fizer R$ 50 em compras em uma das lojas participantes receberá um cupom que o incluirá em sorteios de motos e carros zero quilômetro, eletrodomésticos e certificado de R$ 80 mil em barras de ouro. Toda a loja participante tem decora-ção especial sobre a campanha.

O primeiro embate sobre reajus-tes salariais de 2011 está desenca-deado. Os professores ligados às escolas particulares reivindicarão 9% de aumento, índice que repõe a inflação do período março de 2010 a fevereiro de 2011 e garante ganho real. A negociação da cate-goria será conduzida pelo Sinpro/Caxias junto ao Sinepe/RS, entidade que representa as escolas particu-lares gaúchas. A data-base para o dissídio coletivo é 1º de março.

A Universidade de Caxias do Sul contratará 50 novos professores neste início de ano para completar seu quadro, pois no final de 2010 houve o desligamento de 60 do-centes. Ao longo do exercício serão admitidos mais 15. Para a efetiva-ção a instituição realizou concurso que teve 269 inscritos, mas apenas 97 foram aprovados. Para algu-mas áreas, como Administração, será necessário novo concurso, pois não houve inscritos. A UCS terá, neste ano, em torno de 34 mil alunos na Graduação, incremen-to de 3% sobre o ano passado.

A Rasip, empresa com sede em Vacaria presidida pelo empresário Raul Randon, investiu na compra de um pulverizador de origem francesa para operação nas vi-deiras. A principal vantagem do equipamento é a pulverização de três filas em uma única vez. Além disso, é o que melhor se adapta aos sistemas de condução em espaldeiras, que possibilitam maior qualidade às uvas vinífe-ras. Além de uvas, a Rasip cultiva maçãs e elabora queijo tipo grana.

O Senac recebe inscrições para cursos de capacitação nas áreas de gestão, informática, comunica-ção e gastronomia. São propostas de curta duração que objetivam, principalmente, o aperfeiçoa-mento dos alunos. Mais informa-ções pelo telefone 3225-1666.

Na carona do que ocorre nos grandes centros do País, Caxias do Sul também ingressa no mercado de compras coletivas pela inter-net. O Q`Garimpo, idealizado pela empresária Katiússia Ferreira, tem como diferencial das grandes redes de sites o fato de ser iniciativa local, permitindo às empresas investido-ras uma negociação mais direta.

A Vinícola Salton, de Bento Gon-çalves, faturou R$ 238 milhões no ano passado e projeta crescimento de 15% em 2011. Para atender a de-manda investirá em novas linhas de produção, que elevarão a capacidade em mais de 80%. Também mudará o mix de produtos, como novas embalagens e incrementos nos seg-mentos atuais. Dentre as novidades, uma nova categoria de vinhos finos que chegará ao mercado no inverno.

Em 2010 a Salton comercializou 16,3 milhões de litros dentre vi-nhos, espumantes e suco de uva, registrando alta de 6,7% sobre o ano anterior. Para 2011 a expecta-tiva é 18 milhões de litros, elabo-rados a partir do processamento de 24 milhões de quilos de uvas.

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Abertura

www.ocaxiense.com.br 529 de janeiro a 4 de fevereiro de 2011 O Caxiense

por CAMILA CARDOSO [email protected]

abriela Lemos da Silva Concei-ção, seis anos, mora no bairro São José, próximo ao Parque de Even-tos da Festa da Uva. Volta e meia, a menina implicava com a mo-vimentação de cavalos e homens vestidos de gaúcho em torno dos Pavilhões, de onde vinha uma voz apressada que a deixava ainda mais curiosa. Quarta-feira passa-da a menina finalmente descobriu que tudo isso parte de uma festa chamada rodeio. Assim que che-gou nos pavilhões, Gabriela não gostou muito do que encontrou: achou o lugar fedido e continuou sem entender nada que a voz do narrador queria dizer. Mas con-cordou em acomodar-se na arqui-bancada para saber o que era uma prova de tiro de laço.

Se a estreante Gabriela se sur-preendeu com a impressão mal-cheirosa e barulhenta da sua des-coberta particular, o que chama atenção daqueles que já se acos-tumaram com os elementos in-trínsecos a eventos desse tipo é a estrutura do 23° Rodeio Crioulo Nacional de Caxias do Sul, que ocorre até este domingo (30). A começar pela cancha coberta, única do tipo que se tem notícia, onde as provas campeiras são re-

alizadas, tudo na festa remete a um detalhamento que não se vê nos demais rodeios que ocorrem semanalmente em diversos recan-tos do Estado.

A cancha de 150 metros de comprimento por 70 metros de largura conta com uma exclusiva cobertura de telhas translúcidas, resultado de um investimento de R$ 1,3 milhão. Como nunca chove no território de laçadores e ginetes, um caminhão-pipa ope-rado por funcionários da Codeca molha a areia industrial que cobre o chão do lugar. Outra equipe da autarquia cuida da limpeza do parque, incluindo o recolhimento do famigerado esterco. Uma re-galia extra para a festa que busca reproduzir as práticas do campo nos cenários urbanos, tendo na prova de laço a principal atração. O movimento de vacas e cavalos na cancha de areia prende a aten-ção da plateia tal qual uma partida do mais popular dos esportes: ar-quibancadas com direito a vende-dor de batata frita, olhos atentos da torcida, narração e finalizações bem-sucedidas ou frustradas – a armada que laçar as aspas da rês equivale ao gol do futebol, mas a que acertar o pescoço iguala-se a uma bola na trave. E a torcida acompanha. Uhhh!

A competitividade também é

inerente às atividades artísticas do rodeio. Os concursos culturais promovem disputas entre grupos de dança, cantores e declamado-res. Enquanto o primeiro fim de semana do evento foi reservado para as apresentações de 52 inver-nadas que reproduziram coregra-fias de músicas do folclore gaú-cho, neste sábado e domingo (29 e 30) os concursos são pautados pelo ineditismo de canções e po-emas. O 4º Festival Querência da Poesia Gaúcha leva ao palco dez poemas seleciona-dos por uma comis-são julgadora, que avaliou os versos das 322 inscrições. Composições musi-cais têm espaço na 3ª edição do Festival César Passarinho. A homenagem ao intérprete nativista que viveu em Caxias segue os moldes da Califórnia da Can-ção Nativa, a mais antiga e tradicional maneira de divulgar a música regional do Es-tado, mantendo a terminologia, o uso e os costumes característicos do homem do campo nas letras das canções. Das trezentas com-posições inscritas, 12 foram sele-cionadas para serem apresentadas

no palco do festival e disputarem os primeiros prêmios, além de in-tegrarem CD e DVD gravados ao vivo.

o rodeio que leva o nome de Caxias teve 19 edições até ser interrompido por 10 anos. A reto-mada ocorreu em 2008 como uma realização das 101 entidades da 25ª Região Tradicionalista, sedia-da na cidade. Com 17 mil sócios, a organização encontrou na pre-feitura a parceria que faltava para

apostar na evolução do evento. Neste ano, a expectativa é que 150 mil pessoas passem pelos pavi-lhões ao longo dos 10 dias de atrações – 10 mil delas para disputarem as pro-vas e concursos que distribuem R$ 125 mil em prêmios. A expressividade dos números só não é maior que a devo-

ção dos participantes às manifes-tações culturais que os levam até o evento.

Não há temporada na praia ou outra viagem que atraia mais o pintor automotivo Marco André Bueno, 41, e o estudante Tiago Gabriel Bueno, sete, do que ro-

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eNeste ano, 150 mil pessoas devem passar pelo rodeio nos pavilhões – 10 mil participam de provas e concursos que vão distribuir R$ 125 mil em prêmios

Lucas Picinini Dutra, 17 anos, participa de provas campeiras desde criança. Até agora não ganhou nenhum troféu, mas não pensa em fazer outra coisa

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Acampados nos pavilhões, à perdida moda campeira, tradicionalistas lotam o 23º Rodeio Crioulo Nacional de Caxias para mostrar o tamanho da paixão que perpetua a cultura gaúcha

A pRAIA DOSgAuDéRIOS

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deio. Em cavalos amadrinhados, que estão juntos desde a doma, pai e filho inauguram o período de férias galopando de um lado para outro da cancha. Duran-te cinco dias, a família deixa a casa no Bairro Pio X e se junta ao acampamento de 4 mil pesso-as na área arborizada do parque de eventos. Marco, Tiago e João Vitor, o irmão de oito anos, con-correm em cinco provas de laço. A atividade é a maneira do pai, natural de Vacaria, manter con-tato com os costumes do campo e transmiti-los aos filhos. “Em 2009, não teve um fim de sema-na que eu não tenha participado de rodeio. Mas tive que parar um pouco porque vai muito dinheiro”, conta. Tiago já aprendeu a gostar do que chama de nervosismo que sente ao bolear um laço de cima de um cavalo, e compartilha com o pai, assim como a maioria dos outros laçadores, o sentimento que nutre pelo animal, indispen-sável para as atividades ligadas à vida campeira.

Lucas Picinini Dutra, 17 anos, justifica a persistência nos con-cursos de laço que participa qua-se semanalmente desde que era criança. “Eu nunca ganhei nada, não tenho nem um troféu, mas é que eu tenho paixão por cavalo”, diz, rindo do próprio desempe-nho. O jovem tímido, que não gosta de festas, dessas frequenta-das por gente da idade dele, nem de baile gaúcho, diz que se sente satisfeito ouvindo música nativis-ta e com a sensação do vento que bate no rosto quando o cavalo persegue uma rês. “Deve ser coisa

que eu herdei da minha família, porque a gente tem chácara lá em Parada Cristal, mas não é igual a campo, né?!”, comenta, tentando entender suas próprias preferên-cias.

não que elas deixem de ocupar os outros espaços do ro-deio, mas as mulheres são figuras quase indissociáveis das barracas do acampamento. Zelando pela organização da moradia impro-visada, um grupo de amigas con-ta que aprendeu a gostar das esperas impostas pela par-ticipação dos ma-ridos nas provas campeiras. Durante uma semana elas se viram como po-dem em um espaço sem divisórias, que mistura colchões, fogareiro, um espe-lho de moldura laranja, geladeira, televisão e até aparelho de DVD. “Eu sou casada há 22 anos e faz 22 anos que eu acompanho meu ma-rido em rodeio”, contabiliza a au-xiliar de padaria Rejane Macha-do, 47. “Se a gente não vem, tem quem venha, não é?”, completa, Cacilda Alves Borba, 33, rindo da preocupação em manter a rédea curta. “Não tem coisa melhor que dormir numa barraca, embaixo das árvores, na companhia dos mosquitos e com barulho a noite inteira”, afirma Cenira Alves Bor-ba, 43, com uma gargalhada que deixa clara a ironia. Moradoras de Caxias do Sul mas oriundas

de Lagoa Vermelha, as irmãs Ca-cilda e Cenira concordam que o ambiente lembra os costumes da terra natal. “Aqui em Caxias, vi-zinho só serve pra dizer ‘bom dia’, ‘boa tarde’, ‘boa noite’. Num ro-deio é todo mundo mais amigo, mais próximo um do outro pelo gosto que têm em comum pela tradição”, acredita Cacilda.

A Escola do Chimarrão de Venâncio Aires já esteve em 13 estados do Brasil e em cinco pa-

íses diferentes. No Rio Grande do Sul, apresenta as pales-tras sobre a bebida na beira da praia, no estacionamento de supermercado e em festas comunitá-rias. Só em Caxias é que o instituto para seu ônibus-escola na porta de um ro-deio. “O que tem de gente que não sabe

fazer chimarrão... E as pessoas deixam de tomar por causa disso”, preocupa-se o diretor-executivo da ONG, Pedro José Schwengber. Quando descobriu-se adorador da bebida, Pedro largou os ne-gócios ligados ao cultivo de soja, administrados em 16 escritórios espalhados pelo país. “Eu era rico mas só tinha dinheiro. Só encon-trei o que me fazia feliz aos 50 anos de idade através do chimar-rão”, conta o diretor, que chega a passar quase dois meses fora de casa para trabalhar pela divulga-ção da bebida. Em média, 300 mil pessoas por ano ouvem as pala-vras convictas dos colaboradores

do projeto sobre os benefícios do chimarrão, conhecendo os 36 jei-tos diferentes de servir o mate, in-clusive um que leva só 11 segun-dos para ficar pronto. “O Brasil e o mundo não tomam chimarrão porque o gaúcho não conhece o mate nosso de cada dia, toma por hábito e tradição”, acredita Pedro, sonhando conquistar adeptos.

Espedito Abrahão, 45 anos, também quer ver mais gente apreciando um costume gaúcho. À frente do grupo caxiense os campeiros, o músico acredita que os ritmos nativos mereçam ser admirados além das fronteiras do Rio Grande do Sul, mas com a condição de não perder o cará-ter original. “A gente pode fazer uma música alegre que não fuja da tradição. A nossa vaneira é um dos ritmos mais contagiantes que existe, desse jeito gaúcho mesmo, falando das coisas daqui”, acredi-ta. A invasão do confuso gênero tchê music, semelhante ao forró e ao sertanejo, ainda causa polê-mica no meio tradicionalista, mas garante que conjuntos como o de Espedito, que se mantiveram fiéis ao estilo original, tenham merca-do garantido em bailes e eventos. Outra vontade do músico é que as próximas gerações não deixem de lado a tradição, desejo que, pelo menos na própria família, já con-seguiu realizar. O conjunto existe há vinte anos, mesma idade de Espedito Abrahão Junior, que se tornou guitarrista do grupo aos 15 anos. “Eu literalmente nasci ouvindo essa música que a gente faz, nem sei se saberia gostar de outra coisa”, revela o rapaz.

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“Num rodeio é todo mundo mais amigo, mais próximo um do outro pelo gosto que têm em comum pela tradição”, diz Cacilda

Apaixonado pela música nativista, Espedito toca guitarra no conjunto do pai; Pedro Schwengber largou os negócios para ensinar a fazer chimarrão

6 29 de janeiro a 4 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

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www.ocaxiense.com.br 729 de janeiro a 4 de fevereiro de 2011 O Caxiense

por JOSé EDuARDO [email protected]

algumas centenas de metros do pedágio de Vila Cristina, sob a cobertura de um antigo posto de gasolina desativado, agriculto-res guiando pequenos reboques, carretinhas e caminhonetes es-tacionam os veículos lado a lado na sombra do estabelecimento. Sentados em cadeiras plásticas de um bar, aguardam a chegada do caminhão que levará parte da suas colheitas de uva para a Cen-tral de Abastecimento (Ceasa) de Curitiba. O repasse é garantido e rentável. Para cada quilo da fruta, alocada em caixotes de madeira, é pago R$ 1. Carlos Dallegrave é o responsável por conduzir a ne-gociação. Ele também aguarda, impaciente, o caminhão que esta-va atrasado na manhã da última terça-feira (25). Esse encontro en-tre produtores não é uma particu-laridade deste ano. O local já tem história no escoamento da uva da região. Desde 1984 Carlos utiliza o posto para reunir viticultores pelo menos seis vezes por semana no período da vindima.

O distrito de Vila Cristina é sempre o primeiro a colher a uva em Caxias do Sul. isso por causa da temperatura, que nas margens do Rio Caí pode atingir até cinco graus a mais do que nas regiões

mais altas da Serra. Milton Ro-drigues Leite, 45 anos, estaciona o Jeep azul ano 65 ao lado do pos-to. Sobre o veículo estão 72 cai-xas, contendo oito quilos de uva cada, colhidas no dia anterior. Renderão R$ 576 ao agricultor, depositados diretamente na conta bancária. A experiência de Milton com a produção de uvas é recente e aos poucos vem se solidificando. Há quatro anos ele cultiva parrei-rais de niágaras rosadas e brancas em três hectares da terra do so-gro, localizada em Caravaggio da 3ª Légua. Com a mulher e o filho, espera colher pelo menos 50 mil quilos neste ano. Do total, 30 mil devem ser embalados e vendidos como uva de mesa. O restante será destinado às cantinas para a fabricação de suco, vinho, es-pumantes e demais derivados da uva. A preferência pelo mercado da uva in natura se explica pelo preço. Negociando com Carlos, o agricultor consegue R$ 1 por quilo. Com as cantinas, esse valor diminui para 57 centavos.

A diferença financeira tem uma explicação bem simples: a quali-dade do produto. O cacho da uva de mesa precisa estar perfeito, com grãos parelhos e lustrosos, enquanto para as vinícolas não existe essa necessidade. O pro-cesso de colheita também é dis-tinto. O agricultor Alcides Nacah

explica que para a uva de mesa é preciso segurar o cacho com a ponta dos dedos para não deixar marcas e cortar o talo com uma tesoura especial. Em seguida, as uvas são colocadas lado a lado em um pequena caixa e encaminha-das para a venda. O trabalho leva tempo e exige grande mão de obra. Cachos com uvas disformes, com marcas, verdes ou qualquer defeito não são aceitos neste mercado. A colheita destinada às canti-nas é mais prática e rápida. O agricultor usa uma cesta presa aos ombros e retira os cachos só com a mão.

na última terça-feira (25), Alcides colhia as uvas niágara ro-sada do parreiral de 3,75 hectares próximo ao posto desativado. Su-bindo por sinuosas ruelas de ter-ra, ao lado da BR-116, encontra-se a propriedade do agricultor. Aos 68 anos, Alcides delega o tra-balho da colheita aos filhos Char-les, 34 anos, e Leonardo, 32 anos, e a três vizinhos contratados. “Te-nho problemas no nervo ciático. No ano passado tirei 11 caixas de uva e fiquei sem poder fazer mais nada”, revela. Enquanto isso, a es-

posa Genoveva Zeni, 68 anos, se encarrega dos afazeres domésti-cos, principalmente do almoço. Apesar da idade, Alcides se movi-menta com facilidade pelas terras íngremes e cheias de pedras de todos os tamanhos da encosta do

morro onde fica o parreiral.

Para este ano, o agricultor abre um breve sorriso ao es-pecular o retorno financeiro que terá com a produção de uva. Alcides espe-ra colher pelo me-nos 70 mil quilos, quantidade ainda distante do seu re-corde, de 115 mil,

mas bem superior ao trágico ano de 2010, em que obteve apenas 30 mil quilos. Conforme ele, o maior problema da última colhei-ta foi a proliferação da chamada podridão amarga, provocada por um fungo que contamina todo o parreiral e se propaga com a umi-dade. Desta vez Alcides se preca-veu. investiu aproximadamente R$ 4 mil na compra de defensivos que foram aplicados três vezes na plantação.

Alguns produtores em Ca-xias já colocam em prática uma al-ternativa eficiente para o controle

Desafios vitivinícolas

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Na venda para o consumo in natura, agricultores recebem até R$ 1pelo quilo da uva. Na as cantinas, o preço cai para 57 centavos

Com o favorecimento do clima e o controle de fungos, a produção caxiense deve superar 600 mil toneladas

A

Depois de uma safra ruim no ano passado, produtores começam a nova colheita animados com a qualidade e a quantidade das uvas

A VINDIMA DA RECupERAÇÃO

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das pragas e do uso de agrotóxi-cos. Valderês Antônio Formighe-ri é o presidente da Associação dos Produtores de Uva Protegida (Apup), fundada há quatro anos. Nesta forma de cultivo, os parrei-rais são cobertos por um plástico que os protege de tempestades e chuvas de granizo. Com a dimi-nuição da umidade, é necessário aplicar uma quantia bem menor de defensivos para proteger a pro-dução dos fungos. “No ano passa-do apareceu somente um produto químico na análise da minha uva, e com quantia 12 vezes menor ao permitido”, revela satisfeito.

Com a questão da umidade controlada, Valderês conta que desenvolveu técnicas para prote-ger o parreiral das pragas e dos bichos. “Usamos armadilhas para monitorar a população da mosca da fruta. Colocamos iscas tóxicas no lado de fora do parreiral. A mosca é atraída pelo melaço da cana com veneno e morre”, expli-ca. Mas, apesar do grande apro-veitamento da fruta, o custo ini-cial de produção é um fator que atravanca a disseminação da téc-nica. Valderês revela que são ne-cessários R$ 100 mil para a cons-trução de um hectare de parreiral. Somente o plástico está avaliado em R$ 13,50 o metro quadrado. Para a maioria dos agricultores, o investimento se torna inviável. O presidente conta que o retorno fi-nanceiro só começa a valer a pena após o quinto ano de implantação do sistema.

Essa barreira fica evidencia-da pelo número de participantes da associação. Valderês diz que os agricultores vêm desistindo da prática com o passar do tem-po. Lembra que o projeto nasceu com 25 participantes, diminuiu para 17 e hoje conta com apenas 12 associados. Como explicação, alega falta de conhecimento dos produtores. “No início houve

uma corrida, muitas pessoas im-plantaram o sistema sem saber ao certo como trabalhar com ele. isso causou o aumento de produ-ção da uva protegida e também a perda de qualidade. Com isso, o preço está baixando e tornando inviável.”

Para o tratamento correto com a uva protegida, Valderês salienta que é preciso ter um cuidado es-pecial com as parreiras. Todos os cachos, individualmente, preci-sam ser limpos e padronizados. O resultado é uma uva de qualidade e com preço eleva-do. Foi exatamente isso que conseguiu Gilmar Luiz Comer-latto. Há cinco anos, o agricultor iniciou o cultivo das uvas protegidas na região da 3ª Légua. “Passa-mos 50% a menos de defensivos e a uva aguenta até 20 dias madura no pé”, revela. O agricultor conseguiu obter uma média de R$ 3,50 por quilo na safra passada pelas variedades itália e rubi. Mas a custo de muito esforço. “Esta é uma uva de enfeite. Precisa ser trabalhada”, destaca. Gilmar uti-lizou um pequeno pente para re-tirar todas as uvas disformes dos cachos colhidos.

A implantação do sistema nos parreirais de Gilmar foi realiza-da totalmente de forma empírica. O agricultor lembra que viu pela primeira vez a uva protegida em uma propriedade de São Luiz da 6ª légua. “Vi que tinha mercado e resolvi tentar fazer igual”, recor-da. Para cobrir os cinco hectares de produção, investiu cerca de R$ 250 mil. “No primeiro ano se re-cebe muito pouco. Depois come-ça a dar um retorno”, conta. Na safra atual, Gilmar espera obter o mesmo valor sobre a sua uva, que

colherá a partir de 15 de fevereiro.

De volta ao posto desativado em Vila Cristina, Sérgio Luiz Re-zzadori, 44 anos, se soma aos de-mais produtores que aguardam a chegada do caminhão que levará as uvas para Curitiba. Desde 22 de novembro Sérgio vem colhendo frutas dos parreirais. Essa anteci-pação ocorre porque Sérgio culti-va a uva do tipo vênus, que tem a maturação anterior às demais. O produto do agricultor é envia-do para o Mato Grosso e também

vendido para a Ce-asa de Caxias. O fruto tem coloração preta e é destinado ao consumo in na-tura. O agricultor conta que começou a produzir a varie-dade há 12 anos, foi um dos pioneiros no município. Mes-mo no ano passado, em que as baixas fo-ram grandes na vi-

ticultura, Sérgio conseguiu de R$ 2 a R$ 2,50 pelo quilo. Além da vênus, que ocupa dois hectares de suas terras, o agricultor produz niágara e isabel – as que seguirão para o Paraná – em nove hectares.

o aumento de produção apresentado pelos agricultores nesta safra deve amenizar os nú-meros dos últimos anos. Para 2011 é esperada a colheita de pelo menos 600 mil toneladas, cresci-mento de 60 mil com relação ao ano anterior. Além da evolução na quantidade, o presidente da Rede de Vinícolas de Caxias do Sul (Revinsul), ivan Tisatto, já se mostra satisfeito com a qualida-de. “As primeiras uvas estão ex-celentes. A manutenção do clima favorável é importante para se ter uma uva assim até o fim da co-lheita”, explica.

Com uma quantidade menor de vinho estocado com relação à sa-fra de 2010, as cantinas caxienses devem aproveitar a recuperação dos parreirais para adquirir gran-des volumes. ivan conta que a maioria de vinícolas acerta o pre-ço do quilo da uva no momento da compra com base na qualidade dos frutos. Ela é medida pela gra-duação de açúcar e tem como re-ferencial para o valor mínimo os 15 graus. Em 2010, a média da sa-fra chegou apenas em 13,5 graus. Para este ano, ivan espera que o índice suba para 15,5.

Além de interferir na qualida-de final do vinho, a graduação da uva afeta diretamente o bolso do produtor. A variação de cada grau altera em 5% o preço mínimo do quilo, para cima ou para baixo. Neste ano, o valor base, estabe-lecido pela Companhia Nacio-nal de Abastecimento (Conab), foi de R$ 0,52 para a uva isabel, R$ 0,57 para a niágara e R$ 0,62 para a bordô. Esse reajuste vem após quatro anos de congelamen-to dos preços, e ainda se mostra insatisfatório para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caxias do Sul, Raimun-do Bampi. Segundo ele, somente o custo de produção por quilo da isabel para o agricultor gira em torno de R$ 0,59.

Atualmente, apenas 11 das 131 cantinas registradas em Caxias fazem parte da Revinsul, rede que tem três anos. A meta do grupo é revitalizar o setor na cidade, que está estagnado há pelo menos uma década e perde em quantida-de de litros produzidos para mui-tos municípios vizinhos. Como alternativa para o crescimento, o suco de uva, o moscatel e o es-pumante vêm despontando nos últimos anos. Apesar de 72% da produção dos 301 milhões de li-tros de derivados de uva em 2010 serem vinho de mesa, o suco ten-

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“No primeiro ano se recebe muito pouco. Depois começa a dar retorno”, conta Gilmar Comerlatto, sobre o cultivo protegido

A uva protegida é cultivada por Comerlatto há cinco anos. Demanda menos defensivos e perdura até 20 dias na parreira após amadurecer

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de a tomar mercado. ivan conta que essa produção teve aumento de 152% no último ano com re-lação a 2005. Somente em 2010, 36,7 milhões de litros foram pro-duzidos.

A demanda crescente do suco pode revitalizar o setor que sofreu com as perdas nos últimos anos e com a estagnação da ven-da do vinho. Atual-mente existem 1.742 produtores registra-dos na prefeitura, que ocupam 3.746 hectares. A realida-de de Vila Cristina é preocupante num futuro próximo caso a vitivinicultura não apresente melhoras. Com aproximada-mente 40 mil habi-tantes, a indústria vem tomando anualmente o es-paço da agricultura. “Somente a Pettenati conta com 1,5 mil fun-cionários. Ônibus da Marcopolo e da Randon buscam e trazem todos os dias empregados daqui para as fábricas”, conta o subpre-feito Sadi Pirovano. Outra cons-tatação que embasa a teoria do administrador é o aumento do número de chácaras no distrito. “O incentivo é pequeno para a agricultura. A cada ano os cha-

creiros têm aumentado em nú-mero. Eles compram as terras dos produtores e estão tomando con-ta da região”, revela, preocupado.

Esse fato também causa apreen-são na coordenador da Comissão interestadual da Uva e presiden-te do Sindicato Rural de Flores da Cunha e Nova Pádua, Olir Schiavenin. Ele conta que a área total de parreirais vem crescen-

do aos poucos na Serra, mas não são registrados novos agricultores. “Os jovens não estão tendo muito estí-mulo para ficar na colônia. Estamos preocupados com a sucessão. Quem vai cuidar dos parrei-rais?”, pergunta ele. Essa é uma questão que só o tempo e

medidas públicas de incentivo à permanência do homem no cam-po poderão resolver. Por enquan-to, pelo menos, os colonos que aguardavam a chegada do cami-nhão em Vila Cristina se sentem aliviados. Com condições climá-ticas mais favoráveis que a dos úl-timos três anos e a maior deman-da das cantinas, eles comemoram a safra atual da uva, fruto que a maior parte deles aprendeu a co-lher com os pais.

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“Os jovens não estão tendo muito estímulo para ficar na colônia”, diz Olir Schiavenin sobre a redução dos agricultores na região

Milton Leite comercializa sua produção em um posto desativado

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por ROBIN [email protected]

e VALQuÍRIA [email protected]

s números do Minha Casa Minha Vida impressionam. Os R$ 52,82 bilhões investidos fizeram com que a meta de contratar 1 milhão de moradias entre o lançamento do programa, em março de 2009, e o final da primeira fase, em de-zembro de 2010, fosse ultrapassa-da em 3.214 residências. Somente em Caxias do Sul, 3.451 moradias foram financiadas. O fomento ao setor foi tanto que o valor dos ter-renos na cidade aumentou apro-ximadamente 50% nos últimos 18 meses, segundo a Associação das imobiliárias de Caxias do Sul (As-simob), e transformou a crise eco-nômica mundial em uma “maro-linha”, como diria o ex-presidente Lula, para a construção civil. O que tem acontecido com o Mi-nha Casa Minha Vida em Caxias, no entanto, não é algo que valha o chavão presidencial do “nunca antes na história deste país”. Seria melhor classificado como o tam-bém clichê “jeitinho brasileiro”.

imobiliárias caxienses oferecem apartamentos e sobrados acima do limite imposto pelo programa na cidade, R$ 100 mil, e pedem que os clientes paguem a diferen-ça “por fora”, diretamente à imo-biliária ou construtora. A repor-tagem ligou para 20 imobiliárias e, entre as 17 que comercializam imóveis que se enquadram no programa, apenas quatro ofer-taram apartamentos e sobrados dentro da regra do Minha Casa

Minha Vida. Ou seja: 76,47% das que utilizam o programa burlam suas regras. Algumas ainda suge-rem – e até incentivam – que os imóveis sejam alugados ou ven-didos durante o financiamento, o que também não é permitido. Nas conversas, os repórteres de O Caxiense se identificaram ape-nas pelo nome, sem informar que estavam a serviço do jornal.

Corretora: O que passa de R$ 100 mil é um valor que não pode aparecer e tu tem que dar di-reto para o construtor.

Repórter: Por fora?Corretora: Por fora. Uma entra-

da e depois faz o financiamento em cima dos R$ 100 mil. Isso é mui-to comum acontecer. Tem vários construtores que fazem isso e con-seguem aprovar com a Caixa em R$ 100 mil. Só que o imóvel não vale só isso, vale um pouco mais.

Repórter: Como é que eles con-seguem aprovar com a Caixa?

Corretora: Eles entregam uma série de documentações. Tem que ser uma coisa muito séria. Depen-dendo do imóvel, passa, porque a diferença é muito pouca. Eu já tive até sobrados de R$ 125 mil, que tinha que dar os R$ 25 mil por fora e também estava aprovado no programa. Isso vai da avaliação do engenheiro.

A “coisa” é tão séria que a Caixa chegou a entrar em contato com as imobiliárias caxienses – que, segundo a Assimob, são cerca de 80 – alertando sobre a ilegalida-de da prática no início de 2010. O banco, que é o gestor nacional do programa, fez seminários com as

empresas para explicar a regra. O gerente regional para construção civil da Caixa, Valdir José An-gst, diz que a venda de imóveis que ultrapassem o máximo do financiamento é proibida. “Nós seguimos o valor de avaliação. O contrato de compra e venda que é apresentado para a Caixa é de, no máximo, R$ 100 mil. Se alguém está vendendo por um outro con-trato por fora, é ilegal e, se a Caixa for notificada sobre isso, vamos denun-ciar as empresas.” Conforme apurou O Caxiense, mes-mo com seminários e alertas da Caixa, a prática irregular na comercialização dos imóveis tornou-se comum na cidade.

“O nosso sobrado custou R$ 105 mil. Os R$ 5 mil demos por fora do contrato, porque para se encaixar nesse programa só pode até R$ 100 mil”, diz uma jo-vem moradora do bairro Desvio Rizzo, mostrando estar por den-tro do que é permitido e do que é proibido no Minha Casa Minha Vida. A jovem, que mudou-se com os pais para o sobrado no final do ano passado, conta que a escolha pelo programa ocorreu porque os três trabalham infor-malmente. “Com o programa foi mais acessível adquirir um imó-vel”, diz.

A maioria dos corretores explica a “adequação” ao progra-ma com naturalidade. Alguns,

porém, fazem manobras retóricas para não explicitar que parte do valor das construções não pode ser declarado à Caixa Econômica Federal.

Corretor: (O financiamento) de-pende do imóvel que você escolher. Vamos dar um número: R$ 120 mil. Aí, você tem que dar 20% de entrada porque o agente financeiro não financia 100%. Os 20% você tem que acertar diretamente com

o vendedor.Repórter: Isso

para qualquer valor?Corretor: Sim, em

princípio, para qual-quer valor.

No caso acima, o único imóvel que, segundo o corretor, poderia se adequar ao programa ofere-cido pela imobiliá-ria vale R$ 120 mil. Outra corretora

pede a diferença dos R$ 100 mil como “entrada” para compra de um imóvel na planta e afirma que uma mensalidade deve ser paga durante a construção, apesar de o Minha Casa Minha Vida somen-te começar a ser pago quando os beneficiários se mudam para a moradia.

Outro ‘jeitinho’ que imobiliá-rias caxienses dão para enquadrar imóveis que ultrapassam o limi-te do programa é negociar parte deles separadamente. Corretores oferecem apartamentos de R$ 98 mil e R$ 99 mil e pedem para que a garagem, por exemplo, seja negociada à parte, o que também não é permitido.

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“O nosso sobrado custou R$ 105 mil. Os R$ 5 mil demos por fora, para se encaixar nesse programa”, diz uma moradora do Desvio Rizzo

Um dos sobrados recém adquiridos com financiamento federal, em Ana Rech, está para alugar por R$ 550 – quase o valor da prestação, que é de R$ 600

o

Imóveis do Minha Casa Minha Vida são vendidos acima do valor em Caxias, com pagamento por fora às imobiliárias, e alguns beneficiários já revendem ou alugam ilegalmente suas moradias

o LucRoDA cASA PRÓPRiA

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Doze sobrados de cor bege integram um condomínio em Ana Rech. O de nº 3, mesmo sem estar identificado com placa, está para alugar. “O aluguel é R$ 550. Está prontinho. Eu comprei por esse programa (Minha Casa Minha Vida). Esse que está para alugar é meu, eu já fiz na Caixa o negó-cio”, conta o proprietário. Ques-tionado se é permitido alugar um imóvel que faz parte do programa do governo, ele responde que não sabe. Um vizinho, que também adquiriu sua casa pelo programa federal, relata que já presenciou a visita de muitos interessados em alugar o sobrado nº 3, que tem dois quartos pequenos, sala e co-zinha conjugadas, banheiro e área de serviço – não tem garagem. “Vem gente toda hora olhar”, diz. O morador de um sobrado pró-ximo, que também faz parte do Minha Casa Minha Vida, espan-ta-se com a quantia que o vizinho quer cobrar de aluguel. É quase o valor da prestação, de R$ 600.

O aluguel e a ven-da de imóveis ad-quiridos através do Minha Casa Minha Vida também são proibidos, confor-me a cláusula 11 dos contratos as-sinados com a Caixa. A punição prevista é a rescisão do contrato de parcelamento e “cobrança in-tegral e à vista do valor de venda, abatidos os pagamentos já reali-zados”. O dono do sobrado n° 3 pode não ter tido sozinho a ideia de alugar a moradia que comprou com ajuda do benefício federal. Corretores de imóveis indicam o caminho do lucro. “Se você não quiser morar ali, é bom até para alugar. Os caras que compraram estão alugando por 550, 600 pila por mês”, sugere um corretor ao apresentar um sobrado que, se-gundo ele, se enquadra no Minha Casa Minha Vida mesmo custan-do R$ 110 mil.

As entidades que represen-tam a construção civil e as imo-biliárias na cidade têm visões di-ferentes sobre a venda de imóveis acima do máximo permitido pelo financiamento. O presidente do Sindicato das indústrias da Cons-trução Civil de Caxias do Sul (Sinduscon), Valdemor Trentin, considera a prática “normal”. “Se tu tem condições de pagar a di-ferença e se enquadrar dentro do financiamento, encaramos isso como uma situação normal. É a adequação do mercado aos pla-nos de financiamento que se tem.”

Trentin não vê problemas em negociar separadamente com uma empresa e com o banco o mesmo imóvel. “É um negócio dele com a construtora. Na re-

alidade você está fazendo duas operações. Cada caso tem que ser analisado. O que não pode é bur-lar o sistema. Legalmente, a Cai-xa aceitando essa condição, não vejo problema nenhum.” Alerta-do sobre o fato de que o banco não aceita a venda dessa forma, o presidente do Sinduscon emenda que, se a Caixa avaliou o imóvel dentro do limite, continua não havendo problema. “Se a avalia-ção está em R$ 100 mil, você não está burlando nada do sistema, porque está avaliado nesse valor. É um assunto que pode dar mui-tas distorções”, afirma. Para Tren-tin, o valor máximo dos imóveis que podem participar do progra-ma em Caxias do Sul, R$ 100 mil, é muito baixo para a cidade. “O ideal seria que esse valor fosse um pouco mais alto, que chegasse a R$ 130 mil.”

Ao contrário do representante da Sinduscon, o pre-sidente da Assimob, Nelson D’Arrigo, vê problemas no esque-ma. “isso é ilegal. A associação não re-comenda ou aprova. O programa é para aqueles que preci-sam, que tem uma subabitação. Mas o que estão querendo fazer é botar a classe média dentro dele.

Classe média não precisa do pro-grama, eles têm renda que pode pagar um pouco mais e fazer uma operação sem as vantagens do Minha Casa Minha Vida.” Segun-do D’Arrigo, as 14 imobiliárias ligadas à Assimob “dificilmente” praticam a irregularidade.

O presidente da associação também discorda que o preço máximo dos imóveis seja baixo para Caxias. “É completamente compatível com a nossa realida-de. É um valor muito bom para um apartamento de 50 m². O pro-blema é que, infelizmente, os pro-prietários de algumas imobiliá-rias acabam majorando os preços dos imóveis para chegar ao valor de R$ 100 mil. Não tem por que trabalhar com valores diferentes. infelizmente, às vezes o olho cres-ce.”

em caxias, o Minha casa Minha Vida ganhou também uma versão municipal, batizada pela prefeitura de Caxias Minha Casa. O programa local, que utiliza o fi-nanciamento da Caixa, foi criado em julho de 2009 para facilitar o acesso de famílias de baixa ren-da ao Minha Casa Minha Vida, reduzindo o valor dos imóveis e das prestações com abatimentos de impostos (para moradores e construtoras) e doação de terre-nos do Município para os empre-endimentos voltados à faixa mais pobre.

Para o grupo de menor ren-

“Se você não quiser morar ali, é bom até para alugar. Os caras que compraram estão alugando por 550, 600 pila por mês”, diz um corretor

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EDITAL DE CONVOCAÇÃOASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA

UNIENFER COOPERATIVA DE ENFERMAGEM LTDANIRE 43.4.00093664 CNPJ 08.216.477/0001-10

A Diretoria da Unienfer Cooperativa de Enfermagem Ltda, no uso das atribuições que lhe confere o Estatuto Social, CONVOCA todos os associados para se reunirem em Assem-bleia Geral Ordinária e em sequência, em Assembleia Geral Extraordinária que se realizará no dia 17 de Fevereiro de 2011, tendo como local sua sede sita à Rua Os Dezoito do Forte - 422, Sala 606 – Caxias do Sul RS, em primeira convocação às 13:00 horas com a presença mínima 2/3 dos associados em condições de votar; em segunda convocação às 14:00 horas com a presença mínima da metade mais um dos associados em condições de votar e em terceira e última convocação às 15:00 horas com a presença mínima de 10 (dez) associados em condições de votar, para tratarem do seguinte:

ORDEM DO DIA:a) ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA:

2- Prestação de contas dos Órgãos de Administração, referente ao exercício encerrado em 31 de Dezembro de 2010, acompanhada de Parecer do Conselho Fiscal, compreendendo:

a) Relatório de Gestão;b) Balanço Patrimonial;c) Demonstração das Sobras Apuradas ou das Perdas Decorrentes da Insuficiên-cia das Contribuições para Cobertura das Despesas da Sociedade.

3- Destinação das Sobras Apuradas ou Rateio das Perdas Decorrentes da Insuficiên-cia das Contribuições para Cobertura das Despesas da Sociedade, Deduzindo-se, no Primeiro Caso as Parcelas para os Fundos Obrigatórios.4- Eleição e Posse do Conselho Fiscal;5- Fixação do Valor dos Honorários Conselho de Administração e Fiscal;6- Plano de Atividades para a Cooperativa Exercício 2011;7- Outros Assuntos de Interesse Social.

b) ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA:1- Deliberação e Fixação de Valores Associado Técnico e Auxiliar de Enfermagem, Fol-guistas (Artigo 45 Estatuto Social, e Artigo 12, II e II Regimento Interno);2- Deliberação Sobre a Viabilidade de Continuação da Sociedade;3- Outros Assuntos de Interesse Social.

Para efeitos de Quorum o Número de associados é 35.

Caxias do Sul RS, 21 de Janeiro de 2011.

Vice Presidenta: Enfª. Santina Trajano dos Santos Presidenta: Enfª. Rosalina Cappellaro Andreazza

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

Edital de Intimação de Cumprimento de Sentença (LEI 11.232/2005)4ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

PRAZO de: VINTE (20) DIAS. Natureza: Execução de Sentença Processo: 010/1.06.0017923-3 (CNJ:.0179231-88.2006.8.21.0010). Exequente: Luizinha Clecir Scortegagna. Executado: Sonia Teresa de Jesus Bueno e outros. Objeto: INTIMAÇÃO de ROSIBEL COSTA DO CANTO, atualmente em lugar incerto e não sabido, para que o(a)(s) devedor(a) (es) pague(m), por depósito judicial ou diretamente ao credor (com recibo), no PRAZO de QUINZE DIAS, o débito indicado abaixo, mais correção monetária e juros de mora incidentes no período, sob pena de incidência de multa de 10% sobre o total e prosseguimento com penhora e alienação judicial de bens. VALOR DO DÉBITO: R$ 4.987,76 + R$ 151,63 (custas cumprimento de sentença)

Caxias do Sul, 31 de agosto de 2010. SERVIDOR: Claudiomiro Agustini da Silva. JUÍZA DE DIREITO: Cláudia Rosa Brugger.

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da familiar (até R$ 1.395), é a prefeitura que faz a seleção dos beneficiados. Diante da grande procura, foi necessário promover um sorteio entre os candidatos às primeiras 240 unidades dessa faixa, que serão entregues em ju-lho de 2011. Ainda neste ano está programada a construção de mais 240 moradias. Se-gundo o secretário municipal da Habi-tação, Flávio Cassi-na, o plano é entre-gar 2 mil unidades desse tipo até o final do governo Sarto-ri. “Nós já temos em torno de 11 mil inscritos nessa fai-xa. isso que fecha-mos as inscrições há cerca de um ano e meio. Se tivesse deixado correr estaria com mais de 20 mil”, afir-ma Cassina.

Até agora, a prefeitura entregou imóveis do Caxias Minha Casa apenas para a faixa seguinte, com renda até R$ 2.790 – que con-ta somente com abatimento de tributos. Um desses empreendi-mentos fica no loteamento Mora-da dos Alpes, no bairro Nossa Se-nhora do Rosário. Na manhã de quinta-feira (27), duas mulheres conversavam na entrada daquele prédio. A repórter disse a elas que estava à procura de apartamentos para locação. Uma das mulheres prontificou-se: “O meu está para alugar”. Ao serem questionadas se o aluguel e a venda daqueles imóveis eram permitidos, a outra mulher entrou na conversa: “Mas onde está o direito à proprieda-de? Se eu já moro em uma casa de aluguel e compro uma pelo programa, claro que posso alu-gar ou vender”, disse a mulher, que depois foi identificada como a corretora do apartamento que estava para ser alugado. Quando a reportagem de O Caxiense se afastou, a corretora passou os de-

dos sobre a boca, fazendo um si-nal para a moradora se calar.

Depois que a corretora foi em-bora, porém, a mulher contou que ainda não está morando no apar-tamento porque procura um mais próximo de seu local de trabalho, motivo para querer alugar o imó-vel do Caxias Minha Vida. Ela diz

ter sido informada na construtora onde fez a compra de que o aluguel é permiti-do. “E no contrato não diz nada sobre compra e venda. Já até cansei de ler”, garante, acrescen-tando que, pelo que soube, se alugasse ou vendesse apenas não poderia mais ingressar no pro-

grama do governo para adquirir uma casa própria. Na dúvida, entretanto, a moradora resolveu afirmar que estava desistindo de vender ou alugar: “Vai que dá problema, perco o apartamento e não tenho onde morar”. Após a conversa com a reportagem, ela retirou uma placa de “Aluga-se” – também indicava o nome da imo-biliária encarregada da locação – de uma das janelas.

Na saída do residencial, ou-tra placa chama atenção, em um apartamento do primeiro andar: “Vende-se”. A mulher conta que a vizinha, assim como ela, adquiriu o apartamento por R$ 75 mil pelo programa Caxias Minha Casa. “Ela está pedindo R$ 98 mil”, afirma. Mais tarde, a reportagem entrou em contato com a dona do apartamento, que informou que o negócio já havia sido fechado um dia antes, na quarta-feira (26). Segundo a proprietária, o aparta-mento foi vendido por R$ 97 mil.

As malandragens para burlar o Minha Casa Minha Vida não são exclusividade caxiense. No dia 21 de janeiro, o jornal o

estado de S. Paulo denunciou que algumas unidades foram vendidas no primeiro empreendi-mento do programa no país, em Feira de Santana (BA), voltado a famílias que ganham até R$ 1.395 – mesma faixa dos 240 aparta-mentos que serão entregues em Caxias do Sul na metade deste ano. Um dos programas eleito-rais da campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) foi gravado nesse residencial.

Procurado por O Caxiense para comentar as irregularida-des encontradas no programa em Caxias do Sul, o Ministério das Cidades encaminhou a nota à im-prensa enviada ao jornal paulista-no, que também é assinada pela Caixa Econômica Federal e pelo Ministério do Planejamento, Or-çamento e Gestão. Nela, os órgãos afirmam que “situações seme-lhantes às apontadas pela maté-ria foram verificadas no processo de monitoramento do Programa Minha Casa Minha Vida, no 4º trimestre de 2010, razão pela qual foram discutidas e adotadas me-didas para enfrentá-las”.

A nota ainda in-forma que os apar-tamentos vendidos irregularmente em Feira de Santana serão “retomados, como prevê o con-trato”. No dia 22, o Estado de S. Pau-lo informou que a Controladoria Geral da União (CGU) es-tudará a necessidade de mudan-ças das regras do programa para impedir o repasse indevido de imóveis.

Em resposta às irregularidades apuradas por O Caxiense, a as-sessoria de imprensa da Caixa Econômica Federal informou que é imprescindível que o valor total da compra seja informado no con-trato de financiamento, inclusive

eventuais recursos próprios pagos antecipadamente. “Ao assinar o contrato de financiamento, como vendedor, a empresa dá ampla e irrevogável quitação, não poden-do exigir a cobrança de nenhum outro valor além daquele já pago pelo adquirente até a data da assi-natura do contrato, acrescida do valor do financiamento. Portanto, eventual prática de cobrar valores à parte, além daqueles constantes do contrato de financiamento, é ilegal e passível de punição ao in-frator”, afirma a Caixa.

Obviamente, a função do Mi-nha Casa Minha Vida não é tra-zer lucro para seus participantes através de aluguéis ou venda, muito menos gerar um lucro “por fora” para imobiliárias ou cons-trutoras. “O programa tem dois grandes objetivos: uma política anticíclica para criação de empre-go e renda e a redução do déficit habitacional no Brasil”, explica o gerente da Caixa, Valdir Angst.

Em Caxias, o déficit é conhe-cido. Segundo o Plano Local de Habitação de interesse Social

(PLHiS) – feito pela Secretaria de Habi-tação em parceria com a Universida-de de Caxias do Sul e encaminhado ao Ministério das Ci-dades –, faltam cer-ca de 8.109 unida-des habitacionais no município e outras 34.038 precisam de reformas, como adequações para te-

rem condições mínimas de sane-amento básico. Esses números se referem a famílias que poderiam ser ajudadas pelo Minha Casa Mi-nha Vida. O programa concede até R$ 17 mil de subsídio, além de redução de taxas de juros e segu-ros, para incentivar a compra de imóveis novos – valor semelhante à média do que as imobiliárias es-tão comprando ilegalmente.

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“Se tu tem condições de pagar a diferença e se enquadrar no financiamento, encaramos isso como normal”,defende Trentin,do Sinduscon

“Algumas imobiliárias acabam majorando os preços. Não tem por que trabalhar com valores diferentes”, critica D’Arrigo

No loteamento Morada dos Alpes, um apartamento padrão, comprado por R$ 75 mil pelo programa habitacional, teria sido revendido por R$ 97 mil

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por CAROL DE [email protected]

esejo fazer meu primeiro filme aqui”, brinca o senhor de 80 anos, cabelos branquíssimos, físico de avô querido e sorriso de menino levado, ironizando os números de uma carreira que o coloca entre os melhores diretores europeus de todos os tempos. Gian Vittorio Baldi carrega com uma vitalidade incrível o peso dos 200 curtas e 28 longas-metragens nos quais par-ticipou, como diretor, roteirista e/ou produtor, dos dois Leões do Festival de Veneza, da indicação ao Oscar, das colaborações com nomes consagrados no cinema mundial, como Robert Bresson, Jean-Luc Godard e Pier Paolo Pa-solini, e do reconhecimento pelo pioneirismo em soluções revolu-cionárias na realização e na pro-dução cinematográfica – foi o pri-meiro a quem se atribui o uso da captação de áudio direto (junto com a imagem) na itália.

Remanescente de uma época de ouro do cinema italiano, Baldi viu a região serrana do Rio Grande do Sul, terra onde rodará sua pró-xima obra, pela primeira vez no dia 22. Escolheu a Serra Gaúcha como cenário para o céu sobre mim (il cielo Sopra di Me) sem sequer conhecê-la, mas encanta-do com o trabalho de dois caxien-ses, os produtores do longa: Lis-sandro Stallivieri e Janete Kriger, da Spaghetti Filmes.

No enredo, a região é o lar do cientista Gregorio, que vive numa casa comprada de um velho colo-no, no meio do nada e ao mesmo tempo conectada com o mundo pela tecnologia. Ele relembra seus

últimos 20 anos, seus amores e experiências, ao mesmo tempo em que trabalha na construção do telescópio mais potente do plane-ta, no deserto do Atacama.

O primeiro contato que Lis-sandro teve com Baldi foi na 33ª Mostra internacional de Cinema de São Paulo, em 2009. O italia-no era um dos homenageados do evento e veio ao Brasil acompa-nhado pelo jornalista Paolo Me-neghini, parceiro da Spaghetti na itália. “O Paolo nos apresentou, convivemos por um dia e eu me ofereci. Disse que, de qualquer forma, gostaríamos muito de tra-balhar com ele”, conta Lissandro. O convite não demorou a chegar. “Sou um curioso. Estou aqui, pri-meiro, porque é um país mara-vilhoso. Depois, porque conheci uma pessoa simpática, que casu-almente está aqui do meu lado, começamos a nos corresponder, trocar ideias, e encontramos uma empatia”, resume Baldi, deixando o tradutor e fã Lissandro sem jei-to. Além da simpatia, o italiano aprovou a competência da dupla. Depois de conhecê-los, mudou até o roteiro do filme, transferin-do as gravações que seriam feitas na itália para a Serra. “Quando falei que vinha estudando e me preparando, que gostaria de ser um produtor, ele me pediu para falar sobre o assunto. Ficou im-pressionado com a capacidade da Spaghetti, com os trabalhos que já fizemos e nossos planos para o fu-turo”, orgulha-se Lissandro.

Baldi desembarcou no Estado com seus assistentes, Marija Kru-nic e Manuel Moruzzi, e fica até este domingo (30) para a pré-pro-dução. Lissandro e Janete já esti-

veram na itália no ano passado para acertar alguns detalhes com Baldi, mas essa primeira vinda do diretor é fundamental para definir aspectos práticos e operacionais do longa. “Já fizemos um gran-de trabalho de bastidores envol-vendo pesquisas, pré-seleção de locações e casting de elenco, até contratos internacionais. Baldi irá referendar as decisões, fazer suas escolhas e as adaptações finais no roteiro”, explica Lissandro. A Spaghetti está levando o diretor para o interior de cidades como Ben-to Gonçalves e São Marcos e também para distritos de Ca-xias, como Criúva, em busca da loca-ção principal, a casa do protagonista. Quanto ao elenco, em torno de 35 ato-res estão envolvidos nos testes, a maioria do Estado, já que o filme provavelmente será todo em português. De acordo com Ânge-la Martins, a produtora executi-va, o orçamento e o projeto para a realização do audiovisual, que buscará verba através das Leis de incentivo à Cultura estadual e fe-deral, só será determinado quan-do as tarefas dessa visita forem cumpridas, mas a ideia é gravar tudo ainda em 2011. “Na verdade, Baldi trabalha neste roteiro desde 2006, e já fez uma extensa pesqui-sa com os cientistas do telescópio, que realmente existe, apoiado por investimentos italianos. Esse pe-ríodo no Brasil é importante para começarmos o projeto das grava-ções, que também envolverá uma

ida ao Chile”, diz Ângela. “É uma experiência maravi-

lhosa, pelo pique de trabalho e porque é uma realidade que ain-da não tínhamos vivido. Ele vê o cinema de uma forma muito peculiar, é contra os preceitos de Hollywood, não utiliza luz arti-ficial e usa apenas o som direto, sem nenhum tipo de dublagem ou reforço de pós-produção. Ele é rá-pido, grava em pouco tempo, faz tudo geralmente em ordem cro-nológica, tem um modo de traba-

lhar muito próprio”, relata Janete, entu-siasmada por traba-lhar com o diretor. Depois de muitos anos sobrevivendo das produções de cunho comercial, tocando os filmes mais artísticos qua-se como trabalhos paralelos, os sócios da Spaghetti conse-guiram finalmente

realizar o sonho que deu origem à produtora. “Pela primeira vez estamos trabalhando com cine-ma dessa forma, nesse nível. Com certeza, é o maior trabalho que já fizemos”, comemora Janete, que espera que a vinda do mestre abra as portas – e os olhos – da cidade para a importância da sétima arte.

Gian Vittorio Baldi co-meçou no cinema como crítico e espectador. Ajudava a escrever sobre os lançamentos que o ir-mão mais velho, crítico profissio-nal, não dava conta de analisar. “Eu era um péssimo crítico, não entendia nada de cinema. Se eu gostasse, bastava. E me divertia

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“Ele vê o cinema de uma forma muito peculiar, é contra preceitos de Hollywood, tem um modo de trabalhar muito próprio”, relata Janete

Gian Vittorio Baldi, com a assistente Marija (E) e os produtores Lissandro e Janete, da Spaghetti Filmes, quer gravar ainda em 2011

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Produtora caxiense traz à Serra um dos melhores diretores europeus de todos os tempos, com quem trabalha em seu próximo filme

SpAgHETTI COMuM TOQuE DE MESTRE

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muito assistindo aos filmes”, re-lembra. Depois, gostando cada vez mais da área, trabalhou como operador de câmera, montador, buscou uma especialização e só então dirigiu seus primeiros cur-tas. “Comecei a entender de cine-ma apenas depois que comecei a estudá-lo seriamente.”

Mas Baldi também teve sor-te. Ele pertence à linhagem que ocupou o “país da bota” na virada dos anos 60 para os 70, dona de um pensamento único, que fez do cinema italiano, na época, o me-lhor do mundo para muitos estu-diosos. Naquele tempo, em toda a Europa, grandes nomes de muitas gerações, incluindo os pioneiros do Neorrealismo, estavam tra-balhando ao mesmo tempo e até juntos. A produção era muito rica, tanto em gêneros populares, como os Spaghetti Westerns e as comédias, quanto nas experimen-tações. Baldi conseguiu criar um estilo próprio, combinando a tra-dição do documentário, as inova-ções vanguardistas e o poder da ficção. Colaborou em filmes de Bresson (Quatro noites de um Sonhador), Godard (o Vento do Leste), Jean-Marie Straub e Danièle Huillet (As crônicas de Anna Magdalena Bach) e Pa-solini (Porcile e Apontamentos para uma oréstia Africana), construindo uma espécie de pon-te entre o Neorrealismo italiano original (anterior ao Modernis-mo de Rossellini) e a Nova Onda francesa (Nouvelle Vague) dos anos 60. Utilizando conceitos aos quais é fiel até hoje – como não ao enquadramento, aos atores pro-fissionais e à trilha musical, e sim à luz natural e ao som direto –, foi o precursor da cartilha que, mais tarde, se configurou no Dogma 95, manifesto dinamarquês enca-beçado por Lars Von Trier.

Assim, Baldi chegou à fórmula perfeita que mistura a consistente abordagem documental à poesia

cinematográfica, mas ficou mar-cado por um karma: as críticas ao sistema e, principalmente, à igre-ja. Em sua estreia na direção, ele fez Luciano (1960) – estimulado por Federico Fellini –, um filme sobre um ladrãozinho que, a cer-ta altura da história, menciona ter sido violentado por um padre quando criança. A briga com ins-tituição deu a seus filmes a alcu-nha de “obras de arte malditas”.

Mais do que um cineasta, Bal-di é um pensador da sétima arte, ou “um pesquisador que se ocu-pa do específico da percepção visual”. Leciona na Universidade de Bologna e em mestrados na China e em Nova York. “Escrevi teorias transgressivas do cinema, mas sempre digo aos meus alu-nos que não acreditem em mim. A partir daquele momento quero que comecem as discussões en-tre nós, porque a base da minha pesquisa é a dúvida. Por isso digo que é meu primeiro filme”, expli-ca. Baldi é um radical defensor do cinema de autor. A terceirização absurda dos filmes hollywoodia-nos (um faz uma história, outro adapta o roteiro, outro dirige, um quarto cria o cenário através de efeitos especiais), fruto da indus-trialização da cultura, para ele é abominável. “Pense no início da escrita, quando se esculpiam as palavras na pedra. imagina escre-ver um romance assim – é impos-sível. Esse é o cinema do passado. Quando comecei, a câmera era uma caixa enorme, precisava de um operador, assistente, diretor de fotografia. A minha teoria su-gere fazer um filme com caneta e papel. Não é que eu seja con-tra toda tecnologia, sou a favor de uma tecnologia que ajude na simplificação do processo. Como as câmeras atuais, menores e mais práticas”, compara. E o cinema está tão cheio desses espécimes que quase afastou o diretor do outro lado das telas – a plateia.

“Não vejo mais, apenas os faço. Como conheço muito a técnica, só consigo ver filmes bons. Com toda a minha experiência, consi-go enxergar todos os defeitos de um filme. Então é horrível, é um sofrimento para mim ver qual-quer coisa que não seja uma obra-prima”, revela. Dentre a sua seleta lista de realmente bons, ele desta-ca dois realizadores italianos. Um vete-rano, Marco Belloc-chio, e um jovem, Paolo Sorrentino. “São autores únicos”, elogia.

A fórmula má-gica de Baldi tam-bém se aplica em o céu sobre sobre mim. A descober-ta científica de ex-traordinária importância para a humanidade que está no roteiro é baseada em fatos reais. Para descrevê-la, além da ajuda da equipe que trabalha no telescó-pio European Extremely Large Telescope (E-ELT), no deserto do Atacama, Baldi teve a consultoria da renomada astrofísica italiana Margherita Hack. “Ela me falou sobre o universo, sobre o que está acontecendo na órbita da Terra, na galáxia, e fiquei com muita vontade de fazer um filme sobre o assunto”, conta. A outra parte, o homem que reflete sobre sua vida, vem das avaliações que ele faz do que acredita serem os problemas do mundo no momento, as me-táforas tão precisas e marcantes em seus trabalhos – em fuoco!, de 1968, o homem que luta con-tra o sistema, a religião e a família e quer recomeçar tudo do zero é a alegoria da revolução de Maio de 1968; em il temporale (1999), Sarajevo, antes dos conflitos, é a capital da Europa, onde convi-vem em perfeita harmonia cinco etnias e religiões completamente

diferentes. Nos anos 2000, para Baldi, os problemas são essencial-mente três: a pobreza, o consu-mismo e a ignorância do homem que não consegue viver em paz. “Os conflitos provocados pelo homem estão rumando para um nível atômico, mas ele não per-cebe que o mundo pode sofrer uma grande destruição de uma

hora para outra, in-dependentemente da vontade do ser humano, por exem-plo, vinda do céu. Por que matar uns ao outros quando teus filhos e netos podem desapare-cer repentinamen-te, como aconteceu com os dinossau-ros? E assim eu te contei toda a histó-

ria do filme”, ele ri, apesar da se-riedade do assunto.

Aliás, é com sorrisos e alegria que Baldi move as máquinas e as pessoas que trabalham para co-locar assuntos tão densos na tela. impressionado com a paisagem da Serra, em suas andanças atrás de locação Baldi foi parar na casa do escultor Bez Batti, e pôde se surpreender, também, com a bele-za do povo daqui. “Somos iguais, porque somos duas crianças. Due bambini in una carcaça de vecchi”, brinca. Janete e Lissandro con-tam que houve uma identificação muito grande entre os dois, que ficaram amigos e passaram horas conversando. Para Baldi, um mo-mento de grande prazer e, para a equipe, renovação de energias. “Estamos aqui também para isso: se divertir. Uma obra não vem bem feita se a gente não se diverte fazendo”, sentencia o diretor. En-tão, repensando a afirmação de que este é seu primeiro filme, ele volta atrás. “Na verdade, cada vez é um Baldi diferente, que faz sem-pre o mesmo filme”.

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“Por que matar uns ao outros quando filhos e netos podem desaparecer repentinamente, como os dinossauros?”,questiona Baldi

“A minha teoria sugere fazer um filme com caneta e papel”, prega Baldi, defensor da simplificação do processo cinematográfico

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As enchentes que devastaram Santa Cata-rina em 2008 despertaram em Trindade, 41, a vontade de ajudar. Foi por isso que Trinda-de se inscreveu no curso de Agente Volun-tário da Defesa Civil, onde aprendeu sobre prevenção de acidentes e o que fazer para ajudar. Com as trágicas chuvas no Rio de Ja-neiro, Trindade viu a chance de concretizar o desejo de contribuir. Participou como vo-luntário do programa SOS Rio, da prefeitura, e, durante quase 12 horas por dia, durante duas semanas, dedicou-se a organizar os do-nativos entregues pela comunidade caxiense às vítimas. “Nem foi preciso ir ao Rio de Ja-neiro, pude fazer minha parte daqui.” Tempo para isso? Trindade, varredor da Companhia de Desenvolvimento de Caxias (Codeca) es-tava de férias do trabalho formal.

Ator, diretor, roteirista de teatro – e, com a estreia do cur-ta Do Sétimo Andar (foto), de cinema também – Márcio Ramos é um tímido que se transforma em cena. O primeiro curso de teatro foi aos 10 anos, culpa de uma tia impressio-nada com a capacidade do menino viciado em novelas de contar o que acontecia em cada capítulo. A mãe apoiou e, se não fossem as dicas e empurrões dela, nada teria acontecido. Depois de passar por aulas na antiga Cooperativa Viva com Arte e pelo grupo Atores Reunidos, ele alça seus próprios voos na Cia 2. Dos primeiros personagens, quatro namo-rados da protagonista da peça Quase Amores (2003), até o próximo, em o fauno (2011), foram oito anos de muito tra-balho nos bastidores, alegrias no palco, momentos de pen-sar em largar a arte e até novas descobertas apaixonantes, como as aulas para crianças em escolas municipais. Márcio tem orgulho de dizer que vive do teatro, e completa: “Não é só minha profissão, é o que eu faço da vida”.

Márcio

Trindade

por PAuLA SPeRB e MARceLo ARAMiS

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Polvo Store | Aquela imagem que você gostou no papel mas acha que seria perfeita se pudesse estampar a sua camise-ta, agora pode ficar melhor do que você imagina, em bordado. O valor das peças varia conforme a complexidade do desenho. E a Polvo não tem limites para a complexidade. A loja atende pelo site www.polvostore.com.br, onde você pode enviar a ima-gem para pedir um orçamento daquela peça que só você terá.

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Regentag | A loja ao lado da La Ven-dela vende camisetas cool, novas com cara de surradas, ítens de colecionador, com estampas divertidas e conceituais; peças vintage e retrôs. Regentag é dessas marcas que os descolados, as it girls e os hipsters amam, e está sempre nas páginas das revistas nacionais mais bacanas.

T-Shirts’ Store | Os engraçadinhos se divertem na vitri-ne da T-Shirts’. A loja de camisetas do Shopping Prataviera tem o maior estoque de peças divertidas. Grandes sacadas de cine-ma e música, frases famosas, algumas piadas de senso comum e referências à cultura pop, como a The Gaga Law, uma estam-pa com a seguinte expressão: (Rah)² (Ah)³ + Ro (ma+mama) + (Ga)² + OOh (la)² = Bad Romance.

Blues fashion | As melhores marcas da cate-goria “camiseta legal”, podem ser compradas entre uma cerveja e outra, de madrugada e ao som do blues. A loja, ao lado do Mississipi, abre às tardes (13h na segunda à sexta, às 15h no sábado e 17h no domingo) e fecha com o bar: de segunda a quinta à meia-noite, sexta e sábado às 2h e domingo às 23h. King55, Complexo B, Converse e is são bons motivos para um intervalo no show.

Moda | Camisetas

Poucas pessoas têm uma relação tão próxima com os animais quanto Flávio Dias. Há quase uma década ele dedica o seu tempo aos animais abandonados. Cães e gatos perdidos pela cidade encontram um lar na chácara de Flávio, loca-lizada no Parque Oásis, atualmente com cerca de 450 animais aguardando por adoção. Casado e pai de quatro filhos, atualmente Flávio trabalha como pintor automotivo para poder manter o sonho de cuidar dos animais. Além disso, ele conta com doações para poder comprar os 160 quilos de ração, alimentação di-ária dos seus melhores amigos. O próximo passo de Flávio, já em execução, é a criação de uma organização não governamental (ONG) para ampliar o projeto.

FlávioDias

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frank Tartari fialho| Gênio do Mal |

Criaturas bizarras saem da personali-dade marcante dos desenhos de Frank. O ilustrador chama suas figuras de “feiosos”. E é nas cenas e personagens sinistros que Frank encontra a beleza da arte. “Na feiura, no meio do caos, eu encontro harmonia.” O artista, que domina diversas técnicas da ilustração, tem 26 anos. Ele desenha, bem, desde criança, mas a inspiração não vem de berço. “Ninguém na família desenha. Eu é que sou a aberração”, diz o ilustra-dor dos traços complexos e de mons-truoso talento.

Participe | Envie para [email protected] o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TiF, em alta resolu-ção). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

por LEOpOLDO MATEuS BOLZAN CALgARO

i algo sobre formigas. E as formi-gas não me deixaram dormir.

Algumas espécies de formigas ao redor do mundo ocasional-mente realizam um suicídio em massa em uma apresentação um tanto incomum. Este fenômeno é chamado de “O círculo da morte”, ou “O espiral das formigas”, ou qualquer outra derivação simi-lar. Tudo acontece quando uma formiga subitamente fica tranca-da em um círculo, literalmente, andando em círculos. Um tanto incrível! Um tanto absurdo! Logo, mais formigas juntam-se ao loop. Centenas, milhares de formigas dançando, andando a caminho de lugar nenhum. O espetáculo não

tem pressa de terminar, estende-se por horas e até dias, quando as formigas começam a morrer por exaustão. A maioria morre, e al-gumas se dispersam quando per-cebem que não tem mais nenhu-ma companheira formiga a seguir.

Grande coisa.Nada como uma curiosidade

irrelevante sobre o mundo ani-mal para eu prosseguir meu dia indiferente, com mais um conhe-cimento inútil para ser propaga-do a esmo, quando as conversas tornam-se monótonas. Né?

Errado.Meus pensamentos não foram

capazes de esquecer as formigas.Então...PAH! PUH! SCALATCHi-

BUM!Tão subitamente como Buda,

de príncipe a asceta. Como uma vaca, de animal a fast-food... Tudo ficou claro.

John Lennon said: “Don’t you think the joker laughs at you?”

Somos a piada.Sacou?Não?Ok, eu explico.Tudo não passa de uma piada

cósmica.Uma grande piada cósmica que

seria desaprovada pelos cosmo-nautas com qualquer resquício de moralidade.

Talvez Deus, a Mãe Natureza, Alá, ou até mesmo os alienígenas que regem o universo de acordo com os cientologistas. Não im-porta quem seja o humorista, faz sentido e é sarcasticamente bri-lhante!

O círculo da morte das for-migas nada mais é do que uma peça teatral tragicômica, que re-presenta a humanidade que, em sua soberba, ignorante e imbecil racionalidade, desperdiça a sua existência em círculos, indo a lugar nenhum, e quando final-mente consomem toda a chama da vida em uma busca incessante por algo que não têm certeza do que é, morrem por exaustão, mas nunca pelo simples fato de terem terminado de viver.

E no final, nenhuma risada é tão boa quanto as que damos de nós mesmos.

Contemplei minha ignorância fumando um cigarro, mas mes-mo assim não consegui dormir. As formigas não me deixaram em paz.

FORMIgAS

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Recomenda

Recomenda

l Amor e outras drogas | Romance. 14h10, 16h35, 19h, 21h30 (leg.) | iguatemiMaggie, uma mulher que valoriza sua liberdade, e Jamie, um vende-dor de viagra cujo jeitão sedutor costuma ser infalível, se envolvem de uma maneira que pensaram nunca fosse acontecer com eles, e até evitaram: estão apaixona-dos, ou melhor, amando. Como em todo romance, porém, há um grave empecilho. Desta vez, na vida da mocinha. Dirigido por Edward Zwick. Com Jake Gyl-lenhaal, Anne Hathaway, Oliver Platt e Hank Azaria. 16 anos. 114 min..

l Você vai conhecer o ho-mem dos seus sonhos | Comé-dia. A partir de quarta (3). 20h | ordovás

Alfie e Helena estão casados há 40 anos, até que um dia ele resolve que precisa recuperar a juventude perdida e pede o divórcio. Além de apoiar a mãe, a filha do casal, Sally, precisa lidar com o dese-jo crescente por seu novo chefe, Greg, e com a crise em seu casa-mento com Roy, um escritor fra-cassado que a cada dia se encanta mais pela vizinha que se veste de vermelho. Dirigido por Woody Allen. Com Antonio Banderas, Anthony Hopkins, Gemma Jones, Freida Pinto e Naomi Watts. 12 anos. 98 min..

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Uma busca pelo Jequitibá rosa, a árvore mais antiga do Brasil, é o que motiva as aventuras do am-bicioso empresário Stress e do di-retor de cinema Relax, a primeira produção nacional em 3D. Dirigi-do por Mariana Caltabiano. Com Eduardo Jardim, Mariana Calta-biano, Fernando Meirelles, Fabia-no Perez. Livre. 78 min..

l As Viagens de Gulliver | Comédia. 19h20 (dub.)(3D) e 21h20h (leg.)(3D) | iguatemi

Jack Black interpreta um Le-muel Gulliver rockeiro, nerd, ego-ísta, e aspirante a repórter, que vai em busca do Triângulo das Ber-mudas e acaba em Liliput, terra dos liliputianos, pessoínhas mi-núsculas. Lá, o Gulliver moderno aproveita a imponência de gigan-te. Dirigido por Rob Letterman. Com Jason Segel, Emily Blunt, Amanda Peet e Billy Conolly. Li-vre. 91 min..

l Dois irmãos | Comédia. 20h | ordovás

No filme argentino dirigido por Daniel Burman, Marcos, um homem tranquilo, solteiro aos 64 anos, sem grandes realizações profissionais e que passou a vida cuidando da mãe tem uma rixa com a irmã, Suzana, uma agente imobiliária egoísta que não con-segue vê-lo feliz. Com Graciela Borges e Antonio Gasalla. 105 min..

l Do Sétimo Andar | Segunda (02), 20h | ordovás

O curta-metragem caxiense foi realizado com o apoio do Finan-ciarte, tem roteiro de Márcio Ra-mos e equipe formada por cola-boradores e integrantes do grupo de teatro Cia 2. O enredo conta a história de quatro irmãos, reuni-dos após o suicídio do caçula da família, que se atira do sétimo andar. A tragédia provoca uma tentativa de reaproximação entre eles, batalhando pela verdade que talvez nunca conhecerão e pelas memórias de uma família que há tempos não existe. Dirigido por Eduardo Garcia. Com Gabriel Leonardelli, Gabriel Zeni, Viní-cius Padilha, Douglas Trancoso e Márcio Ramos.

l os Gremlins | Comédia. Quarta (2), 15h (dub.) | ordovás

Rand Peltzer é um “inventor” que presenteia seu filho com um Mogwai, um ser aparentemente gracioso. As regras essenciais para ter um Mogwai: nunca colocá-lo diante de uma luz forte, muito menos do sol, que pode matá-lo; nunca molhá-lo e nunca alimen-tá-lo após a meia-noite, mesmo que ele chore ou implore. O filme, de 1984, faz parte do projeto Ci-nekids. Dirigido por Joe Dante.

AinDA eM cARTAZ – De per-nas pro ar. 14h45, 17h10, 19h10, 22h10. Comédia. iguatemi | enro-lados. Animação. 13h30, 15h40, 17h50, 21h40 (dub.) 15h20 (dub. 3D). iguatemi | entrando numa fria maior ainda com a família.

Comédia. 19h50, 22h (leg.). igua-temi | o Turista. Ação. 14h30, 16h50, 19h40 e 21h50 (leg.). iguatemi | Zé colmeia – o filme. Animação. 14h, 15h50, 17h40 e 19h30 (dub.). iguatemi.

l Sepultura cover + Spar-tans | Sábado (29), 23h

É a estreia da banda, formada por Thiago Caurio (bateria), Tia-raju (vocal), Bruno P. Machado (guitarra) e Javier Chancho (bai-xo), que homenageia um dos gru-pos brasileiros de maior repercus-são no exterior, formado em 1984 pelos irmãos Max e igor Cavalera. O show de abertura fica por conta da Spartans.Vagão BarR$ 12 (com nome na lista até a meia-noite) e R$ 15 | Coronel Flo-res, 789 | 3223-0007

18 29 de janeiro a 4 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

[email protected] carol De Barba |

Guia de Cultura

Os caxienses Vinícius Padilha, Márcio Ramos, Gabriel Zeni, Douglas Trancoso e Gabriel Leonardelli atuam no curta Do Sétimo Andar

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inGReSSoS - iguatemi: Segunda e quar-ta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia en-trada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (in-teira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito industrial. 3209-5910. | or-dovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz An-tunes, 312, Panazzolo. 3901-1316. o ucS cinema permanecerá fechado até 31 de janeiro.

frank Tartari fialho| Gênio do Mal |

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Recomenda

Recomenda

www.ocaxiense.com.br 1929 de janeiro a 4 de fevereiro de 2011 O Caxiense

l Som Brasil | domingo (30), às 21h30

O projeto será fixo, aos domin-gos. A estreia é com Juliano Mo-reira Trio. No repertório, desde samba de raiz até samba rock. As mulheres não pagam. Após, show com DJ Eddy.Portal BowlingR$ 10 (masculino) | RS 453, KM 2, 4.140 | 3220-5758

l Roots Rock Surf | Quarta (2), às 21h30

Shows da banda australiana SPY vs SPY e dos jamaicanos da inner circle (daquela música A la la la la long). Os ingressos estão à venda na Optcom (revenda Cla-ro), Mariani Surf Skate, Hot Mu-sic instrumentos Musicais e ietec Serviços Eletrônicos.All need Master HallR$ 30 (3º lote) e R$ 50 (camarote e mezanino) | Castelnovo, 13.351 | 3028-2200

TAMBÉM TocAnDo – Sába-do (29): electric Blues explo-sion.Rock e blues. 20h. Missis-sippi. 3028-6149 | festa Latina. DJs + banda Los infernales. Ele-trônica e latina. 23h. Pepsi Club. 3409-1900 | Saturday Havana. Eletrônica. 23h. Havana. 3224-6619 | Summer flash. DJs e ex-posição fotográfia. Eletrônica. Move. 3214-1805 | Pietro ferre-ti e Bico fino + Dj Mono. Samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Taxi free. Blues. 22h Vagão Classic. 3223-0616 | Sambea-bá. Samba de raiz. 23h. Boteco 13. 3221-4513 | Grupo Barba-quá. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Domingo (30): flávio ozelame Trio. Rock e blues. 20h. Missis-sippi. 3028-6149 | João Villaver-de Acústico. MPB. 23h. Boteco 13. 3221-4513 | Segunda(31): Happy our Dj Aristocrata. Pop rock. 19h. Aristos London. 3221-2679 | Terça (1): Dj Aristocra-ta. Pop rock. 19h. Aristos Lon-don. 3221-2679 | fabrício Beck Trio. Rock clássico. 22h. Missis-sippi. 3028-6149 | Trio Ternura.

Pop rock nacional e internacio-nal. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarta (2): Dj Aristocrata. Pop rock. 19h. Aristos London. 3221-2679 | Processo iV. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | os fliperamas. Surf mu-sic. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Maurício e Daniel. Tradicio-nalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Quinta (3): HardRockers. Rock clássico. 22h. Mississip-pi. 3028-6149 | Ana Jardim e Mayron de carvalho. MPB. 22h. Aristos London. 3221-2679 | fa-bricio Beck e Hernan Gonzales. Rock nacional e internacional. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Ma-cuco. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Só Batidão + DJ eddy. Sertanejo universitário. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Sexta (4): uncle cleeds. Blues. 23h. Aristos London. 3221-2679 | Preto no Branco. Samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Mersey Trio. Rock e blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Radio-fonia + DJ eddy. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Sub-bottons. Blues. 22h. Mississippi. 3028-4961 Barbaquá.Tradicio-nalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364

l frames da Dança | De se-gunda a sábado das 10h às 19h30, domingos das 16h às 19h

A exposição contou com a par-ceria dos fotógrafos: Carolina Campos, Claudio Etges, Frank Jeske, Gil Grossi, Guilherme Jordani com fotografias de Joel Jordani, Gustavo L. Pozza, Lau-ro Grivot, Maicon Damasceno, Mário André Coelho de Souza e Maurício Concatto, e curadoria de Mona Carvalho. É realizada pela Unidade de Dança da Secre-taria da Cultura em comemora-ção aos 12 anos da Cia. Municipal de Dança de Caxias do Sul.catna caféEntrada franca | Júlio de Castilhos, 2.854 | 3212-7348

AinDA eM eXPoSiÇÃo – Aos Mestres. Giovana Mazzochi e Marcos Clasen. De terça a sába-do, a partir das 17h. Galeria em Transição – Moinho da Estação. 3221-4513 | Diversidade cultu-ral nos Trilhos da História de caxias do Sul. Antônio Carlos Lorenzett. De segunda a sexta, das 8h30 às 18h30, sábados das 8h30 às 12h30. Espaço Cultural da Farmácia do ipam. 3222-9270 | Grafite caxias 100 Anos. Cole-tiva. Visitação livre. Largo da Es-tação Férrea | Pincéis e Poesias. Ângela Garahy. De terça a sexta, das 9h às 19h; sábados e domin-gos, das 15h às 19h. Galeria do Ordovás. 3901-1316 | Releitu-ras – exposição de Roupas dos Anos 80. Coletiva. De segunda a sexta, das 8h às 18h30. Galeria Smed. 3901-2323 | Soulart. Lau-ro Grivot. De segunda a sábado, a partir das 11h. Aristos London House. 3221-2679 | Vidro: Arte e Transparência. Coletiva. De segunda a sexta, das 8h30 às 18h, sábados das 10h às 16h. Galeria Municipal. 3221-3697

l AÇÃo (corpo e Voz) | Se-gunda, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h

O curso irá trabalhar a drama-turgia do ator a partir de jogos de improvisação, conscientização do corpo e técnica vocal. Para alu-nos com mais de 15 anos, com ou sem experiência no teatro. Os professores são Franciele Duarte, Márcio Ramos e Tefa Polidoro. As aulas iniciam segunda (31) e seguem até sexta (04), das 19h às 21h30.Sala de ensaioR$ 160 | Júlio de Castilhos, 1.526 | 3028-0261 l inscrições 13º caxias em cena | De segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h

Os grupos e companhias que desejam participar com espetá-culos ou atividades paralelas (ofi-cinas, palestras, debates, etc.) de-

vem encaminhar suas propostas até 31 de março. O regulamento e as fichas de inscrição estão dispo-níveis no site da prefeitura (www.caxias.rs.gov.br). A 13ª edição do festival será realizada de 13 a 25 de setembro.unidade de TeatroGratuito | Centro de Cultura Or-dovás | 3901-1316

l Teatro para crianças | De segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h |

As inscrições devem ser feitas pessoalmente, na Unidade de Te-atro da Secretaria Municipal de Cultura. A oficina, ministrada pela atriz Carla Vanez, conta com o apoio do Sesc de Caxias do Sul e é voltada para o público de oito a 13 anos. A primeira turma já iniciou as aulas, e a segunda será de 31/01 a 11/02, com aulas de se-gunda a sexta-feira.unidade de TeatroR$ 10 e R$ 5 (conveniados Sesc) | Centro de Cultura Ordovás | 3901-1316

l experimentando o teatro | De segunda a sexta, das 8h30 às 12h, e das 13h30 às 18h30

A oficina será ministrada por Miguel Beltrami e abordará cons-ciência corporal, introdução aos códigos da arte teatral; movimen-to – velocidade, peso e fluência, composição do personagem, jo-gos teatrais – improvisação, re-presentação, construção de cenas. A oficina é voltada para profis-sionais liberais, professores, ven-dedores, pessoas que trabalham com público, além de futuros atores e atrizes. Aulas de 7 a 11 de fevereiro, das 19h às 21h.casa de TeatroR$ 140 | Olavo Bilac, 300 | 3221-3130

l oficina de Sapateado Americano | De segunda a sex-ta, das 8h30 às 12h, e das 13h30 às 18h30

Marcelo Donini ensina “a arte de dançar e fazer música com os pés” no espaço da escola Tem Gente Teatrando. A oficina tem

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Frames da Dança comemora 12 anos da Cia Municipal no Catna Café

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apenas 10 vagas e será de 14 a 18 de fevereiro, das 19h às 21h.casa de TeatroR$ 190 | Olavo Bilac, 300 | 3221-3130

l 23º Rodeio crioulo nacio-nal de caxias do Sul

O evento ocorre no Parque da Festa da Uva e é realizado pela Prefeitura de Caxias do Sul e pela 25ª Região Tradicionalista. Veja a programação.

Sábado(29): final do festival de Poesia Gaúcha. 17h. Palco 1. | festival césar Passarinho. 20h. Palco 1. | espetáculo com Joca Martins. 21h30. Palco 1. | Baile com os Tiranos. 23h. Salão. | Do-mingo(30): festival césar Pas-sarinho. 17h. Palco 1. | espetácu-lo com Mano Lima. 19h30. Palco 1. | Programação permanente: Museus do Lixo e da Água. Visi-tação das 14h às 18h. | estância da Leitura. Das 9h às 21h. Casa de Vidro.

l Parque de diversões | Dia-riamente, das 10h às 22h

O parque tem o conceito de fa-mily enterteinment, em que pais entram na brincadeira com os filhos. Magic Torre, Auto Pista e Kid Ride são alguns dos brinque-dos disponíveis.Praça de eventos do iguatemiR$ 3 a R$ 5 | Shopping Iguatemi

l Arroio do Sal: Sábado (29): Rock de Galpão. Banda

estado das coisas, neto fagun-des e Paulinho cardoso. Rock e nativista. 21h. Praça | Banda fi-lhos de Gaia. Reggae. 23h. Sede | Projeto Ambiental – ceclimar. Show Balanço de Vaneira. Nati-vista. 22h. Figueirinha | Quarta (2): A casa faz a festa. 21h Sarau.Calçadão Rua Boa Vista | Quin-ta (3): cinema infantil. 15h. ci-nema adulto. 21h. Centro Ágora do Arroio | Mania de Você. Sexta (4). 21h. Bairro Atlântico | Biblio-teca e Tele centro. De segunda a sexta, das 14h às 20h

l 5ª na Praça | Quinta (03), a partir das 19h

Show de música nativista com o cantor Ricardo Pinho e o grupo Legado Gaúcho.Praça XV de novembroEntrada Franca | Centro, próx. Ca-melôs | Torres

AinDA eM ToRReS: Sába-do(29): um casal de dois. Te-atro de Rua. 19h30. Casa de Ve-rão Band/Sesc | Sexo, Mentiras e Gargalhadas. Teatro. 21h. Centro Municipal de Cultura | espaço nick de Verão. infantil. Das 10h às 18h. Praia Grande | Domin-go(30): espaço nick de Verão. infantil. Das 10h às 18h. Praia Grande | Rock de Galpão. Banda estado das coisas, neto fagun-des e Paulinho cardoso. Rock e nativista. 21h. Praia Grande | Terça(01): festa em homena-gem a iemanjá. Cristina de Oyá e Mãe Neusa Cury. 21h e 22h. Prainha | Quarta(02): festa de nossa Senhora dos navegan-tes. 11h. Rio Mampituba | Sex-ta(04): como Agarrar Marido antes dos 40. Teatro. 21h. Centro Municipal de Cultura

SEMINÁRIO TÉCNICO-COMERCIALEm parceria com o Instituto Italiano para o Comércio Exterior e a UCIMU – Associação dos

Fabricantes Italianos de Máquinas Operatrizes, Robôs e Sistemas Industriais, o SIMECS real-izará no dia 15 fevereiro o Seminário de Intercâmbio Técnico-Comercial Internacional. Estarão presentes industriais de importantes empresas do segmento metalmecânico da Itália. O evento tem como objetivo incentivar o intercâmbio comercial e institucional ítalo-brasileiro, através de rodadas de negócios entre empresários italianos e da região polarizada por Caxias do Sul, rep-resentada pelo SIMECS. No dia 15 de fevereiro as empresas italianas farão uma apresentação de seus produtos durante o seminário no SIMECS. A comitiva de empresários italianos também irá cumprir programa de visitas a empresas da região, potenciais fabricantes de implementos rodoviários, montadoras e de autopeças. A vinda dos industriais italianos a Caxias do Sul é resultado do convite feito pelo SIMECS durante a realização de sua Missão Técnico-Comercial à Itália em 2010.

MISSÕES / FEIRAS 2011 As empresas metalúrgicas interessadas em participar das missões técnico-comerciais do

SIMECS em 2011, já poderão manifestar seu interesse junto à entidade. Neste ano serão real-izadas quatro missões, sendo três nacionais e uma internacional. Em nível nacional estão pro-gramadas importantes visitas a feiras técnicas. No mês de março será visitada a Feira Eletronic Américas (cujas inscrições já estão abertas junto ao SIMECS). No mês de abril será a vez da Automec e, em maio, a Feimafe. As feiras nacionais serão realizadas no Anhembi em São Paulo. No exterior foram selecionadas a IAA em Frankfurt e a EMO em Hannover, ambas na Alemanha, no mês de setembro. Mais informações a respeito das missões 2011 do SIMECS através do fone: (54) 228.1855.

RESOLUÇÃO CONSEMA / PRAZO Através de sua Comissão de Meio Ambiente, o SIMECS solicitou a prorrogação do prazo

estabelecido no Art.9º, da Resolução Consema – Conselho Estadual do Meio Ambiente que versa sobre a toxicidade dos efluentes, devido a complexidade das ações técnicas a serem to-madas e dificuldade de atendimento, por parte das organizações, aos limites estabelecidos pela resolução. A intervenção do SIMECS foi exitosa, tendo sido prorrogado o prazo de atendimento aos padrões de toxicidade por dois anos. A formalização da prorrogação se deu pela Resolução Consema Nº 251/2010. A comissão de Meio Ambiente do SIMECS recomenda que as em-presas promovam análises regulares de toxicidade em seus efluentes, a fim de elaborar um histórico de resultados e buscar o atendimento aos padrões da Resolução Consema 129/2006 ao tempo em que sua observância será exigida.

FERIADOS / COMPENSAÇÃO2011 será um ano marcado por diversos feriados, muitos dos quais cairão em dias úteis.

Diante disso, o SIMECS informa às indústrias do seu segmento que a Convenção Coletiva de Trabalho do segmento metalúrgico trata da compensação de horário em caso de a empresa realizar feriadões próximos a repousos semanais remunerados. A adoção de feriadões deverá ser aprovada por um mínimo de 50% mais um dos empregados em efetiva atividade. Havendo o interesse em realizar feriadões sem a devida compensação, a empresa deixará de pagar o dia correspondente, sem a perda do repouso semanal. Essa opção também dependerá de votação, esta com aprovação mínima de 60% dos empregados em efetiva atividade.

COMITÊ PETRÓLEO E GÁS / COORDENAÇÃOO Diretor do SIMECS Oscar de Azevedo é o novo Coordenador do Comitê de Com-

petitividade em Petróleo e Gás do Sistema FIERGS. Azevedo substituiu o industrial Marcus Coester que assumiu a Presidência da AGDI - Agência Gaúcha de Desenvolvimento Industrial do Governo do Estado do RS. O Escritório de Petróleo e Gás da FIERGS tem como missão desenvolver a indústria de Petróleo e Gás, Naval e Offshore e a cadeia de fornecedores no Estado do Rio Grande do Sul promovendo a integração entre as empresas, o governo e a sociedade. Os projetos prioritários para 2011: Apoio para cadastro no Sistema Petrobras (Local e CRCC); Análise das Competências em Processos Industriais de Empresas do Rio Grande do Sul para fornecimento na Cadeia de Petróleo e Gás; Integração e atuação estratégica no Núcleo de Configuração da Política Nacional de Desenvolvimento Produtivo para o setor de Petróleo e Gás; Desenvolvimento e implantação do Programa de Desenvolvimento e Gestão de Fornecedores do RS para o Setor de Óleo e Gás com apoio do PGQP, FIERGS e outras instituições.

DIRETORES / CONSELHO Os diretores do SIMECS Osvaldo Voges e José Antônio Fernandes Martins irão integrar

o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio Grande do Sul. Os empresários caxienses foram nomeados pelo governador Tarso Genro que assinou recentemente o ato que designa os integrantes do CDES-RS. O Conselho terá representações dos trabalhadores, em-presários, produtores rurais, agricultores familiares, movimentos sociais, universidades, sindi-catos entre outras lideranças setoriais. A instalação do Conselho será em março e as reuniões ocorrem a cada dois meses. É um órgão de consulta e assessoramento do governador, inte-grando o Sistema Estadual de Participação. O CDES é formado pelo Plenário, Presidência, Secretaria Executiva, Comitê Gestor e Câmaras Temáticas e tem a finalidade propor políticas e acordos de procedimento sobre diferentes temas. Entre os primeiros assuntos em debate está o Piso Salarial Regional, Previdência Pública, Pedágios e diferentes iniciativas para estimular o desenvolvimento regional

PROGRAMA SIMECS ENERGIACom o objetivo de orientar e acompanhar as empresas metalúrgicas quanto à redução do

consumo de energia elétrica, terá continuidade em 2011 o Programa SIMECS Energia. Tendo a coordenação técnica do engenheiro Frederico Ostermayer, o programa está trabalhando junto às empresas participantes, caracterizando os potenciais existentes, com medições e definição de pontos a melhorar e ganhos possíveis; constituição e treinamento das equipes internas mul-tifuncionais para dar seguimento às ações de melhoria. Em 2011 o Programa SIMECS Energia também realizará diversos seminários técnicos de orientação.

ASSESSORIAS TÉCNICASO SIMECS informa que em 2011 continuará disponibilizando às empresas do seu segmento,

o importante atendimento de suas assessorias técnicas. Para tanto, é necessário que as em-presas do segmento metalmecânico estejam em dia com suas obrigações junto ao SIMECS. As Assessorias são compostas por experientes profissionais que estarão orientando e es-clarecendo as dúvidas das indústrias metalúrgicas em diversos campos. Mais informações e agendamento, através do fone (54) 3228.1855.

SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 – Caixa Postal 1334 – Fone/Fax: (54)

3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul - Rio Grande do Sul. www.simecs.com.br – [email protected]

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Na beira do gramado, ele vibrou como um torcedor. E essa vibração foi transmitida para os jogadores. Resultado: como interino, o ex-zagueiro Edemar Antonio Picoli (ele não gosta de usar o primeiro nome) venceu duas partidas por 2 a 1 – a última delas o clássico CA-JU – e foi efetivado pela direção do Ju-ventude como treinador do grupo profissional. Até o dia 20 de janeiro Picoli era auxiliar de Beto Almeida, dispensado no dia 21. O novo auxi-liar de Picoli é Carlos Eduardo de Moraes, que treinava o time júnior (sub-20).

Aparentando estar nervoso, Pi-coli entrou atônito na sala de im-prensa do Estádio Alfredo Jaconi na noite do dia 27. Ele recém havia ganho o clássico contra o Caxias e colocado o Ju na liderança da Cha-ve 2 do Gauchão. Concedeu entre-vista a uma emissora de televisão e foi rapidamente chamado no vesti-ário. Voltou com os olhos mareja-dos. Antes dele, vieram para a sala de imprensa o presidente Milton Scola e o vice-presidente de futebol, Raimundo Demore, pouco depois das 22h.

na demissão de Beto Almei-da, Demore havia dito que o novo

treinador deveria ser extremamen-te motivador. “Ele jogou aqui por muito tempo e conhece o clube. Pensamos no Picoli como interino e começamos a observar sua con-dução do grupo. A partir de hoje ele passa a ser um treinador, que está sujeito a todos os riscos. No vestiário, foi muito emocionante”, resumiu o vice de futebol. Demore anunciou Picoli diante da comissão técnica, jogadores e dirigentes.

Religioso, Picoli, 38 anos, ao ser entrevistado, não largou da mão um pequeno terço com uma me-dalha de Santa Rita de Cássia. No pescoço, tinha um cordão com ou-tra medalha: Nossa Senhora de Ca-ravaggio. O terço ele recebeu antes do CA-JU de Elaine Sironi, funcio-nária do clube que atua no marke-ting, que por sua vez ganhou de um torcedor. “Se hoje estou aqui é por-que o Casemiro Mior me liberou. Eu tinha um compromisso com ele quando comecei como auxiliar. O seu Juarez Ártico, o Marcos Cunha Lima e o Scola me trouxeram. O Beto Almeida iniciou um trabalho aqui. Eu mudei algumas coisas e o grupo fechou comigo. Agora, pre-cisamos manter o foco”, discursou Picoli.

O ex-centroavante Washington, formado na base do Caxias, partici-pou, no dia 25, do encontro futebo-lístico realizado semanalmente às terças-feiras entre funcionários da Voges Motores, Caxias e conselhei-ros grenás. O jogo foi disputado na sede campestre da Voges. Conheci-do por Co1ração Valente, Washing-ton chegou a formar dupla de ataque com o presidente do clube e da empresa, Osvaldo Voges. O ex-atleta confirmou ao dirigente que viajará com a delegação grená para Brasília, sua terra natal, na estreia do Caxias pela Copa do Brasil (o adversá-rio será o Ceilândia). No final do encontro, Washington presenteou Voges com uma camisa do Flumi-nense, seu último clube como atleta.

Picoli saiu do vestiário com os olhos marejados. Aplaudido por torcedores e funcionários, salien-tou que a primeira coisa a fazer seria uma reunião com a comissão técnica para definir a programação, avaliar atletas. Neste domingo, o Ju recebe o Ypiranga. E na quinta-feira irá a Porto Alegre enfrentar o inter. “Minha maior alegria é ver o torce-dor papo alegre. Vou trabalhar para isso. Hoje percebi que sou um aben-çoado”, disse Picoli. Ao falar da fa-mília – a esposa Roberta e os filhos Matheus e Maria Eduarda, ficou sem voz e encheu os olhos de lágri-mas. “Eles são... tudo”, resumiu.

Picoli é natural de Caibi (SC), entrou nas categorias de base do Ju após um peneirão em 1989. Foi campeão do Gauchão de 1998 e da Copa do Brasil, em 1999. Na comissão técnica alviverde ele in-gressou em janeiro de 2010. Antes, iniciou na atividade no Ypiranga, de Erechim, com o técnico Case-miro Mior. Como jogador, além do Ju, atuou no XV de Novembro (Campo Bom), Guarani (Venân-cio Aires), América-RN, Coritiba, Fortaleza-CE, Pelotas e Guangdong Xiongying, Keijan e South China (China). O ex-zagueiro abandonou os gramados em 2009, quando defendeu o Eastern (Hong Kong).

Até os 12 minutos iniciais, antes de faltar energia no Jaconi, o Ca-xias tomou todas as iniciativas do jogo. Depois da paralisação de 19 minutos o Ju voltou organizado. O mesmo não ocorreu com o Caxias. Os dois gols papos começaram com jogadas pelo lado esquerdo da defesa grená. Segundo o técnico Lisca, o time sentiu muito o primei-ro gol e, a partir daí, se desestru-turou. “Ficamos desorganizados”, resumiu. O Ju construiu o placar no primeiro tempo e, depois, segurou o pouco ímpeto do Caxias, que conseguiu descontar faltando sete minutos para o final da partida. Neste domingo, dia 30, o Caxias enfrentará o Veranópolis às 19h30, fora de casa. Em seguida, receberá o inter-SM, no dia 2 (quarta-feira).

O time do Ju que iniciou o CA-JU foi o mesmo que come-çou a partida contra o Canoas. Naquele dia, Beto Almeida era o técnico – voltou para Caxias do Sul com uma derrota por 2 a 1 e a corda no pescoço. O que aconteceu desde então no vesti-ário do Jaconi? “O grupo fechou com o Picoli”, sintetizou o vice de futebol Raimundo Demore, com um leve sorriso no rosto.

Gostei do público que compa-receu ao Jaconi para conferir o clássico CA-JU. As 8.479 pessoas geraram uma renda de R$ 105,5 mil. No primeiro jogo do Ju pelo Gauchão, contra o São Luiz, fo-ram 4.478 torcedores (R$ 44,9 mil de renda), sendo 2.921 sócios.

No lado grená, apesar de ao tér-mino de cada partida o clube não divulgar os dados, segundo consta no borderô oficial entregue à FGF, contra o Pelotas foram 2.725 pes-soas (1.685 sócios) para uma renda de R$ 31,4 mil. Contra o Cruzeiro, 3.013 grenás foram ao Centenário (R$ 35 mil) – 2.093 associados.

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www.ocaxiense.com.br 2129 de janeiro a 4 de fevereiro de 2011 O Caxiense

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Recomenda Recomenda

Recomenda

l Juventude x Ypiranga | Domingo, 17h

A equipe do Ypiranga terá uma missão dura pela frente: tentar derrotar o Juventude em pleno Jaconi neste domingo. O time de Erechim, treinado por Agenor Piccinini, conseguiu apenas um empate sem gols na última roda-da contra o Santa Cruz. Apesar do resultado, a equipe luta pelas primeiras colocações da chave 1 e conta com o fato de ainda não ter sido derrotada na competição. O Ju segue sob o comando do trei-nador Antonio Picoli e espera que os atacantes Zulu e Julio Madurei-ra mantenham a pontaria afiada.Alfredo JaconiR$ 20 entrada. Idosos e estudantes portando documentação R$ 10 | Hércules Galló, 1.547, Centro

l Veranópolis x caxias | Do-mingo, 19h30

Com o apoio da torcida, o Vera-nópolis se mantém invencível em casa. Duas partidas foram dispu-tadas no estádio Antônio David Farina e renderam um empate e uma vitória, quatro pontos ao todo. O técnico Lisca deverá se preocupar com o poder ofensi-vo adversário. O atacante Eber já marcou três gols nas quatro roda-das disputadas e pode dar traba-lho ao goleiro Matheus.Antônio David farinaR$ 15 entrada. Idosos e estudantes portando documentação R$ 7,50 | Dr. José Montauri, 1.409, Paluga-na – Veranópolis

l internacional x Juventu-de | Quarta (2), 17h

Depois do clássico CA-JU – se-guido pelo jogo com o Ypiranga –, o Ju disputa outro clássico, contra o internacional. O colorado se re-ergueu após o tropeço inicial con-tra o Cruzeiro. As três partidas seguintes renderam três vitórias, sendo a última uma goleada de 4 a 1 sobre o xará de Santa Maria.Beira RioR$ 20 entrada. Idosos e estudantes portando documentação R$ 10 | Av. Padre Cacique, 891, Praia de Belas - Porto Alegre

l caxias x inter-SM | Quarta (02), 20h30

O Caxias volta a jogar diante da sua torcida. O adversário é o inter-SM, que não obteve bons resultados nas primeiras rodadas e amargura a lanterna da chave 2. Até o jogo contra o Novo Ham-burgo, marcado para este sábado, às 20h30, o inter-SM mantinha a pior defesa, somando 14 gols so-fridos. centenárioR$ 20 entrada. Idosos e estudantes R$ 10 | Thomas Beltrão de Quei-roz, 898

l campeonato Praiano | Sá-bado, 18h e 19h, Domingo, das 14h15 às 19h15 | Torres, Praia Grande

Doze dos 15 times que dispu-tam a competição na categoria Adulto retornam à beira da praia para a 3ª rodada do campeonato. A equipe dos Bebedores FC lidera a chave C. A última vez em que pisaram na areia, no final de se-mana passado, venceram fácil a equipe de Passargada por 3 a 0. Para este domingo, eles folgam do futebol e ficam somente na cerve-

ja torcendo para que o São Luiz, adversário direto, perca e não passe à frente na tabela. No sába-do, segue a 2ª rodada da categoria Coroa.

l Passeio sobre Rodas | Sába-do, 16h | Torres

O passeio, para qualquer idade, pode ser feito de bicicleta, patins, skate ou qualquer outro veículo de rodas não motorizado. A lar-gada ocorre em frente a Casa Sesc e segue até a Sociedade dos Ami-gos da Praia de Torres, num per-curso de 3,2km. No final da ativi-dade será sorteada uma bicicleta entre os participantes.casa Sesc estação de VerãoInscrição: 2kg de alimentos não perecíveis

l 1ª etapa Municipal de Vô-lei de Praia | Sábado, 9h | Ar-roio do Sal

A orla da praia de Arroio do Sal receberá alguns dos melhores jo-gadores da região. São esperadas pelo menos 15 duplas, entre os naipes masculino e feminino. Pelo fato da etapa credenciar os vence-dores para as finais dos Jogos do Sesc, em Torres, espera-se longos e disputados jogos. O campeona-to será realizado na arena monta-da em frente aos guarda-sóis do plano de saúde do Círculo.

l campeonato Municipal de Bocha | Sábado, 9h | Areias Brancas

Apesar de ser um evento mu-nicipal de Arroio do Sal, quase todos os participantes são caxien-ses. A competição deve reunir nomes importantes que disputam o Circuito Nacional de Bocha. A prova ocorre no Quiosque do Ze-zinho, na beira da praia de Areias Brancas.

22 29 de janeiro a 4 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Sesc realiza Passeio sobre Rodas em Torres

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Guia de Esportespor José eduardo coutelle | [email protected]

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Renato [email protected]

Prefeito de Porto Alegre José For-tunati rompeu com os representan-tes dos médicos da rede pública da capital. O problema, segundo ele, é a forma como o Simers, sindicato dos médicos do RS, tem se posicionado sobre a criação de uma fundação para gerir o atendimento à saúde.

Para Fortunati, a maioria dos profissionais cumpre o horário, “mas há uma minoria que tem de entrar nos eixos e cumprir o horário. Eles se aproveitam da estabilidade para não trabalhar.”

As coisas mudarão em fevereiro. Com o retorno de Clauri Flores (PT) à Câmara de Vereadores, ocupando a vaga deixada por Assis Melo (PC do B), e a ascensão de Rodrigo Beltrão à liderança do PT, a bancada oposicionista mostra-se disposta a fazer... oposição. Com responsabilidade e permanente vi-gilância diante do governo Sartori.

Filme visto

Com todo gásO ex-governador Germano

Rigotto acredita que o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), formado por Tar-so Genro, cria um ambiente de cooperação e diálogo no Estado.

“Ele expressa o sintoma de uma importante evolução rumo ao plu-ralismo e à interlocução permanente com a população”, diz o ex-governa-dor, que se apresenta como presi-dente do instituto Germano Rigotto de Estudos Políticos e Tributários.

Chama atenção a ausência do ex-vereador Vitor Hugo Gomes – o homem de Tarso em Caxias – no Conselho Estadual de Desenvolvi-mento Econômico e Social. Mesmo que Vitor tenha feito questão de não ocupar qualquer cargo de confiança no governo, imaginava-se que, pelo menos, faria companhia a integran-tes caxienses do Conselhão, como José Antônio Fernandes Martins, Osvaldo Voges e Guiomar Vidor.

A reforma a que foi submetido, esta semana, o desvio de pedágio de Vila Cristina deve ter sido a última realizada (pela prefeitura) durante o governo Tarso Genro.

A partir de agora, espera-se o cumprimento das promessas de campanha do governador, no sentido de mudar o modelo de concessão de rodovias no Rio Grande do Sul e, entre essas modificações, ex-tinguir o pedágio de Farroupilha. isso até 2013, quando vencerem os atuais contratos com as conces-sionárias de rodovias gaúchas.

O adiamento da entrada em ope-ração de uma linha gratuita de ôni-bus da Azul, entre Caxias do Sul e Porto Alegre, pode ter o dedo rival.

A Gol, que detém o controle acionário do Expresso Caxiense, não quer saber de concorrência no ar e muito menos em terra.

A Azul pretende com isso acele-rar as negociações para explorar a ligação aérea entre Caxias do Sul e Campinas, base da empresa.

Partidos aliados estão indigna-dos com os nomes que passaram a ocupar cargos de 2º e 3º escalão do governo Tarso, como o das coordenadoras regionais Solange Sonda (Saúde) e Márcia Fernandes (Educação). O PT – ou uma ala dele – não aceitou qualquer tipo de discussão para essas indicações. A falta de diálogo terá reflexos nas definições de candidaturas (e apoios) locais no ano que vem.

As especulações sobre a possi-bilidade do secretário de Segu-rança e Proteção Social, Roberto Louzada, assumir o gabinete da deputada Maria Helena Sartori (PMDB) nasceram nos corredores da prefeitura. E podem ser iden-tificadas como “fogo amigo”.

O prefeito José ivo Sartori anda atrás é de um diretor para a Se-cretaria (depois da exoneração de Álvaro Moreira), a fim de auxi-liar o trabalho de Louzada. Além do coronel Barden, esta semana outro nome passou a ser lem-brado para o cargo: o coronel da Brigada Militar, agora na reser-va, Telmo Machado de Souza.

Edson Néspolo, Vinicius Ribeiro e Kalil Sehbe de um lado; Alceu Bar-bosa Velho de outro. Esse será o em-bate entre lideranças pedetistas da cidade na formação do novo diretó-rio do partido. A definição aconte-cerá somente no fim do ano (nem tem data marcada ainda), mas será fundamental para garantir maioria e, em consequência, indicar o can-didato do PDT à prefeitura em 2012.

Rumo ao pluralismo

Ausência sentida

novo tempo

Terra e ar

Fome de poder

Para queimar

Disputa interna

Ao visitarem o novo comandan-te do Comando Regional de Poli-ciamento Ostensivo da Serra, seis vereadores, de diferentes partidos, fizeram ver ao coronel Nicomedes Barros (foto) que a comunidade ca-xiense não se deixou levar pela in-delicadeza cometida na cerimônia de sua própria posse, à qual ele não esteve presente. Os parlamentares reforçaram na ocasião o sentimento de eficiência que os caxienses têm em relação ao trabalho desenvolvi-do pela Brigada Militar no combate ao crime.

Avesso a formalidades, o coronel Barros passou por cima da liturgia do cargo e da oportunidade que uma cerimônia assim proporciona para se conhecer e se aproximar das pessoas que estarão ao seu lado, ainda que indiretamente, na busca por melhores condições de segu-rança na região.

Apreciador de frases de efeito, o novo comandante do CR-PO-Serra disse ao ser anunciado

no cargo que não precisa de amigos para garantir a segurança. Para isso, bastaria, segundo ele, o efetivo po-licial.

Como esse efetivo é bem menor que a necessidade das ruas e a ca-rência de material é uma realida-de, deficiências que sempre foram combatidas de uma forma ou outra pela comunidade (principalmente empresarial), talvez o coronel Bar-ros tenha se precipitado nas afirma-ções. O mal-estar criado será supe-rado a partir de agora na série de visitas que o oficial da BM pretende fazer nos próximos dias.

indisposto com a região do Vale dos Sinos, onde atuava, o coro-nel Barros chegou a ser convidado para a Corregedoria da BM. Não aceitou a indicação porque odeia burocracia. Prefere se posicionar nas ruas, no combate à violência – que é, por sinal, o papel da Brigada Militar. Nesse sentido, a comunida-de regional tem muito a contar com a atuação do novo comandante.

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Não vou tolerar comandantes que não estiverem integrados. Se eu souber que a

integração não está ocorrendo, vou mexer no comando da Civil e da Brigada Militar

Secretário estadual de Segurança, Airton Michels, na reunião-almoço da CiC, ao falar sobre o

combate à violência na cidade

www.ocaxiense.com.br 2329 de janeiro a 4 de fevereiro de 2011 O Caxiense

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