Edição 641

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ÁGUA É VIDA! especial DO NORDESTE A Z V O edição n.º 640 ANO XXV Novembro|2010 esta revista é parte integrante do jornal nordeste e não pode ser vendida separadamente castanha: o petróleo Transmontano Bragança longe das rotas da Ryanair Biomodelação revoluciona Medicina

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A Voz do Nordeste

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ÁGUA É VIDA!e s p e c i a l

D O N O R D E S T E

A ZVOedição n.º 640 • ANO XXV • Novembro|2010esta revista é parte integrante do jornal nordeste e não pode ser vendida separadamente

castanha:o petróleo Transmontano

Bragança longe das

rotas da RyanairB iomode laçãorevoluciona Medicina

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Directora - Teresa Batista | Redacção - Bruno Mateus Filena e Teresa Batista | Colaboram nesta edição - Humberto Ribeiro; Telmo Cadavez e Susana Ferreira dos Santos | Propriedade/Editor - Pressnordeste, Lda. | Registo ERC n.º 111077 | Concepção Gráfica - Vasco Lopes | Impressão - Diário do Minho | Tiragem - 5.000 exemplares | Periodicidade: Mensal | Redacção e Administração - Rua Alexandre Herculano, nº 178, 1º andar – Apartado 215, 5300-075 Bragança | Telefone: 273329600 | Fax: 273329601 | e-mail: [email protected] | Depósito Legal n.º 30.609/89.

t e r e s a

b a t i s t a

d i r e c t o r a

EDITORIAL

D O N O R D E S T E

A ZVO

A castanha é considerada o petróleo transmon-tano por investigado-

res que estudam as potencia-lidades deste fruto de Outono, mas esta fonte de riqueza que impulsiona a economia da re-gião poderá perder valor com a concorrência de países es-trangeiros que estão a entrar no mercado nacional.Vender a castanha tal como é apanhada nos soutos a bom preço e paga na hora parece ser um paradigma ultrapassa-do, tendo em conta as altera-ções de mercado e a exigência dos compradores. A plantação

Visão de negóciode soutos novos que contribuem para o aumento da produção e a entrada de castanha estran-geira em Portugal obrigam as entidades envolvidas na comer-cialização a apostar na valori-zação do produto.A calibragem é o primeiro pas-so para garantir o escoamento da castanha, mas as empresas e cooperativas da região que se dedicam à comercialização deste produto já começam a apostar na transformação. Mas a estratégia de negócio não fica por aqui e a cooperativa “Soutos os Cavaleiros” recorre à certificação para colocar no

mercado castanha com o selo “DOP da Terra Fria”. A deno-minação de origem está regu-lamentada desde 2004, mas só agora surge a primeira casta-nha certificada, um passo fun-damental para valorizar este produto endógeno, que ganha uma imagem mais apelativa aos olhos do consumidor.A castanha é o produto agrí-cola que tem um impacto eco-nómico mais significativo, mas é preciso acompanhar a evolu-ção dos mercados e satisfazer as exigências dos consumidores para que este produto conti-nue a impulsionar a agricultura

transmontana.

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OPINIÃO

h u m b e r t o

r i b e i r o

docente do IPB

São negras as nuvens que pairam sobre Por-tugal, deixando ante-

ver um Inverno bastante rigo-roso. Contrariando o fenómeno do aquecimento global, o clima económico nacional perspecti-va-se frio quanto baste para os próximos anos, como se não ti-vesse já bastado uma década agonizante em termos de cres-cimento económico.

À medida que o cidadão anó-nimo, maioritariamente locali-zado no litoral, vai começan-do a sentir cada vez mais os duros efeitos da estagnação económica, é natural que ima-gine que é agora que Trás-os-Montes finalmente desapa-rece do mapa! “Coitados, tão atrasados que eles ainda es-tão, se nós já estamos a sofrer e somos tão desenvolvidos, en-tão como é que eles vão con-seguir aguentar esta crise?”. Na verdade, quem assim pen-sa não pode ser criticado, por-que tem presente que vastas áreas do interior continuaram votadas ao esquecimento. Pelo contrário, os investimentos mas-sivos feitos nos últimos anos no litoral, com especial relevância para as áreas metropolitanas, beneficiaram imenso os seus habitantes, ainda que não te-nham correspondido ao desen-volvimento económico que se ambicionava. Pior, acabaram por agravar de tal maneira o desequilíbrio das contas do Es-tado e da dívida externa, que nos obrigam agora a apertar ainda mais o cinto, o que torna inevitável uma nova recessão económica. Ora bem, se agora até vão esvaziar os bolsos ao “alfacinha”, então é porque re-almente a coisa está mesmo sé-

ria. E se até a capital vai sofrer, então pobres coitados daque-les que vivem na “paisagem”.

Será mesmo assim? Talvez não totalmente, até porque na “pai-sagem” não se vive com tantos excessos e a dinâmica já era inferior, pelo que o ajustamen-to económico poderá ser menos violento. Mas tentemos pers-pectivar mais especificamente o caso do interior Nordestino, que finalmente parece ter sido bafejado com alguma fortuna.

O facto: a “política de betão” - em tempos tão criticada, mas entretanto de tal maneira disse-minada que já se tornou polé-mica - chega finalmente em for-ça ao Nordeste Transmontano. Houve que esperar umas déca-das, mas agora estão mesmo a jorrar literalmente milhões e mi-lhões de metros cúbicos de be-tão. São muitos milhões de euros (M€) que estão a ser investidos na região, o equivalente a uns quatro submarinos! Os princi-pais culpados: investimentos em infra-estrutras rodoviárias e energia. Mais concretamente, obras em curso no IP4-A4, IP2 e IC5, construção de novas bar-ragens e reforços de potência. Os grandes números: cerca de 450 km de vias sujeitas a obras de requalificação ou construção de raíz, a maiora dos quais no Nordeste; 2 mil milhões de eu-ros de investimento no imedia-to; e mais de 3 mil trabalha-dores envolvidos em obras no distrito de Bragança. Mais em detalhe, a Auto-estrada Trans-montana, a cargo da Soares da Costa (Auto-Estrada XXI), acarreta um investimento ini-cial de 508 M€, enquanto que a Concessão do Douro Interior,

entregue à Mota-Engil (Ascen-di), orça os 623 M€. Em termos das obras em curso desenvolvi-das pela EDP, o custo da cons-trução da nova barragem do Baixo Sabor ascende a 481 M€ e prevê um número máximo de trabalhadores de 1675 em 2011, enquanto que o investi-mento na barragem do Foz Tua está estimado em cerca de 300 M€ e poderá vir a empregar um máximo de 1000 trabalha-dores. Para além destes inves-timentos mais visíveis, os refor-ços de potência nas barragens de Bemposta e em Picote re-presentam um investimento to-tal de 272 M€ e envolvem ain-da o esforço de mais algumas centenas de trabalhadores em 2011. Em resumo, em 2011, e só em barragens, a EDP pode-rá vir a ter ao serviço mais de 3 mil trabalhadores no distrito de Bragança.Estes investimentos não pode-riam vir em melhor altura para a região. É claro que não isen-tam os nordestinos de terem que fazer “contas à vida” em 2011. Nem sequer oferecem qualquer garantia de desen-volvimento económico susten-tável a prazo. Mas numa al-tura em que o País se prepara para enfrentar a mais dura cri-se económica das últimas dé-cadas, o Nordeste Transmon-tano irá ser bafejado por uma - mais que oportuna - política económica “contra-ciclo”, isto é, aumento do investimento para minimizar os efeitos negativos do ciclo económico que é des-favorável. Que me perdoem os ambientalistas e alguns colegas economistas, mas penso que será caso para afirmar “Polí-tica do betão: mais vale tarde que nunca!”

Nordeste em altaapesar da crise económico-financeira?

São muitos milhões de

euros (M€) que estão

a ser investidos na

região, o equivalente a

uns quatro submarinos!

Os principais culpados:

investimentos em infra-

estrutras rodoviária s e

energia.

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OPINIÃO

Este artigo é sobre gestão estratégica. Sobre visão de futuro, para além dos

problemas do dia-a-dia, dos pagamentos de impostos, fun-cionários e fornecedores. Para além das cobranças, fáceis ou difíceis. Para além da secretá-ria que é desastrada, da te-lefonista respondona, ou do vendedor que chega sempre atrasado.

Terá o empresário capacida-de de projectar a sua empre-sa num horizonte temporal que vá além do fim do mês ou do fim do ano? Alguns sim. Maior parte não. Comecemos por distinguir en-tre empreendedor e empresá-rio. Na minha opinião uma coi-sa não leva necessariamente à outra. É certo que um empresá-rio tem que ser empreendedor. Um empreendedor pode nunca chegar a ser empresário. Ser empresário, e principalmen-te numa PME, é muito mais do que ser empreendedor. Precisa perceber de liderança, proces-sos, marketing, finanças, recur-sos humanos, enfim, de tudo o envolve a sua actividade, o seu negócio.

queremos ter no futuro?QUE P.M.E.

Abordar este tema parece vir em má altura dada a actual conjuntura económica e os ven-tos de recessão que teimam em soprar cada vez mais fortes rumo a 2011. Mas o Mundo não vai aca-bar, Portugal não vai acabar e as empresas não vão acabar. Continuemos a dissertação. Estarão os empresários prepa-rados para gerir eficientemen-

te a sua empresa hoje e projectá-la no futuro com determi-nação e confiança? Não estão. Não es-tavam antes, não estão agora. Que-remos que estejam amanhã. Cabe a todos os que lidam de perto com os empresários ini-

ciar um processo de evangeli-zação rumo ao conhecimento. É necessário despertar nos em-presários o gosto pelo conhe-cimento, pela aprendizagem, pelas viagens. Os nossos empresários devem viajar muito, não em busca de sol e descanso, mas em busca de ambientes de negócio, de ideias e oportunidades. De-vem sair da zona de conforto psicológi-co e entrar na luta de aprender sobre as áreas de gestão que menos dominam e que atrofiam a sua evolução pessoal e das pesso-as que os seguem ao serviço da sua empresa.

Jorge Lascas é licenciado em Engenharia Ci-vil pelo Instituto Superior Técnico e pós-gra-duado em Gestão pelo ISEG. Tem desenvolvido actividade profissional na área comercial, marketing e comunicação, sempre ligado aos ramos da construção e imobiliário. É orador em conferências, seminários e workshops, abordando temas como Marke-ting Pessoal, Marketing de Serviços, Gestão Estratégica e Empreendedorismo. Foi o finalista mais votado nos "LinkedIn Eu-ropean Business Awards 2010" - Nomeado para a categoria "Rising Star of the Year". Eleito a 50ª pessoa mais influente online em 2010 no Influence Project pela conceituada revista americana Fast Company Magazine.

j o r g e

l a s c a s

lic. eng.ª civil

Aproveitemos estes tempos que não aconselham a ter empre-sas maiores, para ter empresas melhores, iniciando um processo que servirá de fundações a um crescimento futuro mais susten-tado e sustentável, rumo a um

futuro que não é comandado pelos ventos, mas pela visão e vontade inabalável do empre-sário.

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ENTREVISTA

Voz do Nordeste (VN) – Uma das bandeiras do presidente da Câmara Municipal de Bra-gança, Jorge Nunes, é a cons-trução do Aeroporto Regional de Bragança, um investimen-to na ordem dos 28 milhões de euros, que pretende atrair companhias “low cost”. Con-sidera viável este investimen-to?

Joana Henriques (JH) - Bragan-ça não é uma região conhecida no estrangeiro. É preciso muito mais para promover uma re-gião do que ampliar estrutu-ras aeroportuárias. Todavia a Ryanair está sempre recepti-va a desenvolver novas parce-rias se isso reduzir os custos de voar. Muitas zonas periféricas da Europa tornaram-se destino de milhões de turistas graças às tarifas mais baixas da Ryanair.

VN- A construção desta nova infra-estrutura permitirá a aterragem e descolagem de

Boings 737-800. Estando este projecto concretizado, a Rya-nair operaria neste aeropor-to?

JH- Estamos sempre receptivos as receber detalhes e sugestões de potenciais parceiros.

VN- Há c a r r e i -ras aé-r e a s r e n t á -veis em que a Ryanair pudesse apostar a partir do aero-porto re-gional de Bragança? Quais?

JH- Nesta altura seria dema-siado especulativo equacionar esta questão.

VN- Faz parte dos planos da

Ryanair Portugal operar no aeroporto regional de Bra-gança? Há contactos desen-volvidos com Bragança a este nível?

JH- Não comentamos rumores, especulações ou negociações

com par-ceiros.

V N - Q u a i s as novas rotas que a Rya-nair Por-tugal vai lançar?

JH- As novas ro-

tas a partir do Porto são as seguintes: Barcelona, Bolonha, Bremen, Londres Gatwick, Ma-astricht, Memmingen, Marra-quexe, Rodez e Valência. Em 2011 vamos começar a operar Roma Ciampino a partir do dia

11 de Novembro e La Rochelle a partir de 28 de Março, am-bas com duas frequências se-manais. A Partir de Faro iniciou recentemente a rota para Lon-dres Gatwick

VN - Faz parte dos planos da empresa efectuar a ligação Lisboa- Porto?

JH- Não voamos para Lisboa e apenas equacionaremos as ro-tas de Lisboa quando e se vo-armos para lá.

VN- A Ryanair opera, ainda, na carreira aérea Porto- Faro a preços convidativos para os passageiros. Qual o balanço que faz desta rota?

JH- Esta é uma rota de suces-so que apresenta tarifas bai-xas a partir de 6€ (promoção em vigor) e a TAP cobra mais de 200 € para a mesma rota, fazendo escala morosa em Lis-boa. Os portugueses estão ren-

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A Ryanair acaba de lançar novas rotas a partir do Porto para Barcelona, Bolonha, Bremen, Londres Gatwick, Maastricht, Memmingen, Marraquexe,

Rodez e Valência. Numa altura em que Bragança aposta no projecto de transformação do Aeródromo Municipal num Aeroporto Regional, a “Voz do

Nordeste” entrevistou Joana Henriques, executiva de Vendas e Marketing para Portugal e Espanha da Ryanair, para conhecer os interesses desta empresa “low cost” em rotas a partir de Bragança, bem como os novos projectos da

Ryanair para cativar passageiros em tempo de crise.

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didos à eficiência desta rota que apresenta os pre-ços mais baixos e tornou-se, sem dúvida, na forma de transporte mais compensa-tória contrariamente ao au-tocarro, comboio e até mes-mo ao transporte particular.

VN- Qual a estraté-gia da Ryanair para cativar o público da região Norte e mais concretamente do Nordeste Transmon-tano?

JH-A Ryanair apre-senta as tarifas mais baixas, a melhor pontualidade, bem como o menor nú-mero de malas perdidas e can-celamentos de todas as companhias aéreas da Europa. Neste momento, liga o Norte de Portu-gal a 34 destinos em toda a Euro-pa e também ao Algarve. Esta variedade de destinos alia-da à eficiên-cia e qualida-de de serviço

fornecida pela Ryanair cativa o público da região Norte, que sabe reconhecer um serviço efi-ciente e de qualidade.

VN- A vossa empresa aposta em preços baixos para atrair passageiros. Em tempo de cri-se os preços poderão ainda

baixar mais?

JH- Em resposta à crise e à re-ticência a voar durante a erup-ção vulcânica na Islândia, a Ryanair lançou ferozes campa-nhas de desconto com milhões de lugares a serem vendidos por 3, 5 ou 6 euros, incluin-do todas as taxas. Introduzi-mos também um congelamento dos aumentos salariais desde a gestão topo, passando por

todos os departamentos. Con-tinuamos a aumentar a nossa produtividade, transportando agora, em média, 10 mil pas-sageiros por empregado/ano, comparado com os menos de 1000 passageiros transporta-dos por empregado/ano por quase todos os nossos concor-

rentes. Esta crise tem sido boa para a Ryanair. Um número crescente de pas-sageiros, incluindo passa-geiros em negócios, que evita as companhias de tarifa alta escolhendo a Ryanair.

VN - Como é que a Rya-nair consegue aliar os preços baixos à qualida-de do serviço prestado?

JH-Temos os custos mais baixos e a maior produ-

tividade do sector. Vendemos ao cliente o que ele quer. Com-panhias de tarifas altas dão um jornal, um café instantâneo e comida de plástico a todos os passageiros, quer queiram quer não, e cobram muito por isso. O nosso modelo é diferen-te. Paga apenas o que quer. Se não quiser embarque prioritá-rio não paga por isso. Se não quiser levar mala também não paga por isso.

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Liberdade de celebração. Independentemente do tipo de contrato de tra-

balho, trabalhador e empre-gador podem fazê-lo cessar através de um acordo de revo-gação, em qualquer altura, in-clusivamente no decorrer de um processo de despedimento co-lectivo ou de um procedimento disciplinar.Acordo escrito. Neste acor-do não é necessário mencionar os motivos da sua celebração, mas é indispensável cumprir al-guns requisitos formais, já que o mesmo tem de ser obrigato-riamente celebrado por escri-to, assinado pelo trabalhador e empregador, ficando cada uma das partes com um exem-plar. Se o entendimento para pôr fim ao contrato de traba-lho for apenas verbal, então não terá qualquer efeito, tudo se passando como se nunca ti-vesse sequer existido.Data de celebração. O docu-mento do acordo tem de men-cionar a data de celebração e a data a partir da qual o mes-mo é para valer, isto porque estas duas datas podem não coincidir, sendo assim necessá-rio referi-las sempre expressa-mente. Conteúdo do acordo. O traba-lhador e empregador, dentro dos limites da lei, têm total li-

t e l m o

cadavezd o c e n t en o I P B

GABINETE JURÍDICO

Acordo de revogação do contrato de trabalho

Um funcionário pretende pôr fim ao contrato de trabalho por acordo. Saiba como proceder nesta situação.

berdade para regular um con-junto vasto de matérias, dentre as quais se destaca, normal-mente pela sua preferência, o acerto final de contas entre as partes. Pagamentos. Se o trabalha-dor aceitar receber uma deter-minada quantia com carácter genérico, declarando no acor-do, por exemplo, que “a enti-dade patronal nada mais lhe deve seja a que título for”, ou “encontram-se liquidados na presente data todos os crédi-tos laborais”, isto faz presumir que já lhe foi pago tudo quan-to lhe era devido, sem excep-ções. O trabalhador estará as-sim a afastar a possibilidade de mais tarde reclamar qual-quer outro crédito laboral que não tomou em conta na altura. Arrependimento do trabalha-dor. Se entretanto o trabalha-

dor se arrependeu do acordo que fez, ainda tem uma hi-pótese de voltar com a pala-vra atrás, pois nos 7 dias se-guintes à data da celebração, pode dá-lo sem efeito através de uma comunicação escrita di-rigida ao empregador. Mas se entretanto recebeu algum va-lor do empregador em virtude desse acordo, terá de devol-ver tudo nesse mesmo momento, caso contrário a sua comunica-ção não terá efeito algum.Nota importante: A possibili-dade de arrependimento é um direito apenas do trabalha-dor, mas não existirá se ambas as assinaturas do acordo tive-rem sido reconhecidas presen-cialmente, caso em que jamais o trabalhador poderá voltar atrás.Legislação: artigos 349.º e 350 do Código do Trabalho.

”Se o entendimento

para pôr fim ao

contrato de trabalho

for apenas verbal,

então não terá

qualquer efeito, tudo

se passando como se

nunca tivesse sequer

existido.”

D O N O R D E S T E

A ZVO

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Os túneis escavados no maciço rochoso que ladeia o Douro In-ternacional anunciam uma nova revolução no empreendimen-to hidroeléctrico de Picote. 50 anos depois da construção da-quela que foi a primeira gran-de barragem portuguesa no rio Douro, a EDP está a investir 149 milhões de euros no refor-ço de potência para aumentar a produção de energia renová-vel e, ao mesmo tempo, contri-bui para o desenvolvimento da economia local.A “Voz do Nordeste” visitou o andamento dos trabalhos, que deverão estar concluídos no segundo semestre do próximo ano, e constatou que há empre-sas no Planalto que aprovei-taram as obras neste empre-endimento hidroeléctrico para

Reforço de potência

revoluciona PicoteEDP investe 149 milhões de euros, emprega 350 trabalhadores e contribui para o crescimento das empresas locais

fazer negócio, contrariando as-sim a crise económica. Aliás, há casos de firmas que fizeram in-vestimentos avultados e contra-taram novos colaboradores no concelho de Miranda do Dou-ro para responderem ao volu-me de trabalho oferecido pela EDP durante a empreitada.Ao nível da mão- de-obra, cer-ca de 20 por cento dos 350 trabalhadores que estão a la-borar nesta fase considerada o “pico de obra” são da região.Este é mais um exemplo de como as grandes obras que estão a decorrer na região contribuem para a revitalização do tecido empresarial que aproveita as oportunidades de negócio.

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Água movimenta negócios em Picote

Obras rentabilizam produção de energia

Turbina com 246 MW de potência vai transformar em electricidade mais de 80 por cento da água retida na al-bufeira

Ao percorrer a galeria com cerca de 625 metros de comprimento que dá acesso à nova central onde vai ser co-locada uma turbina com capacidade para transformar em energia 400 metros cúbicos de água por segundo é possível verificar a grandiosidade e complexidade das obras que estão a decorrer no empreendimento hidroe-léctrico de Picote, no concelho de Miranda do Douro.A rocha foi escavada minuciosamente para construir os trilhos necessários para chegar aos locais onde vão ser colocados os equipamentos que vão permitir transformar cerca de 80 por cento da água retida na albufeira em energia eléctrica. “Este projecto foi elaborado pelo grupo de engenharia EDP. Estamos a falar de uma caverna no interior do maciço rochoso a 150 metros de profundidade, que para lá chegar foi necessário abrir uma série de túneis. O poço por onde vai sair a energia tem 170 metros de profundidade”, enaltece o director de projecto da EDP, António Freitas da Costa.

Barragem de Picote vai passar a produzir mais 30 por cento de electricidade por ano

Importa destacar, ainda, a construção de uma ensecadeira provisória de grandes dimensões na albufeira de Pi-cote, para permitir a realização do circuito hidráulico no subsolo. A complexidade da obra obrigou à implementação de forte medidas de segurança, que têm contribuído para que na recta final da obra não haja registo de acidentes graves. Recorde-se que esta foi uma das grandes obras hidráulicas projectada na sua totalidade por engenheiros por-tugueses. 50 anos depois, Picote é alvo de mais uma intervenção para o reforço de potência, que vai permitir aproveitar a água que até aqui era desperdiçada através de descargas. “A central actual tem três turbinas, mas não têm capacidade para aproveitar toda a água que aporta a Picote. Por isso, todos os anos, no Inverno, des-carregavam-se na ordem dos 1200 milhões de metros cúbicos”, afirma Freitas da Costa.A nova turbina tem uma potência de 246 MW, o que representa um incremento de cerca de 130 por cento rela-tivamente à potência actual. No que toca à produção de electricidade, vão passar a ser produzidos 244 GW/hora por ano, o que representa um aumento de 30 por cento face à actual central.O aproveitamento da água que, actualmente, é devolvida ao rio sem gerar energia é o principal objectivo des-te investimento de 149 milhões de euros que está a ser levado a cabo pela EDP, que se preocupa com a redução das emissões de CO2, através do aumento da produção nacional de energias renováveis.

Desenvolvimento em harmonia com a natureza

Durante os trabalhos de reforço de potência aumentou o número de ninhos no Douro Internacional

As obras de reforço de potência na barragem de Picote estão a decorrer em perfeita harmonia com a natureza. Segundo estudos ambientais realizados pela EDP, o número de ninhos de aves de rapina rupícolas na zona envolve ao empreendimento hidroeléctrico até aumentou desde que se iniciaram os trabalhos.O director de projecto, Freitas da Costa, lembra que em 2007, altura em que se iniciaram os rebentamentos para chegar ao subsolo, foram tomadas uma série de medidas ambientais para não interferir com a nidificação das aves. “Os rebentamentos só podiam ser feitos em determinadas horas do dia. Ha-via uma série de cuidados, que, segundo os estudos, deram frutos e isso dei-xa-nos satisfeitos”, realça Freitas da Costa.O responsável enaltece a boa relação da EDP com o ambiente e garan-te que as preocupações com a preservação da natureza não atrasaram as obras. “Fizemos tudo que era possível para não causar impactos negativos no ambiente e estamos dentro dos prazos”, garante Freitas da Costa.Recorde-se que o empreendimento hidroeléctrico de Picote está inserido no Parque Natural Douro Internacional, uma área sensível do ponto de vista ambiental, devido às inúmeras espécies de fauna e flora que habitam nes-ta zona.Quem visita esta zona, que é uma pérola no Douro Internacional, tem oportu-nidade de observar as aves que sobrevoam a água e se alojam nas arribas imponentes que se erguem no leito do rio, um atractivo turístico que combina com o desenvolvimento económico proporcionado pelas barragens.

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Pedra transformada no PlanaltoInertil investiu cerca de 2 milhões de euros na montagem de uma nova linha de britagem e na aquisição de novos ca-miões

As obras na barragem de Picote levaram a Inertil- Sociedade Produtora de Inertes, sediada em Vila Chã da Braciosa (Miranda do Douro), a investir cerca de 2 milhões de euros na instalação de uma nova estação de britagem e na aqui-sição de seis novos camiões.Desde que as obras iniciaram que a empresa é responsável pela transformação da pedra retirada do maciço rochoso que ladeia o rio Douro na sequência da escavação dos túneis necessários para o reforço da potência no empreendi-mento hidroeléctrico.A rocha retirada da obra é levada para as instalações da Inertil, onde é transformada em gravilha, regressando à obra para fazer o betão usado nas inúmeras construções. Esta reutilização da pedra é benéfica para o ambiente e para as contas da empresa do Planalto, que nos últimos três anos viu aumentar o volume de trabalho em cerca de 70 por cento.O material transformado pela Inertil é utilizado para fazer mais de 200 mil metros cúbicos de betão, que vão ser ne-cessários para fazer as obras nas albufeiras de Picote e Bemposta.Esta nova realidade levou, ainda, a empresa a contratar novos funcionários, recrutados nos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso. “Criámos mais 10 postos de trabalho”, realça o sócio-gerente da Inertil, Gilberto Preto.O novo investimento levado a cabo pela sociedade de inertes levaram a empresa a agarrar novas oportunidades de negócio que surgem com as grandes obras que estão a decorrer na região. “Também estamos a fornecer material para a construção do IC5 e vamos tentar trabalhar para a barragem do Baixo Sabor”, salienta Gilberto Preto.Na óptica do responsável, o conjunto de obras que estão a revolucionar o Nordeste Transmontano são benéficas para as empresas locais. “É uma zona com poucas obras e se não forem estas oportunidades não podemos fazer grandes in-vestimentos”, acrescenta o sócio-gerente da empresa.A funcionar há cerca de 28 anos, a Inertil emprega, actualmente, cerca de meia centena de pessoas.

Refeições à base de produtos da terraCantina da barragem de Picote é explorada por uma empresária de Malhadas que serve pra-tos com um toque regional

Os produtos da terra saltam à vista nos pratos servidos na cantina da barragem de Picote. As re-feições são confeccionadas por uma empresária de Malhadas, no concelho de Miranda do Dou-ro, que aproveitou as obras de reforço de potência no empreendimento hidroeléctrico para fa-zer negócio.Adélia Fernandes é a proprietária do restaurante “O Malharrês”, que fechou as portas tempo-rariamente durante as obras na barragem. Agora as refeições com um toque regional são servi-das na cantina instalada junto às obras, onde almoçam e jantam os trabalhadores que prestam serviços na barragem de Picote.A empresária justifica o encerramento do estabelecimento em Malhadas com a dificuldade em arranjar pessoas para trabalhar no restaurante e confessa que o negócio na cantina é bem mais rentável. “Aqui sirvo entre 230 a 250 refeições por dia. Há muita gente e eu gosto de conviver com as pessoas”, realça a empresária. A servir refeições na cantina há cerca de um ano e meio, Adélia Fernandes afirma que criou dois postos de trabalho e garante que compra grande parte dos produtos necessários para confec-cionar os pratos a produtores da região. Quando terminarem as obras na barragem de Picote, a empresária afirma que gostaria de con-tinuar a explorar uma cantina associada a uma grande obra e garante que vai reabrir o restau-rante em Malhadas.

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EDP apoia dinamização de PicoteAssociação Frauga contou com o apoio da empresa nacional para requalificar a parte antiga da aldeia e divulgar o Ecomuseu

A requalificação da parte antiga aldeia de Picote, a construção do Ecomuseu e a sinalização de percursos de interesse para os visitantes contribuem para a dinamização desta aldeia do concelho de Miranda do Douro. A EDP associa-se a este projecto levado a cabo pela associação Frauga, em parceria com a Junta de Freguesia, em nome da melhoria da qualidade de vida das pessoas onde a empresa instala barragens.O presidente da Frauga, Jorge Lourenço, explica que o projecto Núcleo Rural das Arribas, financia-do no âmbito do programa Agris, permitiu investir 350 mil euros na recuperação da parte antiga da aldeia. A construção do Ecomuseu foi a obra emblemática, mas o projecto é mais abrangente e contemplou, ainda, a recuperação de fontes de mergulho, colocação de iluminação pública, sinali-zação de percursos pedestres, bem como a requalificação da sede da associação.Este projecto de embelezamento de Picote foi financiado pela EDP em 90 mil euros. A empresa con-tinua a apoiar o trabalho desenvolvido pela Frauga em prol das populações e este ano já dispo-nibilizou uma verba de 70 mil euros para a dinamização do Ecomuseu. “Desde o início de Maio já recebemos cerca de 500 visitantes”, realça o presidente da associação.O objectivo, segundo o director do Ecomuseu, António Barros, é continuar a dinamizar este espaço cultural, aproximando da comunidade local, através da realização de actividades, como foi o caso da oficina de brinquedos tradicionais, que vai culminar com uma exposição.Jorge Lourenço salienta, ainda, que a Frauga quer continuar a ser parceiro da EDP. “Temos um pro-jecto para a Biodiversidade candidatado à Fundação EDP, que visa a manutenção da biodiversida-de da cultura e saberes tradicionais em Terras de Miranda”, realça o responsável.A empresa tem concedido, igualmente, outros apoios ao concelho de Miranda do Douro, destacan-do-se o investimento de 2 milhões de euros na construção da estação de tratamento renovação do sistema de abastecimento de água a Picote.

Pousada do Barrocal ganha vida

EDP requalifica património que foi edificado há 50 anos para servir de apoio à construção da barragem

A Pousada do Barrocal do Douro está a ser totalmente recupera-da pela EDP. Este empreendimento, construído há 50 anos, integra o complexo edificado para acolher os inúmeros trabalhadores que participaram na construção da barragem de Picote.O Barrocal do Douro foi projectado sob o desígnio de cidade ideal para acolher as pessoas que se deslocaram de todo o País para par-ticiparem no nascimento de uma grande obra. Foi construída uma es-cola, um hospital, uma igreja, bem como inúmeros equipamentos que, há meio século, revolucionaram a região.A pousada agora requalificada faz parte de um complexo com pis-cina e campos sintéticos, onde durante anos e anos os quadros da empresa ficaram alojados. A EDP permitia inclusive aos colaborado-res que se candidatassem para passar férias com a família na Pou-sada do Barrocal.Os tempos mudaram e, actualmente, os trabalhos de requalificação estão a ser finalizados. Esta infra-estrutura deverá voltar a abrir as portas em breve, apesar do seu modelo de funcionamento ainda não ter sido definido pela EDP.No entanto, a Pousada não servirá, apenas, para albergar os funcio-nários da empresa, podendo ser integrada num programa mais vas-to que envolva a comunidade local. A sua abertura para fins turísti-cos é uma das hipóteses em cima da mesa.

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Faurecia cresce

em tempo de crise

A fábrica da Faurecia de Bragança aumentou o número de trabalha-

dores para produzir o sistema de monitorização 1.6 HDI de todos os veículos da Peugeot Citroën. Em tempo de crise, a unidade instalada no Nordes-te Transmontano não pára de crescer, contando, actualmente, com 300 trabalhadores, 18 por cento dos quais são quadros su-periores.Esta é mesmo uma das empre-sas mais empregadoras na re-gião, recebendo um grande nú-mero de recém-licenciados do Instituto Politécnico de Bragan-ça. Na Faurecia Sistemas de Esca-pe de Portugal produz-se o ca-talizador a filtro de partículas para todos os veículos da Peu-geot Citroën, com motorização 1.6 HDI, que representa cerca de 20 por cento da mão-de-obra da multinacional.

Este novo projecto contribuiu para o aumento da produção em Bragança, onde são feitos diferentes tipos de catalizado-res, silenciadores e tubos para as principais marcas de auto-móveis, nomeadamente Peuge-ot, Citroën, Nissan, Renault e Grupo VW (VW, Seat, Skoda e Audi).Aberta em 2001, a unidade da Faurecia instalada em Bragan-ça tem contribuído de forma significativa para o desenvolvi-mento da economia da região.Esta fábrica é um exemplo de como é possível ter iniciativas de tecnologia de ponta no in-terior do País e a localização até é considerada estratégica pelos responsáveis da Faure-cia. “Pensamos que a localiza-ção na fronteira entre Portugal e Espanha contribui também para o desempenho que temos vindo a ter”, realça fonte da empresa.

No entanto, o maior obstáculo para a empresa é mesmo en-contrar mão-de-obra especiali-zada na região.Apesar do crescimento regis-tado, a Faurecia salienta que também é afectada pela crise mundial que tem vindo a pena-lizar a indústria automóvel, uma situação que consegue ultra-passar com o empenho de to-dos os colaboradores em pro-duzir peças de qualidade.“A grande vantagem competi-tiva da nossa fábrica está no empenho dos seus colaborado-res e respectivas chefias, que garantem que o produto en-

Proximidade com Espanha beneficia Faurecia

tregue aos clientes nacionais e internacionais seja de elevada qualidade. Essa qualidade re-flecte-se na confiança dos cons-trutores de automóveis e na atribuição de novos projectos”, enfatiza a empresa.O trabalho desenvolvido pela Faurecia tem-lhe valido distin-ções, que a empresa recebe com orgulho. Recorde-se que em 2008, a Câmara Municipal de Bragança entregou o pré-mio “Excelência” à Faurecia, que, no mesmo ano, recebeu o galardão de “Fornecedor Glo-bal de Qualidade”, atribuído pela Nissan.

Empresa de Bragança aumenta

produção no âmbito do

projecto de monitorização

1.6 HDI de todos os veículos Peugeot Citroën

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As cerca de 12 mil tone-ladas de castanha pro-duzidas anualmente no

concelho de Vinhais geram um volume de negócios médio de 8,5 milhões de euros. Este muni-cípio é um dos maiores produ-tores da Terra Fria e a colhei-ta deste fruto representa um grande impulso para a econo-mia regional.A Cacovin, sedeada em Vinhais, nasceu para ajudar os agricul-tores a valorizar a castanha, mas a maioria dos produtores continua a vender aos “ajun-tadores” que percorrem as al-deias à procura deste fruto.A cooperativa tem capacidade para receber entre 2 a 3 mil toneladas por ano, mas fica-se pela calibragem e embalamen-

to de cerca de 300 a 400 to-neladas por ano. Na óptica do administrador da Proruris, Car-los Silva, a fidelização dos pro-dutores é fundamental para consolidar a posição da empre-sa no mercado e ganhar força para negociar preços mais al-tos. “Se o produtor fizesse uma média do preço ao nível da co-operativa seria mais vantajoso do que vender aos ajuntado-res”, garante Carlos Silva.No entanto, a maioria dos agri-cultores prefere vender aos in-termediários, que pagam o produto a pronto. Esta corre-ria de compradores pelas al-deias do concelho verifica-se até ao S. Martinho, altura em que o preço da castanha dimi-nui para metade.

t r a n s m o n t a n o

50 a 70 frutos por quilo •correspondem à castanha gourmet.70 a 90 frutos é o calibre para a •venda do produto em fresco.Os tamanhos 90/110 e 110/130 •são enviados para a indústria.

Características da castanha

Carlos Silva afirma que o preço da castanha é flutuante, pelo que é

complicado estipular um valor para este produto. Mesmo as-sim, frisa que dependendo da qualidade e do calibre a cas-tanha pode ser paga entre os 0,50 euros e os 2 euros. “O preço da castanha é como a bolsa, está em variação cons-tante”, reforça o responsável.O administrador da Proruris constata que para aumentar o

preço da castanha é necessá-rio haver uma concentração da entrega do produto. “Se conse-guíssemos concentrar 20 a 30 por cento da produção do con-celho conseguiríamos regular o mercado da castanha e man-ter um preço médio ao produ-tor ao longo dos anos. Assim, o preço vai estar ao sabor da es-peculação dos intermediários”, adverte.Apesar de ainda haver um lon-go caminho a trilhar para con-

seguir fidelizar os produtores, a Cacovin já tem aprovado um projecto no âmbito do PRO-DER que consiste na aquisição de equipamentos para fazer a esterilização e conservação da castanha.Além disso, o objectivo é tra-balhar no sentido de conseguir rotular a castanha, visto que o produto chega aos hipermer-cados com uma designação abrangente, que não identifica a origem da castanha.

Cacovin quer concentrar 20 a 30 por cento da produção do concelho

c a s t a n h a :

8,5 milhões de negócio em Vinhais

o pe t ró l eo

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A cooperativa “Soutos os Cavaleiros” comerciali-za a primeira castanha

certificada com o selo “DOP da Terra Fria”. Segundo o técnico da Câmara Municipal de Macedo de Cava-leiros na cooperativa, Paulo Sil-va, esta é uma forma de valori-zar a castanha produzida nesta região transmontana, tendo em conta que o mercado português

já começa a ser invadido por castanha estrangeira“Vamos certificar à volta de mil quilos. É uma forma de preca-ver o futuro, visto que com a en-trada de castanha estrangeira temos que valorizar a nossa”, defende Paulo Silva.Esta é a primeira vez que a DOP da castanha da Terra Fria é utilizada desde a sua regula-mentação, em 2004, visto que

Macedo lança “DOP da Terra Fria” no mercado

os agricultores não sentiam ne-cessidade de investir na certi-ficação do produto agrícola mais rentável.A cooperativa de Macedo de Cavaleiros lança a primeira castanha certificada, que vai ser vendida a 3,5 euros. O ob-jectivo é estudar a procura des-te produto no mercado, que se apresenta mais atractivo aos olhos dos compradores.

A aposta na transformação é, igualmente, uma forma de va-lorizar a castanha. Nesta li-nha, a “Soutos os Cavaleiros” aposta na compota confeccio-nada de forma artesanal, que já conquistou o mercado. Este novo produto à base deste fru-to de Outono vai passar a es-tar à venda em lojas de pro-dutos regionais, mercearias e lojas gourmet.

No ano passado, foram lançados 300 frascos de compota a título

experimental, que foram ven-didos, apenas, em feiras regio-nais. Este ano, a cooperativa já está a confeccionar mil frascos, de forma a abranger um seg-mento de mercado mais alar-gado. “Se estes mil frascos se venderem bem, estamos a pon-derar fazer mais mil no início de Dezembro”, garante Paulo

Silva.A compota é uma forma de va-lorizar o produto que não tem calibre para ser comercializa-do em fresco. “O fabrico arte-sanal de compota é uma forma de transformação que conse-guimos fazer sem ter um gran-de investimento, até porque es-tamos a fazer a compota fora da cooperativa”, salienta o res-ponsável.Com a construção da nova uni-

dade na zona industrial de Ma-cedo de Cavaleiros, a coope-rativa já vai reunir condições para fazer a compota, bem como para transformar a cas-tanha para congelação.O investimento inicial neste pro-jecto ronda os 200 mil euros, mas o presidente da Coope-rativa, Manuel Rodrigues, afir-ma que o objectivo é avançar com uma segunda fase, para que seja possível transformar a

Compota de castanha de fabrico artesanal vai estar à venda em lojas gourmet

castanha num leque variado de produtos.Neste momento, a “Soutos os Cavaleiros” recebe cerca de 120 toneladas de castanha por ano, o que corresponde a cerca de um sexto da produção total do concelho. “Temos cerca de 50 associados. Os agricultores começam a juntar-se a nós aos poucos, até porque a coopera-tiva da castanha é um conceito novo”, remata o presidente.

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A maior parte da casta-nha produzida na Terra Fria só tem escoamen-

to garantido graças à indústria de transformação estrangeira. A Sortegel, a maior empresa de transformação de castanha do País, sedeada em Sortes, no concelho de Bragança, recebe, anualmente, cerca de 10 mil to-neladas de castanha, dois ter-ços das quais são vendidas des-cascadas e congeladas para o mercado europeu, onde é feita a transformação em produtos derivados.A Sortegel é abastecida pelos produtores dos concelhos de Vi-nhais, Bragança, Valpaços, Ma-cedo de Cavaleiros e Vimioso, onde o número de plantações de soutos novos tem vindo a aumentar, bem como de outras

zonas do País, como é o caso do fruto colhido na Serra do Mar-vão ou nos soutos da Lapa.Segundo o administrador da Sortegel, Vasco Veiga, o escoa-mento da totalidade do produ-to colhido na região é garanti-do pela indústria, que absorve cerca de dois terços da casta-nha produzida no País. “Tendo em conta a quantidade de sou-tos já plantados, se não fosse a indústria a castanha não se es-coava. Das 40 mil toneladas de produção em Portugal, para o mercado fresco saem, apenas, entre 10 a 12 mil toneladas”, reforça o empresário.Em relação ao consumo de cas-tanha congelada em Portugal, Vasco Veiga afirma que é uma quantidade residual, uma vez que mais de 90 por cento do

produto congelado que sai da Sortegel é exportado. Itália e França são os países onde este fruto é transformado em produtos derivados, como é o caso do creme de castanha, marron-glacê, puré ou castanha em conserva. Os motivos para Portugal ainda não ter avança-

Sortegel vende para transformação cerca de dois terços das cerca de 10 mil toneladas de castanha que

recebe por ano

do com a transformação des-te produto prendem-se sobre-tudo com o facto de se tratar um investimento avultado e ar-riscado, visto que a nível mun-dial os produtos derivados de castanha têm que “saber falar francês” para terem venda no mercado.

Mecanização da apanha da castanha é o futuroMesmo assim, a Sortegel está a estudar formas de penetrar no mercado com outros produ-tos confeccionados à base de castanha. “Temos que trabalhar com calma, até porque não po-demos ser concorrentes dos nos-sos clientes, mas sim parceiros”, desvenda Vasco Veiga.A par da transformação, a em-presa aposta, igualmente, na produção de castanha, con-tando, actualmente, com cerca de 300 hectares de soutos na Quinta de Vila Nova de Aru-fe, onde são produzidas cerca de 300 toneladas de castanha por ano.

A mecanização da apanha foi a forma encontrada pela Sor-tegel para colmatar a dificul-dade em arranjar mão-de-obra fruto da desertificação das aldeias. Para tal, a empre-sa investiu cerca de 100 mil eu-ros em duas máquinas de apa-nha, que sugam o fruto do chão e fazem a separação da casta-nha dos ouriços e folhas.Vasco Veiga afirma que a me-canização é o futuro do sector, mas considera que os agricul-tores têm que se associar para poderem comprar este equipa-mento, que custa cerca de 50 mil euros.

Indústria garanteescoamento da castanha

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Os turistas que visi-tem a região durien-se podem adquirir os

afamados néctares produzidos no Douro com a garantia de transporte ao destino. Este novo serviço resulta de uma parceria entre o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) e a trans-portadora Rangel Expresso/FedEX, apadrinhada pela Tu-rismo do Douro.O acordo entre as entidades foi assinado no âmbito do Dou-ro Film Harvest, um evento de cariz internacional, que trouxe ao Douro personalidades co-nhecidas de diferentes cantos do mundo.O presidente da Turismo do Douro, António Martinho, real-

ça a importância deste novo serviço para impulsionar a eco-nomia e para promover os vi-nhos de excelência produzidos na região do Douro e Porto. “Colocar ao dispor do turista um meio para fazer chegar ao destino as garrafas que adqui-rir na região, em segurança e a preços reduzidos é uma mais-valia. Acreditamos que esta oferta vai pesar, de forma po-sitiva, na hora de tomar a deci-são da compra”, salienta o res-ponsável.O objectivo é promover a ex-portação do produto, para que os vinhos de qualidade reco-nhecida ganhem ainda mais peso nas preferências dos con-sumidores estrangeiros.

O IVDP vai, agora, divulgar os serviços Rangel/FedEx jun-to dos seus associados e pro-porcionar visitas comerciais aos seus operadores. O instituto pú-blico compromete-se, ainda, a apoiar o processo de coloca-ção do serviço em locais estra-tégicos, como é o caso das Ca-

ves do Vinho do Porto, em Vila Nova de Gaia. O acordo para a implementa-ção deste serviço de transporte foi assinado pelo presidente do IVDP, Luciano Vilhena, e pelo presidente do Conselho de Ad-ministração da FedEX, Eduardo da Silva Rangel, e estará em vi-gor por um ano.

no No r t e de Po r t uga l

A região Norte registou um crescimento signifi-cativo no volume de re-

ceitas do sector turístico. Segun-do dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre esta actividade nos meses de Verão, os proveitos da região ascen-dem aos 30,3 milhões de euros, o que representa um crescimen-to de 15,9 por cento.Estamos perante um indicador relevante, tendo em conta que a média de crescimento nacio-nal se situa nos 9,8 por cento.

No que toca ao número de dor-midas, a região Norte regis-tou um aumento na ordem dos 1,4 por cento, com um total de 603.500, o que significa que há mais turistas a eleger esta região de Portugal para pas-sar férias no Verão.Os dados referentes ao mês de Agosto confirmam a regra de crescimento progressivo ao nível das dormidas no Porto e Norte de Portugal, a única re-gião do País com índices de crescimento tão elevados.

ECONOMIA

Douro entrega vinhos no destino

Transportadora nacional garante o envio dos

néctares comprados em Portugal por turistas

estrangeiros

Mais turistas

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Toyota quer vender

250 “Auris” híbridos até dezembro

Híbridosconquistam mercado

A linha de híbridos da Toyota está a conquis-tar o mercado nacional.

O mais recente lançamento da marca nesta gama é o “Auris”, um veículo que combina a po-tência de um motor a gasolina com as baterias eléctricas que carregam automaticamente em andamento e têm capacidade para realizar um percurso de cerca de dois quilómetros a 50 quilómetros/hora.Desde 2000, a marca nipónica já vendeu 1898 veículos, que aliam a poupança proporcio-nada pelas baterias eléctricas ao bom desempenho garantido pelo motor de combustão. O modelo “Prius”, que tem vindo a melhorar a sua performance e design, é cada vez mais pro-curado no mercado.Nos primeiros quatro anos, a primeira geração “Prius”, ven-deu 60 unidades, passan-do para 1396 entre 2000 e 2009. A partir de Setembro do ano passado ao mesmo perío-do deste ano, a Toyota comer-cializou em Portugal 442 viatu-ras híbridas da marca “Prius”.Este modelo já foi aperfeiçoa-do para ganhar mais autono-mia eléctrica e tornar-se mais

económico, sobretudo em via-gens citadinas. O “Prius Plug-in”, que ainda está em fase de testes, vai ser lançado no mer-cado em 2011. Este veículo tem autonomia para percorrer 20

quilómetros (Km), a uma velo-cidade máxima de 100 Km/h, movido, apenas, a baterias eléctricas. Quando se esgota esta fonte de energia, o veículo pode continuar viagem com a

autonomia garantida pelo mo-tor de combustão a gasolina. A junção da tecnologia híbrida ao motor de combustão a ga-solina é, na óptica do director de Markting e Venda das Toyo-ta Portugal, Sousa Campos, o futuro do mercado automóvel, uma vez que a tecnologia to-talmente eléctrica apresenta, actualmente, muitas limitações. A inovação passa por aumen-tar a capacidade das baterias, aliando a poupança e a baixa emissão de CO2 à comodidade de poder passar para o motor a gasolina sempre que termine a energia eléctrica.

O “Auris” vem juntar-se ao “Prius”, apresen-tando-se como um

carro mais discreto, com um ex-celente desempenho em estra-da, onde alcança grandes ve-locidades, mas garante uma poupança significativa ao nível do consumo, sobretudo em cur-tas distâncias. Com um consumo

de 3,6 litros aos 100 km, 89 g/Km de emissões de CO2 e 136 CV, o “Auris” é um veículo ami-go do ambiente, que vem con-tribuir para ampliar a floresta plantada pela Toyota em dife-rentes pontos do País.O sistema inteligente de arran-que permite-lhe iniciar a mar-cha consumindo, exclusivamen-

te, energia eléctrica, ao passo que a tecnologia “Stop & Start” também contribuiu para tornar este modelo mais económico e menos poluente.Lançado em força no merca-do em Setembro, o “Auris” pre-tende ser uma alternativa para quem gosta de carros económi-cos, amigos do ambiente e pou-

co vistosos. O preço oscila entre os 24 700 e os 28 mil euros.Até ao final do ano, a Toyota estima vender 250 veículos hí-bridos deste modelo, tendo em conta que o “Auris” é um dos carros mais procurados no mer-cado. Entre 2008 e 2009, este era o modelo mais vendido em Portugal, tendo já sido comer-cializados 12.216 “Auris” no mercado nacional.

Toyota no mercado português

6,1% quota de •mercado em 2009;Emprega 2500 •pessoas;24 concessionários •mais 14 reparadores autorizados;54 showrooms e 59 •

oficinas;Toyota Caetano •Portugal é o importadoroficialdesde 1968;Em 1971 inaugura a •primeira fábrica na Europa em Ovar.

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a m i g o s d o a m b i e n t eToyota aposta em automóveis

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Comercializar e reparar automóveis com selo de qualidade de modo a

garantir a satisfação dos clien-tes é a política da empresa Auto Imperial. O concessioná-rio da marca Toyota no distrito de Bragança viu a qualidade dos seus serviços reconhecida em 2005, altura em que al-cançou a certificação gestão da qualidade da norma ISSO 9001:2000 pela eiC.Com uma posição sólida no mercado, a Auto Imperial mo-tiva os seus colaboradores no sentido da melhoria da quali-dade dos serviços ser um pro-cesso contínuo, um objectivo al-cançado com a manutenção da certificação ao longo dos anos. Para dar corpo a este projecto, a empresa aposta na formação dos colaboradores, para que o seu desempenho e competência sejam maximizados, e torna-os parceiros activos na gestão da

Auto Imper ia lcom cert i f icaçãode qualidade

a m i g o s d o a m b i e n t eToyota aposta em automóveis

empresa.A par da gestão da qualida-de que se assume como um processo dinâmico, a Auto Im-perial rege a sua política pela satisfação total dos clientes, apostando no cumprimento dos requisitos exigidos pelas pessoas que confiam nos ser-

viços da marca Toyota.Fundada em 1986 por Manuel Pires, a Auto Imperial tem cres-cido ao longo dos anos, tendo passado de pai para filhos. Ac-tualmente, a gerência é da res-ponsabilidade de Filipe Pires e Ana Filipa Pires, que têm posto os seus conhecimentos ao ser-

viço da empresa, de forma a melhorar os padrões de quali-dade herdados pelo fundador. Apesar dos novos rostos na ge-rência, Manuel Pires mantém-se ligado à empresa e participa nos negócios que se vão adap-tando às novas exigências do mercado.

Empresa consegue manter volume de vendas numa época menos

favorável para o sector automóvel

A abertura das instala-ções em Mirandela, em 2003, contribuiu para

levar os serviços da marca ni-pónica a um maior número de clientes, abrangendo a zona da Terra Quente. Tanto em Bra-gança, como em Mirandela, a Auto Imperial assegura o servi-ço de venda e pós-venda.Na capital de distrito, o conces-sionário da Toyota apresenta-se com um stand de exposição de viaturas, onde é possível en-contrar os mais recentes mo-delos da marca nipónica, bem

como automóveis para todos os gostos e todas as bolsas. Ter a viatura certa no momento cer-to é a chave para chegar a um maior número de clientes. A oficina, o ponto de venda de peças e a estação de serviço completam os serviços dispo-nibilizados pelo concessionário Toyota no distrito de Bragança.A Auto Imperial conta, actu-almente, com 23 colaborado-res no distrito, que contribuem para que a empresa se man-tenha nos primeiros lugares da tabela no que toca a quotas de

mercado.As preocupações com o am-biente são, igualmente, uma bandeira da Toyota, que a Auto Imperial faz questão de assumir como um objectivo da

sua gestão. Prova disso é o concurso escolar Toyota “Reu-tilizar para Ganhar”, que, no ano passado, distinguiu o pro-jecto apresentado pela EB1 nº1 de Mirandela.

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Jorge Coutinho, engenheiro agrícola e aluno do 2º Ci-clo em Enologia, acaba de

ser premiado com a medalha de prata, na XII edição do con-

UTAD lança concursoinovador no FacebookProjecto PLAYER vai permitir planificar empresas e preparar a sua entrada no mundo dos negócios

Aluno de Enologia premiado

no mundo dos vinhosEstudante da UTAD distinguido com a medalhade prata em concurso mundial de vinhos

ensaiar as suas ideias de negó-cio, trocar impressões com uma comunidade vibrante de ou-tros utilizadores e fazer uso de uma série de ferramentas do conhecimento. O jogo tem em vista apurar o sentido de ne-gócio e desenvolver capacida-des reais de planificar empre-sas e preparar a sua entrada no mundo dos negócios. Solu-ções inovadoras e oportunida-des de negócio inéditas são o que o PLAYER promete. Jovens empreendedores de toda a Eu-ropa irão aprender os desafios de montar um negócio com a ajuda de especialistas oriundos de instituições como Incubado-ras de Negócio e Faculdades de Gestão e Marketing de sete países diferentes, que se junta-

ram ao projecto PLAYER. Desta forma, é possível esti-mular a aprendizagem, as va-lências de jogo, e potenciar a divulgação das ideias de negó-cio dos utilizadores que virão a triunfar no concurso. O lançamento oficial do Concur-so Europeu de Empreendorismo PLAYER decorreu, no passado dia 25 de Outubro, em Bruxe-las, no âmbito do Festival de Empreedorismo da European Business Network (EBN). A ce-rimónia contou com a presença do embaixador Manuel Lobo Antunes, representante perma-nente de Portugal na União Eu-ropeia, do Professor Benjamim Fonseca da UTAD e de Jorge Lima, um dos bolseiros da equi-pa de programadores.

ENSINO & INVESTIGAÇÃO

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) desenvolveu um

projecto que consiste num siste-ma colaborativo de jogo Web desenvolvido no Facebook. Este concurso inovador foi criado através do Departamento de Engenharias. O projecto PLAYER - Play and Learn as a Young European en-tRepreneur, financiado pela Di-recção Geral da Empresa e pela Indústria da União Euro-peia, ganhou tal dimensão, que vai servir de base a um concur-so à escala europeia, que visa fomentar a vocação dos jovens para o negócio. Como ponto de partida para o concurso, o PLAYER no Face-book permite aos utilizadores

curso mundial de vinhos “Wine Masters Challenge 2010”, rea-lizado no Estoril.Aos 32 anos, o jovem empre-sário no sector vitivinícola em-

pregou toda a sua energia no património da família e recon-verteu as vinhas em Celeiros do Douro, dando corpo ao projec-to “Alta Pontuação”, que pro-duz o vinho com o mesmo nome. Foi justamente a marca “Alta Pontuação 2008 tinto”, produ-zida no concelho de Sabrosa, que mereceu a distinção do júri internacional. O néctar produ-zido por este jovem empresá-rio foi premiado entre as 4.497 amostras de vinhos apresenta-das a concurso. Situada a uma altitude média de 375 metros, a exploração

vitivinícola de Jorge Coutinho apresenta castas tintas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca e as bran-cas Malvasia Fina e Gouveio. Para além da sua preocupação em criar “bons vinhos”, este jo-vem propõe-se, ainda, desen-volver em Celeiros do Douro um projecto de enoturismo. O vinho agora premiado é pi-sado a pés em lagar tradicional de granito, apresentando “uma cor rubi intensa, assumindo-se, no final do processo, como uma bela surpresa.”

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A tecnologia da biomo-delação é a chave do projecto liderado por

dois alunos e dois professores da Escola Superior de Tecnolo-gia e Gestão de Bragança, que pretende revolucionar a Medi-cina. Através desta ferramenta, que já é utilizada noutras áre-as, os empreendedores querem lançar um produto inovador que vai ser direccionado para a área da Saúde.“Na prática consiste em criar modelos sólidos tridimensionais para efectuar evoluções quer em patologias na área da Me-dicina, quer criar modelos di-mensionais de aplicação ao Design, para a Engenharia ou Arquitectura”, explica o profes-sor Luís Queijo.Segundo o docente, esta não é uma tecno-logia nova. A inovação resi-de na sua apli-cação. “É uma área que não está explora-da de forma consistente ao nível dos mo-delos de partes do corpo hu-mano”, explica Luís Queijo.Esta inovação valeu a este pro-jecto o segundo prémio no con-curso nacional Poliempreen-de, que representa uma ajuda de 5 mil euros para a criação da empresa. A este valor so-mam os 2 mil euros já amealha-dos no concurso regional. “Mais importante do que o prémio é gratificante ter uma apresen-tação que suscitou muita curio-sidade e as pessoas represen-tadas das mais diversas áreas validaram a ideia”, enaltece Luís Queijo.A empresa vai ser instalada em

EMPREENDEDORISMO

Projecto liderado por alunos e professores do IPB foi distinguido com o 2º prémio no

concurso nacional Poliempreende

Bragança, durante o primei-ro semestre do próximo ano. A proximidade com Espanha po-derá ser, igualmente, uma es-tratégia de negócio, visto que

no país vizinho este ainda é um mercado a explorar.Em Portugal o projecto já foi tes-tado, tendo-se revelado vanta-joso como meio complementar de diag-nóstico na Medic ina . O próximo passo após a criação da empre-sa passa pela divulgação des-tes modelos do corpo humano junto das Escolas Superior de Saúde, visto que estes mate-riais também podem ter uma função importante ao nível da

Educação. “A maioria dos alu-nos de Medicina conhece os ór-gãos sãos, mas não tem o co-nhecimento real destes órgãos com patologias”, realça o en-

genheiro Biomédico Bruno Ma-galhães.O professor João Rocha realça que a Medicina é a área onde vão apostar mais devido à ino-

v a ç ã o que vai ser in-troduzi-da. No entanto, l e m b r a

que a rapidez em efectuar os modelos também pode direc-cionar o projecto para a Arqui-tectura ou Design. “Idealmente o modelo é concebido em 24 horas”, reforça.

A viabilização desta ideia no Sistema Nacional de Saúde poderá passar pelo estabele-cimento de acordos com os se-guros de saúde, através do re-

c o n he c imen t o destes biomode-los como meios complementares de diagnóstico.A ideia de apos-tar neste negócio surgiu no âmbito de uma cadei-ra ministrada

no âmbito da Licenciatura em Engenharia Biomédica, o que permitiu a dois alunos abraça-rem um projecto empreendedor no final do curso. “Nós ajuda-mos com a nossa experiência e eles têm disponibilidade”, ga-rante Luís Queijo.Bruno Magalhães, de 22 anos, e Elmano Pinto, de 21 anos, es-tão neste momento a frequen-tar o mestrado em Engenharia Biomédica e mostram-se sa-tisfeitos por terem conseguido concretizar o sonho de terem o seu próprio negócio mais cedo do que esperavam.

Biomodelaçãorevoluciona Medicina

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Celta, Cheers, JP, Kopus, Lagoa Azul, Metro e Viaduto foram alguns

dos bares que aproveitaram o

Halloween para fazer negócio. A magia e a animação carac-terísticas do Dia das Bruxas le-varam os estabelecimentos noc-

o negóc io do

halloween

No Dia das Bruxas, a “Voz do Nordeste” percorreu alguns bares

e discotecas da cidade, onde os “espíritos possuídos” foram os

principais consumidores

turnos a dar asas à imaginação na criação do melhor cenário para cativar clientes. Neste dia de festa, os bares e discotecas da cidade estiveram ao rubro e foram muitos aqueles que sa-íram à noite disfarçados, mos-trando o seu lado irreverente, numa noite em que o objectivo é apresentar a máscara mais original. Apesar dos mascara-dos não abundarem em todos os espaços, as discotecas Mer-cado e Moda foram os princi-pais pontos de encontro dos “bruxos” da cidade. Numa alusão à história, a ori-gem do Halloween remonta às tradições dos povos que habita-

ram a Gália e as ilhas da Grã-Bretanha, entre os anos 600 AC e 800 DC. Alguns acredi-tam que a origem do nome vem da palavra hallowinas – nome dado às guardiãs femininas do saber oculto das terras do Nor-te (Escandinávia). Outra lenda, de origem Celta, apregoa que os espíritos que morrem ao lon-go do ano voltariam à procu-ra de corpos vivos para possuir. Como os vivos não queriam ser possuídos, na noite do dia 31 de Outubro apagavam as to-chas e as fogueiras das suas casas para que elas se tornas-sem frias e desagradáveis, co-locavam fantasias e desfilavam

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halloweenem bragança

ruidosamente nas ruas, com o intuito de assustarem as almas que procuravam corpos para possuir. Os Romanos adopta-ram as práticas célticas, mas no primeiro século depois de Cris-to abandonaram-nas.O Halloween foi levado para os Estados Unidos em 1840, por imigrantes irlandeses que fugiam da fome do seu país. Originalmente, o Halloween não tinha uma relação directa com as bruxas. Era um festival do calendário celta, na Irlanda,

que marcava o fim do Verão, o Samhain, celebrado entre 30 de Outubro e 2 de Novembro. A Bragança as comemorações do Dia das Bruxas chegaram bem mais tarde, em 1996. Na altura, foram realizadas pela primeira vez no bar Demetal, na Praça Camões, que viu este dia como uma oportunidade de negócio. A partir do ano 2000, outras casas da cidade come-çaram a investir nesta celebra-ção secular e mundial como for-ma de atrair clientes.

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